Rainha Em Folha 28 - Recomeçar...em Setembro

Preview:

DESCRIPTION

Página da ESRDA com textos escritos por alunos de diferentes anos.

Citation preview

28 5Número

ANO VII

BIBLIOTECA ESCOLAR

RAINHA EM FOLHAESCOLA SECUNDÁRIA RAINHA D. AMÉLIA

PRIMEIRO PERÍODO

Ano letivo 2015-2016

EDIÇÃO Anabela Caldeira

Filipa BarretoFrancisco Agostinho

MADALENA QUINTELA , 12ºH1

RECOMEÇAR ALVORECER

TERESA ALMEIDA 12ºD

SOFIA SEQUEIRA , 12ºC2

TERESA ALMEIDA 12ºD

CAETANA F. THOMAZ 12ºDpágina 1/2

Na sombra dos nossos ombros adormece o sol de setembro,trazendo ainda aromas de verão e as finas cores dooutono primeiro. Tudo segue. Reabrimos os olhos, asnossas mãos colhem o fruto novo e iluminado de umoutro regresso à Escola.

Reco-me-çarCome-çarIniciarIni-ciarRecomeço o começo dos anos iguais.Começo o recomeço dos anos iguais.Recomeço o começo. Começo o recomeço.Recomeço o início sempre igual.Inicio o recomeço.Recomeço o início.Reinicio o início do recomeço sempre igual.Principio o princípio mil vezes começado.Recomeço o princípio.Pela última vezInicio o princípio.Recomeço o recomeço de todos os anoscomeçados.Recomeço o começo.Estreio o início do princípio.Tenho medo.Principio a estreia de começar o iníciosempre diferente de anos iguais .Estreio o princípio do início do recomeçosempre igual de anos diferentes.Principio o princípio.Sinto-me só.É possível principiar todos os dias.Este ano conheci o paraíso e o paraísonunca será meu.Eras tu o paraíso.Boas entradas

Hoje vi algo que me lembrou a escola.Estava escuro, mas algo se adivinhava paralá do horizonte montanhoso. Uma claridadeespreita devagarinho, vai-se insinuando.As nuvens começam a ficar com uma corpúrpura, as formas já se distinguem. Umcheiro a fresco paira no ar. Lentamente,a luz transforma-se. Um galo canta e umpardal esvoaça à minha frente. O rio, quereflete como um espelho, está jáalaranjado. Um ratinho de campo escapa-se por entre os meus pés. E, quando doupor isso, chegou o clímax do espetáculo.Todas as cores estão no céu, o centro ébranco, de seguida amarelo, depois cor delaranja, encarnado, púrpura e, por fim,azul. Os sinos das igrejas ecoam pelosvales, as flores desabrocham e o chiar debotas de borracha a caminhar anuncia umnovo dia a trabalhar a terra. O céu estáfinalmente completo de azul, e o grandeastro já vai elevado acima do cume dasmontanhas. As luzes das casas estãoacesas, e um ou outro carro passa naestrada.Todos os dias, quando vou para a escola,assisto ao nascer do sol.

FA

página 2/2

HOJE É...

HENRIQUE CLAUDINO, 12ºH1

MARIA SAMPAIO, 12º H1

CAETANA F. THOMAZ 12ºD

CAMILA PERFEITO 12ºD

NADA MAIS EXISTE

página 2/2

Hoje é o nosso último primeiro dia de aulasna Escola. A última primeira vez queentramos pelos corredores com livros ecadernos novos e histórias do verão paracontar.Um recomeço e também o fim desteprincípio de ano letivo.A partir de agora… todos os segundoscontam.

Que vivas sempre naquela tarde solarengade domingo, mergulhado na sombra queaquele eterno e inexorável pinheiro suspira.Que o teu sorriso ilumine todas essas noitessem fim e todos esses olhares desfeitos.Que as flores te ergam os braços e que a tuaalma dance na harmonia da natureza.Que o futuro se esconda nos teus cabelos,mas não te saia da palma da mão.Que o bater imaculado do teu coração embaleos céus e a terra.Os teus lábios desenham palavras no ventoenquanto tomas, em pequenos tragos, o teucafé. As tuas mãos delicadas, imponentes,dançam ao sabor da tua boca, baloiçando-se. Afastas o cabelo da testa fazendo-o

deslizar por entre as tuas unhas e, no meiode sorrisos discretos e do pingar da chuvano asfalto da estrada, a simplicidade dos teusolhos acolhe os meus. Nada maisexiste.Deixo-me ser possuído pela chamaque me incendeia o estômago e lentamentese apodera de todo o meu corpo. Um sorrisorompe-se na minha cara e tu, surpreendida,perguntas-me, tentando esconder o riso, seestá tudo bem. Milhares de respostasdeambulam no meu pensamento, umaspoéticas outras nem tanto, contudo, quandoa minha língua se ergue para proclamar essedelicioso conjunto de letras que pairaansiosamente no cérebro, apenas soltosílabas inoportunas e sem nexo. Aliviando-me de todo este embaraço e frustração,arrastas a cadeira para trás e debruças-tesobre a mesa, encostas o teu nariz ao meu,entrelaças os teus dedos no meu cabelodesajeitado e beijas-me. A minha alma flutuanum mar de emoções que me rouba a tintadas palavras e, ainda bem, há sensaçõesneste mundo que não podem sersimplesmente contadas.Não consigo que o tempo pare e possa viverno vento deste momento até as musaspararem de escrever a minha história. Masposso prometer-te uma coisa, eu farei comque o sol te ilumine cada gesto e que a luate guarde em cada sonho.

Não é preciso tudo, são precisas palavras para acontecer o tempo que quisermos.Que tempo?Aquele que encontramos na vizinhança de nós.Dentro do nosso corpo, da nossa alma, da nossa inquietude e satisfação.O tempo de um outono reconhecido na estação que quisermos. FB

DG

Recommended