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Curso de História da FUNEDI/UEMG Divinópolis – Ano 4 – Nº 13 – Junho/2010

Ao que tudo indica, nossa participa-ção na feira vai ser brilhante. Peloempenho dos estudantes, isso nãodeixa dúvidas. Os grupos estão or-ganizados e trabalhando para trazerum colorido cultural e um debate efu-

sivo a respeito da cidade, de sua literatura,seu trabalho, sua evolução urbana e suasrelações políticas e econômicas ao longode quase cem anos de muita história.

A feira é um espaço importante para ainterlocução dos diversos cursos do ISED.É um espaço para o exercício de nossoaprendizado, além de estimular a busca forada faculdade, de fontes capazes de nosaproximar de nossa memória. Assim, esta-mos colaborando com a construção de umacultura que valoriza o antigo e deixa a ci-

Quando abrimos a porta do Conven-to de Santo Antônio, nos deparamoscom um senhor que nos olhava comgrandes olhos azuis, bochechas ro-sadas, cabelos brancos. Ele nos re-cebeu com um sorriso cativante, es-

pontâneo e alegre. Logo reconhecemos queseria ele o Frei Bernardino. Receptivo, o

Descendentes de Rômulo, que foisalvo das águas, os romanos sempreamaram a natação e o banho. Os bal-neários eram acessíveis aos notáveis,enriquecidos graças às suas conquis-tas, enquanto os banhos públicos

eram destinados aos demais, que eram amaioria.

O banho era uma operação demorada,complexa e cheia de rituais. Os usuáriospodiam imaginar que estavam sendo rece-bidos no palácio dos reis da Ásia, que osgregos chamavam de paradisoi, e, depoisde se despirem no vestiário (apodyterium),onde deixavam as túnicas, os mantos e assandálias, os romanos entravam na salaaquecida (tepidarium), onde o corpo rela-xava e se aquecia. Assim, começavam atranspirar e, em seguida, passavam para ocaldarium. O local era menos iluminado emenor. Neste lugar, havia uma enorme ba-

geral era oferecer a todos aquilo que ape-nas os mais abastados podiam gozar, queera o prazer de um banho de luxo. Comisso, Agripa, ministro das Águas, dedicou-se à construção de um novo tipo de estabe-lecimento inspirado nos encontrados naGrécia. Assim, pela primeira vez, a águanecessária era trazida por um aqueduto es-pecial. As salas ficavam dispostas em cír-culos e instaladas no coração de um par-que com um lago artificial, onde se podianadar ao ar livre ao sair do frigidarium.

Com a nova mudança arquitetônica,nasceram as termas, que evocavam ao mes-mo tempo a Grécia e o calor. Com o tempoas termas transformaram-se em grandesconstruções, cada vez mais oponentes e lu-xuosas, conforme os caprichos de seusconstrutores.

dade viva na alma dos divinopolitanos. Estabusca abre caminhos para a percepção denossas raízes culturais e para a luta de al-guns setores na construção de nossa socie-dade. Nesse sentido, acreditamos que os tra-balhos vão jogar luz no conhecimento denossa cultura e interpretação da sociedadeda qual fazemos parte.

A feira está sinalizando para um grandepotencial criativo, apontando que podemosrealizar eventos para tornar nosso cursomais envolvente. Dessa forma, nosso en-volvimento e nossa dedicação também setornam maiores, mais fortes e integrados nodesejo de sucesso. Os projetos extra gradecurricular e sala de aula são motivadores ecapacitadores de nossa excelência. Essa bus-ca deve ser constante no meio acadêmico.

A História na Feira do ISED

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Frei Bernardino: ideias de um pensador

frei filósofo se dispôs a nos dar um minuti-nho da sua atenção para falar de diversosassuntos.

*Amanda Cristina Alves e Adriana Fa-

ria e Cruz, alunas do 3° período de Histó-ria – Como o senhor chegou à vida religio-sa? O que o levou a ingressar na ordem dosfranciscanos?

Frei Bernardino – Na verdade, não sei.Na Holanda, meus pais, que faziam parteda 3ª ordem dos franciscanos, me incenti-varam a entrar para o colégio desta mesmaordem. Com isso, entrei na vida religiosa.Mas, no primeiro momento, não me inte-ressava muito. Somente depois me interes-sei, de fato, pela ordem na qual permaneçoaté hoje com muita devoção e dedicação.

Amanda e Adriana – O que trouxe o se-nhor à cidade de Divinópolis? O que a ci-dade hoje representa para o senhor?

Frei Bernardino – O que me trouxe foia faculdade. Naquele tempo, só existia umaFaculdade de Teologia de franciscanos emMinas Gerais, onde faltou um professor e,sendo a Holanda fundadora dessa provín-cia, me prontifiquei ao trabalho. Em outu-

A primeira versão da lenda foi escritapor um monge bretão de nome Geoffreyde Monmouth, por volta do século XII: His-toria Regnum Brithanniae (História dosReis da Bretanha). Daí por diante, váriasversões surgiram, e chegaram até os diasatuais. Filmes como As Brumas de Avalon,Rei Arthur e muitos outros livros, peças deteatro e até mesmo novelas (Pé na Jaca,de Carlos Lombardi, estreada pela RedeGlobo em 2006) tinham personagens comos nomes que remetiam à lenda e até a umpouco da história.

Enfim, se o Rei Arthur realmente exis-tiu (não há uma certeza concreta a esterespeito), significa que muito tem de serestudado sobre o assunto. Entretanto, éverdadeira a sua existência no imaginá-rio medieval e, por que não, também noimaginário atual? E, nesta busca por en-tender como a ficção motivou a constru-ção histórica de determinada época e se

esta tem fundo de verdade (no caso, seum rei Arthur realmente existiu), comodisse José Carlos Reis em A História en-tre a Filosofia e a Ciência: “A históriase aproximaria de certa forma da poesia,pois elabora um discurso sobre o huma-no em suas múltiplas manifestações, peloprazer de conhecer o humano ser” – eesta busca também possibilitaria aos ho-mens do passado “a esperança de sobre-viverem a sua finitude”.

Quer ter uma boa visão sobre a lenda?Eu indico uma trilogia de livros que estána lista dos meus favoritos: As Crônicasdo Rei Arthur, de Bernard Cornwell – sãotrês livros: O Rei do Inverno, O Inimigode Deus e Excalibur (uma literatura de ro-mances de ficção histórica baseada em pes-quisas históricas em certos pontos).

Carla F. Morais aluna do 3º período de História

Arquivo da Assessoria de Comunicação

Os prazeres dos banhos romanos

artig

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nheira coletiva, cujo fundo era coberto demosaicos representando peixes, divindadesou monstros marinhos abastecidos de águamuito quente. Entravam descendo algunsdegraus e sentavam perto de algumas pes-soas que já estavam mergulhadas. Quandonão suportavam mais o calor das águas,iam ao outro extremo da sala banhar-se naságuas frias.

Nestas salas, permaneciam por um bomtempo, trocando opiniões com os amigosou com aqueles que estavam ao seu lado.Depois vinha a unção, e os banhistas ro-manos começavam a limpar seus corposcobertos pelo suor e de sabão com a ajudada strigile. Em seguida, um massagista tra-balhava todos os músculos com um óleoperfumado, e, por fim, os mais corajososmergulhavam na piscina de água fria (fri-gidarium).

A passagem de uma sala até a outra re-queria muito tempo, e, com isso, foi sur-gindo um pequeno comércio de iguarias,nas quais vendedores passavam anunci-ando seus produtos, como pastéis, salsi-chas e patês, e as termas ofereciam, alémdas massagens, as depilações, concertose bibliotecas.

A partir do ano de 29, quando o hor-ror das guerras civis terminou, Augusto,percebeu que um dos meios de retornar apaz social, a felicidade e a prosperidade

Ao redor das termas, circulavam ban-didos, escroques, sedutores de todos os ti-pos, prostitutos dos dois sexos. Com seusvestiários imensos, seus corredores mal ilu-minados e suas salas repletas de vapor opa-co, as termas era o palco de um teatro, noqual ricos exibiam suas fortunas, combi-navam negócios e arquitetavam assassina-tos; as messalinas vagavam pelos salões,os homens se prostituíam e a pureza dosjovens e a honra das mulheres desapareci-am no meio da fumaça.

Nas águas das termas, realizavam-se en-contros, traições, armações, descansos, co-mércios e prazeres do ócio. Nelas, os ro-manos adoravam com luxo mergulhar!

Adriana Faria e Cruzaluna do 3º período de História

Encontro para ampliar conhecimentos: 1ºSimpósio de História Oral e Memória: Me-mória da Zona Leste de São Paulo. Data:de 22 e 23 de junho de 2010. Local: Esco-la de Artes, Ciência e Humanidade da USP.

4º Encontro de Professores de Literatu-ras Africanas de Língua Portuguesa.Data: de 26 a 29 de outubro de 2010. Lo-cais: PUC Minas e UFMG, em Belo Ho-rizonte (MG).

Simpósio

17º Encontro Regional de História daANPUH. Conhecer, pesquisar e ensinarHistória: o lugar do conhecimento nomundo contemporâneo. Data: de 18 a 23de julho de 2010. Local: UniversidadeFederal de Mato Grosso do Sul (UFMS)– Campus de Três Lagoas.

12º Encontro Regional de História daANPUH. História: políticas públicas epráticas culturais. Data: de 21 a 25 de ju-nho de 2010. Local: Universidade Regio-nal do Cariri (URCA) – Crato (CE).

Encontro de professores

Encontros Regionais de História

Os Impasses da Estratégia – Os Comu-nistas, o Antifacismo e a Revolução Bur-guesa no Brasil. 1936-1948, de Carlos Za-carias de Serra Júnior (Editora Annablu-me e UNB). Este livro pretende analisara trajetória do PCB entre os anos de 1936e 1948, tendo como foco a linha políticade união nacional e a estratégia de revo-lução democrática burguesa defendida pe-los comunistas brasileiros na conjunturada luta antifacista. O livro narra a históriado PCB tomando como base os documen-tos que orientavam a linha do Partido.

Lançamento de livro

Boletim informativo do curso de História da FUNEDI/UEMG – Ano 4 – Nº 13 – Junho/2010

– Editor deste número: Dayan Botelho de Castro (professor do curso de História) – Projeto

gráfico/editorial e diagramação: Daniela Couto – Ilustrações: Arnaldo Pires Bessa – Revi-

são: Elvis Gomes (Assessoria de Comunicação da

FUNEDI/UEMG) – Contatos: (37) 3229-3569 –

historia@funedi.edu.br – Avenida Paraná, 3001,

bairro Jardim Belvedere, CEP 35501-170 – Divi-

nópolis (MG)

EXPEDIENTE

Boletim informativo do curso de História da FUNEDI/UEMG – Ano 4 – Nº 13 – Junho/2010 5 Boletim informativo do curso de História da FUNEDI/UEMG – Ano 4 – Nº 13 – Junho/2010 6

Informes

artig

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O ser humano precisarevestir-se da armadurade Deus, pois a viagem

da vida peregrina por esta terra é luta,

coragem e perseverançaaté o fim!

O dilema da conciliação da síntese bi-ológica e a diversidade cultural da es-pécie trazem uma centralidade de há-bitos culturais na qual “eles têm umcostume singular pelo qual diferemde todas as outras nações do mundo”(Heródoto – 484-424 a.C.), manten-

do os povos diferentes de cultura, religião,etnia e tendo mudado de território, massempre levando na alma a certeza da suacultura.

Gingado, festas, músicas, comida, co-res, sempre regados de muito folclore queconta com a participação popular, demons-trando a relação com o protetor. Os africa-nos, desde séculos atrás, celebravam, semregras, sem dependência, cada qual agra-decendo ao santo pela graça alcançada. Ten-do sua celebração reconhecida em louvorescomo missas, novenas, quermesses, orna-mentações, dança, folguedos. E, ao final decada celebração, sentavam-se ao redor dosanto pelo fato de ter cumprido um dever.

O Reinado vem de uma tradição antigacomo conta a lenda de um rei africano cha-mado Galanga, que veio para o Brasil jun-to com sua rainha Djalô, sua princesa Ituloe seu filho, junto com dezenas de mem-bros da tribo. Atravessou o Atlântico nossombrios porões de um navio negreiro,onde a bordo viu lançar-se ao mar sua rai-nha e sua princesa. O nobre homem rebai-xado à categoria de mercadoria foi vendi-do no Rio de Janeiro em 1740 e levado àVila Rica, atual Ouro Preto, então capitalda província. Rei em sua terra, jamais seconformou com o cativeiro.

Aproveitando as raras horas livres, tra-balhou sem descanso a fim de obter os mei-os necessários para comprar cartas de al-forrias. Libertou-se, e também seu filho.Continuaram trabalhando juntos, pois o in-tento era libertar todos os componentes datribo com a cooperação geral – isso foi ob-

Graal... Uns dizem que este era o cá-lice que Cristo usou na última santaceia e outros também acrescentamque este foi o cálice da qual José deArimateia também colheu o sanguede Cristo na cruz quando um solda-

do lhe atingiu com uma lança.O objeto em questão foi um dos mais

polêmicos da Idade Média. A primeira vezque ele aparece na literatura é em um ro-mance de um escritor francês, Chrétien deTroyes, escrito entre 1162 e 1182: Perce-val le Gallois ou Le Conte du Graal. O Gra-al no dito romance é um prato (ou uma ti-gela) cravejado de pedras preciosas quecarrega uma hóstia. O autor une a lenda deArthur com o venerável objeto. Entretan-to, a história é interrompida antes de terum fim, devido à morte de Troyes. Apósestes escritos do romancista francês, mui-tas versões já foram escritas. Uma das maisatuais que citam o objeto é o polêmico Có-digo Da Vinci, de Dan Brown.

Saindo dos rolos de pergaminhos me-dievais para a realidade, o Santo Graal nãofoi apenas um objeto fictício naquela épo-ca. Ele se tornou um dos elementos maisprocurados pelos medievos, entre eles ostemplários, e há quem diga que até mesmoo famoso nazista Adolf Hitler tenha anda-do atrás do valoroso Graal. Mas por quetamanha busca?

Em minhas concepções e nas de algunsautores, isso acontece devido ao santo ob-jeto ter poderes, ou seja, o homem que ti-vesse tal objeto em sua posse seria o maispoderoso da Terra e também teria o perdão

bro de 1951, estava eu defendendo minhatese de doutorado em Roma, quando meconvidaram para lecionar no Brasil. Em de-zembro do mesmo ano, estava eu desem-barcando no Rio de Janeiro, recebido porum padre franciscano brasileiro que falavafluentemente o holandês. Quando cheguei,ainda eram vilarejos, o meio de transporteera o burro e a estrada, de chão. Hoje, vejoa cidade como está desenvolvida, como umgrande polo comercial. Com o tempo, meidentifiquei com a cidade, e hoje posso di-zer que aqui estão minha família, meusamigos, meus companheiros, meu trabalho;é onde representa toda a minha vida.

Amanda e Adriana – Como o senhor in-gressou na academia?

Frei Bernardino – Na Holanda, me for-mei em Teologia, Filoso-fia e Psicologia, e, quandoestava realizando meudoutorado de TeologiaMoral, em Roma, fui con-vidado a lecionar no Bra-sil. Comecei no Norte deMinas, e foi uma revelaçãomuito grande, da qual gos-tei muito. No ano de 1953, fui convidado alecionar na Faculdade de Filosofia, Ciên-cias e Letras de Divinópolis. Em 1967, ter-minou a faculdade e fui transferido paraBelo Horizonte, para a Faculdade de Se-minário Central do Clero Diocesano. Edepois lecionei a matéria de Teologia naPontifícia Universidade Católica de MinasGerais, fui professor na Faculdade Jesuítade Teologia e Filosofia e no Instituto San-to Tomás de Aquino até o ano de 2004, quan-do dei as últimas aulas, percorrendo um ca-minho de 50 anos na área da educação.

Amanda e Adriana – Para o senhor, qualé a importância da disciplina de Históriano mundo hoje? O Senhor vê importânciada História (como disciplina) para a cons-trução do mundo hoje? E a importância dadisciplina para a construção do ser homem?

Frei Bernardino – A vida moderna, para

mim, já é uma história. Todos temos histó-rias. Construindo cada um a sua, olhandotrês dimensões, podemos ver o que somoshoje, o que fomos no passado e o que sere-mos no futuro. Todos os seres humanos sãohistórias em construções, pois não somosisolados, vivemos dentro de um grupo so-cial. Em minha opinião, quem não conhe-ce história não possui memória do passadoe de si mesmo, de sua cultura; o futuro éexpresso pelo passado. A visão em termosde planos em boa parte traz resultados cla-ros na própria educação de história que re-cebemos até agora. É pela história que par-ticipamos e temos que compreender histo-ricamente os fatos e feitos. Se não enten-dermos, como iremos imaginar um futurose não temos conhecimento para abrangertodo o intelectual do ser humano? A cons-

trução do homem vematravés do próprio enten-dimento, conhecendo asi mesmo e tendo de seconhecer como ser histó-rico, pois somos feitosatravés de um ser decompreensão histórica.

Amanda e Adriana – Como o senhor vêa relação entre Filosofia e História?

Frei Bernardino – A Filosofia é História.

Amanda e Adriana – Que visão o se-nhor tem do estudante de hoje?

Frei Bernardino – O povo lê muito pou-co. Até os estudantes não aprendem a leros textos, não interpretam, não possuem vo-cabulário em sua língua, não aprendem,com o autor, a ter o senso crítico em senti-do original, negativo, de condenar, quererabolir, não aceitar; criticar significa cataras coisas, é o processo de purificar textos,palavras, tirar o que estraga, dificulta, é amaneira de viver com os outros. Os filóso-fos chamam isso de doutrina de conheci-mento. Senso crítico precisa existir paraqualquer ciência.

Obras do Frei Bernardino

Moral do BurroO Pouco de Deus é MuitoHomossexuais e Éticas CristãsMatrimônio e Divórcio na Igreja CatólicaEm Plena LiberdadeMoral Conjugal e Regulação de Natalidade

A arte sociológica do Reinado nas Minas Gerais

tido. Reza atradição quenegras pu-nham escondi-do nas carapi-nhas o ouroque consegui-am e ia lavar ascabeças naságuas bentasdas igrejas dacidade, a fim de que o metal se despren-desse no fundo. Negros previamente avi-sados iam depois, discretamente, retirá-los.Os esforços do grupo foram compensados.O rei, que se convertera ao Catolicismo,foi batizado com o nome de Francisco, ouChico Rei, tornando-se devoto de NossaSenhora do Rosário. E, para agradecer pelagrande graça alcançada, organizou as fes-tas do Reinado nas quais sua nova crençase mesclava com as crendices.

Com as economias e as dívidas do pa-trão, comprou a Mina da Encardideira, vol-tando, assim, a ser imperador entre os seus,também convertidos, mas com raízes atá-vicas demasiado fortes, prendendo-os aosritos nativos da África. Assim, espalhou-se por toda Minas o costume do Reinado.A arte do Reinado, tendo-se iniciado sécu-los antes com manifestações culturais e re-ligiosas, traz um enredo com três emble-mas importantíssimos: a Vida de São Bene-dito, o encontro de Nossa Senhora do Rosá-rio submergida nas águas e a representaçãode Carlos Magno contra invasões mouras.

O Reinado, também chamado de Con-gado, mescla cultos católicos com africa-nos num movimento sincrético. Danças querepresentam a coroação do rei do Congo,acompanhadas de um cortejo compassado,cavalgadas, levantamento de mastro e mú-sicas. Esta obra cultural mostra a transver-salidade do tempo africano incorporado àsociologia brasileira.

Este casamento mostra a trajetória dotempo na qual a aculturação de estruturasincorporadas contribuiu para a formação donascente Reinado que temos nos dias atu-ais, prendendo a exposição sociológica dapreservação da cultura e dos encantos emantendo sua própria identidade.

Amanda Cristina Alvesaluna do 3º período de História

Graal: a ambição humana pelo poder

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dos pecados cometidos. Várias peças apa-receram no período medieval se passandopelo Santo Graal. Cálices de ouro maciçocravejado de pedras preciosas apareceramem determinados lugares atraindo cente-nas de fiéis e peregrinos, mas tudo nãopassou de farsa.

Estudiosos dizem que o objeto nomea-do de Graal, na época em que viveu Cristo,era provavelmente uma tigela de madeiracomum usada no cotidiano, e não um cáli-ce de ouro esplendoroso, e que este dificil-mente teria chegado à Idade Média, devi-do ao fato de ter sido feito no século I.

O fato é que tal objeto deslumbrou pes-soas, que saíram à sua procura, ou seja, àprocura de poder. Não é o homem um serque por natureza ambiciona o poder? Tam-bém vale ressaltar que, na Idade Média, oimaginário e a realidade mantinham umaproximidade constante, ou seja, muitoselementos fictícios saíam da ficção e vira-vam elementos da realidade e não era cer-to uma distinção do real e da fantasia, omundo metafísico se misturava nas concep-ções do cotidiano dos medievos. Indico umatrilogia super bacana para se conhecer umpouquinho sobre o assunto: A Demanda doGraal: O Arqueiro, O Andarilho e O Here-ge – os três livros são de um dos meus au-tores favoritos: Bernard Cornwell. Contu-do, vale ressaltar que são romances de fic-ção histórica, mas que, em sua construção,há vestígios de pesquisas históricas.

Carla F. Moraisaluna do 3º período de História

Quem nunca ouviu falar do Rei Ar-thur, aquele famoso rei medieval?Como uma fã fascinada pela lendamedieval, resolvi fazer meu traba-lho de conclusão do semestre na dis-ciplina de História Medieval, sobre

o assunto. Fiz um artigo: “A Influencia daslendas Arthurianas no cotidiano medie-val”. E, ao pesquisar para fazê-lo, li mui-tos artigos e alguns livros de historiadorese arqueólogos e sabe a que conclusão eucheguei? Que a lenda arthuriana, ao ser pro-pagada na Idade Média, serviu como ins-trumento da Igreja Católica medieval paradisseminar os ideais ou o perfil de um ca-

Rei Arthur: a força de uma lenda

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valeiro cristão, que reis como Afonso III(1248-1279), da Península Ibérica, se es-pelharam na figura de Arthur para se legi-timarem no poder e que também existemvestígios arqueológicos que indiciam queum rei chamado Arthur possa mesmo terexistido naBretanha porvolta do sécu-lo VI d.C. En-tretanto, há al-guns historia-dores que nãoacreditam nes-ta hipótese.

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Daniela Couto

Daniela Couto

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