Revista Helen

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Revista produzida por Gleica Guzzo e Walter Moura para a disciplina de Gráfica II - Ufes, Ministrada pela professora Heliana Pacheco. Todos os textos e imagens retirados do site www.helenbar.com.

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2  CAPAHelen“Desde que li o livro pela pri-meira vez, tive muita vontade de me sentir no papel da Alice e vi-venciar todas aquelas situações. Este é o motivo de usar a minha própria imagem para o person-agem, é um tipo de projeção e realização pessoal.”

Essa revista é baseada no trabalho de Helena de Barros, Wonder-land, inspirada pelo pela obra original, Alice no País das Maravil-has, de Lewis Carroll em 1865.

A cada edição semestral Helen irá se aprofundar em um universo próprio, cheio de estilo e contem-poraneidade, através da visão da artista Helena de Barros, a Helenbar.

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5 Helenbar

Miscelânea

Wonderland

FantasiasVirtuais

PERFIL

DESIGN GRÁFICO

ARTE DIGITAL

MATÉRIAS

SUMÁRIO

Helena de Barros, a nossa Helenbar, conhecida mundialmente através de seus trabalhos gráficos, se tornou nosso foco de es-tudo das últimas semanas, inicialmente o objetivo foi entender a fundo as suas motivações para construção desse estilo de design, e assim transformássemos seus trabalhos com níveis de complexidades grande em uma leitura mais simples para o lei-tor de uma revista.

Nosso grande desafio foi poder extrair isso tudo de uma tela fria de um site, não de uma entrevista, não fomos jornalistas e sim designers que ou analisar minuciosamente cada trabalho e cada linha de estilo aplicado a suas obras, podemos nos inspi-rar e na mesma altura da artista, criar e conceituar uma revista de poucas páginas que a representasse como um todo.

Nessa edição iremos contar a história “in the wonderland” co-nhecendo mais a fundo esse estilo próprio da Helenbar de re-presentar as coisas que a rodeiam, confiram uma mistura de fotografia e design com auto retratos manipulados digitalmente.

Gleica GuzzoWalter MouraDesigners

Era uma vez...

PERFIL

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Helena de Barros é mestre em design pela ESDI/UERJ [Escola Superior de Desenho Industrial da Universi-dade do Estado do Rio de Janeiro] com a dissertação Em busca da aura: dinâmicas de construção da imagem im-pressa para a simulação do original e designer formada pela mesma instituição em 1994 com o tema Desitgn Grá-fico e Novas Tecnologias de Imagem e o projeto gráfico A Alma Subitamente Entorpecida – ensaio gráfico sobre a sensibilidade, através de Antonin Artaud, Vaslav Nijinski e Vincent Van Gogh (vencedor do prêmio de Arte). Nos últimos 15 anos desenvolve projetos autôno-mos de design gráfico, principalmente impressos e pro-jetos de exposição na área cultural. Especializada em tratamento de imagem digital para grandes formatos, é responsável também pela arte-finalização e pré-produção de projetos. Destacam-se os projetos desenvolvidos para o Museu do Índio, Anima Mundi, Natura, Nokia, Anna Bella Geiger e Centro Cultural da Light. Helenbar é seu alter-ego virtual, incorporado no trabalho autoral de fotomontagem digital com auto-retra-tos. A série Wonderland, inspirada em Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll, exposta desde 2003 na co-munidade virtual Fotolog.com, alcançou reconhecimento do público com mais de 1,2 milhões pageviews e foi con-templado com artigos em jornais, revistas e livros nacio-nais e estrangeiros.

HELENBAR

MATÉRIAS

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Revista Isto é GenteRio de Janeiro, n246, p79, abr. 2004.

por Marina Monzillo

Elas são garotas comuns, mas na internet se tornaram per-sonagens exóticas e musas dos fotologgers (adeptos dos blogs recheados de imagens digitais). As cariocas Helena de Barros, 31 anos, conhecida como Helenbar, e Singoalla de Oliveira, 26, a Si-nistra, ganharam fãs graças aos trabalhos que apresentam, respec-tivamente no fotolog.net/helenbar e no fotolog.net/sinistra. Fazendo fotomontagens, elas contam histórias. São proje-tos caseiros, mas caprichados. Helena é modelo e fotógrafa ao mesmo tempo. Singoalla encarna todos os papéis de sua novela fotográfica. Seu marido, o artista plástico americano Sean Graham,

acho as versões infantis perturba-doras. Quando li o original, bem mais rebuscado, me apaixonei e resolvi fazer as ilustrações.” Ela lembra que, quando começou, não tinha a intenção de fazer o livro todo. Com a popula-ridade do fotolog, já ilustrou 70% da história e pretende publicá-la ao final. “Muitas pessoas não conhecem o texto original, estão mais acostumadas com a versão de Walt Disney. Algumas até foram ler por causa do fotolog”, afirma. A novela de Singoalla também começou como brincadei-ra. É a história de Sinistra, uma empregada de uma família de bru-xos. “Ela é uma heroína às aves-sas, bobinha, sempre se metendo em encrenca”, conta a criadora. Ela diz que busca referências nos contos de fadas e em filmes de ter-ror dos anos 50. “Fotografamos em casa e em cenários do Rio, como o Parque Lage”, revela.

além de fotografar, ajuda na criação do rotei-ro, cenário e figurinos.Helena escolheu ilustrar a história de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll. “Curto o livro desde criança e

FANTASIAS VIRTUAIS

Esta é uma seleção de trabalhos de design gráfico dos últimos 10 anos, período em que venho me dedicando principalmente à área cultural, com projetos para eventos, catálogos, cartazes, manipulação de imagem em grandes formatos e tipografia digital.

FreeFonte digital exclusiva para mar-ca da Souza Cruz. Desenvolvi-mento de caracteres e construção de fonte versão regular e bold (postscript, Mac e PC) em 2000.Campanha 2001. Design gráfico e arte-finalização de 2 peça-ma-trizes (poeta e grafiti). Direção de arte da Ogilvy & Mother.

IPHAN 60 anos Viva!Exposição comemorativa de 60 anos do Intituto do Patrimô-nio Histórico e Artístico Nacio-nal no Paço Imperial. Criação e arte-finalização de painéis iconográficos de fotomontagem digital. Parceria com Paula Mal-amud, curadoria de Joel Rufino, projeto de exposição de Gisela Magalhães em 1997.

DESIGN GRÁFICO

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MISCELÂNIA

In theARTE DIGITAL

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Logo, logo o Coelho se deu conta da presença de Alice, e chamou-a com voz irritada: “Ora essa Mary Ann, que está fazendo aqui? Corra já até em casa e me traga um par de luvas e um leque! Rápido, vá!” Alice ficou tão amedrontada que correu imediatamente na direção que ele apontou, sem nem tentar lhe explicar o engano. “Ele me confundiu com sua criada”, disse consigo mesma enquanto corria. “Como vai ficar surpreso quando descobrir quem sou! Mas é melhor lhe trazer o leque e as luvas... isto é, se eu conseguir acha-los.” Ao dizer isso, topou com uma casa pequenina e jeitosa; na porta, uma placa trazia o nome “Coelho B.” gravado. Entrou sem bater e correu escada acima, com muito medo de dar de cara com a verdadeira Mary Ann e ser expulsa da casa antes de achar o leque e as luvas. A essa altura, havia entrado num quartinho bem arrumado, com uma mesa à janela e, sobre ela (como esperara) um leque e dois ou três pares de minúsculas luvas brancas de pelúcia. Pegou o leque e um par de luvas e estava prestes a sair quando bateu o olho numa garrafinha pousada junto ao espelho... “Sei que alguma coisa interes-sante sempre acontece cada vez que como ou tomo qualquer coisa: então vou só ver o que essa garrafa faz. Espero que me faça crescer de novo porque já estou realmente cansada de ser esta coisinha tão pequenininha”. Foi o que aconteceu, e bem mais depressa do que Alice esperara: antes de tomar metade da garrafa, sentiu a cabeça forçando o teto e teve de se abaixar para não quebrar o pescoço...

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Uma grande roseira estava erguida à entrada de um lindo jardim: as rosas eram brancas, mas três jardineiros se ocupavam em pintá-las de vermelho. Alice achou isso bastante curioso e aproximou-se para ouvir o que diziam. “Vocês podiam me dizer, por favor” – perguntou Alice meio tímida – “por que estão pintando essas rosas?” Os jardineiros Cinco e Sete não disseram nada, mas olharam para Dois. Este começou a explicar em voz baixa: “Bem, senhorita, o caso é o seguinte: isso aqui deveria ser uma roseira vermelha, mas por engano plantamos uma roseira branca. E se a Rainha Vermelha se der conta disso, seremos todos decapitados, está entendendo?” Nesse momento, Cinco que estivera olhando ansiosamente em volta do jardim gritou: – “A Rainha, a Rainha!” – Os três jardinei-ros se atiraram imediatamente de bruços ao chão. “Quem são esses aí?” indagou a Rainha, apontando para os três jardineiros, prostra-dos em volta da roseira. Pois deitados como estavam de rosto contra o chão, e sendo o desenho das costas o mesmo do resto do baralho, ela não podia saber se eram jardineiros, soldados, cortesãos ou até mesmo três dos infantes reais. “Como é que vou saber?” respondeu Alice, surpreendida com sua própria coragem – isso não é da minha conta. A Rainha ficou vermelha de raiva e, depois de olhar para ela um momento como uma fera selvagem, urrou com uma voz esgani-çada: “Cortem lhe a cabeça! Cortem lhe a...” – “Bobagem!” – disse Alice em voz alta e decidida, e a Rainha ficou calada.

ARTE DIGITAL

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Este é um trabalho autoral onde o personagem Helenbar é modelo e designer das imagens, através de auto-retratos manipulados digitalmente. Helena é modelo e fotógrafa ao mesmo tempo, “Curto o livro desde criança e acho as versões infantis perturbadoras. Quando li o original, bem mais rebuscado, e resolvi fazer as ilustrações.” Exposto inicialmente no site fotolog.com, Helenbar já recebeu mais de 1.120.000 pageviews de todo o mundo. Você acompanhou Wonderland, série baseada na obra original de Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas, de 1865.

ARTE DIGITAL

IlustraçãoWalter Moura

DiagramaçãoGleica Guzzo

Direção de Arte Gleica GuzzoWalter Moura

SupervisãoPriscila Garone

Edições FuturasNa próxima edição conhecere-mos muito mais sobre a artista Helenbar e o seu trabalho com

a fotografia e auto-retratos, explorando mais sobre as suas variadas faces, mulher sensual,

mãe, espiritualizada, a ousada, a melancólica e a clássica. Tudo

isso na sua revista Helen.