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1- INTRODUÇÃO

A NR-36 foi a ultima Norma Regulamentadora publicada. A Norma visa a Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados, estabelecendo os requisitos mínimos para avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas industrias a fim de garantir permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho.

2 - OBJETIVOS

1) Adquirir conhecimentos sobre incapacidade laborativa, acidente de trabalho, discussão jurídica (acordão) e normas regulamentadoras.

2) Associar os dados revelados pela leitura do agravo de instrumento e o papel do engenheiro para o diagnóstico das situações de trabalho e o apoio diagnóstico;

3) Elencar e associar a problemática abordada com a repercussão social, baseando-se nas reportagens apresentadas;

4) Apresentar e discutir resultados.

3 - QUESTIONÁRIO

1) Na sua opinião, a NR-36 contempla os aspectos abordados no documentário “Carne e Osso”?

2) O acordão da Justiça do Trabalho – TRT da 15ª Região contempla as expectativas dos riscos a que os trabalhadores de frigoríficos estão expostos? Justifique com o levantamento dos riscos apresentados no documentário “Carne e Osso”. Descreva os riscos apresentados no filme.

3) O juízo baseou em que para estabelecer as penas na condição em análise?

4) Segundo o juízo (acordão e jurisprudência apresentados) e a aplicação da NR-36, discuta a respeito do impacto desses documentos na reformulação do contexto de trabalho de frigoríficos.

5) Qual o papel da Engenharia de segurança neste processo? Em que pode beneficiar a empresa? E ao Trabalhador?

6) Discuta as repercussões apresentadas nas reportagens, correlacionando-as com o documentário, Acordão e implicações na NR-36 apresentada.

4 - RESPOSTAS

1) A NR-36 contempla sim os aspectos abordados no documentário “Carne e Osso”, pois

traz regras que, se colocadas em práticas e com consciência dos direitos dos trabalhadores pela empresa, iriam diminuir muito os acidentes gerados no ambiente do trabalho, proporcionaria melhores condições para os trabalhadores. A NR-36 estabelece os requisitos mínimos de condição de trabalho na área, que são inclusive alguns dos apontados no documentário como problemática nos frigoríficos.

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2)O acordão da Justiça do Trabalho – TRT da 15ª Região não contempla as expectativas

dos riscos a que os trabalhadores de frigoríficos estão expostos, pois não demonstra, por exemplo, a pressão sofrida pelos trabalhadores, as condições desumanas a que eles estão submetidos, não demonstra a falta de preocupação da empresa com seus empregados, a exploração do trabalho, os riscos físicos(Temperaturas que chegam a 8 graus Célsius no ambiente de trabalho), de acidentes(Maquinário completamente desprovido de proteção contra acidentes, lâminas expostas), ergonômicos(Posições inadequadas no manuseio dos bois, excesso de força aplicada no trabalho e uma quantidade de movimentos realizados por minuto 3 vezes maior que o padrão chegando até a 120 movimentos por minuto quando o aconselhável é de no máximo 25 a 35 movimentos por minuto), biológicos(Há todo momento existem descuidos que pode acarretar numa contaminação tanto do empregado como do produto, proliferando microrganismos) presentes nos frigoríficos, não demonstra praticamente nada que os trabalhadores sofrem na prática.

3)

O juízo baseou nos laudos periciais e exames médicos anteriores e posteriores ao ingresso e egresso do funcionário na empresa, riscos relacionados à função ocupada pelo trabalhador e relatórios de troca de função quando o frigorifico teve ciência do diagnóstico do referido funcionário, os quais constatavam que o funcionário adquiriu problemas de saúde durante o período que ele trabalhava na empresa.

4)

Avaliando o juízo e a aplicação da NR-36, podemos concluir que a reformulação do contexto de trabalho de frigoríficos, visando boas condições tanto aos trabalhadores quanto as empresas, seria algo excelente se todas as regras fossem adotadas pela empresa. Os acidentes de trabalho com certeza iriam reduzir expressivamente, as condições do trabalho seriam muito melhores, e consequentemente a produtividade da empresa iria aumentar. Ou seja, seria algo bom para ambas as partes.

5)

O papel da Engenharia de segurança neste processo é demonstrar a maneira ideal e segura do trabalho, para que o trabalhador tenha seus direito assegurados, por exemplo, o direito de ter descanso, máquinas apropriadas, locais higienizados de trabalho, equipamentos de segurança, sistemas de ventilação apropriados, etc. A empresa pode acabar se beneficiando com menos gastos com indenizações e ao proteger seus trabalhadores dos riscos, se tornaria uma empresa mais desejada pelos trabalhadores e consumidores. Já os trabalhadores se beneficiariam ao livrassem de excessos na jornada, permitindo assim a diminuição das doenças ocupacionais.

6)

As condições precárias dos atuais frigoríficos do Brasil é um assunto muito sério, pois além de causar doenças físicas na maioria dos trabalhadores, traz também problemas psicológicos, depressões, etc. No documentário “Carne e Osso” podemos perceber claramente as várias “deficiências” presentes nos frigoríficos, condições precárias no trabalho, além da pressão sofrida pelos empregados. A NR-36 apresenta forma de melhorar, organizar, reestruturar esse trabalho, obtendo dessa forma condições justas tanto para as empresa, quanto para os seus trabalhadores. No entanto, será muito difícil aplicar essas normas na prática, pois todos nos sabemos que no atual sistema capitalista as empresas só visam o lucro, e mudar o modo de

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produção de acordo com todas as normas seria algo muito caro. Devido a isso, e aproveitando que a fiscalização no Brasil é muito falha, dificilmente o sistema ficará algo próximo do ideal.

5 - EXEMPLO DE RISCOS NO DOCUMENTÁRIO “CARNE E OSSO”

Risco Ergonômico e Biológico - Movimentos repetitivos em posições desconfortáveis e contaminação pela ausência de proteção nos braços, propício para proliferação de

microrganismos

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Risco Biológico e Ergonômico - Contaminação pela ausência de proteção nos braços, propício para proliferação de microrganismos, e movimentos em posições desconfortáveis

Risco Biológico - Contaminação pela ausência de luvas e proteção nos braços, propício para proliferação de microrganismos

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Risco Ergonômico e de Acidente - Movimentos em posições desconfortáveis utilizando equipamentos de risco de forma inapropriada (sem segurança)

Risco Físico e Biológico - Exposição à baixas temperaturas sem o vestimenta adequado e contaminação pela ausência de proteção nos braços, propício para proliferação de

microrganismos

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Risco Biológico - Acumulo de sangue no chão, propício para proliferação de microrganismos

Risco Ergonômico e Biológico - Movimentos repetitivos em posições desconfortáveis e contaminação pela ausência de proteção nos braços, propício para proliferação de

microrganismos

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Risco Físico - Exposição a elevadas temperaturas sem proteção adequada

Risco Ergonômico – Repetição de movimentos

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Risco Biológico - Acumulo de restos de alimentos, propício para proliferação de microrganismos

Risco de Acidente - Equipamento sem proteção

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Risco de Acidente - Equipamento sem proteção

Risco Físico - Temperatura inferior a -18ºC sem indicação de tempo máximo de permanência no local

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6 - CONCLUSÃO

A NR-36 foi desenvolvida devido a fatores históricos. Com a abertura do mercado econômico brasileiro no decorrer da década de 1990, o setor frigorífico viu-se obrigado a se ajustar em termos de competitividade. Dessa forma, grande parte das indústrias deste segmento buscou acompanhar a nova realidade, sem fazer uso de ferramentas adequadas de gestão. O resultado foi o acarretamento de altos índices de doenças ocupacionais.  A necessidade de se estabelecer um marco regulatório em termos de Segurança e Saúde do Trabalho para os frigoríficos ganhou força na sociedade brasileira nos últimos anos, o que resultou na criação dessa nova NR.

A NR-36 traz na sua essência a necessidade das empresas melhorarem seus ambientes de trabalho, tendo a ergonomia como o principal ponto, além da definição de tempos mínimos de pausas e controle do ritmo de produção. Logo, o grande desafio do segmento frigorifica do país esta em estabelecer um modelo integrado de gestão, incluindo aspectos de Segurança e Saúde do Trabalho.

Atualmente mesmo após a regulamentação da NR-36 vemos Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados sem a mínima condição de garantir permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho. Há ainda muitos pontos precários do setor frigoríficos que nem são mencionados na nova Norma publicada. A NR-36 está muito longe de ser o ideal para os servidores, os primeiros passos para melhoria estão sendo mas a lentidão atrapalha.Os trabalhadores do setor frigorífico clamam por melhorias trabalhistas.

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7 - BIBLIOGRAFIA

1) Acordão Justiça do Trabalho – Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região (documento pdf);

2) Página do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na Internet (http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1.htm);

3) Norma Regulamentadora nº 36 (NR-36) (http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D3DCADFC3013E237DCD6635C2/NR-36%20(atualizada%202013).pdf);

4) Reportagens sobre a temática (documentos pdf);

5) Banco de dados referentes a artigos científicos:(PUBMED-http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed);(SCIELO-http://www.scielo.org/php/index.php).

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COMENTÁRIOS E ASSINATURA DO PROFESSOR

_________________________________________________________________Geraldo Fabiano de Souza Morais