Os dois usos da retórica

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Persuasão - retórica

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FILOSOFIA – 11º ano

Os dois usos da retórica:

Persuasão

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PERSUASÃO

Persuasão

• A persuasão apresenta-se como o mecanismo psicológico mais ajustado para demover as pessoas em determinadas situações.

(…) São inúmeras as situações em que o discurso persuasivo continua a mostrar-se o instrumento mais eficaz e, nalguns, casos, até, o único humanamente admissível. Estamos a pensar no trabalho do psicólogo, no médico que recupera a esperança de um doente incrédulo quanto à sua cura, nas campanhas quanto ao álcool e contra a droga, na prevenção rodoviária, mas também no professor que incentiva nos seus alunos o gosto pela leitura e pelo saber em geral, na mãe que consola e ajuda a sua filha a ultrapassar um desgosto de amor, enfim, no amigo que nos faz ver quando erramos. Quem se atreveria a censurar algumas destas atividades ou procedimentos?”

Américo de Sousa

Discurso persuasivo

O bom uso da retórica

• PERSUADIR

Convencer alguém a aceitar ou decidir algo, sem que isso implique, necessariamente, a intenção de o iludir ou prejudicar pela diminuição das suas aptidões cognitivas ou comportamentais.

Ato comunicativo

Emissor age Interlocutor

A influência que o

orador oferece na

argumentação

pressupõe um

interlocutor

Vai alterando:

Opiniões

Modos de pensar

Forma de reagir

Compreenda e seja capaz de avaliar criticamente os

argumentos

Quem argumenta não deixa de atribuir a quem o escuta o estatuto de:

Pessoa racionalmente competente

Capaz de deliberar e tomar as suas decisões

• Persuadir

Não é desqualificar o outro, é contar com ele, reclamar a sua presença e

participação

Auditório

• O auditório não é:

Um amontoado passivo de acéfalos, destituídos de inteligência e vontade, a deixar-se arrastar pelas palavras e poder de sedução daquele que fala.

São pessoas conscientes dos efeitos da argumentação

Sabem o que pretende aquele que fala, por isso devem estar esclarecidos quanto ao seguinte:

1. Conhecimento das linhas gerais da situação problemática em foco, isto é, objeto da argumentação.

2. Conhecimento de todas as soluções disponíveis acerca das quais se reclama a opção das pessoas.

3. Conhecimento das consequências positivas e negativas decorrente de cada uma das escolhas.

Base asseguradora de que o diálogo decorre segundo normas éticas

Perelman

• Perelman

Enfatiza o logos

tónica nos elementos

intelectuais

O que verdadeiramente persuade são os argumentos racionais que servem de suporte à conclusão

Mas…

A pessoa não é só intelectualidade

Isto quer dizer que os elementos racionais se associam a outros motivos, por vezes tão

determinantes quanto eles no processo de adesão.

ETHOS e PATHOS

Adesão

Foro racional

• Adesão Foro afetivo

Fenómeno que o orador se esforça por conquistar lançando mão a vários recursos

Bom uso da retórica

• Bom uso da retórica

• Fala-se de bom uso da retórica, ou de retórica branca, quando se permite que os elementos do auditório ajuízem e se expressem de modo consciente e crítico. A este respeito fala-se de uso ético da retórico ou persuasão.

O bom uso da retórica A PERSUASÃO

• Consideramos legítimo a forma de persuadir efetuada pelo uso de argumentos racionais

• Predominância do LOGOS

controla os aspetos menos

racionais associados ao ETHOS e

ao PATHOS

Uso ético da retórica na Filosofia

• Argumentação ou retórica

Método mais ajustado ao exercício da Filosofia

Especificidade Autonomia

da Filosofia Universalidade

Racionalidade

apresentam aos

pensadores um certo

numero de exigências

éticas

• Decorrentes do

Amor pela sabedoria

Interesse exclusivo pela

verdade

• Reflexão filosófica respeito pelo outro

Atmosfera de sinceridade e isenção

Imperativos de ordem ética, que se impõem ao filósofo e fazem do seu discurso algo de imparcial e de carácter descomprometido

Bom uso da argumentação

Argumentação genuinamente filosófica

Qualidades éticas

1. Fidelidade - àquilo que legitima a sua argumentação: a

busca da verdade

2. Força de carácter - para persuadir na argumentação sem

efetuar cedências às suas inclinações particulares

3. Abertura mental - Para reconhecer eventuais erros nas suas crenças básicas e, se necessário, ser capaz de as substituir

4. Autonomia de espírito - Para resistir à tentação de “certas ideias em moda”

5. Paciência - Para esperar e método para prosseguir, quando a dificuldade ou gravidade das questões reclamam reflexões mais prolongadas

6. Coragem - Para incentivar e não impedir refutações e críticas oriundas do auditório

7. Humildade e modéstia - Para admitir que as suas teorias, por mais bem elaboradas que lhe pareçam, podem não ser adequadas para a resolução dos problemas em causa.

7. Humildade

e modéstia - Para admitir que as suas

teorias, por mais bem

elaboradas que lhe

pareçam, podem não ser

adequadas para a

resolução dos problemas

em causa.

• Argumentação filosófica

INTERESSE EXCLUSIVO PELA VERDADE