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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
MINISTÉRIO DO TRABALHO, EMPREGO E SEGURANÇA SOCIAL
DISCURSO DE SUA EXCELÊNCIA, A MINISTRA DO TRABALHO, EMPREGO
E SEGURANÇA SOCIAL, POR OCASIÃO DA ABERTURA DA 4ª
CONFERÊNCIA NACIONAL SOBRE A SEGURANÇA E SAÚDE NO
TRABALHO
Maputo, aos 26 de Abril de 2019
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Senhores Membros do Conselho de Ministro, Excelências;
Exmo. Senhor Secretário Permanente da Cidade de
Maputo, Excelência;
Senhor Representante das Associações Económicas de
Moçambique – CTA;
Senhor Secretário Geral da OTM - Central Sindical;
Senhor Director Regional da OIT para Moçambique,
Zâmbia e Malawi;
Distintos Participantes;
Caros Convidados;
Minhas senhoras e meus senhores!
É com renovado sentido de responsabilidade e privilégio
que encontro diante de vós para presidir as cerimónias
centrais alusivas a celebração do Dia Mundial de
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Segurança e Saúde no Trabalho sob o lema
“Promovendo a Higiene e Segurança para Preservar a
Saúde no Trabalho” juntando-se, o nosso país, às vozes
de milhões, no mundo inteiro, que celebram o dia 28 de
Abril, dia consagrado internacionalmente como o dia
Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho.
Permitam-me que enderece a nossa mensagem de
solidariedade aos concidadãos moçambicanos afectados
pelas calamidades naturais, particularmente pelo ciclone
IDAI na zona Centro do País, e especialmente aos
empregadores e trabalhadores moçambicanos afectados,
igualmente, enaltecer os apoios que vão chegando a nível
nacional e internacional, que estão a concorrer para que
gradualmente a vida retorne ao normal nas zonas
afectadas.
Minhas senhoras e meus senhores;
O mundo, ao celebrar o dia mundial de Segurança e saúde
no trabalho, pretende não só reflectir profundamente
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sobre a situação de segurança e saúde ocupacionais, mas
simultaneamente prestar homenagem a todos aqueles
que foram e são vítimas de acidentes de trabalho e de
doenças ocupacionais.
O nosso Governo pugna pela valorização da Saúde e
Segurança no Trabalho, direitos fundamentais no
trabalho, consagrados no artigo 95 da Constituição da
República, sendo também um dos Pilares da nossa
Política de Emprego. É por isso que, anualmente, o
Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social tem
juntado diversos actores do sector produtivo e da
academia, incluindo cultores de direito, as diversas
magistraturas e ordens profissionais, entre outras, em
acções deste género, com o objectivo de elevar da
consciência pública sobre a importância da prevenção
da sinistralidade laboral e preservação da saúde no local
de trabalho.
Fazendo jus a esta visão governamental, realizámos as
conferências neste mandato, em 2016 na Província de
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Maputo; em 2017 no Centro Internacional de
Conferencias Joaquim Chissano aqui na Cidade de
Maputo; e em 2018 na Cidade de Nampula.
Ilustres presentes
As celebrações do dia Mundial da Segurança e Saúde no
Trabalho coincidem, este ano, com dois marcos
importantes. Por um lado, com as celebrações dos
100 anos da OIT como a mais antiga Agência das
Nações Unidas, criada logo a seguir ao termo da
primeira guerra mundial, numa altura em que o mundo
se debatia com grandes desafios, dentre os quais a
reconstrução, desde as infra-estruturas até a Indústria
e, por consequência, uma premente necessidade de
fortificar a regulação das relações laborais mas,
acima de tudo, o respeito pelos valores básicos da
dignidade do homem no seu posto de trabalho. Por
outro lado, no âmbito das celebrações do centenário da
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OIT, coincide com o lançamento do relatório sobre o
futuro do trabalho, uma bússola importante na
adopção de políticas públicas de trabalho, emprego e
segurança social, tendo em conta as novas tendências
que se registam mundialmente, derivadas das novas
formas de organização do trabalho, do trabalho não
declarado incluindo, sobretudo, a precarização do
trabalho nas grandes cadeias de produção, bem como o
desenvolvimento tecnológico e o impacto das
tecnologias de informação e comunicação no
mercado do trabalho.
O relatório sobre o futuro do trabalho contém
recomendações importantes em diversos domínios,
com destaque para:
Ampliação das oportunidades de trabalho decente
e digno para os jovens, através de programas de
emprego e apoio aos jovens empreendedores;
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Aumento das oportunidades de reforma parcial ou
elevar a idade de reforma de forma opcional,
protegendo os idosos de terem que trabalhar além
dos seus limites;
Aumento do investimento em sistemas públicos de
recolocação profissional, combinando serviços
digitais com aconselhamento pessoal e serviços de
recolocação e melhorando as informações do
mercado de trabalho para apoiar a tomada de
decisões;
A transição do Sector Informal para Formal;
A Promoção do trabalho digno, através de acções de
controlo da legalidade laboral, tem sido uma aposta na
nossa governação, e é por isso que neste quinquénio já
foram realizadas 36.222 inspecções abrangendo um
total 706.870 trabalhadores. Estas acções resultaram
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na constatação de 51.446 infracções diversas, das quais
40.228 infracções, o que corresponde a 79,2%,
mereceram o levantamento de autos de advertência, no
âmbito da acção pedagógica da nossa Inspecção Geral do
Trabalho, sendo que 11.218 infracções, corresponde a
21,8%, em função da natureza e gravidade, mereceram
medidas sancionatórias ou punitivas.
Ainda no âmbito do controlo da legalidade laboral, foram
identificados e suspensos 3.735 cidadãos estrangeiros,
por trabalho ilegal e violação das normas de saúde,
higiene e segurança no trabalho.
Contudo, o sector produtivo continua a registar situações
de sinistralidade, não sendo uma situação apenas de
Moçambique, pois no mundo em geral se regista 2,3
milhões acidentes de trabalho por ano e, no nosso país,
lamentavelmente, de 2015 a 2018, foram comunicados
2.044 Acidentes de Trabalho, que resultaram em 42
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mortes, 26 trabalhadores que ficaram com
incapacidade permanente total, 201 trabalhadores que
ficaram com incapacidade permanente parcial, sendo
que 1.775 trabalhadores ficaram com incapacidade
temporária.
Contudo, estamos também cientes que estes números
estão muito longe de retratar a realidade, pois, estamos
num cenário em que muitas entidades empregadoras,
infelizmente, não comunicam os acidentes ocorridos às
autoridades, talvez por desleixo, ignorância, ou
mesmo por mero receio de eventuais penalizações.
Gostaria de reiterar que é de lei comunicar. Não
comunicar às autoridades é que constitui uma
transgressão à lei.
É também responsabilidade dos trabalhadores, para além
de terem que cumprir escrupulosamente com as regras
de higiene e segurança no trabalho estabelecidas na
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empresa, devem participar activamente na identificação
dos riscos profissionais e nas campanhas de
sensibilização e de prevenção de acidentes de trabalho e
de doenças ocupacionais.
A nossa Conferência hoje vai abordar temas actuais e
pertinentes, quais sejam:
Rastreio de doenças pulmonares mineiras e
acompanhamento do trabalhador que
contraiu a doença;
A contribuição do sector privado/agente
económico para a melhoria da nutrição no
local de trabalho;
Norma ISSO 45001, guia orientador para a
prevenção primária dos acidentes e doenças
profissionais;
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Divulgação dos trabalhos considerados
perigosos para crianças, nas actividades
extractivas, mineiras e construção civil.
Para o efeito, contamos com um Naipe de Painelistas e
Moderadores que irão nos estimular para um debate
aberto e profundo, num objectivo comum, de, como
actores activamente envolvidos, contribuirmos para que
nas nossas instituições se labore e se viva num ambiente
são e saudável.
É nossa convicção que os participantes irão tomar esta
grande oportunidade para aprofundar a reflexão em
torno das matérias ligadas não só à segurança e saúde no
trabalho, mas também para a consciencialização tanto
dos empregadores, trabalhadores assim como os
formandos sobre os riscos de acidentes de trabalho e
de doenças profissionais, para além da necessidade de
se privilegiar sempre a prevenção, do que a reacção, pois,
remediar, segundo o adágio popular, é mais caro do
que prevenir.
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Espero que este evento, com esta rica e selecta audiência,
que nos engradece como sector do Trabalho, Emprego e
Segurança Social, sirva também de plataforma de partilha
de experiências sectoriais, para que na nossa forma de
ser, estar, pensar, fazer e viver tenhamos sempre
presente a promoção e manutenção de condições de
higiene, segurança e saúde no trabalho.
Minhas senhoras e meus senhores
Teremos o privilégio de visitar a Exposição de Boas
Práticas e no domínio da higiene, segurança e saúde
ocupacional. Saudamos as entidades que estão a
partilhar a sua experiência. É desta forma que também
mostramos primeiro, a nível nacional, os avanços que
estamos a registar e internacionalmente damos o nosso
sinal de que estamos dentro das boas práticas e estamos
a evoluir.
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É de justiça que vos peça uma salva de palmas para
todos os que responderam ao nosso convite e hoje
estão a expor o seu trabalho!
É nosso dever, como Governo, reiterar o nosso
compromisso de continuar a aprimorar e a actualizar as
normas sobre higiene e saúde no trabalho, exortando
desde já, para que as empresas dinamizem as unidades
ou comissões de higiene, segurança e saúde no trabalho.
Intensificaremos a acção inspectiva sobre as condições de
trabalho nas empresas em defesa da dignidade no
trabalho, respondendo ao primado de mais e melhores
empregos.
Prezados participantes,
Excelências,
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Ontem testemunhamos, com muita emoção, a instalação
do Primeiro Tribunal de Trabalho na história do País.
Este é um acto de justiça e que eleva o nosso País para
patamares mais altos no concerto das nações. Tanto os
potenciais investidores como os trabalhadores a nível
nacional e internacional se sentem salvaguardados com a
instalação de um tribunal especializado para assuntos
laborais, auguramos maior celeridade na resolução dos
casos de índole laboral.
Esta é mais uma grande realização e uma conquista da
Governação liderada por Sua Excelência o Presidente
Filipe Jacinto Nyusi. É de justiça que saudemos mais
este marco.
Estamos a escassos dias da celebração do 1º de Maio,
Dia Internacional do Trabalhador, endereçamos as
nossas felicitações a todos os trabalhadores
moçambicanos que, num ambiente de várias
adversidades, têm demonstrado firmeza nas várias
frentes de produção, no Campo ou na Cidade, buscando
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aumento da produtividade e criando renda, garantindo o
sustento das suas famílias e contribuindo para o bem-
estar. Por esta ocasião, uma palavra de apreço vai
também para as lideranças sindicais, a todos os níveis,
que com o seu saber, serenidade e alto sentido de
responsabilidade, têm sabido organizar e enquadrar os
trabalhadores na promoção do Diálogo Social, o que
contribui para a Paz e Estabilidade laborais.
Permitam-me que use deste espaço para exortar à todos
os trabalhadores a ir recensear-se, pois só dessa forma
exercerão o vosso dever e direito cívico de votar.
Um evento desta natureza e envergadura só é possível
quando temos parceiros que connosco comungam os
mesmos ideais, pelo que a OIT, que Co-financia este
evento, vai o meu ndatenda e kochukuro.
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Aos palestrantes e moderadores, a nossa saudação pela
vossa generosidade em partilhar o vosso conhecimento e
experiência. É um acto de Nobreza.
Aos funcionários da Administração do Trabalho, Emprego
e Segurança Social a todos a nível nacional, a minha
saudação pela entrega e sacrifícios consentidos para que
pudéssemos estar todos nós e com condição para
trabalhar e a celebrar esta data de forma participativa e
inclusiva.
Com estas palavras declaro aberta “A Conferência
Nacional Sobre Saúde e Higiene no Trabalho de 2019”.
Ndatenda!
Ochukuro!
Khanimambo
Muito obrighada
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