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1 2 3 4 Sendo assim, pretende motivar o turismo para a cidade, agregando o patrimônio material e um elemento de reconhecimento nacional: o doce, que hoje possui classificação de patrimônio imaterial. 1. ASPECTOS OBJETIVOS 1.1. Introdução 5 1.2. Local Figura 1: Mapa do Rio Grande do Sul - Fonte: www.sph.rs.gov.br. Acesso em 28 de abril.2012 Figura 2: Pelotas zona urbana, imagem de satélite-Fonte: Google Earth. Acesso em 28 de abril.2012 6
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1
Sumário 1. ASPECTOS OBJETIVOS ........................................................................................................ 5
1.1. Introdução ..................................................................................................................... 5
1.2. Local ................................................................................................................................. 6
1.3. Justificativa ...................................................................................................................... 7
1.4. Publico alvo .................................................................................................................... 8
1.5. Tipo de gestão ............................................................................................................... 8
2. REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................................... 9
2.1. Conceitos relacionados ................................................................................................ 9
2.1.1. Cultura: ................................................................................................................... 9
2.1.2.Patrimônio cultural: ............................................................................................... 9
2.1.3. Memorial x Museu: .............................................................................................. 10
2.1.4. Restauro x Revitalização: .................................................................................... 10
2.1.5. Inventario x Tombamento: ................................................................................. 11
2.1.6. Estudo de compatibilização com o entorno: .................................................. 11
2.1.7. Síntese das cartas Patrimoniais: ....................................................................... 12
2.2. Aspectos históricos ...................................................................................................... 15
2.2.1 A cidade de Pelotas: ............................................................................................. 15
2.2.2.Estações ferroviárias: ........................................................................................... 18
2.2.2 Os doces: ................................................................................................................ 23
2.3. Principais conceitos relacionados a fim de edificação ......................................... 30
2
2.3.1 Estações ferroviárias: ........................................................................................... 30
2.3.2 Os doces: ................................................................................................................ 30
2.4. Evolução ........................................................................................................................ 30
2.4.1. Estações ferroviárias: .......................................................................................... 30
2.4.2. Os doces: ............................................................................................................... 32
2.5. Estado Atual da Arte ................................................................................................... 33
2.5.1. Estações ferroviárias: .......................................................................................... 33
2.5.2. Fenadoce: .............................................................................................................. 34
3.1 Modelo 1: ....................................................................................................................... 35
3.2 Modelo 2: ....................................................................................................................... 42
3.3 Outras estações que sofreram intervenção: ........................................................... 50
3.4 Conclusão: ..................................................................................................................... 53
4. SÍTIO ...................................................................................................................................... 54
4.1. Apresentação: .............................................................................................................. 54
4.2. Localização: .................................................................................................................. 55
4.3. Justificativa: .................................................................................................................. 56
4.3.1 Projeto de uso atual da Estação Férrea: .......................................................... 57
4.3. Legislação: .................................................................................................................... 58
5. ESTUDO DO ENTORNO .................................................................................................... 61
5.1. Clima; Micro Clima; Topografia ............................................................................... 61
5.2. Usos do Solo ................................................................................................................. 63
5.3. Vias e Circulações ....................................................................................................... 65
3
5.3.1.Infra estrutura das vias: ....................................................................................... 67
5.3.2 Transporte Coletivo: ............................................................................................. 69
5.4. Elementos e Edifícios de destaque ........................................................................... 70
5.4.1 Inserção da Estação na Cidade ........................................................................ 70
5.4.2 Pontos de Destaque: ............................................................................................ 71
5.5. Relação edifício-lote, tipo de espaço urbano configurado (Figura-Fundo) ..... 72
5.5.1As Alturas:................................................................................................................ 72
5.5.2. Parcelamento do Solo:........................................................................................ 75
5.5.3. Imóveis Tombados / Inventariados: ................................................................. 77
5.5.4. Sitio e suas características: ................................................................................ 78
5.6. Esquemas Gráficos ...................................................................................................... 81
5.6.1. Esquemas Verticais do Entorno: ....................................................................... 81
6. ESTUDOS ESPECÍFICOS .................................................................................................... 88
6.1. Analise Urbanística mais ampla ............................................................................... 88
6.1.1. Nível de percepção das áreas de intervenção: ............................................. 92
6.1.2. Levantamento técnico da área de intervenção: ............................................ 93
6.2.1. Dados técnicos: .................................................................................................. 100
6.2.2. Patologias apresentadas: ................................................................................. 110
6.2.3. Critérios para restauração: .............................................................................. 111
8. PROGRAMA DE NECESSIDADES .................................................................................... 113
9. FLUXOGRAMA ................................................................................................................... 116
10. PRÉ-DIMENSIONAMENTO ............................................................................................ 118
4
11. Zoneamento .................................................................................................................... 120
12. Conceituação................................................................................................................... 121
13. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 123
14. ANEXOS ............................................................................................................................ 125
5
1. ASPECTOS OBJETIVOS
1.1. Introdução
A proposta de intervenção é um projeto de restauro para Estação Férrea e
de sua área de abrangência - Largo de Portugal e passarela, com a finalidade de
requalificação urbana do local.
Sendo assim, pretende motivar o turismo para a cidade, agregando o
patrimônio material e um elemento de reconhecimento nacional: o doce, que hoje
possui classificação de patrimônio imaterial.
6
1.2. Local
A cidade de Pelotas, localizada no Rio Grande do Sul, possui 346.452
habitantes numa área de 1.608,768 km. A mesma se encontra a uma distância de
250 km da capital Porto Alegre.
Figura 1: Mapa do Rio Grande do Sul - Fonte: www.sph.rs.gov.br. Acesso em 28 de abril.2012
Figura 2: Pelotas zona urbana, imagem de satélite-Fonte: Google Earth. Acesso em 28 de abril.2012
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1.3. Justificativa
A proposta de projeto é criar na Estação Férrea, um memorial que retratasse
a historia da cidade, do doce e de suas tradições e um pequeno centro comercial
voltado para a gastronomia local e principalmente o doce.
Apesar do local se encontrar marginalizado e decadente, ainda existe hoje
um grande fluxo de pessoas que passam diariamente, seja para se deslocar dentro
da cidade como para quem se dirige para outras localidades.
Assim a cidade teria uma nova possibilidade de promover o turismo através
do doce - intensificado no mês de junho, devido a Fenadoce, mas, sobretudo
apresentar uma requalificação urbana no Local.
Dessa forma, acredito as pessoas poderão desfrutar mais as belezas que a
cidade proporciona, alem de criar, um local agradável e retomando a importância
que esta edificação possuía para a cidade.
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1.4. Publico alvo
Como a Estação Férrea está localizada próxima a um dos acessos da cidade,
meu projeto será destinado aos pelotenses e aos turistas.
Figura 3: Localização da Área de projeto- Foto: Imagem Google earth. Acesso em 28 de abril.2012
1.5. Tipo de gestão
Semelhante o que ocorre na Fenadoce, a gestão será feita através do Poder
Público juntamente a outras entidades, dentre elas, a Câmara de Dirigentes Lojistas
de Pelotas - CDL, o qual representará as doceiras que apresentarem interesse neste
projeto.
9
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Conceitos relacionados
2.1.1. Cultura: 1
Cultura é o conjunto de manifestações artísticas, sociais, lingüísticas e
comportamentais de um povo ou civilização. Portanto, fazem parte da cultura de
um povo as seguintes atividades e manifestações: música, teatro, rituais religiosos,
língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções,
pensamentos, formas de organização social, entre outros.
2.1.2.Patrimônio cultural: 2
A constituição Federal de 1988, no artigo 216, diz que:
"constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material ou imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto portadores de referência a identidade, á
ação, á memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira (...)".
O patrimônio cultural tem ligação direta com a cultura de um lugar. A
cultura inclui todos aqueles produtos criados pelo homem ao longo da historia,
relacionados com a vida, a criatividade e a sobrevivência humana. Podemos pensar
que a cultura é "modo de vida" de um povo e a forma do homem e relacionar com
o grupo. Representa toda a ação do homem na tentativa de conhecer e se adaptar
ao meio em que vive.
1 . http://www.suapesquisa.com/o_que_e/cultura.htm
2. SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA. Manual do Usuário de imóveis Inventariados. Pelotas:Nova
Prova, 2008.
10
Os bens culturais são os elementos que diferenciam grupos e sociedades,
foram criados, recriados, aprimorados e estabelecidos ao longo do tempo e da
historia, tem importância porque ajudam uma comunidade a compreender como
ela se originou. Classificam-se em:
Moveis - obra de arte, objetos, mobiliário, livros, documentos, dentre outros.
Imóveis - patrimônio natural e paisagístico, patrimônio urbano e arquitetônico.
2.1.3. Memorial x Museu:3
Museu: É um estabelecimento de caráter permanente, administrado para
interesse geral, com a finalidade de conservar, estudar, valorizar de diversas
maneiras o conjunto de elementos de valor cultural: coleções de objetos artísticos,
históricos, científicos e técnicos, jardins botânicos, zoológicos e aquários.
Memorial: É uma instituição permanente, de interesse geral, voltada para a
preservação e propagação de informações históricas compostas de dados,
documentos e imagens relativas a pessoas, instituições ou lugares.
2.1.4. Restauro x Revitalização:4
Restauração: é um conjunto de atividades que visa restabelecer danos
decorrentes do tempo em um bem imóvel ou móvel. Foi Eugène Viollet-le-Duc,
arquiteto francês que elaborou os primeiros conceitos de restauração no século XIX.
Revitalização: no âmbito do planejamento urbano, é a requalificação de
áreas abandonadas ou semidestruídas de alguma cidade ou local, que
anteriormente impossibilitavam a ocupação residencial ou comercial.
3 . http: http://www.museus.gov.br/
4. http:// http://www.dicio.com.br/restauracao/
11
2.1.5. Inventario x Tombamento:5
Inventario: é um instrumento de cadastro que contem informações a respeito
dos bens culturais. É um reconhecimento da arquitetura e do espaço urbano da
cidade e destina-se a preservação do conjunto e das edificações em seu contexto
urbano. Em pelotas é regulamentado pela lei n° 4568/00.
Tombamento - é um instrumento legal de proteção ao patrimônio cultural
aplicado pelo poder publico, podendo acontecer de nível federal, estadual e
municipal. Os bens tombados deverão ser preservados integralmente, não podendo
ser demolidos nem descaracterizados. Esses exemplares arquitetônicos podem
sofrer obras de melhoria, desde que acompanhados por profissionais
especializados, que significa a garantia de suas características internas e externas.
Decreto Lei n° 25/1937.
2.1.6. Estudo de compatibilização com o entorno6:
Princípios de Reversibilidade: Toda a intervenção deve ser feita de tal maneira, que
em qualquer momento, permite retornar a sua forma original.
Respeito aos acréscimos: Estes elementos que somaram a edificação com o decorrer
do tempo devem ser respeitados, aceitando-os como parte da historia viva do
monumentos.
Princípios da autenticidade e durabilidade: As intervenções devem ser claras com
documentação escrita, sem falsificações que prejudiquem a verdade histórica do
5 . SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA. Manual do Usuário de imóveis Inventariados. Pelotas:Nova
Prova, 2008. 6 . LEMOS, Carlos A. C. O que é Patrimônio Histórico. Editora Brasiliense. Coleção Primeiros passos.
12
monumento. o material empregado deverá ser avaliado quanto ao seu
desempenho a longo prazo, para que este não contamine ou acelera deterioração
dos materiais originais, devem estar bem destacados mostrando a época da
intervenção, alem de não utilizar o devido material apenas por modismo ou fins
comerciais.
Identificabilidade: Ter por objetivo evidenciar os valores culturais que se
manifestarem na obra.
2.1.7. Síntese das cartas Patrimoniais7:
As cartas patrimoniais estabelecem critérios para as intervenções de bens
tombados ou inventariados. Como parâmetro para minha intervenção utilizarei: A
Carta de Restauro (1972); A Carta de Veneza(1964); A Recomendação de Nairóbi
(1976); A Carta de Florença (1981); A Carta de Cracóvia (2000).
Carta de Restauro, 1972: Tem como objetivo Salvaguardar qualquer tipo de obra
com algum valor histórico ou cultural. Salvaguardar significa qualquer intervenção
destinada a manter em funcionamento, a facilitar a leitura e a transmitir
integralmente ao futuro as obras e os objetivos definidos nos artigos precedentes.
Qualquer intervenção nas obras deverá ser ilustrada e justificada por um
aparecer teórico em que constaram, alem do detalhamento sobre conservação da
obra, seu estado atual, a natureza das intervenções considerada necessárias e as
despesas necessárias para lhes fazer a frente.
Fica proibido para todas as obras de arte:
7 . http://portal.iphan.gov.br
13
* Adiantamento de estilo ou analógicos, inclusive em forma simplificada, ainda
quando existirem documentos gráficos ou plásticos que possam indicar como tenha
ido ou deva resultar o aspecto da obra acabada;
* Remoções ou demolições que apaguem a trajetória da obra através do tempo, a
menos que se trate de alterações limitadas que debilitem ou alterem valores
históricos da obra, ou de adiantamentos de estilo que a falsifiquem;
* Remoção ou reconstrução para locais diferentes dos originais, a menos que isso
seja determinado por razoes superiores de construção;
* Alteração das condições de acesso ou ambientais em que chegou até os nosso
dias a obra de arte, o conjunto monumental, ambiental, etc.;
* Alteração ou eliminação das patinas.
Carta de Veneza, 1964: Baseada nas teorias de Brant, foi elaborada afim de
reavaliar e aprofundar os princípios da Carta de Atenas (1931). Com relação a
restauração de monumentos e sítios. Segundo a carta, entende-se por monumento
histórico para uma arquitetura ou sitio urbano/ rural, mas que tenha algum valor
histórico para uma devida sociedade ou cultura. A carta estabelece tais conceitos:
*Preservar o monumento histórico como uma obra de arte;
*Preservar a verdade histórica;
*Preservar a volumetria original e os acréscimos devem ser respeitar as partes
importantes da edificação e devem ser de fácil leitura, utilizando materiais
diferentes, mas que se harmonizem com o original;
*Permite utilizar técnicas modernas quando as técnicas tradicionais forem eficaz.
14
Recomendação de Nairóbi, 1976: Considera que os conjuntos históricos e sua
ambiência são patrimônio universal insubstituível. E salvaguarda e integração na
vida coletiva são obrigação do governo e dos cidadãos cujo estado se encontram
conjuntos.
Incentiva a restauração em edifícios históricos baseando-se em princípios
científicos e propondo leis que assegurem a conservação destes prédios.
Carta de Florença, 1981: Trata da proteção de jardins históricos e bens públicos
vivos. Busca uma cidade diferente trabalhando com arquitetura e paisagismo
sempre junto, com o objetivo de causar sensações nos usuários do espaço.
Carta de Cracóvia, 2000: refere que as comunidades tenham sua própria memória
coletiva,sendo responsáveis pelo seu passado, pela sua identificação e pela gestão
do seu patrimônio cultural. Ainda que nem todos os edifícios constituintes do centro
ou núcleo histórico tenham valor arquitetônico de caráter especial, devem ser
salvaguardados como elementos do conjunto, pela sua unidade orgânica,
dimensões particulares e características técnicas, especiais, decorativas e
cromáticas.
Por outro lado, também não se deve individualizar um conjunto histórico
como sendo um recinto único e exclusivo de uma determinada cidade, sem antes
ter em conta o resto do conjunto que o rodeia, já que a paisagem circundante,
também são frutos da história que deu lugar aos conjuntos como exclusividade
patrimonial. Assim, manter e conservar um lugar e a sua imagem implica em:
* Conservar os edifícios históricos e monumentos – mantendo a sua autenticidade e
integridade;
15
* Conservar a decoração arquitetônica, esculturas e elementos – estes elementos
fazem parte do patrimônio construído e devem ser conservados técnica e
esteticamente, como por exemplo, a conservação das cores das fachadas dos
edifícios mediante um projeto específico;
* Conservar os elementos que definem os aspectos da cidade dentro de sua forma
urbana e dos valores espaciais internos, considerados como parte essenciais do
edifício;
* Recuperar os significados, sentidos e valores simbólicos, sociais e culturais das
comunidades envolvidas;
* Conservar os centros históricos, entendendo que o processo de conservação do
contexto urbano pode ocupar-se de um conjunto de edifícios e espaços abertos,
bem como a intervenção deve considerar a cidade em termos do seu conjunto
morfológico, funcional e estrutural, sendo parte de um território, do meio ambiente
e da paisagem circundante.
2.2. Aspectos históricos
2.2.1 A cidade de Pelotas:
Histórico:
Pelotas é o município do Rio Grande do Sul, tem 346.452 habitantes numa
área de 1.608,768 km. Fundada em 7 de Julho de 1812, está localizada a 250 km
da capital do Estado, Porto Alegre, sendo uma das principais cidades do Estado e
ponto de referência no sul do Rio Grande do Sul.
Seu nome é originário das embarcações de vara de corticeira forradas de
couro que na época eram utilizados para a travessia de rios e arroios, utilizada
16
pelos indígenas. Um intenso e próspero negócio surgiu: as charqueadas, onde a
carne era salgada e exposta ao sol para durar bastante tempo. Este próspero
negócio foi trazido para o Rio Grande do Sul por um português proveniente do
Ceará, José Pinto Martins, que se estabeleceu às margens do Pelotas. O sucesso de
seu estabelecimento favorecido pela localização estimulou a criação de outras
charqueadas e o crescimento da região, dando origem à povoação que marcou o
inicio da cidade de Pelotas. A herança dos portugueses pode ser encontrada na
arquitetura local, nas ruas, culinária e cultura.
Figura 4: Pelota-Fonte: http://www.amigosdepelotas.com. Acesso em 28 de abril.2012
A principal atividade do município é o comércio, que atrai moradores de
todas as cidades vizinhas. Em Pelotas existe um grande número de
estabelecimentos comerciais e empresas de prestação de serviços. É pólo industrial
na confecção de doces artesanais e sua qualidade e sabor são nacionalmente
conhecidos e difundidos através da Fenadoce - Feira Nacional do Doce, que
acontece todos os anos no mês de junho, onde grandes e pequenos produtores de
doces divulgam seus produtos aos visitantes.
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Figura 5: Doces de Pelotas - Figura 6: Calçadão da Cidade
Fonte:http://portoimagem.zip.net. Fonte: http://pelotas.ufpel.edu.br Acesso em 28 de abril.2012 Acesso em 28 de abril.2012
Pelotas Cultural:
A preservação do patrimônio tem entre suas funções o papel de despertar o
sentimento de identidade, de pertencimento, pois preservarmos a memória do que
fomos, do que somos, preservamos aquilo que herdamos e que pode ser passado
de geração para geração.
Pelotas dispõe de um importante patrimônio cultural, evidenciado nos seus
exemplares arquitetônicos remanescentes, herança coletiva de épocas de
desenvolvimento econômico, social e cultural. Esses exemplares, juntamente com
sua configuração urbana, compõem um rico patrimônio imaterial a ser preservado.
Além da riqueza do patrimônio arquitetônico, outros bens também integram
o patrimônio cultural imaterial do município, com os doces típicos pelotenses.
18
Figura 7: Doces Artesanais de Pelotas – Figura 8: Chafariz “As três meninas” – Fonte: http://pelotas.ufpel.edu.br Fonte: http://www.pelotas.com.br Acesso em 28 de abril.2012 Acesso em 28 de abril.2012
2.2.2.Estações ferroviárias:
Histórico
O transporte ferroviário começou a ser implantado no Brasil partir de 1850,
período em que o império procurava consolidar-se enquanto nação unificada e
desvinculada de Portugal, e em que o quadro típico do período colonial começava a
alterar-se.
A primeira estrada de ferro no Brasil, empreendida pelo industrial nascido
no Rio Grande do Sul, Irineu Evangelista de Souza - o Barão de Mauá foi
inaugurado no Rio de Janeiro em 1854. Um ano mais tarde o império organizava a
empresa "Estrada de Ferro Dom Pedro II". Não tardou para que as rodovias
penetrassem nas demais províncias. Em 1858 a rede ferroviária já contava com
seus primeiros 48 quilômetros.
19
As estações construídas em geral, com arquiteturas diferentes desde as mais
suntuosas até as mais simples, possuíam um papel de destaque arquitetônico e
poder financeiro para a cidade.
Figura 8: Primeiras Estações no Brasil / Implantação dos primeiros trens Fonte: http://www.quata.com.br
Acesso em 28 de abril.2012
Mas somente em 1866 pode ser fixado como o do inicio da historia
ferroviária no Rio Grande do Sul. Depois de acirrados debates na assembléia
Provincial sobre o potencial da zona de colonização, localizada no Vale do Rio dos
Sinos, surge à proposta da construção de uma estrada de ferro.
Abril de 1874 foi inaugurada a primeira secção de estrada compreendida
entre a Capital e São Leopoldo, com uma extensão de 33.756 metros. Era a
primeira Ferrovia do Rio Grande do Sul. Sua construção estimulou a produção da
zona colonial Alemã acompanhada pela multiplicação de núcleos urbanos e pela
própria expansão da estrada.
20
Figura 9: Malha ferroviária do Rio grande do sul, em 1898- Começo Fonte: http: Patrimônio Ferroviário no Rio Grande do Sul.
Inventario das Estações: 1874 -1959/ Porto Alegre: Palloti, 2002. Acesso em 28 de abril.2012
21
Figura 10: Malha ferroviária do Rio grande do sul, em 1959- Auge Fonte: http: Patrimônio Ferroviário no Rio Grande do Sul.
Inventario das Estações: 1874 -1959/ Porto Alegre: Palloti, 2002. Acesso em 28 de abril.2012
Em Pelotas a estrada de ferro chegou num período caracterizado como o
auge do desenvolvimento econômico urbano, social e cultural (1860 a 1890). Nesse
período a cidade se expandiu de modo considerável, o que pode ser confirmado,
pelo índice populacional que praticamente quadruplicou-se, devido fase áurea
advinda da produção das charqueadas, que tinha como base mão-de-obra escrava.
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Com o passar do tempo charqueadores foram aos poucos foram transferindo
suas residências para a cidade, construindo sobrados e edificando uma cidade bem
traçada, de ruas muito largas e retas. Impulsionando assim o crescimento da cidade
em direção ao Porto, especialmente através das ruas Benjamim Constant e em
direção a mancha ferroviária através da Rua Dom Pedro II.
A construção da estação ferroviária determinou uma rede viária capaz de
ligá-la ao resto da cidade. Por muito tempo a linha ferroviária, localizou-se
externamente da malha representando uma barreira física para o crescimento
urbano. A praça construída em frente ao prédio da estação, foi destinada a parada
de bondes, ao estacionamento de veículos, e principalmente dar imponência ao
prédio. Com a criação do Bairro Simões Lopes, ainda na década de 20, fez-se
necessária a construção da passarela, sobre os trilhos, elemento que ligaria o bairro
a cidade.
Figura 11: Foto cedida por Antonio A. Gorni 1969 – Figura 12: 1923 – Grande concentração de veículos- Estação Férrea de Pelotas em funcionamento Fonte: http://ronaldofotografia.blogspot.com.br Fonte: http://rethalhos.blogspot.com.br Acesso em 28 de abril.2012 Acesso em 28 de abril.2012
23
Podemos delimitar esse "tempo dos trens" entre 1874, ano em que foi
inaugurada a primeira ferrovia no Estado do Rio Grande do Sul e o final da década
de 1950, fase em que o modelo ferroviário, começou a ser substituída pelo modelo
rodoviário de transporte, essa substituição foi ocorrendo de forma gradual em todo
o país, chegando assim na cidade de Pelotas.
2.2.2 Os doces:
Histórico
No século XVI em Portugal a arte de doçaria começava a ser cultivada com
esmero, requintada por quase todos os Mosteiros e Conventos existentes no País,
criando-se especialidades saborosíssimas e de grande valor culinário.
Entre os séculos XVIII e XIX, Portugal era o principal produtor de ovos da
Europa. A clara era utilizada como purificador na fabricação de vinho branco e,
principalmente, para engomar os ternos dos chiques e elegantes do mundo
ocidental. Com a clara sendo exportada para todo o mundo, a gema tornava-se
elemento de inspiração para o surgimento de experimentos doceiros à base da
gema de ovos. Das cozinhas dos conventos surgiram os ovos moles que deram
origem a tantos outros doces que até hoje, estão presentes nos mais variados tipos
que são produzidos.
Rapidamente, os doces de ovos passaram a ser fonte importante de renda
em muitas vilas do interior de Portugal. E começaram a chamar atenção nas
cidades maiores. Foram parar nos restaurantes de Lisboa, do Porto, de Setúbal, de
Guimarães e daí para o mundo.
Já no Brasil com o cultivo da cana-de-açúcar, a mão de obra escrava
abundante e a tradição doceira dos portugueses, nossas iguarias se enriqueciam
ganhando sabores tropicais, reinventadas por mãos de habilidosas cozinheiras.
24
O milho e a mandioca se transformaram em sobremesas e bolos
obrigatórios nas cozinhas coloniais, como cita Gilberto Freyre: "O açúcar refinou o
paladar brasileiro, dando-lhe densidade histórica por intermédio dos doces e
bolos.” (FREYRE, Gilberto -1997).8
Figura 12: Foto Denise Araujo Doce Ambrosia / Quindins de Iaiá -
Fonte: http://letrassaborosas.blogspot.com.br Acesso em 28 de abril.2012
Em Pelotas, os primeiros doces foram introduzidos aproximadamente na década de 1860, quando começa o período de apogeu do município, herdando a tradição doceira de Portugal. Aqui chegando os imigrantes, portugueses tinham em sua bagagem diversas
receitas trazidas de sua região de origem. Sendo escassa a produção de açúcar no
Rio Grande do Sul fazia-se necessário a importação dos Estados do Rio de Janeiro,
8 . FREYRE, Gilberto. Açúcar: uma sociologia do doce, com receitas de bolos e doces do Nordeste do
Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
25
Bahia, Pernambuco, Santa Catarina e São Paulo, já que este ainda estava longe de
ser mercadoria ao alcance de todos.
Chegando pelo porto de Rio Grande, a maior parte do carregamento vinha
para Pelotas. No século XIX, já havia grande produção de frutas como a laranja, o
pêssego, o marmelo e a bergamota, passando as compotas a fazer parte das mesas
das famílias portuguesas aqui residentes. As poucos foram introduzidos os doces
cristalizados, as passas e os doces em massa, feitos em tachos por velhas escravas e
vendidos nas ruas.Os doces tradicionais eram servidos nos intervalos dos saraus
(festas com música) envolvidos em papéis de seda rendados e franjados. Sua
produção era realizada de maneira caseira pelas mulheres e suas escravas.
O açúcar utilizado nas mais variadas sobremesas, como os camafeus, bem-
casados, fios-de-ovos, papos-de-anjo, ninhos e os pastéis de Santa Clara, era
proveniente da região Nordeste do Brasil em troca do charque. Temerosas pela
escassez deste ingrediente essencial, as escravas passaram a diminuir a quantidade
de açúcar na produção dos doces, transformação a qual trouxe um diferencial que
agradou muito ao paladar dos consumidores da época.
Logo, este prestígio foi rompendo fronteiras e os doces levados para fora do
Município. Parte dessa história sobrevive graças à dedicação de doceiras que se
mantêm fiéis às receitas dos antepassados portugueses. Hoje em dia a produção
tornou-se fonte de renda para muitos: vendedores ambulantes, donos de
confeitarias, banqueteiras profissionais professoras de culinária, entre outros.
Também houve mudanças nas receitas, metamorfoses típicas das tradições
duradouras. E os doces num processo dinâmico, alcançaram todos os interstícios da
sociedade.
As formas artesanais de produzir doces, sobretudos os doces de frutas;
provenientes dos novos ocupantes que vieram da Europa; sobrevivem na zona rural
onde se preservam métodos e utensílios antigos: tacho de cobre, colheres de pau e
26
fogões a lenha. A produção para o mercado também é realizada por empresas de
porte, que operam no Distrito Industrial de Pelotas.
Alem de diferenciar Pelotas, esse produto é um elemento importante na
composição da memória social e da identidade cultural - patrimônio que merece
reconhecimento de todo pais.
Figura 13: Doces variados com apoio do SEBRAE- Fonte: http://www.sebrae-rs.com.br
Acesso em 28 de abril.2012
Tipos
• Doces finos: segundo a tradição entende-se por aqueles que são fabricados
consoantes as tradicionais receitas trazidas pelas famílias portuguesas ou filhos de
charqueadores que viajavam pela Europa e traziam consigo tais receitas. Por serem
feitos com ingredientes caros e raros, eram servidos somente em festas de alta
classe, tornando assim uma especiaria que remete ao glamour, riqueza e
prosperidade;
27
Figura 14: Doces variados- Fonte: http://cadocesfinos.com/blog/doces-tradicionais-de-pelotas-historia
Acesso em 29 de abril.2012
• Doces caseiros: geralmente são confeccionados com frutas da época como
banana, pêssego, morango, abóbora, e outros mais.
Figura 15: Doce de abobora - Fonte: http://acozinhadabizza.blogspot.com.br
Acesso em 29 de abril.2012
• Compotas: são doces preparados com frutas inteiras, em calda rala. É uma
forma de conservar as frutas de estação para consumi-las o ano inteiro. As
compotas se conservam por muitos meses quando acondicionadas em vidros
esterilizados e bem tampados e guardadas em geladeira; ou preparadas
28
diretamente em recipientes próprios para compotas, encontrados nas casas
especializadas em utensílios domésticos, cozidas em banho-maria hermeticamente
fechadas;
Figura 16: Compota de pêssegos - Fonte: http://www.vivaocharque.com.br
Acesso em 29 de abril.2012
• Schimias ou geléias: são doces de frutas preparados para serem utilizados
como coberturas de pães, bolachas e tortas;
Figura 17: Geléia de pêssego - Fonte: http://www.cozinhasitatiaia.com.br
Acesso em 29 de abril. 2012
29
• Doces cristalizados: são frutas cozidas, mergulhados em calda de açúcar e
água polvilhados com açúcar cristal;
Figura 18: Doces cristalizados variados - Fonte: http://www.jeriva.com.br/pt-br
Acesso em 29 de abril.2012
• Doces em pasta: Também chamado de doce em barra ou marmelada, é um
doce feito com fruta, água e açúcar fervidos até obterem uma consistência que
após esfriar possa ser cortado.
Figura 19: Doces em barra de goiaba e doce de leite- Fonte: http://www.cpt.com.br
Acesso em 29 de abril.2012
30
2.3. Principais conceitos relacionados a fim de edificação
2.3.1 Estações ferroviárias:
Importância
As estações ferroviárias tiveram um papel preponderante não somente no
Brasil como em todo o mundo.
Influenciaram no surgimento e crescimento dos núcleos urbanos,
centralizando a vida das povoações. Junto com as ferrovias, vinham uma serie de
melhorias urbanas, tais como: iluminação, escolas, correios, jornais, revistas,
atividades políticas e culturais, dentre outras, nessa época as ferrovias eram
sinônimo de progresso e modernidade.
2.3.2 Os doces:
É possível perceber uma interação da cidade com os doces, e a importância
que eles representam para a economia da cidade. Por essa razão, foi criada a Feira
Nacional do Doce. Nesse contexto, vários eventos são realizados no Centro
Histórico e nos bairros em comemoração ao evento, a fim de demonstrar o
potencial turístico, artístico e gastronômico da cidade, preservando a memória
doceira e as tradições trazidas de Portugal.
2.4. Evolução
2.4.1. Estações ferroviárias:
No Brasil são numerosas as histórias de abandono e desativação de
ferrovias, que com o encerramento da atividade, sobrecarregam o transporte
rodoviário. Além dos problemas sociais e de transportes associados de forma mais
31
evidente, há também uma grande perda de patrimônio físico, econômico, histórico
e cultural com a desativação de nossas ferrovias. O transporte ferroviário vem se
tornando, em muitas localidades, apenas uma vaga lembrança, compartilhada
apenas pelos mais velhos.
Nos últimos anos, tem sido recorrentes, as solicitações de tombamento de
estações ferroviárias e/ou conjunto de edificações ligadas às atividades ferroviárias.
Vários municípios, através de suas administrações ou entidades não
governamentais, tem apresentado interesse em cuidar das suas estações, como
forma de resguardar a memória e a importância que elas apresentam.
Figura 20: Ruínas da Estação ferroviária de Cachoeira Paulista, SP / Ruínas da Estação Engenho Correa, SP Fonte: http://blogdogiesbrecht.blogspot.com.br
Acesso em 29 de abril.2012
32
2.4.2. Os doces:
Para caracterizar e inscrever a tradição doceira da região na categoria de
patrimônio imaterial brasileiro, o Programa Monumenta patrocinou um projeto de
pesquisa abrangente, que ficou sob-responsabilidade da Câmara de Dirigentes
Lojistas, apoiada pela Secretaria Municipal de Cultura e Pela Universidade Federal
de Pelotas, onde se formou a equipe de pesquisa, coordenada pela professora
Flavia Mara Silva Rieth.
Seguindo a metodologia recomendada pelo IPHAN, a equipe definiu os bens
a serem inventariados - doces finos e coloniais. Assim como os doces e demais
projetos desenvolvidos na cidade o programa Monumenta deu um poderoso
impulso á recuperação do Patrimônio material e imaterial de Pelotas, alcançando o
objetivo estratégico de conjugar a preservação desses bens culturais com o
desenvolvimento econômico e social.
Em 2003, de acordo a Lei n° 11919/2003, os doces artesanais de Pelotas e o
acervo de receitas portuguesas e açorianas foram considerados Patrimônio Cultural
do Estado, através do IPHAN e graças ao programa Monumenta, que atribui
importância em nível nacional a arte de fazer doces.
33
2.5. Estado Atual da Arte
2.5.1. Estações ferroviárias:
Ainda hoje, preserva-se na memória coletiva o tempo em que se viajava de
trem, e mais do que isso, viajar de trem representava a possibilidade de muitas
emoções, desde a beleza das paisagens cortadas pelos trilhos até a contrariedade
com as condições nem sempre idéia do transporte.
Em varias regiões as Estações Ferroviárias constituem um patrimônio, que
em algumas décadas, se encontra, passando por processos de abandono e
destruição e somente permanecem ativas aquelas que se transformaram em
estações de trens metropolitanos; as que se estão no caminho dos poucos trens
turísticos e as poucas que são utilizadas como centrais de recebimento de cargas
além daquelas que são utilizadas para fins culturais, como casa de cultura e
memorial.
Figura 21: Foto: Jeferson Bernardes Figura 22: Casa de Cultura de Canela RS - Estação da Luz, SP, hoje abriga Trens Metropolitanos - Fonte: http://www.estacoesferroviarias.com.br Fonte: http://www.flickr.com/photos Acesso em 29 de abril.2012 Acesso em 29 de abril.2012
34
2.5.2. Fenadoce:
A Feira Nacional do Doce, popularmente conhecida como Fenadoce, é um
evento que ocorre no município de Pelotas, no estado do Rio Grande do Sul, desde
o ano de 1986 e ao longo do tempo, consagrou-se como a principal atração
turística da região sul do RS, com uma mistura de shows, gastronomia, lazer e
turismo.
Em 2012, a feira pelotense terá a sua 20ª edição realizada novamente no
Parque de Eventos Fenadoce, nas proximidades da BR-116 e Avenida João Goulart,
rodovia responsável pelo fluxo de acesso no sentido Pelotas - Rio Grande.
Devido à feira Pelotas recebe uma grande parcela de turistas durante a
realização do evento, vindos das mais diversas localidades do país. Algumas
atrações são: Fenashow, Cidade do Doce, Praça de Alimentação, Estância Princesa
do Sul, Parque de diversões.
Figura 22: Foto: Vinicius Fernandes Figura 23: Fenadoce - Desfile do doce. Fenadoce - cidade do doce Fonte: http://rioparanaempalavras.blogspot.com.br Fonte:http://eigatimaula.blogspot.com.br Acesso em 29 de abril.2012 Acesso em 29 de abril.2012
35
3. ANÁLISE DE PRECEDENTES
3.1 Modelo 1: Shopping Estação, Curitiba PR - antiga Estação Ferroviária.
Ficha Técnica:
Obra: Shopping Estação, intervenção arquiteto Manoel Dória.
Local: Av. Sete de Setembro, 2775. Bairro Rebouças, Curitiba/ PR, Brasil.
Data da abertura do prédio da estação: 1885.
Data da desativação da Estação ferroviária: 1972.
Data da construção do Shopping: 1997.
Prédios integrados: Um museu (prédio da estação Ferroviária), dois teatros e o
“Estação Convention Center” (edificação em anexo).
Figura 23: Foto: Alfredo Rodrigues - Figura 24: Foto: Morio- Intervenção (anexo) Fachada Estação de Curitiba Fonte: http://pt.wikipedia.org Fonte:http://www.curitibacityphotos.blogger.com.br/ Acesso em 01 de Maio de 2012. Acesso em 01 de Maio de 2012.
36
Localizado anexo à antiga estação ferroviária de Curitiba, no bairro
Rebouças, o Shopping Estação teve sua arquitetura projetada para manter a
concepção original arquitetura Ferroviária, integrando o antigo e o novo,
valorizando a iluminação natural e os jardins internos com sistemas de alta
tecnologia em coberturas de vidro. É um espaço multiuso que reúne compras, lazer,
cultura e eventos.
Figura 24: Estação Curitiba inicio do sec. XX - cartão Postal / Pátio da estação em 1904. Foto do livro "Rebouças", de Eduardo Emilio Fenianos
Fonte:http://www.curitibacityphotos.blogger.com.br/ Acesso em 01 de Maio de 2012.
Sua composição apresenta-se linear devido o prédio da antiga Estação
instalar-se em todo o alinhamento predial. Como a configuração do terreno não
oferecia possibilidade para expansão horizontal, a solução foi verticalizar o novo
edifício, erguendo prédio sobre prédio.
No entanto apresenta ao mesmo tempo de forma aditiva, pois se percebe
vários volumes articulados no seu anexo.
37
Figura 25: Corte longitudinal - Fonte http://www.arcoweb.com.br- acesso em 01 de Maio de 2012.
Figura 26: Verticalidade e forma aditiva na composição / Adição de vários volumes interligados Fonte:http://www.omelhoremcuritiba.com.br
Acesso em 01 de Maio de 2012.
A hierarquização desta edificação caracteriza-se por dois aspectos
facilmente identificáveis, são estes: As cúpulas de vidro, onde a maior (centro de
convenções) confere um diâmetro de 20m. Outro ponto que se define a
hierarquização é caracterizado pela diferença de alturas dos volumes que o compõe
tanto o anexo quanto o prédio da Antiga Estação. Tanto no anexo, quanto na
construção antiga, transmite-se a idéia de escalonamento.
38
Figura 27: Corte e Planta da Cúpula - Fonte http://www.arcoweb.com.br - acesso em 01 de Maio de 2012.
O Edifício se apresenta estratificando objetos, mais leves sobre os mais
pesados. Em alguns pontos encontra-se firmemente apoiado no solo, mas em
outros apresenta elementos mais leves como pilotis e uso de vidro.
Como possui um pé direito bastante elevado, em ambas as edificações
transmitem a idéia de monumental em relação tanto ao entorno, quanto a escala
humana. Fachada livre (vidro) e perfurada (mistura de cheios e vazios).
Figura 28: Diferentes sensações e monumental / Acesso ao Boulevard Fonte: http://www.arcoweb.com.br
Acesso em 01 de Maio de 2012.
39
Contrapõe-se com o entorno devido aos materiais e a forma aplicada,
linguagem contemporânea do anexo e o estilo eclético da antiga Estação.
Figura 29: 3D do Shopping Estação, Fonte: Google Earth. Acesso em 01de abril.2012
Composição planimétrica: Possui assimetria em quase todos os espaços de
circulação. Eixos verticais bem marcados (acessos e circulações) que se voltam
sempre parte o átrio central ocupado pela praça de alimentação. Utiliza
geometria planar e volumétrica no projeto. Caracteriza-se por fluxos
verticais. Estes possuem um grau de destaque com relação ao restante da
edificação.
Figura 30: Elevações Oeste e Leste - Fonte http://www.arcoweb.com.br - acesso em 01 de Maio de 2012.
40
Figura 31: Verticalidade nos acessos / Circulações voltas para o átrio
Fonte: http://www.arcoweb.com.br
Acesso em 01 de Maio de 2012.
Como se trata de um patrimônio histórico, o edifício onde funcionavam as
bilheterias e a administração foi recuperado e integrado ao projeto, tendo
destinação cultural. Por dentro, na parte onde era a plataforma de embarque e
desembarque se mantém quase intacto. A antiga construção integra-se à área do
shopping, que, por sua vez, é interligada ao centro de eventos. Ambos, entretanto,
têm acessos independentes. As circulações tem função de levar para o átrio
central, com espaços fluidos (dinâmicos).
Figura 32: Espaços Fluidos / Jardim Interno entre edificação existente e anexo Fonte: http://maps.google.com.br
Acesso em 01 de Maio de 2012.
41
A nova construção possui uma grade relação com exterior da edificação,
pois possui extensos planos de vidro que servem como elementos de
transição, até mesmos na cobertura (zenital), uso de materiais leves, além de
existir um jardim interno em um dos acessos.
Estrutura baseia-se em estrutura mista de materiais tradicionais:
concreto armado (esqueleto independente) e estrutura metálica em
elementos de ligação e intervenção. A estrutura possui importância, pois é através
dela que é estabelecida a ordem espacial.
Figura 33: Estrutura metálica com vidro / Acesso para o Átrio / Marquise de vidro Fonte: http://www.arcoweb.com.br
Acesso em 01 de Maio de 2012.
Para garantir o conforto ambiental, foram utilizados vidros verdes
refletivos de alto desempenho de dez milímetros (coeficiente de sombreamento
0,30). Jogos de luz e sombra que permite melhor aproveitamento da luz solar em
conjunto com os revestimentos (pedras em tons claros) evita o aquecimento no
interior.
42
3.2 Modelo 2: Estación de Atocha ou Estación de Mediodia
Ficha Técnica:
Obra: Estação de Atocha.
Local: Plaza del Imperador Carlos V, Madrid - Espanha.
Data da abertura do prédio da estação: 1951.
Data primeira restauração: 1892, Arquiteto Alberto Martín Palácio.
Data da atual intervenção: 1992, intervenção arquiteto Rafael Moneo.
Figura 34: Fachada da Estação de Atocha Figura 35: Detalhe do relógio preservado na fachada Fonte: http://edtoday.wordpress.com Fonte: http://pt.photaki.com Acesso em 03 de Maio de 2012. Acesso em 03 de Maio de 2012.
A estação de Atocha, foi a primeira estação ferroviária na Espanha. Foi
inaugurada em 1951, primeiramente conectava a cidade de Madrid com Aranjuez,
43
uma cidade cerca de 47 quilômetros de da capital. Apos três anos de construção
conectou Barcelona com a cidade de Mataró.
A estação ferroviária foi originalmente chamada “Estación de Mediodia”,
mas agora é conhecido como "Estación de Atocha "ou estação de Atocha. (nome de
uma área do distrito de Arganzuela, e meios no espanhol velho sul).
Figura 35: Estação com trens a vapor / Fachada permanece intacta, década de 80 Fonte: http://www.laestaciondetren.net
Acesso em 03 de Maio de 2012.
A estação original foi completamente destruída por um incêndio, dez anos
após sua construção. Em 1892, foi substituída por uma estação maior, com uma
abóbada de ferro forjado.
A nova estação transmite a idéia de composição nuclear, onde a forma se
desenvolve através da "abóbada central". Este elemento ainda possui a função de
destaque, mostrando uma hierarquia sobre os demais volumes tanto em sua
44
altura quanto na largura. A ideia de escalonamento apresenta-se visivelmente
nesta edificação.
Projetada então por Alberto Martín Palácio com a ajuda de Gustave Eiffel,
sendo designada na altura por "Estación de Mediodía". Ainda Hoje é o edifício
considerado um dos mais notáveis exemplares da arquitetura do ferro e vidro,
sendo um marco da arquitetura século XIX, sua construção apresenta-se
monumental tanto na escala humana quanto em sua relação com o entorno.
A edificação consiste em dois volumes simétricos e ritmados
solidamente apoiados no solo, porem interrompidos por uma abóbada de vidro
(contraste entre os materiais), através dos cheios e vazios da fachada
perfurada.
Figura 36: Detalhe da Praça del Imperador na década de 80 / Nova fachada após o incêndio Fonte:
http://www.laestaciondetren.net
Acesso em 03 de Maio de 2012.
45
No final do século XX, desaparecidos os trens a vapor e a carga que antes
enchia a estação, foi feita uma remodelação que dotou a estação um jardim
tropical (The tropical garden) abaixo da cúpula central.
Possuindo 4.000 m² de área, encontram-se plantadas mais de 7.000 plantas
de 400 espécies diferentes vindas de países como Índia, Austrália, Ásia e China.
Nesse átrio que anteriormente servia como galpão dos trens, hoje possui a função
de centralização dos espaços através das circulações simétricas e dos espaços
fluidos (dinâmicos) que se direcionam para o mesmo, que compõe uma
geometria volumetrica.
Figura 37: The tropical Gardem, criado por Moneo / Jardim Centralizando os espaços
Fonte: http://www.minube.pt
Acesso em 03 de Maio de 2012.
A antiga Atocha foi completamente renovada e transformada em uma área
de descanso com um grande jardim tropical, cercada por lojas, bares e
restaurantes. Ao mesmo tempo ela possui a função de conectar-se com plataformas
da avenida expressa, a proposta de continuidade e permeabiliade e feita
atravez de elementos de transição (vazados e vidro) entre interior e exterior que só
é percebida pelo jardim interno e as plataformas para os trens
metropolitanos.
46
Figura 38: Praça de alimentação no átrio central / Detalhe da estrutura
Fonte: http://www.minube.pt
Acesso em 03 de Maio de 2012.
Outra parte do projeto de substituição foi as pontes, na praça em frente a
estação - a Plaza del Emperador Carlos V – onde foram substituidas por túneis.
Como resultado os visitantes podem agora desfrutar de uma vista bonita da
estação de trem.
Figura 39: Acesso para as plataformas de embarque / Contraste entre o antigo e a intervenção
Fonte: http://www.minube.pt
Acesso em 03 de Maio de 2012.
47
Como existem grandes desníveis na construção, o arquiteto procurou
encontrar uma forma para as novas instalações dos terminais. A entrada criada
mais elevada sai direto no átrio central, onde temos uma clarabóia. Já o acesso à
estação de metrô é subterrâneo, próximo da parte externa. Na parte alta se
encontram os trens de alta velocidade.
Figura 40: Corte longitudinal - Fonte http://www.laestaciondetren.net - acesso em 03 de Maio de 2012.
A relação entre a estrutura e a vedação é apresentada de forma mista
com materiais tradicionais. O Uso do ferro forjado, fez com que este fosse um
dos marcos do modo de construir no século XIX. A estrutura metálica se deu,
sobretudo nas intervenções. Apesar de a edificação ser um grande vão sem muitos
espaços compartimentados, a estrutura apresenta papel de ordenadora espacial,
pois a partir dela definem-se os usos em cada espaço.
Foi utilizado nessa obra, sobretudo pedra talhada, ferro e vidro. O
telhado de ferro foi construído na Bélgica, com um sistema estrutural do tipo De
Dion, dando ao edifício a sua cor vermelha distintiva
48
Figura 41: Plataforma para trens metropolitanos / Claraboia do átrio central Fonte: http://www.minube.pt
Acesso em 03 de Maio de 2012
O projeto de restauração é marcado por novos volumes, que contrasta o
caráter tectônico com a construção do século 19. Apesar de se encontrarem
separados dão a idéia de continuidade pelo uso dos materiais aplicados e as
formas que os compõe.
Figura 42: Espaço para estacionamento aberto / Volume do estacionamento. Fonte: http://www.minube.pt
Acesso em 03 de Maio de 2012
49
A construção histórica ganhou também uma nova torre do relógio e uma
praça de acesso, rebaixada e protegida do movimento do nó viário, que integra o
espaço interior com o espaço exterior, mas mantendo como destaque a Estação de
Atocha. Dá-se a idéia de fusão da a praça e o entorno com a Estação.
Figura 43: Revitalização da aera - Praça del Imperador Figura 44: Nova torre do relógio Fonte: http://pt.photaki.com Fonte: http://www.minube.pt Acesso em 03 de Maio de 2012. Acesso em 03 de Maio de 2012
Moneo não trabalhou com o entorno, como se fosse “uma estrutura superior
que não permite ser auto-suficiente”. Ele não pretende criar apenas uma
continuação do existente, mas uma idéia que pode dialogar com a situação
existente: “A intuição atua com liberdade”.
Figura 45: Acesso para os estacionamentos Figura 46: Alargamento das vias, melhor visual da Estação. Fonte: http://pt.photaki.com Fonte: http://www.minube.pt Acesso em 03 de Maio de 2012. Acesso em 03 de Maio de 2012
50
3.3 Outras estações que sofreram intervenção: Museu Ferroviário de Vila Velha (Museu do Vale)
Localizado: Vila Velha, ES
Figura 46: Fachada da edificação / Restaurante feito a partir de um vagão Fonte: http://www.overmundo.com.br
Acesso em 03 de Maio de 2012.
Estação das Artes Eliseu Ventania
Localizado: Mossoró, RN
Figura 47: Ralação com o entorno / Interior preservado Fonte: http://www.estacoesferroviarias.com.br
Acesso em 03 de Maio de 2012.
51
Casa da cultura de Canela
Localizado: Canela, RS
Figura 48: Trem a vapor anexado a composição / Espaço da casa do artesão Fonte: http://www.estacoesferroviarias.com.br
Acesso em 03 de Maio de 2012.
Fundação Cultural de Canoas
Localizado: Canoas, RS
Figura 49: Fachada / Inserida no entorno
Fonte: http://www.estacoesferroviarias.com.br
Acesso em 03 de Maio de 2012
52
Memorial da Coluna Prestes
Localizado: Santo Ângelo, RS
Figura 50: Estação com traços coloniais / Marquise da plataforma e trilhos preservados Fonte: http://www.estacoesferroviarias.com.br
Acesso em 03 de Maio de 2012.
Centro Cultural Estação Mapocho
Localizado: Santiago Chile
Figura 51: Fachada principal com praça seca / Estrutura metálica na intervenção Fonte: http://www.ruta-patagonia.com
Acesso em 03 de Maio de 2012.
53
3.4 Conclusão:
Após analisar alguns referenciais teóricos, conclui-se que grande parte das
antigas Estações Ferroviárias que hoje são centros de cultura / memórias, está
agregada a dois fatores: - a importância cultural que as Estações Ferroviárias
possuem (por se tratarem em grande parte de bens tombados que exigem
preservação, agregando o conhecimento cultural que a própria edificação por si só
pode transmitir para o usuário); - e por oferecer grande espaço livre para que
sejam feitas exposições, apresentações artísticas, entre outras atividades.
Procurou-se nesta análise de precedentes, buscar referenciais que possam
contribuir de forma significativa no projeto como, por exemplo, a maneira como
foram solucionados os problemas das intervenções em um patrimônio, para que
este fique evidenciado porem não descaracterize o bem, intervenção integrada.
54
4. SÍTIO
4.1. Apresentação:
Devido a sua localização privilegiada na malha urbana, servindo de ligação
entre os bairros Simões Lopes e o Centro, a área ocupada pela Estação Férrea,
possui um potencial para polo de cultura e lazer, aproveitando a estrutura existente
e podendo caracterizar-se como um parque urbano.
Figura 52: Detalhe da plataforma Figura 53: Espaço livre com potencial construtivo Foto: Acervo Secult Foto: http://www.geolocation.ws Acesso em 29 de abril.2012 Acesso em 29 de abril.2012
55
4.2. Localização:
Endereço: Encontro das Ruas Marcilio Dias e Dom Pedro II, na Praça Rio Branco, n°
7 - Pelotas RS.
Área do terreno (utilizada para projeto): 3.578,22 m².
Dimensões: Norte 67,24 m; Sul 66,39 m; Leste 66,13 m; Oeste 53,86 m.
Figura 54: Localização da Área de projeto- Foto: Imagem Google Earth. Acesso em 29 de abril.2012.
56
4.3. Justificativa:
A preservação desse espaço justifica-se pelo seu valor histórico. A partir da
década de 80, a Estação Férrea passou a ser entregue a destruição natural devido o
tempo e também a atos de vandalismo. A praça do seu entorno hoje serve como
terminal rodoviário, impedindo a visualização do prédio.
Pretendo através desse projeto, propor a requalificação da Estação Férrea,
retomando seus valores como objeto de importância histórica e cultural da cidade
de Pelotas, mas, voltado a um uso que traga movimento e dinamismo para a área.
Figura 55: Praça Rio Branco - Pedra Portuguesa Figura 56: Largo de Portugal- Foto: Acervo Secult Fonte: http://www.geolocation.ws Acesso em 29 de abril.2012 Acesso em 29 de abril.2012
57
4.3.1 Projeto de uso atual da Estação Férrea:9
Semelhante à proposta de projeto apresentada, tornou-se publico um
projeto desenvolvido pelas Secretarias de Gestão Urbana e Cultura desde 2008.
Este projeto visa promover a recuperação e a reciclagem de uso do prédio
principal e do antigo sanitário público do complexo da Estação Férrea de Pelotas.
Em parceria com o Ministério Público Federal e CEREST, está proposta a
utilização do prédio principal como sede do PROCON e do CEREST-Sul, além de
abrigar o Memorial da Rede Ferroviária. Já o prédio do antigo sanitário está
previsto para ser utilizado como posto de informações turísticas e da Guarda
Municipal.
Os novos usos propostos cumprem importante papel no atendimento à
comunidade em geral e também ao turista, proporcionando a reapropriação desse
importante espaço da cidade de forma segura e sustentável.
O projeto reforçaria meu conceito de intervenção na Estação Férrea de
Pelotas, pois mostra claramente as potencialidades turísticas e culturais que
apresenta.
9 . Fonte: Secretaria Municipal de Cultura - Secult, 2012.
58
4.3. Legislação:
Macro região administrativa: Fragata
Micro região administrativa: Bairro Simões Lopes
Normas da Zrl - usos
Conforme: Residências unifamiliar; Residências multifamiliar; Residências Coletivas;
Atividades terciárias 3; Usos especiais 2,3 e 4.
Permissível: Atividades terciárias 1, 2/2 e 4; Industria 1.
Proibido: Atividades Terciarias 2/1; Usos Especiais 1; Industria 2,3,4,5; Atividades
agropastoris.
Índices de aproveitamento: (I.A): Conforme 2; Permissível 1
Taxa de ocupação(T.O): Conforme: 66,6%; Permissível: 50%
Altura: 12 metros ou 4 pavimentos.
Recuos
Ajardinamento: 4 metros
Frontal: isento
Lateral: mínimo 2,5 metros ou L/4
Fundos: mínimo 2,5 metros P/10 h>7 metros
A estação férrea se encontra localizada dentro de áreas de proteção que estabelecem parâmetros para intervenção e revitalização, são estes:
59
Zona de preservação do patrimônio cultural - Lei 4568/00: é atualmente o principal
instrumento legal utilizado pelo poder municipal para a preservação do patrimônio
histórico Arquitetônico de Pelotas.
V - FEIC (Focos de interesse cultural) - Estação férrea
Decreto Lei n° 25/1937: Art. 1º Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional
o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de
interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil,
quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou
artístico.
Lei municipal nº 4.315: O prédio da Estação Férrea de Pelotas foi tombado no dia
22 de Setembro de 1998 pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE);
60
ZPPC 2: Sítio do segundo Loteamento: Região do entorno da praça Cel. Pedro
Osório que desde o século XIX, caracteriza-se como centro da cidade. Representa o
poder e a Riqueza da época das charqueadas, através de seus prédios de
arquitetura eclética.
Figura 57: Figura: Mapa da ZPPC - Foto: Acervo Secult. Acesso em 29 de abril.2012.
Conforme as normas citadas a cima ( 3°Plano Diretor e Lei de Preservação
do Patrimônio Cultural de Pelotas) o projeto tem como base potencialização do
Bairro Simões Lopes como um Centro de Cultura Popular, complementando a idéia
de enfatizar os acessos ao centro histórico de Pelotas, integrando assim o espaço
urbano com a Viação Férrea.
61
5. ESTUDO DO ENTORNO
5.1. Clima; Micro Clima; Topografia
O clima de Pelotas é subtropical úmido ou temperado. Os verões são tépidos
e com precipitações regulares, com as temperaturas máximas absolutas do ano
situando-se entre 34°C e 36°C, aproximadamente, enquanto os invernos são
relativamente frios, com geadas freqüentes (com uma média de 20 por ano) e
ocorrência de nevoeiros, com temperaturas mínimas absolutas do ano entre -2°C e
0°C.A temperatura média anual da área urbana do município é de 17,5°C, sendo
janeiro o mês mais quente, com temperatura média de 23°C, e julho o mês mais
frio, com média de 12°C.
62
Por estar situada numa planície próxima ao oceano, a área urbana do
município de Pelotas situa-se em baixa altitude, com, em média, 7 metros acima do
nível do mar. O interior do município está sobre um planalto com elevações
médias, denominado Serras de Sudeste. O prédio da Estação Férrea e seu
entorno imediato apresentam uma topografia regular variando entre os níveis 3 e 4
em relação ao nível do mar.
Figura 58: Vista panorâmica da área de estudo. Fonte: Acervo pessoal. Acesso em 29 de Abril de 2012.
63
5.2. Usos do Solo
Figura 59: Estudo do usos do solo, levantamento TCC acadêmica Luciane Mendes, acervo UCPEL
Acesso 21 de Maio de 2012
Através do levantamento pode-se perceber que há uma predominância de
residências no local. Existem também oficinas de pequeno e médio porte. No
entorno da Estação Férrea, onde acreditamos que estas empresas tenham se
instalado pois existe um terminal de empresas de transporte coletivo localizado na
Praça Rio Branco.
Com relação as atividades comerciais e de serviços nota-se uma diversidade
e equilíbrio destes usos, já que o Plano Diretor não faz restrições para essas áreas.
64
Figura 60: Imagem edificações pela Av. Brasil, acervo pessoal.Acesso em 23 de Maio de 2012.
Figura 61: Imagem Av. Brasil (direção bairro / centro), acervo pessoal.Acesso em 23 de Maio de 2012.
Figura 62: Imagem Av. Brasil (direção centro / saída de Pelotas), acervo pessoal.Acesso em 23 de Maio de 2012.
65
5.3. Vias e Circulações
A área estipulada para a implantação do projeto situa-se na divisa do Bairro
Simões Lopes com o Bairro Centro, na Zona de Preservação Cultura de Pelotas
(ZPPC).
A Estação Férrea de Pelotas e o lote que será utilizado neste projeto, estão
situados nas ruas Marcilio Dias e Dom Pedro II (edificação existente) e Avenida
Brasil (lote onde será feito o anexo).
Nas demais vias de seu entorno, o trafego de veículos e bom,
principalmente no largo de Portugal, devido as linhas de transporte coletivo. As ruas
Marcilio Dias e Avenida Brasil desempenham um papel de grande importância, pois
que servem de ligação para vários bairros e até mesmo outros municípios.
É importante ressaltar que grande parte das vias conservam o
paralelepípedo original.
Figura 63: Vista da Rua Marcilio Dias / Vista da Rua Dom Pedro. Fonte: acervo pessoal. Acesso 23 de Maio de 2012.
66
Figura 64: Vista da Avenida Brasil. Fonte: acervo pessoal. Acesso 23 de Maio de 2012.
Figura 65: Marcação das vias de acesso a Estação Férrea. Foto: Imagem Google Earth. Acesso em 29 de abril.2012.
67
5.3.1.Infra estrutura das vias:
Através do levantamento pode-se constatar dominância do uso de
paralelepípedos irregulares e asfalto. O uso do paralelepípedo é comum em locais
onde se caracterizam por ser em sítios históricos devido a época em que foram
aplicados.
O asfalto foi aplicado na tentativa de manter a via em bom estado para o
trânsito que se mantém intenso em vias como Av. Brasil e Rua Marcilio Dias, no
entanto acaba causando uma descaracterização do local o qual deveria ser mantido
e preservado com suas características originais, já que trata-se de um sitio histórico.
O estado de conservação, bem como os materiais utilizados em praças e
passeios estão diretamente relacionados ao tipo de material que os constitui e a
época em que foram executados. No caso do paralelepípedo existente no local
apesar de encontrar-se falhado, é de boa qualidade, porem de difícil manutenção,
já o asfalto é inferior, porem a sua manutenção é fácil e de baixo custo. Desse
modo, atualmente as vias que estão em melhor estado de conservação são aquelas
que possuem pavimentação asfaltica. Estas vias são as principias vias de acesso à
Estação Férrea.
Figura 66: Detalhe do paralelepípedo aparente na Praça Rio Branco. Fonte: acervo pessoal. Acesso 23 de Maio de
2012.
68
Figura 67: Estudo das vias, levantamento TCC acadêmica Luciane Mendes, acervo UCPEL Acesso 21 de Maio de 2012
69
5.3.2 Transporte Coletivo:
Através do mapa podemos perceber que esta é uma área que está bem
abastecida pelo transporte coletivo. Alem disso pode ser constatado dois pontos de
taxi e uma parada ( saída e chegada) do ônibus Expresso Embaixador.
Os transportes coletivos possuem um trajeto que percorre boa parte da
cidade. As linhas de ônibus que levam até a área da Estação Férrea são: Linha Py
Crespo; Linha Santa Terezinha; Linha Pestano e Linha São Jorge (interbairros
circular).
Figura 68: Ponto de táxi / Parada de ônibus da empresa Expresso Embaixador.
Fonte: Acervo pessoal. Acesso: 23 de Maio de 2012.
Figura 69:Terminal de ônibus na Praça Rio Branco
Fonte: Acervo pessoal. Acesso: 23 de Maio de 2012.
70
5.4. Elementos e Edifícios de destaque
5.4.1 Inserção da Estação na Cidade
Figura 70: Estudo das vias, levantamento TCC acadêmica Luciane Mendes, acervo UCPEL
Acesso 21 de Maio de 2012
71
5.4.2 Pontos de Destaque:
Por se tratar de uma área antiga, apresenta no entorno, vários prédios de
destaque arquitetônico e histórico. Estes prédios são o Castelo Simões Lopes; o
prédio do IBGE, situado na Rua Manduca Rodrigues; e a própria Estação Férrea e
sua passarela. Ainda temos outras edificações que não possuem importância
arquitetônica, porem contribuem de alguma forma para evidenciar o local,
podemos citar com exemplo o Engenho Santa Inácia, situado na Rua Dom Pedro II;
o prédio do IF Sul Rio-grandense; a Igreja Matriz Nossa Senhora Aparecida, situada
na Av. Brasil; Supermercado Guanabara, que atrai população de varias partes da
cidade. Além dos elementos que compõem os sítios urbanos como por exemplo,
Largo de Portugal e a Praça Rio Branco.
Figura 71: Castelo Simões Lopes. Figura 72: Prédio do IBGE Figura 66:Engenho Santa Inácia Fonte http://luccianorocha.blogspot.com.br. Fonte: TCC Luciene Mendes Fonte: TCC Luciene Mendes Acesso: 23 de Maio de 2012 Acesso:23 de Maio de 2012 Acesso:23 de Maio de 2012
72
Figura 73: Supermercado Guanabara Figura 74: Campus If Sul Riograndese Fonte: Acervo Pessoal Fonte: http://jornaleletrocondutor.blogspot.com.br/
Acesso: 23 de Maio 2012 Acesso: 23 de Maio de 2012.
5.5. Relação edifício-lote, tipo de espaço urbano configurado (Figura-Fundo)
5.5.1As Alturas:
Podemos observar que a grande maioria das edificações, que de acordo com
o Plano Diretor poderiam ter uma altura de até 4 pavimentos ou 12 metros, não
ultrapassam a altura de dois pavimento, em ambas as zonas. Isso demonstra uma
falta de aproveitamento do espaço e das alturas, pois são relativamente baixas.
Embora as construções existentes sejam antigas, a altura é mais elevada que as
construções contemporâneas, mantendo uma altura de no máximo 5 metros.
Figura 75:Alturas das Edificações pela Av. Brasil / Altura das Edificações na Praça do Rio Branco esq. Marcilio Dias Fonte: Acervo Pessoal. Acesso: 23 de Maio de 2012.
73
Figura 76: Estudo do usos das Alturas, levantamento TCC acadêmica Luciane Mendes, acervo UCPEL Acesso 21 de Maio de 2012
74
Figura 77: Altura das edificações na Avenida Brasil , sentido Bairro / Centro. Fonte: Acervo pessoal.
Acesso: 23 de Maio de 2012.
Figura 78: Altura das edificações na Avenida Brasil , sentido Centro / saída de Pelotas. Fonte: Acervo pessoal.
Acesso: 23 de Maio de 2012.
Figura 79: Largo de Portugal , sentido Centro / Estação Férrea. Fonte: Acervo pessoal. Acesso: 23 de Maio de 2012.
75
5.5.2. Parcelamento do Solo:
Através do levantamento do parcelamento do solo, constatou-se que essa é
uma área com grandes potencialidades. Pelo mapa também percebemos que a
divisão dos lotes não passou por nenhum critério que determinasse sua
organização urbana, tão pouco seus tamanhos (alguns lotes variam de 50 m² á
10000 m²). Os lotes existentes nas áreas da ZRI e ZCC apresentam lotes bastante
diversificados quanto as dimensões e formatos que vão desde retangulares,
quadrados e irregulares, como é o caso do lote da Estação Férrea.
Contudo estas edificações em sua maioria se encontram de acordo com as
normas do Plano Diretor e que sua forma se deu desordenada por se tratar de um
bairro que não houve planejamento adequado na época da sua formação,
permitindo que os proprietários fizessem suas divisões de forma livre.
Figura 80: Irregularidade nos lotes / Tamanhos com falta de padronização Fonte: Acervo Pessoal
Acesso: 23 de Maio de 2012
76
Figura 81: Estudo do usos das Alturas, levantamento TCC acadêmica Luciane Mendes, acervo UCPEL Acesso 21 de Maio de 2012.
77
5.5.3. Imóveis Tombados / Inventariados:
Esta área da cidade faz parte da ZPPC, isso quer dizer que neste local se
encontram edificações ou trechos que devem ser preservados como forma de
manter viva a história da cidade e de sua época de ascensão. No mapa a seguir
estão marcados pontos de pavimentações; construções e conjuntos que devem ser
preservados por se tratar de bens inventariados ou tombados.
Figura 82: Estudo do usos das Alturas, levantamento TCC acadêmica Luciane Mendes, acervo UCPEL Acesso 21 de Maio de 2012.
78
5.5.4. Sitio e suas características:
Com relação a seu traçado, o terreno da Estação Férrea, apresentar-se de
forma irregular, demonstrando uma desconformidade com do lote com o restante
do entorno. Essa desconformidade ocorre pelo fato dos trilhos do trem delimitarem
o espaço impedindo o crescimento para oeste da cidade.
Figura 83: Estudo do usos das Alturas, levantamento TCC acadêmica Luciane Mendes, acervo UCPEL Acesso 21 de Maio de 2012.
79
Figura 84: Fachadas, levantamento TCC acadêmica Luciane Mendes, acervo UCPEL Acesso 21 de Maio de 2012.
80
Figura 85: Fachada Principal. Fonte: Acervo pessoal. Acesso: 23 de Maio de 2012
Figura 86: Fachada Posterior Fonte: Acervo pessoal. Acesso: 23 de Maio de 2012
81
5.6. Esquemas Gráficos
5.6.1. Esquemas Verticais do Entorno:
Na Rua Dom Pedro II, encontra-se apenas uma edificação, o supermercado Guanabara.
Esta Edificação apresenta recuo frontal, que transmite a idéia de descontinuidade do
quarteirão (muros de altura média, no alinhamento predial). Sua forma consiste em um único
bloco de concreto (estruturado) , com marquise apoiada em pilares bastante esbeltos. A
cobertura é escondida por platibanda reta, que cria um contraste dos cheios(estrutura) com os
vazios (planos de vidros), que tornam a sua volumetria com formas retas e simples, com
repetição de elementos,estes por sua vez geram ritmo e simetria para a edificação.
Essa edificação se destaca das demais construções, por seu volume, cores e aspectos
construtivos(planos de vidro e pilotis, arquitetura moderna).
82
Figura 87: Imagem Supermercado Guanabara e Praça Rio Branco. Fonte: Acervo pessoal.
Acesso: 23 de Maio de 2012.
Figura 88: Terreno utilizado para estacionamento do Supermercado Guanabara. Fonte: Acervo pessoal.
Acesso: 23 de Maio de 2012.
Figura 89: Espaço do Sambódromo, conjunto ferroviário de Pelotas. Fonte: Acervo pessoal.
Acesso: 23 de Maio de 2012.
83
Na Avenida Largo de Portugal, as edificações são em estilos épocas diferentes.
Algumas apresentam formas puras e outras são ricas em ornamentação. No entanto todas as
edificações apresentam alinhamento predial sem recuos laterais e único pavimento, o que
confere uma silhueta continua para a quadra.
Embora sejam de épocas diferentes, possuem características marcantes como o uso de
platibandas para esconder a cobertura, no caso das construções em estilo moderno, este
apresenta-se de forma reta, já as edificações no estilo eclético tem-se um frontão que cria a
idéia de escalonamento, destaque e quebra de ritmo do conjunto. Todas as construções em
geral apresentam paredes portantes, telha cerâmica e/ou barro e cimento penteado, embora
algumas edificações tenham colocado outro tipo de revestimento.
Outra característica que as difere em sua composição é a ornamentação. Nesta
fachada tem a predominância dos cheios sobre os vazios.
84
Figura 90:Edificações existentes no Largo de Portugal. Acervo pessoal.
Acesso: 23 de Maio de 2012.
Figura 91: Detalhe das edificações na esquina da Rua Marcilio Dias. Acervo pessoal. Acesso: 23 de Maio de 2012.
Já a fachada da Praça Rio Branco, apresenta descontinuidade, pela presença de recuo
frontal e lateral em um lote. Este lote também causa descontinuidade e falta de ritmo para a
quadra. Embora todas as edificações sejam de apenas um pavimento, os recuos são visíveis e
as construções feitas em estilos com notória diferença; a primeira construção é eclética com
poucos frisos, base, base discreta e platibanda e um frontão trabalhado em forma de
escalonamento; a segunda edificação é composta por uma mistura de estilos, com jogo de
volumes na fachada e marcação do acesso principal através de um alpendre em formato de
arco, o muro do lote é o elemento que compõe o ritmo e simetria para este espaço.
85
Semelhante as construções citadas anteriormente possuem paredes portantes,
platibandas, telhas de barro e/ou cerâmicas e cimento penteado, técnica muito utilizada na
época.
Figura 92: Vista da Praça Rio Branco com seu entorno imediato. Acervo pessoal.
Acesso: 23 de Maio de 2012.
Figura 93: Edificação tombada, estilo Eclético. Acervo pessoal.
Acesso: 23 de Maio de 2012.
86
A praça Rio Branco / Largo de Portugal não apresentam elementos com
altura elevada (poucas arvores de grande porte) que possa intervir na visual das
perspectivas do entorno. Na Praça Rio Branco existe um monumento que devido a
sua altura torna-se um elemento de destaque.
O local apresenta-se hoje em estado de abandono e inteiramente
descaracterizado, perdendo sua função original de pólo atrativo e contemplativo
para a Estação Ferroviária, servindo como estacionamento para veículos coletivos e
pontos de taxi.
Estes usos fizeram com que a pavimentação do local se deteriorasse, sendo
assim substituída por asfalto em alguns pontos mais críticos. Com o intenso tráfego
de veículos, parte do canteiro central foi danificado (ladrilhos hidráulicos que
davam acabamento ao piso).
Figura 94: Detalhe da Praça Rio Branco / Largo de Portugal danificados pelo uso incorreto. Fonte: Acervo pessoal.
Acesso: 23 de Maio de 2012
87
Figura 95: Pavimentação da Praça Rio Branco (pedra Portuguesa) Fonte: Acervo pessoal.
Acesso: 23 de Maio de 2012
Figura 96: Monumento aos Portugueses na Praça Rio Branco. Fonte: Acervo pessoal.
Acesso: 23 de Maio de 2012
88
6. ESTUDOS ESPECÍFICOS
6.1. Analise Urbanística mais ampla
A área de estudo está inserida em uma zona de Patrimônio Cultural. Embora
a maioria dos elementos em seu entorno não apresentem caráter excepcional ou
monumental (exceto a Estação Férrea e alguns imóveis inventariados), refere-se
muito mais ao valor da ambiência gerado e pelo o espaço urbano, do que a soma
de objetos arquitetônicos ou artísticos isolados.
O objetivo de preservar a área é manter viva e adaptada aos usos atuais da
cidade.
Encontra-se uma área com grandes potencialidades, com vazios urbanos e
glebas subtilizadas, falhas na infra-estrutura, inexistência de ordenação do espaço
e sistema viário com problemas a serem solucionados. Dessa forma busco
recuperar à relevância da área para a cidade á partir do redesenho urbano na
praça Rio Branco e no lote ao fundo da Estação Férrea, com alterações no
transporte viário, para que dessa forma, se abram novas possibilidades de
apropriação do espaço publico.
89
Figura 97: Características do entorno- Foto: Imagem Google Earth. Acesso em 06 de Junho.2012.
A área apresenta infra-estrutura obsoleta e desocupada, terrenos públicos
sem destino, configurando grande vazio urbano no seu miolo, que contrastam com
a falta de ordenação do espaço, cujas construções são localizadas nas periferias.
Dessa maneira configura-se em uma área com grandes oportunidades urbanísticas.
Figura 98: : Entorno da Estação Férrea. Fonte: Acervo pessoal. Acesso: 06 de Maio de 2012.
90
Esse fato também pode ser constatado através da rua Dom Pedro II, onde se
encontra descontinuidade da área central até o Largo de Portugal.
Figura 99: Fonte- Estação Férrea de Pelotas e seu entorno , Estudos perceptivos, Arq. Geane Wendt Schwartz, Pelotas, 1999 - Acervo Faurb.
91
Podemos constatar através deste estudo alguns condicionantes, são estes:
*Condicionantes Culturais: neste caso podemos considerar todo o entorno
residencial, comercial, fabril e serviços, com suas tipologias características, que
não podendo ser esquecido / anulado pelo entorno, o prédio principal da Estação
Ferroviária, os pavilhões, os trilhos férreos, bem como o vagão desativado que
atualmente se encontra abandonado e em situação precária. Embora esses
armazéns tenham sido construídos depois do prédio principal, ambos possuem
valor histórico. Deste conjunto ainda permanecem os sanitários, caixa d'água, a
casa do engenho chefe, a oficina de manutenção, que embora Pelotas não fosse
um polo ferroviário auxiliava na manutenção de carros e da linha férrea.
*Condicionantes Econômicos: Como o projeto propõe um novo uso para a
edificação principal da Estação Férrea e recuperação de seu entorno imediato,
minha proposta é criar uma área cultural e turística; em parceria com a Prefeitura
Municipal de Pelotas; nos espaços livres e nos pavilhões, de forma a criar segurança
ao usuário e criar investimentos para a região.
Figura 100: Pavilhões desocupados, levantamento TCC acadêmica Luciane Mendes, acervo UCPEL Acesso 21 de Maio de 2012.
92
Figura 101: Vagão em abandono. Entorno. Fonte: Acervo pessoal. Acesso: 06 de Maio de 2012.
6.1.1. Nível de percepção das áreas de intervenção:
*Largo de Portugal: Clareza do espaço amplo (uma praça); Intensidade das arvores;
Dominância da Estação Férrea; Associatividade de casas antigas; Contraste entre
um espaço amplo e a rua estreita; Originalidade do Largo; Variabilidade;
Intensidade do Supermercado Guanabara; Intensidade da Estação Férrea;
Contraste do Supermercado Guanabara em relação ao entorno imediato;
Contraste nos materiais das edificações antigas.
*Praça Rio Branco: Dominância da Estação Férrea; Originalidade do espaço vazio
cercado por muros e vegetação; Destaque da edificação lateral em estilo
Neocaliforniano.
*Passarela: Originalidade com o meio circundante; Intensidade de percepção,
mesmo na rápida passada; Clareza dos fechamentos e escadaria.
93
6.1.2. Levantamento técnico da área de intervenção:
Este levantamento foi fornecido pela Secretaria de Cultura da Prefeitura
Municipal de Pelotas (Secult). Trabalho Requalificação da Estação Ferroviária /
Outubro de 2008.
Localização e detalhe da praça:
94
Infra-estrutura ( Redes de abastecimento e coleta):
*Sistema de Drenagem: Captação superficial.
*Rede Publica de Esgoto: Coleta existente na praça Rio Branco.
* Rede Publica de Água: Abastecida diretamente da rede de tubulação de ferro
(diâmetro 75 mm).
* Rede de Energia Elétrica: É aérea e abastece a Praça Rio Branco.
Edificações/ usos do conjunto Férreo de Pelotas:
*Sambódromo: Propriedade particular, antiga propriedade RFFSA (armazéns da
estação), transferência de propriedades por uso capião.
* Prédio de Apoio a Estação: Propriedade da RFFSA (área de manutenção e
Alojamentos). Atualmente ocupada por prestadora de serviços de modo irregular.
Figura 102: edificações do conjunto Férreo - Acervo Secult Acesso 21 de Maio de 2012.
95
6.2. Analise Arquitetônica e levantamento da edificação existente
Denominação: Estação Férrea de Pelotas
Endereço: Largo de Portugal / Praça Rio Branco.
Município: Pelotas
Linha / Ramal: Linha Rio - Grande - Bagé Cacequi
Construtor: Compagnie Imperiale dês Chemins de Fer du Rio Grande do Sul e
Southem Brazilian RGS Railway Company
Sítio Ferroviário
*Trilhos: Sim
*Outros prédios / equipamentos: Sim
*Estado de Conservação: Ruim
*Volumetria: Mantido
*Cobertura: Parcialmente alterado
*Vãos: Parcialmente alterado
*Proprietário Atual: RFFSA. Convenio com a Prefeitura de Pelotas.
*Nível de Proteção: Municipal
*Tipo de Proteção: Tombamento
*Legislação: Lei Municipal nº4315, de 22.09.1998, que dispõe sobre o tombamento
do prédio da antiga Estação Ferroviária.
96
Cronologia dos acontecimentos
A Estação de Pelotas dividia-se em dois prédios; o primeiro era a sede e o
segundo, o prédio de Embarque e Desembarque, além dos galpões. A Sede
apresentava um salão principal onde temos a bilheteria e o acesso ao pátio dos
trens. À esquerda funcionava a administração e, à direita, o setor de saúde
ocupacional. O prédio possui 15 cômodos, onde ficavam alojados os viajantes que
dali partiam para as cidades vizinhas, nos quatro trens diários que saíam de
Pelotas. No andar superior situava-se a residência do agente.
97
98
Já o segundo prédio, a plataforma de Embarque e Desembarque é
protegida por longa cobertura, estruturada a partir de "mãos-francesas" de ferro. O
velho sino e o relógio, com duas faces, uma para dentro do saguão e outra para a
plataforma de embarque, são originais no saguão de entrada (atualmente foram
retirados).
O prédio principal foi construído com três portas centrais, marquise de vidro,
três portas e três janelas de cada lado num total de 13 aberturas na parede frontal
e duas janelas no andar de cima, mansardas com oito janelas água-furtada,
platibanda com balaústres de cimento, frontão central trabalhado, cobertura de
telhas francesas, pinhas nas esquinas do telhado e das platibandas do andar
superior.
Figura 103: Estação Férrea, antes da primeira intervenção- Fonte: http://imagensfatos.blogspot.com.br -
Acesso: 06 de Junho de 2012.
Por volta de 1930, foram construídas duas laterais com porta e janelas,
iguais para cada lado, mas sem mansardas, das quais foram retiradas as janelas,
assim como alguns elementos decorativos, como as pinhas. O prédio ficou com sua
fachada mais longa e estas extremidades seguem a mesma linha arquitetônica. O
prédio ficou com 60 metros de comprimento, 16 aberturas no andar térreo e três no
99
superior, na fachada do prédio. Os guichês com letreiros em arco, as traves para a
fila da compra das passagens e o chão de mosaico ainda são originais no saguão
do prédio.
Anexo
construído
em 1929
Administração
Saúde
Saguão
100
Figura 104: Estação Férrea sem os anexos construídos. http://imagenshistoricas.blogspot.com.br/2009. Acesso em 06 de Junho de2012.
6.2.1. Dados técnicos:
Ficha técnica de Analise IPHAE
*Categoria / Tipologia: Estação de grande porte construída no período de 1883 a
1910. Possui corpo central com dois pavimentos e duas alas laterais térreas.
*Material / Técnica construtiva: Alvenaria. Marquise de ferro na entrada principal e
cobertura com estrutura de ferro sobre a plataforma.
*Nº de Pavimentos: Dois.
101
Figura 105: Fachada principal (situação atual). Acervo Pessoal.
Acesso: 13de Junho de 2012.
*Cobertura: Aparente com Platibanda vazada e trabalhada com balaustres.
*Telhamento: Telha Francesa.
*Nº de Águas: Quatro (corpo central) e três (em cada lateral)
Figura 106: Detalhe do madeiramento da cobertura / Balaustres da platibanda. Acervo Secult
Acesso: 13 de Junho de 2012.
102
*Tipologias / vãos: Vãos verticais com verga em arco abatido, esquadrias de
madeira em caixilhos de vidro de duas folhas, bandeira fixa. Molduras em massa.
Possuía águas furtadas com cobertura curva nas alas laterais.
Abaixo detalhe de algumas esquadrias existentes e seu estado atual:
103
104
105
*Planta de Piso: Piso de Ladrilho Hidráulico, parque e madeira, rodapé em
argamassa.
Figura 107: Detalhe dos diferentes tipos de pisos na Estação Férrea. Acervo Secult
Acesso: 13 de Junho de 2012
*Planta de Forro: Volume central com laje trabalhada com elementos geométricos e
o restante com forro de madeira com encaixe macho e fêmea.
106
Figura 108: Detalhe da laje trabalhada / Forro de madeira destruído. Acervo Secult
Acesso: 13 de Junho de 2012
107
*Detalhes: Terraços descobertos nas laterais. Platibandas vazadas com balaústres e
frontão Central.
*Elementos Decorativos: marquise no acesso principal de ferro e transparência,
frontão circular e trabalhado no segundo pavimento.
*Cor básica: cinza (cor de cimento).
*Simetria / Base / Coroamento: Presente.
*Ritmo dos elementos verticais: Apresenta ritmo na fachada
108
Apresenta visualmente presença de base, corpo e coroamento (primeira
figura), e elementos decorativos que dão ritmo por apresentarem repetição
(segunda figura) e simetria, frontalidade, hierarquia e escalonamento no bloco
central do prédio (terceira figura).
109
*Cheios e Vazios: Predominância do cheio.
Considera- se o cheio as paredes, a cobertura e alguns detalhes decorativos que
sobressaem do corpo do edifício. Já os vazios são as aberturas e elementos vazados
do prédio.
110
6.2.2. Patologias apresentadas:
* Pavimento Térreo e Superior: Todos os forros de madeira necessitam de substituição total, os que ainda existem estão completamente apodrecidos. Em alguns pontos é possível avistar o céu diretamente. As infiltrações, em sua grande maioria, são provenientes da má conservação da cobertura do edifício. A estrutura de entrepiso, em muitas partes esta comprometida, a degradação é provenientes de cupins, fogo e umidade. As paredes de vedação e estrutural estão em boas condições, apenas necessitam de reparos, nenhuma patologia que comprometa a estrutura do edifício. A rachadura que a plataforma de embarque apresenta, é bem relevante, pois apresenta cerca de 3 a 4cm de afastamento ao longo de toda a plataforma.
Figura 109: Rachadura na parede com presença de vegetação / Rachadura na plataforma Acervo Secult
Acesso: 13 de Junho de 2012
111
6.2.3. Critérios para restauração:
*Temporabilidade: Compreende a utilização de recursos e a obtenção de resultados
sincronizados com a contemporaneidade, com a dinâmica dos movimentos
socioculturais e com sua espacialidade.
*Propriedade e orientabilidade: Compreende a obtenção de produtos que
qualifiquem o local pelos seus atributos, contribuindo para a construção de um
sistema de referencias coerentes, evitando inserções monótonas e desestruturantes
das características da paisagem urbana.
*Continuidade e Unidade do Conjunto: Compreende a proposição da modificação
como um componente a mais da paisagem urbana, ao invés de um objeto que se
esgota por si próprio, sendo a modificação pretendida considerada parte de um
resultado coletivo.
*Reabilitação: É a serie de ações empreendidas tendo em vista a recuperação e a
beneficiação de um edifício tornando-o apto para o uso atual.
*Imaginabilidade: Compreende a capacidade de suscitar emoções consistentes,
evitando as modificações desvitalizadas e ausentes de suas responsabilidades na
construção da melhor paisagem urbana.
*Transparências: Compreende a capacidade e a facilidade de o proposto comunicar
o que pretende, evitando a leitura inacessível para a coletividade.
112
7.2. Materiais e elementos arquitetônicos empregados:
Materiais
* Alvenaria de Tijolos;
*Pisos de ladrilho hidráulico, tabua de madeira, tacos de madeira e cimentado;
* Esquadrias de madeira com bandeira fixa pintada.
Elementos arquitetônicos
* Emprego de ferro nos detalhes do projeto original (cobertura da plataforma);
*Uso de coroamento, conjunto formado pela cobertura, platibanda vazada e
cornija;
*Identificação do "corpo", no pavimento superior do edifício;
*Identificação de "embasamento", no pavimento mas baixo da construção;
*Telhado em quatro águas;
*Uso de lanternim (água furtada) na parte superior do telhado.
* Enquadra-se na arquitetura eclética, porem não significando vinculo com alguma
época deste uso em Pelotas, mas sim como um modelo trazido da Europa e muito
empregado em construções das Estações Ferroviárias na época.
113
8. PROGRAMA DE NECESSIDADES
Para atender as necessidades da proposta do projeto, foi previsto um espaço
de usos múltiplos, para melhor organização.
Dessa forma, esses usos foram agrupados em três categorias - comercial,
cultural e áreas de lazer, o que não significa que um uso classificado como
cultural não sirva também para o lazer e vice- versa. Existe ainda a categoria de
serviços que servirá de apoio e complementação para as atividades citadas acima.
Por tanto busco priorizar a qualidade dos espaços de circulações / hall, os quais desempenharão papel de "ligação" entre os espaços além de criarem lugares de encontro para os visitantes.
COMERCIAL
Foram considerados os espaços comerciais as lojas, que consistem em edificações ou salas onde produtos ou serviços são vendidos ao publico. Incluem instalações para pequenas e grandes lojas, alem de espaços cedidos sob concessão.
LAZER
As áreas de lazer compreendem o espaço de vivência central (praça de alimentação), as praças e os espaços de circulação. Espaços onde os visitantes possam utilizar para descanso e contemplação.
CULTURAL Os usos culturais foram classificados como tal, por seu caráter de produção de conhecimento, possibilitando atividades como palestras, espaços observações e estudo de conhecimento especifico
114
Espaço Publico
* Praça Rio Branco / Largo de Portugal
* Proposta de um Parque Cultural
*Passarela restaurada
Espaço Privado
Estação Férrea
* Hall * Bar - café
* Guichê de informações * Centro de convenções
* Sanitários * Administração / Serviços
* Memorial da cidade
* Plataforma
Edificação em anexo
* Hall * Lojas
* Sanitários * Praça de alimentação
* Guichê de segurança / Informação
115
Informações classificatórias10
Memorial: O Projeto de museus/memoriais, galerias de artes e espaço de
exposições temporárias, envolve a guarda de uma ampla variedade de funções, em
geral incluídas nas definições comuns de um museu. Todavia, os museus/memoriais
variam consideravelmente de tamanho, organização e objetivo. Por isso é
importante considerar as características particulares que definem um
museu/memorial durante o processo de desenvolvimento de conceitos.
Classificação - assunto de abordagem: historia social
- caracterização: interesse local / sitio histórico
- Tipo de instituição ( museu/memorial de fundação independente;
pequeno porte)
Lojas: As atividades de compra variam conforme as necessidades, e podem ser
descritas como - essenciais, de convivência, comparativas, especializadas, de lazer
ou remotas ( vendas por remessa postal, televendas ou lojas virtuais.
Neste caso utilizarei a classificação de lojas especializadas.
Cafés: Estabelecimentos que possuem espaço e assentos limitados. Geralmente
utilizam projetos e equipamentos padronizados, oferecendo cafés e petiscos com
rapidez.
Praças de alimentação: Oferecem mais opções, com vários estabelecimentos
servindo os produtos ao redor de uma área de uso comum.
10
LITTLEFIELD, David. MANUAL DO ARQUITETO; planejamento, dimensionamento e projeto. Terceira Edição.
Editora Bookman.
116
9. FLUXOGRAMA
Organograma espacial do conjunto onde será feita a intervenção.
Parque Cultural
Passarela
Praça Rio Branco /
Largo de Portugal
Estação Férrea
Edificação Anexo
117
Organograma dos espaços edificados.
Hall entrada ( Anexo)
Hall entrada ( Estação)
Sanitários
Anexo
Sanitários
Anexo
Lojas
Adm./ Serviços
Acesso ao segundo
pavimento
Praça de
alimentação
Lojas
Sanitários
Anexo
Plataforma de embarque/
desembarque venda de bilhetes
Anexo
Memorial
Acesso ao segundo
pavimento Centro de
convenções
Bar / Café
Sanitários
Anexo
Acesso Parque
Cultural
Acesso Largo
de Portugal
118
10. PRÉ-DIMENSIONAMENTO
Local Ambiente Qtde Mobiliario Area m² (aprox.) Total
Hall 1 Bancos /Poltronas 97,23 97,23
Memorial 1 Estantes /Mesas / Expositores, 162,49 162,49
Bilheteria 1 Mesas / Cadeiras / Computadores 17 17
Informações 1 Mesas / Cadeiras / Armarios / Computadores 20,3 20,3
Pavimento térreo Sanitarios 2 Pia/ Bacia sanitaria / Espelhos 22,62 45,24
Estação Ferrea Serviços (deposito e vestiario) 1 Armarios / Pia / Bacia sanitaria / Bancos 22,62 22,62
Copa 1 Geladeira / Fogão / Forno microndas / Pia 7,66 7,66
Segurança 1 Monitoramento (cameras) / Mesas / Cadeiras 9,55 9,55
Reçepção 1 Mesas / Cadeiras / Armarios / Computadores 9,75 9,75
Almoxarifado 1 Armarios / Estantes 10,5 10,5
Diretoria 1 Mesa / Cadeira / Armario / Computadores 9,7 9,7
Adaptando a necessidade da proposta do projeto. Não consideram circulação e escada. Subtotal: 412
obs: As areas da Estação ferrea foram propostas com base no levantamento da Secretaria de Cultura de Pelotas (Secult)
PRÉ - DIMENSIONAMENTO "DOCE ESTAÇÃO"
Local Ambiente Qtde Mobiliario Area m² (aprox.) Total
Hall - acesso ao segundo 1 Bancos /Poltronas 97,23 97,23
Pavimento Superior Terraços 2 Bancos 72,91 145,89
Estação Ferrea Bar - café 1 70 70
Sanitarios 2 Pia/ Bacia sanitaria / Espelhos 20 40
Centro de convençoes 1 Cadeirras / Mesa / Datashow / Placo 70,5 70,5
Subtotal: 423,6
obs: As areas da Estação ferrea foram propostas com base no levantamento da Secretaria de Cultura de Pelotas (Secult)
Adaptando a necessidade da proposta do projeto. Não consideram circulação e escada.
119
Segundo o Código de obras da cidade de Pelotas, o calculo de lotação
baseado na área total construída, enquadra-se: Lotação - circulação horizontal em
galerias e centros comerciais - 5m²/pessoa. Capacidade total - 490 pessoas.
Com relação as vagas para carro o codigo de obras da cidade de Pelotas,
estabelece segundo a atividade Galeria, Feiras e Exposições e Centro Comercial ou
Shopping Center - 1 vaga para cada 50m² de área construída - 50 vagas.
Local Ambiente Qtde Mobiliario Area m² (aprox.) Total
Hall / Estar 1 Bancos 70 70
Lojas (suvenirs, malharias) 20 Gondolas e ilhas/ Mostruarios / Prateleiras/ Balcoes /Cadeiras 30,5 610
Informações 1 Mesas / Cadeiras / Armarios / Computadores 17 17
Pavimento Térreo Sanitarios 2 Pia/ Bacia sanitaria / Espelhos 20 40
Anexo Segurança 1 Monitoramento (cameras) / Mesas / Cadeiras 9,55 9,55
Deposito de gás 1 Cilindros de Gás GLP 4 4
Desposito de Lixo 1 Toneis (lixeiras) 5 5
Gerador 1 Gerdor / Casa de maquinas 5 5
Subtotal: 760,6
Areas baseadas nos livros Manual do Arquiteto
Local Ambiente Qtde Mobiliario Area m² (aprox.) Total
Praça de alimentação (mezanino) 1 Mesas / Cadeiras / Bancos 100 100
Pavimento Térreo Lojas (docerias) 10 Mostruarios / Prateleiras / Balcões / Cadeiras / Frezzer / Geladeira 30,5 305
Sanitarios 2 Pia/ Bacia sanitaria / Espelhos 20 40
Areas baseadas nos livros Manual do Arquiteto
Subtotal: 445
Total Edificado 2041,2
20 % circulação 408
2449
120
11. Zoneamento
(Zoom do Zoneamento )
Zoneamento proposto para Pavimento Térreo Estação Férrea e Anexo (cores,
seguindo o programa de necessidades). Cor Cinza espaço para estacionamento.
Zoneamento proposto para Pavimento Superior da Estação Férrea e Anexo(cores,
seguindo o programa de necessidades). Cor amarelado para passarela.
121
12. Conceituação
O projeto engloba revitalização e recuperação não somente do espaço
edificado, mas também nos espaços públicos, além de salientar elementos que
marcaram a trajetória da história de Pelotas e da Estação Férrea, como a
plataforma de embarque, os trilhos e elementos da rede ferroviária.
A intervenção que será realizada propõe um novo uso ao prédio seguindo os
critérios de restauração, que determinam a conservação das fachadas e da
volumetria, mas que possibilitam uma reorganização estrutural interna, fazendo
com que a edificação antiga se adapte plenamente ao novo uso proposto e se
integre de forma harmônica ao anexo edificado, respeitando os critérios de
intervenção em edificações tombadas.
A idéia central do projeto seria integrar o meio externo com o interno,
transformando em um único elemento, dessa maneira busco por utilizar materiais
leves e permeáveis que me auxiliem nesta proposta. Além disso, o anexo edificado
será espaço fluído, com grandes espaços livres e divisórias vazadas ou translúcidos,
permitindo a integração entre eles tornado-os mais dinâmicos. Relacionado a isto,
minha proposta será criar um novo panorama para a zona, onde irei utilizar como
artifício as diferentes sensações que serão apresentadas aos espectadores, através
de novos caminhos que possibilitem enxergar o entorno de uma forma diferente
desta percebida hoje (contraste do estilo eclético e do contemporâneo, espaços
livres, espaços fechados, áreas permeáveis, entre outros) criando dessa forma um
espaço agradável e que atraia movimento para esta área da cidade.
A proposta deste projeto visa uma completa integração do conjunto com o
entorno, desenvolvendo um projeto voltado não apenas para os turistas mas para a
população da cidade de Pelotas que poderá utilizar o espaço para os mais diversos
fins (atividades culturais; passeios; aprendizagem; lojas com os mais diversos
122
produtos locais, como artesanato malharias, suvenires e as docerias tradicionais;
entre outros) além de servir de conector entre as cidades vizinhas através do projeto
já existente da implantação de trens metropolitanos.
O prédio da Estação apresenta uma organização interna e estrutural
bastante favorável ao futuro uso - pois possui poucas paredes portantes o que
torna-se possível alteração, quando necessária - dessa maneira irei utilizar
materiais que sejam compatíveis com a técnica utilizada antigamente e de fácil
manejo, permitindo a alteração do espaço em qualquer ocasião, sem que este
sobrecarregue a estrutura original da edificação.
O uso de cores será utilizado como elemento de sinalização, respeitando as
normas de intervenção e preservando a cor existente na edificação e o tipo de
pintura utilizada na época evitando assim a descaracterização da unidade e a
leitura histórica do prédio.
A Estação férrea será adaptada aos portadores de necessidades físicas
conforme as normas estabelecidas pela ABNT, mas sem que esta descaracterize ou
comprometa a integridade da edificação e seu conjunto histórico.
123
13. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHOAY, François. A ALEGORIA DO PATRIMONIO. Editora Estação Liberdade, 4º
edição - 2001.
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/doria-lopes-fiuza-arquitetura-espaco-
estacao-20-12-2004.html > acesso em 01 de Maio de 2012.
http://conhecapelotas.blogspot.com.br/2009/03/origem-e-tradicao-das-doceiras-
em.html> acesso em 22 de Março de 2012.
http://www.docurasdepelotas.com.br/site/index.php?s=historia-doce> acesso em
25 de Março de 2012.
http://www.estacoesferroviarias.com.br/rgn/mossoro.htm> acesso em 27 de Março
de 2012.
http://fabiolasad.blogspot.com.br/2011/05/hoje-o-dia-foi-de-batalhar-
passagem.html> acesso em 28 de Março de 2012.
http://www.juraemprosaeverso.com.br/HistoriasDasCidadesBrasileiras/HistoriaDaCi
dadeDePelotas.htm> acesso em 21 de Março de 2012.
http://www.laestaciondetren.net/FICHA%20ESTACION/estacion%20de%20atocha.h
tm> acesso em 03 de Maio de 2012.
http://www.pelotas.com.br/politica_desenv_economico/ste/atracoes_turisticas/pelot
as_cultural.htm> acesso em 21 de Março de 2012.
http://rethalhos.blogspot.com.br/2011/08/na-mira-do-restauro-estacao-ferrea-
de.html> acesso em 21 de Março de 2012.
124
INSTITUTO DO PATRIMONIO HISTÓRICO ARTISTIIICO DO ESTADO DA SECRETARIA
DE CULTURA DO RIO GRANDE DO SUL. Patrimônio Ferroviário no Rio Grande
do Sul. Inventario das Estações: 1874 -1959. Porto Alegre: Palloti, 2002.
LEMOS, Carlos A. C. O QUE É PATRIMÔNIO HITÓRICO. Editora Brasiliense.
Coleção Primeiros passos.
LITTLEFIELD, David. MANUAL DO ARQUITETO; planejamento,
dimensionamento e projeto. Terceira Edição. Editora Bookman.
NEUFERT,Peter. NEUFERT- A ARTE DE PROJETAR EM ARQUITETURA. 17° edição
totalmente renovada e ampliada. Editora Gustavo Gili, SA.
Oficina – Escola de Restauração do Patrimônio Histórico – Revitalização da Area da
rede Ferroviária de Pelotas, Valeria M. Carus Guedes; Prof.ª orientadora Ester J.
Gutierrez, Pelotas 2000 – Acervo FAURB.
PROGRAMA MONUMENTA. Patrimônio vivo: DF: IPHAN, 2007. SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA. Manual do Usuário de imóveis Inventariados. Pelotas: Nova Prova 2008. SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA. Pelotas: Uma historia cultural: séries finais. Pelotas, 2009.
125
14. ANEXOS
Principais leis estaduais que incidem sobre o patrimônio cultural do
Município de Pelotas:
• Lei n° 11.499/2000, declara integrante do patrimônio cultural do Estado, as
áreas Históricas da cidade de Pelotas;
• Lei n° 11.919/2003, declara integrantes do patrimônio cultural do Estado os
doces artesanais de Pelotas
Nível Municipal:
Em Pelotas o órgão responsável pelo acervo arquitetônico histórico e cultural é a
Secretaria Municipal de Cultura , SECULT, que trata da documentação, conservação
e proteção destes bens, buscando a sua valorização e revitalização, resgatando a
identidade e a memória Pelotense.
• Lei municipal n° 2708/82, cria o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico
e Cultural (COMPHIC), especificando sua composição e instituindo o processo de
tombamento e nível municipal. Essa Lei que teve por base o Decreto Federal n°
25/37, disciplina o processo de preservação da memória histórica, cultural e
arquitetônica da cidade de Pelotas tendo sido modelo para outras cidades
brasileiras.
• Lei municipal n° 4093/96, quase uma década após, há uma tentativa de
retomar o esforço no sentido de preservação do patrimônio, com a aprovação da
Lei, cria-se um novo Conselho Municipal de Cultura (CONCULT).
• Lei municipal n° 4568/10, principal instrumento de preservação utilizado
pelo poder publico municipal, define a delimitação das ZPPCs e estabelece a
126
proteção dos imóveis integrantes do inventario do Patrimônio Histórico Artístico e
Cultural de Pelotas, através da manutenção das fachadas publicas e a volumetria.
• Lei Municipal n° 5146/05 (Lei do IPTU), prevê a possibilidade de isenção de
IPTU ao imóvel integrantes do inventario através da Lei 4872/02, atual 5146/05.
Conforme a lei, os imóveis inventariados ou tombados, estão isentos do pagamento
do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), se devidamente conservados e
restaurados de acordo com as normas estabelecidas pelo órgão publico
responsável. Esse incentivo busca promover a conservação dos prédios
reconhecidos como Patrimônio Arquitetônico e Cultural Pelotense.
Lei municipal nº 4.315 : O prédio da Estação Férrea de Pelotas foi tombado
municipalmente no dia 22 de Setembro de 1998 e inventariado pelo Instituto do
Patrimônio histórico e Artístico do Estado (IPHAE);
III PLANO DIRETOR
A área em estudo, segundo o Plano Diretor, esta situada na Zona
Residencial I (ZRI), onde está implantado o prédio da Estação Férrea, os Galpões e
a área urbana (Praça Rio Branco), com divisa na Zona de Comércio Central (ZCC,
pela praça Rio Branco).
Instituído pela Lei municipal 2560/8, o Plano Diretor de Pelotas enuncia a
proteção ao patrimônio histórico e cultural. Destaca a necessidade de criação de
Zonas de preservação; tombamento de alguns exemplares arquitetônicos;
elaboração de cadastro de prédios de interesse patrimonial e a preocupação com o
entorno dos prédios históricos; ações voltadas à preservação da memória histórica e
cultural do Município. Atualmente, demonstra a importância de integrar o
planejamento urbano às políticas de preservação do patrimônio cultural, tendo
como objetivo comum a qualificação da paisagem urbana.
127
V - FEIC (Focos de interesse cultural) - Estação férrea:
a) Delimitação: ao norte, pela Rua Tiradentes, da Avenida Brasil ao leito da via
férrea (limite do pátio de manobras da estação férrea); a leste, pelo leito da via
férrea, da Rua Tiradentes à Praça Rio Branco e desta à Rua Saturnino de Brito,
incluindo-se as áreas do Largo de Portugal e Praça Rio Branco e lotes voltados para
as referidas áreas; ao sul, pela Rua Saturnino de Brito, do leito da via férrea à
Avenida Brasil; a oeste, pela Avenida Brasil, da Rua Uruguai à ravessa um (Rua Dr.
Augusto Simões Lopes), excetuando-se os lotes com frente para a referida avenida;
ao sul, pela Travessa Um (Rua Dr. Augusto Simões Lopes), da Avenida Brasil à Rua
Clóvis Bevilácqua; a oeste, pela Rua Clóvis Bevilácqua, da Travessa Um (Rua Dr.
Augusto Simões Lopes) à Rua Sete de Abril; ao norte, pela Rua Sete de Abril, da Rua
Clóvis Bevilácqua à Avenida Brasil; por fim, a oeste,pela Avenida Brasil, da Rua Sete
de Abril à Rua Tiradentes, excetuando-se os lotes com frente para a referida
avenida, incluem-se na área todos lotes voltados para a Praça Rio Branco e Largo
de Portugal.
b) Caracterização: Considerado foco de interesse da ZPPC por apresentar uma
estrutura passível de readequação funcional, sendo referência histórica para a
população, devido à existência do prédio sede da antiga estação férrea, bem
protegido através de tombamento municipal. Possui significado social devido ao
atual uso da área como passarela para evento do Carnaval e constitui cenário
peculiar formado pelo Largo de Portugal, espaço aberto com visual ao fundo do
prédio da estação como elemento referencial e existência de trilhos do trem como
um marco urbano.
c) Diretrizes: qualificação da área através de projeto paisagístico, incluindo
mobiliário, equipamentos urbanos, vegetação e sinalização indicativa e turística,
assim como espaços de estar e lazer; gerando condições de conforto e permanência
para as pessoas. Aquisição da área do antigo leito da Estação Férrea para execução
128
de Parque Urbano e qualificação da área para o evento do Carnaval, prevendo a
revitalização do Largo de Portugal com a retirada do terminal de ônibus e
reabilitação do prédio da Estação como centro cultural. Manutenção da passagem
elevada para pedestres como acesso ao bairro Simões Lopes e revitalização das
vilas operárias localizadas no lote da rede ferroviária e na Travessa Dr. Simões
Lopes.
Art. 76 - A Área Especial de Interesse Cultural, AEIAC - ZPPC
IV - Eixo Rua Dom Pedro II: entre Rua Quinze de Novembro e Largo de Portugal.
a) Caracterização: via de características peculiares pela importante visual da
Estação Férrea, a partir do Largo de Portugal, apresentando um trecho íntegro de
patrimônio arquitetônico, reconhecido oficialmente através do inventário,
compondo um cenário peculiar entre a rua Mal. Deodoro e rua Barão de Santa
Tecla;
b) Diretrizes: valorização das características arquitetônicas existentes e da visual da
estação Férrea.
SUBSEÇÃO II - AMBIENTE CULTURAL
Art. 148 - Devem ser mantidas as características tipológicas e formais, fachadas
públicas e volumetria da arquitetura tradicional existente e integrante do Inventário
do Patrimônio Histórico e Cultural de Pelotas em Lei Municipal.
Art. 149 - Deve ser preservada a integração harmônica das novas inserções à
arquitetura tradicional existente e integrante do Inventário do Patrimônio Cultural
de Pelotas, conforme a Lei Municipal.
Art. 150 - As intervenções em imóveis localizados nos FEICs e nos Eixos estarão
sujeitas às guias de desenho urbano a serem elaboradas pela municipalidade.
129
Art. 151 - Fica vedada a colocação de publicidade que encubra elementos
compositivos da fachada dos imóveis integrantes do inventário do patrimônio
cultural, e a utilização de pinturas descaracterizantes destes imóveis.
Parágrafo único: Configura-se como pintura descaracterizante referida no caput,
para fins de aplicação desta lei, a utilização de cores diferenciadas no mesmo
prédio, que seccionem a fachada, comprometendo a sua unidade, e alterem a
leitura histórica do prédio.
Art. 152 - O Regime Urbanístico na Área Especial de Interesse do Ambiente Cultural
da ZPPC observa os seguintes dispositivos:
I - Altura máxima de 10,00m (dez metros);
II - Taxa de ocupação de 70% (setenta porcento);
III - Isenção de recuos de ajardinamento e laterais;
IV - Recuo de fundos de no mínimo 3,00m (três metros).
§1º. Dentro da AEIAC – ZPPC, para a área correspondente ao Primeiro e Segundo
Loteamentos, será permitida a ocupação de 100% (cem porcento) até a altura de
4,00m (quatro metros), mantendo-se a taxa de ocupação de 70% (setenta por
cento) a partir dessa altura.
§ 2º. As edificações em lotes com testada igual ou superior a 10,00m (dez metros)
poderão alcançar a altura de 13,00m (treze metros) desde que:
a) Não estejam localizadas nos focos de interesse da AEIAC ou em seus eixos de
ligação;
b) Não sejam inventariadas ou lindeiras a imóveis inventariados;
130
c) Haja apresentação, pelo interessado, de Laudo Técnico elaborado por
profissional habilitado, contendo levantamento do entorno, análise e parecer
conclusivo, que demonstre a possibilidade da edificação alcançar 13,00m (treze
metros) de altura, sem prejuízo ao interesse especial protegido pela Área Especial,
cujo exame será procedido pela CTPD, que indicará as diretrizes a que se sujeitará
o projeto do empreendimento.
§ 3º. O levantamento do entorno deverá conter o perfil das fachadas num raio de
100,00 (cem metros), a partir do centro da testada do lote da proposta em questão,
incluindo o outro lado da via.
§ 4º. É vedada a execução de marquises.
Art. 153 - É vedado o uso de prédios integrantes do Inventário do Patrimônio
Cultural de Pelotas para atividades de estacionamento e /ou garagem coletivas.
Art. 154 - Para imóveis situados na AEIAC-ZPPC, previamente à etapa de aprovação
do projeto arquitetônico, será apresentado estudo preliminar com o lançamento das
propostas de volumetria e fachadas para a área em questão, expressas em desenho
tridimensional.
Art. 155 - Nos passeios públicos da AEIAC-ZPPC, deverão ser mantidos os ladrilhos
hidráulicos existentes e incentivada sua utilização, como material preferencial para
recomposição dos mesmos.
Art. 156 - Nas coberturas das edificações localizadas na AEIAC – ZPPC, integrantes
do inventário, deverão ser mantidas as telhas cerâmicas originais, e incentivada a
utilização como material preferencial para reconstrução das coberturas.
131
ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA
Art. 258 - As Áreas Especiais de Interesse, instituídas na presente Lei, possuirão
características especiais de regime de atividades, em concordância com as diretrizes
e restrições indicadas nesta lei.
Art. 262 - Para as Áreas Especiais de Interesse do Ambiente Cultural – AEIAC são
previstos os mesmos usos do local onde estiverem inseridas, respeitando as
limitações referentes às edificações.
Plano Diretor da Cidade de Pelotas (uso em centro de convenções e anexo)
SEÇÃO XIII - DAS EDIFICAÇÕES DESTINADAS A LOCAIS DE REUNIÃO DE PÚBLICO
III - Culturais: os cinemas, teatros, auditórios, centros de convenções, museus,
bibliotecas, salas públicas e congêneres;
Art. 170 - Os cinemas, teatros, auditórios, centros de convenções, boates,
discotecas e assemelhados deverão ser dotados de sistema de renovação mecânica
de ar e de instalação de energia elétrica com iluminação de emergência, conforme
legislação e normas técnicas de prevenção e combate à incêndios.
Art. 171 - Deverão, obrigatoriamente, ser dotados de tratamento acústico,
independentemente da localização, boates, discotecas, clubes noturnos e sociais ou
outros estabelecimentos de comércio, serviço ou institucional, de qualquer
natureza, que apresentem música ao vivo, mecanizada ou qualquer tipo de
poluição sonora.
§ 2º. Deverá ser providenciado tratamento acústico do edifício, apresentando
isolamento de modo que as medições com o estabelecimento em funcionamento,
não ultrapassem o máximo de 5db (cinco decibéis) do ruído de fundo.
132
Art. 172 - As edificações previstas nesta seção deverão ter vãos de iluminação e
ventilação efetiva, cuja superfície não seja inferior a 1/10 (um décimo) da área do
piso;
Parágrafo único: Quando não atendida a superfície mínima de ventilação, deverá
apresentar sistema de ventilação forçada, que garanta a renovação e a qualidade
do ar.
Art. 173 - As edificações constantes desta seção deverão ter instalações sanitárias
para uso do público, para cada sexo, na seguinte proporção:
a) Para o sexo masculino, 01 (um) conjunto de vaso sanitário e lavatório para
cada 300 (trezentas) pessoas ou fração, e um mictório para cada 150 (cento e
cinqüenta) pessoas ou fração,conforme tabela de cálculo de lotação do Anexo 01;
b) Para o sexo feminino, 01 (um) conjunto de vaso sanitário e lavatório para
cada 200 (duzentas) pessoas ou fração, conforme tabela de cálculo de lotação do
Anexo 01.
Plano Diretor do Município de Pelotas (referente ao anexo que será
edificado).
SEÇÃO VIII - DOS PRÉDIOS COMERCIAIS
Art. 142 - A edificação destinada a comércio em geral, além das disposições da
presente lei que lhes forem aplicáveis, deverá:
I - Ter, no pavimento térreo, pé direito mínimo de 3,50m (três metros e cinqüenta
centímetros):
133
II - As portas gerais de acesso ao público deverão estar em acordo com a legislação
e normas técnicas da ABNT relativas às Saídas de Emergência e acessibilidade;
III - Ter abertura de ventilação e iluminação, com superfície não inferior a 1/10 (um
décimo) da área do piso;
IV - Ter os pisos e paredes revestidos com material liso, lavável, impermeável e
resistente, nos casos de mercado de venda de gêneros alimentícios;
V - Ter instalações Hidrossanitárias de acordo com as exigências do órgão
responsável pelo serviço de abastecimento de água e tratamento de esgoto;
VI - Ter instalação preventiva contra incêndio de acordo com as normas técnicas
estabelecidas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas e a legislação
vigente.
VII - Ter número de vagas para guarda de veículos calculado de acordo com o
Anexo 2.
Art. 143 - Os bares, cafés, restaurantes, confeitarias e estabelecimentos
congêneres, além das exigências da presente seção que lhe forem aplicáveis,
deverão ter:
IV - Ter instalações sanitárias para uso do público, para cada sexo, na seguinte
proporção:
a) Para o sexo masculino, 1 (um) conjunto de vaso sanitário, lavatório e
mictório para cada 200 (duzentas) pessoas ou fração, conforme tabela de cálculo
de lotação do Anexo 01;
b) Para o sexo feminino, 1 (um) conjunto de vaso sanitário e lavatório para
cada 200 (duzentas) pessoas ou fração, conforme tabela de cálculo de lotação do
Anexo 01.
134
SEÇÃO IX – DOS CENTROS COMERCIAIS E GALERIAS COMERCIAIS
III - As lojas, quando com acesso principal pela galeria, terão área mínima de
10,00m² (dez metros quadrados), podendo ser ventiladas através desta e iluminada
artificialmente;
IV - Na área de circulação coletiva, deverão estar localizadas instalações sanitárias
acessíveis ao público.
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