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RADIAÇÃO IONIZANTE EM UTI NEONATAL: EFEITOS IMEDIATOS E
TARDIOS
Alessandra da Costa Barros1, Raquel Brinco2
1Universidade Severino Sombra
2Universidade Severino Sombra
RESUMO
Este estudo, baseado em uma análise bibliográfica, tem como objetivo descrever quais os efeitos imediatos e tardios decorrentes da radiação ionizante sobre a criança recém-nascida internadas em Unidades de Terapia Intensiva. O tipo de pesquisa foi uma revisão de literatura, na qual foram utilizados documentos referentes ao assunto, publicados entre 2005 e 2011 disponíveis na base de dados do “Google Acadêmico”. A escolha do tratamento em crianças recém-nascidas que necessitam de cuidados intensivos depende, na grande maioria dos casos, dos resultados obtidos através dos exames de radiodiagnóstico. O peso da criança ao nascer, a idade gestacional e problemas respiratórios são motivos que levam à solicitação de um número maior de exames radiológicos. No entanto, os riscos de manifestações de efeitos prejudiciais por radiação em crianças são de três a quatro vezes maiores do que em uma pessoa adulta. .....CONTINUA.....
Palavras-chave: “UTI neonatal”, “radiação ionizante”, “efeitos imediatos”, “efeitos tardios”.
1 INTRODUÇÃO
A radiologia diagnóstica desempenha importante papel na avaliação e tratamento de
recém-nascidos, a termo ou prematuros, que requerem cuidados intensivos. A escolha
do tratamento depende, na grande maioria dos casos, dos resultados obtidos através dos
exames de radiodiagnóstico (ALVARES et al., 2006). O peso da criança ao nascer, a
idade gestacional e problemas respiratórios são motivos que levam à solicitação de um
número maior de exames radiológicos. No entanto, a literatura afirma que “os riscos de
manifestações de efeitos prejudiciais” por radiação em crianças são de três a quatro
vezes maiores do que em uma pessoa adulta. Além disso, “a exigência de
posicionamento correta e controle de pacientes pediátricos, e os critérios para a
qualidade de imagem necessária na radiologia pediátrica diferem em relação aos
aplicados em radiografias de adultos.” As crianças não colaboram ao tirar uma
radiografia, apresentam batimentos cardíacos mais altos e a frequência da respiração
mais rápida, podendo levar à necessidade de repetição dos procedimentos. (OSIBOTE,
2006, p. 20).
Os exames radiológicos em crianças recém nascidas demandam interesse muito grande,
tendo em vista que nesta faixa etária a radiossensibilidade e mais elevada devido a
vários fatores, como por exemplo, expectativa de vida da criança é relativamente maior
que a de um adulto, portanto, tendem a oferecer um tempo maior para que haja
manifestação dos danos sobre a saúde em longo prazo provocados pela radiação. As
características do recém nascido fazem aumentar esse risco, tendo em vista que por estar
em uma fase de desenvolvimento muito grande com as células se dividindo com maior
rapidez, tende a aumentar a radiossensibilidade (CARDOSO et al.,2009). Para Almeida
(2007, p. 2): “Os efeitos prejudiciais da radiação dependem da quantidade (dose), da
duração da exposição, do grau de exposição, do tipo de tecido e do órgão os efeitos da
radiação também dependem da porcentagem do corpo que é exposto”.
Geralmente quando o recém nascido se submete a um exame radiológico, devido ao seu
tamanho, ele tende a expor todos os órgãos à radiação, resultando na exposição do corpo
inteiro. As características anatômicas, fisiológicas e patológicas do recém-nascido
também representam um fator de risco significativo para a exposição a radiação
ionizante. Assim, a relação entre risco/benefício de cada exame é importante e deve ser
tratada com muito cuidado devido ao fato dos efeitos da radiação ionizante serem
cumulativos (OSIBOTE, 2006).
De tal modo, é muito importante que as doses de radiações recebidas pela criança
através da exposição em exames de radiodiagnóstico sejam as mais baixas possíveis.
Segundo Cardoso et al. (2009, p. 46) “devem ser usadas doses baixas (reduzindo o
tempo de exposição e a kilovoltagem por pico (kVp)), adequadas ao tamanho e à idade
da criança, mas sem comprometer o valor diagnóstico da imagem.”
Diante desses fatos, surgiu o interesse em realizar este estudo cujo tema é:
“Radiação ionizante em UTI neonatal: efeitos imediatos e tardios”, com o objetivo de
identificar os efeitos adversos imediatos e tardios decorrentes da radiação ionizante
sobre a criança recém-nascida. O tipo de pesquisa foi uma revisão de literatura, que
segundo Brevidelli e Domenico (2006), na pesquisa bibliográfica o objetivo é avaliar as
diferentes contribuições científicas disponíveis sobre determinado assunto. Foram
utilizados documentos escritos (artigos científicos) referentes ao assunto, publicados
entre 2005 e 2011 disponíveis na base de dados do “Google Acadêmico”, selecionados a
partir dos seguintes critérios de inclusão: estar publicado em um dos periódicos
encontrados para o estudo; estar o artigo disponível na íntegra no banco de dados on
line e apresentar pelo menos um dos seguintes descritores “UTI neonatal”, “radiação
ionizante”, “efeitos imediatos”, “efeitos tardios”.
2 DESENVOLVIMENTO
Diariamente o ser humano se encontra exposto a diversos tipos de radiação
ionizante, derivadas tanto de fontes naturais como artificiais. As oriundas de fontes
artificiais, 85% demandam de procedimentos de radiodiagnóstico. Se comparadas às
outras fontes de radiação ionizante, como por exemplo, a radiografia industrial e a
radioterapia, as doses aplicadas nos procedimentos de radiodiagnóstico são
“relativamente baixas”. Porém, se for considerado o total de pessoas que fazem uso da
radiologia “como método de diagnóstico” este é um fato que merece atenção, tendo em
vista o elevado número de pessoas que fazem uso de radiodiagnostico durante a vida.
Deste modo, os princípios básicos de radioproteção (Justificação, Otimização e
Limitação das Doses) são de grande importância para evitar “irradiações
desnecessárias” (OSIBOTE, 2006, p. 1).
O radiodiagnóstico está relacionado com a utilização de diversas modalidades de
imagem para investigar as possíveis causas de sintomas ou doença em uma pessoa,
consistindo no “uso de raios X para investigar a estrutura e as funções do corpo
humano.” As técnicas de imagem comumente utilizadas em radiodiagnósticos incluem
“os raios X convencionais (radiografias), raios X da mama (mamografia), imagem
contínua (fluoroscopia) e imagem de seção transversal (exploração por Tomografia
Computadorizada.”, Cada uma destas modalidades tem seus pontos fortes e suas
limitações que ditam o seu uso em diagnóstico. (OSIBOTE, 2006, p. 1). Deste modo,
segundo Cardoso et al. (2009, p. 46): “O conhecimento das doses absorvidas pelos
tecidos e a proteção radiológica são aspectos essenciais na diminuição dos riscos
inerentes a estes procedimentos radiológicos.”
Conforme os princípios básicos de radioproteção estabelecidos pela Comissão
Nacional de Energia Nuclear – CNEN, “a radioproteção tem a finalidade de proteger o
homem e o meio ambiente dos possíveis efeitos indevidos causados pela radiação
ionizante.” Oferecendo “um padrão de proteção adequado para o homem sem inibir
práticas benéficas que aumentam a exposição à radiação.” (BRASIL, 2012, p. 11).
De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2012), a justificação,
otimização e limitação de doses são os princípios fundamentais de proteção radiológica.
O princípio da justificação define que qualquer atividade envolvendo radiação deve ser
justificada em relação a outras técnicas alternativas que não envolvam a exposição à
radiação ionizante, como por exemplo, a ressonância magnética e a ultrasonografia, e
produzir um benefício líquido positivo para o paciente e sociedade. A otimização,
determina que o projeto, o planejamento do uso e a operação da instalação de fontes de
radiação devem ser feitas de modo a garantir que as exposições sejam tão reduzidas
quanto possível, levando-se em consideração fatores sociais e econômicos.
Para Osibote (2006, p. 16):
“Isto requer que os profissionais que dirigem e administram exposições médicas têm que estar familiarizados com doses típicas, métodos de medidas e, também, métodos de redução de dose. Embora as estratégias de otimização estejam baseadas em parâmetros físicos bem definidos, a diversidade de problemas diagnósticos, a variabilidade das características antropomórficas dos pacientes e a variedade de sistemas de imagem que são empregadas na prática destes exames, não permitem que a otimização seja processada automaticamente.”
O princípio da limitação de dose considera imperativo haver um limite máximo
de dose de radiação o qual os indivíduos podem ser expostos pela combinação de todas
as práticas. Os limites de doses individuais objetivam prevenir o detrimento individual
excessivo resultante de uma combinação de práticas (BRASIL, 2012, p. 12).
Osibote (2006, p. 1) esclarece que:
Como a Limitação das Doses não se aplica às exposições médicas, a Justificação e a Otimização tornam-se ainda mais importantes. No que se refere ao princípio da Justificação, que consiste na indicação clinicamente justificada, constata-se que, em muitos casos, esses exames poderiam ser dispensados. Observa-se que, na maioria das instituições, a exposição radiográfica é parte de um protocolo de rotina hospitalar pré-estabelecida, não necessariamente justificada ou necessária. Além disso, pouca ou nenhuma atenção é destinada à proteção do paciente. O Princípio da Otimização significa “o mais baixo possível”, consistente com uma qualidade de imagem adequada à obtenção da informação diagnóstica.
Segundo o INCA (2012) os efeitos biológicos provocados pela radiação ao
interagir com o corpo humano são classificados em efeitos determinísticos ou
estocásticos. Os efeitos determinísticos ou não estocásticos são clinicamente
observáveis somente quando a dose de radiação está acima do seu limiar e a gravidade
do efeito aumenta conforme o aumento da dose a partir do seu limiar. “Se o tecido
atingido é vital e o dano suficientemente grande, pode ocorrer a morte do indivíduo.
Quando o dano é menos severo, alguns efeitos determinísticos são de ordem funcional e
podem ser reversíveis”, como por exemplo, a catarata, eritema, anemia ou leucemia.
(BRASIL, 2012, P. 13). Osibote (2006, p. 6) explica que: “A energia da radiação
absorvida em tecidos vivos inicia reações físicas e químicas, que podem resultar em
mudanças biológicas. A natureza desta interação e a quantidade de energia depositada
determinam, geralmente, o efeito biológico no organismo.”
Nos efeitos estocásticos, não existe um parâmetro de dose limiar no qual a
radiação possa não apresentar risco. Isto significa que qualquer dose de radiação pode
ter efeito nocivo. Os efeitos estocásticos da radiação podem resultar em danos
produzidos em uma única célula. Esta célula modificada pode conduzir ao
desenvolvimento de um clone maligno e, eventualmente, a um câncer, “apesar dos
mecanismos de reparo e de defesa do organismo que inibem a sobrevivência do clone de
células modificadas que gera o câncer.” O período entre o início e a manifestação da
doença pode estendem-se desde alguns anos até várias décadas, já que “o período de
latência é dependente do tipo de câncer, mas pode variar de dois a sete anos para
leucemia e em até 50 anos para alguns cânceres sólidos. Conseqüentemente, o câncer é
classificado como um efeito tardio.” (OSIBOTE, 2006, p. 7). Além disso, desordens
hereditárias nos descendentes do indivíduo exposto podem vir a acontecer devido à
irradiação de células germinais (efeitos hereditários) (BRASIL, 2012, p. 13).
De acordo com Saraiva (2006), a unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN),
édestinada a recém-nascidos gravemente doentes, com instabilidade na sua
hemodinâmica ou das funções vitais, bem como àqueles que apresentem grande risco de
mortalidade. Além disso, podem estar internados recém nascidos que necessitem de
vigilância clínica, monitorização e/ou tratamento intensivo.
Os bebês recém-nascidos frequentemente desenvolvem algumas complicações
decorrentes do nascimento, como por exemplo, cardiomegalia transitória e
proeminência da vascularização pulmonar, ou elementos como a “dobra da pele
projetada sobre a cavidade torácica” que podem “simular um pneumotórax” que
contribuem para uma aparência radiografia torácica anormal. Portanto, os distintos
“artefatos característicos da criança recém-nascida devem ser identificados, pois o
desconhecimento de suas peculiaridades pode induzir ao diagnóstico de uma doença
inexistente.” (ALVARES et al., 2006, p. 440)
O radiodiagnóstico desempenha um papel importante no diagnóstico e
tratamento de recém-nascidos, sejam a termo ou prematuros (antes de completar 37
semanas de gestação), que necessitem de cuidados intensivos. As radiografias do tórax
são as mais freqüentemente realizadas para auxiliar no diagnóstico e tratamento de
doenças pulmonares do neonato. No entanto, a avaliação do posicionamento de cateter
arterial umbilical, de sonda nasogástrica ou de cânula endotraqueal, “bem como a
detecção de alterações em estruturas ósseas e abdominais” também são as principais
indicações para se realizar a radiografia de tórax em recém-nascidos.
Segundo Cardoso et al. (2009, p. 46), vários fatores contribuem para que a
sensibilidade na criança seja mais elevada, entre eles, “a taxa de proliferação celular
mais elevada, maior esperança média de vida, diferentes tamanhos e composição
corporal e aspectos funcionais distintos dos adultos (respiração mais rápida, batimentos
cardíacos acelerados).” Portanto, acrescentam Lacerda et al. (2009, p. 326), que devido
ao estado adverso em que se encontram os pacientes em unidades de neonatologia a
solicitação de grande número de radiografias pode elevar consideravelmente o risco
para esses pacientes. Principalmente ao verificar que diversos estudos mostram a
existência de “variações nas condições das técnicas radiográficas (tensão, filtração,
carga, combinações tela-filme, etc.) e, em conseqüência, nas doses recebidas pelos
pacientes recém-nascidos.”
A escolha de telafilme de alta velocidade e técnica de alta quilovoltagem com
tempo de exposição curto e o uso de filtração adicional, evitando-se o uso de grades são
os fatores mais importantes para reduzir as doses de radiação. Além disso, partes do
corpo mais sensíveis à radiação, como a medula óssea, as gônodas, a tireóide e mamas,
devem ser protegidas (OSIBOTE, 2006). Em seus estudos, realizados em hospitais do
Rio de Janeiro Osibote (2006) verificou diversas “não conformidades” em relação à
proteção radiológica, tais como proteção aos órgãos sensíveis e colimação insuficiente,
além de observar que a maioria das radiografia realizadas em neonatos são realizadas de
corpo inteiro. Conforme Cardoso et al. (2009, p. 46): “Um outro problema associado a
exames de Rx em UCIN's é a proximidade dos doentes, implicando que o paciente
vizinho possa ser indevidamente irradiado durante o exame do paciente sob estudo.”
Entretanto, em seus estudos verificou que este é um episódio bastante difícil de
acontecer, existindo também na literatura casos raros a esse respeito.
O efeito da exposição é medido como um risco de radiação que expressa a
probabilidade de um evento vir acontecer, por exemplo, de morrer de câncer. O risco
pode ser definido como risco relativo (RR), ou seja, é a probabilidade da doença devido
à exposição a radiação em relação à população de referência, sem exposição. Outra
possibilidade é a utilização de risco absoluto (RA), que é a ocorrência da doença
expressa como uma probabilidade de uma pessoa desenvolver uma doença ou morrer
em certo intervalo de tempo. (OKUNO, 2009).
Embora a radiação ionizante seja considerada um fator de risco para a formação
de células cancerígenas. Brenner et al. (2003) apud Osibote (2006, p. 1) consideram
que:
É provável que os procedimentos de radiação médica conduzam a um aumento pequeno na incidência do câncer na população. A dose mais baixa de raios X em que há evidência epidemiológica elevada de risco do câncer é de 10-50 mSv para uma exposição aguda de corpo inteiro. É fácil negligenciar os possíveis efeitos colaterais da radiação, particularmente se o risco é muito baixo e o efeito não ficar aparente durante anos (período de latência). Desta forma, o grupo de maior risco localiza-se entre indivíduos com uma longa expectativa de vida. Crianças são mais suscetíveis aos efeitos carcinogênicos da radiação do que os adultos.
Assim, para diminuir a carga de radiação no recém nascido Álvares (2006, p.
435) aconselham apenas a realização da incidência ântero-posterior do tórax,
considerando que “na maioria das vezes fornece informações suficientes para a
realização do diagnóstico.” Recomendam ainda a inclusão do abdômen na primeira
radiografia, como forma de avaliação preliminar do ar nas alças intestinais e exclusão de
doenças abdominais, algumas motivadoras de problemas respiratórios. Nas radiografias
seguintes “a inclusão do abdome e a incidência em perfil do tórax somente devem ser
realizadas quando houver alguma indicação clínica ou quando for necessário avaliar a
localização de sondas e cateteres.” Aconselha também que, preferencialmente, em
recém nascido prematuro o exame radiológico seja realizado na própria UTI, com
aparelho radiológico portátil e após assepsia das mãos do técnico radiologista
(ÁLVARES et al., 2006, p. 435).
Nesse sentido, medidas de controle de qualidade visando também a otimização
dos procedimentos radiográficos, “pode reduzir significativamente as doses nos
pacientes, sem prejuízo na qualidade da imagem radiográfica.” As diretrizes da
Comunidade Européia sobre os critérios de qualidade para radiodiagnóstico em
pediatria consideram 80 Gy a dose de entrada na pele como nível de referência em uma
AP do tórax de um recém-nascido.
De acordo com Chapple (1994) apud Cardoso et al. (2009, p. 46):
A estimativa do kerma no ar na superfície de entrada (Ke) em pacientes internados em unidades de neonatologia pode ser realizada utilizando dosímetros termoluminescentes, medidores dose-área, ou pode ser avaliada indiretamente a partir dos parâmetros de técnica radiográfica. Este último método, que emprega os parâmetros de técnica radiográfica em conjunto com medidas do rendimento do equipamento de raios X, é usualmente adequado para esse propósito.
Dependendo do peso ou idade, o recém nascido prematuro, muitas vezes precisa
de auxílio para respirar ou ventilação para obter oxigênio suficiente. O tubo intubator
tem que permanecer sem se mover quando o bebê for levantado para obter o receptor de
imagem sob a sua volta. Além disso, outros possíveis fios têm de ser tomadas em
consideração. Estes e outros fatos devem ser levados em consideração quando se realiza
um exame de raios-X em um recém nascido prematuro. O radiologista deve planejar o
exame de raio X cuidadosamente antes e depois. Trabalhar destreza, cuidado e
eficazmente para evitar incomodar o bebê o menos possível.
Os efeitos agudos da radiação são observados em apenas horas, dias ou semanas
após a exposição do indivíduo a uma alta dose de radiação, em um pequeno intervalo de
tempo. Os sintomas característicos de tal exposição são: vômitos, naúseas, leucopenia,
problemas gastrintestinais e, em alguns casos mais críticos, hemorragia, infecção e
deficiência imunológica, que podem levar à morte.
Os efeitos tardios aparecem em pessoas irradiadas por doses baixas, mas
crônicas, em um longo intervalo de tempo, ou em pessoas que receberam uma alta dose
de irradiação, porém não letal. Esses efeitos são o câncer, as lesões degenerativas, a
anemia aplástica, e surgem, aparentemente, apenas em algumas pessoas. É importante
enfatizar que não há nenhuma enfermidade específica ligada aos efeitos tardios da
radiação. O que se verifica é um aumento da incidência de certas doenças, em relação à
incidência normal. Os efeitos tardios aparecem em pessoas irradiadas por doses baixas,
mas crônicas, em um longo intervalo de tempo, ou em pessoas que receberam uma alta
dose de irradiação, porém não letal. Esses efeitos são o câncer, as lesões degenerativas,
a anemia aplástica, e surgem, aparentemente, apenas em algumas pessoas. É importante
enfatizar que não há nenhuma enfermidade específica ligada aos efeitos tardios da
radiação. O que se verifica é um aumento da incidência de certas doenças, em relação à
incidência normal.
MIRANDA, Fábio Jesus.; PASQUALI, Luiz.; COSTANETO, Sebastião Benício
et al. Acidente radioativo de Goiânia: "o tempo cura todos os males"? Arquivos
Brasileiros de Psicologia, v. 57, n.1, p. 58-87, 2005.
Considera-se que a proteção do paciente pode ser melhorada por continuamente
comparando a prática local com as doses de referência de doses para pacientes
(Comissão Internacional de Proteção Radiológica 73, 1996). Leitz (2003) acredita em
uma redução de cinco por cento da dose, o que significa que 800 manSv / ano em
Escandinávia. Todas as doses medidos deve ser guardado juntamente com o indivíduo
dados de exposição (kV, mAs, o uso de grade, sistema receptor de imagem e do
gerador) (Schneider, 1998).
Os parâmetros de exposição com base na idade do paciente não são ideais em
todos os casos, especialmente com bebês prematuros. De acordo com Lindskoug (1992),
em radiografias de tórax, o peso do paciente deve frequentemente determinar os
parâmetros de exposição. Devido ao pequeno tamanho de recém-nascidos, uma
mudança de posição de apenas um ou dois centímetros pode provocar uma mudança de
magnitude em doses de órgãos. Nas radiografias de tórax, a gama de exposição é
geralmente 1-2, mas o número de projeções e exposições de um paciente não têm sido
amplamente relatados.
As doses de radiação de raios-x dos exames realizados nas unidades neonatais
devem ser mínimas, enquanto a qualidade da imagem radiográfica precisa ser
otimizada. Os resultados indicam que reduções substanciais de dose podem ser
alcançadas sem perda da qualidade da imagem tanto em sistemas convencionais quanto
digitais.
Em exames de crianças no peito, o dado Directivas da União Europeia com uma
classe de sensibilidade de 400-600 parece ser impraticável para as placas de imagem
(Gindl 2002). Feixe de energia, filtração e colimação, o uso da rede, o ânodo calcanhar
efeito de tamanho, o paciente, a combinação tela-filme e condições de processamento de
filmes afeta a dose do paciente em radiografia convencional ea maior parte deles em
radiografia computadorizada. Além disso, a latitude de largura em radiografia digital
(placas de ambos os de imagem e grande área de detecção baseada em Iodeto de Césio /
Selenium Amorphophous-silício amorfo ou, telas planas) precisa de atenção para evitar
a utilização de quilovoltagens excessivamente elevados e tubo correntes, a fim de
reduzir o ruído possível e obter uma melhor DQE (detetive eficiência quântica) e MTF
(Modulation Transfer Function). (International Comissão de Protecção Radiológica 34,
1982, Curry et al. 1990, Bushong 1993, Carlton & Adler 1996, Schaefer-Prokop &
Prokop 1997, Lowe et al. 1999, Parry et ai. 1999) O benefício de sistemas digitais é o
processamento de imagem, que é cateter muito útil com a visibilidade de pneumotórax e
diferente (Goo et ai. 2001).
Há muitas maneiras de reduzir a dose para crianças. A selecção de alta
velocidade da tela filmes de sistemas (pelo menos classe de velocidade 400), que são
típicos para exames diferentes e levam em consideração a exigência de alta resolução,
deve ser sempre ponderada (Almen et al. de 1996, Europeu Comissão de 1996,
McParland et al. 1996, Cook et al. 1998, Parry et ai. 1999). De acordo com Huda et al.
(1996), a radiografia computadorizada do tórax requer aproximadamente duas vezes a
dose de um 600-a velocidade do sistema de tela de película. Em outra pesquisa, a
radiografia computadorizada atingido por uma dose 25% menor com a mesma
qualidade de imagem como um sistema filme-écran em uma classe de velocidade 400
(Seifert et al. 1998) e em outro com placas de imagem necessita de exposição de cerca
de 75% mais (Dobbins et al. 1992, lava e Cowen 1995). As conclusões em conflito, o
uso de sistemas digitais de imagem, tais como placas ou painéis planos necessita de uma
avaliação mais crítica e uma nova atitude para radiologistas e radiologistas.
A escolha do tratamento, no caso de crianças recém-nascidas que necessitam de
cuidados intensivos depende, na grande maioria dos casos, dos resultados obtidos
através dos exames de radiodiagnóstico. O peso da criança ao nascer, a idade
gestacional e problemas respiratórios são motivos que levam à solicitação de um
número maior de exames radiológicos. Os exames radiológicos em crianças recém
nascidas demandam interesse muito grande, devido ao fato de que nesta faixa de idade
existe maior probabilidade de desenvolvimento de câncer induzido pela exposição às
radiações em longo e médio prazo, já que a expectativa de vida da criança é
relativamente maior. Por outro lado, as características morfológicas do recém nascido
fazem aumentar esse risco, tendo em vista que por estar em uma fase de
desenvolvimento muito grande com as células se dividindo com maior rapidez, existe
um maior risco de radiação. Portanto, torna-se de grande importância assegurar que as
doses de radiação a partir de radiodiagnósticos realizados em unidades neonatais sejam
as mínimas possíveis, sem prejudicar a qualidade da imagem radiográfica. As crianças
também têm uma expectativa de vida maior que um adulto, portanto tendem a oferecer
um tempo maior para que haja a manifestação dos danos provocados pela radiação, se
manifestar como um efeito sobre a saúde em longo prazo.
Geralmente quando o recém nascido se submete a um exame de raios-X, devido
ao seu tamanho, ele tende a expor todos os órgãos à radiação, resultando na exposição
do corpo inteiro. As características anatômicas, fisiológicas e patológicas do recém-
nascido também representam um fator de risco significativo para a exposição a
radiações ionizantes. Assim, a relação entre risco/benefício de cada exame de raio X é
importante e deve ser tratada com muito cuidado devido ao fato dos efeitos da radiação
ionizante serem cumulativos. Se o número de investigações radiológicas de cada recém-
nascido com problemas de saúde ou no caso de uma bebê prematuro seja estritamente
necessário, se as técnicas de exame são a mais recomendadas e se as doses recebidas
durante tais procedimentos radiológicos estão sob observação periódica, então o risco de
exposição a radiações ionizantes deve ser mínimo em comparação com o diagnóstico -
benefício relacionado
Os bebês prematuros são mais ainda em maior risco para Síndrome do
Desconforto Respiratório - RDS grave e freqüentemente desenvolvem complicações
(por exemplo, infecção, persistência do canal arterial e hemorragia do sistema nervoso
central), que contribuem para prolongada requisitos para oxigênio e ventilador de
suporte (Marttila 2003). Conforme Greenough et al. (2000), a maioria das crianças
muito imaturos têm uma aparência radiografia torácica anormal. Contudo, o número de
exames radiográficos de cabeceira peito realizadas a cada ano aumenta porque o
cuidado intensivo dos prematuros melhorou durante últimas décadas fortemente
(Wilson-Costello et al. 1996).
ALMEIDA, Ronaldo J. de. Estudo dos efeitos biológicos da radiação com ênfase
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BREVIDELLI, M. M.; DE DOMÊNICO, E. B. L. Trabalho de conclusão de curso:
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