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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS CENTRO DE ENGENHARIA E COMPUTAÇÃO TECNOLOGIA EM GESTÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL GESTÃO DA PRODUTIVIDADE TOTAL Luciano Moreira da Silva Renato Peixoto da Costa Neto Petrópolis 2011

Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

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Trabalho resultante de pesquisa acadêmica que trata do desenvolvimento do modelo GPT, com tem o propósito de analisar e melhorar contiuamente a produtividade de uma organização.

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Page 1: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS

CENTRO DE ENGENHARIA E COMPUTAÇÃO

TECNOLOGIA EM GESTÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL

GESTÃO DA PRODUTIVIDADE TOTAL

Luciano Moreira da Silva

Renato Peixoto da Costa Neto

Petrópolis

2011

Page 2: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS

CENTRO DE ENGENHARIA E COMPUTAÇÃO

TECNOLOGIA EM GESTÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL

GESTÃO DA PRODUTIVIDADE TOTAL

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado

ao centro de engenharia e computação da

Universidade Católica de Petrópolis – UCP

como requisito para conclusão do Curso de

Tecnologia em Gestão da Produção Industrial.

Luciano Moreira da Silva

Renato Peixoto da Costa Neto

Professor Orientador

Prof. Dr. Fabiano S. Gomes de Oliveira

Petrópolis

2011

Page 3: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

Alunos: Luciano Moreira da Silva Matrícula: 08200766

Renato Peixoto da Costa Neto Matrícula: 08100549

Gestão da Produtividade Total

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Centro de Engenharia e

Computação da Universidade Católica de Petrópolis – UCP como requisito para conclusão do

Curso de Tecnologia em Gestão da Produção Industrial.

AVALIAÇÃO

GRAU FINAL:

AVALIADO POR

Prof. Dr. Fabiano S. Gomes de Oliveira

Prof. Msc. Fabini Hoelz Bargas Alvarez

Prof. Dr. José Luiz dos Santos Tepedino

Petrópolis, 04 de Agosto de 2011.

Prof. Dr. José Luiz dos Santos Tepedino

Coordenador do Curso de Engenharia de Produção e Tecnólogo em Gestão da Produção Industrial

Page 4: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS

Centro de Engenharia e Computação

Tecnologia em Gestão da Produção Industrial

GESTÃO DA PRODUTIVIDADE TOTAL

Bacharelandos: Luciano Moreira da Silva

Renato Peixoto da Costa Neto

Orientador: Prof. Dr. Fabiano S. Gomes de Oliveira

Petrópolis, 04 de Agosto de 2011.

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Fabiano S. Gomes de Oliveira

Prof. Msc. Fabini Hoelz Bargas Alvarez

Prof. Dr. José Luiz dos Santos Tepedino

Page 5: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

Dedicamos este trabalho àquele que agora não

conhecemos totalmente e nem mesmo

podemos vê-lo, mas que, apesar de sua

grandeza, se manifesta a nós de maneira que

podemos amá-lo como a um pai e ter a certeza

de que existe e que também nos ama. A Deus,

senhor e criador de todas as coisas, pai

amoroso, nós agradecemos!

À minha amada filha GABRIELA.

Renato

Page 6: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

Agradecemos este trabalho a todas as pessoas que colaboraram com o nosso

desenvolvimento individual, profissional e acadêmico, especialmente aos nossos pais, avós e

madrinhas.

Aos nossos familiares aos quais se uniram a nós por um sentimento muito mais nobre

que é a amizade.

Ao Governo do Estado do Rio de Janeiro e a Universidade Católica de Petrópolis –

UCP, pela oportunidade que nos foi concedida a um estudo de alto nível.

Ao Prof. Dr. FABIANO OLIVEIRA pela orientação despendida neste trabalho e ao

Prof. Dr. JOSÉ LUIZ TEPEDINO pela orientação dada durante todo o curso.

Aos Professores FABINI ALVAREZ e CANDIDO SILVA pela forma com que nos

acolheram sempre nos motivando a ir em frente.

Aos professores que nos ajudaram na construção de nosso conhecimento – ALDO,

CARLOS ALBERTO (in memoriam), DEMERSON, DRUMMOND, EDUARDO,

GANDOLPHO, GERSON, HENRIETE, HUMBERTO, JORGE ANTONIO, JOSÉ

AUGUSTO, L.F. FONTANELLA, LEILA MOURA, LUIS ALEXANDRE, LULU,

MANOEL, MARIA CRISTINA, RAIMUNDO, SHEREMETIEFF e TAVARES.

Aos amigos e futuros engenheiros ITAMAR VIANNA e EDUARDO PRIORI pela

colaboração no desenvolvimento deste Trabalho.

Aos nossos amigos da primeira turma do curso de Tecnologia em Gestão da

Produção Industrial – UCP, pela família que formamos nestes anos de curso – ANDERSON,

AURÉLIO, BRUNINHA, CABRAL, CARLINHA, CAROL, FELIPE, GEDAUSON, GUI,

JAQUE, JONATAN, LUMA, MARINA, PAULIM, PRI, REJANE, TATÁ e TIM.

Ao Dr. Seppo Saari, devido a suas indispensáveis contribuições para a área do

conhecimento abordada por este trabalho.

Ao amigo ALEXANDRE FERNANDES pelo afeto com que nos tratou durante toda

essa jornada.

Page 7: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

"Quando a gente acha que tem todas as

respostas, vem à vida e muda todas as

perguntas‖.

Luis Fernando Veríssimo

Page 8: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

Resumo na língua vernácula

A produtividade é fator crucial no desenvolvimento real de qualquer unidade, seja

um país, empresa ou unidade familiar, tendo importância no cenário internacional e precisa de

melhor desenvolvimento no Brasil, país de origem da pesquisa. É de difícil análise e controle,

pois se faz necessário pragmatismo, método e trabalho para que possa efetivamente ser

monitorada. Este trabalho define produtividade de forma consensual baseando-se em

conceitos utilizados anteriormente. Tendo desenvolvido o modelo GPT – Gestão da

Produtividade Total, comparando-o aos modelos existentes. A pesquisa remeteu-se a

documentos e literatura especializada para este fim, tanto de natureza prática e profissional

como acadêmica. Foram utilizados importantes conceitos de desenvolvimento atribuído às

áreas da economia, contabilidade, administração, qualidade e engenharia de produção, de

diversos autores. O modelo GPT contempla metodologias de mensuração e análise de

variações da produtividade de uma organização. É realizado estudo de caso para implantação

do modelo, a apresentar excelentes resultados iniciais, estando apto a ser utilizado em

qualquer organização.

Palavras-Chave: Gestão; Produtividade; Produção; Qualidade; SMS.

Page 9: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

Lista de Figuras

Figura 1 – Gráfico de Gantt do PTCC ...................................................................................... 33

Figura 2 – Modelo de Produtividade (Adaptado de Saari, 2000) ............................................. 41

Figura 3 – As formas de produtividade .................................................................................... 67

Figura 4 – Custos observados como função contínua .............................................................. 70

Figura 5 – Custos observados com suas descontinuidades....................................................... 71

Figura 6 – Estudo de caso - Análise dos Períodos 1 e 2 ........................................................... 82

Figura 7 – Estudo de caso – Análise períodos 1 a 3 ................................................................. 84

Figura 8 - Estudo de caso – Análise períodos 1 a 4 .................................................................. 86

Figura 9 - Estudo de caso – Análise períodos 1 a 5 .................................................................. 87

Figura 10 – Efeitos benéficos da qualidade (SLACK, et al., 1999) ......................................... 90

Figura 11 – Pirâmide de Maslow .............................................................................................. 96

Figura 12 – Ciclo PDCA ........................................................................................................ 114

Figura 13 – Interface de entrada do Lab. GPT ....................................................................... 119

Figura 14 – Fluxograma de Utilização do Lab. GPT ............................................................. 120

Figura 15 – Lab. GPT – Quantidade Contratada .................................................................... 121

Figura 16 – Lab. GPT – Cadastro de itens ............................................................................. 121

Figura 17 – Lab. GPT – Custo Total x Período ...................................................................... 122

Figura 18 – Lab. GPT – Automatismo ................................................................................... 123

Figura 19 – Lab. GPT – Variação de quantidades x período ................................................. 123

Figura 20 – Lab. GPT – Item direcionador ............................................................................ 124

Figura 21 – Lab. GPT – Análise Gráfica ................................................................................ 125

Figura 22 – Sugestão de comparação entre períodos ............................................................. 126

Figura 23 –Lab. GPT – Visão geral ........................................................................................ 126

Figura 24 – Lab. GPT - Análise da Produtividade Total ........................................................ 127

Page 10: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

Lista de Equações

Equação 1 – Função de lucratividade ....................................................................................... 23

Equação 2 – Equação popular da produtividade ...................................................................... 36

Equação 3 – Lucratividade pelo modelo PPPR ........................................................................ 37

Equação 4 – Lucratividade pelo modelo PPPV ........................................................................ 38

Equação 5 – Exemplo 1 de indicador global ............................................................................ 52

Equação 6 – Exemplo 2 de indicador global ............................................................................ 53

Equação 7 – Exemplo 3 de indicador global ............................................................................ 53

Equação 8 – Exemplo 4 de indicador global ............................................................................ 53

Equação 9 – Exemplo 5 de indicador global ............................................................................ 54

Equação 10 – Exemplo 6 de indicador global ......................................................................... 55

Equação 11 – Exemplo 7 de indicador global .......................................................................... 55

Equação 12 – Exemplo 1 de indicador específico .................................................................... 56

Equação 13 – Exemplo 2 de indicador específico .................................................................... 57

Equação 14 – Equação simplista da Produtividade .................................................................. 71

Equação 15 – Fórmula básica de variação de produtividade.................................................... 72

Page 11: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

Lista de Tabelas

Tabela 1 – Características dos modelos comparados ............................................................... 39

Tabela 2 – Cálculos de modelo de Produção (Adaptado de Saari, 2006) ................................ 43

Tabela 3 – Indicadores de Qualidade x Indicadores de Desempenho ...................................... 49

Tabela 4 – Estudo da função de produtividade ........................................................................ 76

Tabela 5 – Relação de Sugestões de indicadores ..................................................................... 78

Tabela 6 – Exemplo modelo de produção (adaptado de Saari, 200) ........................................ 79

Tabela 7 – Estudo de caso – Período 1 ..................................................................................... 81

Tabela 8 – Estudo de Caso – Período 2 .................................................................................... 81

Tabela 9 – Estudo de caso – Períodos 1 a 3.............................................................................. 83

Tabela 10 – Estudo de caso – Períodos 1 a 4............................................................................ 85

Tabela 11 – Estudo de caso – Períodos 1 a 5............................................................................ 86

Tabela 12 – PDCA x MASP7 ................................................................................................. 112

Tabela 13 – 6W2H1S ............................................................................................................. 115

Tabela 14 – Exemplo de diagrama de Ishikawa ..................................................................... 117

Page 12: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

Lista de siglas e abreviaturas

6W2H1S Nome de uma ferramenta da qualidade

5S Conhecida ferramenta da qualidade

ABPA Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes

BSC Balanced Scorecard - Painel de controle

CNI Confederação Nacional da Indústria

DRE Demonstrativos de Resultado de Exercício

ENGETEC Empresa fictícia do estudo de caso

EPI Equipamento de Proteção Individual

ERP Enterprise Resources Planning – Planejamento de Recursos da Corporação

EVTE Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica

FNQ Fundação Nacional da Qualidade

GDP Gross Domestic Product – Produtividade Interna Bruta

GPT Gestão da Produtividade Total

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ISO International Organization for Standardization – Organização Internacional

para Padronização

JUSE União dos Cientistas e Engenheiros do Japão

LER Lesões por Esforços Repetitivos

MASP Método de Análise de Solução de Problemas

MASP7 Método de Análise de Solução de Problemas em 7 etapas

NIOSH National Institute of Organizations Safety and Health, Instituto Nacional da

Saúde e Segurança das Organizações

NR Normas Regulamentadoras

OECD Organization for Economic Development e Cooperation

OHSW Occupational Health and Safety Assessment Series - Série de Avaliação da

Segurança e Saúde no Trabalho

Page 13: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

O.I.T. Organização Internacional do Trabalho.

OMS Organização Mundial da Saúde

PERT Program Evaluation and Review Technique - Técnica de avaliação e

revisão de programas

PDCA Ferramenta da qualidade

PMBOK Project Management Body of Knowledge – Compendio de Conhecimento

em Gestão de Projetos

PPPR Profitability, Productivity, Price Recovery – Definição de uma das funções

de lucratividade

PPPV Profitability, Productivity, Price, Volume – Definição de uma das funções

de lucratividade.

PTCC Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso

SMS Saúde, Meio Ambiente e Segurança

SST Segurança e saúde no trabalho

SWOT Strengths, Weakness, Opportunities, Treats – Matriz para avaliação de

forças e fraquezas, ameaças e oportunidades de uma organização

TCC Trabalho de Conclusão de Curso

TI Tecnologia da Informação

TPM Total Productive Maintenance – Manutenção Produtiva Total

TQC Total Quality Control – Controle da Qualidade Total

UCP Universidade Católica de Petrópolis

Invest. Investimento

Lab. Laboratório

Matriz GUT Matriz com avaliação de Gravidade, Urgência, Tendência

Matriz FI Matriz com avaliação em Facilidade e Investimento

Qtd. Quantidade

Und. Unidade

Page 14: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 19

DO TEMA .................................................................................................................. 20

Delimitação do tema...................................................................................... 21

DA JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 22

DOS PROBLEMAS E HIPÓTESES .......................................................................... 24

DOS OBJETIVOS GERAIS ....................................................................................... 24

Dos objetivos específicos .............................................................................. 24

Dos elementos de inovação ........................................................................... 25

DA DESCRIÇÃO DO OBJETO ................................................................................ 25

Definições de produtividade ao longo da história ......................................... 25

Modelos de Produtividade ............................................................................. 27

DA METODOLOGIA ............................................................................................................ 29

POLÍTICAS ................................................................................................................ 29

Das técnicas de coleta ................................................................................... 29

Das fontes de informação .............................................................................. 29

Das técnicas de análise .................................................................................. 30

Do local ......................................................................................................... 30

Do contexto ................................................................................................... 30

Page 15: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

Do escopo inicial ........................................................................................... 30

Dos resultados esperados .............................................................................. 34

APLICAÇÕES ............................................................................................................ 35

Comparação entre modelos existentes .......................................................... 35

Função de produção ...................................................................................... 36

Classificação de modelos existentes ............................................................. 37

Função de lucratividade ................................................................................ 37

Variáveis entre modelos ................................................................................ 38

Características dos modelos comparados ...................................................... 39

Apresentação do modelo selecionado para comparação ............................... 40

O valor adicional como indicador de sucesso ............................................... 42

Modelo de cálculo das variáveis propostas ................................................... 43

DA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 44

MARCO TEÓRICO ................................................................................................... 45

Conceptualização e marcos teóricos de modelagem em produtividade ........ 45

INDICADORES ......................................................................................................... 47

A serventia dos indicadores........................................................................... 48

Indicadores da qualidade, do desempenho e da produtividade ..................... 48

As diferenças básicas dos indicadores da qualidade e do desempenho ........ 49

Page 16: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

Requisitos para geração dos indicadores ....................................................... 50

Os fatores que afetam a geração dos indicadores e metas ............................. 50

As fases necessárias para implantação de um sistema de indicadores .......... 51

A essência da gestão dos indicadores ............................................................ 51

Exemplos e sugestões de indicadores............................................................ 52

PROBLEMAS E HIPÓTESES ................................................................................... 57

O preço como constante ................................................................................ 57

A separação da organização em processos financeiros ................................. 58

Qualidade, segurança, meio ambiente e saúde .............................................. 59

Modelos fixos e ajustáveis ............................................................................ 59

ECONOMIA DE ESCALA ........................................................................................ 59

Economias de escala: definições e fatores determinantes ............................. 60

Deseconomias de escala ................................................................................ 62

DO DESENVOLVIMENTO .................................................................................................. 63

DEFINIÇÃO DE PRODUTIVIDADE – 7 CONSTATAÇÕES ................................ 63

1ª Constatação: Uma relação entre duas variáveis ........................................ 63

2ª constatação: Um indicador de desempenho .............................................. 64

3ª constatação: Produtividade abordada multidimensionalmente ................. 64

4ª constatação: Compreensão das causas variações da produtividade ......... 64

Page 17: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

5ª constatação: A necessidade de avaliar interferências marginais ............... 64

6ª constatação: A importância desta vantagem ............................................. 65

7ª constatação: O significado de aumentos em produtividade ...................... 65

Definição de Produtividade ........................................................................... 66

GESTÃO DA PRODUTIVIDADE TOTAL – MODELO GPT ................................ 66

As formas de produtividade .......................................................................... 67

A produtividade financeira ............................................................................ 68

A produtividade operacional ......................................................................... 68

A necessidade da distinção ............................................................................ 69

Custo versus Produtividade ........................................................................... 70

O método de cálculo – Fórmula da produtividade ........................................ 71

A definição de variáveis ................................................................................ 72

Introdução à análise da produtividade ........................................................... 73

Relação de indicadores .................................................................................. 77

UM CASO DE COMPARAÇÃO ENTRE MODELOS SAARI E GPT ................... 79

ASPECTOS MARGINAIS: QUALIDADE, SMS E ASPECTOS LEGAIS ............. 96

REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO EM ORGANIZAÇÕES ............................ 88

Sugestões de requisitos para a implantação do sistema ................................ 88

Qualidade versus produtividade .................................................................... 89

Page 18: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

A importância da qualidade........................................................................... 90

A qualidade na atualidade ............................................................................. 91

Segurança, meio ambiente e saúde - SMS .................................................... 91

Marcos históricos da segurança no trabalho ................................................. 92

Requisitos legais ............................................................................................ 94

Qualidade de vida e produtividade ................................................................ 94

RESULTADOS OBTIDOS .................................................................................................... 97

PRÓXIMOS PASSOS ................................................................................................ 97

Fenômeno de produtividade inversa ............................................................. 97

Aspectos de qualidade, SMS e requisitos legais ........................................... 98

Produtividade de uma nação – a GDP ........................................................... 98

Seleção de projetos a partir de retorno sobre produtividade ......................... 98

Qualidade de vida e produtividade ................................................................ 99

O crescimento real de uma empresa .............................................................. 99

Metas e produtividade ................................................................................... 99

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 100

BIBLIOGRAFIA ......................................................................... Erro! Indicador não definido.

APÊNDICE A – FERRAMENTAS DE GESTÃO ............................................................ 107

PAINEL DE CONTROLE – BSC - BALANCED SCORECARD: ........................... 107

Page 19: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS EM 7 ETAPAS ........ 110

6W2H1S .................................................................................................................... 115

"I keep six honest serving men ..." ............................................................. 116

DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO ..................................................................... 116

ANÁLISE DE PARETO .......................................................................................... 118

BRAINSTORM ........................................................................................................ 118

GRÁFICO DE GANTT ............................................................................................ 118

APÊNDICE B – LABORATÓRIO: ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE ....................... 119

ÍNDICE REMISSIVO .......................................................................................................... 128

Page 20: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

19

INTRODUÇÃO

1A produtividade é fator crucial no desenvolvimento real de qualquer unidade, seja

um país, empresa ou unidade familiar. É de difícil análise e controle, pois se faz necessário

pragmatismo, método e trabalho para que possa efetivamente ser monitorada e trazer

resultados a uma organização.

É do espírito humano que se confie em intuição e experiência para alavancar

qualquer desenvolvimento, entretanto é através do esforço e trabalho que atingimos

resultados, logo é nossa produtividade o elemento capaz de determinar real crescimento e

desenvolvimento.

A história da produtividade se confunde com a trajetória da própria humanidade, o

homem evoluiu e as suas atividades e necessidades tornaram-se cada vez mais complexas e

variadas, atendidas a partir do desenvolvimento de ferramentas e métodos de produzir cada

vez mais sofisticados.

O termo produtividade foi utilizado pela primeira vez formalmente em um artigo do

economista francês Quesnay em 1766. Passado mais de um século outro economista francês,

Littre, usou o termo com o sentido de capacidade para produzir.

Entretanto, somente no inicio do século XX o termo assume o significado da relação

entre o produzido e os recursos empregados para produzi-lo. Henry Ford cria a linha de

produção e este sistema de produção traz consigo princípios inovadores relacionados com a

melhoria da produtividade por meio de novos conceitos e técnicas de gestão e de

metodologias de medição da produtividade, com o ramo da engenharia de tempos e

movimentos.

1 Elementos do Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no dia 27 de novembro de

2010 ao professor Fabini Alvarez, coordenador da disciplina de PTCC da Universidade Católica de Petrópolis no

período. Também apresentado a Fundação Celso Rocha Miranda como requisito para a obtenção de bolsa de

pesquisa, utilizando-se dos critérios de análise e seleção de projetos do CNPq, tendo sido aprovado por duas

vezes consecutivas, e no momento atual mantem-se como tema de pesquisa realizada pela UCP.

Page 21: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

20

Atualmente o conceito de produtividade está relacionado estreitamente a fatores

como lucratividade, eficiência, qualidade, desempenho, crescimento econômico, necessidade

e toda a gama de fatores que afetam o mercado coletivamente. É a produtividade que

representa a capacidade de agregar valor e é fator crucial no desenvolvimento real de qualquer

unidade, seja um país, empresa ou unidade familiar. Contudo, até o momento não houve

estudos que propusessem a mensuração da produtividade a levar em consideração a realidade

de variação em preços, custos e aspectos operacionais de uma empresa real utilizando não

apenas uma abordagem financeira, mas também operacional. Isto não satisfaz as atuais

exigências de um mercado globalizado, como também não permite análises distintas de todas

as interferências à produtividade de uma organização.

O modelo GPT aborda esta problemática, e proporciona a separação para análise

entre produtividade financeira e produtividade operacional, garantindo assim, o correto

acompanhamento dos índices da produtividade de toda a organização. A ser provada

empiricamente a importância da Produtividade Total, este trabalho cria uma pequena

revolução nos atuais modelos de gestão do micro ao macro modelo de nossa sociedade, que

em longo prazo fará uma gigantesca diferença.

DO TEMA

O tema da pesquisa é o conceito de produtividade, sua importância e aplicabilidade, a

partir do desenvolvimento de um modelo de gestão baseado em indicadores da produtividade

e melhoria contínua, partindo de reformulações, críticas e apoio às teorias microeconômicas,

em específico a teoria da produção e a discussão sobre produtividade, que atualmente ocupa

importante lugar nos palcos de discussão internacionais.

Esta pesquisa visa apresentar um caminho confiável a percorrer, que permita maior

foco na resolução dos problemas e observância de comportamentos, evitando discussões,

retrabalho e demais atividades, que por indução intrinsecamente humana, acaba por desviar-se

de objetivos propostos. Esta pesquisa também inicia o estudo dos fatores apresentados, seus

comportamentos em face de mudanças no sistema, e sua aplicabilidade como elemento vital

dos tempos atuais, ou seja, transforma em aspectos práticos o comportamento da função de

produtividade. O tema apresenta as especificidades da gestão da produtividade em suas

variadas formas, como a consideração de aspectos marginais.

Page 22: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

21

O termo produtividade é visto e utilizado de muitas e variadas formas, entretanto

verifica-se que não há consenso quanto a sua definição, sendo raramente definido ou

conceituado formalmente, mesmo por quem o utiliza. E de igual forma, é muito comum haver

confusões com as palavras desempenho e produção.

São facilmente encontrados sistemas de desempenho formados a partir de

indicadores da produtividade, sem contar com a necessária conceituação básica dos itens

mensurados, assim como do entendimento que existe em torno destes mesmos conceitos.

Um dos mais antigos registros de utilização da palavra Produtividade é de Quesnay

(1766) no Journal de l’Agriculture a aproximadamente 250 anos. Desde então tem sido

utilizada em grande escala por todos os vinculados ao ato de administrar, em especial a

sistemas produtivos e financeiros.

Ainda assim, é comum ver produtividade citada como uma das mais importantes

variáveis de um sistema produtivo (Singh, et al., 2000). É fácil observar que, ainda que seja

considerada e estimada como fator básico para vantagem competitiva, é constantemente

negligenciada (Singh, et al., 2000), (Sink, et al., 1989). A principal causa encontrada para este

tratamento deve-se a falta de conhecimento sobre o real significado do termo.

É sugerido por Chew que, embora o conceito de produtividade seja utilizado a tempo

suficiente, muitas pessoas que tomam decisões específicas para o aumento da produtividade

possuem dificuldades em sua conceituação. É também observado que as pessoas que aplicam

o termo raramente o definem. É sugerido ainda que decisões em aspectos de produtividade

sejam tomadas baseadas em experiências e opiniões pessoais. (Chew, 1988) (Tangen, 2005)

Delimitação do tema

O trabalho objetiva-se a conceituar produtividade para que atenda a todos os fins,

sejam institucionais ou individuais. Entretanto não é abordado de forma objetiva aspectos da

produtividade de um indivíduo, ainda que a produtividade de uma organização seja o

somatório da produtividade dos indivíduos que a compõem.

Aspectos individuais incluem investimentos gerenciais significativos, devido à

importância de manterem-se equipes motivadas em uma organização. São considerados

aspectos psicológicos individuais, aspectos da cultura da organização, aspectos ergonômicos,

de crescimento hierárquico, crescimento financeiro, de saúde dos indivíduos entre vários

Page 23: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

22

outros aspectos. Estes aspectos individuais são levados em consideração no desenvolvimento

deste trabalho, mas não fazem parte do escopo inicial, optando-se por utilizar uma abordagem

institucional aos casos.

Estas questões serão abordadas em futuros trabalhos, assim como demais itens

observados no decorrer do projeto, e apresentados na seção de próximos passos.

Nomeadamente:

O fenômeno da produtividade inversa: Produtividade pela não ocorrência de

eventos indesejados.

Seleção de projetos a partir de retornos sobre produtividade

Produtividade de uma Nação – a GDP

Aprofundamento nos efeitos de qualidade, SMS e legislação na produtividade de

uma organização.

Estes itens não serão direta ou detalhadamente abordados, mas fazem parte de uma

gama de itens a serem abordados futuramente. Mais detalhes estão presentes no capítulo de

resultados obtidos, seção de próximos passos.

DA JUSTIFICATIVA

É necessário o desenvolvimento do conceito de produtividade, admitindo

ramificações que permitam de forma eficaz sua aplicação, a permitir um contínuo

desenvolvimento socioeconômico, por meio de um crescimento econômico real gerado por

ganhos de produtividade e aliado a uma justa distribuição de lucros entre toda a sociedade.

Segundo a teoria econômica, a produtividade é variável da função de lucratividade, e

ainda assim tem sido subvalorizada. Ela permite não só a observação do labor interno, mas

também pode apresentar importantes sinais de mercado à distância razoável, além de verificar

e evitar a sobrevalorização de uma empresa, por determinar seu crescimento por seu próprio

desempenho.

Embora tenha sua participação na definição da lucratividade, apenas passa a ganhar

importância com as mudanças do final do século passado. Com a globalização, estabilidade

das taxas de juros, grandes guerras de preços no cenário mundial, o desenvolvimento da

qualidade e do planejamento estratégico, a busca por inovação, o desenvolvimento da

tecnologia de informação e da automação, além do próprio conhecimento se tornar cada vez

Page 24: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

23

mais acessível faz com que pequenas diferenças se tornem as grandes diferenças, e por muito

depender do fator humano esta passa a ser a mais importante variável da mais importante

função de qualquer sistema em longo prazo.

Certamente o tema justifica-se no decorrer do trabalho. A produtividade apresenta-se

como o indicador capaz de abrir portas para capacidade de gerar valor a partir de processos

que hoje parecem com pouca capacidade de comercialização, a importância econômica e

social deste fato, e a vantagem competitiva que este aumento real da produtividade representa

gera uma mudança de panorama nesta capacidade.

A produtividade tem sido questão importantíssima nos palcos de discussão

internacionais. Muitos modelos de medição da produtividade têm sido apresentados e geram

uma contínua discussão. Um dos principais motivos desta discussão é que, de acordo com a

teoria microeconômica, os modelos mais usuais apresentam a lucratividade da seguinte forma.

( )

Equação 1 – Função de lucratividade

Encontra-se a produtividade e volume como variáveis da teoria da produção, e o

preço como elemento que define a lucratividade atingida. A este modelo dá-se a sigla de

PPPV (profitability, productivity, price, volume). Há ainda o modelo que determina a

lucratividade como uma função da produtividade, e do valor recuperado, denominado PPPR

(profitability, productivity, price recovery), também conhecido como Mark-up. Observando-

se atentamente as variáveis apresentadas como função da lucratividade em ambos os modelos.

Tem-se o volume, que só pode aumentar quando existe um mercado para o

excedente, afinal todos os modelos de gestão de alto desempenho mostram que grandes

estoques são prejudiciais a uma empresa. Este mercado têm sido cada vez mais difícil de

conseguir devido a competitividade de países como a China.

Exatamente as características de mercados que, a afetar uma parcela significativa da

indústria, acabam por criar gigantescas guerras de preços e fazer com que muitos produtos

atinjam níveis de maturidade muito cedo e se mantenham por menos tempo. Devido a este

fator as margens de lucros caem juntamente com os preços.

Page 25: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

24

Tem-se então a única variável comum a ambos os modelos como elemento chave

para o crescimento da empresa. Se a empresa observa que sua produtividade aumenta, então

se pode esperar um crescimento real, como um crescimento de desempenho.

DOS PROBLEMAS E HIPÓTESES

Mas pouco é óbvio quando se fala de produtividade. Elementos culturais e

movimentos sociais demonstram a necessidade da pesquisa sobre a relação entre

produtividade e qualidade de vida e sobre como uma impulsiona a outra.

Em virtude dos pontos apresentados torna-se clara a necessidade do desenvolvimento

de modelos de gestão que abordem de forma principal a produtividade e a melhoria contínua,

assim como sua integralização aos modelos e tecnologias atuais. Pode-se então determinar

como objetivos gerais de pesquisa o desenvolvimento de um modelo de gestão fortemente

baseado em indicadores da produtividade, inevitavelmente a partir da unificação das

principais teorias de microeconomia e produção em vigência no meio acadêmico.

Faz-se necessário que se dê mais um passo rumo ao desenvolvimento social como

um todo. Após a já realizada padronização dos modelos de gestão, com um enfoque particular

aos modelos de gestão voltados à qualidade, agora é necessário o desenvolvimento de um

modelo de gestão que priorize outras variáveis, sendo a produtividade uma das mais

promissoras, além de permitir também a inovação, garantia de comunicação entre o

planejamento e a execução e o desenvolvimento sustentável.

A criação de uma mentalidade voltada para produtividade afeta, inclusive, o atual

ritmo de crescimento do estado e instituições privadas que, caso conte com profissionais mais

motivados e capacitados, obterá de certo, um crescimento mais acelerado, mais sustentável e

de encontro a seus verdadeiros objetivos.

DOS OBJETIVOS GERAIS

Criar um modelo de gestão da produtividade, doravante denominado modelo

GPT, integrando diversos tópicos apresentados no decorrer do trabalho.

Page 26: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

25

Dos objetivos específicos

Modelar o problema de forma a comparar o modelo desenvolvido a outros

modelos de gestão.

Demonstrar a superioridade do modelo GPT em face de outros modelos

utilizados.

Dos elementos de inovação

Comprovar a produtividade como a mais importante e significativa variável na

função de lucratividade.

Determinar a função de produtividade a partir do agrupamento das funções já

conhecidas.

DA DESCRIÇÃO DO OBJETO

A existência de diversas definições de produtividade ao longo do tempo torna

necessário uma análise criteriosa de cada uma destas possibilidades de definição, como

primeiro passo para que sejam realizadas constatações sobre a mesma.

Esta abordagem define formalmente o conceito de produtividade baseando-se

unicamente nas definições anteriores, como tentativa de gerar consenso entre os

pesquisadores do tema.

Definições de produtividade ao longo da história

É apresentados conjuntos de definições de produtividade datados a partir de 1789.

Característica ou condição do que é produtivo (Silva, 1789).

Produtividade é o que o homem realiza com material, capital e tecnologia.

Produtividade é geralmente uma característica pessoal. Uma atitude que deve ser

continuamente melhorada em nós mesmos e no que nos ronda (Japan Productivity Centre,

1958).

Produtividade = unidades de saída / unidades de entrada - (Chew, 1988).

Produtividade = Saída Atual / Recursos esperados a utilizar - (Sink, et al., 1989).

Produtividade = Receita Total / (Custos + Meta de Lucro) - (Fischer, 1990).

Page 27: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

26

Produtividade = Valor adicional / Entrada de Fatores de Produção - (Aspèn, et al.,

1991).

Produtividade é definida como a razão entre o que é produzido e o que é necessário

para produzir. Produtividade mede a relação entre a saída, como produtos e serviços

produzidos, e entradas, que incluem trabalho, capital, materiais e outros recursos (Hill, 1993).

Produtividade (saída por hora de trabalho) é o fator central que determina a qualidade

de vida de uma população (Christopher, et al., 1993).

Produtividade = a qualidade de gerar algo que traga grandes resultados renda

abundantemente (Koss, et al., 1993).

Produtividade significa quanto ou quão bens se produz com os recursos utilizados.

Produz-se mais, ou melhor, produto com os mesmos recursos, aumenta-se a produtividade.

Ou se produz os mesmos produtos com menos recursos, há também aumento em

produtividade. Por recursos entendem-se quaisquer recursos físico ou humano, i.e., as pessoas

que produzem os produtos ou fornecem os serviços, e os materiais com os quais as pessoas

trabalham na fabricação destes produtos ou fornecimento destes serviços (Bernolak, 1997).

Produtividade é a comparação entre as entradas físicas de uma indústria e as saídas

físicas da mesma indústria (Kaplan, et al., 1988).

Produtividade = eficácia * eficiência = Tempo de Valor Adicionado / Tempo Total

(Jackson, et al., 1999).

Produtividade = (saída / entrada) * qualidade = eficiência * utilização * qualidade

(Al-Darrab, 2000).

Produtividade é a habilidade de satisfazer as necessidades do mercado por produtos e

serviços com o mínimo de consumo dos recursos totais (Moseng, et al.).

Estas definições representam importantes marcos utilizados para as constatações

apresentadas no decorrer do trabalho, tanto de importância histórica quanto prática, na

definição formal de produtividade.

O presente trabalho trata-se de uma metodologia que, quando corretamente aplicada,

permite ganhos consistentes em produtividade, e não apenas das especificidades da

produtividade.

Page 28: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

27

É de igual importância à análise das variáveis presentes neste modelo, assim como a

capacidade de tomar decisões e realizar ações baseadas nas informações geradas pelo modelo

GPT, de forma que, em última instância, ganhos de produtividade possam estar diretamente

relacionados a objetivos sociais. Esta justifica a necessidade de apresentar o trabalho como

gestão da produtividade.

É também importante abordar aspectos que impactam a produtividade de uma

organização, mas que costumeiramente são postos a parte destas análises, ainda que para

discussões internas a distintas organizações. Apenas com estas discussões são possíveis

incrementos reais de produtividade, pois são justamente estes pontos que apresentam riscos

inerentes ao planejamento de uma ação, por não serem considerados diretamente influentes.

Em terceiro, mas não menos importante, justifica-se a produtividade como total, não

somente devido à abordagem anterior, mas também por necessidade da participação de toda a

organização para o sucesso deste tipo de programa, a exemplo dos programas Total

Productive Maintenance e 5S. Portanto, é de fundamental importância o comprometimento de

todas as pessoas, de forma que os ganhos gerados pela implantação de um modelo voltado

para o aumento da produtividade possam tornar-se ganhos duradouros e significantes.

Modelos de Produtividade

De acordo com Seppo Saari (2009), existe grande quantidade modelos de negócios

que podem medir a produtividade, e a comparação matemática entre os modelos têm se

mostrados complicada. É necessário um modelo de produção com características ajustáveis,

onde seja possível averiguar tanto suas diferenças como suas similaridades. O ponto fulcral de

cada um dos modelos é a forma com que este determina a função de produtividade da

empresa. As características dos modelos podem diferir em, basicamente, seis formas

diferentes:

Os termos utilizados em cada um dos modelos diferem entre si, onde um dos

termos aponta para uma mesma característica e um termo aponta para

características distintas.

As variáveis de cada um dos modelos diferem entre si. É de fundamental

importância a unificação destas variáveis para que o modelo de gestão possa ser

efetivamente funcional, entretanto o modelo GPT favorece o surgimento de

novas variáveis, ou seja, variáveis importantes para o manter da organização que

Page 29: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

28

ainda não analisadas, assim como análises sobre seu comportamento, segundo

uma ótica estratégica.

Os modelos apresentados variam sobre a ordem com que cada uma de suas

variáveis é calculada. Segundo Saari, esta diferença não é significativa.

Capacidade de ajuste do modelo é apresentada de duas formas; fixa ou variável.

Enquanto alguns modelos apresentam a capacidade de modificar as medidas das

variáveis analisadas, outras necessitam que estas variáveis permaneçam

constantes durante todo o período, o que pode trazer problemas sobre

interpretação dos dados analisados.

Esta abordagem sobre modelos de medição da produtividade têm como objetivo

demonstrar a intrínseca necessidade de analisar e apresentar solução para o contínuo

crescimento da produtividade. Inclusive esta é a atual importância da produtividade.

Entretanto continua sendo uma variável coberta de mistérios, pois justamente por ser a base

do crescimento real de uma empresa, é justamente o mais humano, e logo, imprevisível.

É necessário que haja um esforço para a união das principais teorias da lucratividade,

as quais compõem a teoria microeconômica, baseada no modelo de gestão que esta pesquisa

desenvolve. Uma gestão para produtividade.

Page 30: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

29

DA METODOLOGIA

A metodologia apresenta-se subdividida em duas seções. A primeira apresenta suas

políticas e a segunda suas aplicações, determinando qual o modelo selecionado para

comparação com o modelo GPT.

POLÍTICAS

A metodologia de pesquisa empregada utiliza como alicerces os campos de

conhecimentos da economia, contabilidade, matemática e estatística e, fundamentalmente, da

engenharia de produção.

O desenvolvimento do projeto é baseado em análises de situações específicas que já

tenham sido demonstradas empiricamente, que envolvam conceitos ligados ao projeto. Assim

como modelos que permitam desenvolver soluções.

Das técnicas de coleta

A pesquisa utiliza pesquisa básica, qualitativa e quantitativa, e enfatiza a pesquisa

exploratória, assim como utilização da prática de experimentos empíricos que comprovem o

efetivo funcionamento do modelo de gestão.

É possível o desenvolvimento ou adaptação de softwares que permitam a

aplicabilidade, demonstração, ou quaisquer outras ações que vão de encontro ao objetivo do

projeto.

Das fontes de informação

As fontes de informação passíveis de serem utilizadas serão todas as que tenham

fonte claramente definida, assim como terá prioridade a utilização de conceitos de

pesquisadores que tenham produtividade em pesquisa, renome internacional e, efetivamente,

possuam conhecimentos empíricos ligados ao objetivo da pesquisa. Qualquer fonte que atenda

a estas características poderá ser aceita, seguindo a ordem livros – artigos, periódicos e

documentos – orientador – profissionais do ramo – sites confiáveis da internet,

respectivamente dos favorecidos aos menos favorecidos.

A análise de documentos, além da transformação do conhecimento tácito dos

envolvidos a conhecimento codificado sempre que possível, serão as ferramentas mais

Page 31: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

30

utilizadas para a execução da pesquisa. Também é utilizada a observação de fatos atuais

devidamente documentados para apresentação análoga aos objetivos da pesquisa.

Das técnicas de análise

São aplicados métodos estatísticos que determinem a eficiência do processo, a

previsão de generalidades da pesquisa, assim como, a análise do contexto atual e referente

comparação entre o alcançado e as linhas de base do projeto.

É também utilizada pesquisa operacional sempre que frente à necessidade de

mapeamento e gestão de processos previamente e justificadamente analisados.

Utilizam-se com grande frequência as ferramentas citadas na revisão bibliográfica.

Do local

A pesquisa é realizada na cidade de Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro,

utilizando sempre que possível e com o aval da mesma a Universidade Católica de Petrópolis

para sua realização.

Do contexto

O atual contexto econômico demonstra a necessidade de desenvolvimento mais

específico da gestão que se volte para o efetivo aumento da produtividade em todas as áreas.

Atualmente os órgãos governamentais apresentam baixa produtividade.

Num plano da produtividade total este comportamento não seria dado como uma

onda, mas como uma reta ascendente de inclinação sempre ligeiramente positiva, a apresentar

excelentes resultados a médio e longo prazo.

Do escopo inicial

Apresentamos todas as tarefas a serem executadas, assim como o gráfico de Gantt

das mesmas. Apresenta-se também uma ligeira descrição de cada uma:

As tarefas estão na respectiva ordem de apresentação no gráfico a seguir:

1. Apresentação da Proposta.

2. Leitura e Pesquisa bibliográfica: Fase para reiteração da bibliografia em prol dos

objetivos do projeto, assim como possíveis alterações.

Page 32: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

31

3. Discussão da Bibliografia: Momento de discussão da bibliografia para reunião

dos pontos pertinentes ao projeto, permitindo o desenvolvimento necessário para

a próxima etapa.

4. Unificação da Bibliografia: Etapa crítica que permitirá a reunião de todo o

conteúdo teórico em um documento contendo todos os pontos pertinentes aos

objetivos do projeto. Já com a unificação dos modelos de mensuração da

produtividade, e consequente análise dos pontos fortes e fracos de cada um.

5. Relatório 1: Desenvolvimento da primeira etapa do relatório, este contendo todo

o conteúdo das teorias apresentadas.

6. Integração com planejamento estratégico: inicio real do desenvolvimento do

modelo de gestão, a começar a tarefa por analisar as compatibilidades necessárias

aos modelos de estratégia competitiva de Michael Porter, assim como demais

modelos de gestão, como a ISO 9001, 14000; 28000; e a OHSW 18000.

7. Levantamento dos indicadores: Esta etapa crucial é destinada ao levantamento

dos principais setores de uma empresa e referentes indicadores da produtividade

que se possa adotar, assim como o surgimento de indicadores paralelos como os

indicadores por funcionário, entre outros.

8. Relatório 2: Segunda etapa do relatório onde explana todos os pontos da segunda

etapa.

9. Desenvolvimento do Modelo: Desenvolvimento do modelo em si após coleta e

análise de todas as informações e pré-requisitos necessários para a correta

determinação de todos os pontos do modelo.

10. Levantamento dos requisitos: Etapa que visa determinar os requisitos mínimos

para as empresas que adotem este modelo de gestão.

11. Modelagem de situação: É sugerida uma situação para que se possa verificar o

modelo em plena execução.

Page 33: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

32

12. Resultados Imediatos; Etapa para a verificação dos resultados imediatos obtidos

após a modelagem, e compara-los com os resultados esperados2.

13. Resultados Empíricos: Comparação dos resultados obtidos com as teorias já

comprovadas sobre produtividade, assim como sua adequação a uma modelagem

a nível nacional e para terceiro setor.

14. Relatório 3: Terceira etapa do relatório, para apresentação das informações

anteriores.

15. Adequação a TI: Abordar os principais softwares de gestão de empresas

integrados sob a ótica de adaptação para o modelo de gestão.

16. Experimentação Real: Aplicação a uma empresa real e verificação.

17. Entrega do relatório final.

18. Revisão e Relatório de Experimentação final.

2 O escopo apresentado refere-se ao projeto de pesquisa em desenvolvimento, não necessariamente

todas as etapas encontram-se no presente TCC, por não haver ainda tempo hábil para execução.

Page 34: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

33

Figura 1 – Gráfico de Gantt do PTCC Fonte: Do Autor

Page 35: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

34

Dos resultados esperados

Espera-se desta pesquisa a modelagem de um sistema de gestão que sirva de garantia

para a melhoria contínua da empresa, com ênfase na produtividade e adaptado aos atuais

modelos pré-existentes, seguindo os moldes das principais certificações atuais, e que permita

um incremento de valor em qualquer empresa que pretenda assumir sua responsabilidade com

a forma mais eficiente e segura de tornar-se competitiva.

A mesma também fomenta o meio administrativo brasileiro para a necessária

preocupação com a produtividade, como garantia da qualidade e da inovação, redução de

custos e melhoria da qualidade de vida de seus colaboradores.

Também abre portas para mais aprofundados estudos sobre produtividade, e, ao

atingir um de seus objetivos principais como sendo a união dos conceitos de produtividade em

vigor no meio acadêmico, traz a possibilidade de maiores pesquisas que representem reais

avanços nos campos envolvidos, pois o mesmo encontra-se inerte em face de questões

conceituais.

Os resultados esperados não são triviais, e poderão apresentar-se a médio e longo

prazos, a medida em que mais pesquisas forem realizadas sobre o tema. Uma parcela dos

resultados apresenta-se na forma de projeto a iniciar na fase de execução, e é posto em prática

para o contínuo aprimoramento do assunto tratado, assim como para benefício de todas as

partes envolvidas e interessadas.

Dentre os resultados esperados, o mais importante é a criação do modelo GPT que,

certamente bem sucedido, concede importância à pesquisa realizada, assim como permite o

contínuo aprimoramento do tema em questão.

O modelo GPT tem-se como resultado esperado certo. E como descrito na

introdução, a ser provada empiricamente sua importância, este projeto cria uma pequena

revolução nos atuais modelos de gestão do micro ao macro modelo de nossa sociedade, que

em longo prazo fará uma gigantesca diferença.

Page 36: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

35

APLICAÇÕES

Define-se basicamente o sistema de Gestão da Produtividade Total como o conjunto

de pessoas, processos, métodos e ferramentas que conjuntamente geram, analisam, expõem,

descrevem, avaliam e revisam dados e informações sobre as múltiplas dimensões do

desempenho nos níveis individual, setorial, operacional e geral da organização, em seus

diversos elementos constituintes.

A metodologia de pesquisa empregada utiliza como alicerces os campos de

conhecimentos da economia, contabilidade, matemática e estatística e, fundamentalmente, da

engenharia de produção. Seu desenvolvimento está baseado em análises de situações

específicas, e na comparação de estudos e modelos sugeridos por vários autores, como

também um estudo de caso fictício para a comprovação da tese apresentada.

Comparação entre modelos existentes

A comparação entre modelos existentes permite observar os pontos fortes e fracos de

cada um dos modelos, de forma que a gestão da produtividade total possa apresentar-se não

apenas como o modelo que melhor alcança os objetivos compartilhados entre estes modelos,

mas também possa integrar o conhecimento gerado nos últimos anos a respeito do tema.

São abordados os seguintes modelos:

Kurosawa, em An aggregate index for the analysis of productivity, 1975. Japão.

Courbois & Temple, em La methode des ―Competes de surplus‖, 1975. França.

Seppo Saari, em Productivity; Theory and Measurement in Business, 2000.

Finlândia.

Gollop, em Accounting for Intermediate Input, Estados Unidos da América.

Esta comparação justifica-se pela necessidade de identificação das características de

cada modelo e principalmente de suas métricas, possibilitando a compreensão de suas

diferenças, bem como a verificação de sua adaptabilidade aos tempos atuais.

Page 37: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

36

Função de produção

A função de produção é conhecida da microeconomia, e permite verificar o

crescimento econômico em virtude do aumento da produtividade e aumento do volume de

entrada de insumos em um processo de forma clara e objetiva, o crescimento econômico gira

em torno deste ganho resultante do desempenho destas variáveis.

Ao observar o gráfico é evidente que a produção é maior para o segundo período,

representado pela reta p.2. Apresentado também está o ganho obtido em custo para o aumento

do volume de entrada e efetivamente o aumento da produtividade devido ao aumento

marginal de produção.

A produtividade inicialmente apresentada é definida como:

Equação 2 – Equação popular da produtividade

Entretanto esta definição é pobre por não incorporar a qualidade do processo, uma

vez que um sacrifício em qualidade pode aumentar a quantidade, sem que efetivamente a

Volume de Entrada

Volume de Saída

T 1

T 2

P 2 P 1

Crescimento por aumento

de Produtividade

Crescimento por aumento

de volume

Figura 2 – Função de Produção

Page 38: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

37

produtividade tenha aumentado. Além da qualidade, o SMS e requisitos legais têm a mesma

influência.

Tendo como metodologia para comparação entre métricas à identificação das

características presentes e compreensão de suas diferenças, são analisados os modelos

existentes com base em comparações anteriores.

Dentre as possíveis metodologias para comparação entre os modelos existentes,

optou-se pelo modelo introduzido por Seppo Saari em 2000, do livro Produtivity: Theory and

measurement in Business.

Entre os modelos existentes, levaram-se em consideração apenas os modelos que

utilizam a função de produção para a mensuração da produtividade. Demais modelos não

permitiriam a correta análise dos resultados obtidos, devido à disparidade de variáveis

inseridas nos modelos, assim como os resultados obtidos.

Classificação de modelos existentes

Classificaram-se os modelos existentes em três: Os modelos que calculam apenas

índices da produtividade, os modelos que utilizam a função de lucratividade para definição da

produtividade utilizando o valor adicional como variável, e os que se utilizam do volume

vezes preço.

O primeiro grupo possui como única variável mensurada o índice da produtividade.

Foram apresentados incialmente por Kendricks e Creamer em 1965, em Measuring Company

Productivity, assim como Graig em 1973 e Sumanth em 1979, praticamente idênticos, e

finalmente por Mundel em 1983. Estes modelos são incorporados pelos modelos apresentados

e não serão abordados em profundidade.

Função de lucratividade

Para a correta classificação dos restantes dois grupos citados anteriormente, faz-se

necessário compreender a definição da função de lucratividade. Esta função é abordada pela

economia de duas formas distintas, majoritariamente:

( )

Equação 3 – Lucratividade pelo modelo PPPR

Page 39: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

38

Esta função é a que define os resultados obtidos pelos modelos americanos de

Loggerenberg e Cucchiaro em 1982, assim como Pineda em 1990. Definem também os

resultados obtidos por Brayton em 1983 e o novo modelo apresentado por Kendrick em 1984,

assim como os modelos de Genesca e Griffel em 1992.

Devido a esta função apresentar-se simplista e trabalhar apenas com variáveis

contábeis, não serão abordadas pelo presente trabalho. Em especial por não abordarem

diretamente o volume de produção, variável indispensável para o modelo apresentado pelos

autores.

A segunda forma da função de lucratividade, mais recente, é apresentada como:

( )

Equação 4 – Lucratividade pelo modelo PPPV

Neste caso, a lucratividade é diretamente a demonstração de resultados de uma

organização e é expressa pela produtividade, pelo volume e preços unitários de um sistema.

A base lógica dos modelos apresentados é idêntica, e utilizam-se das mesmas

variáveis para cálculo, ainda assim, segundo cada um dos critérios de entrada e saída do

volume de produção, pode haver pequenas diferenças no resultado final.

O modelo de produção apresentado por Kurosawa admite ambas as funções de

lucratividade como input de variáveis para o modelo, entretanto para fins de comparação

admite-se apenas a apresentada como elemento deste grupo de modelos.

Variáveis entre modelos

Entre os variados modelos apresentados, não é trivial a comparação entre os mesmos.

Ao apresentarem diferenças em suas funções e formulas de cálculo básico, optou-se comparar

os modelos que utilizam a função de lucratividade apresentada PPPV. Entre estes modelos as

diferenças encontradas pertencem a seis tipos:

1- Conceitos idênticos possuem nomes diferentes em cada um dos modelos, assim

como, por vezes, conceitos diferentes possuem o mesmo nome.

2- As variáveis do modelo podem ser diferentes, ou seja, a lógica apresentada como

premissa para os resultados serem consistentes pode variar.

Page 40: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

39

3- A ordem de cálculo das variáveis diferencia-se. Na prática, como modelos

admitem o impacto de uma variável é calculado admitindo-se todas as outras

constantes, Ceteris Paribus, isto pode trazer conclusões diferentes. Contudo, a

diferença entre as variáveis classificadas no mesmo grupo não é relevante.

4- A estrutura teórica do modelo pode variar segundo a teoria dos custos, onde

quanto menor o custo maior a produtividade, ou a teoria de produção, onde

quanto maior o volume, maior a produtividade. Embora para fins matemáticos

ambos sejam idênticas, pois parte das mesmas funções, a ênfase dada a cada

aspecto varia e permite diferentes interpretações de um mesmo resultado.

5- A técnica de contabilidade dos valores varia. Na prática existem três tipos;

Relação contábil, que calcula as variáveis em termos de índice, a Forma contábil,

que calcula com valores absolutos e a Variância Contábil, que dá ao usuário

maior capacidade analítica. Todas as técnicas garantem os mesmos resultados,

mas há diferenças na clareza e inteligibilidade dos mesmos.

6- Ajuste do modelo. O modelo pode ser desenvolvido para ajustar-se ou não a

alteração em determinadas características, como mudança de preços, por

exemplo. Os modelos podem ser fixos ou variáveis.

Características dos modelos comparados

Kurosawa C & T Saari Gollop

Variáveis Utilizadas

no Modelo

Volume

Distribuição

Produtividade

Volume

Distribuição

Produtividade

Volume

Distribuição

Produtividade

Volume

Distribuição

Produtividade

Alternativas de teorias Função de

Produção Função de Custos Função de Produção Função de Custos

Ordem de Cálculo das

variáveis

Volume

Produtividade

Distribuição

Volume

Produtividade

Distribuição

Distribuição

Produtividade

Volume

Volume

Produtividade

Distribuição

Técnicas Contábeis Forma Contábil Forma Contábil Variância Contábil

Distribuição:

Variância Contábil

Produtividade:

Relação Contábil

Volume:

Forma Contábil

Ajustabilidade Fixo Fixo Ajustável Fixo

Tabela 1 – Características dos modelos comparados

A partir da comparação verifica-se que, devido às metodologias de cálculo

empregadas, os modelos C & T, assim como o de Kurosawa são baseados em metodologias

de cálculo, em específico sobre os valores de prejuízo e lucro. Já o modelo de Gollop permite

Page 41: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

40

a utilização de diferentes técnicas de cálculo para cada etapa de mensuração, impróprio para

uma análise direta. Devido à expertise apresentado por Saari, seu modelo é considerado o que

oferece a melhor possibilidade de comparação com o modelo desenvolvido, ainda que em

dissonância com a visão sistêmica implícita ao modelo GPT.

Apresentação do modelo selecionado para comparação

A partir da comparação anterior, escolheu-se o modelo apresentado por Seppo Saari

para explanação de forma que permita o rompimento com os modelos existentes e a

apresentação de um modelo adequado a Gestão da Produtividade Total.

O modelo de Saari sugere a divisão dos processos de uma empresa em cinco, todos

com uma lógica, objetivo, teoria e figuras-chaves específicas, sendo os quais:

Processo Real;

Processo de Distribuição de Renda;

Processo de Negócio;

Processo Monetário;

Processo de Valor de Mercado.

A produtividade em si é identificada no Processo Real, e em conjunto com o

Processo de Distribuição de Renda é composto o Processo de Negócio. O Processo de

Negocio, o Processo Real e o Processo de Distribuição de Renda ocorrem simultaneamente e

somente o Processo de Negócio é identificável utilizando as ferramentas contábeis atuais.

Com uma nova etapa de cálculos é possível o calculo dos Processos de Distribuição de Renda

e o do Processo Real.

Page 42: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

41

O Processo Real é efetivamente o processo base da organização. Por padrão o que

recebe os insumos, em diferentes quantidades e qualidade e os transforma em diferentes

produtos de diferentes quantidades e qualidade, sejam produtos ou serviços prestados. Este é o

processo que gera o custo para o consumidor e a organização, sua atividade fim. O resultado

deste processo deve gerar o valor adicional à organização e é sua medida que determina os

ganhos de produtividade.

Mercado

Processo

Real

Processo

Monetário

Processo de

Valor de

Processo

de

Distribuiçã

o de Renda

Processo

de

Distribuiç

ão de

Produtor

es

Consumidor

es

Mercado

Figura 2 – Modelo de Produtividade (Adaptado de Saari, 2006)

Page 43: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

42

O Processo de Distribuição de Renda, ou simplesmente Processo de Distribuição é o

processo que determina o índice de variação entre a distribuição do valor adicional gerado

pelo processo às partes interessadas.

O Processo de Negocio é o conjunto do Processo Real e o Processo de Distribuição.

É pelo cálculo dos índices envolvidos neste processo que se pode verificar consistentemente a

rentabilidade gerada por uma dada organização.

O Processo Monetário refere-se a eventos de financiamento do negócio.

O Processo de Valor de Mercado é o índice determinado pelos investidores e pelo

mercado de valores imobiliários.

Tanto o Processo Monetário quanto o Processo de Valor de Mercado não serão

abordados em detalhe neste presente trabalho por serem fatores externos a organização e não

necessariamente impactarem as análises de produtividade.

O valor adicional como indicador de sucesso

O sucesso que uma organização pode obter não é previsível, a quantidade de

variáveis envolvidas é tanta que somente podem ser explicadas pela Teoria do Caos, a mesma

que propõe que o bater de asas de uma borboleta no Brasil pode gerar um furacão no Japão.

Ainda assim existe um critério que pode ser generalizado para mensuração que uma

organização obtém, sendo esta sua rentabilidade. Quanto maior a rentabilidade de uma

empresa, maior o sucesso atingido. Como critério para a mensuração de rentabilidade, o valor

adicional é, sem dúvida, a melhor opção disponível. Ele é o resultado entre a diferença dos

rendimentos atingidos e todos os custos envolvidos.

Page 44: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

43

Modelo de cálculo das variáveis propostas

Modelo de Produção

C D E F G H I

Período 1 Q1 x P2 Período 2

Quantidade Preço Valor

Quantidade Preço Valor

6 Produto 1 210,00 7,20 1512,00 1491,00 247,25 7,10 1755,48

7 Produto 2 200,00 7,00 1400,00 1430,00 195,03 7,15 1394,46

8 Output

2912,00 2921,00

3149,94

10 Trabalho 100,00 7,50 750,00 770,00 115,00 7,70 885,50

11 Materiais 80,00 8,60 688,00 680,00 79,20 8,50 673,20

12 Energia 400,00 1,50 600,00 620,00 428,00 1,55 663,40

13 Capital 160,00 3,80 608,00 624,00 164,80 3,90 642,72

14 Input

2646,00 2694,00

2864,82

Valor Adicional

16

Valor Adicional Absoluto; E8-E14; F8-F14;

I8/I14 266,00 227,00

285,12

17

Valor Adicional Relativo; E8/E14;

I8/I14 1,101

1,100

Processo de Distribuição

19

Mudança de Distribuição Abs.; F16-

E16 -39,00

20 Índice de output; F8/E8

1,003

21 Índice de Input; F14/E14

1,018

22 Índice de Distribuição; F20/F21

0,985

Processo Real

25 Produtividade; F8/F14; I8/I14

1,084

1,100

26 Índice de Produtividade; I25/F25

1,014

27 Mudança de Produtividade em valor abs. ;(I26-1)*F8

41,119

28 Índice de Volume de Output; I8/F8

1,078

30 Índice de Volume de Input; I14/F14

1,063

31 Mudança de Input de Volume abs.;(I30-1)*(F16+I27)

17,001

Processo de Negócio

33 Mudança de Produtividade; I17/E17

0,999

34 Mudança de Retorno;I8/E8

1,082

35 Mudança de Custos; I14/E14

1,083

Tabela 2 – Cálculos de modelo de Produção (Adaptado de Saari, 2006)

Page 45: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

44

DA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A teoria utilizada é apresentada por Davis, em Productivity Accounting, de 1955.

Este foi o modelo introdutório de contabilidade para produtividade, onde peca apenas por não

apresentar um modelo que apresente uma função de lucratividade.

De vital importância inicial é o documento apresentado por Dr. Sepo Saari

(Productivity: Teory and measurement in business, 2009).

O projeto utiliza ferramentais de técnicas modernas de auxílio à modelagem de

gestão:

Conceitos do PMBOK ( Project Management Body of Knowledge)

Modelagem 5W2H (what, when, who, where, why, how, how much)

Ciclo PDCA ( Plan – Do – Check – Action)

Modelagem TQC de Vicente Falconi

Desdobramento de diretrizes de Hoshin Kanri

Conceitos exportados de TPM (Total Productive Maintenance)

Análise de causa e efeito e matriz SWOT (Strengths, Weakness,

Opportunities and Treats)

Ferramental das famílias ISO 9000, ISO 14000, OHSAS 18000.

Modelagem Estratégica de Michael Porter

Normas regulamentadoras Brasileiras

Integração a ERP’s (Enterprise Resource Planning)

Entre outras ferramentas que sejam úteis no desenvolvimento da pesquisa. A

referente bibliografia sobre todos os termos deve ainda ser levantada.

A teoria aplicada alterna-se entre a teoria de custos, que calcula a produtividade

sobre o volume de saída, e a teoria da produtividade, que calcula sobre o volume de entrada,

ambas da microeconomia. Este ponto não é significativo para o modelo em sua aplicabilidade,

pois se reitera a ajustabilidade do modelo de gestão em desenvolvimento.

Parte-se do pressuposto que o leitor detém alguma familiaridade com economia,

qualidade e engenharia de produção.

Page 46: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

45

MARCO TEÓRICO

A produtividade têm sido apresentada e discutida a partir de raízes administrativas

desde 1789, entretanto é a partir de 1955 que surge o primeiro trabalho sobre como mensurar

produtividade.

Conceptualização e marcos teóricos de modelagem em produtividade

O inicio do desenvolvimento de metodologias de medição da produtividade teve seu

inicio em 1955, com a obra de H.S. Davis, intitulada Productivity Accounting. Davis sugere

que a métrica da produtividade deve ser desenvolvida para que indique aumentos ou reduções

na produtividade da empresa e também a distribuição dos resultados da produção entre as

partes interessadas.

O conceito de produtividade está relacionado estreitamente a fatores como

lucratividade, eficiência, qualidade, desempenho, crescimento econômico, necessidade e toda

a gama de fatores que afetam o mercado tanto coletiva como individualmente. É a

produtividade que representa a capacidade de agregar valor de uma organização.

A produtividade está intrinsecamente presente em toda e qualquer atividade

econômica. Segundo Saari, o objetivo principal subjacente à atividade econômica é satisfazer

as necessidades humanas, sendo o bem estar um adequado grau de satisfação destas mesmas

necessidades. Por sua vez, estas necessidades assumem-se como o experimentar a falta de

algo, seja física, mental ou emocionalmente, consciente ou inconscientemente.

Toda necessidade que vença a inercia de comportamento de um ser humano gera

uma atividade alvo para suprir esta necessidade.

Todo processo possui como objetivo a satisfação de uma necessidade, e o grau de

satisfação atingido varia consoante o desempenho deste processo em seu propósito de

utilização.

É característica básica do comportamento econômico o interesse de satisfazer ao

máximo as necessidades com o mínimo de sacrifício, sendo esta exatamente a origem do

conceito básico de produtividade.

A realização entre satisfação atingida e sacrifícios realizados denota a busca

incessante por eficiência. Assim a eficiência entra em foco quando existe um ponto ótimo

Page 47: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

46

entre o sacrifício para a realização do processo e o grau de satisfação do consumidor

envolvido.

Ambas as variáveis de sacrifício envolvido e grau de satisfação citadas anteriormente

são determinadas pela percepção do consumidor. Por exemplo, variando o individuo, o preço

do produto só é um sacrifício se este for relativamente alto em função do que o mesmo pode

pagar; caso contrário, um indivíduo pode pagar mais caro para evitar deslocamentos ou ter um

prazo de entrega menor, tidos como maior grau de satisfação.

Esta relação é comumente chamada de relação custo x benefício, normalmente

definida pela visão de um consumidor sobre o processo. Por consumidor entende-se um

indivíduo ou organização que utiliza os resultados de determinado processo, seja produto ou

serviço.

A concepção básica de eficiência de um processo é a garantia de que o valor

produzido é a maior que os sacrifícios exigidos. A diferença entre o valor produzido e o

sacrifício exigido é chamada de valor adicional, também conhecido como Mark-up.

O desempenho de um processo depende do volume de saída de resultados, de entrada

de recursos e da qualidade apresentada pelo processo. Toda atividade econômica esta

relacionada à produção e consumo. A produção em si trata-se de um processo de conjugação

de diversos itens, materiais ou não, que combina insumos e, utilizando-se de conhecimento

específico, resulta em um produto ou serviço. O conhecimento do processo, segundo Graig, é

denominado tecnologia.

Conceitua-se tecnologia também, pela raiz etimológica da palavra, do grego

tekhnología, 'tratado ou dissertação sobre uma arte, exposição das regras de uma arte',

formado a partir do radical grego tekhno- (de tékhné 'arte, artesania, indústria, ciência') e do

radical grego -logía (de lógos,ou 'linguagem, proposição'); ou seja, é a união do conhecer com

o como fazer.

A tecnologia pode proporcionar aumentos da produtividade de alta significância,

para os casos em que não necessariamente altera o produto, mas pode alterar a forma com que

um produto é fabricado, gerando melhor desempenho de um processo.

A produtividade, em sua forma mais simples, apresenta-se como um indicador de

desempenho.

Page 48: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

47

INDICADORES

As transformações experimentadas pela sociedade ao longo das últimas décadas,

principalmente em ciência e tecnologia, causadoras de grande impacto nas áreas sociais,

econômicas, políticas e culturais, geradoras de um acelerado processo de mudanças

comportamentais na sociedade e em consequência, na dinâmica das organizações, impõe às

empresas a busca e o desenvolvimento de meios de propiciar o envolvimento e

comprometimento das pessoas, a facilitar o alcance a seus objetivos estratégicos.

A partir desta perspectiva, as teorias de gestão também evoluíram com o estudo das

várias dimensões do mercado e a adequação de modelos a este novo comportamento, sendo

capazes de contribuir para a melhoria da competitividade das empresas e de seus produtos.

Uma destas dimensões é a qualidade.

A aplicação de conhecimentos relacionados à qualidade, tem se mostrado uma

importante arma na busca de vantagens competitivas nas empresas, pois a qualidade gera

redução de custos de retrabalho, de refugos, de devoluções e, principalmente, busca a

satisfação dos consumidores, afetando diretamente o desempenho da empresa frente aos seus

concorrentes (SLACK, et al., 1999)

A crescente importância à questão da medição de desempenho é o que podemos

verificar nos trabalhos de vários autores e em diretrizes das organizações internacionais e

nacionais de premiação da qualidade, com a utilização de grupos de ferramentas chamadas

indicadores, que podem ser definidos como funções que permitem obter informações sobre as

medidas relacionadas a um produto, um processo, um sistema ou uma grandeza ao longo do

tempo.

Um indicador é geralmente quantitativo usado para quantificar ou operacionalizar

um conceito. Portanto, uma forma de medir e avaliar determinadas tendências, contextos,

andamento de ações, e praticamente qualquer objeto mensurável.

Construir bons indicadores está associado a todas as áreas em que seja necessária

gestão: Produção, Qualidade, Sociologia, Economia, Demografia, Geografia etc. Sem dúvida

não se resume a organização, mas a processos, pertencentes ou não a uma organização.

Page 49: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

48

O caminho para a construção de indicadores começa em um fato ou evento. Sobre

esse fato são levantados dados que permitem definir o indicador e gerar análises, conclusões e

tomadas de decisão.

A serventia dos indicadores

Transmitir as necessidades e expectativas dos clientes;

Viabilizar o desdobramento das metas do negócio;

Dar suporte à análise crítica dos resultados do negócio, às tomadas de decisão e

ao replanejamento;

Contribuir para a melhoria dos processos e produtos da organização.

Indicadores da qualidade, do desempenho e da produtividade

Segundo a ISO-8402/94, a qualidade é a totalidade de características de uma

entidade, seja um produto, atividade, processo ou organização, que lhe confere a capacidade

de satisfazer as necessidades explícitas e implícitas.

Sendo a qualidade julgamento do cliente, através das características da qualidade do

produto, então os indicadores da qualidade sempre deverão conter a percepção do cliente.

Logo, têm-se as características de indicadores destes processos:

Característica da qualidade do produto ou requisitos de cliente: algo que

distingue o produto do ponto de vista do cliente;

Característica de desempenho do produto ou requisitos de desempenho do

produto: algo que distingue o produto para atender às necessidades e expectativas

do cliente;

Característica de desempenho do processo, ou seja, algo que distingue o processo

para atender às características de desempenho do produto.

Portanto, a primeira mede o grau de satisfação dos clientes, a segunda mede o

desempenho dos produtos, sejam bens ou serviços e a terceira mede o desempenho dos

processos. Sendo que a terceira, além do desempenho global, tem em si incluída, entre outros,

os indicadores de desempenho de gerencias de apoio, de fornecedores e parceiros, da

comunidade e sociedade e de todos os subprodutos e subprocessos.

Page 50: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

49

De forma geral, os indicadores da qualidade dizem respeito à eficácia e os

indicadores de desempenho, que são os da produtividade e os de capacidade dizem respeito à

eficiência.

Eficácia: Reflete a qualidade e adaptabilidade dos produtos e serviços, ou ainda quão

bem as expectativas do cliente estão sendo atendidas frente aos seus requisitos. A eficácia

pode ser medida por meio dos resultados alcançados pela organização frente ao que foi

planejado.

Eficiência: Reflete no desempenho interno da produtividade da organização e quão

bem os recursos são utilizados.

As diferenças básicas dos indicadores da qualidade e do desempenho

Apresenta-se a comparação no quadro abaixo:

Aspectos de comparação Indicador da qualidade Indicador do desempenho

Relação entre processos Aquele que recebe o produto Aquele que entrega o produto

Visão e julgamento Cliente Processador ou produtor

Tipo de característica

Característica da qualidade

ou requisito do cliente

Característica do desempenho ou

requisito de desempenho

Tipo de medição Subjetiva Objetiva

Quem faz a medição Processador ou produtor Processador ou produtor

Tabela 3 – Indicadores de Qualidade x Indicadores de Desempenho

Os indicadores da qualidade estão relacionados com a satisfação dos clientes. Isto

porque toda medição é oportunidade para enfocar e atender as necessidades dos clientes, haja

vista que conquistar qualidade é satisfazer as necessidades do cliente e tomar decisões

baseadas em fatos e dados (Falconi apud SEBRAE, 1995).

Page 51: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

50

Indicadores de qualidade são aqueles que medem diretamente os desempenhos

relacionados às necessidades e satisfação dos clientes, através dos quais medimos os

resultados de nosso trabalho na ótica dos usuários (SEBRAE, 1995).

Para melhor caracterizar os possíveis indicadores, apresentam-se abaixo as oito

dimensões da qualidade:

1. Desempenho – características operacionais básicas de um produto;

2. Característica – características secundárias que suplementam o funcionamento do

produto;

3. Confiabilidade – bom ou mau funcionamento de um produto ou serviço;

4. Conformidade – grau com que um produto ou serviço está de acordo com os

padrões preestabelecidos;

5. Durabilidade – tempo de vida útil de um produto ou serviço;

6. Atendimento – rapidez, cortesia e facilidade do reparo;

7. Estética – aparência de um produto, o que se sente com ele, qual seu som, sabor

ou cheiro;

8. Qualidade percebida – avaliação que o consumidor faz do produto ou serviço.

Requisitos para geração dos indicadores

Seletivo;

Importante;

Simples e claro;

Baixo custo de obtenção e de uso;

Representativo ou abrangente;

Estável e durável;

Rastreável e acessível;

Confiável e coerente;

Comparável;

Os fatores que afetam a geração dos indicadores e metas

Avaliação do ambiente interno, as forças e fraquezas, e avaliação do ambiente

externo, as ameaças e oportunidades, que estabelecem os objetivos e estratégias

da organização;

Page 52: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

51

Avaliação do mercado, em específico as necessidades e expectativas dos clientes,

que fornecem as principais necessidades da qualidade e do desempenho;

Atendimento das necessidades da organização de nível superior;

Avaliação dos referenciais de comparação;

Necessidade de acompanhamento de processos;

Atendimento a demanda de stakeholders

As fases necessárias para implantação de um sistema de indicadores

As fases e algumas ações são:

Preparação: Criar cultura e clima adequados; formar equipe; estabelecer os

propósitos; planejar contatos com os clientes;

Identificação das características, indicadores e metas: realizar pesquisa; traduzir

necessidades e expectativas; desenvolver e desdobrar os indicadores; selecionar

os mais importantes;

Sistema de informação: Identificar fontes de dados; eliminar indicadores

inviáveis; desenvolver metodologias; verificar consistência do sistema;

Medição e análise de dados e resultados: coletar e processar os dados e

resultados; analisar os dados e resultados; procurar reduzir o ciclo;

Uso dos dados e resultados: Analisar criticamente; tomar decisões com base nas

análises; utilizar no planejamento; medir o uso dos dados e resultados;

Avaliação e melhoria: Avaliar o uso dos indicadores; aprimorar o sistema de

indicadores.

A essência da gestão dos indicadores

Está na satisfação das pessoas, através da medição de progressos em todas as áreas

do negócio, além da aplicabilidade para as decisões baseadas em fatos e dados, procurando

novos desafios, valores e oportunidades. Os indicadores se relacionam diretamente com a

entrega de valor ao cliente e ao desempenho global da organização, harmonizando, alinhando

e melhorando os propósitos de todas as pessoas afetadas pelo negócio, de forma a facilitar a

tomada de decisão e proporcionar estes benefícios.

Page 53: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

52

Devido à competitividade nos dias atuais, as empresas viram-se forçadas a

implantarem soluções a problemas até então desconhecidos ou não existentes, visando à

melhoria contínua de seus processos e sistema de gestão. Uma dessas soluções foi o uso de

indicadores de desempenho, com devida importância aos indicadores da qualidade, por refletir

diretamente o grau de satisfação do cliente, ou seja, focar o atendimento a essas necessidades

e possibilitando conhecer sua atuação e a identificação clara das forças e fraquezas da

organização a partir de fatos.

Exemplos e sugestões de indicadores

Indicadores da produtividade medem o desempenho dos diferentes processos da

empresa, o esforço em fazer coisas. (SEBRAE, 1995).

Segundo Slack et al. (1997), não existe possibilidade de reduzir a complexidade do

desempenho de um negócio a um único indicador, há necessidade real de aplicar diversos

indicadores para atingir os mais variados aspectos nos quais a estratégia de negócio se realiza.

É necessário também compreender que os indicadores devem interagir com o meio e entre si

para que se constituam em instrumentos eficazes de gestão.

Os líderes de organizações têm a sua disposição, uma série de indicadores que

podem ser adaptáveis às peculiaridades de seu ramo de negócio, e assim, fornecer uma seleta

porção de informações para se decidir quais caminhos deverão ser traçados para se alcançar

os objetivos da organização.

Um grupo de indicadores, aqui denominado como Indicadores Globais, são

flexíveis a quase todo tipo de negócio, independentemente de se tratar de uma fábrica de

produtos químicos, ou um escritório de contabilidade, o seu objetivo permanece o mesmo. A

seguir alguns exemplos de indicadores globais:

Exemplo 1.

Equação 5 – Exemplo 1 de indicador global

Este Indicador permite avaliar o tempo gasto para cada produto/serviço,

proporcionando uma análise de desempenho na execução dos processos. Portanto trata-se de

Page 54: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

53

um indicador de eficiência. Serve ainda para estimar a capacidade produtiva em determinado

espaço de tempo.

Exemplo 2.

Equação 6 – Exemplo 2 de indicador global

Este é um indicador de qualidade, que pode ser utilizado tanto para produtos quanto

para serviços, sua aplicação mostra o índice de produtos/serviços bem sucedidos, ou seja,

quantos produtos/serviços são produzidos/realizados dentro dos padrões em relação à

produção total. À medida que a organização passa a monitorar os processos através de

indicadores de eficiência buscam-se metas com o objetivo contínuo de melhoria.

Exemplo 3.

Equação 7 – Exemplo 3 de indicador global

Neste caso, tem-se um indicador de não qualidade, onde se identifica o índice de

produtos/serviços que não atendem as especificações em relação à produção total. Quando se

trata de um processo novo na organização, este índice costuma ser elevado, mas com o passar

do tempo, e com o monitoramento dos indicadores de eficiência, este índice tende a reduzir.

Vale ressaltar que a meta ideal para este tipo de indicador é zero, nenhuma saída errada,

nenhum produto defeituoso, nenhum serviço realizado de forma inadequada.

Exemplo 4.

Equação 8 – Exemplo 4 de indicador global

Desde que o índice desejado seja uma meta bem definida diante a realidade da

organização, este indicador pode fornecer uma excelente análise de eficiência dos processos

da organização, e se aplicado em ambiente externo, pode fornecer uma excelente análise de

Page 55: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

54

eficácia da organização. Este modelo de indicador pode ser usado em diversos setores da

organização, do ponto mais específico e operacional até o resultado geral da empresa, desde o

número de parafusos rosqueados por minuto, até o número de carros vendidos por ano.

Exemplo 5.

Equação 9 – Exemplo 5 de indicador global

Em alguns casos este indicador é confundido com o indicador do exemplo 4, mas a

sua aplicação tem um objetivo diferente, apesar de trabalharem em paralelo. Quando os

gestores definem as metas da organização, estas passam a ser o Índice Desejado, porém

algumas alterações no mercado, no sistema econômico, no sistema político, entre outras

mudanças às quais as organizações estão sujeitas, podem deixar claro que o Índice Desejado

não será alcançado, e então, passa-se a ter como referência o Índice Previsto.

Este indicador proporciona uma análise do resultado obtido em relação ao resultado

previsto, sendo que este pode ser ou não o resultado desejado.

Com auxílio de funções matemáticas é possível traçar curvas de tendências, onde se

observa o destino da organização segundo os resultados de alguns períodos. Caso este destino

não seja o desejado, é preciso analisar criticamente o que tem levado a esses resultados, e

assim, implementar mudanças para alcançar ou se aproximar do ponto desejado.

Este conceito também é conhecido como Curva S, e permite o acompanhamento de

processos. É importante frisar que o previsto não pode ser alterado ao longo do tempo,

mantendo a linha de base, ou o indicador perde sua capacidade de comparação.

Exemplo 6.

ou

Page 56: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

55

Equação 10 – Exemplo 6 de indicador global

Estes são exemplos clássicos de indicadores para análise de eficiência de processos.

Tratam da utilização dos recursos para a geração de produtos ou serviços.

Exemplo 7.

Equação 11 – Exemplo 7 de indicador global

Este indicador, assim como os demais apresentados anteriormente, se encaixa em

todo tipo de negócio, e indica que a qualidade dos produtos e serviços está relacionada com o

investimento em conhecimento e tecnologia. Algumas organizações, principalmente as de

pequeno porte, vindas de pequenos negócios familiares, tendem a manter uma postura

conservadora, com certa resistência à gestão do conhecimento, entendendo ser um gasto a

mais para a organização. Mas este indicador aplica-se a demonstrar que, se os investimentos

em conhecimento e tecnologia forem feitos de forma correta, o valor agregado pela qualidade

dos produtos e serviços será superior ao investimento empregado.

É de suma importância ressaltar que, além da qualidade, outro fator que responde

positivamente aos investimentos científicos e tecnológicos, é a eficiência dos processos, o que

resulta em maior produtividade, trazendo para organização uma grande economia de recursos

ao longo do tempo.

Sugere-se a apresentação de outro grupo de indicadores bastante utilizado pelas

organizações, porém não aplicáveis a todos os tipos de negócios. Trata-se de indicadores

desenvolvidos para atender a peculiaridades de cada organização. Seguem alguns exemplos

de indicadores específicos:

Exemplo 1.

Page 57: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

56

Equação 12 – Exemplo 1 de indicador específico

Este indicador traz características específicas, que se aplicam em determinados tipos

de negócios. Pode-se exemplificar com uma empresa que tem sua produção mais intensa

durante os horários de picos de energia, e com isso paga um valor alto em energia.

Pode-se efetuar um investimento em geradores de energia para substituírem a fonte

de energia convencional nos horários de pico. Em longo prazo, o valor do gerador será

dissolvido na redução dos custos com energia.

Page 58: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

57

Exemplo 2.

Equação 13 – Exemplo 2 de indicador específico

A falta de investimentos em Segurança no Trabalho resulta em grandes perdas para a

organização. Estas perdas são evidenciadas com a ocorrência de acidentes, imensurável

quando este afeta a vida de uma pessoa.

Quando a organização tem em sua cultura os valores de Segurança, Meio Ambiente e

Saúde, esta opta por fazer investimento para trazer segurança em seus processos.

PROBLEMAS E HIPÓTESES

O modelo de Gestão da Produtividade Total aborda proporciona a separação entre

produtividade financeira e produtividade operacional, garantindo assim, o correto

acompanhamento dos índices da produtividade de toda a organização.

O modelo apresentado por Saari é atualmente a referência mais citada e utilizada

para modelos de medição da produtividade e, sem dúvida, cumpre seu papel em mensurar a

produtividade de uma empresa a partir de indicadores financeiros, sendo o trabalho de melhor

desempenho observado. Ainda assim, observam-se os seguintes pontos:

O preço como constante

É evidente a necessidade de o valor do produto permanecer o mesmo ao longo do

tempo, caso contrário os preços influenciariam os valores de entrada e saída, modificando os

resultados obtidos a partir do modelo apresentado.

O modelo apresentado por Saari já se apresenta inovador por permitir alterações de

preço e quantidades para variados períodos.

Mas o modelo Saari não aborda o problema, embora seja certo que os autores o

reconhecem, pois Davis em 1955 que já havia proposto que os preços sofressem alterações de

cinco em cinco anos, entretanto esta modificação não é prática, pois alteram os parâmetros de

cálculo nos mesmos cinco anos, gerando a necessidade de uma análise muito mais cuidadosa,

Page 59: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

58

pois apresenta resultados diferentes das análises anteriores, com risco de análises

equivocadas.

É necessária a separação entre a produtividade financeira e a produtividade

operacional de uma organização, de forma a garantir que análises sejam realizadas de acordo

com os objetivos propostos, e não apenas a partir de parâmetros financeiros.

É necessário que os preços possam ser apresentados como o último valor de venda e

que os índices levem estas modificações em conta, permitindo assim um correto

acompanhamento dos índices da produtividade obtidos. O modelo GPT aborda este problema

e propõe soluções simples com as ferramentas de tecnologia utilizadas hoje em dia, tornando

prática a solução de revista de preços.

A separação da organização em processos financeiros

O modelo de Saari separa a empresa em processos puramente financeiros, e não

possui como objetivo medir a produtividade dos processos da empresa observando seus

aspetos operacionais e atividades fim. Permitir este erro é pensar que uma empresa ganha

dinheiro administrando dinheiro.

É necessário um modelo prático que permita a mensuração da produtividade de uma

empresa a partir dos resultados de seus processos fim, mas sem permitir que este processo

volte ao pensamento taylorista de produtividade, ou seja, um modelo que não leva em

consideração o aspecto pessoal dos colaboradores. Um modelo com esta preocupação garante

a mensuração da produtividade em qualquer tipo de organização, mesmo do terceiro setor.

É proposta a divisão da empresa em duas formas de produtividade, a produtividade

financeira e a produtividade operacional. Além de permitir maior precisão nas medições

realizadas, garante também que problemas como mensuração de estoques seja revista, uma

vez que qualquer da empresa que tenha aumentado seus estoques em quantidade significante

ter seu índice da produtividade afetado segundo os modelos atuais. Este tipo de análise acaba

por não permitir que estes modelos tenham aplicação prática, ainda que a produtividade seja

fator determinante para o sucesso em longo prazo de qualquer empresa.

Page 60: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

59

Qualidade, segurança, meio ambiente e saúde

Ainda que citada por diversos autores sobre produtividade total, a qualidade é

ignorada nos modelos de mensuração da produtividade enquanto equação. É necessário que

sejam medidos índices de qualidade em conjunto a produtividade da empresa. Exatamente as

mesmas justificativas apresentam-se para os aspectos de segurança, meio ambiente e saúde

que também afetam diretamente a produtividade da empresa.

Assim como os aspectos supracitados, encontram-se os aspectos legais, que possuem

grande influência no processo produtivo de produtos específicos, nomeadamente quando este

põem em risco a saúde e segurança do trabalhador, ou o meio ambiente.

Modelos fixos e ajustáveis

Entre os modelos existentes Saari apresenta o único capaz de calcular os índices da

produtividade de forma variável, onde custos e produtos podem variar ao longo do tempo. Os

demais modelos fixam a estrutura de cálculo e não permitem mudanças sem que as mesmas

afetem os resultados futuros sem afetar os resultados anteriores. É necessário que todos os

resultados obtidos tenham a mesma linha de base, para que possam ser corretamente

comparadas. Com isso não é permitida qualquer mudança de escopo no desenvolvimento das

metodologias de medição da produtividade.

É este um problema esperado devido à rigidez com escopos e planejamento

determinado durante o período de 1965 - 1985. Entretanto, é necessário que estes modelos

adaptem-se aos tempos atuais, assim como a grande velocidade que as organizações bem

sucedidas devem possuir em seus processos para tornarem-se verdadeiramente competitivas.

ECONOMIA DE ESCALA

Este item fundamentalmente é abordado para que sejam conhecidos aspectos básicos

de fenômenos que alteram a produtividade de uma organização de forma independente às

ações tomadas com este fim em específico.

Há alguns anos a dinâmica dos mercados consumidores mudou, verifica-se uma

crescente tendência à segmentação desses mercados, com clientes mais exigentes, grande

volume de informações e a concorrência cada vez mais acirrada, proporcionando maior

afastamento dos tradicionais mercados de produtos padronizados baseados na produção em

massa.

Page 61: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

60

O impacto deste fenômeno consiste na grande dificuldade das empresas se

organizarem nos moldes do Fordismo, com a exploração das economias de escala por meio de

equipamentos rígidos de produção estandardizada e em grandes lotes, diluindo no custo

unitário dos produtos o alto investimento realizado.

Assim, as empresas que outrora produziam bens estandardizados por meio de

equipamentos rígidos e dedicados se viram obrigadas a mudarem sua estratégia,

reorganizando a produção, procurando produzir bens com variedade crescente e utilizando

equipamentos flexíveis e com alta tecnologia agregada.

Economias de escala: definições e fatores determinantes

Diz-se que há economias de escala quando o aumento do volume da produção de um

bem por período reduz os seus custos. Esta redução pode se dar pela possibilidade de

utilização de métodos produtivos mais automatizados ou mais avançados, mas também pode

estar relacionada a ganhos em propaganda, marketing, P&D, financiamento, enfim qualquer

etapa da produção e comercialização.

Até recentemente a ocorrência de economias de escala de grande porte era em geral

associada à produção, por meio de processos contínuos, de insumos de uso generalizado, para

os quais não cabe diferenciação de produto (Possas, 1993).

As economias de escala subdividem se em duas categorias básicas:

Economias internas;

Economias externas.

As economias internas são aquelas que são abertas a uma única fábrica ou única

firma independentemente da ação de outras firmas. Resultam de um aumento na escala de

produção da firma, e não podem ser obtidas a não ser que a produção aumente. Por outro lado,

as economias externas são aquelas em que um número de firmas ou indústrias tomam parte

quando a escala de produção em uma indústria ou grupo de indústrias aumenta. (Cairncross,

1973).

Economias externas: Economias de concentração;

o Economias de informação;

o Economias de desintegração;

Page 62: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

61

Economias internas:

o Indivisibilidades;

o Especialização;

o Economias de grandes dimensões;

o Economias de recursos em grandes quantidades;

o Economias financeiras;

o Economias de processos interligados;

o Economias de menor exposição aos riscos;

Analisando as economias de escala de acordo com as razões que levam ao

decréscimo dos custos unitários quando a produção é aumentada: os custos fixos são diluídos

entre mais unidades, os custos e despesas de construção são reduzidos, os custos na compra de

materiais e serviços podem ser cortados e, além disso, melhorias e cortes de custos no

processo produtivo podem ser obtidos (Swarcfiter, et al., 1997).

Altos volumes de produção apresentam oportunidades para a redução de custos e

obtenção de vários benefícios:

Curva de experiência;

Políticas de estoque mais adequadas;

Racionalização dos processos e melhoria de projetos de trabalho;

Simplificação de fluxos, etc.

As grandes organizações normalmente são menos expostas ao risco devido à sua

capacidade de agrupá-los. Quanto maior o número de instâncias, menor o risco de erro no

julgamento. Em um grande negócio, logo, onde a mesma operação é mais frequentemente

repetida do que em um pequeno negócio, a incerteza pode ser reduzida (Cairncross, 1973).

Este processo pode ocorrer através de quatro formas básicas:

Diversificação de mercados;

Diversificação de fontes de suprimento;

Diversificação de processos de manufatura;

Diversificação da produção.

Page 63: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

62

Com a fragmentação e constante mutação dos mercados, ficou patente a necessidade

de diversificação aliada à flexibilização. Acontece que a mudança de produto nas linhas de

fabricação e montagem tradicionais implica em custos muito altos, além de tempos muito

longos. O problema, portanto, consiste na conciliação da necessidade de diversificação e

flexibilização com a manutenção das vantagens disponíveis com as economias de escala,

normalmente com o maior uso de tecnologia agregada e a diversificarem seus produtos de

forma atingir nichos deste mercado fragmentado (Swarcfiter, et al., 1997).

Deseconomias de escala

Aumentar a escala de produção permite à empresa reduzir uma série de custos, mas a

partir de certo ponto pode ocorrer o aumento de outros custos. Isto implicaria nas chamadas

Deseconomias de Escala, oriundas principalmente do aumento dos custos de distribuição,

maior complexidade e confusão em função do número de níveis gerenciais e burocracias e até

perda de foco. De qualquer forma, as deseconomias de escalas são consideradas como

resultados de fatores (Swarcfiter, et al., 1997).

Com isso, o conceito de economia de escala evoluiu de produção rígida,

estandardizada e em grandes lotes, passando para, produção flexível, maior diversificação e

em pequenos lotes, devido à mudança na estratégia produtiva das organizações, ampliando

assim a viabilidade de sua utilização.

Pequenos ganhos, inclusive os de produtividade, devem ser considerados pelas

organizações como economia de escala, e não ganhos definitivos, mas sim ganhos

estratégicos devido a este fenômeno e para que possam fazer frente aos seus concorrentes

diante este mercado fragmentado e cada vez mais exigente.

Page 64: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

63

DO DESENVOLVIMENTO

O desenvolvimento deste trabalho subdivide-se em 7 partes definidas, desde a

conceptualização de produtividade ao conjunto de ferramentas utilizadas para a gestão da

produtividade sugeridas pelo modelo GPT.

DEFINIÇÃO DE PRODUTIVIDADE – 7 CONSTATAÇÕES

Ao iniciar-se o desenvolvimento do trabalho, e observadas às definições

apresentadas, nota-se claramente esta necessidade de conceituação formal da produtividade.

Esta análise formal necessita de constatações a partir de itens presentes, ao menos, na maior

parte das definições apresentadas.

1ª Constatação: Uma relação entre duas variáveis

Produtividade é uma relação entre duas variáveis. Sendo uma referente aos recursos

utilizados em um processo e outra referente aos resultados de deste processo.

Recursos: Todo e qualquer insumo utilizado como entrada em um processo

produtivo, administrativo, financeiro ou de serviços. Como exemplos têm-se quantidade ou

custo de matéria-prima, tempo gasto na produção de um bem ou execução de um serviço, a

quantidade ou custo de energia utilizada; o resultado de quaisquer indicadores definidos

formalmente, o capital empregado em um projeto, o total pago em impostos, o total de elogios

e reclamações obtidas por clientes ou pela comunidade, entre variados outros.

Resultados de um processo: Os resultados de um processo podem ser inúmeros. O

produto final de um processo de fabricação, os formados por uma instituição de ensino

superior, os atendimentos bem sucedidos de uma equipe de vendas, etc.

O que define um elemento como recurso ou como resultado de um processo é o

processo em si, portanto, não é raro que um determinado recurso possa ser utilizado como

resultado e vice-versa. Depende única e exclusivamente do processo a ser analisado e do que,

efetivamente, se deseja analisar. Por exemplo, é possível verificar a produtividade da energia

utilizada em função da quantidade de produtos produzidos, assim como verificar o total pago

em energia elétrica em função do total de energia efetivamente consumida. Em ambos os

casos verifica-se a presença do total de energia como variável da função de produtividade

analisada, entretanto apresenta-se ora como recurso, ora como resultado.

Page 65: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

64

2ª constatação: Um indicador de desempenho

A produtividade apresenta-se como um indicador de desempenho. Trata-se, portanto

de uma forma de mensurar continuamente os resultados obtidos em determinado ponto

relevante de uma empresa. A produtividade é caracterizada por apresentar-se em variadas

formas, e um único indicador só é possível mensurar o aspecto geral de uma organização, não

sendo este o desejado.

Gerir a produtividade de uma empresa é, entre vários fatores, mensurar a

produtividade obtida em diversos processos críticos a esta organização, de forma que

problemas possam ser identificados e solucionados por profissionais com autonomia e

interesse em desafios. Isto nos leva a terceira constatação.

3ª constatação: Produtividade abordada multidimensionalmente

A produtividade pode ser mensurada utilizando-se quaisquer unidades de medida que

sejam utilizadas. As múltiplas definições não abordam a questão das unidades utilizadas para

a correta mensuração da produtividade. Já havia sido observado que a produtividade é um

conceito multidimensional (Tangen, 2005), ainda assim uma abordagem mais profunda sobre

o real significado de sua multidimensionalidade é necessária. O fato da produtividade não

possuir uma unidade específica devido aos muitos elementos que podem compô-la gera a

dificuldade de conceituação. Esta constatação reforça a importância de que estes indicadores

devem ser desdobrados em grupos afins, de forma que pessoas possam eficazmente envolver-

se nos processos e garantir maior produtividade a organização.

4ª constatação: Compreensão das causas das variações da produtividade

Em função desta constatação verifica-se a necessidade de determinar que a

produtividade pode apenas ter relevância para a gestão caso seja continuamente mensurada.

Por sua vez, a mensuração da produtividade de uma organização não é trivial, devido à

variação entre períodos dos elementos que compõem sua forma de cálculo. É necessário que

seja desenvolvido método de mensuração que garanta que estas variações não afetem os

valores obtidos ao longo do tempo.

5ª constatação: A necessidade de avaliar interferências marginais

É fundamental levar em consideração os aspectos marginais à produtividade, e de

vital importância à organização. Estes aspectos possuem duas afinidades que os definem

como aspectos marginais. Alterações nestes processos impactam a produtividade de uma

Page 66: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

65

organização, além disto, todos são aspectos prioritários a produção, uma vez que um mau

desempenho de uma organização nestes aspectos pode afetá-la negativamente.

Existem cinco grupos de interferências marginais inicialmente identificados e

presentes em qualquer empresa. São os aspectos de qualidade, segurança, meio ambiente,

saúde, e requisitos legais. Estes aspectos influenciam a produtividade de uma organização de

forma direta, mais ou menos contundente, variando consoante ao processo da empresa.

6ª constatação: A importância desta vantagem

Segundo a primeira constatação verifica-se que a relação entre o recurso e o

resultado obtido produz um resultado de significância única e exclusivamente para o cálculo

de custos de um determinado produto ou serviço (Davis, H. S., 1955). Ainda assim a

produtividade é assumida como a maior arma em longo prazo para a aquisição de vantagens

competitivas (Singh, et al., 2000) e proporcionar a melhor medida para a real evolução dos

processos de uma organização, pois mede os resultados obtidos com as inovações implantadas

entre os períodos de medição.

7ª constatação: O significado de aumentos em produtividade

A partir da constatação anterior, verifica-se que a produtividade é uma variável

importante para as organizações. É necessário que a mesma seja mensurada e gerenciada a

maximizar seu crescimento na mesma medida dos investimentos realizados, em todos os seus

desdobramentos.

Não obstante a produtividade é importante também para as pessoas que compõem

estas organizações, pois demonstram os reais resultados obtidos. Inclusive a motivação de

uma pessoa passa pelo desenvolvimento de desafios. A gestão e aumento da produtividade,

devido a sua multidimensionalidade, encontram-se entre um dos desafios mais aliciantes

possíveis (Pink, 2010).

A produtividade também é monitorada pela OECD (Organization for Economic

Development e Cooperation) a partir da mensuração da produtividade interna bruta de um

país. Ou seja, a produtividade é variável importante no crescimento econômico e social de um

país.

Page 67: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

66

A produtividade, em seu macro aspecto, é fator determinante para o crescimento

sustentável e econômico de uma pessoa, organização, cidade e país. E é a partir dela que

demonstram o valor que se agrega aos processos ao longo do tempo.

Definição de Produtividade

A partir das 7 constatações realizadas, determina-se:

Produtividade é um indicador multidimensional apresentado como a relação

entre o resultado e os recursos utilizados de um processo, afetado diretamente pela

qualidade, SMS e requisitos legais de uma organização, e que, quando monitorado e

analisado adequadamente, garante a organização crescimentos reais a médio e longo

prazo.

GESTÃO DA PRODUTIVIDADE TOTAL – MODELO GPT

A produtividade não deve apenas ser corretamente mensurada, deve ser analisada e

sofrer ações corretivas e preventivas ciclicamente. Até o momento muitas definições de

cálculo da produtividade já foram apresentadas.

Entretanto não houve estudo que propusesse a mensuração da produtividade levando

em consideração a realidade de variação em preços, custos e aspectos operacionais de uma

empresa real. Imposições como a constância de preços apresentada por Davis são muito

pouco bem vindas às organizações.

Seppo Saari em seu estudo sobre mensuração da produtividade certamente foi o mais

bem sucedido até o momento, utilizando-se apenas de variáveis financeiras.

É de interesse que a teoria seja expandida, e desenvolvida formalmente as melhores

definições matemáticas para os termos utilizados em produtividade.

Page 68: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

67

As formas de produtividade

A produtividade deve ser encarada a partir de classificações, permitindo o

desdobramento de sua forma inicial a duas formas distintas, para que possa ser realizada uma

análise cuidadosa das causas de ganhos e perdas inesperadas de produtividade.

A produtividade em sua forma básica e definida anteriormente é denominada de

produtividade total. Esta forma é composta pelo agrupamento da produtividade em suas duas

formas distintas, somada a seus aspectos marginais. A Produtividade Financeira e a

Produtividade Operacional somada aos aspectos de qualidade, SMS e requisitos legais.

Processos

Produtivos

Processos

de Apoio

Aspectos

Marginais

Produtividade

Operacional

Produtividade

Financeira

Produtividade

Total

Figura 3 – As formas de produtividade Fonte: Do Autor

Page 69: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

68

A produtividade financeira

A produtividade financeira é definida como a produtividade que mensura aspectos

financeiros de uma organização, sejam a níveis de fabricação de produtos ou oferecimento de

serviços, seja em nível de taxas e multas, gastos com insumos de um processo, custos de

investimentos em quaisquer áreas, etc. Em suma, a produtividade financeira é a produtividade

que utiliza, sejam em recursos ou resultados, unidades monetárias.

Análises de aspectos da produtividade financeira são bem conhecidas, como os

valores de Hora-Homem e Hora-Máquina, expressos em unidades monetárias e normalmente

utilizados pela administração de custos. É importante frisar, entretanto, que é necessário o

contínuo monitoramento e análise destes custos, uma vez que podem transformar-se numa

vantagem ou desvantagem competitiva, além de ser um excelente banco de dados para

análises da produtividade.

A correta análise e monitoramento da produtividade financeira são indispensáveis

para a gestão da produtividade de uma organização. Os aspectos financeiros de uma

organização podem ser simplificadamente mensurados a partir do Demonstrativo de

Resultados do Exercício (DRE) desta empresa, entretanto conhecidos indicadores financeiros

como a taxa de contribuição de um produto, o Mark-up, ou ainda o custo unitário por produto

ou serviço produzido também são indicadores da produtividade financeira.

Indicadores da produtividade financeira também abordam processos administrativos

de apoio à produção, como indicadores de custo de energia por produto produzido. Estes tipos

de indicadores apresentam-se mais específicos e setoriais que os indicadores citados

anteriormente.

A produtividade operacional

A produtividade operacional por outro lado apresenta-se a partir de unidades não

monetárias, e sempre representam a capacidade operacional de uma empresa. Muitas vezes

desprezada pelos gestores, estes indicadores determinam o resultado operacional de atividades

fim de uma empresa. Uma exceção à regra são os indicadores de manutenção industrial que

estão em alto nível de desenvolvimento.

Exemplos de indicadores operacionais são o total de produtos produzidos por hora

trabalhada na empresa, ou ainda a quantidade de produtos produzidos por hora-máquina, total

Page 70: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

69

de atendimentos de quaisquer serviços realizados a partir de horas trabalhas, ou ainda a

famosa curva ―S‖ de trabalho previsto sobre o trabalho realizado.

A necessidade da distinção

Observe o seguinte exemplo:

Um grupo de analistas de custos verifica seus indicadores financeiros e observa que o

custo de seu produto encontra-se a $19,88, tendo havido uma redução de $00,62,comparado

ao período anterior. Levando a noticia a produção a mesma apresenta-se incrédula com os

valores, pois sabe que duas máquinas ficaram paradas durante o período em questão e este

fato deveria afetar o custo dos produtos. A produção inicia os cálculos da produtividade

operacional da empresa.

O grupo financeiro revê seus cálculos e continua a afirmar a redução do custo

unitário do produto, sugerindo revisão de preços inclusive. Entretanto o departamento de

suprimentos analisa sua produtividade financeira e verifica que o preço de dois insumos

utilizados em grande escala no processo de produção tiveram seus preços reduzidos por

compras em larga escala pela empresa, além de variações de sazonalidade do próprio

mercado.

Neste momento a produção conclui a analise da produtividade operacional, que

apresenta queda significativa. Os analistas financeiros então verificam que o custo do produto

irá aumentar nos próximos períodos devido à perda de produção, Reajustam os preços, para

mais. E tratarão das causas da queda da produtividade operacional.

Certamente esta sequência de erros poderia levar a uma má decisão baseada em

informações equivocas e precipitadas. Além disto, se toda a informação estivesse reunida para

uma análise conjunta de itens da produtividade, separados entre aspectos financeiros e

operacionais, este erro não teria oportunidade de ocorrer. Em casos como este é que se propõe

a gestão para produtividade total, ao analisar e tratar das anomalias da produtividade de uma

empresa.

Page 71: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

70

Custo versus Produtividade

É comum observar políticas enfáticas na redução de custos em grandes empresas nos

dias de hoje. Certamente positiva a primeira vista, inclusive por gerarem a necessidade de

inovações forçadas, também conhecida como gambiarras, este tipo de política pode limitar

uma organização a obter o máximo de retorno para seus acionistas e partes interessadas,

devido à adoção de uma premissa simplista, a de que reduzir custos leva a maiores retornos,

assumindo a função de retorno x custos como contínua, ou até mesmo linear.

A redução continua de custos deve ser feita com cautela, pois não se deseja que as

pessoas trabalhem sem recursos. Entretanto devem-se visar aspectos práticos na redução de

custos fixos, além de despesas operacionais, muitas vezes relegadas ao um segundo plano.

Após observarem-se estes aspectos iniciais abordados, deve-se iniciar a apresentação

do método de cálculo da produtividade.

Custo

Retorno

Função de custos x retorno simplista,

sem analisar os casos onde é possível

haver descontinuidades ou pontos

ótimos.

Figura 4 – Custos observados como função contínua Fonte: Do Autor

Page 72: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

71

O método de cálculo – Fórmula da produtividade

Inicialmente pode-se verificar como fórmula básica da produtividade,

desconsiderando-se os aspectos marginais, a seguinte formula:

Equação 14 – Equação básica da Produtividade

Entretanto, por diversas vezes tem-se destacado a necessidade de monitoramento da

produtividade ao longo do tempo. Na prática este cálculo pode ser tendencioso para cada

período, uma vez que variações de preços de produtos vendidos, preços de insumos ou ainda a

quantidade de processos que se alteraram entre períodos, faz-se necessário à utilização da

seguinte fórmula:

Custo

Retorno

Sendo a função de custos x retorno

com este aspecto, verifica-se a

necessidade de investimentos e análise

continua a fim de trazer o maior

retorno possível, ao observarem-se os

pontos ótimos da função.

Figura 5 – Custos observados com suas descontinuidades Fonte: Do Autor

Page 73: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

72

(( )

( ))

Onde i = período inicial de medição e

n = período final de medição

Equação 15 – Fórmula básica de variação de produtividade

Esta fórmula traduz a necessidade de comparação entre períodos sem que haja

necessidade de recalcular os períodos anteriores. Certamente este delta da produtividade é um

sinalizador muito mais eficaz que somente a mensuração da produtividade para cada período.

A definição de variáveis

Embora a fórmula seja simples em sua aplicação e até mesmo obtenção, a real

dificuldade reside na correta definição de variáveis importantes aos processos críticos da

empresa. De forma a iniciar esta análise é necessário rever a análise de recurso e resultados.

Recursos: Todo e qualquer insumo utilizado como entrada em um processo

produtivo, administrativo, financeiro ou de serviços. Como exemplos têm-se quantidade ou

custo de matéria-prima, tempo gasto na produção de um bem ou execução de um serviço, a

quantidade ou custo de energia utilizada; o resultado de quaisquer indicadores definidos

formalmente, o capital empregado em um projeto, o total pago em impostos, o total de elogios

e reclamações obtidas por clientes ou pela comunidade, entre variados outros.

Resultados de um processo: Os resultados de um processo podem ser inúmeros. O

produto final de um processo de fabricação, os formados por uma instituição de ensino

superior, os atendimentos bem sucedidos de uma equipe de vendas, etc.

Como dito anteriormente, o que verdadeiramente define se um item é um recurso ou

resultado é a necessidade de análise deste indicador da produtividade. Observe que o

indicador de custo/ produto representa o custo de uma unidade do produto em questão. Neste

caso admite-se o custo como resultado e produto como recurso, entretanto para um indicador

Page 74: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

73

clássico de receita/custo, verifica-se que se inverte o papel do custo, passando a agir como

recurso, e não como resultado.

De forma a facilitar análises, sugere-se a utilização da tabela contendo indicadores

clássicos e inovadores, tanto financeiros como operacionais, como forma de inicio de

desenvolvimento do delicado trabalho de seleção de indicadores. Lembre-se sempre que

qualidade não é quantidade, e limite-se a mensurar apenas o que realmente será importante em

seus processos.

Introdução à análise da produtividade

A análise dos níveis da produtividade atingidos por uma organização é de básica

importância para que o processo possa trazer resultados efetivos. Não bastam metas de

crescimento, é necessário capacidade de análise para que sejam determinados os pontos

críticos de melhoria na produtividade de uma empresa, similarmente a qualquer processo.

A produtividade de uma organização varia em consonância a uma grande quantidade

de aspectos. Desde aspectos como qualidade e SMS, mencionados anteriormente e tratados

em maior detalhe, como aspectos humanos, sejam referentes a níveis de motivação e

comprometimento com a organização e a direção, ou até mesmo referente ao bom nível de

ambiência que esta empresa possui, avaliada a partir do nível de satisfação de seus

empregados.

Entretanto, como a produtividade apresenta-se fundamentalmente como um

indicador, existem pontos comuns entre diferentes organizações, que podem ser agrupados

consoante possibilidades de análise. De forma mais habitual, estas análises são combinadas

entre si para formar todas as possíveis variações da produtividade.

Page 75: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

74

A tabela a seguir apresenta o estudo da função de produtividade, assim como pontos

de atenção e análise a partir de variações nos elementos da função.

Produtividade Resultado Recurso Pontos de Atenção e Análise

Aumento da

Produtividade

Aumento

de

Resultado

Aumento

de recurso

● Aumento de resultados maiores que aumento

de recursos utilizados. Situação desejada.

● Comum a grandes empresas

● Situação sustentável ao longo do tempo

● Possíveis ganhos de escala.

● Evidências de bons investimentos, resultando

em eficiência operacional.

● Observe os custos do recurso para outras

organizações utilizando-se de benchmarking, e

verifique se seus custos estão adequados à

realidade do mercado ou adotados de acordo com

a estratégia definida.

Queda de

recurso

● Situação ideal. Aumento de resultados com

redução de custos.

● Comum a médias e grandes organizações

quando na implantação de projetos que visem

aumento da produtividade

● Situação insustentável ao logo do tempo.

● Evidência de redução de custos e/ou revisão de

processos.

●Observe variações de custos em departamentos

de apoio à produção ou administrativos, que

possam representar reduções totais de custo com

impacto em aspectos marginais a produtividade.

Resultado

recurso

● Situação desejada. Aumento da Produtividade

sem alteração de custos.

● Pouco frequentes nas corporações

● Pode evidenciar a influência de fatores

humanos, elementos de inovação em processos,

ou ainda o inicio de aplicação de políticas de

bônus por produção.

● Analise dos aspectos marginais com detalhe, de

forma que quedas nestes aspectos não estejam

ocultos por outras variações positivas.

Queda de

resultado

Aumento

de recurso

Refaça os cálculos e verifique os dados

Queda de

recurso

● Queda de utilização de recursos em maior

amplitude que queda de resultados.

● Situação comum e desejável em períodos de

transição entre mudanças estratégicas.

● Pode evidenciar alterações bem sucedidas na

Page 76: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

75

redução da produção, ultrapassando para a base

comuns descontinuidades na função de

produtividade.

● Analise cuidadosamente as causas do aumento

da produtividade, de forma a buscar maximizar

seu aumento investindo nas mudanças que

ocasionaram maiores retornos a organização.

Recurso

Constante

Refaça os cálculos e verifique os dados

Resultado

Constante

Aumento

de recurso

Refaça os cálculos e verifique os dados

Queda de

recurso

● Queda de utilização de recursos sem alterações

nos resultados.

● Situação sustentável ao longo do tempo, mas

que pode sacrificar qualidade em serviços

executados.

● Comumente evidencia politicas agressivas de

redução de custos aliadas e políticas de

motivação e/ou boas alterações no grupo de

liderança intermediária.

Recurso

Constante

Sem variações da produtividade

Redução da

Produtividade

Aumento

de

Resultado

Aumento

de recurso

● Aumento de utilização de recursos maior que

resultados obtidos.

● Situação indesejada, entretanto podem

evidenciar decisões estratégicas com resultados

pouco expressivos de curto prazo, como

desativação parcial em plantas de produção, ou

ainda alterações significativas na carteira de

produtos ou serviços. Estas decisões podem

apresentar bons resultados em longo prazo, ainda

que impactem a produtividade da organização

inicialmente.

● Deseconomias de escala

● Verifique a retomada da produtividade, de

forma a prever grande impacto no restante da

organização, difíceis de prever antes de decisões

de grande repercussão.

Queda de

recurso

Refaça os cálculos e verifique os dados

Recurso

Constante

Refaça os cálculos e verifique os dados

Queda de

Resultados

Aumento ● Pior cenário possível, ceteris paribus em nível

de variação. Aumento de recursos e redução de

resultados.

● Pode representar mudanças de grandes

repercussões, ou alterações gerais em aspectos

Page 77: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

76

mercadológicos no mercado onde a organização

está inserida.

● Observe atentamente a produtividade de

processo críticos à organização, dando ênfase a

aspectos operacionais da produtividade. Aspectos

financeiros podem sugerir mudanças, entretanto o

aspecto operacional pode determinar a robustez

de processos fim da organização.

Queda de

recurso

● Queda de resultados mais expressiva que

quedas em recursos utilizados.

● Pode representar problemas inerentes a

politicas de redução de custos aplicadas por

longos períodos.

● Observe investimentos em operação ou

empreendimentos, com custos fixos relevantes e

sem resultados iniciais expressivos.

Recurso

Constante

● Queda de resultados sem variação de custos.

● Comumente representa variações em grande

conjunto de projetos que isoladamente podem não

gerar impacto significativo.

● Observe detalhadamente se houve alterações

qualitativas nos custos da organização, de forma

que um custo tenha sido substituído por outro que

não tenha gerado imediato valor agregado.

Constante Aumento ● Aumento na utilização de recursos com

resultados constantes.

● Analogamente a queda de resultados com

custos constantes, comumente representa

variações em grande conjunto de projetos que

isoladamente podem não gerar impacto

significativo. Verifique alterações qualitativas

nos resultados obtidos.

Queda Refaça os cálculos e verifique os dados

Constante Sem variação da produtividade

Tabela 4 – Estudo da função de produtividade

Para que esta análise seja feita corretamente, é importante a correta definição de

quais indicadores devem ser monitorados, conforme apresentado anteriormente. Está

apresentado em apêndice específico um conjunto de ferramentas de gestão adaptadas à

produtividade, inclusive o Balanced Scorecard, que apresenta a metodologia de

acompanhamento de indicadores mais utilizada atualmente.

Os indicadores apresentados na relação a seguir apresentam-se meramente como

sugestão, limitando-se a apresentar sugestões de identidade resumida.

Page 78: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

77

Relação de indicadores

Indicador Categoria Tipo de

Negócio

Descrição

Produtividade

Operacional Geral

Utilizado para medir a eficiência de

processos. Busca-se o menor tempo

por produto/serviço, mantendo os

níveis de qualidade e segurança.

Produtividade

Financeira Geral

Utilizado para medir o custo de

homem hora por produto/serviço.

Busca-se o menor custo, mantendo os

níveis de qualidade e segurança.

Produtividade

Operacional Geral

Utilizado como indicador de

qualidade. Busca-se o aumento do

numerador, que retrata o aumento da

qualidade.

Produtividade

Operacional Geral

Utilizado como indicador de não

qualidade. Busca-se reduzir o

numerador a zero.

Produtividade

Operacional

Geral

Utilizado para medir a eficiência em

relação ao planejamento inicial.

Busca-se o mesmo valor para o

numerador e o denominador.

Produtividade

Operacional Geral

Utilizado quando há mudanças no

planejamento inicial e a produção

prevista não é a mesma que se

desejava. Busca-se um numerador

maior que o denominador.

Produtividade

Financeira

Geral

Utilizado para medir o total de custos

alocados por produto. Busca-se

reduzir o numerador, mantendo o

nível de qualidade e segurança.

Produtividade

Operacional Geral

Utilizado para medir a eficiência em

transformar insumos em produto.

Busca-se a otimização de recursos.

Produtividade

Financeira Indústria

Utilizado para medir o impacto do

investimento no custo do produto.

Busca-se ao longo do tempo a

redução do denominador para um

numerador constante.

Produtividade

Financeira

Geral

Utilizado para medir o impacto do

investimento em relação ao número

de dias de afastamento dos

funcionários.

Produtividade

Financeira Geral

Utilizado para medir o impacto do

investimento em relação às perdas

com acidentes. Busca-se a redução

do denominador para um numerador

Page 79: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

78

constante.

Produtividade

Operacional Geral

Utilizado como indicador de não

qualidade geral, pois a reclamação

poderá ser tanto do produto, quanto

do transporte, da assistência técnica,

etc. Busca-se reduzir o numerador a

zero, o que retrata o aumento da

qualidade.

Produtividade

Financeira Geral

Utilizado para medir a evolução da

receita por venda de

produtos/serviços em relação aos

investimentos em marketing. Busca-

se o denominador cada vez maior.

Produtividade

Operacional Indústria

Utilizado para medir a influência do

treinamento no desempenho da

produção. Busca-se uma redução do

numerador para todo aumento no

denominador.

Produtividade

Financeira Indústria

Utilizado para medir a redução de

custos de HH em função dos

investimentos em treinamento.

Busca-se uma redução do numerador

para todo aumento no denominador.

Produtividade

Financeira Indústria

Utilizado para medir a redução das

perdas financeiras da produção em

função dos investimentos

tecnológicos. Busca-se uma redução

do numerador para todo aumento no

denominador.

Produtividade

Financeira

Geral

Utilizado para medir a influência da

inovação nos índices de venda.

Busca-se um aumento do numerador

para todo aumento no denominador.

Tabela 5 – Relação de Sugestões de indicadores

Page 80: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

79

UM CASO DE COMPARAÇÃO ENTRE MODELOS SAARI E GPT

A produtividade de uma empresa é influenciada por variados fatores, muitos dos

quais já citados pelo presente trabalho. A justificativa para esta nova forma de análise de

produtividade baseia-se em que os modelos atuais resumem-se a quantificar financeiramente a

produtividade de uma empresa de forma extremamente reativa.

Para uma melhor apresentação da importância da gestão da produtividade total, é

preciso uma análise detalhada da produtividade operacional, acompanhada de uma análise da

produtividade financeira, pois uma análise generalista pode gerar uma visão equivocada da

realidade da empresa. Saari, em seu modelo apresentado, demonstra os conceitos de

produtividade ao longo de dois períodos, tendo variações nos preços, nos custos, mão de obra,

matéria-prima, energia e volume.

Optou-se pela demonstração de conceitos a partir de estudo de caso, de forma que

seja mais simples, eficaz e objetiva a demonstração prática dos conceitos abordados.

A demonstração relata de uma forma geral a produtividade da empresa, porém,

baseada unicamente em valores financeiros, o que pode gerar uma análise incorreta da

realidade da organização.

A tabela a seguir transcreve os resultados calculados pelo modelo Saari.

Tabela 6 – Exemplo modelo de produção (adaptado de Saari, 200)

Com os valores apresentados acima, a organização obteve um índice da

produtividade de 1,014%. O que demonstra um bom resultado para organização.

Período 1 C D E F Período 2 G H IQtde Preço Valor Q1 X P2 Qtde Preço Valor

Prod 1 210,00 7,20 1512,00 1491 Prod 1 247,25 7,10 1755,48

Prod 2 200,00 7,00 1400,00 1430 Prod 2 195,03 7,15 1394,46

Output 2912,00 2921,00 Output 3149,94

Trabalho 100,00 7,50 750,00 770,00 Trabalho 115,00 7,70 885,50

Materiais 80,00 8,60 688,00 680,00 Materiais 79,20 8,50 673,20

Energia 400,00 1,50 600,00 620,00 Energia 428,00 1,55 663,40

Capital 160,00 3,80 608,00 624,00 Capital 164,80 3,90 642,72

Input 2646,00 2694,00 Input 2864,82

Saari

Page 81: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

80

A crítica a esta metodologia baseia-se no fato que os valores apresentados por Saari,

ainda que corretos, não permitem tomada de decisão sobre os aspectos da produtividade

operacional. Apenas produzem resultados reativos incapazes de prever quedas da

produtividade operacional e reagir a tempo de que as mesmas não impactem a organização.

A análise feita por Saari está correta, porém não é suficiente. É preciso um maior

detalhamento, uma análise que leve em conta os processos da organização, pois são fatores

que estão sob o controle dos gestores, o que não ocorre, por exemplo, com o preço da matéria

prima, que é variável fundamental para se calcular a produtividade de financeira.

Uma empresa que possui sua análise baseada apenas na produtividade geral, pode se

deparar com uma realidade oposta ao que se pensa. No caso de uma empresa que produz

biocombustível, por exemplo, produto cuja base para a produção vem da cana de açúcar, têm-

se uma característica bem interessante para a aplicação da metodologia da produtividade total.

Ao observar o próprio exemplo de Saari, verifica-se que as variações de preços e

quantidades geram variação ímpar de produtividade. Baseando-se na metodologia apresenta

até o momento, a produtividade financeira da empresa apresenta-se positiva no primeiro

período e negativa no segundo período, como a produtividade operacional apresenta-se

negativa no primeiro período e positiva no segundo. Este fato implica a necessidade de haver

esta análise em separado, caso contrário, não haverá como tomar decisões baseando-se nos

resultados obtidos.

Considerando que o preço da cana de açúcar varia de acordo com o volume oferecido

pelos produtores, a ENGETEC, fabricante de biocombustível, não consegue prever a taxa de

variação que enfrentará para adquirir a matéria prima de seu produto. Com isso, a única forma

de garantir competitividade com os seus concorrentes é assegurar que os seus processos

estejam corretamente estruturados, otimizando ao máximo a produção, e com isso ter bons

resultados independentemente de alguns fatores externos, como o caso da matéria prima.

Page 82: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

81

A empresa ENGETC apresenta os seguintes dados em análise:

A produtividade não pode

ser monitorada em apenas um

período, é preciso que haja outros

resultados para que se possa

compará-la e verificar as variações

obtidas.

Com os dados do segundo

período é possível a plotagem do

gráfico a seguir, de forma a facilitar

a análise das variações obtidas.

Período 1

Itens Quantidade Custo Total do

Item

Energia 400 600

HH Produção 100 750

Capital 160 608

Matéria-Prima 80 688

Produtos Produzidos 410 2646

Tabela 7 – Estudo de caso – Período 1

Período 2

Itens Quantidade Custo Total do Item

Energia 401 593

HH Produção 105 790

Capital 162 610

Matéria-Prima 82 487

Produtos Produzidos 411 2480

Tabela 8 – Estudo de Caso – Período 2

Page 83: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

82

Figura 6 – Estudo de caso - Análise dos Períodos 1 e 2

De forma generalista, ao agrupar todos os indicadores da produtividade que

constituírem esta empresa, verifica-se o bom posicionamento da organização, pois obteve

aumento de 0,24% em sua produtividade.

Um aumento da produtividade como este, por menor que pareça, é bastante

significativo, pois taxas de variação da produtividade geralmente são pequenas em curtos

espaços de tempo. De fato, os potenciais de crescimento da produtividade variam muito pela

indústria, e como um todo, eles são diretamente proporcionais ao desenvolvimento técnico no

ramo. O rápido desenvolvimento de indústrias alcança um forte crescimento da produtividade.

Segundo Saari, esta é uma forma tradicional de pensar. Hoje se entende que o capital social,

Fonte: Do Autor

Page 84: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

83

juntamente com a concorrência tem um impacto significativo no crescimento da

produtividade. Em qualquer caso, a produtividade cresce em passos pequenos. Pela medição

precisa da produtividade, é possível apreciar essas pequenas mudanças e criar uma cultura

organizacional, onde a melhoria contínua é um valor comum.

Quando analisada pelo conceito da produtividade total, observa-se que há um

crescimento de 2,41% da produtividade financeira, mas por outro lado, há uma queda de

1,93% da produtividade operacional.

A divergência entre a produtividade financeira e a produtividade operacional, neste

caso, se dá pelo fato de que há uma redução no custo da matéria-prima, com isso há um

aumento da produtividade financeira, e sob outro ponto de vista, o processo produtivo está

necessitando de mais HH para cada produto produzido. Tem-se neste caso, uma perda de

eficiência na produção, que está sendo compensada financeiramente pela redução do custo da

matéria-prima.

Observa-se agora o terceiro período:

Período 3

Itens Quantidade Custo Total do

Item

Energia 403 601

HH Produção 117 920

Capital 165 615

Matéria-Prima 85 420

Produtos Produzidos 409 2556

Tabela 9 – Estudo de caso – Período 3

Observa-se neste terceiro período, em relação ao primeiro, que houve mais uma vez

um aumento da produtividade financeira, e mais uma vez uma queda da produtividade

operacional.

Page 85: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

84

Figura 7 – Estudo de caso – Análise períodos 1 a 3

Observando verifica-se que a produtividade total da empresa encontra-se a subir em

comparação com o período anterior. Apresentando um aumento de 0,48% em comparação ao

inicio da medição.

Fonte: Do Autor

Page 86: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

85

Verificam-se os seguintes valores para o quarto período:

Período 4

Itens Quantidade Custo Total do

Item

Energia 405 605

HH Produção 126 993

Capital 170 619

Matéria-Prima 87 593

Produtos Produzidos 410 2810

Tabela 10 – Estudo de caso – Período 4

Como o leitor já deve ter percebido e esperado, a cana de açúcar apresenta-se como

produto de alta sazonalidade, devido à produção em safras e colheita em datas específicas

dependendo do clima. Estas variações fazem com que o preço oscile ao longo do ano. Até o

momento a matéria prima apresentou-se com valores em queda. Entretanto o preço da matéria

prima começa subir como esperado e começa a influenciar a produtividade financeira.

Como se observa no próximo gráfico, a produtividade financeira encontra-se ainda

com valores positivos em face ao período inicial, entretanto seu crescimento é interrompido

de 7,23% caindo para 3,26%. Esta queda faz com que a produtividade total chegue de 0,48%

a – 2,84% sem nenhuma chance de resposta por parte da organização.

Page 87: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

86

Figura 8 - Estudo de caso – Análise períodos 1 a 4

Período 5

Itens Quantidade Custo Total do Item

Energia 406 609

HH Produção 135 1038

Capital 173 623

Matéria-Prima 91 813

Produtos Produzidos 409 3083

Tabela 11 – Estudo de caso – Período 5

Fonte: Do Autor

Page 88: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

87

Os valores a seguir representam os dados e mensuração da produtividade para o

último período da empresa ENGETEC:

Ao observarem-se os valores obtidos, constata-se uma evolução da produtividade

financeira de 2,82%, impulsionado pela queda do preço da matéria prima. Mas para a má

situação da ENGETEC, a produtividade total já apresenta queda para - 4,57%, devido aos

baixos índices da produtividade operacional de -11,97%.

Embora o exemplo possua valores escatológicos, a situação poderia ser real.

Certamente a aplicação do modelo GPT evitaria a queda da produtividade e facilitaria a

análise da produtividade da empresa ao longo do tempo. De forma geral seria mais fácil gerir

indicadores importantíssimos se desde o início já houvesse a aplicação do modelo. Este

exemplo prova com clareza a superioridade da capacidade de análise do modelo.

Figura 9 - Estudo de caso – Análise períodos 1 a 5 Fonte: Do Autor

Page 89: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

88

REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO EM ORGANIZAÇÕES

O modelo apresentado até o momento é constituído para seleção e geração de

indicadores da produtividade, mensuração da produtividade e referentes análises críticas e

decisões tomadas em base de sua implementação.

Processos como este são comuns, até mesmo tradicionais, nas normas de gestão da

família ISO:9000, ISO:14000, ou ainda a OHSAS:18000. Portanto é sugerido que a

organização tenha familiaridade para com estas normas antes de assumir compromissos com o

modelo GPT, devido à necessidade de pessoas que conheçam os trâmites dos processos

envolvidos na fase de implantação de normas de gestão.

Sugestões de requisitos para a implantação do sistema

Procedimentos documentados devem ser estabelecidos para assegurar e controlar

todos os documentos necessários à alimentação dos dados e operação do sistema;

É fundamental que haja um controle de registros dos documentos para prover sua

efetiva rastreabilidade, verificação da conformidade com os requisitos estabelecidos,

identificação, controle de alterações e de revisão;

A identificação dos documentos deve ser garantida mediante procedimento

documentado;

A legibilidade documental e dos dados é requerida, assim como sua identificação,

disposição e recuperação;

A definição clara dos objetivos de acordo com os processos a serem analisados;

O comprometimento com o desenvolvimento, implementação do sistema e a

melhoria contínua de sua eficácia por toda a comunidade organizacional;

É sugerida a divulgação de todos os indicadores gerados pelo sistema a toda a

organização, pois o envolvimento de todos os níveis da comunidade organizacional que suas

habilidades sejam usadas em benefício da organização;

Os indicadores gerados pelo sistema não poderão a níveis básicos de hierarquia,

servir para análise ou métrica da produtividade de um único individuo, mas sim da

organização como um todo; Entretanto podem ser utilizados para níveis superiores;

Page 90: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

89

O estabelecimento de análises críticas dos objetivos e dos dados, assim como

reuniões para este fim, a intervalos previamente estabelecidos para garantir sua contínua

adequação, suficiência e eficácia, incluindo avaliação de oportunidades para melhoria e

necessidade de mudanças do sistema;

É boa prática a realização de auditorias externas, a intervalos previamente

estabelecidos para a verificação da acuracidade das informações apresentadas pelos

indicadores de forma a garantir a confiabilidade do levantamento dos dados factuais;

Sugere-se o registro das auditorias e de suas constatações, assim como

recomendações e ações corretivas resultantes.

Qualidade versus produtividade

Nas últimas décadas veem-se mudanças substanciais quanto ao posicionamento

competitivo das organizações frente à nova ordem mundial, por isso, as organizações têm

despendido grande esforço na modernização de seus sistemas de gestão da produção e gestão

da qualidade de seus produtos e serviços.

O sucesso deste esforço requer que a gestão da organização seja feita de forma

sistêmica e transparente, onde a implantação e manutenção de um sistema de gestão voltem-se

para a melhoria contínua da eficiência, da eficácia e do desempenho global da organização de

acordo com a necessidade das partes interessadas.

Segundo (SLACK, et al., 1999), nenhuma organização pode planejar

pormenorizadamente todos os aspectos de suas ações atuais ou futuras, mas todas as

organizações podem beneficiar-se de ter noção para onde estão dirigindo-se e de como podem

chegar lá. Portanto a adoção de um sistema de gestão da qualidade é uma decisão estratégica,

pois a qualidade, enquanto o conceito evoluiu da adequação ao padrão para a adequação às

necessidades latentes dos clientes (Shiba, et al., 1993) e sua aplicação não provê somente

benefícios diretos, mas também contribui para a gestão de custos e riscos, com planejamento e

implementação de processos de monitoramento, análise de melhoria e métodos estatísticos

fornecendo subsídios para a tomada de decisões.

Page 91: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

90

A importância da qualidade

A Figura a seguir ilustra as várias formas pelas quais os melhoramentos de

qualidade podem afetar outros aspectos do desempenho da produção. Os dois contribuintes da

lucratividade podem ser melhorados por uma qualidade mais alta e as receitas podem ser

incrementadas por melhores vendas e por preços mais altos no mercado e ao mesmo tempo os

custos podem ser reduzidos por melhor eficiência, produtividade e uso do capital (SLACK, et

al., 1999).

Figura 10 – Efeitos benéficos da qualidade (SLACK, et al., 1999)

Page 92: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

91

A qualidade na atualidade

Atualmente devido à globalização, várias entidades tais como a Fundação Nacional

da Qualidade – FNQ estão empenhadas em prestar auxilio as organizações no sentido de

agregar mais qualidade aos seus processos, pois além de propiciar às partes interessadas maior

satisfação, a prática da qualidade permite a racionalização dos processos produtivos e

consequente aumento da produtividade.

Os indicadores nacionais relativos à qualidade e produtividade demonstram um

notável avanço em um curto período.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 1991 a 1996 a

produtividade das indústrias brasileiras aumentou 37% refletindo a racionalização dos

processos produtivos das empresas, como aponta uma pesquisa realizada pela Confederação

Nacional da Indústria (CNI) e segundo a mesma pesquisa, o índice de retrabalho da indústria

que em 1990 era de 30% caiu para 3,7% em 1996, aproximando-se da média mundial que é de

2%.

Como mostrado, a preocupação com a qualidade e produtividade são tópicos de alta

relevância nos dias atuais para as organizações, principalmente após os fortes estímulos

advindos das empresas japonesas, o que tem propiciado vasta gama de sistemas, programas e

técnicas demonstrando ser parte fundamental para o sucesso das mesmas.

Observa-se que os sistemas de gestão da qualidade, interferem diretamente nos

sistemas produtivos das empresas, criando condições de resposta às demandas atuais, gerando

vantagens competitivas duradouras, nos mercados onde atuam.

Segurança, meio ambiente e saúde - SMS

No passado, com a revolução industrial, as operações de industrialização tornam-se

simplificadas com a maquinaria introduzida na produção. As tarefas a serem executadas pelo

trabalhador eram repetitivas, o que levaram a um crescente número de acidentes. Aliado ao

fato acima citado, não havia critério para o recrutamento de mão-de-obra, onde homens,

mulheres e até mesmo crianças eram selecionadas sem qualquer exame inicial quanto à saúde

e ao desenvolvimento físico ou qualquer outro fator humano.

A procura por mão-de-obra era tão inescrupulosa que essas crianças eram compradas

de pais miseráveis, chegando a ser aceito até uma criança débil mental para cada grupo de

Page 93: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

92

doze crianças sadias. O número de acidentes de trabalho crescia assustadoramente, onde a

morte de crianças era frequente, causados por máquinas projetadas inadequadamente, que não

ofereciam qualquer segurança não havia qualquer preocupação com as condições de trabalho

e nem limites de carga horária. (Bitencourt, et al., 1978),

Porém, nos dias atuais, a busca frenética por alta produtividade e custos baixos

tornou-se uma constante para as organizações. Este frenesi obrigou a estas organizações uma

mudança em sua estratégia para poderem resistir à concorrência e as exigências das mais

variadas do mercado consumidor.

As mudanças tecnológicas, novas técnicas de gestão dos negócios somados a uma

legislação própria para melhoria das condições de trabalho e proteção do trabalhador, tem

causado várias alterações nos métodos e processos produtivos.

Atualmente, governos, empregadores e trabalhadores reconhecem que a introdução

de sistemas de gestão da segurança e saúde no trabalho (SST) por uma organização tem

impacto positivo tanto na redução de fatores de risco (perigos) e riscos como no aumento da

produtividade. (Trivelato, 2005)

Marcos históricos da segurança no trabalho

1700 - O médico Bernardino Ramazzini descreve cinquenta profissões distintas e

as doenças a elas relacionadas. Introduz um novo conceito “Qual é a sua

ocupação?”.

1802 - Aprovada a “lei de saúde e moral dos aprendizes”, que foi a primeira lei

de proteção aos trabalhadores, Que estabeleceu o limite de 12 horas de trabalho

diários, proibia o trabalho noturno, obrigava os empregados a lavar as paredes

das fábricas duas vezes por ano, e tornava obrigatória a ventilação das fábricas.

1833 – ―Factory act‖, proibia o trabalho noturno aos menores de dezoito anos,

restringiu o horário de trabalho para 12 horas diárias e 96 horas por semana;

obrigatoriedade de escolas nas fábricas para os menores de 13 anos, a idade

mínima de trabalho passou a ser 9 anos e tornou-se obrigatória a presença de um

médico nas fábricas. Surge então, o médico de fábrica com objetivo de submeter

os menores trabalhadores a exame médico pré-admissional e periódico, e

preveni-los tanto às doenças ocupacionais quanto às não ocupacionais.

Page 94: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

93

1934 – Surge a lei trabalhista brasileira, que instituiu uma regulamentação

bastante ampla, no que se refere à prevenção de acidentes.

1935 – Fundado em New York (EUA), o ―Conselho Inter-americano de

Seguridad‖.

1941 – Fundada a ABPA (Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes),

por um grupo de pioneiros, sob patrocínio de algumas empresas.

1950 – Através de Comissão conjunta, a O.I.T. (Organização Internacional do

Trabalho) e a OMS(Organização Mundial da Saúde), estabeleceu-se os objetivos

da saúde ocupacional.

1959 – Ficou estabelecido na 43ª Conferência Internacional do Trabalho à

recomendação número 112, a qual foi dado o seguinte título: ”Recomendação

para os serviços de saúde ocupacional, 1959” onde a OIT definiu o serviço de

saúde ocupacional como sendo um serviço médico instalado em um

estabelecimento de trabalho, ou em suas proximidades.

1972 – Integrando o Plano de Valorização do Trabalhador, o governo federal

baixou a portaria nº 3237, que torna obrigatória além dos serviços médicos, os

serviços de higiene e segurança em todas as empresas onde trabalham 100 ou

mais pessoas. Nos dias de hoje, leva-se em consideração não só o número de

empregados da empresa, mas também o grau de risco da mesma. O Brasil

adequa-se aos objetivos internacionais, e procura dar aos seus trabalhadores a

devida proteção a que eles tem direito.

1978 – Criada a Portaria no 3.214, que aprova as Normas Regulamentadoras -

NR, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, que obriga as empresas o seu

cumprimento. Essas normas abordam vários problemas relacionados ao ambiente

de trabalho e a saúde do trabalhador. As normas vêm sofrendo atualizações ao

longo dos anos e, já descrevem procedimentos a serem tomados quanto a doenças

dos tempos modernos que foram observadas nos últimos anos, como a LER -

Lesões por Esforços Repetitivos, que é uma sigla que foi criada para identificar

um conjunto de doenças que atingem os músculos, tendões e membros superiores

(dedos, mãos, punhos, antebraços, braços e pescoço) e que tem relação direta

com a exigência das tarefas, ambientes físicos e com a organização do trabalho.

Page 95: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

94

Requisitos legais

Requisitos legais podem interferir na produtividade de uma organização ao realizar

exigências inexequíveis sem que seja afetada a produtividade da organização. Aspectos

administrativos são os mais comuns de serem encontrados, normalmente em forma de

registros que a organização necessita, ou na forma de comunicados enviados a órgãos

regulamentadores.

No Brasil as normas regulamentadores exigem a execução de vários procedimentos,

afetando a produtividade das organizações, entretanto garantem de forma legal que a

segurança, saúde e o meio ambiente sejam respeitados e preservados. O trabalho não possuiu

a pretensão de discutir a validade de regulamentações legais, entretanto é importante salientar

que mudanças nestes aspectos geram variações na produtividade de uma organização, e, em

momentos de análise, devem ser levados em consideração.

Qualidade de vida e produtividade

Ouvimos durante muito tempo se falar sobre o termo ―absenteísmo‖ – ausência

temporária no trabalho por motivo de doença, gerando baixa produtividade nas empresas. No

entanto, o que hoje mais tem preocupado os gestores de pessoas é a síndrome do

―presenteísmo‖. Presenteísmo significa estar fisicamente presente no ambiente

organizacional, porém, mental e emocionalmente ausente. Ou seja, você está ali, mas não

consegue produzir como deveria.

Estas vítimas não faltam ao trabalho, mas apresentam sintomas como dores de

cabeça, nas costas e musculares; irritação; alergias; cansaço; ansiedade; angústia; irritação;

depressão; insônia; estresse; distúrbios gástricos etc. Com isto, há queda da produtividade e

prejuízos para a empresa. (Berro, 2008)

Estatísticas revelam que 40% dos afastamentos nas empresas são motivados por

pequenas doenças e mal-estar - como gripes, dores nas costas, entorses - que podem ser

evitados por um bom condicionamento físico, revela Francisco Simeão, presidente da BS

Colway Pneus.

Um estudo realizado pelo Institute for Health and Productivity Studies, dos Estados

Unidos, mostrou que as companhias brasileiras chegam a perder 42 bilhões de reais/ano, o

equivalente a 3% do Produto Interno Bruto, devido à presença de funcionários doentes,

Page 96: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

95

apresentando falta de rendimento nas suas atividades. Muitas empresas preocupadas com sua

qualidade e produtividade têm elaborado programas de qualidade de vida para a manutenção

da saúde de seus funcionários. Porém, menos de 5% das empresas oferecem programas

específicos de Qualidade de Vida a seus colaboradores.

Estudos do Health and Safety Executive indicam que o custo global para os

empregadores, decorrente de acidentes do trabalho com ferimentos pessoais, com doenças

relacionadas com o trabalho e acidentes evitáveis não causadores de ferimentos, é estimado

como equivalente a 5% a 10% dos lucros brutos de todas as empresas do Reino Unido. Um

estudo mostrou, na organização estudada, que os custos não segurados decorrentes de perdas

por acidentes situavam-se entre 8 e 36 vezes maiores do que os custos dos prêmios de

seguros.

Há, portanto, sólidas razões econômicas para reduzir os acidentes e doenças

relacionados com o trabalho, assim como motivos éticos e legais. Além de reduzir os custos, o

gerenciamento eficaz nessa área promove a eficiência dos negócios.

As organizações que tem como meta tornarem-se competitivas para sobreviver no

mercado globalizado, devem implantar sistemas de segurança, meio ambiente e saúde como

estratégia para aperfeiçoar as condições de trabalho e diminuir as influências nocivas à saúde

física e mental dos empregados / colaboradores, e também, proporcionar meios para que estes

possam ser criativos e participativos com sugestões de melhoria.

Assim sendo, ganham em todos os sentidos, aumentando diretamente a produtividade

e diminuindo a rotatividade dos colaboradores, representando lucro para a organização, pois

os gastos contratuais de rescisão de um funcionário, adicionados aos gastos para a seleção de

um novo, seu processo de contratação e treinamento, quando somados representam grande

soma de recursos.

De forma geral, estes aspectos afetam a produtividade de uma organização de forma

direta e incisiva. Devem ser levadas em consideração quaisquer grandes alterações nestas

áreas, visto seu impacto direto.

Elementos de impacto indireto, como aspectos individuais, são igualmente

importantes, ainda que aqui não comtemplados, para o aumento da produtividade. Aspectos

como ambiência, motivação, saúde, e aspectos referentes ao individuo podem fazer a

Page 97: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

96

diferença entre a correta implantação de um programa da produtividade bem-sucedido e um

malsucedido.

No século XX muitos pesquisadores e empresas contribuíram de forma significativa

para a melhoria destes aspectos, entre os quais destacamos Helton Mayo, cujas pesquisas são

altamente relevantes para o estudo do

comportamento humano, da motivação do

individuo para a obtenção de metas

organizacionais e da qualidade de vida do

trabalhador, como também, Abraham H.

Maslow, que concebeu a hierarquia das

necessidades fundamentais: fisiológicas,

segurança, amor, estima e auto-realização,

além da grande contribuição das empresas

japonesas quanto à qualidade e gestão e da

legislação pertinente a estes aspectos.

A partir do exposto sobre a importância dos aspectos marginais a produtividade das

organizações, constata-se que, há de fato um ganho em produtividade para as mesmas, visto

que, as exigências de mercado apontam cada vez mais para a necessidade de melhorias em

tais aspectos.

Observando-se as considerações apresentadas acerca dos aspectos marginais a

produtividade, chega-se a conclusão de que as organizações para manterem sua

competitividade no mercado atual, inevitavelmente terão que utilizar sistemas de gestão que

acolham tais aspectos.

ASPECTOS MARGINAIS: QUALIDADE, SMS E ASPECTOS LEGAIS

A consideração dos aspectos marginais à produtividade é de vital importância para as

organizações nos dias atuais, pois quaisquer alterações destes aspectos interferem fortemente

a produtividade de uma organização.

Estas interferências marginais sobre a produtividade estão inicialmente identificadas

como aspectos de qualidade, segurança, meio ambiente, saúde, responsabilidade social e

exigências legais e estão presentes em qualquer organização.

Figura 11 – Pirâmide de Maslow

Page 98: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

97

RESULTADOS OBTIDOS

Esta pesquisa permitiu realizar importantes constatações a respeito de produtividade

em organizações, nomeadamente:

Definido o conceito de produtividade que se adequa aos conceitos díspares

utilizados a nível internacional.

Definidos os critérios de mensuração de produtividade, identidade geral para

indicadores de produtividade e sugestão de análise e tomada de decisão sobre

estes fatores.

Reunidos e desenvolvidos os conceitos que definem conjuntamente o modelo

GPT.

Foram comparados os modelos existentes e demonstrada a necessidade de

análises conforme o modelo GPT, definindo sua superioridade em face da

capacidade de análise.

Início de desenvolvimento sobre a influência dos aspectos de qualidade, SMS e

requisitos legais diretamente sobre a produtividade de uma organização.

Desenvolvido laboratório para mensuração e análise de indicadores de

produtividade.

PRÓXIMOS PASSOS

Identificou-se durante o desenvolvimento deste trabalho uma série de oportunidades

de pesquisa, apresentadas a seguir, não identificadas na definição do escopo do trabalho.

Foram tomadas medidas de registro destas oportunidades, inclusive no momento de redação

deste trabalho, e já se encontram parcialmente em desenvolvimento.

Ficam registradas de modo que possam ser incentivadas as pesquisas sobre

produtividade no Brasil, de forma a comtemplar e implementar os objetivos sociais deste

trabalho.

Fenômeno de produtividade inversa

Observou-se que a fórmula de mensuração de produtividade não se apresenta

coerente quando é utilizada para expressar aumento de produtividade a partir da não

ocorrência de anomalias em uma organização, tais como defeitos em produtos ou serviços ou

Page 99: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

98

ainda desvios, incidentes e acidentes de SMS. Devido a este fenômeno observou-se que é

possível matematicamente remodelar a fórmula apresentada para que seja utilizada em casos

com esta especificidade.

Aspectos de qualidade, sms e requisitos legais

Para pesquisa futuras sugere-se abordagem mais detalhada e de uma definição mais

profunda de como se calcular estes indicadores da qualidade e suas implicações. Sugere-se

que sejam utilizados conceitos de indicadores desenvolvidos para manutenção, que permitem

referenciar uma grande quantidade de informações sob processos de diferentes entradas ao

mesmo momento, normalmente sob a forma de índices.

Produtividade de uma nação – a GDP

A Produtividade Interna Bruta – GDP, do inglês Gross Domestic Product, é

calculada com base no que um Estado consegue produzir. Este indicador é mensurado e

monitorado pela OECD, Organization of Economic Cooperation and Development. A OECD

já demonstrou a importância da produtividade para o crescimento de um país de forma

sustentável e continuada. Certamente o Brasil terá ganhado caso passe a mensurar sua GDP e

compara-la a de outros países, o que não é feito atualmente.

Seleção de projetos a partir de retorno sobre produtividade

A produtividade pode ser fator determinante no momento de decidir quais projetos

em carteira devem ser implantados e quais se devem aguardar. Classificando um grupo de

projetos que possuem como afinidade o aumento da produtividade de uma empresa, é possível

comparar os tradeoffs entre investimentos necessários e entre projetos diferentes entre si de

forma a garantir a otimização na utilização de recursos. Embora os métodos existentes, como

o método de Monte Carlo, sejam adequados para a execução desta análise, podem não ser

suficientes de forma a garantir que aspectos de análise sejam corretamente observados.

Page 100: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

99

Qualidade de vida e produtividade

Certamente a qualidade de vida interfere na produtividade de uma organização.

Embora este item seja conhecido desde o início dos trabalhos, optou-se por não aborda-lo

devido a grande quantidade de possíveis variáveis.

Sugere-se o estudo do aumento de produtividade a partir do aumento de qualidade de

vida dos colaboradores de uma organização. Seja a partir de programas de saúde para o

trabalhador, incentivos financeiros ou de qualquer natureza, ou ainda promoções e programas

de cargos e salários.

Estes programas possuem em comum a capacidade de aumentar a produtividade de

um individuo, mas neste ponto propõe-se quantificar a relação custo beneficio destas

iniciativas, a partir do método de mensuração de produtividade do modelo GPT.

O crescimento real de uma empresa

Este trabalho demonstra que o crescimento da produtividade de uma empresa é igual

a seu crescimento real. Intuitivamente prevê-se, a partir dos resultados obtidos, que é possível

provar que uma empresa, ao desconsiderar todos os reinvestimentos e variações financeiras,

divisões, fusões e aquisições, cresce a mesma taxa que sua produtividade total.

Metas e produtividade

Sugere-se o estudo da determinação de metas, majoritariamente metas de vendas, de

gestão e produção. Estes aspectos costumam ser deliberados a partir de programas de

melhoria contínua, que força o aumento constante das metas de um individuo ou setor de uma

organização.

Devido a este aumento, é comum o fenômeno de satisfação momentânea, onde o

objeto, quando atinge a meta, passa a racionalizar sobre a vantagem de obter ou não o melhor

desempenho possível.

Page 101: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

100

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A produtividade se apresenta conceituada, de forma cientifica, além de demonstrar-

se uma brilhante vantagem competitiva, e passa a ter o modelo GPT para sua mensuração e

análise.

A sua importância, já conhecida previamente, se reafirma a partir dos estudos

realizados, e ganha força por sua conceptualização inserida em um contexto histórico a

considerar o surgimento da qualidade enquanto ciência.

Será necessário continuar a estuda-la, e saber quem, onde, quando e como aumentar

a produtividade. As organizações podem entender sua capacidade de produzir valor, e não se

produz valor de forma absoluta, mas sempre relativa ao que se gasta para gerar aquele valor.

É aí que reside a intimidade do conceito da produtividade, onde gerar valor torna-se realmente

importante, garantindo respeito aos recursos aplicados pelos acionistas de uma organização.

Certamente é possível encarar a produtividade como algo pessoal, algo que se deve

levar para a vida privada de um indivíduo. Neste caso deve-se lembrar de que quando se

acorda pela manhã, é necessário gerar valor para o país, para as partes interessada, e ainda

mais relevante, é necessário trocar este valor por algo que se leve para casa, e dê alento à

família. Nossos recursos não são infinitos, e precisamos garantir o maior retorno sobre a

utilização do que temos hoje, aprendendo com o ontem, pensando no amanhã e vivendo hoje.

O modelo GPT permite identificar, analisar e mostrar pontos críticos de atenção a

qualquer organização. Esta característica do modelo GPT atende aos objetivos do trabalho,

transforma o modo com que produtividade é vista atualmente e põe o modelo GPT em local

de destaque entre pontos importantes na gestão de uma organização.

Ainda que seja vital saber da produtividade, lembre que é ainda mais importante Ser

Produtivo.

Page 102: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

101

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Page 108: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

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APÊNDICE A – FERRAMENTAS DE GESTÃO

O mundo dos negócios a cada dia torna-se mais dinâmico, competitivo e tem passado

por constantes transições mercadológicas. O diferencial entre uma e outra empresa está na

forma de como o administrador domina as ferramentas de controle que lhe serve de

instrumento para guiá-lo.

Ferramentas de Gestão são instrumentos que auxiliam empresários a melhorar o

desempenho da empresa. Estas ferramentas variam de acordo com o objetivo da empresa e

servem especificamente para reduzir custos, aumentar a produtividade, melhorar a qualidade,

projetar a empresa, etc.

A escolha e a compreensão de como funciona a ferramenta gerencial é fundamental

para uma organização, pois não adianta ter uma ferramenta e não saber quando e como

utilizá-la.

Na busca por melhoria continua e um maior foco em um sistema de gestão da

qualidade, tornou-se fundamental avaliar o desempenho dos processos através de indicadores,

que têm como função fornecer informações sobre resultados dos processos. Tais indicadores

traduzem a realidade da empresa em taxas ou índices.

PAINEL DE CONTROLE – BSC - BALANCED SCORECARD:

O Balanced Scorecard é um método desenvolvido pelos professores Robert Kaplan e

David Norton da Harvard Business School, em 1992 e desde então vem sendo utilizado como

uma ferramenta de gestão estratégica, possibilitando que os gerentes acompanhem e

assegurem que os objetivos de estratégia da empresa estão sendo executados e alcançados.

O Balanced Scorecard traduz a missão e a estratégia das empresas em um conjunto

de medidas de desempenho que serve de base para um sistema de medição e gestão

estratégica (Kaplan e Norton, 1997. p.2).

O Balanced Scorecard é um sistema de avaliação do desempenho empresarial que

possibilita que a empresa determine suas metas operacionais em longo prazo e identifique

mecanismos que possibilitem que tais metas sejam alcançadas, através de indicadores que se

apresentam como ferramentas de controle e avaliação do desempenho de cada departamento.

Page 109: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

108

Esta ferramenta reflete o equilíbrio entre objetivos de curto e longo prazo, entre

medidas financeiras e não financeiras, entre indicadores proativos e reativos e, ainda, entre as

perspectivas interna e externa de desempenho.

Como exemplos de indicadores proativos e reativos, pode-se utilizar exemplos de

indicadores de SMS. Os indicadores proativos são aqueles que representam os procedimentos

referentes aos riscos de acidentes, tais como utilização correta de EPI’s e inspeções realizadas.

Já os indicadores reativos representam as falhas do controle e da prevenção dos riscos, tais

como lesões e acidentes ocorridos.

A integração de indicadores que representam a perspectiva financeira, a perspectiva

dos processos internos, dos clientes e de aprendizagem e crescimento, permite, através de um

sistema de causa e efeito, que os funcionários percebam como o desempenho do seu papel

influencia o desempenho de outros. Como segue:

• Perspectiva Financeira: está relacionada a receita, lucro, retorno sobre

investimento, fluxo de caixa, valor econômico agregado.

Esta perspectiva representa a satisfação dos acionistas, medida através da

lucratividade. Os indicadores financeiros permitem avaliar se a empresa está tendo ou não

sucesso através da implementação e execução da estratégia definida.

• Perspectiva de Clientes: está relacionada à participação de mercado, satisfação

dos consumidores, lealdade dos consumidores e aquisição de novos clientes.

Segundo Kaplan e Norton (1997, p. 27), a Perspectiva do Cliente permite que os

gerentes das unidades de negócios articulem as estratégias de clientes e mercados que

proporcionarão maiores lucros financeiros futuros.

Abaixo se apresenta os indicadores essenciais para a Perspectiva dos Clientes:

Participação de Mercado: Reflete a proporção de negócios num determinado

mercado (em termos de clientes, valores gastos ou volume unitário vendido).

Captação de Clientes: Mede, em termos absolutos ou relativos, a intensidade com

eu uma unidade de negócios atrai ou conquista novos clientes ou negócios.

Retenção de Clientes: Controla, em termos absolutos ou relativos, a intensidade

com que uma unidade de negócios retém ou mantém relacionamentos contínuos

com seus clientes.

Page 110: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

109

Satisfação: Mede o nível o nível de satisfação dos clientes de acordo com

critérios específicos de desempenho dentro da proposta de valor.

Lucratividade dos Clientes: Mede o lucro líquido de clientes ou segmentos,

depois de deduzidas as despesas específicas necessárias para sustentar esses

clientes.

Perspectiva dos Processos Internos: Relacionada a taxas de produtividade,

qualidade e cumprimento de prazos.

Segundo Kaplan e Norton (1997, p. 97), para a perspectiva dos processos internos da

empresa, os executivos identificam os processos mais críticos para a realização dos objetivos

dos clientes e acionistas.

Essa perspectiva é desenvolvida após terem sidos formulados objetivos e medidas

para a Perspectiva Financeira e a Perspectiva do Cliente, permitindo, assim, que as empresas

desenvolvam melhorias nos processos internos objetivando atender às expectativas dos

clientes e acionistas.

A fim de produzir resultados financeiros, através da criação de valor para os clientes,

este modelo inclui três principais processos:

1. Processo de Inovação – Identificar o Mercado; Idealizar oferta de

Produtos/Serviços – São pesquisadas as necessidades dos clientes e, em seguida,

são criados produtos ou serviços que irão suprir tais necessidades.

2. Processo de Operações – Gerar Produtos/Serviços; Entregar Produtos/Serviços –

Os produtos e serviços são criados e oferecidos aos clientes.

3. Processo de Serviços Pós-Venda – Serviços aos Clientes – Estes serviços incluem

garantia, consertos, correção de defeitos, devoluções e processamento de

pagamentos.

• Perspectiva de Aprendizado e Crescimento – recursos, clima organizacional,

conhecimento e rotatividade.

Segundo Kaplan e Norton (1997, p. 131), Os objetivos da perspectiva de aprendizado

e crescimento oferecem a infraestrutura que possibilita a consecução de objetivos ambiciosos

nas outras três perspectivas. Os objetivos da perspectiva de aprendizado e crescimento são os

vetores de resultados excelentes nas três primeiras perspectivas do scorecard.

Page 111: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

110

Esta perspectiva apresenta indicadores que avaliam as capacidades do funcionário,

dos sistemas e dos procedimentos, permitindo que aperfeiçoamentos possam ser implantados

a fim de que se consiga alcançar os objetivos financeiros.

Por ser uma ferramenta de informação e comunicação visual, o Balanced Scorecard

indica, através de uma escala numérica e sinalizada através de cores, se as metas estão ou não

sendo alcançadas por todos os envolvidos no processo. Esta escala de cores pode ser

entendida da seguinte forma:

• Verde – meta alcançada ou superada;

• Amarelo – as metas não foram alcançadas, mas estão na faixa de tolerância

admitida pela organização;

• Vermelho – sinais de problemas críticos.

Desta forma, o Balanced Scorecard permite alinhar as metas departamentais e

pessoais à estratégia, verificar se a estratégia está sendo ou não alcançada, e, caso não esteja

sendo alcançada, obter feedback a fim de revisar e aperfeiçoar a estratégia escolhida.

MÉTODO DE ANÁLISE E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS EM 7 ETAPAS

O MASP trata-se de um maior detalhamento das fases apresentadas no ciclo PDCA,

inspirado no gerenciamento científico apresentado por Taylor, então denominado Plan.

Do.See. Foi desenvolvido e aprimorado pela JUSE – União dos Cientistas e Engenheiros do

Japão, assim como John Dewey, Kume e Hosotani.

As técnicas apresentadas pela metodologia MASP são bem divulgadas e

possivelmente de conhecimento do leitor. Definiu-se a metodologia de MASP7 para esta

reunião de conceitos que visa garantir ao MASP apenas o estritamente necessário para a

resolução do problema, otimizando o tempo necessário para desenvolvimento e aplicação de

toda etapa, ao eliminar a necessidade de formalidade no processo MASP.

Esta ferramenta é minuciosamente discutida na literatura sobre planejamento e

gerenciamento, recomenda-se a leitura de FALCONI, MATTOS, ROTH e ROSATO para o

leitor que deseja aprofundar-se no tema.

Este Método é constituído de 7 etapas bem definidas, subdivididas na aplicação das

ferramentas utilizadas.

Page 112: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

111

No gráfico a seguir podemos verificar que a etapa de observação do problema é

suprimida, devido à afinidade que esta etapa possui com a análise de causas básicas.

Verifica-se também que existem apenas 3 entregas a serem realizadas, seja para

aprovação ou divulgação das ações tomadas. Determinaram-se estas etapas para ênfase da

otimização de tempo e maior produtividade do método.

Na primeira coluna tem-se a relação entre toda etapa e o ciclo PDCA.

PDCA Etapa Tarefa Ferramentas Entregas

Plan

Identificação e

Definição do

Problema

Definir o problema.

Identificação dos

impactos causados;

Fotografias;

levantamento de custos

envolvidos;

Matrizes GUT e FI;

Apresentação

ou relatório.

Verificar a relevância do

problema.

Apresentar as causas

imediatas do problema.

Definir grupos de trabalho e

seus líderes.

Análise de

Causas

Coletar dados. Diagramas de Ishikawa;

análise de Pareto;

árvore de causalidade

de perdas;

árvore de falhas;

5 Whys;

Brainstorm;

Verifique causas

secundárias. Caso

encontre aproveita a

situação para inovar.

Levantar causas básicas.

Analisar causas prováveis.

Plano de Ação

Listar solução para

bloqueio ou redução dos

efeitos das causas básicas. 6w2h1s, PERT ou

Gráfico de Gantt;

EVTE. Elaborar cronograma e

orçamento.

Do Execução Realizar soluções. Apresentações; Apresentação

Page 113: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

112

Acompanhar execução do

plano, com atenção às

restrições do plano.

planilhas eletrônicas;

Gráficos de controle;

ou relatório.

Check Verificação da

Eficácia

Verificar por meio de

comparação de indicadores

se o problema foi ou está a

ser resolvido.

Ferramentas de

comunicação e gestão

de conhecimento da

empresa. Act

Padronização Padronizar procedimentos.

Apresentação

ou relatório.

Treinar envolvidos.

Conclusão

Apresentar soluções

concluídas.

Multiplicar aprendizado.

Marcar Revisão da

verificação de eficácia ou

determinar

acompanhamento contínuo.

Tabela 12 – PDCA x MASP7

Nesta etapa define-se o que é o problema ou problemas. É boa prática mapear

detalhadamente os efeitos causados pelo problema, de forma a permitir que sejam realizadas

com precisão análises de verificação da eficácia, quando o problema já estiver resolvido. É

comum denominar este mapeamento de análise de causas imediatas.

Para o caso em que vários problemas sejam apresentados simultaneamente, é

necessário determinar os mais relevantes, ou seja, os que causam efeitos menos desejáveis

entre os apresentados. Para que seja realizada esta análise, a ferramenta adequada é elaborar

uma matriz que determine critérios de avaliação inicial para cada problema, comparando-os

em igual forma para todos os critérios. Os itens que recebem maior pontuação a partir dos

critérios selecionados determinam como atingir melhores resultados.

Nesta etapa são definidos os grupos de trabalho, seus respectivos responsáveis, e o

prazo para apresentação das análises de causas básicas, descritas no próximo item.

PLAN – Análise de Causas e Plano de Ação

Page 114: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

113

A segunda etapa do MASP7 analisa o problema de forma a encontrar as causas

básicas, isto é, quais as ações, ou falta de ações, que causam o surgimento do problema. As

principais técnicas utilizadas são as de brainstorm, utilização de matrizes de causalidade de

perdas, a técnica de 5Why, onde se continua a perguntar o porquê do ocorrido, entre outras

análises empregadas por especialistas.

É de fundamental importância que o plano de ação seja apresentado em consonância

às causas básicas do problema. Dê importância ao escopo definido ao plano de ação, pois

alterações no mesmo farão com que a tripla restrição de tempo, custo e escopo seja

modificada, e alterará por completo as métricas utilizadas para orçamentos e cronograma.

DO

Nesta etapa é importante que o plano de ação seja acompanhado pelo líder do grupo

de trabalho, normalmente acompanhado pelo indicador formado como total de ações previstas

divididas pelo total de ação do plano. Com base nesta informação pode-se verificar o

percentual de ações já realizadas descritas no plano de ação e analisá-lo junto ao percentual de

tempo decorrido do cronograma proposto.

CHECK

Nesta etapa é crucial determinar as melhorias apresentadas após a realização das

ações propostas, normalmente realizada em duas formas distintas:

Indicadores: Apresenta-se a evolução obtida nos indicadores envolvidos ao

problema, antes e após a implantação das ações propostas.

Informações relevantes: Os indicadores não suprem toda a informação envolvida e

faz-se necessário a apresentação de itens como aumento da produtividade, seja por maior

número de atividades realizadas, redução de custos, fotografias do local onde decorre a

atividade, entre outras informações pertinentes vistas caso a caso. Problemas secundários não

previstos, entre as demais etapas apresentadas na tabela anterior.

ACT

Nesta etapa o foco é divulgar as informações relevantes e multiplicar o conhecimento

adquirido, assim como garantir que sejam revistos os padrões e procedimentos envolvidos,

sempre a evitar que haja qualquer brecha em seu funcionamento, ou, pelo contrário, torná-lo

Page 115: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

114

restritivo a ponto de não permitir a esperada evolução do processo. É sugerido que se

marquem reuniões para verificação da eficácia, de forma a garantir sua evolução em longo

prazo.

Figura 12 – Ciclo PDCA

•Treinar pessoal;

•Executar plano de ação;

•Avaliar se os resultados estão de acordo com o esperado.

•Identificar o problema;

•Definir metas;

•Definir método.

•Agir corretivamente., investigando as causas, corrigindo ou previnindo.

A P

D C

Fonte: Do Autor

Page 116: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

115

6W2H1S

Técnica utilizada para desenvolvimento de planos de ação, sendo esta a quarta etapa

do MASP.

Após as etapas anteriores, é necessário definir as tarefas que devem ser realizadas

para que o problema seja solucionado, e cada uma das tarefas deve ser mapeada. O 6W2H1S

é uma excelente solução de mapeamento para estas tarefas, onde cada letra representa um dos

itens a serem definidos.

Item Significado

What? O Que? Define a denominação da tarefa a ser executada

Who? Quem? Define os responsáveis pela tarefa

Why? Por quê? Define a justificativa para realização da tarefa

Where? Onde? Define o espaço onde será desenvolvida a tarefa

When? Quando? Defino o prazo para conclusão da tarefa

With What? Com que? Define recursos necessários à execução da tarefa

How? Como? Define a metodologia empregada para a execução

How Much? Quanto? Define os custos envolvidos à tarefa

Show? Mostrar. Define o método de controle para verificação da eficácia

Tabela 13 – 6W2H1S

Esta técnica já é bem conhecida de gestão de negócios, tendo recebido o incremento

de With What por mim, devido a experiências pessoais que me permitem afirmar a vantagem

de prever recursos necessários, mesmo para tarefas simples, com antecedência.

O primeiro registro sobre esta metodologia encontrada foi o poema de Rudyard

Kipling, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1907. I keep six honest serving-men,

transcrita abaixo.

Page 117: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

116

"I keep six honest serving men ..."

I KEEP six honest serving-men

(They taught me all I knew);

Their names are What and Why and When

And How and Where and Who.

I send them over land and sea,

I send them east and west;

But after they have worked for me,

I give them all a rest.

I let them rest from nine till five,

For I am busy then,

As well as breakfast, lunch, and tea,

For they are hungry men.

But different folk have different views;

I know a person small

She keeps ten million serving-men,

Who get no rest at all!

She sends'em abroad on her own affairs,

From the second she opens her eyes

One million Hows, two million Wheres,

And seven million Whys!

DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO

Foi desenvolvido para representar graficamente vários fatores que podem afetar a

qualidade de um processo, ordenando e relacionando as causas dentro de categorias como os

seis emes: Método, Mão-de-obra, Matéria-prima, Máquinas, Medição e Meio Ambiente. E, na

área de serviços, as causas serão distribuídas em categorias como: Procedimentos, Pessoas,

Ponto, Políticas, Medição e Meio Ambiente.

Page 118: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

117

Tabela 14 – Exemplo de diagrama de Ishikawa

Esta ferramenta é utilizada para a identificação de direcionadores que levam ao

problema. Por envolver toda a corporação, esta ferramenta provê uma estrutura para o

brainstorming, possibilitando ao grupo gerar várias ideias em determinado espaço de tempo, a

fim de identificar as causas possíveis para o problema em questão e enfocar o

aperfeiçoamento do processo.

Etapas para implantação do Diagrama de Ishikawa

1. Defina o problema de forma clara e objetiva.

2. Através do brainstorming, determine as possíveis causas para o problema:

3. Construa o diagrama de causa e efeito, colocando o problema fixado à direita e as

principais categorias de causas, que foram determinadas através do

―brainstorming‖, listadas à esquerda. Para cada causa, questione o motivo para

aquele feito indesejado, relacionando as respostas com o problema em questão.

4. Avaliação do diagrama construído, onde se deve identificar e agrupar, ou até

mesmo eliminar, as causas que aparecem repetidamente, através de um consenso

do grupo, pois a estes pertencem às ideias geradas. Em seguida, estabeleça as

causas de maiores prioridades, analisando aquelas que ocorrem em maior

frequência.

Page 119: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

118

ANÁLISE DE PARETO

A Análise de Pareto foi desenvolvida por Joseph Moses Juran, que aplicou o

método na gestão da qualidade, a fim de se chegar as causas que levam a determinado

problema. Ou seja, esta ferramenta tem por função classificar os problemas de acordo com o

número de ocorrências, permitindo, assim, uma melhor visualização e o estabelecimento de

prioridades das ações a serem tomadas.

Esta ferramenta também é conhecida pela proporção 80/20, pois 20 % das

ocorrências são causas potencias de 80% dos problemas.

Consiste em um gráfico de barras dispostas, onde cada barra representa a

contribuição, em um percentual de 0 a 100%, de determinado item em relação ao problema

total.

BRAINSTORM

O brainstorm é uma reunião entre um grupo de pessoas com o objetivo de obter o

maior número possível de sugestões relativas a um determinado problema, para, em seguida,

analisar aquelas ideias consideradas potencialmente úteis.

GRÁFICO DE GANTT

Esta técnica foi desenvolvida em 1917 pelo engenheiro Henry L. Gantt, e

consiste em um gráfico de barras com o objetivo de ilustrar todas as etapas envolvidas em um

projeto, bem como seus respectivos tempos de duração.

Cada tarefa é representada por uma barra na horizontal de acordo com o

tempo necessário para a realização da tarefa, onde a esquerda da barra representa o início do

processo e a direita a conclusão.

Page 120: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

119

APÊNDICE B – LABORATÓRIO: ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE

A análise de produtividade apresenta-se complexa em sua grande quantidade de

detalhes.

Visto esta complexidade, assim como necessidade de grande quantidade de cálculos

para obter os valores a serem analisados, observa-se a necessidade de criar um laboratório

específico para realização de cálculo e plotagem de gráficos para análise de produtividade.

Este laboratório foi desenvolvido e encontra-se em versão inicial, ainda que cumpra

sua função de forma satisfatória.

Os dados utilizados no laboratório foram coletados em balanços contábeis e

demonstrativos de resultado de exercício, o DRE. Entretanto a principal fonte de pesquisa foi

Figura 13 – Interface de entrada do Lab. GPT Fonte: Do Autor

Page 121: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

120

a inferência de dados, assim como a aplicação do principio de Ceteris Paribus nas análises

iniciais.

O laboratório segue o principio básico de cadastro de elementos como recursos e

produtos de processos, seus custos e quantidades para todo período em que se deseja análise,

em conformidade com o necessário na utilização de qualquer ERP, Enterprise Resource

Plannig. Os ERP’s são utilizados nas organizações como principal sistema de informação que

viabilize agilidade na tomada de decisão.

A seguir é apresentado o fluxograma que determina como executar análises de

produtividade utilizando-se do laboratório desenvolvido.

Início da análise

Cadastro de ItensCadastro de

Recursos

Cadastro de

Resultados

de processos

Cadastro de

unidades

utilizadas

Cadastro de

Custos e

Quantidades

Cadstro de

custos x

produto

Cadastro

Quantidade x

Período

Análise da

Produtividade

Operacional

Seleção de

período

direcionador

Seleção de

item

direcionador

Seleção de

itens

analisados

Análise da

Produtividade

Operacional

Seleção de

período

direcionador

Seleção de

item

direcionador

Seleção de

itens

analisados

Análise de

Produtividade

Total

Realizar

constatações

Conclusão da Análise

Inferir causas

básicas

definidas

Figura 14 – Fluxograma de Utilização do Lab. GPT Fonte: Do Autor

Page 122: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

121

Para que a análise possa ser devidamente realizada é necessário iniciar o cadastro de

itens, que se tornarão recursos e resultados durante as análises. Esta etapa representa ao

cadastro de variáveis utilizadas em todos os indicadores da organização.

Depois se faz necessário o cadastro de custos e quantidades de todo item cadastrado

anteriormente, ou seja, é necessário que, para cada recurso utilizado ou resultado de um

processo, sejam produtos produzidos ou serviços executados, se cadastre a quantidade

Figura 16 – Lab. GPT – Cadastro de itens

Figura 15 – Lab. GPT – Quantidade Contratada

Fonte: Do Autor

Fonte: Do Autor

Page 123: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

122

utilizada para cada período, um valor apresentado utilizando-se uma unidade cadastrada

anteriormente. Após este cadastro realiza-se a mesma operação, entretanto informa-se ao

laboratório o custo de cada um destes itens, na forma de custo total no período, antes de

impostos não restituídos ou custos de transporte.

Sugere-se que o cadastro de quantidades seja realizado a levar em conta toda a

quantidade contratada e paga, mesmo que não esteja disponível para utilização. Por exemplo,

HH não disponível por problemas de saúde ou matéria prima com defeitos e impossibilitada

de troca ou manutenção no período.

Já os custos logísticos, quando de responsabilidade de terceiros, assim como

impostos afetam a produtividade, entretanto não devem ser considerados quando a

produtividade interna da empresa estiver em análise, pois são fatores externos a empresa. Figura 17 – Lab. GPT – Custo Total x Período Fonte: Do Autor

Page 124: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

123

É também nesta etapa do laboratório que são iniciados os cálculos utilizados para

análise de produtividade. Baseia-se na relação entre a quantidade e custos entre dois períodos

distintos, de forma calcular-se o percentual de variação entre dois períodos. Este cálculo é

realizado para cada item e cada período.

Após as etapas inicias de cadastro de informações, inicia-se a etapa de análise. Nesta

parte do laboratório é necessário apenas definir o período direcionador, ou seja, o período

sobre o qual está sendo considerado como linha de base em produtividade, e sobre o qual

outros períodos determinam-se mais ou menos produtivos.

Figura 18 – Lab. GPT – Automatismo

Figura 19 – Lab. GPT – Variação de quantidades x período Fonte: Do Autor

Page 125: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

124

Em seguida define-se qual o item direcionador. Com este workflow é possível

experimentar quaisquer tipo de indicadores, uma vez que é o próprio laboratório que

determina o item sobre o qual a relação de variação para outros elementos são realizadas.

Por exemplo, ao selecionar HH como item direcionador, será permitido analisar

quaisquer outros indicadores a partir das variações dos mesmos em função do item

direcionador selecionado.

Note que o Item direcionador para produtividade operacional pode variar consoante à

análise necessária. O padrão utilizado é o total de itens produzidos.

Em casos como análise de eficiência energética pode-se utilizar energia consumida,

ou ainda em setores de suporte o número de paradas de manutenção não programadas ou

número de permissões para trabalho emitidas.

Figura 20 – Lab. GPT – Item direcionador Fonte: Do Autor

Page 126: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

125

Após selecionar os itens em análise a partir dos dados anteriores, é possível observar

análises gráficas destas variações em conjunto. Note também que eixos destes gráficos devem

ser mantidos móveis e automáticos devido a variações de produtividade apresentam desvio

padrão relevante.

O período selecionado como direcionador também é significativo. Observe que é

diferente considerar variações de produtividade a partir de um período fixo, como o estudo se

propõe, a observar variações de produtividade a partir do último período selecionado.

Baseado nas experiências realizadas e valores encontrados sugere-se seguir a metodologia de

manter um período como direcionador, e considerar ganhos e perdas cumulativas de

produtividade.

Figura 21 – Lab. GPT – Análise Gráfica Fonte: Do Autor

Page 127: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

126

Os aspectos observados anteriormente são idênticos tanto para a produtividade

operacional como para a produtividade de custos.

Período 1

Período 3

Período 2

Período 4

Todos

comparados

ao mesmo

período

Figura 22 – Sugestão de comparação entre períodos

Todos

comparados ao

período anterior

Figura 23 –Lab. GPT – Visão geral Fonte: Do Autor

Page 128: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

127

A última área desenvolvida no laboratório foi página específica para análise conjunta

da produtividade operacional e produtividade de custos, por exigir maior investigação por

parte dos analistas.

Certamente a divulgação desta ferramenta, como forma de análises continuadas de

diversos indicadores a partir de uma mesma metodologia, trouxe e traz benefícios consistentes

para a toda a pesquisa como um todo.

Figura 24 – Lab. GPT - Análise da Produtividade Total Fonte: Do Autor

Page 129: Modelo GPT: Gestão da Produtividade Total

128

ÍNDICE REMISSIVO

desempenho 20, 21, 23, 24, 35, 36, 45, 46,

47, 48, 49, 50, 51, 52, 56, 63, 64, 77, 88,

89, 98, 105, 106, 107

Especialização ........................................ 60

estratégico ......................................... 23, 31

Fabini .............................................. 2, 3, 19

financeira 20, 56, 57, 67, 68, 78, 79, 82,

84, 86, 106

flexibilização .......................................... 61

fluxos ...................................................... 60

gestão 19, 20, 21, 24, 25, 27, 28, 29, 30,

31, 32, 34, 35, 44, 47, 51, 52, 55, 62, 63,

64, 67, 68, 75, 78, 87, 88, 90, 91, 95, 98,

105, 110, 113, 116

indicador 23, 46, 47, 52, 53, 54, 55, 56, 63,

65, 71, 72, 76, 77, 97, 111

informação 23, 29, 51, 59, 68, 108, 111,

118

longo prazo 19, 20, 30, 34, 55, 57, 64, 65,

74, 105, 106, 112

Mark-up ...................................... 23, 46, 67

planejamento 23, 24, 27, 31, 51, 58, 76, 88,

108

processos 23, 30, 35, 40, 47, 48, 49, 50, 51,

52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 63, 64,

65, 67, 70, 71, 72, 73, 74, 76, 79, 87, 88,

90, 91, 97, 105, 106, 107, 118

produção 7, 19, 20, 21, 23, 27, 29, 35, 36,

37, 38, 39, 44, 45, 46, 53, 55, 58, 59, 60,

61, 62, 64, 67, 68, 71, 73, 74, 76, 77, 78,

79, 82, 84, 88, 89, 90, 98

produtividade 7, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25,

26, 27, 28, 29, 30, 31, 32, 34, 36, 37, 38,

39, 40, 41, 44, 45, 48, 49, 52, 55, 56, 57,

58, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70,

71, 72, 73, 74, 75, 87, 88, 89, 90, 91, 93,

94, 98, 105, 107, 109, 111

qualidade 7, 20, 22, 23, 24, 26, 27, 34, 36,

41, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 50, 51, 53, 55,

58, 64, 65, 72, 74, 76, 77, 88, 89, 90, 94,

95, 96, 97, 98, 99, 105, 107, 114, 116

qualidade de vida ...... 24, 26, 34, 94, 95, 98

requisitos ............. 31, 37, 48, 65, 87, 96, 97

requisitos legais ................... 37, 65, 96, 97

riscos ............................. 27, 60, 88, 91, 106

SMS .......... 7, 22, 37, 65, 72, 90, 95, 96, 97

suprimento ............................................... 60

Tepedino ............................................... 2, 3

TI ............................................................. 32

transformações ........................................ 47