62

Minha Poesia

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Apresentação A poesia sempre esteve presente na minha vida, desde a infância como leitor até na adolescência quando comecei a escrever os meus primeiros versos. E foi a vida campesina, no interior, rodeado de serras, embrenhado no cerrado, tomando banho no rio Tocantins, no córrego Lajeado que despertou em mim o espirito de poeta. Mas ao longo do tempo a minha poesia foi adquirindo dois vieses, um politico - Militante, revolucionaria, anticapitalista e outro romântico que aborda questões pessoais, como as recordações da minha infância, das pessoas que conheci, dos lugares por onde andei e vivi, das ilusões e desilusões amorosas. Às vezes elas se misturam e se confundem. Poesia romântica e revolucionaria, já que ambas expressam o mesmo sentimento – O amor. Nessa coletânea de poemas selecionadas exclusivamente para o blog ‘Até amanhã, camaradas.’ Apresento 45 poesias de minha autoria dividida em três partes: No primeiro capitulo intitulado ‘Luta popular’ estão minhas poesias com o perfil militante revolucionaria. No segundo capitulo intitulado ‘Por ai’ estão às poesias que falam de lugares por onde passei e vivi, pessoas que conheci e recordações da minha infância. Já no terceiro capitulo intitulado de ‘Coisa de poeta’ esta os poemas que falam de paixões, ilusões e desilusões amorosas e amores perdido ao longo da minha vida. Eis ai um pouco da minha poesia - Do que sou, do que sinto, do que vivo. Espero que gostem.

Citation preview

Page 1: Minha Poesia
Page 2: Minha Poesia

Minha Poesia

Apresentação

A poesia sempre esteve presente na minha vida, desde a

infância como leitor até na adolescência quando comecei a

escrever os meus primeiros versos. E foi a vida campesina,

no interior, rodeado de serras, embrenhado no cerrado,

tomando banho no rio Tocantins, no córrego Lajeado que

despertou em mim o espirito de poeta.

Mas ao longo do tempo a minha poesia foi adquirindo dois

vieses, um politico - Militante, revolucionaria, anticapitalista

e outro romântico que aborda questões pessoais, como as

recordações da minha infância, das pessoas que conheci, dos

lugares por onde andei e vivi, das ilusões e desilusões

amorosas. Às vezes elas se misturam e se confundem. Poesia

romântica e revolucionaria, já que ambas expressam o mesmo

sentimento – O amor.

Nessa coletânea de poemas selecionadas exclusivamente para

o blog ‘Até amanhã, camaradas.’ Apresento 45 poesias de

minha autoria dividida em três partes: No primeiro capitulo

intitulado ‘Luta popular’ estão minhas poesias com o perfil

militante revolucionaria. No segundo capitulo intitulado ‘Por

ai’ estão às poesias que falam de lugares por onde passei e

vivi, pessoas que conheci e recordações da minha infância. Já

no terceiro capitulo intitulado de ‘Coisa de poeta’ esta os

poemas que falam de paixões, ilusões e desilusões amorosas

e amores perdido ao longo da minha vida. Eis ai um pouco da

minha poesia - Do que sou, do que sinto, do que vivo. Espero

que gostem.

Page 3: Minha Poesia

CAPITULO I: Luta popular

1- Na Quebrada delYuro

Era de dia?

À tarde?

Madrugada ainda escura?

Não importa a hora que era na Quebrada del Yuro!

Quantos eram?

Como estavam?

O que levavam?

Não importa como estavam na Quebrada del Yuro!

Importa-me o que faziam!

O que diziam!

Pelo que lutavam!

Na Quebrada del Yuro,

E em outras tantas quebras,

Onde caíram e continuam caindo,

Os mártires dessa caminhada!

Page 4: Minha Poesia

2- Na quebrada del Yuro II

Na quebrada del Yuro,

E em outras tantas quebras,

Onde caíram e continuam caindo,

Os mártires dessa caminhada.

No campo e na cidade,

Em marchas incessantes,

Seguindo o teu olhar,

Não param um instante!

Gritando reforma agrária,

Terra, trabalho e liberdade.

Por justiça social,

Lutando por igualdade.

Na quebrada del Yuro

E em outras tantas quebradas,

Onde continuam caindo,

Os mártires dessa caminhada!

Page 5: Minha Poesia

3- Na quebrada del Yuro III

O Vermelho desceu,

inundou as ruas.

As lagrimas correram,

a culpa não foi sua!

Quantas lutas travadas,

quantas batalhas perdidas.

Roubaram nossos sonhos,

já não vemos mais saída.

Desvirtuam o teu exemplo,

apenas acessório de mercado.

Esquecem-se do teu olhar,

sempre inconformado.

Ai de ti latino America,

até quando vai ser assim?

Continuamos sendo explorados,

será esse o nosso fim?

Page 6: Minha Poesia

Camarada Che Guevara,

teu exemplo ainda persiste.

Mesmo sendo tombados,

loucos como você insiste.

Na quebrada del Yuro,

teu corpo crivado de balas.

Já mais será esquecido.

A nossa luta não para.

Page 7: Minha Poesia

4- Campos Belos

Para os camaradas Josivaldo, Rosileia, Seu Joca, Gecie Luciana.

O que estão fazendo com os teus belos campos?

Em nome de quem destroem suas serras e poluem teus rios?

Para onde estão levando os teus minérios?

De onde vêm essas maquinas que destroem o que só a ti pertence?

Estão levando embora a riqueza de teus ancestrais.

Ora onde reassentaram as comunidades quilombolas?

Estão escravizando tua juventude!

Estão usurpando teus recursos naturais!

Estão prostituindo tuas crianças!

As comunidades quilombolas serão apenas lembranças?

Teus campos já não estão tão belos,

Vai deixar ficar assim?

Acorde campo-belense, levante a tua voz

Proteja a tua terra, destrua a ITAFÓS!

(*ITAFÓS - multinacional canadense que atua na exploração de

mineiros e hoje desenvolvendo um grande projeto de exploração na

região de Campos Belos – Goiás e Arraiais – Tocantins)

Page 8: Minha Poesia

5- Um canto para Nietsche

Deus morreu, quem matou não fui eu!

Deus morreu, quem matou não fui eu!

Deus morreu, quem matou não fui eu!

Deus morreu, quem matou não fui eu!

Foram eles, não fui eu

Foram eles, não fui eu

Quem matou não fui eu!

Nossos rios não fui eu,

Quem matou não fui eu!

As florestas não fui eu,

Quem matou não fui eu!

Deus morreu, quem matou não fui eu!

Deus morreu, quem matou não fui eu!

Deus morreu, quem matou não fui eu!

Deus morreu, quem matou não fui eu!

Foram eles, não fui eu

Foram eles, não fui eu

Quem matou não fui eu!

Page 9: Minha Poesia

A justiça não fui eu,

Quem matou não fui eu!

O amor não fui eu,

Quem matou não fui eu!

Deus morreu, quem matou não fui eu!

Deus morreu, quem matou não fui eu!

Deus morreu, quem matou não fui eu!

Deus morreu, quem matou não fui eu!

Foram eles, não fui eu

Foram eles, não fui eu

Quem matou não fui eu!

A liberdade não fui eu,

Quem matou não fui eu!

A esperança não fui eu,

Quem matou não fui eu!

Page 10: Minha Poesia

6- Índio Xerente do Tocantins

Sou índio Xerente do Tocantins,

não pise em mim,

Não sou mal assim!

Índio é gente sim,

não pise em mim,

Não sou mal assim!

Nasci no cerrado,

no Rio Tocantins,

Não pise em mim,

não sou mal assim!

Page 11: Minha Poesia

7- Minha Morte

Morrerei, sim morrerei

Talvez em uma ocupação de terra pelas mãos de um jagunço,

Ou em marcha crivado de bala pelas mãos de uma policia genocida.

Morrerei, sim morrerei

Mas descarregando meu fuzil nos porcos capitalistas,

Quando meu povo de assalto, ocupar o palácio do planalto.

Morrerei, assim morrerei!

Page 12: Minha Poesia

8- Fogo no Cerrado

Fogo no cerrado

Estão destruindo as serras!

Fogo no cerrado

Acabaram com as mangabas de nossa terra!

Fogo no cerrado

A serra dourada virou cinza

Fogo no cerrado

Roubaram os ouros das minas!

Fogo no cerrado

Os pés de pequi foram cortados

Fogo no cerrado

Agora só vejo pastos!

Page 13: Minha Poesia

9- A dor virou resistência

A todas as mães que tiraram da dor de perder os seus filhos a resistência

para lutar por justiça.

Da dor de perder seus filhos

a resistência para lutar.

O estado até que tenta,

mas a elas não vão calar.

Vitimas de um estado genocida

á serviço do capital.

Política de extermínio da pobreza,

violência policial!

Brasil sem miséria?

com o extermínio da pobreza.

Realidade maquiada,

como o corpo da globeleza.

Vidas perdidas

em uma abordagem suspeita.

Corpos desaparecidos,

jogados em qualquer valeta.

Page 14: Minha Poesia

Justiça?

não para classe trabalhadora.

Para o povo pobre,

a justiça é inquisidora.

Da dor de perder seus filhos

a resistência para lutar,

O estado até que tenta,

mas a elas não vão calar.

Page 15: Minha Poesia

10- A marcha Continua

Á todos os mártires da luta pelo comunismo.

Enquanto houver injustiças e as desigualdades sociais continuar

reinando.

Continuaremos marchando!

Enquanto o trabalhador for explorado e a burguesia continuar lucrando.

Continuaremos marchando!

Enquanto houver latifúndios e o camponês sem terra penando.

Continuaremos marchando!

Enquanto nossas lutas a burguesia continuar criminalizando.

Continuaremos marchado!

Enquanto o sangue dos nossos mártires continuarem derramando.

Continuaremos marchado!

Enquanto nossa juventude a policia continuar exterminando.

Continuaremos marchando!

Enquanto a mais valia nas mãos de poucos continuar ficando.

Continuaremos marchando!

Enquanto o sistema capitalista a classe trabalhadora continuar

explorando.

Continuaremos marchado!

Page 16: Minha Poesia

11- Nas margens das rodovias

Nas margens das rodovias,

as veias abertas de uma sociedade desigual.

Barracas de lona daqueles que foram expulsos de suas terras,

lutando por um pedaço de terra.

Nas margens das rodovias desertos verdes intermináveis:

- Soja, cana de açúcar, pastos e mais pastos.

Nas margens das rodovias,

tanta terra sem gente e tanta gente sem terra!

Page 17: Minha Poesia

12- Soul Latino Americano

"...A divisão da america em nacionalidades incertas e ilusórias, é

completamente fictícia. Constituimos uma só raça mestiça, des do

México até o Estreito de Magalhães. Assim tentando me livrar de

qualquer carga de provincialismo, brindo por Peru e por uma america

unida." (Ernesto 'Che' Guevara)

Soul Tocantinense, brasileiro, cubano,

Soul latino americano!

Soul paraguaio, chileno, boliviano,

Soul latino americano!

Soul hondurenho, guatemalteco, venezuelano,

Soul latino americano!

Soul argentino, nicaraguense, colombiano,

Soul latino americano!

Soul do Uruguai, panamenho, peruano,

Soul latino americano!

Soul costa riquenho, de El Salvador, equatoriano,

Soul latino americano!

Soul Dominicano, Haiti, mexicano,

Soul latino americano!

(*Soul = Alma/Espirito)

Page 18: Minha Poesia

13- Zé Porfírio

Sumiram com o teu corpo,

com teu espírito já mais.

Em cada ocupação de terra,

lá vós estais.

Em cada barraca de lona,

nas margens das rodovias.

Lá esta o seu espírito,

na dura labuta do dia.

Nas longas marchas que fazemos,

lutando por um pedaço de chão.

Seguimos o teu exemplo,

sem nenhuma vacilação.

Assim como tu,

muitos continuam caindo.

Mais com o teu exemplo,

continuaremos seguindo.

Page 19: Minha Poesia

Sob sangue, suor e lagrima,

segue a luta camponesa.

Gritando por reforma agrária,

assim como tu fizeste com imensa grandeza.

Sumiram com o teu corpo,

não com o teu espírito.

Ah companheiro,

esse sempre continuará vivo.

Page 20: Minha Poesia

14- Camarada Maria Clara

Para menina que me escreveu um lindo poema

Claro é o teu sorriso,

doce é o teu olhar.

Só em poder ti vê-La,

o meu dia já começa a mudar!

Atitude rock in roll,

anarquista – comunista.

Apenas uma menina,

que sabe bem o que ‘não’ quer da vida!

De fato como tu disseste,

somos dois meninos.

Lutamos pela transformação desse mundo,

em vez de ficarmos assistindo.

Por tanto me dê tua mão,

vamos caminhar juntos.

Lutar contra as desigualdades

que assola este mundo.

Page 21: Minha Poesia

15- Quadrilha

Tem gente entrando,

tem gente saindo,

tem gente chorando,

tem gente sorrindo.

Tem gente que tem,

tem gente curtindo,

tem gente querendo,

tem gente pedindo.

Tem gente dançando,

tem gente sozinho,

tem gente sofrendo,

tem gente fingindo.

Tem gente amando,

tem gente insistindo,

tem gente acordada,

tem gente dormindo.

Page 22: Minha Poesia

Tem gente com fome,

tem gente sorrindo,

tem gente olhando,

tem gente inquirindo.

Tem gente lutando,

tem gente fingindo,

tem gente morrendo,

tem gente assistindo.

Page 23: Minha Poesia

Capitulo II : Por ai!

1- Lembranças de Miracema

Oh Miracema, ando por tuas ruas a procurar

Lembranças da minha infância.

Lá está o estádio Castanheirão onde íamos ver o TEC e o MEC duelar

aos domingos.

A baixa preta e o futebol de rua.

Os pomares de manga.

A velha draga onde íamos banhar, pescar e caçar preá.

As quintas onde íamos pegar esterco de vaca para por nos canteiros.

Lavar roupa na fonte para tirar o pão de cada dia.

Ir para chácara de meus avós passando pelo córrego lava cara,

morrendo de medo das historias de fantasmas.

Muitas ruas continuam como antes,

a praça Deroci Morais,

o ponto de apoio.

o velho hospital geral hoje desativado.

A barraquinha vendendo banana, macaúba, milho assado.

Page 24: Minha Poesia

A travessia da balsa ligando Miracema a Tocantinia,

com a construção da ponte esta quase abandonada.

E o mercado central, o que fizeram?

em nome da modernidade transformaram em um shopping.

Ah não combina contigo.

Melhor seria o cheiro da comida caseira vindo de tuas cozinhas,

Aquele chambarizinho que só no norte se sabe fazer.

O fumo de corda, farinha de puba.

E tantas gostosuras que o campesinato da região produz.

Miracema, oh Miracema,

Cidade que eu nasci,

Cidade da minha infância

que me trás boas lembranças.

Page 25: Minha Poesia

2- Meu amigo Joh

Lajeado não é o mesmo sem o Joh,

ouvir tribo de jah.

Tomar cachaça com limão,

e o morro do segredo escalar.

Não é o mesmo sem o Joh,

camarada espetacular.

Seguimos por caminhos diferentes,

mas haveremos de nos encontrar.

Page 26: Minha Poesia

3- Lajeado

Ando pelas ruas que outrora andei,

por lugares onde passei,

pessoas que conheci.

Lembranças do que não esquecerei,

dos amores que eu perdi.

Tá tudo tão diferente,

as coisas mudaram tanto,

onde foi que me perdi?

Enquanto por ai andava procurando me achar,

descobri que um pedaço de mim,

sempre aqui estará.

Page 27: Minha Poesia

4- Lajeado II

Gosto de andar a noite

por tuas ruas deserta,

onde o silêncio é cortado

apenas pelo latido dos cães.

Gosto de ir até o rio

ver a usina hidrelétrica,

impedindo as águas

de seguirem livres.

Fumar um palheiro olhando para

o espetáculo de um céu estrelado.

Recordar o passado e viver o presente,

as coisas estão tão diferentes.

Esta tudo mudado!

A vida continua como antes,

apesar dos rostos diferentes.

Tantos já morreram,

(Dona Julia, Dona Eurides, Seu Josias, Bida, Meleta)

outros continuam em frente.

Page 28: Minha Poesia

Gosto de esta aqui,

das ruas, dos rios, das serras.

Comer peixe frito e tomar suco de buriti,

viajei por muitos cantos,

mas nada é como aqui.

Page 29: Minha Poesia

5- Pé de Mirindiba

Em baixo de sua sombra,

repousa para sempre

queridos amigos!

Dona Caetana

Dona Eurides

Dona Julia

Seu Josias

Seu Raimundo

Seu Alberto

Seu Disomo

Carmo

Bida

Meleta

Page 30: Minha Poesia

6- "Viagens"

É noite a chuva cai,

estou só,

lendo um livro de poesias,

remoendo minhas tristezas e agonias.

A noite cai sorrateira e vazia

a chuva me trás melancolia,

será que vou ser feliz um dia?

Já é madrugada e a chuva ainda cai,

hoje com certeza a lua não sai.

A noite passa, a chuva se vai,

agora eu consigo dormir em paz.

Page 31: Minha Poesia

7- São João em Lajeado

Quero levar você comigo,

quando o são João chegar.

Rever o Lajeado amigo,

e lá se amarrar.

Quando o sol se por

e o brilho doce do luar,

Banhar a ilha verde,

você vai se ligar.

Preparar nossas tralhas

e descer lá pro ‘riozinho’,

Onde quantas vezes

eu andei sozinho.

Andar nas ruas de madrugada

sem receio e nem um medo,

Só para de manhazinha

ver o sol surgindo do segredo.

Page 32: Minha Poesia

Quando o sol se por

e o brilho doce do luar,

Revelar os mistérios da ilha,

você vai delirar.

Quero levar você comigo,

nos festejos de São João,

Rever e reviver,

Lajeado meu irmão.

As fogueiras nas portas,

e o povo a conversar,

As crianças nas ruas

brincando sem parar.

Os casais de namorados,

nas esquinas escondidas,

Outros no rio pescando

sem se preocupar com a vida.

Page 33: Minha Poesia

Sentado na porta,

o ‘segredo’ a observar,

E minha mãe chamando,

já é hora de jantar.

O meu primeiro amor,

perdido ao longo do tempo,

Lembranças bem escondidas,

guardadas no pensamento.

Quero levar você pra ver,

o lugar onde cresci,

Rever minha mãe querida

e os amigos que perdi.

Quero que você conheça,

o coração do Tocantins,

Que mesmo estando longe,

continua dentro de mim.

*Inspirada na musica “Quando o são João chegar” da Banda Tribo

de Jah.

Page 34: Minha Poesia

8- Morro do Segredo

Olho pra ti e fico a pensar,

Quais os segredos tu tens a me revelar?

Será que é um tesouro que piratas esconderão,

Quando aqui era mar?

Será um vulcão que a muito em atividade,

Está preste a estourar?

Será um campo de naves para ET´s pousar,

Quando vem nos visitar?

Não sei quais os segredos

tu tens a me revelar,

Mais acho que o que tu guardas

é o segredo desse lugar.

O povo que aqui viveu,

que um dia morreu,

Você a observar.

Page 35: Minha Poesia

Segredo de muitas vidas,

de épocas sensacionais,

Onde aqui se fundiam:

Gente, floresta e animais.

Olho pra ti e fico a pensar,

O segredo que tu guardas,

já mais irá revelar.

Page 36: Minha Poesia

9- Meu Lindo Rio

O Que fizeram com o meu rio,

que eu conheci criança,

Guardo na minha lembrança,

a corrida no pé do cais.

Foram tempos de alegria,

e a pescar todos os dias,

acompanhado de meus pais.

O futuro aqui chegou,

para mim só trouxe dor,

a natureza piorou.

Destruíram a sua margem,

construíram uma barragem,

peixes aqui não vivem mais.

Toda a beleza que ele tinha,

a suas ilhas e praias,

agora não vejo mais.

Page 37: Minha Poesia

Daquele meu lindo rio

só a lembrança fica,

e no peito a fadiga

do que o tempo deixou para trás.

Page 38: Minha Poesia

10- De repente

Você vive tranquilamente,

mais o tempo passa de repente,

porém você só percebe quando esta diante da morte.

Então você ver que a qualquer momento você pode morrer,

e contra isso nada pode fazer.

Você começa a viver fugindo da morte,

mas os seus irmãos não tem a mesma sorte.

Então você percebe que não tem graça em viver,

e que nossa maior alegria é um dia morrer.

Page 39: Minha Poesia

11- Morro do Sonhador

Já faz dois anos que ele não vem me ver,

quem sabe por onde anda.

O que será que anda fazendo?

Será que ainda anda daquele jeito sofrendo?

Ou encontrou um caminho pleno de felicidades,

Encontrou um novo amor?

Fizestes novas amizades?

Ou será que ainda é aquele louco sonhador,

Que queria mudar o mundo,

que amava o tricolor.

Só sei que faz alguns anos

que ele desapareceu.

Será que ainda vive?

Ou quem sabe já morreu.

Page 40: Minha Poesia

12- Tempo

O tempo não passa.

O tempo não para.

O tempo é cruel.

O tempo é um troféu.

O tempo mudou.

O tempo fechou.

O tempo é agora.

O tempo acabou.

Page 41: Minha Poesia

13- Toca Raul

Toca Raul o vai tomar no C...

Sei filho de uma P...

Toca Raul.

Eu quebro tu, se não tocar Raul,

Esse som que ta rolando é coisa de pau no C...

Toca Raul o vai tomar no C...

Sei filho de uma P...

Toca Raul.

Page 42: Minha Poesia

14- Trindade

Todos aqui caminham

em busca de felicidade,

Com uma fé de bronze

procuram prosperidade.

Em cada esquina que andam

se sentem abençoados,

Pois na capital da fé

não existe o pecado.

Trindade, oh terra santa,

com seus templos colossais,

Transborda por todo canto

um sentimento de paz.

Page 43: Minha Poesia

15- Trindade II

Em ônibus lotados espremidos como sardinhas

vão para capital trabalhar,

pois aqui emprego para todos não há.

Vivendo de aluguel

na cidade dormitório,

e pagando uma prestação

do seu tão sonhado imóvel.

Mais um jovem morto

pela violência policial,

muitos comemoram dizendo:

- Menos um marginal.

A fé de bronze

os leva a prosseguir,

pagando o dizimo

para padres andarem de cherokee.

Page 44: Minha Poesia

Capitulo III: Coisa de poeta

1- Overdose

Para Amy wine house

Ela amanheceu ali sem vida,

e não pude nada fazer.

Eu daria a ela a minha vida,

mas não tive tempo a dizer.

Agora aqui neste quarto,

tomando um conhaque ruim.

Sei com toda certeza,

já mais a terei pra mim.

Foi embora tão cedo,

nem pude me despedir.

Saudades dos teus bodes,

do teu jeito de sorrir.

Não sei o que aconteceu,

Era ainda tão jovem,

Eu lhe daria meu amor,

mais ela morreu de overdose.

Page 45: Minha Poesia

2- Amor de Carnaval?

Apesar do álcool elevado nos nossos sangues,

da felicidade exagerada que esse estado de espírito nos trás,

sobretudo em uma noite de carnaval.

O que muito provavelmente fizeste com que si interessaste por mim,

Um cara sem nenhum atrativo.

O fato é que foi inesquecível.

O toque na tua pele, tuas pernas, teus seios, teus lábios.

Ah o teu beijo, o melhor beijo que já provei.

Inesquecível e um gosto de quero mais.

Não há coisa pior que esse sentimento

de querer tanto mais, e não poder ter.

Uma noite tão intensa que já mais sairá de minha memória.

Aquela noite onde ficamos acordados,

nos amando na margem do córrego Lajeado.

Uma noite de amor,

que acabou apenas com os primeiros raios de sol.

Page 46: Minha Poesia

Eu não queria partir, você muito menos,

mas tivemos.

Depois de tudo não mais nos vimos,

tive que voltar para a estrada.

Será que foi apenas amor de carnaval?

Não sei si ainda ti verei,

provavelmente deverá esta casada.

Não, não vou esquecer essa noite,

Da tua boca, dos teus beijos.

Ah, dos teus beijos!

Page 47: Minha Poesia

3- Para menina que acordou achando esse mundo uma droga

O que falar para não ver sumir do teu rosto esse sorriso que para todos

abrem as portas do paraíso.

O que falar para não ver teus olhos que nos faz viajar por caminhos

incertos envoltos em lagrimas.

Haverá alguma palavra que possa acalentar esse coração que muitos

desejam, mas poucos conseguem alcançar?

Direi eu – A vida é assim, o ser humano é imperfeito, perdoai - vos,

pois eles não sabem o que fazem.

Também poderia dizer – há de passar, não se preocupe, pois tudo vai

está bem amanhã.

Dirás-me tu – A vida é uma droga, nada adianta amanhã tudo será pior.

Será?

Lembrai-vos dos momentos simples que de fato valem a pena nesta

vida,

De um domingo onde você deitada nos braços da pessoa amada,

Alisando teus lindos cabelos põem ti contigo a sonhar.

Dos filhos que terão, os sonhos que realizaram,

Do quanto vão se amar.

Da vida é isso que de fato vale à pena,

O que não for para ti fazer feliz não pode ti incomodar.

Mas se tudo isso que lhe falei, não servir para ti alegrar,

Quero que saiba que também estou sofrendo,

Por sentir no meu coração que você está a chorar.

Page 48: Minha Poesia

4- Apaixonado

Meu espírito de poeta romântico que sonha com inacessível,

Mais uma vez se apaixona pelo que não pode ter.

Oh triste sina,

já é de outro essa menina,

como outras que amei.

Mesmo assim não posso deixar de amá-la,

mesmo sabendo que não a terei.

É, estou me apaixonando mais uma vez.

Page 49: Minha Poesia

5- “Quem sabe um dia eu faça uma canção de amor para você”

Que fale dos momentos bons que vivemos.

Dos planos que fizemos.

Do quanto fomos felizes.

Que fale do quanto ti amei.

Do sonho que realizei em ti ter ao meu lado.

Que fale das noites onde nos amamos ao brilho do luar.

Dos planos de um dia nos casar e o mundo viajar.

Que fale dos filhos que não tivemos.

Que muito planejamos mais não pode se realizar.

Das tuas lindas tatuagens,

nossas loucas viagens sem sair do lugar.

Quem sabe um dia eu faça uma canção de amor para você!

Page 50: Minha Poesia

6- Coisa de poeta

Uma coisa boa das minhas decepções amorosas,

Eles viram poemas.

Ajudam acalentar a dor,

que haverá de passa em algum momento.

O que hoje dói em um futuro próximo

vai ser apenas mais uma lembrança.

E já não será mais de dor,

e sim recordação do que se foi.

São poemas melancólicos é verdade,

uma leve melancolia

que haverá um dia,

de se transformar em alegria.

Page 51: Minha Poesia

7- Lidiane

Li vi,

Li quis,

Li tive,

Li perdi.

Page 52: Minha Poesia

8- A Lua e o Sol

Lá no céu eu vi a lua,

lá no céu eu vi o sol.

Não existe sol sem lua,

não existe lua sem sol.

Assim sou eu e você,

assim somos nós dois.

A gente se completa

como feijão com arroz.

Sem você eu não existo,

Você existe sem mim?

Sem mim você existe?

Eu não existo assim.

Assim como o sol não existe sem a lua,

Eu não existo sem você.

Vê se deixa de besteira

e passe aqui pra me ver.

Page 53: Minha Poesia

9- Primeiro beijo

De baixo de um pé de banana,

estamos à conversa.

Eu gosto muito dela,

ela aparenta de mim gostar.

Ela se aproxima de mim

e num instante sem pensar.

Me dá um doce beijo,

que nunca deixarei de lembrar.

Não foi apenas mais um beijo,

isso eu posso dizer.

Foi meu primeiro beijo

que nunca vou esquecer.

Foi como se eu tivesse encontrado,

um tesouro de uma mina.

Eu era apenas um menino

e ela uma linda menina.

Page 54: Minha Poesia

10- Teu beijo

Eu sonho com o teu beijo,

dormindo ou acordado.

Eu sonho com o teu beijo,

ganho ou roubado.

Eu sonho com o teu beijo

a qualquer hora do dia.

Eu sonho com o teu beijo

que me trará alegria.

Eu sonho com teu beijo,

Será que tu vai me dar?

Eu sonho com teu beijo

nem que eu tenha que roubar.

Page 55: Minha Poesia

11- Flor de lotos

Quando há vi enlouqueci,

sua beleza me encantou,

por ti me apaixonei,

quis muito o teu amor.

De ti me aproximei,

em ti eu quis tocar,

consegui chegar em ti,

e loucamente foi lhe beijar.

Só o que eu não sabia,

teu amor era um veneno,

teus beijos gosto de mel,

tinha o efeito de um arsênico.

Page 56: Minha Poesia

12- Por enquanto

Hoje a lua não nasceu,

Choveu tanto.

Meu amor não apareceu,

Ficou a quilômetros.

Algo de ruim aconteceu,

No entanto.

Meu coração não morreu,

Estou em prantos.

Oh deus, o que será d´eu?

Por enquanto,

Vivo sonhos que não são meus.

Page 57: Minha Poesia

13- Desejo

Quero me banhar na imensidão do mar

Quero ti amar sem medo de me magoar.

Quero as estrelas que brilham longe no céu

Quero teus beijos que tem gosto de mel.

Quero a chuva para banhar minha alma

Quero teus braços neles encontro calma.

Quero o sol que ilumina o meu dia

Quero você que me trás alegria.

Page 58: Minha Poesia

14- Doze coisas que eu adoro em Você

Eu adoro tua alegria

e a tua visão do mundo.

Adoro o teu sorriso

e o teu olhar profundo.

Eu adoro a tua boca,

o teu jeito de falar.

Adoro teus beijos

e teu jeito de me amar.

Eu adoro tua companhia

e a tua filosofia,

Adoro tua inteligência

e a tua simpatia.

Page 59: Minha Poesia

15- Tobogã e Princesa

Cresceram ali juntinhos,

correndo sobre o braquiara

como a linda menina que os adotara.

Cresceram ali juntinhos,

derrubando cercas

avançado quintais,

como a linda menina que os amavam de mais.

E assim foram crescendo, brincando, vivendo

Pulando cercas, se amando sobre o feno.

Mas tal foi à surpresa da bela menina

venderam seus bichinhos,

que triste sina.

As lagrimas caiam,

e ela não podia conter.

Por que meus bezerrinhos?

Por quê? Por quê?

Page 60: Minha Poesia

Foi se Tobogã, foi se Princesa

Sem destino por ai,

mas com certeza não serão tão amados

como eram por aquela menina.

E ela aos prantos

Por que meus bezerrinhos?

Por quê? Por quê?

Oh triste sina,

separar a menina dos seus bichinhos.

Que para ela era como se fosse os seus filhinhos.

Aonde andará Tobogã?

Aonde andará princesa?

Já mais saberemos,

mais a menina anda por ai.

Por que meus bezerrinhos?

Por quê? Por quê?

Page 61: Minha Poesia

Oh linda menina,

não chore, deixe de tristeza.

Serei seu Tobogã,

seja minha princesa.

Page 62: Minha Poesia

Sobre o autor

Pedro Ferreira Nunes é Poeta e

escritor. Natural de Miracema do

Tocantins, cidade em que nasceu

em 18 de maio de 1985.

Atualmente mora na cidade de

Lajeado também no Tocantins,

após viver oito anos vagando em

terras goianas.

Formado como bacharel em

Serviço Social pela Universidade

Norte do Paraná – UNOPAR.

Pedro é marxista revolucionário

e atua como educador popular e

assessor de movimentos

populares, sobretudo os de luta por reforma agrária e urbana pelo

Coletivo de Formação José Porfírio.

Pedro Ferreira Nunes é autor do romance ‘A Ilha dos Espíritos’ e dos

artigos ‘O Serviço Social e a Política de Reforma Agrária em Goiás’ e

‘Estudos sobre o Agronegócio tocantinense e seus Efeitos Econômicos

e Sociais’. Autor de diversos textos sobre questões politicas e sociais

referente à luta de classes no Brasil, além de crônicas e contos.