Garantias e Privilégios do CréditoTributário · Garantias e Privilégios “Porgarantias devemos...

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Garantias e Privilégios doCréditoTributário

Rubens Kindlmann

Garantias e Privilégios

“Por garantias devemos entender os meiosjurídicos assecuratórios que cercam odireito subjetivo do estado de receber aprestação do tributo. E por privilégios, aposição de superioridade de que desfruta ocrédito tributário, com relação aos demais,excetuando-se os decorrentes da legislaçãodo trabalho”(CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 27ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 517)

Art. 183, CTN

Art. 183. A enumeração das garantiasatribuídas neste Capítulo ao crédito tributárionão exclui outras que sejamexpressamente previstas em lei, em funçãoda natureza ou das características do tributoa que se refiram.

Garantias

ARROLAMENTO DE BENS Lei 9532/97. Art. 64, 64-A e 65

IN 1565/2015 – RFB

A autoridade fiscal pode arrolar (administrativamente) os bens edireitos do sujeito passivo quanto os créditos tributários em quefor responsável, com valor superior a R$ 2.000.000,00 forsuperior a 30% do patrimônio conhecido

MEDIDA CAUTELAR FISCAL Lei 8397/92

Através da medida os entes podem buscar acautelar seuscréditos quando o sujeito passivo pratique atos quedificultem/impeçam a satisfação

Art. 184, CTN

Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiaissobre determinados bens, que sejam previstosem lei, responde pelo pagamento do créditotributário a totalidade dos bens e das rendas, dequalquer origem ou natureza, do sujeito passivo,seu espólio ou sua massa falida, inclusive osgravados por ônus real ou cláusula deinalienabilidade ou impenhorabilidade, sejaqual for a data da constituição do ônus ou dacláusula, excetuados unicamente os bens erendas que a lei declare absolutamenteimpenhoráveis.

Impenhorabilidade

Relacionados no art. 833, CPC

Não se aplica o inciso I do art. 833, CPC

Art. 833. São impenhoráveis:

I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;

(...)

Bem de família

Bens Públicos

Presunção de Fraude

Art. 185. Presume-se fraudulenta aalienação ou oneração de bens ou rendas, ouseu começo, por sujeito passivo em débitopara com a Fazenda Pública, por créditotributário regularmente inscrito comodívida ativa.

“Se o sujeito passivo, tendo o débito emexecução, aliena bens ou rendas, a presunçãolegal de fraude torna ineficaz o ato praticado,não importando se o devedor praticou atítulo oneroso ou gratuito”(AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 15 ed. São Paulo:Saraiva, 2009, p. 144)

Presunção de Fraude

Pela presunção absoluta de fraude:“(...) 2. Nos termos do art. 185, CTN, coma redação da Lei Complementar 118/2005,a natureza jurídica do crédito tributárioconduz a que a simples alienação de benspelo sujeito passivo por quantia inscritaem dívida ativa, sem a reserva de meiospara a quitação do débito, gera presunçãoabsoluta de fraude à execução (...)(STJ, 2ª T. AgRg nos Decl no Resp 1370284/PR, Rel. Min. HumbertoMartins, out. 2013)

Presunção de Fraude

Pela presunção relativa de fraude:

“(...) trata-se de presunção relativa, quesomente poderá ser afastada medianteprova inequívoca de que a alienação ou seucomeço não configura fraude. Hánecessidade de que reste demonstrado que odevedor tinha ciência da inscrição do débitoem Dívida Ativa “

(Regina Helena Costa. Curso de Direito Tributário, 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2015, p. 323)

Presunção de Fraude

Presunção de Fraude

Art. 185 (...)

Parágrafo único. O disposto neste artigo nãose aplica na hipótese de terem sidoreservados, pelo devedor, bens ou rendassuficientes ao total pagamento da dívidainscrita.

Indisponibilidade

A indisponibilidade não impede o uso e a fruição dos bens e podeaté ser oferecido em garantia de outras dívidas, mas o que não sepermite é a alienação dos bens. Eventual alienação é ineficaz

Sumula 560, STJ. A decretação da indisponibilidade de bens edireitos, na forma do art. 185-A do CTN, pressupõe o exaurimentodas diligências na busca por bens penhoráveis, o qual ficacaracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobreativos financeiros e a expedição de ofícios aos registros públicos dodomicílio do executado, ao Denatran ou Detran.

Bloqueio on line

AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃOFISCAL. BACEN-JUD (PENHORA ON LINE). ART. 185-A DO CTN.POSSIBILIDADE DE BLOQUEIO DE ATIVOS FINANCEIROS EMDEPÓSITO DESDE QUE O EXECUTADO, VALIDAMENTE CITADO,DEIXE DE PAGAR A DÍVIDA OU NOMEAR BENS PASSÍVEIS DEPENHORA. PRECEDENTE: RESP. 1.044.823/PR, REL. MIN.FRANCISCO FALCÃO, DJE 15.09.2008. AGRAVO REGIMENTAL DAFAZENDA NACIONAL DESPROVIDO.

1. O entendimento desta Corte Superior orienta-se no sentido de queapenas o executado validamente citado que não pagar nemnomear bens à penhora é que poderá ter seus ativos financeirosbloqueados por meio do sistema conhecido como BACEN-JUD, sobpena de violação ao princípio do devido processo legal

2. A constrição de ativos financeiros da executada por meio doSistema Bacen Jud depende de requerimento expresso daexequente, não podendo ser determinada ex officio pelo magistrado.Inteligência do artigo 655-A do Código de Processo Civil.

3. (...)

4. (...)(STJ, 1ª T., AgRg no Resp 1296737/BA, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, fev. 2013).

Garantia

Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, nãopagar nem apresentar bens à penhora no prazo legal e não foremencontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade deseus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meioeletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferênciade bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridadessupervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, noâmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial.

§ 1o A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valortotal exigível, devendo o juiz determinar o imediato levantamento daindisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite.

§ 2o Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que tratao caput deste artigo enviarão imediatamente ao juízo a relação discriminadados bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido.

Preferências

Ressalvados os créditos trabalhistas e osrelativos aos de acidente de trabalho,nenhum outro tem preferencia ao CréditoTributário (art. 186, caput), exceto em casode falência.

“(...) É pacífica a jurisprudência do SuperiorTribunal de Justiça no sentido de que, comexceção dos créditos de natureza trabalhista,os créditos de caráter tributário preferemtodos os demais.”(STJ, 1ª T., AgRg no Resp 1153946/MG, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, ago. 2013).

Preferências na falência

Art. 186(...)

I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ouàs importâncias passíveis de restituição, nos termos dalei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite dovalor do bem gravado;

Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos comprecedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir,os relativos a:

I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, ecréditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentesde trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência;

II – quantias fornecidas à massa pelos credores;

III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo edistribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;

IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falidatenha sido vencida;

V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante arecuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretaçãoda falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após adecretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 destaLei.

Preferências na falência(Art. 84 da Lei 11.101/05)

Art. 186 (...)

(...)

II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferênciados créditos decorrentes da legislação do trabalho; e

Lei 11.101/05 (lei de Falências)

Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinteordem:

I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150(cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentesde acidentes de trabalho;

Preferências na falência

Art. 186 (...)

(...)

III – a multa tributária prefere apenas aos créditossubordinados.

Lei 11.101/05 (lei de Falências)

Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece àseguinte ordem:

(...)

VIII – créditos subordinados, a saber:

a) os assim previstos em lei ou em contrato;

b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculoempregatício.

Preferências na falência

Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não ésujeita a concurso de credores ou habilitação emfalência, recuperação judicial, concordata, inventárioou arrolamento.

Parágrafo único. O concurso de preferência somente severifica entre pessoas jurídicas de direito público, naseguinte ordem:

I - União;

II - Estados, Distrito Federal e Territórios,conjuntamente e pró rata;

III - Municípios, conjuntamente e pró rata.

Preferências na falência

Contatos

Professor Rubens Kindlmann

Kindlmann

rubens@kindlmann.com.br

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