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INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE
CAMPUS AVANÇADO ABELARDO LUZ
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO
TRABALHO DE CURSO
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO CONTEXTO ESCOLAR: DESAFIOS E
CONQUISTAS
Autora: Rosane Tomasi Pinheiro
Orientador: Elodir Lourenço de Souza
Abelardo Luz/SC, novembro de 2018
TRABALHO DE CURSO
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO CONTEXTO ESCOLAR: DESAFIOS
E CONQUISTAS
Trabalho de Curso – TC apresentado ao Curso
de Especialização em Educação: Educação e
Prática de Ensino, do Instituto Federal
Catarinense – Campus Avançado Abelardo
Luz, como requisito parcial para a obtenção do
título de Especialista em Educação.
Orientador: Elodir Lourenço de Souza
Autora: Rosane Tomasi Pinheiro
Abelardo Luz/SC, novembro de 2018
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,
através do Programa de Geração Automática do ICMC/USP, cedido ao IFC e adaptado
pela CTI - Araquari e pelas bibliotecas do Campus de Araquari e Concórdia.
1. BREVE RELATO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL. 2. ADAPTAÇÕES CURRICULARES E ESTRUTURAIS E O
TRABALHO PEDAGÓGICO DO PROFESSOR. 3. FORMAÇÃO
CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO.I.Souza ,
Elodir Lourenço de Souza. II. Instituto Federal
Catarinense. Especialização em Educação: Educação e
Prática de Ensino. III. Título.
Pinheiro, Rosane Tomasi Pinheiro Pessoas com Deficiência no contexto escolar
Desafios e Conquistas / Rosane Tomasi Pinheiro
Pinheiro; orientador Elodir Lourenço de Souza Souza
. -- Abelardo Luz , 2018.
21 f.
Artigo (artigo) - Instituto Federal Catarinense,
campus Abelardo Luz, Especialização em Educação:
Educação e Prática de Ensino, Abelardo Luz , 2018.
Pp
BANCA AVALIADORA
Orientador: Elodir Lourenço de Souza.
Especialista em Educação Infantil e Séries Iniciais, Especialista em Trabalho Educação e
Movimentos Sociais, Mestre em Educação. Professor do Ensino Básico Técnico e Tecnológico
do Instituto Federal Catarinense Campus Avançado Abelardo Luz.
Avaliadora: LiamarBonattiZorzanella.
Especialista em: Educação e Gestão Ambiental; Gestão Escolar: Supervisão e Orientação;
Ensino de Geografia e História. Mestre em Geografia. Professora do Ensino Básico Técnico e
Tecnológico do Instituto Federal Catarinense Campus Avançado Abelardo Luz.
Avaliadora: Nazaré Nunes Barbosa Cesa.
Especialista em Linguística aplicada a língua portuguesa e suas licenciaturas.Mestra em
Linguística. Professora do Ensino Básico Técnico e Tecnológico do Instituto Federal
Catarinense Campus Avançado Abelardo Luz.
1
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO CONTEXTO ESCOLAR: DESAFIOS E
CONQUISTAS
Rosane Tomasi Pinheiro1
Elodir Lourenço de Souza2
Resumo:
Por meio deste trabalho tenho como objetivo identificar como vem sendo pensada à educação inclusiva das pessoas
com deficiência intelectual na escola de educação básica, seus desafios e conquistas ao longo do tempo. Nesta
direção procuramosrefletir que, enquanto professores, precisamos estar em constante busca de conhecimento, para
podermos respeitar e trabalhar com as diferenças que existem na escola e, consequentemente, na sociedade. Além
disso, este artigo destaca alguns dos direitos que os alunos com deficiência intelectual têm, especialmente, no que
se refere a educação escolar. Trata também de assuntos relevantes ao desenvolvimento e aprendizagem dos alunos
que proporcionem aos mesmos a igualdades de direitos do acesso ao conhecimento escolar. Para isso, buscamos
neste artigo discutir algumas leis que amparam e asseguram legalmente os direitos às pessoas com deficiência. O
artigo está organizado em três partes: a primeira traz um histórico da educação especial, a segunda trata sobre as
adaptações curriculares estruturais e trabalho do professor necessárias para o atendimento dos alunos com
deficiências e a terceira reflete sobre a formação dos professores para o atendimento dos alunos com deficiências.
Palavras-chave: Educação Especial; conhecimento; inclusão.
Abstract:
Through this work I have as objective to identify how it has been thought to the inclusive education of the people
with intellectual deficiency in the basic education school, its challenges and achievements over time. In this
direction we seek to reflect that as teachers we need to be constantly searching for knowledge so that we can
respect and work with the differences that exist in school and, consequently, in society. In addition, this article
highlights some of the rights that students with intellectual disabilities have, especially, with regard to school
education. It also deals with subjects relevant to the development and learning of students that provide them with
the equal rights of access to school knowledge. For this, we seek in this article to discuss some laws that protect
and legally guarantee the rights of people with disabilities. The article is organized in three parts: the first presents
a history of special education, the second deals with the structural curricular adaptations and work of the teacher
necessary for the care of students with disabilities, and the third reflects on the training of teachers to attend to the
students with disabilities.
Keywords: Specialeducation, knowledge, inclusion.
1Aluna do curso de Especialização em Educação. Graduada em Licenciatura em Educação Especial. Aluna do
curso de Especialização em Educação, e-mail: rosane_tomasi@hotmail.com 2 Orientador do presente Trabalho de Curso – TC. Mestre em Educação. E-mail: elodir.souza@ifc.edu.br
2
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa é de cunho bibliográfico, tem por objetivo identificar de que maneira
vem sendo pensada à educação inclusiva das pessoas com deficiência intelectual na escola de
educação básica, seus desafios e conquistas ao longo deste percurso escolar. Neste sentido,
buscamos compreender aspectos sobre a inclusão dos alunos com deficiência intelectual e seus
avanços no contexto escolar que estão inseridos.
Pretende-se mostrar o que as leis estabelecidas até hoje contemplam, para esses alunos,
e quais direitos foram garantidos durante o percurso histórico. Com estudos de artigos e leis
que amparam para esta escrita, pretendo salientar a importância de todos osmembrosda
escolaconhecerem sobre a inclusão e as leis que amparam a prática pedagógica dos professores.
Além disso, é necessário que os professores compreendam que as adaptaçõescurriculares e
estruturais são necessárias para alcançaremum melhor desenvolvimento de todos os alunos a
partir de seus desafios e potencialidades.
Nesta elaboração trouxemos alguns autoresque amparam esta discussão, com
apontamentos sobre as leis e as conquistas obtidas até agora, realizamos um breve relato
histórico sobre a forma que eram vistas estas pessoas, suas lutas para garantir seus direitos
dentro da escola e na sociedade.
Quando recebemos em nossa escola alunos com deficiência, qual a maneira que toda
a equipe de trabalho os acolhe? Esta indagação é que nos leva a pensar mais sobre a necessidade
de conhecimento sobre as várias formas de inclusão que devem estar presentes, pois no espaço
escolar enfrentamos várias dificuldades, seja educacional, pedagógico, estrutural ou de
adaptações.
Sendo necessário tomar atitude ativa e positivapara que realmente se concretizar a
inclusão. Indagamos sobre tais atitudes que certamente estão presentes em nosso meio, seja ela
direta ou indiretamente. De que formapodemos nos posicionar diante de tais acontecimentos
que possivelmente enfrentamos?
Neste sentido é necessário que as políticas públicas sejam efetivadas, pois isso nem sempre
acontece. Geralmente se fala sobre, porém, a aplicabilidade está aquém, ou seja, essas políticas
servem, em muitos dos casos, somente para mascarar a questão da inclusão escolar. A legislação
vigente garante a obrigatoriedade das escolas regulares receberem os alunos comdeficiência, no
entanto, não está sendo avaliado se a escola está preparada (estrutural e pedagogicamente) para
receber os mesmos. Fazendo o que manda a lei nas condições atuais
3
das escolas proporciona, somente, a integração e não a inclusão. É necessário buscarmos
inverter essa lógica, para que, assim, os incluídos possam, como diz Foucault (1998,
p.5),distinguir os acontecimentos diferenciar as redes e os níveis a que pertencem e reconstituir
os fios que os ligam e que fazem com que se engendrem, uns a partir dos outros.
Para tanto, devemos valorizar os alunos como seres capazes de desenvolver suas
potencialidades dentro do contexto escolar, como espaço social do qual fazem parte. Tomando
a apropriação do conhecimento, respeitando suas peculiaridades e potencialidades cognitivas,
não somente como um sujeito meramente presente nesse campo educacional, mas de direitos e
deveres igualitários. Portanto, as diversas mudanças ocorridas nas políticas educacionais e
criação de leis, na prática não se efetivam ou se efetivam parcialmente. Os motivos disso
ocorrem, por vezes por falta de conhecimento/formação por parte dos docentes,pelocomodismo
por parte da instituição escolar, porque as famílias não buscam de maneira ativa para que se
faça o que é de direito, mas também pela falta de incentivo financeiro e apoio pedagógico por
parte do estado formulador dessa política.
Portanto devemos, enquanto educadores, repensar nossas atitudes diante dos
obstáculos que estamos passando, do processo de imposição de poder que sofremos todos os
dias, seja ele em nosso trabalho ou no próprio contexto social que estamos inseridos.Em todo o
momento somos condicionados ou induzidos a aceitar a força do poder seja ela direta ou
indiretamente, através de leis que não estão sendo aplicadas por completo ou pela imposição do
sistema educacional que nos condiciona a aceitar, pois as leis, em sua grande maioria já vêm
prontas, bastando apenas a execução mesmo não obtendo as condições necessárias para tal, esse
motivo acaba nos frustrando enquanto educadores.
Desta maneira, podemos analisar as diferenças, tanto de classe social, quanto ao menos
favorecidos, que tem por sua vez menor conhecimento sobre o que realmente lhe é de direito.
Para que seja tomada as decisões necessárias diante de cada situação que são vivenciadas todos
os dias.
Diante a grande diversidade existente em sala de aula, nem sempre conseguimos dar
conta de tantos acontecimentos, tanto de informação, quanto de aspectos educacionais, que
passam por uma constante transformação em seus vários âmbitos da estrutura educacional, da
qual fazemos parte, estando em constante mudança todos os dias.
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1 BREVE RELATO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Ao longo do tempo histórico, os alunos que tinham algum tipo de deficiência eram
vistos pela sociedade como sujeitos amaldiçoados de castigo sendo, na maioria dos casos,
abandonados pelos seus familiares para morrer. O cenário da educação era de forma
assistencialista. Porém, ao longo desta trajetória foi se modificando e os direitos sendo
conquistado, entre eles, o acesso à educação. Para que acontecesse uma educação com maior
qualidade e que respeitasse a condiçãodesses sujeitos foram sendo, no processo histórico,
criadas leis assegurando os direitos sociais, podendo frequentar as escolas de educação básica,
juntamente com outros alunos que não possuem deficiências.
Para Silva (et al. 2016, p.02) o desconhecimento sobre as deficiências contribuiu para
que esse segmento da sociedade fosse marginalizado, impedindo que estabelecessem uma vida
social, a comunicação e até mesmo um simples diálogo.Para este autor a educação Especial no
Brasil pode ser dividida em três grandes períodos: “1854 a 1956- ações de iniciativa privada;
1957 a 1993- ações de âmbito nacional e 1993 até os dias de hoje-ações em favor da inclusão”
( SILVA, 2016, p. 03). Nota-se, com essa afirmação, que as ações em direção à inclusão são
recentes, visto que as leis que asseguram o direito à educação escolar regular das pessoas com
deficiências são todas das últimas décadas.
É necessário destacar que a questão da educação como um direito de todos e dever do
Estado, assim como o atendimento educacional especializado, foi prevista na constituição de
1988, nos artigos 205 e 208, vejamos:
Art.205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
[...] Art.208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante à garantia
de: [...] III. atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino. (BRASIL, 2016, p.123)
Neste sentido, em todo seu percurso a educação teve suas lutas e avanços. Atualmente
a pessoa com deficiência tem o direito garantido ao acesso e permanência na escola regular.Uma
das primeiras leis criadas em prol desta modalidade de ensino foi a convenção de
Salamancaentre 7 e 10 de junho de 1994.
Seu objetivo foi informar sobre políticas e guias ações governamentais, de
organizações internacionais ou agências nacionais de auxílio, organizações não
governamentais e outras instituições na implementação da Declaração de Salamanca
sobre princípios, Política e Prática em Educação Especial (MEC/SEESP, 2008, s/p).
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Esta lei, que se originou em uma conferência mundial onde vários países participaram,
veio para apoiar a Educação Especial, elencou os objetivos e direitos para todos, sem
discriminação ao próximo. Isso foi um grande desafio para a educação que estava sem preparos
necessários, em todos os aspectos, para receber aqueles educandos que chegavam à escola
trazendo grandes dificuldades. Conforme alei, Dentro das escolas inclusivas, crianças com
necessidades educacionais especiais deveriam receber qualquer suporte extra requerido para
assegurar uma educação efetiva.(SALAMANCA, 1994).
Outra lei, a Convenção da Guatemala (MEC/SEESP, 2008), de 28 de maio de 1999,
traz em seu art, II a seguinte afirmação: Esta Convenção tem por objetivo prevenir e eliminar
todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência e propiciar a
sua plena integração à sociedade. Neste sentido esta convenção veio para que o cenário da
Educação Especial se fortalecesse, ainda mais ganhando força no campo educacional.
Conforme podemos ver:
IV- Para alcançar os objetivos desta Convenção, os Estados Partes comprometem-se
a: 1. Cooperar entre si a fim de contribuir para a prevenção e eliminação da
discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência. 2. Colaborar de forma
efetiva no seguinte: a) pesquisa científica e tecnológica relacionada com a prevenção
das deficiências, o tratamento, a reabilitação e a integração na sociedade de pessoas
portadoras de deficiência; e b) desenvolvimento de meios e recursos destinados a
facilitar ou promover a vida independente, a auto-suficiência e a integração total, em
condições de igualdade, à sociedade das pessoas portadoras de deficiência.
(GUATEMALA ,1999, s/p).
Segundo a lei, todos deveriam estar empenhados para que estas pessoas pudessem estar
efetivamente na sociedade, com seus direitos agora garantidos em lei, para seu melhor
desenvolvimento enquanto cidadãos plenos, com diferentes maneiras de compreensão em
certos assuntos devido às suas deficiências, mas com os mesmos direitos de cidadania e
convivência, com os demais membros da sociedade para isso, vejamos:
Artigo V 1. Os Estados Partes promoverão, na medida em que isto for coerente com
as suas respectivas legislações nacionais, a participação de representantes de
organizações de pessoas portadoras de deficiência, de organizações não-
governamentais que trabalham nessa área ou, se essas organizações não existirem, de
pessoas portadoras de deficiência, na elaboração, execução e avaliação de medidas e
políticas para aplicar esta Convenção. (GUATEMALA ,1999, s/p).
Baseando-se na Convenção de Guatemala e outras legislações foram criadas,
favorecendo a Educação Especial, como:
6
Sendo que dessa maneira foram criadas as leis que percorrem o campo da sociedade
até os dias de hoje. Vejamos agora alguns decretos, e leis que também favoreceram, esta luta
da Educação Especial.
1)A Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra
as Pessoas Portadoras de Deficiência, por meio do Decreto Legislativo (MEC/SEESP, 2008).
no198, de 13 de junho de 200l; ratificada pelo Brasil: Decreto n.º 3.956, de 08 de outubro de
2001 foi criada, entre tantas outras ao longo deste processo, assim como a 2) Lei de Diretrizes
Bases, 1996 (LDB). 3) Estatuto dacriança e do adolescente (ECA), como tantas outras leis.
Entre tantas lutas por leis que garantissem direitos para estas pessoas está presente
também a Constituição Federal de 1988, trazendo como um de seus objetivos fundamentais:
promover o bem-estar de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade
(MEC/SEESP,2008). Desta forma, o debate acerca da educação especial foi ganhando força na
sociedade que via as pessoas com deficiência comdiscriminação e preconceito. A partir dos
processos de lutas, das compreensões construídas sobre o tema pelo conjunto da sociedade, em
especial dos professores e das emissões de leis sobre a Educação Especial, foi obtido grandes
conquistas pois deu a possibilidade de acesso as pessoas com deficiência a educação escolar
regular, sendo incluídas no contexto escolar e também na sociedade.
Conforme a lei Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva de 2008
No Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência teve início na época do Império
com a criação de duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854,
atual Instituto Benjamin Constant – IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857,
atual Instituto Nacional da Educação dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro.
No início do século XX é fundado o Instituto Pestalozzi - 1926, instituição
especializada no atendimento às pessoas com deficiência mental; em 1954 é fundada
a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE e; em 1945, é
criado o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas com
superdotação na Sociedade Pestalozzi. (MEC/SEESP,2008, s/p).
Portanto, os direitos das pessoas com deficiência foram sendo adquiridos ao longo do
tempo, com implantação de políticas públicas, sendo criada então uma política de Educação
Especial na perspectiva da Educação Inclusiva(MEC/SEESP, 2008). A mesma foi elaborada
pelo MEC, Ministério da Educação e publicada em janeiro de 2008, trazendo amparo para a
Educação Especial, tornando-a como modalidade da Educação e assegurando o direito do
atendimento educacional. Esse documento contribuiu na retirada dos preconceitos com
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relação aos alunos com deficiência, e ajudou na afirmação da garantia da educação para todos
e dever do Estado e do direito das crianças e adolescentes obterem a ensino fundamental.
Mesmo diante dos avanços obtidos sobre as pessoas com deficiências e a Educação
Especial, na compreensão e na emissão de leis que garantam o direito, ainda há em parte da
sociedade a imaginação do estereótipo daspessoas com deficiência, como seres incapazes e, por
sua vez, estas são discriminadas. A mesma sociedade que discrimina, não assume a conduta de
incluir, para que se cumpra a lei meramente dita, mas em muitos casos não acontece realmente
o processo de inclusão desses alunos em sua totalidade. Perante as leis, todos os cidadãos são
iguais e devem estar inclusos no convívio social, porém, apesar de haver as leis não há políticas
públicas efetivas que assegurem o cumprimento das mesmas.
Portanto, o número de pessoas com algum tipo de deficiência cresce a cada dia, mas a
falta de conhecimento, sobre as leis que regem estas pessoas, ou até mesmo por se tornar mais
cômodo, quando deixamos certos questionamentos, que deveríamos fazer a respeito, da
inclusão, palestra para os pais, mostrando um pouco mais sobre esta questão e quais órgãos
competentes eles devem cobrar para que se efetive uma política de qualidade, não somente no
campo educacional, mas em toda a nossa sociedade.
Conforme a leiprincipais direitos das pessoas com deficiência, 2017, p.37.Equipamentos
fornecidos pelo Município, muleta tipo canadense, muleta tipo auxiliar, cadeira de rodas tipo
adulto ou infantil (simples) cadeiras de rodas tipo Tetraplégico, cadeira de rodas para banho
(solicitar no sistema único de saúde -SUS).
Neste sentido essa lei veio para auxiliar ainda mais a inclusão, onde não trata de questão
escolar, mas sim de direitos e faz apontamentos sobre quais são os órgãos que dispõem sobre o
que a necessidade de cada pessoa, auxiliando sobre documentação necessáriapara que se
consiga o que é solicitado, para que tenham assim uma melhor qualidade de vida.
2 ADAPTAÇÕES CURRICULARES E ESTRUTURAIS E O TRABALHO
PEDAGÓGICO DO PROFESSOR
A partir de estudos realizados nas bibliografias que tratam sobre as adaptações
curriculares e estruturais, iremos abordar aqui aspectos fundamentais sobre este assunto. Tal
temática é um grande desafio nas escolas, para se propor a inclusão de alunos com deficiência na
escola regular gera mudanças significativas.
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Conforme a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência:
Art. 28 Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar,
acompanhar e avaliar: no seu inciso
I-Sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades bem como o
aprendizado ao longo de toda vida;
II - Aprimoramento dos sistemas de educacionais, visando a garantir condições de
acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e
recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena;
III-Projeto Pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado,
assim como os demais serviços razoáveis para atender ás características dos estudantes
com deficiência e garantir seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade,
promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia. (ASSEMBLEIA
LEGISLATIVA DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2015, S/P).
Portanto, o trabalho pedagógico executado na escola deve buscar desenvolver melhores
habilidades e estímulos fundamentais para que os alunos possam ter uma vida digna e
respeitadasocialmente, conforme suas peculiaridades, as suas potencialidades de
desenvolvimento, tendo uma convivência harmônica com as demais pessoas que fazem parte de
seu contexto social.
É dever da família e do Estado dar possibilidades para que os alunos com deficiência
tenham seus direitos respeitados quanto a sua formação na sociedade, visando ao acesso e a
permanência na escola e na sociedade em que estão frequentando, conforme Lei 13.146, que
destaca sobre o direito à moradia, em seu art.31.
§1 O poder público adotará programas de ações estratégias para apoiar a criação e a
manutenção de moradia para a vida independente da pessoa com deficiência.
§2 A Proteção integral na modalidade de residência inclusiva será prestada no âmbito do
Suas às pessoas com deficiência em situação de dependência que não disponha de
condições de autosustentabilidade, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos.
(ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2015, s/p.)
Dessa maneira podemos fazer uma reflexão sobre: em que âmbito da sociedade está
garantindo os direitos destes cidadãos, com a igualdade que foi conquistada através das leis
estabelecidas historicamente?
No que diz respeito a acessibilidade, está estabelecido em lei que as edificações públicas
e privadas de uso coletivo já existentes devem garantir acessibilidade a pessoa com deficiência
em todas as suas dependências e serviços, tendo como referências normas de acessibilidade
vigente (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2015,
s/p).Neste sentido, as adaptações arquitetônicas, a que se refere a lei, não devem ser realizadas
somente na escola, mas em todos os estabelecimentos públicos, para possibilitar que essas pessoas
tenham livre acesso de ir e vir mesmo com suas limitações. A organização do trabalho pedagógico
deve estar vinculada ao debate acerca do modelo de gestão
9
escolar e da construção do Projeto Político Pedagógico, sendo que o mesmo deve conter as
adequações curriculares necessárias para a construção do planejamento do professor. Ou seja, os
elementos citados acima são fundamentais, para garantir a inclusão e as condições pedagógicas e
estruturais necessárias para que aconteça o processo de ensino e aprendizagem. Mesmo que possa
ser um processo de constantes transformações, inquietação e adequações.
As mudanças a serem feitas precisam vir ao encontro dos desafios com os quais nos
deparamos com tantas diversidades que fazem parte do contexto escolar. A intencionalidade e
a preocupação com inclusão e o atendimento às pessoas com deficiências, precisam estar
expressas no Projeto Político Pedagógico, pois o mesmo ampara à prática pedagógica do
professor. Tal documento, mesmo podendo sofrer alterações periodicamente, é de suma
importância porque direciona o trabalho educativo/pedagógico do conjunto dos trabalhadores
da escola.
O direito a educação pela pessoa com deficiência está instituída também na legislação
do estado de Santa Catarina, pois.
A educação constitui o direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema
educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda vida, de
forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível e seus talentos e habilidades
físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo as suas características, interesses e
necessidades de aprendizagem. (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE
SANTA CATARINA, 2015, s/p).
Para que possibilite a inclusão de alunos com deficiência, conforme prescreve a lei citada
acima, há algumas demandas que precisam ser levadas em conta, tais como: formação continuada
dos profissionais da educação, tema que discutiremos a seguir, transparência do uso dos recursos
públicos na escola, acompanhamento da relação entre alunos, funcionários, professores, direção,
pais e comunidade, as questões relacionada: aevasão escolar, a repetência, a baixa compreensão
dos conteúdos, a formulação e aplicação do rendimentoescolar, ao cumprimento do Estatuto da
Criança e do Adolescente, entre outros. Para que os objetivos possam ser alcançados, devem-se
tomar decisões coletivas envolvendo todas as pessoas inseridas noprocesso educativo escolar. Em
outras palavras, pensar a inclusão escolar necessita repensar todo o processo pedagógico e
organizacional da escola. Podemos refletir com o que os autores Reis e Ross trazem:
As Adaptações Curriculares, então, são os ajustes e modificações que devem ser
promovidos nas diferentes instâncias curriculares, para responder às necessidades de
cada aluno, e assim favorecer as condições que lhe são necessárias para que se efetive o
máximo possível de aprendizagem (2016, p.14).
10
Por considerar que o trabalho do pedagogo consiste em atuar efetivamente em todas as
questões que estão relacionadas com o processo de ensino-aprendizagem, com o exercício
cotidiano de buscar fazer a articulação entre a teoria e a prática, faz-se necessário que o mesmo
elabore um planejamento estabelecendo planos de trabalho a curto, médio e longo prazo: Todavia,
Com a educação inclusiva, a mediação adquire um caráter de grande importância, uma
vez que abrange três questões imprescindíveis ao processo de construção do
conhecimento: "o aluno, como o sujeito que aprende; o professor como mediador; a
cultura, os signos como ferramentas a serem empregadas (REIS; ROSS; 2016, p.23).
Portanto, o planejamento do professor deve estar de acordo com a realidade dos
educandos para que dessa maneira possa ter resultado do ensino aprendizagem, com maior
eficácia, para que isso aconteça podemos ver a seguir o que nos relatam os autores:
É possível observar, por parte dos professores e de profissionais da educação, grande
resistência em aceitar o desafio colocado pelo processo de construção da escola inclusiva,
o que consideramos perfeitamente compreensível, dada à ausência de sua formação para
enfrentar esse desafio (REIS ROSS,2016, p.10).
A educação, de maneira que já destacamos, é um direito de todos, isso significa contar
com todos os direitos que lhe são necessários, que são componentes da sociedade sendo eles as
adaptações estruturais, elementos, rampas de acesso, banheiros adaptados, corrimões, cadeiras
de rodas, quando for o caso, transporte com as adaptações necessárias, isso tudo, para que
realmente aconteça somente uma educação de qualidade com acessibilidade, para todos, mas
também uma melhora da qualidade de vida e cidadania, para estas pessoas.
Neste sentido o objetivo da educação inclusiva, é que cada pessoa desenvolva sua
personalidade, suas aptidões, respeitando a singularidade de cada indivíduo, que estejam
preparados para assumir uma vida em sociedade, se sentindo realmente parte dela. Conforme a
lei:
Para o êxito das mudanças propostas é importante que os gestores educacionais e
escolares assegurem a acessibilidade aos alunos que apresentem necessidades
educacionais especiais, mediante a eliminação de barreiras arquitetônicas urbanísticas,
na edificação – incluindo instalações equipamentos e mobiliário – e nos transportes
escolares, bem como de barreira nas comunicações. (DIRETRIZES NACIONAIS DA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA2001, p.37).
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Por isso, há necessidade de reestruturar os sistemas de ensino, que devem organizar-
se para dar suportes educacionaisa todos os alunos. Com o passar do tempo, as mudanças de
mentalidade contribuem para o êxito na questão inclusiva.
O processo de ensino aprendizagem das pessoas com deficiência intelectual busca
diferenciações, adaptações e reestruturação, para que o educando incluso se desenvolva de
acordo com a capacidade e possibilidades individuais, visando o conhecimento. Na perspectiva
de analisar a inclusão das pessoas com Deficiência Intelectual na Educação Básica e os recursos
pedagógicos utilizados no processo ensino aprendizagem, os objetivos da pesquisa perpassam
os campos de socialização e interação, abrangendo desde o planejamento escolar, origem do
material pedagógico adaptado, técnicas e métodos de adaptação e a funcionalidade dos
materiais, de modo a viabilizar o processo educativo.
A construção e troca de conhecimentos é de suma importânciapara a prática
pedagógica da educação inclusiva, nos leva a refletir sobre o processo educativo na perspectiva
da inclusão, como também identificar e reconhecer procedimentos e recursos pedagógicos
adaptados às necessidades educativas de cada aluno, com foco em sua potencialidadebuscando
sempre a funcionalidade das atividades que estão sendo propostas.
Podemos dizer com isso que o trabalho pedagógico consiste em desenvolver as
questões que estão relacionadas com o exercício cotidiano de busca de coerência entre a teoria
e a prática, sendo de suma importância um planejamento de trabalho de acordo com a
necessidade dos educandos, para que, deste modo, realizem um planejamento flexível em suas
variáveis, no campo educacional valorizando cada evolução dos alunos nas atividades
propostas, sempre avaliando a possibilidade de mudanças quando necessário for.
Para Gasparin (2005, p.34), O conhecimento, como fato histórico e social supõe
sempre continuidades, rupturas, reelaborações, reincorporações, permanências e avanços. Em
sua teoria ele defende a ideia que o educador deve ter sempre sua prática pedagógica voltada
para algo significativo no processo de ensino resgatando a importância do aprender para os
educandos, tendo em suas aulas uma metodologia que venha despertar o interesse pelo aprender,
trabalhando com atividades dinâmicas, proporcionando aos alunos novas interações, superando
suas dificuldades e construindo maior conhecimento em seu contexto.
Portanto, a escola desempenha um papel importante na formação de conhecimentos,
comportamentos e valores presentes nas diversas interações entre os sujeitos que fazem parte
dela. Porém, claramente há uma contradição: embora haja uma crescente preocupação de
pesquisadoresem aprofundar os conhecimentos sobre questões que envolvem a diversidade e
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inclusão na escola, para uma melhor compreensão de todos, que fazem parte deste contexto
educacional, trazendo desta maneira melhorias no processo de ensino aprendizagem destes
educandos, ainda enfrentamos grandes barreiras quanto o tema da inclusão, isso se deve em
muitos casos a falta de condições estruturais pedagógicos e a falta de conhecimento de leis que
assegura o direito dessas pessoas. Além disso, há também casos de aceitação pacífica por parte
da sociedade e do conjunto da escola, para com esses educandos.
É necessário termos atitudes, compreensão e respeito ao outro, como nos chama a
atenção os autores:
Uma atitude de compreensão, de respeito ao outro, de trilhar junto um caminho de
construção humana, de conhecimento e de vida. É ter uma atitude de amor e
compaixão pelo outro. Desejar andar junto com ele, admitindo que precisamos dessa
relação para que todo o processo de formação humana e de aprendizagem se efetive
de forma inteira, pura e verdadeira. (STRIEDER E ZIMMERMANN, 2012, p.116).
Analisando num sentido amplo a palavra incluir faz uma ressignificação do
compreender, abranger, fazer parte, pertencer. Processo que pressupõe, necessariamente e antes
de qualquer coisa, uma grande dose de humanismo em relação ao assunto. A inclusão só será
possível quando houver respeito à diferença e, consequentemente, a adoção de práticas
pedagógicas que permitam às pessoas com deficiências aprender e ser reconhecidos e
valorizados, quanto ao seu desenvolvimentosendo capazes de produziremconhecimento, na
medida de suas potencialidades. Qualquer procedimento, pedagógico ou legal, que não tenha
como pressuposto o respeito à diferença e a valorização de todas as possibilidades da pessoa
com deficiência, não é inclusão.
Segundo Strieder e Zimmermann:
Toda proposta inclusiva, escolar ou social requer, acima de tudo,aprender a lidar com
as diferenças.Fazê-lo, exige,primeiramente,reconhecer que as diferenças existem e
que a tão proclamada homogienidade é ilusória. Em seguida,precisamos estar
dispostos a aceitar,afirmar e valorizar as diferenças ( 2012, p. 84).
É preciso ressaltar que a questão do processo de transformação da escola comum é
lento e exige uma ruptura com o modelo que está presente nas práticas pedagógicas vigentes. É
necessário reconhecer também que em muitas escolas especiais (APAEs) Associação de Pais e
Amigos dos Excecionais, os alunos lutam para aprender as mesmas coisas que as escolas
comuns tentam lhes ensinar, por tempo indefinido e indeterminado, sem que esses
conhecimentos possibilitem construir habilidades e competências para a vida.
2.1 FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
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Destacaremos, nesta parte do texto, elementos sobre o planejamento pedagógico que
os professores devem ter para com esses educandos, pois, para uma prática efetiva de inclusão,
é de suma importância que os profissionais que atuam nesta área, estejam sempre em cursos de
capacitação e formação continuada. Para que possam exercer seu trabalho com maior eficiência,
fazendo as adequações necessárias, respeitando as potencialidades de aprendizagem e o
desenvolvimento dos educandos. Portanto, para trabalhar com essa diversidade, é necessário
estarmos alicerçados didaticamente e pedagogicamente, sempre em constante busca para que
possamos obter resultados.
Conforme os autores: Strieder e Zimmermann(2012, p. 45).
Educar é uma atividade relacional que torna possível a coexistência, a comunicação,
o trabalhar com os outros. Acolher e respeitar os outros em sua diversidade significa
aprender a conviver com a resistência, os conflitos e também com os limites da
influência do ato educativo. Educar é desenvolver, para que se perpetue a essência dos
seres humanos. Seres humanos são seres que cuidam de si mesmos, que guardam a si
mesmos, que geram ao seu redor um ambiente no qual possam conviver, mesmo que
baseado em regras, direitos e deveres, regulando sua automanutenção.
Neste sentido, é de suma importância que todos, de uma forma geral, estejam
engajados, para as diversidades existentes neste campo educacional que se torna maior a cada
dia que passa, pois o ato de educar consiste em nunca desistir do outro, por mais dificuldades
que irão surgir ao longo do caminho, mas o importante é buscar maneiras que se aproximem de
uma educação que seja realmente inclusiva em todos seus aspectos.
Portanto, quando não acontece uma formação continuada, não se consegue dar
andamento ao trabalho pedagógico, isso também se dá com as grandes mudanças que estão
presentes no campo educacional, sendo cada vez maior a demanda de trabalho ao pedagogo
sem horas para planejamento necessário. Nesse seguimento a gestão deve garantir a melhor
maneira de trabalho, com um olhar realmente voltado a educação inclusiva e suas necessidades
para que se efetive este processo, gerando assim força para este ensino, fazendo um estudo de
conhecer melhor os alunos, estudando junto ao corpo docente desenvolver estratégias que
venham ao encontro de suas necessidades, sempre partindo de seu nível real, o que realmente é
possível de se alcançar com estes alunos, estimulando suas potencialidades. Deste modo, a
Educação inclusiva é uma ação desejando compreender e aceitar alguém, o outro, na sua
singularidade. (STRIEDER E ZIMMERMANN 2012, p.88).
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Quanto ao papel da escola ela deve preparar seus alunos e profissionais para que todos
saibam a maneira de interagir e incluir esses educandos no contexto do qual fazem parte, os
profissionais da educação estar preparados para essas situações, buscando soluções dos
problemas, permitindo assim não somente seu acesso à escola, mas também sua permanência
nela, para que isso seja possível é preciso que todos estejam empenhados no mesmo objetivo,
buscando suporte quando necessário com Políticas Públicas, na perspectiva de um ensino de
qualidade.
Lembrando para que tudo isso seja possível, é necessário que instituições de ensino
busquem essas capacitações continuadas juntamente com órgãos do governo para que seja
liberado recursos financeiros para o investimento nessa área, e dessa forma aconteça realmente
uma inclusão escolar, não somente dita, mas efetivamente através de um melhor conhecimento
e empenho do assunto, para que assim, os profissionais tenham o amparo pedagógico do qual
necessitam para desenvolvimento educacional desses aluno.
Neste sentido é de suma importância que os profissionais da educação estejam sempre
atualizados, com cursos de aperfeiçoamento profissional, para quando surgirem dúvidas
referentes ao processo de ensino aprendizagem dos alunos, possam estar alicerçados e encontrar
a melhor maneira de resolver os problemas que enfrentam em sala de aula todos os dias,
principalmente se tratando de inclusão, onde a prática pedagógica deve estar em constante
adaptação, para que possa alcançar os resultados necessários. Para Strieder e
Zimmermann(2012, p.75). A qualificação é a condição indispensável para que o professor não
se limite a aplicar conhecimentos, mas também demonstre características de investigador.
A busca de recursos que permitam proporcionar ao educando a melhoraria da
qualidade do ensino faz com que a aprendizagem ocorra de maneira eficaz e traz resultados
satisfatórios para o educando e o educador. Dentre as formas de garantir que ocorra a
sistematização dos conhecimentos do educando e busca dos recursos tecnológicos como uma
forma de intermediar facilitar a compreensão, como motivadores para a aprendizagem das
pessoas com deficiência intelectual, quanto à formação, esta.
[...] não se finaliza com a conclusão acadêmica, pelo contrário, o processo contínuo
possibilitará que o educador seja capaz de desenvolver sua autonomia crítica e seu
saber reflexivo de forma eficaz e construtora. Sendo assim, é fundamental a
participação em cursos de reciclagem e treinamentos que incentivem a autoavaliação
do educador em sua prática como resultado de um processo construtivo, já que a
Formação Continuada interfere diretamente na perspectiva das práticas pedagógicas,
na formação do educador pesquisador e no cotidiano escolar (FERREIRA, s/a.s/p).
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Podemos assim refletir que o objetivo de oferecer mais cursos, para os professores é
com o intuito de melhoria no campo educacional, para que possa formar educandos com mais
autonomia, nas atividades que serão desenvolvidas, na escola, podendo ter reflexos em sua vida
na sociedade.
A educação inclusiva deve proporcionar as pessoas com deficiências, igualdade de
oportunidades educacionais, haja vista que há uma necessidade muito grande em adequar
materiais para viabilizar o processo educacional. As pessoas com deficiência intelectual
precisam ser estimuladas e respeitadas em seus limites e possibilidades através de adequações
que desenvolvam da mesma forma que os demais, pois apresentam experiências significativas
desde que sejam oferecidos subsídios educacionais apropriados. Portanto para isso é de suma
importância, que os profissionais da educação estejam se aperfeiçoando, cada vez mais,
conforme os autores, que nos levam refletir.
Os cursos ou programas de formação e capacitação docente ao mesmo tempo em que
precisam dar condições efetivas para que o professor trabalhe de imediato com seus
alunos, “não podem ser uma capacitação voltada apenas para questões pontuais (tipo
receita - de - bolo) e sim proporcionar aprofundamento teóricometodológico” (que a
maioria dos professores tanto do ensino regular quanto especial, não tem) “que lhe
permita se transformar em um “professor que possa refletir e ressignificar sua pratica
pedagógica para atender à diversidade do seu alunado”(REIS ROSS,2016,p.10).
Todavia, nem sempre é possível, contemplar todos os professores, com os temas que
são elencados nas formações, pois na sua grande maioria se trata de forma geral, todos os
assuntos, que estão em pauta, sem que possa ser direcionado a uma área específica. É o caso da
Educação Especial. Com isso a grande importância de que seja investido, na área da educação,
disponibilizando aos profissionais da educação cursos que venham ao encontro de seus anseios
e necessidades, para que seja de grande construção em sua prática pedagógica. Conforme Grassi
(2008, p.3), formação que envolva a sua instrumentalização para atuação com alunos com
necessidades educacionais especiais, o desenvolvimento de um posicionamento crítico,
conhecimento sobre as políticas públicas para inclusão educacional e legislação.
O que podemos analisar, dentrodo cenário educacional é exatamente o que a autora
traz, precisamos de disponibilidade para conhecer as leis que estão sendo criadas em favor
destes educandos, e de que maneira nossa prática pedagógica pode ajudar quando conseguimos
ter esta troca de experiência, para a melhoria de nosso trabalho.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho oportunizou estudar e conhecer mais sobre o histórico da educação
Especial, seus avanços e leis estabelecidas no processo histórico e o comportamento
apresentado pela da sociedade com as pessoas com deficiências. Além disso, este estudo
possibilitou tratar de temas centrais no cotidiano da escola quando passa a receber alunos com
deficiência, tais como adaptações curriculares e estruturais e a formação continuada dos
professores.
Isso levou-nos a refletir as várias situações vivenciadas em nossa carreira como
educadores no sentido de repensar nossa prática pedagógica, e também algumas atitudes que
temos diante dos vários fatos que enfrentamos em nosso dia-a-dia. Portanto estes estudos de
artigos e leis que foram desenvolvidas, para uma melhoria da educação, é necessário estarmos
permanentemente aprofundando os conhecimentos. Obtendo, diante disso, a compreensão do
que devemos fazer, para atingir a inclusão e o ensino qualificado das pessoas com deficiência
intelectual.
Ao encarar esse desafio sairemos da zona de conforto, repensando nossa prática
pedagógica e nossa atuação na sociedade, mudando nosso comportamento frente a esses alunos.
Portanto para que possamos, enquanto professores, fazer a diferença em meio a tantas incertezas
é necessário nos sentirmos comprometidos com o nosso trabalho, desempenhando nosso melhor
na área profissional. Desta maneira é que vamos mudar a visão da sociedade, através de nossas
atitudes.
Esse nosso trabalho teve como resultado, entre outras questões, realizar uma reflexão
acerca dos desafios, necessidades e dificuldades enfrentadas pela escola, ao cumprir um de seus
deveres que é possibilitar a inclusão, ao atender pessoas com deficiências com limites
estruturais, pedagógicos e de quadro pessoal preparados. Assim, esse artigo chamou a atenção
por um tema central e desafiador para a escola no momento atual que é o atendimento e a
promoção da aprendizagem a pessoas com deficiência intelectual. Tendo ciência que este artigo
não pretende esgotar o assunto, é necessário salientar que precisamos continuar estudando,
debatendo e descobrindo formas de dar melhores condições de acesso e de aprendizagem aos
alunos com deficiência que está presente no contexto escolar.
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REFERÊNCIAS
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Inclusão da Pessoa com Deficiência n 13.146, de julho de 2015. Florianópolis: Assembleia
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