Votnov2010 loyola

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Brasil: cenário econômico 2011

Gustavo Loyola

Apresentação para

BANCO VOTORANTIM

São Vicente (SP), 09/11/2010

CENÁRIO INTERNACIONAL

• Economia mundial se encontra em recuperação, após crise financeira

• Desequilíbrios ainda persistem e dificultam o crescimento nos próximos anos.– Países desenvolvidos (G-3) crescendo pouco e os

emergentes crescendo acima da média.• Riscos mais sérios são: (1) aumento do protecionismo e da

“guerra cambial”; (2) problemas bancários não resolvidos em alguns países desenvolvidos; (3) “default” soberano.

• Dilemas dos governos: ajuste fiscal e reforma regulatória versus crescimento econômico no curto prazo.

• Dificuldades políticas para adotar reformas nas áreas fiscal e financeira agravam os riscos.

• Países emergentes devem continuar sendo os “motores” do crescimento no curto prazo, embora não imunes aos efeitos da crise mundial.

Queda forte nos países desenvolvidos seguida de ligeira recuperação.

Por outro lado, emergentes devem manter ritmo aquecido. Durante a crise foram esses países que mantiveram grande parte da demanda.

Com estas previsões, o crescimento mundial este ano será mais forte e próximo à média histórica em 2011 e 2012.

Fonte: FMI (*projeções Tendências)

Cenário Mundial

2009 2010* 2011* 2012* 2013*EUA -2,4% 2,4% 2,5% 2,8% 3,0%Europa -4,0% 0,9% 1,5% 1,8% 2,0%Japão -5,2% 1,6% 1,8% 1,8% 1,9%

2009 2010* 2011* 2012* 2013*China 8,7% 9,5% 10,0% 9,5% 9,5%India 6,4% 6,4% 7,3% 7,6% 8,0%

2009 2010* 2011* 2012* 2013*Mundo -0,8% 3,4% 3,7% 3,9% 4,2%

PERSPECTIVAS DA ECONOMIA BRASILEIRA

BRASIL MAIS RESISTENTE

• Sistema financeiro sólido e sofisticado– Efeito da boa regulação financeira e da estabilidade

macroeconômica• Estabilidade macroeconômica

– Câmbio flutuante– Banco Central autônomo– Responsabilidade fiscal (superávits primários)– Inflação baixa e sob controle– Capacidade de adotar políticas contracíclicas

• Situação externa confortável– Reservas internacionais superiores à dívida externa– Déficit sustentável em conta-corrente

PERSPECTIVAS PARA 2011

• Há incentivos políticos para a manutenção da responsabilidade macroeconômica.

• O principal risco a um cenário positivo é a má condução da política fiscal• O crescimento da economia volta ao potencial em 2011

(4,8%)• Emprego e renda real em alta: massa salarial cresce 5,3%

em 2011 (6,5% em 2010)• Produção industrial: + 5,7 % (+ 11%% em 2010); vendas

no varejo: + 5,0% em 2011 (+ 10,3% em 2010)• Taxa de câmbio relativamente estável, em termos reais.• Inflação acima da meta de 4,5%, mas ainda na banda de

tolerância.• BC sinaliza manutenção dos juros em 10,75% até o final

do ano. Novas altas necessárias em 2011.• Crédito continuará crescendo com força (PF: + 8,45 % e

PJ: +5,4%, em 2011).

• A confiança do consumidor voltou a atingir patamares recordes sustenta o aumento de demanda.

Confiança do consumidor

Fonte: IBGE (projeção Tendências)

ICC - FGV

90

95

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110

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125

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PessimistaOtimista

• Ocupação já está acima do nível pré-crise. Desaceleração nos últimos meses reflete desaceleração da economia.

• Durante a crise, o desemprego subiu menos que o esperado pela estabilidade da População Economicamente Ativa (PEA). Em 2010, a recuperação do emprego veio com crescimento da PEA, limitando queda da taxa de desemprego.

• Projetamos alta de 3,6% para a ocupação em 2010 e 2,5% em 2011. Para a taxa de desemprego projetamos 6,9% para 2010, 6,3% para 2011.

Mercado de trabalho

Fonte: IBGE (projeção Tendências)

Taxa de desemprego - IBGE

5%

6%

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8%

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14%

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11

P

Número de Ocupados - Dados Dessazonalizados

20.000

20.500

21.000

21.500

22.000

22.500

23.000

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7

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8

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9

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0

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11

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1Projeções

• O rendimento nominal deve crescer 7,8% em 2010 e 8,1% em 2011.

• Já o rendimento real deve se expandir 2,8% em 2010 e 2011.

• A massa real de salários deve subir 6,5% em 2010 e 5,3% em 2011.

Renda e Massa

Fonte: IBGE (projeção Tendências)

Renda Nominal (R$)

800

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1100

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P

Renda Real (R$)

1.150

1.200

1.250

1.300

1.350

1.400

1.450

1.500

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P

Massa salarial

90

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140

150

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4

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t/10

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11

P

• Em julho, houve recuperação na margem (0,4%), após queda de 1,0% em junho. O patamar é 10,0% acima de julho/09, e está -1,3% abaixo do patamar de setembro/08 (pré-crise)• O segundo trimestre cresceu 1,3%, após crescimento de 3,0% no primeiro trimestre.• Em termos de anuais, em 2009 houve queda de 7,4% na indústria, para 2010, projetamos +11,0%; e para 2011 +5,7%.

Produção industrial

Fonte: IBGE (projeção Tendências)

Produção Industrial dessaz.

100

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130

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0

P

Indústria Geral - (% YoY)

-20%

-15%

-10%

-5%

0%

5%

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15%

20%

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t-10

P

• Em julho as vendas cresceram 0,4%, após alta de 1,0% em junho. Patamar atual está 10,1% acima do mesmo mês do ano anterior e 12,7% acima de setembro/08.• Para 2010 projetamos alta de 10,3% e para 2011 alta de 5,0%, reflexo das boas condições no mercado de trabalho, do crédito e o alto patamar da confiança do consumidor.• Para 2011, alta nominal deve ser ao redor de 11,5% (contra 15,8% de 2010).

Consumo

Fonte: IBGE (projeção Tendências)

Vendas no varejo (dessaz.)

90100110120130140150160170180190

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Índice PMC Ampliado

90

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10

No primeiro trimestre economia cresceu 2,7%, com 1,2% de alta no segundo. Para o ano projetamos alta de 7,2%, com altas de 0,8% nos próximos trimestres.

Crescimento potencial do Brasil está entre 4% e 4,5%. Dinâmica atual leva a pressões inflacionárias.

PIB

Fonte: IBGE (projeção Tendências)

PIB (%YoY)

3,2%4,0%

6,1%

5,1%

7,2%

4,8%

5,7%

-0,2%-1%0%1%2%3%4%5%6%7%8%

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

PIB industrial puxa a economia em 2010 (+11,2%)

Agropecuária também tem bom desempenho (+8,1%)

Em 2011 comportamento deve ser mais homogêneo

PIB – Abertura

Fonte: IBGE (projeção Tendências)

Investimentos são destaques em 2010 (+18,8%)

Consumo das Famílias (C) e do Governo (G) se sustentaram em crescimento mesmo em 2009

Consumo das Famílias cresce acima de 5% em 2010 e 2011

-6%

-4%

-2%

0%

2%

4%

6%

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12%

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Agro Ind Serv

-10%

-5%

0%

5%

10%

15%

20%

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

C G I

• Nos primeiros cinco meses a inflação foi alta (3,1%) por problemas pontuais como transporte, alimentos e educação.

• Nos últimos três meses, a reversão da alimentação levou a inflação para zero.

• Para o ano projetamos alta de 5,0%.

• As expectativas de inflação exibiram trajetória de elevação, e superaram a meta. Agora, estão voltando a patamares mais baixos.

• Projetamos convergência em direção ao centro da meta apenas em 2012.

Inflação

Fonte: IBGE (projeção Tendências)

IPCA

-0,2%

0,0%

0,2%

0,4%

0,6%

0,8%

1,0%

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4

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5

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0

-2%

-1%

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1%

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3%

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7%

8%

9%

mensal 12 meses (eixo direito)

P

IPCA

5,7%

3,1%

4,5%

5,9%

4,3%

5,0% 5,2%

0%

1%

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6%

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

P

Expectativas - Inflação• Expectativas de 2010 recuaram devido a inflação corrente baixa, mas este movimento deve perder força ao longo das próximas semanas.

• Expectativas de 2011 começaram a se deteriorar após sinalização do BC de fim do aperto monetário, dado que boa parte do mercado não concorda com o diagnóstico do BC. Movimento deve continuar.

Fonte: Banco Central

Focus

3,75

4,00

4,25

4,50

4,75

5,00

5,25

5,50

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0

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10

IPCA 2010 IPCA 2011 IPCA 2012

Focus - IPCA 2011

4.70

4.75

4.80

4.85

4.90

4.95

5.00

31-m

ar

14-a

br

28-a

br

12-m

ai

26-m

ai

9-ju

n

23-ju

n

7-ju

l

21-ju

l

4-ag

o

18-a

go

1-se

t

Mediana Média

últimas reuniões do Copom

• Na nossa percepção, fim do ciclo de alta de juros é prematura, dado que desaceleração do crescimento e queda da inflação são temporários.• Retomada do crescimento elevará inflação e deteriorará expectativas, o que levará o BC a novos aumentos dos juros em 2011.

Política monetária

Fonte: Banco Central (projeção Tendências)

Taxa de Juros - Selic

8,0%8,5%9,0%9,5%

10,0%10,5%11,0%11,5%12,0%12,5%13,0%13,5%14,0%

Jan

- 08

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8O

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08D

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9M

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Abr -

09

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09

Out

- 09

Dez

- 09

Jan

- 10

Mar

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n - 1

1M

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Abr -

11

Jun

- 11

Jul -

11

Set -

11

Out

- 11

Dez

- 11

ReuniõesJan - 10 8,75% 0,00%Mar - 10 8,75% 0,00%Abr - 10 9,50% 0,75%Jun - 10 10,25% 0,75%Jul - 10 10,75% 0,50%Set - 10 10,75% 0,00%Out - 10 10,75% 0,00%Dez - 10 10,75% 0,00%Jan - 11 10,75% 0,00%Mar - 11 11,25% 0,50%Abr - 11 11,75% 0,50%Jun - 11 12,25% 0,50%Jul - 11 12,75% 0,50%Set - 11 12,75% 0,00%Out - 11 12,75% 0,00%Dez - 11 12,75% 0,00%

Curva Tendências

2010 está pautado pela elevação das receitas, devido ao ciclo econômico positivo, mas gastos continuam elevados. Superávit primário do ano (3,3%) só será alcançado com os descontos dos investimentos do PAC. Descolamento da dívida bruta em relação a dívida líquida é devido a capitalização do Tesouro no BNDES. A partir de 2011, dependendo do próximo governo, pode haver um ajuste maior na questão fiscal.

Política Fiscal

Fonte: Banco Central (projeção Tendências)

Resultados primário e nominal (%PIB)

3,9%

3,2% 3,

4% 3,5%

2,1%

2,6% 2,

8%

3,4%

3,5%

2,7%

1,9%

3,3%

2,6%

3,0%

0%

1%

2%

3%

4%

2005

2006

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2010

2011

Superávit primário Déficit nominal

P

Dívida líquida do setor público (%PIB)

48,2%47,0%

45,1%

38,4%40,4% 39,7%

42,8%

30%

35%

40%

45%

50%

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

P

• Apesar do déficit em conta corrente, há sobras no balanço de pagamentos. Banco Central compra os excedentes. •Enfraquecimento do dólar dos EUA, preços de “commodities” e arbitragem de juros explicam apreciação do câmbio nos últimos meses.• Câmbio deve seguir apreciado, atingindo cerca de R$ 1,80/US$ em 2011.• Medidas de controle têm efeitos apenas temporários

Taxa de Câmbio

Fonte: Banco Central (projeção Tendências)

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

jan/

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8

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10

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0

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10

R$/US$

PERSPECTIVAS DE LONGO PRAZO

• Havendo preservação da responsabilidade macroeconômica, potencial de crescimento da economia brasileira situa-se em torno de 4,5% aa.

• Elevação da taxa de crescimento depende de reformas estruturais nos próximos anos.

• Maior desafio é prover infraestrutura adequada ao crescimento e evitar “apagões” setoriais.

O GOVERNO DILMA

• CENÁRIO BÁSICO: repete as características do segundo mandato de Lula:– Manutenção das linhas gerais da política macroeconômica;– Maior ingerência do Estado na economia.– Deterioração lenta do quadro fiscal.– Não há reformas.

• CENÁRIO OTIMISTA: parecido com o primeiro mandato de Lula:– Maior conservadorismo fiscal.– Algumas reformas (menores)

• CENÁRIO PESSIMISTA: a responsabilidade macroeconômica acaba comprometida.

O FUTURO: RAZÕES PARA OTIMISMO

• Democracia consolidada• Judiciário independente• Imprensa livre e independente • Instituições econômicas fortes• Sociedade intolerante à inflação. Pobres votam• Controles sociais: voto + disciplina de mercado• Longa transição. Novo convive com o velho. Risco

de perdas de oportunidade• Muito a resolver, mas há razões para otimismo

23

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