Guia de orientação para adequação dos municípios à política nacional de resíduos sólidos...
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- 1. Guia de orientao para adequao dos Municpios Poltica Nacional
de Resduos Slidos (PNRS)
- 2. Prefcio Tendo em vista a instituio da Poltica Nacional de
Resduos Slidos (PNRS) e as diversas oportunidades que essa lei traz
para a melhoria na gesto de resduos slidos, o Sindicato das
Empresas de Limpeza Urbana no Estado de So Paulo (SELUR) e a
Associao Brasileira de Resduos Slidos e Limpeza Pblica (ABLP)
contratou a PwC para desenvolver o presente trabalho. Construdo de
forma didtica, este guia tem o objetivo de orientar os gestores
municipais a atender s exigncias da PNRS, apresentando os possveis
caminhos para implantao de solues na forma de prestao de servio,
fundamentadas em sustentabilidade tcnica e financeira de longo
prazo e na respectiva adequao legislativa. Essa obrigao tambm se
apresenta como grande oportunidade de promover avanos nas reas de
Conscientizao Social, Cidadania e Educao Ambiental, alm de
possibilitar a atrao de investimentos no municpio. A PwC agradece a
contribuio e o apoio da equipe integrante do SELUR, da ABLP e da
Secretaria de Saneamento do Ministrio das Cidades. Grupo de
trabalho do quadro permanente de profissionais da PwC: Rogrio Gollo
Scio responsvel por solues em sustentabilidade da PwC Brasil Carlos
Rossin Diretor responsvel pela rea de Sustentabilidade Ricardo Luiz
Terzian Gerente responsvel pela rea de Projetos de Capitais e
Infraestrtura Marta Braconi Consultora tcnica em Sustentabilidade
Marina Parisi Consultora tcnica em Sustentabilidade E como
consultores jurdicos da PwC, os seguintes profissionais do
escritrio Loeser e Portela Advogados: Gileno Barreto Scio
responsvel por Tax-Government Services Ivana Cota Consultora
jurdica Raphael Magalhes Consultor jurdico Isadora Carreiro
Consultora jurdica
- 3. O fluxograma abaixo reflete as aes cronolgicas que os
municpios devem seguir at a implementao do modelo de prestao de
servio desejado. As aes esto dividas em trs fases, sendo:
operacional gcontemplando aes para definies de modelos operacionais
para atendimento da PNRS; financeira gaes que promovam a
sustentabilidade financeira de longo prazo; legal gaes de adequao
das legislaes necessrias para atendimento da fase operacional e
financeira. Fluxo PNRS Comunicaotransparenteeeducaoambiental
Operacional Atendimento PNRS Financeiro Sustentabilidade financeira
a longo prazo Legal Obrigatoriedade de cumprimento da lei
Decreto-Lei n 201/1967 Diagnstico Operacional Diagnstico Financeiro
Informaes de demanda (Populao, vol, etc) Estrutura operacional
atual (ex. lixo) Valores atuais (R$) aplicados nos SLU (oramento
municipal+taxa) Formas de arrecadao atual (oramento+taxa)
Diagnstico Legal Estrutura Legal atual Modelo de prestao de
servio/contrato Regulao do servio Diagnstico
- 4. Planejamento Implementao Obrigaes PNRS Avaliao de demanda,
modelos tecnolgicos e obrigaes da PNRS Seleo dos modelos
operacionais de gesto de resduos (infraestrutura, manuteno e
inovao) Detalhamento do custo dos modelos operacionais selecionados
Avaliao de viabilidade dos modelos operacionais de prestao de
servio/contrato Seleo do modelo de prestao de servio/contrato para
a gesto de resduos Adequao da estrutra Legal Aes estruturantes e
avaliao da legislao Modelo de prestao de servio/contrato (PPP,
etc.) Formas de arrecadao (ex. taxa, tarifa, etc) Regulao do servio
(fiscalizao, ag. Reg) Modelos Tecnolgicos Custo/Benefcio (ex.
aterros, inc., reciclagem) Modelos de prestao de servio/contrato
(PPP, Concesso, Consrcio Intermunicipal) Formas de regulao
(fiscalizao, ag. reg.) Implementao Contrataes Referncias jurdicas
de sucesso e jurisprudncia (Ex. Case SP, Bogot e Barcelona)
Possveis formas de arrecadao (taxa, tarifa, etc) Outros incentivos
financeiros (PAC, BNDES)
- 5. Sumrio 1 Introduo 6 1.1 Cenrio atual e desafios 6 1.2
Legislao aplicvel 9 1.3 Atores envolvidos 13 2 Premissas do guia 16
3 Diagnstico 18 3.1 Diagnstico Operacional 18 3.1.1Processos e
tratamentos 22 3.2 Diagnstico financeiro 37 3.3 Diagnstico Legal 47
4 Cenrio futuro pnrs 48 4.1 Obrigaes do Municpio 50 4.2 Plano
Municipal de Gesto Integrada de Resduos Slidos: Contedo mnimo 53
4.3 Implicaes ao Municpio 55 4.4 Obrigaes e penalidades do Prefeito
Responsabilizaes legais e impactos eleitorais 58 4.5 Modelos de
gesto de resduos slidos 59 4.5.1 Anlise e descrio do modelo adotado
pelo Municpio de So Paulo 61 4.5.2 Bogot 64 4.5.3 Barcelona 66 5
Formas de prestao de servio 68 5.1 Consrcio Pblico intermunicipal
69 5.2 Concesso 63 5.3 Parceria Pblico-Privada (PPP) 70 5.4
Exemplos de solues aplicveis 71 6 Formas diretas de arrecadao 72
6.1 Referncias jurdicas de outros Municpios brasileiros 75 6.2
Precedentes jurdicos 76 6.3 Potenciais fontes para a captao de
recursos 79 7 Aes estruturais 82 7.1 Orientaes para adequao da
estrutura legal 82 7.2 Orientaes para promoo da agenda positiva 84
8 Implementao da soluo 87 8.1 Orientaes para a realizao do processo
licitatrio de contratao 88 8.2 Definindo metas 95 8.3 Definindo
indicadores de desempenho 97 8.4 Estabelecendo as formas regulao e
fiscalizao 99 8.5 Estabelecendo as formas de regulao e fiscalizao
100 Glossrio 102 Referncias bibliogrficas 105 Anexos 108
- 6. Introduo 6 1 1.1 Cenrio atual e desafios O Brasil vem
apresentando ao longo dos ltimos anos uma conscientizao e preocupao
com a sustentabilidade ambiental relevantes. As questes de
saneamento e sade ocupam hoje um patamar elevado na conscincia da
populao brasileira e consequentemente de seus representantes
polticos, no executivo e legislativo, se materializando nas
recentes legislaes, com destaque para a Poltica Nacional de
Saneamento Bsico (Lei n 11.445/07) e a Poltica Nacional de Resduos
Slidos (PNRS) (Lei n 12.305/10). A partir desse novo cenrio, os
municpios tm a importante misso social de transformar suas prticas
ambientais, e o prefeito o principal agente dessa mudana, com a
oportunidade de elevar sua cidade a novos patamares na gesto de
resduos e com diversas obrigaes a serem cumpridas. A gesto de
resduos slidos um crescente desafio para a sociedade atual,
especialmente para a administrao pblica, em razo (1) da quantidade
e da diversidade de resduos, (2) do crescimento populacional e do
consumo, (3) da expanso de reas urbanas (Grfico 1) e (4) da cultura
histrica de aplicao de recursos insuficientes para a gesto adequada
de resduos ambientalmente. GuiadeorientaoparaadequaoPoltica
NacionaldeResduosSlidos(PNRS)
- 7. Grfico 1: Proporo entre a populao residente em reas urbanas
e rurais entre 1940/2000 0 20 40 60 80 100 120 140 31,3 38,8 52,1
41,1 80,4 38,6 35,8 111 138 31,8 1960 33,2 18,8 1950 12,9 28,3 1940
1970 1980 1991 2000 Milhesdehabitantes A populao brasileiraUrbana
cresceu 12% nos ltimos Rural dez anos (IBGE, 2010), e a produo de
resduos, no mesmo perodo, cresceu 90% (Grfico 2). Fontes: Tendncias
Demogrficas, 2000. IBGE, 2001. A populao brasileira cresceu 12% nos
ltimos dez anos (IBGE, 2010), 7e a produo de resduos, no mesmo
perodo, cresceu 90% (Grfico 2). Segundo a Associao Brasileira de
Empresas de Limpeza Pblica e Resduos Especiais - ABRELPE, a gerao
per capita cresceu 5,3% entre 2009 e 2010 no Brasil. Grfico 2:
Evoluo da gerao de resduos slidos urbanos e evoluo da populao entre
2000 e 2010 no Brasil 200.000.000 180.000.000 160.000.000
140.000.000 120.000.000 PopulaoGerao brasileiratotal de 90% 12%
2010 100.000.000 2011 80.000.000 60.000.000 40.000.000 20.000.000 0
Fontes: Pesquisas Cetesb (2001) e IBGE (Censo 2010). RSU (t/ano)
PwC|SELUR|ABLP
- 8. Se imaginarmos que o peso mdio do brasileiro de 66,5 kg
(2005), pode-se dizer que cada cidado gera em um ano o equivalente
a 5,7 vezes o seu prprio peso em resduos. 5,7 No entanto, um estudo
recente realizado pela PwC, pelo Sindicato das Empresas de Limpeza
Urbana no Estado de So Paulo - SELUR e pela Associao Brasileira de
Resduos Slidos e Limpeza Pblica - ABLP demonstrou que o valor
aplicado em gesto de resduos no Brasil por habitante/ano de R$88,01
(Grfico 3). Isso explica os baixos nveis de investimento e
consequentemente a incorreta forma de destinao observada na maioria
dos municpios. Em um cenrio de escassez de recursos, desafiador
atingir e manter a 8 qualidade e a inovao tecnolgica desejadas aos
servios de limpeza urbana, principalmente quando se pensa em uma
viso de longo prazo. GuiadeorientaoparaadequaoPoltica
NacionaldeResduosSlidos(PNRS) 0 200 400 600 Mdia Internacional;
429,78 Mdia Brasill; 88,01 800 1000 1200 BarcelonaCidadeTquio
Gastospercapita(R$/hab/ano) Roma Paris LondresNova Buenos Lima
Brasilia Salvador Rio de Goinia So Belo Grfico 3 - Gastos em RSU
per capita (R$/habitante/ano) das cidades selecionadas pelo estudo
do Mxico Iorque Aires /DF Janeiro Paulo Horizonte Fonte: Gesto da
Limpeza Urbana - Um investimento para o futuro das cidades, 2011
Alm dos fatores mencionados anteriormente, era fundamental a criao
de uma legislao especfica e atualizada de gesto de resduos slidos
para alavancar a mudana nesse cenrio. Para atender a essa
necessidade, foram promulgadas as Leis nos 11.445/2007 e
12.305/2010.
- 9. 1.2 Legislao aplicvel A Lei n 11.445/2007, denominada
Poltica Nacional de Saneamento Bsico, estabeleceu as diretrizes
nacionais para o saneamento bsico. A Lei n12.305/2010, por sua vez,
instituiu a Poltica Nacional de Resduos Slidos. Alm da Poltica
Nacional de Saneamento Bsico e da Poltica Nacional de Resduos
Slidos, outras legislaes devem ser analisadas em conjunto para fins
de implementao dessas polticas, por exemplo: Lei n8.666, de 21 de
junho de 1993, que institui normas gerais de licitao e contratos
administrativos
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666compilado.htm); Lei
n8.987, de 13 de fevereiro de 1995, que estabelece as normas de
concesso de servios pblicos pela Unio, os estados, o Distrito
Federal e os municpios
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8987.htm); Lei n
11.079, de 30 de dezembro de 2004, que institui normas gerais para
a licitao e contratao de parceria pblico-privada no mbito da
administrao pblica
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l11079.htm);
O Decreto n 5.977, de 1o de dezembro de 2006, dispe sobre a aplicao
da parceria pblico-privada, que regulamenta a Lei n 11.079/2004 9
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/Decreto/D5977.htm);
Lei n 11.107, de 6 de abril de 2005, que dispe sobre as normas
gerais para a Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios
contratarem consrcios pblicos para a realizao de objetivos de
interesse comum
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/Lei/L11107.htm);
O Decreto n 6.017, de 17 de janeiro de 2007, regulamenta as normas
para a execuo da Lei n 11.107/2005
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6017.htm).
A Poltica Nacional de Saneamento Bsico1 (Lei n 11.445/2007 e
Decreto n 7.217/2010), que estabeleceu as diretrizes nacionais para
o saneamento, inaugurou uma nova fase no desenvolvimento social
brasileiro relacionado conscincia e cultura sanitria, j que passou
a exigir legalmente aes planejadas da Unio, dos estados, do
Distrito Federal e dos municpios relativas ao saneamento bsico. Ao
regular a prestao de servios pblicos de saneamento bsico, a Poltica
Nacional de Saneamento Bsico definiu os servios pblicos de
saneamento bsico como sendo de natureza essencial, caracterizados
como o conjunto de atividades compreendidas pelos servios de
abastecimento de gua, es das De acordo com a Poltica Nacional de
Saneamento, os municpios devem estabelecer planos especficos para
os diferentes servios de saneamento, como para o servio de limpeza
urbana e de manejo de resduos slidos, ou podem junt-los em um nico
plano de saneamento bsico. Neste guia sero abordadas principalmente
as atividades e obrigaes relacionadas aos resduos slidos. guas
pluviais. gotamento sanitrio, limpeza urbana e manejo dos resduos
slidos e 1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm
PwC|SELUR|ABLP .... como o conjunto de atividades compreendidas
pelos servios de abastecimento de gua, esgotamento sanitrio,
limpeza urbana e manejo dos resduos slidos e das guas
pluviais.
- 10. 10GuiadeorientaoparaadequaoPoltica
NacionaldeResduosSlidos(PNRS) A Poltica Nacional de Resduos Slidos
(PNRS) Lei n 12.305, de 2 de agosto de 20102 , foi instituda como
resultado de extensas discusses e com maior entendimento sobre os
desafios e as temticas relacionados ao manejo de resduos slidos e
limpeza urbana (artigo 7 da Lei n 11.445/2007). Essa Poltica rene
os princpios, as diretrizes, os objetivos, os instrumentos, as
metas e as aes a serem adotados pela Unio isoladamente ou em
parceria com os estados, o Distrito Federal, os municpios e os
entes privados, visando gesto integrada e ao gerenciamento
ambientalmente adequado dos resduos slidos. A PNRS foi
regulamentada pelo Decreto n 7.404, de 2 de agosto de 2010, que
instituiu a Poltica Nacional de Resduos Slidos e criou o Comit
Interministerial da Poltica Nacional de Resduos Slidos e o Comit
Orientador para a Implantao dos Sistemas de Logstica Reversa; e
pelo Decreto n 7. 405, de 23 de dezembro de 2010, que instituiu o
Programa Pr-Catador, denominou o Comit Interministerial para
Incluso Social e Econmica dos Catadores de Materiais Reutilizveis e
Reciclveis e o Comit Interministerial da Incluso Social de
Catadores de Lixo criado pelo Decreto de 11 de setembro de 2003,
bem como disps sobre sua organizao e funcionamento. A Poltica
Nacional de Resduos Slidos traz alguns conceitos que, at o momento,
eram pouco definidos, por exemplo, sustentabilidade operacional e
financeira, logstica reversa, acordo setorial, integrao de
catadores, padres sustentveis de produo e consumo, visando, entre
outros aspectos, proteo da sade pblica e da qualidade ambiental e
disposio final ambientalmente adequada. 2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm
- 11. So objetivos da PNRS: proteo da sade pblica e da qualidade
ambiental; no gerao, reduo, reutilizao, reciclagem e tratamento dos
resduos slidos, bem como disposio final ambientalmente adequada dos
rejeitos; estmulo adoo de padres sustentveis de produo e consumo de
bens e servios; desenvolvimento e adoo de tecnologias limpas como
forma de minimizar impactos ambientais; reduo do volume e da
periculosidade dos resduos perigosos; incentivo indstria da
reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matrias-primas e
insumos derivados de materiais reciclveis e reciclados; gesto
integrada de resduos slidos; articulao entre as diferentes esferas
do poder pblico e destas com o setor empresarial com vistas
cooperao tcnica e financeira para a gesto integrada de resduos
slidos; capacitao tcnica continuada na rea de resduos slidos. 11Por
ser de competncia dos Municpios a gesto local dos resduos slidos, a
PNRS determinou que os Municpios devem estabelecer seus prprios
planos de gesto de resduos slidos, que denominado PMGIRS - Plano
Municipal de Gesto Integrada de Resduos Slidos, nos quais ser
contemplado o contedo mnimo descrito na PNRS. A PNRS tambm
estabeleceu que os Planos Municipais de Gesto Integrada de Resduos
Slidos devem ser compatveis com a realidade local, e a sua elaborao
deve ser feita at 2 de agosto de2012. (Figura 1) Figura 1: Linha do
tempo com os principais marcos legais Prazo para a elaborao do
Plano Lei n 8.666 Municipal de Gesto Licitaes e Lei n 11.079
Parceria Interada de RS contratos Pblico-Privada (PNRS) Lei n
12.305 PwC|SELUR|ABLP Constituio Federal Lei n 11.445 Poltica
Nacional de Saneamento PNRS Prazo para encerramento de lixes (PNRS)
Lei complementar n 101 Responsabilidade Fiscal Out/1988 Jun/1993
Maio/2000 Dez/2004 Jan/2007 02/08/2010 02/08/2012 02/08/2014
- 12. Alm dos Planos Municipais de Gesto Integrada de Resduos
Slidos, so instrumentos da PNRS (artigo 8): a educao ambiental; o
incentivo criao e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras
formas de associao de catadores de materiais reutilizveis e
reciclveis; a coleta seletiva, os sistemas de logstica reversa e
outras ferramentas relacionadas implementao da responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; a cooperao tcnica e
financeira entre os setores pblico e privado para o desenvolvimento
de pesquisas de novos produtos, mtodos, processos e tecnologias de
gesto, reciclagem, reutilizao, tratamento de resduos e disposio
final ambientalmente adequada de rejeitos; os incentivos fiscais,
financeiros e creditcios; os termos de compromisso e de ajustamento
de conduta; o incentivo adoo de consrcio pblico ou de outras formas
de cooperao entre os entes federados, com vistas elevao das escalas
de aproveitamento e reduo dos custos envolvidos. 12 Diante desse
novo momento proposto aos municpios, so necessrios motivao e
comprometimento da gesto municipal com a temtica ambiental para
viabilizar a transformao necessria. A capacitao especfica dos
tcnicos municipais de suma importncia, tanto para que possam
compreender os novos conceitos presentes na PNRS e as suas
implicaes como para participar da elaborao e implementao dos
PMGIRS. A legislao abriga a percepo de que pequenos municpios tm
mais dificuldade em apresentar escala suficiente para viabilizar um
modelo de negcio sustentvel a longo prazo, assim estimula a formao
de consrcios municipais e planos microrregionais. A PNRS estimula
ainda uma reduo do volume de resduos destinados a aterros, por meio
de programas de coleta seletiva e de reutilizao de
materiais/reciclagem, associada preocupao de incluso social,
orientando a utilizao de cooperativas de pessoas fsicas de baixa
renda. O estimulo federal aos tpicos apresentados acima ocorrer por
meio de priorizao desses municpios ao acesso de recursos da Unio
(artigo 18, inciso I). No entanto, a forma de aplicao dessa
priorizao ainda no foi definida. O Plano Municipal de Gesto
Integrada de Resduos Slidos, que deve ser elaborado individualmente
por municpio, a condio indispensvel para que se tenha acesso a
recursos da Unio, ou por ela controlados (artigo 18 da PNRS). Dessa
forma, o plano de gesto deve abranger um contedo mnimo previsto no
artigo 19, presente no captulo 4 deste documento.
GuiadeorientaoparaadequaoPoltica NacionaldeResduosSlidos(PNRS)
- 13. 1.3 Atores envolvidos O prefeito e sua estrutura
(executiva) tm um papel fundamental no processo de promover a
mudana da realidade atual, tendo capacidade de envolver todas as
partes interessadas no processo. As secretarias devem desenvolver
programas de conscientizao, valorizao e envolvimento da sociedade
civil organizada em torno do tema a fim de consolidar a vontade
social em um movimento forte e coeso, criando o cenrio propcio aos
ajustes legislativos necessrios. Cabe Cmara Municipal estar
consciente da responsabilidade ambiental do municpio e da
necessidade de promoo de um cenrio com sustentabilidade financeira
de longo prazo para a gesto de resduos slidos, devendo efetuar a
adequao da legislao municipal para cumprimento pelo municpio da
Poltica Nacional de Resduos Slidos. O Ministrio do Meio Ambiente,
responsvel pela elaborao de polticas, estratgias, planos e
programas nacionais para o controle ambiental, de acordo com a
PNRS, tambm responsvel pela elaborao do Plano Nacional de Resduos
Slidos. Compete a este o apoio aos municpios que aplicaro a PNRS,
bem como possibilitar polticas positivas sobre aes dos muncipes. A
Unio, por meio de seus rgos competentes, organizar e manter de
forma conjunta o Sistema Nacional de Informaes sobre a Gesto dos
Resduos Slidos (Sinir), articulado com o Sistema Nacional de
Informaes em Saneamento Bsico (Sinisa) e o Sistema Nacional de
Informao sobre Meio Ambiente (Sinima). Os Municpios tm a obrigao de
enviar periodicamente suas informaes. O Ministrio das Cidades tem
papel preponderante, principalmente em relao ao aproveitamento e
desenvolvimento das reas urbanas. O Ministrio quem elabora os
planejamentos urbanos visando implementao de polticas fundirias e
imobilirias, requalificao de reas centrais, preveno de riscos de
desmoronamento de encostas e recuperao de reas ambientalmente
degradadas a partir da implantao de melhorias em infraestrutura. Em
relao PNRS, o Ministrio das Cidades se mostra como um dos grandes
responsveis no s pela implementao das polticas relacionadas aos
resduos slidos como tambm pela manuteno e pelo controle das
informaes relativas aos PMGIRS, j que o rgo 13receber os planos
municipais de gesto integrada elaborado pelos municpios e definir
critrios e prioridades para a distribuio de recursos. No mbito do
Ministrio das Cidades, pode-se citar tambm como um possvel
personagem atuante no que diz respeito ao saneamento bsico e
consequentemente ao manejo dos resduos slidos a Secretaria Nacional
de Saneamento Ambiental SNSA, que visa promover a universalizao do
abastecimento de gua potvel, do esgotamento sanitrio (coleta,
tratamento e destinao final), da gesto de resduos slidos urbanos
(coleta, tratamento e disposio final), alm do adequado manejo de
guas pluviais urbanas. O Ministrio da Sade, como instituio
dirigente do setor de sade, tem poderes normativos que incluem os
aspectos sanitrios relacionados ao manejo dos resduos slidos, no
qual intervm por meio de atividades de regulamentao e controle
sanitrio. PwC|SELUR|ABLP
- 14. Os rgos de sade tm competncia sobre tudo o que diz respeito
s sades pblica e ocupacional, higiene e vigilncia sanitria
relacionada com a coleta, transporte e disposio final dos resduos
slidos, sendo um dos importantes interessados e possvel apoiador no
trabalho de conscientizao dos muncipes. Para implementar projetos
relativos sade pblica, o Ministrio da Sade conta hoje com a Fundao
Nacional de Sade - FUNASA, que responsvel por promover a incluso
social por meio de aes de saneamento para preveno e controle de
doenas. A instituio detm grande experincia em aes de saneamento no
Pas e atua com base em indicadores sanitrios, epidemiolgicos,
ambientais e sociais. A FUNASA presta apoio tcnico e/ ou financeiro
no combate, controle e reduo da mortalidade infantil e da 14
incidncia de doenas de veiculao hdrica ou causadas pela falta de
saneamento bsico e ambiental. Para implementar essas polticas, a
FUNASA disponibiliza investimentos que servem para intervir no meio
ambiente, na infraestrutura dos municpios de at 50 mil habitantes
prioritariamente e nas condies de vida de populaes vulnerveis. O
Ministrio da Educao tem o papel de aplicao dos instrumentos da PNRS
relativos educao ambiental, e o plano municipal de gesto integrada
dever obrigatoriamente contemplar programas e aes de educao
ambiental que promovam a no gerao, a reduo, a reutilizao e a
reciclagem de resduos slidos. GuiadeorientaoparaadequaoPoltica
NacionaldeResduosSlidos(PNRS) Outros ministrios que atuam em
esferas relacionadas com o manejo dos resduos slidos, como os
ministrios de planejamento, do trabalho e emprego, da integrao
nacional, entre outros, atuam no planejamento, na superviso e na
regulamentao sobre o manejo de resduos slidos no que concerne s
suas respectivas reas de competncia. Os municpios podem contar com
organizaes que prestam assessoria tcnica, por exemplo, o IBAM -
Instituto Brasileiro de Administrao Municipal (associao civil sem
fins lucrativos), que objetiva o fortalecimento da gesto dos
governos locais, fornecendo s municipalidades assistncias tcnica,
administrativa e de planejamento, inclusive na rea de resduos
slidos. Ainda no mbito federal, tambm possvel citar como ator o
Comit Interministerial para Incluso Social e Econmica dos Catadores
de Materiais Reutilizveis e Reciclveis (CIISC), criado em 2003 e
coordenado pelos Ministrios do Desenvolvimento Social, de Combate a
Fome e do Meio Ambiente. O objetivo do CIISC integrar e articular
os catadores para que possam exercer a coleta de materiais
reciclveis descartados pela Administrao Pblica Federal direta e
indiretamente. Alm do CIISC tambm h o Comit Interministerial para
Implantao e Implementao da PNRS, instalado em maro de 2011, que
coordenado pelo Ministrio do Meio Ambiente e visa articulao dos
rgos governamentais para o cumprimento das determinaes e metas
estabelecidas na PNRS. Os Estados, por sua vez, devem promover a
organizao, o planejamento e a execuo das funes pblicas de
interesses comuns relacionados Gesto de Resduos Slidos nas Regies
Metropolitanas, aglomeraes Urbanas e Microrregies. Tais condies
sero determinadas nos Planos Estaduais de Resduos Slidos.
- 15. A participao das indstrias e dos geradores de resduos no
domiciliares deve ser definida no plano municipal de gesto
integrada de resduos slidos. O setor privado tem a responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e deve apoiar
principalmente no planejamento e na execuo de aes relacionadas
logstica reversa. Por meio da sua gesto ambiental, deve estimular a
rotulagem ambiental, o consumo sustentvel e a no gerao, a reduo, a
reutilizao, a reciclagem e o tratamento dos resduos slidos, bem
como disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos. As
empresas prestadoras de servio de limpeza urbana devem apoiar os
municpios na adequao da PNRS, especialmente nos investimentos que
devem ser realizados, no compartilhamento de conhecimento e no
atendimento da qualidade desejada na gesto de resduos. O
atendimento PNRS envolver, em muitos casos, a construo de um novo
aterro e/ou outras tecnologias que demandaro vultosos
investimentos. Assim, a interao do municpio com empresas e
associaes de empresas de limpeza urbana ser fundamental para a
estruturao de um modelo de soluo que atenda s necessidades do
municpio, esteja alinhado sua capacidade financeira e seja atrativo
para as empresas do mercado. Agentes da mudana de paradigma,
populao e sociedade organizada devem reconhecer a necessidade de
mudana da situao atual em relao gesto de resduos do municpio,
sabendo que so responsveis por sua gerao e, portanto, por sua
destinao correta. Devem apoiar a prefeitura e engajar- se nas aes
do municpio para atendimento PNRS. Alm desse apoio aos municpios,
tambm deve haver a incluso de 15 ONGs que trabalhem com coleta
seletiva e catadores e que possam assessorar a aplicao de
incentivos reciclagem e ao fortalecimento da coleta seletiva.
PwC|SELUR|ABLP
- 16. 2 Premissas do Guia 16GuiadeorientaoparaadequaoPoltica
NacionaldeResduosSlidos(PNRS) Conforme o objetivo do guia, deve-se
assumir que a primeira premissa para utilizao deste documento a
necessidade de atendimento PNRS. Desse modo, a Unio e o Estado
elaboraro planos com horizonte de atuao para os prximos 20 anos. No
entanto, a no existncia dessas diretrizes at o momento no exime os
municpios de elaborarem os Planos Municipais de Gesto Integrada de
Resduos Slidos at o prazo mximo de 2 de agosto de 2012 com uma viso
de sustentabilidade operacional e financeira de longo prazo. Para a
implantao do guia necessrio avaliar algumas condies a fim de
verificar a aptido do Municpio para a adequao PNRS. O primeiro
passo reconhecer que a gesto de resduos slidos um desafio e uma
oportunidade para o municpio e que a adaptao PNRS requer
compreender: desafios da realidade atual operacional, legal e
financeira da gesto de resduos slidos; obrigao e responsabilidade
ambiental do municpio; obrigao e responsabilidade ambiental do
prefeito; oportunidade de liderar o processo de mudana; abertura
para avaliar novas tecnologias aplicveis. ... Planos Municipais de
Gesto Integrada de Resduos Slidos at o prazo mximo de 2 de agosto
de 2012 com uma viso de sustentabilidade operacional e financeira
de longo prazo.
- 17. Diante dos desafios e das oportunidades apresentados, o
segundo passo ter vontade de transformao da realidade e, para isso,
necessrio avaliar: maturidade das partes interessadas; momento de
quebra de paradigma; momento histrico para o municpio; vontade de
mudar vrias realidades - social, educacional e ambiental; aptido e
vontade de criar planos futuros alm do mandato. O envolvimento e o
apoio da populao, das empresas, da entidade do terceiro setor, da
Prefeitura, da Cmara Municipal e das empresas prestadoras de servio
de limpeza urbana de fundamental importncia. As aes podem ser
expressas em: compartilhamento de conhecimento; discusso aberta
sobre a gesto de resduos no municpio, compreendendo a
responsabilidade compartilhada em relao gerao e destinao; vontade,
capacidade e pr-disposio para realizar os investimentos necessrios;
envolvimento de empresas especializadas em diagnsticos e estruturao
17de modelos de negcios de longo prazo (concesso, PPP). medida que
necessrio o envolvimento da populao de suma importncia a
transparncia na comunicao, ou seja: educao ambiental e agenda
positiva (mais detalhes no captulo 7); desenvolvimento de programas
nas secretarias municipais; comunicar as aes planejadas e
desenvolvidas de forma estruturada; estar aberto para discusses e
questionamentos; investir em trabalho de marketing; criar meios de
participao social. PwC|SELUR|ABLP
- 18. Diagnstico 18 3 O presente captulo visa apresentar itens
nas dimenses operacional, financeira e legal. Estes devem ser
analisados para que os gestores pblicos municipais compreendam o
cenrio atual da gesto dos resduos slidos do municpio, servindo como
base para o planejamento e a implementao de um sistema de gesto de
resduos slidos com sustentabilidade operacional e financeira de
longo prazo adequado PNRS. 3.1 Diagnstico operacional A estrutura
operacional vista como elemento essencial para a gesto de resduos
slidos no municpio. Tal estrutura composta por diversos elementos
que viabilizam a execuo dos servios relacionados gesto de resduos
slidos por meio de uma tecnologia especfica ou um conjunto de
tecnologias. Dessa forma, o municpio pode contar com o apoio de
empresas especializadas em gesto de resduos slidos para efetuar o
levantamento das variveis mencionadas. de suma importncia
compreender a atual estrutura operacional dos servios de limpeza
urbana do municpio para planejar uma soluo operacional sustentvel a
longo prazo e que seja adequada PNRS.
GuiadeorientaoparaadequaoPoltica NacionaldeResduosSlidos(PNRS)
- 19. O municpio tem o levantamento das seguintes variveis? O
questionrio presente no Anexo 1 permitir ao municpio elaborar o
diagnstico operacional com mais detalhamento. Populao -
levantamento do nmero de pessoas residentes em reas urbanas e
rurais, quantidade mdia de moradores por residncia e, caso houver,
nmero expressivo de moradores temporrios. Densidade demogrfica -
indica as reas de maior e menor concentrao populacional. rea urbana
e rural do municpio indicar a dimenso das reas urbana e rural. Mapa
de uso e ocupao do solo indicar o uso predominante do solo, como
concentraes comerciais, setores industriais, reas de difcil acesso
e/ou de baixa renda, preservao ambiental e outros possveis usos
(captao de gua e abastecimento pblico). Largura das vias - indicar
o tipo de equipamento de coleta e o perodo de execuo do servio.
Relevo do municpio indicar o tipo do perfil das reas (plano; pouco,
mdio e muito montanhoso) e curvas de nvel. Quilometragem de vias
indicar o total de quilmetros das vias em todos os tipos de vias.
Tipo de pavimento - indicar o tipo do pavimento - se as vias so de
terra, asfalto e/ou paraleleppedo. Iluminao da via pblica indicar o
percentual de iluminao das vias. Identificao da origem dos resduos
indicar a origem dos resduos, que podem ser (1) de origem domstica;
(2) limpeza pblica, como varrio, capina, limpeza de boca de lobo;
(3) comercial; e (4) de fontes especiais, como os resduos
industriais, hospitalares, de construo civil, de servios de
transportes, agrcolas e minerao. Periculosidade anlise da fonte e
quantidade de resduos perigosos e no perigosos. Restries ambientais
indicar, por intermdio de um mapeamento, as reas de manancial, reas
de Proteo Permanente (APP), reas tombadas, patrimnio arqueolgico e
unidades de conservao ambiental e aeroportos (Resoluo CONAMA n
04/1995). Identificao do peso dos resduos (ton/ano) indicar o peso
anual dos resduos coletados segregados pela origem. Composio fsica
dos resduos/ gravimetria representa o percentual de cada componente
(papel e papelo, plstico, madeira, couro e borracha, pano e estopa,
folha, mato e galhada, restos de comida, entre outros) em relao ao
peso total do lixo. Responsvel pela execuo do servio identificar os
responsveis pela execuo, sejam eles agentes pblicos e/ou privados,
para todos os servios relacionados gesto de resduos slidos do
municpio, ou seja, coleta domiciliar, coleta seletiva, coleta de
resduos de sade e da construo civil, limpeza de boca de lobo e
galerias, varrio, podas e jardins, lodo das ETE e ETA e outros
servios de limpeza urbana. 19 PwC|SELUR|ABLP
- 20. 20 Frequncia e horrio de atendimento indicar o nmero de
vezes na semana em que feita a remoo do resduo em um determinado
local da cidade, geralmente diria (exceto domingo), duas ou trs
vezes na semana. O j horrio pode ser diurno ou noturno. Veculos e
equipamentos por servio indicar a quantidade e as caractersticas
dos equipamentos e quantos turnos esto trabalhando por cada tipo de
servio (coleta seletiva, coleta domiciliar, coleta de resduos de
sade e da construo civil, limpeza de bocas de lobo, capinao,
conservao de reas verdes, varrio e outros servios da limpeza
urbana). GuiadeorientaoparaadequaoPoltica
NacionaldeResduosSlidos(PNRS) Distncia mdia at transbordo/
tratamento/destinao final distncia mdia entre a gerao dos resduos
(centros de massa) nos aglomerados populacionais e estao de
transbordo/ tratamento/destinao final. Nmero de pessoas disponveis
indicar o nmero de pessoas necessrias e disponveis para a execuo
dos servios de coleta seletiva, coleta domiciliar, coleta de
resduos de sade e de servios da construo civil, limpeza de boca de
lobo, varrio e outros servios. Formas de manejo dos resduos
empregadas no municpio indicar as atuais alternativas de manejo dos
resduos slidos, como triagem de resduos slidos (reciclagem),
compostagem, tratamento trmico e autoclavagem (resduos de servios
de sade). Formas de disposio dos resduos no municpio indicar a
atual estrutura do municpio para a destinao final dos resduos, seja
ela na forma de lixo, aterro controlado e/ou aterros sanitrios.
Entre a coleta, o tratamento e a destinao final podem ser
utilizadas estaes de transbordo nessa fase, elas tambm devem ser
identificadas. Disponibilidade de reas para aterro
sanitrio/transbordo/ tratamento/centrais de triagem o municpio
indicar a disponibilidade e as reas potenciais para implantao de
reas para tratamento de resduos, estaes de transbordo, aterros
sanitrios e reciclagem. Nmero de funcionrios prprios e terceiros
(por funo e por servio) indicar o nmero de funcionrios por funo e
por servio (motorista, coletor, varredor, ajudante geral, operador
de mquina e bueirista).
- 21. A deciso sobre o sistema operacional a ser implantado dever
ser precedida de uma avaliao criteriosa dos itens supramencionados
aliada s alternativas tecnolgicas disponveis. A deciso sobre o
modelo tecnolgico a ser implementado no deve ser pautada apenas no
limitado oramento municipal, mas deve-se considerar tambm os
benefcios ambientais, sociais e sanitrios de cada possvel sistema a
ser implantado. O conhecimento e a compreenso das etapas de execuo
dos servios de limpeza urbana, coleta e transporte dos resduos,
tratamento e disposio final e as tecnologias existentes para cada
fase do gerenciamento de resduos slidos sero determinantes na
escolha do modelo operacional a ser implantado (Figura 2). Figura
2: Fases do gerenciamento de resduos slidos do municpio Gerao dos
resduos Coleta e transporte Processos de tratamentos Destinao final
Domiciliares Comercial* Industrial* Limpeza Logradouros Volumosos
Construo Cvil* Servios de Sade* *Responsabilidade da Prefeitura,
conforme estabelecido em legislao municipal Comercial* Industrial*
Construo Cvil* Servios de Sade* *Responsabilidade do gerador,
conforme estabelecido em legislao municipal Coleta de
responsabilidade do municpio Transporte executado pelo municpio
Triagem Reciclagem Compostagem Aterro Sanitrio Aterro Controlado
Lixo Usinas Reciclagem de Entulho Tratamento Trmico Autoclavagem
Micro-ondas Coleta de responsabilidade do gerador Transporte
executado pelo gerador Formas inadequadas de destinao final de
acordo com a PNRS Fonte: PwC, 2011
- 22. 3.1.1 Processos e tratamentos
22GuiadeorientaoparaadequaoPoltica NacionaldeResduosSlidos(PNRS)
Limpeza de logradouros A limpeza de logradouros inclui servios de
varrio, capinao, limpeza de sarjetas e bocas de lobo, praas e
praias. Alm disso, tambm so considerados nesta categoria poda de
rvores, limpeza de monumentos, limpeza de feiras livres e limpeza e
desassoreamento de valas e canais. Esses servios so importantes
para evitar problemas sanitrios comunidade, enchentes nas ruas por
causa de entupimento de bocas de lobo e acidentes de trnsitos. O
aspecto esttico tambm um fator que influencia a execuo desses tipos
de servios por parte do Municpio. Uma cidade limpa inspira o
orgulho de seus habitantes, alm de ajudar a atrair novos moradores
e turistas. Varrio Entre os servios j mencionados, a principal
atividade a varrio. O grau de educao da populao influencia
diretamente na dimenso desse servio. A prefeitura deve promover aes
de educao, ampliando os conceitos de cidadania, para que todos
conscientizem-se da importncia de no sujar a cidade. A varrio pode
ser executada de forma mecanizada ou manualmente. No Brasil, em
razo de mo de obra abundante e da necessidade de gerar empregos
comum que a maioria das operaes seja realizada de forma manual.
Como resultado, necessrio dimensionar corretamente a quantidade de
garis para que no haja mo de obra ociosa.
- 23. So determinantes para dimensionar o plano de varrio manual:
1. qualidade do servio desejado por meio de pesquisa de opinio,
verificao de reclamaes anteriores e da divulgao de matrias
veiculadas pela mdia possvel determinar os mtodos e a frequncia de
limpeza; 2. testes de produtividade um teste realizado com os
trabalhadores para determinar quantos metros de sarjeta e passeios
podem ser varridos por trabalhador por turno. O resultado desse
teste ser influenciado pelo tipo e pela inclinao da pavimentao e da
calada, pela existncia ou no de caladas e pela circulao de
pedestres e veculos; 3. extenso das vias a serem varridas -
levantar a extenso total das ruas e sarjetas a serem varridas; 4.
mo de obra a ser utilizada - o nmero de varredores necessrios ser
determinado pela relao da extenso linear total pela velocidade mdia
de varrio. As ferramentas necessrias para execuo desse tipo de
servio incluem cestas coletoras, carrinhos, vassouras, enxadas e
ps. O vesturio adequado a ser utilizado pelos trabalhadores cala,
bon e botas, alm dos Equipamentos de Proteo Individual (EPIs). Em
caso de varrio mecanizada existem diversos tipos de equipamentos,
por exemplo, minivarredeira, varredeira mecnica de mdio e grande
porte e minivcuo. 23 Estima-se que a varrio mecanizada substitui 15
varredores manuais, porm o custo dos equipamentos e da manuteno
alto. A deciso sobre o tipo de varrio a ser implantada deve ser
precedido de um estudo de viabilidade para analisar o
custo-benefcio. Alm disso, necessrio avaliar as condies das vias
para que os equipamentos consigam atender s expectativas
PwC|SELUR|ABLP Coleta e transporte A coleta dos resduos uma etapa
essencial na limpeza urbana municipal e caracterizada pela remoo
regular do lixo acondicionado, coletado, transportado, tratado e
encaminhado para a disposio final. A execuo desse servio evita a
proliferao de vetores causadores de doenas, como ratos, baratas e
moscas, problemas sanitrios para a populao e mau cheiro, alm de
prevenir o entupimento e o assoreamento do sistema de drenagem em
reas de manancial. O no recolhimento do lixo visvel populao, que
fica incomodada e passa a criticar a administrao pblica.
- 24. Ao mesmo tempo, a populao tem um papel de extrema
importncia para que a coleta seja executada de maneira desejada. A
observao dos dias e do horrio da coleta e o correto
acondicionamento melhoram a eficincia e a qualidade da coleta. A
coleta e o transporte dos resduos domiciliares, pblicos e de
pequeno comrcio so em geral de responsabilidade do rgo municipal
gestor da limpeza pblica, assim como pequenas quantidades de
resduos da construo civil. J a coleta e o transporte dos resduos de
grandes geradores, como indstrias, comrcios e categorias
especficas, por exemplo portos, aeroportos e atividades agrcolas,
so de responsabilidade do gerador. Para a coleta de resduos slidos
devem ser observadas as suas classificaes e outras disposies na
ABNT NBR n 13.463/95; para o transporte terrestre de resduos
slidos, deve-se observar a ABNT NBR n 13.221/10. Para execuo dos
servios de coleta e transporte a prefeitura pode optar pela prestao
direta do servio ou pela contratao de terceiros especializados e/
ou sistemas mistos. So variveis para determinao do modelo de
coleta: frequncia de atendimento; horrios da coleta; itinerrio e
traado percorrido; 24 veculos e equipamentos; peso gerado; nveis de
eficincia; economia de escala A coleta de resduos de sade e de
construo civil deve ser realizada separadamente dos demais resduos
e em veculos especiais, pois o resduo de servios de sade
considerado de risco biolgico e de tratamento especfico, e o resduo
de construo civil inerte e idealmente deve ser reaproveitado. Entre
a coleta, o tratamento e a destinao final so comumente utilizadas
estaes de transbordo ou de transferncia. Essas unidades so
instaladas prximas ao centro de massa da gerao para que os caminhes
de coleta descarreguem os resduos e retornem coleta. Nesses locais
os resduos podem ser imediatamente descarregados em caminhes
maiores (transporte de grande volume) ou acumulados para
posteriormente seguirem para a destinao final. A implantao das
estaes de transbordo tem como objetivo melhorar a eficincia no
processo de transporte dos resduos, reduzindo o tempo de coleta e
os custos de transporte e aumentado a produtividade dos caminhes de
coleta, que so veculos especiais e caros. Todavia, necessrio
elaborar um estudo para avaliar a viabilidade econmica e os ganhos
que trar a qualidade do sistema de gesto de resduos. Em geral, as
estaes de transferncia so implantadas quando a distncia entre o
centro de massa de coleta e o aterro sanitrio est de 30km a 50km
(ida e volta) ou quando condies de trfego rodovirio tornam
extremamente lento o deslocamento. O controle do tempo com os
horrios de entrada e sada dos veculos por tarefa e o controle da
carga do veculo coletor e da execuo dos servios de extrema
importncia para alcanar o nvel do servio desejado.
GuiadeorientaoparaadequaoPoltica NacionaldeResduosSlidos(PNRS)
- 25. Recuperao de materiais triagem, reciclagem e compostagem Em
pases desenvolvidos, a recuperao de materiais foi instituda por
polticas ambientais, despertando na sociedade o olhar para a
problemtica dos resduos slidos. Recuperar materiais traz benefcios
diversos, como: reduo de custos com a disposio final do lixo por
consequncia de volume reduzido. aumento da vida til dos aterros
sanitrios. diminuio de gastos com remediao de reas degradadas pela
m destinao do lixo (lixes clandestinos). educao/conscientizao
ambiental da populao e estmulo da cidadania. diminuio de gastos
gerais com limpeza pblica a mdio e longo prazos. agrega valor ao
resduo. melhoria das condies ambientais e de sade pblica do
municpio e preservao dos recursos naturais. gerao de renda e
emprego. Podem ser recuperados papis, metais, vidros e plsticos,
que devem ser acondicionados separadamente e coletados pelo sistema
de coleta seletiva. Aps a coleta, os materiais recuperados secos so
transportados para as centrais de triagem, local onde ocorrer a
limpeza, a separao mais criteriosa e o acondicionamento dos
materiais para que estes possam ser devidamente comercializados.
Essas centrais dispem de mesas de catao, prensas para reduzir o
volume dos materiais e facilitar a sua estocagem e transporte. O
processo de beneficiamento dos materiais recuperados secos,
provenientes dos resduos domiciliares e dos resduos pblicos limpos
ou sujos, denominado reciclagem. 25 PwC|SELUR|ABLP Implantar um
programa de reciclagem exige vencer alguns desafios, pois so
necessrios servio de coleta distinto, equipamentos especiais e
centros de triagem, o que gera aumento nos gastos com a coleta e a
separao de resduos e exige um processo de sensibilizao da populao,
portanto, um processo gradativo e que demanda um tempo de
aculturamento da sociedade local.
- 26. O processo de beneficiamento dos materiais recuperados
secos, provenientes dos resduos domiciliares e dos resduos pblicos
limpos ou sujos, denominado reciclagem. 26
GuiadeorientaoparaadequaoPoltica NacionaldeResduosSlidos(PNRS)
Geralmente, os programas de reciclagem so subsidiados pelo poder
pblico, pois existe a dificuldade de implantar um modelo de
autossustentabilidade financeira. Logo, para que o programa consiga
alcanar a sustentabilidade no longo prazo recomenda-se que tenha
escala de produo, regularidade e qualidade no fornecimento e
qualidade do produto final (reciclado). Em pases em
desenvolvimento, com altos ndices de desemprego e com m distribuio
de renda, a reciclagem acaba sendo uma opo para gerao de renda e
incluso social. A catao de materiais reciclveis uma prtica comum
para pessoas de baixa renda. Alguns municpios tm procurado
organizar essas pessoas em cooperativas de catadores de materiais
reciclveis para que juntos consigam gerar mais renda e resgatem
indiretamente o senso social e coletivo dos indivduos. Essas
cooperativas podem participar do processo de gesto de resduos
slidos principalmente nos centros de triagem. A aplicao da Lei n
12.305/10 introduz novas oportunidades de atuao na cadeia da
reciclagem, e o municpio que implantar a coleta seletiva com a
participao de cooperativas de catadores de baixa renda tero
prioridade de acesso aos recursos federais. Em mbito federal, o
Programa Pr-Catador (institudo pelo Decreto n 7.405/2010) pode
apoiar na implantao do programa de reciclagem. Outro resduo que
pode ser reciclado e que a presente gerao tem sido crescente o
resduo da construo civil. A reciclagem desse tipo de resduo permite
utiliz-lo como base e sub-base em rodovias e at aplic-lo novamente
na indstria de construo civil. No entanto, existem no Brasil poucas
usinas de beneficiamento de resduos de construo. A reciclagem de
resduos de construo apresenta algumas vantagens, por exemplo: menor
extrao de matrias-primas, conservando as matrias-primas no
renovveis; diminuio dos problemas ambientais urbanos, resultantes
da deposio indiscriminada e inadequada de resduos de construo na
malha urbana e em mananciais; colocao de materiais de construo de
custo mais baixo e reduo de custos com a disposio final; gerao de
empregos; aumento da vida til dos aterros sanitrios. A construo de
uma usina de reciclagem de resduos de construo requer uma
sensibilizao da populao para a correta separao dos materiais. Alm
disso, necessria uma coleta especial para esse tipo de resduo.
recomendvel a instalao de uma usina de beneficiamento de resduos de
construo onde h alta densidade populacional e escassez/dificuldade
de obteno de agregados naturais para a construo civil. A usina deve
estar localizada em posio central ao permetro urbano.
- 27. Devem ser observadas as seguintes disposies legais
relacionadas aos resduos da construo civil: ABNT NBR n 15.112/04 -
reas de transbordo e triagem - diretrizes para projeto, implantao e
operao. ABNT NBR n 15.114/04 - reas de reciclagem - diretrizes para
projeto, implantao e operao. Resoluo CONAMA n 307/02 - diretrizes,
critrios e procedimentos para a gesto de resduos slidos da construo
civil. O processo de reutilizao de materiais orgnicos como restos
de alimentos e podas de rvores conhecido como o processo de
compostagem. Conforme a ABNT NBR n 13.591/96, por meio da ao de
microorganismos existentes no lixo, a matria orgnica transformada
em adubo orgnico. Trs fatores so muito importantes para que o
processo ocorra corretamente: o teor de umidade; a aerao; a relao
de carbono e nitrognio. A compostagem um processo ambientalmente
seguro e que traz os seguintes benefcios: 27 Reduo de custos e
aumento da vida til dos aterros. Aproveitamento agrcola da matria
orgnica. Reciclagem de nutrientes para o solo. Eliminao de
patgenos. Economia de tratamento de efluentes em virtude da reduo
da gerao de chorume e lixiviados. No entanto, a sua implantao
requer avaliar a existncia de mercado para a compra/aplicao do
composto, sensibilizar a populao para a correta separao da
matria-prima, implementar um servio especial de coleta e realizar
anlises fsico-qumicas de forma que assegure o padro mnimo de
qualidade estabelecido pelas normas tcnicas de sade.
PwC|SELUR|ABLP
- 28. Tratamento e disposio final Visto como a penltima fase da
gesto dos resduos slidos, o tratamento compreendido como uma srie
de procedimentos fsicos e biolgicos que tem por objetivo diminuir a
carga poluidora no meio ambiente, reduzir os impactos negativos
sanitrios do homem e tambm o beneficiamento econmico do resduo.
Existem diversos tipos de tratamentos para os diferentes resduos.
As tecnologias utilizadas sero apresentadas abaixo. Vale ressaltar
que as tecnologias apresentadas j consideram os impactos ambientais
decorrentes de sua utilizao e atendem s legislaes ambientais
relativas. Tratamento trmico O tratamento trmico uma tecnologia que
utiliza altas temperaturas para queimar resduos em um processo de
combusto completa. Essa tcnica garante o tratamento sanitrio do
resduo e a completa destruio dos componentes orgnicos, alm de
diminuir a presena de resduos combustveis nas cinzas. As principais
vantagens da utilizao do tratamento trmico so: diminuio expressiva
do volume do resduo a ser descartado, evitando a 28 demanda por
espao em aterros sanitrios; reduo dos impactos ambientais em relao
aos aterros sanitrios, j que em longo prazo o incinerador no
necessita de monitoramentos no que se refere poluio de guas
subterrneas; desintoxicao de materiais contaminados por vrus,
bactrias, componentes orgnicos e dioxinas; recuperao de energia, j
que parte da energia consumida pode ser recuperada na forma de
vapor ou eletricidade; aplicvel para tratamento de resduos de
servios de sade, industriais, de portos e aeroportos e
domiciliares. Em contrapartida, a tecnologia apresenta custo
elevado tanto na implantao como na operao quando comparada a outras
tecnologias de tratamento dos resduos. Todavia, com o aumento das
exigncias ambientais sobre os aterros sanitrios e custos de
disposio relacionados a essa tecnologia, vlido analisar os custos
locais para implantao de tratamento trmico. Outro desafio da
utilizao do tratamento trmico dos resduos a exigncia de mo de obra
qualificada para operar e supervisionar a planta e a frequncia de
problemas operacionais em razo da variabilidade da composio de
resduos. No Brasil, em razo da alta umidade dos resduos, as
tecnologias estrangeiras precisam passar por importantes adaptaes
tcnicas para ter a eficincia desejada. Nesse tratamento, apesar da
reduo de volume e peso dos resduos em aproximadamente 95%, as
cinzas produzidas e o lodo resultante do tratamento de gases devem
ser dispostos adequadamente. GuiadeorientaoparaadequaoPoltica
NacionaldeResduosSlidos(PNRS)
- 29. Devem ser observadas as seguintes disposies legais
relacionadas aplicao do tratamento trmico: ABNT NBR n 11.175/90 -
incinerao de resduos slidos perigosos - padres de desempenho.
Resoluo CONAMA n 006/91 - desobriga incinerao de RSS. Resoluo
CONAMA n 316/02 - procedimentos para tratamento trmico. Resoluo
CONAMA n 264/99 - licenciamento de fornos rotativos de produo de
clnquer para atividades de coprocessamento de resduos. Resoluo
CONAMA n 006/1991 - incinerao de resduos slidos provenientes de
estabelecimentos de sade, portos e aeroportos. Autoclavagem A
autoclavagem um tratamento aplicvel aos resduos dos servios de
sade. Ele consiste em uma cmara a vcuo, onde, por meio de uma
determinada presso e temperatura, o resduo esterilizado aps certo
tempo de permanncia dentro da cmara. Apesar de a operao e a
manuteno serem relativamente baratas e fceis e no emitirem
efluentes gasosos, o tratamento no reduz o volume dos resduos e no
h garantia que o vapor dgua atinja todo o resduo, sendo recomendvel
a sua triturao prvia. A aplicao dessa tecnologia recomendvel quando
o volume a ser tratado for significativo em relao ao custo de
capital e operao do sistema, ou seja, deve ser vantajosa em relao s
demais tecnologias utilizadas para tratamento de resduos de servios
de sade. Micro-ondas Utilizado tambm para processamento de resduos
de servios de sade no tratamento por micro--ondas o resduo
previamente triturado e colocado em forno micro-ondas, que efetua a
esterilizao por meio de radiao e vapor. A grande vantagem do
tratamento em micro-ondas que ele no gera emisso de efluentes
lquidos e gasosos. A Resoluo CONAMA n 358/05 dispe sobre os
tratamentos e a disposio final dos resduos dos servios de sade, e a
Resoluo da Diretoria Colegiada (RDC) n 306 da Anvisa regulamenta o
gerenciamento de resduos de servios de sade. J a destinao final
compreendida como a ltima fase de todo o processo de limpeza urbana
em que sero depositados os rejeitos, ou seja, resduos que esgotaram
todas as possibilidades de tratamento e recuperao por processos
tecnolgicos disponveis e economicamente viveis. Um dos grandes
gargalos da gesto da limpeza urbana nas cidades se d nessa fase. O
crescimento das cidades e da gerao dos resduos e a falta de
conscincia aliados ao oramento restrito do municpio fazem com que
os resduos no tenham destinao final adequada. 29 ... resduos que
esgotaram todas as possibilidades de tratamento e recuperao por
processos tecnolgicos disponveis e economicamente viveis.
PwC|SELUR|ABLP
- 30. ... os lixes e aterros controlados devero ser encerrados at
o prazo mximo de agosto de 2014 30 GuiadeorientaoparaadequaoPoltica
NacionaldeResduosSlidos(PNRS) No Brasil, a preocupao maior est na
coleta e no transporte, pois tais servios so visveis populao e esta
cobrar do gestor municipal caso o servio no seja realizado de
maneira adequada. J a destinao final incorreta incomoda diretamente
poucas pessoas no curto prazo. No entanto, o impacto ambiental no
mdio e longo prazos enorme, o que refletir em maiores custos de
sade e de tratamento de gua para consumo humano. A existncia de
lixes ainda comum em territrio brasileiro, especialmente em
municpios de menor porte. Alm da poluio de solo, gua e ar, a qual
considerada crime ambiental e um passivo ambiental para o municpio,
os lixes geram tambm um passivo social e para sade das pessoas que
trabalham na regio. A deposio dos resduos em lixes a forma mais
inadequada de destinao final. J o aterro controlado funciona sob os
mesmos princpios de um aterro sanitrio em que o local vedado e de
acesso restrito. Contudo, no h existncia de controles ambientais
necessrios, como impermeabilizao do solo, coleta e tratamento de
chorume e coleta e queima dos gases produzidos pela decomposio do
resduo, sendo esta considerada tambm uma forma inadequada de
disposio. Caso o municpio tenha lixes e/ou aterros controlados
preciso identific- los no momento da elaborao do diagnstico
operacional. Devem ser identificados todos os passivos ambientais
relacionados aos resduos slidos, incluindo reas contaminadas. De
acordo com a PNRS, os lixes e aterros controlados devero ser
encerrados at o prazo mximo de agosto de 2014. A destinao final
ambientalmente adequada deve ser feita em aterros sanitrios e,
portanto, merece ateno especial e uma descrio mais detalhada, como
verificado a seguir.
- 31. Aterro sanitrio O aterro sanitrio a tecnologia de disposio
de resduos slidos urbanos mais indicada ao cenrio brasileiro, na
qual so utilizados critrios de engenharia que garantem o correto
recebimento e tratamento dos resduos, com menor impacto ambiental e
proteo da sade pblica. Os resduos que podem ser dispostos nos
aterros sanitrios so aqueles considerados no perigosos, ou seja,
resduos Classe IIA (por exemplo, matria orgnica e papel), Classe
IIB (porexemplo, rochas, tijolos, vidros e certos plsticos e
borrachas), regulamentados pela NBR n10.004/04, e resduos de sade
do grupo A, com risco biolgico. J os resduos da construo civil so
considerados Classe IIB e servem de cobertura e melhoria dos
acessos do aterro sanitrio, o que evita reduzir a vida til dos
aterros. Os resduos de sade do grupo B (com riscos qumicos) e os
resduos industriais classificados como resduos perigosos (Classe I)
devem ser dispostos em aterros Classe I, projetados para receber
somente esse tipo de resduo. importante frisar que os resduos de
sade do grupo A devem passar por tratamento prvio de esterilizao e
desinfeco (autoclave e micro- ondas, por exemplo) ou incinerao,
antes de serem dispostos em aterro, para garantir a segurana dos
operadores e a diminuio dos riscos de contaminao no meio ambiente.
Caso esses resduos no sejam submetidos a um desses tratamentos,
devem ser dispostos em clulas especiais e independentes, separados
dos demais resduos e no podem sofrer compactao. 31 PwC|SELUR|ABLP
Aterro sanitrio (Classe II) Aterro industrial (Classe I) Tipos de
resduos que Resduos no perigosos podem ser dispostos Classe IIA
Classe IIB Resduos de sade com risco biolgico (Grupo A)* *
Previamente tratados Resduos perigosos Classe I Resduos de sade com
risco qumico (Grupos B) Os aterros sanitrios so considerados
autossuficientes no que se refere destinao final, pois ao serem
comparados com outros mtodos de tratamento como incinerao e
reciclagem, no produzem resduo final em seu processo. No entanto,
em razo da decomposio dos resduos armazenados, ocorre a produo de
gases e lquidos que recebem o devido tratamento.
- 32. Os aterros sanitrios so caracterizados por apresentarem
diversos critrios de controle e monitoramento ambientais, como:
impermeabilizao do solo com manta isolante, tambm conhecida como
geomembrana, ou uma camada espessa de argila compactada, que
garantem que os lquidos percolados (chorume e lixiviados) no
atinjam as guas subterrneas; instalao de dutos que captam os gases
produzidos pela decomposio dos resduos, evitando exploses e
desestabilizao do aterro, alm da possibilidade de queima para
aproveitamento energtico e minimizar a emisso de gases do efeito
estufa na atmosfera; implantao de captao de chorume a fim de que
esse lquido seja encaminhado para tratamento; compactao frequente
do resduo disposto e cobertura subsequente com camadas de solo para
evitar a exalao de maus odores e a presena de vetores, como ratos e
insetos; presena de cercas, portes e guaritas que garantem o
controle de entrada de animais, pessoas e resduos no permitidos;
implantao de poos de monitoramentos, a montante e a jusante para
controle de contaminao de guas subterrneas. Em contrapartida,
existem alguns cuidados relacionados implantao de aterros como: 32
necessidade de controle e monitoramento eficazes para evitar a
poluio do solo e das guas subterrneas; a necessidade de
monitoramento e superviso constante para a garantia da manuteno das
condies ambientais satisfatrias e de salubridade; execuo do devido
tratamento de gases provenientes da decomposio do resduo aterrado.
Parte desses gases responsvel pelo agravamento do efeito estufa; a
necessidade de locais para a implantao de aterros em reas prximas
aos centros de maior produo de lixo, j que os custos de transportes
so elevados; a implantao de aterros sanitrios prximos populaes pode
criar impasses com a administrao municipal. O levantamento de
possveis reas para a implantao do aterro sanitrio deve ocorrer
durante a elaborao do diagnstico operacional. A escolha de uma rea
de implantao para um aterro sanitrio no ocorre de maneira simples e
exige a considerao de alguns critrios de seleo. Isso porque o alto
grau de urbanizao atual diminui a quantidade de reas com dimenses e
caractersticas adequadas para a implantao e que sejam, ao mesmo
tempo, prximas aos locais de maior produo, a fim de atender s
necessidades do municpio. Devem ser considerados tambm os parmetros
tcnicos, os aspectos legais nas trs instncias governamentais
(federal, estadual e municipal), as distncias e vias de acesso no
que se refere ao transporte e aos aspectos sociais, quanto superao
das resistncias implantao da tecnologia pela comunidade do entorno.
GuiadeorientaoparaadequaoPoltica NacionaldeResduosSlidos(PNRS)
- 33. A adoo de uma estratgia composta pelos seguintes passos
pode ser um dos melhores caminhos para que seja feita uma boa
escolha e minimize a implantao de medidas corretivas e de adaptaes
na rea escolhida e consequentemente dos gastos iniciais de
implantao: Levantamento das possveis reas para a implantao
disponveis no municpio. Determinao dos critrios de seleo a serem
adotados. Priorizao de atendimento aos critrios estabelecidos.
Anlise crtica de todas as reas escolhidas, selecionando aquela que
mais atendem s necessidades do municpio de acordo com as
prioridades dos critrios selecionados. Para selecionar uma rea,
importante que o municpio faa uma estimativa preliminar da
quantidade de rea necessria para o empreendimento. Alm de estimar a
rea, tambm se faz necessria a delimitao das reas de uso e ocupao do
solo para que conhea as reas rurais e industriais e onde se
encontram as unidades de conservao; o levantamento dos proprietrios
e a devida documentao das reas, a fim de se evitar possveis
irregularidades. A seleo de uma rea que servir como aterro sanitrio
de disposio de resduos domiciliares deve atender aos requisitos das
normas ABNT NBR n 10.157 e outras legislaes vigentes, como segue:
ABNT NBR n 8.419/92 - apresentao de projetos de aterros sanitrios
33de resduos slidos urbanos - procedimento. ABNT NBR n 13.896/97 -
critrios para projeto, implantao e operao de aterro sanitrios. ABNT
NBR n 15.849/10 - diretrizes para localizao, projeto, implantao,
operao e encerramento de aterros sanitrios de pequeno porte. ABNT
NBR n 15.113/04 - projeto, implantao e operao de aterro de resduos
slidos da construo civil Classe A e de resduos inertes. ABNT NBR n
13.896/97 - aterros de resduos no perigosos - critrios para
projeto, implantao e operao. CONAMA n 404/2008 - licenciamento
aterros de pequeno porte. Outro critrio de suma importncia o
econmico-financeiro que engloba desde investimentos para a
implantao de aterro e os custos com o transporte da fonte de coleta
at os custos referentes manuteno do aterro. Deve-se avaliar a
influncia da implantao de um aterro sanitrio em um local prximo
populao e seus possveis inconvenientes e consequncias.
PwC|SELUR|ABLP
- 34. Os municpios podem optar por implantar Centrais de
Tratamento de Resduos (CTRs). Essa a soluo mais segura, moderna e
eficiente para tratar os resduos slidos domiciliares e de grandes
geradores. As Centrais so formadas por um conjunto de tecnologias
integradas (aterros sanitrios e industriais, centros de triagem e
compostagem) em diferentes unidades de tratamento capazes de
promover o gerenciamento completo dos diversos tipos resduos,
evitando a poluio e minimizando os impactos ambientais e sociais.
Logo aps a seleo da rea de implantao do aterro sanitrio, deve- se
iniciar o processo de licenciamento, o que exige a execuo de alguns
procedimentos para que seja permitida a implantao e o seu
funcionamento. O processo de licenciamento de um aterro sanitrio
envolve as etapas a seguir. No momento em que dado incio ao
processo de licenciamento necessrio apresentar tambm um cronograma
detalhado com as atividades at a obteno da Licena de Operao. O
processo de licenciamento ambiental desenvolvido com o rgo
ambiental competente, sendo municipal quando o municpio tiver essa
estrutura e autonomia ou estadual na falta ou complementao do
municipal. Pedido de Licena Prvia (LP) Tempo estimado: 30 dias
Licena Prvia a licena liberada pelo rgo de controle ambiental que
autoriza o empreendedor a realizar os estudos de impacto ambiental
do 34 futuro aterro sanitrio e o seu projeto executivo. Essa etapa
deve ser realizada nos primeiros 30 dias da assinatura do termo com
o rgo ambiental competente e deve estar acompanhada do projeto
bsico. Acompanhamento da elaborao da Instruo Tcnica (IT) Tempo
estimado: 15 dias Instruo Tcnica consiste em um documento tcnico no
qual o rgo ambiental define quais aspectos so importantes para
serem detalhados no Estudo de Impacto Ambiental. Nessa etapa,
aconselhvel que os autores do projeto bsico acompanhem a formulao
das instrues tcnicas a fim de que se tenham conhecimento do
processo e amenizem as exigncias do rgo. Elaborao do EIA/RIMA Tempo
estimado: 75 dias O EIA um estudo realizado por uma empresa
terceira no qual feito um levantamento dos pontos positivos e
negativos da implantao e operao de um aterro sanitrio, levando em
considerao aspectos fsicos, biticos e antrpicos. Este estudo tambm
estabelece medidas mitigadoras de impactos e aprovado pelo rgo
ambiental do Estado. O RIMA um relatrio que apresenta um resumo dos
principais pontos do EIA e caracterizado pela linguagem acessvel ao
pblico leigo. O estudo deve ser iniciado imediatamente aps a
entrada do pedido de Licena Prvia para que, assim que sair as
instrues tcnicas, sejam feitas complementaes no estudo. Aps a
finalizao, o estudo deve ser encaminhado imediatamente para aprovao
do rgo ambiental. GuiadeorientaoparaadequaoPoltica
NacionaldeResduosSlidos(PNRS)
- 35. Acompanhamento da anlise e da aprovao do EIA Tempo
estimado: 15 dias Nesta etapa, os autores do projeto bsico devem
acompanhar a anlise pelo rgo ambiental sobre o EIA a fim de
esclarecer possveis dvidas que o rgo tiver. Audincia pblica Tempo
estimado: 30 dias Aps a aprovao do EIA pelo rgo ambiental, segue a
publicao deste documento exigido por lei. A audincia pblica pode
ocorrer por determinao do rgo ambiental para apresentao do projeto
populao em um prazo de 30 dias a partir da publicao do projeto em
um jornal de grande circulao do Municpio. de suma importncia que
sejam utilizados materiais audiovisuais de fcil entendimento para o
pblico participante da audincia. Obteno da Licena Prvia Tempo
estimado: 7 dias Depois de aprovado o estudo de impacto ambiental,
a equipe responsvel pela elaborao do projeto deve acompanhar a
liberao da Licena Prvia com o rgo ambiental. Elaborao do projeto
executivo 35Tempo estimado: 6 meses A elaborao do projeto executivo
consiste em trs etapas. A primeira, conhecida como a complementao
dos servios bsicos de campo, pode ser realizada simultaneamente ao
EIA e pode ser caracterizada como o levantamento de dados de campo
e como levantamentos topogrficos. A segunda etapa, a elaborao do
projeto tcnico, tem incio antes da liberao da Licena Prvia e
consiste no detalhamento de projetos de interesse ambiental, como
drenagem de guas pluviais, coleta e tratamento de chorume, etc. A
terceira e ltima etapa consiste na elaborao de projetos
complementares que no so de interesse do rgo ambiental, como
projeto de fundao, telefonia e estrutura. Entrada de pedido da
Licena de Instalao (LI) Tempo estimado: 15 dias A Licena de
Instalao a aprovao do rgo ambiental para a implantao do aterro
sanitrio de acordo com o proposto no projeto executivo. Depois de
encerrada a primeira parte, o projeto deve ser enviado ao rgo
ambiental com o pedido de Licena de Instalao. Acompanhamento da
concesso da Licena de Instalao Tempo estimado: 30 dias Nesta etapa,
a equipe responsvel pela elaborao da projeo deve ficar disposio do
rgo ambiental para acompanhamento da anlise e de eventuais
esclarecimentos. PwC|SELUR|ABLP
- 36. Pedido licenaImplantao do aterro sanitrio Tempo estimado:
10 meses Aps a liberao da Licena de Implantao pelo rgo ambiental, j
possvel iniciar o processo de implantao do aterro, dando prioridade
para as atividades essenciais operao. Pedido de Licena de Operao
(LO) Tempo estimado: 30 dias A Licena de Operao a licena concedida
pelo rgo ambiental autorizando o empreendedor a operar o aterro
sanitrio. Aps a concluso do mnimo necessrio para o incio da operao
do aterro obrigatria a inspeo das instalaes por uma equipe do rgo
ambiental para ento liberar a Licena de Operao. Mesmo com diversas
e longas etapas para a implantao de um aterro, essa a tecnologia
ambientalmente adequada para deposio dos rejeitos. Para Municpios
menores, solues consorciadas intermunicipais ou mesmo a concesso
deste para instituies privadas pode ser uma sada vivel, sendo tais
questes abordadas no captulo 5. Figura 3: Processo de licenciamento
de um aterro. Acompanhamento Acompanhamento da elaborao da da
anlise e instruo tcnica aprovao do EIA Elaborao do Obteno da prvia
Licensa PrviaEIA/RIMA 30 dias 15 dias 75 dias 15 dias 7 dias
Entrada de pedido da licena Acompanhamento Implantao do instalao -
LI da concesso aterro Pedido de Elaborao do da licena de licena de
projeto executivo operao - LOinstalaao 6 meses 15 dias 30 dias 10
meses 30 dias
- 37. 3.2 Diagnstico financeiro Ainda que seja obrigao do
municpio manter a cidade limpa, essa no das tarefas mais fceis e
normalmente no so bem conhecidas nem reconhecidas pela sociedade,
apesar de consumir vultosos recursos que, alm de escassos, tambm so
demandados em outras reas mais valorizadas pelo muncipe. Para
tentar diminuir o peso dessa obrigao, a prpria constituio permite
ao municpio estabelecer formas de financiamento do sistema de gesto
de resduos slidos. Contudo, mesmo com essa permisso, alguns
municpios brasileiros ainda no tm a cultura de cobrar pelo servio
de limpeza urbana, o que onera o prprio oramento municipal. Os
gastos com limpeza urbana consomem de 5% a 15 % do oramento
municipal. de suma importncia que as prefeituras tenham
conhecimento de todas as fontes de recursos para a gesto de
resduos, pois muitas vezes, os custos esto dispersos em vrias
rubricas do oramento, como nas reas de Transporte e Infraestrutura,
por exemplo. O municpio deve efetuar estudos para que a implantao
do Plano Municipal de Gesto Integrada de Resduos Slidos seja
amparada por uma fonte especfica de recursos, dando mais segurana
ao modelo de prestao de servio e minimizando impactos negativos
sobre o oramento municipal. Os instrumentos de cobrana pelos
servios de limpeza urbana comumente utilizados nos municpios
brasileiros so: Cobrana via guia de recolhimento do IPTU
Atualmente, muitos municpios utilizam a arrecadao de receita para a
gesto de resduos slidos por meio de taxas embutidas no Imposto
Predial e Territorial Urbano (IPTU). Essa taxa apresenta-se de
forma fixa, no variando de acordo com a quantidade de lixo
produzido. Uma das grandes deficincias desse tipo de cobrana que,
por ser cobrado um valor fixo, nem sempre garantida a cobertura dos
custos operacionais, de coleta, transporte, triagem, destinao e
investimentos que apresentam variaes de acordo com a produo. Alm
disso, a receita do IPTU est vinculada a compromissos do municpio e
tem percentuais mnimos para algumas rubricas, como a sade e a
educao, no sendo vinculada diretamente gesto de resduos slidos
municipais. Assim, a taxa especfica para a gesto dos resduos
relacionada a essa atividade e no utilizada pelos percentuais
obrigatrios de outras rubricas. 37PwC|SELUR|ABLP
- 38. Cobrana via boletos de consumo de gua e energia A cobrana
pelos servios de limpeza pblica ainda pode ser efetuada por meio
dos boletos de gua e energia, por meio de convnios entre as
empresas fornecedoras e os municpios. Para o municpio, a grande
vantagem 38 em se cobrar a taxa de lixo via esse tipo de fatura que
o levantamento de receita para a cobertura dos gastos com limpeza
pblica mais segura do que anexada em outros meios. Pelo fato de a
gua e de a energia serem essenciais, o pagamento das faturas acaba
sendo mais constante e frequente. Ainda que a taxa/tarifa de gesto
de resduos slidos seja cobrada com outra fatura (IPTU, gua e
energia), o seu valor deve estar apresentado de forma discriminada.
GuiadeorientaoparaadequaoPoltica NacionaldeResduosSlidos(PNRS)
Tendo em vista que os gastos com resduos slidos demandam boa parte
do oramento municipal, torna-se essencial para os gestores a busca
por solues alternativas que cubram ou complementem os investimentos
relacionados com a gesto dos resduos, seja por meio de taxa seja
por meio de tarifa, como apresentado no captulo 6. Adicionalmente,
de forma pontual, os municpios podem buscar recursos provenientes
de outras esferas do governo. Essas opes sero melhor descritas no
captulo 7. Como mencionado anteriormente, as despesas com a gesto
de resduos slidos esto normalmente dispersas em diversas rubricas
do oramento municipal. O levantamento de todos os custos
relacionados gesto dos resduos slidos urbanos no municpio um
desafio, porm essa informao base para a viabilidade do modelo
tecnolgico a ser adotado e para a tomada de deciso sobre o modelo e
a forma de prestao de servio a se utilizar.
- 39. As principais despesas relacionadas gesto de resduos slidos
(Tabela 1) so com: combustvel; aquisio de mquinas, equipamentos e
ferramentas, como caminhes, carregadeiras, retroescavadeiras,
compactadores, entre outros; manuteno e conservao de equipamentos e
veculos; recursos humanos prprios (trabalhadores fixos e
temporrios), incluindo encargos sociais e trabalhistas; recursos
humanos contratados e terceiros (trabalhadores fixos e temporrios),
incluindo encargos sociais e trabalhistas; depreciao de mquinas e
equipamentos; materiais consumveis como equipamentos de proteo
individual e de proteo coletiva, utenslios, uniformes, entre
outros; seguros e licenciamentos de veculos; infraestrutura, como
imveis, telefone, energia, entre outros; inovao tecnolgica,
pesquisas e projetos piloto. O levantamento dos gastos com os itens
como mencionados deve ser detalhado por tipo de servio executado
pela prefeitura e por terceiros, conforme modelo a seguir. 39
PwC|SELUR|ABLP
- 40. Tabela 1: Ficha orientativa para levantamento de despesas
relativas aos servios de limpeza urbana. "Servio de limpeza pblica
(varrio, roada, capina, triturao de galhos, limpeza de boca de
lobo)" "Coleta de resduos domiciliares (residncias urbanas e
rurais)" "Coleta de resduos de servio de limpeza pblica (varrio,
roada, capina, triturao de galhos, limpeza de boca de lobo)" Coleta
de resduos de servios de sade Coleta de resduos de construo civil
Coleta seletiva Qtd. (unid/ ms) Custo (R$/ ms) Total (R$/ ano) Qtd.
(unid/ ms) Custo (R$/ ms) Total (R$/ ano) Qtd. (unid/ ms) Custo
(R$/ ms) Total (R$/ ano) Qtd. (unid/ ms) Custo (R$/ ms) Total (R$/
ano) Qtd. (unid/ ms) Custo (R$/ ms) Total (R$/ ano) Qtd. (unid/ ms)
Custo (R$/ ms) Total (R$/ ano) Combustvel Aquisio de mquinas,
equipamentos e ferramentas (caminhes, carregadeiras,
retro-escavadeiras, compactadores entre outros) Manuteno e
conservao de equipamentos e veculos Recursos humanos prprios
(trabalhadores fixos e temporrios), incluindo encargos sociais e
trabalhistas Recursos humanos contratados e terceiros
(trabalhadores fixos e temporrios), incluindo encargos sociais e
trabalhistas Depreciao de mquinas e equipamentos Consumveis (EPI e
EPC, utenslios, uniformes entre outros) Seguros e licenciamentos de
veculos Infraestrutura (Imveis, telefone, energia) Inovao
tecnolgica, pesquisas e projetos piloto
- 41. Operao de centrais de triagem Operao de incinerador Operao
de unidade de compostagem Operao de unidades de transbordo Operao
de aterro controlado Operao de aterro sanitrio Outros servios Qtd.
(unid/ ms) Custo (R$/ ms) Total (R$/ ano) Qtd. (unid/ ms) Custo
(R$/ ms) Total (R$/ ano) Qtd. (unid/ ms) Custo (R$/ ms) Total (R$/
ano) Qtd. (unid/ ms) Custo (R$/ ms) Total (R$/ ano) Qtd. (unid/ ms)
Custo (R$/ ms) Total (R$/ ano) Qtd. (unid/ ms) Custo (R$/ ms) Total
(R$/ ano) Qtd. (unid/ ms) Custo (R$/ ms) Total (R$/ ano)
- 42. 3.3 Diagnstico Legal De acordo com a Constituio Federal de
1988, so de responsabilidade do municpio as atividades e os
assuntos de interesse local. Com isso, ao longo de anos os
municpios criaram legislaes especficas e firmaram ajustes para
atender s suas necessidades, inclusive relacionadas ao saneamento
bsico e destinao de resduos slidos, como tambm assumiram
compromissos com rgos ambientais. Entretanto, as recentes Leis de
Saneamento (2007) e de Resduos Slidos (2010) definiram aspectos
legais aplicveis ao municpio relativos a esses temas, muitos deles
j tratados pelo municpio em suas prprias legislaes e compromissos
celebrados, tornando-se, assim, necessrio avaliar e reorganizar a
estrutura legal do municpio adequ-la a essas diretrizes.
Adicionalmente, a implantao do PMGIRS provavelmente demandar a
contratao de prestao de servio com horizonte de longo prazo para
viabilizar que o setor privado aporte montante financeiro elevado
em curto perodo. Para que essa prestao (concesso e PPP) seja vivel,
fundamental a clara definio das fontes de receita e sua segregao
(carimbo) para esse fim, assim como a sua contemplao na futura
estrutura legal do municpio. 42 A Lei Orgnica Municipal O ponto de
partida para o municpio adequar-se s condies estabelecidas pela
PNRS analisar a sua Lei Orgnica, principal instrumento legislativo
no mbito municipal e que servir de base para as demais leis e os
demais atos que o municpio vier a publicar. A Lei Orgnica
estabelece a competncia legislativa do municpio de acordo com as
suas caractersticas locais, alm de cuidar das regras do processo
legislativo municipal e de toda regulamentao oramentria de acordo
com os limites estabelecidos pela Constituio Federal. Uma possvel
alterao Lei Orgnica dever ser submetida votao, conforme as
determinaes constitucionais e legais aplicveis, via de regra em
dois turnos pela Cmara de Vereadores e aprovada por 2/3 dos seus
membros. Assim, importante verificar se a Lei Orgnica do Municpio
contraria qualquer dispositivo da PNRS ou traz qualquer obstculo
adaptao das normas municipais s disposies da PNRS.
GuiadeorientaoparaadequaoPoltica NacionaldeResduosSlidos(PNRS)
- 43. Plano Municipal de Saneamento Bsico Plano de Gesto de
Resduos no Plano Municipal de Saneamento A Poltica Nacional de
Saneamento Bsico determina que o municpio dever elaborar o seu
Plano de Saneamento Bsico (Figura 4), o qual dever abranger os
servios de (i) abastecimento de gua, (ii) esgotamento sanitrio,
(iii) manejo de resduos slidos e limpeza urbana e (iv) de manejo de
guas pluviais. Figura 4: Composio do Plano de Saneamento Bsico
Abastecimento de guas Esgotamento sanitrio guas pluviais Manejo dos
resduos Slidos e Limpeza Urbana 43Fonte: PwC, 2011 O Plano de
Saneamento Bsico abrange os diversos servios apresentados
anteriormente e pode ser elaborado para todos os servios ou
individualmente para cada servio especfico. Nessa linha, o municpio
que j tiver elaborado o seu Plano de Saneamento Bsico dever avaliar
se tal plano j contempla os servios de manejo de resduos slidos e
limpeza urbana. Em caso positivo e elaborado anteriormente ao incio
de vigncia da PNRS, o plano que j tenha sido criado para atender
Lei de Saneamento Bsico dever ser adequado para incluir, tambm, os
quesitos mnimos estabelecidos pela PNRS. Essa adequao, desde que
contemple os quesitos mnimos da PNRS, j ser o prprio instrumento de
gesto integrada de resduos slidos do municpio, atendendo
integralmente lei. Para a adequao do Plano de Saneamento Bsico
PNRS, o Poder Executivo (Prefeito) encaminhar a proposta de alterao
Cmara Municipal para sua aprovao via lei municipal, conforme as
determinaes constitucionais e legais aplicveis, via de regra por
maioria simples (maioria dos presentes na sesso de votao). A
adequao s condies mnimas para a elaborao do plano municipal traz
consigo algumas implicaes e dificuldades comuns nos municpios, como
as descritas no captulo 4. PwC|SELUR|ABLP
- 44. O Plano Diretor O Plano Diretor estabelece o conjunto de
princpios e regras que servem de orientao para melhor prever as aes
de crescimento urbanstico de uma cidade. O Plano Diretor obrigatrio
para cidades com mais de 20 mil habitantes, ou que sejam parte de
regies metropolitanas ou aglomeraes urbanas e cidades integrantes
de reas especiais de interesse turstico. Alm dessas cidades, o
Plano Diretor tambm obrigatrio para os municpios que tm em seus
territrios alguma atividade que gere alguma forma de impacto
ambiental. No Plano Municipal de Gesto Integrada de Resduos Slidos
dever constar a identificao das reas favorveis para a disposio
final ambientalmente adequada de rejeitos, tomando como base as
diretrizes estabelecidas no Plano Diretor. Portanto, no momento da
elaborao do Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos, o municpio
dever observar as orientaes constantes do seu Plano Diretor e, se
necessrio, efetuar ajustes. Para eventual alterao do Plano Diretor,
o Poder Executivo (Prefeito) encaminhar a proposta de alterao Cmara
Municipal para sua aprovao via lei municipal, na forma prevista na
legislao local, via de regra por 44 maioria simples (maioria dos
presentes na sesso de votao). O Plano Plurianual (PPA) O Plano
Plurianual estabelece de forma regionalizada as diretrizes, os
objetivos e as metas da administrao, incluindo a previso para as
despesas decorrentes dos programas de durao continuada. A previso
de gastos do municpio deve ser elaborada com o horizonte de quatro
anos a fim de que sejam contemplados no PPA todos os servios e
obras a que o municpio possa necessitar no perodo. Por isso,
necessrio que o Plano Plurianual do Municpio contemple a previso de
contratao de terceiros por meio de concesso, permisso e tambm sob a
forma de parceria pblico-privada (PPP) para a execuo dos servios
relativos gesto de resduos slidos e de limpeza urbana. Tanto o
prazo de reviso do PPA como o do Plano Municipal de Gesto Integrada
de Resduos Slidos de quatro anos, sendo sempre o ltimo ano do PPA o
primeiro ano do mandato do prefeito. No momento em que for revisto
o PPA, tambm necessrio fazer a reviso do plano com o objetivo de
adequar as necessidades do municpio. Para a reviso do PPA, o
prefeito enviar Cmara Municipal projeto de reviso anual ou
especfico de alterao da lei do PPA, para aprovao, nos termos
definidos pela Lei Orgnica Municipal.
GuiadeorientaoparaadequaoPoltica NacionaldeResduosSlidos(PNRS)
- 45. A Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) A LDO compreende as
metas e prioridades da administrao para o ano seguinte, bem como as
orientaes e os parmetros para a elaborao do oramento fiscal do
municpio. Em relao PNRS, para que o municpio busque incentivos
financeiros, deve haver a consonncia com as diretrizes e metas j
estabelecidas na LDO, j que esse instrumento prev, alm dos gastos
pblicos, a possibilidade de receita a ser empregada em obras e
servios. Caso na LDO no haja a previso desses incentivos
financeiros, estes devero ser includos mediante proposta do Poder
Executivo (prefeito) a ser aprovada pela Cmara Municipal, na forma
prevista na Lei Orgnica Municipal, via de regra por maioria simples
dos vereadores presentes. Na hiptese da LDO j ter sido aprovada,
pode ser necessria sua modificao de modo que sejam previstos os
meios oramentrios necessrios para o cumprimento do PMGIRS. Para a
alterao, necessrio que o Executivo apresente proposta Cmara
Municipal, a quem caber a discusso e a aprovao final, sendo certo
que as emendas de LDO no podero ser aprovadas quando incompatveis
com o PPA. A Lei Oramentria Anual (LOA) A Lei Oramentria Anual visa
previso anual do oramento financeiro municipal (1 de janeiro a 31
de dezembro). Dessa forma, a LOA estabelece a previso de despesas a
serem incorridas pelo municpio, alm de autoriz-lo a efetuar
cobranas, inclusive de impostos. Levando-se em conta o fato de ser
o ano de 2012 um ano eleitoral, bem como de implementao do Plano
Municipal de Gesto Integrada de Resduos Slidos (PMGIRS) (prazo
mximo at 2 de agosto), a LOA de 2012, elaborada em 2011, dever
conter as previses de receitas e despesas necessrias para a
implementao desse sistema de gesto. A LOA de 2012, portanto, deve
prever recursos para estruturar e elaborar o PMGIRS e, a LOA de
2013, prever recursos para a sua implantao. No procedimento da
elaborao da LOA via de regra as Leis Orgnicas Municipais dispem que
o prefeito enviar Cmara Municipal, at 15 (quinze) de outubro de
cada ano, a proposta de oramento anual do municpio para o ano
seguinte e, caso no votada at 15 de dezembro, o projeto de lei
oramentria promulgado como lei pelo prefeito. Caso j tenha sido
aprovada a LOA e j esteja em curso o exerccio financeiro, a alterao
dever seguir a forma utilizada para a sua elaborao, com a
apresentao da proposta de reforma pelo Prefeito Cmara Municipal, a
quem caber aprov-la, na forma prevista na Lei Orgnica Municipal,
via de regra por maioria simples. 45 PwC|SELUR|ABLP
- 46. Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) O Termo de
Ajustamento de Conduta o meio empregado pelo Ministrio Pblico para
adequar as aes de um determinado agente, preventiva ou
posteriormente, legislao ambiental em vigor porventura descumprida,
anteriormente ao incio de um processo judicial. Equivale a um
contrato que prev como obrigao do causador do dano no apenas sanar
o problema criado como tambm impor medidas preventivas e/ou
financeiras para que esse termo venha a ser efetivamente cumprido.
Caso algum dano tenha sido causado pelo municpio ou por algum de
seus rgos e tenha resultado na celebrao de um TAC, ser necessrio
verificar cada um desses termos para que esse compromisso seja
contemplado no PMGIRS. Essa verificao deve tomar como base as
diretrizes e os princpios da PNRS, adequando, caso a caso, o texto
do termo em anlise realidade trazida pela PNRS. Essas alteraes sero
feitas em conjunto como Ministrio Pblico, que o ente legtimo para
propor as medidas e impor as obrigaes descritas no termo, bem como
para alter-las ou at mesmo revog-las. 46 Dos contratos celebrados
antes da PNRS Como a Constituio delegou ao municpio a competncia de
escolher a forma pela qual trataria dos resduos slidos, cada qual
estabeleceu em seu territrio modelos de contratos de gesto e de
destinao dos resduos slidos municipais. importante que haja uma
avaliao prvia de todos os contratos celebrados entre o municpio e
terceiros para a verificao da necessidade de adequ-los s novas
diretrizes da PNRS. Para isso, o municpio poder invocar a reviso
contratual ou at mesmo decidir pela sua resciso em razo da natureza
do instrumento que foi firmado com o terceiro. No caso, por
exemplo, de um contrato de concesso, essa adequao pode provocar
reviso tarifria ou do prazo de concesso, passando pela supresso de
encargos da concessionria ou pela compensao financeira pela
Administrao Pblica, caso aplicvel. necessrio nesse processo
observar a manuteno do equilbrio econmico-financeiro da concesso.
GuiadeorientaoparaadequaoPoltica NacionaldeResduosSlidos(PNRS)
- 47. 4 Cenrio Futuro PNRS 47PwC|SELUR|ABLP O cenrio futuro para
o Municpio um modelo de gesto de resduos slidos urbanos adequado
Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS) com sustentabilidade
operacional e financeira de longo prazo, respaldado por um arcabouo
legal. Como destacado anteriormente, o Municpio dever ter seu Plano
Municipal de Gesto Integrada de Resduos Slidos concludo at 2 de
agosto de 2012 para que possa: i. ter acesso a recursos da Unio, ou
por ela controlados, destinados a empreendimentos e servios
relacionados limpeza urbana e ao manejo de resduos slidos; ou ii.
ser beneficiado por incentivos ou financiamentos de entidades
federais de crdito ou para fomento de tal atividade. O contedo do
Plano Municipal de Gesto Integrada de Resduos Slidos dever ser
disponibilizado anualmente para o Sistema Nacional de Informaes
sobre a Gesto dos Resduos Slidos (SINIR). O Plano Municipal de
Gesto Integrada de Resduos Slidos tem um contedo mnimo estabelecido
pela PNRS, sendo o prefeito responsvel por promover a sua
elaborao.
- 48. 48 Jan/2007 Ago/2010 Poltica de PNRS Saneamento Lei Lei n
11.445/07 n 12.305/10 GuiadeorientaoparaadequaoPoltica
NacionaldeResduosSlidos(PNRS) 4.1 PMGIRS - obrigaes do municpio De
acordo com a PNRS, cabe ao municpio a gesto integrada dos resduos
slidos gerados em seus respectivos territrios. A gesto integrada
dos resduos slidos engloba o planejamento e a coordenao de coleta,
transporte, transbordo, tratamento e destinao final ambientalmente
adequada dos resduos slidos e disposio final ambientalmente
adequada dos rejeitos, considerando os aspectos polticos,
econmicos, ambientais, culturais e sociais envolvidos. Podemos
citar como as principais obrigaes do Municpio: 1. Criao de metas
para a destinao final ambientalmente adequada. 2. Implantao de
aterros sanitrios para disposio de rejeitos. 3. Elaborao do Plano
Municipal de Gesto Integrada de Resduos Slidos (PMGIRS). 4.
Organizao e manuteno, em parceria com a Unio, o Estado e o Distrito
Federal, do Sistema Nacional de Informaes sobre a Gesto dos Resduos
Slidos (SINIR). Os resduos slidos depositados em lixes no sofrem
nenhum tratamento prvio. Eles so apenas dispostos em reas afastadas
da cidade, mas que no representam locais ambientalmente adequados.
Dessa forma, o municpio deve estabelecer metas para no mais
destinar seus resduos a essa forma precria de deposio, buscando
novas modalidades para a destinao final ambientalmente adequada dos
resduos slidos, sem deixar de adotar medidas para sanear os
passivos ambientais originados desses lixes. Pela PNRS, os lixes
tero de ser eliminados at o prazo mximo de 2