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Faculdade de Ciências
Departamento de Química
Licenciatura em Química
Normalização e Controle de Qualidade
Revisão Bibliográfica – Conceitos de Normalização e
Qualidade
Docentes: Prof. Doutor Eng. António Matos Eng. Rogério Muxlhanga
Discente: Achimo, Ivan Avelino A. Cavel, Mouzinho Jacinto Júnior, Inácio Filipe Lihango, Narcêncio Vasco Mandlate, Vivaldo João Tembe Manhiça, Titosse Roldão José Ndima, Helio Lucas Ngovene, Neasse Carla Filipe Jaime Rungo, Juselda da Flora
Conceito de Qualidade e Normalização 2014
Maputo, 04 de Setembro de 2014
ÍndiceResumo................................................................................................3
1 Introdução.........................................................................................4
Objectivos............................................................................................6
Geral :..........................................................................................6
Específicos:..................................................................................6
Métodos e materiais..........................................................................6
História e evolução da qualidade......................................................7
Historia e evolução da normalização................................................8
Conceito de qualidade.......................................................................9
Conceito de normalização...............................................................10
Normas Relacionadas à Qualidade.................................................11
Norma ISO 9001.............................................................................12
Normas Moçambicanas de qualidade.............................................14
Relação entre normalização e qualidade........................................15
Conclusões e Recomendações...........................................................16
Referencias Bibliográficas.................................................................17
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
Resumo
Tendo por objectivo revelar o entendimento de alguns autores
quanto ao significado dos fenómenos qualidade e normalização,
inicialmente resgatou-se a história e os principais conceitos, tanto de
qualidade, quanto de normalização. Na sequência, apresentou-se a
pesquisa realizada, que utilizou o método fenomenográfico apoiado
por livros, paginas web e manuais de estudo. Após a realização das
análises de conteúdo, concluiu-se que não há um conceito de
qualidade predominante, sendo que o conceito de qualidade não é
estático, ele varia de pessoa para pessoa, os conceitos mais
presentes qualidade como valor; qualidade como conformação de
especificações; qualidade como conformação a requisitos prévios;
qualidade como ajustamento do produto/serviço para o usuário;
qualidade como redução de perdas; qualidade como atendimento
e/ou superação das expectativas dos consumidores. Estes achados
auxiliam as organizações a compreenderem o que os novos
profissionais do mercado entendem por qualidade, facilitando assim
as decisões das empresas, quando estas focam a qualidade como um
diferencial competitivo.
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
1 Introdução
Definir qualidade é um exercício desafiador. Segundo Gomes (2004),
a qualidade é fácil de reconhecer, mas é difícil definir. De acordo
com Reeves e Bednar (1994), não existe uma definição global e
diferentes definições de qualidade surgem em diferentes
circunstâncias, tornando-o um fenómeno complexo.
Sendo um assunto fundamental para o crescimento das
organizações, a qualidade, tanto em produtos quanto em serviços,
mostra-se um tema altamente importante, afinal vive-se em uma
época de alta concorrência, e a qualidade revela-se como um dos
principais diferenciais competitivos das empresas da actualidade.
Mas afinal, o que é qualidade? Qualidade pode ser definida de
diversas formas: Qualidade como valor; Qualidade como
conformação de especificações; Qualidade como conformação a
requisitos prévios; Qualidade como ajustamento do produto/serviço
para o usuário; Qualidade como redução de perdas; Qualidade como
atendimento e/ou superação das expectativas dos consumidores
(REEVES; BEDNAR, 1994).
Qual definição é a mais correcta? Esta pergunta ainda está por ser
respondida. O fato é que a qualidade é considerada universalmente
como algo que afecta a vida das organizações e a vida de cada
indivíduo de uma forma positiva (GOMES, 2004). Desta forma,
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
reveste-se de importância a compreensão deste fenómeno ainda
muito vago e sujeito a diversas interpretações, pois representa hoje
um importante instrumento de gestão empresarial em um mercado
competitivo e turbulento (PIOVEZAN; CARPINETTI, 1998).
2. Conceitos de Qualidade
Segundo Avelino (2005), no livro de Joseph M. Juran, “A History of
Managing for Quality”, publicado em 1995, o autor fez um resgate
histórico da qualidade. Identificou a aplicação dos conceitos de
qualidade na China, no Egipto, na Grécia, em Roma, na
Escandinávia, entre outros. Portanto, qualidade não é novidade,
muito menos moda. É sim um conceito milenar sempre presente na
história da humanidade.
Mas foi somente no século 20 que a qualidade passou a ser
efectivamente foco das organizações. Com o crescimento do
consumo e do mercado, as empresas viram-se obrigadas a tratarem o
assunto qualidade com mais cuidado (OAKLAND, 1994). Surgiram
então os principais nomes na área de qualidade, destacados por
Avelino (2005): George Box, W. Eduards Deming, John Dewey,
Frederick Herzberg, Kaoru Ishikawa, Joseph M. Juran, Kurt Lewin,
Lawrence D. Miles, Alex Osborne, Walter Shewhart, Genichi
Taguchi, Frederick W. Taylor, J. Edgar Thomson, entre outros.
Dentre os citados, alguns se tornaram mais populares e,
consequentemente, influenciaram significativamente a história da
qualidade: W. Eduards Deming, Philip Crosby, Joseph M. Juran,
Kaoru Ishikawa, e Genichi Taguchi são alguns deles.
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
Objectivos
Geral:
Estudar os conceitos de qualidade e normalização
Específicos:
Caracterizar os conceitos de qualidade;
Falar de normas Moçambicanas e internacionais;
Distinguir relação existente entre normalização e qualidade.
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
Métodos e materiais
Para a realização do presente trabalho recorreu-se aos seguintes
materiais: livros, páginas da internet e manuais de estudo.
História e evolução da qualidade
Qualidade é um conceito que incorporamos intuitivamente ao nosso
dia-a-dia. Está associado sempre ao melhor, ao mais caro, ao mais
duradouro.
Podemos definir o que é Qualidade, mas o que está mais fácil de
compreendermos é a falta de qualidade. Todos sabemos os prejuízos
que nos causam os erros, os defeitos, a inconsistência de
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
informações, as entregas de mercadorias com atraso, a baixa
motivação para o trabalho, o tempo perdido, o aumento de preços, a
redução nas vendas, o enceramento de fábricas, a inflação, o
desemprego, etc. Podemos dizer que a Qualidade é uma aspiração
natural do ser humano.
A Qualidade é inerente ao produto ou serviço. Mais recentemente
este conceito foi reavaliado e colocado sobre um outro enfoque. A
Qualidade passou a significar o atendimento a uma necessidade de
quem utiliza o produto ou serviço. O produto passa a ser de
qualidade se ele atender àquilo que se espera dele.
Qualidade é uma expressão muito difundida actualmente no mundo.
Para uma unificação conceitual, vejamos algumas expressões
utilizadas para designar o termo Qualidade:
“ Qualidade vai em conformidade com os requisitos” ( Philip B.
Crosby)
“ Qualidade é aptidão ao uso” ( J.M. Juran)
“ Qualidade é tudo aquilo que melhora o produto do ponto de vista
do cliente” (Deming)
“Qualidade é o desenvolvimento, projecto, produção e assistência de
um produto ou serviço que seja mais económico e o mais útil,
proporcionando satisfação ao consumidor” ( Ishikawa K.)
Nos primordios da evolução, o homem decobriu a primeira
ferramenta a partir daí começaram os problemas, a ferramenta não
era confiável. Diante disso o homem procurou materiais melhores e
passou a utilizar a pedra neste instante ele descobriu a qualidade. a
tarefa da produção ficou sob a incumbencia dos artesãos, esses
artesãos tinham o controle completo do processo, desde a escolha da
matéria prima até a venda do produto. Esta situação foi mantida até
o final do século XVIII e início do século XIX e foi quando então
ocorreu um significativo avanço nas relações de trabalho.
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
Em toda a europa começaram a surgir fabricas de tecidos que
mudaram a face do mundo, os trabalhadores eram forçados a
trabalhar até 16 horas por dia em condições sub-humanas de
trabalho, todo trabalho ainda era verificado por quem fazia o mesmo,
na virada do século XVIII henry ford introduziu um novo conceito de
produção, a linha de montagem. Esse novo conceito obrigou a
criação da figura do inspetor de qualidade, onde cada um faz o sua
parte sem se preocupar com a qualidade do todo, este sistema de
produção perdurou até a década de 60.
Foi quando o mundo se viu as voltas com os tigres asiaticos, em
particular o japão que introduziu uma visão particular sobre os
conceitos de qualidade.
Historia e evolução da normalização
O conceito de normalização é tão antigo quanto a história da
civilização. A primeira necessidade foi a da comunicação oral. Foi
necessário que os homens das cavernas padronizassem determinados
sons, associando-os a objectos ou acções. A vida em grupo também
requereu a padronização de comportamentos sociais. Esse sentimento
acompanhou a evolução da civilização. Para que o comércio funcionasse
foi necessário estabelecer um padrão de valor. Começaram a cunhar as
primeiras moedas em metais nobres como o ouro e a prata. Para que
essas trocas funcionassem começaram a ser padronizadas as medidas
de peso e comprimento.
À medida que a civilização evoluía, essa necessidade aumentava. No
antigo Egipto, a construção das pirâmides envolveu um grande
movimento de blocos de pedras vindos de diferentes regiões. Para que
as construções fossem bem construídas era necessário que os blocos
tivessem dimensões padronizadas. Essas acções incipientes não tiveram
grande modificação até o início da Revolução Industrial. Com o
surgimento da máquina a vapor, os aspectos de medição passaram a ser
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
importantes. Surgiu a necessidade de se estabelecer tolerâncias para as
medições. A diversidade de critérios para medições fez surgir a
necessidade de padronização. Surgiram então o metro, o quilograma,
etc. Um dos benefícios da Revolução Francesa foi a adopção do sistema
métrico decimal.
A Segunda Guerra Mundial foi quem provocou um impulso nessa
actividade. Os Estados Unidos, devido ao ataque japonês a Pearl
Harbour, viram-se envolvidos num esforço de guerra para o qual eles
não haviam se preparado. De repente tiveram que adaptar suas
indústrias, especialmente as mecânicas e metalúrgicas, para produzir
canhões, aviões, navios, fuzis, etc. Como eles tinham que trabalhar
contra o tempo, as actividades de fabricação foram divididas entre as
diversas empresas que tinham maior afinidade com a produção daquele
item específico. As peças passaram a ser produzidas em locais distantes
geograficamente e enviadas para um local onde era feita a montagem
dos armamentos. Para que isso funcionasse foi necessário que se
investisse em padronização de medidas e tolerâncias para que as
diversas peças se encaixassem entre si.
Conceito de qualidade
A qualidade pode ser definida como a capacidade que tem
determinado serviço de atingir seus objectivos, atendendo aos
requisitos do cliente ou, conforme Juran (1993), “qualidade é
adequação ao uso”. Para Shiseru Mizuno, “Um produto não precisa
necessariamente ter a melhor qualidade possível: o único requisito é
que o produto satisfaça as exigências do cliente para seu uso”.
Também é de Mizuno a afirmação de que “A qualidade de um
produto compreende todas suas características, não apenas suas
qualidades técnicas”. De qualquer modo, a qualidade está sempre
associada ao atendimento do interesse do cliente, de modo a elevar o
seu grau de satisfação com o produto ou serviço.
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
Os diversos autores considerados “clássicos” convergem em
caracterizar como características intrínsecas ao conceito de
qualidade: (a) o facto de que as características do produto devem ir
ao encontro às necessidades dos clientes (Juran e Gryna, 1991); (b)
deve-se obter uma homogeneidade nos produtos oferecidos, a partir
dos métodos de controlo de processos (Deming, 1990); (c) deve
existir conformidade entre os requisitos de projecto e o produto
fornecido, ou seja, conformidade entre execução e características.
(Miguel, 2001).
Garvin (1988) deu uma importante contribuição ao conceito
de qualidade ao sistematizar as chamadas “dimensões” desse
conceito: as suas características (atributos básicos e especificações
técnicas que definem as características básicas dos produtos),
desempenho (características operacionais básicas), confiabilidade
(entendida como a probabilidade do produto cumprir com seus
requisitos de desempenho em condições operacionais definidas e em
um tempo especificado), conformidade (grau de concordância com as
especificações), durabilidade (entendida como uma medida da vida
útil do produto), estética (entendida como a reacção inicial positiva
ou não quanto ao produto), qualidade observada (percepção
subjectiva do cliente com relação ao produto) e atendimento ao
cliente.
A qualidade também está associada à redução de desperdícios
e erros e, portanto, a custos. Se o preço de um produto ou serviço é
inadequado, mesmo que se trate de insumo de alta qualidade, pode
gerar insatisfação no cliente. Outras características de interesse do
cliente também são relevantes: ausência de defeitos, falhas e perdas,
adequação ao uso, condições de armazenagem, confiabilidade,
orientação e treinamento adequados e eficiência no atendimento,
que implica em receber o serviço ou produto no prazo fixado e na
quantidade correcta.
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
Conceito de normalização
Normalização é um sistema que organiza as actividades de
criação e utilização de regras que irão contribuir para o crescimento
económico e social. A normalização é também o método que aborda,
ordenadamente, determinada actividade, estabelecendo, com a
participação de todos os interessados, regras que ajustem os
interesses colectivos e promovam a padronização e a optimização da
sociedade.
As normas, documentos que instituem as regras e directrizes
de padronização, são estabelecidas por consenso, em uma
comunidade técnica ou não. Aprovadas por uma entidade
reconhecida, esta passa a fornecê-las, para uso comum e repetitivo,
visando à obtenção de elevado nível de ordenação em determinado
contexto. As normas, portanto, são também documentos técnicos que
fixam padrões reguladores, com o objectivo de garantir a qualidade
de produtos industriais, a racionalização da produção, o transporte e
o consumo de bens, a segurança das pessoas e a uniformidade dos
meios de expressão e comunicação.
São objectivos da normalização:
Reduzir os procedimentos de fabricação e os tipos de
produtos e sistematizar as actividades produtivas, trazendo,
em consequência, a redução de serviços e seus custos
indirectos, em benefício do consumidor.
Favorecer a troca de informação entre fornecedores e
clientes, garantindo a confiabilidade em suas relações.
Possibilitar a aferição da qualidade de produtos e serviços,
garantindo a protecção do consumidor.
Reduzir a diversidade de regulamentos instituídos pelos
diversos países para produtos e serviços, contribuindo para
a suspensão das barreiras comerciais.
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
A normalização favorece o desempenho das empresas, ao
estimular a competitividade nos mercados e a conscientização dos
consumidores, que passam a exigir produtos certificados. Assim,
cresce cada vez mais o número de itens com certificação instituída
compulsoriamente. A normalização, em cada comunidade, pode ser
praticada segundo vários níveis: normas de empresas ou de
associações e normas regionais, nacionais e internacionais.
Em 1947 foi criada a Internacional Standardization Organization - ISO
(Organização Mundial para Normalização). Essa entidade foi formada
pelos órgãos de normalização de cada país. Tem como objectivo
principal buscar uma padronização de processos e produtos a nível
mundial.
De acordo com a definição da ISO, a Normalização é a actividade
conducente à obtenção de soluções para problemas de carácter
repetitivo, essencialmente no âmbito da ciência, da técnica e da
economia, com vista à realização do grau óptimo de organização num
dado domínio.
A Normalização busca a definição, a unificação e a simplificação, de
forma racional, quer dos produtos acabados, quer dos elementos que se
empregam para produzi-los, através do estabelecimento de documentos
chamados Normas.
Normas Relacionadas à Qualidade
As normas relacionadas à qualidade originam-se basicamente
de duas áreas: programas de confiabilidade em armamentos
militares e programas de segurança de instalações e equipamentos
nucleares. Nos anos 50, quando se iniciou a chamada “Guerra Fria”,
a qualidade dos equipamentos bélicos no Ocidente ainda deixava
muito a desejar.
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
As indústrias bélicas, mais preocupadas com o volume da
produção do que com a qualidade dos equipamentos e serviços, não
tinham suficiente confiabilidade para dar segurança aos militares,
que questionavam a capacidade dessas empresas para produzir
armamentos sem ameaçar sua integridade.
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América,
reconhecendo os benefícios produzidos pelo programa de gestão que
revolucionou e tornou competitiva a indústria japonesa, instituiu no
final da década de 50 os Requisitos de Programa de Garantia de
Qualidade, passando a exigir dos fornecedores o rigoroso
cumprimento das normas.
Ao mesmo tempo, os países que trabalhavam com artefactos
nucleares começaram a desenvolver e adoptar normas que
garantissem a segurança das instalações. Com o agravamento da
Guerra Fria, nos anos 60, a OTAN – Organização do Tratado do
Atlântico Norte produziu e impôs a seus fornecedores um conjunto
de normas destinadas a garantir a confiabilidade e eficiência dos
equipamentos que adquiria.
Essas normas receberam o nome de AQAP (Allied Quality
Assurance Procedures – Procedimentos de Garantia de Qualidade da
OTAN). Mais tarde, observando as vantagens advindas da aplicação
das normas da AQAP, o governo inglês recomendou que os
procedimentos fossem estendidos a todos os sectores industriais.
No final da década de 70, o BSI - British Standard Institute estabeleceu as normas BS 5750, uma evolução dos procedimentos AQAP, e na mesma época foi criado o ISO TC 176 (Technical Committee da ISO para a qualidade). Em 1987, a ISO formalizou a série de normas 9.000, a partir das normas BS 5750.
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
Norma ISO 9001
Na moderna sociedade industrializada, a crescente busca de
qualidade de vida tornou as certificações ISO cada vez mais
cobiçadas em todas as cadeias produtivas, e, independentemente do
país em que é concedida, a confiança na certificação é o factor
fundamental.
Por isso mesmo, são rigorosos os critérios impostos aos
organismos acreditadores e certificadores e cuidadosas as directrizes
estabelecidas entre as partes, para assegurar a visibilidade do
processo de certificação, a uniformidade na avaliação dos sistemas
de gestão da qualidade e a eficiência da rede de certificadores.
Hoje, as normas ISO mais conhecidas mundialmente são as da
série 9.000, que se converteram em referência internacional em
programas de qualidade, e já existem mais de 560 mil organizações
certificadas segundo os requisitos desta norma. Uma das razões
dessa sólida reputação mundial é o fato de o sistema ser genérico e
aplicável a qualquer organização, grande ou pequena, tanto da área
da produção quanto de serviços ou mesmo do sector público.
A primeira norma ISO da série 9000 foi lançada na década de
80, exactamente quando começou a se caracterizar o movimento de
globalização da economia, e estabeleceu uma cadeia de requisitos
que permitiu às organizações a adopção de um único programa de
gestão da qualidade. Até então, clientes, sectores e países
estabeleciam diferentes sistemas de qualidade, obrigando as
organizações a implantarem diversos programas, se quisessem
atender à demanda de diferentes clientes.
Publicada em 1986, essa norma sofreu sua primeira revisão
em 1994, para dar ênfase a requisitos específicos da gestão da
qualidade. E, ao final do ano 2000, com modificações substanciais em
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
relação às anteriores e foco na qualidade da gestão, foi editada nova
versão, conhecida como ISO 9001:2000.
A versão 2000, além de contemplar toda a organização, dá
ênfase à gestão institucional e incorpora exigências como a gestão
de recursos humanos, as expectativas e os níveis de satisfação do
cliente e os resultados institucionais.
A versão de 1994 valorizava requisitos como a calibração de
instrumentos, a elaboração e rastreabilidade de documentos e outras
exigências que geravam elevado volume de dados e papéis. Além
disso, continha uma série de três normas, com requisitos
relacionados a aspectos distintos da organização. Já a versão 2000
reúne todos os requisitos em uma única norma.
Outras características da versão 2000 que merecem destaque:
Estabelece apenas seis requisitos específicos de
procedimentos necessariamente documentados: controle de
documentos, controle de registos, auditoria interna,
controle de produtos não conforme, acção correctiva e
acção preventiva (a versão de 1994 abrangia 17 requisitos).
Contempla o princípio da retroalimentação do ciclo PDCA,
estimulando a comunicação e retroalimentação com o
cliente. Os processos críticos para a realização do produto
devem ser identificados. (PAULA e MELHADO, 2005)
É compatível com outros sistemas de gestão e, em especial
com os requisitos relacionados à gestão ambiental,
estabelecidos pela ISO 14000.
Pode ser aplicada a qualquer tipo de organização
empresarial, pública, do terceiro sector e outras.
Estabelece o conceito de que a qualidade é obtida através
das pessoas.
Pode ser aplicada ao conjunto ou a sectores da organização.
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
Valoriza o atendimento, concedendo-lhe os mesmos créditos
dados à qualidade dos processos, serviços e produtos.
Dá ênfase à melhoria contínua, à satisfação do cliente e aos
indicadores de desempenho.
O objectivo básico da ISO 9001:2000 é gerar a confiança de
que o fornecedor está em condições de entregar, de forma
consistente, bens ou serviços que atendam às expectativas do cliente
e estejam de acordo com as especificações aplicáveis a cada caso. A
era da qualidade colocou o cliente como um actor de grande poder
nos processos e produção, sendo que ele torna-se responsável pela
manutenção (ou extensão) da empresa no mercado (BRANCO, 2004).
Em termos conceituais, a norma ISO 9001 na sua versão de
2000 aproxima-se mais, quando comparada às suas versões
anteriores, dos sistemas de gestão da qualidade baseados no
conceito de qualidade total (CURTIN UNIVERSITY, 2000). Com
efeito, na versão de 2000 da norma são consideradas exigências
normativas que garantam que o foco do sistema de gestão,
particularmente na realização do produto, esteja colocado na
satisfação das necessidades dos clientes e stakeholders. Além disso,
a norma prioresa o conceito de melhoria contínua, tido como um dos
pilares dos sistemas de gestão da qualidade. Por outro lado, vale
ressaltar que o conceito de Gestão pela Qualidade Total é mais
amplo que o conceito de garantia da qualidade preconizado pela ISO
9001: entre outros aspectos, a norma concentra sua atenção nas
actividades e processos mais directamente relacionados com o
sistema de desenvolvimento de produtos e produção, enquanto o
Total Quality Management pode se configurar como um sistema de
gestão mais amplo (CURTIN UNIVERSITY, 2000.)
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
Normas Moçambicanas de qualidade
Em Moçambique apenas 100 das 519 normas internacionais de
certificação de qualidade de produtos e serviços é que estão a ser
cumpridas por empresas moçambicanas de diferentes sectores de
actividade produtiva, segundo fonte governamental moçambicana.
Os maiores cumpridores destas normas são os megas projectos,
enquanto a maior parte das empresas de pequena e média
dimensões ainda não aderiu às mesmas, segundo Alfredo Sitoe,
director do Instituto Nacional de Normalização e Qualidade
(INNOQ), realçando que elas foram adoptadas por esta instituição
para permitir uma maior competitividade de produtos moçambicanos
no mercado mundial.
Relação entre normalização e qualidade
Sendo a normalização um sistema utilizado pela empresa em relação
ao controle e asseguramento da qualidade, ou seja a forma de
manter os índices de qualidade dentro do objectivo proposto. Na
prática, a Normalização está presente na fabricação dos produtos, na
transferência de tecnologia, na melhoria da qualidade de vida
através de normas relativas à saúde, à segurança e à preservação do
meio ambiente. Existem basicamente dois tipos de normas:
- Normas para produtos – Define a especificação do produto e testes
a serem realizados para garantir a qualidade do produto fabricado.
- Norma para Gestão da Qualidade – Define o sistema de Gestão da
Qualidade a ser seguido por uma empresa. As normas de Gestão da
qualidade são passíveis de “certificação”, ou seja, a empresa que
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
quiser implantar esse tipo de norma deverá passar por uma auditoria
de verificação o qual irá emitir um certificado de qualidade.
Conclusões e RecomendaçõesO assunto qualidade vem mostrando ao longo dos tempos ser um
fenómeno complexo e subjectivo, sujeito a diversas interpretações.
Por outro lado, a qualidade tem mostrado ser fundamental para o
desempenho das organizações do mercado, e muito do sucesso
destas organizações passa pelo entendimento do que seja qualidade
por parte de seus profissionais. Desta forma, compreender o que os
novos profissionais do mercado entendem por qualidade facilita as
decisões das empresas, quando estas focam a qualidade como um
diferencial competitivo. Por causa das exigências dos clientes a
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Conceito de Qualidade e Normalização 2014
qualidade torna-se dinâmica, isto é, para que os produtores dominem
a sua concorrência no mercado eles precisam de satisfazer as
necessidades dos clientes. A medida que a qualidade muda, as
normas de controlo da mesma também mudam. A normalização de
produtos e serviços, juntamente com o controlo de qualidade tem
grande importância tanto na qualidade final dos produtos quanto na
segurança que a normalização e o controle de qualidade
proporcionam, sendo essenciais e indispensáveis para a produção em
grande ou pequena escala. Sendo assim concluiu-se tambem que é
uma actividade que estabelece um conjunto de práticas e normas
destinadas à utilização comum e repetitiva por todas as empresas,
visando otimizar um dado contexto.
Grupo 1: Conceito de Qualidade e Normalização Página 20
Conceito de Qualidade e Normalização 2014
Referencias Bibliográficas
1) NP EN 45020. 2001 − Normalização e actividades
correlacionadas. Vocabulário geral (Guia ISO/IEC 2:1996).
Correspondência: EN 45020:1998 IDT. Deve ser registado que
está já publicado o Guia ISO/IEC 2:2004.
2) ISO Online. Communication centre: The ISO Café [Em linha].
Disponível em
WWW:<URL:http://www.iso.org/iso/en/commcentre/isocafe/ind
ex.html.
3) ISO Online. About ISO: Introduction. How ISO standards
benefit society [Em linha]. Disponível em
WWW:<URL:http://www.iso.org/iso/en/aboutiso/introduction/in
dex.html#six.
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Recommended