Bios e barramentos

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BIOS  e  Barramentos

Professor  Wagner  Gadêa Lorenzwagnerglorenz@gmail.com

São  Vicente  do  Sul,  10  de  Outubro  de  2013

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Objetivos

Apresentar as características e conceitos sobre BIOS e

barramentos.

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BIOS, em computação Basic Input/Output System (Sistema

Básico de Entrada/Saída).

Introdução

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O BIOS contém todo o software básico, necessário para

inicializar a placa-­‐mãe, checar os dispositivos instalados e

carregar o sistema operacional, o que pode ser feito a partir

do HD, CD-­‐ROM, pendrive, ou qualquer outra mídia

disponível.

Introdução

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O BIOS inclui também o setup, o software que permite

configurar as diversas opções oferecidas pela placa.

O processador é programado para procurar e executar o

BIOS sempre que o micro é ligado, processando-­‐o da mesma

forma que outro software qualquer.

Introdução

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É por isso que nenhuma placa-­‐mãe funciona “sozinha”:

você precisa ter instalado o processador e os módulos de

memória para que o PC possa iniciar o boot.

Introdução

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Por definição, o BIOS é um software, mas por outro lado ele fica

gravado em um chip espetado na placa-­‐mãe, o que ofusca um

pouco a definição.

Na maioria dos casos, o chip combina uma pequena quantidade

de memória Flash (512 ou 1024 KB no caso dos chips PLCC), o

CMOS (que é composto por 128 a 256 bytes de memória volátil)

e o relógio de tempo real.

Introdução

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Nas placas antigas era utilizado um chip DIP, enquanto nas atuais

é utilizado um chip PLCC (Plastic Leader Chip Carrier), que é bem

mais compacto.

Introdução

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BIOS

9Chip  PLCC  com  o  BIOS  em  uma  placa  da  Asus.

Mais recentemente, muitos fabricantes passaram a armazenar o BIOS

em chips de memória Flash NOR de acesso serial, que também

cumprem com a função, mas são menores e um pouco mais baratos

que os chips PLCC.

Outra tendência crescente é o uso de um segundo chip com uma cópia

de backup do BIOS, que é usada em caso de problemas com a

programação do chip principal (como no caso de um upgrade de BIOS

mal-­‐sucedido).

BIOS

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Em placas da Gigabyte, por exemplo, o recurso é chamado de

“Dual-­‐BIOS” e os dois chips de memória Flash são chamados de

B_BIOS e M_BIOS:

BIOS

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BIOS

12B_BIOS  e  M_BIOS  em  placa-­mãe  da  Gigabyte.

Como os chips de memória Flash atuais possuem uma capacidade

maior que a usada pelo BIOS, quase sempre existe algum espaço livre

para armazenamento de informações de diagnóstico ou outros

recursos implementados pelos fabricantes.

No caso das placas da Gigabyte, por exemplo, é possível usar parte do

espaço livre para guardar pequenos arquivos e outras informações

(criando um TXT com senhas ou informações diversas que não é

perdido ao formatar o HD, por exemplo) usando o Smart Recovery, que

faz parte da suíte de softwares da placa.

BIOS

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CMOS serve para armazenar as configurações do setup. Como

elas representam um pequeno volume de informações, ele é

bem pequeno em capacidade.

Assim como a memória RAM principal, ele é volátil, de forma que

as configurações são perdidas quando a alimentação elétrica é

cortada.

BIOS

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Devido a isso, toda placa-­‐mãe inclui uma bateria, que mantém as

configurações quando o micro é desligado.

A mesma bateria alimenta também o relógio de tempo real (real

time clock), que, apesar do nome pomposo, é um relógio digital

comum, que é o responsável por manter atualizada a hora do

sistema, mesmo quando o micro é desligado.

BIOS

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Se você prestou atenção nos três parágrafos anteriores, deve

estar se perguntando por que as configurações do setup não são

armazenadas diretamente na memória Flash, em vez de usar o

CMOS, que é volátil.

BIOS

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Isso seria perfeitamente possível do ponto de vista técnico, mas a

ideia de usar memória volátil para guardar as configurações é

justamente permitir que você possa zerar as configurações do

setup (removendo a bateria, ou mudando a posição do jumper)

em casos onde o micro deixar de inicializar por causa de alguma

configuração incorreta.

BIOS

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Para zerar o CMOS, você precisa apenas cortar o fornecimento

de energia para ele.

Existem duas formas de fazer isso.

BIOS

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A primeira é (com omicro desligado) remover a bateria da placa-­‐

mãe e usar uma moeda para fechar um curto entre os dois

contatos da bateria durante 15 segundos.

Isso garante que qualquer carga remanescente seja eliminada e o

CMOS seja realmente apagado.

BIOS

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A segunda é usar o jumper “Clear CMOS”, que fica sempre

posicionado próximo à bateria.

Ele possui duas posições possíveis, uma para uso normal e outra

para apagar o CMOS (“discharge”, ou “clear CMOS”).

Basta mudá-­‐lo de posição durante 15 segundos e depois

recolocá-­‐lo na posição original.

BIOS

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BIOS

21Jumper  Clear  CMOS.

Uma dica é que muitas placas vêm de fábrica com o jumper na

posição “discharge”, para evitar que a carga da bateria seja

consumida enquanto a placa fica em estoque.

Ao  montar  o  micro,  você  precisa  se  lembrar  de  verificar  e,  caso  

necessário,  mudar  a  posição do  jumper.  Caso  contrário  a  placa  

não funciona,  ou  exibe  uma  mensagem  de  erro durante o  boot e  

não salva as  configurações  do  setup.

BIOS

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Os barramentos: ISA, EISA, VLB e PCI

Junto com os processadores, memória RAM e memória cache,

outra classe importante são os barramentos, já que são eles os

responsáveis por interligar os diferentes componentes da placa-­‐

mãe e permitir o uso de periféricos.

Barramentos

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Acompanhando a evolução dos processadores, os primeiros anos

da plataforma PC foram marcados por uma corrida em torno de

barramentos mais rápidos, capazes de atender à evolução das

placas de vídeo e outros periféricos.

Não é tão diferente do que temos nos dias de hoje (onde as

placas 3D continuam liderando a demanda por novas

tecnologias), mas na época essa era uma questão realmente

urgente.

Barramentos

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O primeiro barramento de expansão usado em micros PC foi o

ISA, que por incrível que pareça, foi usado do PC original (o de

1981) até a época do Pentium III.

Existiram duas versões: os slots de 8 bits, que foram utilizados

pelos primeiros PCs e os slots de 16 bits, introduzidos a partir dos

micros 286.

Barramentos

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Com a introdução dos micros 286, o barramento ISA foi

atualizado, tornando-­‐se o barramento de 16 bits que

conhecemos.

Na época, uma das prioridades foi preservar a compatibilidade

com as placas antigas, de 8 bits.

Justamente por isso, os pinos adicionais foram incluídos na forma

de uma extensão para os já existentes.

Barramentos

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Como você pode ver na imagem, o slot ISA é dividido em duas

partes.

A primeira, maior, contém os pinos usados pelas placas de 8 bits,

enquanto a segunda contém a extensão, que adiciona os pinos

extras.

Barramentos

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Barramentos

28Slots  ISA.

Não demorou para que a Compaq desenvolvesse o EISA e abrisse

as especificações para os demais fabricantes, criando uma

entidade sem fins lucrativos para impulsionar seu

desenvolvimento.

Barramentos

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O EISA é um barramento peculiar. As dimensões são as mesmas

de um slot ISA de 16 bits, porém o slot é mais alto e possui duas

linhas de contatos.

A linha superior mantém a mesma pinagem de um slot ISA de 16

bits, de forma a manter a compatibilidade com todos os

periféricos, enquanto a linha inferior inclui 90 novos contatos,

utilizados pelas placas de 32 bits.

Barramentos

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As placas ISA atingiam apenas os contatos superficiais do

conector, enquanto as placas EISA utilizavam todos os contatos.

Embora o uso de tantos contatos esteja longe de ser uma solução

elegante, é preciso admitir que o EISA foi uma solução

engenhosa para o problema da compatibilidade.

Barramentos

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Barramentos

32Placa  de  vídeo  EISA

Aqui temos os contatos de uma placa de vídeo EISA, que mostra a

organização na prática.

Barramentos

33Slot  EISA

Os slots EISA eram tipicamente marrons, por isso lembram um

pouco um slot AGP, embora bem maiores:

Chegamos então ao PCI, que embora tenha sido introduzido em

1992, continua em uso até os dias de hoje, resistindo aos avanços

do PCI Express.

Barramentos

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O PCI opera nativamente a 33 MHz, o que resulta em uma taxa

de transmissão teórica de 133 MB/s.

Entretanto, assim como em outros barramentos, a frequência do

PCI está vinculada à frequência de operação da placa-­‐mãe, de

forma que, ao fazer overclock (ou underclock) a frequência do

PCI acaba também sendo alterada.

Barramentos

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Como você pode notar, o barramento PCI tem se tornado cada

vez mais lento com relação ao processador e outros

componentes, de forma que, com o passar do tempo, os

periféricos mais rápidos migraram para outros barramentos,

como o AGP e o PCI-­‐Express.

Ou seja, a história se repete, com o PCI lentamente se tornando

obsoleto, assim como aconteceu com o ISA há mais de uma

década atrás.

Barramentos

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Barramentos

37Slots  PCI  (no  centro)  e  PCI  Express

Vida e morte do AGP

Quando o barramento PCI foi introduzido em 1992, os 133 MB/s

oferecidos por ele pareciam mais do que suficientes, já que as

placas de vídeo eram ainda puramente 2D e as controladoras IDE

ainda operavam em modo PIO Mode 4, transferindo a morosos

16.6 MB/s.

Barramentos

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Isso mudou com o surgimento das placas 3D, que passaram a

evoluir rapidamente, sobrecarregando o cansado PCI.

A solução veio com o AGP, um barramento rápido, feito sob

medida para o uso das placas de vídeo.

A versão original do AGP foi finalizada em 1996, desenvolvida

com base nas especificações do PCI 2.1. Ela operava a 66 MHz,

permitindo uma taxa de transferência teórica de 266 MB/s.

Barramentos

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O desempenho de uma placa 3D é fortemente atrelado à

velocidade de acesso à memória. Mais de 95% das informações

que compõem uma cena 3D de um jogo atual são texturas e

efeitos, que são aplicados sobre os polígonos.

As texturas são imagens 2D, de resoluções variadas que são

“moldadas” sobre objetos, paredes e outros objetos 3D, de

forma a criar um aspecto mais parecido com uma cena real.

Barramentos

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A velocidade do barramento AGP é importante quando o

processador precisa transferir grandes volumes de texturas e

outros tipos de dados para a memória da placa de vídeo;

Quando a memória da placa se esgota e ela precisa utilizar parte

da memória principal como complemento;

Também, no caso de chipsets de vídeo onboard, que não

possuem memória dedicada e, justamente por isso, precisam

fazer todo o trabalho usando um trecho reservado da memória

RAM principal.

Barramentos

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Barramentos

42Placa  AGP  de  3.3V  e  placa  AGP  universal.

Barramentos

43Placa  com  slot  AGP  de  3.3V  e  placa  com  slot  de  1.5V

Ao longo da história da plataforma PC, tivemos uma extensa lista

de barramentos, começando com o ISA de 8 bits, usado nos

primeiros PCs, passando pelo ISA de 16 bits, MCA, EISA, e VLB,

até finalmente chegar no barramento PCI, que sobrevive até os

dias de hoje.

O  PCI  Express

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O PCI é um barramento de 32 bits, que opera a 33 MHz,

resultando em uma banda total de 133 MB/s, compartilhada

entre todos os periféricos ligados a ele.

O PCI trouxe recursos inovadores (para a época), como o suporte

a plugand-­‐play e bus mastering e, comparado com os

barramentos antigos, ele é relativamente rápido.

O  PCI  Express

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O grande problema é que ele surgiu no começo da era Pentium,

quando os processadores ainda trabalhavam a 100 MHz.

Hoje em dia temos processadores quad-­‐core se aproximando da

casa dos 4 GHz e ainda assim ele continua sendo usado, com

poucas melhorias.

O  PCI  Express

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O  PCI  Express

47Slots  PCI-­X,  em  comparação  com  slots  PCI  comuns

A característica fundamental do PCI Express é que ele é um

barramento ponto a ponto, onde cada periférico possui um

canal exclusivo de comunicação com o chipset.

No PCI tradicional, o barramento é compartilhado por todos os

periféricos ligados a ele, o que pode criar gargalos, como no caso

das placas soquete 7.

Como  o  PCI  Express  funciona

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Exemplos de barramentos seriais, são o USB, o Serial ATA e o PCI

Express.

A diferença de desempenho entre estes barramentos atuais em

relação aos barramentos antigos é brutal: uma porta paralela

operando em modo EPP transmite a apenas 8 megabits por

segundo, enquanto uma porta USB 2.0 atinge 480 megabits.

Como  o  PCI  Express  funciona

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Uma porta IDE ATA-­‐133 transmite a 133 MB/s, enquanto o SATA

600 atinge 600 MB/s.

O PCI oferece apenas 133 MB/s, compartilhados por todos os

dispositivos, enquanto um slot PCI Express 2.0 x16 atinge

incríveis 8 GB/s.

Como  o  PCI  Express  funciona

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Começando do básico, existem 4 tipos de slots PCI Express, que

vão do x1 ao x16.

O número indica quantas linhas de dados são utilizadas pelo slot

e, consequentemente, a banda disponível.

Como  o  PCI  Express  funciona

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Existem duas versões do PCI Express em uso, o PCI Express 1.x e o

PCI Express 2.0.

O PCI Express 1.x é o padrão inicial (finalizado em 2002),

enquanto o PCI Express 2.0 é a versão mais recente (finalizada

em janeiro de 2007), que transmite ao dobro da velocidade.

Como  o  PCI  Express  funciona

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Apesar da diferença, os dois padrões são intercompatíveis: salvo

raros casos de incompatibilidade, não existem problemas em

instalar uma placa PCI Express 2.0 em um slot PCI Express 1.1, ou

vice-­‐versa, mas em ambos os casos a velocidade é limitada pelo

mais lento

Como  o  PCI  Express  funciona

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Cada linha PCI Express utiliza 4 pinos de dados (dois para enviar e

dois para receber), que operam em modo full-­‐duplex (ou seja,

são capazes de transmitir e receber dados simultaneamente).

No PCI Express 1.x temos 250 MB/s em cada direção por linha de

dados, enquanto no PCI Express 2.0 temos 500 MB/s por linha.

Como  o  PCI  Express  funciona

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Devido à essa característica, é comum que os fabricantes

divulguem que o PCI Express transmite a 500 MB/s no padrão 1.x

e 1000 MB/s no padrão 2.0, mas estes são valores irreais, já que

só ocorreria em situações em que grandes quantidades de dados

precisassem ser transmitidos simultaneamente em ambas as

direções.

Como  o  PCI  Express  funciona

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Junto com o uso do barramento serial, outra grande inovação do

PCI Express foi a de permitir combinar várias linhas de dados em

um único slot, multiplicando a banda disponível.

Com isso, temos, 250 MB/s de banda nos slots PCIe 1.1 x1, 1 GB/s

nos slots x4, 2 GB/s nos slots x8 e 4 GB/s nos slots x16.

No caso das placas com o PCIe 2.0, as velocidades dobram, com

500 MB/s para os slots x1, 2 GB/s nos slots x4, 4 GB/s nos slots x8

e incríveis 8 GB/s nos slots x16.

Como  o  PCI  Express  funciona

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O padrão original também previa o uso de slots x2 e x32, mas

eles nunca chegaram a ser implementados.

Na prática, os slots 8x também são muito raros, de forma que

você verá apenas slots 1x, 4x e 16x nas placas atuais.

Como  o  PCI  Express  funciona

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Como  o  PCI  Express  funciona

58Slot  PCI  Express  x4  aberto  em  uma  ASRock,  para  a  instalação  de  uma  segunda  placa  x16

Como  o  PCI  Express  funciona

59Slots  da  placa-­mãe  Intel  D975BX

Hardware -­ O Guia Definitivo Vol. 2, Morimoto.

Carlos E. Editora Sulina, 2010, pag. 1086.

Referências

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Conteúdo e Dúvidas

q Conteúdo§ Disponível no moodle.

q Dúvidaswagnerglorenz@gmail.com

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