Subúrbio e periferia - geografia.fflch.usp.br · 1980- 1991: (crise econômica) saldo migratório...

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Subúrbio e periferia

1940. Subúrbio, Rua Elisa Fláquer, centro de Santo André. Modo de vida suburbano: casas com quintal Proximidade com campo.

Ano 2011. Periferia em São Bernardo do Campo: bairro do Montanhão. Distância associada a condições ruins de habitabilidade. Casas no morro.

Aula 5: reestruturação urbano-industrial

Ponto de partida:

Mudanças no crescimento das cidades (metrópoles e cidades médias) Mudanças na localização das atividades industriais

(novas formas e novos conteúdos)

Ex. Brasil:

Dec. 1930: Rev. Burguesa (F. Oliveira). SE/SP: centro dinâmico da economia nacional. Início da metropolização. Dec. 1950: industrialização base fordista: consolidou concentração ind. SP. Quadro de desenvolvimento regional desigual. Indústria: criou uma Geografia do crescimento urbano (desigual). Concentrada na metrópole. Em 1960: 40% da produção industrial nacional estava em SP. Dec. 1970: mudanças. Reconfiguração do quadro

Sinais do novo quadro:

1. Mudanças na localização das indústrias - Interior cresce mais que metrópole (PERDA DE PESO RELATIVO DA INDÚSTRIA) - Industrialização do interior: próxima a Gde SP: 150 km raio. Metropolização do

espaço (Sandra Lencioni). Regiões que crescem: Baixada Santista, Vale Paraíba, Campinas, Sorocaba, Rio Claro e Piracicaba (MACROMETROPOLE PAULISTA)

- Desindustrialização é relativa a fragmentos (Mooca, Água Branca, Ipiranga)

- Industrialização ainda é importante na metrópole. Ex: setor automobilístico e químico no ABC.

Reforço a ideia do TECIDO URBANO (Lefebvre)

PIB Municipal 2009 (FONTE: Fundação Seade) 1) São Paulo – 389 milhões 2) Guarulhos – 32 milhões 3) Campinas – 31 milhões 4) São Bernardo do Campo – 28,9 milhões

PIB Municipal (Industria) – 2009: 1) São Paulo: 66.800 milhões 2) São Bernardo – 10 milhões 3) Campinas- 6 milhões 4) Guarulhos – 2.600 milhões

Industrialização na metrópole paulista ainda é importante

Sinais do novo quadro

2. Mudanças no crescimento populacional a) Desaceleração do crescimento da metrópole (médias são menores no tempo. As taxas dos municípios que crescem mais também diminuem) 1960 p/ 1970: Diadema – 20% 1970 p/ 1980: Embu – 18% 1980 p/ 1990: Santana do Parnaíba – 12% 1990 p/ 2000: Vargem Grande Paulista – 8% 2000 p/ 2010: Santana do Parnaíba – 4%

Evolução da taxa de crescimento populacional na metrópole de SP (taxa anual média na metrópole)

De 1960 para 1970: 5,44% De 1970 para 1980: 4,46 % De 1980 para 1991: 1,88% De 1991 para 2000: 1,65% De 2000 para 2010: 1,03%

b) Município de São Paulo: crescimento maior dos bairros mais afastados e mais pobres. Aumento da pobreza urbana e migração constante.

Perfil socioeconômico por

distrito – relação com preço

da terra

c) Taxas de crescimento pequenas ou negativas nos municípios e bairros das áreas mais centrais: SP (capital) de 1960 p/ 1970 – 4% de 2000 p/ 2010: 0, 59% d) Mudanças nos fluxos migratórios: 1980- 1991: (crise econômica) saldo migratório negativo na RMSP 1991 – 2000: saldo migratório negativo na cidade SP e positivo na RMSP (ainda atrai migrantes que se direcionam para municípios da franja) e) Crescimento maior dos municípios da franja da metrópole (NOVAS PERIFERIAS) 2000 – 2010 – os que mais cresceram: Santana do Parnaíba 4,54% Vargem Grande Paulista 3,95% Itaquaquecetuba 3,93% São Lourenço da Serra 3,84% Barueri 3,41%

Reestruturação urbano-industrial: maiores taxas de crescimento 2000-2007 estão nos municípios das franjas da metrópole e adjacências. Fonte: www.emplasa.sp.gov.br

Posição em

2010

Regiões

Metropolitanas

População Total em

2000

População Total em 2010 Taxa de Crescimento

2000-2010

1 São Paulo 17.878.703 19.672.582 10,3%

2 Rio de Janeiro 10.784.518 11.711.233 8,6%

3 Belo Horizonte 4.819.288 5.413.627 12,3%

4 Porto Alegre 3.718.778 3.960.068 6,4%

5 Recife 3.337.565 3.688.428 10,5%

6 Fortaleza 3.056.769 3.610.379 18,1%

7 Salvador 3.056.769 3.574.804 16,9%

8 Curitiba 2.768.394 3.168.980 14,5%

9 Campinas 2.338.148 2.798.477 19,7%

10 Manaus 1.743.294 2.210.825 27%

CRESCIMENTO POPULACIONAL NAS METRÓPOLES BRASILEIRAS –

2000 A 2010

Resultado: Tecido urbano fragmentado. Metrópole difusa.

Crescimento difuso nas franjas da metrópole. Vargem Grande Paulista – tecido urbano da metrópole. Chácaras de produção agrícola convivendo com loteamentos espalhados pelo município.

Vargem Grande Paulista. Rod. Raposo Tavares e os condomínios industriais com incentivos municipais.

Tecido urbano fragmentado e difuso na metrópole. Franja da metrópole contem usos diferenciados. Tamboré 3, Santana do Parnaíba. Loteamento para classes mais abastadas.

Em busca de explicações:

1) Anos 1970: crise de acumulação capitalista Países centrais (esvaziamento de antigos parques industriais) Brasil: políticas públicas de descentralização industrial (PNDs) 2) Anos 1980 e 1990: crise das economias dependentes (crise da dívida externa) e ajustes neoliberais conduzidos pelo FMI. Números negativos na indústria (falências e fechamento de unidades) Inflação alta Desemprego (maiores taxas) Peso maior da crise na metrópole Abertura aos importados – concorrência com ind. Nacional Salários arrochados 3) Ajustes na produção industrial (Pós-fordismo) Reengenharia: flexibilização do mercado de trabalho, externalização de atividades (segurança, manutenção, limpeza), robotização elimina postos de trabalho

Precarização do trabalho (emprego temporário, subcontratação) Resultado dos ajustes do capital: queda do estoque de empregos (desemprego estrutural associado ao conjuntural)

Maior pobreza urbana: migração para periferia mais distante Outros ajustes do capital industrial: (LOCALIZAÇÃO) - Plantas mais enxutas/apoio de tecnologias de informação e comunicação: novas

áreas nos planos de expansão (na metrópole sobre estoque de terras) - Fechamento de unidades antigas - Permanecem na metrópole os setores que demandam mais trabalho qualificado

Localização industrial atrai trabalhadores e fomenta crescimento urbano (tecido

urbano fragmentado), nas bordas e próximas à metrópole (ex. Jundiaí)

Tecido urbano fragmentado. Itapecerica da Serra. Bairro Branca Flor: bairro popular. Condomínio “fechado” Mancha urbana compacta, extravasamento da zona sul de São Paulo.

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