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UTP – UNIVERSIDADE TUIUTÍ DO PARANÁ ALESSANDRA CAETANO SHIRLEY FERREIRA SOUZA A IMPORTANCIA DA APLICAÇÃO FINANCEIRA EM RENDA VARIAVEL PARA A EMPRESA BELO HORIZONTE, MG 2009 ALESSANDRA CAETANO SHIRLEY FERREIRA SOUZA

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UTP – UNIVERSIDADE TUIUTÍ DO PARANÁ

ALESSANDRA CAETANO

SHIRLEY FERREIRA SOUZA

A IMPORTANCIA DA APLICAÇÃO FINANCEIRA EM RENDA

VARIAVEL PARA A EMPRESA

BELO HORIZONTE, MG 2009

ALESSANDRA CAETANO

SHIRLEY FERREIRA SOUZA

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A IMPORTANCIA DA APLICACAO FINANCEIRA EM RENDA

VARIAVEL PARA A EMPRESA

Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação lato Sensu em Planejamento Tributário, Gestão, Auditoria Tributária e Docência Superior da Universidade Tuiutí do Paraná como requisito para o título de especialista.

Área de Concentração: Contabilidade.

Orientador: Prof. Cláudio Nogas

BELO HORIZONTE, MG 2009

SUMÁRIO

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1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4 2 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO................................................................................... 6 3 OBJETIVOS ................................................................................................................... 7 4 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 9 4.1 O SISTEMA FINANCEIRO.........................................................................................9 4.2 MERCADO FINANCEIRO........................................................................................17 4.2.1 Mercado de Capitais .............................................................................................................19 4.2.2 Por que e Onde Investir ........................................................................................................21 4.2.3 Investimentos em Títulos......................................................................................................22 4.3 APLICAÇÃO FINANCIERA NO MERCADO DE RENDA FIXA E RENDA VARIÁVEL....................................................................................................................... 25 4.3.1 Ativos Privados de Renda Variável......................................................................................25 4.4 RENTABILIDADE..................................................................................................... 44 4.4.1 A Margem de Lucro sobre as Vendas ..................................................................................45 4.4.2 Retorno sobre o Patrimônio Líquido ....................................................................................45 5 METODOLOGIA......................................................................................................... 47 5.1 TIPO DE PESQUISA REALIZADA......................................................................................47 5.2 TÉCNICA DE PESQUISA .....................................................................................................47 6 CONCLUSÃO............................................................................................................... 48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................50

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1 INTRODUÇÃO

Na atual realidade econômica o sucesso empresarial passa necessariamente pela

dinâmica do mercado financeiro o que evidencia sua importância a referencia a

moderna vida econômica dos paises.

Os recursos necessários para uma aplicação provêm da parcela não consumida

da renda, a qual se dá o nome de poupança. Qualquer pessoa que tenha uma poupança

(por menor que seja o valor) ou uma disponibilidade financeira pode efetuar um

investimento.

À medida que cresce o nível de poupança, maior é a disponibilidade para

investir. A poupança individual e a poupança das empresas (lucros) constituem a fonte

principal do financiamento dos investimentos de um pais. Tais investimentos são o

motor do crescimento econômico e este, por sua vez, gera aumento de renda, com

conseqüente aumento da poupança e do investimento, e assim por diante.

Esse é o esquema da circulação de capital, presente no processo de

desenvolvimento econômico. As empresas, à medida que se expandem, carecem de

mais e mais recursos. Com os recursos necessários, as empresas têm condições de

investir na aquisição de novos equipamentos ou no desenvolvimento de pesquisas,

melhorando seu processo produtivo, tornando-o mais eficiente e beneficiando toda a

comunidade.

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Todo investidor busca a otimização de três aspectos básicos em um

investimento: retorno, prazo e proteção. Ao avaliá-lo, portanto, deve estimar sua

rentabilidade, liquidez e grau de risco. A rentabilidade é sempre diretamente

relacionada ao risco.

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2 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

O mercado financeiro, de forma geral, vem sofrendo várias transformações

devido à tendência de globalização ocasionada pelo avanço tecnológico atual. A base

principal destas transformações está na constante adaptação do mercado a uma série de

inovações produzidas pelos intermediários financeiros em busca de sobrevivência num

mercado cada vez mais competitivo.

Todas as economias necessitam de crescimento e desenvolvimento para

proporcionar aos seus agentes um nível melhor de vida. Para que haja essa expansão, é

preciso que as empresas façam investimentos para acumulação de capital produtivo e

aumento de sua produtividade. Os investimentos em economia podem ser

considerados a mola propulsora do crescimento econômico.

As decisões financeiras não são tomadas em ambiente de total certeza com

relação a seus resultados. Nesse sentido a mensuração da rentabilidade sobre a

aplicação financeira no mercado de renda variável pode ser mais atrativa que outras

modalidades de aplicações financeiras.

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3 OBJETIVOS

a) – Objetivo Geral

Analisar se a aplicação em renda variável e mais rentável que os outros grupos

de investimentos financeiros.

b) – Objetivos específicos

• Apresentar as modalidades de aplicações financeiras que tenham

rentabilidade para a empresa;

• Discorrer sobre os indicadores de rentabilidade;

• Discorrer sobre a melhor aplicação financeira oferecida no mercado.

O presente estudo delimitou-se na importância de analisar a melhor modalidade

financeira de renda variável para a empresa.

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c) – O problema

Os indicadores da aplicação financeira de renda variável têm mais rentabilidade

que outras aplicações financeiras?

d) – Hipóteses

Compensa a empresa alterar a aplicação de renda fixa para renda variável.

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4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 O SISTEMA FINANCEIRO

O sistema financeiro nacional pode ser entendido como um conjunto de

instituições financeiras e instrumentos financeiros que visam transferir recursos dos

agentes econômicos (pessoas, empresas, governo) superavitários para os deficitários. É

composto de instituições responsáveis pela captação de recursos financeiros, pela

distribuição e circulação de valores e pela regularização deste processo, sendo

composto da seguinte forma:

Autoridades monetárias:

• O Conselho Monetário Nacional (CMN): acaba sendo o conselho de política

econômica do país, visto que o mesmo é responsável pela fixação das diretrizes

da política monetária, creditícia e cambial. Atualmente, seu presidente é o

próprio Ministro da Fazenda.

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Processa todo o controle do sistema financeiro, influenciando as ações de

órgãos normativos como o BNDES, por exemplo, além de assumir funções de

legislativo das instituições financeiras públicas e privadas.

• O Banco Central do Brasil (BACEN): é o órgão responsável pela execução

das normas que regulam o SFN. São suas atribuições agir como: banco dos

bancos, gestor do SFN, executor da política monetária, banco emissor e

banqueiro do governo. É muito discutida a elevação do grau de independência

do BACEN.

Autoridades de apoio:

• A Comissão de Valores Mobiliários (CVM): é um órgão normativo voltado

ao mercado de ações e debêntures. Ela é vinculada ao Governo Federal e seus

objetivos podem sintetizados em apenas um: o fortalecimento do mercado

acionário.

A CVM tem por finalidade básica a normatização e o controle do mercado de

valores mobiliários, representado principalmente por ações, partes beneficiárias

e debêntures, commercial papers, e outros títulos emitidos pelas sociedades

anônimas e autorizadas pelo Conselho Monetário Nacional.

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• O Banco do Brasil (BB): até janeiro de 1986 o BB assemelhava-se a uma

autoridade monetária mediante ajustamentos da conta movimento do BACEN e

do Tesouro Nacional. Hoje, é um banco comercial comum, embora responsável

pela Câmara de Confederação.

• O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES):

contando com recursos de programas e fundos de fomento, o BNDES é

responsável pela política de investimentos de LP do Governo e, a partir do

Plano Collor, também pela gestão do processo de privatização. É a principal

instituição financeira de fomento do Brasil por impulsionar o desenvolvimento

econômico, atenuar desequilíbrios regionais, promover o crescimento das

exportações, dentre outras funções.

O Objetivo principal do BNDES é o de reequipar e fomentar, por meio de

várias linhas de crédito voltadas para os setores industrial e social, as empresas

consideradas de interesse ao desenvolvimento do país.

• A Caixa Econômica Federal (CEF): é uma instituição financeira pública que

atua de forma autônoma e apresenta um objetivo claramente social. É

classificada como órgão auxiliar do Governo Federal na execução de sua

política creditícia.

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Instituições financeiras:

Os Bancos Comerciais: os BC são intermediários financeiros que transferem

recursos dos agentes superavitários para os deficitários, mecanismo esse que acaba por

criar moeda através do efeito multiplicador. Os BC's podem descontar títulos, realizar

operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente, realizar operações

especiais de crédito rural, de câmbio e comércio internacional, captar depósitos à vista

e a prazo fixo, obter recursos junto às instituições oficiais para repasse aos clientes,

etc.

• O BNDES: é o principal agente de financiamento do governo federal.

Destacam-se outros bancos regionais de desenvolvimento como, por exemplo, o

Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Banco da Amazônia, dentre outros.

• As Cooperativas de Crédito: Equiparando-se às instituições financeiras, as

cooperativas normalmente atuam em setores primários da economia ou são

formadas entre os funcionários das empresas. No setor primário, permitem uma

melhor comercialização dos produtos rurais e criam facilidades para o

escoamento das safras agrícolas para os consumidores. No interior das

empresas em geral, as cooperativas oferecem possibilidades de crédito aos

funcionários, os quais contribuem mensalmente para a sobrevivência e

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crescimento da mesma. Todas as operações facultadas às cooperativas são

exclusivas aos cooperados.

• Os Bancos de Investimentos: os BI captam recursos através de emissão de

CDB e RDB, de capitação e repasse de recursos e de venda de cotas de fundos

de investimentos. Esses recursos são direcionados a empréstimos e

financiamentos específicos à aquisição de bens de capital pelas empresas ou

subscrição de ações e debêntures. Os BI não podem destinar recursos a

empreendimentos mobiliários e têm limites para investimentos no setor estatal.

• Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimentos: as "financeiras"

captam recursos através de letras de câmbio e sua função é financiar bens de

consumo duráveis aos consumidores finais (crediário). Tratando-se de uma

atividade de alto risco, seu passivo é limitado a 12 vezes seu capital mais

reservas.

• Sociedade Corretoras: essas sociedades operam com títulos e valores

mobiliários por conta de terceiros. São instituições que dependem do BACEN

para constituírem-se e da CVM para o exercício de suas atividades. As

"corretoras" podem efetuar lançamentos de ações, administrar carteiras e fundos

de investimentos, intermediar operações de câmbio, dentre outras funções.

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• Sociedades Distribuidoras: tais instituições não têm acesso às bolsas como as

Sociedades Corretoras. Suas principais funções são a subscrição de emissão de

títulos e ações, intermediação e operações no mercado aberto. Elas estão

sujeitas a aprovação pelo BACEN.

• Sociedade de Arrendamento Mercantil: operam com operações de "leasing"

que tratam-se de locação de bens de forma que, no final do contrato, o locatário

pode renovar o contrato, adquirir o bem por um valor residencial ou devolver o

bem locado à sociedade. Atualmente, tem sido comum operações de leasing em

que o valor residual é pago de forma diluída ao longo do período contratual ou

de forma antecipada, no início do período. As Sociedades de Arrendamento

Mercantil captam recursos através da emissão de debêntures, com

características de longo prazo.

• Associações de Poupança e Empréstimo: são sociedades civis onde os

associados têm direito à participação nos resultados. A captação de recursos

ocorre através de caderneta de poupança e seu objetivo é principalmente

financiamento imobiliário.

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• Sociedades de Crédito Imobiliário: ao contrário das Caixas Econômicas,

essas sociedades são voltadas ao público de maior renda. A captação ocorre

através de Letras Imobiliárias depósitos de poupança e repasses de CEF. Esses

recursos são destinados, principalmente, ao financiamento imobiliário direto ou

indireto.

• Investidores Institucionais: os principais investidores institucionais são:

Fundos Mútuos de Investimentos: são condomínios abertos que aplicam seus

recursos em títulos e valores mobiliários objetivando oferecer aos condomínios

maiores retornos e menores riscos. Entidades Fechadas de Previdência

Privada: são instituições mantidas por contribuições de um grupo de

trabalhadores e da mantenedora. Por determinação legal, parte de seus recursos

deve ser destinada ao mercado acionário. Seguradoras: são enquadradas como

instituições financeiras segundo determinação legal. O BACEN orienta o

percentual limite a ser destinado aos mercados de renda fixar e variável.

• Companhias Hipotecárias: dependendo de autorização do BACEN para

funcionarem, tem objetivos de financiamento imobiliário, administração de

crédito hipotecário e de fundos de investimento imobiliário, dentre outros.

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• Agências de Fomento: sob supervisão do BACEN, as agências de fomento

captam recursos através dos Orçamentos públicos e de linhas de créditos de LP

de bancos de desenvolvimento, destinando-os a financiamentos privados de

capital fixo e de giro.

• Bancos Múltiplos: como o próprio nome diz, tais bancos possuem pelo menos

duas das seguintes carteiras: comercial, de investimento, de crédito imobiliário,

de aceite, de desenvolvimento e de leasing. A vantagem é o ganho de escala que

tais bancos alcançam.

• Bancos Cooperativos: são verdadeiros bancos comerciais surgidos a partir de

cooperativas de crédito. Sua principal restrição é limitar suas operações em

apenas uma UF, o que garante a permanência dos recursos onde são gerados,

impulsionando o desenvolvimento local.

Segundo Pinheiro, “o sistema financeiro de um país como um conjunto de

instituições, instrumentos e mercados agrupados de forma harmônica, com a finalidade

de canalizar a poupança das unidades superavitárias até o investimento demandado

pelas deficitárias”.(2007. p.29).

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4.2 MERCADO FINANCEIRO

O mercado financeiro faz a ligação entre as pessoas ou empresas que têm

dinheiro e as pessoas ou empresas que precisam de dinheiro. Para que isto ocorra é

preciso de um intermediário – os bancos. O mercado financeiro leva o dinheiro de

quem tem para quem não tem, cobrando uma taxa que chamamos de juros.

Para Pinheiro os mercados financeiros são definidos, “como o mecanismo ou

ambiente através do qual se produz um intercâmbio de ativos financeiros e se

determinam seus preços. São mercados nos quais os recursos financeiros são

transferidos desde unidades superavitárias, isto é, que têm um excesso de fundos, até

aquelas deficitárias, ou seja, que têm necessidade de fundos”.(2007, p.74 e 75).

No mercado financeiro as pessoas também vão buscar serviços como seguro de

vida, planos de previdência, cobrança bancária, etc. Todos esses processos são

fiscalizados e controlados por entidades como o Banco Central, a Bovespa (Bolsa de

valores de São Paulo), CMV (Comissão de Valores Mobiliários) entre outras, sendo

que todas estas estão subordinadas ao Conselho Monetário Nacional - CMN, que é

presidido pelo Ministro da Fazenda.

O mercado financeiro é dividido em:

• Mercado de crédito: cuida dos empréstimos bancários. Quando você paga

juros para um banco significa que o banco lhe emprestou dinheiro, ou seja,

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investiu em você. Isto pode ocorrer quando você usa o cheque especial,

desconta duplicatas, desconta cheques, faz um financiamento, etc.

• Mercado de câmbio: cuida da relação justa entre as moedas dos países.

Muitos países adotaram o dólar para comparar com a sua moeda. Assim,

quando um negócio é feito entre dois países, primeiro eles comparam os valores

de suas moedas com o dólar para facilitar a transação.

No Brasil quem pode ter conta em dólares é só o Banco Central e alguns bancos

autorizados e mesmo assim, os dólares não podem ficar de um dia para outro na

conta. Além dos bancos, quem negocia com dólares são: os importadores - que

precisam comprar dólares para pagar suas compras; os exportadores - que

recebem dólares, vendem aos bancos e ficam com reais e os investidores

estrangeiros: que trazem dólares para investir, trocam por reais e quando vão

embora compram dólares novamente.

Então diariamente os bancos ficam vendendo e comprando dólares dos

importadores, exportadores, investidores estrangeiros e de outros bancos. No

fim do dia, faz-se um balanço: se houve mais compradores que vendedores a

cotação sobe, pois a procura por dólares foi maior. A cotação cai quando a

oferta é maior que a procura.

• Mercado aberto: refere-se às empresas que têm Capital Aberto, que são as

Sociedades Anônimas. Empresa de Capital Aberto significa que qualquer

pessoa pode ser sócia daquela empresa, desde que compre partes da empresa -

que chamamos ações. As negociações das ações são feitas na bolsa de valores -

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onde o preço é público, assim todos podem comprar pelo mesmo preço que é

definido pela oferta e procura.

4.2.1 Mercado de Capitais

O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários, que

tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e

viabilizar seu processo de capitalização. É constituído pelas bolsas de valores,

sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.

Para Pinheiro o mercado de capitais pode ser definido, “como um conjunto de

instituições e de instrumentos que negociam com títulos e valores mobiliários,

objetivando a canalização dos recursos dos agentes compradores para os agentes

vendedores. Ou seja, o mercado de capitais representa um sistema de distribuição de

valores mobiliários que tem o propósito de viabilizar a capitalização das empresas e

dar liquidez aos títulos emitidos por elas”.(2007, p. 130 e 131).

No mercado de capitais são negociados títulos, valores mobiliários e ativos

financeiros que, de acordo com as características do ativo ou contrato objeto da

operação, podem ser classificados em dois grandes segmentos:

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1 - Mercado de Renda Variável

Compõe-se de ativos de renda variável, quais sejam, aqueles cuja remuneração

ou retorno de capital não pode ser dimensionado no momento da aplicação. São eles as

ações, quotas ou quinhões de capital, o ouro, ativo financeiro, e os contratos

negociados nas bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas. Sendo

que os seus rendimentos são mensuráveis no final do contrato pela venda, revenda, etc.

O mercado de renda variável compreende todas as ações, quotas ou quinhões de

capital, o ouro, ativo financeiro, as operações realizadas nas bolsas de valores, de

mercadorias, de futuros e assemelhadas, bem como as operações com ouro, ativo

financeiro, realizadas fora de bolsas, com a interveniência de instituições integrantes

do Sistema Financeiro Nacional (bancos, corretoras e distribuidoras), ressalvadas as

operações de mútuo e de compra vinculada à revenda com ouro, ativo financeiro, e as

operações de financiamento.

2 - Mercado de Renda Fixa

Compõe-se de ativos de renda fixa aqueles cuja remuneração ou retorno de

capital pode ser dimensionado no momento da aplicação. Os títulos de renda fixa são

públicos ou privada, conforme a condição da entidade ou empresa que os emite. Como

títulos de renda fixa públicos citam-se as Notas do Tesouro Nacional (NTN), os Bônus

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do Banco Central (BBC), os Títulos da Dívida Agrária (TDA), bem como os títulos

estaduais e municipais.

Como títulos de renda fixa privada, aqueles emitidos por instituições ou

empresas de direito privado, citam-se as Letras de Câmbio (LC), os Certificados de

Depósito Bancário (CDB), os Recibos de Depósito Bancário (RDB) e as Debêntures.

4.2.2 Por que e Onde Investir

Entre os objetivos que levam ao investimento destacamos: a remuneração e

manutenção do capital, atualização monetária e preservação do patrimônio. À medida

que cresce o nível de poupança, maior é a disponibilidade para investir, pois todo

dinheiro não consumido pode ser convertido em investimentos. Investimos nosso

dinheiro em busca da realização de objetivos da nossa vida. Qualquer pessoa que tenha

uma poupança ou uma disponibilidade financeira pode efetuar um investimento, dele

esperando obter:

• reserva para qualquer despesa imprevista e uma garantia para o futuro

– SEGURANÇA;

• boa remuneração – RENTABILIDADE;

• esperança de ver crescer o capital empregado – VALORIZAÇÃO;

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• defesa contra eventual desvalorização do dinheiro – PROTEÇÃO;

• oportunidade de associação com empresas dinâmicas –

DESENVOLVIMENTO ENCONÔMICO;

• rápida disponibilidade do dinheiro aplicado – LIQUIDEZ.

4.2.3 Investimentos em Títulos

O investimento representa a ampliação de capital em alternativas que

promovem o aumento efetivo da capacidade produtiva de um país, determinando

maior capacidade futura de gerar riqueza.

Abrangem aplicação em ativos diversos, negociados no mercado financeiro (de

crédito), que apresentam características básicas com referência a:

• renda – variável ou fixa;

• prazo – variável ou fixo;

• emissão – particular ou pública.

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a) RENDA

Para Neto as rendas, “representam a remuneração dos agentes que participam,

de alguma forma, do processo produtivo de um economia. São, essencialmente,

receitas em dinheiro compensatórias de serviços prestados, como salários recebidos,

juros sobre capital emprestado, lucros sobre capital investido”.(2001, p. 26).

A renda é fixa quando se conhece previamente a forma do rendimento que será

conferida ao título. Nesse caso, o rendimento pode ser pós ou prefixado, como ocorre,

por exemplo, com o certificado de depósito bancário.

A renda variável será definida de acordo com os resultados obtidos pela

empresa ou instituição emissora do respectivo título.

b) PRAZO

Há títulos com prazo de emissão variável ou indeterminado, isto é, não têm data

definida para resgate ou vencimento, podendo sua conversão em dinheiro ser feita a

qualquer momento. Já os títulos de prazo fixo apresentam data estipulada para

vencimento ou resgate, quando seu detentor receberá o valor correspondente à sua

aplicação, acrescido da respectiva remuneração.

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c) EMISSÃO

Os títulos podem ser particulares ou públicos. Particulares, quando lançados por

sociedades anônimas ou instituições financeiras autorizadas pela CVM ou pelo BC,

respectivamente; públicos, se emitidos pelos governos federal, estadual ou municipal.

De forma geral, as emissões de entidades públicas têm o objetivo de propiciar a

cobertura de déficits orçamentários, o financiamento de investimentos públicos e a

execução da política monetária.

Dentro do mercado financeiro existe um grande número de investimentos. Os

principais investimentos podem ser divididos em dois grupos: Renda Fixa e Renda

Variável.

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4.3 APLICAÇÃO FINANCIERA NO MERCADO DE RENDA FIXA E RENDA

VARIÁVEL

4.3.1 Ativos Privados de Renda Variável

Para Pinheiro os ativos de renda variável, “são aqueles em que não há um

conhecimento prévio dos rendimentos futuros e o valor de resgate pode assumir

valores superiores, iguais ou inferiores ao valor aplicado”.(2007, p. 86).

Os principais ativos de renda variável privados são:

4.3.1.1 Ações

Títulos emitidos por sociedades anônimas, que representam a menor fração do

capital da empresa emitente. Podem ser escriturais ou representadas por cautelas ou

certificados. O investidor em ações é um co-proprietário da sociedade anônima da qual

é acionista, participando dos seus resultados. As ações são conversíveis em dinheiro, a

qualquer tempo, pela negociação em bolsa de valores ou no mercado de balcão.

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4.3.1.2 Rentabilidade

É variável. Parte dela, composta de dividendos ou participação nos resultados e

benefícios concedidos pela empresa, advém da posse da ação; outra advém do eventual

ganho de capital na venda da ação.

4.3.1.3 Dividendos

A participação nos resultados de uma sociedade é feita sob a forma de

distribuição de dividendos em dinheiro, em percentual a ser definido pela empresa, de

acordo com os seus resultados, referentes ao período correspondente ao direito.

Quando uma empresa obtém lucro, em geral é feito um rateio, que destina parte

do lucro para reinvestimentos, parte para reservas e parte para pagamento de

dividendos.

4.3.1.4 Juros sobre o Capital Próprio

As empresas, na distribuição de resultados aos seus acionistas, podem optar por

remunera-los por meio do pagamento de juros sobre o capital próprio, em vez de

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distribuir dividendos, desde que sejam atendidas determinadas condições estabelecidas

em regulamentação específica.

4.3.1.5 Bonificação em Ações

Advém do aumento de capital de uma sociedade, mediante a incorporação de

reservas de lucros, quando são distribuídas gratuitamente novas ações a seus

acionistas, em número proporcional às já possuídas.

4.3.1.6 Bonificação em Dinheiro

Excepcionalmente, além dos dividendos, uma empresa poderá conceder as seus

acionistas uma participação adicional nos lucros, por meio de uma bonificação em

dinheiro.

4.3.1.7 Direitos de Subscrição

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É o direito de aquisição de novo lote de ações pelos acionistas – com

preferência na subscrição – em quantidade proporcional às possuídas, em contrapartida

à estratégia de aumento de capital da empresa.

4.3.1.8 Venda de Direito de Subscrição

Como não é obrigatório o exercício de preferência na subscrição de novas

ações, os acionistas poderá vender a terceiros, em bolsa, os direitos que detém.

4.3.1.9 Opção sobre Ações

São direitos de compra ou de venda de um lote de ações, a um preço

determinado (preço de exercício), durante um prazo estabelecido (vencimento). Para se

adquirir uma opção, paga-se ao vendedor um prêmio. Os prêmios das opções são

negociados em Bolsa. Sua forma é escritural e sua negociação é realizada em bolsa de

valores. A rentabilidade é dada em função da relação preço/prêmio, existente entre os

momentos de compra e venda das opções.

4.3.1.10 Opção de Compra

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São aquelas que garantem a seu titular o direito de comprar do lançador (o

vendedor) um lote determinado de ações ao preço de exercício, a qualquer tempo até a

data de vencimento da opção.

4.3.1.11 Opção de Venda

São aquelas que garantem a seu titular o direito de vender ao lançador

(vendedor da opção) um lote determinado de ações, ao preço de exercício, na data de

vencimento da opção. Como é possível ter diferentes posições, tanto titulares como

lançadoras em opções de compra e/ou opções de venda, pode-se formar diversas

estratégias neste mercado, segundo a maior ou menor propensão do investidor ao risco.

Tanto o titular como o lançador de opções (de compra ou de venda) podem, a

qualquer instante, sair do mercado, pela realização de uma operação de natureza

oposta.

4.3.1.12 Operação em Margem

Modalidade operacional em bolsas de valores, no mercado a vista, pela qual o

investidor pode vender as ações emprestadas por uma corretora, ou tomar o dinheiro

emprestado numa corretora para compra de ações.

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4.3.1.13 Banco de Títulos CBLC – BTC

Serviço de empréstimo de títulos, disponível por meio do sistema eletrônico, no

qual os participantes da Custódia Fungível da CBLC, atuando como doadores e

tomadores, podem registrar suas ofertas, bem como efetuar o fechamento de operações

de empréstimo.

4.3.1.14 Clube de Investimentos

Instrumento de participação dos pequenos e médios investidores no mercado de

ações, que podem ser administrado por uma sociedade corretora, distribuidora, banco

de investimento ou banco múltiplo com carteira de investimento. A participação é feita

pela aquisição de quotas iguais, representativas de uma parcela do patrimônio do clube

e sua rentabilidade depende do desempenho dos títulos componentes de sua carteira.

Difere-se dos fundos mútuos pelo limite de participantes – máximo de 150,

sendo que é assegurado a cada membro o direito de aumentar o número de suas quotas,

por novos investimentos, até o limite máximo de 40% das quotas existentes – e pela

possibilidade de participação na gestão dos recursos da carteira do clube.

4.3.1.15 Fundos Mútuos de Investimento

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Condomínio aberto ou fechado de investidores, para aplicação de recursos em

uma carteira diversificada de títulos e valores mobiliários, em forma de quotas. Podem

ser administradas por sociedades corretoras, distribuidoras, bancos múltiplos com

carteira de investimento e bancos de investimento, e devem dispor em seu regulamento

sobre os ativos que poderão compor suas carteiras de aplicações.

As quotas do Fundo Mútuo de investimento correspondem a frações ideais do

seu patrimônio e assumem a forma nominativa ou escritural.

4.3.1.16 Fundo Mútuo de Investimento em Ações – Carteira Livre

Constituído sob a forma de condomínio aberto ou fechado, é uma comunhão de

recursos destinados à aplicação em carteira diversificada de títulos e valores

mobiliários. Deverá manter, diariamente, no mínimo 51% do seu patrimônio aplicado

em ações e opções sobre índices de ações.

4.3.1.17 Fundo Mútuo de Ações

Forma de investimento que aplica, diariamente, no mínimo 51% de seu

patrimônio em ações.

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4.3.1.18 Fundo de Investimento Financeiro (FIF)

Fundo de investimento constituído sob a forma de condomínio aberto, cujo

patrimônio destina-se à aplicação em carteira diversificada de ativos financeiros e

demais modalidades operacionais disponíveis no âmbito do mercado financeiro. Para

fins de resgate, suas quotas devem ser atualizadas a intervalos mínimos de 30 dias,

contados a partir da data de emissão.

4.3.1.19 Fundo do Investimento Financeira – Curto Prazo

Sua constituição é regida pelas mesmas normas do Fundo de Investimento

Financeiro (FIF), com a diferença de que este fundo admite o resgate de quotas a

qualquer tempo, com rendimento diário.

4.3.1.20 Fundo de Aplicação em Quotas de Fundos de Investimento Financeiro

Tem por objetivo exclusivo a aplicação de recursos em quotas de fundos de

investimento financeiro e demais fundo de investimento que vierem a ser

especificados.

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4.3.1.21 Fundo Imobiliário

Fundo de investimento constituído sob a forma de condomínio fechado, cujo

patrimônio é destinado a aplicações em empreendimentos imobiliários. As quotas

desses fundos, que não podem ser resgatadas, são registradas na CVM, podendo ser

negociadas em bolsas de valores ou no mercado de balcão.

4.3.1.22 Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes

Constituído sob a forma de condomínio fechado, é uma comunhão de recursos

destinados à aplicação em carteira diversificada de valores mobiliários de emissão de

empresas emergentes. Entende-se como empresa emergente, a companhia que

satisfaça os seguintes parâmetros:

• Tenha faturamento líquido anual inferior ao equivalente a R$ 60 milhões;

• Não seja integrante de grupo de sociedades com patrimônio líquido

consolidado maior ou igual a R$ 120 milhões.

Tal como nos clubes de investimento, a rentabilidade de um fundo mútuo é

dada em função do comportamento dos títulos que compõem sua carteira.

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4.3.1.23 Fundo Mútuo de Privatização – FGTS

Constituído sob a forma de condomínio aberto, é uma comunhão de recursos

destinados à aquisição de valores mobiliários no âmbito do Programa Nacional de

Desestatização e de Programas Estaduais de Desestatização. É formado,

exclusivamente, por recursos de pessoas físicas participantes do FGTS, diretamente ou

por intermédio de clubes de investimento. Suas cotas são integralizadas,

exclusivamente, com recursos integrantes da conversão parcial dos saldos do FGTS

dos respectivos participantes.

4.3.1.24 Opções de Compra Não-padronizadas (Warrants)

Warrant de compra é um título que dá ao seu possuidor o direito de comprar um

ativo financeiro a um preço predeterminado (preço de exercício), em um prazo

também predeterminado. O emissor da Warrant pode ser a própria empresa emissora

do ativo subjacente a Warrant, o qualquer instituição que detenha em sua carteira de

investidores uma grande quantidade de ações emitidas por outra instituição.

4.3.1.25 Recibo de Carteira Selecionada em Ações – RCSA

35

A RCSA é um recibo que representa uma carteira preestabelecida de ações,

cujas quantidades são fixadas e perfeitamente conhecida antes de sua constituição. Os

papéis integrantes dos RCSAs devem ser depositados em custódia antes de sua

emissão e, uma vez constituídos, os recibos são negociados na BOVESPA como se

fossem um título qualquer, com seu valor sendo determinado pelo mercado. A

principal característica do RCSA é que ele permite que o investidor compre ou venda

um conjunto de ações por meio de uma única operação.

4.3.2 Ativos Privados de Renda Fixa

Esses títulos representam promessas de pagamentos futuros de valores

específicos em datas estipuladas. Geralmente, isso acontece mediante pagamentos

integrais ou a vista em datas específicas.

Para Pinheiro os ativos de renda fixa, “envolvem uma programação

determinada de pagamentos. Por isso, nesses ativos os investidores conhecem

antecipadamente os fluxos monetários que vão obter”.(2007, p. 86).

Os principais ativos de renda fixa privados são:

4.3.2.1- Caderneta de poupança

36

Emitidas nominativamente por sociedade de crédito imobiliário, associações de

poupança e empréstimos e caixas econômicas estaduais e federal, com o objetivo de

captar recursos para o financiamento de construtores e adquirentes de imóveis. É um

investimento de pouco risco e por isso o retorno também é muito pequeno. As

aplicações são corrigidas a cada período de 30 dias pela Taxa Referencial (TR) do

período, e remuneradas com uma taxa de juros de 0,5% ao mês. Podem ser resgatadas

sem perda da remuneração a cada “aniversário” de 30 dias, a partir da data da

aplicação.

4.3.2.2- Fundos de investimentos de renda fixa

Os fundos de investimentos podem ser de renda fixa ou renda variável e são os

investimentos mais comuns no mercado. Os fundos de investimento funcionam como

um condomínio de investidores, ou seja, comparando com um condomínio de um

apartamento os condôminos (ou investidores) deixam a administração do prédio (ou

carteira do fundo) para o síndico (ou gestor do fundo). Em um fundo de investimento,

o administrador do fundo aplica os recursos dos investidores em vários tipos de ativos

(patrimônio do fundo) de forma a aumentar o retorno e minimizar o risco da carteira

do fundo. O investimento em fundos é indicado para quem quer diversificar os seus

investimentos com a orientação financeira de especialistas na administração dos

diversos tipos de ativos que compõem a carteira do fundo.

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Os fundos de renda fixa podem ser divididos em:

• Referenciados: tem como referência um índice, que pode ser o CDI, dólar,

euro, Ibovespa, etc. Exemplos de fundos referenciados:

Fundos DI: o retorno está atrelado à variação do CDI (juros praticados entre os

bancos, quando emprestam dinheiro uns dos outros). Esses fundos têm um

perfil bastante conservador e são recomendados quando a taxa de juros está alta

(taxa Selic).

Fundos Cambiais: esses fundos são recomendados para pessoas que querem

manter o valor do seu patrimônio em dólar, pois aplicam seus recursos em

títulos de renda-fixa indexados ao dólar (que têm como referência o dólar).

Esses fundos são recomendados para pessoas que têm dívidas em dólar, ou que

acreditam que o real vai desvalorizar. Ou seja, a rentabilidade acompanha o

câmbio do dólar. Se o dólar sobe, a rentabilidade sobe e vice-versa.

• Não Referenciados: os fundos incluídos nesse grupo não precisam seguir o

desempenho de um índice específico, e por isso podem aplicar seus recursos em

títulos de renda fixa pré ou pós-fixados. Dentre os fundos não referenciados

estão incluídos os fundos de renda fixa tradicionais, cujo retorno varia de

acordo com a estratégia adotada pelo gestor do fundo.

• Genéricos: em geral são fundos com um perfil de investimento um pouco mais

agressivo do que o dos referenciados e não referenciados, pois têm liberdade

38

para decidir como investir seus recursos. Até 49% do patrimônio do fundo pode

estar investido em ações. Dado o perfil de risco desses fundos, recomenda-se

uma análise ainda mais detalhada do estatuto do fundo. Exemplos de fundos

genéricos:

Fundos Derivativos: são opções de investimento que buscam superar a variação

do CDI. Por isso atuam em diferentes mercados, independentemente de suas

tendências de alta ou baixa. Esses fundos tendem a investir de forma agressiva

de forma a maximizar o retorno.

Fundos multicarteira: esses fundos investem parte do seu patrimônio em renda

fixa e parte em ações, podendo incluir também derivativos.

Fundos FIEX: esses fundos investem seu patrimônio em ativos externos, no

mínimo 80% do patrimônio investido em títulos da dívida externa brasileira, e

até 20% em qualquer título de crédito negociado no mercado internacional, com

um limite de concentração máximo de 10% em títulos de um mesmo emitente.

As taxas e impostos têm grande importância na rentabilidade do fundo, pois

variam entre os diversos fundos e entre os bancos também e por isso podem acabar

reduzindo substancialmente o retorno do seu investimento. São cobradas taxas de

administração sobre o valor aplicado que pode variar de 0,5 a 2% ao ano e 20% sobre

o lucro de imposto de renda.

4.3.2.3 Certificados de Depósito Bancário – CDB

39

São títulos representativos de depósito a prazo determinado, emitidos por

bancos de investimentos e comerciais com o objetivo de captar recursos em troca de

uma taxa de juros que pode ser pré ou pós-fixada. Ou seja, é como se você tivesse

emprestando dinheiro para o banco e este banco emprestará este dinheiro para outras

pessoas por uma taxa maior. Esta é uma das principais fontes de receita dos bancos.

No CDB pré-fixado sabe-se antecipadamente qual taxa de juros que vai receber no

vencimento deste papel.

No CDB pós-fixado só é possível determinar o valor do ganho no final do período.

Neste caso as taxas de juros têm como referência os juros praticados entre os bancos -

CDI (Certificados de Depósitos Interbancários), ou seja, os juros que os bancos

cobram para emprestar dinheiro entre eles e essas taxas variam diariamente. Assim, a

remuneração do CDB pós é correspondente a 90% do CDI. Um investimento pós-

fixado é o mais adequado para quem espera um aumento da inflação

A tributação do CDB pré-fixado e pós-fixado é de 20% do rendimento para o

imposto de renda (retido na fonte, ou seja, descontado diretamente da sua conta). Nos

CDBs é cobrada a cada renovação da aplicação, diminuindo parte da

rentabilidade. Além dos CDBs, os bancos também emitem os RDBs (recibo depósito

bancário), que tem as mesmas características de um CDB, com a diferença de que não

há negociação antes da data do seu vencimento, ou seja, não pode resgatar o dinheiro

antes do prazo de vencimento que normalmente pode variar de 30 a 180 dias.

40

4.3.2.4 Debêntures

São títulos emitidos por sociedades anônimas, representativos de parcela de

empréstimo contraído pela emitente com o investidor com prazo certo e remuneração

certa, que têm como garantia os ativos das empresas. As empresas emitem debêntures

para financiar a empresa - é como se a empresa obtivesse um empréstimo a longo

prazo em troca dos títulos.

Quando compra-se uma debênture, está na verdade emprestando dinheiro para a

empresa, correndo risco de que elas não venham honrar seus compromissos. Para

tornar as debêntures mais atrativas para os investidores, algumas empresas dão

garantias na emissão de debêntures.

É um investimento atraente, pois os juros são altos. Nas grandes empresas de

capital aberto os riscos são baixos, pois os balanços das empresas são públicos, ou

seja, são divulgados para o conhecimento de. As debêntures não dão direito aos lucros

ou bens da empresa.

As debêntures podem ter remuneração pré-fixada ou fixada em um índice mais

juros. Pode ser por exemplo: IGP-M + 15% ao ano. A rentabilidade também é definida

pela valorização dos títulos. Pode-se comprar debêntures através dos bancos ou

instituições financeiras, através de oferta pública (neste caso o papel pode ser

negociado entre investidores) ou venda direta (onde o comprador fica com o papel até

o vencimento).

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A liquidez depende do interesse de outros compradores, ou seja, quando

compra-se os títulos eles têm um prazo estipulado para empresa resgatar (normalmente

o prazo é de 2 a 3 anos). Se quiser vendê-los antes deste prazo terá que fazê-lo para

qualquer outro comprador interessado.

Existem também debêntures conversíveis em ações da empresa emitente, caso

seja do interesse do investidor. A empresa emissora contrata os serviços de uma

instituição financeira (bancos ou corretoras de valores) para ser intermediária na venda

e resgate dos títulos, bem como na definição de prazos e taxas. Para comprar

debêntures é necessário procurar o um banco ou corretora e verificar se eles possuem

este tipo de investimento.

A tributação é de 20% de imposto de renda sobre os juros pagos mais 20% de

imposto de renda sobre o rendimento líquido do título. Há incidência regressiva de

IOF no caso de resgate antes de 30 dias.

4.3.2.5 Bônus

Título emitido por uma sociedade anônima de capital aberto, dentro do limite

do capital autorizado, que confere a seu titular, nas condições constantes do

certificado, direito de subscrever ações, que será exercido contra apresentação do

bônus à companhia e pagamento do preço de emissão.

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4.3.2.6 Commercial Papers

Emitidas por sociedades de crédito anônimas abertas, representativos de dívida

de curto prazo (mínimo de 30 e máximo de 360 dias).

4.3.2.7 Letras Imobiliárias

Títulos emitidos por sociedade de crédito imobiliário, com garantia da Caixa

Econômica Federal, para a captação e poupança destinada ao Sistema Financeiro da

Habitação.

ATIVOS PÚBLICOS DE RENDA FIXA

Os governos federal, estadual e municipal emitem títulos com a finalidade de

captar recursos e financiar as atividades como educação, saúde, etc. Esses são os

chamados títulos da dívida pública.

Qualquer pessoa residente no Brasil pode comprar títulos públicos, sendo

necessário cadastrar-se primeiro num agente de custódia que pode ser um banco ou

corretora de valores. Também pela internet, desde que esteja cadastrado num agente de

custódia.

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O valor mínimo para compra é de R$200,00. Os principais títulos negociados

são os títulos federais:

- Bônus do Banco Central (BBC), Notas do Tesouro Nacional (NTN), Letras

Financeiras do Tesouro (LFT) e Notas do Banco Central (NBC): Atualmente, a

execução da política monetária é feita pela colocação desses títulos nas instituições

financeiras, por intermédio de leilões que podem ter periodicidade semanal.

- Letras Financeiras dos Tesouros Estaduais (LFTE): Também denominadas

Títulos da Dívida Pública Estadual. São emitidas para atender às necessidades da caixa

e aos desequilíbrios orçamentários dos governos estaduais.

- Letras Financeiras dos Tesouros Municipais (LFTM): Representam empréstimos

municipais. São emitidas para que seja possível financiamento de obras públicas.

44

4.4 RENTABILIDADE

Expressar a rentabilidade em termos absolutos tem uma utilidade informativa

bastante reduzida. Portanto, devemos relacionar um lucro de um empreendimento com

algum valor que expresse a dimensão relativa do mesmo, para analisar quão bem se

saiu à empresa em determinado período. O melhor conceito de dimensão poderá ser

ora volume de vendas, ora valor do ativo total, ora valor do patrimônio líquido, ou

valor do ativo operacional, depende da aplicação que fizermos.

No que se refere ao lucro, por sua vez, muitos variantes podem ser empregadas:

Lucro operacional, Lucro líquido, Lucro antes ou após o imposto sobre a renda, etc. É

importante que o conceito usado no numerador seja compatível com o empregado no

denominador. Se estivermos interessados no quociente de retorno sobre o ativo

operacional, devemos usar preferencialmente, no numerador, o lucro operacional e não

o lucro operacional.

O fato é que, para determinadas finalidades, certos conceitos são melhores. Se

quisermos calcular o retorno para efeito preditivo do que possa ocorrer com a

rentabilidade da empresa no futuro, em termos de tendência, será melhor excluir do

numerador e denominador contas e valores não repetitivos ou não operacionais. Se,

por outro lado, desejamos ter uma idéia da lucratividade como um todo, será

conveniente relacionar o lucro com o investimento total.

45

4.4.1 A Margem de Lucro sobre as Vendas

Este quociente compara o lucro com as vendas líquidas, de preferência. É

importante, controlar o montante de deduções de vendas com relação às vendas brutas,

numa análise à parte. Entretanto, também têm validade o cálculo dos quocientes desse

tópico com vendas brutas, com interpretação ligeira modificada. Na verdade, este

quociente já pode ter sido calculado por ocasião da análise vertical do Demonstrativo

De Resultados.

4.4.2 Retorno sobre o Patrimônio Líquido

Este quociente é também de grande importância e pode ser calculado de duas

formas, apresentando o mesmo resultado. Financiada pelo Patrimônio Líquido

conclusão para melhor expressar a rentabilidade em termos absolutos temos que

relacionar o lucro de um empreendimento com algum valor que expressa a dimensão

relativa do mesmo, para analisar quão bom se saiu a empresa em determinado período.

O melhor conceito de dimensão poderá ser ora volume de vendas, ora valor do

ativo total, ora valor do patrimônio liquido, ou valor operacional, dependendo da

aplicação que fizermos. Se quisermos calcular o retorno para efeito preditivo do que

possa ocorrer com a rentabilidade da empresa no futuro, em termos de tendência, será

melhor excluir do numerador e denominador contas e valores não repetitivos ou não

46

operacionais. Se por outro lado, desejarmos ter uma idéia lucrativa como um todo, será

relacionar o lucro liquido com investimento total. Se quisermos ter uma idéia do

retorno dos acionistas, o melhor será relacionar o lucro liquido (após o imposto de

renda) com o patrimônio liquido etc.

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5 METODOLOGIA

5.1 TIPO DE PESQUISA REALIZADA

A pesquisa descritiva foi o tipo de pesquisa utilizada neste trabalho. Este tipo de

pesquisa foi utilizada com o objetivo de descrever os vários tipos de aplicações

financeiras e avaliar se a aplicação financeira de renda variável tem maior

rentabilidade para a empresa que as demais aplicações financeiras.

5.2 TÉCNICA DE PESQUISA

• Pesquisa bibliográfica – para desenvolvimento deste trabalho foi necessário

extensa busca em materiais tais como: livros, periódicos e internet.

• Estudo de caso – neste trabalho foi utilizado um conjunto de dados que

integram todo o processo de uma aplicação financeira seja ela de renda fixa

ou variável. Por meio deste estudo foi possível avaliar qual tipo de aplicação

financeira trará maior rentabilidade para a empresa.

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6 CONCLUSÃO

Ao avaliar alternativas de investimentos, o investidor deve estimar sua

rentabilidade, liquidez e grau de risco. Ao aplicar na renda fixa, o investidor

sabe antecipadamente, qual será sua remuneração no período. Nesse caso, a

rentabilidade pode ser pós-fixada ou pré-fixada. Tais operações têm como

lastro, Títulos Públicos Federais ou Títulos Privados. Nos investimentos em

renda variável, o investidor não tem condições de dimensionar o retorno no

momento da aplicação, e em função desta incerteza, o grau de risco é maior, por

isso é muito importante o investidor descobrir seu perfil para traçar sua

estratégia de aplicação.

O tempo de retorno esperado é a primeira coisa com a qual devemos nos

preocupar. Se o investimento for de curto prazo, aplicações cujos riscos são

maiores poderão frustar a expectativa de retorno, já que estas situações

oferecem maior susceptibilidade aos humores dos mercados internacionais,

nacionais e da macroeconomia como um todo.

No entanto, em aplicações de longo prazo é interessante optarmos por

aplicações de maior risco, como fundos multimercado ou mesmo de renda

variável. Se as condições da economia forem favoráveis (juros mais baixos,

inflação baixa, crescimento econômico, etc.) estas aplicações tendem a se

valorizar bastante, muito mais do que seus equivalentes em renda fixa,

poupança ou DI. Depois de definido o tempo de investimento seria interessante

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dosar os investimentos de modo a ter uma parcela em uma aplicação de menor

risco, um pouco em aplicações de risco moderado e uma parcela menor em

ativos arriscados. Investir em apenas uma modalidade de investimentos confere

pouca margem de manobra perante os percalços da economia por isso

diversificar vale a pena.

Em tempos de crise é hora de avaliarmos o capital investido. É

importante estabelecermos um percentual que investiremos em renda variável e

conseqüentemente, o restante investirmos em renda fixa.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL , Mercado de Capitais < http://www.bovespa.com.br/>. Acesso em 30 de

abril de 2009.

BEUREN, Maria Ilse. Como Elaborar Trabalhos Monográficos em Contabilidade

Teoria e Pratica. São Paulo, 2º ed., Atlas, 2004.

PINHEIRO , Juliano Lima. Mercado de Capitais: Fundamentos e Técnicas. São Paulo,

4º ed., Atlas, 2007.

NETO, Alexandre Assaf. Mercado Financeiro. São Paulo, 4º ed., Atlas, 2001.