Tdha th t ansiedade retardo mental e aprendizagem

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Profa. Mª Eliza P. Finazzi, Ph.D.Faculdade de Filosofia São Bento

Curso de FilosofiaDisciplina Psicologia da Educação

2ª série - 3º sem. matutino

Novembro - 2010

TDAH e Transtornos de Aprendizagem podem coexistir

Cuidado no diagnóstico - TDAH X outros transtornos - TDAH X TA X retardo mental

Problemas de adaptação - baixo rendimento escolar - dificuldades emocionais Cognição, emoção e regulação do comportamento

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Comportamento

Conjunto de reações de um indivíduo frente às interações / estimulações propiciadas pelo meio ambiente

sofre a interferência

condições emocionais / temperamento e humoraparato cognitivo para ser gerado organizado, efetuado e regulado

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Comportamento

Lezak (1995) - 3 dimensões fundamentais:

1) o intelecto, que corresponde ao tratamento da informação

2) a emoção, os sentimentos e a motivação

3) o controle, que atua como um gerenciador dos demais sistemas funcionais

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Cognição

ato ou processo de conhecer, que envolve atenção, percepção, memória, raciocínio lógico, crítica, imaginação, pensamento e linguagem

processo de conhecimento

Aprendizagem – mudança no

comportamento

Emoção impulso neural que move um organismo para a ação - estado psicofisiológico

Sentimento emoção filtrada através dos centros cognitivos do cérebro, especificamente o lobo frontal, produzindo uma mudança fisiológica em acréscimo à mudança psicofisiológica – INTERPRETAÇÃO

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Emoção

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Cognição, comportamento e cérebro

Cérebro como centro de controle do comportamento, da emoção e do pensamento

3 unidades funcionais de A. Luria

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1a. Unidade Funcional

Estruturas envolvidas: tronco

encefálido e suas conexões pré – frontais

Funções: - Processos metabólicos do organismo:

respiratórios e digestivos; Sistemas de condutas instintivas – sexual e alimentação

- Fluxo de informações do meio externo: produção de reflexo de orientação – alerta do indivíduo diante de mudanças que o meio oferece

- Formação de intenções e metas: refere-se ao que interessa e ao que o indivíduo decide – requer certa quantidade de energia e mobilização de esforços

Riesgo, 2006; Luria, 1966, 1984

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1a. Unidade Funcional

Primeira unidade funcional ou de vigília:

Papel importante na motivação e aprendizagem

Estado de alerta é fundamental na aprendizagem - permite ao córtex selecionar os diversos estímulos que recebe e programar a resposta desejada

Atenção é o pré-requisito primordial para a aprendizagem

Riesgo, 2006; Luria, 1966, 1984

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Distúrbios do Sistema Reticular produzem:

Fadiga rápida

Tendência ao estado acinético

Baixa de tônus

Alterações da consciência

Déficit de memória não específico

Todos os processos cerebrais dependem de um nível ideal de tônus cortical

1ª Unidade Funcional

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Função: Recebimento, análise e armazenamento

Estruturas envolvidas: Lobos parietais, occipitais e temporais

Alterações anatômicas ou funcionais: problemas com a noção de esquema corporal, espaço, tempo, cálculo e linguagem

Riesgo, 2006; Luria, 1966, 1984

2ª Unidade Funcional

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3ª Unidade Funcional

Terceira unidade funcional:

- Estruturas envolvidas: Lobos frontais

- Função: programação, regulação e verificação continuada da atividade

- memória de trabalho- sustentação da atenção- capacidade de concentração- alternância do foco atencional para mais de uma

variável

Riesgo, 2006; Luria, 1966, 1984

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LOBO FRONTAL

• Possibilidade de colocar em segundo plano, estímulos irrelevantes no momento

Capacidade de julgamento das situações

Entendimento das intenções e capacidade de percepção de nuances: tônus emocional

Comportamento não repetitivo, mas sim produtivo

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O comportamento depende da ação combinada de todas

as três unidades funcionais do cérebro:

a primeira fornece o tono cortical necessário – CÉREBRO DESPERTO

a segunda leva a cabo a análise e a síntese deinformações que chegam – CÉREBRO INFORMADO

a terceira provê os requeridos movimentos de busca controlados que conferem à atividade perceptiva o seu caráter ativo - CÉREBRO PROGRAMADOR

A. Luria, 1981

3 unidades funcionais

quarta unidade funcional para Rebollo (1991): sistema límbico

seleção dos estímulos segundo suas características e tonalidade afetiva

porção orbitária do lobo frontal - planificação da conduta no seu aspecto afetivo

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Cerebelo

“pequeno cérebro” – participação nos eventos neurobiológicos do aprendizado – recepção das informações e modulação das respostas

- equilíbrio, tônus muscular, marcha e coordenação motora

- manutenção e mudança do foco atencional

Riesgo, 2006

Recebemos sinais sensoriais tanto do exterior como do interior do nosso organismo;

As informações excedem a capacidade de processamento;

Necessidade de mecanismo estável que regule , focalize o organismo, selecionando e organizando a percepção;

Permitindo que um estímulo possa dar lugar a um processo neural eletroquímico adaptado…

Inserida em um continuum biológico que dispõem de diferentes graus de excitabilidade e de receptividade à informação sensorial;

Varia da vigília ao sono, do estado de alerta ao coma.

Definida como um processo cognitivo interno por meio do qual são selecionadas e processadas tanto informações do ambiente quanto de fontes internas (sensações, pistas viscerais e pensamentos);

Engloba toda atividade cognitiva organizada que possui algum grau de direção;

Dando caráter mais focalizado aos processos

cognitivos e psíquicos , base sobre a qual os processos mentais se organizam, se alinham e se articulam;

Atua como um controlador semi-independente da ação e da percepção;

Modo pelo qual o organismo se torna receptivo aos estímulos e a partir do qual ele inicia o processamento de excitações (externas ou internas)

(Muszkat, 2008)

Envolve o retraimento de algumas coisas para lidar de maneira efetiva com outras;

Sistema no qual processos sequenciais em uma série de estágios visam seleção e manutenção de inputs;

Implica em orientação e seletividade. (Muszkat, 2008)

Diferentes sistemas cerebrais estão envolvidos;

Sistema com uma capacidade limitada.

(Lezak et al. ; 2003)

Excitação

Orientação

Detecção de novidade e recompensa

Organização executiva

Excitação : capacidade de aumentar o estado de alerta

Orientação:• processo multidimensional e involuntário;• responsável pelo desligar-se ou prender-se de

determinado estímulo de forma contínua;

Detecção de novidade e recompensa:• acessar estímulos não familiares e sensações de

prazer com atribuição emocional às informações;

Organização executiva• atividade planejada e autorregulada; • dispõem nossas ações em relação aos objetivos a

curto e longo prazos.

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- Sua modulação envolve processo neuropsicológico denominado executivo central ;

- Realiza processos inibitórios que dependem das funções do córtex pré-frontal;

- São importantes para a seletividade e para a discriminação de informação;

- Relevantes tanto para a cognição quanto para as funções mais instintivas da espécie (fome, sede, necessidade reprodutiva)

(Muszkat, 2008)

• Observe os estímulos que serão apresentados no próximo slide e responda quantos estímulos-alvo estão inseridos no quadro?

Capacidade e foco de atenção

Atenção seletiva

Atenção constante e vigilância

Atenção dividida

Atenção separada em grandes sistemas funcionais, pode-se separar em 4 mecanismos básicos fundamentais:

Excitação ou alertaOrientação motoraDetecção de novidadeOrientação executiva

Atenção voluntária: organização social da atenção mediada pela linguagem e depende da programação intencional e motivacional, que são a base do comportamento humano adaptativo e organizado.

Atenção seletiva

Atenção dividida

Atenção sustentada

Capacidade de escolha de uma categoria ou seleção entre diferentes fontes de informação, para deter o foco da conciência;

Dividida em dois estágios:

• Estágio pré-atentivo (detecta a presença da informação, e requer poucos

recursos cognitivos)

. Estágio atentivo focalizado (detecta combinação de estímulos e envolve manipulação

e inibição de distratores). Ex: Festa na qual selecionamos em que vamos prestar

a atenção e descartamos o que não nos interessa.

Orienta a conciência para um determinado estímulo dentre uma variedade de outros estímulos para conseguirmos extrair algum significado;

Direção da seletividade:. Do estímulo para o contexto (botton up) Ex: rosa para jardim.

. Do contexto para o estímulo (top dow). Habilidade para atender preferencialmente à um

contexto e simultaneamente ignorar detalhes não relevantes.

Ex: harmonia dos instrumentos de uma orquestra, que tocam as melodias de instrumentos isolados.

Botton up

Top dow

Competição entre processos sensoriais diversos

(ex: audição e visão);

competição entre processamentos automáticos que têm capacidade limitada (ex: dirigir e ler);

Dificuldade de monitorar em paralelo, mais que um número determinado de tarefas;

Quando fazemos duas coisas ao mesmo tempo, ao menos uma delas deve estar automatizada;

O desempenho depende:

. do processamento controlado, necessário para desempenhar tarefas não rotineiras e da estratégia que é utilizada para um processamento eficiente;

Relacionam-se habilidade e treino.

Prolongamento da atenção durante períodos maiores de tempo;

O engajamento com a tarefa modifica-se com o tempo;

Pode levar a fadiga e a desmotivação;

Lapsos de atenção: . resultam de mudanças fásicas do alerta

resultando num decréscimo da receptividade ao estímulo por péríodos curto de tempo

Mudança não programada do foco da atenção por estímulos externos que pode estar em conflito com a expectativa e o contexto;

Desencadeada quando a estimulação é intensa, complexa, surpreendente, incongruente e inédita;

• Observe os estímulos que serão apresentados no próximo slide e responda quantos estímulos-alvo estão inseridos no quadro?

• Qual esfera atencional está sendo recrutada na execução desta tarefa?

Se dão por saturação, por estimulação externa e por mudanças da homeostase do organismo, determinadas pelo estado de vigilância, por necessidades instintivas (fome, sede e sexo);

Podem representar desvios momentâneos ou permanentes da atenção;

Podem levar a mudanças substanciais do foco;

Tornando a atenção um processo instável e muito fragmentado, chamada atenção picotada.

Ex: TDHA

1952 – DSM I (1a edição)

1980 – DSM III

1987 – DSM III-R

1994 – DSM IV

Previsão:

05/2013 – DSM V

CID – Classificação Internacional das Doenças (CID 10)

Expressão que implica em uma distinção entre transtornos mentais e físicos

Existência de físico nos transtornos mentais e muito de mental nos transtornos físicos

Não existiria uma definição específica

Não apresenta definição operacional consistente que cubra todas as situações

As condições médicas são definidas em vários níveis de abstração:

. Patologia estrutural (ex: colite ulcerativa)

. Apresentação sintomática (ex: cefaléia)

. Desvio de uma norma fisiológica (ex: hipertensão)

. Etiologia (ex: pneumonia pneumocócica)

Transtornos Mentais têm sido definidos por uma variedade de conceitos (ex: sofrimento, descontrole, desvantagem, incapacitação, irracionalidade, padrão de síndrome, etiologia e desvio estatístico)

Cada um pode ser um indicador útil, mas não equivale ao conceito , e diferentes situações exigem diferentes definições

Entretanto pode ser útil para ajudar a orientar decisões nos limites entre a normalidade e a patologia

Cada um dos transtornos mentais é conceitualizado como uma síndrome ou padrão, comportamental ou psicológico, clinicamente importante , que ocorre em um indivíduo e que está associado com um sofrimento (ex: prejuízo em uma ou mais áreas importantes do funcionamento ) ou com um risco significativamente aumentado de sofrimento atual, maorte, dor, deficiência ou perda importante da liberdade

Esta síndrome ou padrão não deve ser meramente uma resposta previsível e culturalmente sansionada a um determinado evento (ex: morte de um ente querido), ou comportamento que apresente desvio (ex: religiosos, político etc…), ou conflito primeriamente entre o indivíduo e a sociedade.

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www.medicina.ufg.br/tdah/imagens/tdah4.jpg

Diagnostico usado para descrever crianças e adultos que são incapazes de modular a atenção, o controle do impulso e a atividade motora apropriadamente

A atenção tem um papel central

Um dos transtornos neuropsiquiátricos mais frequentes na infância (5,29% das crianças de todo o mundo)

Mais diagnosticado em meninos do que em meninas

Persiste na adolescência em 70% dos casos

Com prevalência na via adulta estimada entre 2,9% e 4,4%, sem diferença de gênero

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TDAH – Tríade de Sintomas

Impulsividade

Desatenção Hiperatividade

Desatenção

Hiperatividade

Impulsividade

Desatenção:

Geralmente não presta atenção à detalhes

Ex:•não copia da lousa uma frase completa •não acentua palavras corretamente •apresenta trabalho escolar confuso e desor- ganizado•muda de tarefa com frequência•distrai-se facilmente•esquece com frequencia seus pertences •falta de atenção sobre o que os outros dizem.

Hiperatividade:

Inquietação psicomotora

Ex:• inquietude na carteira, abandonando-a com frequencia• agitação de mãos e pés• dificuldade de permanecer sentada• dificuldade de brincar ou se envolver silenciosamente em atividades de lazer • anda, corre e fala demasiadamente

Impulsividade:

Intolerância à frustração, incapacidade de adiar gratificação,capacidade reduzida de reflexão, e precipitação ao ato, ou desejo de experimentação , busca por novidades, e necessidade de manter um alto nível de estimulação. Ex:• dificuldade para aguardar a sua vez (jogo, fila etc...)• dá respostas precipitadas antes da pergunta ter sido formulada ou completada• Interrompe repetidamente•Se interrompe nos próprios assuntos

Impulsividade: déficit no controle inibitório não conseguir suprimir uma resposta responder sem pensar; incapacidade de resistir à distratores

regulação do comportamento

Distratibilidade/Desatenção: inabilidade para “sustentar” comportamentos em determinadas tarefas, hiperfoco em outras

- atenção sustentada e memória de trabalho

Hiperatividade: (física ou mental) inquietação motora, pular de um assunto ou atividade para outra

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Nascimento pré-maturo

Condições psicológicas e sociais adversas

Condições familiares precárias (ex: muito conflito,pouco coesas)

Hereditariedade (participação de vários genes)

Multiplicidade de possíveis fatores como causa

Na maioria pacientes têm inteligência normal e sem disfunção cognitiva maior;

Manutenção da atenção prejudicada, especialmente quando a informação não é motivadora;

Dificuldade de inibição seletiva

Traz consequências importantes para a vida familiar, escolar e social da criança, do adolescente e do adulto.

Questão central: atenção / motivação / inibição

Dificuldade para sustentar a atividade e controlar impulsos vem da recompensa imediata

ou pela antecipação do reforço positivo ou negativo

Déficit na programação, automonitorização e correção de comportamentos

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Funções executivas (Córtex Frontal)

Controle inibitório: processo que tem por objetivo suprimir interferências internas ou externas durante uma ação em curso

Memória de trabalho: habilidade para manter a informação na mente enquanto esta é processada e manipulada

Auto-regulação do afeto e da motivação

Linguagem não consegue exercer sua função reguladora, ou de controle do comportamento problema na antecipação e no planejamento do ato voluntário (a ação conscientemente orientada para um objetivo específico)

fator determinante para o desempenho eficiente das funções executivas

implica que as informações, para atingir um determinado objetivo, sejam conhecidas e conservadas mnesticamente

regula e limita a distribuição das fontes atencionais e coordena a informação, controlando a capacidade das memórias visual e espacial

essencial para a compreensão de textos

modula o comportamento

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cria condições adequadas para o controle motor fluência das etapas planejadas regulação do self (relações afetivas precoces) funcionamento adaptativo para obter o objetivo

Esquema para solução de problemas e a seqüência

planejada para realizá-lo, criando a representação mental da tarefa, sua execução e o monitoramento dos procedimentos

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Funções executivas (Córtex Frontal) Comprometimento da memória de trabalho não – verbal:

manifesta-se na dificuldade de manter os eventos em mente, manipulá-los ou agir de acordo com eles

Dificuldade de antecipar consequências futuras

Diminuição do sentido de tempo e da organização temporal das ações

Comprometimento da memória de trabalho verbal: dificuldade para utilizar auto-instruções verbais, déficits na capacidade de reflexão, no auto questionamento e solução de problemas verbais

Ações comandadas pelo presente imediato

Existência de subtipos

Alta taxa de comorbidade (ocorrência de dois ou mais transtornos na mesma pessoa).

Ex: depressão, transtorno s de ansiedade, transtorno de conduta etc...

Diferentes níveis de resiliência entre as pessoas afetadas

Saber da história de vida pelo próprio indivíduo e através de alguém que o conheça bem (auto-observação imprecisa)

A informação (presença ou ausência de sintomas) pode variar dependendo do informante

Professores tendem a valorizar mais os sintomas que os pais

Uso de múltiplas fontes de informação

Divergências sobre a existência deste transtornos em menores de 7 anos

Na adolescência pode-se verificar concomitância com alcoolismo e uso e abuso de substâncias

50% das crianças permanecem com os sintomas na idade adulta

Impacto de de autoestima, baixa tolerância à frustração, acessos de raiva, instabilidade do humor, prejuízo acadêmico e dificuldade de interação social

Avaliação e tratamento multiprofissional

Drogas estimulantes (metilfenidato e derivados de anfetaminas)

Aumentam o funcionamento frontal por meio dos circuitos da dopamina e da norepinefrina (neurotransmissores muito utilizados nesta região)

Maior funcionamento desta região permite a focalização da atenção e a inibição das redes

Na presença de efeitos colaterais (ex: da ansiedade e dificuldade para dormir, redução do apetite, cefaléia e dor abdomnal) escolhe-se então antidepressivos

Terapia Cognitivo-Comportamental

Orientação ou terapia familiar

Treino cognitivo baseado na avaliação neuropsicológica (sessões para fortalecer habilidades como: atenção sustentada, flexibilidade cognitiva, memória de trabalho e funções executivas) , com o objetivo de estimular o indivíduo a generalizar este desempenho das sessões a outras situações de vida, para favorecer o controle do comportamento e da sintomatologia do TDHA.

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TRANSTORNOS DEPRESSIVOS

Complexo sindrômico caracterizado por alterações do humor, de psicomotricidade e por uma variedade de distúrbios somáticos e neurovegetativos (Assumpção, F.B., 2001)

Prevalência dos estados depressivos (17,1% da população geral) tem importante impacto como problema de saúde pública

Acarretam limitações na rotina social e na subjetividade

Baixo acesso ao diagnóstico e aos tratamentos adequados

Suicídio pode ocorrer em até 15% dos estados depressivos

Assim como dependência de droga decorrente

Alguns autores sugerem nas faixas etárias mais jovens apartir da 2ª Guerra

Uso de critérios diagnósticos para aumentar a fidedignidade

DSM-III-R, DSM-VI e CID 10

Diferem quanto ao tempo de duração da sintomatologia

Realizado em bases clínicas

Utilização de múltiplos termos e atenção com as expressões não-verbais

Estudos genéticos

Neurobiologia (eixo hipotálamo-pituitário-adrenal, hormônio do crescimento, alterações do sistema serotonérgico, teste de supressão de dexametasona)

Questões psicossociais (interações familiares negativas, perdas, estilo cognitivo negativo)

Humor deprimido

Complexo sindrômico caracterizado por alterações do humor, da psicomotricidade e uma variedade de distúrbios somáticos e neurovegetativos

Estado Afetivo: sentimento normal e compreensível

Não é foco de atenção médica e

Não será entendido como psicopatologia

Como Sintoma:

Pode surgir em vários quadros clínicos (TSPT , demência, esquizofrenia, alcoolismo, doenças clínicas etc...)

Pode ocorrer em resposta a situações estressantes , ou em situações econômicas e sociais adversas

Como Síndrome (descrição de sinais e sintomas no momento, quadro clínico do momento):

Inclui uma gama de aspectos (alteração cognitiva, psicomotora, e vegetativas) além de tristeza irritabilidade, falta de capacidade de sentir prazer, apatia etc...

Transtorno (diagnóstico psiquiátrico caracterizado por um conjunto

Como Doença (pressupõem existência de um mecanismo patológico particular que o caracteriza como uma entidade mórbida):

Tem sido classificada de várias formas ao longo da história dependendo do autor e da época (transtorno depressivo maior, distimia, depressão integrante do transtorno bipolar de tipos I e II etc...)

Transtornos Depressivos:

- T. Depressivo Maior

- T. Distímico

- T. Depressivo sem outra especificação

Sentimento de tristeza e vazio

Perda de capacidade de experimentar prazer (anedonia)

Sensação de fadiga ou perda de energia

Redução de interesse pelo ambiente

Queixa de cansaço exagerado

Leva em conta aspectos:

Sintomas psíquicosFisiológicosEvidências comportamentais

Sintomas Psíquicos

Humor Depressivo (sensação de tristeza, auto-desvalorização, sentimento de culpa e idéias de suicídio)

Redução da capacidade de experimentar prazer na maior parte das atividades antes consideradas como agradáveis

Fadiga e sensação de perda de energia

Diminuição da capacidade de pensar, se concentrar e tomar decisões

Sintomas Fisiológicos

Alteração do sono (insônia ou hipersonolência) Alteração do apetite (perda ou excesso) do interesse sexual

Alterações no Comportamento

Retraimento social Crises de choro Comportamento suicida Retardo psicomotor e lentificação ou agitação generalizada

Passou a ser descrita em adultos, crianças e adolescentes desde o séc. XVII

Atualmente são aplicados os mesmos critérios para criança, adolescente e adulto

Principalmente na criança observa-se a dificuldade da descrição do seu estado interno, referido somente como tristeza ou solidão

Buscar compreender a criança quanto aos seus sentimentos

Descrita desde o sec. XVII (Robert Burton, 1621)

Sec. XIX ( Emil Kraepelin, 1921; Rene Spitz, 1946; Anthony e Scott , 1960)

Déc. de 50 a 70: visão psicanalítica e mascaramento da presença da depressão

Déc. 70: desenvolvimento de critérios operacionalizados e entrevistas estruturadas

Os sentimentos são de difícil identificação

Muitas vezes pode-se observar somente sensibilidade, choro fácil e irritablidade

Expressões não verbais: mudança de comportamento abrupta, conduta destrutiva e agressiva, com violações das regras sociais (podendo ser decorrente da alteração do humor disfórico)

Disforia: ansiedade, irritabilidade, tristeza(disforia cotidiana: não compromete condutas

adapatativas e são breves)

Prevalência de 0.4% a 8,3% em adolescentes

Prevalência ao logo da vida em adolescentes : 15% a 20% (semelhante a encontrada em adultos)

Depressão de adultos freqüentemente inicia-se na adolescência

Incidência 4,7%

.Comprometimento do funcionamento social, familiar e escolar

.Risco de suicídio

. Morbidade psiquiátrica na vida adulta

. Comorbidades psiquiátricas na adolescência (Transtorno de Personalidade, Distimia, Transtorno do Comportamento Disruptivo, Ansiedade , TDAH e Abuso de Álcool e Drogas)

Taxa de suicídio nos últimos anos está 4xs maior

Responsável por 12% das mortes em adolescentes

Tentativa de suicídio: prevalência em um ano de 1,7% a 5,9%, e no decorrer da vida de 3,0% a 7,1% (Gill et al. 2001)

Queixas dos pais e da escola:

- Irritabilidade, oposicionismo, negativismo

- Sem limites

- Queixas físicas inexplicáveis e exageradas

- Hiperatividade, impulsividade

- Desinibição, falta de crítica e agressividade

- Problemas de aprendizagem

Humor depressivo Irritabilidade Falta de reatividade Variação diúrna do humor Culpa excessiva ou inapropriada Anedonia (falta de prazer) (aborrecimento = falta de prazer) Fadiga, falta de energia Dificuldade de concentração e pensamento lentificado Agitação e retardo psicomotores

Insônia (inicial e final) Hiper ou hiposonia Anorexia (não come) e /ou bulimia (vomita o que comeu) Perda ou ganho de peso Pessimismo perceptível a partir do olhar negativo sobre o

futuro Ideação suicida

• Podem passar desapercebidas ou serem mal diagnosticadas

• Baixa especificidade para criança, diagnóstico diferencial inclui vários problemas orgânicos e psiquiátricos

Necessidade de identificação da depressão e intervenção precoces

Desenvolvimento de estudos etiológicos,atualizações epidemiológicas, avaliação diagnóstica e tratamento (psicossocial e farmacológico)

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Hipócrates – melancolia (bile negra) e mania (estar louco)

1854: descrições independentes

- FALRET e BAILLARGER1- loucura circular (folie circulaire)2- loucura de forma dupla (folie à double forme)

Início do século XX: EMILE KRAEPELIN esquizofrenia (demência precoce)

X sanidade maníaco-depressiva

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1921 – KRAEPELIN: doença única, incluindo mania e depressão.

Atualmente – definida pelos critérios do DSM-IV ou da CID-10 (F 30 – 39).

A doença reflete um quadro complexo de distúrbios que compartilham aspectos tais como:

- Alta taxa de recorrência- Risco alto de psicose- Alternâncias do estado de humor

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Transtornos Bipolares:

- T. Bipolar I (um ou mais episódios de mania)

- T. Bipolar II ( um ou mais episódios depressivo maior)

- T. Ciclotímico

- T. Bipolar sem outra especificação

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História de Episódio Maníaco

- Início precoce

- Episódios mais frequentes

- Retardo psicomotor, hipersonia e hiperfagia

- Ansiedade e insônia menos frequente

- Maior probabilidade de abuso de substância

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Humor e Afetividade

- Expansivo, eufórico, irritável e desinibido

- Exibe grande entusiasmo por interações interpessoais, sexuais ou profissionais

- Crises de choro e / ou hostilidade

- Nervosismo, descontrole e agressividade

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Cognição e Percepção

- Idéias de grandeza, autoconfiança e otimismo exagerados

- Pode exibir delírios grandiosos: de cunho religioso, financeiro, político e sexual

- Alucinações: sentimentos de influência ou inspiração profética

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Cognição e Percepção

- Lembram com facilidade eventos passados (hipermnésia)

- Distraibilidade e dificuldade de manter a atenção voluntária

- Memória de fixação prejudicada

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Comportamento e Psicomotricidade

- Ativação da Psicomotricidade, aceleração do pensamento e do discurso (taquipsiquismo)

- Pensamento arborizado

- Fuga de idéias

- Indiscreto e invasivo (impulsividade e desinibição)

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Mania Atenuada

- Não é acompanhada por sintomas psicóticos

- Não leva ao comprometimento funcional

- Aumento da atividade física, social e da motivação

- Irritável e impaciente

- Menos sono, autoconfiança, iniciativa e energia

- Tabaco, álcool, tranquilizantes, comer compulsivo

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“Depressão Agitada” “Mania ansiosa” Mania com pobreza de pensamentos Depressão com fuga de idéias Mania inibida

- Presença concomitante de sintomas maníacos e depressivos

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Transtornos de Ansiedade

Uso de Álcool e Drogas

Transtornos Alimentares

Transtornos Somatoformes

Transtornos de Personalidade

Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade

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Evento estressante ansiedade

Natureza do evento

+

significado atribuído

+

recursos, defesas e mecanismos de enfrentamento (personalidade)

Conflito é essencial para o desenvolvimento da ansiedade (tensão entre ir e não ir, fazer e não fazer)

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Resposta inadequada, em intensidade e duração às solicitações de adaptação

Respostas excessivas ao estímulos ambientais

Qualidade X Intensidade

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Transtorno de Pânico

Transtorno de Ansiedade Generalizada

Transtorno Obssessivo Compulsivo

Fobias Específicas

Fobia Social

Transtorno de Ansiedade de Separação

Choro imotivado Paralisação e situações nas quais se agarram aos pais ou figura de confiança Crises de birra Medo de que os pais morram Medos específicos etc...

Estima-se que 10 a 15% das crianças sejam afetadas por um destes transtornos

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Vivência de medo excessivo e percebido como irracional, acompanhado de comportamento de ansiedade e evitação Diferente do medo normal Idade de aparecimento variada:

. Fobias de insetos por volta dos 5 anos

. Agorofobia (fobia de sair de casa) principalmente na adolescência

. Medo de animais por volta dos 2 ou 3 anos

. Medo do escuro por volta dos 3 anos em diante

. No período escolar aumento do medo de animais que comem, mordem

. Medo de altura altura , tempestade tem início variável

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Medo significativo e persistente de situações sociais ou de performance social (levar em conta as competências da fase de desenvolvimento) Manifestações: choros, paralisias, “chiliques” Medo de ir à lousa, ou responder questões que lhe são dirigidas pela professora Evitam brincar em grupoPor vezes não vão ao banheiro na escola ou fora de casa cm medo de serem vistas por outros A fobia social em crianças apresenta associação com fobia social no adulto

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Início na infância Preocupação excessiva, com prejuízo funcional em vários aspectos (ex: segurança pessoal, interação social, eventos futuros e passados Geralmente são preocupações seguidas de sintomas somáticos (dores de cabeça e de estômago)mais frequentes em meninas Associação entre ansiedade generalizada e transtorno depressivo (estudos em animais sugerem alterações funcionais nas formações hipocampais Amígdala descrita como região importante neste processo (apresentam-se maiores nestas crianças)

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Ansiedade quando separadas de seus pais ou figura de confiança, principalmente em ambientes estranhos Ansiedade excessiva e inapropriada quando longe de casa ou dos pais

Necessidade de prejuízo no funcionamento geral (comprometimento escolar, de passeios etc...)

Muitos casos de recusa escolar pode ser secundária a ansiedade de separação

Estudos revelam associação com transtorno de pânico 124

Recorrência inesperada de ataques de pânico, seguido de pelo menos um mês de preocupação com a possível recorrência do ataque, ou suas consequencias

Medo de sair de casa (agorafobia) pode ou não estar presente

Sua descrição em crianças é recente

Dois componentes do pânico: Cognitivo e Somático

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Questionamento sobre a possibilidade das crianças conseguirem elaborar os componentes cognitivos antes da aquisição do pensamento abstrato

A criança relaciona os sintomas somáticos (corporais) a eventos externos ou objetos

Os adolescentes já conseguem relacionar a sentimentos e sensações que ocorrem durante a crise

O quadro inicia-se mais frequentemente entre 15 e 20 anos, mas já existem relatos de início aos 3 anos

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127

Obsessões ou compulsões recorrentes suficientemente severas para consumirem tempo (consomem mais de uma hora por dia), ou causar sofrimento acentuado ou prejuízo significativo

Pode haver o reconhecimento, ou não, da irracionalidade das obsessões e das compulsões

Causam sofrimento por tomar muito tempo da vida do indivíduo

Podem interferir significativamente na rotina normal

128

Podem substituir um comportamento útil e gratificante , e perturbar , em muito, o funcionamento geral

As intrusões obsessivas podem provocar distrações, resultando em desempenho ineficiente em tarefas cognitivas que exigem concentração (ex: na leitura, em cálculos etc...)

Comportamento evitativo de algumas situações, podendo restringir severamente o funcionamento geral

129

Obsessões: pensamentos ou idéias (p. ex. dúvidas), impulsos,

imagens, cenas, que invadem a consciência de forma repetitiva, persistente e estereotipada

seguidos ou não de rituais destinados a neutralizá-los

experimentados como intrusivos, inapropriados ou estranhos

causa ansiedade ou desconforto acentuados

130

Obsessões:

pessoa tenta resistir, ignorar ou suprimir os pensamentos com ações ou com outros pensamentos

não são simplesmente medos exagerados relacionados com problemas reais

131

Compulsões: comportamentos repetitivos (p.ex.lavar as mãos,

fazer verificações), ou atos mentais (rezar,contar, repetir palavras ou frases)

são destinados a prevenir ou reduzir o desconforto gerado pela obsessão, prevenir algum evento ou situação temidos e em geral não possuem uma conexão realística ou direta com o que pretendem evitar, ou são claramente excessivos

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Dúvida crônica – incertezas – ações repetitivas

Perfeccionismo – definição rígida de sucesso – “nada é suficiente”

Senso inflamado de responsabilidade

Diminuição da crítica

Lentidão para decidir

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DSM-IV-R : Funcionamento intelectual significativamente inferior à média acompanhado de limitações significativas no funcionamento adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidade: comunicação, auto-cuidado, vida doméstica, habilidades sociais e interpessoais, uso de recursos comunitários, auto-suficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança.

O início deve ocorrer antes dos 18 anos

Desempenho intelectual, avaliado por testagem psicológica de inteligência, com Quociente de Inteligência (QI) de aproximadamente 70 ou abaixo , acrescido de dois ou mais déficits significativos descritos acima

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Para o CID 10 : condição do desenvolvimento mental interrompido ou incompleto , caracterizado por prejuízo de habilidades manifestado durante o período do desenvolvimento , contribuindo para o nível global de inteligência(ex: capacidade cognitiva de linguagem, motora e social)

As habilidade desenvolvem-se em graus semelhantes em cada pessoa, entretanto no retardo mental é bastante heterogênea, e uma determinada pessoa pode exibir discrepância de desempenho significativas com relação as diversas habilidades

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Retardo mental leve – desempenho entre 50 e 70 em testes padronizados de inteligência, QI (uso da linguagem é frequentemente atrasado em graus variados, e as dificuldades da fala podem interferir no desenvolvimento da independência)

Retardo mental moderado - desempenho intelectual entre 35 a 55 em testes padronizados de inteligência, QI (perfis cognitivos de capacidade variável . Ex: habilidades visoespaciais maiores do que as de linguagem, incordenação motor com interação social moderada

- desenvolvimento da linguagem é variável, variando da capacidade dede participar de conversas simples à capacidade de apenas comunicar necessidades básicas

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Retardo mental severo - desempenho intelectual entre 20 - 25 e 35 – 40, QI (semelhante ao grupo moderadamente retardadoem relação ao quadro clínico e à presença de anormalidade cerebral , bem como incapacidades associadas)

- Marcado prejuízo motor e déficits associados

Retardo mental profundo – desempenho intelectual menos que 25 em testes padronizados de inteligência, QI (compreensão e uso da linguagem limitados a entender comandos simples e fazer pedidos simples)

- Função adaptativa é variável e certas habilidades visoespaciais , como combinar e escolher, podem ser adquiridas através de orientação e supervisão

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• Arnold, L.E e Jensen, P.S. – Transtorno de Déficit de Atenção. In: Tratado de Psiquiatria – Kaplan, H.I e Sadock B. Vol 3 – Porto Alegre. ArtMed 1999.

• Carlson, G.A. e Abbot,S.F. – Transtornos do Humor e suicídio. In: Tratado de Psiquiatria – Kaplan, H.I e Sadock B. Vol 3 – Porto Alegre. ArtMed 1999.

• Bregman, J.D e Harris, J.C. – Retardo Mental. In: Tratado de Psiquiatria – Kaplan, H.I e Sadock B. Vol 3 – Porto Alegre. ArtMed 1999.

• Fletcher, J.M.; Lyons, G.R.; Fuchs, L.S. e Barnes, M.A. - Transtornos de Aprendizagem - Da identificação à Intervenção. Porto Alegre - ArtMed ; 2009.

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e-mail: elizafinazzi@uol.com.br

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Créditos

Profa. Dra.Cristiana Castanho RoccaPsicóloga do Serviço de Psicologia e Neuropsicologia do IPq-

HC-FMUSP

Aulas: “Transtorno do Déficit de Atenção e Transtornos de

Aprendizagem”

“Neuropsicologia da Depressão e Estados Ansiosos

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