Processos Pedagógicos em Enfermagem

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Processos Pedagógicos em Enfermagem

Prof. Dr. Wanderlei Oliveira

Planos de ação educativa na

enfermagem – O que é, fases de

elaboração, componentes. Orientação

e preparação.

Nas últimas aulas:Conceituamos: educação,

aprendizagem, ensino, didática,

processos pedagógicos;

Tendências pedagógicas;

Relações interativas no processo

educativo;

Articulação entre Saúde e Educação.

• Intervenção na atividade de aprendizagem através da direção deliberada e planejada do ensino

(Libâneo, 1991).

Planejamento

Dicionário Houaiss

1. ato ou efeito de planejar.

2. serviço de preparação de um

trabalho, de uma tarefa, com o

estabelecimento de métodos

convenientes; planificação.

3. determinação de um conjunto de

procedimentos, de ações, visando à

realização de determinado projeto;

planificação.

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Planejamento

• Presente nas pequenas ações do cotidiano;

• Processo de decidir o que será feito;

• Existem diferentes graus de complexidade de planejamento;

• As atividades educativas precisam de um bom planejamento.

Planejamento X Plano

PLANEJAMENTO

PLANO

Processo, contínuo, dinâmico, de reflexão, tomada de decisão,

colocação em prática e acompanhamento.

PERMANENTE

Produto da reflexão e tomada de decisão, em forma de registro, de

documento.

PROVISÓRIO

Plano de atividade educativa

• instrumento de trabalho;

• proposta de ação e não um protocolo a ser

cumprido;

• flexibilidade.

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Descrença no planejamento

• Para que planejar, não basta só falar, só conversar?

• Burocracia?

• É inútil, não funciona?

• Fora da realidade?

• Limita o trabalho?

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Planejamento em saúde pode ser centralizado ou participativo

CENTRALIZADO:

• Equipe de saúde pensa e decide o que fazer;

• Controle gestor;

• Necessidade epidemiológica;

• Não reflete necessidade população;

• Sem participação social.

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PARTICIPATIVO:

• População e equipe de saúde decidem as ações;

• Análise e reflexão dos técnicos e população;

• Processo democrático;

• Transformação da realidade.

A população participa das decisões, assumindo asresponsabilidades que lhe cabem, compreendendo asações de caráter técnico realizadas ou indicadas.

DIAGNÓSTICO

PLANO DA ATIVIDADE

EXECUÇÃO

AVALIAÇÃO

Planejamento em saúde

DIAGNÓSTICO: coleta de dados, discussão, análise e interpretação dos dados, e estabelecimento de

prioridades.

PLANO DA ATIVIDADE: população-alvo, objetivo, conteúdo,

metodologia, recursos e cronograma.

EXECUÇÃO: operacionalização do plano de

atividade.

AVALIAÇÃO: verificação se

conteúdos foram alcançados.

Planejamento em saúde

Diagnóstico

• Leitura da realidade, permitindo a compreensão e asistematização dos problemas e necessidades desaúde de uma população:

▫ Conhecer características socioeconômicas e culturais dapopulação.

▫ Causas dos agravos de saúde.

▫ Fatores políticos, econômicos e de organização dosserviços de saúde e da sociedade.

FASES DO DIAGNÓSTICO

COLETA DE DADOS

DISCUSSÃO

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE

DADOSDISCUSSÃO

PRIORIDADES

• Numa unidade básica de saúde foram atendidos, num espaço de tempo

relativamente pequeno, vários casos de queimadura em crianças.

• Foram realizadas observações, entrevistas, formulários.

• Buscou-se ainda dados, relatórios e artigos científicos.

• Os profissionais de saúde, em conjunto com a comunidade,

planejaram um programa educativo.

EXEMPLO - Diagnóstico

Fonte: Google imagens (crianças e queimaduras).

Elementos constitutivos

• OBJETIVOS – descrição clara do que se pretendealcançar. Para que essa atividade? O que osparticipantes devem aprender?

• CONTEÚDOS

• METODOLOGIA

• AVALIAÇÃO

Plano da Atividade Educativa

EXEMPLO - Objetivos

OBJETIVO GERAL

• As mães e/ou responsáveis por crianças deverão adotar práticas paraeliminar as situações que oferecem risco de queimaduras no ambientedomiciliar.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• As mães e/ou responsáveis por crianças deverão:

-identificar os diversos tipos de acidentes;

-identificar o número de casos e a gravidade dos acidentes por fogo e chama;-relacionar formas para prevenir, no domicílio, situações favoráveis aosacidentes por fogo e chama;

-observar o ambiente doméstico, descobrindo locais, situações e hábitosfamiliares que possam ser causa de acidentes por fogo e chama, tomandoas medidas necessárias para mudá-los e/ou eliminá-los.

Elementos constitutivos

• OBJETIVOS – descrição clara do que se pretendealcançar. Para que essa atividade? O que osparticipantes devem aprender?

• CONTEÚDOS – aspectos específicos do tema. O quê?

• METODOLOGIA

• AVALIAÇÃO

Plano da Atividade Educativa

Adaptado de VASCONCELLOS, C. Planejamento: Projeto de ensino-aprendizagem e projeto político- pedagógico. 18. Ed. São Paulo: Libertad Editora, 2008. p.169-205.

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Conceitual: Saber conhecer (informações, fatos,

conceitos, imagens, etc.).

Procedimental: Saber fazer (habilidades, hábitos,

procedimentos, etc.).

Atitudinal: Saber ser (disposições, interesses, posturas,

atitudes, etc.).

EXEMPLO - Conteúdos

Conteúdos Tipo

Queimadura Conceitual

Riscos de queimadura: fogão, fogo, fósforos, álcool,

combustível.Conceitual

Formas de prevenção no domicílio: mudanças e/ou

eliminação de possíveis focos ao alcance das

crianças.

Procedimental

Atenção permanente a estes aspectos. Atitudinal

Elementos constitutivos

• OBJETIVOS – descrição clara do que se pretendealcançar. Para que essa atividade? O que osparticipantes devem aprender?

• CONTEÚDOS – aspectos específicos do tema. O quê?

• METODOLOGIA– caminho escolhido para organizar assituações ensino-aprendizagem. Como? – Inclui

desenvolvimento, cronograma e recursos

• AVALIAÇÃO

Plano da Atividade Educativa

•(20’) Roda de conversa, a partir de questões disparadoras (anexas).

•(20’) Apresentação e discussão de caso de

queimadura em crianças no domicílio (anexo).

•(20’) Discussão e elaboração coletiva de possíveis

soluções para a situação apresentada.

EXEMPLO – Metodologia (desenvolvimento e cronograma)

Metodologia (recursos)

• Questões disparadoras (explicitar)

• Caso a ser discutido (explicitar)

• Papel kraft para registro da elaboração coletiva da solução

• Pincel atômico para registro

Execução – Atividade da educativa

• Proposta da atividade

• Espaço e tempo

• Interação enfermeiro/profissionais/participante

• Estratégias, dinâmicas de ensino

Planejamento (plano de atividade)

Execução (atividade)

CONTEÚDO

MÉTODO

AVALIAÇÃO

OBJETIVO

Plano de Atividade de Ensino

CONTEÚDO

MÉTODO

AVALIAÇÃO

OBJETIVO

Execução da Atividade

Elementos constitutivos

• OBJETIVOS – descrição clara do que se pretendealcançar. Para que essa atividade? O que osparticipantes devem aprender?

• CONTEÚDOS – aspectos específicos do tema. O quê?

• METODOLOGIA– caminho escolhido para organizar assituações ensino-aprendizagem. Como?

• AVALIAÇÃO – procedimentos para saber se os

objetivos foram alcançados. Os objetivos foram

alcançados?

Plano da Atividade Educativa

Avaliação

•Descrever os critérios estabelecidos e as técnicas/instrumentosque serão utilizados na avaliação dos objetivos específicos(questionário, formulário, demonstração, roteiro de observação,reuniões, entrevistas, relatórios, etc.).

•Selecionar, entre as ações executadas, aquelas que servirão deinstrumento de avaliação para verificação dos resultados gerais oumesmo o reconhecimento das alternativas que o grupo/populaçãoencontrou para resolver total ou parcialmente o seu problema.

• Respostas às perguntas disparadoras realizadas ao longo doprocesso;

• Plano final com soluções apontadascoletivamente.

EXEMPLO - Avaliação

Uma visão de planejamento…

Era uma vez um caçador que contratou um

feiticeiro para ajudá-lo conseguir alguma coisa

que pudesse lhe facilitar o trabalho nas

caçadas.

Depois de alguns dias, o feiticeiro lhe entregou

uma flauta mágica que, ao ser tocada,

enfeitiçava os animais, fazendo-os dançar.

Entusiasmado com o instrumento, o caçador

organizou uma caçada, convidando dois outros

amigos caçadores para a África.

Logo no primeiro dia de

caçada, o grupo se deparou

com um feroz tigre. De

imediato, o caçador pôs-se a

tocar a flauta e,

milagrosamente, o tigre que já

estava próximo de um de seus

amigos, começou a dançar.

Foi fuzilado a queima roupa.

Horas depois, um sobressalto. A

caravana foi atacada por um

leopardo que saltava de uma

árvore. Ao som da flauta,

contudo, o animal transformou-

se, ficando manso e dançou.

Os caçadores não hesitaram e

mataram-no com vários tiros. E

foi assim, a flauta sendo

tocada, animais ferozes

dançando, caçadores

matando.

Ao final do dia, o grupo

encontrou pela frente, um leão

faminto. A Flauta soou, mas o

leão não dançou. Ao contrário,

atacou um dos amigos do

Caçador flautista, devorando-o.

Logo depois, devorou o

segundo.

O tocador, desesperadamente,

fazia soar as notas musicais, mas

sem resultado algum. O leão

não dançava. E enquanto

tocava e tocava o caçador foi

devorado.

- Eu sabia que eles iam

se dar mal quando encontrassem o

surdinho

Dois macacos, em cima de

uma árvore próxima, a tudo

assistiam. Um deles "falou"

com sabedoria:

Moral da História:

• Não confie cegamente nos métodos quesempre deram certo: Um dia podem falhar.

• Tenha sempre um plano B.• Prepare alternativas para as situações

imprevistas.• Esteja atento às mudanças e não espere as

dificuldades para agir.

CUIDADO COM OS LEÕES SURDOS!!

•Uma maneira de perceber se uma atividade educativa está de acordo com uma proposta de educação transformadora é descobrir para queela serve.

Quanto mais

respostas SIM,

melhor será nossa

forma de participar

das soluções de

problemas de

saúde, bem como

enxergar nosso

papel na solução

dos mesmos.

“O fim da ação educativa é desenvolver no

indivíduo e no grupo a capacidade de

analisar criticamente a sua realidade; de

decidir ações conjuntas para resolver

problemas e modificar situações; de

organizar e realizar a ação, e de avaliá-la

com espírito crítico” (São Paulo, 2001, p. 14).

Plano de atividade (estrutura para trabalho em grupo):

•Tema

•Descrição do Problema (Diagnóstico)

•Público Alvo

•Identificação: local, tempo de duração

•Objetivos (Geral e específicos)

•Conteúdos (Conceitual, procedimental, atitudinal)•Metodologia (Desenvolvimento, Cronograma,

Recursos)

•Avaliação

•Referências

ReferênciasBRASIL. Ministério da Saúde. Divisão Nacional de Educação em

Saúde. Ação educativa: diretrizes. In: Encontro de Experiências de

Educação e Saúde, 1, Brasília, 1981. Anais ... Brasília, Divisão Nacional

de Educação em Saúde, 1981. p. 16 – 33.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1991

SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Saúde. Educação em Saúde

Planejando as Ações Educativas Teoria e Prática. Manual para a

operacionalização das ações educativas no SUS - São Paulo: FESIMA,

2001.

VASCONCELLOS, C.S. Planejamento: Projeto de Ensino-aprendizagem

e Projeto político-pedagógico. São Paulo: Libertad, 2008.

- Contato com o professor: wanderleio@usp.br

- Material da disciplina (textos, aulas etc.): MoodleUSP

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