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LEVANTAMENTO SITUACIONAL DA
INSERÇÃO NO MERCADO DE
TRABALHO DE ALUNOS BOLSISTAS
Sheila Mendonça Mesquita (UFF)
sheila@latec.uff.br
Emmanuel Paiva de Andrade (UFF)
sheila@latec.uff.br
Rosana Therezina Queiroz de Oliveira (UFF)
rosana@latec.uff.br
A Universidade Federal Fluminense tem ocupado posição de destaque
e de referência nacional, configurando-se como pólo de atração para
alunos interessados numa formação acadêmica que, ao mesmo tempo
em que ofereça vivência em pesquisa cientíífica, permita um bom
preparo para o mercado de trabalho. Assim, o presente trabalho teve
como objetivo geral analisar o impacto do PIBIC (Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação Científica) na formação do
indivíduo como pesquisador e na formação do indivíduo como
profissional. Trata-se de uma pesquisa qualitativa cuja técnica
escolhida para a coleta de dados foi entrevista semi-estruturada, oral e
individual. Pôde-se verificar que o Programa tem impacto tanto no
aspecto do desenvolvimento do aluno como Pesquisador como no seu
desenvolvimento para vida Profissional.
Palavras-chaves: Gestão Educacional. Formação Científica. Mercado
de Trabalho.
5, 6 e 7 de Agosto de 2010 ISSN 1984-9354
VI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Energia, Inovação, Tecnologia e Complexidade para a Gestão Sustentável
Niterói, RJ, Brasil, 5, 6 e 7 de agosto de 2010
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LEVANTAMENTO SITUACIONAL DA INSERÇÃO NO MERCADO DE
TRABALHO DE ALUNOS BOLSITAS
1. INTRODUÇÃO
O debate acerca da relação entre formação científica e formação profissional está em aberto,
havendo inúmeras perspectivas e/ou formas de abordagens da questão. Alguns profissionais
insistem que a formação científica remete para a base de todos os demais tipos de formação e
por isso deve merecer ênfase especial. Outros, sem necessariamente discordar da perspectiva
anterior, procuram manter o foco no caráter mais “permanente” da formação científica em
contraposição a uma suposta “efemeridade” da formação profissional, que está sujeita
normalmente ao ritmo cada vez mais intenso das mudanças tecnológicas. Existem ainda, num
horizonte mais antagônico, aqueles que criticam a submissão da perspectiva tecnológica e/ou
profissional ao ethos acadêmico, criticando do ponto de vista epistemológico a crença
reducionista de que as profissões possam ser, de uma forma ou de outra, a aplicação da
ciência.
Dentre os inúmeros modos de abordar a questão, um particularmente tem se revelado uma via
ainda não esgotada de análise. Trata-se de acompanhar com uma espécie de olhar de
antropólogo, o percurso dos egressos da formação universitária de graduação. O
acompanhamento a que se refere aqui tem semelhanças com a perspectiva delineada por
Latour (2000) em seu livro: Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade
afora.
Dentre os programas especiais implantados ao nível da graduação optou-se por fazer um
recorte em torno do PIBICT – Programa Institucional de Iniciação Científica, implantado pelo
CNPq desde 1989 e considerado um programa de sucesso, principalmente para a formação de
pesquisadores. Os bolsistas deste Programa têm acesso a diversas informações sobre a
estruturação, organização e funcionamento de instituições de ciência, tecnologia dos setores
de serviços e de produção. Também se pode esperar que detenham em decorrência da
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condição de bolsistas possibilidades de ampliar suas potencialidades de inserção no mercado
de trabalho.
Se a idéia de seguir os egressos parece ser razoável a fim de se buscar compreender o papel e
o impacto de uma parte do seu processo de formação sobre sua capacidade de resposta, no
final das contas no mundo do trabalho, separar os fatores relevantes e seus desdobramentos
pode ser de alta complexidade.
Trata-se no fundo de compreender o intrincado processo de conhecimento tácito e explícito,
de escolhas pessoais e coletivas, de circunstâncias e conjunturas e, finalmente, (por que não?)
de acaso que está por trás do resultado final de uma carreira profissional. Trata-se também de
desmistificar uma análise meramente burocrática, que considera de forma simplificada tudo
sob a ótica de “montar um bom currículo”, como se o fato de ter sido um bolsista de iniciação
científica tivesse sido de tal relevância no currículo do egresso, que lhe tenha aberto todos os
caminhos.
Neste sentido é necessário identificar, em perspectiva epistemológica e ontológica, os
componentes do chamado conhecimento reflexivo na perspectiva de Schon (2000),
compreender de que se formam as competências no rastro do que propõe Zarifian (2001) ou
ainda desdobrar os condicionantes ambientais onde trabalharão os egressos, aí identificando
os elementos que favorecem a capacidade de interação criativa tais como a autonomia, a
intenção, o caos criativo, a redundância e a variedade de requisitos, na esteira aberta por
Nonaka e Takeuchi.
Esta é o pano de fundo e a problemática sobre a qual se assenta a pesquisa proposta a qual traz
um conjunto de olhares oriundos fundamentalmente da gestão do conhecimento para
compreender e explicar o papel do PIBICT/CNPq na formação não apenas de pesquisadores,
mas de quadros profissionais que operem na sociedade com eficiência e senso crítico.
Portanto, se pretende examinar neste estudo, o quanto o PIBIC impacta a formação de
pesquisadores e na formação de profissionais, ao lidar com o mundo de trabalho e das
organizações buscando-se identificar, compreender e explicar a possível existência de
qualificações profissionais adicionais do egresso submetido ao programa especial.
2. ASPECTOS METODOLÓGICOS
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A natureza deste estudo tem correspondência com os princípios da pesquisa qualitativa,
entendidos como:
[...] capazes de incorporar a questão do significado e da
intencionalidade como inerentes aos atos, às relações, às estruturas
sociais, sendo essas últimas tomadas tanto no seu advento quanto na
sua transformação (MINAYO, 1996, p. 10).
Com estes princípios será possível estruturar a investigação tendo como premissa básica a
fundamentação em referências teóricas que tratem do PIBIC no ensino superior oferecido por
instituições federais de ensino, configurando-o como um dos programas do CNPq. As
referências permitirão ordenar reflexões e questionamentos que apontem para dimensionar o
PIBIC na UFF, no período de 2006 a 2009, resgatando a significação do mesmo como
estratégia que contribua na formação de acadêmicos de diversas áreas, para que seja analisada
sua influência na inserção de egressos deste Programa no mercado de trabalho.
A escolha dos informantes vai demandar a ampliação deste levantamento por áreas do
conhecimento, pois se espera identificar egressos em cada uma das áreas que ofereceram
PIBIC/CNPq no mencionado período 2006 a 2009.
Além disto, existe a intencionalidade de se conhecer os mecanismos estratégicos existentes
e/ou criados neste período (2006-2009) para a locação de PIBIC em cada área do
conhecimento. Pretende-se ainda reconhecer a totalização de PIBIC, sua distribuição por
áreas, o processo seletivo, período de vinculação do bolsista, participação do bolsista de
acordo com atividades programadas e executadas pelo bolsista juntamente com o
coordenador-pesquisador.
A seleção e organização dos dados que constituirão momentos da pesquisa irão conduzir a
análise e interpretação dos resultados, que foram apresentados em tabelas, gráficos.
A apresentação final dos resultados terá como finalidade evidenciar situações vivenciadas
pelos entrevistados que vão oferecer subsídios para que seja compreendida e explicada a
experiência do PIBIC/CNPq/UFF considerando-se os objetivos delimitados. Espera-se
apresentar sugestões para que mudanças sejam efetivadas visando ampliar a correlação entre
experiência como bolsista do PIBIC/CNPq/UFF e a inserção do mesmo no mercado de
trabalho. Espera-se também com estas sugestões contribuir para que seja enfrentado o desafio:
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perceber a inserção e a participação do acadêmico da UFF no mencionado Programa como
estratégia de ampliação da capacidade produtiva do egresso inserido no mercado de trabalho,
como uma das responsabilidades
A fase de composição do universo implicará no levantamento, no período de 2006 a 2009 dos
egressos do PIBIC/CNPq/UFF/PROPPi. Para tanto, pretende-se tomar como fontes os
registros existentes nesta IFES, que implicará na realização de observação documental.
O roteiro da entrevista será elaborado após a estruturação do quadro referencial, do qual serão
selecionados indicadores que orientarão a formulação das questões abertas, incluindo-se as
que vão coletar dados de identificação de egressos do PIBIC/CNPq/UFF/PROPPi.
A técnica escolhida para a coleta de dados é a entrevista semi-estruturada, oral e individual
que será aplicada em local a ser escolhido em comum acordo com cada egresso, respeitando-
se a privacidade, garantindo-se o anonimato e o sigilo das informações prestadas. Para tanto
será feito pré-agendamento visando ordenar a seqüência das entrevistas e prestar
esclarecimentos sobre a participação e solicitar o consentimento de cada participante,
inclusive para a gravação dos depoimentos.
Ressalta-se que a opção por esta técnica decorre da possibilidade de captação imediata e
corrente da informação desejada. Outro fator importante é que na entrevista a relação que se
cria entre pesquisador e pesquisado possibilita o estabelecimento de interação, por meio de
uma atmosfera de influência recíproca entre quem pergunta e quem responde (LUDKE;
ANDRÉ, 1986, p. 33).
3. BREVE HISTÓRICO DO PIBIC E DE SEUS EGRESSOS
O PIBIC/CNPq foi criado em 1989 e tem se constituído há algum tempo em fonte de
pesquisas variadas, seja para compreender a formação de pesquisadores, seja para
compreender o dispositivo e o impacto de se instituir um pequeno grupo com formação e
acompanhamento especiais em um contexto de educação em massa, seja enfim para avaliar
políticas públicas de articulação entre a educação superior e a ciência e tecnologia.
O programa, por meio de legislação específica, define os critérios de elegibilidade desde o
processo seletivo a um determinado projeto de pesquisa, a forma de organização do trabalho
acadêmico-científico até a formação do pessoal envolvido (CALAZANS, 1987, 2002).
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Para a realização de tal prática, os atores da pesquisa científica, necessariamente, entram em
relação cotidiana com outros profissionais e/ou instituições, como os funcionários técnico-
administrativos da Universidade e das Fundações, outros prestadores de serviços e com a
comunidade.
A participação no processo possibilita muitas vezes acesso a informações essenciais sobre
espaços e oportunidades profissionais no mercado de trabalho, que podem servir como
conhecimentos adicionais e/ou complementares ao processo de capacitação e de qualificação.
Estes conhecimentos podem ser indicativos de perspectivas de trabalho servindo de pistas
para escolhas e adequação às intencionalidades profissionais, após a graduação.
Pires (2009) se dedicou a analisar o ingresso de ex-bolsistas em carreiras universitárias como
a docência, a pesquisa, os cursos de pós-graduação, especialmente mestrado e doutorado. O
trabalho de Massi (2008) é revelador da contribuição do PIBIC na área da graduação em
Química, singularizando contribuições evidenciadas por bolsistas em diferenciadas esferas de
atuação desta área do conhecimento.
O conhecimento adquirido sobre publicações relacionadas ao PIBIC/CNPq trata de
referenciar os aspectos históricos do Programa, sua inserção em universidades públicas,
privadas, envolvendo o nível médio e universitário. Pode-se destacar que o conteúdo dos
mesmos versa muito mais sobre o significado acadêmico das atividades de pesquisa onde
ocorre a participação de acadêmicos, ressaltando-se a relação criada, estabelecida e
desenvolvida com os orientadores/pesquisadores.
Também existem pesquisas assumidas por instâncias governativas que têm como centralidade
as mudanças estratégicas do Programa, em decorrência de demandas postas por instituições
universitárias, retratando aspectos diversos como a ampliação da quantidade de bolsas e a
remuneração dos bolsistas.
Embora criadas desde os anos de 1950, as BIC (bolsas de iniciação científicas) se
desenvolvem nas décadas seguintes alcançando no final da década de 1980, um "salto"
quantitativo, acontecendo a criação do PIBIC (1989). Este Programa inaugura no CNPq, uma
nova modalidade de concessão de BIC às instituições de ensino superior, pelo sistema de
quotas institucionais. Todavia este Conselho mantém quotas concedidas, tradicionalmente, ao
coordenador do projeto integrado de pesquisa, que continuam vigorando.
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Este Programa é regulado por Resoluções Normativas (RNs), que da primeira a ultima
vigente, totalizam nove. Além disto, foram realizadas duas avaliações nacionais sobre o
mesmo: em 1996, coordenada pelo professor Marcuschi; em 1999, sob a coordenação do
professor Aragón.
Outra informação importante a que se teve acesso é a trajetória do número de quotas do
PIBIC, no período 1996/2008, que pode ser visualizada no Quadro 01, elaborado por Pires
(2009) a partir de dados da Coordenação Nacional do PIBIC/CNPq, e por consulta ao sítio do
CNPq:
Quadro: Evolução da quantidade de quotas do PIBIC
Fonte: Coordenação Nacional do PIBIC/CNPq (2007)
A busca pela historicidade da IC no Brasil é feita por Massi (2008) referendando as
elaborações de Bazin (1983) sobre a inspiração que foi buscada nos Estados Unidos e na
França por desenvolverem atividade científica institucionalizada.
Outro aspecto importante do estudo realizado por Massi (2008) é o levantamento
bibliográfico sobre as teses, dissertações, artigos científicos realizadas sobre a temática da IC,
do qual já estão incluídas neste projeto as referências listadas como bibliografia básica que
têm vinculação com os objetivos anteriormente mencionados.
Deste levantamento bibliográfico encontra-se no estudo de Massi (2008) a análise em três
segmentos das contribuições sobre a IC vinculados à:
a avaliação da IC como atividade de formação do universitário;
avaliação do PIBIC com relação aos objetivos almejados pelo Programa;
caracterização de algumas particularidades do desenvolvimento da I C.
4. ESTUDO DO PROGRAMA DE PIBIC NA UFF
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É seguro que, dentre tantos pesquisadores, as contribuições de Massi (2008) têm destaque em
relevância porque a sistematização apresentada inclui o levantamento das produções que
particularizam análises sobre o PIBIC/CNPq. Cabe destacar que são inúmeras reflexões,
questionamentos e ponderações sobre o significado e a importância da participação de
acadêmicos em projetos de pesquisa, sendo elucidadas as contribuições como as atinentes à
formação de mentalidade investigativa; a ampliação da capacidade de relacionamento
coordenador-pesquisador e bolsista; o conhecimento que o bolsista passa a deter sobre
procedimentos metodológicos, técnicos, recursos materiais e financeiros; aquisição de
linguagem científica. Entretanto, quando se pensa no binômio universidade-empresa, fica
clara a necessidade pesquisar mais criteriosamente até que ponto o Programa tem impacto
sobre a vida não acadêmica do aluno-egresso.
Reitera-se então a relevância e a especificidade deste projeto e da significação que o mesmo
apresenta para ampliar as análises críticas e reflexivas sobre este Programa, particularizando-
se a experiência da UFF, sob responsabilidade da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós Graduação e
Inovação – PROPPi.
4.1. Avaliação das Demandas na Universidade Federal Fluminense - UFF
Os dados aqui apresentados são preliminares e indicativos de variações significativas entre a
demanda bruta, a demanda qualificada e a demanda atendida. Para entender melhor tais
variações, apresentaremos resumidamente os conceitos de cada ponto.
Entende-se por Demanda Bruta (Gráfico 01) as solicitações realizadas pelos pesquisadores
dos cursos de graduação da universidade. A Demanda Qualificada (Gráfico 02) consiste no
resultado da pontuação atingida pelos professores solicitantes a partir dos critérios
estabelecidos no Edital do PIBIC e Demanda Atendida (Gráfico 03), consequentemente, é o
resultado da distribuição das bolsas de acordo com a Cota/UFF/PIBIC.
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Gráfico 01: Demanda Bruta de Bolsas PIB IC de 2006-2009
Fonte: PROPPi-UFF
A Demanda Bruta apresentada no Gráfico 01 traz as solicitações feitas durante o período de
2006 e 2009, ou seja, período de três vigências – agosto de 2006 a julho de 2007; agosto de
2007 a julho de 2008 e agosto de 2008 a julho de 2009. Nas oito áreas de conhecimento, a
saber:
Área 1: Ciências Exatas e da Terra;
Árera 2: Ciências Biológicas;
Área 3: Engenharias;
Área 4: Ciência da Saúde;
Área%: Ciências Agrárias;
Área 6: Ciências Sócias e Aplicadas;
Ártea 7: Ciências Humana;
Área 8: Lingüística, Letras e Arte.
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Observa-se que a área humana apresenta maior demanda nas três vigências, sendo mais
significativa a vigência de 2007/2008. Aspecto que merece ser observado.
Gráfico 02: Demanda Qualificada de Bolsas PIBIC
Fonte: PROPPi-UFF
A Demanda Qualificada (que considera itens do projeto de pesquisa apresentado e do currículo
lattes do pesquisador proponente) traz os pesquisadores que tiveram pontuação necessária para
concorrer à cota de bolsa segundo os critérios de seleção estabelecidos pelo
Edital/PIBIC.
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Gráfico 03: Demanda Atendida de Bolsas PIBIC
Fonte: PROPPi/UFF, 2006-2009
Assim, a Demanda Atendida é resultado da distribuição das Cotas/PIBIC concedidas pelo
CNpq e pela UFF aos pesquisadores, conforme a fórmula abaixo.
DA
DQ
Considerando que DA = DEMANDA ATENDIDA e DQ = DEMANDA QUALIFICADA.e
ao utilizar a fórmula, encontra-se o percentual do universo da Demanda Bruta que foi atingido
por cada área de conhecimento, permitindo verificar-se a coerência da distribuição de cotas na
Universidade, o que será analisado a seguir.
O número de Cotas teve um aumento na vigência de 2008/2009.
Na avaliação de 2006/2007 tem-se o seguinte panorama:
ÁREA DE CONHECIMENTO PERCENTUAL ATENDIDO
Ciências Exatas e da Terra – CET 98%
Biológicas - BIO 100%
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Engenharias - ENG 104%
Saúde - SAU 134%
Agrárias - AGR 89%
Ciências Sociais e Aplicadas - CSA 90%
Ciências Humanas - HUM 122%
Linguística, Letras e Artes - LING 122%
Quadro 02: Percentual Atingido pelas áreas de conhecimento - vigência 2006/2007
Fonte: Proppi/UFF (2009)
Considerando que a UFF conta com 336 cotas vindas do CNPq e 84 cotas da UFF, um total de
420 cotas para o Programa PIBIC, e somando a demanda qualificada desta vigência,
2006/2007, observa-se que houve neste período um número de bolsas maior do que o total da
Demanda Qualificada que foi de 380, o que provocou a distribuição de Cotas para
pesquisadores com pontuação abaixo da linha de corte segundo os critérios do Edital PIBIC.
Tal fato teve impacto nas áreas de Engenharias, Saúde, Humanas e Lingüística.
Na avaliação de 2007/2008 tem-se o seguinte panorama:
ÁREA DE CONHECIMENTO PERCENTUAL ATENDIDO
Ciências Exatas e da Terra – CET 66%
Biológicas - BIO 81%
Engenharias - ENG 65%
Saúde - SAU 78%
Agrárias - AGR 92%
Ciências Sociais e Aplicadas - CSA 63%
Ciências Humanas - HUM 68%
Linguística, Letras e Artes - LING 72%
Quadro 03: Percentual Atingido pelas áreas de conhecimento - vigência 2007/2008
Fonte: Proppi/UFF (2009)
Considerando que na UFF também contou com 336 cotas concedidas pelo CNPq e 84 cotas
pela UFF, um total de 420 cotas para o Programa PIBIC, e somando a demanda qualificada
desta vigência, 2007/2008, observa-se que houve neste período um número de bolsas menor
do que o total da Demanda Qualificada que foi de 611. Nesta vigência observou-se a
necessidade de um maior número de bolsas.
Na avaliação de 2008-2009 temos o seguinte panorama:
ÁREA DE CONHECIMENTO PERCENTUAL ATENDIDO
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Ciências Exatas e da Terra – CET 86%
Biológicas - BIO 91%
Engenharias - ENG 85%
Saúde - SAU 100%
Agrárias - AGR 144%
Ciências Sociais e Aplicadas - CSA 75%
Ciências Humanas - HUM 96%
Linguística, Letras e Artes - LING 147%
Quadro 04: Percentual Atingido pelas áreas de conhecimento - vigência 2008/2009
Fonte: Proppi/UFF (2009)
Considerando que houve um aumento das cotas concedidas pelo CNPQ e pela UFF, passando
para 361- Cotas/CNPq e101 Cotas/UFF, num total de 462 cotas para o Programa PIBIC, e
somando a demanda qualificada desta vigência, 2008/2009, observa-se que houve neste
período um número de bolsas menor do que o total da Demanda Qualificada que foi de 468.
Nesta vigência observou-se a necessidade de um maior número de bolsas.
5. O IMPACTO DO PIBIC NA CAPACITAÇÃO DE PESQUISADORES E
NA CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS
Como primeira amostra, optamos por entrevistar 01 aluno-egresso de cada área em cada uma
das vigências, totalizando 24 alunos entrevistados e igualmente 01 pesquisador de cada área,
totalizando 24 pesquisadores entrevistados.
Destacamos mais uma vez o fato de esta ser uma pesquisa com finalidade qualitativa e,
portanto, não projetada para coletar resultados quantificáveis (BIKLEN e BOGDAN,1994;
LAKATOS e MARCONI, 2001; LUDKE e ANDRÉ, 1986)
PESQUISADORES PROFISSIONAIS
100% 95,8%
Quadro 05: Percentual de alunos e professores que consideraram relevante o Programa
PIBIC em seu desempenho e formação profissional
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Do total de alunos-egressos pesquisados, apenas 01 não considerou relevante sua participação
no Programa para sua formação profissional, enquanto que todos os professores pesquisados
julgaram positiva a contribuição do PIBIC em seu desempenho.
6. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
Num primeiro momento verificou-se que o impacto tanto para a capacitação do aluno de
graduação para a vida acadêmica como para a vida profissional tem aspectos positivos para o
indivíduo que participa do Programa PIBIC.
No caso da vida profissional o aluno de graduação envolvido com pesquisa parece ser
beneficiado com uma visão corporativa mais ampla, por sua participação nos mecanismos
organizacionais da Instituição, e com habilidades sociais, como a assertividade, a capacidade
de trabalho de equipe e resolução de problemas, características bastante estimuladas na
pesquisa acadêmica.
Um relato marcante foi a aparente tendência a continuidade acadêmica aliada a percepção de
obtenção de benefício no mercado de trabalho frente aos alunos que não participaram do
Programa.
Os resultados das entrevistas sugerem uma instabilidade quanto a demanda qualificada de um
período de vigência para o outro. Tal instabilidade exige uma investigação mais detalhada
para averiguação dos fatores nela envolvidos.
O resultado da presente pesquisa lança um olhar otimista frente à importância de um
programa com finalidades aparentemente acadêmicas sobre a preparação de seus egressos
para o mercado corporativo, o que sugere que o Programa tem acompanhado a nova tendência
de aproximação Universidade-Empresa. Entende-se, portanto a necessidade de continuidade
desta investigação, com levantamentos de dados quantitativos que sirvam de suporte para os
dados aqui apresentados.
REFERÊNCIAS
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influência da pesquisa na formação do aluno de medicina e enfermagem. (Mestrado em
VI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Energia, Inovação, Tecnologia e Complexidade para a Gestão Sustentável
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