Fisiologia da Dor I

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1José Oswaldo de Oliveira Jr.

“Histórico, conceitos e fisiopatologia da dor”

Hospital A C CamargoEscola de Cancerologia Celestino BourroulFundação Antônio Prudente

Programa de Educação Continuada em Fisiopatologia e Terapêutica da

Dor - 2016

Equipe de Controle de Dor da Divisão de Anestesia HC FMUSP

Sensação :

processo pelo qual um estímulo externo ou interno provoca uma reação específica, produzindo uma percepção

Percepção :

interpretação consciente das sensações

compreensão do significado da sensação

Definições

DOR“Experiência sensitiva e emocional desagradável

associada ou descrita em termos de lesão tecidual”IASP 1984

(Cox JJ et al.,An SCN9A channelopathy causes congenital inability to experience pain. Nature. 2006 Dec 14;444(7121):894-8

Christopher J. Klein and Peter J. Dyck (2005)

A dor é uma experiência mental.

Ocorre apenas no estado consciente.

É resultado de atividades sensitiva, emocional e cognitiva noSNP e SNC, influenciada por experiências passadas vindasdesde a infância e sujeita à fatores familiares, sociais eculturais.

A dor é usualmente interpretada como sendo resultado delesão tecidual, apesar de poder não ser necessariamente ocaso.

Natureza da dor

Bond; Simpson. Pain – its nature and treatment, Edinburgh, Churchill Livingstone, 2006.

Significado evolutivo da dor(o valor biológico da dor)

A dor é uma qualidade sensitiva fundamental que alerta os indivíduos para a ocorrência de lesões teciduais, permitindo que mecanismos de defesa ou fuga sejam adotados.

É sinal de alarme de que algum dano ou lesão está ocorrendo.

A dor é uma experiência presente ao longo do mundo animal

Mecanismo de defesa

Alerta contra agressões que vêm do meio ambiente que coloquem em risco Integridade do organismo

Sobrevivência

Possibilidade de reprodução

Preservação da espécie

Significado evolutivo da dor(o valor biológico da dor)

Aspectos históricos

• Dor– Punição por pecados e atividades maléficas

– Prenúncio da morte

– Medicina exercida por sacerdotes

Aspectos históricos

Suméria (3.500 a.C.) Dor: punição dos deuses

Egito Antigo (1.700 a.C.) Dor por condições não

internas: punição dos deuses ou espíritos

Adão e Eva (Império Romano) Sofrimento como algo

natural e que leva à elevação espiritual

Aspectos históricos

Oriente:

Medicina árabe/muçulmana

Doenças com enfoque científico

Médicos recebendo sua formação em centros

Avicena – sugeriu que a dorera uma qualidade sensitiva distinta das demais e localizada no cérebro

Uso de remédios para o tratamento de doenças

Aspectos históricos

Ocidente

Ainda se via a dor como expiação que levaria à recompensa

Cura pela fé mais importante que por remédios

Aspectos históricos

Ocidente:

No final da Idade Média

Eclosão de universidades

No Renascimento

Separação gradual entre ciência e religião

Geração de conhecimento científico

Aspectos históricos Teorias da detecção do estímulo doloroso

(como o aferente primário age ao ser ativado) Duas teorias:

Teoria de padrão

Um estímulo doloroso é produzido quando um estímulo é suficientemente intenso para elicitar um padrão de atividade funcional indistinto na fibra nervosa.

O padrão é dado no SNC – medula ou cérebro, onderepresentações específicas são atribuídas aos estímulostérmicos, mecânicos ou químicos do campo receptivoperiférico.

Teoria da especificidade

A dor é produzida pela ativação de subtipos de neurôniossensitivos que sintonizados para detecção de qualidadesespecíficas ou intensidade (calor ou frio).

Sherrington CS. Qualitative difference of spinal reflex corresponding with qualitative difference of cutaneous stimulus. J. Physiol. 1903, 30:39–46

Perl ER. 2007. Ideas about pain, a historical view. Nat. Rev. Neurosci. 8:71–80

Melzack R, Wall PD. 1965. Pain mechanisms: a new theory. Science 150:971–79

Aspectos históricos

• Teoria da modulação da dor, 1911– Head e Fabritus

– Modulação no córtex de estímulos que vinham do tálamo.

• Teoria do Portão, 1965– Melzack e Wall

Comportamento Doloroso

Sofrimento

Dor

Nocicepção

Modelo multidimensional da dor

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difusãoosmóticapassiva

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Prostaglandina: uma substância algiogênica especial

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K+

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enzimas

bradicinina

serotonina

histamina

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K+

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enzimas

bradicinina

serotonina

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K+

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enzimas

bradicinina

serotonina

histamina

prostaglandinas

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Aumentam a afinidadedos receptoresdo atracadouroexterno

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K+

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enzimas

bradicinina

serotonina

histamina

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Pgreforço

da adesão

intercelular

K+

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enzimas

bradicinina

serotonina

histamina

prostaglandinas

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Aumentam a afinidadedos receptoresdo atracadouroexterno

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K+

H+

enzimas

bradicinina

serotonina

histamina

prostaglandinas

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Aumentam a afinidadedos receptoresdo atracadouroexterno

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migração

elementos

figurados

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migração

elementos

figurados(concentração

maior de substâncias

algiogênicas)

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(concentração

maior de substâncias

algiogênicas)

migração

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1970

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estímulo

direto

LESÃO

SNC

estímulo

indireto

histamina

mastócitos

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bradicinina

endotélio

plaquetas

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fibras transparentesfinasamielínicasmultimodaisconectadas a vias dolorosas

fibras C

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Receptores de receptores: de proteases

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Receptores de receptores: opióides

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Receptor

vanilóide

Receptores de receptores: vanilóides

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Receptor

vanilóide

Receptor

piezzo 1 e 2

Receptores de receptores: piezzo tipos 1 e 2

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ou Zn++

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