Acordo ortografico de_1990

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Clara Barros

12 de março de 2011

Clara Barros

• Foi aprovado em 2008 por Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Brasil e Portugal, ficando prevista a sua implementação a partir de 2009.

• A existência de duas ortografias oficiais da língua portuguesa é considerada prejudicial para a sua unidade intercontinental sendo desejável uma unificação. Foram propostas alterações que afectaram ambas as normas ortográficas vigentes.

Clara Barros

Não sofreram alterações

• BASE I: do alfabeto e dos nomes próprios

estrangeiros e seus derivados

• BASE II: do H incial e final.

• BASE III: da homofonia de certos grafemas

consonânticos

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BASE IV: das sequências consonânticas1.º o c das sequências interiores cc, cç e ct, e o p das

sequências interiores pc, pç e pt, ora se conservam, ora

se eliminam.

BASE IV

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BASE IV: das sequências consonânticas

a) Conservam-se quando se dizem:

compacto, convicção, ficção, friccionar, pacto,

adepto, apto, rapto, erupção, eucalipto.

b) Eliminam-se quando são mudos:

ação, acionar, ativo, afetivo, ato, coleção, coletivo,

direção, diretor, exato, objeção;

adoção, adotar, batizar, Egito, ótimo.

BASE IV

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BASE IV: das sequências consonânticas

c) Conservam-se ou eliminam-se facultativamente quando

oscilam entre a prolação e o emudecimento:

aspecto e aspeto, cacto e cato, caracteres e

carateres, dicção e dição; facto e fato, sector e

setor, ceptro e cetro, concepção e conceção,

corrupto e corruto, recepção e receção;

BASE IV

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BASE IV: das sequências consonânticas

d) Nas sequências interiores mpc, mpç e mpt se eliminar

o p, o m passa a n, escrevendo-se, respetivamente, nc, nç

e nt:

assumpcionista e assuncionista; assumpção e

assunção; assumptível e assuntível; peremptório e

perentório, sumptuoso e suntuoso, sumptuosidade e

suntuosidade.

BASE IV

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BASE IV: das sequências consonânticas

2.º Casos de oscilação entre a prolação e o

emudecimento:

- O b da sequência bd e da sequência bt em

súbdito e em subtil (e seus derivados);

- O g da sequência gd, em amígdala, amigdalite;

- O m da sequência mn, em amnistia, indemnizar,

omnipotente, omnisciente, etc.;

- O t da sequência tm, em aritmética e aritmético

conserva-se ou elimina-se.

BASE IV

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Não sofreram alterações

• BASE V: das vogais átonas

• BASE VI: das vogais nasais

• BASE VII: dos ditongos

• BASE VIII: da acentuação gráfica das palavras oxítonas

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BASE IV: das sequências consonânticas

3.º Não se acentuam os ditongos representados por ei e oi

da sílaba tónica das palavras graves. Oscilam entre o

fechamento e a abertura na sua articulação:

assembleia, boleia, ideia, baleia, cadeia, cheia,

meia, epopeico, onomatopeico, proteico;

apoio (de apoiar), apoio (subst.), Azoia, boia, boina,

comboio (subst.), dezoito, heroico, jiboia, paranoico.

(Mudança que afeta mais palavras no Brasil)

BASE IX: da acentuação gráfica das palavras paroxítonas.

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BASE IV: das sequências consonânticas

4.º É facultativo assinalar com acento agudo as formas

verbais de pretérito perfeito do indicativo, do tipo amámos,

louvámos, para as distinguir das correspondentes formas

do presente do indicativo (amamos, louvamos), já que o

timbre da vogal tónica é aberto naquele caso em certas

variantes do português.

BASE IX

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BASE IV: das sequências consonânticas

6.º Assinalam-se com acento circunflexo:

b) Facultativamente, dêmos (1.ª pessoa do plural do

presente do conjuntivo), para se distinguir da

correspondente forma do pretérito perfeito do indicativo

(demos); fôrma (substantivo), distinta de forma

(substantivo; 3.ª pessoa do singular do presente do

indicativo ou 2.ª pessoa do singular do imperativo do verbo

formar).

BASE IX

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BASE IV: das sequências consonânticas

7.º Prescinde-se de acento circunflexo nas formas verbais

paroxítonas que contêm um e tónico oral fechado em hiato

com a terminação -em da 3.ª pessoa do plural do presente

do indicativo ou do conjuntivo, conforme os casos:

creem, deem (conj.), desdeem (conj.), leem,

preveem, releem, reveem, tresleem, veem.

BASE IX

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BASE IV: das sequências consonânticas

9.º Prescinde-se, quer do acento agudo, quer do

circunflexo, para distinguir palavras graves que, tendo

respetivamente vogal tónica aberta ou fechada, são

homógrafas de palavras proclíticas. Assim, deixam de se

distinguir pelo acento gráfico: - para (á), de parar, e para, preposição;

- pela(s) (é), de pelar, e pela(s), combinação de per e la(s);

- pelo (é), de pelar, e pelo(s) (ê), substantivo ou combinação

de per e lo(s);

- polo(s) (ó), substantivo, e polo(s), combinação antiga e

popular de por e lo(s); etc.

BASE IX

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BASE IV: das sequências consonânticas

3.º Levam acento agudo ou acento circunflexo as palavras

esdrúxulas, cujas vogais tónicas grafadas e ou o estão em

final de sílaba e são seguidas das consoantes nasais m ou

n, conforme o seu timbre é, respetivamente, aberto ou

fechado:

académico/acadêmico, anatómico/anatômico, cénico/cênico,

cómodo/cômodo, fenómeno/fenômeno, género/gênero,

topónimo/topônimo; Amazónia/Amazônia, António/Antônio,

blasfémia/blasfêmia, fémea/fêmea, gémeo/gêmeo,

génio/gênio, ténue/tênue.

BASE XI: da acentuação gráfica das palavras proparoxítonas

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Não sofreram alteração

BASE XII: do emprego do acento grave

BASE XIII: da supressão dos acentos em palavras derivadas

BASE XIV: do trema (Só muda no Brasil)

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BASE IV: das sequências consonânticas

1.º Emprega-se o hífen nas palavras compostas por justaposição que

não contêm formas de ligação e cujos elementos, constituem uma

unidade e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o

primeiro elemento estar reduzido:

ano-luz, arco-íris, decreto-lei, médico-cirurgião, tenente-coronel,

tio-avô, turma-piloto; amor-perfeito, guarda-noturno, norte-americano,

sul-africano; afro-asiático, azul-escuro, luso-brasileiro,

primeiro-ministro, segunda-feira; conta-gotas, finca-pé, guarda-chuva

Nota: grafam-se aglutinadamente - girassol, madressilva,

mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, etc.

BASE XV: do hífen em compostos, locuções e encadeamentos vocabulares

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BASE IV: das sequências consonânticas

6.º Nas locuções de qualquer tipo, não se emprega em geral o hífen,

salvo algumas exceções já consagradas pelo uso:

água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito,

pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

Exemplo de emprego sem hífen:

a) Substantivas: cão de guarda, fim de semana, sala de jantar;

b) Adjetivas: cor de açafrão, cor de café com leite, cor de vinho

BASE XV

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BASE IV: das sequências consonânticas

Só se emprega o hífen:

a) Quando o segundo elemento começa por h:

anti-higiénico, co-herdeiro, extra-humano,

super- homem, geo-história, neo-helénico,

pan-helenismo, semi-hospitalar.

BASE XVI: do hífen nas formações por prefixação,

recomposição e sufixação.

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BASE IV: das sequências consonânticas

b) Nas formações em que o prefixo termina na mesma vogal

com que se inicia o segundo elemento:

anti-ibérico, contra-almirante, infra-axilar,

supra-auricular; arqui-irmandade, auto-observação,

eletro-ótica, micro-onda, semi-interno.

Nota: Exceto nas formações com o prefixo co-:

coobrigação, coocupante, coordenar, cooperação,

cooperar, etc.;

BASE XVI

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BASE IV: das sequências consonânticas

c) Nas formações com os prefixos circum- e pan-, quando o

segundo elemento começa por vogal, m ou n:

circum-escolar, circum-murado, circum-navegação;

pan-africano, pan-mágico, pan-negritude;

BASE XVI

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BASE IV: das sequências consonânticas

d) Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super-,

quando combinados com elementos iniciados por r:

hiper-requintado, inter-resistente, super-revista;

BASE XVI

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BASE IV: das sequências consonânticas

e) Nas formações com os prefixos ex-, sota-, soto-, vice- e

vizo- e os prefixos tónicos acentuados pós-, pré- e pró- :

ex-almirante, ex-diretor, ex-hospedeira, ex-presidente,

ex-primeiro-ministro, ex-rei; sota-piloto, soto-mestre,

vice-presidente, vice-reitor, vizo-rei;

pós-graduação, pós-tónico (mas pospor); pré-escolar,

pré-natal (mas prever); pró-africano, pró-europeu (mas

promover)

BASE XVI

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BASE IV: das sequências consonânticas

2.º Não se emprega o hífen:

a) Nas formações em que o prefixo termina em vogal e o

segundo elemento começa por r ou s, duplicando-se estas

consoantes:

antirreligioso, antissemita, contrarregra, contrassenha,

cosseno, extrarregular, infrassom, minissaia, biorritmo,

biossatélite, microssistema, microrradiografia;

BASE XVI

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BASE IV: das sequências consonânticas

b) Nas formações em que o prefixo termina em vogal e o

segundo elemento começa por vogal diferente:

antiaéreo, coeducação, extraescolar, aeroespacial,

autoestrada, autoaprendizagem, agroindustrial,

hidroelétrico, plurianual.

BASE XVI

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BASE IV: das sequências consonânticas

1.º (sem alteração) Emprega-se o hífen na ênclise e na

tmese:

amá-lo, dá-se, deixa-o, partir-lhe; amá-lo-ei,

enviar-lhe-emos.

2.º Não se emprega o hífen nas ligações da preposição de às

formas monossilábicas do presente do indicativo do verbo

haver:

hei de, hás de, hão de, etc.

BASE XVII: do hífen na ênclise, na tmese e com o verbo haver

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Não sofreu alteração

BASE XVIII: do apóstrofo

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BASE IV: das sequências consonânticas

1.º A letra minúscula inicial é usada:

b) Nos nomes dos dias, meses, estações do ano:

segunda-feira; outubro; primavera;

c) Nos bibliónimos: (opcionalmente)

O Senhor do Paço de Ninães, O senhor do paço de Ninães,

Menino de Engenho ou Menino de engenho,

Árvore e Tambor ou Árvore e tambor;

d) Nos usos de fulano, sicrano, beltrano;

BASE XIX: das minúsculas e maiúsculas.

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BASE IV: das sequências consonânticas

e) Nos pontos cardeais (mas não nas abreviaturas):

norte, sul (mas: SW sudoeste);

f) Nos títulos e hagiónimos (opcionalmente, neste caso, também com

maiúscula):

senhor doutor Joaquim da Silva, bacharel Mário Abrantes, santa

Filomena (ou Santa Filomena);

g) Nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas

(opcionalmente, também com maiúscula): português (ou Português),

matemática (ou Matemática); línguas e literaturas modernas (ou Línguas

e Literaturas Modernas).

BASE XIX

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BASE IV: das sequências consonânticas

2.º A letra maiúscula inicial é usada:

g) Nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados

absolutamente:

Nordeste, por nordeste do Brasil, Norte, por norte de

Portugal, Meio-Dia, pelo sul da França ou de outros

países, Ocidente, por ocidente europeu, Oriente, por

oriente asiático;

BASE XIX

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BASE IV: das sequências consonânticas

6.º Na translineação de uma palavra composta ou de uma

combinação de palavras em que há um hífen ou mais, se a

partição coincide com o final de um dos elementos ou

membros, deve, por clareza gráfica, repetir-se o hífen no

início da linha imediata:

ex- -alferes, serená- -los-emos ou serená-los- -emos,

vice- -almirante.

BASE XX: da divisão silábica

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BASE IV: das sequências consonânticas

• ILTEC – Instituto de Linguística Teórica e Computacional

(www.iltec.pt)

• Portal da Língua Portuguesa

• O Conversor do Acordo Ortográfico Porto Editora

• O corretor Lince

• Vocabulário Ortográfico do Português (VOP)

• Observatório da Língua Portuguesa

(www.observatorio-lp.sapo.pt)

A consultar:

Clara Barros

12 de março de 2011

Clara Barros

BASE IV: das sequências consonânticas

- Supressão da escrita das consoantes não articuladas

- Dupla acentuação

- Supressão de acento gráfico nos ditongos ei e oi tónicos

das palavras paroxítonas.

-Supressão de acento circunflexo (opcional)

É facultativo o acento agudo nas formas verbais de pretérito

perfeito do indicativo, do tipo amámos, louvámos.

Clara Barros

BASE IV: das sequências consonânticas

Prescinde-se de acento circunflexo nas formas verbais

paroxítonas que contêm um e tónico oral fechado em hiato

com a terminação -em da 3ª pessoa do plural do presente do

indicativo ou do conjuntivo, conforme os casos:

creem, deem (conj.), descreem, desdeem (conj.),

leem, preveem, redeem (conj.), releem, reveem,

tresleem, veem.

Clara Barros

BASE IV: das sequências consonânticas

-Emprega-se o hífen quando o segundo elemento da

formação começa por h ou pela mesma vogal ou consoante

com que termina o prefixo

- Emprega-se o hífen quando o prefixo termina em m e o

segundo elemento começa por vogal, m ou n

Clara Barros

BASE IV: das sequências consonânticas

- Emprega-se o hífen nas formações em que o prefixo

termina na mesma vogal com que se inicia o segundo

elemento. Mas com o prefixo co-, este aglutina-se em geral

com o segundo elemento.

-Emprega-se o hífen com os seguintes prefixos:

ex-, sota- e soto-, vice- e vizo- pós-, pré e pró-.

Clara Barros

BASE IV: das sequências consonânticas

- Quando o prefixo termina em vogal e o segundo

elemento começa por r ou s, estas consoantes dobram-se

(microssistema)

Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento

começa por vogal diferente daquela, as duas formas

aglutinam-se, (antiaéreo)

Suprime-se o hífen nas formas: hei de, hás de, há de

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BASE IV: das sequências consonânticas

-Supressão de maiúsculas

nos nomes de pontos cardeais: sul, norte;

nos títulos: senhor presidente;

nos designativos dos meses e dias de semana: dezembro,

maio;

nos títulos bibliográficos: A ilustre casa de Ramires.

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BASE IV: das sequências consonânticasEste acordo põe perante nós as «Bases analíticas

simplificadas da língua portuguesa de 1945, renegociadas

em 1975, consolidadas em 1986 e ratificadas em 1990»

Breve apresentação - cronologia das reformas e acordos.

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BASE IV: das sequências consonânticas

Gafia do Português desde finais do Séc XII - A escrita

praticada no período medieval era de cariz fonético e

etimológico.

Do Séc XVI até séc. XX - Em Portugal e no Brasil a escrita

praticada era de cariz etimológico.

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BASE IV: das sequências consonânticas

1885 – Bases da Ortografia Portuguesa, de Gonçalves Viana

1904 – Ortografia Nacional, de Gonçalves Viana

1907 – A Academia Brasileira de Letras começa a simplificar

a escrita nas suas publicações.

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BASE IV: das sequências consonânticas

1911 – Primeira Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa:

Uniformização e simplificação da ortografia.

Não foi extensiva ao Brasil.

Clara Barros

BASE IV: das sequências consonânticas

1931 – É aprovado o primeiro Acordo Ortográfico entre o

Brasil e Portugal, que visa suprimir as diferenças, unificar e

simplificar a ortografia da língua portuguesa.

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BASE IV: das sequências consonânticas

1943 – É redigido o Formulário Ortográfico de 1943, na

primeira Convenção Ortográfica entre Brasil e Portugal.

1945 – Um novo Acordo Ortográfico – “Bases analíticas

simplificadas da língua portuguesa” torna-se lei em Portugal,

mas não no Brasil.

Os brasileiros continuam a regular-se pela ortografia do

Vocabulário de 1943.

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BASE IV: das sequências consonânticas

1967 – Revisão do acordo de 1945.

1971 – São promulgadas alterações no Brasil, reduzindo as

divergências ortográficas com Portugal.

1973 – São promulgadas alterações em Portugal, reduzindo

as divergências ortográficas com o Brasil.

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BASE IV: das sequências consonânticas

1975 – Novo projeto de acordo, que não é aprovado

oficialmente.

1986 – Memorando Sobre o Acordo Ortográfico da Língua

Portuguesa - Acordo Ortográfico de 1986. (Sete países de

língua oficial portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde,

Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe).

1990 – Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua

Portuguesa. Elaboração da base do Acordo Ortográfico da

Língua Portuguesa. O documento entraria em vigor, no dia 1 de

janeiro de 1994.

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BASE IV: das sequências consonânticas

1995 – O Acordo Ortográfico de 1990 é ratificado por Portugal,

Brasil e Cabo Verde.

1998 - Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico da Língua

Portuguesa.

2002 – Timor-Leste torna-se independente e passa a integrar a

Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

2004 – Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da

Língua Portuguesa.

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BASE IV: das sequências consonânticas

2006 – Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe ratificam o

documento, possibilitando a entrada em vigor do Acordo

Ortográfico de 1990.

2008 – O Acordo Ortográfico de 1990 é aprovado por Cabo

Verde, São Tomé e Príncipe, Brasil e Portugal.

2009 – Entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990 no

Brasil. Implementação em Portugal.

São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Timor-Leste e Guiné-

Bissau ratificaram o Acordo Ortográfico de 1990, embora não

o tenham implementado.

Falta a ratificação de Angola e Moçambique.

Clara Barros

BASE IV: das sequências consonânticas

O Acordo de 1945 propunha uma unificação ortográfica

absoluta que rondava os 100% do vocabulário geral da língua.

o Acordo de 1986 conseguia a unificação ortográfica em cerca

de 99,5% do vocabulário geral da língua.

O novo Acordo unifica ortograficamente cerca de 98% do

vocabulário geral da língua.

Clara Barros

BASE IV: das sequências consonânticas

O contexto permite distinguir tais homógrafas.

para (á), flexão de parar, para, preposição pelo (é), flexão de

pelar, pelo (ê), substantivo, pelo, contracção de per e lo, etc.

1. Igual a acerto (ê), substantivo, e acerto (é), flexão de

acertar; acordo (ô), substantivo, e acordo (ó), flexão de

acordar; cor (ô), substantivo, e cor (ó), elemento da locução

de cor; sede (ê) e sede (é), fora (ô), flexão de ser e ir, e fora

(ó), advérbio etc.;

Clara Barros

BASE IV: das sequências consonânticas

2. Não se assinala, em geral, na ortografia do português, o

timbre das vogais tónicas a, e e o das palavras paroxítonas.

O sistema ortográfico não admite, pois, a distinção entre, por

exemplo: cada (â) e fada (á), para (â) e tara (á); janela (é) e

janelo (ê), escrevera (ê), e Primavera (é); moda (ó) e toda (ô),

virtuosa (ó) e virtuoso (ô); etc.

Clara Barros

BASE IV: das sequências consonânticas

A nova regra ortográfica para estes casos é muito clara:

As consoantes c e p de certos grupos consonânticos só se

escrevem quando se pronunciam em qualquer pronúncia

culta da língua. Ou seja: pronunciam-se escrevem-se, não se

pronunciam não se escrevem, com enormes vantagens

pedagógicas.

Clara Barros

BASE IV: das sequências consonânticas

Várias consoantes etimológicas se foram perdendo: anedota,

contrato, dicionário, tratar, prática, vitória, estrutura, ditar

Clara Barros

BASE IV: das sequências consonânticas

Mantêm-se na língua palavras com vogal átona aberta, não

assinaladas por „letra muda‟ nem nenhum outro sinal gráfico,

sem que isso cause perturbação. Exemplos:

geração, caveira, credor, quaresmal, sarmento,

especado, especular, aguar, aguadeiro, aguaceiro,

esfomeado, retaguarda, sadio, agachar, retrovisor,

eborense, corar, padeiro, oblação, pregar,

Clara Barros

BASE IV: das sequências consonânticas

Por outro lado, a conservação de „consoante muda‟ não

impede a tendência para o ensurdecimento da vogal anterior

em casos como accionar, actual, actualidade, exactidão,

tactear, etc.;

Clara Barros

BASE IV: das sequências consonânticas

A aplicação do princípio, baseado no critério da pronúncia, de

que as consoantes c e p em certas sequências

consonânticas se suprimem, quando não articuladas, conduz

a algumas incongruências:

• apocalítico a par de apocalipse

• Egito a par de egípcio

• Noturno ao lado de noctívago, etc.

Clara Barros

BASE IV: das sequências consonânticas

Já existem nas bases de 1945 divergências ortográficas do

mesmo tipo das que agora se propõem:

• assunção ao lado de assumptivo

• cativo a par de captor e captura

• dicionário, mas dicção, etc.

Clara Barros

BASE IV: das sequências consonânticas

De um modo geral pode dizer-se que o emudecimento da

consoante (excepto em dicção, facto, sumptuoso e poucos

mais) se verifica, sobretudo, em Portugal e nos países

africanos, enquanto no Brasil há oscilação entre a prolação e

o emudecimento da mesma consoante.

Clara Barros

12 de Março de 2011