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PERFIL DISCENTE DO PROFAE DE LAGO DA PEDRA – MA
COSTA, Andréia Suzana VieiraCUNHA, Carlos Leonardo Figueiredo
BRITO, Emmanuelle Novaes de VasconcelosCRUZ, Érika Joseth Sousa Nogueira da
CARVALHO, Maria de Lourdes
A escolha de uma profissão é algo decisivo na vida estudantil, sobretudo porque
nem sempre se tem clareza da opção feita. Na profissão de Enfermagem não é diferente. A
escassez de literatura específica sobre o que é Enfermagem e a dificuldade de acesso a um
teste vocacional dificulta esta reflexão. Desse modo tornam-se pertinentes estudos que
possibilitem a compreensão dos motivos que levaram a escolha da Enfermagem como
profissão e quem é o sujeito que vem se dispondo a se tornar um profissional de saúde. Este
trabalho tem como objetivo traçar o perfil sócio-econômico do aluno do PROFAE de Lago da
Pedra – Maranhão, identificando os elementos motivadores que concorrem para eleição da
Enfermagem como profissão. O ponto de partida para o desenvolvimento desse estudo foi
resgate da produção teórica já desenvolvida sobre a temática buscando referências em livros,
revistas e pesquisas que tratassem de questão discutida. Visando melhor compreensão do
tema, o mesmo também contempla uma pesquisa de campo, optando-se pela mostra
probabilística constituída por 42 (quarenta e dois) alunos, correspondendo a 76,3% da
população de um total de 55 (cinqüenta e cinco) alunos do curso em debate. Os instrumentos
utilizados na ocasião foram a observação, entrevista e questionários. Como resultados,
verificou-se que a grande maioria dos discentes 90,5% é do sexo feminino, de cor parda
69,1% e que 80,9% optaram pelo curso por vocação. Dentre as sugestões apontadas a
mudança de horário das aulas 47,6% foi a mais apontada. Outra sugestão mencionada foi a
continuidade do curso, como o Técnico em Enfermagem 11,9%, o que demonstra o interesse
dos indivíduos estudados em dar continuidade ao processo de qualificação profissional. O
tema abordado oferece subsídios de reflexão para o redirecionamento e/ou aperfeiçoamento
do processo de ensino-aprendizagem na área.
Palavras - Chave: Discente. Perfil. Motivação. Enfermagem
STUDENTS PROFILE OF PROFAE IN LAGO DA PEDRA CITY, MARANHÃO
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The choice of a profession is something decisive in a student’s life, especially because theperson is not always sure about the decision taken. In nursing, it is not different. The poorspecific literature about what is nursing and the difficult of access to a vocational test makethis reflection even harder. Therefore, any study that may bring some comprehension aboutthe reasons that led the choice of nursing as a profession and who is the subject that has beentrying to become a health professional is important. This work has the objective of analyze thesocial – economical profile of PROFAE student in Lago da Pedra city, state of Maranhão,identifying the elements that motivate them to choose nursing as a profession. The start pointwas to bring back the theoretical production ever made about the theme, searching referencesin books, magazines and other works. Aiming better comprehension, it was performed anoutside research with 42 students, which represents 76.3% of the population, from 55 in total.The instruments used were observation, interview and questionnaires. As result, it was shownthat most of the students (90.5%) were female, not white (69,1%), and that 80,9% of themchose their course because of their vocation. Among the suggestions mentioned, the mostcommon was the change in class’s schedule. Another suggestion was the continuity of thecourse with nursing auxiliary, which demonstrates interest from these individuals incontinuing the process of professional qualification. The approached theme offers subsidies ofreflection to the re-management and/or improvement of the teaching – learning process in thisarea.
Key words: Student. Profile – motivation. Nursing
1 INTRODUÇÃO
A escolha de uma profissão é algo decisivo na vida estudantil, sobretudo porque
nem sempre se tem clareza na opção feita. Em geral, há sempre uma insegurança no que se
refere a realização pessoal e financeira.
Assim, muitos ingressam no mercado de trabalho ansiosos, em busca de
elementos que possibilitem reafirmação da atitude feita inicialmente.
Preocupações diversas são freqüentes e inúmeras são as convenções que visam
justificam a tarefa vital na vida dos alunos.
Na profissão de Enfermagem, não é diferente. A escassez de literatura específica
sobre o que é Enfermagem e a dificuldade de acesso a um teste vocacional, principalmente
pelo valor pago por este, dificulta esta reflexão. Desse modo, é que se torna pertinentes
estudos que possibilitem a compreensão dos motivos que levam a escolha da Enfermagem
como profissão e quem é o sujeito que vem se dispondo a se tornar um profissional de saúde.
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A formação dos “cuidadores” da saúde sempre foi uma preocupação marcante dos
grupos humanos. Historicamente, sempre houve a luta e o desafio para uma vida saudável,
sem feridas, dores e seqüelas. Sempre houve alguém disposto a empreender a tarefa de
ensinar às pessoas a cuidam de sua saúde (VIEIRA, 2002).
Foi por esta razão que decidiu-se por estudar o perfil do aluno do PROFAE de
Lago da Pedra – MA, seguindo um percurso metodológico que favorece um análise que
considerasse as especialidades e pluralidades desse público-alvo.
Nestes termos, a investigação da realidade foi medida por questionamentos sobre
os porquês da eleição da enfermagem, tornando-se por isso, elementos fundamentais desta
pesquisa.
O conhecimento do perfil sócio-econômico dos alunos, os critérios utilizamos na
escolha do curso, sugestões para a melhoria do ensino e as expectativas em relação a sua
formação e realização profissional foram pontos que merecem uma atenção especial. Foi
através desses dados que se obteve subsídios para apresentarem proposições que possibilitem
discussões relativas ao ensino aprendizagem e ao relacionamento docente-discente,
fortalecendo assim um compromisso mais estreito na formação do auxiliar de enfermagem.
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Traçar o perfil sócio-econômico do aluno do PROFAE de Lago da Pedra – MA.
2.2 Específicos
• Identificar os elementos motivadores que concorrem para a eleição da
Enfermagem como profissão;
• Conhecer as expectativas profissionais do aluno do PROFAE, de Lago da
Pedra – MA;
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• Oferecer subsídios de reflexão para redirecionamento e/ou aperfeiçoamento do
processo de ensino-aprendizagem na área.
3 METODOLOGIA
Um estudo que se propõe a traçar o perfil do aluno do PROFAE de Lago da Pedra
– MA não pode se satisfazer com as aparências imediatas, uma vez que se trata de um
processo que exige indagações e reflexões acerca dos argumentos encontrados na realidade.
Além disso, é necessário superar o senso comum que simplifica os fatos e por vezes,
permeado por meio duvidoso equívocos que expõem noções superficiais como científicas.
Em decorrência disso, recorreu-se a uma abordagem quantitativa exploratória, que
dentre outras coisas, permite o pesquisador a ampliar sua experiência em torno do tema
investigado (LEOPARDI, 2001).
Foi desse modo que se procurou identificar no programa de formação de auxiliar
de enfermagem pelo PROFAE, bem como suas aspirações, formação e outros elementos que
contribuíram para sua opção profissional.
Tratou-se assim, de apreender o objeto de estudo a partir de categorias (discente,
motivação, Enfermagem), que foram construídas gradativamente na evolução do
conhecimento, sempre tendo por base pressupostos explicativos que revelaram a postura ativa
do investigador frente a realidade, aqui entendida como histórica, específica e dinâmica
(KOSIK, 1976).
O ponto de partida para o desenvolvimento desses estudo foi o resgate da
produção teórica já desenvolvida sobre a temática a fim de obter elementos que gerassem
aprofundamento da análise realizada e, nesse sentido, buscou-se referências em livros, jornais,
revistas, pesquisas que tratassem da questão discutida. (RÚDIO, 2002).
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Ressalte-se que foi considerado como documento todo material que pudesse ser
usado como fonte de informação, incluindo-se boletins, periódicos, artigos de jornais,
palestras, dentre outros.
3.1 População e Amostra
Visando melhor compreensão do tema, este estudo também contempla uma
pesquisa de campo, cujo propósito foi levantar dados dos discentes, no local onde suas
atividades ocorrem.
Nesse sentido, optou-se pela amostra probabilística, onde procurou-se estabelecer
generalizações, a partir do universo pesquisado. Assim sendo foi selecionada uma parte
representativa da população em estudo, sobretudo pela restrição do tempo, financeira e
pessoal, com o intuito de manter a garantia de controle e precisão dos resultados.
Desse modo, a amostra foi constituída por 42 (quarenta e dois) alunos, de um total
de 55 (cinqüenta e cinco) alunos do programa em debate.
3.2 Os Instrumentos e Métodos de Coleta de Dados
Os instrumentos utilizados na ocasião foram a observação, entrevista e
questionários.
A observação teve um papel imprescindível na construção do saber esboçado
nesse trabalho e configurou-se por um olhar ativo, intencional, norteado pela questão já
descrita anteriormente (saber quem era o aluno do PROFAE de Lago da Pedra – MA). A
observação não estruturada foi a eleita por não influenciar no comportamento das pessoas.
(LAVILLE; DIONNE, 1999).
A entrevista obedeceu a uma semipadronização e semiestruturação com questões
abertas para que a pessoas tivesse oportunidade de expressão. Esta foi realizada junto aos
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alunos do PROFAE de Lago da Pedra – MA, após agendamento prévio e explicação dos
objetivos dessa pesquisa.
O questionário utilizado constou de 10 perguntas abertas e fechadas (Apêndice C),
e foi aplicado junto a 76,3% da população.
O referido procedimento foi realizado durante o período de janeiro à março de
2004 após esclarecimento do roteiro e propósitos da investigação e encaminhamento de um
expediente (Apêndice A) solicitando autorização junto à Coordenação do Curso, o qual foi
respondido sem dificuldades. A informação obtida permitiu identificar e compreender
questões relevantes para a execução do programa naquela localidade.
4 ENSINO DE ENFERMAGEM: UMA BREVE RETROSPECTIVA HISTÓRICA
A profissão que tem corno fundamento o cuidado, é uma das mais antigas, tendo
registros nas civilizações antigas, através das práticas de mulheres tribais nos rituais de cura,
com o uso de ervas medicinais. As doenças, nesse tempo, eram vistas como um castigo aos
portadores e seus familiares. (BORESTEIN, 1995).
Com o advento do cristianismo, (conjunto de religiões cristãs baseadas nos
ensinamentos, pessoa e vida de Jesus Cristo), o cuidar de enfermagem passou a ser uma forma
de salvação da alma para obtenção da vida eterna, sendo praticada em hospitais católicos e
por mulheres: monjas, diaconas, viúvas e virgens.
Na Alta Idade Média, com a queda do Império Romano, a Igreja Católica se
afirma como Instituição dominante no Mundo, paralelamente registra-se um empobrecimento
generalizado da população, além de grandes epidemias, guerras, ocasionando a fuga de
homens e mulheres para os mosteiros. Nestes ambientes foram formadas pessoas para
assistirem aos doentes e ajudarem os órfãos e populações carentes da época, que recebiam a
denominação de enfermeiras monásticas. (BORESTEIN, 1995).
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Mais precisamente na Baixa Idade Média, impulsionados pelas grandes
expedições, surgiram as Ordens Militares de Enfermagem e a fundação de novos hospitais,
observando~se a figura masculina, nessa prática de cuidados, sendo seus praticantes
considerados trabalhadores da mais alta relevância e titulados como "santos". (BORESTEIN,
1995).
Em decorrência aos abusos praticados pela Igreja Católica, inicía-se, em 1517, um
movimento denominado de Reforma Protestante, resultando na expulsão de monges e monjas
dos hospitais. Como resultados, os mesmos passaram a ser caracterizados como lugares
caóticos, devido à falta de pessoas preparadas para atuarem nesta instituição, no cuidado aos
enfermos. A assistência era realizada por mulheres que tinham pena a cumprir, que eram
consideradas ignorantes, rudes, alcoólatras e decadentes. Segundo Borestein (1995), a
Enfermagem vive nesta época o pior momento de sua história, conhecido como Período
Obscuro.
As condições das cidades nesta época eram precárias. Constituíam-se por
aglomerados urbanos, marcados pela falta de higiene e saneamento básico, tudo isso aliado ao
aparecimento de grandes epidemias tais como tifo e peste bubônica, que resultaram em
grandes prejuízos à saúde da população.
Face a essa conjuntura, eventos adversos, foram se articulando e novas ordens
religiosas, com o objetivo de atuar na saúde destaca-se a Associação das Irmãs de Caridade de
São Vicente de Paulo, fundada na França em 1633, pelo Padre São Vicente de Paulo (1576-
1660) e Luísa de Marillac (1591 – 1660). As atividades desta Companhia baseavam-se na
alimentação dos pobres e no cuidado dos doentes nos hospitais, visitando no domicílio
aqueles que necessitavam, além de realizar o trabalho paroquial. (COBAS, 1984).
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Esta companhia foi fundada para suprir as necessidades de mulheres, que tinham
que se dedicar diretamente na assistência aos pobres, abdicando de outros compromissos, tais
como o matrimônio, família dentre outros.
A primeira supervisora desta Companhia foi Luisa de Mariliao, que selecionava as
moças para ingressarem nesta instituição utilizando critérios como: serem filhas legítimas de
família honesta; de cor branca; pelo menos 1,60 m de altura; ter idade compreendida entre 16
e 28 anos; está em boas condições físicas; instrução primária completa; boa reputação; e estar,
sobretudo, resolvida a servir a Deus, sendo muito submissa a seus superiores, aceitando
indiferentemente qualquer trabalho, estando dispostas sempre a irem ao lugar que a superiora
lhe designasse e seguindo fielmente o regulamento da Associação. A exigência inicial de
instrução das candidatas foi flexibilizada, provavelmente, pelo grande índice de analfabetismo
da época, encarregando-se Luísa de ensinar a ler aqueles que ainda não sabiam.
(BORESTEIN, 1995).
Este sistema influenciou de forma direta o ensino e o desenvolvimento da
Enfermagem ao longo do tempo, visto que Florence Nightingale foi uma de suas adeptas, e
que posteriormente criou e sistematizou o ensino da Enfermagem dentro das exigências
semelhantes a estas.
Florence Nightingale
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Florence Nightingale, nasceu em Florença na Itália, dentro de uma família
abastada. Rompeu com os padrões burgueses de sua época, à medida que começava a
questionar sobre a futilidade e inutilidade do papel da mulher rica na sociedade. As
desigualdades sociais a incomodavam, levando-a a afastar-se de sua família e construir um
outro caminho para a sua vida.
Desde muito jovem manifestou interesse em cuidar dos doentes, apesar da forte
oposição dos pais. Esta resistência deve-se às características das instituições hospitalares da
época, que eram descritas por serem locais sujos, mal administrados e escuros.As pessoas que
lá trabalhavam na assistência aos doentes tinham a sua reputação questionada, devido não
serem treinadas, viverem bêbadas. Então era inadmissível uma dama da sociedade se expor a
lugares desse tipo. (BACKES, 2000).
Decidida a seguir sua vocação, ela procura complementar seus conhecimentos que
julga ainda insuficientes. Visita o Hospital de Duplin, dirigido pelas Irmãs de Misericórdia,
Ordem Católica de Enfermagem fundada vinte anos antes . Conhece as Irmãs Caridades de
São Vicente de Paulo, na Maison de La Province em Paris. Em 1854, foi convidada pelo
Secretário da Guerra, Sidney Herbeth, para supervisionar os Hospitais Militares na Guerra do
Criméia, travada entre a Inglaterra, França e Turquia contra a Rússia. Aceitando o convite,
seleciona 38 mulheres para lhe acompanharem e atuarem como enfermeiras (BROWN, 1993).
Florence reestruturou o atendimento onde se fazia a assistência aos doentes,
implementando o cuidado aos mesmos, conseguindo então reduzir o índice de mortalidade
nos soldados de 42,7% para 2% em seis meses de trabalho (BROWN, 1993).
Em sua trajetória, ficou conhecida como a "Senhora do lampião", devido ao
hábito de prestar cuidados aos feridos na Guerra da Criméia, com o auxilio desse foco de luz
que acabou se constituindo posteriormente no símbolo da profissão.
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Sua larga visão contribuiu para que o ensino fosse ampliado e correspondesse à
complexidade da profissão em bases científicas. Dos inúmeros escritos deixados por Florence,
destacam-se os livros: 'Notas sobre Hospitais e Notas in Nursing. Na sua jornada histórica
Florence enfrentou líderes militares e políticos contrários aos seus ideais, lutou por melhores
condições sanitárias, sistematizou a assistência hospitalar, contribuiu para a transformação do
pensar e o fazer da Enfermagem, que a partir de sua figura passou-se a ter uma nova opinião
sobre esta profissão que continua em ascensão.
Transmitida aos Estados Unidos e Canadá, a Enfermagem chega ao Brasil por
decisão governamental e na Cidade do Rio de Janeiro em 1921, no momento de combate de
epidemias que assolavam o país agro-exportador.
Destaca-se que antes da colonização das terras brasileiras, os indígenas utilizavam
amuletos, superstições e, principalmente, vastos recursos da flora, além de práticas comuns,
como o repouso e o uso de calor. Essas práticas foram, por muito tempo, suficientes para
preservar a saúde. (GEOVANNI, 1996).
Com a colonização, a sociedade brasileira passa a ser formada pelos indígenas
aqui existentes, por brancos europeus e por negros trazidos da África para trabalharem corno
escravos. Esses novos habitantes trouxeram urna série de novidades para o país, dentre estas
as doenças como tuberculose, febre amarela, varíola, hanseníase, malária, doenças venéreas,
ocasionando o aparecimento de um quadro nosológico. (GERMANO, 1993).
Para atender esse novo cenário, a Enfermagem passa a ser realizada pelos jesuítas
nas Santas Casas de Misericórdia. O cuidado de Enfermagem exercido nessa época era
essencialmente prático, não exigindo qualquer grau de escolaridade aqueles que a exerciam.
(GERMANO, 1993).
Dentre aqueles que se dedicavam à Enfermagem nesta época, merece destaque
José de Anchieta, atuando na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Este não se
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limitava à catequese. Atuou como professor, médico e enfermeiro. Deixou estudos de grande
valor através de documentos ressaltando sobre o clima, os costumes, as terapêuticas
empregadas por meios de ervas medicinais. (PAIXÃO, 1979).
Posteriormente, outro nome se destacou na trajetória da Enfermagem brasileira:
Anna Nery que aos 51 anos, se ofereceu como voluntária para o cuidado dos feridos na guerra
travada entre Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai. O seu pedido foi aceito, e em 13
de agosto de 1865 foi para o campo de batalha. Em sua passagem pelo Rio Grande do Sul,
tomou lições de enfermagem com as Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo, assim como
desenvolveu estágio em Salto, Argentina. (CARDOSO, 1999).
Pela sua atuação brilhante na Guerra do Paraguai, recebe o titulo de “Mãe dos
Brasileiros". Anna Nery se constituiu em um referencial para a profissão de Enfermagem no
Brasil.
Apesar de outras mulheres terem atuado como enfermeiras voluntárias na Guerra
do Paraguai, apenas Anna Justina Ferreira Nery recebeu grande reconhecimento na profissão.
(HANHER apud CARDOSO, 1999).
4.1 Sistema Nightingale de ensino
Em 1860, Florence Nightingale criou a Escola de Treinamento para Enfermeiras,
ligada ao Hospital St. Thomas, em Londres, Inglaterra, sistematizando o ensino da profissão e
originando a Enfermagem Moderna.
No curso havia formação diferenciada para as alunas, as Lady Nurses e as Nurses.
O primeiro grupo, caracterizava-se por serem damas da sociedade, que pagavam seus próprios
estudos, e que desenvolviam um trabalho intelectual, de ensino, administração hospitalar e do
cuidado; o segundo grupo, por serem alunas de classes mais baixas, financiadas pela própria
Escola e que realizavam um trabalho tipo manual (BACKES, 2000).
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Muitos médicos da época eram contra o treinamento profissional de enfermagem.
Achavam que se podia aprender tudo com experiência e com uma instrução simples no local
de trabalho. (BROWN, 1993).
Este sistema de ensino, muito se assemelha com o das Irmãs de Caridade. Este
fato deve-se a forte influência das mesmas na formação de Florence Nightingale. Os critérios
de admissão das candidatas destas Instituições baseavam-se em exigências morais e caráter
religioso, de mulheres de diferentes classes sociais. A de classe elevada (Lady Nurses) podem
ser comparadas as Senhoras de Confraria, que eram preparadas para atividades de supervisão,
direção e organização do trabalho em geral; e a de nível socioeconômico inferior (Nurses)
podem ser comparadas as Irmãs de Caridade provenientes de Aldeias, que eram preparadas
para o trabalho manual, o cuidado direto, a obediência e a submissão.(Pires, 1989). Hoje a
hierarquização dentro da Enfermagem ainda está presente (Enfermeiros, Técnicos e
Auxiliares de Enfermagem), características herdadas dos antecedentes da profissão.
Os pontos essenciais deste sistema, fizeram com que as escolas conseguissem
sobreviver. Estes eram:
1. Direção da Escola feita por Enfermeiros;
2. Ensino Sistematizado;
3. Seleção de candidatas do ponto de vista físico, moral, intelectual e aptidão
profissional.
As Escolas se espalharam por todo o Mundo, seguindo princípios básicos, de
acordo com a filosofia da Escola Florence Nightingale, baseando em quatro idéias básicas:
1. Os treinamentos de enfermeiras devem ser considerados tão importantes,
quanto qualquer outra forma de ensino, e ser mantido pelo dinheiro público;
2. As escolas de treinamento deveriam ter uma estreita associação com os
hospitais, mas manter sua independência financeira e administrativa;
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3. Enfermeiras profissionais deveriam ser responsáveis pelo ensino no lugar de
pessoas não envolvidas em Enfermagem;
4. As estudantes deveriam durante o período de treinamento, ter residência a
disposição que lhes oferecesse ambiente confortável e agradável próximo ao
hospital. (COREN/RJ, 2002).
4.1.1 Escola de Enfermagem Ana Nery
No Brasil, o ensino de Enfermagem nos moldes do modelo Nightingale, foi
iniciado em 1923, com a criação da Escola de Enfermagem do Departamento Nacional de
Saúde Pública. Para organização da mesma, seu diretor Carlos Chagas, trouxe para o Brasil
através do Serviço Internacional de Saúde da Fundação Rockefeller, um grupo de enfermeiras
norte-americanas. Este foi liderado por Ethel Parsons e Clara Louise Kenninger. (Enfermeiras
da referida instituição).
Esta escola foi criada com o objetivo de formar pessoal de enfermagem
qualificado para desenvolver ações de vigilância e de cuidado aos enfermeiros, empenho já
constatado nos Estados Unidos.
Outras experiências com o ensino de Enfermagem já tinham sido empreendidas
com a criação da Escola de Enfermeiros e Enfermeiras, instituída por meio do Decreto 791, de
27 de setembro de 1890, para atender a necessidade de preparar mão-de-obra para cuidar de
doentes mentais sendo posteriormente denominada de Escola Alfredo Pinto, possuindo em
seu corpo discente somente professores médicos e a Cruz Vermelha Brasileira, fundada em
1916 formando socorristas para atender às necessidades da Primeira Guerra Mundial.
(GERMANO, 1993).
Porém essas Escolas não possuíam enfermeiros em sua direção, nem organização
necessária para formar profissionais, com base nos padrões estabelecidos por Florence
Nightingale.
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A Escola Anna Nery era considerada uma escola elitista, pois os selecionados
eram de camadas sociais elevadas onde se exigia um nível de escolaridade mais apurado,
enquanto que outras exigiam o conhecimento básico da leitura e da escrita. Era considerada
padrão. Para muitas pessoas, ser enfermeira subtendia ser formada pela Escola Anna Nery.
(GEOVANNI, 1995).
A Enfermagem implantada no Brasil teve os mesmos padrões usados nos países
industrializados, sem considerar, portanto, as particularidades regionais. (VIEIRA, 2002).
Seu objetivo era a saúde pública repassada através de um ensino centrado na
assistência hospitalar e na imposição de padrões culturais importados de localidades que tinham
outra realidade econômica e, conseqüentemente, outras necessidades e visão de Homem.
Por muito tempo, a formação profissional da Enfermagem foi orientada por
concepções que valorizavam a devoção e obediência às normas estabelecidas, sobretudo pelos
clérigos, sem muita preocupação com os fundamentos científicos. (VIEIRA, 2002).
Somente em meados, da década de 70 é que prevalece a preocupação com a
cientificidade e a teorização de profissão, momento que a nação passou a reivindicar seus
direitos, dentre os quais encontrava-se o de ter uma vida saudável. Destaca-se que este
movimento foi também uma reação ao Golpe Militar, efetivado em 1964 e que instaura no
país atitudes repressivas que comprometiam a democracia.
Na década de 80, a ênfase no saber crítico reflete na profissão, resultado da
abertura política, anistia, movimento sanitário que caracterizaram a redemocratização
brasileira e resultaram em ganhos para a área da saúde, contemplados de forma mais
abrangente na constituição de 1988 e trazendo à tona a noção de sujeito integral, de direito,
exigindo do Estado o cumprimento de sua função enquanto gestor de políticas públicas que
garantissem o bem-estar da população.
Mudanças significativas foram instauradas no meio social no âmbito legal,
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embora mantivesse, na esfera real um quadro de empobrecimento de população, problema de
desnutrição, alto índice de mortalidade infantil, além da convivência com antigas endemias.
Para a Enfermagem esta década representa a evolução de sua produção científica e
ampliação de sua visão que passou a incorporar aspectos históricos, éticos, políticos e
filosóficos em sua discussão.
A visão da Enfermagem como profissão neutra e harmônica foi desfeita, cedendo
espaço para debates que explicitavam os conflitos conjunturais e da categoria, apontando
possibilidade de redefinição profissional.
Os anos 90 caracterizam-se pelo surgimento de novas propostas econômicas,
avanços técnico-científicos, discussões que giram em torno da complexidade das relações e de
novos paradigmas, colocando em xeque valores, ética e educação.
Na saúde, expande-se análise que perpassam temas como globalização,
mundialização e seus reflexos na vida da população, modelos alternativos de assistência,
exercício profissional. A discussão agora gira em torno da assistência como essência da
prática de Enfermagem. (VIEIRA, 2002).
5 PROFAE: PROFISSIONALIZAÇÃO DOS TRABALHADORES DA ÁREA DE
ENFERMAGEM
O Projeto de Profissionalização de Trabalhadores da Área de Enfermagem –
PROFAE – implementado pelo Ministério da Saúde desde setembro de 2000, em parceria
com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura – UNESCO é
instrumento de formação e qualificação, buscando, corrigir situações herdadas ao longo do
tempo, particularmente no âmbito do Sistema Único de Saúde. Sob pressões da crescente
democracia social, e obrigado a dar atendimento, foram adotados procedimentos flexíveis nas
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políticas de pessoal, que hoje repercutem sobre a qualidade e estabilidade requeridas para
execução do trabalho em saúde. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002 b).
O perfil pretendido é o de um profissional mais universalizado na formação e de
um cidadão mais engajado na luta por melhores indicadores sociais que impactem na saúde de
indivíduos e da população. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003).
O PROFAE é composto por uma ação encontrada no tempo: a execução de cursos
de capacitação profissional de auxiliares e técnicos de enfermagem. Esse componente
mobiliza recursos humanos e institucionais da área educacional e de enfermagem de grande
magnitude. Por isso, a formação pedagógica de enfermeiros-docentes, como especialista numa
articulação com diversas instituições de nível superior, se impôs como condição de
desenvolvimento dos cursos. Ao mesmo tempo, o material didático teve que ser desenvolvido,
de forma centralizada, para a garantia de homogeneidade no conteúdo e disponibilidade de
material de apoio aos alunos. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003).
Uma importante diferença entre PROFAE e outros programas e projetos
conduzidos pelo Ministério da Saúde é o tipo de execução. Ao invés de a alternativa ter sido o
repasse de recursos às secretarias estaduais e municipais para que elas promovessem as
contratações de escolas ou fizessem a execução com recursos próprios, optou-se pela
realização, em cada Estado, pelo Ministério da Saúde, de licitações abertas a instituições
públicas e privadas.
Já desde o início da formulação do projeto, o PROFAE identificou uma instância
intermediária entre a escola e o projeto, com o objetivo de reduzir o número de entidades
referidas à coordenação do projeto e com vistas a impedir que a fragilidade da organização
jurídica das escolas impedisse a sua qualificação frente aos processos licitatórios ou
ocasionasse problemas para pagamento das parcelas devidas, durante a prestação dos serviços.
Por isso, criou-se a figura da operadora, quem pode executar ela própria ou congregar um
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conjunto de escolas executoras, assumindo todos os procedimentos contábeis, tributários e de
pagamento. Além disso, o projeto conserva um número administrável de operadoras,
eximindo-se de atuar junto à centenas de escolas. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002 a)
A necessidade de monitoramento dos cursos, com respeito ao número de alunos
atendidos e à qualidade da execução, levou à criação de uma entidade fiscalizadora. Esta
entidade, chamada Agência Regional, no âmbito do PROFAE, acabou responsabiliza pela
fiscalização e atesto das faturas emitidas pelas operadoras, além de prestar apoio técnico às
escolas e às operadoras. Embora pudesse parecer importante reservar esta junto às secretarias
estaduais de saúde, a realidade mostrou que, em vários estados, a escola técnica do SUS teve
papel crucial na realização dos cursos. Isto impedia que as agências regionais fossem do
estado, pelo evidente conflito de interesses envolvidos.
Uma importante participação dos gestores estaduais e municipais, além das
escolas que acabaram se mobilizando par ofertar os cursos, foi o auxílio no processo do
cadastramento dos pretendentes ao curso. Além do apoio logístico, o acesso as unidades de
saúde públicas e privadas foi facilitado pela intervenção dos gestores. No caso da
complementação de qualificação para formação de técnicos, os gestores tiveram papel
essencial, dada a diretiva da identificação de pontos na rede de saúde na qual a formação
técnica deveria ter prioridade.
Finalmente o PROFAE procura se mover, ao mesmo tempo, no âmbito de duas
dimensões estratégicas da construção do SUS, de forma pouco convencional. O processo de
controle centralizado e de execução descentralizada tem objetivos claramente compensatórios,
tanto para o conjunto das instituições que operam no interior do SUS quanto para a área
privada do sistema de assistência à saúde,num campo onde a negligência pública e privada
acabou criando um déficit estrutural de trabalhadores com competência profissional. No
campo de sustentabilidade, a proposta do PROFAE é a realização de um grande esforço no
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18
sentido de dotar os governos estaduais, por meio de suas escolas técnicas, capacidade de
formação contínua de recursos humanos e de regulação dos aparelhos formadores, tanto na
esfera pública quanto na privada. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002 b)
1º Metas do PROFAE:
• Qualificação profissional de 225 mil trabalhadores como Auxiliares de
Enfermagem;
• Oferta de curso de Complementação de Técnico em Enfermagem para
Auxiliares de Enfermagem inseridos no mercado;
• Formação pedagógica de 12 mil enfermeiros para atuar como docentes do curso
de educação profissional;
• Implantação de Estações de Trabalho para desenvolvimento de estudos e
pesquisas para Acompanhamento de Sinais de Mercado de Trabalho do Setor
Saúde, com Foco em Enfermagem;
• Atuação direta em 6.500 Hospitais do Sistema Único de Saúde;
• Presença em todos os Estados brasileiros, Distrito Federal e a totalidade dos
municípios.
A adoção de uma estratégia de implantação inovadora e bem-sucedida em muitos
aspectos, não garante o sucesso da intervenção, nem elimina automaticamente ponto críticos
ou futuros das políticas seja efetuado mais prontamente e valorize o papel do implementador
da política. Com isso, os elos de solidariedade e compromisso se forjam de maneira a
consolidar relações entre as políticas, e seus formuladores, e aqueles executores que se
encontram no campo, onde a política efetivamente tem lugar, definido condições imediatas de
enfrentamento dos obstáculos próprios do cotidiano do gestor na implementação de políticas
públicas. As chances de ganhos na eficácia e efetividade dos programas se multiplicam ante
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19
este exercício continuado da avaliação das políticas e dos programas. (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2002a)
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS NA PESQUISA
A descrição do processo delineado para apreensão do perfil do discente do curso
de Auxiliar de Enfermagem (PROFAE), tendo como operadora a Escola Nossa Senhora das
Graças, no município de Lago da Pedra, Estado do Maranhão, resultou na tabulação dos dados
coletados onde os alunos enfocados imprimiam as suas opiniões sobre a opção pelo curso de
qualificação oferecida pelo mesmo.
1. Dados de Identificação
Tabela 1 – Avaliação do corpo discente por sexo
SEXO N %
Masculino 04 9,5
Feminino 38 90,5
Total 42 100,0
Conforme (Tabela 1) o sexo feminino ainda predomina nas salas de aula do curso
de Enfermagem. Em cada turma de Enfermagem que se forma hoje no Brasil, o número de
homens é inferior ao de mulheres. Embora este quadro já tenha evoluído já que em anos
passados, a figura masculina era praticamente ausente desta profissão. Esta realidade é
resultado de um dado histórico da própria profissão Enfermagem. Os fundadores das
primeiras ordens religiosas, geralmente voltadas para o trabalho, à oração e a caridade, criam
primeiramente ordens voltadas para homens, porém mulheres manifestam desejo de se
dedicar ao serviço de Deus e da caridade, fundando as ordens femininas, dando ênfase aos
trabalhos junto aos feridos e aos docentes. (BORESTEIN, 1995).
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20
Este fato influenciou diretamente na Enfermagem moderna no século XIX. Ao
implementar o Sistema Nightingle com a Fundação da Escola de Enfermagem no Hospital St.
Tomas em Londres em 1860, Florence colocou em prática toda a influência das Instituições
religiosas presentes na sua formação, sendo ser do sexo feminino um dos pré-requisitos de
admissão na sua escola. (PIRES, 1989).
Esta visão da Enfermagem como atividade feminina perdurou por muito tempo na
profissão, sobretudo nos países onde foi implantado o Sistema Nightingale.
Tabela 2 – Avaliação do corpo discente por idade
IDADE N %
20 – 39 10 23,8
30 – 39 23 54,7
40 + 09 21,5
TOTAL 42 100,0
Observar-se que atuações da análise de dados que 54,7% dos discentes
pesquisados estão na faixa etária de 30 – 39 anos, em seguida a de 20 – 29 com 23,8%.
Podemos citar que a maioria da população estudada é constituída de pessoas jovens e adultas.
Tabela 3 – Avaliação do corpo discente por estado civil
ESTADO CIVIL N %
Solteiro 06 12,3
Viúvo 03 7,1
Casado 33 78,6
TOTAL 42 100,0
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21
De acordo com a (Tabela 3), 78.6% da população pesquisada é casada. Este ponto
pode ser justificado pela presença de uma população com a porcentagem maior para faixa
etária constituída por pessoas adultas. Em que as relações matrimoniais na sua grande maioria
estão resolvidas.
Tabela 4 – Avaliação do corpo discente por etnia
ETNIA N %
Branca 12 28,6
Negra 01 2,3
Parda 29 69,1
Total 42 100,00
Os dados oferecidos mostram que 69,1% da população pesquisada é de etnia
parda, seguida por 28,6 de etnia branca. Nota-se o baixo percentual da raça negra. Contudo
hoje apesar da igualdade jurídica entre os seres se evidencia uma execução social do negro,
caracterizada pela dificuldade de emprego e educação.
Dados recentes do Ministério da Educação (MEC) revelaram que, embora 45,3%
da população brasileira sejam negros e pardos, apenas 2,2% dos estudantes que concluem
cursos universitários no país são negros e 13,5% mulatos. (VEJA, apud DAENF, 2003).
Tabela 5 – Avaliação do fator principal de escolha do Curso
FATOR PRINCIPAL DE ESCOLHA DO CURSO N %
Mercado de Trabalho 06 14,3
Afinidade pessoal, vocação realização 34 80,9
Outros 02 4,8
TOTAL 42 100,0
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A pesquisa evidencia que 80,9% entrevistadas apontaram a afinidade pessoal como fator
principal na escolha do curso, seguido de mercado de trabalho.
As pessoas são reconhecidas, de forma geral na Sociedade, pelo tipo de atividades
que exercem. Esta necessidade de trabalho é incorporada por todo os indivíduos desde o
nascimento, constituindo-se como parte da história da sociedade em que está inserido. A
medida em que assume uma identidade social, têm-se status, ocupa-se um lugar na sociedade
(CARNEIRO, 2003).
O campo de trabalho para os profissionais de Enfermagem se amplia, com a
implantação dos programas de saúde pública, bem como a estratégia saúde da família.
Tabela 6 – Avaliação das causas de influência na escolha do curso
CAUSAS DE INFLUÊNCIA NA ESCOLHA DO CURSO N %
A Família 02 4,7
Orientador vocacional, testes vocacionais 04 9,5
Meios de comunicação 01 2,4
Aptidão pessoal 32 76,2
Outros 03 7,2
TOTAL 42 100,0
Observamos através da análise de dados, que a aptidão pessoal com percentual de
76,2% foi o que mais influenciou o discente na escolha pela Enfermagem.
Tabela 7 – Verificação da renda total da família
RENDA FAMILIAR N %
Até um salário mínimo 26 61,9
Mais de 1 até 5 salários mínimos 15 37,7
Mais de 3 até 5 salários mínimos 01 2,4
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TOTAL 42 100,0
Os dados referente a renda familiar, revelam algumas variáveis: 61,9% dos
entrevistados possuem até um salário mínimo, sendo que esse percentual diminui na
proporção que a renda familiar aumenta, como demonstra a tabela 7.
Tabela 8 – Verificação da vivência na área da saúde
VIVÊNCIA NA ÁREA DA SAÚDE HOSPITAL ACS TOTAL
N % N % N %
Sim 21 50,0 21 50,0 42 100,0
Não - - - - - -
TOTAL 21 50,00 50,0 42 100
Analisando-se os dados apresentados, observamos, que 100% dos entrevistados
tem alguma vivência na área da saúde.
O PROFAE tem como uma de suas metas: qualificação profissionais de 225 mil
trabalhadores que atuam no Sistema Nacional de Saúde e não têm a qualificação necessária
para o exercício da profissão na área de enfermagem. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).
Tabela 9 – Verificação da maior dificuldade encontrada durante o CursoMAIOR DIFICULDADES DURANTE O CURSO N %
Aulas nos Sábados 09 21,5
Sair do trabalho p/ aula 04 9,5
Auantidade de assunto 03 7,2
Para ser discutida, em um tempo reduzido 06 14,3
Implicância do Esposo 01 2,3
Apresentação de Trabalhos 05 11,9
Horários das Aulas 04 9,5
Domínio do conteúdo 04 9,5
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Nenhuma 06 14,3
Total 42 100,0
A figura 9 demonstra que 21,5% dos alunos opinaram que as aulas aos sábados,
têm sido a maior dificuldade do curso, seguida por a quantidade de assunto ministrado num
curto espaço de tempo 14,3%..
O curso de qualificação profissional de auxiliar de enfermagem para os
trabalhadores de enfermagem para os trabalhadores que concluíram o Ensino Fundamental
(antigo 1º grau), tem duração de 12 meses, com aulas teóricas e práticas, sob supervisão de
enfermeiras, são administrados com material didático elaborado pelo Ministério da
Saúde/PROFAE, para os trabalhadores da área de enfermagem que não concluíram ainda o
Ensino Fundamental. Estes cursos funcionaram na modalidade de Ensino Supletivo e têm
duração máxima de 18 meses. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).
Tabela 10 – Verificação da opinião pessoal sobre o preparo para o exercício da profissão
APTO PARA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO N %
Sim 41 97,7
Não 01 2,3
TOTAL 42 100,0
Analisando-se os dados apresentados na (figura 10), nota-se que 97,7% dos
discentes se sentem preparados para o exercício da profissão.
Considerando-se que a experiência vivenciada, durante anos na área de saúde e a
qualificação através do curso realizado com estes alunos, torna-se evidente a segurança que
estes profissionais tem em desempenhar suas atividades.
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Tabela 11 – Avaliação da opinião sobre o mercado de trabalho para o Auxiliar deEnfermagem
MERCADO DE TRABALHO AUXILIAR DE ENFERMAGEM N %
Ótimo - -
Bom 8 19,0
Regular 26 62,0
Ruim 08 19,0
TOTAL 42 100,0
Observa-se através da análise de dados que 62,0% dos alunos, opinaram que o
mercado de trabalho para auxiliar de enfermagem está regular. Com a mesma porcentagem os
entrevistados opinaram para o bom e ruim.
Tabela 12 – Verificação da opinião sobre a auto-realização no Curso de Auxiliar deEnfermagem (PROFAE)
REALIZAÇÃO DO CURSO N %
Sim 25 59,5
Não 17 40,5
Total 42 100,0
Verificar-se na (tabela 12), que 59,5% se sentem realizados no curso de auxiliar
de enfermagem. O que de certo modo representa o empenho docente que tem sabido conduzir
os alunos de forma responsável e estimuladora.
Outro fator é o reconhecimento deste trabalhador que exercia a profissão, baseado
somente na prática que os outros repassavam, mas agora tem a oportunidade de cursar a
teoria-prática, consolidando sua vivência.
Tabela 13 – Avaliação das sugestões dos alunos em relação ao CursoSUGESTÕES EM RELAÇÃO AO CURSO N %
Aumento de carga horária, sem aulas aos sábados 06 14,3
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Diminuição da carga horária do trabalho para quem está realizando o curso 02 4,8
Continuidade com curso de técnico de enfermagem 05 11,9
Melhorar material didático 02 4,7
Melhorar fiscalização do curso 05 11,9
Mudanças de horário 20 47,6
Melhoraria da didática aplicada pelos docentes 02 4,8
TOTAL 42 100,0
A (figura 13) demonstra que 47,6% dos discentes apontam a mudança de horário,
como fator primordial para um ensino mais adequado.
Sabe-se, porém, que a maioria dos trabalhos durante a semana, ou até mesmo, no
plantão nos finais de semanas, quando não está em sala de aula.
Como observamos, durante o estudo a maioria dos alunos, são do sexo feminino,
casadas, aumentando ainda mais suas responsabilidades com as atividades do lar,
desenvolvida nos dias de folgas ou final de semana.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No início da pesquisa, teve-se como pretensão traçar o perfil discente do Curso de
Qualificação de Auxiliares de Enfermagem, reconhecendo as motivações que contribuíram
para opção profissional.
O conhecimento do perfil sócio-econômico dos alunos, sugestões para melhoria
do ensino, e as expectativas em relação a sua formação e realização profissional, foram dados
que propiciaram subsídios, para apresentar proposições e discussões relativas ao ensino-
aprendizagem e do relacionamento doente-discente.
Como o ponto de partida, foi discutir o perfil profissional, tendo em vista a
construção do projeto de organização do modelo de saúde, não se limitando às demandas
imediatas do mercado.
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Através de uma pesquisa de campo, com os alunos do curso de qualificação
profissional de auxiliares de enfermagem, (PROFAE) no município de Lago da Pedra (MA),
chegamos à conclusão que:
A maioria dos discentes são do sexo feminino, estando na faixa etária de 30 – 39
anos, e que optaram pelo curso por vocação e aptidão pessoal.
Observou-se, que apesar da igualdade jurídica entre os seres ainda se evidencia
uma sedução social do negro caracterizado pela dificuldade desemprego e educação.
Nota-se que os aluno tem vivência na área de saúde, e que o PROFAE nestes
municípios atingiu a meta de qualificar os trabalhadores inseridos no mercado.
Dentre as sugestões apontadas para melhoria do processo ensino-aprendizagem a
mais citada foi a mudança de horários, porém a capacitação deve ser compreendida como
instrumento e estratégia de pactuação e construção de consenso para formulação e
implementação de políticas públicas, entre gestores, agentes, executores e formadores. Outra
sugestão foi a continuidade do curso com o técnico de enfermagem, isso demonstra o
interesse do trabalhador em dar continuidade ao processo de qualificação profissional.
Considerado-se o tema abordado, sugere-se que sejam realizados novos trabalhos
nessa linha, com o intuito de aprofundar o conhecimento a cerca do perfil dos discentes do
curso de qualificação profissional do auxiliar de enfermagem no Maranhão, contribuindo
para o processo ensino aprendizagem na área.
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28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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30
APÊNDICES
APÊNDICE A – Modelo de deferimento que foi entregue à Coordenação do PROFAE emLago da Pedra – MA
Lago da Pedra, 16 de janeiro de 2004.
REQUERIMENTO
Ilmª, Srª Maria Dalva Leite,
Coordenadora do PROFAE em Lago da Pedra.
Carlos Leonardo Figueiredo Cunha, aluno regularmente matriculado na Especialização eFormação Pedagógica em Educação Profissional na área de Saúde: Enfermagem, vemsolicitar através deste, autorização para a aplicação de questionário entre os alunos doPROFAE deste município, a fim de que o mesmo obtenha subsídios para elaboração de suamonografia intitulada “Perfil do Aluno do PROFAE -Lago da Pedra – MA”.
Nestes termos
Pede Deferimento
___________________________________________Carlos Leonardo Figueiredo Cunha
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31
APÊNDICE B – Carta de Encaminhamento de Questionário
Prezado aluno,
Estamos nos propondo a realizar um trabalho monográfico de conclusão do Curso
de Especialização Formação Pedagógica em Educação Profissional na Área de Saúde:
Enfermagem, autorizado pela coordenação, sobre “o Perfil do aluno do PROFAE de Lago da
Pedra – MA”, e para tal contamos com a sua colaboração, respondendo às questões aqui
formuladas.
Grato pela Atenção e Colaboração
_____________________________________________Carlos Leonardo Figueiredo Cunha
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32
APÊNDICE C – Questionário aplicado aos discentes
QUESTIONÁRIO
01) DADOS DE INDENTIFICAÇÃO:
A) SEXO:B) IDADE:C) ESTADO CIVIL:D) ETNIA
02) QUAL O FATOR PRINCIPAL QUE LEVOU A VOCÊ ESCOLHAR A PROFISSÃODE AUXILIAR DE ENFERMAGEM?
A) MERCADO DE TRABALHO GARANTIDO.B) AFINIDADE PESSOAL, VOCAÇÃO, REALIZAÇÃO PESSOAL.C) BOA REMUNERAÇÃO.D) OUTROS_____________________________________________
03) O QUE MAIS O (A) MAIS O INFLUENCIOU NA ESCOLHA DA PROFISSÃO QUEOPTOU?
A) A FAMÍLIAB) ORIENTADOR VOCACIONAL, TESTES VOCACIONAIS.C) APTIDÃO PESSOAL.D) OS MEIOS DE COMUNICAÇÃOE) OUTROS_______________________________________________
04) QUAL A RENDA TOTAL DE SUA FAMÍLIA?
A) ATÉ UM SALÁRIO MÍNIMOB) MAIS DE 1 ATÉ 3 SALÁRIOS MÍNIMOSC) MAIS DE 3 ATÉ 5 SALÁRIOS MÍNIMOSD) MAIS DE 5 ATÉ 8 SALÁRIOS MÍNIMOSE) MAIS DE 8 ATÉ 20 SALÁRIOS MÍNIMOS
05) VOCÊ JÁ TEVE ALGUMAVIVÊNCIA NA ÁREA DE SAÚDE?
A) SIM, QUAL:__________________________________________________B) NÃO
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33
06) QUAL A MAIOR DIFICULDADE ENCONTRADA DURANTE O CURSO?
RESPOSTA:_____________________________________________________________
07) VOCÊ SE ACHA APTO PARA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO?
A) SIMB) NÃO
08) O QUE VOCÊ ACHA DO MERCADO DE TRABALHO PARA O AUXILIAR DEENFERMAGEM?
RESPOSTA_____________________________________________________________
09) VOCÊ SE ACHA REALIZADO NO CURSO DE AUXILIAR DE ENFERMAGEM?
A) SIM.B) NÃO.
10) DÊ SUGESTÕES EM RELAÇÃO AO CURSO.
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
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