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Brasscom - Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação Rua Funchal 263, conj. 151, Vila Olímpia, São Paulo, SP, CEP 04551-060 Brasscom-DOC-2016-019 (PP&N Internet das Coisas) v13 1/2 INTERNET DAS COISAS POSICIONAMENTO NO SEMINÁRIO BRASSCOM POLÍTICAS PÚBLICAS & NEGÓCIOS Brasília, 30 de março de 2016 O conceito de Internet das Coisas ou Internet of Things (IoT) está associado à massificação de dispositivos de sensoriamento interconectando o mundo físico e biológico ao universo digital. É esperado que a geração, armazenamento, processamento e análise de grandes volumes de dados, em tempo real, possibilite melhor conhecimento dos fenômenos que nos cercam e maior velocidade e assertividade na tomada de decisões, promovendo melhorias significativas na produtividade, competividade, nos serviços ao cidadão e no bem-estar social. A Internet das Coisas irá contribuir, cada vez mais, para o crescimento do universo digital, com projeções que chegam a US$ 19 trilhões em volume de negócios e 1 trilhão de sensores conectados até 2025. Tecnologias e funcionalidades criadas representarão 10% do volume total de dados do país até 2020, este percentual era de apenas 2% no ano de 2013. Em janeiro de 2016 o Brasil possuía 11,4 milhões de acesso M2M. Estima-se que em 2018 serão 645 milhões de dispositivos em rede, ou seja, 3,1 dispositivos por habitante. Globalmente, as funcionalidades M2M gerarão em 2019, em média, 366 megabytes de tráfego de dados móveis por mês, muito acima dos 70 megabytes em 2014. Considerando apenas os “wearable”, ou seja, dispositivos acoplados ao corpo, teremos a geração de 479 megabytes de tráfego de dados móveis por mês em 2019. Estes números são impressionantes e gerarão grande demanda de infraestrutura de rede de telecomunicações para transportar tais dados. O Brasil precisa agir rapidamente para aproveitar as vantagens desta onda tecnológica, que congrega as principais tendências, tais como, serviços em nuvem, big data, mobilidade e segurança da informação. Podemos resumir em duas as estratégias de atuação do país em relação ao ecossistema de IoT. A primeira, direcionada as verticais nas quais temos potencial para exercer protagonismo mundial, ao avaliar o cruzamento destas verticais com as camadas de tecnologia, que são compostas por integração, software, hardware, sensores e semicondutores. Para os pontos de casamento perfeito entre a vertical e a camada tecnológica, temos um gold spot, ou seja, uma real oportunidade de desenvolver escala global, para tanto será necessário conceber políticas públicas de fomento e desenvolvimento local. Em outras verticais, em que não serão possíveis alcançar posição de destaque, é necessário ser célere na adoção dos padrões e tecnologias desenvolvidas pelos líderes mundiais, a exemplo, da Industria 4.0. Também se faz necessário desenvolver a infraestrutura para este ecossistema, sendo prioritário a concepção de uma política pública de fomento à construção de datacenters, que são

Posicionamento Brasscom - Internet as Coisas

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INTERNET DAS COISAS

POSICIONAMENTO NO SEMINÁRIO BRASSCOM POLÍTICAS PÚBLICAS & NEGÓCIOS

Brasília, 30 de março de 2016

O conceito de Internet das Coisas ou Internet of Things (IoT) está associado à

massificação de dispositivos de sensoriamento interconectando o mundo físico e biológico ao

universo digital. É esperado que a geração, armazenamento, processamento e análise de grandes

volumes de dados, em tempo real, possibilite melhor conhecimento dos fenômenos que nos

cercam e maior velocidade e assertividade na tomada de decisões, promovendo melhorias

significativas na produtividade, competividade, nos serviços ao cidadão e no bem-estar social.

A Internet das Coisas irá contribuir, cada vez mais, para o crescimento do universo

digital, com projeções que chegam a US$ 19 trilhões em volume de negócios e 1 trilhão de

sensores conectados até 2025. Tecnologias e funcionalidades criadas representarão 10% do

volume total de dados do país até 2020, este percentual era de apenas 2% no ano de 2013. Em

janeiro de 2016 o Brasil possuía 11,4 milhões de acesso M2M. Estima-se que em 2018 serão 645

milhões de dispositivos em rede, ou seja, 3,1 dispositivos por habitante.

Globalmente, as funcionalidades M2M gerarão em 2019, em média, 366 megabytes de

tráfego de dados móveis por mês, muito acima dos 70 megabytes em 2014. Considerando apenas

os “wearable”, ou seja, dispositivos acoplados ao corpo, teremos a geração de 479 megabytes de

tráfego de dados móveis por mês em 2019. Estes números são impressionantes e gerarão grande

demanda de infraestrutura de rede de telecomunicações para transportar tais dados.

O Brasil precisa agir rapidamente para aproveitar as vantagens desta onda tecnológica,

que congrega as principais tendências, tais como, serviços em nuvem, big data, mobilidade e

segurança da informação.

Podemos resumir em duas as estratégias de atuação do país em relação ao ecossistema

de IoT. A primeira, direcionada as verticais nas quais temos potencial para exercer protagonismo

mundial, ao avaliar o cruzamento destas verticais com as camadas de tecnologia, que são

compostas por integração, software, hardware, sensores e semicondutores. Para os pontos de

casamento perfeito entre a vertical e a camada tecnológica, temos um gold spot, ou seja, uma

real oportunidade de desenvolver escala global, para tanto será necessário conceber políticas

públicas de fomento e desenvolvimento local.

Em outras verticais, em que não serão possíveis alcançar posição de destaque, é

necessário ser célere na adoção dos padrões e tecnologias desenvolvidas pelos líderes mundiais,

a exemplo, da Industria 4.0.

Também se faz necessário desenvolver a infraestrutura para este ecossistema, sendo

prioritário a concepção de uma política pública de fomento à construção de datacenters, que são

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para IoT o que as fábricas são para o setor industrial. É a partir dos datacenters que os serviços

são disponibilizados em escala, objetivando preservar o altíssimo grau de confiabilidade e

segurança. A expansão da oferta de serviços em nuvem depende diretamente das condições de

competitividade proporcionadas, e o Brasil desponta como um dos países mais caros, muito em

função da carga tributária.

Se faz mister ainda desenvolver o capital humano para a data driven economy;

incentivar à adoção do protocolo IPv6; a participação e envolvimento dos especialistas brasileiros

nos fóruns internacionais de padronização; a redução da carga tributária sobre conexões M2M

que ainda representa um fator de inibição ao crescimento da comunicação máquina-a-máquina.

Recomenda-se repensar a tributação à luz do potencial de grande volume de sensores e

atuadores conectados a aplicações de Internet das Coisas.

Por fim é preciso, garantir a expansão da cobertura e da capilaridade dos serviços de

acesso à Internet, através da liberação de novas faixas de frequência, que deve ser empreendida

com agilidade e em condições que induzam preços menores por parte dos prestadores de

serviços. Recomenda-se, também, a atração de novos provedores com tecnologias de

comunicação diversas.

Não podemos deixar de mencionar a atual discussão sobre a proteção de dados

pessoais, que possui relevância fundamental para o sucesso das políticas públicas para o

desenvolvimento da Internet das Coisas no País.

Com a correta concepção e implantação de um conjunto de políticas públicas e com a

união do setor privado, público e academia, teremos condições de acelerar o desenvolvimento

do ecossistema necessário para a Internet das Coisas, sendo capaz de gerar inúmeros benefícios

para a sociedade como um todo.