View
221
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
8/7/2019 VINCULAO CONSTITUCIONAL DOS PODERES PBLICOS
1/5
VINCULAO CONSTITUCIONAL DOS PODERES PBLICOS
Nota: os apontamentos apresentados foram recolhidos em aula tericade Direito Constitucional II, leccionada pela Exma. Professora Doutora
Cristina Queiroz.
Vinculao constitucional dos poderes pblicos o Reconhecimento do exerccio do poder de forma patolgica,
transgredindo os limites que lhe so impostos, o que implica
a adopo de tcnicas de limitao;
o Face ao poder exercido pelos rgos de soberania e ao poderexercido pela sociedade civil, o controlo recproco de poderes
no serve para a imposio da limitao;
o Formas de controlo recproco de poderes, por Montesquieu(checks and balances, nos EUA) e de controlo autnomo de
poderes (tribunais);
o Numa perspectiva histrica, o primeiro instituto a surgir oda responsabilidade poltica, na passagem das Monarquias
tradicionais para as Monarquias constitucionais,
nomeadamente no Reino Unido, passando o Governo e
ministros a responder perante o Parlamento;
o Em Portugal, num sistema de base parlamentar, o Governoassume a sua responsabilidade poltica perante a Assembleia
da Repblica (AR), que o pode demitir, por diversos motivos e
recursos;
o As Constituies do sculo XIX so tendencialmente flexveis,no havendo separao entre a legislao constitucional e a
legislao ordinria, o que no sucede nos EUA, j em plenaRepblica (artigo 6. da Constituio Americana, que tem
como seu guardio o Supremo Tribunal Federal);
o Evolumos, assim, de um controlo recproco poltico para umcontrolo autnomo;
8/7/2019 VINCULAO CONSTITUCIONAL DOS PODERES PBLICOS
2/5
o Recurso a um sistema jurisdicional para a resoluo delitgios, resolvidos por um terceiro imparcial (tribunais);
o Impe-se formas de tutela e de jurisdio mais capazes degarantir o cumprimento dos limites impostos:
Princpio da constitucionalidade em sentido amplo(artigo 3., n.2 CRP);
Princpio da constitucionalidade em sentido estrito (artigo 3., n.3 CRP);
Definio de inconstitucionalidade (artigo 277., n.1CRP).
o Controlo e garantia Controlo
y Expresso utilizada e desenvolvida por KarlLowenstein, defendida por Jos Joaquim Gomes
Canotilho (Teoria do Controlo de Normas);
y Utiliza-se para qualificar a actividadedesenvolvida pelos rgos do poder judicial
(controlo judicial).
Garantiay Utiliza-se para qualificar a actividade
desenvolvida pelos rgos do poder poltico,
sendo o Presidente da Repblica, por exemplo,
um instituto de garantia da constituio;
y Fala-se em garantia da constitucionalidade peloTribunal Constitucional, por fora da noo
defendida por juristas italianos e por aqueles que
sofreram significativa influncia doconstitucionalismo italiano, como Jorge Miranda.
8/7/2019 VINCULAO CONSTITUCIONAL DOS PODERES PBLICOS
3/5
o Interpretao do controlo de constitucionalidade 1. Modelo britnico
y Sistema histrico ingls, que se faz por evoluoem que o Parlamento soberano e a ele
compete pedir a responsabilidade do Gabinete e
garantir o cumprimento das competncias;
y Ver artigo 162. CRP (reserva absoluta decompetncia de fiscalizao da AR).
2. Modelo francsy No final do sculo XIX, instituda uma Repblica
efmera e chega-se a uma dada altura em que
necessrio que as pessoas possam agir contra
violaes do poder (recurso por excesso de
poder);
y Preocupao em no ferir a soberania doParlamento, defensor dos Direitos, Liberdades e
Garantias Fundamentais;
y Controlo apenas do poder executivo eadministrativo.
3. Modelo americanoy Data desde 1787, data da Constituio
Americana, qual foi aditada a Declarao de
Direitos;
y Sempre afirmou a soberania da Constituio; y Estabelece uma distino entre o poder
legislativo e o poder constitucional;
y Estabelece formas de controlo daconstitucionalidade: leis provenientes do
Congresso contra abusos do poder legislativo; y Regime republicano e democrtico; y O Supremo Tribunal Federal responsvel pela
fiscalizao da constitucionalidade;
8/7/2019 VINCULAO CONSTITUCIONAL DOS PODERES PBLICOS
4/5
y Modelo americano difuso e desconcentrado.Distingue-se do modelo austraco de controlo da
constitucionalidade, concentrado, atravs de
Tribunais Constitucionais.
o Com o fim da I Guerra Mundial, so institudos os tribunaisconstitucionais austraco e checoslovaco e nota-se o
contributo de Hans Kelsen, pai da Constituio Austraca,
isto numa 1. vaga de criao de Tribunais de Justia
Constitucional;
o Aps a II Guerra Mundial, desenrolam-se as 2. e 3. vagas decriao de Tribunais de Justia Constitucional, verificando-se
formas de controlo autnomo, que fazem parte actualmente
do conceito de Estado de Direito.
Restituio da Constituio Austraca; 1948 Constituio Italiana; 1949 Constituio Alem; 1958 Constituio Francesa (VRepblica); 1978 Constituio Espanhola; 1982 Constituio Polaca; 1984 Constituio Hngara.
o A existncia de Tribunais Constitucionais constitui um valorconstitucional;
o Um Estado de Direito depende de formas de controlo daconstitucionalidade, para garantir a inexistncia de formas de
imunidade e privilgios;
o
Importa referenciar a exposio deR
en Marcic sobre aimportncia da instituio de Tribunais de Justia
Constitucional num Estado de Direito;
o De igual modo, revela-se importante salientar a polmicaHans Kelsen Carl Schmitt sobre quem o guardio da
Constituio: o Parlamento ou o Presidente do III Reich.
8/7/2019 VINCULAO CONSTITUCIONAL DOS PODERES PBLICOS
5/5
Ambos defendem a existncia de um guardio da Lei
Fundamental, mas advogam diferentes perspectivas.
o Controlo da constitucionalidade no Direito ConstitucionalPortugus
Nos primrdios, apresenta uma forma de tutela polticapara fiscalizao da constitucionalidade;
1911 Constituio Republicanay Prev as leis de autorizao legislativa;y Consagra o controlo de constitucionalidade
(artigo 63.) pelos tribunais para fiscalizao de
inconstitucionalidade material;
y No havia, ainda, Tribunal de JustiaInternacional.
1933 Constituio do Estado Novoy A fiscalizao de inconstitucionalidade material
pode ser feita por todos os tribunais;
y Actos internacionais fiscalizados pela AssembleiaNacional (artigo 132.)
1976 Constituio Democrticay O texto da Constituio de 1976 no podia ser
revisto no perodo transitrio de 5 anos. Durante
este perodo, exerceu funes o Conselho da
Revoluo, institudo pela Assembleia do
Movimento das Foras Armadas, no sentido de
regular a actividade do exrcito, sendo
coadjuvado por emritos juristas que integrarama Comisso Constitucional;
y 1982 Institucionalizao do TribunalConstitucional (sistema concentrado de
fiscalizao).
Recommended