Fatos que antecederam a codificação do espiritismo

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Fatos que antecederam a codificação do

EspiritismoEvangelização de Juventude

GEPD

Evangelizadora Márcia Albuquerque

Os fatos atinentes às revelações dos Espíritos ou fenômenos mediúnicos remontam à mais recuada antiguidade, sendo tão velhos quanto o nosso mundo; e sempre ocorreram em todos os tempos e entre todos os povos.

A comunicação entre encarnados e desencarnados não é uma "invenção" do Espiritismo.

Os padres iniciados nos mosteiros preparavam os faquires para a evocação dos mortos, com a obtenção dos mais notáveis fenômenos.

Na China há relatos de um grande número de experiências de comunicações com os mortos.

Idade Antiga

Aparição do "anjo Gabriel" à Maria

Estrela de Belém que anuncia o nascimento de Jesus aos Magos

O apóstolo Paulo,em suas cartas, reconhecia a prática dessas manifestações entre os cristãos primitivos ao recomendar: "Segui o amor e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis”.

Idade Média

Médiuns foram queimadas como "bruxas"; Ex:

Joana d’Arc,

Joana D’ArcNascida em Domrémy, na França (1412-1431), de família pobre, de camponeses, foi pastora até os 18 anos. Não sabia ler e escrever, mas dizia-se inspirada por santos e que seu destino era servir de instrumento para libertar sua pátria do domínio dos ingleses.

Comandou inúmeros exércitos e, após muitas vitórias, consegue repelir o inimigo, recuperando parte do território francês.

Todas as vozes que Joana ouve se referiam a sua grande missão, jamais de puerilidades. Muitos franceses, entretanto, temerosos do respeito e autoridade que Joana exercia, lhe negaram apoio, desencadeando derrotas.

Joana foi declarada herege e bruxa e, em 1431, queimada pelos próprios franceses em praça pública.

Emanuel Swedenborg

Nasceu em Estocolmo, Suécia (1688 - 1772).

Extraordinariamente culto, autoridade em metalurgia, engenheiro militar, conhecedor de Física, Astronomia, Zoologia, Anatomia, Finanças e Política, além de ser estudioso da Bíblia e de Teologia.

Desde a infância era médium vidente, logo surgindo a clarividência à distância, como no caso de Gothenburg, quando observou e descreveu com exatidão um incêndio em Estocolmo (300 milhas distante), enquanto jantava com 16 convidados.

Lançou alguns livros expondo as ideias que lhe surgiam com as visões que tinha de outros planos de existência.

Muitos anos antes do surgimento do Espiritismo como doutrina codificada, apresentou inúmeras ideias que mais tarde foram comprovadas pelo Espiritismo.

“O Senhor abria os olhos de meu Espírito para ver, perfeitamente desperto, o que se passava no outro mundo e para conversar, em plena consciência, com anjos e Espíritos”.

Andrew Jacson Davies

Nascido nos Estados Unidos (1826 - 1910).

Os poderes psíquicos de Davis começaram nos últimos anos da infância, ouvindo vozes de Espíritos que lhe davam conselhos. Desenvolveu sua mediunidade auditiva e clarividência na adolescência. A clarividência seguiu-se a clariaudiência.

Em 1844, provavelmente em corpo perispirítico, foi transportado de Poughkeepsie (onde residia) às montanhas de Catskill (mais ou menos 55 quilômetros distante). Nessas montanhas encontrou os espíritos de Galeno e Swedenborg, seus mentores.

Com o tempo, sua mediunidade aumentou, com fenômenos de xenoglossia (mediunidade poliglota).

Previu a invenção do automóvel, do avião e da máquina de escrever muito antes de surgirem no mundo material, em sua obra "Penetrália".

Também previu a manifestação ostensiva dos espíritos, o que aconteceu praticamente no ano seguinte, em Hydesville, com as irmãs Fox.

Ele começou a preparar o terreno, antes que se iniciasse a revelação.

Hydesville – Irmãs Fox

"Na noite de 28 de março de 1848, nas paredes de madeira do barracão de John D. Fox, começaram a soar pancadas incomodativas, perturbando o sono da família. As meninas Katherine (Katie ou Kate), de nove anos de idade, e Margarette, de doze anos, correram para o quarto dos pais, assustadas com os golpes fortes nas paredes e teto de seu quarto.

No dia 31 de março de 1848 a família Fox deitou-se mais cedo do que de costume, pois havia três noites seguidas que não podiam conciliar o sono.

Pouco depois as pancadas começaram, tornando-se às vezes em verdadeiros estrondos, que faziam tremer até os móveis do quarto.

As meninas assentaram-se na cama, e o Sr. John Fox resolveu dar uma busca completa pelo interior e pelo exterior da pequena vivenda, mas nada encontraram que explicasse aquele mistério.

Naquela mesma noite de 31 de março várias perguntas foram feitas pelos donos da humilde casa e por alguns dos inúmeros vizinhos ali chamados, obtendo-se sempre, por meio de certo número de pancadas, respostas exatas às questões formuladas.

Kate, a filha mais jovem do casal, muito viva e já um tanto acostumada ao fenômeno, pôs-se em dado momento a imitar as pancadas, batendo com os seus dedos sobre um móvel, enquanto exclamava em direção ao ponto onde os ruídos eram mais constantes:

"Vamos, faça o que eu faço."

Prontamente as pancadas do "desconhecido" se fizeram ouvir, em igual número, e paravam quando a menina também parava.

Margarette, brincando, disse: "Agora, faça o mesmo que eu: conte um, dois, três, quatro", e ao mesmo tempo dava pequenas pancadas com os dedos. Foi-lhe plenamente satisfeito esse pedido, deixando a todos estupefatos e medrosos.

Estava estabelecida a comunicação dos vivos com os mortos e assentada uma nova era de mais dilatadas esperanças, com a prova da continuidade da vida além do túmulo.

As experiências seguiram-se, numerosas e precisas. Os curiosos, atraídos por esses fenômenos novos, não se contentaram mais com perguntas e respostas.

A pouco e pouco foram estabelecendo uma convenção para receberem respostas mais detalhadas às perguntas que se faziam aos autores invisíveis. Convencionou-se um alfabeto em que cada letra representaria determinado número de batidas: o A seria uma, o B seria duas, o C, três, e assim por diante.

O comunicante invisível forneceu a sua história:

Fora um vendedor ambulante, que antigos moradores daquela casa assassinaram, havia uns cinco anos, para furtar-lhe o dinheiro que trazia. Seu corpo se achava sepultado no porão, a dez pés de profundidade.

Foram feitas escavações no porão, mas era tempo de chuvas e, como a água enchia logo a fossa que se abria no terreno pantanoso, resolveram realizar a busca em época propícia. No verão, continuaram a escavação e, a cinco pés de profundidade, foram encontrados carvão, cal e alguns ossos humanos. Por ser muito incompleto o achado, os incrédulos teceram suas dúvidas sobre a verdade da revelação.

As pancadas cont inuavam, tendo-as testemunhado vár ias centenas de cur iosos.

Foi através desse processo - o uso do alfabeto na telegrafia espiritual – que os Espíritos enviaram mensagens reveladoras dos desígnios superiores, como esta a seguir:

Caros amigos, deveis proclamar ao Mundo estas verdades. É a aurora de uma nova era, e não deveis tentar ocultá-la por mais tempo. Quando houverdes cumprido o vosso dever, Deus vos protegerá; e os bons Espíritos velarão por vós.

Passou meio século de esquecimento sobre Hydesville. Eis senão quando, alguns escolares da aldeia, brincando no local das ruínas do barracão, notaram que havia caído parte de uma parede interna, junto do alicerce, deixando visível um esqueleto humano quase inteiro e um baú de ferro.

Ao que tudo indica, o cadáver fora enterrado no centro do porão. Depois, alarmado o criminoso pela facilidade que havia em ser descoberto o crime, exumou o corpo para junto do muro. Ou porque a transferência se verificasse com muita precipitação, ou porque a luz era escassa, ficaram vestígios da inumação anterior.

Reconfirmava-se, assim, a declaração do Espírito do vendedor ambulante feita havia cinqüenta e cinco anos. O casal Bell ocultara o cadáver e o baú junto da parede da adega e construíra pelo lado interior outra parede.

Mesas GirantesPouco depois se observou que outras pessoas eram dotadas de semelhantes faculdades. Ao contacto de suas mãos uma mesa se levantava, dava pancadas com os pés, e essas pancadas respondiam com inteligência a perguntas.

As mesas se levantavam e, com um dos pés, davam certo número de pancadas, respondendo desse modo - sim, ou - não, conforme fora convencionado, a uma pergunta feita. Até aí nada de convincente havia para os cépticos, porquanto bem podiam crer que tudo fosse obra do acaso.

Obtiveram-se depois respostas mais desenvolvidas com o auxílio das letras do alfabeto: dando o móvel um número de pancadas correspondente ao número de ordem de cada letra, chegava-se a formar palavras e frases que respondiam às questões propostas.

. A precisão das respostas e a correlação que denotavam com as perguntas causaram espanto. O ser misterioso que assim respondia, interrogado sobre a sua natureza, declarou que era Espírito ou Gênio, declinou um nome e prestou diversas informações a seu respeito.

Este fenômeno, parece ter sido notado primeiramente na América. Em seguida, propagou-se rapidamente pela Europa e pelas outras partes do mundo. Em pouco tempo, a

experiência das mesas girantes atingiu grau extraordinário. Nos salões, a moda era interrogá-las sobre as mais fúteis questões. Era um passatempo de nova espécie e que fez furor.

Em 1853, a Europa inteira tinha as atenções gerais convergidas para o fenômeno das chamadas mesas girantes e dançantes, considerado o maior acontecimento do século

Na França, vemos que grupos e mais grupos de experimentadores curiosos se haviam organizado num fechar de olhos. A maravilhosa loucura do século XIX já se havia infiltrado no cérebro da Humanidade. E Paris inteira assistia, atônita e estarrecida, a este turbilhão feérico de fenômenos imprevistos .

Estava, assim, cumprido o papel dos fenômenos dessa fase inicial – invasão organizada - programada pelos Espíritos Superiores, com vistas à chegada de uma nova era de progresso para os homens.

O grande ruído da América comunicou-se à Alemanha, à França, à Inglaterra, à Espanha, à Itália, à Turquia e a outros países, invadindo todas as classes sociais, da choupana ao palácio. Verdadeira época de loucura - comentavam os jornais da época. Revolução inacreditável nas leis físicas. Os objetos repentinamente pareciam ter adquirido movimento autônomo, nos pontos mais diferentes do Mundo.

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