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SAÚDE, SEGURANÇA MEIO AMBIENTE E QUALIDADE GUIA DO ALUNO

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Programa Formare | AprendizGUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE 1 ÍNDICE

SAÚDE, SEGURANÇAMEIO AMBIENTEE QUALIDADE

GUIA DO ALUNO

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FUNDAÇÃO IOCHPE

PresidênciaEvelyn Berg Ioschpe

Coordenação do Programa FormareBeth Callia

Coordenação PedagógicaJosé Antonio Küller

ElaboraçãoFundação Iochpe / Programa FormareAlameda Tietê, 618 casa 1, 01417-020 – São Paulo/SPwww.formare.org.br

Autoria deste Guia:Raphaela Karla de Toledo Solha

Coordenação Técnica deste Guia:José Antonio Küller

RevisãoAna Maria Viegas

Ilustrações:Edilson Marques Portugal

Projeto Gráfico e editoração:Amí Comunicação & Design

FICHA TÉCNICA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

S671g Solha, Raphaela Karla de Toledo Guia do aluno: saúde, segurança, meio ambiente e qualidade / Raphaela Karla de Toledo Solha; coordenação técnica, José Antonio Küller. - São Paulo: Fundação Iochpe, 2017. 152 p. ISBN 978-85-5452-006-9 1. Segurança no trabalho. 2. Qualidade no trabalho. 3. Saúde no trabalho. I. Solha, Raphaela Karla de Toledo. II. Título. CDD 353.9

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INTRODUÇÃO

PARA COMEÇO DE CONVERSA

JOGANDO E APRENDENDO

A JOGAR

PONDO OS PINGOS NOS IS

SAIBA MAIS

AGORA É COM VOCÊ

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

35.

36.

38.

45.

51.

69.

70.

ÍNDICE CLIQUE NOS ITENS PARA NAVEGAR DIRETAMENTE PARA AS PÁGINAS.

PROMOVENDO SAÚDE NOS

AMBIENTES DE CONVÍVIO SOCIAL

E PROFISSIONAL

INTRODUÇÃO

PARA COMEÇO DE CONVERSA

JOGANDO E APRENDENDO

A JOGAR

PONDO OS PINGOS NOS IS

SAIBA MAIS

AGORA É COM VOCÊ

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

APRESENTAÇÃO

INTRODUÇÃO

05.

07

CAPÍTULO I:10:

» Segurança no trânsito e trabalho

» Mudanças no mundo do trabalho e Saúde Mental

» O trabalho do adolescente e a legislação

» Prevenção de incêndios

» Primeiros socorros

» Objetos estranhos nas vias áreas superiores

» Convulsões

» Queimaduras

» Desmaios

» Ferimentos

11.

12.

19.

26.

28.

31.

33.

MELHORANDO A SEGURANÇA

NO TRABALHO

CAPÍTULO II:34:

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INTRODUÇÃO

PARA COMEÇO DE CONVERSA

JOGANDO E APRENDENDO

A JOGAR

PONDO OS PINGOS NOS IS

SAIBA MAIS

AGORA É COM VOCÊ

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ÍNDICE CLIQUE NOS ITENS PARA NAVEGAR DIRETAMENTE PARA AS PÁGINAS.

PRESERVANDO O MEIO AMBIENTE

NA VIDA E NO TRABALHO

CAPÍTULO III:72:

73.

74.

76.

83.

87.

104.

107.

» Ecossistema e biomas

» Ciclos biogeoquímicos

» O ciclo da água

» O ciclo do carbono (C)

» O ciclo do oxigênio (O)

» Conservação e preservação do meio ambiente

» Vivendo de forma mais harmônica com a natureza

» Os impactos ambientais

» Descarte de resíduos

» O consumo consciente

» A desigualdade social e o meio ambiente

INTRODUÇÃO

PARA COMEÇO DE CONVERSA

JOGANDO E APRENDENDO

A JOGAR

PONDO OS PINGOS NOS IS

SAIBA MAIS

AGORA É COM VOCÊ

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

110.

111.

114.

127.

133.

148.

149.

» Qualidade Total

» O conceito dos Cinco S

» A estrutura das normas ABNT ISO

» Implantação de Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ)

» Metodologia Seis Sigma

» O Cliente

REVENDO AS SITUAÇÕES/PROCESSOS

PELO OLHAR DA QUALIDADE

CAPÍTULO IV:109:

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APRESENTAÇÃOEste Guia é uma orientação para sua participação em uma unidade curricular de um curso do Programa Formare, estando organizado para apoiar o seu desenvolvimento nas competências requisitadas. O Guia busca ampliar a sua capacidade de aprender, seja com o texto, com acessos à internet, com as outras pessoas e consigo mesmo. Além do desenvolvimento das competências previstas pela unidade curricular, o Guia pretende ajudá-lo aprender a aprender.

A aprendizagem orientada por competências requer principalmente a atividade do aluno. Portanto, para desenvolver uma competência, você deve agir em situações ou circunstâncias em que o domínio dessa competência seja necessário. A aprendizagem de uma competência somente acontece se ela for exercitada.

Para aprender a aprender é necessário que você participe de situações em que precise aprender de forma independente, ou colaborativa. Disso decorre que é fundamental a sua participação nas atividades propostas nas aulas. O seu pleno comprometimento nas situações de aprendizagem recomendadas é requisito essencial para o seu desenvolvimento.

Nas situações de aprendizagem propostas pelo educador sempre será necessária a sua participação ativa no desenvolvimento das atividades. Nelas, você terá a possibilidade de usar o que já sabe e aprender com o saber dos seus companheiros de estudo. A sua disponibilidade para interagir com seus colegas de curso é, então, o segundo requisito para uma aprendizagem bem-sucedida.

Nesse curso, a base, ou alicerce, ou ponto de partida para a construção do conhecimento e o desenvolvimento das competências é sempre o conjunto das experiências e conhecimentos existente no grupo de alunos. Esteja, então, sempre disponível para aprender através da interação com seus companheiros. Não espere que o educador ensine a você, que lhe dê aulas ou que, simplesmente, lhe repasse a matéria ou

ÍNDICE

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seus conhecimentos. Ele será, tão somente, um orientador da aprendizagem que é construída por todos.

Em princípio, o educador seguirá basicamente um roteiro de atividades compatível com os capítulos e itens deste Guia. Ele pode, no entanto, para melhor desenvolver as competências, a sua capacidade de aprender e a capacidade de aprender de seu grupo, mudar a sequência das atividades, alterando a ordem prevista. Mesmo assim, não deixe de ler e de fazer os exercícios contidos neste Guia. Eles, com certeza, vão complementar e enriquecer as propostas feitas pelo educador na sala de aula.

A intenção do caminho pedagógico, a seguir apresentado, é proporcionar-lhe experiências significativas e atraentes de aprendizagem integradas à vida e ao trabalho. Desejamos sinceramente que você desenvolva as competências previstas, amplie sua capacidade de aprender e que observe, avalie e desfrute das valiosas experiências especialmente idealizadas para você.

Boa sorte!

ÍNDICE

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INTRODUÇÃO

Seja bem-vindo ao Guia do Aprendiz Formare!

Aqui, você vai conhecer a estrutura desse guia, que aborda Saúde, Segurança no Trabalho, Meio ambiente e Qualidade.

O guia está dividido em quatro capítulos, onde são apresentados os temas para ajudar você a desenvolver as seguintes competências:

1. Promover saúde individual e coletiva na vida e no ambiente de trabalho;

2. Propor e executar medidas de melhoria que aumentem a segurança do trabalho;

3. Contribuir com a preservação do meio ambiente dentro e fora do trabalho;

4. Participar em processos de melhoria da qualidade.

Cada um dos capítulos está dividido da seguinte forma:

• Para começo de conversa: esse é o pontapé inicial dos seus estudos, onde são apresentados pequenos textos com o intuito de instigar sua curiosidade sobre o assunto, são as informações iniciais sobre os temas a serem abordados ao longo do capítulo;

• Jogando e aprendendo a jogar: nesta seção serão apresentadas as ferramentas que ajudarão na compreensão e realização das atividades relacionadas ao assunto em questão;

ÍNDICE

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• Pondo os pingos nos is: aqui, o objetivo é conhecer as ferramentas que podem ser usadas para análise e avaliação do assunto em questão, ajudando na reflexão das ações realizadas;

• Saiba mais: nesta parte, será apresentado o conhecimento teórico acumulado sobre o assunto com o objetivo de aprofundamento e ampliação de sua visão sobre o assunto;

• Agora é com você: nesta seção, você terá a chance de aplicar o conhecimento desenvolvido ao longo do capítulo.

O Capítulo 1 - Promovendo Saúde nos ambientes de convívio social e profissional fornece elementos para a compreensão do fenômeno Saúde, que é complexo e abarca questões que vão além da doença biológica, como a qualidade de vida e bem estar social.

O capítulo 2 - Melhorando a Segurança no Trabalho apresenta assuntos relacionados a Saúde e Segurança no Trabalho e aborda normas e ferramentas que visam aumentar a segurança no trabalho, além de instrumentos que podem ajudar a fazer uma análise do ambiente de trabalho.

O Capítulo 3 - Preservando o meio ambiente na vida e no trabalho aborda questões sobre o meio-ambiente e nossa relação com ele, visando aumentar a consciência sobre a preservação ambiental, tanto em nossa vida diária quanto no trabalho.

Capítulo 4 - Revendo as situações/processos pelo olhar da Qualidade estão os conteúdos que abordam a Qualidade nos processos de trabalho, desde a percepção das pessoas sobre o quê é Qualidade, até as ferramentas usadas pelas empresas para garantir que seus produtos e serviços possuam a qualidade esperada pelos consumidores.

ÍNDICE

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Esperamos que ao final deste Guia, você se sinta preparado para enfrentar novos desafios relacionados às competências desenvolvidas ao longo desta caminhada!

Bons estudos!

ÍNDICE

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CAPÍTULO I:

PROMOVENDO SAÚDE NOS AMBIENTES DE CONVÍVIO SOCIAL E PROFISSIONAL

GUIA DO ALUNO: INFORMÁTICA APLICADA ÍNDICE

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Olá! Este capítulo pretende instigar você a pensar e agir sobre Saúde, fornecendo elementos para que possa compreender a saúde como um fenômeno complexo, que vai além do aspecto biológico.

Em “Para começo de conversa”, vamos apresentar diversos temas relacionados à saúde, como sexualidade, saúde sexual e uso de álcool, tabaco e outras drogas, fornecendo um panorama geral sobre os temas, com a finalidade de dar um “pontapé inicial” para suas pesquisas. Em “Jogando e aprendendo a jogar” vamos fornecer informações sobre os pré-requisitos para a saúde, tendo como ponto de partida o conceito de Promoção da Saúde. Em “Pondo os pingos nos is”, você vai conhecer um pouco mais sobre como podemos realizar um diagnóstico de Saúde em nossas comunidades e quais indicadores podemos usar para avaliar a efetividade de nossas ações. Em “Saiba mais”, será apresentada a fundamentação teórica básica para a compreensão de Saúde e seus elementos. No item “Agora é com você”, receberá informações sobre como desenvolver um Projeto de Saúde com foco na sua saúde pessoal, considerando todo o conhecimento que desenvolveu ao longo deste Capítulo.

INTRODUÇÃO

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PARA COMEÇODE CONVERSA

VIVENDO BEM CONSIGO MESMO

Se procurarmos pelo significado da palavra saúde, no Google®, iremos encontrar as mais diversas definições, desde as mais simples - saúde é ausência de doenças - até as mais complexas, que consideram aspectos biológicos, sociais, psíquicos e espirituais como elementos da saúde e do “estar saudável”.

O conceito de Saúde pode ser analisado sob vários pontos de vista e aceitas diferentes e inúmeras definições, que serão nosso tema de estudo nas próximas páginas.

Pensar sobre Saúde é pensar sobre nossa vida, das pessoas que nos rodeiam, da sociedade e na vida do planeta! Pensar Saúde é ir além das relações com o nosso corpo, mas refletir também sobre como a qualidade de vida, isto é, a forma como a sociedade funciona, pode nos levar a estados saudáveis ou de adoecimento.

Um dos aspectos da Saúde é saúde individual, que pode ser expressa pelo autocuidado, a atenção que temos conosco, mostrando para as outras pessoas como anda nossa autoestima.

Você já deve ter passado pela desagradável experiência de estar num ônibus lotado, logo de manhã, e ter alguém ao seu lado com mau cheiro, com roupas sujas e todo descabelado. Se já passou por isso, tente lembrar qual a primeira coisa que veio à sua cabeça. Muito provavelmente, você inconscientemente se afastou e sentiu certo nível de repulsa, para depois pensar sobre o que levou a pessoa a sair de casa daquela maneira.

Programa Formare | Aprendiz12 ÍNDICE

GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

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A apresentação pessoal é um fator muito importante para a aceitação social, e tem muitas facetas, desde a higiene pessoal até a forma como nos comportamos com as pessoas. E sermos aceitos pelo nosso grupo social reflete diretamente em nossa saúde mental.

Apresentar-se de forma adequada também significa estarmos bem vestidos, de acordo com cada ocasião. Não confunda estar bem vestido com usar roupas caras, estar bem vestido é estar limpo, com roupas que reflitam nossa personalidade e nosso estilo (o famoso “quê” a mais, que nos diferencia de forma positiva das outras pessoas).

O cuidado com nosso corpo ajuda na manutenção de nossa saúde e a higiene pessoal é o primeiro passo para uma vida saudável. Para mantermos nossa higiene sempre em dia, não é preciso mais do que água, sabão, um pente e uma escova de dente!

Quem nunca se sentiu o máximo depois de acordar todo desmantelado e ver no espelho a transformação que o simples ato de pentear os cabelos e escovar os dentes faz com uma pessoa?

Figura 1 - Quem se ama, se cuida!

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Dormir bem, participar de atividades de lazer, exercitar-se e ter uma alimentação saudável são fatores que ajudam a manter a saúde. Todas essas atitudes refletem o seu jeito de ser e na sua apresentação pessoal.

Portanto, o autocuidado ajuda a mostrar para o mundo o quanto gostamos de nós e nos respeitamos!

A SEXUALIDADE E A VIDA

Muito se fala em sexo em nossa sociedade, mas pouco se fala sobre as questões mais profundas que envolvem a sexualidade! Afinal, o que é essa tal sexualidade?

Quando falamos sobre sexualidade, logo a ligamos a sexo, ao erotismo, mas ela é muito mais que isso! A sexualidade é parte da vida e não pode ser separada das outras partes. Vejamos a definição da Organização Mundial da Saúde1:

“A sexualidade é um aspecto central do ser humano ao longo da vida e inclui o sexo, gênero, identidades e papéis, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução. A sexualidade é experienciada e expressa através de pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, comportamentos, práticas, papéis e relações. Embora a sexualidade possa incluir todas estas dimensões, nem sempre elas são todas experienciadas ou expressas. A sexualidade é influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, éticos, legais, históricos, religiosos e espirituais” (OMS, 2000).

Essa definição nos apresenta que entre nascer, crescer e morrer existe uma infinidade de acontecimentos relacionados à nossa sexualidade: o amor e o afeto, as relações entre as pessoas, a aceitação social das diversas formas de expressão da sexualidade, o sexo e uma quantidade infindável de emoções e sentimentos sobre nós e o mundo à nossa volta.

1. A OMS é um órgão internacional que congrega vários países do mundo ao redor das discussões sobre saúde. Ele auxilia os países no desenvolvimento de políticas públicas, além de realização de pesquisas e recomendações para melhorar a saúde dos povos do mundo.

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Homofobia significa aversão irreprimível, repugnância, medo, ódio, preconceito que algumas pessoas, ou grupos nutrem contra os homossexuais, lésbicas, bissexuais e transexuais.

Fonte: Significados. Disponível em: <https://www.significados.com.br/homofobia/>.

Viver a sexualidade de forma plena tem sido um desafio na história da humanidade, pois a maneira como a sociedade é concebida influencia diretamente na expressão da sexualidade das pessoas. Para garantir essa vivência livre de violência e discriminação, discute-se hoje sobre os Direitos Sexuais, um recorte aprofundado dos Direitos Humanos.

Entre esses direitos, se encontram o direito à saúde, à integridade corporal, à autonomia e não discriminação, a ter ou não filhos, entre outros (WAS, s/d).

Vamos pensar em nosso tempo, que apesar de todo o avanço filosófico e tecnológico, pessoas ainda são agredidas na rua ou assassinadas por terem coragem de viver sua sexualidade de forma aberta: existe respeito aos Direitos Sexuais? O preconceito sexual é uma realidade em nosso país e no mundo, gerando violência de forma contínua.

Para refletir sobre o assunto, leia a notícia Violência homofóbica: Brasil tem cinco denúncias por dia, mas números reais são muito maiores, de Ana Beatriz Rosa, no site HuffPost Brasil, que apresenta os números da violência homofóbica no país. <https://goo.gl/XCewVF>

Outras vítimas da violência ligada à sexualidade são as mulheres. Apesar de constituir a maioria da população mundial, mulheres são consideradas uma minoria, por não terem seus direitos reconhecidos em muitas partes do mundo. O machismo, visão do mundo que considera o homem superior à mulher e que a relega, por esse motivo, a uma posição subalterna na sociedade, é uma realidade no mundo moderno. Para constatar a diferença com que se tratam homens e mulheres, basta observar o cotidiano: quantas mulheres possuem cargos de chefia em grandes empresas, quantas exercem cargos políticos, quantas são policiais?

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Quantas mulheres são surradas e assassinadas por serem consideradas como posse dos homens?

Para refletir um pouco mais sobre como o machismo está vivo em nossa sociedade, assista à palestra Por que xingamos homens e mulheres de modo diferente?, ministrada por Valeska Zanello, na Universidade de Brasília. Ela dá o que pensar sobre como o machismo está incrustado em nosso cotidiano! <https://youtu.be/6kCoRgdeNNc>

Toda situação de desigualdade entre as pessoas resulta em piores níveis de saúde nas populações, sendo assim, combater o preconceito e discriminação em todas as suas formas é condição primordial para manter a saúde da sociedade na qual vivemos.

A SAÚDE E O SEXO

Cada etapa da vida nos apresenta novidades, e o sexo é uma delas! Desde pequenos somos curiosos para saber se o corpo do outro é diferente, o que é ser menina ou menino, porque temos sensações boas quando nos tocamos (sozinhos e acompanhados) e um monte de outras curiosidades.

Pense na nossa sociedade – para onde olhamos, vemos sexo: nos programas de televisão, nas revistas, nos outdoors, na música! Transar e gozar são palavras ditas e reditas, e ficam girando na nossa cabeça! Curtição, curtição, curtição! E daí, um casal de amigos próximos aparece grávido com 16 anos, outro amigo está com AIDS aos 18 anos, outra colega está com uma doença sexualmente transmissível (DST)... O que fazemos com isso? Sexo é só curtir o momento, sem pensar no depois? Qual a resposta para ajudar a entender essas situações?

Para responder a essas perguntas não existem fórmulas, mas você não pode esquecer que nossa saúde depende também de como vivemos nossa sexualidade.

A ciência pode nos ajudar a responder parte das perguntas, quando ela indica quais cuidados devemos tomar para ter uma vida sexual saudável, como usar preservativo2 em todas as relações sexuais, reduzindo o risco de transmissão de doenças e de uma gravidez não planejada.

2. Assista ao vídeo Qual é? Sem camisinha não Rola! para pensar um pouco mais sobre o uso de preservativos! <https://youtu.be/PwfjoNcJPjQ>

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Programa Formare | AprendizÍNDICE17 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

Entre os direitos das pessoas em relação à sexualidade e ao sexo, temos os Direitos Reprodutivos, protegendo e possibilitando o acesso aos serviços de saúde e a informações seguras para que possam escolher como será sua família, se querem ou não ter filhos, com quem querem ter filhos, entre outras escolhas a respeito da formação da família. Além do acesso a informação, os Direitos Reprodutivos garantem também que as pessoas tenham acesso a métodos contraceptivos que melhor se adaptem ao seu estilo de vida: métodos de barreira (preservativos femininos e masculinos), contracepção oral (anticoncepcionais) ou métodos definitivos (esterilização feminina, laqueadura de trompas, e masculina, vasectomia).

As ciências do comportamento também nos indicam que para viver a sexualidade de uma forma saudável é preciso ouvir com atenção nosso coração e vontade sobre como nos comportar em relação ao sexo, pois essa "escuta do eu" nos ajuda a tomar decisões saudáveis, que protegem nossa saúde física e mental.

A palestra Vamos falar sobre sexualidade?, com Leandro Ramos, traz algumas questões interessantes para pensarmos sobre sexualidade. <https://youtu.be/Rm2AoxyM_7c>

Além disso, ter um projeto de vida, um plano para nosso futuro, vai nos ajudar a tomar decisões em relação a nossa sexualidade que não colocarão nosso futuro em risco!

O site chamado Vivendo a Adolescência pode ajudar você em suas pesquisas sobre sexualidade e saúde! <http://www.adolescencia.org.br/>

O USO E ABUSO DE ÁLCOOL, TABACO E OUTRAS DROGAS

Durante nossa vida, em vários momentos, entramos em contato com drogas ou pessoas sob o efeito dessas substâncias. O álcool, o tabaco e outras drogas sempre estiveram presentes na vida humana, e são usados de forma diferente por várias pessoas e grupos sociais.

Estudos mostram que o primeiro contato com o álcool e outros tipos de drogas acontece entre pré-adolescência e adolescência; que nessa fase

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Programa Formare | AprendizÍNDICE18 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

muitos adolescentes já fizeram uso dessas substâncias e parte expressiva faz uso contínuo; que álcool e tabaco são as substâncias mais usadas por adolescentes; que o uso de outras drogas, como inalantes, maconha, crack e cocaína, tendem ao aumento de consumo (MARQUES, CRUZ, 2000). Mais dados sobre o consumo de drogas entre adolescentes podem ser encontrados no site do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas <http://www.cebrid.com.br/>.

Cabe dizer que o consumo3 de álcool e outras substâncias psicoativas na adolescência causam mudanças, tanto na estrutura cerebral quanto na psíquica, isto é, o cérebro passa a se "acostumar" com essas substâncias, aumentando o risco de desenvolvimento de dependência química. Estar sob o efeito contínuo de substâncias tóxicas também pode alterar a personalidade.

As pessoas podem lidar com o álcool e demais substâncias de vários modos, desde nunca experimentar até o uso frequente e prejudicial. Veja a classificação de consumo no site do CEBRID, que apresenta esta classificação segundo a OMS. <https://goo.gl/BQNXsG>

Nem sempre o uso de álcool e substâncias psicoativas leva a um padrão de dependência química, basta olhar ao redor e veremos inúmeras pessoas que usam essas substâncias sem problemas em sua vida.

O desenvolvimento da dependência é resultado da interação de três principais fatores: personalidade, ambiente e efeito da substância sobre o sistema nervoso. Portanto, é muito difícil predizer quando um usuário leve se tornará um dependente.

O abuso de álcool e drogas é um grande problema de saúde pública na atualidade, não somente no Brasil, e para atuar de forma preventiva é preciso que a sociedade ofereça condições de vida digna para as pessoas, pois apenas vivendo bem e com oportunidades, as pessoas desenvolverão habilidades para fazer escolhas saudáveis para suas vidas.

3. Assista à palestra do Prof. Dartiu Xavier para saber mais sobre o uso de drogas e exclusão social <https://youtu.be/n6Vg1NVzN7Q>

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JOGANDO E APRENDENDO A JOGAR

A Saúde da coletividade, da sociedade como um todo, é resultado direto das condições e qualidade de vida das populações. São considerados recursos fundamentais para a saúde: Paz – Habitação – Educação – Alimentação – Renda – Ecossistema estável – Recursos sustentáveis – Justiça social e Equidade (AMS, 1986).

Esses requisitos são apresentados juntamente com o conceito de Promoção da Saúde, que vai além da Prevenção de Doenças, tão conhecida de todos nós. A Promoção da Saúde traz uma visão positiva da saúde, vendo-a como resultado do esforço conjunto das pessoas e sociedade por um mundo mais justo, com menos desigualdade, onde todos possam ser capazes de viver bem e fazer escolhas saudáveis para si e seu grupo social.

Para viver bem é preciso que as pessoas tenham acesso aos requisitos básicos, pois somente morando com dignidade, tendo acesso a alimentos de boa qualidade e a preços justos, estudando em boas escolas, trabalhando em locais seguros e com um salário decente, além do acesso a cuidados de saúde, é possível desenvolver habilidades que nos permitam escolher formas de vida saudáveis.

Para pensar sobre os diversos requisitos para a Saúde, assista ao documentário Muito além do peso, disponível em <https://goo.gl/ON9SkF>. Reflita como uma questão que parece banal, como a alimentação das crianças, pode ser apresentada de forma complexa. Nesse documentário, podemos observar como os vários pré-

Programa Formare | Aprendiz19 ÍNDICE

GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

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Programa Formare | AprendizÍNDICE20 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

requisitos para a saúde interagem para produzir ou não o adoecimento, tanto individual quanto coletivo.

Agora, pensando no que leu, observe a ilustração a seguir.

Saudáveis?

Esses personagens estão saudáveis? Eles têm qualidade de vida? Socialmente, estão protegidos? Pensando nisso tudo, fica fácil perceber que não ter doenças é apenas uma parte de ter saúde!

As pessoas devem ter acesso a condições de vida mínimas, para que elas possam, a partir daí, construir sua própria saúde e de sua comunidade.

Equidade é um conceito relacionado com a igualdade de direitos e justiça social. Diferentemente da igualdade, considera que devemos oferecer mais a quem precisa mais, equiparando as pessoas em condições sociais diferentes.

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Programa Formare | AprendizÍNDICE21 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

Pense em uma favela em uma grande cidade: quais os pré-requisitos de saúde que as pessoas dessa comunidade possuem? É possível que elas possam buscar saúde tendo um baixo nível de acesso aos serviços de saúde, renda, habitação digna, entre outros pré-requisitos? Pesquise mais sobre esses pré-requisitos na internet para fazer uma reflexão séria e aprofundada a respeito das questões aqui colocadas.

“A gente não quer só comida A gente quer a vida Como a vida quer[...]” Letra da música Comida, da banda Titãs.

Figura 3 - A Saúde é muito mais que um corpo são!

[Fonte: CC BY-SA 2.0, <https://goo.gl/M4iGwd>]

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Outro importante requisito para a Saúde é a Paz. Os conflitos armados no mundo atual destroem países e comunidades inteiras ficam sem condições para a Saúde, pois guerras, além de destruir toda a infraestrutura das cidades, destroem a alma das pessoas, impossibilitando que elas vivam dentro da normalidade. Você pode saber quais são os conflitos armados que estão acontecendo no mundo na página da Wikipedia <https://goo.gl/lB7TN7>. Além das guerras, a violência urbana tem sido outro fator que impede que muitas pessoas tenham saúde, ou porque foram vítimas diretas da violência ou por viverem com medo.

COMO ATUAR EM NOSSO MEIO SOCIAL

Para atuar de forma ativa em nosso meio social em relação à qualidade e à busca por melhores condições de vida, é essencial não esquecermos que fazemos parte de diversos grupos, seja família, escola, trabalho, religião, vizinhança, enfim, de uma comunidade. A participação social na construção da saúde não é só desejável, mas imprescindível!

As pessoas, grupos sociais e comunidades podem agir ativamente na busca de sua saúde, com ou sem a participação de profissionais ou serviços de saúde, aplicando seu conhecimento prévio para conhecer os problemas de saúde de sua região e planejando coletivamente ações de enfrentamento. Aqui, você vai aprender como fazer um planejamento de uma ação coletiva em seu meio social para resolver situações que possam interferir de forma negativa na saúde das pessoas.

PLANEJANDO AÇÕES DE INTERVENÇÃO PARA PROBLEMAS DE SAÚDE DE UMA COMUNIDADE

O planejamento pode ser compreendido como a ação que precede a ação, ou seja, pensar com antecedência sobre como a ação deve acontecer.

O planejamento também ajuda a mobilizar vontades. A identificação dos problemas e dos meios de superá-los eleva a consciência sanitária das pessoas, facilitando a mobilização política dos interessados pela questão saúde. (PAIM, 2006).

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No planejamento devem-se definir os objetivos, as atividades que serão realizadas, os responsáveis de cada atividade e recursos necessários. Quando planejamos algo, estamos respondendo às perguntas: O que, por que, para que, como, quando e onde deve ser feito?

Dentre os diversos métodos que ajudam a planejar uma ação, vamos usar aqui o modelo do Planejamento Estratégico Situacional (PES), com algumas alterações em seu original para facilitar a aplicação. Assista ao vídeo SUS - Planejamento Estratégico <https://youtu.be/R_xyzpgqk5Q> para ter uma visão geral sobre o assunto.

Os passos para a construção de PES e que garantem um planejamento de qualidade são (CECÍLIO, 2000):

1. Definir claramente quem planeja.

2. Ter bem clara qual a missão do grupo ao qual está(ão) vinculada(s) a(s) pessoa(s) que formula(m) o plano.

3. Formular bem o(s) problema(s) que será(ão) enfrentado(s) pelo plano.

4. Descrever bem o problema que se quer enfrentar.

5. Entender a gênese do problema, procurando identificar as suas causas.

6. Desenhar um plano de ação e operações para enfrentar os nós críticos [alteração da autora].

7. Analisar a viabilidade do plano e/ou organizar-se para criar a sua viabilidade.

8. Executar as ações [alteração da autora].

9. Avaliar os resultados [alteração da autora].

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Vamos ver com mais detalhes como cada passo pode ser desenvolvido.

PASSOS 1, 2, 3, 4 E 5 - IDENTIFICANDO

PROBLEMAS DE SAÚDE EM UMA COMUNIDADE

Identificar problemas e pensar nas formas para resolvê-los em grupo fortalece as ações e aumenta a responsabilidade e adesão das pessoas às mudanças. Muitas vezes, a visão de um é diversa da visão do outro, sendo preciso chegar a um consenso sobre quais serão as formas de atuação.

Estratégias para identificação de problemas de saúde em uma comunidade são velhas conhecidas dos profissionais de saúde, que usam ferramentas de diversas ciências para chegar a um diagnóstico da situação de Saúde.

Para as pessoas e comunidades, não são necessárias todas essas ferramentas para definir o diagnóstico de saúde: a observação aguçada da vizinhança e reuniões comunitárias são ferramentas vitais, pois as pessoas vão falar sobre aquilo que vivem, tornando o diagnóstico vivo, parte da comunidade. Reuniões são a primeira ferramenta para identificar problemas que podem ser resolvidos pela comunidade.

Para aprender como organizar uma reunião comunitária, você pode assistir ao vídeo Como Fazer uma Boa Reunião Comunitária, do Instituto Elos Brasil em <https://youtu.be/t6Siqj6i7l0>.

As pessoas também podem buscar informações sobre sua região na internet e na Unidade Básica de Saúde de sua vizinhança, que conta com um perfil de adoecimento da região sob sua responsabilidade.

Depois do diagnóstico pronto, o grupo deve eleger suas prioridades de ação, aquilo que é mais importante, pois muitos problemas vão aparecer e não será possível lidar com todos de uma só vez. Mas em saúde TUDO é prioridade! Será? Pense no seguinte exemplo: você está com uma dor de dente insuportável e uma unha encravada que está ali há anos. Qual dessas dores você vai escolher para cuidar primeiro? Provavelmente, escolheu a dor de dente, pois ela simplesmente é capaz de deixar você louco!

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Frente a um diagnóstico de saúde, podem-se adotar diversos critérios para avaliar se o problema é ou não prioridade, mas podemos simplificar esse processo usando algumas perguntas que vão nos ajudar a definir as prioridades:

• O problema acontece em muitos locais? É de grande intensidade e impacto na vida da comunidade?

• A comunidade pode atuar frente ao problema ou não tem condições de abordá-lo?

• Qual a sensação das pessoas e comunidade frente ao problema? Estão pouco ou muito incomodadas?

Essas três perguntas podem auxiliar na definição da prioridade. Depois de definidas as prioridades de ação, parte-se para o planejamento das atividades que irão ajudar a sanar o problema.

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PONDO OS PINGOS NOS IS

Para fazer a avaliação do planejamento, vamos detalhar os passos 6 e 7 do planejamento estratégico situacional.

Programa Formare | Aprendiz26 ÍNDICE

PASSOS 6 E 7 - OS NÓS

CRÍTICOS E VIABILIDADE DO PLANO

Depois de bem definido o problema, a hora é de fazer um plano de ação, isto é, desenhar as ações que serão executadas, apontando o que será feito, quando, por quem, quais os recursos necessários e os resultados que se pretende alcançar. Pode-se montar uma tabela simples mostrando cada passo do plano.

Ao montar o plano é preciso prever quais serão as situações que podem impedir ou dificultar o seu desenvolvimento. Durante a discussão, todos os participantes do planejamento podem indicar os nós críticos e sugerir formas de contorná-los, seguindo a mesma lógica do plano de ação: quais são os nós, propostas de resolução e responsáveis para cada situação.

Analisar a viabilidade4 do plano, o quanto ele é passível de se executado, é outra fase importante do planejamento. Entre os itens importantes para a análise da viabilidade estão o questionamento sobre a capacidade do grupo para executar a ação (esse grupo realmente possui ferramentas para fazer o que se espera?) e o seu acesso às ferramentas

4. Para saber mais sobre viabilidade, leia o artigo

O quê é viabilidade, de Rodrigo Coimbra em

<https://goo.gl/1KEhFP>

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Programa Formare | AprendizÍNDICE27 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

necessárias para a execução (conhecimento do assunto que vai ser tratado, recursos financeiros/materiais/humanos para realizar cada ação do plano).

PASSOS 8 E 9 - EXECUTAR

E AVALIAR OS RESULTADOS

Depois de tudo planejado, a ação deve ser executada. Durante e após a execução, é preciso avaliar os processos e resultados das ações planejadas, o que é essencial, pois a avaliação permite identificar precocemente problemas na execução do plano e realizar ações corretivas (quando a avaliação é feita durante o processo de execução) e melhorar a execução de planos futuros, além de possibilitar a verificação do alcance de resultados. As avaliações podem ser realizadas de forma simples, a partir de algumas perguntas norteadoras:

• O objetivo foi alcançado? O problema foi sanado ou parcialmente resolvido?

• Quais foram as dificuldades encontradas pelo grupo ao executar as atividades planejadas? Como as dificuldades foram eliminadas/contornadas?

• Como o grupo se sente frente aos resultados alcançados?

Também podem ser utilizados indicadores no processo de avaliação. Segundo Minayo (2009), "Os indicadores constituem parâmetros quantificados ou qualitativos que servem para detalhar se os objetivos de uma proposta estão sendo bem conduzidos (avaliação de processo) ou foram alcançados (avaliação de resultados)".

Os indicadores podem avaliar o impacto (o quanto se alcançou do resultado previsto e qual sua contribuição para a sociedade), efetividade (se as coisas que foram feitas foram úteis em longo prazo), operacionais (se cada momento da execução do plano foi realizado da melhor forma) e de desempenho (se cada ação executada tinha como referência o objetivo final).

Conheça o projeto Varre Vila <https://youtu.be/aihDpIpBmPc>, organizado pelos moradores da Zone Leste de São Paulo e veja como projetos simples trazem grandes mudanças!

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SAIBA MAIS

A Saúde pode ser definida de várias formas. Para Ferrara e colaboradores (BRÊTAS, RATTO, 2006), a saúde é concebida como “o contínuo agir do ser humano ante o universo físico, mental e social em que vive, sem regatear um só esforço para modificar, transformar e recriar aquilo que deve ser mudado”. Então, saúde não é uma coisa que se tem ou não, mas algo que se pode construir, como pessoa e como sociedade.

A Saúde da coletividade e a individual têm uma íntima relação, pois o ser humano não vive isolado, ele é um ser social, que precisa interagir com outros humanos para enriquecer sua vida intelectual, espiritual e emocional. Portanto, se os humanos vivem em grupos sociais, esses grupos também podem estar saudáveis ou adoecidos. Esse é o ponto de vista da Saúde coletiva: uma sociedade saudável não é apenas a soma de vários indivíduos saudáveis, mas uma sociedade que consegue equilíbrio, mesmo que existam pessoas adoecidas em seu seio.

Leia um trecho do livro Germinal, escrito pelo francês Émile Zola, em 1881:

[...] Depois de tossir, a garganta escoriada por um rascar profundo, escarrou para o lado do fogo e a terra enegreceu.

Etienne olhou-o para em seguida examinar a nódoa no chão:

Programa Formare | Aprendiz28 ÍNDICE

GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

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- Há muito tempo que você trabalha na mina?

Boa-morte abriu muito os braços:

- Ah! Sim... há muito tempo. Não tinha ainda oito anos quando desci, imagine, justamente na Voreux, e agora tenho cinquenta e oito [...] Isso até o momento em que tiveram que me tirar lá de baixo porque o médico disse que um dia eu não voltaria mais [...].” (ZOLA, 1979, p. 15).

Esse livro descreve a dura vida dos trabalhadores nas minas de carvão na França do século XIX. Podemos perceber que a situação de saúde do personagem Boa-morte deve estar relacionada ao seu trabalho. Agora, imagine quantos Boa-morte não trabalhavam em minas de carvão, com as mesmas condições de trabalho? É bem possível que a comunidade de mineiros tivesse os mesmos problemas de saúde!

Logo após a Segunda Guerra Mundial, a OMS definiu Saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades. Bastante utópico, não? É possível ser completo como ser humano? Para a filosofia, a incompletude faz parte de nós, que estamos sempre em busca de novas formas de preencher nossas vidas.

Mas, essa definição tem seus méritos, pois pela primeira vez relaciona saúde com questões mais amplas que o simples desequilíbrio do nosso organismo, transcendendo a questão para além do corpo físico. O documento conhecido como “Carta de Ottawa“5 fala sobre a necessidade de Promoção da Saúde para as populações e discorre sobre estratégias para que os países possam ajudar no desenvolvimento de sociedades nas quais todos possam ter seu direito à Saúde garantido.

Mas o que é Promoção da Saúde? De forma simples, promover saúde é capacitar pessoas, depois as comunidades, para cuidarem de si, dos outros e da sua comunidade como um todo, participando também das discussões sobre o sistema de saúde que se quer e que se tem, bem como da gestão desse sistema.

Outro enfoque da Promoção da Saúde está centrado na pessoa e no desenvolvimento de suas habilidades para manter um estilo de vida saudável, capaz de manter a saúde ou recuperá-la de forma plena após o adoecimento.

5. Você pode acessar esse documento em: <https://goo.gl/KG14gx>

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A Promoção da Saúde se diferencia da famosa Prevenção de Doenças por ser um conceito positivo, com foco no empoderamento das pessoas e comunidades para que cuidem de si, com o Estado cumprindo seu papel de provedor de serviços e gestor do sistema de saúde.

A Prevenção de Doenças tem o foco em estratégias e maneiras de como evitar determinadas condições mórbidas, por exemplo, quando ensinamos higiene a uma criança, estamos ajudando a prevenir doenças. Já, quando trabalhamos com a autoestima de uma criança, de forma geral, estamos empoderando-a para que possa tomar boas decisões para si no futuro, independentemente se isso irá prevenir doenças ou não.

A Promoção da Saúde prevê a participação ativa das pessoas e comunidades no processo de busca pela saúde e qualidade de vida, e, também salienta, pautada no conceito de Saúde, que as ações de saúde devem ser intersetoriais, isto é, devem envolver não apenas o setor Saúde, mas a sociedade como um todo: a economia, a ecologia, a infraestrutura, entre outros setores.

A Promoção da Saúde também visa à redução das desigualdades sociais. Nossa sociedade hoje possui um abismo entre os mais ricos e os mais pobres, no Brasil 1% da população mais rica detém 27% das riquezas do país (MILÁ, 2015). A distribuição de riquezas impacta diretamente na saúde da população, pois menos dinheiro quer dizer menos acesso à educação de qualidade, a serviços de saúde, a medicamentos e a conhecimento de formas mais saudáveis de viver.

Assista ao vídeo Promoção da saúde: conceitos, reflexões, tendência em <https://youtu.be/iFdRj5BIRS8> para aprofundar seu conhecimento.

Empoderamento é a ação coletiva de participar de debates que visam potencializar a conscientização dobre os direitos sociais e civis. Essa consciência possibilita a aquisição da emancipação individual e também da consciência coletiva necessária para a superação da dependência social e dominação política.

Fonte: Significados. Disponível em: <https://www.significados.com.br/empoderamento/>

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Programa Formare | AprendizGUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE 31 ÍNDICE

AGORA É COM VOCÊ

Programa Formare | Aprendiz31 ÍNDICE

Agora, você vai pensar em Promoção da Saúde para sua vida! O que acha de fazer um Projeto de Saúde só seu, com a sua cara e suas necessidades?

Faça o seguinte exercício: pense sobre cada um dos aspectos da saúde que foram apresentados até agora e responda as perguntas:

a. Como estou hoje em relação a esse aspecto?

b. Qual será meu objetivo para mudar de forma positiva esse aspecto?

c. Quais estratégias eu vou usar para alcançar esses objetivos?

Relembrando os aspectos:

• Autocuidado (apresentação pessoal, higiene, prática de exercícios físicos, lazer);

• Sexualidade e sexo (direitos sexuais e reprodutivos, vida sexual saudável);

• Uso e abuso de álcool, tabaco e outras drogas;

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Programa Formare | AprendizGUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE 32 ÍNDICE

• Pré-requisitos para a saúde (paz, educação, trabalho, justiça e equidade, habitação, renda, ecossistema estável e recursos sustentáveis).

Para deixar seus objetivos mais concretos, trace metas para cada um deles, isto é, divida o objetivo em etapas e defina prazos e resultados que espera alcançar. Por exemplo, se o objetivo for fazer sexo seguro, você terá que definir a partir de quando - da próxima relação; e qual a meta - usar preservativo em todas as relações!

Planejar o que queremos da vida e como chegaremos lá nos ajuda a colocar o mundo em perspectiva e pavimentar nossos caminhos para uma vida adulta saudável!

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Programa Formare | AprendizGUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE 33 ÍNDICE

AMS. Assembleia Mundial de Saúde. Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, Ottawa, novembro de 1986. Disponível em: <https://goo.gl/uuPeCR>. Acesso em: 10 dez. 2016.

BRÊTAS, A. C. P.; RATTO, M. L. R. Saúde, doença e adoecimento. In: BRÊTAS, A. C. P.; GAMBA, M. A. (Orgs.). Enfermagem e Saúde do Adulto. Barueri: Manole, 2006. (Série Enfermagem).

CECÍLIO, L. C. O. Uma sistematização e discussão de tecnologia leve de planejamento estratégico aplicada ao setor governamental. In: Curitiba. Prefeitura Municipal de Curitiba. Instituto Municipal de Administração Pública. Planificação Estratégica: o método do Planejamento Estratégico Situacional - PES. Curitiba: IMAP, 2000 28p.

MARQUES, Ana Cecília Petta Roselli; CRUZ, Marcelo S. O adolescente e o uso de drogas. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo , v. 22, supl. 2, p. 32-36, Dec. 2000. Disponível em: <https://goo.gl/QvlPpE>. Acesso em: 15 dez. 2016.

MILÁ , M. M. Income Concentration in a Context of Late Development: An Investigation of Top Incomes in Brazil using Tax Records, 1933–2013. Disponível em: <https://goo.gl/blBcTn>. Acesso em: 18 nov. 2016.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. Construção de Indicadores Qualitativos para Avaliação de Mudanças. Rev. Bras. Educ.Méd., v. 33, n.1 Supl. 1, p. 83-91, 2009. Disponível em: <https://goo.gl/M9eyN5>. Acesso em: 18 dez. 2016.

OMS. Organização Mundial da Saúde. Growing in Confidence: Programming for Adolescent health and Development – Lessons from eight countries. Department of Child and Adolescent Health and Development. 2002.

PAIM, J. S. Planejamento em Saúde para não especialista. In: CAMPOS, G.W.S. et al. (org.). Tratado de Saúde Coletiva. 1. reimp. São Paulo: Hucitec; Rio de Janeiro: Fiocruz, 2006.

WAS. Associação Mundial para a Saúde Sexual. Declaração dos Direitos Sexuais. s/d. Disponível em: <https://goo.gl/Psj9lQ>. Acesso em: 10 dez. 2016.

ZOLA, E. Germinal. (trad.: BITTENCOURT, F.). São Paulo: Abril Cultural, 1979.

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

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CAPÍTULO II:

MELHORANDO A SEGURANÇA NO TRABALHO

ÍNDICE

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Bem vindo!

Este capítulo apresenta o conteúdo necessário para complementar o desenvolvimento da competência para propor e executar medidas de melhoria que aumentem a segurança no trabalho. Nele, vamos usar os conceitos de saúde aplicados à segurança no trabalho.

Em “Para começo de conversa”, você vai entrar em contato com as definições de acidente de trabalho e outros itens relacionados à segurança, além de conhecer o panorama mundial e brasileiro de acidentes e adoecimento ligados ao trabalho.

Em “Jogando e aprendendo a jogar” vamos apresentar questões relacionadas à Segurança no Trabalho, com enfoque nas Normas Regulamentadoras dos ambientes de trabalho, além das ações das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA). Também irá conhecer o Mapa de Risco, ferramenta que auxilia no planejamento de ações preventivas no ambiente de trabalho, além de normas básicas de Prevenção de Incêndio e Noções de Primeiros Socorros.

Em “Pondo os pingos no is”, será apresentado o modelo de investigação de acidentes denominado Árvore de Causas.

Em “Saiba mais”, você vai conhecer alguns conceitos sobre as relações entre Trabalho e Saúde e o trabalho do adolescente.

E, finalmente, em “Agora é com você”, vai confeccionar um Mapa de Risco com as indicações de medidas preventivas, tendo a casa onde mora como ponto de partida.

INTRODUÇÃO

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No mundo atual, os acidentes e doenças relacionadas ao trabalho são um grave problema de saúde pública. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Brasil ocupa o quarto lugar no mundo em acidentes de trabalho (NITAHARA, 2016).

No Brasil, estima-se que cerca de 156 milhões de pessoas estejam inseridas no mercado de trabalho formal e informal (MAIA et al, 2016). Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (BRASIL, 2013) indicam que desse total, 4.948.000 referem ter sofrido acidente de trabalho no ano de 2014, 70% desse total são homens e 33,87% têm idade entre 18 e 29 anos. Dados da Previdência Social indicam cerca de 700 mil acidentes, mas devemos considerar que esses dados refletem apenas os acidentes ocorridos com trabalhadores que têm carteira assinada e contribuem para o Instituto Nacional de Previdência Social (INSS) e que cerca de 80% dos acidentes de trabalho não são notificados a esse órgão.

PARA COMEÇODE CONVERSA

Programa Formare | Aprendiz36 ÍNDICE

ACIDENTES E DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO

Mas o que são os acidentes de trabalho? No Brasil, a definição é dada pela lei geral da Previdência Social, a lei 8213 de 1991, segundo a qual:

“[...] acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VIII do artigo 11 desta lei provocando

GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

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Programa Formare | AprendizÍNDICE37 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.” (BRASIL, 1991).

Na categoria acidentes de trabalho são também englobadas as Doenças Relacionadas ao Trabalho (DRT), que podem ser desenvolvidas ao longo de anos de trabalho e os acidentes de trajeto (que acontecem durante o deslocamento do trabalhador de casa para o trabalho e vice-versa). Assista à reportagem Acidente de Trabalho: série de reportagens especiais aborda o tema, no canal do Superior Tribunal do Trabalho, disponível no link: <https://youtu.be/UaVuUNV5bK4> apresentando exemplos de acidentes e doenças desenvolvidas no trabalho.

Aqui, toda vez que falarmos sobre acidente de trabalho, estaremos considerando os acidentes e as DRT.

Todo acidente e DRT devem ser notificados ao INSS, e para isso é usado um instrumento chamado de Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT). O CAT pode ser emitido pela empresa que emprega o trabalhador, pelo sindicato que representa a categoria, por um médico ou autoridade pública, no prazo máximo de 48 horas após a ocorrência do acidente, preferencialmente pela empresa, e a qualquer momento após o diagnóstico de uma doença.

O trabalhador deve conhecer seus direitos e saber que comunicar ao responsável pela empresa onde trabalha todo e qualquer acidente que sofra durante sua jornada de trabalho ajuda a garantir seus direitos.

Para saber mais sobre acidentes de trabalho, leia o artigo Acidente de trajeto e suas implicações: quando o empregador pode ou não ser responsabilizado no site do Conselho Superior da Justiça do Trabalho: <https://goo.gl/oVJE69>.

Os acidentes resultam em altos custos para trabalhadores, como a dor e sofrimento causado pelo acidente ou doença, a perda de rendimentos (nem sempre os benefícios recebidos pelo INSS se equiparam ao salário do trabalhador), possibilidade da perda do emprego e os gastos para cuidar de sua saúde (OIT, 2009). Mas, a maior parte desses custos não pode ser paga em dinheiro, pois o sofrimento que sequelas ou adoecimento causam ao trabalhador e sua família não tem preço.

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Programa Formare | AprendizÍNDICE38 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

A prevenção de acidentes é um dos principais motes da Saúde e Segurança do Trabalho. Para se alcançar o objetivo de reduzir e eliminar riscos à SST, o Brasil tem editado Normas Regulamentadoras (NR)6 que são um conjunto de normas e instruções específicas que determinam quais os requisitos para manter ambientes de trabalho seguros. Elas possuem poder de lei e regem todos os ambientes de trabalho, tanto privados quanto públicos.

A NR 5 apresenta as regras para constituição e funcionamento da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), cuja composição inclui representantes dos trabalhadores e dos empregadores, e que tem entre os seus objetivos a prevenção de acidentes e de doenças do trabalho. O vídeo O que é a CIPA e como ela pode ser formada? Disponível em: <https://goo.gl/2n1XqN>, fala sobre o papel dos seus integrantes e sobre seu funcionamento.

A NR 7, que apresenta o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional também deve ser conhecida de todos os trabalhadores. Essa NR determina que toda empresa deve ter um Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, também com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

O PCMSO deve ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores. A implantação do programa é de responsabilidade do empregador.

Programa Formare | Aprendiz38 ÍNDICE

JOGANDO E APRENDENDO A JOGAR

6. Você pode conhecer as NR no site do Ministério do Trabalho e Emprego, disponível em: <https://

goo.gl/u9Ec3O>

GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

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Programa Formare | AprendizÍNDICE39 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

Dentre as atividades de avaliação de saúde dos trabalhadores pela empresa, a NR 7 prevê a realização de consultas médicas e exames nas seguintes situações: a) admissão do trabalhador na empresa; b) periódico; c) de retorno ao trabalho; d) de mudança de função e e) demissional. Essas avaliações permitem saber se o trabalhador está apto para exercer suas funções e detectar precocemente o desenvolvimento de DRT. Assista ao vídeo PPRA e PCMSO do Sebrae Mato Grosso no link: <https://youtu.be/VG4bpVGYDYY>.

Por fim, a NR 9 apresenta o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que visa à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Assista ao vídeo PPRA, da FUNDACENTRO, disponível no link: <https://youtu.be/y7gWkS1lVHo>. A FUNDACENTRO é um importante centro de estudos em Saúde do Trabalhador no Brasil, fala mais sobre a NR 9.

O conhecimento dessas três NR é fundamental para todos os trabalhadores, para que saibam a quais riscos estão expostos e como podem preveni-los. As CIPAS podem ter acesso tanto aos PCMSO quanto aos PPRA e ajudar na implantação e acompanhamento desses programas.

Para refletir, veja a tela Operários, de Tarsila do Amaral e pense sobre como as NR podem ser importantes para esses e milhares de outros trabalhadores. <https://goo.gl/uPU20w>

RISCOS AMBIENTAIS

Todo trabalhador deve conhecer regras básicas de segurança no trabalho, estando pronto para tomar decisões coerentes e adequadas frente a situações de risco, visando preservar não apenas sua saúde e integridade física, como de todos os colegas de trabalho, devendo, para isso, conhecer os riscos de seu ambiente e saber agir frente a situações de perigo

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MAPA DE RISCOS

Uma ferramenta importante para a prevenção de acidentes e DRT é o Mapa de Riscos (MR), que consiste na representação gráfica dos riscos aos quais os trabalhadores, tendo como objetivo, além de prevenir acidentes e doenças, indicar com precisão onde os riscos se concentram, tornando visível a todos os trabalhadores a situação de seu ambiente de trabalho.

A confecção do MR traz benefícios para trabalhadores e empregadores. Vejamos quais são esses benefícios:

• Trabalhadores: consciência sobre os riscos no trabalho, decisão sobre uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPI);

• Empregadores: auxiliar no gerenciamento de riscos, conhecimento sobre quantitativo de trabalhadores expostos a determinados riscos.

O MR deve ser elaborado pelos representantes da CIPA, juntamente com os trabalhadores, pois os trabalhadores são aqueles que melhor conhecem seu processo e local de trabalho, podendo assim, apontar os riscos de forma mais precisa.

Para confeccionar um MR, alguns passos podem ser seguidos para facilitar o trabalho (UFF, s/d):

• 1o Passo - Conhecer os setores/seções da empresa: a) Levantar dados sobre o processo de trabalho: número de funcionários que trabalham no setor, sexo, jornada de trabalho, treinamento para função, treinamento em segurança, avaliação do ambiente de trabalho, avaliação das atividades desenvolvidas; b) Identificação dos riscos existentes: análise do PPRA, discussão com trabalhadores;

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c) Identificação das medidas de proteção e sua eficiência: EPI, EPC, estado de higiene e conforto dos banheiros, vestiários, bebedouros, refeitório e áreas de lazer; d) Identificação dos problemas de saúde: queixas mais constantes entre trabalhadores expostos aos mesmos riscos, acidentes de trabalho ocorridos e as doenças ocupacionais registradas no setor. e) Análise dos levantamentos de riscos realizados anteriormente.

• 2o Passo: Fazer o fluxograma (desenho de todos os setores da empresa e das etapas de produção);

• 3o Passo: Listar todas as matérias-primas e os demais insumos (equipamentos, tipo de alimentação das máquinas etc.) envolvidos no processo produtivo.

• 4o Passo: Listar todos os riscos existentes, setor por setor, etapa por etapa (se forem muitos, priorizar aqueles dos quais os trabalhadores mais se queixam, aqueles que geram até doenças ocupacionais ou do trabalho comprovadas ou não, ou que haja suspeitas); julgar importante qualquer informação do trabalhador e sobre o trabalhador.

• 5o Passo: Representar os riscos sobre a planta baixa de cada setor, seguindo as normas de representação.

• 6o Passo: Divulgar o MR em todos os setores, deixando-o afixado em ponto de grande visibilidade.

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Mas, para mapear esses riscos, é preciso primeiro conhecê-los!

Os riscos ambientes podem ser divididos em cinco classes, descritas no Quadro 1.

Quadro 1 – Características dos riscos e exemplos.Fonte: Adaptado de SANTOS, Z. s/d.

RISCOS QUÍMICOS

RISCOS BIOLÓGICOS

EXEMPLOS

RISCOS ERGONÔMICOS

RISCOS FÍSICOS

RISCOS DE ACIDENTES

Substâncias químicas que se encontram no ambiente sob forma líquida, sólida ou gasosa.

Quando absorvidas pelo organismo, podem produzir reações tóxicas e danos à saúde, podendo penetrar no corpo pela respiração, contato com a pele e pela boca.

Causados por microrganismos como bactérias, fungos, protozoários, parasitas e outros

Situações contrárias às técnicas de ergonomia7.

Os riscos ergonômicos estão ligados também a fatores externos (do ambiente) e internos (do plano emocional).

Efeitos gerados por máquinas, equipamentos e condições físicas, características do local de trabalho.

Ocorrem em função das condições do ambiente físico e do processo de trabalho impróprios, capazes de provocar lesões à integridade física do trabalhador.

Poeira mineral

Poeira alcalina

Poeira vegetal

Fumo metálico

Névoas, gases e vapores

Vírus

Bactérias

Protozoários

Parasitas

Fungos

Esforço físico

Levantamento e transporte manual de pesos

Exigência de determinada postura por tempo prolongado

Ritmo excessivo, trabalho de turno diurno e noturno

Monotonia e atividades repetitivas

Jornada prolongada

Controle rígido de produtividade, outras situações (conflitos, ansiedade, responsabilidade)

Calor

Frio

Umidade

Ruídos

Vibrações

Radiações ionizantes

Radiações não ionizantes

Arranjo físico inadequado

Máquinas sem proteção

Iluminação deficiente

Ligações elétricas deficientes

Armazenamento inadequado

Ferramentas defeituosas ou inadequadas

Equipamentos de proteção individual inadequados

Animais peçonhentos

7. Ergonomia é o estudo científico das relações entre homem e máquina, homem e ambiente de trabalho, com foco na forma ideal de interação. O ambiente de trabalho e as máquinas devem se adaptar ao homem, e não o contrário.

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RISCO QUÍMICO

LEVE

MÉDIO

ELEVADO

RISCO BIOLÓGICO

RISCOERGONÔMICO

RISCO FÍSICO

RISCO DE ACIDENTE

Você percebeu que cada risco está destacado com uma cor diferente no Quadro 1? No MR, cada um desses riscos é representado por cores:

• Riscos químicos: vermelho

• Riscos biológicos: marrom;

• Riscos ergonômicos: amarelo;

• Riscos físicos: verde;

• Riscos de acidentes: azul.

Além desse destaque, o tamanho do risco também pode variar de um ambiente para outro, podendo ser leve, médio e elevado. O tamanho do risco é representado por uma circunferência, de diferentes diâmetros. Veja no Quadro 2 a seguir, como ficam as representações de riscos juntando as cores e tamanho dos círculos.

Quadro 2 - Simbologia de cores e intensidade de riscos em um MR

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Ao montar o MR, deve-se tomar o cuidado de descrever de forma correta qual a intensidade do risco (leve, médio, elevado), a cor correspondente, e, dentro de cada circunferência, especificar o tipo de risco e a quantidade de trabalhadores exposta a ele. A Figura 1 apresenta um exemplo:

5 BENZENO2 MESAS

10 QUEDAFigura 1:

Representação do risco

Figura 2: Exemplo de Mapa de Risco

O que essa figura nos mostra? Do maior para o menor círculo: Risco químico elevado, com exposição de cinco pessoas a benzeno; risco ergonômico médio, com exposição de duas pessoas com mesas inadequadas; risco de acidente leve, com exposição de dez pessoas a queda.

Após o mapeamento dos riscos de cada setor, a CIPA deve obter a planta baixa de cada um deles, e representar os riscos existentes em seus devidos locais (às vezes, um local apresenta mais de um tipo de risco, de intensidades diferentes, e todos devem ser representados. A Figura 2 apresenta um exemplo de MR finalizado.

Sala de coleta de exames

10 pessoas

Assista ao vídeo Acidentes de Trabalho - Globo Repórter no link: <https://youtu.be/uFi0ww5t61Y> e veja como a ausência do mapeamento de riscos e de obediência à regulamentação pode colocar a vida dos trabalhadores em perigo.

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PONDO OS PINGOS NOS IS

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Aqui, vamos apresentar a Árvore de Causas, uma metodologia de investigação e análise de acidentes de trabalho, que pode ajudar na compreensão das variáveis envolvidas em um acidente de trabalho e orientar na tomada das melhores medidas preventivas.

Para compreender como acontecem os acidentes em uma empresa, é preciso entender que as empresas funcionam como sistemas, isto é, todas as suas partes (setores) são interdependentes, sendo que uma necessita da outra para seu funcionamento. Portanto, se todos os setores juntos desenvolvem atividades que visam a alcançar o objetivo comum da empresa e a empresa é percebida como um sistema, pode-se afirmar que os acidentes são anomalias desse sistema.

Figura 3 - Empresa como sistema

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Quando se realiza a investigação de um acidente deve-se ter em mente que não estamos procurando culpados, mas, sim, as causas do acidente. Toda medida de prevenção de acidentes deve ter como foco mudança nas partes do sistema que não estão eficientes, não das pessoas (MASSOCO, 2008).

O início do processo de investigação de acidentes utilizando a metodologia Árvore de Causas (ADC) deve partir do reconhecimento dos antecedentes do acidente, que são:

• Antecedente-estado: são condições permanentes na situação de trabalho, tais como estado das máquinas, ausência de proteção em máquinas, ambiente sempre quente/frio, presença de vapores etc.;

• Antecedente-variação: condições não habituais que acontecem durante o desenvolvimento do trabalho, tais como quebra de máquina, mudança de funcionários, troca de matéria-prima etc.

Além dos antecedentes, o investigador deve familiarizar-se com a atividade desenvolvida. A atividade é o conjunto de quatro elementos:

• Indivíduo (I): pessoa ou pessoas que executam as tarefas. Eles possuem características distintas entre si, relacionadas a modificações psicológicas, fisiológicas, formação, ambiente moral.

• Tarefa (T): ações do trabalhador (o que ele faz), que pode ser alterada pelo uso de máquinas ferramentas, EPI, EPC, outros.

• Material (M): compreende os meios técnicos, a matéria-prima, tudo que se coloca à disposição do trabalhador para executar sua tarefa. São variações comuns à mudança de matéria-prima, falta de manutenção e de dispositivos de proteção, entre outros.

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• Meio de Trabalho (MT): significa o quadro de trabalho e o ambiente físico e social no qual a pessoa executa sua tarefa. As variações mais comuns são pressão por aumento de ritmo de trabalho, estresse relacional, iluminação, nível de ruído etc.

Após se familiarizar com essas situações, o investigador deve seguir o fluxograma proposto pela metodologia ADC. Veja o Quadro 3.

FASE ATIVIDADE

0 - Acidente

1 - Coleta de dados Registro das variações e componentes da atividade

2 - Quadro de dados Classificação das variações (I, T, M, MT)

3 - Construção ADC Análise lógica dos dados

4 - Interpretação e determinação de medidas

preventivasPesquisa dos modos de prevenção e adaptações do ambiente

Fonte: Adaptado de MASSOCO, 2008.

A coleta de dados deve ser iniciada logo após o acidente e no local do acidente. Ela pode ser realizada por meio da entrevista com a pessoa que sofreu o acidente e todas as testemunhas. Sempre tomar cuidados para não expor as pessoas durante esse processo. Os dados podem se coletados também por meio de fotografias. Deve-se evitar qualquer julgamento sobre culpados (exemplo: fulano tinha que tirar a máquina do lugar?). O registro de todas as informações pode ser feito em um modelo de relatório já empregado pela CIPA da empresa.

Quadro 3 - Passos para aplicação da metodologia ADC

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Após a coleta de dados, deve-se montar o quadro de dados, que mostra as situações, os envolvidos, o componente da atividade e se o antecedente é habitual ou uma variação. Para representar antecedente, utilizam-se os seguintes símbolos:

Quadro 4 - Simbologia usada em um ADC.

FATO SÍMBOLO

Fato permanente rotineiro, habitual

Fato anormal, irregular, ocasional, eventual,

não habitual

Ligação verificada que efetivamente contribuiu

para a ocorrência do fato seguinte

Ligação verificada que aumenta a

probabilidade de ocorrência

A elaboração tem início na lesão. A partir dela procuram-se os fatos que levaram à ocorrência do acidente, retrocedendo o mais possível, pois o objetivo é descobrir o encadeamento das causas que o provocaram.

Vamos trabalhar com um exemplo: Sr. B., operador de máquinas, tem 60 anos e um problema de saúde que o obriga a ir ao banheiro urinar com frequência, algumas vezes, com urgência. Ao ir ao banheiro às pressas, escorregou em uma mancha de óleo, caiu e fraturou o quadril. Imagine o passo a passo das situações, como na Figura 4, na próxima página.

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Figura 4 - O acidente do Sr. B

Veja como ficaria a descrição detalhada do acidente.

SITUAÇÃO COMPONENTE DA ATIVIDADE

Sr. B. fraturou o quadril I

Sr. B. caiu T

Sr. B. escorregou T, MT

Mancha óleo no trajeto até o banheiro MT

Sr. B. foi ao banheiro às pressas I

Sr. B. apresentou urgência para urinar I

Sr.B. tem necessidade de ir ao banheiro muitas vezes I

Sr. B. possui problema de saúde I

Sr. B. é operador de máquinas I, T

Quadro 5 - Descrição do acidente

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Depois de detalhar o acidente no quadro descritivo, deve-se construir a ADC. Uma dica importante é sempre começar da direita para a esquerda, da lesão causada para trás, para que seja possível compreender como o encadeamento dos fatos resultou na lesão.

Outra coisa importante é saber que dois fatos habituais não podem resultar em uma variação, da mesma forma que duas variações não podem resultar em um fato habitual.

Veja a ADC desse exemplo construída:

Figura 5 - Árvore de Causas

Ao analisar essa ADC para propor medidas preventivas, podemos perceber duas coisas importantes: a variação - mancha de óleo no trajeto, e a própria doença do Sr. B. que o obriga, às vezes, a correr até o banheiro.

Quais são as propostas possíveis para esse exemplo? A condição de saúde do Sr. B. deveria ter sido acompanhada, pois a necessidade frequente e a urgência para urinar aumentam o risco de acidentes na execução de sua atividade (operador de máquinas). Além disso, a execução da limpeza não está a contento ou essa equipe não foi acionada para a tarefa de limpeza.

Sendo assim, é preciso rever os processos de trabalho do Serviço de Medicina Ocupacional, da limpeza e da operação, a fim de evitar novos acidentes.

A metodologia ADC pode ajuda a clarificar as situações, possibilitando a tomada de medidas preventivas a partir da qualificação dos processos de trabalho.

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Vamos refletir sobre Saúde e Segurança no Trabalho (SST). A Saúde e Segurança vão além da simples prevenção de acidentes, mas engloba todos os aspectos das condições de trabalho (OIT, 2009). Ter boas condições de trabalho não significa apenas um ambiente livre de riscos de acidentes, mas também um local onde a organização do processo de trabalho e as relações interpessoais não interfiram de modo negativo na saúde dos trabalhadores.

Algumas situações podem interferir aumentando os riscos8 de adoecimento e acidentes no ambiente de trabalho. Algumas delas estão relacionadas diretamente ao empregador e outras aos trabalhadores.

Observe as figuras a seguir:

SAIBA MAIS

Programa Formare | Aprendiz51 ÍNDICE

Figuras 5 a 8 - Atos inseguros

8. O que são riscos?Risco é a probabilidade

de um evento acontecer. Risco pode ter conotação

negativa ou positiva.

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Algumas são absurdas, não? Essas ilustrações representam aquilo que denominamos de Atos e Condições inseguras na SST.

As condições inseguras são situações em que existe o não cumprimento de normas de segurança, tornando o ambiente insalubre. São exemplos a falta de proteção de máquinas e ausência de capacitação dos trabalhadores para trabalhar com segurança, não fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) ou coletiva (EPC), entre outras.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador com o intuito de protegê-lo dos riscos capazes de ameaçar a sua segurança e a sua saúde.

Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) Todo dispositivo ou sistema de âmbito coletivo, destinado à preservação da integridade física e da saúde dos trabalhadores, assim como a de terceiros.

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Os Atos Inseguros são as diferentes formas de os trabalhadores se exporem ao risco, conscientemente ou não, resultando em acidentes. Muitas vezes, as pessoas usam a expressão Ato Inseguro para culpar os trabalhadores pelo acidente, como se ele fosse único responsável pela sua segurança. Em muitas ocasiões, o que leva o trabalhador a tomar decisões que põem em risco sua segurança é a pressão no trabalho para maior rendimento ou a falta de equipamentos adequados e até mesmo capacitação para trabalhar livre de riscos.

É importante ressaltar que o empregador tem a obrigação legal de proteger seus trabalhadores e os trabalhadores, o direito de realizar seu trabalho de forma segura e se negar a trabalhar em condições que ofereçam risco a sua saúde e segurança.

O uso correto de EPI é uma forma de prevenção bastante eficaz e os EPI mais comuns estão listados no texto Procedimentos para uso de EPI, disponível em: <https://goo.gl/EAlv9w>, lembrando que cada área de atuação exige especificações técnicas diferentes para os equipamentos.

Agora, observe novamente as figuras anteriores: Quais representam condições e atos inseguros? Ou as duas situações caminham juntas?

SEGURANÇA NO TRÂNSITO E TRABALHO

A segurança no trânsito possui uma importante interface com a segurança do trabalho. Você já pensou que não existe função no mundo moderno que não tenha relação com os transportes? Pense bem: em uma fábrica, temos veículos automotores de diversos tipos e tamanhos; para ir e voltar do trabalho as pessoas se locomovem pelas cidades com a ajuda de veículos, além daqueles trabalhadores que vivem diretamente do trânsito, como os motoristas.

No ano de 2013, foram 42.266 mortes no trânsito brasileiro, segundo dados da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Estudos apontam que para cada acidente com uma morte, existem quinze pessoas gravemente feridas.

O trânsito brasileiro é regido pelo Código9 Brasileiro de Trânsito e legislação complementar, e esse Código dita e regulamenta as regras tanto para motoristas quanto pedestres, sendo importante que todas as pessoas conheçam essas leis.

9. Você pode consultar o Código em <https://goo.gl/Mn2L5X>.

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Os acidentes de trânsito sempre possuem um fator humano envolvido, como por exemplo, pessoas que não cumprem as leis e dirigem de forma imprudente ou sob o efeito de álcool ou outras drogas, veículos que não receberam os devidos cuidados de manutenção de seus donos e vias de tráfego que não são mantidas em bom estado pelo poder público.

A OMS, em seu Relatório Global sobre Álcool e Saúde, aponta que no ano de 2012, 15% das mortes ocorridas no trânsito em todo o mundo estavam relacionadas ao uso de álcool (CISA, 2014).

Veja no Gráfico 1 a distribuição de feridos graves em acidentes de trânsito. Ele apresenta dados oriundos do DPVAT10 e DATASUS11.

Estatísticas nacionais: feridos graves em acidentes de trânsito600 000

500 000

400 000

300 000

200 000

100 000

2002 2003

DPVAT InvalidezPOR VIAS SEGURAS 18/03/2015

DATASUS Internações

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 20140

Gráfico 1 - Feridos graves em acidentes de trânsito. Brasil. 2016.

Visando à redução e eliminação dos acidentes de trânsito, é preciso sempre discutir e implantar atitudes preventivas. Para saber mais sobre elas, ouça o programa de rádio 10 medidas para salvar vidas no trânsito, propostas pelo Observatório Nacional de Segurança Viária. Leia e procure entender os objetivos das medidas no site <https://www.onsv.org.br/observatorio-propoe-10-medidas-para-salvar-vidas-no-transito/>.

Fonte: VIAS SEGURAS. D

isponível em: <https://goo.gl/S7RB6J>.

10. Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre.

11. Departamento de Informática do SUS.

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Após tomar conhecimento das medidas, uma importante forma de prevenir acidentes de trânsito é fazer com que as pessoas reflitam sobre seu cotidiano e o comportamento que têm frente ao trânsito, no intuito de fazê-las repensar atitudes suas que podem causar acidentes: atravessar a rua fora da faixa de pedestres, andar distraído, andar teclando no aparelho celular, dirigir em alta velocidade, usar celular enquanto dirige, entre outros comportamentos imprudentes.

MUDANÇAS NO MUNDO DO TRABALHO E SAÚDE MENTAL

Você pode perceber que o mundo do trabalho é muito complexo e tem mudado a uma velocidade muito rápida. Novas profissões aparecem todos os dias e as formas de trabalhar vão sendo modificadas de acordo com o avanço das tecnologias, exigindo do trabalhador mudanças constantes e o aprimoramento de suas atividades.

A globalização também ajudou a mudar o cenário do trabalho, muitas vezes, de forma negativa. Em muitos países periféricos, com um processo de industrialização incipiente, as pessoas ainda têm muita dificuldade em conseguir bons empregos, são submetidas a situações precárias, análogas a escravidão, com jornadas extremamente exaustivas.

Você já ouviu a música "Construção"12, de Chico Buarque? Leia o primeiro trecho:

Amou daquela vez como se fosse a última Beijou sua mulher como se fosse a última E cada filho seu como se fosse o único [...] Subiu a construção como se fosse máquina Ergueu no patamar quatro paredes sólidas [...] E tropeçou no céu como se fosse um bêbado E flutuou no ar como se fosse um pássaro E se acabou no chão feito um pacote flácido Agonizou no meio do passeio público Morreu na contramão atrapalhando o tráfego [...]

12 Você pode ler e ouvir a música inteira em: <https://goo.gl/DKSJZP>

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O que você sentiu?

Ela resume a vida e morte de um trabalhador e seu sofrimento mental e social. Os trabalhadores, de modo geral, são afetados pelas mudanças no mundo do trabalho, muitas vezes desenvolvendo transtornos mentais, DRT cada vez mais frequente, e, muitas vezes, resultado direto de práticas de assédio moral, afetando também trabalhadores que estão em situação de desemprego.

O vídeo do Tribunal Regional do Trabalho, Conheça o drama do adoecimento mental devido às pressões no trabalho, no link: <https://youtu.be/dmEdf1hXB7w>, mostra como esses transtornos se desencadeiam e o impacto que provoca na vida das pessoas.

O TRABALHO DO ADOLESCENTE E A LEGISLAÇÃO

O trabalho infantil é, por lei, proibido no Brasil, mas, por outro lado, o trabalho do adolescente é admitido em situações especiais e, de acordo com essa premissa, a Constituição Federal do Brasil de 1988, em seu inciso XXXIII, artigo 7º, considera aptos para esse desempenho somente aqueles adolescentes que se encontram na faixa entre 16 a 18 anos.

Ainda, a Constituição Federal Brasileira, em seu artigo 7º, proíbe aos adolescentes o trabalho noturno, perigoso ou insalubre, penoso, realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e aquele realizado em horários e locais que não lhes permitam frequentar a escola (BRASIL, 1988).

O Decreto Nº 6.481/08 aprova a Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (Lista TIP), aprovada pelo Decreto Legislativo no 178, de 14 de dezembro de 1999 e promulgada pelo Decreto nº 3.597/2000. Essa lista apresenta as atividades que não podem ser executadas por adolescentes, sob o risco de penalização das empresas. <https://goo.gl/75uHCr>

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PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Imagine a seguinte situação: alguém sente o cheiro forte e vê uma nuvem de fumaça subindo do depósito do prédio. Em seguida, o alarme de incêndio da empresa toca! O que fazer? Para onde ir?

Para evitar que o pânico se instale onde acontece um incêndio, é preciso que as pessoas tenham conhecimento sobre como agir em situações adversas e que o local esteja preparado para o combate ao fogo.

O primeiro conceito para compreender um incêndio é a Teoria do Fogo, que demonstra que o fogo é uma reação química de combustão que envolve produtos reagentes e acontece rapidamente, liberando calor e luz. A combustão pode se apresentar de forma variada, veja no vídeo Reação de Combustão: Diferentes Olhares Químicos, em: <https://goo.gl/l35tqT>. Para o fogo acontecer é preciso a presença de três elementos e a reação em cadeia:

• Combustível: corpo capaz de alimentar o fogo;

• Comburente: elemento químico existente na atmosfera que alimenta a combustão, quase sempre o oxigênio;

• Calor: condição favorável para causar a combustão.

Esses elementos são representados pela Figura 9, do Tetraedro do Fogo.

REAÇÃO EM CADEIA

CALOR

CO

MB

US

TÍV

EL

CO

MB

UR

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Figura 9 - Tetraedro do Fogo.

Fonte: Adaptado de JÚN

IOR. CBM

MA, CC BY-SA 3.0.

Disponível em

: <https://goo.gl/KeO9Ye>.

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Além disso, o fogo pode ser classificado em classes, de acordo com o combustível envolvido.

CLASSE A - MATERIAIS

SÓLIDOS

CLASSE B - LÍQUIDOS

INFLAMÁVEIS

CLASSE C -

EQUIPAMENTOS

ELÉTRICOS

ENERGIZADOS

CLASSE D - METAIS

Quadro 6 - Classes de fogo

Fonte: Senado Federal. CC BY 2.0. Disponível

em: < https://goo.gl/L49yvV>.

Fonte: GON

ÇALVEZ, MB. CC BY-SA 3.0.

Disponível em

: < https://goo.gl/IApmai>

Fonte: Falta fonteFonte: KRAFT, Reiner . CC BY 2.0. D

isponível em

: < https://goo.gl/17m5K

r>.

Ex.: alumínio em pó

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É importante conhecer os tipos de combustível para saber quais as melhores medidas para debelar um foco de incêndio. Eles começam sempre pequenos, e agir na fase inicial pode evitar uma catástrofe. Os incêndios são ocorrências que podem matar um grande número de pessoas de uma só vez.

Os métodos de extinção de fogo estão voltados para cada um dos componentes do Tetraedro do Fogo: combustível, comburente, calor e reação em cadeia. Os métodos de extinção do fogo são:

• Retirada do material: afastar todo material inflamável que esteja próximo da origem do fogo;

• Abafamento: eliminar o comburente (oxigênio) por meio de abafamento;

• Resfriamento: reduzir o calor por meio de esfriamento da fonte.

Para essas ações, podemos usar equipamentos especiais, que são os extintores. Cada um deles contém uma substância diferente, e, por isso, são indicados para distintas classes de incêndio. Veja a seguir a classificação.

TIPO EXTINTOR CARACTERÍSTICA

Extintor de pó para classes ABC

O mais moderno do mercado, atende a todas as classes de incêndio. O pó especial é capaz de combater princípios de incêndio em materiais sólidos, líquidos inflamáveis e equipamentos energizados.

Extintor com água pressurizadaIndicado para incêndios classe A (madeira, papel, materiais sólidos em geral). A água age por esfriamento ou abafamento de acordo com a forma como é aplicada

Extintor com gás carbônico Indicado para incêndios classe C por não ser condutor de eletricidade. Pode também ser usado nas classes A e B..

Quadro 6 - Extintores de incêndio

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Extintor com pó químico seco Indicado para incêndio da classe B. Age por abafamento. Pode ser usado nas classes A e C.

Extintor pó químico especial Indicado para incêndios classe D (metais). Age por abafamento.

Fonte: Adaptado de SÃO PAULO (Estado). Corpo de Bombeiros. Cartilha de Orientações Básicas: Noções de Prevenção Contra Incêndio. Dicas de Segurança. 2011. Disponível em: <https://goo.gl/jRiRnH>.

Veja como usar de forma adequada os extintores no vídeo Aprenda como utilizar o extintor de incêndio, da Rede TVBE em: <https://youtu.be/oP7De4m-c-A>. Uma pequena observação ao vídeo, depois de 2016 não é mais obrigatório possuir extintores nos carros, segundo o Código Brasileiro de Trânsito.

Mas não basta saber combater um incêndio, é preciso sempre PREVENIR essa ocorrência. Veja dicas importantes para evitar focos de incêndio (SÃO PAULO, 2011):

• Não use cestos de lixo como cinzeiros.

• Não jogue pontas de cigarro pela janela, nem as deixe sobre armários, mesas e prateleiras.

• Não fume ao lidar com álcool, cera, parafina, solventes ou material de limpeza em geral.

• Respeite as proibições de fumar e acender fósforos em locais sinalizados.

• Evite o acúmulo de lixo em locais não apropriados.

• Coloque os materiais de limpeza em recipientes próprios e identificados.

• Não deixe os equipamentos elétricos ligados após sua utilização. Desconecte-os da tomada.

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• Ao utilizar materiais inflamáveis, faça-o em quantidades mínimas, armazenando-os sempre na posição vertical e na embalagem original.

• Não improvise instalações elétricas, nem efetue consertos em tomadas e interruptores sem que esteja familiarizado com isso.

• Não sobrecarregue as instalações elétricas com a utilização de “plugues T” ou extensões. Procure um profissional com conhecimento técnico.

• Verifique, antes de concluir seu trabalho, se os equipamentos elétricos estão desligados.

• Observe as normas de segurança ao manipular produtos inflamáveis ou explosivos.

• Mantenha os materiais inflamáveis em locais resguardados e à prova de fogo.

A prevenção de incêndios no ambiente de trabalho é determinada pela Norma Regulamentadora (NR) 23 (você vai conhecer as NR com maior detalhamento a seguir), que estabelece as regras para prevenção de incêndios e normas para saídas de emergência, além de prever a educação dos trabalhadores sobre prevenção de incêndios e ações frente ao perigo iminente.

As Brigadas de Incêndio são fundamentais para ajudar as pessoas na prevenção e no combate ao incêndio. Elas são compostas pelos brigadistas, trabalhadores de vários setores da empresa, treinados no combate a incêndio e são as primeiras pessoas que devem ser acionadas caso se identifique um foco de incêndio.

PRIMEIROS SOCORROS13

Mesmo com todas as práticas preventivas sendo executadas de forma correta, acidentes podem acontecer e os trabalhadores devem estar aptos a acionar socorro especializado e prestar os primeiros cuidados ao acidentado. Todo

13. Você pode baixar o aplicativo de Primeiros Socorros do Dr. Drauzio Varella no seu celular, pelo site: <https://goo.gl/3INtcD>.

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trabalhador deve conhecer os fluxos de atendimento em caso de acidente em sua empresa, e as pessoas que devem ser acionadas para prestar socorro.

A pessoa que está prestando os primeiros socorros deve (AMARIZ, s/d):

• Manter a calma, pois o bom-senso e o discernimento são elementos primordiais nesse tipo de atendimento.

• Agir rapidamente, porém respeitando os seus limites e o dos outros.

• Transmitir à(s) vítima(s) tranquilidade, alívio, confiança e segurança, e, quando estiverem conscientes, informar-lhes que o atendimento especializado está a caminho.

• Utilizar seus conhecimentos básicos de primeiros socorros.

• Nunca tomar atitudes das quais não tem conhecimento, no intuito de ajudar, apenas auxilie dentro de sua capacidade.

Para todo atendimento é preciso seguir alguns passos sequenciais, que garantem a integridade da pessoa e do socorrista:

1. Compreender a situação: entender o que acontece por uma observação atenta, e chamar o socorro especializado;

2. Proteger a vítima: observar o ambiente ao redor da vítima, verificar se existem outras situações que apresentem novos riscos; proteger a vítima de olhares curiosos;

3. Exame primário: observar se a vítima está consciente ou não, se está respirando, se possui pulso, presença de hemorragias. A partir daí, tomar as condutas indicadas para cada situação.

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OBJETOS ESTRANHOS NAS VIAS

ÁREAS SUPERIORES (ENGASGOS)

Os engasgos são muito comuns durante as refeições, e muitas vezes podem resultar em morte ou sequelas neurológicas, devido à falta de oxigenação no cérebro por muito tempo. O socorrista pode usar uma manobra simples para desengasgar a pessoa, chamada de Manobra de Heimlich. Veja os passos dessa manobra:

1. Confirme se a pessoa está engasgada, perguntando isso a ela.

2. Aproxime-se por trás da pessoa.

3. Coloque sua perna direita entre as pernas dela, apoiando o corpo da pessoa contra o seu.

4. Posicione a mão direita fechada logo acima do umbigo.

5. Com a mão esquerda aberta, coloque-a sobre a mão direita.

6. Faça um movimento de pressão de baixo para cima.

7. Repita o movimento até a pessoa expelir o objeto.

Figura 10 - Manobra de Heimlich

Veja a figura abaixo.

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Agora, assista ao vídeo Manobra de Heimlich em: <https://youtu.be/ao08VAgQxes> para confirmar se compreendeu a técnica.

CONVULSÕES

Algumas pessoas portadoras de epilepsia podem apresentar episódios convulsivos mesmo quando fazem seu tratamento corretamente. Outras causas podem causar convulsões, como febre alta, traumas cranianos, entre outros.

As convulsões geralmente duram poucos minutos e são caracterizadas pela perda da consciência, movimentação descontrolada de tronco e membros superiores e inferiores, podendo às vezes apresentar liberação de urina.

Ao atender uma pessoa que está convulsionando, é importante mantê-la protegida de olhares curiosos e de barulhos altos, pois as pessoas, geralmente, retornam confusas e sonolentas da crise, e sentem muita vergonha do episódio.

Aqui, veremos quais as situações mais corriqueiras que demandam socorros imediatos e como proceder perante elas.

Veja no diagrama abaixo como socorrer uma pessoa em crise convulsiva:

Figura 11 - Atendendo a vítima de crise convulsiva

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Assista ao vídeo do Dr. Drauzio Varella O que fazer em casos de convulsão - Drauzio Comenta #20 em: <https://youtu.be/AMTPs_-NXyg>.

QUEIMADURAS

Em caso de acidente envolvendo queimaduras, o primeiro cuidado é extinguir a fonte de calor, ou seja, impedir que permaneça o contato do corpo com o fogo, líquidos e superfícies aquecidas, entre outras causas do acidente.

Em seguida, procure lavar o local atingido com água corrente em temperatura ambiente, de preferência por tempo suficiente até que a área queimada seja resfriada.

A Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ, 2016) recomenda alguns cuidados que devem ser tomados para se evitar piora da queimadura:

• Não passe no local atingido nenhum produto ou receita caseira. Qualquer substância que seja passada sobre a pele queimada vai irritá-la. Há também o alto risco de infecção por bactérias, fungos e vírus presentes nesses produtos, já que a barreira natural do organismo – a pele – está danificada.

• Não passe nenhuma pomada no local atingido. A pele fica extremamente sensível após uma queimadura e as pomadas, ainda que adquiridas em farmácias, machucam ainda mais as células cutâneas e podem irritar a pele e gerar infecções.

• Não tente estourar as bolhas provocadas pela queimadura. Elas se manifestam nas queimaduras de segundo grau e devem ser manuseadas apenas por um profissional especializado. Ou seja, não devem ser rompidas, estouradas ou mesmo esvaziadas com uma agulha.

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• Ao retirar esse curativo natural em casa, o ferimento estará exposto a instrumentos possivelmente contaminados e pode infeccionar. Se houver necessidade de cobrir o ferimento a caminho do Serviço de Saúde, o indicado é envolvê-lo num pedaço de pano limpo.

• Tecidos ou materiais que grudam no ferimento, como o algodão, devem ser evitados. O paciente queimado não deve retirar a roupa que estiver usando, ainda que tenha sido atingida pelo fogo. O ideal é molhar a vestimenta e permanecer assim até a chegada ao pronto-socorro, para evitar que as bolhas estourem e que a pele seja arrancada.

• Outro cuidado é retirar acessórios, como pulseiras e anéis, pois o corpo incha naturalmente após uma queimadura e esses objetos podem ficar presos.

Aprenda mais sobre cuidados com queimaduras na Cartilha para tratamento de emergência em queimaduras, disponível em: <https://goo.gl/DrVI3k>.

DESMAIOS

Os desmaios podem acontecer por diversos motivos: calor excessivo, ansiedade extrema, queda da pressão arterial, redução dos níveis de açúcar no sangue, entre outros motivos. Ao presenciar um desmaio, se a pessoa estiver respirando e se tiver pulso, proceder da seguinte forma:

1. Deitar a vítima no chão, de barriga para cima, e colocar as pernas em ponto mais alto que o corpo e a cabeça;

2. Pôr a cabeça da vítima de lado, para facilitar a respiração e evitar asfixia devido ao risco de vômito;

3. Afrouxar as roupas e abrir os botões para facilitar a respiração;

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4. Comunicar-se com a vítima, mesmo que ela não responda, demonstrando que está ali para ajudá-la;

5. Observar possíveis lesões causadas pela queda e se estiver sangrando, tratar a hemorragia.

Figura 12 - Atendendo uma vítima de desmaio

FERIMENTOS

Os ferimentos são rompimentos da pele pela ação de objetos cortantes ou perfurantes. Eles são muito comuns em locais onde se manuseiam ferramentas.

Em ferimentos superficiais, como cortes com pouco sangramento ou arranhões, deve-se apenas lavar o ferimento com água e sabão e protegê-lo com um curativo simples ou tecido limpo.

Para os ferimentos com sangramento, deve-se realizar a limpeza do local com tecido limpo e realizar a compressão local, até que o sangramento estanque ou seja fixada uma bandagem.

As ações de primeiros socorros para ferimentos podem ser resumidas em (PARANÁ, s/d):

• Expor o ferimento para inspeção.

• Controlar o sangramento.

• Limpar a superfície da lesão.

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• Proteger com gaze estéril ou tecido limpo.

• Colocar bandagem triangular ou atadura de crepe para fixar a gaze. Certifique-se da presença de pulso distal após a colocação da bandagem porque pode estar muito apertada.

• Manter a vítima imóvel, quando possível. Movimentos desnecessários podem precipitar ou aumentar sangramentos.

• Confortar a vítima, informando os procedimentos adotados, assim, ela se tranquiliza e colabora com o atendimento.

Para evitar complicações causadas por ferimentos profundos, é realizada a vacinação contra tétano de forma preventiva.

Deixe sempre suas vacinas em dia! Se houver qualquer dúvida, leve sua carteira até a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa para que eles verifiquem seu estado vacinal.

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Programa Formare | AprendizGUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE 69 ÍNDICE

AGORA É COM VOCÊ

Programa Formare | Aprendiz69 ÍNDICE

Agora que você já conhece as regras básicas de Saúde e Segurança no Trabalho, está na hora de aplicá-las no seu cotidiano. Como exercício, você irá desenhar o Mapa de Risco de sua casa.

Converse com os familiares que moram com você e levante todos os riscos de acidente em sua casa, de todos os cômodos. Depois, desenhe a planta baixa, e indique, conforme a representação que aprendeu, quais os riscos encontrados em cada um dos cômodos. Se tiver algum idoso em casa, ele possui riscos diferenciados, que você pode conhecer na animação Casa Segura para Idosos no link: <https://youtu.be/dxWvxeMV6oY>.

Depois, discuta com seus familiares formas de corrigir as situações que oferecem riscos dentro de casa.

GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

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Programa Formare | AprendizGUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE 70 ÍNDICE

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

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BRASIL, Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto no 6.481, de 12 de junho de 2008. Regulamenta os artigos 3o, alínea “d”, e 4o da Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que trata da proibição das piores formas de trabalho infantil e ação imediata para sua eliminação, aprovada pelo Decreto Legislativo no 178, de 14 de dezembro de 1999, e promulgada pelo Decreto no 3.597, de 12 de setembro de 2000, e dá outras providências. Disponível em: <https://goo.gl/mABwFp>. Acesso em: 05 jan. 2017.

.Lei 8213 de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Disponível em: <https://goo.gl/DkmU5B>. Acesso em: 22 jul. 2015.

.Ministério da Previdência Social. Anuário Estatístico da Previdência Social. 2013. Disponível em: <https://goo.gl/ntpbQv>. Acesso em: 22 jul. 2015.

.Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. FIOCRUZ. Vice-Presidência de Serviços de Referência e Ambiente. Núcleo de Biossegurança. NUBio, Manual de Primeiros Socorros. Rio de Janeiro. Fundação Oswaldo Cruz, 2003. Disponível em: <https://goo.gl/jWcHHi>. Acesso em: 06 jan. 2017.

.Casa Civil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <https://goo.gl/vJ9dYp>. Acesso em: 29 set. 2016.

CISA. Centro de Informação entre Saúde e Álcool. Álcool e trânsito. 2014. Disponível em: <http://www.cisa.org.br/artigo/4692/alcool-transito.php>. Acesso em: 06 jan. 2017.

MAIA, A. L. S.; SAITO, C. A.; OLIVEIRA, J. A.; BUSSACOS, M. A.; MAENO, M.; LORENZI, R. L.; SANTOS, S.A. Acidentes de trabalho no Brasil em 2013: comparação entre dados selecionados da Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE (PNS) e do Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS) do Ministério da Previdência Social. 2016. Disponível em: <https://goo.gl/GheH3J>. Acesso em: 28 dez. 2016.

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Programa Formare | AprendizGUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE 71 ÍNDICE

MASSOCO, D. B. Uso da metodologia Árvore de Causas na investigação de acidente rural. 2008. [Mestrado]. Universidade Federal de Santa Maria. Disponível em: <https://goo.gl/5kKD6q>. Acesso em: 07 jan. 2016.

NITAHARA, A. Brasil é o quarto país do mundo em acidentes, alertam juízes. [site] Agência Brasil, 2016. Disponível em: <https://goo.gl/rBeIsJ>. Acesso em: 02 jan. 2017.

OIT. ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Bureau Internacional do Trabalho.. Bureau para as Actividades dos trabalhadores. Genebra. A sua saúde e segurança no trabalho: um colecção de módulos: Introdução à saúde e segurança no trabalho. 2009. Disponível em: <https://goo.gl/z8kyTr>. Acesso em 02 jan. 2017.

PARANÁ (Estado). Corpo de Bombeiros. Capítulo 11 - Ferimentos, curativos e bandagens. s/d. Disponível em: <https://goo.gl/IzzwUu>. Acesso em: 08 jan. 2017.

SANTOS, Z. Segurança no trabalho e meio ambiente nr-9 - riscos ambientais (Atual: Programa de Controle Médico de Saúde Ambiental – PPRA). s/d. Disponível em: <https://goo.gl/3ok8VU>. Acesso em: 07 jan. 2017.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública. Polícia Militar do Estado de São Paulo. Corpo de Bombeiros. Cartilha de Orientações Básicas: Noções de Prevenção Contra Incêndio. Dicas de Segurança. 2011. Disponível em: <https://goo.gl/jRiRnH>. Acesso em: 05 jan. 2017.

SBQ. Sociedade Brasileira de Queimaduras. Primeiros socorros e cuidados. 2016. Disponível em: <https://goo.gl/5Huy4w>. Acesso em: 06 jan. 2017.

CHAVES, Andre. O que é mapa de riscos. Área SST - Saúde e Segurança no Trabalho [site] .Disponível em:<https://goo.gl/pIV2eK>. Acesso em: 23 mar. 2017.

VIAS SEGURAS. Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes de Trânsito. Estatística Nacional de Acidentes de Trânsito. 2016. Disponível em: <https://goo.gl/qhCCiw>. Acesso em: 07 jan. 2017.

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CAPÍTULO III:

PRESERVANDOO MEIO AMBIENTE NAVIDA E NO TRABALHO

ÍNDICE

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Programa Formare | AprendizGUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE 73 ÍNDICE

Olá! Neste capítulo, você vai conhecer as várias faces de um assunto muito comentado na atualidade: Preservação do meio ambiente! E ao aprimorar seu conhecimento sobre o assunto poderá contribuir de maneira eficiente com a preservação do meio ambiente dentro e fora do trabalho.

Em “Para começo de conversa” vamos apresentar conceitos como meio ambiente, ecossistema e bioma, que são básicos para a compreensão da ciência Ecologia; o sistema 5R’s, que são atitudes práticas que podem ajudar no equilíbrio ambiental e, por fim, o que é impacto ambiental.

Em “Jogando e aprendendo a jogar”, vamos apresentar o conceito de Desenvolvimento Sustentável e Sistema de Gestão Ambiental e seus elemento além de dois modelos que podem ajudar as empresas a trabalhar de forma mais ecológica: Avaliação do Ciclo de Vida e Produção Mais Limpa.

Em “Pondo os pingos nos is” você vai conhecer indicadores de impacto e desempenho ambiental, que podem ser usados por governos e empresas para avaliar as condições do meio ambiente.

Em “Saiba mais”, vamos aprofundar o conceito de Consumo Consciente, expondo estratégias para ajudar em suas tomadas de decisão como consumidor.

Em “Agora é com você”, você vai elaborar um projeto educativo sobre Preservação Ambiental, usando a técnica de workshop como estratégia.

INTRODUÇÃO

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Programa Formare | AprendizÍNDICE74 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

PARA COMEÇODE CONVERSA

Olhe ao seu redor... O que você vê? Provavelmente, sua casa, seu trabalho, sua escola ou o entorno da cidade! Você sabia que tudo isso é seu meio ambiente? Quando usamos essa expressão, pensamos logo em paisagens naturais, mas o ambiente é muito mais que isso.

Em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, celebrada em Estocolmo, capital da Suécia, definiu-se que “O meio ambiente é o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e as atividades humanas”.

O ambiente em que vivemos pode ser dividido em urbano e rural, cada um com suas características. Preste atenção nas imagens abaixo e observe as diferenças entre esses dois ambientes:

Programa Formare | Aprendiz74 ÍNDICE

Figura 1 - Centro de São Paulo – SP

Fonte: OLIVEIRA, Jurem

a. Copyrightedfree use. Disponível em

: <https://goo.gl/qc6zqG>GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

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Programa Formare | AprendizÍNDICE75 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

Figura 2 - Zona rural de Bananal – SP.

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As diferenças são grandes, não? O ambiente urbano tem como principal característica a intervenção humana, com suas construções, sistemas de locomoção, enfim, uma série de intervenções para que o ambiente seja adequado ao nosso modo de viver. Esse processo é denominado urbanização e traz como resultados não apenas uma adequação do ambiente ao humano, mas também impactos negativos sobre o ambiente natural.

Já o ambiente rural possui características opostas, com menor intervenção humana na paisagem, mas sofre com as mudanças feitas, como muitas florestas que viraram pasto para gado,nascentes e rios que foram poluídos por despejo inadequado de dejetos, resultando em áreas devastadas e, muitas vezes, de forma irrecuperável.

A ciência que estuda o meio ambiente e as relações que o homem estabelece com ele é a Ecologia. Essa palavra é formada por duas palavras gregas: oikos, que quer dizer casa, morada, e logos, que significa estudo, portanto, estudo da casa, da morada. A consciência sobre a preservação do ambiente só é possível quando entendemos que a natureza é nossa morada e nossa provedora!

Assista a "Homem" no link: <https://youtu.be/E1rZFQqzTRc> e reflita sobre o comportamento de consumo e destruição da natureza de parte da humanidade e sua repercussão na natureza.

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Programa Formare | AprendizÍNDICE76 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

JOGANDO E APRENDENDO A JOGAR

Desenvolvimento Sustentável foi definido como o desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades. Ele deve unir a busca pelo desenvolvimento econômico dos países com a preservação do ambiente.

Esse conceito pressupõe que os responsáveis pelo crescimento econômico das nações (governos e empresários) assegurem que os processos de produção de bens não destruam o ambiente, e que causem o mínimo possível de impacto ambiental, mantendo os ecossistemas viáveis, capazes de se sustentar e se perpetuar, sem reduzir a biodiversidade14 .

Além disso, espera-se que os ecossistemas consigam manter sua condição de fornecedor de energia limpa e renovável e a beleza do ambiente.

Mas, o desenvolvimento sustentável não tem um foco apenas no ambiente natural, ele também deve cuidar do ambiente social e econômico. Assim, são três os pilares do desenvolvimento sustentável: social, econômico e ambiental (TERA AMBIENTAL, 2014):

• Social: as pessoas fazem parte de todos os processos de produção de bens e serviços, possuindo diferentes papéis, sejam como

Programa Formare | Aprendiz76 ÍNDICE

13. Conjunto de todas as espécies de seres vivos existentes em determinada região ou época.

GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

14. Conjunto de todas as espécies

de seres vivos existentes em

determinada região ou época.

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trabalhadores, consumidores, fornecedores, vizinhos, diretores etc., portanto, encontram-se envolvidas direta ou indiretamente nesses processos, e, por isso devem ter garantidos seus direitos a tratamento digno e respeitoso, para que tenham vidas saudáveis e qualidade de vida.

• Econômico: para uma empresa ser sustentável, ela deve ser capaz de produzir, distribuir e oferecer seus produtos de uma forma competitiva e justa em relação aos demais concorrentes. Os governos também devem oferecer serviços e produtos de qualidade para a população, visando à promoção do bem-estar e dignidade de todos, com o menor custo econômico, visto que suas receitas provêm do trabalho da população. Empresas e governos não devem explorar recursos naturais de forma inescrupulosa.

• Ambiental: todos os processos produtivos devem prever a preservação do ecossistema em cada etapa, evitando a emissão de poluentes e reduzindo o desperdício ao longo do processo, e não agir apenas depois de causado o impacto.

Assista aos três vídeos da Organização das Nações Unidades (ONU) que abordam o desenvolvimento sustentável e os objetivos globais a ser alcançados até 2030:

• O que é Desenvolvimento Sustentável? Disponível em: <https://youtu.be/Bue5c2kpgPo>.

• O que são os objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU? Disponível em: <https://youtu.be/u2K0Ff6bzZ4>.

• Objetivos Globais da ONU: a maior lição do mundo. Disponível em: <https://youtu.be/MKH97nZXRys>.

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SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA)

Para que sejam alcançados os objetivos do Desenvolvimento Sustentável, várias metodologias foram sendo construídas por cientistas e profissionais de diversas áreas, para ajudar empresas e governos a controlar o impacto ambiental de suas ações. Uma dessas metodologias é o Sistema de Gestão Ambiental (SGA).

O SGA é o conjunto de diretrizes adotadas para a implantação e implementação15 de uma política ambiental numa empresa ou governo. Toda política ambiental deve esclarecer minimamente quais são os objetivos a serem alcançados em termos ambientais, os envolvidos, as responsabilidades de cada cargo/setor da empresa, as estratégias para se alcançar os resultados e as formas de avaliação do processo.

Estão entre os objetivos de um SGA:

• Respeitar o direito ambiental;

• Controlar os riscos para a área;

• Controlar os custos dos processos: da aquisição da matéria-prima, da transformação da matéria-prima, da produção e descarte dos dejetos;

• Diferenciar-se em relação à concorrência;

• Valorizar a imagem da empresa.

A implantação de SGA também traz benefícios às empresas, tornando-as mais competitivas no mercado, além de:

• Redução de custos, procedente da redução do consumo dos recursos naturais e dos resíduos gerados, com a consequente diminuição dos gastos com seu tratamento, armazenagem e disposição;

• Possibilidade de conquista de mercados internacionais, por adequar-se a normas de exigência comercial;

15. Implantar significa iniciar alguma coisa, e implementar significa pôr em prática essa coisa. Por exemplo, para que uma lei seja implementada, primeiramente é preciso que ela seja implantada, ou seja, promulgada, sancionada, para só então ser executada (implementada).

Fonte: <https://goo.gl/PxeczI>.

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• Cumprimento às exigências das legislações ambientais vigentes;

• Melhoria da imagem da empresa pela implantação de um modelo de administração responsável;

• Facilidade de obtenção de financiamento junto às agências financiadoras que estabelecem a necessidade de certificação ambiental (SILVA FILHO, SICSÚ; 2003).

O SGA consiste na interação de seis elementos (WIKIPEDIA, 2016):

1. Política ambiental, na qual a empresa estabelece suas metas e compromissos com seu desempenho ambiental;

2. Planejamento, no qual a empresa analisa o impacto ambiental de suas atividades;

3. Implementação e operação, que são o desenvolvimento e a execução de ações para atingir as metas e os objetivos ambientais estabelecidos pelapolítica ambiental;

4. Monitoramento e correção das ações, que implicam o monitoramento e a utilização de indicadores que asseguram que as metas e os objetivos estejam sendo atingidos;

5. Revisão gerencial, na qual o SGA é revisado pela alta administração da empresa, a fim de assegurar sua adequação e efetividade;

6. Melhoria contínua.

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Atualmente, um modelo de SGA muito utilizado é o padronizado pela ISO16 14001:2004 - Requisitos do Sistema de Gestão Ambiental, que sugere a aplicação do método Plan-Do-Check-Act (PDCA), que traduzido para o português significa Planejar-Executar-Verificar-Agir.

• Planejar: traçar os objetivos e os processos necessários para se atingir os resultados levando-se em consideração a política ambiental da empresa.

• Executar: colocar em prática os processos planejados na etapa anterior.

• Verificar: fazer o exercício de monitoramento do atendimento dos processos em relação àpolítica ambiental, objetivos, metas, requisitos legais, entre outros, e relatar os resultados.

• Agir: atuar no sentido de garantir a melhoria contínua dos processos e do sistema de gestão ambiental do empreendimento.

Outra importante normatização para a área ambiental é a ISO 14020:2002 - Rótulos e declarações ambientais, porque a rotulagem ambiental é uma ferramenta de comunicação que objetiva informar ao consumidor sobre aspectos dos produtos relacionados ao impacto ambiental que eles causam no seu processo de produção.

Figura 3 - Símbolo de material reciclável

16. ISO é a sigla de International Organization for Standardization, ou Organização Internacional para Padronização, em português. A ISO é uma entidade de padronização e normatização, e foi criada em Genebra, na Suíça, em 1947. A ISO tem como objetivo principal aprovar normas internacionais em todos os campos técnicos, como normas técnicas, classificações de países, normas de procedimentos e processos etc. No Brasil, a ISO é representada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Fonte: <https://goo.gl/CBqyiH>.

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Em relação às embalagens, a ISO 14020:2002 preconiza que os rótulos devem conter simbologias padronizadas, que informem ao consumidor qual o tipo de material usado e seu descarte adequado, indicando se o mesmo é reciclável ou não e também se foi feito de material reciclado.

Toda a série 14000 da ISO aborda aspectos da rotulagem17 e autodeclarações ambientais, a fim de padronizar as informações e certificar que as empresas estejam informando corretamente seus consumidores sobre o impacto que seus produtos causam no meio ambiente. Outras normas ligadas à rotulagem são: ISO 14021 e 14024.

Outra importante norma é a ISO 14040:2001 - Gestão ambiental, avaliação do ciclo de vida, princípios e estrutura que apresenta as normas para a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), uma técnica que auxilia na avaliação dos aspectos ambientais e potenciais impactos do processo de produção de bens ou serviços.

A ACV estuda esses aspectos e impactos ao longo da vida de um produto (isto é, do “berço ao túmulo”), desde a aquisição da matéria-prima, passando por produção, uso e disposição dos resíduos. As categorias gerais de impactos ambientais que necessitam ser consideradas incluem o uso de recursos, a saúde humana e as consequências ecológicas (NBR, 2001).

Espera-se identificar, com o uso desse método, em quais momentos do processo produtivo pode-se interferir a fim de reduzir os impactos ambientais. Outros benefícios do uso da ACV:

• Auxilia nas tomadas de decisão na indústria, organizações governamentais ou não governamentais (por exemplo, planejamento estratégico, definição de prioridades, projeto ou reprojeto de produtos ou processos);

• Ajuda na seleção de indicadores pertinentes de desempenho ambiental, incluindo técnicas de medição;

• Fundamenta ações de marketing, por exemplo, uma declaração ambiental, um programa de rotulagem ecológica ou uma declaração ambiental de produto

17. Leia mais sobre isso em A Rotulagem ambiental e o consumidor em <https://goo.gl/OvIbv9>.

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orientam os consumidores sobre quais cuidados foram tomados em relação ao meio ambiente durante a produção.

Outra forma de as empresas controlarem seus impactos ambientais é o uso do método Produção mais Limpa (PmaisL), que tem o foco na economia e maximização do uso de energia (eficiência), matérias-primas e água e ainda minimizar ou reaproveitar resíduos gerados (HINZ, VALENTINA & FRANCO, 2006).

O PmaisL deve ser desenvolvido com o foco nas melhorias contínuas nas operações da empresa, qualquer que seja sua área (de manufatura, de comércio, de serviços, além do setor primário), identificando e solucionando os problemas de ordem técnica e ambiental, demandando baixo investimento e reduzindo custos para a empresa (SILVA FILHO, SICSÚ; 2003).

Esse método tenta, assim, prevenir os problemas, agindo de forma proativa18 e não reativamente, como comumente acontece.

Para conhecer mais sobre Ecoeficiência, PmaisL e Prevenção de Poluição, veja a apresentação no link: <https://goo.gl/P1rGh2>.

18. Proatividade é o comportamento de antecipação a situações, agindo de forma a evitar problemas.

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PONDO OS PINGOS NOS IS

Para analisar o impacto que causamos no meio ambiente, podemos usar os indicadores ambientais, que são estatísticas selecionadas que descrevem aspectos do estado do ambiente, dos recursos naturais e das atividades humanas relacionadas (BRASIL, s/d.b).

Eles são ferramentas importantes que possibilitam por meio da análise sabermos quais as tendências de evolução de determinadas situações. Os indicadores devem possuir as seguintes características (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013):

• Devem permitir comparações e apontar as mudanças ocorridas no desempenho ambiental;

• Eles devem possibilitar a distinção entre áreas problemáticas e áreas com bom desempenho ambiental;

• Devem ser atualizados com regularidade para permitir a adoção de medidas em tempo hábil;

• Devem ser claros.

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São exemplos de indicadores ambientais:

• Emissões anuais de dióxido de carbono, metano, óxido de enxofre, total per capita;

• Qualidade dos rios: oxigênio diluído;

• Tratamento de águas servidas: porcentagem da população servida por estações de tratamento de esgoto;

• Acidentes industriais: quantidade, número de mortes, extensão de área contaminada.

As empresas também podem construir seus próprios indicadores ambientais, voltados para avaliação do desempenho de seus próprios ciclos de produção, visando obter dados para melhorar o desempenho e reduzir o impacto ambiental de suas atividades.

São exemplos de indicadores de desempenho ambiental:

• Indicadores de consumo de energia;

• Indicadores do uso de matéria-prima, materiais e geração de resíduos.

Existem também os Indicadores de Desenvolvimento sustentável (IDS), que são muito bem explicados no vídeo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), disponível em: <https://youtu.be/9v5aSqJ_bf8>. Você pode perceber, após assistir a esse vídeo, que indicadores que representam a qualidade de vida das pessoas são essenciais para a compreensão do impacto do ambiente na vida humana.

O Painel Nacional de Indicadores Ambientais (BRASIL, 2012) apresenta diversos indicadores de como está a situação no país em relação ao ambiente. Observe alguns deles:

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Programa Formare | AprendizÍNDICE85 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

Gráfico 1 - Participação de fontes renováveis na matriz energética nacional

Gráfico 2 - População urbana com acesso a serviços de coleta de esgoto sanitário (2006-2011)

Fonte: BRASIL, 2012.

Fonte: BRASIL, 2012.

O Gráfico 1 apresenta um indicador relacionado a mudança climática, expondo o uso de fontes renováveis de energia (quer dizer, onde não haja queima de combustíveis fósseis).

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O Gráfico 2 aponta que existe uma leve tendência a aumentar a cobertura da rede de esgoto no país, mas as regiões Norte e Nordeste são as que mais sofrem com a falta de rede de esgoto. Isso não prejudica apenas o ambiente, onde o esgoto é despejado sem tratamento e de forma inadequada, mas também as populações humanas, que estão mais vulneráveis ao adoecimento devido àfalta de saneamento básico.

Para conhecer outros indicadores ambientais, acesse o PNIA 2012 na íntegra, disponível no link: <https://goo.gl/cSA9mq>.

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SAIBA MAIS

Todos os ambientes são formados por ecossistemas, que vamos conhecer agora!

Ecossistemas são unidades naturais, que têm entre seus componentes parte não viva (água, gases atmosféricos, sais minerais e radiação solar) e parte viva (plantas e animais, incluindo os microrganismos) que interagem ou se relacionam entre si, formando um sistema estável. Os ecossistemas são divididos em ecossistemas terrestres e ecossistemas aquáticos.

Um exemplo de ecossistema são os mangues19 ou manguezais, sistemas de transição entre os ambientes terrestre e marinho, que são característicos de regiões tropicais e subtropicais, sujeitos ao regime das marés.

Programa Formare | Aprendiz87 ÍNDICE

ECOSSISTEMA E BIOMAS

19. Para conhecer mais sobre os mangues, veja o

vídeo em <https://goo.gl/aHH0MW>.

Figura 4 - Árvores do mangue

Fonte: WO

LFF, Louise. CC-BY-SA-3.0 Disponível em

: <https://goo.gl/rrcFNA

>.

GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

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Os ecossistemas possuem modo de funcionamento muito parecido, saiba mais detalhes assistindo ao vídeo Como funciona um ecossistema em <https://youtu.be/VO0z1u7YPxA>, para compreender as relações entre as partes vivas e não vivas.

Além dos ecossistemas, existem os biomas, que são agrupamentos de tipos de vegetação em escala regional, isto é, que ocupam espaços contínuos e têm condições climáticas parecidas. Um bioma pode ser composto por vários ecossistemas com características semelhantes.

O Brasil possui muitos biomas, para conhecê-los melhor, viaje pelo país com o vídeo Biomas Brasileiros, do Centro de Divulgação Científica e Cultural da USP, disponível em: <https://youtu.be/0dlXce3s4mo>.

Apesar de as palavras bioma e ecossistema serem usadas, às vezes, como sinônimas, elas são diferentes, pois para um bioma, o que interessa são as características do meio físico, não a relação entre os seres vivos e a parte não viva que nele acontecem.

Hoje em dia, fala-se muito no ecossistema urbano20, mas o que ele é afinal? Apesar de construídos pelo homem, como vimos anteriormente, os ecossistemas urbanos podem ser vistos como organismos entre os quais acontecem muitas interações, mas que também interagem com outros ecossistemas.

Por exemplo, é possível viver sem água nas cidades? Não, então, essa água deve vir de algum lugar, de outro ecossistema, geralmente natural, assim como a matéria-prima para a construção de quase tudo em uma cidade, casas, carros, roupas etc., que, depois de transformada, virará produto que, por sua vez, será consumido e descartado.

20. Conheça mais sobre o desmatamento da Amazônia no site: <https://goo.gl/z519TZ>

Figuras 5 e 6 - Efeitos do descarte inadequado de resíduos na natureza. O crescimento desenfreado das cidades aumenta o consumo de bens, causando impactos ambientais, que são oriundos tanto dos processos de produção quanto da destinação do lixo.

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Programa Formare | AprendizGUIA DO ALUNO: INFORMÁTICA APLICADA

ÍNDICE89

As necessidades cada vez maiores de produtos resultam no consumo predatório dos recursos naturais e no aumento de dejetos poluentes do ambiente, levando a uma degradação ambiental que tem sido motivo de grande preocupação para as populações humanas, pois os recursos naturais são finitos.

CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

Para que um ecossistema possa funcionar adequadamente, é preciso a interação entre a parte não viva (abiótica) do sistema com a parte viva (biótica), o que acontece por meio dos Ciclos Biogeoquímicos.

A compreensão dos ciclos biogeoquímicos começa a partir do seu próprio nome: bio (seres vivos - plantas e animais), geo (parte geológica e geográfica) e químicos (substâncias químicas). Nesses ciclos, os elementos químicos presentes na natureza são continuamente reciclados, garantindo a sobrevivência de todo ecossistema.

Cada elemento químico possui um ciclo biogeoquímico diferente, que envolve todos os elementos do ecossistema. O desequilíbrio de qualquer parte (biótica ou abiótica) causa impactos em todos os elementos.

Para que esses ciclos aconteçam, é necessária a existência de (SANTOS, s/d):

• Reservatório do elemento químico (atmosfera, hidrosfera ou crosta terrestre);

• Seres vivos;

• Movimentação do elemento químico pelo meio ambiente e pelos seres vivos de um ecossistema.

Os ciclos podem receber a interferência humana que, por meio de suas atividades, altera as características dos ecossistemas, provocando impactos ambientais muitas vezes irreversíveis. Existem vários ciclos dos elementos químicos, mas, aqui, vamos nos concentrar no ciclo da água, carbono e oxigênio.

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O CICLO DA ÁGUA (H2O)

O ciclo da água pode ser dividido em pequeno e grande ciclo. No pequeno ciclo, a água líquida da superfície terrestre e dos mares se evapora por ação do calor do sol, subindo até as partes mais frias da atmosfera, onde se condensa, virando líquido novamente e se precipitando sobre a superfície na forma de chuva, granizo ou neve.

Observe essa movimentação da água na Figura 7.

Figura 7 - Ciclo da água (H2O)

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No grande ciclo, além dessas fases, devemos considerar que todos os seres vivos consomem e liberam água para o meio, pela evaporação, transpiração, eliminação de urina e fezes e decomposição.

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O CICLO DO CARBONO (C)

O CICLO DO OXIGÊNIO (O)

O carbono está presente na atmosfera e na hidrosfera, na forma de dióxido de carbono (CO2). Ele é liberado para o meio por meio da combustão de restos vegetais e da respiração de animais e plantas. O CO2 é absorvido pelas plantas que possuem clorofila, que fazem a fotossíntese da planta, quer dizer, produzem celulose e amido a partir das interações químicas em que o CO2 está presente. Uma parte desse gás é liberada pelas plantas para a atmosfera depois do processo de fotossíntese.

O CO2 é absorvido pelos animais por meio da ingestão de plantas, e é novamente liberado para a atmosfera depois que eles morrem e sofrem a decomposição. Os animais também liberam CO2 na atmosfera pela respiração, pois ele é o produto final do processo de trocas gasosas.

Outra importante fonte de CO2 é a queima dos combustíveis fósseis (petróleo), que liberam toneladas de gás carbônico, entre outras substâncias tóxicas para a atmosfera, sendo a principal causa de poluição21 do ar.

Para saber mais sobre cada um desses ciclos, você pode assistir à videoaula do Prof. Paulo Jubilut, disponível em: <https://youtu.be/yFwR1L3rfx8>.

21. Saiba mais sobre poluição atmosférica e seus efeitos na saúde humana no link: <https://goo.gl/ieGHFj>.

O oxigênio (símbolo O) é o elemento químico mais abundante na natureza, estando, portanto, presente em todos os ambientes do planeta. Ocupa na atmosfera aproximadamente 21% em volume, circulante na forma gasosa; 98% dissolvidos na hidrosfera (ambiente aquático: lagos, rios, mares, oceano e geleiras polares) e constituindo 47% da litosfera (parte sólida da crosta terrestre). Dessa forma, o seu ciclo envolve a totalidade do meio ambiente (RIBEIRO, s/d).

O oxigênio pode ser liberado para a atmosfera através da fotossíntese das plantas clorofiladas, que é a principal forma de liberação de oxigênio para a atmosfera. O oxigênio também é absorvido pelos animais e seres humanos em sua respiração, e é essencial, pois participa de inúmeras reações químicas nesses organismos. Assista ao vídeo sobre o Ciclo do Oxigênio em: <https://youtu.be/ha4MgSCmCEI>.

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CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

O alto consumo dos recursos naturais está relacionado com nosso modo de vida moderno. Cada vez mais são "fabricadas" necessidades para as pessoas, que se sentem vazias se não consomem, se sentem excluídas da sociedade. Vivemos hoje, no que se denomina Sociedade do Consumo, onde ter é mais importante que ser. Para entender melhor esse processo, assista Materialismo e Consumismo destroem a sociedade, disponível em: <https://youtu.be/yXaqZ6GBnhw>.

A importância dada aos bens materiais, acima das relações humanas e do homem com a natureza22, faz com que aumentem a produção e o consumo de itens, muitas vezes, desnecessários. Vamos pensar no nosso dia a dia: a cada ano, saem dezenas de lançamentos de telefones celulares com múltiplas funções, e somos bombardeados pelas propagandas de que devemos trocar aquele que já possuímos, pois ele está "ultrapassado". Realmente é preciso trocar de celular todos os anos? Um celular novo todo ano nos fará mais inteligentes, carismáticos e bonitos?

Toda a produção de mercadorias impacta o meio ambiente, desde o processo de extração de e de transformação da matéria-prima, resultando em poluentes e dejetos contaminantes, além da emissão de gases tóxicos na atmosfera, passando pela comercialização, até o descarte daquilo que já é considerado obsoleto.

Muitas instituições, principalmente organizações não governamentais (ONGs), têm atuado de forma a conscientizar as pessoas sobre a necessidade de preservação do ambiente, tanto educando as pessoas para comportamentos mais ecológicos, quanto participando da formulação de políticas públicas voltadas para as questões ambientais.

22. Assista ao vídeo Ética e sustentabilidade com o filósofo Mario Sérgio Cortella, disponível em: <https://youtu.be/ZFmZla35Ero>, sobre nossas relações com o ambiente e o mundo.

Políticas públicas são o conjunto de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou indiretamente, com a participação de entes públicos ou privados, que visam assegurar determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para determinado segmento social, cultural, étnico ou econômico.

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Programa Formare | AprendizÍNDICE93 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

Algumas ONGs possuem atuação global, como a World Wide Fund for Nature - WWF (<http://www.wwf.org.br/>) e o Greenpeace (<http://www.greenpeace.org.br/>), entre outras locais, como a Fundação SOS Mata Atlântica (<https://www.sosma.org.br/>).

VIVENDO DE FORMA MAIS HARMÔNICA COM A NATUREZA

As ações de preservação do ambiente podem ser realizadas por todas as pessoas e empresas, pois, mesmo que sejam simples, se somadas umas às outras, podem repercutir localmente.

A mudança de comportamento em relação ao ambiente começa com uma decisão individual. Ao tomarmos consciência de nossos comportamentos, podemos começar a alterá-los de forma positiva.

Uma boa forma de iniciar essa mudança é conhecendo e praticando a Política dos 5R’s: Reduzir, Repensar, Reaproveitar, Reciclar e Recusar.

Vamos refletir um pouco sobre o assunto, revendo o significado de cada um dos 5R’s da educação ambiental? Ele está disponível em: <https://youtu.be/LKJM3DCmraM>

• Repensar: sempre ao fazer uma compra, pergunte-se antes se precisamesmo desse produto, se ele é uma necessidade ou um capricho. Quando começamos a nos questionar sobre nossas escolhas, refletimos sobre elas e muitas vezes percebemos que aquilo que queremos tanto não nos fará falta.

• Recusar: recusar materiais desnecessários que não sejam biodegradáveis, como sacolas e copos de plástico e aqueles que têm processos produtivos que geram poluição.

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• Reutilizar/reaproveitar: pensar sobre as coisas que você pode reutilizar, como envelopes velhos, jornais, sacolas plásticas etc. Doar, trocar ou vender objetos pessoais como vestuário, móveis e brinquedos. A reutilização de itens reduz o número de coisas novas que você precisa comprar e, portanto, reduz a quantidade de resíduos que se produz.

• Reduzir: reduzir o lixo e o consumo de energia. Escolha produtos que mesmo sendo um pouco mais caros sejam mais duráveis e economizem mais energia, como no caso das lâmpadas de LED.

• Reciclar: reciclagem envolve a transformação de materiais usados, indesejados em novos produtos para evitar o desperdício de materiais potencialmente úteis. Apesar das estratégias utilizadas para reciclagem não serem o caminho ideal para a sustentabilidade e a redução das emissões de CO2, elas fazem sentido no que diz respeito à conservação dos recursos naturais escassos.

A política dos 5R's deve priorizar a redução do consumo e o reaproveitamento dos materiais em relação à sua própria reciclagem. As vantagens dessas práticas estão na redução do (a) (BRASIL, s/d):

• Extração de recursos naturais;

• Dos resíduos nos aterros e o aumento da sua vida útil;

• Dos gastos do poder público com o tratamento do lixo;

• Do uso de energia nas indústrias e intensificação da economia local (sucateiros, catadores etc.) (MMA, s/d).

Ainda não está convencido a mudar seus hábitos? Assista a O futuro que queremos, no link: <https://youtu.be/dr5dueiANhI> e pense mais um pouco.

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Programa Formare | AprendizÍNDICE95 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

Esse vídeo traz o conceito de Pegada Ecológica, que é o impacto, rastros ou as consequências deixadas pelas atividades humanas (comércio, indústria, agricultura, transportes, consumo) no meio ambiente. Quanto maior a pegada ecológica de uma atividade, maiores os danos causados no meio ambiente.

Você pode calcular a sua pegada no site Pegada Ecológica <https://goo.gl/wn767I>!

OS IMPACTOS AMBIENTAIS

[...] Águas escuras dos rios Que levam a fertilidade ao sertão Águas que banham aldeias E matam a sede da população [...] “Planeta Água”21, de Guilherme Arantes.

Essa música é muito bonita e mostra a importância da água para a vida no planeta. Mas a água doce, a mais consumida pelas populações, está em risco. Calcula-se que cerca de 3% do total de água do planeta seja doce e essa pequena porcentagem está em risco, pois o ritmo de poluição das nascentes, rios e aquíferos23 não para de crescer.

Veja no quadro abaixo quanto de água se usa para as atividades humanas:

ATIVIDADE CONSUMO DE ÁGUA

Agricultura 69%

Indústria 21%

Uso doméstico 10%

Quadro 1 - Atividades humanas e consumo de água

21. Escute a música no link: <https://youtu.be/oPwnAq2xMUg>.

23. Um aquífero é uma formação ou grupo de formações geológicas que pode armazenar água subterrânea.

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No uso doméstico, pode-se dividir a quantidade para cada atividade:

• Limpeza: 5%

• Cozinhar e beber: 10%

• Lavagem de roupa: 20%

• Descarga: 30%

• Higiene pessoal: 35%

Você pode calcular sua Pegada hídrica (o quanto consome de água) no site: <https://goo.gl/Pwnvl4>. A partir do resultado, pesquise formas de economizar água no seu cotidiano. Aproveite o teste e leia a matéria sobre a Crise da Água (<https://goo.gl/RIr5J9>) evento recente que obrigou a população a repensar seu padrão de uso e os governos sobre melhoras formas de gestão da água.

As águas sofrem impacto das atividades humanas de diversas formas: despejo de lixo e esgoto diretamente nos rios, sem tratamento; construção de moradias em área de mananciais, uso inadequado pela indústria alimentícia e agropecuária (são gastos 15.000 litros de água para cada quilo de carne produzido, e 70 litros para um 1litro de refrigerante!).

Outro importante impacto da vida humana no ambiente é a poluição do ar. Os principais responsáveis por isso são os veículos automotores e as indústrias. Os países desenvolvidos, com maior parque industrial, são os maiores poluidores do mundo, seguidos daqueles que estão em desenvolvimento (e devastando o ambiente para chegar ao tão esperado "desenvolvimento"!). A principal causa da emissão de gases poluentes é a queima de combustíveis fósseis, como os derivados de petróleo.

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Figura 8 - Emissão de gases estufa na atmosfera, por país em 2000

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O mapa acima mostra a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, em megatoneladas de CO2, que cada país do mundo emite, por meio da queima de combustíveis fósseis e emissão de outros gases de fontes diversas. Perceba que os países altamente industrializados são os que mais emitem gases de efeito estufa.

O aumento de gás carbônico na atmosfera em conjunto com a destruição da camada de ozônio (camada de gases que protege nosso planeta do excesso de radiação ultravioleta) é uma das causas do aquecimento global, que é elevação da temperatura na superfície da Terra.

Os impactos do aquecimento global são muitos: chuvas torrenciais resultando em enchentes, períodos de seca extrema, perda de colheitas, redução da água potável, entre outros. A Organização das Nações Unidades (ONU) estima que os países mais afetados são aqueles em desenvolvimento, pois tem baixa capacidade para enfrentar os problemas decorrentes das mudanças climáticas.

Substituir as fontes de energia por fontes limpas é essencial. Luz solar e vento são fontes de energia renováveis e limpas, com baixo impacto ambiental. A China

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é a primeira colocada no mundo em produção de energia eólica (produzida pelo vento). Veja na imagem abaixo os moinhos que capturam a energia dos ventos.

Figura 9 - Parque eólico

Fonte: PRADELLD

ELATEIXETA. CC BY-SA 3.0. Disponível em

: <https://goo.gl/UXekQ

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A ação humana também contamina o solo24 com metais pesados, alterando a sua composição química e física. A poluição do solo pode acontecer de forma direta, por exemplo, com descarte inadequado de resíduos em aterros clandestinos ou por meio da chuva e água contaminadas. Resíduos de pesticidas e outros venenos usados na agricultura também são grandes contaminantes do solo.

24. Conheça a situação brasileira em relação ao uso de agrotóxicos lendo o Dossiê ABRASCO: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde, no link: <https://goo.gl/HPoKrh>.

DESCARTE DE RESÍDUOS

O descarte inadequado de resíduos é um dos maiores geradores de impactos ambientais negativos. Os resíduos possuem características diferentes, trazendo riscos diversos. Podem ser classificados em:

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• Resíduos tóxicos: os mais perigosos e podem provocar a morte dependendo da concentração; provocam diversas reações maléficas no organismo. São gerados pelas indústrias produtoras de resíduos de cianetos, cromo, chumbo e fenóis.

• Resíduos minerais: relativamente estáveis, correspondem às substâncias químicas minerais, e alteram as condições físico-químicas e biológicas do meio ambiente. São gerados por mineradoras, metalúrgicas, refinarias de petróleo.

• Resíduos orgânicos: as principais fontes desses poluentes são os esgotos domésticos, os frigoríficos, laticínios etc. Esses resíduos correspondem à matéria orgânica potencialmente ativa, que entra em decomposição ao ser lançada no meio ambiente.

• Resíduos mistos: possuem características químicas associadas às de natureza biológica. As indústrias têxteis, lavanderias, indústrias de papel e borracha são responsáveis por esse tipo de resíduo lançado na natureza.

• Resíduos radioativos: esse tipo de poluente contém isótopos radioativos, é um lixo atômico capaz de emitir radiações ionizantes e altamente nocivas à saúde humana (SOUZA, s/d).

Figura 10 - Aterro sanitário. “Lixão”. Centenas de pessoas e famílias vivem da catação de materiais recicláveis nos aterros e muitas outras consomem alimentos encontrados no lixo.

Fonte: Senado Federal - Lixão da Estrutural, CC BY 2.0. Disponível em: <https://goo.gl/OwatkY>.

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Reduzir a emissão de resíduos no ambiente deve ser o objetivo não apenas das empresas, mas de todas as pessoas.

Mas como podemos melhorar a situação do ambiente em nosso mundo? Além das pequenas mudanças em nosso cotidiano, é preciso pensar em larga escala, pensar em termos de comunidades, cidades e países e planeta.

O CONSUMO CONSCIENTE

Além das medidas tomadas pelas empresas visando à redução de impacto, você também pode ampliar suas ações voltadas para a preservação do nosso ambiente, e a ferramenta para isso é conhecimento sobre o consumo consciente.

O consumo consciente é o ato de adquirir e/ou usar bens de consumo, serviços alimentos e recursos naturais sem exceder nossas necessidades. Todo consumo causa um impacto no mundo, de forma positiva ou negativa. Como consumidores, podemos aumentar os impactos positivos e reduzir os negativos, basta refletir mais sobre nossas escolhas.

O consumidor consciente é aquele que coleta informações sobre o que está comprando e sobre o impacto desse produto na natureza e nas populações humanas. Por exemplo, o trabalho análogo ao escravo é explorado por muitas confecções e lojas de roupas. É digno promover essa situação, comprando dessas lojas?

A ONG Repórter Brasil, que atua na investigação e denúncia do trabalho escravo no Brasil, desenvolveu um aplicativo que ajuda o consumidor a identificar redes de lojas que em algum momento da sua produção utiliza trabalho escravo, de forma direta ou indireta. Para baixar o aplicativo Moda Livre, acesse <https://goo.gl/Sb5E8F>. Aproveite e leia a matéria sobre os escravos da moda, no mesmo link.

Ao pesquisarmos as empresas que produzem as coisas que compramos, passamos a compreender seus processos produtivos e os impactos no ambiente, e nossa

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recusa em comprar de marcas que degradam o meio ambiente força as empresas a mudarem sua forma de produzir e comercializar bens, reduzindo, assim, a poluição e a degradação.

Várias organizações não governamentais (ONGs) trabalham com a conscientização das pessoas para o ato do consumo, sendo exemplos o Instituto Akatu25 , que oferece em sua página um teste para saber se somos consumidores conscientes. Faça o teste no link: <http://tcc.akatu.org.br/>. Assista também ao vídeo Como consumir de forma consciente, no mesmo site <https://goo.gl/AJG6wO>.

Lembra-se dos 5R’s estudados logo no começo desse capítulo? Um deles ensinava a Reutilizar e Reaproveitar. Existem várias comunidades virtuais que ajudam pessoas que querem trocar objetos que não usam mais em casa. Para isso, acesse o site Greenest Post (<https://goo.gl/bBlzGJ>), que traz uma lista de outros sites que podem ajudar você a trocar coisas que não tenham mais utilidade na sua casa por outras que você deseja!

Figura 11 - Comportamentos antiecológicos. Algumas posturas individuais frente ao ambiente podem causar impactos negativos; e outras pequenas mudanças que visam à melhoria do meio ambiente somam-se e provocam impactos positivos.

25. A palavra Akatu vem do tupi e significa, ao mesmo tempo, semente boa e mundo melhor.

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A DESIGUALDADE SOCIAL E O MEIO AMBIENTE

Até aqui, vimos como o homem pode interferir no meio ambiente, causando impactos negativos no meio natural. Agora, vamos falar dos impactos que os modos de produção de bens produzem nos homens, pois isso fecha o ciclo para ajudar na compreensão de que as questões ambientais não podem andar separadas das questões sociais.

Os produtores de bens de consumo e serviços, de modo geral, optaram durante muitos anos por um modelo de produção com visão monetária, de lucros altos, baixo investimento e retorno rápido e pouca ou nenhuma preocupação com as pessoas envolvidas em seus processos, e muito menos com o meio ambiente.

São vários os exemplos desse comportamento predatório, ambiental e social: grandes fazendas de gado onde se desmata sem controle para dar pasto ao gado; fazendas produtoras de carvão onde se explora a mão de obra infantil e escrava; instalação de fábricas em locais de preservação ambiental; expulsão de indígenas de suas terras para a exploração de madeira; poluição de rios urbanos pelo descarte inadequado de resíduos industriais e domésticos; exploração de trabalhadores, com jornadas de trabalho extenuantes e pagamento irrisório, entre centenas de outros exemplos.

Todas essas situações resultam no aumento da desigualdade social, que faz com que as pessoas não tenham poder sobre suas vidas (você se lembra do conceito de empoderamento, do primeiro capítulo?) e percam parte da sua capacidade de desenvolvimento pessoal e social, pois não possuem acesso aos meios básicos para garantir sua subsistência: educação, saúde, moradia, lazer, essenciais, entre outros.

A desigualdade social desequilibra o ecossistema de diversas formas, pois o homem faz parte do ecossistema, e quando não consegue sobreviver com dignidade, acaba afetando o meio natural de forma negativa, pois pensa apenas na sua sobrevivência imediata. Por exemplo, todos precisam de um lugar para morar, se as pessoas não conseguem habitação em locais seguros, elas vão construir em morros, áreas de mananciais e outros locais inseguros, colocando suas famílias em risco e o meio ambiente também.

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Lutar contra a desigualdade social é lutar pela preservação ambiental, pois pessoas com melhor qualidade de vida têm mais saúde e conhecimento para cuidar do meio ambiente.

O poema "O bicho", de Manuel Bandeira, nos ajuda a refletir sobre a desigualdade social e suas consequências:

O bicho

Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem.

Figura 12 – Morador de rua. SP. Enquanto não houver justiça e equidade social, não alcançaremos os objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

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Programa Formare | AprendizGUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE 104 ÍNDICE

AGORA É COM VOCÊ

Programa Formare | Aprendiz104 ÍNDICE

Agora, chegou o momento de partilhar seus conhecimentos. Sua atividade de síntese será criar um workshop para falar sobre Comportamentos Sustentáveis para um grupo de amigos ou colegas de trabalho.

O que é um workshop? É uma estratégia de compartilhamento de conhecimento que prevê a participação intensa do público e entre seus objetivos está aprofundar o conhecimento sobre um determinado assunto de forma mais prática. Essa dinâmica se divide em três momentos: exposição, discussão em grupo ou equipes e conclusão.

Para um workshop ter sucesso e alcançar seu objetivo, é preciso preparar o encontro antecipadamente, planejando cada etapa com detalhes e prevendo contratempos. Você deve planejar duas coisas diferentes: o evento em si e depois o workshop propriamente dito, com o conteúdo a ser apresentado e estratégias de apresentação.

Para planejar sua exposição, você deve primeiro escolher o tema que será abordado: Política dos 5R’s, Poluição Ambiental, Desenvolvimento Sustentável, ou qualquer outro tema abordado neste capítulo e estudar muito bem o conteúdo que irá apresentar, conhecendo todos os seus aspectos. Como um workshop é uma estratégia que prevê uma exposição e discussão em grupo, você não precisa planejar uma aula longa, mas deve ter o cuidado de expor de forma sucinta o tema e seus principais aspectos, abrindo o caminho para o questionamento que irá propor para a discussão em grupo.

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Organize sua fala, começando pela estratégia de exposição (aula expositiva26, preleção dialogada27), os recursos audiovisuais que irão apoiar sua fala (vídeos, apresentação em PowerPoint, músicas,imagens etc.) e os equipamentos que usará (projetor, alto-falantes, flipchart, lousa etc.) com antecedência.

Lembre-se que ao usar recursos audiovisuais, eles devem complementar sua fala, nunca substituí-la. Um exemplo de bom uso de recursos audiovisuais está no filme Uma verdade inconveniente, que você pode achar na internet.

Você pode usar a seguinte tabela para organizar sua fala:

TEMA TEMPO ESTRATÉGIAS RECURSOS AUDIOVISUAIS EQUIPAMENTOS

Ao fazer o planejamento da exposição, lembre-se de que sua fala de abertura deve terminar com um questionamento, que deve ser discutido pelos ouvintes. Essa discussão pode ser feita pelo grupo todo ou em subgrupos, nesse último caso, cada subgrupo deve apresentar de forma resumida o resultado de sua discussão aos demais.

Para finalizar o workshop, você, o apresentador28, deve fazer uma síntese de todas as ideias e propostas apresentadas, o que pode ser feito usando o flipchart, quadro negro ou lousa digital.

28. Para aprender a usar bem recursos audiovisuais, acesse os links indicados abaixo e aprenda mais: <https://goo.gl/obfsVW> e <https://goo.gl/sIamOT>

Figura13 - Flip chart

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26. Em uma aula expositiva, somente o apresentador fala, deixando a participação do público para o final.

27. Em uma preleção dialogada, o expositor solicita a participação do público, para que ele questione e opine sobre o que está sendo apresentado, participando da exposição.

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Se você for muito tímido ou tiver vergonha de falar em público, assista ao vídeo de Kátia Campello, Como Falar em Público? Técnicas de Oratória, do Endeavor Brasil, disponível em: <https://youtu.be/G_CsArW2NFo>. Ele vai ajudar você a se preparar para a apresentação.

Agora, vamos conhecer as etapas do planejamento do evento:

1. Defina quem irá participar (colegas de trabalho, familiares, companheiros de aula etc.) e o número de pessoas que irão participar (não se esqueça de ter em mente o tamanho do local onde o evento acontecerá);

2. Defina data e horário, prestando atenção para não agendar em datas que impeçam as pessoas de participarem, como feriados e outras datas comemorativas. O tempo ideal para um workshop é de cerca de três horas, então, não marque um horário da manhã que atrapalhe o almoço das pessoas, nem tão tarde que as atrase para ir embora;

3. Defina o local onde o workshop acontecerá, considerando que o workshop prevê discussão em grupo, então, a disposição das cadeiras deve oferecer a chance de interação entre as pessoas; outros importantes aspectos relacionados ao local são as condições térmicas (temperaturas muito quentes ou frias desconcentram as pessoas), iluminação, ventilação, ruídos externos também podem atrapalhar a concentração do grupo;

4. Solicite com antecedência todos os equipamentos de que irá precisar (projetor, computadores, alto-falantes, microfone etc.);

5. No dia da apresentação, chegue mais cedo para organizar o ambiente e testar sua apresentação, verificando se todo equipamento está funcionando e se os recursos audiovisuais que você planejou usar também estão funcionando.

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Figura 14 - Workshop. A preparação do espaço é essencial para garantir a participação de todos na atividade educativa.

Para mais informações, leia Como preparar um workshop em <https://goo.gl/JG1GIQ>.

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, L.O. Ciclo do Oxigênio. Infoescola [site]. 2014. Disponível em: <http://www.infoescola.com/biologia/ciclo-do-oxigenio/>. Acesso em: 12 jan. 2017.

BRASIL. MMA. Ministério do Meio Ambiente. A política dos 5RS. s/d. Disponível em: <https://goo.gl/kMPCe4>. Acesso em: 10 jan. 2017.

. MMA. Ministério do Meio Ambiente. Indicadores ambientais. s/d.b. Disponível em: <https://goo.gl/imTBnw>. Acesso em: 10 jan. 2017.

. MMA. Ministério do Meio Ambiente. Painel Nacional de Indicadores Ambientais. 2013. Disponível em: <https://goo.gl/kSh2C1>. Acesso em: 15 jan. 2017.

HINZ, R. T. P.; VALENTINA, L.V.D.; FRANCO, A.C. Sustentabilidade ambiental das organizações através da produção mais limpa ou pela Avaliação do Ciclo de Vida.

Estudos tecnológicos. 2006. v.2, n.2, p.:91-98. Disponível em: <https://goo.gl/qAQADm>. Acesso em: 23 mar. 2017.

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Programa Formare | AprendizGUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE 108 ÍNDICE

NBR.ISO 14040 Gestão ambiental - Avaliação do ciclo de vida - Princípios e estrutura. 2001. Disponível em: <https://goo.gl/onhMwH>. Acesso em: 12 jan. 2017.

PORTAL EDUCAÇÃO. Indicador ambiental - conceito. 2013. Portal Educação[site]. Disponível em: <https://goo.gl/8KTsd6>. Acesso em: 13 jan. 2017.

RIBEIRO, K.D.K. LIMA, M.A.C.S. Ciclo da água. Mundo Educação [site]. s/d. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/ciclo-agua.htm>. Acesso em: 15 jan. 2017.

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SILVA FILHO, J.C.G.; SICSÚ, A.B. Produção Mais Limpa: uma ferramenta da Gestão Ambiental aplicada às empresas nacionais. XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção - Ouro Preto, MG, Brasil, 21 a 24 de out de 2003. ENEGEP, 2003. ABEPRO. Disponível em: <https://goo.gl/tHucBW>. Acesso em: 15 jan. 2-17.

SOUZA, L.A. Impactos Ambientais. Brasil Escola [site]. s/d. Disponível em: <https://goo.gl/OuadRx>. Acesso em: 13 jan. 2017.

TERA AMBIENTAL. Entenda os três pilares da Sustentabilidade. 2014. [site]. Disponível em: <https://goo.gl/9nKuyz>. Acesso em: 10 jan. 2017.

WIKIPEDIA. Sistema de Gestão ambiental. Disponível em: <https://goo.gl/nYlxpo>. Acesso em: 09 jan. 2017.

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GUIA DO ALUNO: INFORMÁTICA APLICADA ÍNDICE

CAPÍTULO IV:

REVENDO AS SITUAÇÕES/PROCESSOS PELO OLHAR DA QUALIDADE

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Programa Formare | AprendizGUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE 110 ÍNDICE

Neste capítulo, você vai entrar em contato com os conteúdos teóricos que vão ajudá-lo no desenvolvimento da competência Participar de processos da melhoria da Qualidade.

Em “Para começo de conversa”, vamos começar a refletir sobre o conceito de Qualidade e suas implicações no mundo do trabalho.

Em “Jogando e aprendendo a jogar”, você conhecerá quais as normas internacionais que ajudam as empresas a melhorar seus processos de Qualidadeesuas ferramentas, instrumentos que ajudam no planejamento, execução e avaliação dos processos de produção e, consequentemente, na melhoria da Qualidade.

Em “Pondo os pingos nos is”,serão apresentadas as ferramentas da Qualidadequepodem ser usadas para fazer análise de processos produtivos.

Em “Saiba mais”, você vai conhecer os princípios da Qualidade Total e os requisitos para o Sistema de Gestão da Qualidade.

Em “Agora é com você”, deverá aplicar as ferramentas de Qualidade para melhorar alguma atividade que realiza em seu cotidiano.

INTRODUÇÃO

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PARA COMEÇODE CONVERSA

Programa Formare | Aprendiz111 ÍNDICE

Qualidade... Qualidade... Qualidade...

Essa palavra é usada por inúmeras pessoas, várias vezes ao dia, de muitas formas diferentes:

"Sicrano é um jogador de qualidade.";

"Essa bolsa é de qualidade ruim.";

"Essa pessoa possui qualidades e defeitos.".

Podemos perceber nessas frases dois significados para a palavra qualidade, ou seja, qualidade como sinônimo de uma característica boa, e, também, como um atributo, que pode ser bom ou ruim.

Para o consumidor, qualidade pode estar relacionada a múltiplos fatores influenciados pela cultura, como percepções e experiências pessoais, ou pelas próprias características e funções do produto, entre outros.

Imagine a seguinte situação: você e uma amiga vão a um restaurante. Chegando lá, o garçom atende prontamente para tirar o pedido. Ele brinca com vocês, faz piada, elogia sua amiga, dizendo que ela é muito bonita e finalmente tira o pedido. Logo que ele sai, você tem a impressão que ele é um profissional muito simpático, e sua amiga o acha um chato atrevido. Essas percepções vão influenciar na avaliação da qualidade do serviço, sendo bem possível que cada uma de vocês chegue a uma conclusão diferente sobre o atendimento que foi prestado. Sendo assim, podemos

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afirmar que qualidade pode ser algo subjetivo, que é percebido de forma diversa de pessoa para pessoa.

Para as empresas, qualidade pode ter outros significados além desses, e entre os principais estão a satisfação do cliente com o produto ou serviço29 entregue, produção de algo com melhor relação custo x benefício e oferta de produtos/serviços diferenciados em relação a empresas similares. Para as empresas, qualidade está sempre relacionada ao nível de excelência do seu produto ou serviço.

Assista ao vídeo Processo de fabricação da Coca-Cola em <https://goo.gl/mBk10O>. Agora, reflita com mais profundidade sobre o que é Qualidade para uma empresa.

Para as empresas, buscar Qualidade para seus produtos e serviços é uma questão de sobrevivência, em um mercado tão complexo e com tanta concorrência. Para alcançar esse objetivo, foi desenvolvida a estratégia denominada Qualidade Total.

Essa é uma estratégia de gestão, que envolve profissionais de diferentes qualificações técnicas, em que são usadas diversas ferramentas voltadas para todos os níveis hierárquicos e setores de uma empresa, incluindo não apenas o pessoal interno, mas também fornecedores e clientes. Seu foco é a aplicação de processos de Qualidade na empresa como um todo, visando à redução de desperdício (de materiais e tempo) e melhoria dos resultados (produtos e serviços entregues).

Toda empresa, não importa seu tamanho, pode e deve usar os princípios de Qualidade em sua cadeia produtiva. Por exemplo, uma microempresária que faz e vende doces e bolos para festas deve usar, como forma de manter a Qualidade de seus produtos, a pesagem de todos os ingredientes que usa em uma receita, pois assim garante que não haverá variação no sabor de seus doces.

O conceito de Qualidade foi evoluindo através do tempo, para conhecer como isso aconteceu nas empresas, assista à série de vídeos sobre Evolução Histórica da Gestão da Qualidade:

29. Aqui, produto tem o significado de objeto, algo tangível (que pode ser tocado) que é produzido e vendido por uma empresa, que pode variar desde um palito de dente até um automóvel de luxo. Já, serviços, são intangíveis (não podem ser tocados) e são consumidos pelo cliente na hora em que são vendidos, por exemplo, operadoras de telemarketing oferecem serviços, que podem variar da venda de produtos por via telefônica até a resolução de problemas com bancos ou consulta às operações financeiras realizadas pelos clientes.

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• Parte 1/6: <https://goo.gl/9j2Pb5>;

• Parte 2/6: <https://goo.gl/YK9GO9>;

• Parte 3/6: <https://goo.gl/hRBcJa>;

• Parte 4/6: <https://goo.gl/SV5m80>;

• Parte 5/6: <https://goo.gl/NvjPVP>;

• Parte 6/6: <https://goo.gl/SesUpJ>.

Todos os processos de uma empresa devem ser qualificados para garantir um bom resultado.

Figura 1 - Cozinha de um restaurante em Tai Pei (Taiwan - República da China).

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JOGANDO E APRENDENDO A JOGAR

Programa Formare | Aprendiz114 ÍNDICE

Para uma empresa poder qualificar seus processos de gestão30 e gerenciamento, poderá adotar as normas ABNT ISO.

As normas ABNT ISO são editadas periodicamente, com o intuito de apresentar regras gerais para auxiliar organizações e empresas a gerir e gerenciar seus processos de forma mais organizada, partindo de padrões que podem ser adotados por todos os ramos de atividade, com foco na Qualidade de suas ações.

As empresas não são obrigadas a aderir às propostas das normas ISO, mas sua adesão pode trazer melhorias e novas oportunidades, além do aumento da produtividade e redução dos custos de seus processos produtivos, aumentando, assim, sua competitividade no mercado global.

As normas ABNT NBR ISO não têm acesso livre, são vendidas pela ABNT, que determina o acesso restrito ao material.

As normas são estruturadas em fundamentos, requisitos e diretrizes.

• Fundamentos são as bases para se iniciar a implantação de um Sistema de Gestão de Qualidade, consistindo em conceitos e definições que devem ser aplicados pela

30. A gestão diz respeito às atividades administrativas estratégicas que guiam uma organização, quando se tomam decisões que influenciam a vida da organização como um todo. Já, o gerenciamento diz respeito às atividades de administração ligadas a operação e execução de tarefas necessárias para fazer a "coisa andar". Por exemplo, o prefeito e secretários são gestores de uma cidade, tomam decisões de grandes proporções, enquanto os serviços dessa cidade (postos de atendimento ao cidadão, unidades básicas de saúde etc.) são administrados por gerentes que ajudam os serviços a funcionar adequadamente, tendo sempre como norte os objetivos da gestão.

GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

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empresa em seu processo de implantação da Qualidade.

• Requisitos são as condições básicas para se alcançar um objetivo, e, nas normas ISO 9000, correspondem às condições para se estabelecer um Sistema de Gestão de Qualidade.

• Diretrizes são as orientações de como as normas devem ser implantadas.

É importante salientar que aderir às normas ISO não exime as empresas de adequarem seus processos à legislação vigente no país. Por exemplo, uma empresa de refrigerantes pode ter a certificação ABNT ISO 9000 para seus processos, mas se não obedecer à legislação ambiental que determina que a empresa apresente o impacto ambiental de sua atividade, estará sujeita as penalidades previstas pelas leis locais.

FERRAMENTAS DA QUALIDADE

Para implantar a Gestão da Qualidade em uma empresa, várias ferramentas podem ser usadas.

Classicamente, são usadas as Sete Ferramentas da Qualidade, redesenhadas pelo engenheiro japonês Kaoru Ishikawa (<https://goo.gl/Oe6rOu>), considerado um dos pais da Gestão da Qualidade. São ferramentas simples e podem ser usadas por todos os trabalhadores de uma empresa.

Segundo Magalhães (2006), as ferramentas clássicas da Qualidade são: Fluxograma, Diagrama de Ishikawa, Folha de Verificação, Diagrama de Pareto, Histograma, Diagrama de Dispersão e Cartas de Controle. Os nomes podem variar de acordo com a fonte de pesquisa.

Essas ferramentas possibilitam a análise dos processos31 em busca de problemas e suas causas, possibilitando a estruturação de planos de ação para melhorar ou corrigir processos.

31. Os processos são conjuntos de atividades, com entradas e saídas de insumos, que possibilitam a produção dos bens oferecidos pela empresa. Muitos processos são contínuos, isto é, não param nunca de acontecer. Os processos envolvem, também, pessoas, além de recursos, e eles podem ser subdivididos em tarefas.

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As Sete Ferramentas podem ser divididas em duas categorias: ferramentas que priorizam e relacionam ações e ferramentas para listar causas e efeitos. Aqui, vamos estudar as ferramentas que ajudam a identificar causas e efeitos dos problemas.

Além dessas ferramentas, outras são muito utilizadas: PDCA [do inglês Plan (Planejar), Do (Fazer), Checar (Verificar) e Act (Agir)] e 5W2H.

FLUXOGRAMA

Fluxogramas são representações gráficas de processos, nas quais se desenha o fluxo de ações necessárias para execução de determinada ação. Seu objetivo é mostrar de forma simplificada os processos.

Eles podem ser lineares, de confecção mais simples, ou matriciais, aqueles que relacionam várias informações entre setores e processos. Para construir um fluxograma, é importante conhecer o processo como um todo, identificando os elementos envolvidos e suas etapas de desenvolvimento. Antes de desenhar o fluxograma, é interessante descrever o processo passo a passo, na sua sequência de realização, diminuindo, dessa forma, a chance de esquecer algum item importante no fluxograma.

Cada símbolo usado em um fluxograma possui um significado. Veja a Figura 2.

Figura 2 - Simbologia padronizada para montagem de fluxograma

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Veja um exemplo de fluxograma:

Desenhar fluxogramas de processos pode ajudar a aumentar o entendimento dos seguintes itens (SILVEIRA, 2006):

• Quais são os principais passos de uma sequência;

• Quem é responsável por uma atividade;

• Quais são os principais momentos de decisão;

• Quais são as entradas e saídas do processo;

Figura 3- Fluxograma para abajur queimado

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• Como flui a informação;

• Quais são os recursos envolvidos no processo;

• Qual é o volume de trabalho;

• Identificar os atrasos e gargalos do processo;

• Identificar os pontos fortes e fracos do processo;

• Identificar desperdícios;

• Permitir uma visão ampla do processo.

Assista à videoaula sobre Fluxograma para complementar seus estudos, no link: <https://youtu.be/Z-c-gHY44sc>.

DIAGRAMA DE ISHIKAWA

O diagrama de Ishikawa (também conhecido como espinha-de-peixe ou diagrama de causa e efeito) tem entre seus objetivos explorar e indicar todas as causas possíveis de uma situaçãoou de um problema específico.

Ele é uma representação gráfica que ajuda a organizar o raciocínio na busca pelas causas possíveis de um determinado problema. Para ajudar na identificação de causas, pode-se usar a Metodologia 6M (SILVEIRA, 2016b):

• Método: toda causa envolvendo o método pelo qual esteja sendo executado o trabalho;

• Material: toda causa que envolva a matéria-prima ou outros materiais que estejam sendo utilizados no trabalho;

• Mão de obra: toda causa que envolva uma atitude do colaborador (qualificação e conhecimento da tarefa, pressa, imprudência etc.)

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• Máquina: toda causa envolvendo a máquina que esteja sendo operada;

• Medida: toda causa que envolva os instrumentos de medida, sua calibração, a efetividade de indicadores em mostrar as variações de resultado, se o acompanhamento está sendo realizado, se ocorre na frequência necessária etc.

• Meio ambiente: toda causa que envolva o meio ambiente em si (poluição, calor, poeira etc.) e o ambiente de trabalho (layout,falta de espaço, dimensionamento inadequado dos equipamentos, organização do trabalho etc.).

Em inglês, o método apresenta um sétimo M - Management, que quer dizer gerenciamento. Não existe nenhuma contraindicação em acrescentá-lo ao diagrama.

Ao montar o diagrama, ele terá o aspecto da Figura 4.

Figura 4 - Diagrama de Ishikawa

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Para a construção do diagrama, é essencial a participação das pessoas envolvidas no processo de produção, de todos os níveis hierárquicos. Também é imprescindível que as pessoas tenham liberdade para se expressar durante esse processo. Para montar o diagrama, devem-se usar os seguintes passos:

1. Definição do problema: o problema deve ser objetivo. Por exemplo, uma vasilha com tampa cuja tampa não se encaixa, o problema é o encaixe da tampa;

2. Desenho da espinha de peixe, indicando o problema;

3. Estímulo da equipe para que dê sua opinião sobre as causas possíveis para esse defeito. Para isso, pode ser usada a técnica de brainstorming32 (tempestade de ideias);

4. Análise detodas as causas, de forma a identificar aquelas que são asmaiores responsáveis pelos impactos causados;

5. Planejar asações que podem ser executadas para eliminar ou reduzir as causas do problema.

32 Brainstorming é uma técnica usada para estimular a discussão em um grupo, podendo todos colocar livremente suas ideias sobre determinada situação. Veja mais no link <https://youtu.be/oW7TtSeQFOo>.

DIAGRAMA DE DISPERSÃO

O diagrama de dispersão é um gráfico que indica as relações existentes ou não entre duas variáveis de um processo e a sua intensidade. Essas variáveis são de natureza quantitativa, isto é, representam coisas que podem ser contadas, como horas de treinamento, quantidade de pessoas etc.

Para construir um gráfico de dispersão é necessário (MARKETING FUTURO, s/d):

• coletar os pares da amostra que poderão estar relacionados;

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• construir os eixos, a variável causa no eixo horizontal e a variável efeito no eixo vertical;

• colocar os dados no diagrama;

• adicionar informações complementares, tais como, nome das variáveis, período de coleta, tamanho da amostra e outros.

Observe o Gráfico 1, que relaciona lazer e estado nutricional. Você pode perceber que quando o número de horas de lazer ao ar livre é maior, o IMC tende para menor. Assim, podemos afirmar que o lazer ajuda no controle do estado nutricional e que poucas horas de lazer causam impacto negativo no IMC (aumento de IMC corresponde a sobrepeso e obesidade). Percebem-se nitidamente as relações entre as variáveis.

Gráfico 1 - Relação entre horas de lazer e estado nutricional em IMC29

Fonte: CRUZ NETO, José Alexandre. CC BY-SA 4.0. Disponível em<https://goo.gl/TPrDi6>.

33. IMC é o Índice de massa corpórea, medida que é calculada para definir o estado nutricional de uma pessoa. Seu cálculo é feito dividindo o peso (em quilogramas) pela altura (em metros) ao quadrado.

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CARTAS DE CONTROLE

Cartas de controle são gráficos construídos com dados coletados durante os processos, usados para acompanhá-los e avaliar sua eficiência. Esses dados devem ser coletados de forma cronológica, isto é, em intervalos pré-definidos de tempo.

Os dados devem ser distribuídos em um gráfico específico, que possui uma linha central e dois limites, denominados limites de controle (Limite de Controle Superior - LCS; Limite de Controle - LC e Limite de Controle Inferior - LCI). Os gráficos de controle fornecem uma regra de decisão muito simples: pontos dispostos fora dos limites de controle indicam que o processo está "fora de controle". Se todos os pontos dispostos estão dentro dos limites e dispostos de forma aleatória, consideramos que não existem evidências de que o processo esteja fora de controle. (PORTAL ACTION, s/d).

O Gráfico 2 apresenta um modelo de gráfico de controle. Os valores das linhas de controle são calculados através de métodos estatísticos.

Gráfico 2 - Exemplo de gráfico de controle

Fonte: Adaptado de SÃO PAULO, 2013.

Siglas: Limite de Controle Superior – LCS; Limite de Controle - LC; Limite de Controle Inferior – LCI.

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PDCA

Você se lembra do ciclo PDCA apresentado no Capítulo 3? Vamos olhá-lo agora com mais atenção. A Figura 5 apresenta o Ciclo PDCA com todas as ações inerentes a cada etapa.

Cada etapa do ciclo traz uma série de atividades a serem realizadas. Vamos olhar para cada uma delas:

• Planejamento: nessa fase inicial, a primeira coisa a ser feita é garantir que toda a alta direção da empresa conheça os seus objetivos de Qualidade e estejam comprometidos com as mudanças e novos processos que serão desenvolvidos com vistas à Qualidade na produção dos produtos/serviços. Sem o apoio da alta direção, poucas mudanças ocorrerão de verdade na empresa. Com toda a direção comprometida, parte-se para a elaboração do planejamento, definindo primeiramente as metas que devem ser alcançados e as estratégias para conseguir isso. O plano deve ser muito bem detalhado, possibilitando uma visão geral da empresa, por setores e por processos. Essa é a fase que demanda mais tempo, pois planejar detalhadamente, prevendo riscos e ações, é essencial para fazer com que as outras fases sejam implementadas com segurança. Apesar de muitas pessoas acharem que se perde tempo planejando, que a empresa deve partir para a ação e que as falhas vão sendo consertadas durante o processo, essa é uma visão errônea, pois as paradas nos processos, para a correção de falhas que poderiam ser previstas e já resolvidas no planejamento, resultam em queda da produtividade, aumentos dos custos e redução da Qualidade final dos produtos/serviços. Na fase de planejamento deve-se também determinar como será realizado o gerenciamento dos processos, determinando pessoas e tarefas a serem executadas para garantir os resultados esperados.

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• Fazer: nessa etapa, colocam-se em prática as atividades planejadas, é a execução do planejamento. Para que ela aconteça a contento, é preciso que a informação circule por toda a empresa, alcançando todos os funcionários, que devem participar ativamente dos processos. É importante que as pessoas sejam treinadas e conscientizadas para a nova forma de trabalho e que compartilhem os ideais sobre o trabalho com Qualidade. Nessa fase também se realizam as atividades de controle operacional, com a aplicação de ferramentas de análise que visam verificar se os processos estão sendo executados dentro dos padrões previstos.

• Verificar: essa etapa apresenta a necessidade de monitorar as ações, acompanhando os dados produzidos pelo processo, a fim de saber se eles estão caminhando como o esperado. Ao se perceber erros, ações corretivas devem ser planejadas e executadas.

• Agir: essa etapa diz respeito à avaliação e revisão dos processos gerenciais e estabelecimento de novos objetivos frente às mudanças causadas pela implementação do ciclo PDCA. Essa fase também prevê a realização de auditorias internas, que visam identificar nãoconformidades para que se proponham medidas corretivas. Aqui, espera-se que os processos sejam otimizados, trazendo ganho na eficiência e produtividade e reduzindo falhas.

O ciclo PDCA é um processo dinâmico, e suas etapas estão sempre sendo realizadas, de forma não linear, em todos os setores da empresa. Assista à videoaula sobre o Ciclo PDCA em <https://www.youtube.com/watch?v=2MLmqQaLAFk>.

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Fonte: Adaptado de SÃO PAULO, 2013.Figura 5 - Ciclo PDCA

5W2H

A metodologia 5W2H é uma ferramenta que pode ser usada para organizar atividades, contribuindo para que as tarefas sejam realizadas.

Ela se apoia em sete perguntas simples, cujas respostas resultam em um planejamento igualmente simples, aqui disposto em fluxogramas, para facilitar sua visualização. Sua sigla representa as questões, em inglês.

5W

What - O que será feito?

Why - Porque será feito?

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Where - Onde será feito?

When - Quando será feito?

Who - Por quem será feito?

2H

How - Como será feito?

How much - Quanto custará?

As respostas formam um mapa de atividades, deixando claro suas tarefas. Essa ferramenta ajuda tanto no mapeamento de processos quanto no planejamento de ações.

Veja no link <https://goo.gl/pbz8zu> bons exemplos de uso da metodologia 5W2H.

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PONDO OS PINGOS NOS IS

Programa Formare | Aprendiz127 ÍNDICE

AS FERRAMENTAS DE QUALIDADE E A AVALIAÇÃO

As ferramentas da Qualidade também servem para analisar processos e ajudar a priorizar ações frente às necessidades de melhoria ou oportunidades que aparecem durante a execução dos processos.

Para analisar processos, podemos usar as Folhas de Verificação, Diagrama de Pareto e o Histograma.

FOLHAS DE VERIFICAÇÃO

As folhas de verificação são listas com itens pré-definidos que podem ser checados a partir do momento em que forem realizados. As folhas podem ser usadas para checar os passos realizados em um processo (SEBRAE, 2005).

Para elaborar uma folha de verificação, primeiramente é necessário juntar informações sobre como as tarefas/atividades devem ser realizadas, com seu passo-a-passo, para então listar todos os passos e possibilitar sua checagem. Veja o exemplo abaixo:

GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

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AÇÃO

EXECUÇÃO

SIM NÃO

1. Restos de alimentos são raspados do prato

2. Restos de alimentos são jogados no lixo

3. Pratos são empilhados na pia

4. Pratos são molhados com mistura de água e sabão

5. Pratos são esfregados com bucha, um a um

6. Pratos são enxaguados com água corrente, um a um

7. Pratos são colocados para secar no escorredor

Folha de verificação de lavagem dos pratos no restaurante:

O preenchimento das folhas de verificação permite analisar falhas que ocorram na condução dos processos.

DIAGRAMA DE PARETO

O diagrama de Pareto é um gráfico de barras que ordena a frequência das ocorrências, da maior para a menor, facilitando a visualização dos problemas, permitindo assim sua priorização.

O diagrama de Pareto baseia-se no princípio de que há muitos problemas sem importância diante de outros mais graves. O diagrama de Pareto está relacionado com a lei de Pareto34 , também conhecida como princípio 80-20, ou lei 20/80. De acordo com esta lei, 80% das consequências decorrem de 20% das causas.

Observe o Gráfico 3. Ele apresenta os riscos na execução de um novo projeto. Você pode perceber que os poucos riscos (má gestão de recursos, prazos não respeitados e falta de comunicação) são responsáveis pelas maiores consequências.

34. Saiba mais sobre esse matemático em <https://goo.gl/88epFM>.

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Gráfico 3 - Riscos na execução de um novo projeto

Fonte: Tradução livre de Objectif20. CC BY-SA 3.0. Disponível em: <https://goo.gl/4otZN8>

HISTOGRAMA

Histogramas também são gráficos, de barras verticais ou horizontais. Como todos os gráficos, eles representam visualmente uma realidade. Para montar um histograma é preciso usar os conceitos de frequência e variável, sendo:

• Frequência: o número de vezes que algo ocorre;

• Variável: valor numérico em uma escala de medição.

Gráfico 4 - Dosagem de colesterol35 HDL em mg/dL

Fonte: Abrito1953. CC BY-SA 3.0. Disponível em: <https://goo.gl/j7wWBu>

35. Colesterol HDL é considerado o bom colesterol, um tipo de gordura que circula em nosso organismo e pode nos proteger de doenças do coração.

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O Gráfico 4 apresenta a distribuição de valores de exames de colesterol. Observe que no eixo horizontal estão os valores de medição do colesterol, classificados dentro de intervalos de 5mg/dL, e, no eixo vertical, a frequência com que aparecem.

OS INDICADORES DE QUALIDADE

Os indicadores de Qualidade são uma contribuição da matemática para a avaliação da vida de uma empresa, pois permitem mostrar de forma racional e objetiva o que está acontecendo e os resultados das ações.

Os indicadores servem para mensurar, avaliar e controlar três áreas (CHIAVENATO, 2006):

1. Resultados: corresponde aos resultados concretos e finais que se pretendem alcançar em um determinado período de tempo. Por exemplo, se a meta era reduzir em 20% os defeitos de certo produto, no prazo de um ano, ela foi alcançada?

2. Desempenho: esses indicadores mostram como os recursos (mão de obra, financeiros, materiais) estão sendo usados durante a produção, como a tarefa é executada;

3. Fatores críticos de sucesso: os fatores críticos dizem respeito às áreas chave de uma empresa, isto é, setores que devem funcionar com alto desempenho para o sucesso da empresa. Um bom exemplo é uma fábrica de pneus: o setor de moldagem de pneus é um dos fatores críticos da empresa, pois pneus com defeitos de moldagem não serão vendidos ou trarão prejuízo para a fábrica.

Para desenvolver e aplicar indicadores é preciso montar um sistema de medição, que possa ser usado nas diversas áreas da empresa. Chiavenato (2006) propõe as seguintes perguntas para orientar a criação de um sistema de medição:

• Medir para quem? Quais serão as pessoas/setores que irão fazer uso dos indicadores apresentados pelo sistema?

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• Medir para quê? O que será feito com os indicadores, como eles serão analisados e quais ações eles podem embasar?

• Medir o quê? Quais processos serão medidos?

• Quais as metas, processos críticos e as prioridades? A quais metas os dados que foram medidos serão comparados, quais os processos críticos para o sucesso da empresa, quais os processos prioritários?

• Quais os parâmetros e quais os processos críticos da empresa? Quais métodos estatísticos podem ser usados para desenvolver os indicadores propriamente ditos?

• Como será a operação do sistema? Quem irá fazer a coleta de dados, quando e de que forma?

• Como fazer o sistema funcionar? Quais serão os passos de implantação e como ele será aperfeiçoado?

São exemplos de indicadores:

• Lucratividade da empresa: indica o percentual de ganho obtido sobre as vendas realizadas.

• Participação no mercado: corresponde à porcentagem de consumidores que usam determinado produto de determinada empresa. Por exemplo, a participação da Coca-Cola no mercado brasileiro é de 56%,isto quer dizer que 56% dos consumidores de refrigerante consomem os produtos dessa empresa.

• Produtividade: é a capacidade de produzir cada vez mais, com melhor qualidade, em menos tempo e com menores custos.

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• Redução de custos fixos: redução de custos que são estáveis, como eletricidade e água.

• Índice de acidentes de trabalho: redução nos acidentes de trabalho melhora o ambiente de trabalho e reduz custos gerais da empresa, tais como, pagar funcionários quando eles estão afastados para se recuperar de danos sofridos nos acidentes.

• Nível de satisfação dos empregados: nenhuma empresa consegue alcançar altos níveis de qualidade e desempenho com funcionários infelizes com seu trabalho.

• Índice de devolução de produtos: indica a porcentagem de produtos devolvidos por defeitos e outras não conformidades, como atraso na entrega.

• Nível de satisfação do cliente: indica o quanto as expectativas do cliente frente ao produto/serviços foram atendidas pela empresa.

Para saber mais, assista a Construção de Indicadores de Desempenho no link: <https://goo.gl/v3Uvgk>.

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SAIBA MAIS

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QUALIDADE TOTAL

Qualidade Total é o termo cunhado na década de 1950, no Japão, que considera que a Qualidade em uma empresa não deve ter como objetivo apenas seus processos internos, acontecer somente voltada para dentro, mas também deve envolver outras pessoas, como os fornecedores (clientes internos) e consumidores (clientes externos).

A Qualidade Total é decorrente da aplicação dos conceitos de melhoria contínua. A melhoria contínua dos processos deve ser não somente almejada pela empresa, mas implantada, e esse ideal deve ser compartilhado por todos os seus funcionários, pois a implantação e implementação de processos de Qualidade também melhoram o ambiente de trabalho e a segurança dos trabalhadores.

Figura 6 - Ideograma japonês para a palavra Kaizen, que

significa "mudança para melhor". Kaizen é a ideologia

por trás da estratégia de melhoria contínua dos

processos em uma empresa, desenvolvida no Japão após a Segunda Guerra Mundial.

Um dos exemplos de aplicação dessa ideologia é o Sistema de Produção Toyota

(veja o vídeo em <http://www.msn.com/pt-br/?pc=UE13&ocid=UE13DHP&AR=2>).

Fonte: SENF, M

ajo Statt.CC BY-SA 4.0. Disponível

em:<https://goo.gl/tluu2o>.

GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE 133

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Outro importante conceito que deve permear a busca pela Qualidade é o conceito de risco. As empresas devem estar cientes de que os riscos são fatores reais e podem trazer efeitos positivos e negativos, acarretando falhas, mas, também,oportunidades de melhoria (ABNT ISO 9001:2015). A norma ABNT ISO 9001:2015 deixa claro a necessidade de as empresas vislumbrarem a possibilidade de risco, isto é, identificar fatores que possam causar problemas em seus processos produtivos, e atuar de forma preventiva frente a eles, visando a sua eliminação ou redução.

A norma ABNT ISO 9001:2015 coloca ainda que a abordagem de riscos pode "incluir evitar o risco, assumir o risco para perseguir uma oportunidade, eliminar a fonte de risco, mudar as probabilidades e suas consequências, compartilhar o risco ou decidir, com base em informação, reter o risco".

A Qualidade Total é norteada por 10 princípios básicos (ADMINISTRADORES, s/d; BEZERRA, s/d; FLUID CONTROLS, s/d):

• Satisfação total do cliente: As percepções do cliente sobre os produtos e serviços entregues devem ser balizadoras das tomadas de decisões. Conhecer o cliente e o que ele espera da empresa auxilia na elaboração de planos para atender suas necessidades e expectativas.

• Gerência participativa: Os gerentes devem estimular a participação de todos os funcionários nos processos de Qualidade. A participação deve extrapolar os limites da empresa, atingindo fornecedores e clientes. As ações devem ter como objetivo unir as pessoas em torno do objetivo comum da Qualidade. Cada pessoa deve se sentir à vontade para poder dar sugestões de melhorias e ajustes nos processos nos quais atua.

• Desenvolvimento humano: As ações da empresa devem permitir o desenvolvimento de seus funcionários, como pessoas e profissionais, estimulando a aprendizagem contínua e a autonomia em relação aos processos dos quais participa.

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Programa Formare | AprendizÍNDICE135 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

• Constância de propósito: Os objetivos devem ser compartilhados com todos os funcionários, de todas as categorias profissionais e níveis hierárquicos, não importando qual o seu vínculo empregatício com a empresa. Os propósitos devem ser reafirmados continuamente, para que passem a fazer parte dos hábitos de todos os funcionários.

• Aperfeiçoamento contínuo: Todos os processos precisam ser avaliados constantemente, a partir da análise de indicadores, pois essas informações vão possibilitar a tomada de decisões sobre ações de melhoria contínua. A melhoria contínua permite a identificação de oportunidades que podem trazer inovações para a empresa.

• Gerência de processos: Todos os processos da empresa, desde os macro-processos até as tarefas individuais devem ser acompanhados.

• Delegação: Tarefas devem ser delegadas e os responsáveis devem ter autonomia e capacidade para tomar decisões rapidamente, com o respaldo da gerência. Para que as decisões sejam acertadas, é preciso que o funcionário compreenda o funcionamento da empresa como um todo e as relações de seu setor com os demais setores da empresa.

• Disseminação de informações: Todos os funcionários da empresa devem conhecer os serviços/produtos oferecidos. Para tanto, é preciso que a informação circule pela empresa, desde a alta direção até as pessoas que executam a operação, e vice-versa.

• Garantia da Qualidade: Gerenciar os processos de Qualidade, desde a elaboração até a execução, ajuda na construção da Qualidade dos serviços/produtos.

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Programa Formare | AprendizÍNDICE136 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

• Não aceitação de erros: Os erros devem ser preferencialmente prevenidos, pelo correto mapeamento e acompanhamento dos processos. Quando eles ocorrem, ações imediatas devem ser tomadas para minimizar seus impactos e danos. Nenhum erro deve ser tolerado, por menor que seja.

Assista a um trecho do filme de Charles Chaplin, Tempos Modernos (<https://youtu.be/XFXg7nEa7vQ>) e reflita sobre a importância do controle de processos nas empresas.

Você também pode assistir ao programa Por que o Sistema Toyota de Produção consegue produzir carros de qualidade?, disponível em <https://youtu.be/zUbsTFWJ0AA> para saber mais!

O CONCEITO DOS CINCO S36

Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão37 iniciou seu processo de reconstrução. Os americanos que foram para lá na época, levaram o conceito de Qualidade, que foi aperfeiçoado pelos japoneses e ficou conhecido como Controle Total de Qualidade. Como você já viu neste capítulo, várias ferramentas foram desenvolvidas para apoiar a busca pela Qualidade, desde então. Além das ferramentas, vários modos de pensar e agir também foram adotados, e um deles é o conceito dos Cinco S38. Esse conceito parte do significado de cinco palavras em japonês, que guiam ações cotidianas. O Quadro 1 apresenta quais são elas e seus significados em português.

36. No link <https://goo.gl/41dWBT> você pode conhecer os detalhes dessa filosofia de vida e trabalho.

37. Saiba mais sobre o Japão em <https://goo.gl/v7VPwF>.

38. PARA DESCONTRAIR, Conheça alguém que leva os Cinco S muito a sério, vendo o vídeo <https://goo.gl/oauz7V>.

JAPÃO BRASIL

Seiri Senso de Utilização

Seiton Senso de Ordenação

Seisu Senso de Limpeza

Seiketsu Senso de Padronização

Shitsuke Senso de Autodisciplina

Fonte: Law Concerning the National Flag and Anthem (1999).Domínio público. Disponível em: <http://www.mod.go.jp/j/info/nds/siyousyo/dsp_list_ j.htm#Z8701>.

Fonte: Governo do Brasil.Domínio público. Disponível em <https://goo.gl/pF3iVn>.

Quadro 1 - Cinco S

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Programa Formare | AprendizÍNDICE137 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

Cada S fala por si só:

• Senso de utilização: separar e eliminar o que é desnecessário;

• Senso de ordenação: ordenar, organizar o que ficou;

• Senso de limpeza: manter a limpeza do local e arrumação;

• Senso de padronização: criar e padronizar regras para manter os três primeiros S;

• Senso de autodisciplina: todas as pessoas devem ser capazes de se autogerir e manter os padrões alcançados pela aplicação dos quatro S anteriores, para garantir que as mudanças sejam perenes.

A implantação do Cinco S pressupõe uma mudança individual, espera-se que as pessoas não apliquem isso somente em seu trabalho, mas em suas vidas. As mudanças individuais vão impactar de forma positiva na coletividade.

Assista ao filme Metodologia Cinco S em <https://youtu.be/23qtfyI8C1Y> para saber mais sobre esse assunto.

Figura 7 – Um posto de trabalho limpo e organizado ajuda a manter a concentração da pessoa que o usa.

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A ESTRUTURA DAS NORMAS ABNT ISO

A fim de guiar as empresas na busca por padrões mais altos de Qualidade, foi editada a família de normas ABNT ISO 9000, que tem como objetivo fornecer subsídios para as empresas serem geridas a partir do conceito de Qualidade.

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Programa Formare | AprendizÍNDICE138 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

A família ABNT ISO 9000 possui três principais normas:

• ABNT NBR ISO 9000 - Sistemas de gestão de Qualidade: fundamentos e vocabulário. Fornece a base para a compreensão e implantação das normas de Qualidade. Nessa norma, são descritos os principais termos usados na gestão de Qualidade.

• ABNT NBR ISO 9001 - Sistema da Gestão de Qualidade: requisitos. Especifica os requisitos destinados a dar confiança aos produtos e serviços fornecidos por uma empresa.

• ABNT NBR ISO 9004 - Gestão para o sucesso sustentado de uma organização: uma abordagem da gestão de Qualidade. Fornece orientações para as empresas avançarem além da norma 9000, podendo levar a uma melhoria geral do desempenho da empresa. Também inclui um modelo para a realização de autoavaliação, que possibilita à empresa avaliar sua maturidade em relação ao seu sistema de gestão de Qualidade.

Outra importante norma que se relaciona com a família ISO 9000 é a 19011:

• ABNT NBR ISO 19011 - Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão. Fornece orientação sobre auditoria de sistemas de gestão, incluindo os princípios de auditoria, a gestão de um programa de auditoria e a realização de auditorias de sistema de gestão, como também orientação sobre a avaliação da competência de pessoas envolvidas no processo de auditoria, incluindo a pessoa que gerencia o programa de auditoria, os auditores e a equipe de auditoria.

Quando as empresas utilizam as normas da família ABNT ISO: 9000, elas estão em busca não somente da Qualidade de seus produtos e serviços, mas também da certificação de suas empresas.

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Programa Formare | AprendizÍNDICE139 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

A certificação é um selo da ABNT, que atesta que a empresa segue as normas ABNT ISO de forma correta nos seus processos produtivos. A certificação acontece após um processo de auditoria, em que uma empresa auditora verifica se todos os requisitos das normas ISO estão sendo cumpridos, aponta situações de não conformidade39 e situações em que correções devem ser feitas. Após esse processo, os auditores indicam se a empresa está apta ou não a ser certificada pela ABNT.

As certificações são interessantes para as empresas, pois podem ser usadas como instrumentos de Marketing, mostrando aos consumidores a preocupação e dedicação da empresa para que seus produtos/serviços tenham uma boa Qualidade. Além disso, as auditorias, que devem acontecer periodicamente, ajudam na manutenção dos processos de Qualidade.

Conheça o caso de sucesso de certificação do Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso, assistindo ao vídeo <https://youtu.be/hKDRNhDq5V8>.

REQUISITOS E DIRETRIZES PARA IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE GESTÃO DE QUALIDADE (SGQ)

A implantação de SGQ traz uma série de benefícios para uma empresa, não importa qual seja seu tamanho ou o produto oferecido. Entre eles estão (BRASIL, 2012):

• maior satisfação dos clientes (sociedade e partes interessadas);

• melhoria da imagem, cultura e desempenho da organização;

• aumento da produtividade e redução de custos;

• melhoria da comunicação, moral e satisfação dos colaboradores;

• maior competitividade e oportunidade, tanto no mercado nacional como internacional;

39. Não conformidade é um resultado insatisfatório, que não atende determinados requisitos das normas ABNT ISO.

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Programa Formare | AprendizÍNDICE140 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

• implementação da Gestão da Qualidade com base em padrões e normas nacionais ou internacionais.

São etapas para a implantação de um SGQ (CARPINETTI, MIGUEL e GEROLAMO, 2010):

• Etapa I: Levantamento de Necessidades;

• Etapa II: Projeto do Sistema;

• Etapa III: Implantação;

• Etapa IV: Auditoria de Certificação.

A Etapa I diz respeito ao levantamento de necessidades. Nessa etapa, devem-se definir o coordenador da Qualidade e a equipe que irá atuar junto a ele, listar todos os produtos e serviços oferecidos pela empresa40 e identificar as atividades críticas para a garantia da Qualidade (isso pode ser feito por meio do mapeamento de processos, listando tanto aqueles que são essenciais para a empresa quanto os que dão suporte para os processos essenciais, além de mapear a estrutura física e de pessoal) (SANTOS etal, 2014).

Outro importante fator nessa fase é compreender quais são as exigências do cliente em relação à Qualidade, seja esse cliente um fornecedor ou aquele que consome o produto (ABNT ISO 9001:2015).

Na Etapa II inicia-se o processo do SGQ, com três fases distintas: a) elaboração da Política de Qualidade da Empresa, definindo os valores da empresa frente à Qualidade, os princípios éticos e de gestão frente ao SGQ e seus objetivos. A Política deve ser compartilhada com todos os funcionários da empresa; divulgar a Política é o primeiro passo da implantação do SGQ; b) Planejamento da estrutura do sistema de documentação, definindo quais serão os documentos usados na Qualidade, desde diretrizes e normas até instrumentos de acompanhamento e avaliação. É importante definir como será o acesso aos documentos e como serão feitas suas atualizações; c) Corresponde ao desenvolvimento dos procedimentos da gestão da Qualidade

40. Mesmo as empresas que vendem produtos tangíveis também oferecem serviços, por exemplo, uma metalúrgica que vende peças para outras empresas, deve possuir um bom serviço de vendas, para atrair e fidelizar clientes, e um ótimo serviço pós-venda, para acompanhar o uso adequado do seu produto e dar suporte ao cliente em caso de necessidade.

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Programa Formare | AprendizÍNDICE141 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

propriamente ditos, com suas instruções de trabalho e modelos de registro das ações (SANTOS et al., 2014).

A Etapa III corresponde à implantação do sistema. Conforme os procedimentos da Qualidade vão sendo colocados em prática, o processo de implantação é acompanhado a fim de se identificar falhas e realizar os ajustes necessários. Nessa fase, é essencial acompanhar o treinamento dos trabalhadores para execução dos procedimentos, implantação dos procedimentos e instruções de trabalho, revisão dos procedimentos e documentos a ele relacionados, treinamento de auditores internos, realização da auditoria interna, análise das auditorias planejamento e implantação de ações corretivas (SANTOS et al., 2014).

A Etapa IV finaliza o processo com a auditoria de certificação do SGQ. Aqui, deve-se determinar qual será a entidade certificadora41 da implantação do SGQ e a equipe deve estar preparada para atuar frente às não conformidades especificadas pelos auditores, de forma rápida e eficaz.

Algumas situações devem ser consideradas no processo de implantação da Qualidade, como os recursos que a empresa deve dispor para implantar o SGQ. Primeiramente, é preciso ter pessoas para pensar e executar as ações de Qualidade.

Pense no seguinte exemplo: em uma fábrica existe uma máquina que produz um componente que é parte do produto final; essa máquina é uma prensa muito grande, sendo necessárias duas pessoas para operá-la com segurança. Todo seu processo foi mapeado, existem folhas de verificação e fluxogramas mostrando como tudo deve funcionar, mas...a empresa tem dinheiro para contratar apenas um trabalhador. De nada adianta ter processos bem estabelecidos, com ferramentas eficazes para acompanhar e monitorar um processo, se não existirem pessoas para operar a máquina a contento.

A empresa também deve possuir infraestrutura, tanto física quanto de equipamentos (que variam desde maquinário pesado até programas de computador), para que os processos possam ser executados adequadamente.

Conheça dois processos de produção bem diferentes um do outro, mas que resultam em produtos de alta qualidade: Toyota: Detalhes do processo fabril

41. Conheça mais sobre as entidades certificadoras:

Fundação Vanzolini: <https://goo.gl/yTQM1m>

Inmetro: <https://goo.gl/zLxru7>

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METODOLOGIA SEIS SIGMA42

O Seis Sigma é um conjunto de práticas usadas para maximizar o desempenho dos processos, eliminando os defeitos e não conformidades dos produtos. Mais do que alcance de qualidade, o Seis Sigma pretende aumentar a lucratividade da empresa (PYZDEK, 2003). A metodologia consiste na aplicação de métodos estatísticos aos métodos empresariais.

Os Sigmas correspondem a uma escala de qualidade, em que 1 é o nível mais baixo e 6 o mais alto, quando ocorrem 3,4 defeitos por milhão de oportunidades. A maior parte das empresas atua no nível 3 (PYZDEK, 2003; ENDEAVOR BRASIL, 2015).

O Sigma diz respeito à frequência com que certo processo usa mais do que os recursos mínimos necessários para satisfazer o cliente, quer dizer, cada Sigma determina a taxa de desperdício por operação (ENDEAVOR BRASIL, 2015).

A metodologia é baseada no trabalho de lideranças, com grande conhecimento dos processos da empresa e de métodos estatísticos. As lideranças são a alta direção da empresa, gerentes de projetos e funcionários respeitados por suas equipes.

A metodologia Seis Sigma utiliza ferramenta inspirada no PDCA. No Sigma, são usados os seguintes passos (ou, estratégia DMAIC):

• Definir as metas a serem alcançadas pela empresa;

• Mensurar o que já existe, a fim de compreender toda a operação da empresa;

• Analisar o modelo existente para identificar as lacunas entre as metas definidas e a situação atual;

<https://youtu.be/zUYiWjdw9oo> e Assista à impressionante fabricação do relógio mais complexo do mundo! em <https://youtu.be/OFwKUviCGDs>.

42. Sigma é uma letra grega - σ - que representa um cálculo estatístico.

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Programa Formare | AprendizÍNDICE143 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

• Incrementar o sistema, propondo novas soluções e melhorando o que já é feito;

• Controlar o sistema para garantir que as metas sejam alcançadas.

A Figura 8 mostra a relação entre as fases do PDCA e da metodologia DMAIC usada na metodologia Seis Sigma.

Figura 8 - Relações entre PDCA e DMAIC

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O CLIENTE

Até agora, estudamos os processos e ações que devem acontecer em uma empresa para que os produtos e serviços oferecidos sejam de qualidade, que respondam às expectativas dos clientes.

Mas quem é o cliente? O principal cliente de uma empresa é o consumidor externo, aquele que compra e consome os produtos/serviços que as organizações vendem.

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O perfil do cliente mudou muito desde o início das ações voltadas para a Qualidade Total. De pessoa passiva, sem muitas opções de produtos/serviços para escolher, o cliente passou a expressar o que espera de um produto, e a se manifestar de diferentes formas quando não se sente satisfeito com ele: mudar de marca, deixar de comprar, reclamar em redes sociais e sites da internet, processar as empresas e até organizar boicotes, estimulando outros consumidores a não comprarem produtos/serviços de certas empresas.

As exigências dos consumidores não dizem respeito apenas à qualidade do que se consome, mas também sobre como é o processo de produção: Os trabalhadores são respeitados? O meio ambiente é protegido? O produto vale realmente o quanto se paga por ele? Essas são perguntas feitas com cada vez mais frequência, e as empresas precisam se adequar para respondê-las de forma satisfatória.

No Brasil, os consumidores são protegidos pela Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 <https://goo.gl/PdCSqz> que dispõe sobre a proteção do consumidor. A ampla divulgação da lei ajudou na mudança de mentalidade dos consumidores, os tornando mais exigentes e cientes de seus direitos.

Para as empresas conhecerem melhor seus clientes, elas podem lançar mão de diversas ferramentas: pesquisas de campo, pesquisa de satisfação, acompanhamento do cliente após a compra, entre outras.

O pós-venda, ou seguimento do cliente após a compra do produto, é de fundamental importância, continuar acompanhando o cliente é um trabalho que ajuda a fidelizar a pessoa à empresa.

Figura 9 - Um cliente satisfeito é o resultado da Política de Qualidade Total

Fonte: ROCIO

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isponível em: <https://goo.gl/YG89h7>.

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Programa Formare | AprendizÍNDICE145 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

Pense num exemplo: um cliente compra um carro zero quilômetro. No dia da compra, é tratado como um príncipe, mas se o carro der um problema, não consegue falar com ninguém que seja capaz de resolver seu problema de forma ágil! O próximo carro desse cliente, muito provavelmente, será de outra marca!

Lembra-se de que no início deste capítulo falamos sobre o fato de a percepção da qualidade de um produto ser influenciada pelos clientes por diversos fatores, muitos deles subjetivos? Partindo desse princípio, os pesquisadores A. Parasuraman, Valarie Zeithaml e Leonard L. Berry, em 1985, apresentaram uma ferramenta que pode ser usada para ajudar a compreender como o cliente pensa a qualidade de um serviço, a Escala Servqual.

Para os pesquisadores, os clientes percebem a Qualidade em cinco dimensões, apresentadas na Figura 10.

Figura 10 - Dimensões da Escala Servqual.

Fonte: Tradução livre de SUAREZ, 2015.

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Programa Formare | AprendizÍNDICE146 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

Cada dimensão possui um significado diferente (SUAREZ, 2015):

1. Compreensão: disposição para ajudar os clientes e prestar um serviço rápido; habilidade para compreender as necessidades do cliente e dar uma reposta rápida;

2. Segurança: conhecimento e cortesia dos funcionários e sua capacidade de transmitir confiança e segurança em suas ações junto ao cliente;

3. Tangibilidade: aparência das instalações físicas, equipamentos, pessoal e materiais de comunicação;

4. Empatia: cuidado e atenção individualizada que a empresa fornece aos seus clientes, versa sobre o atendimento ao cliente;

5. Confiabilidade: capacidade de entregar o produto/serviço prometido de forma confiável e com precisão.

Veja o vídeo As Dimensões da Qualidade dos Serviçosem <https://goo.gl/h7gIL0> para saber um pouco mais sobre esses conceitos.

A Escala Servqual apresenta questões que tentam medir o quão longe está apercepção do cliente sobre o que recebe daquilo que a empresa acha que entrega a ele.

Essas questões são baseadas na teoria de que existem lacunas entre essas duas coisas, também denominadas gaps (palavra inglesa para lacuna). Veja quais são elas (FIGUEIREDO NETO, 2006):

• Gap 1 – Lacuna no conhecimento, ou a diferença entre o que os fornecedores de serviço acreditam que os clientes esperam e as reais necessidades e expectativas dos clientes;

• Gap 2 – Lacuna na padronização ou a diferença apurada entre as percepções da gerência sobre as expectativas do

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Programa Formare | AprendizÍNDICE147 GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

cliente e os padrões de qualidade estabelecidos para a execução dos serviços;

• Gap 3 – Lacuna na entrega ou execução, que é a diferença entre a aquilo que foi descrito nas especificações dos serviços pelos gerentes e a prestação efetiva dos serviços para os clientes;

• Gap 4 – Lacuna da comunicação ou a diferença entre o serviço realmente prestado e o que é comunicado ao consumidor a respeito deste;

• Gap 5 – Lacuna nas percepções que é a diferença entre a expectativa do consumidor e a percepção que ele possui dos serviços prestados.

Para compreender a aplicação dessa teoria, acesse também a apresentação Teoria dos 5 Gaps no link <https://goo.gl/NM1trU>.

A medida dos gaps é feita por meio de dois questionários: o primeiro possui 22 itens, desenvolvido para medir o nível de qualidade desejado de uma empresa ideal. O segundo questionário (com os mesmos 22 itens) mede a percepção objetiva do cliente sobre sua experiência.

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Programa Formare | AprendizGUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE 148 ÍNDICE

AGORA É COM VOCÊ

Programa Formare | Aprendiz148 ÍNDICE

Agora que você conhece melhor os conceitos relacionados à Qualidade, pode usá-los no seu cotidiano.

Escolha uma atividade do seu dia e a mapeie usando uma das ferramentas da Qualidade apresentadas neste capítulo. Depois do mapeamento, identifique atividades que possam ser melhoradas, proponha mudanças e as execute.

Compare o resultado que você obteve depois de aplicar melhorias com os resultados anteriores: Os resultados foram melhores ou piores? Valeu a pena mudar o modo de fazer?

GUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE

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Programa Formare | AprendizGUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE 149 ÍNDICE

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

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ADMINISTRADORES. Os dez princípios da Qualidade total. Apresentação ppt. s/d. Disponível em: <https://goo.gl/1MIuu2>. Acesso em: 20 jan. 2017.

BEZERRA, F. Qualidade Total: conceitos e princípios. Portal Administração [site]. Disponível em:<https://goo.gl/6OlRqV>. Acesso em: 24 jan. 2017.

BIDOIA, F. O. 11 Ferramentas da Qualidade e suas estratégias de gestão. Farmacêuticas [site]. 2014. Disponível em: <https://goo.gl/bIu9Q4>. Acesso em: 23 jan. 2017.

BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. MCTI Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer. CTI Renato Archer Coordenação de Inovação Tecnológica – CIT. Sistema de Gestão da Qualidade - SGQ Um Guia para a Qualidade Organizacional. Orientações sobre Sistema de Gestão da Qualidade. 2012. Disponível em: <https://goo.gl/x0niyc>. Acesso em: 28 jan. 2017.

CARPINETTI, L. C. R.; MIGUEL, P. A. C; GEROLAMO, M. C. Gestão da Qualidade ISO 9001:2008: princípios e requisitos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

ENDEAVOR BRASIL. Como o Seis Sigma pode ajudar sua empresa a alcançar a excelência. 2015. [site].Disponível em:<https://endeavor.org.br/seis-sigma/>. Acesso em: 27 jan. 2017.

FIGUEIREDO NETO, L.F.; SAUER, L.; BORGES, G.R.C.; BELIZÁRIO, J.B. Método servqual: um estudo de satisfação em uma escola de idiomas. XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006. Disponível em: <https://goo.gl/1uLTsT>. Acesso em: 27 jan. 2017.

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Programa Formare | AprendizGUIA DO ALUNO: SAÚDE, SEGURANÇA NO TRABALHO, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE 150 ÍNDICE

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Foi um prazer muito grande criar este material e este curso para ajudá-lo a ser mais autônomo e capaz de aprender continuamente. Desejamos que tenha muito sucesso na sua carreira e na vida e esperamos, realmente, ter contribuído um pouquinho para isso.

Felicidades, sucesso e ótimas aprendizagens pela frente!

ENFIM, CHEGAMOS AO FIM!

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