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Prof. Dr. Marco Aurélio A. MonteiroProf. Dr. Marco Aurélio A. Monteiro e-mail: e-mail: marco.aurelio@feg.unesp.br

PROGRAMA REAÇÃO

COMO A TERRA SE COMO A TERRA SE FORMOUFORMOU33ªª

SÉRIESÉRIE

20082008

ROTEIRO

A teoria da formação da Terra e o meio ambiente

A teoria da formação da Terra e os seres vivos

A teoria da formação da Terra e os seres humanos

A teoria da formação da Terra

e os recursos tecnológicos

ciências

COMO A TERRA SE FORMOUCOMO A TERRA SE FORMOU

ADAPTAÇÃO DO TEXTO DO ADAPTAÇÃO DO TEXTO DO LIVRO OS SERÕES DE DONA LIVRO OS SERÕES DE DONA

BENTABENTA(MONTEIRO LOBATO) (MONTEIRO LOBATO)

No dia seguinte dona Benta falou da formação do nosso sistema solar.- Neste assunto, meus filhos, só temos hipóteses - disse ela - a certeza é impossível. Das hipóteses apresentadas pelos sábios a mais aceita hoje é a do planetesimal. De acordo com essa hipótese todos os corpos do nosso sistema solar, isto é, o Sol, os planetas, os satélites, os asteróides, os meteoros e meteoritos, sobre os quais já conversamos, faziam parte dum enorme astro - uma estrela. Essa estrela andava rodando pelo espaço infinito, como fazem todas as estrelas, até que um dia se aproximou demasiadamente de outra, também enorme, e sofreu a influência da sua atração. Tão violenta foi essa atração que se produziram em nossa estrela a divisão de dois blocos de matéria (gás e poeira). O primeiro bloco deu origem ao Sol e o segundo bloco aos planetas, asteróides, meteoros, meteoritos e cometas.

Dona Benta continuou.- A nova hipótese diz que durante

o tempo em que a nebulosa formada pelo derrame da estrela se fixou na forma dos planetas

atuais, um dos pedaços passou a ser a nossa Terra - mas muito menor que hoje. A Terra foi

crescendo à custa dos meteoritos que constantemente caíam sobre ela, como ainda hoje acontece, embora em menor quantidade. Naquele tempo a superfície da Terra não passava de massa

porosa, solta. O que nela caía, espetava-se como pedrinhas que você joga de encontro a uma bola

mole de barro.- Engraçado! A Terra foi crescendo

à custa de pelotadas...- Sim. E no começo era pequena demais para ter a atmosfera que

tem hoje.

- Depois que a Terra adquiriu atmosfera, as partes mais altas começaram a ser desgastadas - esse desgaste é a tal

gradação.O processo da gradação não passa da erosão e do

transporte do material erodido de um ponto para outro, pela ação carregadora das águas, dos ventos e das geleiras. Desse modo a gradação foi desfazendo os montes, e abrindo os vales, trabalho que ainda hoje

podemos observar. Grandes mudanças se operaram na superfície da Terra e continuam a operar-se.

A Serra da Mantiqueira, por exemplo. Quem vai de S. Paulo ao Rio de Janeiro corta o imenso Vale do Paraíba, hoje

coberto de lindos arrozais, e vê lá longe a muralha azul das montanhas. Essa cadeia de montanhas é a mãe: o vale

é o filho.Quando a Mantiqueira surgiu devia ser altíssima, porque toda a terra que forma o grande aterro do atual Vale do

Paraíba saiu dessa cadeia de montanhas. A primitiva Mantiqueira foi se desgastando pela erosão, foi minguando em altura e corpo, à proporção que o Vale ia se formando

pelo aterro. Hoje nos parece uma grande cadeia de montanhas, mas na realidade não passa de uma pequena

parte do que foi.

Notei que só falamos da erosão causada pelas águas.- E há mais erodidores? - perguntou Narizinho.

- Sim, muitos, embora mais fracos.Há, as plantas. Árvores, como a figueira brava do tio Barnabé, que nascem na fenda das pedras e acabam rachando-as, praticam a erosão. A gravidade também produz erosão, porque está sempre puxando as coisas

para baixo, fazendo-as cair. O que cai quebra-se, facilitando o trabalho dos outros processos.

- Na pedra do Barnabé - lembrou Pedrinho - a figueira começou a erosão rachando a pedra, e a gravidade

continuou-a fazendo que metade da pedra caísse sobre a estrada e se partisse em três, fora o farelo.

- Exatamente. E temos os animais, sobretudo o homem, que também erodem - deslocam as pedras daqui para ali, quebram-nas, moem-nas, furam o chão, etc. E temos os

agentes químicos, como o oxigênio, que é um danado para combinar-se com as rochas e desagregá-las. E temos

ainda a ação química das plantas que produzem dióxido de carbono e mais substâncias. O dióxido também ataca as

rochas.

-Coitadas! - exclamou Emília. Tudo se junta contra as pobres rochas, apesar de viverem quietinhas no seu canto,

sem fazer mal a ninguém. São umas verdadeiras mártires...

E Emília suspirou.

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