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INFLUNCIA DAS TCNICAS DE
INSTRUMENTAO NO DESVIO APICAL DOS
CANAIS RADICULARES
FLVIA MOREIRA TESTA
Dissertao apresentada Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de So Paulo, como parte dos requisitos para obteno do ttulo de Mestre em Odontologia na rea de Endodontia.
BAURU
2003
INFLUNCIA DAS TCNICAS DE
INSTRUMENTAO NO DESVIO APICAL DOS
CANAIS RADICULARES
FLVIA MOREIRA TESTA
Dissertao apresentada Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de So Paulo, como parte dos requisitos para obteno do ttulo de Mestre em Odontologia na rea de Endodontia. Orientador:Prof. Norberti Bernardineli
BAURU
2003
Testa, Flvia Moreira T286i Influncia das tcnicas de instrumentao no desvio apical
dos canais radiculares / Flvia Moreira Testa. Bauru, 2003.
101p.: il.; 31 cm.
Dissertao (Mestrado) Faculdade de Odontologia de Bauru. Universidade de So Paulo.
Orientador: Prof. Dr. Norberti Bernardineli
Autorizo, exclusivamente para fins acadmicos e cientficos, a reproduo total ou parcial desta dissertao/tese, por processos fotocopiadores e outros meios eletrnicos. Assinatura:
ii
FLVIA MOREIRA TESTA
Nascimento 19 de novembro de 1977 Londrina-PR
Filiao Jackson Proena Testa Maria Claudete Moreira Testa Graduao 2000 Curso de Odontologia da Universidade
Norte do Paran UNOPAR - Londrina PR Especializao 2001 Curso de Especializao em Endodontia UNOPAR- Londrina PR
iii
DEDICATRIA Aos meus pais
Jackson e Claudete, Por ter me dado a vida, os ensinamentos e os incentivos necessrios para ser algum digno. Amo Vocs.
Ao meu esposo Andr, Pela compreenso nas ausncias e carinho com que tem me tratado estes momentos de minha vida.Sempre te amarei.
minha irm Bruna, O tempo jamais conseguir remover da minha mente os momentos de infncia que compartilhamos juntas. Amo-te.
iv
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Ao meu orientador, Prof. Dr. Norberti Bernardineli, pelo apoio e
conhecimento que foram concedidos, sem os quais a realizao deste trabalho no
seria possvel.
A Dra. Maria Fidela Navarro, que muito mais do que coordenadora deste
Mestrado Interinstitucional, foi um exemplo de luta e dedicao para que este projeto
se torna-se realidade.
Ao Dr. Newton Expedito de Moraes, que com sua presena constante,
determinao, dinamismo e exemplo de vida, mostram que a persistncia e a f so
os pilares fundamentais para a construo e realizao de qualquer projeto.
Aos professores do Departamento de Endodontia da FOB-USP-Bauru, Prof.
Dr. Ivaldo Gomes de Moraes, Prof. Dr. Roberto Brando Garcia e Prof. D. Clvis
Bramante, pelas sugestes que sempre me foram passadas.
Ao Dr. Carlos Alberto Spironelli Ramos, grande incentivador e responsvel
por despertar em mim o interesse pela Endodontia, meu eterno agradecimento.
Ao amigo Professor Alfredo Franco Queiroz, pela amizade e companhia nas
idas e vindas.
v
Aos meus colegas de Mestrado, Adelmo, Aline, Bruno, Daniela, Dirce,
Fernando, Roberto e Tadeu, pela amizade conquistada.
Ao colega Victor Hugo Brochado, pelas orientaes sempre bem-vindas.
Aos funcionrios e amigos Ricardo, Edymauro Andrade, Suely Bettio e Neide
Leandro, pelo carinho e esprito de cooperao com que me receberam.
A todos aqueles que de alguma forma contriburam para a realizao deste
trabalho.
vi
AGRADECIMENTOS INSTITUCIONAIS
A Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade So Paulo na pessoa de
Diretora Dra. Maria Fidela Navarro.
A Comisso de Ps-Graduao da Faculdade de Odontologia de Bauru, na
pessoa de presidente Jose Carlos Pereira.
Universidade Norte do Paran, pelo incentivo e permisso de licena para
realizao deste trabalho.
A Dra. Maria Celeste Morita, Coordenadora do Curso de Odontologia da
Unopar, pelo apoio e incentivo.
Aos Professores do Departamento de Endodontia da Unopar; Mauro Celso
Ber, Douglas Giordani, meus sinceros agradecimentos.
vii
SUMRIO
LISTA DE FIGURAS.........................................................................................vii
LISTA DE TABELAS.......................................................................................viii
RESUMO..............................................................................................................ix
1 INTRODUO...............................................................................................2
2 REVISO DA LITERATURA......................................................................5
2.1 Quanto tcnica manual...................................................................................5
2.2 Quanto s peas automatizadas......................................................... ..............23
3 PROPOSIO..............................................................................................33
4 MATERIAL E MTODOS.........................................................................35
4.1 Material...........................................................................................................35
4.2 Mtodos...........................................................................................................39
4.2.1 Seleo dos grupos....................................................................................42
4.2.2 Preparo do prvio canal radicular.............................................................43
5. RESULTADOS.............................................................................................53
6. DISCUSSO..................................................................................................58
6.1 Quanto metodologia.....................................................................................59
6.2 Quanto aos resultados.....................................................................................65
7. CONCLUSO...............................................................................................73
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..............................................................75
ABSTRACT.........................................................................................................92
ANEXOS..............................................................................................................94
viii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Incluso dos dentes na resina, mostrando a fixao do dente...............40
FIGURA 2 - Plataforma radiogrfica acoplada ao cilindro localizador do aparelho de
Raios X................................................................................................41
FIGURA 3 - Mtodo de Schneider. .........................................................................42
FIGURA 4 - Aparelho eltrico ENDOMATE II (NSK)..........................................44
FIGURA 5 - (Grupo I), tcnica manual com limas Flexofile...................................45
FIGURA 6 -(Grupo II), tcnica mecnico-oscilatria com limas Nitiflex................46
FIGURA 7 - (Grupo III), tcnica mecnico-rotatria instrumento Profile0.4...........47
FIGURA 8A - (Grupo IV), tcnica associada, mecnico-oscilatria........................49
FIGURA 8B - (Grupo IV), tcnica associada, e mecnica- rotatria........................49
FIGURA 9 Radiografia com instrumento correspondente ao dimetro cirrgico
posicionado no comprimento de trabalho..............................................50
FIGURA 10 Radiografia com instrumento memria..............................................50
FIGURA 11 Sobreposio das radiografias, inicial e final.....................................50
FIGURA 12 - Sobreposio das radiografias............................................................51
FIGURA 13- Valores mdios de desvio apical observados nos canais radiculares, em
funo dos diferentes grupos experimentai (em mm)..............................55
ix
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Valores dos desvios apicais (em mm) e mdias encontrados aps o
preparo dos canais radiculares de acordo com os dentes e os grupos
experimentais utilizados: Grupo I (manual/Flexofile); Grupo II
(mecnico-oscitatrio/Nitiflex); Grupo III (mecnico-rotatrio/Profile
0.4) e Grupo IV(mecnico-oscitatrio/Nitiflex e mecnico-
rotatrio/Profile 0.4)............................................................................54
TABELA 2 - Desvio mdio de cada grupo com os respectivos desvios padro,
desvios mnimo e mximo, e amplitude de cada grupo....................55
TABELA 3 - Dados referentes ao resultado aplicado da aplicao do teste estatstico
ANOVA..............................................................................................56
RESUMO
O propsito deste estudo foi verificar, in vitro, quatro tipos de tcnicas de
instrumentao analisando a presena do desvio apical. Sessenta razes msio-
vestibular, de molares superiores humanos extrados, foram selecionadas,
padronizadas quanto ao tamanho e grau de curvatura e distribudas aleatoriamente
em quatro grupos distintos de quinze dentes cada. Foram feitos os acessos
coronrios, desgastes compensatrios e odontometria. Foi realizada uma tomada
radiogrfica de cada dente, utilizando-se um dispositivo especial, com finalidade de
manter o dente e a pelcula radiogrfica na mesma posio. A seguir os dentes foram
instrumentados de acorda com as condies experimentais, ou seja, grupo I foi
utilizada a tcnica progressiva manual com limas tipo Flexofile. O grupo II utilizou
apenas a tcnica mecnico-oscilatria com limas Nitiflex; no grupo III utilizou-se
apenas a tcnica mecnico-rotatria com Profile 0.4 e no grupo IV a associao das
tcnicas mecnico-oscilatria inicialmente seguida pela mecnico-rotatria. Ao final
das tcnicas de preparo de cada um dos grupos, uma nova tomada radiogrfica foi
realizada, na mesma posio da primeira, inserindo o instrumento memria no canal
para que se pudesse analisar comparativamente o ndice de desvio apical ocorrido. O
resultado demonstrou a eficinc ia das tcnicas de instrumentao no preparo de
canais curvos, sendo que o menor desvio ocorreu em relao ao grupo IV seguido
pelo grupo II e III numericamente iguais e o maior desvio para o grupo I sem, no
entanto, existir entre eles diferena estatisticamente significante.
INTRODUO
Introduo
2
1 INTRODUO
No contexto atual a Endodontia se resume em um tratamento complexo onde
alm daquele relacionamento cordial entre paciente e profissional, o preparo do
dente, desde a sua abertura at a obturao definitiva do canal, se constitui em fatores
extremamente importantes que, corretamente executado, traduzem em inevitvel
sucesso.
Dentro desta seqncia, o preparo mecnico do conduto radicular
desempenha um papel fundamental na limpeza e desinfeco do sistema criando
condies ideais a uma obturao hermtica do canal.
A garantia de qualidade no preparo se traduz na manuteno da forma cnica
do canal e principalmente do forame, em sua posio original, tanto quanto possvel
na forma e tamanho.
Segundo SCHILDER99 (1974) alm da desinfeco, o sucesso do tratamento
depende do correto preparo do canal radicular.
A presena de razes curvas anatomicamente uma constante nos grupos
dentais.
O preparo destes canais curvos associados resistncia metlica dos
instrumentos, que mesmo pr-curvados, nem sempre acompanham o grau de
curvatura do canal podem levar a algumas irregularidades em seu preparo.
A formao dos degraus de uma freqncia muito grande, assim como
desvio de forame que j foi evidenciado em diversas pesquisas, mesmo que se
procure instrumentar da melhor maneira possvel.
Procurando sanar essas dificuldades os instrumentos foram padronizados.
Metais de boa qualidade e mais flexveis foram usados e junto a isso se procurou
aperfeioar as tcnicas de manipulao destes instrumentos com movimentos de
preparo mais cuidadosos e especficos a cada anatomia radicular.
Em princpio nos parecia que limas mais flexveis se desviariam menos do
conduto radicular. Com base nesta observao, uma das primeiras a surgir no
mercado, foi a lima K-Flex que, segundo KRUPP, BRANTLEY, GERSTEIN61
(1995) mostrou ser mais flexivel que as limas tipo Kerr. Logo depois, surgiu a lima
Introduo
3
Flexofile, tambm bastante flexvel, que demonstrou ser mais eficiente no preparo de
canais do que as limas tipo Kerr e K-Flex .
Seguindo esta mesma idia surgiram novos instrumentos, alguns como o de
ROANE92 (1985) com guia de penetrao sem arestas cortantes, assim como outros
instrumentos cuja principal alterao eram as modificaes no guia de penetrao.
Os instrumentos fabricados de ao inoxidvel e ao carbono vm sendo
usados por muitos anos sendo que mais recentemente surgiram os instrumentos de
nquel-titnio, talvez com intuito de suprir as possveis deficincias que os atuais
instrumentos possuam.
Segundo SERENE, ADAMS E SAXENA102 (1995), estas ligas tm alta
elasticidade e so mais resistente fadiga que as ligas de ao inoxidvel.
A tcnica de uso de um instrumento extremamente importante e tem uma
parcela significativa na preveno de acidentes e no sucesso do tratamento.
Em 1985, ROANE92 introduziu o uso de foras balanceadas aos
instrumentos, enfatizando com isso a aplicao do movimento de rotao no interior
do conduto radicular, que, somado ao emprego das ligas de nquel-titnio,
apresentavam novos rumos ao uso de instrumentos acionados mecanicamente no
preparo dos condutos radiculares.
No suficiente utilizar bons instrumentos, mas garantir tambm a melhor
utilizao. A maneira como se usa, assim como movimentos adequados aos mesmos
garantem uma melhor eficincia do seu emprego. As tcnicas clssicas de
instrumentao sobreviveram por muitos anos, possivelmente muitos ainda o usem
nos dias de hoje.
Novos conceitos com formas diferentes de aplicao de foras so algumas
das caractersticas das novas tcnicas que tm surgido nos ltimos anos. Tcnicas
manuais escalonadas, manuais progressivas ou coroa pice, tcnica mecnico-
manuais, mecnicas e ultra-snicas so algumas formas de preparo de canais com
todas suas variveis, largamente aplicadas nos dias de hoje.
Baseando-se nestas observaes, e nos novos conceitos no uso dos
instrumentos endodnticos, procurou-se avaliar neste trabalho as tcnica manual,
mecnico-oscilatrio, mecnico-rotatrio e seu possveis efeitos na curvatura do
canal radicular no preparo do conduto radicular.
REVISO DE LITERATURA
Reviso de Literatura
5
2 REVISO DE LITERATURA
2.1 Quanto Tcnica Manual
Na busca do resultado final do tratamento endodntico, que representado
pela obturao hermtica e tridimensional de todo o espao do canal radicular,
depende dentre outros fatores, da qualidade da limpeza e modelagem.
Algumas variveis como os tipos de curvaturas radiculares, o tipo de
instrumento utilizado e a interao destes com as paredes dos canais radiculares so
os grandes obstculos. Neste aspecto, o conhecimento da anatomia interna merece
especial considerao, a qual pode alterar-se como conseqncia da reao de defesa
do tecido pulpar frente perda tecidual.
SCHNEIDER100 (1971) realizou trabalho para verificar a freqncia que
preparos circulares podem ser produzidos pela instrumentao manual no tero
apical de canais retos e curvos. Foram utilizados 29 dentes, empregando metodologia
para determinar a curvatura radicular, que consiste nos seguintes passos: uma linha
reta traada passando pelo longo eixo do canal radicular, seguindo de outra,
iniciando no forame apical at interceptar a primeira no ponto em que o canal
comea a desviar do longo eixo do dente. O ngulo formado pela interseco destas
duas retas considerado o ngulo da curvatura radicular. Em seguida, os dentes
foram divididos em trs grupos, sendo: 10 dentes com canais retos (5 ou menos de
curvatura), 10 com curvatura moderada (10 a 20), e 9 com curvatura severa (25 a
70). Os canais foram instrumentados com lima tipo K (Kerr), com ao de
alargamento e tcnica seriada. Aps o preparo, seces transversais a 1 mm e 5mm
do pice radicular foram realizadas e examinadas em microscpio com aumento de
25 vezes. Os resultados mostraram que canais retos apresentaram preparos mais
circulares que os curvos, sendo encontrado com forma circular em 51% dos casos no
nvel de 1mm, e somente em 17% no nvel de 5mm.
Reviso de Literatura
6
ABOU-RASS et al.1 (1980) enfatizaram a necessidade de direcionamento do
corte dos instrumentos para as regies mais volumosas das razes dentrias,
denominado de limagem em anticurvatura, a preocupao com a qualidade do
preparo do canal radicular sempre esteve presente, principalmente quando existem
curvaturas acentuadas, pois os instrumentos endodnticos, por maior que seja a
flexibilidade, tendem a cortar a dentina de maneira desordenada, isto, para evitar
corte em reas de menor espessura radicular dos dentes.
No trabalho de GOERING47 et al. (1982) a etapa mais importante introduzida
foi o acesso radicular, permitindo melhor condio de acessar a rea apical. LEEB65
(1983) confirmou a importncia desta manobra ao analisar o efeito do alargamento
do orifcio de entrada dos canais previamente ao preparo da regio apical, utilizando
dentes molares, superiores e inferiores extrados, que apresentavam razes curvas e
pice fechado. Para tal, injetou tinta nanquim no interior dos canais radiculares e
introduziu limas tipo K at sentir o momento em que esta encontrava resistncia. As
limas eram removidas e os locais apresentavam impregnaes de tinta nanquim
analisado. Em seguida, o orifcio de entradas dos canais foi alargado com brocas
G.G. #2,#3 e#4, ou com brocas de Peeso #1,#2 e #3 e as limas eram novamente
introduzidas e analisados os locais com impregnaes de tinta nanquim. Os
resultados evidenciaram que, quando o alargamento do orifcio de entrada dos canais
no foi realizado, as impregnaes estavam aderidas distantemente da ponta das
limas. Quando o alargamento com brocas G.G. e brocas Peeso foi utilizado, as
impregnaes foram observadas somente na ponta destas, necessitando de lima de
maior dimetro para sentir resistncia ao penetrar.
Tradicionalmente, a determinao da curvatura do canal radicular realizada
pelo mtodo de SCHNEIDER100 (1971), mas WEINE128 (1982) descreve uma
variao deste mtodo. Cita que deva ser traada uma reta iniciando pela entrada do
canal radicular estendendo-se pelos teros cervical e mdio da raiz, e outra saindo do
pice radicular estendendo-se retilineamente pelo tero apical. A interseco destas
formam quatro ngulos, sendo o interior desta interseco o ngulo da curvatura do
canal radicular.
Reviso de Literatura
7
Para avaliar a efetividade de tcnicas de instrumentao, MORGAN &
MONTGOMERY80 (1984), utilizaram 45 dentes unirradiculares extrados,
apresentando curvaturas radiculares entre 10 e 35 e instrumentados utilizando a
tcnica crow-down sem presso apical. Vinte dentes foram preparados pela tcnica
de limagem circunferencial, vinte dentes pela tcnica convencional e cinco dentes
serviram como controle. Aps, o preparo os canais foram preenchidos com material
de moldagem e os dentes diafanizados. Todos os espcimes foram observados por
cinco examinadores independentes, utilizando parmetros de instrumentao nos
quais se fez uma avaliao total da eficcia. A anlise estatstica mostrou uma
diferena significativa somente na avaliao final. A tcnica crow-down sem presso
apical recebeu significantemente as melhores avaliaes que a tcnica convencional
e mostrou ser um mtodo efetivo na instrumentao de canais curvos.
ROANE et al. 92 (1985) propuseram cinemtica baseada numa associao de
movimentos rotacionais direita e esquerda, denominando de fora balanceada.
A base para a introduo deste conceito teve origem na lei da fsica, a qual afirma
que toda ao teria reao de mesma intensidade, mas em sentido contrrio. Assim,
uma vez o instrumento inserido no interior do canal radicular e aplicando
movimentos rotacionais direita e esquerda, criar -se- ia uma interao de foras
entre este e s paredes dentinrias, tendendo a manter o instrumento centralizado no
eixo do canal radicular, anulando a fora de restaurao da curvatura do canal sobre
o instrumento. Propem a utilizao de instrumentos de seco transversal triangular
por serem mais flexveis em 37,5% em relao aos de seco quadrangular, gerando
menor tenso deste na parede do canal radicular. Importante modificao na forma
dos instrumentos foi remoo das arestas cortantes da guia de penetrao com a
finalidade de anular a fora gerada na ponta do instrumento, diminuindo virtualmente
a possibilidade de deformaes na rea apical.
Demonstrando preocupao com a eficincia de corte dos instrumentos em
funo da sua guia de penetrao, MISERENDINO et al. 77, em 1985, compararam
sete diferentes tipos de instrumentos adaptados a um contra ngulo que
proporcionava movimentos oscilatrios de um quarto de volta direita e esquerda.,
Reviso de Literatura
8
Utilizando para tanto canais artificiais confeccionados em osso bovino. O intuito era
correlacionar o ngulo e o comprimento da guia de penetrao com as diferenas na
capacidade de corte dos instrumentos. Concluram os autores que o desenho da ponta
do instrumento influenciou significativamente sua capacidade de dilatar esses canais
artificiais. Observaram, ainda, que na maior parte dos instrumentos testados, a ponta
foi significativamente mais influente na capacidade de corte do que o restante da
parte ativa dos instrumentos.
Dentro da proposta de ROANE et al. 92 (1985) no somente introduziu-se
nova cinemtica, mas tambm instrumentos com ponta inativa para evitar o
transporte do canal radicular, sendo ressaltado por MISERENDINO et al. 77 (1985),
mostrando que estas apresentam grande potencial de corte. Neste aspecto,
POWEELL et al. 90 (1986) compararam o efeito de limas com e sem modificao da
ponta ativa na qualidade do preparo da regio apical. Foram utilizados 40 canais
simulados, confeccionados em resina, apresentando 30 de curvatura. Injetou-se
corante no interior dos canais, foram fotografados no sentido msio-distal e
vestbulo-lingual divididos em 5 grupos e instrumentados com as seguintes tcnicas:
automatizada com o sistema Dynatrak, Fora Balanceada, alargamento e limagem
seriada e tcnica escalonada. Utilizou limas tipo K de seco triangular com pontas
convencionais e modificadas para as tcnicas de instrumentao manual e sistema
Dynatrak. Para a tcnica escalonada o alargamento apical foi at lima #35 entre
0,5mm e 1mm do forame apical, com recuo de 0,5mm pra as limas #40 e #45. Nas
outras tcnicas foi utilizada lima #45 entre 0,5mm e 1mm aqum do forame apical.
Em nenhuma tcnica foi utilizado instrumento rotatrio auxiliar. Aps a
instrumentao, os canais foram fotografados novamente nas mesmas posies, e
atravs de sobreposio das imagens, determinou-se o desvio do canal original. A
anlise estatstica mostrou que a instrumentao manual com limas de ponta
modificada foi expressivamente melhor que as no modificadas. No havia
diferenas significativas no preparo dos canais entre limas com ponta modificada e
no modificada no sistema automatizado. Em todos os grupos houve alterao da
anatomia original dos canais.
Reviso de Literatura
9
STADLER et al. 110 (1986) avaliaram a qualidade do preparo do canal
radicular atravs de duas tcnicas, utilizando cinemtica de alargamento e de
limagem. Os tratamentos foram realizados por estudantes de graduao, e
compreenderam dentes incisivos laterais superiores, razes mesiais dos molares
inferiores e razes msio-vestibulares dos molares superiores, com curvaturas entre 5
e 35, num total de 520 razes em 439 pacientes. Nos dentes que foram preparados
com movimentos de alargamento, utilizou alargadores para preparar a regio apical e
limas Hedstrem para preparar a regio cervical. Nos dentes que foram preparados
com movimentos de limagem, utilizaram somente limas Hedstrem. Os resultados
indicaram que as complicaes do tratamento endodntico crescem com o aumento
do grau de curvatura dos dentes molares. Fraturas de instrumentos e desvios laterais
da curvatura original dos canais foram mais freqentes com tcnica de alargamento,
enquanto que sobre-instrumentao e perfurao radicular com a tcnica de limagem.
Perda do comprimento de trabalho ocorreu em ambas as tcnicas. Isto sugere que as
complicaes mais freqentes durante a instrumentao dos canais radiculares curvos
podem ser diminudas se limas forem utilizadas para o alargamento dos canais e
alargadores para modelagem final da parte apical.
Avaliando o risco de perfurao em canais curvos, LIM & STOCK68 (1987)
utilizaram tcnica de preparo anticurvatura comparando com tcnica step-back.
Foram utilizados 30 canais mesiais dos primeiros e segundos molares inferiores,
instrumentados com tcnica anticurvatura step-back utilizando limas tipo K pr
curvadas. A tcnica step-back foi realizada at o instrumento #25 a 1mm do vrtice
e escalonamento at a lima #60 com recuos de 1mm a cada instrumento. Os dentes
foram seccionados a 5mm e 8mm do pice e determinado a espessura mnima
remanescente na parede mesial e distal para cada canal. A limagem anticurvatura
mostrou reduzir o risco de perfurao da superfcie da furca, sendo que este foi maior
no nvel de 8mm que no nvel de 5mm do pice.
A manuteno da curvatura original do canal radicular um objetivo difcil
de ser conseguido. Com esta finalidade, SOUTHARD108 et al. (1987) investigaram a
Reviso de Literatura
10
capacidade de manter o canal radicular em sua posio original quantificando a
ocorrncia de desvio. Foram utilizados canais msio-vestibulares dos molares
superiores e canais mesiais dos molares inferiores de molares extrados, divididos em
dois grupos: O grupo A consistiu de 25 canais que apresentavam curvatura
unidirecional de 15 no sentido msio-distal e o grupo B 25 canais nos planos msio-
distal e vestbulo- lingual. Os dentes foram includos em blocos de resina e os canais
explorados com lima tipo K #08 at o forame apical. Um dispositivo que permitia a
obteno de radiografias na mesma posio foi confeccionado, radiografando-se nos
dois planos com os instrumentos #10 e #15. Os canais foram preparados com
tcnicas proposta por ROANE et al. (1985) utilizando limas tipo K Unitek sem pr-
curvaturas. Brocas de G.G. #2 a #6 foram utilizadas aps a lima #35 para auxiliar o
preparo da parte reta do canal radicular. Radiografias com instrumentos #20 a #45
foram realizadas e comparadas com as iniciais. Os resultados mostraram que a
utilizao da lima #45 manteve a posio do canal sem alterao em 40% dos casos.
Entretanto, com a lima #40 foi mantido em 80%. Com estes resultados, sugere-se que
uma instrumentao efetiva de canais curvos pode ser realizada com instrumentos de
grandes nmeros sem pr-curvatura, no apresentando diferenas significativas na
alterao da posio original do canal radicular.
CALHOUN & MONTGOMERY22 (1988) utilizaram canais mesiais de 24
primeiros e segundos molares inferiores, e analisaram a capacidade de manter o canal
radicular centralizado em relao posio original, a quantidade de dentina
removida, a direo, quantidade de transporte do canal e a forma final da modelagem
de quatro tcnicas de instrumentao. Montaram os dentes em sistemas propostos por
BRAMANTE et al. 19 (1987), seccionando-os transversalmente em 3 nveis (apical,
mdio e cervical) divididos em 3 grupos. O grupo A foi instrumentado com limas K
Flex e movimentos circunferenciais at a lima #30. Nas quais foram eliminadas as
espiras do lado oposto da curvatura. O escalonamento foi realizado at a lima #45, e
uma lima Hedstrem #50 foi utilizada para preparar o tero mdio e cervical atravs
de movimentos circunferenciais. O grupo B foi instrumentado com limas Flex-R e
movimentos de fora balanceada, sendo que aps a explorao do canal com lima
#15 at o forame apical, broca G.G. #2 foi utilizada para preparar a entrada do canal.
Reviso de Literatura
11
A regio apical foi preparada at a lima #35, e limas #40, #45, #50 e #55 com recuos
a cada 0,5mm do forame apical. O grupo C foi instrumentado utilizando o Sistema
Ultra Snico Enac com limas Flex R at a lima #40 e escalonamento at a lima
#50 com recuos de 0,5mm. O grupo D foi preparado de maneira similar ao grupo C,
exceto que limas Zipperer foram utilizadas em substituio s limas Flex-R. Os
dentes foram analisados atravs de fotografias pr e ps-instrumentao. Os
resultados mostraram que a tcnica que utilizou a Fora Balanceada manteve os
canais mais centrados, mas com diferenas no significantes em relao tcnica
escalonada, a lima Flex-R e a lima Zipperer no sistema ultra-snico. Havia menor
quantidade de dentina removida com a tcnica escalonada. Com todas as tcnicas, o
canal original foi transportado na mesma direo em todos os nveis. A maioria dos
canais do grupo da tcnica da Fora Balanceada apresentou-se circular, ao passo que
os outros grupos apresentaram canais ovais.
A liga metlica para a confeco dos instrumentos endodnticos iniciou com
o ao carbono, aumentando a qualidade com a utilizao do ao inoxidvel, sendo
corroso e flexibilidade as grandes melhorias ocorridas. Mesmo com a flexibilidade
aumentada, curvaturas acentuadas ainda continuam difceis de serem vencidas, pois
quanto maior o alargamento da rea apical, maior ser a possibilidade de ocorrer
desvio. Constatando que a liga nquel-titnio utilizada em ortodontia malevel e
flexvel, WALIA et al. 125 (1988), em trabalho pioneiro de introduo desta liga
metlica em endodontia, investigou as propriedades de toro e flexibilidade da liga
nitinol, confeccionando prottipos de limas com seco triangular #15, comparando
com limas tipo K confeccionadas de mesma forma, calibre e seco transversal.
Estas foram avaliadas em testes mecnicos da flexibilidade e resistncia toro no
sentido horrio e anti-horrio. Avaliaes em MEV tambm foram realizadas para
verificar os efeitos do processo de fabricao sobre a superfcie e a morfologia destes
locais aps fratura por toro. Os resultados mostraram que as lima nquel-titnio
so de 2 a 3 vezes mais flexveis que as limas de ao inoxidvel, bem como
apresenta superior resistncia fratura em movimentos de toro nos sentidos
horrio e anti-horrio. Observou-se tambm que a extraordinria flexibilidade destas
limas resultado do baixo mdulo de elasticidade da liga nitinol em tenso e
Reviso de Literatura
12
cisalhamento. A superior resistncia fratura foi atribuda a ductibilidade da liga
nquel-titnio observada no movimento horrio e na anlise da superfcie atravs da
MEV.
Em 1989, SEPIC et. al. 101 Compararam atravs de tcnica de dupla exposio
radiogrfica, a quantidade de transporte apical que ocorre quando do emprego de
tcnica step-back utilizando limas tipo K e fora balanceada com o emprego de limas
Flex-R. Em ambos os casos utilizaram brocas G.G. #2 e #3, sendo que, a mxima
lima apical para a tcnica step-back foi a #30 e para a Fora Balanceada a #35.
Foram utilizados 80 canais msio-vestibulares de molares com curvaturas entre 30 e
73, divididos em dois grupos de 40 dentes. A posio da lima na viso proximal e
clnica com a lima #15 e com a ltima utilizada foi analisada atravs de digitalizao
computadorizada das imagens. A anlise estatstica mostrou significativamente
menor transporte apical com a utilizao da tcnica de fora balanceada quando
comparada com tcnica step-back em canais que exibiam curvatura maior ou menor
que 45. Na viso clnica a tcnica step-back transportou nos 3mm apicais o
equivalente a 0,232mm e 0,141mm na viso proximal e a tcnica de fora balanceada
transportaram 0,05mm e 0,049mm nas vises clnica e proximal respectivamente.
Comparando a modelagem do canal radicular recorrendo a tcnica com
movimentos de limagem e com movimentos rotacionais, CIUCCHI et al. 31 (1990),
utilizaram 40 dentes molares inferiores preparados por duas tcnicas com cinemtica
de limagem (seriada com limas tipo K, e escalonada com limas Flexofile), e duas
tcnicas com cinemtica de alargamento (fora balanceada com limas Flex-R, e
tcnica experimental com movimentos de alargamento somente no sentido horrio
com limas Flexofile). Em nenhuma tcnica foi utilizado instrumento rotatrio
auxiliar para preparar o tero cervical. Os limites apicais de ala rgamento para a
tcnica seriada e escalonada foram instrumentos #30 e #35, fora balanceada
instrumentos entre #40 e #60, e para tcnica experimental instrumentos entre #35 e
#40. A anlise foi realizada atravs de radiografias pr e ps-operatrias e tambm
com MEV em hemiseces longitudinais das razes. Cada preparo foi analisado
qualitativamente no que respeita centralizao, conicidade, desenho apical e
Reviso de Literatura
13
aparncia da superfcie da parede do canal. A tcnica escalonada apresentou o
melhor afunilamento, desenho do stop apical e paredes sem ranhuras. A tcnica
seriada promoveu a melhor centralizao e definio do preparo apical. As tcnicas
com movimentos rotacionais produziram os resultados menos confiveis. Com
exceo de alguns espcimes que foram retificados, a tcnica de fora balanceada
provou ser efetiva para a modelagem de canais com curvaturas moderadas. A falta de
afunilamento, assim como a ausncia de matriz apical foi comum na tcnica da fora
balanceada. A tcnica experimental com preparo rotacional somente direita
mostrou pouca preciso apesar de propiciar melhor afunilamento e desenho apical,
mas com ranhuras visveis nas paredes.
FIGUEIREDO44 (1990) estudou comparativamente a formao do desvio
apical quando dos preparos realizados pela tcnica seriada e escalonada, utilizando
50 canais artificiais com curvatura de 40, divididos em dois grupos. No grupo 1 os
canais foram preparados com tcnica manual convencional seriada, e no grupo 2,
tcnica escalonada. Os resultados apontaram para uma maior incidncia de desvio
apical quando do preparo pela tcnica convencional seriada.
Comparando atravs de radiografias a capacidade de duas tcnicas de
instrumentao em promover desvio do canal, BACKMAN et al. 9 (1992) fazendo
uso dos canais msio-vestibulares dos molares superiores e os mesiais dos molares
inferiores de 50 dentes extrados, apresentando curvaturas unidirecionais e
bidirecionais. Um grupo foi instrumentado com tcnica denominada de alargamento
progressivo empregando limas Hedstrem e limas tipo K, e outro grupo utilizando
tcnica de fora balanceada com limas modificadas especialmente para este
experimento. Radiografias foram feitas, com os instrumentos #30 e #35 para a
tcnica de alargamento progressivo, e #45 para a fora balanceada e foram projetadas
em um anteparo, comparando-se com a posio inicial da lima #15. Os resultados
que as limas # 30 e # 35 utilizadas na tcnica de fora balanceada produziram
significante menor desvio do canal original quando comparada com limas de
dimetro similares com a tcnica de alargamento progressivo.
Reviso de Literatura
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Com o objetivo de verificar a presena de desvio apical em funo do nmero
do instrumento memria, ESTRELA et al.43 (1993), valendo-se de 75 canais
artificiais confeccionados com resina epxica com curvatura de 40. O preparo do
canal foi realizado com limas K-Flex pr curvada, renovada aps o preparo de trs
canais. Os canais foram divididos em trs grupos, variando-se o dimetro do
instrumento memria empregado, a saber: Grupo 1, #25, Grupo 2, #30 e Grupo 3,
#35. Verificaram que quanto maior o nmero do instrumento memria maior a
incidncia de desvios, cujos percentuais foram de 32%, 56% e 76% respectivamente
para os grupos 1,2,e 3.
CAMPS; PERTOT24, em 1995, compararam a dureza e resistncia fratura de
quatro marcas de limas tipo Kerr de liga nquel-titnio, a saber: Maillefer nquel-
titnio, Brasseler nquel- titnio, JS Dental nquel-titnio e Mac Spadden nquel-
titnio, tendo como grupo de controle limas tipo Kerr de ao inoxidvel.
Instrumentos de nmero 15 a 40, 10 de cada nmero, foram testados de acordo com
as especificaes nmero 28 da ANSI/ADA. Concluram que:
as limas tipo Kerr de nquel- titnio satisfizeram s
especificaes da ANSI/ADA para os valores de momento de
fratura, exceto o nmero 40 Maillefer nquel-titnio e o
nmero 30 Mac Spadden nquel-titnio.
satisfizeram tambm s especificaes para rotao at a
fratura e momento de flexo a um ngulo de 45 graus.
as limas nquel-titnio apresentaram menor torque at a
fratura do que as limas Kerr de ao inoxidvel e igual rotao
at a fratura.
as limas nquel-titnio apresentaram um momento de
flexibilidade cinco vezes menor que as limas de ao inoxidvel
e uma desprezvel deformao angular.
CAMPS; PERTOT25, em 1995, avaliaram a relao existente entre o dimetro
e a dureza de trs limas endodnticas tipo Kerr (Maillefer) confeccionadas em liga
nquel-titnio, com diferentes sees transversais: seo transversal triangular,
Reviso de Literatura
15
quadrangular e seo triangular modificada. A modificao foi encontrada nos
instrumentos de maior calibre, no caso 45 a 60, e consistiu num desgaste de duas das
trs faces do instrumento, tornando-as progressivamente mais cncavas medida que
se aumenta o dimetro; o objetivo diminuir a massa do metal e, conseqentemente,
o momento de flexibilidade. Os instrumentos testados foram dos dimetros 15 ao 40
ou 60 de acordo com a especificao nmero 28 da ANSI/ADA, para o momento de
flexo. Os resultados apresentaram diferenas estatisticamente significativas: as
limas Kerr de seo quadrangular apresentaram maior momento de flexo que as de
seo triangular, e estas, por sua vez, maior momento de flexo que as limas de seo
triangular modificada.
A eficincia de corte de quatro marcas de limas tipo Kerr confeccionadas em
liga nquel- titnio, tendo como controle as limas Flexofile e Kerr (Maillefer)
confeccionadas em ao inoxidvel, em movimento linear, foi o propsito do estudo
de CAMPS; PERTOT 26em 1995. Instrumentos do nmero 15 ao 40 foram testados
em movimento linear simulado o movimento clnico para remover a lima do canal.
As pontas dos instrumentos eram movimentadas at fazerem contato com um bloco
de resina. A fora aplicada aumentou com o tamanho da lima. As profundidades dos
sulcos formados no bloco de resina aps 100 movimentos de vaivm foram
mensurados atravs de um compasso de calibre. A concluso foi de que os
instrumentos de ao inoxidvel e seo triangular foram mais eficientes que os
instrumentos de seo quadrangular, sendo tal resultado explicado pela maior
capacidade de corte dos instrumentos de seo triangular. Observou-se ainda, uma
discrepncia na capacidade de corte entre os instrumentos de liga nquel-titnio.
Segundo os autores, isto pode ser explicado por dois fatores: diferenas entre as
sees transversais dos instrumentos e diferenas na constituio da liga. Os
instrumentos da Maillefer mostraram ser mais eficientes, o que se explica por sua
seo triangular, que mais agressiva que as demais.
A eficincia de corte e o efeito da instrumentao nas paredes de canais
curvos produzidos por limas tipo Kerr e alargadores de diferentes fabricantes,
comparados aos instrumentos flexveis Flexicut, K-Flex, Flexoreamer, Flexoreamer
Batt-tip, Flexofile e Flexofile Batt-tip, foram investigados sob condies
Reviso de Literatura
16
padronizadas mediante o uso de um aparelho de teste automatizado, por TEPEL;
SCHFER; HOPPE119, em 1995. A avaliao foi feita por meio de fotografias
tomadas antes e depois do preparo dos canais e mensuraes feitas nas paredes
interna e externa da curvatura, de 1 em 1mm at 7mm a partir do pice , totalizando
14 pontos de mediao. A concluso tirada do presente trabalho foi que os
instrumentos flexveis, especialmente os que apresentam guia de penetrao
modificada, foram claramente superiores s limas e alargadores convencionais no
que diz respeito eficincia de corte e instrumentao de canais curvos.
SCHFER97 em 1996 comparou quatro tcnicas de preparo dos canais
radiculares utilizando canais artificiais confeccionados em blocos de resina de
polister, com curvaturas de 42 graus e raio de 5,5mm. Os canais foram
instrumentados com as tcnicas de WILDEY; SENIA130, que empregam movimentos
de introduo do instrumento seguidos de movimento de horrio de 90 graus, anti-
horrio, tambm 90 graus , e remoo sem nenhuma rotao, tcnica de fora
balanceada; tcnica escalonada atravs de movimento de alargamento, rotao de
110 graus no sentido horrio, presso contra umas das paredes e remoo, e uma
tcnica combinando movimentos de alargamento, conforme descrito para a tcnica
escalonada, empregado nos instrumentos de dimetro 15 e 20 e movimento de fora
balanceada para os instrumentos 25 a 35. Cada uma das tcnicas foi realizada com
trs diferentes tipos de instrumentos, a saber: Flexoreamer Batt-tip, Flex-R e
Flexofile Batt-Tip. As mudanas da forma do canal foram investigadas sob
condies padronizadas por meio de dispositivo dirigido por computador. Os
resultados revelaram diferenas estatisticamente significativas entre as quatro
tcnicas e os trs instrumentos empregados. Melhores resultados foram obtidos
quando se empregou primeiro alargamento com Flexoreamer Batt-Tip ou limas Flex-
R nos dimetros 15 e 20, seguido de movimento de fora balanceada com os
dimetros 25 a 35.
Em 1995, ESPOSITO & CUNNINGHAM42 preocupados com a habilidade
de manuteno do caminho original do canal radicular das limas de liga nquel-
titnio, tanto manual como acionadas a motor, realizaram um estudo comparativo
com as limas de ao inoxidvel, K-Flex. Para tal, 45 dentes humanos com curvaturas
Reviso de Literatura
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entre 20 e 45 graus foram empregados, e a anlise feita por sobreposio de
radiografias realizadas com as limas de nmero 25 a 45, com a de odontometria (lima
15), atravs de limagem digitalizada e avaliada por programa de computador
(Macintosh). O grupo 1 foi preparado com limas K-Flex, o grupo 2 com nquel-
titnio manual e o grupo 3 com nquel-titnio Matic. Todos os dentes foram
preparados at o instrumento de nmero 45 sem a realizao de preparo cervical
prvio. Os resultados mostraramm que os instrumentos de ao inox apresentaram os
maiores desvios da forma original. medida que se aumentava o nmero do
instrumento memria, maior o nmero de casos que apresentavam desvio (1 desvio
em 15 dentes tendo o instrumento 25 como memria; 4 desvios em 15 dentes tendo o
35 como memria e 7 desvios em 15 tendo o 45 como memria). As limas de nquel
titnio , tanto manual como acionadas a motor, mantiveram o caminho original do
canal radicular em todos os casos, permitindo, inclusive, levar o preparo a dimetros
maiores, e nenhum desvio apical foi detectado em qualquer dos instrumentos
memria testados (25, 30, 35, 40 e 45).
LUITEN et al.71 (1995) apresentaram estudos em que compararam quatro
tcnicas de instrumentao (escalonada com lima tipo K, escalonada reversa com
lima tipo K, snica com limas Shaper-Sonic e sistema Nitimatic) aplicadas em
cinqenta e um dos canais radiculares curvos avaliados radiograficamente. O
transporte do canal foi registrado em nmeros estatisticamente no significante.
A tcnica escalonada utilizando limas Flex-R em movimento de limagem,
fora balanceada e Canal Mster foi comparada em 75 canais de primeiros e
segundos molares inferiores com curvaturas acima de 15 graus por HANKIS;
ELDEEB50, em 1996. As mensuraes do grau de curvatura dos canais foram
realizadas antes do preparo, aps o uso de instrumentos rotatrios e no final da
instrumentao, atravs do mtodo de SCHINEIDER100, e o mtodo denominado
pelos autores de longo eixo, tambm fo i aplicado nesse estudo. Este mtodo mede o
ngulo formado pela intercesso de uma linha traada de uma extremidade a outra do
tero apical da lima com outra linha que representa o longo eixo do dente. Esta
medida no afetada pelo prvio desgaste do tero cervical executado com
Reviso de Literatura
18
instrumentos rotatrios. As razes foram seccionadas a 1, 3 e 5mm do pice e foram
mensurados a estrutura remanescente de raiz mesial e distal e o dimetro msio-distal
do canal. Os resultados revelaram que o uso de instrumentos rotatrios diminui em
2,37 graus a curvatura da raiz. Revelaram, tambm, mudanas no grau de curvatura
da raiz entre os grupos Canal Mster (-7,74 graus) e tcnica escalonada (-5,28graus).
A tcnica de medida do longo eixo mostrou mudanas entre o Canal Mster e as
tcnicas de fora balanceada e escalonada, com mudanas mdias de angulao de
7,69graus, -1,68 e +0,1 graus respectivamente. A tcnica de fora balanceada foi
mais rpida que as demais. Quanto estrutura radicular msio-distal remanescente,
os resultados foram similares entre os grupos em todos os nveis.
SAMYN; NICHOLLS; STEINER96, em 1996, compararam limas tipo Kerr
em ao inoxidvel e em liga nquel-titnio utilizando 40 razes mesiais de molares,
extrados de humanos, com curvaturas entre 20 e 35 graus, que foram seccionadas
em dois nveis, remontadas e ento instrumentadas. A anlise foi feita atravs da
sobreposio de imagens pr e ps-operatrias que foram projetadas, seu traado
copiado e, atravs de um scanner, transferidas para anlise em um computador.
Foram analisadas, as centralizaes do canal e as suas formas finais. Os resultados
no mostraram diferenas entre os grupos ao se considerar a centralizao do canal.
Todos os canais desviaram para a regio da furca na parte mais alta da curvatura e
para o lado oposto na seo apical. No encontraram relao entre o grau de
curvatura do canal e as alteraes por ele sofridas. Quanto forma final do preparo
53% dos canais preparados com limas de ao inoxidvel e 68% dos preparados com
limas nquel-titnio foram classificados como ovais.
A propriedade de toro de limas de ao inoxidvel (Flexofile) e de nquel-
titnio foi estudada em 1996 por ROWAN; NICHOLLS; STEINER93. Instrumentos
dos dimetros 15, 25, 35, 45 e 55 foram submetidos a esforo de toro nos sentidos
horrio e anti-horrio, independentemente. Os resultados mostraram que as limas de
ao inoxidvel apresentaram maior rotao at a fratura no sentido horrio, enquanto
as limas nquel-titnio superam as de ao inoxidvel quando giradas no sentido anti-
horrio. O teste que mede o esforo empregado para causar a fratura do instrumento
Reviso de Literatura
19
no apresentou diferenas essenciais entre os dois grupos, tanto em movimento no
sentido horrio quanto no anti-horrio. O nmero de rotaes at a fratura no sentido
horrio significativamente maior em comparao ao anti-horrio para todos os
dimetros nos dois tipos de instrumentos.
COLEMAN et al. 35, em 1996, compararam os preparos realizados atravs da
tcnica escalonada em canais curvos usando limas tipo Kerr fabricadas em ao
inoxidvel e liga nquel titnio. Foram utilizados 40 canais mesiais de molares
inferiores com curvaturas mdias de 30 graus. O mtodo de avaliao de
instrumentao de canais introduzido por BRAMANTE; BERBERT; BORGES19 foi
utilizado, sendo os cortes transversais feitos 1 a 2 mm aqum do forame, no meio da
curvatura e no tero cervical. Imagens digitais das seces tomadas antes e depois da
instrumentao foram sobrepostas, e um programa de subtrao de imagens permitiu
a mensurao da rea instrumentada, mensurao da intensidade do transporte do
canal e anlise da forma. Os resultados evidenciaram que as limas nquel-titnio
causam, no tero apical, significativamente menor transporte, mantendo-o mais
centralizado. A rea de dentina removida, bem como o tempo de instrumentao, no
foi significativamente diferente entre as limas nquel-titnio e as de ao inoxidvel.
As formas do canal nas seces transversais aps a instrumentao no apresentaram
diferenas. No entanto, houve uma diferena ao se comparar o tero apical com o
tero mdio e cervical. Os canais apresentaram-se menos circulares na seo apical
em comparao a sua conformao neste nvel.
Cientes da superflexibilidade que os instrumentos nquel-titnio apresentam,
BRAMANTE & BETTI20(1997) analisaram comparativamente a qualidade do
preparo em canais curvos quando comparando a utilizao destes instrumentos com
os de ao inoxidvel na manuteno da curvatura original. Utilizaram o canal msio-
vestibular de 20 dentes molares superiores preparada com a tcnica escalonada
regressiva e recuo programado, sendo o instrumento memria #30 e o final #40. Dez
dentes foram instrumentados com limas tipo K de ao-inoxidvel (Maillefer) e dez
dentes com a lima Nitiflex de nquel- titnio (Maillefer). Radiografias antes do
preparo (#15) e aps o preparo (#30) foram realizadas em aparato especfico que
Reviso de Literatura
20
mantinha o mesmo padro de posicionamento do dente, avaliando-se o grau de
desvio ocorrido durante a instrumentao nos teros cervical, mdio a apical. Os
resultados mostraram que houve diferenas estatisticamente significativas nos teros
cervical e apical, quando da utilizao das limas nquel-titnio, acompanhando
melhor a curvaturas radiculares. Em nvel de tero mdio houve uma tendncia de
desvio para o lado interno da curvatura, entretanto, sem diferenas estatisticamente
significativas entre os grupos.
Canais mesiais de 53 molares inferiores foram preparados com tcnica
escalonada com limas Flexofile, escalonada com limas Nitiflex, ultra-snica com
limas tipo K, fora balanceada com limas Flex-R e Canal Mster; por SIQUEIRA
JNIOR et al.106 (1997), foram analisadas atravs de cortes histolgicos, as
efetividades de limpeza do tero apicais de canais curvos promovido por cinco
tcnicas de instrumentao. Na tcnica escalonada com limas Flexofile, efetuou-se o
alargamento da regio apical at o instrumento #25, e brocas G.G. #2 e #3 efetuaram
o preparo do tero cervical. Na tcnica escalonada com limas Nitiflex, o alargamento
da regio apical foi realizado at a lima #35 e brocas G.G. #2 e #3 auxiliaram o
preparo do tero cervical. Na tcnica ultra-snica, utilizou-se lima #15 ativada por 1
minuto, em seguida o tero cervical foi preparado com brocas G.G. #2 e #3,
intercalaram-se uma lima #15 manualmente com lima #15 ativada pelo sistema ultra-
snico at que a lima #30 penetrasse livremente no comprimento de trabalho. Para a
tcnica com Canal Mster, o tero cervical e mdio foram preparados com
instrumentos rotatrios Cana l Mster #50 e #60, e instrumentos manuais #20 ao #35
prepararam a regio apical, escalonando-se at o instrumento #50. A regio dos
canais foi seccionada e analisada atravs de cortes histolgicos, verificando a
presena de tecido pulpar, pr-dentina e debrs. Os resultados mostraram que no
houve diferenas significativas entre as tcnicas. Apesar das cinco tcnicas terem
sido efetivas na capacidade de remoo da maior quantidade de tecido dos canais
radiculares, nenhuma limpou a totalidade do sistema de canais radiculares,
especialmente quando estavam presentes algumas variaes da anatomia interna.
Reviso de Literatura
21
A comparao das limas de ao inox (Flexofile) e as nquel- titnio (Nitiflex)
no preparo de canais simulados foram realizado por BISHOP & DUMMER17 (1997).
Oitenta canais com ngulos e curvaturas variadas foram preparados com tcnica
biescalonada e com tcnica de Fora Balanceada. A modelagem foi avaliada em dois
momentos diferentes, um aps o preparo com lima #30, e outro aps a lima #45,
brocas de G.G. #1, #2 e #3 foram utilizadas para preparar a parte reta dos canais
antes do preparo da regio apical. Imagens pr e ps-operatria dos canais foram
tomadas com vdeo-cmara e analisadas em programa computadorizado. A presena
de desvio e a quantidade de material removida durante o preparo foram determinadas
pela sobreposio das imagens pr e psoperatrias. Concluiu-se que o preparo dos
canais realizado com limas Nitiflex foi mais efetivo que os com limas Flexofile.
COLEMAN; SVEC34, compararam em 1997, o preparo realizado em canais
artificiais confeccionados em blocos de resina atravs da tcnica escalonada com
limas tipo Kerr de liga nquel-titnio e ao inoxidvel. Os quarenta canais foram
secionados transversalmente a 2mm do pice, no meio da curvatura e no tero
cervical. As imagens pr e ps-operatrias foram digitalizadas e um programa de
subtrao permitiu a mensurao da rea instrumentada, da distncia do transporte e
anlise da forma. As limas nquel-titnio mostraram menor transporte e canais mais
centralizados no tero apical. No meio da curvatura as limas de ao inoxidvel
desgastaram mais. As formas dos canais instrumentados no foram diferentes. O
tempo gasto no preparo dos canais em blocos de resina foi maior no grupo das limas
nquel-titnio.
Avaliao da freqncia de desvio apical em canais msio-vestibulares dos
molares superiores quando da utilizao de limas Flexofile, Flex-R, nix-R e o
sistema mecnico rotatrio Profile srie 29 foi realizado por HECK52 (1997).
Utilizou a tcnica seriada com movimentos oscilatrios, com instrumentos #15 ao
#35 sem auxlio de qualquer instrumento rotatrio para o preparo cervical. A anlise
do desvio apical foi realizada com a plataforma radiogrfica, na qual obtinha-se a
radiografia do primeiro instrumento (#15) e do ltimo (#35). Os resultados
mostraram que houve desvio apical em todos os grupos, e que as limas nix-R foram
Reviso de Literatura
22
mais efetivas, seguidas das limas Flex-R, o sistema Profile e as limas Flexofile, com
desvios apicais de 0,0175mm, 01125mm, 0,1225mm e 0,215mm respectivamente.
PRUETT; CLEMENT; CARNES91 testaram em 1997 o ciclo de fadiga dos
instrumentos de liga nquel-titnio utilizados no Sistema mecnico-rotatrio Light-
Speed. Avaliaram a influncia do grau, nvel da curvatura e velocidade na fratura
desses instrumentos. Observaram que: a fratura no foi influenciada pela velocidade;
que os instrumentos fraturaram no ponto de mxima flexo da haste, correspondente
ao centro da curvatura; que os instrumentos de maior calibre #40 quebraram aps um
menor nmero de voltas que os de menor dimetro #30, debaixo de idnticas
condies; e que a diminuio do raio de 5mm para 2mm e aumento do ngulo das
curvaturas para cima de 30 graus diminuem o ciclo de fadiga. Estes resultados
indicam que para os instrumentos de nquel- titnio usados em sistemas mecnicos-
rotatrios, o raio, o ngulo e o dimetro dos instrumentos, tm maior influncia na
predisposio do instrumento a fratura do que a velocidade em que operado.
Com objetivo de analisar a efetividade da tcnica de fora balanceada e a
manuteno da curvatura do canal radicular em nvel apical BERGER & SILVA
JNIOR15 (1998) empregando limas de ao inoxidvel e de nquel-titnio. Utilizaram
30 razes msio-vestibulares de molares superiores com curvatura mdia de 26,5
divididos em dois grupos de 15 dentes, sendo que em um grupo utilizou-se lima de
ao-inoxidvel (Flex-R), e no outro limas nquel-titnio (nix-R). Os preparos foram
realizados manualmente da lima #15 a #30 com movimentos rotacionais recproco e
presso sustentada da tcnica de Fora Balanceada, mantendo-se a patncia do canal
com lima #30. A anlise da presena ou no de desvio apical foi realizada atravs da
plataforma radiogrfica, utilizando se dupla exposio radiogrfica, com limas #15
e #30 respectivamente. Os resultados mostraram que ambas as limas propiciaram
bons preparos com poucos desvios, mas os instrumentos nquel-titnio desviaram
menos.
PETTIETTE et al. 88 (1999) analisara as possibilidades de complicaes, que
ocorrem com estudantes de Odontologia, quando da utilizao de limas manuais de
ao inoxidvel tipo K e nquel-titnio no preparo do canal radicular curvo. Sessenta
Reviso de Literatura
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primeiros e segundos molares, superiores e inferiores, foram utilizados, nos quais
uma radiografia pr-operatria de odontometria e outra aps a obturao foi realizada
com um dispositivo que permitia a obteno da mesma angulao. O preparo dos
canais foi realizado atravs de tcnica step-back. As radiografias processadas e
analisadas cujas imagens foram sobrepostas, permitiram determinar o grau de
desvio do tero apical do canal radicular. Os resultados mostraram que os desvios
que ocorreram com a utilizao de instrumentos de aoinoxidvel foi de 14,44, e os
preparos realizados com instrumentos de nquel-titnio, foi de 4,39.
PALLOTTA et al. 84 (1999) avaliaram e compararam o poder de corte das
limas Nitiflex e Flexofile em dentes naturais. As amostras eram pesadas antes e aps
o preparo, obtendo-se assim as diferenas de peso. Os resultados mostraram que
limas Nitiflex apresentaram menor poder de corte que limas Flexofile para #25, #30
e #35, e no significante para os demais. Na comparao total dos valores, havia uma
diferena de aproximadamente 69,88% entre o poder de corte dos dois instrumentos.
Utilizando 54 molares inferiores includos em resina e seccionados em dois
nveis, CARVALHO et al. 28 (1999) compararam a instrumentao utilizando limas
de ao inoxidvel e nquel-titnio. Os canais mesiais foram preparados com limas
Flexofile, Nitiflex e Mity nquel- titnio manuais, utilizando tcnica de limagem
anticurvatura. Imagens das seces pr e psinstrumentao foram capturadas
atravs de um estereomicroscpico e transferidos para um computador para a
avaliao da qualidade dos preparos. Avaliou-se extenso e o transporte do canal.
Nas seces apicais, as limas Nitiflex produziram o menor desvio. Foi surpresa ter
ocorrido movimentao do centro do canal para o lado disto- lingual em virtude de
se ter utilizado tcnica de preparo anticurvatura.
Em 2000, BATISTA & SYDNEY13 apresentam uma nova viso do preparo
do canal radicular baseada nos conceitos que foram introduzidos na endodontia nos
ltimos ano. Sugere-se que o preparo dos canais seja dividido em etapas e, se bem
ordenadas, propiciaro qualidade ao preparo sem a presena de defeitos. Destacam,
dentre as etapas que compem a tcnica , a fase de acesso radicular e de alargamento
Reviso de Literatura
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reverso com a finalidade de diminuir as tenses que os instrumentos ficam sujeitos,
e fazer que a ao de corte do instrumento seja limitada a pequenas pores da ponta,
permitindo o preparo de maneira suave. Citam que os movimentos impostos aos
instrumentos devero ser diversificados em funo da rea do canal radicular que
esto trabalhando, evitando-se na rea apical o movimento de limagem.
CONTRERAS et al.36 (2001), utilizaram canais mesiais de 100 dentes
molares inferiores, e compararam qual dimetro de lima adaptasse na rea apical
antes e aps o acesso radicular. Dividiram os dentes em dois grupos iguais, inserindo
limas em ordem crescente de dimetro at verificar qual adaptasse a 1mm aqum do
vrtice dental. Em seguida, prepararam o tero cervical com brocas de G.G ou com
alargadores RBS (Rapid Body Shaper) e inseriram novamente as limas para verificar
se havia diferenas no dimetro daquelas que adaptaram na rea apical passaram de
14,46mm e 17,2mm antes do acesso radicular, para 23,3mm e 25,6mm aps o acesso
radicular respectivamente para os grupos 1 e 2. Concluram que o acesso radicular
permitiu melhor correlao entre o dimetro do canal com a lima que se adaptava na
rea apical, criando condio de estabelecer, com maior preciso, o alargamento final
para a correta modelagem do canal radicular.
BATISTA et al.12, (2002) verificaram em dentes molares superiores e
inferiores, atravs de cortes transversais, o dimetro anatmico nos nveis apical,
mdio, cervical e de entrada do canal radicular. Utilizaram 50 dentes molares
superiores e 50 inferiores, que aps os cortes, inseriram limas em ordem crescente de
dimetro at observar qual apresentava adaptao. Constataram que o dimetro dos
canais radiculares no apresenta afunilamento homogneo como so os instrumentos
endodnticos e que o nvel de entrada de canal apresenta dimetro inferior ao do
nvel cervical. Observaram tambm que o dimetro mdio no nvel apical, 1mm
aqum do vrtice dental do canal msio-vestibular, msio- lingual e distal do molar
inferior foram de 27,0mm, 23,6mm e 36,66mm respectivamente. Para os molares
superiores os valores encontrados foram 21,5mm, 22,5mm e 39,40mm para os canais
msio-vestibular, distovestibular e palatino respectivamente.
Reviso de Literatura
25
2.2 Quanto s Peas Automatizadas
A endodontia tem buscado atravs de diferentes mtodos automatizados,
maneiras de reproduzir o complexo de movimentos realizados durante a
instrumentao manual para melhorar a qualidade, diminuir o tempo de trabalho e
intensificar o potencial de limpeza. Nesta tentativa, o sistema Giromatic
(Micromega), baseado em cinemtica de alargamento a direita e esquerda fo i o
pioneiro, seguido pela Dynatrac, W e H, Endolift e Endo-Angle.
O sistema Giromatic consiste de um contra-ngulo em que so acoplados
instrumentos especficos , o qual realizava movimentos de de volta alternadamente
a direita e esquerda. FRANK45 (1967) o avaliou, ressaltando que, para a correta
utilizao, alguns aspectos devem ser analisados: 1) ao explorar o canal radicular,
utilizar um instrumento de pequeno dimetro, equivalente ao de uma lima manual;
2) descartar os alargadores aps cada uso; 3) no tentar passar por instrumentos
fraturados com os alargadores montados no sistema Giromatic, pois o risco de fratura
ser iminente; 4) manter os instrumentos trabalhando livremente no interior do canal
radicular com amplitude entre 2mm e 4mm em movimentos suaves; 5) manter o
contra-ngulo trabalhando em baixa velocidade; 6) utilizar um lubrificante durante a
fase de preparo do canal radicular. Destaca que no dever ser a nica ferramenta
para a instrumentao do canal radicular.
Uma comparao do preparo de canal realizado com duas peas
automatizadas, o Giromatic e W + H com a instrumentao manual convencional, foi
feita por OCONNELL; STEPHAN82, em 1975. Os autores avaliaram os preparos
atravs da injeo de silicone mediante os critrios forma, lisura das paredes,
eliminao de aberraes morfolgicas e preparo do tero apical. Concluram que a
instrumentao manual convencional foi superior e requereu aproximadamente o
mesmo tempo para ser realizada que a instrumentao automatizada.
Reviso de Literatura
26
Em 1982, ABOU-RASS & JASTRAB2 analisando os resultados conseguidos
com o uso das brocas GG e Peeso como auxiliares do preparo do canal radicular,
observaram aspectos mais favorveis em relao aos achados decorrentes de
preparaes exclusivamente realizadas com instrumentos digitais.
Avaliao da qualidade do preparo do canal radicular , quando da utilizao
de quatro tcnicas de instrumentao foi realizada por JUNGMANN et al. 57 (1975),
que utilizaram razes mesiais de 150 dentes molares inferiores com canais separados,
divididos em trs grupos iguais. Um grupo no foi instrumentado, servindo de
controle. No segundo grupo, um canal foi preparado com limas tipo K e ao de
limagem e outro canal com alargadores e ao de alargamento. No grupo 3 um canal
foi preparado com limas tipo K e ao de alargamento e o outro canal com sistema
Giromatic associado a alargadores. A instrumentao foi considerada completa,
quando cada canal apresentasse alargamento equivalente a duas limas acima daquela
que estivesse adaptada no comprimento de trabalho. Aps o preparo, todos os dentes
foram seccionados a 1,5mm, 3mm, 4,5mm e 6mm do pice, medindo-se o menor e o
maior dimetro do preparo. Os resultados mostraram que nenhuma tcnica produziu
preparos circulares no nvel apical e quanto mais distante do pice, mais irregular
estes apresentavam. Ao de alargamento com limas tipo K produziram os preparos
mais circulares seguido pelo Giromatic com ao de alargamento. As maiores
irregularidades foram produzidas pelas limas com ao de limagem.
Comparando a efetividade da qualidade do preparo do canal radicular
realizado com a tcnica escalonada e com o sistema automatizado Giromatic, quanto
capacidade de remoo de tecido pulpar, pr dentina e debrs foi realizado por
TUREK & LANGELAND123 (1982). O preparo foi desenvolvido em trs etapas: na
primeira, utilizaram dentes humanos que apresentavam indicao de extrao por
motivos endodnticos ou protticos; na segunda, dentes naturais extrados e na
terceira, in vivo em dentes de macacos. Os dentes foram preparados para exame
histolgico, seccionando-os transversalmente. Os resultados mostraram que a tcnica
escalonada foi superior ao sistema Giromatic em todos os critrios de avaliao, mas
nenhuma foi totalmente efetiva na remoo do tecido pulpar. Constataram que as
Reviso de Literatura
27
deficincias estavam relacionadas com as irregularidades anatmicas dos canais
radiculares. Verificaram que o sistema Giromatic foi capaz de ultrapassar curvaturas
acentuadas como preconizado pelo fabricante, ocorrendo fraturas em canais com
curvaturas severas. Os instrumentos Giromatic no foram capazes em preparar canais
curvos sem a presena e degraus, retificao do canal e perda da medida de trabalho.
LEHMAN & GERSTEIN66 (1982) utilizando-se de canais simulados e dentes
naturais, testaram 4 mtodos para avaliar a qualidade do preparo do canal radicular, a
saber: instrumentao manual escalonada com preparo cervical e os aparelhos
automatizados Giromatic (1/4 de volta alternadamente), Endo Angle Union Broach
(rotao alternada de de volta) e Endolift Kerr (entrada e sada com pequeno
movimento rotacional alternado). Para tcnica manual, Endo Angle e Endolift,
utilizaram limas tipo K (union Broach) e para o Giromatic limas Hedstrem. Trs
canais simulados foram preparados com cada tcnica, num total de 12 amostras. Em
outros 13 canais simulados, variou-se a velocidade de utilizao dos sistemas, em
baixa e alta velocidade. E outra fase, 20 dentes humanos com curvaturas moderadas
foram instrumentados com os quatro mtodos, sendo 5 dentes com cada mtodo.
Aps o preparo injetaram contraste radiogrfico no interior dos canais radiculares,
radiografando-se nos sentidos msio-distal e vestbulo- lingual para verificar a forma
do canal e do tero apical, que atravs de scores (0 a 4) , avaliou-se a qualidade da
modelagem. Os resultados mostraram que a tcnica manual escalonada com preparo
cervical mostrou-se mais eficiente que qualquer um dos aparelhos mecnicos
avaliados, com pouco acmulo de debrs e maior rapidez de preparo. Quando
utilizaram baixa velocidade, Giromatic e Endolift produziram um preparo de
qualidade aceitvel. O sistema Endo Angle consumiu significativamente mais tempo
para sua utilizao e mais material foi forado para fora do pice que com outros
mtodos.
ABOU-RASS & ELLIS3 (1996) compararam a instrumentao manual e
automatizada com os sistemas Canal Finder e M4 de maneira isolada e quando de
sua associao, em canais simulados com curvaturas entre 50 e 70. Para a tcnica
manual utilizou-se limas Flexofile, para o sistema M4 limas Safety Hedstrem, e
Reviso de Literatura
28
para o sistema Canal Finder limas Mster.Verificaram que ambos os sistemas
automatizados apresentam bons resultados quando empregados como auxiliares de
preparo, facilitando o preparo manual, resultando em poucos casos na formao de
desvio apical. Entretanto, quando utilizados isoladamente, a freqncia de desvio foi
muito superior e perda de comprimento de trabalho, impaco de raspas de dentina
em nvel apical e perfuraes foram freqentes.
CORDERO et al. 37 (1997) utilizando 44 canais de 35 dentes molares e pr-
molares com curvatura aproximada de 30 determinado pelo mtodo de
SCHNEIDER, dividindo-os em dois grupos, analisaram a efetividade do sistema M4
e limas Flexofile e o grupo B instrumentado com limas Safety Hedstrem. Quatro
operadores diferentes realizaram a instrumentao, sendo que no grupo A (22 canais)
instrumentou-se da lima #10 at #40 e com limas Golden Mdiuns #12 a #37. no
grupo B instrumentou-se com limas Safety Hedstrem #20 a #40. Em ambos os
grupos aps o uso da lima #30 fez-se uso das brocas G.G. na seqncia #2,#3,#4,#2
realizou-se radiografias durante a instrumentao em aparato que permitia
padronizao das radiografias, com as limas #15, #20, #25, #30, #35 e #40. As
radiografias foram projetadas e comparadas com uma da lima #10, avaliando-se em
qual instante comeava a ocorrer os problemas. Analisou-se o transporte apical, a
retificao do canal na parte interna da curvatura, perda do comprimento de trabalho
e fratura dos instrumentos. Os resultados mostraram que tanto as limas Flexofile
quanto as Safety Hedstrem apresentaram maior freqncia de comprometimento da
parte interna da curvatura a partir da lima #30 e #25 respectivamente. O transporte
apical comeou a ser mais freqente a partir da lima #30 para a Flexofile e somente
em dois casos com limas #20 e #30 para a Safety Hedstrem. Em 40% dos casos
houve fratura das limas Safety Hedstrem de pequeno dimetro, mas nenhuma
Flexofile, sendo que o trabalho com estas fo i mais cmodo e seguro que as limas
Safety Hedstrem. O uso de pea M4 mostrou-se vantajoso por ser rpido, reduzindo
a fadiga do operador.
NAGY et al. 81 (1997) avaliaram as caractersticas da modelagem dos canais
radiculares com diferentes tipos de instrumentos em diferentes configuraes
Reviso de Literatura
29
anatmicas. Um total de 420 dentes humanos extrados com canais nicos foram
includos em resina e divididos em trs grupos: razes retas, razes com curvatura
apical e razes com curvatura continua. Cada um dos trs grupos continha 140 razes
que foram divididas em 7 subgrupos. Os canais foram preparados com limas
manuais (alargadores, limas Hedstrem, limas K-Flex), trs diferentes instrumentos
automatizados ( 3-LDSY, 3-LD, Excalibur), instrumento snico (MM1400) e ultra-
snico (Cavi Endo). As falhas dos sete diferentes mtodos de preparo foram
avaliados atravs da sobreposio de radiografias tomadas nos sentidos msio-distal
e vestilo- lingual, antes e aps o preparo. Os resultados mostraram que perfuraes
incidncia de Elbow e preparo assimtrico dos canais dependem da configurao
inicial do canal radicular. O transporte apical, as irregularidades das paredes de
contorno, a formao de degrau e a incidncia zip foi independente da morfologia
dos canais radiculares. Assimetria dos preparos foi a mais freqente aberrao
encontrada. As caractersticas da modelagem por instrumentos manuais e mecnicos
foram modificadas pela anatomia dos canais radiculares, mas instrumentos snicos e
ultra-snicos foram menos dependentes da anatomia dos canais radiculares.
Em 1999, CAMPOS & PASTORA23 analisaram, atravs de imagens
computadorizadas, a qualidade do preparo do canal radicular realizado com o
sistema automatizado M4. utilizaram 5 razes mesiais de molares inferiores, e 5
razes msio-vestibulares de molares superiores, as quais foram montadas em
aparato proposto por BRAMANTE et al. 19 (1987). Foi utilizada lima tipo K da #15
a #25 acoplada no sistema automatizado M4, e em seguida realizado o preparo
cervical com brocas G.G #1 e #2. Em seguida, as seces foram fotografadas,
sobrepostas as imagens pr e psinstrumentao, analisando-as em sistema
computadorizado. Os resultados mostraram um significativo desgaste na parede dos
canais radiculares na rea da furca em nvel cervical, e apicalmente para o lado
mesial.
Comparando o transporte do canal na modelagem da curvatura empregada
tcnica de instrumentao mecnica, KOSA et al. 59 (1999) utilizaram 54 razes com
73 canais mesiais de primeiros e segundos molares superiores com ngulo de
Reviso de Literatura
30
curvatura entre 20 e 50, montados em resina, usando o sistema proposto
BRAMANTE et al. 20 (1997), dividindo-o em quatro grupos. Cortes transversais a
2mm do comprimento de trabalho e a 2 mm antes da curvatura foram realizados e
fotografados antes e aps o preparo. Os instrumentos empregados foram: Profile
srie 29, Quantec 2000, limas Flex-R na pea de mo Endo-Gripper e lima Safety
Hedstrem no contrangulo M4. Transporte ocorreu com todos os sistemas, porm
o Quantec 2000 apresentou incidncia superior em relao ao Profile srie 29, no
ocorrendo diferenas significativas entre os demais. Quanto ao tempo de preparo
este foi mais curto com o Profile srie 29, seguido pelo Endo-Gripper com limas
Flex-R, Quantec 2000 e M4 com limas Safety Hedstrem.
SYDNEY et al. 116 (2000) compararam o preparo realizado manualmente
empregando a tcnica de BERGER15 (1998) com o sistema de rotao alternada da
Kavo composto de contrangulo redutor 3624 e cabea 3 LD com amplitude
oscilatria de 90. Utilizaram 30 dentes molares superiores humanos extrados,
montados em blocos de resina, divididos em dois grupos com 15 dentes cada, os
quais apresentavam de aproximadamente 27. Verificaram a ocorrncia de desvio
apical em 13,3% das razes preparadas pela tcnica manual e em 26,6% das razes
preparadas pelo sistema da Kavo. Supem os autores que o movimento rotacional
alternado de 90 possa ser a razo deste maior ndice.
Comparando a efetividade do sistema snico MM 1400, Lightspeed e M4
Safety Hedstrem, MACIAS et al. 72 (2000), utilizaram 36 razes mesiais de
molares inferiores com curvaturas entre 15 e 30, divididos em 3 grupos de 12
dentes cada. Aps o preparo as razes foram seccionadas a 2, 5 e 8mm aqum do
pice e observados em lupa estereoscpica. Os resultados mostraram que o sistema
Lightspeed foi mais eficaz e mais rpido com menor possibilidade de alterao da
anatomia do canal radicular. Houve fratura da lima Safety Hedstrem de pequeno
dimetro e perda da sensibilidade tctil durante a instrumentao.
Reviso de Literatura
31
SYDNEY et al. 114 (2000) apontam os sistemas automatizados de rotao
alternada, M4 (Kerr), Endo Gripper (Moyco Union Broach) e Duratec (Kavo),
como uma boa opo para o preparo do canal radicular, desde que utilizados como
auxiliares, sugerindo duas maneiras de trabalho, ambas tendo como nfase o preparo
cervical previamente a sua utilizao.Estes sistemas apresentam variaes de
angulao de oscilao , sendo de 30 para o M4 e de 45 para o Endo-Gripper e
Duratec.
SYDNEY et al. 117 (2001) avaliaram a ocorrncia de desvio apical entre os
diferentes sistemas de rotao alternada M4, Endo-Gripper e Kavo
comparativamente tcnica manual atravs do sistema da plataforma radiogrfica.
Utilizaram canais msio-vestibulares de molares superiores com curva turas
moderadas, os quais foram instrumentados com tcnicas crown-down auxiliados
com brocas de G.G para a realizao do acesso radicular. Todos mostraram bons
resultados, no havendo diferenas entre os sistemas.
PROPOSIO
Proposio
33
3 PROPOSIO:
O objetivo desta pesquisa foi avaliar in vitro a efetividade de alguns
sistemas de instrumentao na manuteno da forma original do canal radicular,
analisando-se a ocorrncia ou no de desvio apical de instrumentao.
MATERIAL E MTODOS
Material e Mtodos
35
4 MATERIAL E MTODOS:
MATERIAIS:
Cnula hipodrmica B-D 25X6 para irrigao (Becton Dickinson Ind.
Cirrgicas Ltda- Curitiba-PR-Brasil)
Cnula hipodrmica para aspirao 40X20
Aparelho de Raios- X Heliodent 60B(Siemens Rio de Janeiro- Brasil)
Brocas esfricas carbide n o 2 e n o 4 para alta rotao (JET Bavers Dental-
Ontrio- Canad)
Pontas diamantadas esfricas n o 1014 e n o 1016 HL para alta rotao (KG-
Sorense Ind. Com. Ltda-Barueri-SP-Brasil)
Brocas Gates-Gliden n o 1 e n o 2 ( Maillefer-Ballaigues-Sua)
Pontas diamantadas tronco-cnica n o 3082 para alta rotao (KG-Sorense
Ind. Com. Ltda-Barueri-SP-Brasil)
Brocas Endo Z (Maillefer, Ballaigues, Sua)
Cmara escura em acrlico (Manoel Pereira Gonalves-Diadema-SP)
Caneta de alta rotao (Kavo do Brasil- Joinvile- SC)
Cnula metlica para aspirao
Colgaduras
Material e Mtodos
36
Soluo de Milton (Hipoclorito de Sdio a 1%, Biodinmica- Ibipor-PR-
Brasil)
Cimento base de xido de zinco e eugenol de presa rpida (IRM)
Computador com processador Pentium III
Cone de guta-percha FM (Dentisply Petrpolis - RJ)
Contra-ngulo Endomate II, Torque Jnior Plus (Adiel comercial-Ribeiro
Preto-Brasil)
Contra-ngulo de reduo TEP-10R (Nakanishi- Japo)
Curetas para dentina haste longa n 15-16 (Maillefer-Ballaigues-Sua)
Cursores de silicone
Dentes humanos molares superiores, primeiros e segundos (Coleo de
dentes do Departamento de Dentstica, Endodontia e Materiais Dentrios da
Faculdade de Odontologia de Bauru FOB-USP)
Disco diamantado Ref.273
Disco removvel ZIP Drive 100Mhz
Esptula de madeira
Esptula LeCron
Filme radiogrfico AGFA DENTUS M2 (Agfa Gevaert NV, Blgica)
Material e Mtodos
37
Fixador para radiografia (Kodak Brasileira Com. e Ind. Ltda.- SP)
Guta-percha em basto
Limas FlexoFile 1a srie n os 15-40 ( Maillefer-Ballaigues-Sua)
Limas NiTiFlex 1a srie n os 15-40 (Maillefer-Ballaigues-Suia)
Instrumentos Profile 0.4 1a srie n os 15-40 (Maillefer-Ballaigues-Suia)
Limas tipo Kerr n os 10 e15 (Maillefer-Ballaigues-Suia)
Mandril para pea de mo
Micro-motor e contra-ngulo (Kavo do Brasil- Joinvile- SC)
Micro-motor eltrico Endomate II
Pea de mo reta (Kavo do Brasil- Joinvile- SC)
Placas de cera rosa n o 7 Wilson (Polidental Ind. E Com. Ltda- So Paulo-SP-
Brasil)
Plataforma radiogrfica
Pregador de roupa
Rgua de metal milimetrada de 15mm com graduao de 0,5mm (Kawasa-
Japan)
Rgua plstica milimetrada de 15cm
Material e Mtodos
38
Resina Acrlica Dencr
Resina Acrlica Jet
Revelador para radiografia (Kodak Brasileira Com. e Ind. Ltda.- SP)
Scanner
Seringa plstica descartvel B-D 10ml (Becton Dickinson Ind. Cirrgicas
Ltda- Curitiba-PR-Brasil)
Software Corel Draw 9.0
Soluo de hipoclorito de sdio 1% (Biodinmica- Ibipor-PR)
Soluo fisiolgica
Vaselina lquida
Material e Mtodos
39
Mtodos:
Seleo dos dentes, confeco e montagem da plataforma radiogrfica:
Sessenta dentes, primeiro e segundo molares superiores humanos extrados,
pice completamente formado, coroas ntegras, restauradas ou com pequena
destruio. Os referidos dentes j se apresentavam hidratados, necessitando apenas
fazer remoo de trtaro e tecido cariado, para posterior reconstruo coronria, caso
houvesse necessidade.
Como nesta pesquisa foram utilizadas raiz msio-vestibulare, foi feita a
remoo das razes disto-vestibulares e palatina na regio da trifurcao com disco
diamantado, montado em uma pea de mo reta acoplada a um micro-motor. O
remanescentes dos respectivos condutos do lado coronrio foram vedados com resina
dencr e esmalte incolor e numerados.
A seguir, iniciou-se o acesso cmara pulpar, para o qual foi empregado
ponta diamantada esfrica n o 1012 de alta rotao, para trepanao e confeco da
forma de contorno. A forma de convenincia e desgaste compensatrio na parede
msio-vestibular foi executada com ponta diamantada tronco-cnica de ponta inativa
n o 2082, para permitir melhor visualizao da embocadura do canal radicular.
Na seqncia, com a cmara pulpar inundada com hipoclorito de sdio a 1%,
procedeu-se explorao dos canais msio -vestibulares, com auxlio de limas tipo K
# 10 ou # 15, dependendo do dimetro do canal. Em seguida, o mesmo instrumento
era levado ao canal at que este nivelasse ao forame apical a partir do qual recuou-se
1mm, definindo com isso a odontometria e o conseqente comprimento de trabalho
usado no preparo do canal; os dentes foram previamente identificados com os
respectivos comprimentos de trabalho.
Determinado o comprimento de trabalho,os dentes tiveram sua cavidade
coronria seladas com cimento a base de xido de zinco e eugenol de presa rpida
(IRM), e uma bolinha de cera utilidade foi colocada no pice da raiz msio-
vestibular, para, ento, os dentes serem includos em blocos de resina. A incluso dos
dentes foi realizada em um recipiente de teflon acoplado na plataforma radiogrfica.
Material e Mtodos
40
Para incluso dos dentes na resina, as paredes do recipiente de teflon foram
untadas com vaselina lquida, a fim de que os blocos de resina, ali confeccionados,
pudessem ser removidos. Os dentes foram presos por um prendedor de roupas,
adaptado para segurar o dente pela coroa. Vertia-se a resina na cavidade e inclua-se
a parte radicular dos dentes presos ao prendedor, que ficava apoiado nas bordas
laterais da cavidade at a polimerizao final da resina, obtendo-se assim o bloco de
resina de cada dente(Fig. 3).
FIGURA 1 Incluso dos dentes na resina, mostrando a fixao do dente
Para que pudssemos realizar as tomadas radiogrficas sempre na mesma
posio, na determinao do grau de curvatura da raiz msio-vestibulare e tambm
como parmetro para determinao do desvio, contamos com o auxlio da Plataforma
Radiogrfica, desenvolvida para estes fins.
A Plataforma Radiogrfica foi confeccionada da seguinte forma:
1. Tubo em PVC (polietileno vulcanizado) de 7,7 cm de raio e 3,0 cm de
comprimento. Neste tubo foi anexado uma matriz de teflon com 8,0 cm de
comprimento por 3,0 cm de profundidade.
Material e Mtodos
41
2. Para fixar a matriz de teflon no tubo de PVC, foram parafusadas duas
chapas de ao inox ligando-os entre si de forma a no permitir jogo entre
as peas, tornando o conjunto coeso.
3. Foi feito um sulco na parede interna do recipiente para servir como guia
de orientao e para que os blocos de resina com o respectivo dente
penetrassem sempre na mesma posio.
4. O conjunto montado foi encaixado e posteriormente fixado ao aparelho de
raios X por regulagem de um parafuso de 2,8 cm transpassado no PVC.
FIGURA 2- Plataforma radiogrfica acoplada ao cilindro localizador do aparelho
de Raios X
Matriz de Teflon
Tubo de PVC
Chapa de ao inox
Suporte para
radiografia
Matriz de Teflon
Tubo de PVC
Chapa de ao inox
Suporte para
radiografia
Material e Mtodos
42
Na seqncia de posse da odontometria previamente definida, determinou-se
o dimetro anatmico, estando este entre as limas #10 e #15. Quando o dimetro
anatmico era a lima 10, o canal foi dilatado at que a lima #15 penetrasse.
Para a tomada radiogrfica, inseriu-se o bloco de resina na plataforma,
posicionou-se a lima #15 no comprimento pr-estabelecido, e definiu-se um tempo
de exposio de 0,8 seg. As radiografias reveladas, processadas, previamente
identificadas e escaniadas, foram importadas para rea de programa Corel Draw 9.0.
Escaneou-se tambm uma rgua endodntica milimetrada com escala de 1mm X
1mm, obedecendo-se os mesmos padres adotados para as radiografias dos dentes.
Seleo dos grupos:
Para a diviso dos dentes em grupos as radiografias obtidas foram trabalhadas
no programa Corel Draw 9.0, onde pudemos aplicar o mtodo de SCHNEIDER
(1971), para avaliar o grau de curvatura das razes. De acordo com SCHNEIDER
(1971), traa-se uma linha paralela ao longo eixo do canal e outra partindo do forame
apical at a in
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