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Recursos em Processo Civil

O regime de recursos em processo civil

de acordo com o Dec. Lei 303/2007 de 24 de Agosto

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Recursos em Processo Civil� A matéria dos recursos está regulada nos

artigos 676º a 777º do C.P.C., encontrando-se organizada da seguinte forma

� - Disposições gerais – (art.s 676º a 688º)� - Recurso de apelação –(art.s 691º a 720º)� - Recurso de revista –(art.s 721º a 732º-B)� - Recurso para uniformização de

Jurisprudência – (art.s 763º a 770º)� - Recurso de Revisão – (art.s 771º a 777º)

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Disposições Gerais

� O Recurso constitui um meio de impugnação das decisões judiciais (nº 1 do art. 676º C.P.C.)

� Diz-se “transitada em julgado a decisão que não seja susceptível de recurso ordinário ou de reclamação, nos termos dos arts. 668º e 669º (art. 677ºC.P.C.)

� Uma decisão transitada em julgado só poderá ser impugnada por meio de recurso extraordinário

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Disposições Gerais

� São Recursos Ordinários

� - A apelação (meio de Impugnação das decisões do Tribunal de 1ª Instância)

� - A Revista (meio de impugnação dos acórdãos proferidos pelos Tribunais da relação em recursos de apelação)

(art.s 676º, nº 2, 691º e 721º CPC)

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Disposições Gerais

� - São recursos extraordinários

� - O recurso para uniformização de jurisprudência (art.s 676º, nº 2 e 763º CPC)

� - O recurso de revisão (art.s 676º, nº 2 e 771º CPC)

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Disposições Gerais

Admitem recurso as decisões proferidas

� Quando a causa tenha valor superior à alçada do tribunal de que se recorre e

a decisão impugnada seja desfavorável ao Recorrente em valor superior a metade dessa alçada (sucumbência)

(em caso de dúvida quanto ao valor da sucumbênciaatender-se-á, apenas, ao valor da causa)

(Art. 678º, nº 1 C.P.C.

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Disposições Gerais� ALÇADAS

� O Art.5º do DL 303/2007 altera o Art.24º nº1 da Lei 3/99:

� 1ª Instância – 5.000,00 €Relação – 30.000,00 €

(corresponde ao teor do art. 31º da Lei 52/2008)

� O texto anterior era:

1ª Instância – 3.740,98 €Relação – 14.963,94 €

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Disposições Gerais

� Não são recorríveis os despachos de mero expediente, nem os proferidos no uso legal de um poder discricionário (art. 679º C.P.C.)

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Disposições Gerais� Independentemente do valor da causa e da sucumbência, é

sempre admissível recurso:

a) Das decisões que violem as regras de competência internacional ou em razão da matéria ou da hierarquia, ou que ofendam o caso julgado;

b) Das decisões respeitantes ao valor da causa ou dos incidentes, com o fundamento de que o seu valor excede a alçada do tribunal de que se recorre;

c) Das decisões proferidas, no domínio da mesma legislação e sobre a mesma questão fundamental de direito, contra jurisprudência uniformizada do Supremo Tribunal de Justiça.

(nº 2 art. 678º do CPC)

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Disposições Gerais� Independentemente do valor da causa e da sucumbência é

sempre admissível recurso para a Relação

� - Das decisões proferidas nas acções em que se aprecie a validade, a subsistência ou a cessação de contratos de arrendamento, com excepção dos arrendamentos para habitação não permanente ou para fins especiais transitórios;

� Das decisões respeitantes ao valor da causa nos procedimentos cautelares, com o fundamento de que o seu valor excede a alçada do tribunal de que se recorre. (nº 3 art. 678º C.P.C.)

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Disposições Gerais� Poderá interpor recurso:

� A parte principal vencida

� A parte acessória directa e efectivamente prejudicada pela decisão

� As pessoas directa e efectivamente prejudicada por uma decisão, ainda que não sejam parte na acção

� O terceiro prejudicado pela sentença, (Recurso Extraordinário de revisão - alínea G) 771º)

(Art. 680º C.P.C.)

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Disposições Gerais� É lícita a renúncia ao direito de recorrer;

� a renúncia antecipada só produz efeito se provier de ambas as partes (art. 681º nº 1)

� A aceitação da decisão inibe a faculdade de recorrer (art. 681º nº 2)(Admite-se o direito de recorrer subordinadamente, quando a parte contraria tenha recorrido (art. Art. 682º, nº 4))

� O Recorrente pode desistir do recurso por simples requerimento (art. 681º, nº 5)

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Disposições Gerais� O recurso pode ser

� - Recurso Independente

� - Recurso Subordinado (Art. 682º C.P.C.)

� O Recurso Independente é interposto em certo prazo(15, 30 ou 40 dias) após notificação da sentença, desde que verificados os pressupostos de alçada e sucumbência ou a decisão seja recorrível nos termos dos nº 2 e 3 dos arts. 678º

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Disposições Gerais� O Recurso subordinado é interposto em prazo igual

ao do recurso independente, a partir da notificação ao Recorrido do recurso independente da parte contrária, feita nos termos dos arts. 229º-A e 260º-A do C.P.C.

� O recurso subordinado não está sujeito ao critério da sucumbência.

� O recurso subordinado caduca no caso de haver desistência do recurso independente, este ficar sem efeito ou o Tribunal dele não tomar conhecimento (Art. 682º no C.P.C.)

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Disposições Gerais� O recurso interposto por uma das partes aproveitará

aos seus compartes� em caso de litisconsórcio necessário.� Quando estes, na parte em que o interesse seja

comum, derem a sua adesão ao recurso.� Se o interesse destes depender, essencialmente, do

interesse do Recorrente� Se tiverem sido condenados solidariamente, quando o

recurso não respeite, unicamente, à pessoa do Recorrente

(art. 683º, nº 1 e 2 C.P.C.)

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Disposições Gerais� O recurso é interposto� - Por requerimento dirigido ao Tribunal que proferiu a

decisão recorrida (nº 1 do art. 684º-B do C.P.C.)

� Num prazo determinado, contado da notificação da decisão:

– 30 dias – (art. 685º, nº 1 do CPC),

- 15 dias (art.691º nº 5 e 721 nº 4 CPC)

(Estes prazos serão acrescidos de 10 dias quando se discuta prova gravada – nº 7 art. 685 CPC).

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Disposições Gerais� Contendo as Alegações do Recorrente (art.

684º-B nº2)(Deve ser acompanhado de comprovativo de autoliquidação de taxa de justiça (ver. Art. 685º-D do CPC)

� Com a revogação do art. 686º e a alteração do art. 669º nº 3, o pedido de esclarecimento é feito na alegação de recurso, devendo o juiz, com o despacho que admite o recurso, pronunciar-se sobre o requerido.

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Disposições Gerais

� Pronunciando-se, como deve, o Juiz, sobre o pedido de esclarecimento:

� O objecto do recurso passa a ser a “nova decisão”, podendo o recorrente, em 10 dias, desistir, alargar ou restringir o respectivo âmbito.

� No mesmo prazo, pode, o recorrido responder a tal alteração.

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Disposições Gerais

� O recorrido pode interpor recurso da sentença aclarada, corrigida ou reformada, no prazo de 15 dias após a notificação do despacho que a determinar (art. 670º nº 4)

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Disposições Gerais� O requerimento de interposição de recurso deve indicar� - a Espécie: Apelação ou Revista (Ordinário)

Uniformização ou Revisão (extraordinário)

� - o efeito (suspensivo ou meramente devolutivo)

� - o modo de subida (nos autos ou em separado)

� No caso dos recursos fundados nas alíneas a) e b) do nº 2 do art. 678º e no recurso para uniformização ,deve ser indicado, ainda o respectivo fundamento (art. 684º-B, 691º-A, 691º-B, 692º, 722º-A e 722º-B)

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Disposições Gerais

� Todos os recursos sobem de imediato(nº 1 do art. 685º C)

� Tal situação poderá originar a existência de diversos recursos, a subir em separado, nos mesmos autos, o que terá levado o Legislador a introduzir um novo preceito: Art. 275º-A, criando a possibilidade de apensação de processos em fase de recurso, desde que reunidos os pressupostos do art. 275º do C.P.C

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Disposições Gerais� O recurso abrange, em princípio, tudo quanto, na

decisão recorrida, tiver sido desfavorável ao Recorrente (nº 2 do art. 684º CPC)

� O “verdadeiro” objecto do recurso é o constante das conclusões das alegações do recorrente (nº 3 art. 684º), não sendo prejudicados os efeitos da decisão na parte não recorrida. (nº 3 art. 684º)

� O objecto do recurso poderá ser ampliado pelo recorrido, ainda que a título subsidiário, no caso de pluralidade de fundamentos da acção ou da defesa (art. 684º-A do CPC)

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Disposições Gerais� As alegações devem conter� - fundamentos do pedido de alteração ou

anulação da decisão � - indicação das normas jurídicas violadas� - o sentido da interpretação das normas

aplicadas� As normas que deveriam ter sido aplicadas� As conclusões

(as alegações não necessitam de ser articuladas)(art. 685º-A do CPC)

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Disposições Gerais� Quando o Recorrente impugnar a decisão proferida sobre

a matéria de facto tem de observar o seguinte:

� Indicar, concretamente, os factos que pensa mal apreciados bem como os meios de prova a reapreciar, devendo, quando se trate de depoimentos gravados, individualizá-los com referência à acta de audiência (art. 690º A)

� Quando for possível, identificar de forma precisa as passagens da gravação em que se funda, sem prejuízo da possibilidade de, por sua iniciativa, proceder à respectiva transcrição.

� Quando tal não for tecnicamente possível, a parte deve proceder à transcrição do depoimento.

( Art. 685º-B do CPC)

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Disposições Gerais

� Importância das Conclusões

� - Quando as conclusões forem deficientes obscuras, complexas ou quando não tenha sido dado cumprimento ao Art. 685º-A do C.P.C., o relator deve convidar ao aperfeiçoamento em cinco dias, sob pena de não conhecer do recurso na parte afectada. (art. 685º-A, nº 3)

� - a falta de conclusões leva ao indeferimento do recurso (art. 685º-C nº 2, Al. a) do CPC.

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Disposições Gerais� O requerimento de recurso será indeferido,

quando

� - A decisão não admita recurso

� - O recurso foi interposto fora de prazo

� O recorrente não reúna condições para recorrer

� Não sejam juntas alegações

� As alegações juntas não contenham conclusões (art. 685º-C do CPC)

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Disposições Gerais� O Despacho de Admissão do recurso não vincula o

Tribunal superior nem pode ser impugnado pelas partes, (a menos que, também, fixe o valor a causa)

� - (art. 685º-C nº 5 e 315º, nº 3 CPC).

� Do despacho que não admita o recurso pode, o recorrente, reclamar para o Tribunal superior, em 10 dias.

� - A reclamação é autuada por apenso e instruída com o requerimento de interposição de recurso e alegações, a decisão recorrida e o despacho objecto da reclamação.

� A reclamação é decidida pelo Relator(art. 688º do CPC)

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Disposições Gerais

� As regras acabadas de enunciar –constantes da secção ”Disposições Gerais” regem a tramitação dos recursos ordinários e extraordinários, devendo, naturalmente, em relação a casa um destes, ser observadas as respectivas especificidades

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Recurso de apelação

� O recurso de apelação é regulado pelos artigos 691º a 720º do CPC., sendo-lhes, naturalmente, aplicáveis, subsidiariamente, as normas constantes das disposições gerais

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Recurso de apelação� “Da decisão do Tribunal da 1ª instância que

ponha termo ao processo cabe recurso de apelação”.

Art.691º nº1 CPC-DL303� “Cabe ainda recurso de apelação do

despacho saneador que, sem por termo ao processo, decida do mérito da causa”.

Art.691º nº2 h) CPC-DL303� “O prazo para a interposição de recurso é

de 30 dias”. Art.685º nº1 CPC-DL303

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Recurso de apelação� “Cabe ainda recurso de apelação das decisões

referidas nas alíneas a) a g) e j) a n) do nº 2 do Art.691º CPC-DL303, a interpor em 15 dias nos termos do nº5 do mesmo artigo”.

Estas decisões são:a) Decisão que aprecie o impedimento do juiz;b) Decisão que aprecie a competência do tribunal; c) Decisão que aplique multa; d) Decisão que condene no cumprimento de obrigação

pecuniária;

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Recurso de apelaçãoe) Decisão que ordene o cancelamento de qualquer

registo; f) Decisão que ordene a suspensão da instância; g) Decisão proferida depois da decisão final;

i) Despacho de admissão ou rejeição de meios de prova; j) Despacho que não admita o incidente ou lhe ponha

termo; l) Despacho que se pronuncie quanto à concessão da

providência cautelar, determine o seu levantamento ou indefira liminarmente o respectivo requerimento;

m) Decisões cuja impugnação com o recurso da decisão final seria :absolutamente inútil;

n) Nos demais casos expressamente previstos na lei.

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Recurso de apelação� O art. 691º do CPC enuncia as decisões que poderão ser

objecto de recurso de apelação, limitando as decisões interlocutórias que não integrem tal elenco a

� - ser impugnadas no recurso de apelação que venha a ser interposto

� - ser impugnadas num recurso único no prazo de 15 dias a interpor após o transito em julgamento da decisão, pela parte que nisso tiver interesse

� - ser impugnadas pelo Recorrido, através da ampliação do objecto do recurso

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Recurso de apelaçãoSobem nos próprios autos as apelações interpostas

a) Das decisões que ponham termo ao processo;b) Das decisões que suspendam a instância;c) Das decisões que indefiram o incidente processado por apenso;d) Das decisões que indefiram liminarmente ou não ordenem a providência cautelar;

Todas as restante apelações sobem em separado, instruídas com as peças processuais consideradas convenientes pelo Recorrente.

(art.s 691º-A e 691º-B do CPC)

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Recurso de apelação� A apelação tem, normalmente, efeito

meramente devolutivo (nº 1 art. 692º do CPC)

� - Tem contudo efeito suspensivo do processo quando a lei o preveja (nº 2 art. 692º do CPC)

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Recurso de apelaçãoA apelação tem efeito suspensivo da decisão quando tenha por objecto

� - decisão que ponha termo ao processo em acções sobre o estado daspessoas;

- decisão que ponha termo ao processo nas acções referidas no n.º 3 do artigo 678.º e nas que respeitem à posse ou à propriedade de casa de habitação;

- despacho de indeferimento do incidente processado por apenso;

- despacho que indefira liminarmente ou não ordene a providência cautelar

- decisão que aplique multa, que condene no cumprimento de obrigação pecuniária ou que ordene o cancelamento de qualquer registo;

- nos demais casos previstos por lei (art. 692º, nº 3 C.P.C.)

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Recurso de apelação� O recorrente poderá requerer (ao interpor

recurso) que a apelação tenha efeito suspensivo quando a execução da decisão lhe cause prejuízo considerável e se ofereça para prestar caução.(art. 692º, nº 4 do CPC)

� Neste caso se o recurso estiver parado mais de 30 dias, por negligência do apelante, extingue-se o efeito suspensivo. (692º A, nº 1)

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Recurso de apelação

� A interposição de recurso com efeito meramente devolutivo não inibe a instauração de execução pelo apelado

(art.693º do CPC)

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Recurso de Revista

� O recurso de revista é regulado pelos artigos 721º a 732º-B do CPC., sendo-lhe, naturalmente, aplicáveis, subsidiariamente, as normas constantes das disposições gerais

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Recurso de Revista

� De modo semelhante ao previsto no art. 691º para os recursos de apelação, o Legislador entendeu dever enunciar as decisões que poderão ser objecto do recurso de Revista (art. 721º do CPC)

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� Poderá ser interposta revista

• a)De Acórdão da Relação, proferido ao abrigo do nº 1 e da alínea h) do nº 2 do art. 691º.

(nº 1 do art. 721º CPC)

b) De acórdãos proferidos sobre incompetência relativa da Relação

De acórdãos cuja impugnação com o recurso de revista os tornaria absolutamente inúteis

nos demais casos previstos na Lei (alíneas a)b) e c) do nº2 do art. 721º do

C.P.C.)

Recurso de Revista

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Recurso de Revista

Todos os outros acórdãos proferidos na pendência do processo na Relação, apenas poderão ser impugnados no recurso da decisão final

As decisões interlocutórias impugnadas com a sentença final (nº3 do art. 691º) não poderão ser objecto de recurso de revista.

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� Não é admitida revista do Acórdão da Relação que confirme, sem voto de vencido e ainda que com fundamento diferente, a decisão proferida na 1ª instância (nº 3 do art. 721º do C.P.C.)

� (Dupla conforme)

Recurso de Revista

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• Neste último caso, pode ser interposta Revista excepcional (Art. 721º A) quando:

o a questão em apreciação , pela sua relevância jurídica, seja claramente necessária a uma melhor apreciação do Direito (alínea a) do nº 1)

o estejam em causa interesses de particular relevância social (alínea b) do nº 1)

o o Acórdão esteja em contradição com outro, transitado em julgado, de qualquer Relação ou do S.T.J., no domínio da mesma legislação e sobre a mesma questão de direito, salvo se for conforme a Acórdão de uniformização de jurisprudência (alínea c) do nº 1)

Recurso de Revista

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� O recorrente deve na sua alegação evidenciar a existência desse fundamento de admissibilidade, juntando cópia do Acórdão se esse fundamento for o da alínea c)do nº1.

� A verificação desses pressupostos de admissibilidade compete a uma formação de três juízes, escolhidos anualmente pelo presidente do S.T.J. de entre os mais antigos das secções cíveis.

Recurso de Revista

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Recurso de Revista

� O recurso de revista previsto no nº 1 do art. 721º deve ser interposto no prazo de 30 dias (art. 685º, nº 1).

� O recurso de revista previsto nas alíneas a) a c) do nº 2 do art. 721º deve ser interposto no prazo de 15 dias (art. 724º CPC)

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Recurso de Revista� O Recurso de Revista tem por objecto

questões de direito incluindo o conhecimento das nulidades previstas nos art.s 668º e 716º do CPC

(art. 722º nº 1 do CPC)

� Poderá ser apreciada pelo Supremo Tribunal questão atinente à matéria de facto desde que haja ofensa de uma disposição legal que exija certa espécie de prova para a existência desse facto ou fixe a força de determinado meio de prova

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Recurso de Revista

� - Sobem nos próprios autos as revistas interpostas dos Acórdãos da Relação proferidos ao abrigo do nº 1 e da alínea h) do nº 2 do art. 691º do CPC.

� Todas as demais revistas sobem em separado

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Recurso de Revista

� Apenas o recuso de revista interposto em questões sobre o estado das pessoas tem efeito suspensivo(art. 723º, nº 1 do CPC)

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Recurso de Revista� Recurso per saltum para o STJ� Na apelação interposta das decisões referidas no nº 1

e na alínea h) do nº 2, 691º do CPC as partes podem, nas conclusões da alegação, requerer que o recurso, que seria conhecido pela relação, seja apreciado imediatamente pelo STJ, desde que se verifiquem preenchidos os critérios de valor da causa e da sucumbência, considerada a alçada do Tribunal da Relação, as partes suscitem apenas questões de direito e não pretendam impugnar qualquer decisões interlocutórias.(art. 725º nº 1 do CPC)

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Recurso de Revista

� Requerido, pelo Recorrente, recurso persaltum a parte contrária poderá responder-lhe nas contra-alegações;

� Sendo tal requerimento apresentado pelo Recorrido, o Recorrente poderá pronunciar-se no prazo de 10 dias

(art. 725º nº 1 e 2 do CPC)

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Recurso de Revista� O recurso per saltum é processado como revista

excepto quanto aos efeitos, a que e aplica o regime da apelação.

� A decisão do Relator que indefira a pretensão do Recorrente e determine a baixa do processo ao Tribunal da Relação é definitiva.

� Da decisão do Relator que admite o recurso persaltum pode haver reclamação para a conferência

(art. 725º nº.s 3, 4 e 5 do C.P.C.)

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Recurso de Revista� Julgamento ampliado de Revista

� Quando se revele necessário ou conveniente para assegurar a uniformidade da jurisprudência, o Presidente do STJ determina, até à prolação do acórdão, que o julgamento do recurso se faça com intervenção do pleno das secções cíveis.

� Esta Composição do Tribunal justifica a denominação de “julgamento ampliado de revista” que mantém, contudo, a natureza de recurso ordinário, distinto, por isso do recurso extraordinário para uniformização de jurisprudência

(art. 732º-A do CPC)

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� No Julgamento Ampliado da Revista

O DL 303/2007 introduz a obrigação de o relator, ou qualquer dos adjuntos, propor o julgamento ampliado da revista, quando verifique a possibilidade de vencimento de solução jurídica que esteja em oposição com a jurisprudência uniformizada, no domínio da mesma legislação e sobre a mesma questão fundamental de Direito.

Recurso de Revista

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� Na tramitação do recurso de revista

o art. 727º - A do C.P.C. introduz a possibilidade de o relator, oficiosamente ou a requerimento fundado de uma das partes, determinar a realização de audiência para discussão do objecto de recurso, com alegações orais.

Recurso de Revista

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Recurso para Uniformização de Jurisprudência

� O recurso extraordinário para uniformização de Jurisprudência é regulado pelos artigos 763º a 770º do CPC..

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� Recurso extraordinário para uniformização de Jurisprudência(DL 303/2007 Art. 763 A 770º do C.P.C.)

Quando for proferido Acórdão pelo S.T.J., em contradição com outro, transitado em julgado, no domínio da mesma legislação e sobre a mesma questão fundamental de Direito, e o Acórdão proferido, não estiver de acordo com a Jurisprudência uniformizada do S.T.J., as partes, ou o Ministério Público podem interpor recurso para o Pleno das Secções Cíveis.

Recurso para Uniformização de Jurisprudência

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O recurso deve ser interposto no prazo de 30 dias, contados do trânsito em julgado do Acórdão recorrido.

Quando o recurso é interposto pelo Ministério Público, não sendo parte na acção, a decisão a proferir não tem qualquer influência na causa, destinando-se, unicamente, à uniformização.

Recurso para Uniformização de Jurisprudência

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Recurso de Revisão

� O recurso extraordinário de Revisão é regulado pelos artigos 771º a 777º do CPC..

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Recurso de Revisão

� O recurso de revisão é interposto no Tribunal que proferiu a decisão a rever.

� As decisões proferidas no recurso de revisão admitem os recursos ordinários a que estariam originariamente sujeitas no decurso da acção em que foi proferida a sentença a rever

(art. 772º nº 1 a 5 do CPC)

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Recurso de Revisão� Constituem fundamento de instauração de recurso de

revisão:

a) Outra sentença transitada em julgado tenha dado como provado que a decisão resulta de crime praticado pelo juiz no exercício das suas funções;

b) Se verifique a falsidade de documento ou acto judicial, de depoimento ou das declarações de peritos ou árbitros, que possam, em qualquer dos casos, ter determinado a decisão a rever, não tendo a matéria sido objecto de discussão no processo em que foi proferida;

c) Se apresente documento de que a parte não tivesse conhecimento, ou de que não tivesse podido fazer uso, no processo em que foi proferida a decisão a rever e que, por si só, seja suficiente para modificar a decisão em sentido mais favorável à parte vencida;

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Recurso de Revisão

d) Se verifique nulidade ou anulabilidade de confissão, desistência ou transacção em que a decisão se fundou;

e) Tendo corrido a acção e a execução à revelia, por falta absoluta de intervenção do réu, se mostre que faltou a citação ou que é nula a citação feita;

f) Seja inconciliável com decisão definitiva de uma instância internacional de recurso vinculativa para o Estado Português;

g) O litígio assente sobre acto simulado das partes e o tribunal não tenha feito uso do poder que lhe confere o artigo 665.º, por se não ter apercebido da fraude.

(art. 771º do CPC)

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O decreto lei 303/2007, cria não uma verdadeira sucessão de regimes (substituição de um regime por outro, a partir de uma certa data), mas uma situação de coexistência de dois regimes durante vários anos.

Aplicação no tempo do DL 303/2007

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“O presente Decreto Lei entra em vigor no dia 1 de Janeiro de 2008”

nº1 do Art.12º DL 303/2007

“ Sem prejuízo do disposto no número seguinte, as disposições do presente Decreto Lei, não se aplicam aos processos pendentes à data da sua entrada em vigor”

nº1 do Art.11º DL 303/2007

(Do nº2 do Art.11º não fazem parte as disposições relativas aos recursos)

Aplicação no tempo do DL 303/2007

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Destas normas resultaria que, em matéria de recursos, deveria ser considerado como elemento definidor do regime legal aplicável, a data em que a acção , ou procedimento, foi instaurado.

Parece, no entanto, justificar-se uma interpretação restritiva dos preceitos…

Aplicação no tempo do DL 303/2007

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Devendo:a) Considerar-se o sistema “concorrencial” em

matéria de recursos ordinários;

b) Considerar imediatamente aplicável o decreto-lei 303/2007 aos recursos extraordinários interpostos após 1 de Janeiro de 2008 , ainda que respeitantes a processos já pendentes em 31 de Dezembro de 2007 (assim, respeitando o objectivo da norma sem, na pratica, perturbar minimamente os direitos ou expectativas da parte)

Aplicação no tempo do DL 303/2007

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Aplicação no tempo do DL 303/2007

� Será conveniente, nesta matéria, ponderar a situação da interposição de recurso extraordinário para uniformização de jurisprudência quando interposto pela parte vencida, pois poderá contrariar a legítima expectativa da parte vencedora quando à irrecorribilidade da decisão do S. T. J.

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A solução proposta pelo DL 303/2007 levanta, ainda, em matéria de aplicação da lei no tempo, duas questões essenciais:

Aplicação no tempo do DL 303/2007

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Aplicação no tempo do DL 303/2007 a) Que diploma rege os procedimentos cautelares

incidentes instaurados após 1 de Janeiro de 2008 em processos pendentes em 31/12/07 ?

Tem sido maioritária a opinião no sentido de que o procedimento cautelar deverá ser regido pela lei vigente à data da instauração do processo de que o mesmo é dependente

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Aplicação no tempo do DL 303/2007

b)Que diploma rege as execuções instauradas após 1 de Janeiro de 2008 e respeitantes a sentenças proferidas em processos pendentes em 31/12/07?

Tem sido maioritária a opinião no sentido de que o processo executivo deverá ser regido pela lei vigente à data da sua instauração e não do processo judicial em que foi produzido o título dado à execução.

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