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Planejamento Estratégico Situacional construindo intervenções e estratégias
Planejamento Estratégico Situacional construindo intervenções e estratégias
Espírito Santo2015
Check List da Análise de Problemas
Identificar, selecionar e explicar problemas • A partir das Diretrizes Estratégicas identificar e selecionar os
problemas (tempestade de ideias), aplicar critérios de seleção. • Iniciar pelos Descritores, os sintomas, o placar. Após identificar
as causas. Depois os efeitos. • Não acomodar a explicação às soluções pré-concebidas. • Listar primeiro todas as causas, depois completar o fluxograma
explicativo. • Selecionar os Nós Críticos (aplicando critérios). Alguns podem
derivar sub-problemas. • Após, construir a “Árvore de Resultados” como “inversão” da
rede de NC, Descritores e Efeitos. • A “Árvore de Resultados” constitui nossa “Situação-Objetivo”.
Momento Normativo
Saber desenhar operações e ações
Desenhar criativamente Deve-se Planejar como suporte para Governar. Planeja quem Governa,
planejar realmente é governar.
A ação é uma declaração de compromisso,
pública e objetiva. Não se confunde com simples
intenção ou desejo abstrato.
Exige recursos, mobiliza estratégias e
produz resultados. Como fizemos nossos “Planos de Governo” ?
É possível formular ações sem analisar
problemas ou debater a gestão ?
Porque muitos projetos fracassam ou sequer
“saem do papel” ?
Fatores que influenciam nossa criatividade
Ver o que os outros não vêem.
Ampliar nosso universo cognitivo.
Recombinar conceitos conhecidos combinando
paradigmas distintos.
Superar a situação departamentalizada
das disciplinas científicas
tradicionais.
Explicar problemas com visão sistêmica.
Depende da força da tradição (habitus) que limita nossa expansão
de consciência...
Desenvolvimento psico-neurológico
individual (inteligência lógica, imaginação e
emoção)
Eficiência• Fazer as coisas de
forma adequada• Resolver
problemas• Cuidar dos
recursos escassos aplicados
• Cumprir o que foi acordado
• Reduzir custos
Eficácia• Obter resultados• Produzir
alternativas criativas
• Maximizar a utilização dos recursos
• Fazer as coisas acontecerem
Efetividade• Buscar e manter-se
sustentável no ambiente
• Apresentar resultados globais ao longo do tempo
• Coordenar esforços e energias sistematicamente
Princípios de Eficiência, Eficácia e Efetividade
Testando o desenho de programas
• O programa tem consistência interna ? Lógica do “se.... então...”
Análise de consistência:
• Vulnerabilidade das apostas: que condições podem invalidar a estratégia do Programa ? (cenários)
Análise de vulnerabilidade:
• As ações, iniciativas ou projetos que compõe o Programa são pertinentes em relação aos objetivos e diretrizes estratégicas ?
• Há outras alternativas para atingir os resultados de mais eficiência, eficácia e efetividade ?
Análise de pertinência:
Preste atenção nos sinais fora do padrão normal...
Diretrizes metodológicas (Sérgio Buarque)
Explorar a intuição: sensibilidade e percepção livre, visões pluri-focais, heterogeneidade
epistemológica,...
Recusar consensos e confrontar informações: duvidar do senso comum, identificar como agem os formadores de
opinião.
Evitar o impressionismo e o imediatismo: separar “urgências” de “importâncias” na agenda do dia-a-dia, evitar o
condicionamento do curto prazo.
Reforçar a análise qualitativa: subordinar previsões estatísticas ao grau de conhecimento da
variável.
Estimular a diversidade de visões:
ambientes criativos.
Aceitar o impensável: ponderar o plausível pelo imponderável, admitir hipóteses de
ruptura,...
Diretrizes metodológicas (Sérgio Buarque)
Check List: desenhando operações
A partir do Nó Crítico desenhar ações que aproximem o ator da
Situação-Objetivo (Árvore de
Resultados).
Definir Recursos Necessários (Políticos,
Administrativos, Financeiros e
Cognitivos), Produto da Ação e Resultado.
Check List: desenhando operações
Construir os Cenários e submeter
o Programa Direcional às
hipóteses sinalizadas em cada cenário:
redesenhar as ações
Fazer a Análise de Eficiência, Eficácia,
Efetividade, Confiabilidade:
diminuir a fragilidade das apostas.
Momento Estratégico
Saber construir viabilidade
Algumas definições de Estratégia
• Peter Drucker (1954) “Estratégia é a análise da situação presente e a sua mudança se necessário. Incorporada na estratégia está a definição dos recursos atuais e os necessários”.
• Chandler ( 1962) “Estratégia é o determinante das metas básicas de longo prazo de uma empresa e a adoção dos cursos de ação e alocação de recursos necessários para atingir essas metas”.
• Mintzberg ( 1979 ) “Estratégia é a força que interliga a organização e seu ambiente externo, ou seja, padrões consistentes de decisões organizacionais que lidam com o meio ambiente externo”.
• Andrews ( 1980 ) “Estratégia é o padrão de decisões em uma companhia que determina e revela seus objetivos, propósitos ou metas, produz as principais políticas e planos para alcançar essas metas e define o tipo de negócio que a companhia deve perseguir, o tipo de organização econômica e humana que ela é ou pretende ser”.
Para que serve uma estratégia ?
Tática:
uso de recursos escassos na produção de
uma mudança situacional imediata.
Estratégia:
uso combinado de táticas para
alcançar a situação-
objetivo do Plano.
O Planejamento sem estratégia
torna-se exercício de “erudição
acadêmica”.
Pressupostos para o pensamento estratégico
Vontade política que cria a viabilidade (ousadia X voluntarismo).
Clareza da situação-objetivo (para onde vamos?)
Conhecimento das estratégias dos demais Atores Sociais (seus interesses e controle
de recursos).
Princípios Estratégicos Básicos (Matus)
Aprecie eficazmente a situação: dissolva o problema em espaços maiores.
Compatibilize a relação recursos-objetivos: proponha-se objetivos ao alcance da sua capacidade
de criar recursos.
Mantenha a concentração: evitar a “distração tática” (paisagem das urgências).
Economia de recursos: não abusar do poder, não “ganhar” oponentes sem necessidade.
Valorize os demais Atores: conheça os recursos que controlam e suas motivações.
Encadeamento estratégico: não há vácuo em política, simule os efeitos dos movimentos táticos, projetando a
seqüência de estratégias.
Evite trabalhar com certeza: não faça predições, prepare-se para surpresas.
“Triângulo Estratégico”: Com quem ? Para que? Com que chance de êxito ?
Princípios Estratégicos Básicos (Matus)
O que á a força de um Ator ?
• Código de Personalidade • Perfil da liderança, traços pessoais, estilo político, características
psicológicas, caráter. • Motivação e Paixão • Energia que potencializa a perícia, dedicação e vontade pessoal. • Controle de Recursos • É o patrimônio de poder acumulado, a comunicação e
informação, as adesões e apoios, etc. • Na perícia e destreza pessoal • É a experiência ponderada pela capacidade intelectual. • Suporte técnico-cognitivo • Instrumentos e processos de apoio ao planejamento estratégico.
Saber quais os recursos que os outros controlam é fundamental !!!
Características da força dos atores
É multidimensional, não é sua natureza que
define mas a circunstância do uso.
Só tem valor relativo ao propósito do Ator, é
situacional.
É produto da acumulação social, é capacidade ganha ou
perdida no jogo.
É um conceito que permite comparação, é
mensurável, existe quando está em
movimento. É poder aplicado.
Na política se expressa pelo controle de “centros
de poder”.
É um recurso permutável, pode ser intercambiado no jogo
social.
A acumulação é condicionada pelas regras de poder, a
institucionalidade fixa as possibilidades-limite.
Poder
• É uma potencialidade que possibilita acumular força. • Origina-se na desigualdade das regras do jogo. • Depende do código de personalidade do Ator, da situação, dos
adversários, do contexto, etc...
Força
• É uma acumulação concreta e já realizada em um jogo • Dentro do espaço de possibilidades permitido • Não se pode acumular mais força que a permitida pelas regras
de distribuição de poder.
Peso
• Expressa o controle de recursos que um ator tem sobre o conjunto de recursos pertinentes ao “jogo”
• Os recursos são heterogêneos. • Sua variabilidade é uma vantagem estratégica.
Perguntas Orientadoras
Quais as motivações dos meus oponentes ?
Qual os motivos dos meus aliados ?
Quais Projetos meus tem maior oposição ?
Porque?
Quais estratégias possíveis viabilizarão
as operações mais críticas ?
Quais recursos os demais atores controlam ?
Como posso usar/neutralizar suas
capacidades ?
Devo redesenhar as Operações ? Repensar os cenários ? (como se
comportam nos cenários)
Estou preparado para adotar a melhor
estratégia?
O pensamento estratégico quase sempre é um exercício que se faz
coletivamente...
Quais estratégias são possíveis?
• Valor + Interesse outros Atores = tipo de estratégia: imposição, cooptação, cooperação, conflito, negociação, confrontação, dissuasão e guerra.
• Atitudes possíveis: – Fazer o possível (passividade); – Empreender a aventura do impossível (apostar além
do limite dado pelas regras/poder atual); – Construir viabilidade técno-política;
• Não há “receita de bolo” a melhor estratégia será sempre aquela que acumular poder para o Ator => ampliar sua governabilidade.
Nunca há uma única estratégia...
• diferentes atores envolvidos.
• diferentes Projetos/Operações planejadas.
• diferentes sequências de tempo e encadeamento.
Se articulam em função de:
• as forças se realinham durante o jogo.
• os objetivos mudam (os problemas se intercambiam ou dissolvem-se em outros).
• mudam as motivações dos atores (valor ou interesse).
• mudam as possibilidades de êxito.
Mudam no tempo porque:
Meios Estratégicos...
• uso da autoridade e hierarquia, quando não acompanhada de outras estratégias desgasta o capital-autoridade de quem a aplica...
Imposição:
• capacidade de sedução do líder, implica em obter apoio e adesão do outro ao próprio projeto sem ceder de imediato, combina-se com a estratégia de imposição.
Persuasão:
• conciliar interesses conflitantes com a outra parte, disposição para ceder algo quando o outro também cede, pode ser cooperativa, conflitante (jogo de soma zero) ou mista, combinando perdas e ganhos.
Negociação:
• quando a negociação é inviável mas não há disposição para o conflito ou soluções jurídicas, o mediador deve autoridade sobre as partes envolvidas (legitimidade). Mediação:
• consiste em ameaçar o outro a pagar um preço se não adotar conduta imposta, implica também em avaliar os riscos de uma recusa. Coação:
• ausência de acordo ou mediação possível, é a medição de forças, por exemplo, em eleições periódicas. Confronto:
• ameaça de aplicação de força, implica em expor e exibir sua própria força e demonstrar capacidade e vontade para usá-la. Dissuasão:
Meios Estratégicos...
Ficar sem opções estratégicas, sem saber qual é o caminho a seguir, é o sintoma mais agudo de
falha no pensamento estratégico, só resta a sorte...
Referências Bibliográficas
• TONI, J. D. Programa de Formação de Multiplicadores para a elaboração dos PPAs municipais 2014-2017. Curso de Formação. Brasília: Abril, 2013.
• (1993) Política, Planejamento & Governo (TOMOS I e II), IPEA, Ministério do Planejamento, Brasília.
• (1996) Estratégias Políticas: Chipanzé, Maquiavel e Gandhi, FUNDAP, São Paulo.
• HUERTAS, F. (1997) Entrevista com Matus, o Método PES. Edições Fundap,São Paulo.
• (1997) Los três cinturones del gobierno, Fondo Editorial Altadir, Caracas (Venezuela).
• (1997) Adeus, Senhor Presidente, Governantes e Governados, FUNDAP, São Paulo.
• (2000) O Líder sem estado Maior, FUNDAP, São Paulo. • (2005) Teoria do Jogo Social, FUNDAP, São Paulo.
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