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Congresso “Escutismo, educar para a vida no século XXI” Corpo Nacional de Escutas | Escutismo Católico Português
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Unidade Regional no respeito pela diversidade – um exemplo de Braga
Ivo Faria
Junta Regional de Braga
chefia@braga.cne-escutismo.pt
O Escutismo Católico em Portugal nasceu na Região de Braga. Numa região de 15000 escuteiros e de 250 agrupamentos, a
agilização do apoio pedagógico/formativo aos agrupamentos, e a distância ao centro da arquidiocese ditaram a necessidade de
Núcleos, alguns com dimensão superior a outras regiões. A Unidade da Região é fundamental na estratégia regional: respeitar
diferenças, caminhar lado a lado, com desafios partilhados. Este texto apresenta um exemplo de como a Unidade Regional
pode ser vivida.
Palavras-chave: Unidade Regional – Organização - Estratégia
“Primeiro tive uma ideia, depois divisei um ideal, agora temos um movimento.
Se não tivermos cuidado, acabaremos por ter apenas uma estrutura.” Baden-Powell
A Região de Braga está organizada territorialmente em 9 núcleos e em cerca de 250
agrupamentos. Os núcleos demonstram uma diversidade marcada, baseada em diversos eixos de
especificidade:
Geografia e morfologia: litoral/interior, norte/centro/sul, montanha/praia, dimensão
geográfica do território abrangido
Sociológico: urbano, rural e misto
Histórico: alguns existem quase desde a fundação do CNE, outros são bastante recentes
Dimensão do Núcleo: desde 7 até quase 60 agrupamentos e desde cerca de 360 até 3600
associados
Demográfico: prevalência de jovens e densidade demográfica das paróquias nas quais os
agrupamentos se inserem
Desde há um número significativo de anos, tornou-se evidente a necessidade de promover a
unidade regional, no respeito pela diversidade e especificidade de cada núcleo e agrupamento. Os planos
regionais trienais espelham precisamente essa intenção, procurando-se que todos os núcleos contribuam
de forma efetiva na definição do plano estratégico e anual para a Região. Esta passagem de S. Paulo tem
sido citada para suportar esse mesmo objetivo:
“
4É que, como num só corpo, temos muitos membros, mas os membros não têm todos a mesma função,
5assim acontece connosco: os muitos que somos formamos um só corpo em Cristo, mas, individualmente, somos
membros que pertencem uns aos outros.” Rom, 12, 4-5.
O modelo regional atual é o resultado de um processo evolutivo e adaptativo ao longo de quase
duas décadas. Apresenta-se a seguir o conceito do modelo atual, repartido em 3 partes:
Objetivos
Modelo de organização
Estratégia regional
Objetivos
Os objetivos do modelo regional são os seguintes:
Fortalecer o espírito de unidade Regional.
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Garantir uma “animação territorial” una nos propósitos ainda que distinta nos meios.
Facilitar a partilha de atividades entre os vários níveis Regionais.
Racionalizar recursos humanos, logísticos, financeiros e físicos.
Responsabilizar cada vez mais Dirigentes por cada vez menos tarefas.
Em larga medida, os objetivos fundamentais de qualquer mandato de uma Junta Regional –
suportar uma cada vez melhor aplicação do Método e promover uma cada vez melhor preparação dos
dirigentes através da sua formação - vão ao encontro daqueles objetivos. Desde logo, a unidade regional,
expressa no respeito pela diversidade da região, promotora da partilha e assente na corresponsabilidade
dos 9 núcleos na animação territorial dos agrupamentos, procurando apoiá-los na aplicação do Método
Escutista.
Por outro lado, uma partilha de recursos que constantemente apela à rotação nos cargos, para de
facto se garantir que o esforço é repartido por um cada vez maior número de dirigentes, que assim
desenvolvem um cada vez menor sacrifício pessoal.
Modelo de organização
Na sequência desse conceito, a região de Braga tem uma organização baseada em equipas que
se completam e formam, entre si, a uma patrulha (“Patrulha G2C”, neste mandato), e com os núcleos,
uma unidade (“Unidade G2C”, neste mandato).
Vigora ainda o conceito de os chefes de núcleo, por inerência dos seus cargos, serem
considerados como Chefes Regionais Adjuntos para os respetivos núcleos, podendo assumir
responsabilidades regionais específicas de acordo com a solicitação da Junta Regional e da sua
disponibilidade. Em atividades e efemérides dos agrupamentos, investiduras de dirigentes e outras ações,
cada um destes Chefes Regionais Adjuntos pode representar o Chefe Regional.
Figura 1: Modelo Regional para Braga, triénio 2011-2014 (responsabilidades e organização de
secretarias e comités regionais)
O modelo de organização assenta ainda no conceito de conselhos e equipas. Cada uma das
secretarias regionais funciona como uma equipa, podendo ser criados departamentos. O guia da equipa é
o secretário regional, que pode nomear um sub-guia. O Chefe Regional pode nomear assessores para
Patrulha G2CChefe Regional
3 Assistentes Regionais1 Chefe Regional Adjunto
7 Secretários Regionais
Patrulha G2C PlenáriaChefe Regional
3 Assistentes Regionais10 Chefes Regionais Adjuntos
7 Secretários Regionais
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apoio nas suas responsabilidades. Cada secretaria regional deverá organizar comités regionais, onde
terão assento os secretários de núcleo das respetivas áreas de responsabilidade homólogas:
Centros escutistas
A região de Braga dispõe de 2 centros para atividades escutistas – o Campo-Escola de Fraião e
o Apúlia Centro Escutista. A gestão destes espaços é da competência da secretaria regional para o
património, que nomeia os seus diretores. A secretaria regional do programa educativo nomeia um
responsável pela promoção do programa educativo nos 2 espaços.
Formação regional
Para a formação de dirigentes a Região dispõe de uma infraestrutura: o Campo-Escola de
Fraião. A gestão do Campo-Escola de Fraião está dependente da secretaria tegional para o património,
que nomeia 1 diretor e pode nomear ainda 1 diretor executivo.
A formação regional é promovida pela secretaria regional para a educação e formação de
adultos, que nomeia o diretor do Centro de Formação Calouste Gulbenkian (em geral, tem sido o
secretário regional para a educação e formação de adultos). Toda a formação deve ser realizada no
Campo, rentabilizando os recursos que a Região possui e centralizando toda a informação a este nível.
Definição da estratégia regional
Entre maio e julho, realiza-se uma reunião plenária da Junta Regional, com o objetivo de
aprovar a proposta do tema e do lema para a Região e ainda para definir a proposta de estratégia e linhas
de ação do ano seguinte.
Estes elementos devem ter em atenção:
Plano Pastoral da Diocese
Plano do CNE a nível Nacional
Plano Trienal Regional
Entre outubro e novembro, deverá realizar-se o Conselho Regional Plenário. Nele são
apresentados, discutidos e aprovados:
Tema e lema para a Região.
Estratégia para a Região.
Linha de Ação Regional.
Grandes atividades Regionais.
Plano e do Orçamento.
Atividades regionais anuais
Tradicionalmente no segundo domingo de outubro, realiza-se a Abertura Regional do Ano
Escutista, o dia da Região, onde se apresenta o Tema e o Lema para a Região em festa com todos os
agrupamentos. No fim de semana seguinte, a Região organiza o JOTA/JOTI.
Em novembro, realizam-se normalmente os Conselhos de Núcleo, para apresentação e votação
dos planos e orçamentos dos núcleos. O plano regional deve incluir uma página para cada núcleo, onde
se resumem os principais aspetos contidos em cada um desses planos.
Em dezembro, organiza-se a Luz da Paz de Belém, que é celebrada normalmente no Campo-
Escola de Fraião, numa dinâmica de passagem da luz aos núcleos, que no dia seguinte a replicam para os
agrupamentos, para que estes a possam levar às famílias das suas comunidades paroquiais em que se
inserem.
Na primavera, realizam-se, preferencialmente no mesmo fim de semana, os Festivais Regionais
(Festival Monsenhor Américo e Festival de Curtas Metragens – Escurtas). A Junta Regional poderá
considerar adicionar outros festivais no mesmo fim de semana, procurando abranger um cada vez maior
número de manifestações artísticas dos escuteiros.
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As atividades regionais têm vindo a ser um outro motor da unidade regional, ao percorrerem
todos os núcleos. Ao longo do triénio, e no conjunto de 3 triénios, cada atividade regional é acolhida por
um núcleo diferente, sendo coorganizada pela Junta Regional e pela Junta de Núcleo anfitriã.
Para além das atividades anuais que ocorrem em momentos específicos, decorrem, de forma
permanente, 2 iniciativas regionais que ajudam a trabalhar a unidade regional: o Fundo Sol & Dário e o
BUE Braga.
O Fundo Sol & Dário pretende promover a educação para a solidariedade, incentivando os
escuteiros a desenvolverem a dimensão social do seu crescimento pessoal, apresentando ou despertando
a criação de oportunidades educativas que concretizam os trilhos propostos no progresso educativo do
método escutista. Na prática, tendo vindo a dinamizar um conjunto de iniciativas de partilha regional
inseridas nas atividades regionais (como são exemplo, a recolha de tampinhas, alimentos, medicamentos,
brinquedos ou material escolar, nas Aberturas Regionais do Ano Escutista), e tem vindo a divulgar as
ações locais solidárias que as unidades dos agrupamentos nos enviam.
O BUE Braga é um projeto autónomo que saiu do Fundo Sol & Dário e que tem como
principais finalidades contribuir para o apoio solidário a escuteiros de famílias carenciadas, estimular a
maior sensibilização para a temática solidária nos escuteiros da região de Braga, apoiar o crescimento
dos escuteiros na área de desenvolvimento social e estimular hábitos de poupança e de sobriedade nos
escuteiros. Na prática, o BUE Braga organiza campanhas de recolha de peças usadas do uniforme
escutista, que são depois escolhidas, limpas de insígnias, lavadas, reparadas e re-empacotadas, para
poderem ser oferecidas aos escuteiros que delas precisem e as peçam (sem identificar o destinatário).
Para todas estas atividades, e como forma de estimular a unidade através da participação
regional dos escuteiros, nas diversas atividades, centros escutistas e oportunidades de desenvolvimento
de atividades locais, a Junta Regional de Braga promove ainda uma insígnia anual com o tema do ano
escutista, à volta da qual os escuteiros podem colecionar complementos que a completam e lhe dão um
caráter próprio, de acordo com os desafios que cada escuteiro decidiu agarrar:
Figura 2: Exemplo de insígnia anual regional (ano de 2011/2012)
Finalizamos esta comunicação com a apresentação, para além das competências regulamentares
previstas, as atribuições específicas que competem à Junta Regional de Braga e às Juntas de Núcleo,
neste modelo de organização, de partilha e de unidade de uma região com cerca de 15000 escuteiros.
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Principais atribuições da Junta Regional
Promover a formação e qualificação de dirigentes e dirigir o Centro de Formação Calouste
Gulbenkian.
Informação da Região sobre atividades, efemérides, eleições e outros assuntos relevantes.
Relações públicas, especialmente ao nível distrital ou diocesano e junto da comunicação
social de âmbito regional.
Promoção da participação de contingentes regionais em atividades nacionais e internacionais.
Relacionamento da Região com os órgãos Nacionais da Associação.
Direção do Apúlia Centro Escutistas e do Campo-escola de Fraião.
Dinamização de grandes atividades (ARAE, Festivais, JOTA/JOTI, Acareg)
Principais atribuições das Juntas de Núcleo:
Elaboração e concretização de um programa anual.
Promoção da formação contínua de dirigentes.
Produção de materiais de apoio às atividades das unidades.
Visitas aos agrupamentos.
Formação de novos agrupamentos.
Relações públicas junto das entidades da área geográfica de influência.
Realização da operação Censo.
Realização das atividades regulamentarmente exigidas.
Promoção das metodologias educativas, Sistema de Progresso e vida de campo nas unidades.
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