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O Grilo Verde
Na horta do tio Manuel Liró
Um grilo espantoso apareceu.
Era tão invulgar,
Tão verde, verde, verde,
Que até sabia assobiar.
Os grilos vizinhos
Começaram a estranhar.
Espalharam a notícia…
Foram com ele falar.
Caso ele não quisesse mudar,
Teriam que o expulsar.
Ele era assim
E assim queria continuar.
Explicou as diferenças,
Mas ninguém o queria ouvir.
Por mais que insistissem,
Ele não ia mudar.
Pois era como era
E ninguém o podia impedir.
Os grilos pretos
Só o queriam prender
Na lura mais funda
Que conseguissem fazer…
O grilo diferente
Achava isto uma grande injustiça.
Preocupados com a sua reputação,
Os grilos pretos
Não queriam deixar de cricrilar.
E o grilo verde, verde,
Não queria parar de assobiar…
O tio Manuel Liró,
Como de costume,
Descansava à sombra duma oliveira,
Mas não conseguia dormir
Por causa da barulheira:
Os grilos pretos pulavam, saltavam,
E o grilo verde fintava, fugia,
Tudo numa grande correria.
O tio Manuel Liró, zangado, acordou
E incomodado com o barulho
Na enxada pegou.
Investigou pela horta
E no feijoal os encontrou.
Hesitante ficou, mas uma decisão
tomou:
guerra aos grilos, destruição total!
Numa couve, o grilo verde
Se camuflou
E ninguém o encontrou.
Os grilos pretos fugiram,
Mas o grilo verde ficou.
O tio Manuel Liró
À sombra da oliveira regressou.
Enquanto dormia a sua soneca,
Algo espantoso aconteceu:
O grilo verde,
Com asas cor de fogo ficou.
Voou, voou, voou,
E uma melodia assobiou,
Pousado no ramo da oliveira.
O tio Manuel Liró
Acordou e logo o chamou.
O grilo verde apareceu.
O tio Manuel abismado ficou
E logo o tentou apanhar
Para a todos o ir mostrar.
A subir e a voar,
O nosso grilo
Conseguiu escapar.
E, sem mais pensar,
Em direção ao céu voou
E às nuvens foi parar…
Gri, gri, gri, grá…
A nossa poesia
terminada está!
Versos dos alunos das turmas n.º 4 e n.º 6 da
E.B. da Chave, Gafanha da Nazaré.
Março de 2012 – À Conversa com … António
Mota
Imagens: Google
Apresentação
e fotografia:
Isabel Pinheiro
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