Tumorações da Cabeça e Pescoço

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I S C T E M

M E D I C I N A G E R A L

5 A N O

P A T O L O G I A C I R U R G I C A I I

Discentes:

Amir Omar

Emilia Fumane

Lamia Dauto

Conteúdo

1. Introdução

2. Revisão Anatomica

3. Anamnese – História clínica

4. Manifestações Clínicas

5. Exame Objectivo

6. Classificação

7. Meios auxiliares de diagnóstico

8. Conclusão

9. Bibliografia

Introdução

A cabeça e o pescoço provavelmente são os estruturas mais complexas do corpo

humano. O pescoço é também serve de ponte entre o corpo e a cabeça, o que

enfatiza a sua importância.

O estudo de tumorações nessas áreas é crucial, devido ao risco do

comprometimento da integridade e funcionamento das estruturas próximas.

Cirúrgia da cabeca e pescoco é uma especialidade médica que se ocupa na

prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação das patologias que

acometem estruturas compreendidas desde as claviculas até o crâneo,

exceptuando as esturutuas intra-cranianas.

Revisão Anatómica

Revisão Anatómica

Revisão Anatómica

Revisão Anatómica

Anamnese e História clínica

Idade e Sexo;

Profissão;

Tempo de evolução e velocidade de crescimento da tumoração;

Localização;

Factores sugestivos de infecção ou inflamação;

Hábitos alcoólicos e tabágicos;

Antecedentes de exposição a radiação.

Antecedentes Patológicos;

Nutrição;

Manifestações Clínicas

1. Dor;

2. Cefaléia;

3. Odinofagia;

4. Disfagia;

5. Alteração do Peso;

6. Alterações Metabólicas;

7. Disfonia/Ronquidão;

8. Trismo;

9. Hemorragia;

10. Dispnéia inspiratória.

Manifestações Cínicas

Sintomas mais frequentes:

Dor - deve ser caracterizada pela sua frequência,

duração, intensidade, localização e irradiação.

Deve-se também caracterizar alguns sintomas que podem

ser sugestivos de determinados tipos de tumores.

Exame Objectivo

Deve abranger:

Pele da face e do pescoço;

Lábios e cavidade oral;

Orofaringe;

Hipofarínge e laringe;

Nasofaringe;

Nariz e ouvidos;

Pescoço e glândulas salivares.

Exame Objectivo

Nestas áreas é importante procurar e registar:

Simetría;

Sinais de traumatismo;

Vascularização;

Alterações da pele (alterações inflamatórias, melanomas, etc.);

Tumefação;

Movimento com a deglutição;

Ulcerações e suas características;

Hemorragia;

Limitações da mobilidade;

Notabem: Deve-se realizar ainda a palpação da tiróide e das cadeias ganglionares cervicais.

Exame Objectivo

Caracterizar a Tumoração em relação a :

Localização;

Forma;

Tamanho;

Superfície;

Forma;

Bordos;

Cor;

Temperatura;

Hiperestesia;

Pulsatilidade;

Relação com as estruturas adjacentes.

Características das massas

• sugerem neoplasiasmalignas

Massas consistentes e fixas

• sugerem linfónodos infectadosMassas assimétricas, quentes,

eritematosas e por vezesflutuantes

• sugere lesão vascularMassa pulsátil

• sugerem massas congênitascísticas

Massa macia e móvel

• sugere tumor de corpo carotídeoou schwannoma vagal

Massa firme que se move para os lados, mas não para

cima e para baixo

Exame Objectivo

Moveis com degluticao

• Massas da tiróide• Quisto tireoglosso

Exame Objectivo

Cadeias ganglionares

Drenagem Linfática

• Lábios, cavidade oral, pele, glândula salivar

Submentoniano / submandibular

• Cavidade oral, orofaringe, nasofaringe, laringe, glândula salivar

Gânglios superiores da cadeia jugular

• Cavidade oral, orofaringe, hipofaringe, laringe, tiróide

Gânglios médios da cadeia jugular

• Orofaringe, hipofaringe, laringe, porção cervical do esófago, tiróide

Gânglios inferiores da cadeia jugular

• Nasofaringe, couro cabeludoGânglios do nervo

espinhal

• Mama, pulmão, sistema gastrointestinal

Gânglios supraclaviculares

• PeleGânglios

suboccipitais

• Pele, glândula parotídeaGânglios

parotídeos

Drenagem Linfática

Exame Objectivo

Um maior número de adenomegálias encontra-se nos territórios abaixo do

osso hióide.

Quando estas são:

Moles e dolorosas – geralmente são de causa inflamatória ou infecciosa

Múltiplas – geralmente indica doença sistémica (linfoma, tuberculose)

Firmes e elásticas – sugestivo de metástases ganglionares ou linfoma

Classificação das Tumorações da Cabeça e Pescoço

Tumorações da Cabeça

Tumorações do Couro Cabeludo

Quistos sebáceos multiplos;

Tumor em turbante;

Tumor de Pott;

Cefaloematoma;

Osteoma ébruneo;

Quistos sebáceos múltiplos

É um tumor cutâneo benigno, de crescimento lento, muito comum.

Ocorrem em todos os grupos etários.

De tamanho variável: de alguns mm a 4-5 cm de diâmetro. Podem aparecer

em qualquer parte do corpo, mais frequentemente no couro cabeludo, nas

orelhas, na cara, nas costas ou no escroto.

Regra geral: são duros, não são dolorosos, múltiplos, esféricos, normalmente

não se vê o orifício de drenagem. Por vezes infectam.

O tratamento de um quisto sebáceo consiste normalmente em fazer uma

punção na sua superfície com uma agulha ou então uma incisão com bisturi

para evacuar o seu conteúdo.

Tumorações das Orelhas

Orelhas em couve flor;

Nódulos queloideanos;

Encefalocele

A encefalocele, também conhecida

como cranium bifidum, consiste em um

defeito do tubo neural, caracterizada

pela herniação do cérebro e

das meninges por aberturas presentes

no crânio.

Esta condição pode ser classifica em três

tipos distintos:

Meningocele craniana;

Meningoencefalocele;

Meningohidroencefalocele;

Tumorações das Glândulas Salivares

Cálculos submandidulares

Sialite submandibular

Parotidite bacteriana

Adenoma pleomórfico

Tumor de Warthin

Carcinoma da Parótida

Tumorações da Boca

Sífilis – Goma, Verruga de Hutchinson

Carcinoma do Lábio

Carcinoma da Língua

Tumores do Palato

Tumorações da Boca

Carcinoma da tonsila

Linfosarcoma da tonsila

Abcesso peri-tonsilar

Rânula

Tumorações da Boca

Quisto Dermoide Sublingual

Fibroma/Fibrosarcoma

Abcesso alveloar

Ademantionoma

Linfoma de Burkitt

Tumorações do Pescoço

Classificação com base na etiologia

1. Malformações congênitas

2. Doenças inflamatórias ou infecciosas

3. Lesões tumorais benignas

4. Lesões tumorais malignas

5. Traumáticas

Classificação com base na localização e etiologia

1. Malformações congênitas

Linha média

• Quisto Tireoglosso

Triângulo anterior

• Quisto Branquial

• Laringocele• Quisto

Timico

Triângulo posterior

• Linfangioma (HigromaCístico)

• Lipoma

Quisto tireoglosso

Anomalia congênita mais comum da linha média do pescoço.

Origina-se da permanência do trato tireoglosso, após a descida da tireóide para sua posição normal.

Apresenta-se clinicamente como um cisto na linha média do pescoço, logo abaixo do osso hióide, de consistência cística, indolor e móvel a deglutição.

Melhor exame para identificação: Ecografia. Exame complementar: cintilografia da tireóide (verificar tireóide ectópicaassociada).

Tratamento: cirúrgico -> cirurgia de Sistrunk: excisão transversa na altura do cisto e remoção de todo o trajeto fistuloso até perto do forame cego. A porção central do osso hióide também é retirada para reduzir a chance de recidiva.

Laringocele

Corresponde a uma dilatação anormal do sáculo da laringe

Acomete principalmente homens entre 50 e 70 anos

Sua manifestação cursa com abaulamento cervical podendo causar rouquidão e obstrução das vias aéreas superiores.

Regurgitação, disfagia Melhores exames: Tomografia e

Endoscopia. Manobra de Valsalvaauxilia a identificação.

Tratamento: cirúrgico, retirando a massa. Quando pequena,pode ser retirada por via endoscópica

Quisto branquial

Tumor congênito lateral do pescoço, do triângulo anterior.

Junto com as fístulas, representam defeitos dos arcos branquiais quando estes não desaparecem com o crescimento.

Maior frequência de acometimento é no segundoarco, apresentando-se como uma massa cervical mole, dolorosa e arredondada.

Melhores exames: Tomografia computadorizada e aspiraçãopor agulha fina

Tratamento: excisão cirúrgica, com preservação das estruturasneurovasculares.

Linfangioma

O linfangioma (também chamado de Higroma Cístico), uma má formação linfática, é um tumor benigno formado pela acumulação de vasoslinfáticos dilatados.

Apresentam-se como massas indolores, amolecidas, mal delimitadas e de tamanhos variáveis.

Pode ser classificado como linfangioma capilar, linfangioma cavernoso e linfangioma cístico.

A grande maioria localiza-se no triangulo posterior do pescoço.

Diagnostico: Tomografia computadorizada e Ecografia

Tratamento: observação clínica > escleroterapia > excisão cirúrgica.

Classificação com base na localização e etiologia

2. Doenças inflamatórias ou infecciosas

Outros: Doença de aranhadura do gato, Sarcoidose, Carbúnculo, Linfadenite fúngica.

Linha média

• Adenite• Viral• Bacteriana• Granulomatosa

Triângulo anterior

• Adenite• Viral• Bacteriana• Granulomatosa

• Tiroidite

Triângulo posterioer

• Adenite• Viral• Bacteriana• Granulomatosa

Adenite Viral

HIV

• Forma uma massa cervical por consequência da linfadenopatia

• Acomete principalmente os linfónodos posteriores.

VÍRUS EPSTEIN BARR

• Transmissão por contágio direto com gotículas de saliva.

• Adenopatia cervical acomete de 80% a 90% dos casos.

• A massa pode ser isolada ou na forma de conglomerados de linfonodos aumentados com

aspecto fibroelástico e móvel.

INFECÇÃO POR CITOMEGALOVÍRUS

• Apresenta-se como uma adenopatia cervical pouco sintomática.

Adenite Bacteriana

TUBERCULOSE

Acomete principalmente linfonodos cervicais

posteriores e supraclaviculares.

Massa geralmente unilateral de consistência

fibroelástica ou amolecida, nao dolorosa que pode

fistulizar.

Escrófula, é o termo vulgar da patologia Linfadenite

cervical micobactérias.

A massa é referida como um "abscesso frio", porque não

há rubor ou calor e a pele que o reveste adquire uma cor

violácea.

PPD fortemente reagente e PAAF com alta

especificidade e sensibilidade

Tratamento: 4DFC

Adenite granulomatosas

Uma ampla variedade de processos imunológicos, idiopáticos, neoplásicas, infecciosas, e fúngicas podem causar uma reacção granulomatosa crónica na cabeça e no pescoço. Um granuloma é uma área focal da inflamação crônica produzida por monócitos circulantes como parte de um processo imunológico.

Doenças Neoplásicas granulomatosas

Células de Langerhans, Doença de Hand-Schüller-Christian

Doenças infecciosas granulomatosas

Lepra, Tuberculose, sífilis

Doenças Auto-Imunes granulomatosas

Granulomatose de Wegener, Lúpus, Síndrome de Churg-Strauss

Classificação com base na etiologia

3. Neoplasia benigna

Tumor da glândula salivar

Nódulos da tiróide ou Bócio

Tumor dos tecidos moles (lipoma, quisto sebáceo)

Paraganglioma

Tumor Neurogênico (Schwannoma, Neurofibroma)

Tumor Laríngeo (Condroma)

Paraganglioma

O paraganglioma é um tumor neuroendócrino, originária dos corpos paragangliônicos do sistema nervoso autônomo parassimpático, raro.

Cerca de 97% são benignos

Também descritas como: tumor glômico, quimiodectoma, perithelioma, fibroangioma, e nevos simpático.

Normalmente aparecem na região do corpo carotídeo ou na região júgulo-timpânica

Clinicamente podem causar disfunção vagal, com disfagia e rouquidão

A massa normalmente é lateral, pulsátil, e se movimenta no sentido laterolateral, mas não craniocaudal

Exames: ultrassonografia com doppler, tomografia com contraste, angiorressonância e arteriografia. Biópsia contraindicada!

Tratamento: cirúrgico

Schwannoma

São tumores benignos originados das células deschwann

Usualmente assintomáticos, de crescimento lento eúnico

São dolorosos à palpação e podem causar parestesia No pescoço, podem-se desenvolver nos nervos cranianos,

cadeia simpática cervical, plexo sensitivo cervical e plexo braquial

Exame: Tomografia computadorizada, mostrando umalesão de limites bem definidos, pouca vascularização epor vezes uma área cística central

Tratamento: cirúrgico

Classificação com base na etologia

4. Neoplasia Maligna

Primária T. Glândula Salivar

Carcioma da tiroide

Cancro das vias respiratorias superioes

Sarcoma dos tecidos moles

T. Da Pele (Melanoma, Ca das celulas basais)

Linfoma

Metastático

Linfoma de Hodgkin

Ocorre quando um linfócito (geralmente o B) normal se transforma numa célula maligna

Por expansão clonal, inúmeras células malignas sãoformadas e invadem outros linfonodos por via linfática

Costumam ser indolores ao toque Melhor exame: Biópsia excisional. Exames complementares:

tomografia, ultrassom eimunohistoquímica

Classificação com base na etologia

5. Traumáticos

Hematoma

Fibroma

Pseudo-anuerisma

Hérnia do pulmão

Pseudo-aneurisma

Consequência de uma hemorragia da artéria carótida interna formando uma parede de tecido fibroso, que por continuidade da pulsação sanguínea sofre enfraquecimento e alargamento, podendo levar à ruptura

A maioria dos pseudoaneurismas traumáticos da carótida interna que resultam em epistaxe maciça estão localizados no segmento cavernoso e rompem para o interior do seio esfenóide; tipicamente ocorrem em pacientes jovens, do sexo masculino, envolvidos em acidentes automobilísticos

Tríade sintomática clássica de amaurose unilateral, fraturas orbitárias e epistaxe maciça é quase patognomônico de pseudoaneurisma da carótida interna.

Hérnia do Pulmão

Protrusão de tecido pulmonar numa bolsa da pleura parietal, fora dos limites da cavidade torácica, através de um orifício anormal ou devida a uma anomalia do desenvolvimento ou a um traumatismo.

Afecção rara.

Tumorações da tiroide

Tumorações da tiroide

Meios auxiliares de diagnóstico

Laboratorias: Hemograma completo VHS e/ou Proteína C reativa Sorologia para HIV Hormonas tiroideas

Imagiológicos Ecografia Raio-X Tomografia computatorizada Ressonância magnética PET-CT

Meios auxiliares de diagnóstico

Histopatologicos

PAAF

Biopsia incisional

Endoscopia

Laringoscopia

Outros

Mantoux

Conculsão

As tumorações da cabeça e pescoço são, antes de tudo, situado num local muito delicado. Seu crescimento pode afetar seriamente as estruturas vitais nas proximidades.

O diagnóstico rápido é a chave para a redução da morbi-mortalidade.

No entanto, após o diagnóstico correcto, os procedimentos cirúrgicos são também um desafio.

Prognóstico depende do local e da malignidade.

Bibliografia

ACS Surgery: Principles and Practice, 2005 WebMD, Wiley W. Souba, M.D., SC.D., F.A.C.S.

Sabiston Textbook of Surgery, 18th ed, 2007, Elsevier, Jose Acosta, MD

Bailey & Love’s, SHORT PRACTICE of SURGERY, 26th EDITION, Norman S. Williams MS FRCS FMed Sci, 2013 by Taylor & Francis Group.

Schwartz’s Principles of Surgery, Tenth Edition, F. Charles Brunicardi, MD, FACS, 2015 by McGraw-Hill

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