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Treinamento em Monitoria e Avaliação para o Governo de Moçambique
27 de fevereiro a 03 de março de 2017Maputo
Aula 05
PROGRAMA RENDA MELHOR:
da formulação à avaliação
Parte 1Curso de Monitoria e Avaliação
Maputo, Moçambique27 de fevereiro a 03 de março de 2017
Antonio Claret Campos FilhoEspecialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental
Antecedentes
• A criação do Programa ProgBolsa Família - PBF, em outubro de 2003, foi um passo decisivo para a ampliação e articulação da rede de proteção social brasileira.
• O PBF promoveu a unificação de quatro programas federais (Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio Gás e Cartão Alimentação), implantados entre 2001 e 2003, significando um expressivo aumento no volume de recursos transferidos às famílias.
• Além de integrar programas federais setoriais e da ampliação dos recursos federais, o desenho original do PBF previa sua integração com programas estaduais e municipais de transferência de renda.
• Contudo, tal mecanismo teve uma aplicação intermitente ao longo do desenvolvimento do programa.
Pactuações e Brasil sem Miséria
• Com o lançamento do Plano Brasil sem Miséria, a agenda das pactuações assume nova força, com um renovado ímpeto dos governos subnacionais em se engajarem nesses programas.
• Todos os estados, de forma mais ou menos intensa, participaram do Brasil sem Miséria:
• 20 lançaram planos próprios, articulados ao plano nacional• destes, 11 estabeleceram pactuações com o Programa Bolsa
Família para o pagamento integrado de benefícios.
• Os desenhos iniciais variaram bastante, assim como as metas de cobertura, de acordo com as prioridades e capacidades de cada estado.
Contexto da formulação do
Plano Rio sem Miséria
• Superação da pobreza extrema no topo da agenda governamental
• Alinhamento político entre as esferas de governo
• Bom momento econômico do Estado
• Persistência de maus resultados nos indicadores de pobreza, desigualdade e educacionais
POBREZA EXTREMA NO RIO DE JANEIRO“O Estado do Rio de Janeiro perdeu somente uma posição emtermos de renda domiciliar per capita, registrando a 3ª maior
renda do país em 2009...”
Fonte: Rio: A Hora da Virada / Ricardo Paes de Barros e Valéria Pero – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
Posição Estados
Renda Domiciliar Per Capita Posição Estados
Renda Domiciliar Per Capita
1992 2009
1 Distrito Federal R$ 664,00 1 Distrito Federal R$ 1.324,00
2 Rio de Janeiro R$ 569,00 2 Santa Catarina R$ 865,00
3 São Paulo R$ 569,00 3 Rio de Janeiro R$ 835,00
4Rio Grande do
Sul R$ 524,00 4 São Paulo R$ 807,00
5 Santa Catarina R$ 496,00 5Rio Grande do
Sul R$ 774,00
POBREZA EXTREMA NO RIO DE JANEIRO“ ... Porém, passou de 10ª para 17ª posição em termos de
desigualdade de renda.”
Fonte: Rio: A Hora da Virada / Ricardo Paes de Barros e Valéria Pero – Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
Posição EstadosÍndice de Gini
Posição EstadosÍndice de Gini
1992 2009
9 Rondônia 0,545 9 Minas Gerais 0,509
10 Rio de Janeiro 0,548 10 Pará 0,516
11 Pará 0,549 11 Mato Grosso do Sul 0,517
12 Amazonas 0,551 12 Amapá 0,519
13 Espírito Santo 0,555 13 Roraima 0,521
14 Acre 0,559 14 Tocantins 0,522
15 Minas Gerais 0,566 15 Espírito Santo 0,528
16 Alagoas 0,575 16 Maranhão 0,537
17 Mato Grosso do Sul 0,581 17 Rio de Janeiro 0,541
18 Goiás 0,581 18 Ceará 0,542
PLANO RIO SEM MISÉRIA PREMISSAS
Integração entre as três esferas de Governo: pactuações
Participação da sociedade civil e da iniciativa privada: parcerias, participação social
Abordagem Multidimensional da Pobreza: Para além da renda: fatores subjetivos, familiares, comunitários e territoriais
DIMENSÕES DA VIDA
Alimentação Trabalho Dinâmica familiar
VestuárioInserção na comunidade
Satisfação pessoal e auto-estima
Educação Cultura Perspectivas de futuro
Saúde Moradia Lazer
ESTRATÉGIAS RIO SEM MISÉRIA
CURTO PRAZO: RENDA MELHOR
MÉDIO PRAZO: -Gestão de Oportunidades
Econômicas e Sociais – GOES
- Fortalecimento do SUAS e Acompanhamento Familiar
LONGO PRAZO: RENDA MELHOR
JOVEMInvestimentos em Capital
Humano
RESULTADOS DESEJADOS:
1.Superação da Extrema Pobreza;2.Melhoria na condição de vida da população do Estado do RJ;3.Maior nível de escolaridade da população;4.Melhores condições de emprego e renda.
Diagnóstico Intervenção Resultados
Atuação intersetorial e adaptada à realidade local
Transf. Renda
Educação
Qualificação profissional
Educação financeira
Pobreza multidimensional
trabalho escolaridade
habitação vulnerabilidades
rendaserviços
Curto Prazo
Longo Prazo
Necessidades básicas
satisfeitas
Inclusão social e econômica
Médio Prazo
Melhoria da qualidade de vida e superação da extrema pobreza
Desenvolvimento Inclusivo e sustentável
Eleva o nível educacional e a produtividade
Critério de seleção dos beneficiários baseado em
Renda estimada
Inclusão produtiva
Situação de pobreza extrema
• O que é: programa criado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, com oobjetivo de
promover o desenvolvimento sustentável dos jovens, com foco naerradicação da pobreza extrema através do investimento em capitalhumano;
Incentivar a permanência e o bom desempenho do jovem na escola ereduzir a defasagem idade-série;
Contribuir para o aumento das taxas de aprovação e conclusão do EnsinoMédio no Estado do Rio de Janeiro;
• Para quem é: jovens em situação de extrema pobreza (pertencentes às famíliasbeneficiários do Programa Bolsa Família e do Programa Renda Melhor ou doPrograma Cartão Família Carioca), que estejam matriculados na rede de EnsinoMédio Regular, Curso Normal ou Profissionalizante da Rede Estadual de Ensino, eque tenham ingressado no ensino médio com menos de 18 anos;
• Como funciona: em parceria com SEEDUC, PRODERJ e agente bancário sãoconcedidos prêmios financeiros depositados em conta poupança aos jovensbeneficiários.
Renda Melhor Jovem
30%
Livre para Saques
70%
Saque após conclusão do Ensino Médio
Conta Poupança
Prêmio Anual
Valores depositados em conta-poupançacondicionados à aprovação do jovem acada ano: R$ 700,00 na 1a série do Ensino
Médio
R$ 900,00 na 2a série do EnsinoMédio
R$ 1.000,00 na 3a série do EnsinoMédio
R$ 1.200,00 no Ensino MédioProfissionalizante 4 anos
Prêmio de Conclusão Qualificada - R$500,00 ao final do Ensino Médio, casoobtenha um bom desempenho no ENEM(ao menos 50% da prova)
• Beneficiários: famílias atendidas pelo Programa Bolsa Família com
renda familiar per capita estimada de até R$ 100,00
• Objetivo: zerar o hiato da pobreza no estado do Rio de Janeiro,
propiciando às famílias mais vulneráveis já atendidas pelo Programa
Bolsa Família uma renda mínima per capita de R$100,00.
• Pagamento: cartão compartilhado – PBF/Renda Melhor – mesmo
calendário de pagamento do PBF
• Pactuação com os municípios: assinatura de termo de adesão
Programa Renda Melhor: Principais Características
PÚBLICO ALVO
CadÚnico
Bolsa Família
Renda Melhor
Famílias com Renda per capita até 1/2 salário mínimo ouRenda familiar até 3 salários mínimos
Pobreza:Famílias com renda per capita atéR$ 154Extrema Pobreza:Famílias com renda per capita até
R$ 77,00
Extrema Pobreza:Famílias com per capitaestimada inferior a R$100,00
1.378.984
825.974
211.478
Referência: Janeiro/2016Fonte: Portal Rio sem Miséria
IMPACTO NA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
0 5 10 15
R$100,00
Re
nd
a m
en
salf
amili
arp
er c
ap
ita
mé
dia
(R
$)
Hiato dePobreza Extrema
R$140,00
População (%)
Linha do Programa Bolsa Família
R$ 70,00 Linha do Brasil Sem Miséria
Linha do Programa RENDA MELHOR
0 5 10 15
R$100,00
Re
nd
a m
en
salf
amili
arp
er c
ap
ita
mé
dia
(R
$)
R$140,00
População (%)
Comportamento esperadoda população que receberáa transferência mínima(R$30,00)
Erradicação da pobreza extrema
Linha do Programa Bolsa Família
IMPACTO NA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA
PROGRAMA RENDA MELHOR
• Cálculo do benefício: varia para cada família – quanto maior a
severidade da pobreza maior o valor do benefício; Considerado o
valor transferido pelo PBF à família - complementar.
• Valor do benefício: mínimo de R$ 30,00 e máximo de R$ 300,00
destinados a zerar o hiato de pobreza.
• Cálculo da renda familiar: metodologia de apuração da renda
presumida/estimada - diferente da metodologia utilizada pelo
Programa Bolsa Família (renda declarada)
A metodologia de predição de renda
• O Programa Renda Melhor utiliza a metodologia da predição
de renda: considera que as escolhas de consumo feitas pelos
indivíduos são determinadas pelas expectativas de renda a
longo prazo (renda permanente), e não pela sua renda
corrente.
• Trata-se de uma metodologia que visa a captar a
multidimensionalidade da pobreza.
Cadastro Único
Informações constantes no CadÚnico
são carregadas no algoritmo quecalcula a renda estimada e que é
processado pelo PRODERJ
Família é inscrita no Cadastro Único
Família é selecionada para ser beneficiária do PBF
Família beneficiária
do Renda Melhor
1
2 3
4
Informações consideradas para estimação:(a) condições de moradia;(b) acesso à saúde;(c) acesso à educação;(d) acesso ao mercado de trabalho;(e) composição familiar;(f) acesso a transferências federais de
renda (PBF)
Se a renda per capita estimada da
família for inferior a R$ 100, ela serábeneficiária do Renda Melhor
Renda presumida
Processo de estimação da renda
Considerando Família com 6 pessoas:
Renda Estimada + PBF R$ 419,93Renda per capita estimada
(6 pessoas)R$ 69,99
Valor Bolsa Família R$ 154,00 Hiato (100 – 69,99) R$ 30,01
Renda Estimada (dados
do CadÚnico)R$ 265,93
Valor do Benefício
(30,01 x 6 pessoas)
R$
180,06
Evolução dos Recursos, População Beneficiada e Valor Médio do Benefício dos Programas Renda Melhor e Bolsa Família
Ano
Recursos anuais (milhões) Famílias Beneficiadas (milhares)Benefício médio por família
por mês (R$/família/mês)
Renda Melhor (PRM)
Bolsa Família (PBF)
PRM como porcentagem
do PBF
Renda Melhor (PRM)
Bolsa Família (PBF)
PRM como porcentagem
do PBF
Renda Melhor (PRM)
Bolsa Família (PBF)
PRM como porcentagem
do PBF
2012 224 844 27% 218 570 38% 86 123 69%
2013 266 1032 26% 259 609 42% 86 141 61%
2014 288 1153 25% 278 600 46% 86 160 54%
2015 252 1162 22% 242 601 40% 87 161 54%
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
260
280
300
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
JAN-2012 JUL-2012 JAN-2013 JUL-2013 JAN-2014 JUL-2014 JAN-2015 JUL-2015 JAN-2016
Po
pu
laçã
o a
ten
did
a (
mil
ha
res)
Vo
lum
e d
e r
ecu
rso
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or
mê
s)
Evolução do Volume de Recursos Mensais Alocados ao Programa Renda Melhor e População Beneficiada
2012 2013 2014 2015
PopulaçãoAtendida
Volume de Recursos
RENDA MELHOR: MODELO OPERACIONAL
8
6
2
1
Relatórios Folha/ Saque
Acompanhamento familiar
Pgto. RM (Calendário PBF)
7Repasse Financeiro
Inf. Sistema Gestão RM
Pactu
ação
Termo
Ad
esão
Base
sC
adÚ
nico
eFo
lhas
PB
F
Co
nsu
ltaSIB
EC
Reto
rno
Inclu
são -Fo
lha R
M
Disponibilização Acesso Portal RIO SEMMISÉRIA e Consulta Sistema de Gestão RENDAMELHOR.
Folh
a Raiz
Resguardo e fiscalização de bens, valores e direitos do RM.
Geração
da
Pré-
Folh
aR
M
2
3
Reto
rno
SIBEC
4
5
9
10
Revisão Anual da Folha Raiz
Variações no quantitativo das famílias beneficiárias do Programa Renda Melhor por Folhas Raiz
FamíliasFolha Raiz 2014 Folha Raiz 2015
Quant. Valor R$ Quant. Valor R$
Total famílias na Folha Raiz 284.621 R$ 24.820.588,00 211.478 R$ 18.274.110,00
Famílias entraram no PRM 63.264 R$ 4.531.191,00 36.248 R$ 2.413.060,00
Famílias permaneceram no
PRM221.353 R$ 20.289.041,00 175.230 R$ 15.861.050,00
Famílias saíram do PRM 46.909 R$ 3.313.581,00 109.365 R$ 7.205.600,00
• Tanto a geração quanto a revisão são feitas pelo PRODERJ anualmente;
• Sensível redução de famílias beneficiárias de 2014 para 2015.
Motivos para a saída de uma família do Programa Renda Melhor
• Alterações na renda estimada das famílias (para mais oupara menos)
• Alterações no valor do PBF (principalmente devido aoBSP, BV e Benefício Básico)
• Inclusão, atualização e/ou revisão cadastral por meio deações de busca ativa no Estado
• Famílias com o benefício bloqueado, suspenso oucancelado no momento de geração da folha raiz.
Auditoria Estadual (Cruzamento realizado pelo Tribunal de
Contas do Estado do Rio de Janeiro – TCE)Estratégia utilizada:
Encaminhamento do Ofício Circular SEASDH/SSIPS nº 001/2015;
Comunicados Operacionais nº 43 à nº 47;
Desenvolvimento em conjunto com o PRODERJ do Módulo de Auditoria do Sistema de Gestão do Renda Melhor;
Envio da documentação para SEASDH e MDS;
Encaminhamento dos relatórios para os órgãos de controle. (TCE e MP) e MDS.
Publicação e entrega do Guia para Gestão Municipal do Programa Renda Melhor
• Publicado em setembro de 2014, o Guia foielaborado pela equipe da CoordenaçãoEstadual do Programa Renda Melhor e BolsaFamília e tem por objetivo apresentar osprincipais conceitos e processos relacionadosà execução do Programa Renda Melhor.
• O Guia foi distribuído para cada um dos 91municípios integrantes do Programa RendaMelhor, tendo como destinatários principais: Secretário/Gestor Municipal do Bolsa
Família, Cadastro Único e Renda Melhor, Coordenador Municipal do Programa
Bolsa Família, Cadastro Único e RendaMelhor,
Responsável pela Proteção SocialBásica do Município.
Teoria da Mudança e sistema de M&A – Programa Renda Melhor, Governo do Rio de Janeiro
A renda per capita das famílias beneficiadas é elevada até a
linha de extrema pobreza
Ati
vid
ad
es
Algoritmos e sistema de informações
Acompanhar
desembolsos
financeiros
Revisar
Benefícios
Selecionar
Beneficiários
Folha de Pagamento
Bolsa Família
Sistema de Monitoria e Avaliação
Famílias em pobreza extrema
recebem os benefícios financeiros do Programa Renda Melhor
Pro
du
tps
Imp
act
o
Melhoria nas Condições de Vida da
População do Estado do RJ
Articulação Interinstitucional
estabelecida
Re
sult
ad
os
Re
sult
ad
os
Fin
ais
Folha de Pagamento
do Renda Melhor
elaborada
Ibsu
mo
Acompanhar
Condicionalidades
Portal Rio Sem
Miséria
Lei Orçamentária
Repasse financeiro
ao agente pagador
Sistema de Gestão do Renda Melhor
Cadastro Único
Indicadores Fontes de
Verificação
Pesquisa Avaliação
de Impacto
Taxa de cobertura da
população alvo do
programa como um todo e
de grupos de especial
interesse
Redução da taxa de
trabalho infantil
Aumento da renda
Manual
Operatrivo
Nº benefícios pagos
Recursos transferidos
Regras de negócio do
programa definidas
Marco normativo
estabelecido (leis,
decretos, acordos de
cooperação etc.)
Sistema de
Gestão do Renda
Melhor
Aumento da segurança
alimentar
• Os programas de transferência de renda foram fundamentais para oaprimoramento do sistema de proteção social brasileiro.
• Cooperação federativa: necessária para melhorar a eficiência e efetividade dosprogramas; bem como oportunidade de aprendizado entre experiências nacionaise subnacionais.
• Importância de arranjos institucionais e sistemas de informações para todas asetapas do ciclo de gestão
• Desafios para garantir a sustentabilidade dos programas: políticos, orçamentários,comunicação com a sociedade.
• Em situações de crise, quando se fazem mais necessários, tais programas têmseus momentos de maior risco.
• Importância de avaliações para apresentar de forma robusta os resultados, limitese possíveis aprimoramentos.
OBRIGADO!
antonio.claret@ipea.gov.brantonio.claret@ipc-undp.org
Curso de Monitoria e AvaliaçãoMaputo, Moçambique
27 de fevereiro a 03 de março de 2017
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