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CENTRO HOSPITALAR DE SÃO JOÃO, E.P.E. SERVIÇO DE IMUNOALERGOLOGIA DIRETOR: DR. JOSÉ LUÍS PLÁCIDO CURRICULUM VITAE FORMAÇÃO ESPECÍFICA DE IMUNOALERGOLOGIA FEVEREIRO DE 2014 NATACHA LOPES DOS SANTOS INTERNA DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA DE IMUNOALERGOLOGIA ORIENTADOR DE FORMAÇÃO: PROF. DOUTOR JOSÉ CASTELA TORRES DA COSTA

Curriculum Vitae para Exame da Especialidade de Imunoalergologia

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CV para avaliação final do internato de formação específica em Imunoalergologia, entregue a 10 de fevereiro de 2014.

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CENTRO  HOSPITALAR  DE  SÃO  JOÃO,  E.P.E.  

SERVIÇO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  

DIRETOR:  DR.  JOSÉ  LUÍS  PLÁCIDO  

 

 

 

 

 

 

CURRICULUM  VITAE  

FORMAÇÃO  ESPECÍFICA  DE  IMUNOALERGOLOGIA  

FEVEREIRO  DE  2014  

 

 

 

 

 

 

NATACHA  LOPES  DOS  SANTOS  

INTERNA  DE  FORMAÇÃO  ESPECÍFICA  DE  IMUNOALERGOLOGIA  

ORIENTADOR  DE  FORMAÇÃO:  PROF.  DOUTOR  JOSÉ  CASTELA  TORRES  DA  COSTA  

       

 

 

   

CURRICULUM  VITAE   i  

O  presente  Curriculum  Vitae  destina-­‐se  à  Prova  de  Avaliação  Final  do  Internato  Complementar  

de  Imunoalergologia.  

 

 

Porto,  10  de  fevereiro  de  2014,  

 

 

A  Interna  

_____________________________________________________  

(Dra.  Natacha  Lopes  dos  Santos)  

 

 

O  Orientador  de  Formação  

_____________________________________________________  

(Prof.  Doutor  José  Torres  da  Costa)  

 

 

O  Diretor  de  Serviço  

_____________________________________________________  

(Dr.  José  Luís  Plácido)  

      NATACHA  SANTOS  ii  

   

CURRICULUM  VITAE   iii  

 

ÍNDICE

 

 

Introdução  ..............................................................................................................................................................  1  Nota  Biográfica  .....................................................................................................................................................  2  Resumo  Curricular  ..............................................................................................................................................  3  

ESTÁGIOS  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  ..............................  7  Descrição  do  Serviço  de  Imunoalergologia  .................................................................................................  9  Atividade  Assistencial  .....................................................................................................................................  12  Consulta  Externa  ................................................................................................................................................................  12  Serviços  de  Atendimento  Urgente  .............................................................................................................................  21  Atendimento  Não  Programado  ..............................................................................................................................  21  Via  Verde  ..........................................................................................................................................................................  22  Serviço  de  Urgência  .....................................................................................................................................................  22  Consulta  Interna  ...........................................................................................................................................................  23  

Internamento  ......................................................................................................................................................................  25  Áreas  Específicas  ...............................................................................................................................................................  26  Área  de  Alergia  Alimentar  ........................................................................................................................................  26  Área  de  Alergia  a  Fármacos  .....................................................................................................................................  28  Área  de  Alergia  a  Veneno  de  Himenópteros  ....................................................................................................  31  Consulta  de  Patologia  Ocupacional  ......................................................................................................................  32  Consulta  de  Imunodeficiências  Primárias  .........................................................................................................  33  

Laboratório  de  Exploração  Funcional  Respiratória  ...........................................................................................  36  Outros  procedimentos  de  diagnóstico  e  terapêutica  .........................................................................................  37  Testes  Cutâneos  ............................................................................................................................................................  37  Imunoterapia  Específica  ...........................................................................................................................................  37  Provocações  Específicas  ............................................................................................................................................  38  

Contributos  para  o  Serviço  de  Imunoalergologia  ..................................................................................  39  Contributos  para  o  desenvolvimento  científico  ...................................................................................................  39  Contributos  para  a  atualização  de  conhecimentos  e  formação  .....................................................................  39  Contributos  para  a  melhoria  da  organização  e  atividade  assistencial  .......................................................  39  Outros  contributos  ............................................................................................................................................................  41  

Estágio  no  Hospital  Mount  Sinai  ..................................................................................................................  43  Introdução  ............................................................................................................................................................................  43  Objetivos  ...............................................................................................................................................................................  43  Hospital  Mount  Sinai  e  Serviço  de  Alergia  e  Imunologia  Clínica  ..................................................................  44  Jaffe  Food  Allergy  Institute  ......................................................................................................................................  44  Primary  Immunodeficiency  Program  ..................................................................................................................  48  

Atividade  Científica  ..........................................................................................................................................................  49  Comentários  .........................................................................................................................................................................  50  

 

 

      NATACHA  SANTOS  iv  

ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  DOS  GRUPOS  ETÁRIOS  PEDIÁTRICOS  ................  53  Introdução  ...........................................................................................................................................................  55  Atividade  assistencial  ......................................................................................................................................  56  Consulta  Externa  ...............................................................................................................................................................  56  Hospital  de  Dia  ...................................................................................................................................................................  59  Laboratório  De  Exploração  Funcional  Respiratória  ...........................................................................................  60  Serviço  de  Urgência  /  Permanência  de  Imunoalergologia  ..............................................................................  61  Procedimentos  Efetuados  ..............................................................................................................................................  62  

Atividade  Científica  e  de  Formação  ............................................................................................................  63  Comentários  ........................................................................................................................................................  64  

ESTÁGIO  DE  LABORATÓRIO  DE  IMUNOLOGIA  .........................................................  65  Introdução  ...........................................................................................................................................................  67  Atividade  Laboratorial  ....................................................................................................................................  68  Setor  de  Imunoalergologia  ............................................................................................................................................  68  Setor  de  Autoimunidade  ................................................................................................................................................  69  Setor  de  Imunoquímica  ..................................................................................................................................................  70  Setor  de  Imunidade  Celular  e  Imunofenotipagem  ..............................................................................................  71  Setor  de  Inflamação  das  Vias  Aéreas  ........................................................................................................................  72  

Atividade  Científica  ..........................................................................................................................................  76  Comentários  ........................................................................................................................................................  77  

OUTROS  ESTÁGIOS  CLÍNICOS  ...................................................................................  79  Estágio  de  Pediatria  Médica  ..........................................................................................................................  81  Introdução  ............................................................................................................................................................................  81  Atividade  Assistencial  .....................................................................................................................................................  81  Atividade  Científica  ..........................................................................................................................................................  85  Comentários  ........................................................................................................................................................................  85  

Estágio  de  Medicina  Interna  ..........................................................................................................................  87  Introdução  ............................................................................................................................................................................  87  Atividade  Assistencial  .....................................................................................................................................................  87  Atividade  Científica  ..........................................................................................................................................................  91  Comentários  ........................................................................................................................................................................  91  

Estágio  de  Pneumologia  ..................................................................................................................................  92  Introdução  ............................................................................................................................................................................  92  Atividade  Assistencial  .....................................................................................................................................................  92  Atividade  Científica  ..........................................................................................................................................................  97  Comentários  ........................................................................................................................................................................  97  

Estágio  de  Otorrinolaringologia  ..................................................................................................................  99  Introdução  ............................................................................................................................................................................  99  Atividade  Assistencial  .....................................................................................................................................................  99  Atividade  Científica  .......................................................................................................................................................  102  Comentários  .....................................................................................................................................................................  102  

Estágio  de  Dermatologia  ..............................................................................................................................  103  Introdução  .........................................................................................................................................................................  103  Atividade  Assistencial  ..................................................................................................................................................  103  Atividade  Científica  .......................................................................................................................................................  108  Comentários  .....................................................................................................................................................................  108  

 

CURRICULUM  VITAE   v  

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  E  DE  FORMAÇÃO  ...............................................................  111  Formação  Complementar  ............................................................................................................................  113  Cursos  de  formação  pós-­‐graduada  .........................................................................................................................  113  Outros  cursos  ...................................................................................................................................................................  116  Participação  em  Congressos  /  Reuniões  Científicas  .......................................................................................  116  

Projetos  de  Investigação  ..............................................................................................................................  118  Prémios  e  Bolsas  .............................................................................................................................................  124  Trabalhos  científicos  premiados  .............................................................................................................................  124  Bolsas  de  Estudo  .............................................................................................................................................................  125  

Publicações  .......................................................................................................................................................  126  Livros  /  Capítulos  de  livros  ........................................................................................................................................  126  Em  Texto  Completo  .......................................................................................................................................................  126  Revistas  indexadas  na  PubMed  ou  ISIs  ............................................................................................................  126  Revistas  não  indexadas  com  revisão  por  pares  ...........................................................................................  127  

Outros  artigos  com  revisão  por  pares  ...................................................................................................................  128  Sob  a  forma  de  resumo  ................................................................................................................................................  128  

Comunicações  ..................................................................................................................................................  135  Em  Reuniões  Científicas  /  Congressos  ..................................................................................................................  135  Outras  apresentações  /  Palestrante  a  convite  ...................................................................................................  135  Apresentações  Em  Reuniões  de  Serviço  ...............................................................................................................  136  Serviço  de  Imunoalergologia  ...............................................................................................................................  136  Outros  serviços  ..........................................................................................................................................................  137  

Atividade  formativa  e  de  Divulgação  Científica  ...................................................................................  138  Pré-­‐Graduada  ...................................................................................................................................................................  138  Pós-­‐Graduada  ...................................................................................................................................................................  138  Outras  ..................................................................................................................................................................................  138  

Inscrição  em  Sociedades  Científicas  .........................................................................................................  140  Outras  atividades  de  valorização  profissional  .....................................................................................  140      Considerações  finais  e  Agradecimentos  .................................................................................................  141  

ANEXOS  EM  FORMATO  DIGITAL  ............................................................................  143      

      NATACHA  SANTOS  vi  

 

 

   

CURRICULUM  VITAE   vii  

ÍNDICE DE TABELAS E FIGURAS

 Tabela  1.   Organização   dos   estágios   da   Formação   Específica   em  

Imunoalergologia  4  

Tabela  2.   Classificações  obtidas  nos  estágios  e  formato  da  avaliação     4  

Tabela  3.   Acompanhamento   personalizado   de   doentes   de   Imunoalergologia  durante   o   Internato,   em   comparação   com   os   mínimos   exigidos   no  Programa  de  Formação.  

5  

Tabela  4.   Procedimentos   diagnósticos   e   terapêuticos   realizados   durante   o  Internato,  em  comparação  com  os  mínimos  exigidos  no  Programa  de  Formação.  

5  

Tabela  5.   Atividades  de  investigação  e  formação  realizadas  durante  o  Internato  Complementar   de   Imunoalergologia,   em   comparação   com   os  mínimos  exigidos  no  Programa  de  Formação.  

6  

Tabela  6.   Evolução   da   atividade   assistencial   da   consulta   externa   ao   longo   do  internato  segundo  dados  do  SONHO  

12  

Tabela  7.   Atividade  assistencial  da  consulta  externa   12  

Tabela  8.   Diagnósticos  principais  dos  doentes  seguidos  em  consulta  externa   13  

Tabela  9.   Subtipos  de  urticária  nos  doentes  seguidos  em  consulta  externa   18  

Tabela  10.   Principais   motivos/diagnósticos   da   consulta   de   atendimento   não  programado  

21  

Tabela  11.   Principais  motivos/diagnósticos  observados  no  Serviço  de  Urgência   23  

Tabela  12.   Procedimentos  diagnósticos  realizados  na  área  de  alergia  alimentar   27  

Tabela  13.   Procedimentos  realizados  na  área  de  alergia  a  fármacos   30  

Tabela  14.   Procedimentos   realizados   na   área   de   alergia   a   veneno   de  himenópteros  

31  

Tabela  15.   Procedimentos   realizados   no   Laboratório   de   Exploração   Funcional  Respiratória  

36  

Tabela  16.   Motivos   de   consulta   e   diagnósticos   por   faixa   etária   (Estágio   de  Imunoalergologia  dos  Grupos  Etários  Pediátricos)  

57  

Tabela  17.   Procedimentos   observados   em   Hospital   de   Dia   (Estágio   de  Imunoalergologia  dos  Grupos  Etários  Pediátricos)  

59  

Tabela  18.   Motivos   de   observação   urgente   e   diagnósticos   por   faixa   etária  (Estágio  de  Imunoalergologia  dos  Grupos  Etários  Pediátricos)  

61  

Tabela  19.   Procedimentos   diagnósticos   e   terapêuticos   realizados   durante   o  Estágio  de  Imunoalergologia  dos  Grupos  Etários  Pediátricos.  

62  

Tabela  20.   Atividades   de   investigação   realizadas   durante   o   Estágio   de  Imunoalergologia  dos  Grupos  Etários  Pediátricos  

63  

      NATACHA  SANTOS  viii  

Tabela  21.   Motivos  de   internamento  e  diagnósticos  por   internamento  por  faixa  etária  (Estágio  de  Pediatria)  

83  

Tabela  22.   Motivos   de   internamento   e   diagnósticos   dos   doentes   internados  (Estágio  de  Medicina  Interna)  

89  

Tabela  23.   Doentes  com  testes  epicutâneos  positivos  para  alergénios  da  bateria  standard  GPEDC  (Estágio  de  Dermatologia)  

106  

Tabela  24.   Resumo  de  comunicações  em  reuniões  científicas  /  congressos   135  

     

     Figura  1.   Corpo  Clínico  do  Serviço  de  Imunoalergologia  em  dezembro  de  2013   9  

Figura  2.   Organigrama  do  Serviço  de  Imunoalergologia  em  dezembro  de  2013   10  

Figura  3.   Relação  entre  gravidade  de  asma  e  de  rinite   14  

Figura  4.   Área  de  preparação  de  alimentos  para  as  provas  de  provocação  oral  (Hospital  Mount  Sinai)  

46  

Figura  5.   Frequência   relativa   de   sensibilização   aos   diferentes   grupos   de  aeroalergénios   (Estágio   de   Imunoalergologia   dos   Grupos   Etários  Pediátricos)  

56  

   

CURRICULUM  VITAE   ix  

LISTA DE ABREVIATURAS

 

AINE  -­‐  Anti-­‐inflamatórios  não  esteróides  

ANP  -­‐  Atendimento  Não  Programado  

ARIA  -­‐  Allergic  Rhinitis  and  its  Impact  on  Asthma  

CARAT  -­‐  Controlo  da  Asma  e  Rinite  Alérgica  Teste  

CD  –  Cluster  de  Diferenciação  

CNPRP  -­‐  Centro  Nacional  de  Proteção  contra  Riscos  Profissionais.  

CPARA  -­‐  Catálogo  Português  de  Alergias  e  Reações  Adversas  

DEMI  -­‐  Débito  expiratório  máximo  instantâneo  

EAACI  -­‐  European  Academy  of  Allergology  and  Clinical  Immunology  

EPE  -­‐  Entidade  Pública  Empresarial  

EPR  -­‐  Expert  Panel  Report  

ERS  -­‐  European  Respiratory  Society  

ESID  -­‐  European  Society  for  Immunodeficiencies  

FEV  -­‐  Volume  expiratório  forçado  

FPIES  -­‐  Síndrome  de  enterocolite  induzidas  por  proteínas  alimentares  

GA2LEN  -­‐  Global  Allergy  and  Asthma  European  Network  

GINA-­‐  Global  Initiative  for  Asthma  

GPEDC  -­‐  Grupo  Português  de  Estudo  das  Dermatites  de  Contacto  

Ig  -­‐  Imunoglobulina  

JMA  -­‐  Junior  Members  &  Affiliates  da  EAACI  

LBA  -­‐  Lavado  broncoalveolar  

LTP  -­‐  Proteína  de  transferência  de  lípidos  

PPO  -­‐  Prova  de  provocação  oral  

SAO  -­‐  Síndrome  de  alergia  oral  

SONHO  -­‐  Sistema  Integrado  de  Informação  Hospitalar  

SPAIC  -­‐  Sociedade  Portuguesa  de  Alergologia  e  Imunologia  Clínica  

SPI  -­‐  Sociedade  Portuguesa  de  Imunologia  

SpO2  -­‐  Saturação  periférica  de  oxigénio  

TA  -­‐  Tensão  arterial  

TCP  -­‐  Testes  cutâneos  por  picada  

TID  -­‐  Testes  intradérmicos  

TRECs  -­‐  Círculos  de  excisão  dos  receptores  das  células  T    

      NATACHA  SANTOS  x  

   

CURRICULUM  VITAE   1  

INTRODUÇÃO  

Mais   de   cem   anos   passaram   desde   a   primeira   descrição   da   “febre   dos   fenos”   em   1819   por  

Bostock,   da   realização   dos   primeiros   testes   cutâneos   por   picada   em   1869   por   Blakely   e   do  

início  da  imunoterapia  específica  em  1911  por  Noon  e  Freeman.  

Apesar  dos  incríveis  avanços  científicos  nas  áreas  da  alergologia  e  da  imunologia,  que  desde  o  

meu   terceiro   ano   da   licenciatura   em   medicina   me   têm   motivado   a   curiosidade,   muito   por  

mérito   do   Prof.   Doutor   Santos   Rosa,   professor   de   Imunologia   da   Faculdade   de  Medicina   de  

Coimbra  e  do  Prof.  Doutor  António  Coutinho,  de  quem   tive  o  prazer  de  ouvir  pessoalmente  

uma   sua  preleção  na   comemoração  do  aniversário  da  mesma   faculdade,   ficam  ainda  muitas  

dúvidas  por  responder.  

A  mais  importante,  a  meu  ver,  está  no  cerne  da  etiologia  da  patologia  alérgica  e  as  razões  para  

o  aumento  da  sua  prevalência  nas  últimas  décadas,  afetando  atualmente  cerca  de  30-­‐40%  da  

população  mundial  (WAO  White  Book  on  Allergy  2011).  De  entre  as  várias  hipóteses  colocadas,  

a  hipótese  da  higiene  tem  adquirido  uma  relevância  particular,  embora  com  várias  adaptações  

desde  a  sua  formulação  inicial  em  1989  por  Strachan,  estando  os  seus  conceitos  no  cerne  do  

Finish   Allergy   Programme   2008-­‐2018,   que   se   propõe,   entre   outros   objetivos,   prevenir   o  

desenvolvimento   de   sintomas   de   alergia.   A   melhoria   destes   conhecimentos   permitirá  

certamente   melhorar   as   estratégias   de   prevenção   primária   bem   como   a   aquisição   de  

tolerância,  natural  ou   induzida,  aos  vários  alergénios,  com  consequente  melhoria  da  saúde  e  

da  qualidade  de  vida  global.  

Foi   minha   tentativa   durante   estes   5   anos   de   Formação   Específica   em   Imunoalergologia  

acompanhar  os  desenvolvimentos  desta  área  científica  e  potenciar  a  melhoria  de  cuidados  ao  

doente   com   patologia   imunoalergológica,   só   possíveis   com   uma   atualização   permanente   e  

cada  vez  mais  requerendo  a  cooperação  entre  várias  instituições  e  diferentes  áreas  do  saber.  

   

  NATACHA  SANTOS  2  

NOTA  BIOGRÁFICA  

INFORMAÇÃO  PESSOAL  

Nome:  Natacha  Lopes  dos  Santos  

Filiação:  Cirilo  Lopes  Gomes  dos  Santos  

 Marina  Sergueevna  Issakova  

Data  de  nascimento:  13  de  outubro  de  1983  

Naturalidade:  Donetsk,  Ucrânia  

Nacionalidade:  Portuguesa  

 

HABILITAÇÕES  LITERÁRIAS  

Ensino  Secundário  na  Escola  Secundária  Manuel  Cargaleiro,  Seixal,  concluído  em  julho  de  2001  

com  a  classificação  final  de  18  valores.  

Licenciatura   em   Medicina   pela   Faculdade   de   Medicina   da   Universidade   de   Coimbra,   de  

outubro  de  2001  a  julho  de  2007,  com  a  classificação  final  de  15,270  valores  (ANEXOS  1  E  2).  

Exame  de  Acesso  ao   Internato  Complementar  –   IM  2008A,   realizado  em  novembro  de  2007,  

com  a  classificação  final  de  78%,  correspondente  ao  321º  lugar  entre  1060  candidatos  (ANEXO  

2).  

Internato  do  Ano  Comum  no  Centro  Hospitalar  do  Barlavento  Algarvio,  de  janeiro  a  dezembro  

de  2008,  com  a  classificação  final  de  Apto  (ANEXO  3).  

Ingresso  no  Internato  de  Formação  Específica  em  Imunoalergologia  a  2  de  janeiro  de  2009,  no  

Serviço  de  Imunoalergologia  do  Centro  Hospitalar  São  João,  E.P.E.  (ANEXO  4).  

   

CURRICULUM  VITAE   3  

RESUMO  CURRICULAR  

ESTÁGIOS  EFETUADOS  E  CLASSIFICAÇÕES  OBTIDAS  

O  Internato  Complementar  em  Imunoalergologia  teve  início  a  1  de  janeiro  de  2009  no  Serviço  

de  Imunoalergologia  do  Centro  Hospitalar  de  São  João,  E.P.E.,  à  data  sob  direção  da  Dra.  Maria  

da   Graça   Castel-­‐Branco   e   tendo   como   orientador   o   Dr.   José   Luís   Plácido,   e   desde   junho   de  

2010  sob  direção  do  Dr.  José  Luís  Plácido  e  orientação  do  Prof.  Doutor  José  Castela  Torres  da  

Costa.  

O  plano  de  formação  foi  inicialmente  estruturado  de  acordo  com  o  Programa  de  Formação  do  

Internato  Complementar  de  Imunoalergologia,  publicado  em  Diário  da  República  -­‐  I  Série  B  nº  

178  de  2  de  agosto  de  1996,  atualizado  em  fevereiro  de  2011  de  acordo  com  o  Programa  de  

Formação,  publicado  em  Diário  da  República,  1ª  série,  nº  6  de  10  de  janeiro  de  2011  (ANEXO  5).    

Tabela  1.  Organização  dos  estágios  da  Formação  Específica  em  Imunoalergologia  

  JAN   FEV   MAR   ABR   MAI   JUN   JUL   AGO   SET   OUT   NOV   DEZ  2009   PEDIATRIA  MÉDICA   MEDICINA  INTERNA  

2010   MEDICINA  INTERNA   IMUNOALERGOLOGIA  GERAL  

2011   IMUNOALERGOLOGIA  GERAL   IMUNOALERGOLOGIA  GRUPOS  ETÁRIOS  PEDIÁTRICOS  

2012   IA   IMUNOLOGIA   PNEUMOLOGIA   OTORRINOLARINGOLOGIA   DERMATOLOGIA  

2013   DERM   IMUNOALERGOLOGIA  DO  ADULTO  (IA)   ESTÁGIO  FINAL  DE  IMUNOALERGOLOGIA(1)  (1)Inclui  o  estágio  de  4  semanas  (5  a  30  de  agosto  de  2013)  no  Hospital  Mount  Sinai,  Nova  Iorque  

Tabela  2.  Classificações  obtidas  nos  estágios  e  formato  da  avaliação  

ESTÁGIO   CLASSIFICAÇÃO   AVALIAÇÃO  PEDIATRIA  MÉDICA   17,0   R  MEDICINA  INTERNA   18,0   R  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL   18,7   R+P+T  IMUNOALERGOLOGIA  DOS  GRUPOS  ETÁRIOS  PEDIÁTRICOS   19,5   R  IMUNOLOGIA   18,6   R  PNEUMOLOGIA   19,2   R  OTORRINOLARINGOLOGIA   19,3   R  DERMATOLOGIA   19,0   R  IMUNOALERGOLOGIA  DO  ADULTO  /  ESTÁGIO  FINAL   19,5   R+P+T  NOTA  FINAL  DE  INTERNATO   18,64    R:  Relatório  de  Atividades;  P:  Avaliação  Prática;  T:  Avaliação  Teórica  

São  apresentadas  em  anexo  as  declarações  de  tempo  e  qualidade  de  serviço  (ANEXO  6).  

  NATACHA  SANTOS  4  

ATIVIDADE  ASSISTENCIAL  E  PROCEDIMENTOS  REALIZADOS  

Tabela   3.   Acompanhamento   personalizado   de   doentes   de   Imunoalergologia   durante   o  

Internato,  em  comparação  com  os  mínimos  exigidos  no  Programa  de  Formação.  

  TOTAL   MÍNIMOS  CONSULTA  EXTERNA  DE  IMUNOALERGOLOGIA     -­‐  

Total  de  consultas   1345   -­‐  Primeiras  consultas   362   -­‐  

Taxa  de  acessibilidade  (%)   26,9    Total  de  doentes   544   500  

Idade  <  18  anos   160   -­‐  URGÊNCIAS  DE  IMUNOALERGOLOGIA   474   -­‐  INTERNAMENTOS  DE  IMUNOALERGOLOGIA   15   -­‐  

 

Tabela   4.   Procedimentos   diagnósticos   e   terapêuticos   realizados   durante   o   Internato,   em  

comparação  com  os  mínimos  exigidos  no  Programa  de  Formação.  

PROCEDIMENTO   TOTAL   MÍNIMOS  TESTES  CUTÂNEOS  POR  PICADA(1)   346   250  TESTES  CUTÂNEOS  INTRADÉRMICOS   77   50  TESTES  EPICUTÂNEOS   104   50  PROVA  DE  PROVOCAÇÃO  NASAL  ESPECÍFICA(2)   8   20  PROVA  DE  PROVOCAÇÃO  CONJUNTIVAL  ESPECÍFICA(2)   60   10  ESTUDO  FUNCIONAL  RESPIRATÓRIO  BASAL   294   100  PROVA  DE  BRONCODILATAÇÃO  COM  BETA-­‐2  MIMÉTICO   104   50  PROVA  DE  PROVOCAÇÃO  BRÔNQUICA  INESPECÍFICA   22   20  FRAÇÃO  EXALADA  DO  ÓXIDO  NÍTRICO   141   N.E.  OSCILOMETRIA  DE  IMPULSO   42   N.E.  RINOMANOMETRIA  ANTERIOR(2)   3   N.E.  PROVA  DE  PROVOCAÇÃO  ORAL  A  ALIMENTOS  OU  ADITIVOS   83   20  PROVA  DE  PROVOCAÇÃO  A  FÁRMACOS   85   20  PROVA  DE  PROVOCAÇÃO  POR  EXERCÍCIO  FÍSICO(2)   7   10  PROVA  DE  PROVOCAÇÃO  COM  ESTÍMULOS  FÍSICOS(3)   16   10  APLICAÇÃO  SUBCUTÂNEA  DE  IMUNOTERAPIA  ESPECÍFICA(4)   >100   100  SUPERVISÃO  DA  ADMINISTRAÇÃO  SUBCUTÂNEA  DE  IMUNOTERAPIA     40/SEM   1000  ACOMPANHAMENTO  DE  ESQUEMA  ACELERADO  DE  IMUNOTERAPIA   38   5  ACOMPANHAMENTO  DE  ADMINISTRAÇÃO  DE  GAMAGLOBULINA  EV(5)   10   10  ACOMPANHAMENTO  DE  PROTOCOLOS  DE  INDUÇÃO  DE  TOLERÂNCIA   24   5  

N.E.:   Não   especificado.   SEM:   semana.   (1)Inclui   testes   cutâneos   picada-­‐picada   com   extratos   em  natureza.(2)Procedimentos   não   disponíveis   na   prática   clínica   do   Serviço   de   Imunoalergologia.  (3)Contabilizados   apenas   os   doentes   com   teste   de   cubo  degelo   ou   de   dermografismo  positivos,   e   não  todos  os  realizados.  (4)Inclui  58  administrações  contabilizadas  no  âmbito  da  estágio  de  Imunoalergologia  dos  Grupos  Etários  Pediátricos  e  ensaio  clínico.(5)10  doentes  com  ≥12  administrações  cada.  

CURRICULUM  VITAE   5  

ATIVIDADES  DE  INVESTIGAÇÃO  E  FORMAÇÃO  

Tabela  5.  Atividades  de  investigação  e  formação  realizadas  durante  o  Internato  Complementar  

de  Imunoalergologia,  em  comparação  com  os  mínimos  exigidos  no  Programa  de  Formação.  

  TOTAL   MÍNIMOS  PROJETOS  DE  INVESTIGAÇÃO   18   1  

Como  autor  ou  co-­‐autor   8   -­‐  

Em  curso   5   -­‐  

PRÉMIOS     8   -­‐  Como  primeiro  autor  /  apresentador   4   -­‐  

Internacionais   2   -­‐  

PUBLICAÇÕES   42   -­‐  Livros  /  capítulos  de  livros   1   -­‐  

Artigos  em  texto  completo   15   4  Como  primeiro  autor   10   -­‐  

Revistas  indexadas     9   -­‐  

Outros  artigos   3   -­‐  

Sob  a  forma  de  resumo1   23   -­‐  Como  primeiro  autor   10   -­‐  

COMUNICAÇÕES   39   -­‐  Em  reuniões  científicas   17   10  

Internacionais   9   -­‐  

Palestrante  a  convite   8   -­‐  

Em  reuniões  de  Serviço  de  Imunoalergologia   11   -­‐  

Em  reuniões  de  outros  Serviços   3   -­‐  

AÇÕES  DE  FORMAÇÃO  DE  OUTROS  PROFISSIONAIS   8   -­‐  AÇÕES  DE  ESCLARECIMENTO  AO  PÚBLICO   5   -­‐  BOLSAS  DE  FORMAÇÃO     3   -­‐  CURSOS  E  AÇÕES  DE  FORMAÇÃO   23   -­‐  

Suporte  Imediato  de  Vida   1   1  

Internacionais   6   -­‐  

PARTICIPAÇÃO  EM  CONGRESSOS  E  REUNIÕES   31   -­‐  Internacionais   9   -­‐  

OUTRAS  CONTRIBUIÇÕES  PARA  O  SERVIÇO   5   -­‐  1Os   trabalhos   /   publicações   em   resumo   semelhantes   apresentados   em   diferentes   reuniões,  independentemente  da  língua,  foram  contabilizados  apenas  uma  vez.  

 

   

  NATACHA  SANTOS  6  

   

 

 

ESTÁGIOS DE IMUNOALERGOLOGIA

GERAL, DO ADULTO E FINAL

 

 

 

   

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  8  

   

CURRICULUM  VITAE                                                     9  

DESCRIÇÃO  DO  SERVIÇO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  

O  Serviço  de  Imunoalergologia  do  Centro  Hospitalar  São  João,  EPE  está  integrado  na  Unidade  

Autónoma  de  Gestão  de  Medicina,  estando  desde  junho  de  2010  sob  a  direção  do  Dr.  José  Luís  

Plácido.  Localiza-­‐se  no  Departamento  de  Ambulatório  do  Hospital  de  São  João,  onde  a  maior  

parte  da  sua  atividade  está  concentrada.  Adicionalmente,   tem  espaço  disponível  no  Hospital  

de  Dia  e  no  Internamento.  

À   data   da   finalização   do   internato   de   Imunoalergologia   o   corpo   clínico   era   composto   por   8  

especialistas   em   Imunoalergologia   (Figura   1).   Colaboram   ainda   com   o   Serviço   de  

Imunoalergologia,  sob  supervisão  do  Centro  de  Ambulatório,  elementos  de  enfermagem  e  dois  

elementos  administrativos,  em  esquema  de  rotatividade.  

Figura  1.  Corpo  Clínico  do  Serviço  de  Imunoalergologia  em  dezembro  de  2013  

DIRETOR  DE  SERVIÇO     COLABORADOR  DO  SIA,  EM  VOLUNTARIADO  DR.  JOSÉ  LUÍS  PLÁCIDO     PROF.  DOUTOR  LUÍS  DELGADO  

     ASSISTENTES  HOSPITALARES  GRADUADOS     INTERNOS  COMPLEMENTARES  PROF.  DOUTOR  JOSÉ  TORRES  DA  COSTA     DRA.  ANA  MARGARIDA  PEREIRA  (5º  ANO)  DRA.  JOSEFINA  RODRIGUES  CERNADAS     DRA.  NATACHA  SANTOS  (5º  ANO)  

    DRA.  DIANA  SILVA  (4º  ANO)  ASSISTENTES  HOSPITALARES     DRA.  FABRÍCIA  CAROLINO  (2º  ANO)  

DR.  MÁRIO  MIRANDA     DR.  LUÍS  AMARAL  (1º  ANO)  DRA.  ALICE  COIMBRA     INTERNOS  COMPLEMENTARES  

PROF.  DOUTOR  JOÃO  FONSECA     TÉCNICOS  SUPERIORES  DE  CARDIOPNEUMOLOGIA  DRA.  EUNICE  DIAS  DE  CASTRO     TÉCNICA  CARLA  MARTINS  

PROF.  DOUTOR  ANDRÉ  MOREIRA     TÉCNICO  ARTUR  VILELA    

De  forma  a  proporcionar  uma  resposta  adequada  às  solicitações,  o  Serviço  evoluiu  no  sentido  

da   diferenciação   de   consultas   de   áreas   específicas,   estando   as   consultas   de   angioedema  

hereditário  e  de  imunoalergologia  dos  grupos  etários  pediátricos  em  fase  de  implementação.  A  

organização   e   coordenação   das   diferentes   áreas   de   atividade   assistencial   do   Serviço   de  

Imunoalergologia  encontra-­‐se  representada  na  figura  2.  

   

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  10  

Figura  2.  Organigrama  do  Serviço  de  Imunoalergologia  em  dezembro  de  2013  

 

 

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CURRICULUM  VITAE                                                     11  

Para  além  da  atividade  assistencial,  o  Serviço  de  Imunoalergologia  tem  um  papel  fundamental  

na   investigação   na   área   da   Imunoalergologia,   na   formação   pré-­‐graduada   de   alunos   da  

Faculdade  de  Medicina  da  Universidade  do  Porto  e  na  formação  pós-­‐graduada,  com  especial  

relevo   para   a   formação   de   internos   da   Especialidade   de   Imunoalergologia,   para   a   qual   tem  

idoneidade  formativa  completa  desde  janeiro  de  2013.    

Elementos   do   Serviço   de   Imunoalergologia   participam   ativamente   em   órgãos   da   Sociedade  

Portuguesa   de   Alergologia   e   Imunologia   Clínica,   Academia   Europeia   de   Alergologia   e  

Imunologia  Clínica,  Ordem  dos  Médicos  e  Colégio  de  Especialidade  de  Imunoalergologia.  

Uma   descrição   mais   pormenorizada   da   história,   recursos   humanos,   instalações   e  

equipamentos,   atividade   assistencial   e   atividade   científica   e   formativa   do   Serviço   de  

Imunoalergologia  encontra-­‐se  em  anexo  (ANEXO  7).  

   

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  12  

ATIVIDADE  ASSISTENCIAL  

CONSULTA  EXTERNA  

No  período  de  1  de  julho  de  2010  a  31  dezembro  de  2013,  correspondente  ao  seguimento  de  

doentes   de   forma   individualizada,   foram   observados,   segundos   os   dados   do   SONHO,   644  

doentes  com  aumento  progressivo  do  número  de  consultas  durante  o  internato.    

Tabela  6.  Evolução  da  atividade  assistencial  da  consulta  externa  ao  longo  do  internato  segundo  

dados  do  SONHO  

  2010   2011   2012   2013   TOTAL  TOTAL  DE  CONSULTAS   80   249   399   678   1406  PRIMEIRAS  CONSULTAS   16   51   122   177   366  

Taxa  de  acessibilidade  (%)   20,0   20,5   30,6   26,1   26,0  

TOTAL  DE  DOENTES   76   138   211   418   644    

No  entanto,  100  doentes  foram  observados  em  substituição  de  outro  médico,  como  parte  do  

seguimento   de   doentes   no   Ensaio   Clínico   BIA-­‐PHL-­‐P2-­‐001   ou   como   consulta   não   presencial  

para  registo  de  relatório   final  da  Área  de  Alergia  a  Fármacos.  Durante  a  Formação  Específica  

em  Imunoalergologia  foram  diretamente  seguidos  e  observados  em  Consulta  Externa  um  total  

de  544  doentes  (Tabela  7),  com  idade  mediana  de  29  anos  (5  meses  a  82  anos,  29%  com  idade  

<18   anos),   352   (65%)   do   sexo   feminino,   cujos   diagnósticos   principais   se   encontram  

discriminados  na  Tabela  8.A  média  (desvio  padrão)  de  consultas  por  doente  foi  2,5  (2),  sendo  

que  211  (39%)  foram  observados  em  apenas  uma  consulta.    

Tabela  7.  Atividade  assistencial  da  consulta  externa  

  TOTAL  TOTAL  DE  CONSULTAS   1345  PRIMEIRAS  CONSULTAS   362  

Taxa  de  acessibilidade  (%)   26,9  

TOTAL  DE  DOENTES   544  Idade  12-­‐17  anos,  n  (%)   57  (10%)  Idade  6-­‐11  anos,  n  (%)   49  (9%)  Idade  <  6  anos,  n  (%)   54  (10%)  

 

CURRICULUM  VITAE                                                     13  

A   proveniência   dos   doentes   foi   maioritariamente   dos   centros   de   saúde   (43%),   de   outros  

médicos  do  Serviço  de  Imunoalergologia  (32%)  e  de  outras  especialidades  hospitalares  (11%),  

de  entre  as  quais  Otorrinolaringologia  (78%)  e  Dermatologia  (14%).    Foram  ainda  observados  

doentes   provenientes   do   Serviço   de   Urgência   (n=33),   internamento   (n=9)   e   consulta   de   Via  

Verde  (n=6).  

Tabela  8.  Diagnósticos  principais  dos  doentes  seguidos  em  consulta  externa  

  TOTAL   <18  ANOS  RINITE   369   123  ASMA   222   63  SIBILÂNCIA  RECORRENTE   19   19  ALERGIA  A  FÁRMACOS   95   13  ALERGIA  A  ALIMENTOS   51   13  ALERGIA  A  VENENO  DE  HIMENÓPTEROS   2   0  ALERGIA  AO  LÁTEX   2   0  URTICÁRIA  E/OU  ANGIOEDEMA   92   11  DERMATITE  ATÓPICA   20   15  DERMATITE  DE  CONTACTO   17   2  OUTROS1   48   22  

1Infeções  de  repetição   (n=9),  prurigo  estrófulo   (n=7),  apneia  obstrutiva  do  sono   (n=6)   lesões  cutâneas  não  especificadas  (n=4),  tosse  crónica  (n=3),  tosse  pós-­‐infeciosa  (n=3),  défice  de  alfa-­‐1  antitripsina  (n=3),  reações  locais  exuberantes  a  picada  de  himenópteros  (n=3),  eczema  de  estase  (n=2),  eczema  das  mãos  (n=2),  candidíase  refratária  ao  tratamento  (n=1),  provável  disfunção  das  cordas  vocais  (n=1),  patologia  intersticial   pulmonar   (n=1),   hipereosinofilina   (n=1),  mastocitose   cutânea   (n=1),  mastocitose   sistémica  indolente  (n=1)  e  suspeita  de  anafilaxia  com  o  exercício  (n=1).  

O   facto  de  o  número  total  de  diagnósticos  ou  suspeitas  diagnósticas  ser  superior  ao  número  

total  de  doentes  demonstra  o  frequente  atingimento  multiorgânico  da  patologia  alérgica.  

Dos   369   doentes   com   rinite,   197   (53%)   tinham   asma   associada,   59   (16%)   conjuntivite   e   42  

(11%)  rinossinusite,  10  dos  quais  com  polipose  nasal  e  3  com  doença  respiratória  exacerbada  

pela  aspirina.    

Em   292   (80%)   dos   doentes   confirmou-­‐se   o   diagnóstico   de   rinite   alérgica.   Quatro   doentes  

tinham   clínica   muito   sugestiva   de   rinoconjuntivite   alérgica   polínica,   embora   com   testes  

cutâneos   por   picada   negativos   para   pólenes,   tendo   sido   considerada   a   possibilidade   de  

entopia,   aguardando   a   realização   de   prova   de   provocação   específica.   Outras   etiologias  

incluíram   rinite   agravada   pela   ocupação   (n=3),   gravídica   (n=2),   gustatória   (n=1),  

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  14  

medicamentosa  (n=1),  e  por  obstrução  mecânica  (n=3).  Salientam-­‐se  3  doentes  trabalhadores  

em  confecção  ou  costura  com  rinite  agravada  pela  ocupação  e  1  marceneiro  com  conjuntivite  

desencadeada  pelo  contacto  com  madeira  de  tília.  

Dos   222   doentes   com   asma,   197   (89%)   tinham   rinite   associada   e   em   183   (82%)   os   testes  

cutâneos   foram   positivos   para   pelo   menos   um   aeroalergénio.   Outras   comorbilidades  

presentes  foram  obesidade  (n=17),  tabagismo  ativo  (n=12),  depressão  (n=7)  e  refluxo  gastro-­‐

esofágico   (n=6),   tendo   sido   promovido   o   seu   tratamento   com   orientação   a   outras  

especialidades   sempre   que   necessário.   Em   2   doentes   foi   conseguida   a   cessação   tabágica.  

Numa   doente   foi   confirmado   o   diagnóstico   de   aspergilose   broncopulmonar   alérgica.   Neste  

período  foram  seguidas  6  senhoras  grávidas  com  asma.    

Na  figura  3  é  apresentada  a  relação  entre  gravidade  de  rinite,  de  acordo  com  o  Allergic  Rhinitis  

and   its   Impact   on  Asthma   (ARIA)   2008  e   de   asma,   classificada   tendo  em   conta   a  medicação  

necessária   para   atingir   o   controlo   de   acordo   com   as   orientações   do   Global   Initiative   for  

Asthma  (GINA)  2009  e  do  Expert  Panel  Report  (EPR)-­‐3  2007.  

Figura  3.  Relação  entre  gravidade  de  asma  e  de  rinite  

 

O   número   de   doentes   com   asma   persistente  moderada   poderá   estar   sobrevalorizado,   dado  

que   em   alguns   doentes   a   diminuição   do   nível   terapêutico   acarreta   a  mudança   de   um  único  

inalador  para  um  inalador  de  controlo  e  um  diferente  inalador  de  tratamento  da  exacerbação,  

com   uma   potencial   diminuição   da   compliance   do   doente,   tendo-­‐se   optado   por   manter   a  

terapêutica  atual.    

0   20   40   60   80  

Asma  intermitente  

Asma  persistente  ligeira  

Asma  persistente  moderada  

Asma  persistente  grave  

n  doentes  

Rinite  intermitente  ligeira  Rinite  intermitente  moderada  a  grave  Rinite  persistente  ligeira  Rinite  persistente  moderada  a  grave  

CURRICULUM  VITAE                                                     15  

Os  doentes  considerados  como  tendo  asma  grave  englobam:  

1) Doente   de   54   anos,   sexo   feminino,   com   asma   e   rinite   alérgica   a   ácaros  

corticodependente,   que   iniciou   tratamento   com   omalizumab.   Suspendeu   corticoide  

oral  tendo  na  última  consulta  um  “Controlo  da  Asma  e  Rinite  Alérgica  Teste”  (CARAT)  

de  23/30  total  e  14/18  nas  vias  aéreas  inferiores.  

2) Doente   de   46   anos,   sexo   masculino   com   asma   e   rinite   alérgica,   polissensibilizado,  

corticodependente,   com   bronquiectasias   e   pectus   escavatum   como   comorbilidades,  

previamente  em  tratamento  com  omalizumab  que  suspendeu  por  ausência  de  adesão  

ao  tratamento.  

3) Doente   de   66   anos,   sexo   masculino,   não   atópico,   com   síndrome   de   sobreposição  

asma/DPOC  e  bronquiectasias,  que  teve  alta  para  a  consulta  de  Pneumologia  onde  já  

era  anteriormente  seguido.  

Foram  ainda  seguidos  atletas   federados  com  asma,  para  os  quais  houve  especial  atenção  na  

prescrição  de  medicação,  de  forma  a  cumprir  a  Lista  de  Substâncias  Proibidas  pela  Autoridade  

Antidopagem  de  Portugal  (ADoP).  

Os   doentes   com   asma   estavam,   na   sua   maioria,   parcial   ou   totalmente   controlados   com   a  

terapêutica  prescrita.  Os  doentes  com  asma  não  controlada  eram  sobretudo  os  observados  em  

primeira  consulta  ou  com  incumprimento  da  terapêutica.  

A  cada  doente  era  instituída  a  terapêutica  inalatória  em  função  da  idade  e  capacidades  físicas  

e  cognitivas,  sendo  a  técnica  inalatória  revista  periodicamente.  

Dos  doentes  que   realizaram   testes   cutâneos   para   aeroalergénios,  332   (62%)  eram  atópicos,  

sendo  a  frequência  de  atopia  superior  (79%)  nos  doentes  com  rinite  e/ou  asma.  Destes,  29%  

eram  monossensibilizados   a   ácaros,   19%   a   pólenes   e   1%   a   epitélios   de   animais   ou   fungos,  

enquanto  que  170  (51%)  dos  doentes  tinham  sensibilizações  a  múltiplos  grupos  alergénicos.  O  

perfil   de   sensibilizações   dos   doentes   seguidos   em   consulta   externa   de   Imunoalergologia   foi  

aferido  com  maior  detalhe  no  âmbito  do  estudo  “Alergia  ao  Tetranychus  urticae”  (projeto  de  

investigação   2),   aceite   para   publicação   (Publicação   15)   e   cujos   resultados   são   sobreponíveis  

aos  publicados  no  estudo  GA2LEN  para  Portugal  (Allergy  2009;64(10):1498-­‐506).  

Em  relação  à  administração  de   imunoterapia   específica,  80   (24%  dos  atópicos)  estavam  sob  

tratamento   atual   ou   recente   com   imunoterapia   específica   subcutânea:   14   em   fase   de  

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  16  

manutenção   de   imunoterapia   previamente   iniciada   e   24iniciaram   imunoterapia   por   minha  

indicação.   Destes,   todos   tinham   rinite   alérgica,   persistente   moderada   a   grave   em   58%   dos  

casos.   A   composição  prescrita   foi   de   100%  gramíneas   (n=13),   50%  gramíneas   +   50%  oliveira  

(n=1),  100%  Dermatophagoides  pteronyssinus  (n=7)  e  50%  Dermatophagoides  pteronyssinus  +  

50%   Lepidoglyphus   destructor   (n=3),   tendo   em   conta   a   sazonalidade   das   queixas   e   os  

resultados   de   testes   cutâneos   por   picada   e/ou   IgE   específicas.   Adicionalmente   20   doentes  

foram   considerados   como   tendo   indicação   para   imunoterapia   tendo   recusado   por   razões  

económicas,   27   doentes   têm   o   início   de   imunoterapia   específica   programado   e   42   tinham  

recentemente  completado  o  tratamento.    

As  crianças  com  sibilância   recorrente  eram  maioritariamente  não  atópicas   sendo  o  principal  

desencadeante   as   infeções   respiratórias.   Procurou-­‐se   identificar   e   corrigir   potenciais   fatores  

predisponentes,  nomeadamente  hipertrofia  adenoide  e  orientar  no  sentido  da  prevenção  de  

infeções  e  do  tratamento  a  realizar  em  caso  de  episódio  de  sibilância.  Numa  menina  avaliada  

sequencialmente   entre   os   3   e   os   5   anos   foi   possível   estabelecer   o   fenótipo   de   sibilância  

transitória  da  infância,  tendo  tido  alta.  

Dos  doentes  com  alergia  a   fármacos,  47  reportavam  suspeita  de  reação  a  antibióticos  e  23  a  

anti-­‐inflamatórios   não   esteróides   (AINE),   sendo   que   os   restantes   reportavam   reações   a  

diversos  fármacos;  de  realçar  alguns  doentes  com  reações  graves,  nomeadamente  2  doentes  

com  anafilaxia  ao  diclofenac,  1  doente  com  anafilaxia  ao  etoricoxibe  descrito  em  episódio  de  

internamento,   um   doente   com   Tríade   de   Widal   e   episódio   grave   de   doença   respiratória  

exacerbada  pela  aspirina  com  necessidade  de  ventilação  invasiva  e  um  doente  com  suspeita  de  

pustulose  exantemática  generalizada  aguda  a  amoxicilina/ácido  clavulânico.  

Dos   51   doentes   com   alergia   alimentar   suspeita   ou   confirmada,   os   alimentos   mais  

frequentemente   implicados   foram   os   peixes   (n=5),   marisco   e   cefalópodes   (n=11),   frutos  

frescos  (n=10),  frutos  secos  e  amendoim  (n=4),  leite  de  vaca  (n=5)  e  ovo  (n=5).  Um  doente  foi  

orientado  por  IgE  específicas  positivas  para  peixe  e  marisco  apesar  de  ingerir  estes  alimentos  

com  tolerância.  

Em  11  doentes  com  alergia  alimentar  a  clínica  foi  de  anafilaxia,  salientando-­‐se  uma  doente  de  

23   anos   com   episódios   de   anafilaxia   a   rosáceas   e   frutos   secos   e   sensibilização   a   rPru   p   3,  

proteína  de  transferência  de  lípidos  (LTP)  do  pêssego  e  um  doente  de  28  anos  com  anafilaxia  

ao  tomate  e  sensibilização  a  Sola  l  3  (LTP  to  tomate)  aos  quais  se  pondera  iniciar  tratamento  

CURRICULUM  VITAE                                                     17  

com   imunoterapia   sublingual   de   pêssego.   Referem-­‐se   ainda   uma   doente   de   29   anos   com  

anafilaxia  ao   tremoço  e   sensibilização  a  Gal  d  5   (alfa   livetina)  que   fazia  evicção  completa  de  

ovo   e   de   carne   de   aves   e   que   se   encontra   em   processo   de   avaliação   de   tolerância   a   estes  

alimentos,  uma  doente  de  40  anos  com  episódios  reprodutíveis  de  anafilaxia  ao  leite  de  vaca  

de   início  no   terceiro   trimestre  de  gravidez  e  aquisição  de   tolerância  no  puerpério,  à  data  da  

observação  com  testes  cutâneos  por  picada  negativos  ao   leite,  e  um  doente  de  36  anos  com  

início   de   anafilaxia   ao   ovo   em   idade   adulta,   após   realização   de   tratamento   para   hepatite   B  

crónica  com  interferão.  

Uma  doente  de  48  anos  com  clínica  sugestiva  de  anafilaxia  induzida  pelo  exercício  dependente  

de  alimentos  (FDEIA)  e  teste  cutâneo  por  picada  positivo  às  farinhas  de  trigo  e  centeio  realizou  

prova  de  provocação  oral  com  pão  de  trigo  em  repouso,  negativa,  prova  de  exercício,  negativa  

e  prova  de  exercício  30  minutos  após  ingestão  de  pão  de  trigo,  negativa,  ingerindo  atualmente  

pão   e   outros   alimentos   contendo   farinha   de   trigo   e   centeio   sem   restrições   e   sem   reações,  

referindo   associar   a   fase   de   ocorrência   dos   episódios   com   período   de   maior   instabilidade  

emocional.  

Foi  também  realizada  prova  de  provocação  com  exercício  em  cicloergómetro  numa  jovem  de  

19  anos  com  episódios  recorrentes  de  dispneia,  tosse,  rinite  e  edema  palpebral  associados  ao  

exercício,  que  foi  negativa.  

Todos  os  doentes  com  suspeita  de  anafilaxia  a  alimentos  ou  outros  alergénios  em  que  não  seja  

possível   realizar  uma  evicção  completa  e   segura  são  portadores  de  adrenalina  auto-­‐injetável  

cuja  técnica  de  administração  e  prazo  de  validade  são  revistos  periodicamente  nas  consultas.  

Foram  observados  na  consulta  2  doentes  com  suspeita  de  alergia  a  veneno  de  himenópteros  

não  confirmada  que  reportavam  reações  sistémicas  (Grau  I  e  II  de  Mueller)  e  um  doente  com  

reações  locais  exuberantes  a  picada  de  abelha  e  IgE  positiva  (6,35kU/L)  para  abelha.  

Dos   doentes   com   urticária   e/ou   angioedema   foram   observados   8   doentes   com   urticária  

aguda,  frequentemente  no  contexto  de  infeção  e  em  2  doentes  com  associação  a  ingestão  de  

alimentos   ricos   em   histamina,   8   doentes   com   urticária   e/ou   angioedema   recorrente   de  

características   histaminérgicas,   sem   causa   esclarecida,   8   doentes   com   provável   angioedema  

induzido  por  IECA  e  uma  jovem  de  15  anos  com  suspeita  de  angioedema  hereditário  tipo  3  por  

episódio  de  angioedema  da  face  sem  resposta  a  corticoide  e  antihistamínico  com  duração  de  4  

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  18  

dias,  de  ocorrência  2  meses  após  início  de  contraceptivo  oral  e  com  C1  inibidor  e  C4  normais  

durante  o  episódio,  a  quem  não  foi  possível  completar  o  diagnóstico  por  perda  de  seguimento.  

Na   Tabela   9   são   apresentados   os   subtipos   de   urticária   de   acordo   com   a   classificação  

EAACI/GA2LEN  2007.  

Tabela  9.  Subtipos  de  urticária  nos  doentes  seguidos  em  consulta  externa  

  TOTAL  URTICÁRIA  CRÓNICA  ESPONTÂNEA   16  URTICÁRIA  FÍSICA    

Dermografismo  sintomático   9  Urticária  de  pressão  retardada   3  Urticária  ao  frio   4  Urticária  solar   11  

URTICÁRIA  COLINÉRGICA   13    

Para  o  diagnóstico  da  urticária  ao  frio,  em  conjugação  com  a  história  clínica,  foram  realizados  

testes   de   cubo   de   gelo,   positivos   após   exposição   de   5   a   15   minutos.   Não   foi   no   entanto  

possível  comprovar  as  suspeitas  de  urticária  de  pressão  retardada,  urticária  solar  (que  poderia  

estar   em   relação   com   exantema   solar)   e   urticária   colinérgica,   embora   a   clínica   e   as  

características   das   lesões   observadas   quer   pessoalmente   quer   através   de   fotografia   fossem  

sugestivas.  

Salienta-­‐se   o   caso   de   uma   doente   de   14   anos,   sexo   feminino,   observada   em   consulta   por  

clínica   compatível   com   urticária   colinérgica.   Apresentava   concomitantemente   hiperhidrose  

axilo-­‐palmar  e  acrocianose  pelo  que  foi  orientada  para  consulta  de  cirurgia  vascular.  Optou  por  

realizar  simpatectomia  torácica  bilateral,  sem  surgimento  de  novas  lesões  de  urticária  em  até  

10  meses  do  pós-­‐operatório.        

Dos  doentes  com  dermatite  atópica,  na  sua  maioria  ligeira,  salienta-­‐se  o  caso  de  uma  doente  

de  19  anos,  sexo  feminino,  orientada  da  consulta  de  Dermatologia  por  dermatite  atópica  grave  

medicada  com  ciclosporina,  com  rinite  e  asma  persistente  ligeira  alérgica  a  ácaros  e  pólenes  de  

oliveira,   gramíneas   e   ervas.   Dadas   as   queixas   peranuais   de   dermatite   atópica,   sem  

agravamento   sazonal   na   primavera,   foi   decidido   iniciar   imunoterapia   específica   100%  

Dermatophagoides   pteronyssinus.   Após   9   meses   de   tratamento   nota   melhoria   global   das  

CURRICULUM  VITAE                                                     19  

patologias   alérgicas,   com   CARAT=28   e   SCORAD=24,2,   mantendo   sobretudo   componente   de  

xerose  cutânea.  

Foi  também  observada  uma  criança  de  7  meses,  sexo  masculino,  orientado  para  consulta  por  

dermatite  atópica  grave  de  início  aos  4  meses  de  idade,  sob  amamentação  materna  exclusiva,  

sem  resolução  completa  com  cursos  de  corticóide  oral.  Dada  a  gravidade  do  quadro  foi  pedido  

estudo   imunológico   com   imunoglobulinas,   que   revelou   hipogamaglobulinemia  

(IgG=81mg/mL),   que   se   manteve   à   avaliação   dos   9   meses,   aumento   de   IgE   (1330kU/L)   e  

biópsia  cutânea  que  demonstrou  “dermatite  espongiótica”.  A  imunofenotipagem  dos  linfócitos  

não   demonstrou   alterações.   Após   discussão   do   caso   com   o   coordenador   da   consulta   de  

imunodeficiências   da   Pediatria,   foi   iniciada   antibioterapia   profilática   e   gamaglobulina  

subcutânea  com  melhoria  clínica.  Foi  colocada  a  hipótese  diagnóstica  de  Síndrome  de  Omenn,  

aguardando  o  estudo  genético  de  RAG1  e  RAG2.  

Nos   doentes   com   suspeita   de  dermatite   de   contacto   alérgica   não   previamente   confirmada  

foram  realizados  testes  epicutâneos  com  série  standard  de  alergénios  do  Grupo  Português  de  

Estudo  das  Dermatites  de  Contacto   (GPEDC)  e,  quando  necessário,  produtos  próprios,   sendo  

orientados   para   consulta   de   Dermatologia   se   necessário   testar   um   Alergénio   de   uma   série  

específica.   Foram   diagnosticadas   na   consulta   de   Imunoalergologia   dermatite   de   contacto  

alérgica  ao  níquel  (n=3),  parafenilenodiamina  e  disperso  laranja  (n=2),  dermatite  de  contacto  

ocupacional   a   epóxi-­‐resinas   (n=2),   cremes   de   uso   próprio   para   tratamento   do   acne   (n=1)   e  

parabenos  (n=1),  tendo  todos  os  doentes  recebido  informação  relativa  à  evicção.  

Foram  seguidos  na  consulta  2  doentes  com  diagnóstico  prévio  de  mastocitose,   incluindo  um  

doente  com  mastocitose  cutânea  e  um  doente  de  42  anos,  sexo  masculino  com  mastocitose  

sistémica   indolente   diagnosticada   aos   39   anos   por   episódios   de   anafilaxia   a   múltiplos  

fármacos,   incluindo   amoxicilina/ácido   clavulânico   e   anti-­‐inflamatórios   não   esteróides  

inibidores  da  COX-­‐1,   com  elevação  da   triptase  basal   (68,7ug/L)   e   sem  mutações  do  gene  Kit  

nos   exões   8,   11   e   17.   Atualmente   controlado   com   antihistamínico   e   antagonista   dos  

receptores  dos  leucotrienos.  É  portador  de  adrenalina  auto-­‐injetável.  

Por   último,   refere-­‐se   o   caso   de   um   jovem   de   10   anos,   referenciado   à   consulta   por   rinite  

alérgica   a   ácaros   e   pólenes,   de   características   intermitentes   ligeiras   que   apresentava  

hipereosinofilia  moderada  em  estudo  analítico  prévio.  Por  manter  hipereosinofilia  4  semanas  

após   tratamento   com   desparazitante   foi   iniciado   estudo   para   exclusão   de   causas   de  

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  20  

hipereosinofilia   e   orientado   para   consulta   de   Hematologia.   O   estudo   efetuado   não   revelou  

alterações   tendo  ocorrido  uma  diminuição  progressiva  da   contagem  absoluta  de  eosinófilos,  

mantendo  agora  apenas  eosinofilia  ligeira,  compatível  com  a  atopia.  

Do   total   de   doentes   observados,   196   (36%)   tiveram   alta   da   consulta,   a   maioria   (62%)  

orientados   para   o   Centro   de   Saúde   após   conclusão   do   estudo   de   alergia   suspeita   e/ou  

estabilização   clínica,   sendo   enviado   relatório   com   os   diagnósticos,   resultados   de   meios  

complementares  realizados  e  orientação  terapêutica  sugerida.  

   

CURRICULUM  VITAE                                                     21  

SERVIÇOS  DE  ATENDIMENTO  URGENTE  

Durante  os  estágios  de  Imunoalergologia  Geral,  do  Adulto  e  Final,  bem  como  nos  Estágios  de  

Laboratório   de   Imunologia   e   de   Dermatologia,   foram   realizadas   um   total   de   18   horas  

semanais,   em   horário   consoante   a   conveniência   do   Serviço   de   Imunoalergologia,   dedicadas  

sobretudo  à  Consulta  de  Atendimento  Não  Programado,  mas  também  à  Via  Verde,  Serviço  de  

Urgência   e   Consulta   Interna.   Nos   estágios   de   Pneumologia   e   Otorrinolaringologia   foram  

realizadas  12  horas  semanais  de  urgência  no  serviço  de  estágio  e  6  horas  semanais  no  Serviço  

de  Imunoalergologia.  O  resumo  desta  atividade  encontra-­‐se  na  Tabela  3.  

ATENDIMENTO  NÃO  PROGRAMADO  (ANP)  

Foram  observados  383  episódios  em  317  doentes,  com  idade  mediana  de  36  anos  (entre  1  e  

86  anos),  243  (63%)  do  sexo  feminino.  

Tabela  10.  Principais  motivos/diagnósticos  da  consulta  de  atendimento  não  programado  

  TOTAL  ASMA  AGUDIZADA   134  

Infeção  respiratória   82  

Má  adesão  /  técnica  inalatória   17  

Fatores  psicológicos   6  

Outro  /  Não  identificado   29  

RINITE  AGUDIZADA   13  INFEÇÃO  RESPIRATÓRIA   89  ANGIOEDEMA     14  URTICÁRIA     12  DERMATITE  ATÓPICA  AGUDIZADA   9  DÚVIDAS  NA  IMUNOTERAPIA   26  

Infeção  respiratória   9  

Agravamento  da  doença  alérgica   12  

Atraso  na  administração   2  

Reação  adversa     3  

INÍCIO  DE  IMUNOTERAPIA  EM  PAUTA  RÁPIDA   24  OUTROS   57    

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  22  

Dos   134   doentes   com   asma   agudizada,   104   (78%)   tiveram   exacerbações   ligeiras,   27   (20%)  

exacerbações  moderadas  e  3   (2%)  doentes  exacerbação  grave  segundo  os  critérios  da  EPR-­‐3  

2007.  

Outros   diagnósticos   incluem   reavaliação   de   doentes   no   pós-­‐internamento,   vigilância   de  

doentes  com  reações  adversas  a  procedimentos  da  área  de  alergia  a   fármacos,  alimentos  ou  

himenópteros,  tosse  crónica,  outras  queixas  cutâneas  como  dermatite  seborreica,  eczema  de  

estase  e  dermatite  de  contacto,  bem  como  profilaxia  a  curto  prazo  de  angioedema  hereditário  

com  administração  de  concentrado  de  C1  inibidor  antes  de  extração  dentária,  em  3  doentes.  

Dos  doentes  com  angioedema,  4  corresponderam  a  doentes  com  angioedema  hereditário  tipo  

1   em   agudização.   Foi   ainda   observada   em   três   ocasiões   uma   doente   com   reação   sistémica  

durante  procedimento  de  dessensibilização  à  carboplatina,  a  quem  foi  tratada  a  reação  e  feito  

ajuste  do  protocolo.  

Dos  doentes  com  reação  adversa  a  imunoterapia,  salientam-­‐se  2  reações  anafiláticas  durante  a  

fase   de   indução   terapêutica,   com   extratos   aquosos   ou   depot:   veneno   de   abelha   e   Phleum  

pratensis.  

Três  doentes  com  infeção  respiratória  e  insuficiência  respiratória  tipo  1  não  revertida  durante  

terapêutica  no  ANP  foram  orientados  para  o   internamento,  uma  das  quais  uma  criança  de  5  

anos  internada  ao  cuidado  da  Pediatria  Médica.  

VIA  VERDE  

Foram   observadas   em   Via   Verde   de   Imunoalergologia7   mulheres   grávidas   orientadas   do  

serviço  de  Obstetrícia,  1  por  suspeita  de  asma  em  que  foi  excluído  o  diagnóstico,  5  por  asma  e  

1  por  agravamento  de   rinite  alérgica,  a  quem  foi   feito  ajuste  e  esclarecimento   terapêutico  e  

que  foram  orientadas  para  consulta  de  Imunoalergologia  para  seguimento.  

Foi   ainda  observado  1  doente  proveniente  do   centro  de   saúde   com   suspeita   de   anafilaxia   a  

veneno  de  himenópteros,  que  foi  orientado  para  estudo  na  área  específica.  

SERVIÇO  DE  URGÊNCIA  

Foram  observados  43  doentes  como  pedido  de  colaboração  de  Imunoalergologia  no  Serviço  de  

Urgência,  25  do  sexo  feminino  (58%)  e  idade  mediana  de  35  anos  (15    a  65  anos,  1  com  idade  

CURRICULUM  VITAE                                                     23  

<18  anos).  Os  motivos  de  pedido  de  observação  são  descritos  na  Tabela  11,  tendo  em  19  (44%)  

dos  casos  sido  identificado  um  agente  suspeito.  

Tabela  11.  Principais  motivos/diagnósticos  observados  no  Serviço  de  Urgência  

MOTIVO  DE  URGÊNCIA   ETIOLOGIA  SUSPEITA   N  URTICÁRIA     10     Peixes   2  ANGIOEDEMA     13     IECA   5     AINE   1     Hereditário   2  EXANTEMA     8     Amoxicilina  +  ácido  clavulânico   1     Carbamazepina   1     Fenitoína   1     Flurbiprofeno   1     Clopidogrel   1     Colchicina   1  DERMATITE  DE  CONTACTO/ATÓPICA     6     Fibra  de  vidro  /  resinas   2     Parafenilenodiamina   2     Acrilatos   1  EXACERBAÇÃO  DE  ASMA     5  ANAFILAXIA   Diclofenac   1  

AINE:  Anti-­‐inflamatórios  não  esteroides.  IECA:  inibidores  de  conversão  da  angiotensina.  

Trinta   doentes   foram   orientados   para   consulta   de   Imunoalergologia   para   seguimento   e/ou  

estudo  adicional  e  2  doentes  foram  internados:  um  com  56  anos,  sexo  masculino,  com  asma  

agudizada  com  insuficiência  respiratória  tipo  1,  e  uma  doente  de  20  anos,  sexo  feminino,  com  

eczema  agudo  generalizado  após  coloração  de  cabelo.  

CONSULTA  INTERNA  

Foram  observados  40  doentes   internados  em  Consulta   Interna,  22   (55%)  do  sexo   feminino  e  

idade  mediana  de  51  anos  (3  a  78  anos,  4  com  idade  <18  anos),  sendo  os  serviços  requisitantes  

maioritariamente  a  Infeciologia  (n=10),  Medicina  Interna  (n=9)  e  Cardiologia  (n=5).  

Os  motivos  para  observação  mais  frequentes  foram:  suspeita  de  reação  de  hipersensibilidade  

a  fármacos  (n=40),  agudização  de  asma  (n=7),  prescrição  de  concentrado  de  C1   inibidor  para  

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  24  

administração   antes   de   parto   ou   cirurgia   em   doente   com   angioedema   hereditário   (n=2),  

eosinofilia  (n=2)  e  défice  de  IgA  (n=1).    

Em  11  casos  de  reação  de  hipersensibilidade  confirmada  ou  provável  foi  realizado  no  serviço  

de   origem,   em   colaboração   com   a   Dra.   Josefina   Cernadas,   um   procedimento   de  

dessensibilização:   carboplatina   (n=4),   ácido   acetilsalicílico   (n=3),   trimetoprim-­‐sulfametoxazol  

(n=2)  e  antibacilares  (n=2).  

Saliento   o   caso   de   um   jovem   de   13   anos,   internado   para   colocação   de   shunt   ventrículo-­‐

peritoneal  por  tumor  do  sistema  nervoso  central,  que  teve  um  episódio  de  choque  anafilático  

no  início  do  procedimento,  tendo  sido  pedida  colaboração  para  conhecimento  dos  fármacos  a  

evitar  em  futura  cirurgia,  de  caráter  urgente.  Da  análise  dos  fármacos  administrados  tendo  em  

conta   o   tempo   de   administração   e   probabilidade   de   reação,   e   estando   impossibilitada   a  

realização  de  qualquer  procedimento  diagnóstico  em  tempo  útil,  foi  proposta  a  realização  de  

cirurgia   em   primeiro   tempo   operatório   e   ambiente   látex-­‐free,   com   evicção   de   relaxantes  

neuromusculares  e  de  teicoplanina,  tendo  a  nova  cirurgia  decorrido  sem  intercorrências.  Este  

jovem  foi  posteriormente  orientado  para  a  consulta  de  Imunoalergologia  e  sido  comprovada  a  

alergia  a  teicoplanina  e  excluída  alergia  aos  restantes  agentes  suspeitos.  

COMENTÁRIOS  

A  atividade  na  Urgência  Específica  de   Imunoalergologia   iniciou-­‐se  concomitantemente  com  o  

Estágio  de   Imunoalergologia  Geral  e  prolongou-­‐se  ao   longo  do  restante   internato  com  maior  

ou  menor  carga  horária  consoante  os  estágios  realizados.  O  facto  de  a  urgência  ser  realizada  

no  âmbito  da  Especialidade  de  Imunoalergologia  permitiu  um  maior  contacto  com  patologias  

imunoalergológicas  agudas  e   contribuiu  para  o  desenvolvimento  das  capacidades  de  decisão  

em  situações  de  caráter  urgente  e  muitas  vezes  sem  recurso  a  exames  complementares,  não  

esquecendo  potenciais  diagnósticos  diferenciais  com  os  quais  foi  tomado  contacto  durante  as  

Urgências  Gerais,  integradas  nos  Estágios  de  Medicina  Interna  e  Pediatria.  Para  além  do  mais,  

a  existência  de  um  Serviço  de  Atendimento  Permanente  de  Imunoalergologia  é  uma  mais  valia  

para  os  doentes  seguidos  na  consulta  com  exacerbação  da  sua  patologia  alérgica,  sendo  que  o  

atendimento   rápido   e   especializado   evita   muitas   vezes   o   consequente   agravamento   e   a  

necessidade  de  internamento.    

CURRICULUM  VITAE                                                     25  

INTERNAMENTO  

Durante  a  Formação  Específica  em  Imunoalergologia  foram  acompanhados  ou  observados  no  

internamento  15  doentes  por  um  tempo  médio  de  9  dias,  11  do  sexo  feminino,  idade  mediana  

de  56  anos  (17  a  86  anos),  8  previamente  seguidos  em  consulta  de  Imunoalergologia.  

Os  diagnósticos  principais  foram:  asma  ou  insuficiência  respiratória  crónica  agudizada  (n=10),  

choque   anafilático   (n=2),   eczema   agudo   exuberante   à   parafenilenodiamina   (n=1)   e   grávida  

com  broncospasmo  de  novo  a  quem  foi  diagnosticada  infeção  por  Bordetella  pertussis  (n=1).  

Saliento  o  caso  do  doente  de  40  anos,  sexo  masculino,  internado  por  choque  anafilático:  mau-­‐

estar   geral,   palidez,   náuseas   e   vómitos,   dispneia,   obnubilação,   hipoxemia   (SpO2=83%)   e  

hipotensão  (TA  sistólica  <100mmHg  e  TA  diastólica  <60mmHg)  de  início  30  minutos  após  toma  

de  etoricoxibe  por  lombociatalgia,  tratado  na  sala  de  emergência  com  adrenalina,  clemastina,  

hidrocortisona,   fluidoterapia   e   oxigenoterapia.   Tinha   como   antecedente   prévio   episódio   de  

insuficiência   respiratória   aguda   com   necessidade   de   ventilação   invasiva   e   internamento   em  

outra   instituição   no   ano   anterior,   sem   causa   infeciosa   ou   outra   diagnosticada,   que  

posteriormente  associou  a  toma  de  etoricoxibe  para  lombalgia.  Foi  orientado  para  a  consulta  

externa   tendo   realizado   testes   cutâneos   por   picada   e   intradérmicos   com   etoricoxibe,   que  

foram   negativos   e   prova   de   provocação   oral   com   AINE   alternativo,   inibidor   da   COX-­‐1,   que  

tolera.  Aguarda  realização  de  IgE  específica  para  etoricoxibe.    

Salientam-­‐se  ainda  os  casos  de  um  doente  com  Tríade  de  Widal  e  broncospasmo  grave  após  

ingestão   de   ácido   acetilsalicílico   e   de   uma   doente   com   choque   anafilático   após   ingestão   de  

lula,   sem  diagnóstico  prévio  de  alergia  alimentar,  dada  a  gravidade  da   reação,   já  que  ambos  

tiveram   as   reações   durante   o   seu   período   laboral   no   hospital   e   foram   levados   diretamente  

para  a  sala  de  emergência  com  perda  da  consciência,  cianose,  ausência  de  sons  respiratórios  e  

acidose   respiratória   (pH<7,0),   com   necessidade   de   entubação   e   posterior   ventilação   com  

Heliox,  casos  estes  que  nos  relembram  da  possibilidade  de  mortalidade  por  doença  alérgica.  

   

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  26  

ÁREAS  ESPECÍFICAS  

Durante  os  Estágios  de  Imunoalergologia  Geral,  do  Adulto  e  Final  foi  integrada  a  atividade  em  

diferentes   Áreas   Específicas   do   Serviço   de   Imunoalergologia,   nomeadamente   Alergia  

Alimentar,  Alergia  a  Fármacos  e  Alergia  a  Veneno  de  Himenópteros,  com  atividade  no  Hospital  

de   Dia   e   ainda   as   Consultas   Específicas   de   Imunodeficiências   Primárias   e   de   Patologia  

Ocupacional   Alérgica,   sempre   sob   a   coordenação   do   responsável   de   cada   Área   Específica,  

embora  com  a  autonomia  crescente  para  a  decisão  do  plano  diagnóstico  e/ou   terapêutico  e  

para  a  realização  dos  procedimentos.    

ÁREA  DE  ALERGIA  ALIMENTAR  

Esta   área   específica   é   destinada   ao   estudo  de  doentes   com   suspeita   de   alergia   alimentar.   A  

abordagem   sistemática   destes   doentes   inclui   a   colheita   detalhada   da   história   clínica,   com  

particular  atenção  para  a  descrição  dos  alimentos  suspeitos,  quantidades   ingeridas,  modo  de  

preparação,   sinais   e   sintomas,   reprodutibilidade   das   reações,   cronologia   dos   sintomas   e  

relação   com   a   ingestão,   número   de   reações   prévias,   associação   a   outros   fatores  

nomeadamente   exercício   físico   e  medicação   concomitante   e   história   pessoal   ou   familiar   de  

atopia.  

O   diagnóstico   de   alergia   alimentar   baseia-­‐se   assim   numa   história   clínica   compatível   e   na  

realização  de  TCP  com  extratos  comerciais  de  alergénios  alimentares  ou  com  o  alimento  em  

natureza,  doseamento  de  IgE  específica  para  o  alimento  ou  alergénios  moleculares,  e  prova  de  

provocação   oral   com   o   alimento   suspeito   ou   alternativo,   habitualmente   aberta,   sendo   este  

último  o  método  de  eleição  para  a  confirmação  ou  exclusão  do  diagnóstico  e  para  avaliação  da  

aquisição  de  tolerância  a  um  dado  alimento.  

No  final  de  cada  procedimento  o  resultado  é  registado  e  anexado  ao  processo  clínico  digital  do  

doente  e  em  doentes  com  conclusão  da  sua  avaliação  de  alergia  a  alimentos  é   realizado  um  

relatório   final   incluindo   as   manifestações   clínicas   e   resultados   dos   vários   meios  

complementares   de   diagnóstico,   permitindo   confirmar   ou   excluir   a   suspeita   de   alergia  

alimentar.   Em   caso   de   confirmação   do   diagnóstico   de   alergia   alimentar,   os   doentes   e/ou  

cuidadores   são   devidamente   informados   sobre   quais   os   alimentos   a   evitar,   incluindo   sob   a  

forma   de   alergénio   oculto,   bem   como  medidas   terapêuticas   a   adotar   em   caso   de   ingestão  

acidental.  Nas  crianças  com  alergia  a  alimentos  com  potencial  aquisição  natural  de  tolerância,  

CURRICULUM  VITAE                                                     27  

é   discutido   um   plano   de   seguimento   com   avaliações   regulares,   podendo   ser   ponderada   a  

realização  de  dessensibilização  oral  ao  alimento  em  casos  particulares.  

Foram   observados   87   doentes,   52   (60%)   do   sexo   feminino,   com   uma   idade  mediana   de   16  

anos   (17  meses  a  69  anos  de   idade,  48   (56%)  com   idade  <18  anos  e  28   (32%)  com   idade  <6  

anos).As   manifestações   de   alergia   referidas   incluíram   anafilaxia   (n=23),   agravamento   de  

dermatite  atópica  (n=4),  síndrome  de  alergia  oral  (n=6),  enterocolite  induzida  por  proteínas  do  

leite  de  vaca  (n=1)  e  manifestações  cutâneas  ou  outros  sintomas  mal-­‐definidos.    

Tabela  12.  Procedimentos  diagnósticos  realizados  na  área  de  alergia  alimentar  

PROCEDIMENTO   TOTAL   POSITIVOS   NOTAS  TESTES  CUTÂNEOS  PICADA-­‐PICADA        

Peixes1   10   7  Em   6   doentes   foi   identificado   pelo  menos   um   peixe   sem   positividade:  salmão  (n=2),  solha  (n=2)  e  atum  (n=4)  

Crustáceos/Bivalves   4   3   Camarão  (n=2)  e  mexilhão  cru  (n=1)  

Cefalópodes   3   2   Lula  

Frutos  frescos2   11   6   Positivos   para   rosáceas   (n=4)   e   kiwi  (n=2)  

Frutos  secos   2   0    

Ovo  3   5   3   Positivos  apenas  para  clara  (n=2)  

Leite  de  vaca   3   1    

Soja   1   0    

PROVAS  DE  PROVOCAÇÃO  ORAL  SEM  OCULTAÇÃO    

Peixes4   21   2   Náuseas  (n=1)  e  urticária  (n=1)  -­‐  atum    

Crustáceos/Bivalves5   9   0    

Cefalópodes   2   0    

Frutos  frescos6   6   2  Dor  abdominal  e  diarreia  com  banana.    SAO   com   pêssego   descascado   em  doente  sensibilizada  a  LTP  e  profilina  

Frutos  secos   2   0    

Clara/Gema/Ovo   15   1   Urticária  com  clara  de  ovo  

Leite  de  vaca   14   5    

Sulfitos   4   1   Urticária  

Outros7   4   0    SAO:   síndrome  de  alergia  oral.   1Realizado  a   vários  peixes  de  acordo   com  as  preferências   alimentares.  2Frutos  frescos:  kiwi  (n=3),  pêssego  (n=2),  maçã  (n=2),  castanha  (n=1),  figo  (n=1),  alperce  (n=1)  e  ameixa  (n=1).  3Realizado  com  clara  e  gema  cruas  e  cozidas.4Atum  (n=9),  bacalhau  (n=2),  dourada  (n=2),  pescada  (n=1),  salmão  (n=3),  sardinha  (n=2)  e  solha  (n=1).  5Camarão  (n=8)  e  amêijoa  (n=1).  6Banana  (n=2),  figos  (n=1),  kiwi  (n=1),  maçã  (n=1)  e  pêssego  (n=1).  7Farinha  de  milho  (n=1),  fiambre  (n=1),  pizza  (n=1)  e  soja  (n=1).  

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  28  

Salientam-­‐se  2  crianças  com  idades  de  4-­‐5  anos  e  antecedentes  de  alergia  às  proteínas  do  leite  

de   vaca   com   prova   de   provocação   oral   positiva,   que   iniciaram   procedimento   de  

dessensibilização  oral  ao  leite  de  vaca.  

1) 4   anos,   sexo  masculino,   com   antecedentes   de   urticária   e   angioedema   com   leite   de  

vaca,  em  evicção  absoluta  desde  os  4  meses.  Com  diminuição  progressiva  dos  valores  

de   IgE  específica  ao   leite  de  vaca  e  proteínas,  negativas  em   fevereiro  de  2013.  TCPP  

com   leite   de   vaca=5,5mm.   Realizou   prova   de   provocação   oral   que   foi   positiva   com  

eritema  e  prurido   facial   com  a  dose  cumulativa  de  40mL  pelo  que  manteve   ingestão  

diária  de  15mL  com  subida  progressiva  de  dose,   realizada  em  hospital  de  dia,   tendo  

introduzido  a  dose  diária  de  200mL  em  4  sessões,  e  atualmente  com  liberalização  da  

ingestão  de  outros  produtos  lácteos  na  dieta.    

2) 5   anos,   sexo   masculino,   com   antecedentes   de   anafilaxia   ao   leite   de   vaca.   IgE  

caseína=63,10kU/L.  TCPP   leite  de  vaca=7mm.  Realizou  prova  de  provocação  oral  que  

foi  positiva  com  a  dose  de  0,5mL.  Iniciou  protocolo  de  dessensibilização  sublingual-­‐oral  

tendo  até  à  data  realizado  4  sessões  com  tolerância  de  5mL  2x/dia  no  domicílio.  

De   forma   a   agilizar   a   medicação   a   administrar   em   caso   de   reação   alérgica,   foi   criado   um  

documento   em   formato   em   excel   com   cálculo   automático   da   dose   a   administrar   tendo   em  

conta  o  peso  e/ou  idade  do  doente  ao  qual  está  a  ser  realizado  o  procedimento  de  prova  de  

provocação   oral   ou   dessensibilização,   tal   como   utilizado   no   Jaffe   Food   Allergy   Institute   do  

Hospital  Mount  Sinai,  onde  foi  realizado  estágio  opcional.  

ÁREA  DE  ALERGIA  A  FÁRMACOS  

Esta  área  específica  é  destinada  ao  estudo  de  doentes  com  suspeita  de  alergia   fármacos  e  à  

realização  de  procedimentos  de  dessensibilização,  quer  em  Hospital  de  Dia  quer  em  regime  de  

internamento   em  outros   Serviços.  A   abordagem   sistemática   destes   doentes   inclui   a   colheita  

detalhada   da   história   clínica,   com   particular   atenção   para   o   fármaco   suspeito,   sinais   e  

sintomas,   reprodutibilidade   das   reações,   cronologia   dos   sintomas   e   relação   com   o   fármaco,  

número  de  reações  prévias  e  associação  a  comorbilidades  ou  outros  fatores.  

Nas  reações   imediatas,  maioritariamente   IgE  mediadas,  os  procedimentos  realizados   incluem  

os  TCP  e  TID  com  o  fármaco  suspeito  e/ou  alternativo  (de  acordo  com  as  doses  não  irritativas  

publicadas),  o  doseamento  de  IgE  específicas  (disponíveis  no  Hospital  para  as  penicilinas  V  e  G  

CURRICULUM  VITAE                                                     29  

e   amoxicilina)   e   prova   de   provocação   oral   com  o   fármaco   suspeito   ou   alternativo,   podendo  

também   estar   indicado   o   teste   de   ativação   de   basófilos,   atualmente   não   disponível.   Nas  

reações  não   imediatas,   habitualmente  mediadas  por   células,   o  diagnóstico  pode  passar  pela  

realização  de  TCP  e  TID  com  leitura  tardia,  testes  epicutâneos  e  prova  de  provocação,  podendo  

também   ser   realizado   o   teste   de   transformação   de   linfócitos   em   casos   selecionados   e   se  

disponível.  As  provas  de  provocação  oral  são  realizadas  em  ocultação  simples  e  com  placebo,  

para  o  fármaco  suspeito  se  se  mantiver  a  dúvida  de  relação  causal  após  os  estudos  in  vivo  e  in  

vitro,   ou   com   fármacos   alternativos   quando   existe   alguma   probabilidade   de   reação   com   o  

mesmo.  Para  além  das  provas  de  provocação  oral   são  ainda  realizadas  provas  com  fármacos  

por   outras   vias   de   administração   (inalada,   conjuntival   ou   subcutânea),   em   caso   de  

necessidade.  

Concluída  a  investigação  e  em  caso  de  confirmação  do  diagnóstico  de  alergia  medicamentosa,  

é   fornecido   ao   doente   e   seu   médico   assistente   uma   informação   escrita   onde   constam   os  

fármacos   a   evitar   e   os   alternativos.   As   reações   adversas   são   notificadas   à   Unidade   de  

Farmacovigilância  do  Norte  e  codificadas  na  plataforma  digital  CPARA  (Catálogo  Português  de  

Alergias  e  Reações  Adversas).  

Foram  observados  129  doentes,   89   (69%)  do   sexo   feminino,   com  uma   idade  mediana  de  42  

anos   (1   a   84   anos,   19   (15%)   com   idade   <18   anos).   As   manifestações   de   alergia   referidas  

incluíram  exantema  maculopapular  ou  urticária/angioedema  (n=41),  anafilaxia  (n=21),  doença  

respiratória   exacerbada   pela   aspirina   (n=1)   e   pustulose   exantemática   generalizada   aguda  

(n=1),   sendo   desconhecida   nos   restantes   casos.   Os   procedimentos   realizados   encontram-­‐se  

descritos  na  Tabela  13.  

Foram   ainda   realizadas,   em   colaboração   com   a   Dra.   Josefina   Rodrigues   Cernadas   ou   a   Dra.  

Eunice   Castro,   dessensibilizações   a   fármacos   –   carboplatina   (n=3),   ácido   acetilsalicílico   em  

doentes  com  patologia  cardiovascular   (n=3),  etambutol   (n=1)  e   rifampicina   (n=1),   tendo  sido  

observada   uma   reação   anafilática   durante   uma   indução   de   tolerância   à   carboplatina,   caso  

posteriormente   apresentado   em   Workshop   (apresentação   2)   e   exantema   maculopapular  

durante  a  indução  de  tolerância  ao  etambutol,  com  necessidade  de  adaptação  dos  protocolos  

iniciais,  tendo  este  caso  sido  publicado  (Publicações  4  e  24)  e  premiado  (Prémio  1).  

 

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  30  

Tabela  13.  Procedimentos  realizados  na  área  de  alergia  a  fármacos  

PROCEDIMENTO   TOTAL   POSITIVOS   NOTAS  

TESTES  CUTÂNEOS  POR  PICADA   57   2   Amoxicilina+ácido  clavulânico  –  negativo  para  amoxicilina.  PPL  e  MDM  

TESTES  INTRADÉRMICOS    

Beta-­‐lactâmicos   42   1   Amoxicilina  

MCI   4   4   Família  iopamidol  

Benzodiazepinas   1   1   Midazolam  

Esomeprazol   1   1   Esomeprazol  

Outros1   8   0    

TESTES  EPICUTÂNEOS   4   0    

PROVAS  DE  PROVOCAÇÃO  ORAL    

Com  fármaco  suspeito        

Amoxicilina   22   1   Exantema   maculopapular   de   início  tardio  

Quinolona   3   0    

Paracetamol/ibuprofeno   7   1   Urticária  e  angioedema  com  ibuprofeno  

Outros2   7   0    

Com  fármaco  alternativo        

Meloxicam/etoricoxibe   37   0   Reações   reprodutíveis   ou   muito  prováveis  com  inibidores  da  COX-­‐1  

Cefalosporina3   3   0  

Anafilaxia   e   TCP/TID   positivos   a  amoxicilina   (n=1),   ácido   clavulânico  (n=1)   e   PPO   com   reação   tardia   a  amoxicilina  (n=1)  

Claritromicina   2   0    

PROVAS  DE  PROVOCAÇÃO  SUBCUTÂNEA    

Anestésico  local   3   0    

OUTROS    

Administração  de  vacina  anti-­‐tetânica  

1   0  Exantema   palmar   tardio.   Testes  epicutâneos   positivos   ao   timerosal.  Administração  vigiada  sem  reação  

1Anestésicos  locais  (n=3),  anestésicos  gerais  (n=1),  glicopirrolato  (n=1),  paracetamol  (n=1),  levofloxacina  (n=1),  vancomicina  (n=1),  claritromicina  (n=1)  e  interferão  beta-­‐1a  (n=1).  2Cefaclor  (n=1)m  claritromicina  (n=1),   deflazacort   (n=1),   esomeprazol   (n=1),   placebo   (n=2).   3Realizados   com   cefepime,   cefixima   e  cefaclor.   MCI:   meios   de   contraste   iodados.   TCP/TID:   testes   cutâneos   por   picada/intradérmicos.   PPO:  prova  de  provocação  oral.  

 

 

 

CURRICULUM  VITAE                                                     31  

ÁREA  DE  ALERGIA  A  VENENO  DE  HIMENÓPTEROS  

Esta  área  específica  é  destinada  ao  estudo  de  doentes   com  suspeita  de  alergia   a   veneno  de  

himenópteros  e  ao  seguimento  de  doentes  com  alergia  confirmada.  

Em  doentes  com  suspeita  de  alergia  é  preenchido  um  protocolo  específico  em  que  é  descrita  a  

picada  (local,  número  de  picadas  e   identificação  do  inseto),  manifestações  clínicas,  tempo  de  

reação,  gravidade,  risco  de  repicada  (por  exposição  ambiental  ou  ocupacional),  comorbilidades  

e  medicação  habitual.  Sempre  que  indicado  procede-­‐se  à  realização  de  TCP,  TID  e  doseamento  

de  IgE  específicas  e  triptase  sérica.    

São  fornecidos  ao  doente  folhetos  informativos  sobre  alergia,  tratamento  e  evicção  de  picadas  

e   revista   a   técnica   de   administração   de   adrenalina   autoinjetável.   Em   doentes   com   alergia  

confirmada   e   indicação   para   a   realização   de   imunoterapia   específica   com   veneno   de  

himenóptero,   tendo   em   conta   a   idade,   gravidade   e/ou   risco   de   repicada,   é   proposta   a  

realização   de   imunoterapia,   sendo   atualmente   utilizado   no   Serviço   o   protocolo   de   indução  

ultra-­‐rápido  (ANEXO  8),  em  que  se  atinge  a  dose  de  cumulativa  de  101,1µg  de  veneno  em  3h30,  

realizado  em  Hospital  de  Dia,  sendo  as  doses  de  manutenção  realizadas  no  Departamento  de  

Ambulatório  pela  equipa  de  enfermagem  do  Serviço  de  Imunoalergologia.  

Foram  observados  17  doentes  com  uma  idade  mediana  de  29  anos  (7  a  62  anos,  2  com  idade  

<18  anos),  por  suspeita,  confirmada,  de  alergia  a  veneno  de  abelha  (n=8),  suspeita  confirmada  

de   alergia   a   veneno   de   vespa   (n=2),   reavaliação   após   5   anos   de   imunoterapia   específica   a  

veneno   de   abelha   (n=4)   e   história   de   anafilaxia   a   inseto   não   identificado   sem   alergia  

confirmada  a  veneno  de  abelha  ou  vespa  (n=3).  

 

Tabela  14.  Procedimentos  realizados  na  área  de  alergia  a  veneno  de  himenópteros  

PROCEDIMENTO   TOTAL  TESTES  CUTÂNEOS  POR  PICADA  E  INTRADÉRMICOS  A  VENENO  DE  ABELHA   15  

TESTES  CUTÂNEOS  POR  PICADA  E  INTRADÉRMICOS  A  VENENO  DE  VESPA   5  

ACOMPANHAMENTO  IMUNOTERAPIA  –  INDUÇÃO  EM  PAUTA  ULTRA-­‐RÁPIDA    Abelha   4  

 

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  32  

Dos   8   doentes   com   alergia   confirmada   a   veneno   de   abelha,   7   iniciaram   posteriormente  

imunoterapia  específica,  sendo  que  esta  não  foi   indicada  num  jovem  de  12  anos  com  reação  

exclusivamente  cutânea  após  picada  de  abelha.    

Durante   os   procedimentos   de   indução   de   imunoterapia   uma   doente   teve   2   reações  

anafiláticas,  tendo  sido  proposta  a  realização  de  fase  de  indução  com  tratamento  prévio  com  

omalizumab,  para  o  que  aguarda  autorização.  

Neste   estágio   foi   também   realizada   uma   prova   de   provocação   com   picada   de   abelha,   cujas  

indicações   foram  discutidas   em  poster   em   congresso   (Publicação  37)   e   realizados   inquéritos  

integrados  no  projeto  de  investigação  “Fatores  de  risco  para  picada  de  himenópteros”  (Projeto  

11).  

CONSULTA  DE  PATOLOGIA  OCUPACIONAL  

Esta  consulta  destina-­‐se  ao  estudo  de  doentes  com  suspeita  de  patologia  alérgica  de  etiologia  

ou   agravamento  ocupacional.   É   preenchido  um  protocolo   específico   que  descreve   a   história  

profissional  e  atividades  de  lazer,  possíveis  agentes  causais,  fatores  de  risco,  sintomatologia  e  

sua  relação  com  a  exposição.    

Sendo   a   maioria   dos   doentes   referenciados   por   asma   ocupacional,   o   estudo   engloba   a  

confirmação  do  diagnóstico  de  asma  e  o  estabelecimento  de  relação  com  a  ocupação  através  

da  avaliação  de  sintomas  e  registo  de  DEMI  seriado,  num  mínimo  de  4  vezes/dia  duas  semanas  

durante  a  exposição  e  duas  semanas  em  afastamento,  podendo  ser  também  realizados  TCP  ou  

IgE  específicas,  se  disponíveis,  no  caso  de  suspeita  de  asma  ocupacional  alérgica.  

Os   casos   confirmados   são   notificados   ao   Centro   Nacional   de   Proteção   contra   Riscos  

Profissionais  (CNPRP).  

Foram  observados  14  doentes,  6  (43%)  do  sexo  feminino)  com  uma  idade  mediana  de  39  anos  

(22   a   60   anos),   por   suspeita   de   asma   (n=8),   rinite   (n=3),   dermatite   de   contacto   (n=2)   ou  

urticária   (n=1)   ocupacionais   ou   agravadas   pela   ocupação.   A   atividade   ocupacional   mais  

frequentemente   implicada   era   a   marcenaria   (n=5),   sendo   outras   atividades   suspeitas   o  

trabalho  em  pizzaria,  cabeleireiro,  indústria  de  cabelagem,  fábrica  de  kayaks  e  construção  civil.  

Dos  doentes  com  patologia  ocupacional  alérgica  confirmada  ou  fortemente  suspeita  refere-­‐se  

o  caso  de  um  jovem  de  25  anos,  pizzeiro  com  rinite  e  asma  ocupacional  alérgica,  sensibilizado  

CURRICULUM  VITAE                                                     33  

a   farinhas   de   trigo   e   centeio,   um   doente   de   40   anos,  marceneiro,   com   rinite   ocupacional   e  

duas  doentes  com  dermatite  de  contacto  alérgica  a  epoxi  resinas  por  exposição  em  fábrica  de  

kayaks.   Foi   excluída   patologia   alérgica   ocupacional   em   3   doentes   não   tendo   sido   possível  

concluir  o  estudo  nos  restantes  quer  por  descontinuação  do  seguimento  em  consulta  quer  por  

evicção  indicada  ou  forçada  da  ocupação  suspeita.  

CONSULTA  DE  IMUNODEFICIÊNCIAS  PRIMÁRIAS  

Apesar  de  já  se  encontrarem  em  seguimento  no  Serviço  de  Imunoalergologia,  desde  há  vários  

anos,  doentes  com  estas  patologias,  a  consulta  começou  a  ser  estruturada  a  partir  do  último  

trimestre   de   2011,   passando   a   ser   realizada   às   sextas   feiras   de  manhã   sob   coordenação   do  

Prof.  Doutor  José  Torres  da  Costa.  

Sempre   que   possível   foi   mantida   a   colaboração   nesta   consulta   mesmo   durante   os   estágios  

parcelares,   tendo  colaborado,   conjuntamente  com  o  Prof.  Doutor   José  Torres  da  Costa,  Dra.  

Ana   Leblanc   e  Dra.   Teresa  Vieira,   na   elaboração  de   protocolos   de   diagnóstico   e   seguimento  

das  duas  patologias  mais   frequentemente  observadas  na  consulta:   Imunodeficiência  Comum  

Variável  (ANEXO9)  e  Défice  de  IgA  (ANEXO  10),  bem  como  na  publicação  de  um  livro,  destinado  

aos   colegas   de  Medicina  Geral   e   Familiar,   com   uma   revisão   e   propostas   de   abordagem   dos  

doentes  com  imunodeficiências  Primárias  (Publicação  1).  

São  atualmente  seguidos  em  consulta  14  doentes  com  angioedema  hereditário,  12   (86%)  do  

sexo   feminino,   com  mediana  de  38  anos   (9  a  69  anos),  pertencendo  a  6   famílias.  Destes,  10  

(71%)   têm   diagnóstico   confirmado   de   angioedema   hereditário   tipo   1   e   4   mulheres   têm  

suspeita  diagnóstica  de  angioedema  tipo  3,  as  quais  se  pretende  orientar  para  estudo  genético  

do  fator  XII  da  coagulação.  

Mantêm   seguimento   regular   32   doentes   com   diagnóstico   de   imunodeficiência   primária   de  

anticorpos,  20  (63%)  do  sexo  feminino,  com  idade  mediana  de  33  anos  (5  a  57  anos),  12  com  

défice  de  IgA  sintomático  (infeções  recorrentes  ou  patologia  alérgica),  11  com  diagnóstico  de  

imunodeficiência  comum  variável,  3  com  Síndrome  de  hiper-­‐IgM  por  mutação  do  gene  AICDA,  

1   com   agamaglobulinemia   ligada   ao   X   e   outros   doentes   com   alterações   de   anticorpos  mal-­‐

definidas.  

Atualmente   existem   10   doentes   a   realizar   tratamento   de   reposição   com   gamaglobulina   em  

administração   por   via   endovenosa,   estando   em   curso   a   transição   para   a   administração  

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  34  

subcutânea  em  alguns  doentes,  tendo  em  conta  o  perfil  mais  favorável  de  efeitos  adversos  e  

estabilização  dos  níveis  de  imunoglobulina  G.  

Destacam-­‐se  três  casos  clínicos  pelas  suas  particularidades  diagnósticas  e  evolução  da  doença:  

1) Doente  de  43  anos,  sexo  feminino,  seguida  previamente  por  deficiência  parcial  de  IgA  

e   IgG2   diagnosticada   há   cerca   de   20   anos,   com   agravamento   recente   do   número   e  

gravidade  de   infeções,   sobretudo  do   foro  otorrinológico,   tendo  evidenciado  critérios  

para   imunodeficiência   comum   variável   no   último   estudo   analítico   (IgG  

total=270mg/dL).  Aguarda  avaliação  de  anticorpos  específicos  para  antigénio  proteico  

e   polissacárido,   tendo   provavelmente   indicação   para   início   de   administração   de  

gamaglobulina  a  breve  prazo.    

2) Doente   de   45   anos,   sexo   feminino,   orientada   por   suspeita   de   imunodeficiência  

primária,  a  quem  foi  diagnosticada  atrofia  esplénica  e  Síndrome  de  Sjögren,  tendo  este  

caso   sido   apresentado   em   reunião   de   Serviço   (Apresentação   36)   e   publicado   em  

revista  indexada  (Publicação  9).  

3) Doente   de   29   anos,   sexo   masculino,   observado   por   pedido   de   colaboração   da  

Pneumologia   e  Medicina   Interna,   com   antecedentes   de   pneumonias   recorrentes   na  

infância,  bronquiectasias  sequelares,  elevação  de  IgM,  défice  de  IgA  e  IgG2  e  défice  de  

anticorpos   específicos,   a   quem   tinha   sido   previamente   excluído   o   diagnóstico   de  

Síndrome   de   Hiper-­‐IgM,   e   a   quem   foi   proposto   o   diagnóstico   de   “Activated   PI3K-­‐δ  

Syndrome   -­‐   APDS”,   descrito   no   ano   de   2013   e   do   qual   foi   tomado   conhecimento  

durante   o   Congresso   “First   International   Primary   Immunodeficiencies   Congress”   em  

setembro  de  2013.  Aguarda-­‐se  a  autorização  para  a  colheita  e  transporte  de  material  

para  estudo  genético  a  ser  realizado  no  Laboratório  IMAGINE,  em  Paris.  

Para  além  dos  doentes  com  diagnóstico  confirmado  e  seguidos  para  vigilância,  a  Consulta  de  

Imunodeficiências   Primárias   recebe   pedidos   de   observação   de   várias   especialidades   para  

avaliação   de   doentes   com   alterações   imunológicas   suspeitas   de   imunodeficiência   primária.  

Neste  contexto,  foi  desenvolvido  um  projeto  de  investigação  em  colaboração  com  a  consulta  

de   Pneumologia   –   Bronquiectasias,   que   deu   origem   a   poster   apresentado   em   reunião  

internacional  (Publicação  38).  

CURRICULUM  VITAE                                                     35  

O   interesse   nesta   área,   estimulado   e   apoiado   pelo   orientador   de   formação,   foi  

complementado   com   a   realização   do   Estágio   no   Hospital  Mount   Sinai   e   a   participação   na  

Escola  de  Verão  da  Sociedade  Europeia  de  Imunodeficiências  Primárias  -­‐  ESID  (Curso  23),  que  

permitiram   perceber   as   dificuldades   diagnósticas   e   de   tratamento   de   uma   área   de  

conhecimento  complexa  e  em  constante  expansão.  

   

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  36  

LABORATÓRIO  DE  EXPLORAÇÃO  FUNCIONAL  RESPIRATÓRIA  

Este   laboratório  encontra-­‐se  nas   instalações  da  Consulta  Externa,  permitindo  a   realização  de  

diversos  exames,  na  grande  maioria  das  situações  no  próprio  dia  da  consulta,  nomeadamente  

espirometria,   avaliação  da   resistência  das   vias   aéreas  por  oscilometria  de   impulso,   prova  de  

broncodilatação   após   400µg   de   salbutamol   inalado,   prova   de   provocação   brônquica  

inespecífica   com  metacolina   pelo  método  dosimétrico   e   determinação  da   fração   exalada   do  

óxido  nítrico   (FeNO).   É   ainda   realizada   rinomanometria  anterior  em  casos  particulares   como  

no  contexto  de  provocações  nasais.  

Durante   o   estágio   de   Imunoalergologia   Geral   foi   definido   um   período   de   3   meses   para  

observação,   realização  e   treino  na   interpretação  destas   técnicas,   tendo  posteriormente   sido  

responsável  pela  realização  ou  supervisão  de  determinados  procedimentos  tendo  em  conta  as  

necessidades  do  Serviço  de  Imunoalergologia.  

As  técnicas  realizadas  durante  o  período  de  estágio  encontram-­‐se  resumidas  na  Tabela  15,  não  

tendo   sido   contabilizadas   as   intervenções   posteriores   dado   ter   já   ultrapassado   os   requisitos  

mínimos  exigidos  no  Programa  de  Formação  (Tabela  4).  Foram  pessoalmente  realizadas  provas  

funcionais   respiratórias   a   um   total   de   119   doentes,   63%   do   sexo   feminino,   com   uma   idade  

mediana  de  24  anos  (3  a  75  anos  de  idade,  47  (39%)  com  idade  <18  anos  e  6  (5%)  com  idade  

<6  anos).  Foram  ainda  contabilizados  em  resumo  (Tabela  4),  as  provas  funcionais  respiratórias  

observadas   ou   executadas   em   outros   estágios,   nomeadamente   de   Imunoalergologia   dos  

Grupos  Etários  Pediátricos  e  de  Pneumologia.  

Tabela  15.  Procedimentos  realizados  no  Laboratório  de  Exploração  Funcional  Respiratória  

PROCEDIMENTO   OBSERVAÇÃO     EXECUÇÃO  PESSOAL  ESTUDO  FUNCIONAL  RESPIRATÓRIO  BASAL   132   104  PROVA  DE  BRONCODILATAÇÃO     55   49  PROVA  DE  PROVOCAÇÃO  BRÔNQUICA  INESPECÍFICA   17   5  FRAÇÃO  EXALADA  DO  ÓXIDO  NÍTRICO   73   68  OSCILOMETRIA  DE  IMPULSO   24   18  RINOMANOMETRIA  ANTERIOR   2   1  

   

CURRICULUM  VITAE                                                     37  

OUTROS  PROCEDIMENTOS  DE  DIAGNÓSTICO  E  TERAPÊUTICA  

Durante   a   Formação   Específica   foram   observados,   executados   e   interpretados   vários  

procedimentos  realizados  no  Departamento  de  Ambulatório  do  Serviço  de   Imunoalergologia,  

de  entre  os  quais  se  destacam  os  testes  cutâneos,  provas  de  provocação  com  estímulos  físicos,  

administração   de   imunoterapia   específica   e   provas   de   provocação   específicas   nasais   e  

conjuntivais,   estas   últimas  no   contexto  de   investigações   clínicas.  O   resumo  da   totalidade  de  

procedimentos   realizados   durante   o   internato   encontra-­‐se   na   secção   Resumo   Curricular   -­‐  

Tabela  4.  

TESTES  CUTÂNEOS  

Os   testes   cutâneos   por   picada   (TCP)   são   realizados   de   acordo   com   as   recomendações   da  

EAACI,  estando  disponíveis  várias  baterias  no  Serviço  de  Imunoalergologia  utilizando  extratos  

para  o  diagnóstico  de  alergia  a  aeroalergénios  e  alimentos   (ANEXO  11).  Os   testes  epicutâneos  

são  realizados  utilizando  a  bateria  standard  recomendada  pelo  Grupo  Português  de  Estudo  de  

Dermatites   de   Contacto   (GPEDC)   (ANEXO   12),   sendo   a   avaliação   de   outros   alergénios   de  

contacto  realizada  em  colaboração  com  a  Dermatologia.  É  ainda   feito  o   teste  de  provocação  

cutâneo  com  o  frio  (teste  do  cubo  de  gelo)  para  confirmação  diagnóstica  de  urticária  ao  frio.  

Foram   realizados   TCP   como   parte   da   formação   inicial   em   Imunoalergologia,   com   alimentos,  

fármacos   e   himenópteros   no   âmbito   das   respetivas   áreas   específicas,   no   estágio   de  

Imunoalergologia   dos   Grupos   Etários   Pediátricos   e   ainda   no   decurso   do   projeto   de  

investigação   “Alergia   ao   Tetranychus   urticae”   (projeto   de   investigação   2)   e   TCP   com   doses  

crescentes  de  Phleum  pratensis  no  ensaio  clínico  BIA-­‐PHL-­‐P2-­‐001.  Foram  ainda  realizados  TCP  

com   alimentos   em   natureza   e   TID   com   fármacos   e   himenópteros,   descritos   nas   respetivas  

áreas   específicas.   Foram   também   realizados   testes   epicutâneos   no   âmbito   da   consulta   de  

Imunoalergologia   e   do   estágio   de   Dermatologia.   O   teste   do   cubo   de   gelo   foi   realizado   em  

doentes  da  consulta  própria  de  Imunoalergologia.  

IMUNOTERAPIA  ESPECÍFICA  

A   sua  administração  é  habitualmente   realizada  pelo   corpo  de  enfermagem  e   supervisionada  

pelos  médicos  durante  o  seu  período  de  Serviço  de  Atendimento  Não  Programado.  São  nesse  

capítulo   descritos   os   doentes   nos   quais   foi   acompanhado   protocolo   de   iniciação   de  

imunoterapia   em   pauta   rápida   ou   com   reações   adversas.   Foi   pessoalmente   administrada  

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  38  

imunoterapia   numa   fase   inicial   da   formação   em   Imunoalergologia,   durante   períodos   de  

ausência  do  corpo  de  enfermagem,  no  âmbito  do  ensaio  clínico  BIA-­‐PHL-­‐P2-­‐001  e  no  estágio  

de  Imunoalergologia  dos  Grupos  Etários  Pediátricos.  

PROVOCAÇÕES  ESPECÍFICAS  

Embora   estes   procedimentos   não   estejam  disponíveis   na   prática   clínica   diária   no   Serviço   de  

Imunoalergologia,   foram   realizadas   provocações   nasais   específicas   com  Phleum  pratensis   no  

âmbito  do  ensaio  clínico  BIA-­‐PHL-­‐P2-­‐001,  tendo  sido  utilizados  como  critérios  de  positividade  a  

ocorrência   de   5   espirros   ou   a   diminuição   >50%   do   fluxo   inspiratório   nasal   máximo,   e  

provocações  conjuntivais  com  Tetranychus  urticae  no  âmbito  do  projeto  de  investigação  2.  

   

CURRICULUM  VITAE                                                     39  

CONTRIBUTOS  PARA  O  SERVIÇO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  

CONTRIBUTOS  PARA  O  DESENVOLVIMENTO  CIENTÍFICO  

Conforme   explicitado   na   secção   “Atividade   Científica   e   de   Formação   –   Projetos   de  

Investigação”,   durante   o   internato   foram   desenvolvidos   no   Serviço   de   Imunoalergologia   do  

Centro  Hospitalar  São  João,  EPE,  4  projetos  de  investigação  como  primeira  autora  (Projetos  de  

investigação  1,  2,  6  e  7),  salientando-­‐se  o  projeto  “Alergia  ao  Tetranychus  urticae”  para  o  qual  

foram  submetidos  e  aceites  pela  Comissão  de  Ética  hospitalar  dois   trabalhos  de   investigação  

como  investigadora  principal,  premiados  a  nível  nacional  (Prémio  4)  e  internacional  (Prémio  3).  

Foi  também  submetido  e  aceite  pela  Comissão  de  Ética  o  estudo  “Allergen  wheal  inhibition  by  

antihistamines   (AWIAH)”,   como   investigadora   principal   (Projeto   de   investigação   17),  

atualmente  em  fase  de  inclusão.  Adicionalmente,  foram  desenvolvidos  vários  outros  projetos  

como   co-­‐autora   ou   em   colaboração   com   outros   elementos   do   Serviço   de   Imunoalergologia  

(Projetos  de  investigação  5  e  8-­‐13),  2  destes  premiados  em  reunião  internacional  (Prémios  5  e  

6).  

Em  todos  os  projetos  de  investigação  procurou-­‐se  a  partilha  de  ideias  entre  vários  elementos  

do   serviço   de   forma   a   melhorar   quer   a   fase   de   desenvolvimento   metodológico,   quer   a  

interpretação  e  redação  dos  dados.  Foi  ainda  fomentada  a  colaboração  de  internos  mais  novos  

em  vários  projetos,  possibilitando  a  realização  de  técnicas  não  frequentemente  realizadas  no  

Serviço   de   Imunoalergologia,   como   as   provocações   conjuntivais   no   projeto   “Alergia   ao  

Tetranychus  urticae”.  

CONTRIBUTOS  PARA  A  ATUALIZAÇÃO  DE  CONHECIMENTOS  E  FORMAÇÃO  

Foram   periodicamente   apresentados   artigos   em   formato   Journal   Club,   doentes   do  

internamento  e  doentes  da  consulta  com  particularidades  diagnósticas  ou   terapêuticas,  bem  

como   temas   de   revisão   e   casos   clínicos,   descritos   na   Secção   “Atividade   Científica   e   de  

Formação  –  Apresentações  em  Reuniões  de  Serviço”,  contribuindo  para  a  formação  contínua  

dos  médicos  do  Serviço  de  Imunoalergologia.  

CONTRIBUTOS  PARA  A  MELHORIA  DA  ORGANIZAÇÃO  E  ATIVIDADE  ASSISTENCIAL  

Relativamente   aos   procedimentos   relacionados   com   a   administração   de   imunoterapia  

específica   e   tendo   em   conta   também   o   atual   programa   de   certificação   do   Serviço   de  

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  40  

Imunoalergologia,  foi  atualizado  o  Manual  de   Imunoterapia  do  Serviço  de   Imunoalergologia  

(ANEXO  13),  a  folha  de  registo  de  imunoterapia  (ANEXO  14)  e  orientado  o  projeto  de  criação  de  

um   programa   informático   de   registo   de   administrações   e   reações   adversas   à   imunoterapia  

(RegistIT),  que  aguarda  implementação.  

Da  participação  nas  atividades  realizadas  no  Hospital  de  Dia,  foi  promovida  a  atualização  dos  

documentos   de   registo   e   de   procedimentos   de   fármacos   e   alimentos   e   iniciados  

procedimentos  de  dessensibilização   ao   leite,   com  envolvimento  direto  na  programação  dos  

protocolos  e  na  supervisão  das  administrações.  

Atualização  de   folhetos   informativos   para   os   doentes   com  dermatite   de   contacto   alérgica,  

nomeadamente   para   os   parabenos,   formaldeído,   metildibromoglutaronitrilo,   kathon   CG,  

timerosal,  quaternarium-­‐15,  resina  epóxida  e  resina  paraterciária  butilfenolforma  (ANEXO  15).  

Apoio   e   melhoria   de   ferramentas   de   organização   e   comunicação   do   Serviço   de  

Imunoalergologia,   nomeadamente   a   disponibilização   do   software   Alert®   e   sensor   de  

reconhecimento   no   gabinete   da   consulta   de   atendimento   não   programado,   facilitação   e  

organização   de   documentos   do   Serviço   em   rede,   previamente   disponíveis   em   cloud   e  

atualmente,   por   restrições   de   acesso   a   esta   tecnologia   nos   computadores   institucionais,   em  

fase  de  inclusão  nos  servidores  do  Centro  Hospitalar  de  São  João,  e  interligação  com  o  Serviço  

de   Informática   no   sentido   de   possibilitar   a   digitalização   de   documentos   no   Serviço   para   um  

email  institucional,  que  se  encontra  em  curso.  

Colaboração  na  implementação  da  consulta  de  Imunodeficiências  Primárias,  nomeadamente  

na  elaboração  de  protocolos  de  diagnóstico  e   seguimento  de  doentes   com   imunodeficiência  

comum   variável   (ANEXO   9)   e   défice   seletivo   de   IgA   (ANEXO   10),   elaboração   dos   cartões   dos  

doentes   com   imunodeficiência   comum   variável   e   défice   seletivo   de   IgA,   formalização   do  

registo   de   doentes   com   imunodeficiência   primária   em   bases   nacionais   –   REPORID   e  

internacionais  –  ESID,  em  curso,  e  implementação  do  Grupo  de  Imunodeficiências  Primárias  do  

Centro   Hospitalar   São   João,   composto   pelo   Prof.   Doutor   José   Torres   da   Costa  

(Imunoalergologia),   Dr.   Artur   Bonito   Vitor   (Pediatria),   Dra.   Edite   Pereira   (Medicina   Interna),  

Prof.  Doutor  António  Sarmento   (Infeciologia)  e  Dra.  Adelina  Amorim  (Pneumologia),  em  fase  

de  elaboração  de  objetivos  e  oficialização.  

 

CURRICULUM  VITAE                                                     41  

OUTROS  CONTRIBUTOS  

Colaboração  nos  eventos  “Semana  da  Alergia”,  dirigidos  ao  público  geral  (utentes  e  visitantes  

do  Hospital  de  São  João),  realizados  em  maio  de  2010,  2011,  2012  e  2013  como  co-­‐autora  dos  

slides   informativos   de   “asma   e   rinite”   (ANEXO   16),   esclarecimento   de   dúvidas   em   relação   à  

Especialidade  de   Imunoalergologia,  distribuição  de  panfletos   informativos  sobre  algumas  das  

patologias  observadas  pela  especialidade  e  reforço  do  ensino  da  utilização  de   inaladores  nos  

utentes  com  asma.  

Participação   na   Comissão   Científica   da   “Reunião   para   medicina   geral   e   familiar   -­‐  

Imunodeficiências   primárias:   Como   suspeitar   e   orientar?”,   organizada   pelos   Serviços   de  

Imunoalergologia  do  Centro  Hospitalar  São  João,  EPE  e  Centro  Hospitalar  de  Vila  Nova  de  Gaia  

/   Espinho,   colaborando   na   organização   temática   e   na   escolha   e   revisão   dos   casos   clínicos  

apresentados  (ANEXO  100C).  

Formação   e   esclarecimento   de   dúvidas   ao   corpo   de   enfermagem   do   Serviço   de  

Imunoalergologia,  sempre  que  solicitado.  

 

   

  ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  GERAL,  DO  ADULTO  E  FINAL  42  

   

CURRICULUM  VITAE                                                     43  

ESTÁGIO  NO  HOSPITAL  MOUNT  SINAI  

INTRODUÇÃO  

Local:  Allergy  and  Clinical  Immunology  Division    

Mount  Sinai  Hospital,  Nova  Iorque,  Estados  Unidos  da  América  

Duração:  4  semanas  (5  a  30  de  agosto  de  2013)  

Tendo  como   interesse  aprofundar   tanto  a  áreas  de  alergia  alimentar  e  de   imunodeficiências  

primárias  e  tendo  em  conta  a  deliberação  do  Conselho  de  Administração  do  Centro  Hospitalar  

São   João  a  14  de  novembro  de  2012,  visando  a   suspensão  da  possibilidade  de   realização  de  

estágios   não   obrigatórios   no   estrangeiro,   o   estágio   foi   limitado   a   4   semanas   e   realizado   no  

Hospital  Mount   Sinai,   dado   o   reconhecido   mérito   científico   desta   instituição   em   ambas   as  

áreas  de  interesse  e  a  possibilidade  de  contactar  pessoalmente  com  médicos  e  cientistas  como  

o  Prof.  Doutor  Hugh  Sampson  e  a  Prof.  Doutora  Charlotte  Cunningham-­‐Rundles.    

Este   estágio   foi   aprovado   pelo   Hospital   Mount   Sinai   como   estágio   observacional,   tendo  

incluído  duas  vertentes:  

− Estágio  de  alergia  alimentar  em  idade  pediátrica  no  Jaffe  Food  Allergy  Institute  

− Estágio  de  imunodeficiências  primárias  no  Departamento  de  Imunologia  Clínica    

OBJETIVOS  

− Conhecimento   do   modelo   de   organização   de   um   Departamento   de   Imunoalergologia  

integrado  num  diferente  contexto  sociocultural;  

− Conhecimento   dos   diferentes   protocolos   de   atuação   na   área   de   alergia   alimentar,   com  

particular   relevância   para   a   alergia   alimentar   ao   leite   e   ovo,   incluindo   provas   de  

provocação   com   alimentos   extensamente   cozinhados   e   protocolos   de   indução   de  

tolerância;  

− Diagnóstico   e   tratamento   de   imunodeficiências   primárias,   com   maior   ênfase   para   a  

imunodeficiência   comum   variável   mas   visando   outras   imunodeficiências   menos  

frequentes  e  o  programa  de  rastreio  de  imunodeficiência  severa  combinada;  

− Atualização   relativamente   às   atuais   linhas   de   investigação   e   atividade   científica   nestas  

áreas  do  conhecimento.  

  ESTÁGIO  NO  HOSPITAL  MOUNT  SINAI  44  

HOSPITAL  MOUNT  SINAI  E  SERVIÇO  DE  ALERGIA  E  IMUNOLOGIA  CLÍNICA  

O  Centro  Médico  Mount  Sinai  foi  fundado  em  1852  e  expandido  para  a  sua  localização  atual  na  

5ª   avenida  em  1904,   compreendendo  atualmente  o  Hospital  Mount   Sinai   –  Faculty  Practise,  

onde  os  médicos  exercem  a  sua  atividade  clínica,  e  a  Faculdade  de  Medicina  –  Icahn  School  of  

Medicine,   inaugurada  em  1968.  É  um  dos  maiores  e  mais  antigos  hospitais  universitários  dos  

Estados   Unidos   da   América,   incluindo  mais   de   1100   camas   de   internamento,   2500  médicos  

especialistas,  1000  médicos  internos  e  546.000  consultas  externas  em  2012.  

O   Serviço   de   Alergia   e   Imunologia   Clínica   do   Hospital  Mount   Sinai   foi   fundado   em   1978,  

estando   dividido   na   secção   pediátrica,   o   Jaffe   Food   Allergy   Institute,   especializado   na  

observação  da  alergia  alimentar  em  idade  pediátrica,  e  a  secção  de  adultos,  onde  se  destaca  o  

Primary   Immunodeficiency   Program   do   Departamento   de   Imunologia   Clinica.   Os   internos  

(Fellows)  e  os  especialistas  (Attending  Physicians)  da  secção  de  adultos  colaboram  também  na  

observação   de   doentes   do   programa  Medicaid,   destinado   a   cidadãos   com   baixas   fontes   de  

rendimento   e   realizado   em   instalações   distintas,   na   observação   de   doentes   hospitalizados,  

como   Consulta   Interna,   e   no   atendimento   urgente   não   presencial,   estando   disponível   um  

serviço   telefónico   permanente.   O   Serviço   de   Alergia   e   Imunologia   Clínica   inclui   ainda   5  

laboratórios   de   investigação   e   uma   unidade   de   internamento   para   realização   de  

procedimentos   de   maior   risco,   particularmente   no   âmbito   de   projetos   de   investigação,   a  

Clinical  Research  Unit.  

JAFFE  FOOD  ALLERGY  INSTITUTE  

Diretor  de  Serviço:  Prof.  Doutor  Hugh  Sampson  

Diretor  Clínico:  Prof.  Doutor  Scott  Sicherer  

O  Instituto  tem  8  gabinetes  de  consulta  equipados  com  computador,  marquesa  e  otoscópio,  2  

gabinetes   para   colheitas   de   sangue   e   realização   de   espirometria,   um   gabinete   médico   de  

trabalho,   um   balcão   de   enfermagem   para   a   preparação   dos   testes   cutâneos   e   uma   área  

contígua   onde   são   realizadas   as   provas   de   provocação   com   alimentos,   com   3   salas  

individualizadas  e  um  balcão  central.    

Durante   o   período   de   estágio   faziam   parte   do   corpo   clínico   8   médicos   especialistas   em  

Imunoalergologia,   9   internos   de   Imunoalergologia,   1   nutricionista,   1   enfermeira   “Nurse  

Practicioner”,   com   competências   para   a   realização   de   consultas   sob   a   supervisão   de   um  

CURRICULUM  VITAE                                                     45  

médico,  1  enfermeira  responsável  pela  realização  das  provas  de  provocação  oral,  3  “Medical  

Assistants”  que  realizam  os  testes  cutâneos  por  picada,  espirometrias  e  colheitas  sanguíneas,  2  

secretárias  e  7  pessoas  dedicadas  à  Clinical  Research  Unit.  Fazem  ainda  parte  da  equipa  a  Dra.  

Mirna  Chehade,  gastroenterologista  dedicada  ao  acompanhamento  de  doentes  com  esofagite  

eosinofílica,  e  o  Dr.  Eyal  Shemesh,  psiquiatria  responsável  pelo  programa  EMPOWER,  dedicado  

à  avaliação  e  acompanhamento  psicológico  de  crianças  com  alergia  alimentar.  

Médicos  Especialistas:  Hugh  Sampson  Scott  Sicherer  Anna  Nowak-­‐Wegrzyn  Julie  Wang  Amanda  Cox  Supinda  Bunyavanich  Jacob  Kattan  Jennifer  Kim  

Internos  de  Imunoalergologia:  

Primeiro  ano:  Kate  Welch  Tricia  Lee  Whitney  Rassbach  

Segundo  ano:  Stephanie  Albin  Jennifer  Camacho  Deerthe  Andreae  

Terceiro  ano:  Harnshna  Mehta  Paul  Maglione  Manish  Ramesh  

   

Durante  o  período  do  estágio  foram  observadas  crianças  com  diagnóstico  de  alergia  alimentar  

IgE-­‐mediada   com   reações   sistémicas   a   amendoim,   frutos   secos,   leite   e   ovo,  mas   também   a  

sementes,  trigo,  cevada,  aveia,  peixe,  soja  e  bife  (em  criança  sem  alergia  a  proteínas  do  leite  

de  vaca).  Outras  reações  observadas  incluíram  a  proctocolite  alérgica  a  tomate  em  criança  sob  

amamentação  materna,  FPIES  (síndrome  de  enterocolite  induzidas  por  proteínas  alimentares)  

a   leite,   bem   como   síndrome   de   alergia   oral   a   frutos   contendo   análogos   da   Bet   v   1   como   a  

banana,  maçã  e  meloa.  

Os   testes   cutâneos   por   picada   são   realizados   utilizando   extratos   ou   alimentos   em  natureza,  

como   no   caso   dos   frutos   secos   e   sementes,   e   registado   o   diâmetro  médio   da   pápula   e   do  

eritema.  

O   diagnóstico   por   componentes   é   utilizado   quase   exclusivamente   na   avaliação   da   alergia  

alimentar   a   amendoim   e   frutos   secos   em   crianças   com   sensibilização   a   bétula,   sendo  

efectuado  por  painéis  (Ara  h  1,  2,  3,  8  e  9  para  o  amendoim  e  Cor  a  1,  8,  9  e  14  para  a  avelã,  

por  exemplo)  ou  no  âmbito  do  estudo  ISAC  a  decorrer  no  serviço.  

Para   avaliação   da   alergia   ao   ovo   são   monitorizados   a   IgE   específica   e   testes   cutâneos   por  

picada  com  extrato  de  clara  de  ovo.  Em  crianças  com  um  perfil  favorável  é  proposta  uma  prova  

de  provocação  oral  com  ovo  extensamente  cozinhado  e,  se  tolerado,  manutenção  da  ingestão  

  ESTÁGIO  NO  HOSPITAL  MOUNT  SINAI  46  

deste  alimento  no  domicílio,  sendo  futuramente  avaliada  a  eventual   tolerância  para  ovo  mal  

cozinhado.  

Nas  crianças  com  alergia  ao  leite  de  vaca  o  protocolo  de  introdução  faseada  inicia-­‐se  com  leite  

extensamente  cozinhado,   seguido  de  queijo   (em  pizza,  por  exemplo)  e   só  depois  o   leite  não  

cozinhado.  

Foi   observada   a   realização   de   provas   de   provocação   oral   simples   com   alimentos,   que   são  

preparados  no  domicílio  e  trazidos  pelos  cuidadores,  entre  os  quais  com  amendoim  (manteiga  

de   amendoim),   amêndoa   (manteiga   de   amêndoa),   nozes   pecan,   leite   de   vaca,   ovo  

extensamente  cozinhado  (muffin   contendo  1/3  de  ovo),  ovo  pouco  cozinhado  (ovos  mexidos  

ou   rabanadas),   amêijoa,   caranguejo,  pêssego  cozido  e  mostarda.  Estas  provas   são   realizadas  

por  uma  enfermeira  treinada  e  marcadas  para  o  dia  de  consulta  do  médico  assistente,  que  é  

chamado  em  caso  de  reação  e  no  momento  da  alta.  Os  alimentos  são  ingeridos  com  intervalos  

de  10-­‐15  minutos  em  4-­‐5  doses  e  o  doente  observado  durante  2  horas  após  a  última  dose.  

Figura  4.  Área  de  preparação  de  alimentos  para  as  provas  de  provocação  oral  

 

Na  Clinical  Research  Unit,  uma  unidade  de  internamento  partilhada  com  outras  especialidades  

como   a   Endocrinologia,   são   realizadas   provas   de   provocação   com   maior   probabilidade   de  

reação,  incluindo  provas  em  doentes  com  FPIES,  provas  duplamente  cegas  e  imunoterapia  com  

alimentos   no   âmbito   de   estudos   de   investigação.   Os   alimentos   são   preparados   por   um  

cozinheiro  da  unidade  e  a  administração  e  vigilância  realizada  por  enfermeiros  especializados.  

Nesta   unidade   foram   observadas   uma   prova   em   ocultação   simples   com   soja   (10   gramas   de  

farinha  de  soja  oculta  em  hamburger)  e  uma  prova  com  banana  em  doente  com  suspeita  de  

FPIES  a  banana.  

CURRICULUM  VITAE                                                     47  

Existem  no   Serviço   folhas  de   informação   relativamente  a   cada  uma  das   alergias   alimentares  

mais   frequentes,   dermatite   atópica,   aeroalergénios  e   conselhos  na  escola.   Todas   as   crianças  

com  alergia   alimentar,   independentemente  da   reação  prévia,   são  portadoras  de  dispositivos  

de  auto-­‐administração  de  adrenalina,  estando  atualmente  disponível,  para  além  da  Epipen®,  o  

Auvi-­‐q®,  dispositivo  este  de  formato  com  maior  portabilidade  e  guiado  por  voz,  que  tem  tido  

uma  boa  aceitação  sobretudo  por  parte  dos  adolescentes  e  para  amas/infantários.  

Em   todas   as   consultas   de   reavaliação,   habitualmente   anuais,   é   revista   a   técnica   de  

administração  de  adrenalina  e  entregue  um  plano  de  emergência  atualizado  com  uma  cópia  

para  os  pais  e  outra  para  o  infantário/escola.  

Foi   ainda   possível   acompanhar   a   Dra.   Chehade   na   observação   de   doentes   com   esofagite  

eosinofílica,   incluindo   crianças   e   adultos.   As   opções   terapêuticas   apresentadas   incluem  uma  

dieta   de   evicção   de   4   alimentos   (leite,   ovos,   trigo   e   soja),   escolhidos   de   acordo   com   a  

experiência  clínica  da  Dra.  Chehade,  com  reintrodução  progressiva  sob  avaliação  endoscópica  

a  cada  8  semanas,  dieta  esta  que,  apesar  de  menor  eficácia  que  a  dieta  elementar,  tem  menor  

custo  e  menos  potenciais   efeitos   adversos   a  nível   nutricional   e   social,   ou  o   tratamento   com  

fluticasona  deglutida,   com  boa  eficácia   clínica  mas  necessidade  de  adesão  e  de  vigilância  de  

possíveis  efeitos  adversos,  nomeadamente  a  candidíase  esofágica.  Estas  opções  são  discutidas  

com  os  pais/doentes  e  instituídas  segundo  a  sua  opção.  

De  entre  crianças  observadas  sem  alergia  alimentar  salientam-­‐se  um  bebé  de  10  meses  com  

sintomas  de  rinoconjuntivite  tendo  como  única  sensibilização  a  aeroalergénios  a  barata  e  uma  

criança  de  7  anos  com  dermatite  atópica  observada  por  suspeita  de  dermatite  herpetiforme  e  

sobreinfeção  por  Staphylococcus  aureus.    

Foi  notada  a  opção  pelo  regime  "molhado"  no  tratamento  da  dermatite  atópica,  adotado  por  

este  centro,  que   inclui  banhos   frequentes  e  prolongados  e  utilização  de   roupa  e  compressas  

molhada   (“wet   wraps”)   como   forma   de   potenciar   a   hidratação,   para   além   da   utilização   de  

emolientes  e  tratamentos  farmacológicos  quando  necessário.  

 

 

 

  ESTÁGIO  NO  HOSPITAL  MOUNT  SINAI  48  

PRIMARY  IMMUNODEFICIENCY  PROGRAM  

Diretor  de  Serviço:  Prof.  Doutora  Charlotte  Cunningham-­‐Rundles  

Este   programa   integra   uma   área   de   gabinetes   de   consulta   e   uma   clínica   de   infusão   onde   é  

realizada  a  administração  de  fármacos  biológicos  por  via  endovenosa,  sendo  a  supervisão  de  

todas  as  consultas  e  da  clínica  de   infusão  realizada  diretamente  pela  Prof.  Doutora  Charlotte  

Cunningham-­‐Rundles.  

A   consulta   ocorre   em   dois   períodos   semanais.   Durante   as   4   semanas   de   estágio   foram  

observados   2   doentes   com   doença   granulomatosa   crónica   autossómica   dominante   sob  

profilaxia  antibiótica,  1  doente  com  Síndrome  de  Good,  1  doente  de  25  anos  com  Síndrome  de  

Job   que   mantinha   abcessos   cutâneos   recorrentes   apesar   de   profilaxia   antibiótica,   1  

adolescente  com  verrugas  disseminadas  e  suspeita  de  mutação  de  DOCK8,  1  menina  de  2  anos  

com  défice  funcional  de  células  NK  sob  profilaxia  com  aciclovir,  1  rapaz  de  7  meses  com  défice  

de  CD40L  sob  tratamento  com  imunoglobulina  subcutânea  e  profilaxia  antibiótica,  a  aguardar  

transplante   de   células   hematopoiéticas,   e   vários   doentes   com   imunodeficiência   comum  

variável,   alguns   dos   quais   com   complicações   como   púrpura   trombocitopénica   idiopática   e  

Síndrome  de  Evans,  a  necessitar  de   tratamento  com  rituximab.  Dos  doentes   sob   tratamento  

com   gamaglobulina   alguns   utilizam   a   administração   subcutânea   enquanto   que   outros  

preferem  a  administração  endovenosa  na  clínica  de  infusão  ou  no  domicílio  sob  supervisão  de  

enfermagem.  

Foram   ainda   observados   3   recém-­‐nascidos   do   programa   de   rastreio   de   imunodeficiência  

severa   combinada,   com  número  de   cópias   de   TRECs   (círculos   de   excisão  dos   receptores   das  

células   T)   <150,   nos   quais   foi   excluída   imunodeficiência   após   realização   de   contagem  

diferencial   de   linfócitos   por   citometria   de   fluxo.   Este   programa,   iniciado   no   estado   de  

Wiscounsin   em   2008,   utiliza   o   sangue   colhido   para   o   rastreio  metabólico   do   recém-­‐nascido  

para  quantificar  os  círculos  de  excisão  das  células  T,  um  subproduto  da  maturação  das  células  

T   durante   a   recombinação   VDJ   dos   receptores,   presente   nas   células   T   naive   recentemente  

migradas  do  timo  para  o  sangue  periférico.  

     

CURRICULUM  VITAE                                                     49  

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  

O  Serviço  de  Alergologia  e  Imunologia  Clínica  do  Hospital  Mount  Sinai  desenvolve  uma  intensa  

atividade   científica,   sobretudo   na   área   da   alergia   alimentar,   que   é   integrada   com   a   rotina  

clínica   diária.   A   investigação   é   maioritariamente   financiada   por   bolsas   nacionais   que  

possibilitam   que   os   especialistas   dediquem   cerca   de   70%   do   seu   horário   em   atividades   de  

investigação  e  apenas  30%  em  atividade  assistencial.  De  forma  a  coordenar  todos  os  estudos  

clínicos  realizados  no  Jaffe  Food  Allergy  Institute,  uma  investigadora  está  presente  diariamente  

no   instituto   com   funções   de   informar   e   esclarecer   os   cuidadores   da   criança   a   incluir,  

acompanhar   o   preenchimento   de   pré-­‐requisitos   como   o   consentimento   informado   e  

coordenar   a   recolha   de   outras   informações   necessárias.   Para   além   disso,   os   doentes   e  

cuidadores   sem   critérios   de   inclusão   para   nenhum   estudo   em   curso   podem   assinar   uma  

newsletter  onde  recebem  informação  atualizada  dos  estudos  a  decorrer.    

Durante  o  período  de  estágio  estavam  a  decorrer  os  seguintes  estudos  no   Jaffe  Food  Allergy  

Institute:  

Estudos  em  curso  com  fase  de  inclusão  terminada  

− Milk  Oral  Immunotherapy  (OIT)  plus  Xolair®  (anti-­‐IgE)  

− Food  Allergy  Herbal  Formula  (FAHF-­‐2).  Phase  2  Trial  

− Baked  milk:  “In  this  study  we  hope  to  find  out  if  eating  baked  products  that  contain  milk  

as  an  ingredient  is  safe  for  some  children  with  milk  allergy  and  whether  this  changes  the  

time  it  takes  to  outgrow  milk  allergy.”  

Estudos  em  fase  de  inclusão  de  doentes  

− Food  Protein-­‐Induced  Enterocolitis  Syndrome  

− The  Use  of  the  ISAC  Microarray  Platform  in  Food-­‐allergic  Patients  

− Vitamin  D  Status  in  Children  with  Food  Allergies  and  Eosinophilic  Esophagitis  

− Eosinophilic  Esophagitis  Databank  Study  

− Peanut  Allergy  Genetics  

− Peanut   Epitope   Study:   “This   study   is   designed   to   develop   a   new   type   of   peanut   allergy  

vaccine  from  small  pieces  of  peanut  proteins  called  T-­‐cell  epitopes.”  

− Food   Allergy   Resource   Initiative:   “This   study   is   being   done   to   see   if   we   can   determine  

what  part  of  food  proteins  are  recognized  by  IgE  antibodies,  which  cause  allergic  reactions  

to  foods.”  

  ESTÁGIO  NO  HOSPITAL  MOUNT  SINAI  50  

Estudos  a  iniciar  

− Immunotherapy  for  Wheat  

− Peanut  Epicutaneous  Patch  

− Oral  Immunotherapy  for  Peanut  

− Peanut  Sublingual  Film  Immunotherapy  

− Baked  Egg  vs  Egg  Oral  Immunotherapy  

 

Durante   o   período   de   estágio   foi   possível   assistir   a   4Grand   Rounds   do   Serviço   onde   foram  

apresentados  os  seguintes  temas:  

Journal  club  

− Frischmeyer-­‐Guerrerio  at  al.  TGFβ  receptor  mutations  impose  a  strong  predisposition  for  

human  allergic  disease.  Sci  Transl  Med.  2013  Jul  24;5(195):195ra94.  

Clinical  case  report  

− A  patient  with  chronic  refractory  urticaria      

− Hypereosinophilia  

− Campylobacter  infection  and  agammaglobulinemia  

Review  

− Chronic   sinusitis:   what   should   the   allergist   know?   Por   Satish   Govindaraj,  

otorrinolaringologista  do  Hospital  Mount  Sinai  

 

COMENTÁRIOS  

O  conhecimento  da  realidade  de  um  Serviço  de  Imunoalergologia  internacional  foi  um  enorme  

contributo  para  a  formação  específica.  Durante  o  estágio  foi  possível  discutir  com  especialistas  

de  grande  experiência  a  abordagem  diagnóstica  e  orientação  clínica  de  diferentes  patologias  

nas  áreas  da  alergia  alimentar  e  imunodeficiências  primárias.    

A   diferente   exposição   a   aeroalergénios   e   padrões   alimentares   comparativamente   a   Portugal  

condicionam  uma   significativa  diferença  na  prevalência   de   alergia   alimentar   a   determinados  

alimentos,   como  o  amendoim,   tanto  por   fenómenos  de   reatividade  cruzada  com  o  pólen  de  

CURRICULUM  VITAE                                                     51  

bétula,  como  pela  exposição  a  manteiga  de  amendoim,  alimento  frequentemente  consumido  

na  América  do  Norte.    

Foi  interessante  constatar  as  diferentes  opções  e  alternativas  oferecidas  aos  doentes,  estando  

a   indústria   alimentar   muito   vocacionada   para   a   rotulagem   e   a   obtenção   de   alimentos  

alternativos  que  não  são  de  fácil  acesso  em  Portugal,   facilitando  a  manutenção  de  dietas  em  

que   a   evicção   de   múltiplos   alimentos   é   necessária   ou   como   alternativa   terapêutica,  

nomeadamente  na  esofagite  eosinofílica.  

Em  relação  ao   leite  e  ao  ovo,  os  procedimentos  standard  são  semelhantes  aos  realizados  no  

Serviço  de   Imunoalergologia  do  Hospital   São   João,   exceptuando-­‐se   as  provas  de  provocação  

com   leite   e  ovo  extensamente   cozinhado,  que   se  pretende  que   venham  a   ser   integrados  na  

prática  clínica  deste  hospital,  dado  o  demonstrado  potencial  na  aquisição  de  tolerância  oral  a  

estes  alimentos.  

É  ainda  de  salientar  a   importância  dada  à   formação  das  crianças  e  adolescentes  com  alergia  

alimentar  e  cuidadores,  com  entrega  de  informação  escrita  relativa  às  alergias  atuais,  plano  de  

emergência  e  eventuais  cuidados  a  ter  na  escola  e  no  relacionamento  interpessoal.  

Relativamente   à   componente   das   imunodeficiências   primárias,   foi   um   privilégio   poder  

observar   doentes   e   beber   um   pouco   da   imensa   experiência   clínica   e   conhecimento   de  

imunologia  da  Prof.  Doutora  Cunningham-­‐Rundles.  

De  forma  global,  foi  uma  experiência  muito  enriquecedora  a  nível  clínico  e  pessoal,  tendo  sido  

possível   usufruir   de   uma   instituição   de   renome   internacional   no   tratamento   e  

desenvolvimento  científico  da  alergia  alimentar  e   imunodeficiências  primárias,  bem  como  do  

companheirismo   e   espírito   de   partilha   de   médicos   especialistas   e   internos   de  

Imunoalergologia,  a  quem  deixo  o  meu  sincero  agradecimento.  

A   experiência   relativa   a   este   estágio   foi   sumariamente   publicada   na   Secção   “Notícias”   da  

Revista  Portuguesa  de  Imunoalergologia  (Publicação  19).  

  ESTÁGIO  NO  HOSPITAL  MOUNT  SINAI  52  

 

ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA DOS

GRUPOS ETÁRIOS PEDIÁTRICOS

 

 

 

   

ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  DOS  GRUPOS  ETÁRIOS  PEDIÁTRICOS  54  

   

CURRICULUM  VITAE   55  

INTRODUÇÃO  

Local:  Centro  de  Imunoalergologia,  Hospital  CUF  Descobertas,  Lisboa  

Diretor  de  Serviço:  Dr.  Mário  Morais  de  Almeida  

Orientador  de  Formação:  Dra.  Ângela  Gaspar  

Duração:6  meses  (1/7/2011  a  31/12/2011)  

Sendo   este   um   estágio   para   o   qual   o   Centro   Hospitalar   São   João   não   tinha,   à   data   da   sua  

realização,   idoneidade   formativa,   e   tendo   o   Centro   de   Imunoalergologia   do   Hospital   CUF  

Descobertas  reconhecido  mérito  clínico,  científico  e  pedagógico,  com  particular  afinidade  para  

os   grupos   etários   pediátricos,   foi   opção   realizar   o   Estágio   de   Imunoalergologia     dos   Grupos  

Etários  Pediátricos  neste  Centro.    

Ademais,   o   facto  de   a   família   direta   (pais   e   irmãos)   residirem  na   área  da  Grande   Lisboa,   foi  

também  um  incentivo  para  a  deslocação  durante  6  meses  para  Lisboa  para  a  realização  deste  

estágio.  

O   plano   de   atividades   foi   programado   de   acordo   com   os   objetivos   de   formação,   tendo  

cumprido   40   horas   semanais,   das   quais   12   horas   dedicadas   ao   Serviço   de   Urgência   /  

Permanência   e   as   restantes   distribuídas   pela   Consulta   Externa   de   Imunoalergologia,  

Laboratório  de  Exploração  Funcional  Respiratória  e  Hospital  de  Dia  de  Imunoalergologia.  

O   Centro   de   Imunoalergologia   do   Hospital   CUF   Descobertas   fica   localizado   no   Piso   -­‐1   do  

Edifício   do  Ambulatório   e   é   constituída   por:   1   sala   de   espera   partilhada   com  os   doentes   de  

Cardiologia   e   de   Gastrenterologia,   4   gabinetes   de   consulta,   1   sala   de   Hospital   de   Dia   e   2  

gabinetes  para   realização  de  provas   funcionais   respiratórias.  A   grande  proximidade  entre  os  

espaços   permitiu   acompanhar   em   paralelo   várias   atividades   quer   no   âmbito   da   consulta  

externa,  quer  em  Hospital  de  Dia.  

Durante   este   período   foi   também   mantida   a   atividade   de   Consulta   Externa   no   Serviço   de  

Imunoalergologia  do  Centro  Hospitalar  São  João,  realizada  durante  as  tardes  de  sexta-­‐feira  a  

cada  duas  semanas.  

 

 

ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  DOS  GRUPOS  ETÁRIOS  PEDIÁTRICOS  56  

ATIVIDADE  ASSISTENCIAL  

CONSULTA  EXTERNA  

A  atividade  na  consulta  externa  de   Imunoalergologia   teve  um  cariz  sobretudo  observacional,  

tendo  assistido  em  média  a  4  períodos  semanais  de  consultas  realizadas  pelo  Dr.  Mário  Morais  

de   Almeida,   2   períodos   com   a   Dra.   Ângela   Gaspar   e   2   períodos   com   outros   elementos   do  

Serviço,   entre   os   quais   o   Prof.  Doutor   Luís  Miguel   Borrego,  Dra.   Cristina  Arêde,  Dra.   Susana  

Piedade,  Dra.  Cristina  Santa-­‐Marta,  Dra.  Graça  Sampaio  e  Dra.  Graça  Pires.    

No  decorrer  do  estágio   foram  sendo  adquiridas  competências  que  permitiram  a  participação  

mais   ativa   em   todas   as   fases  da   consulta   externa   (anamnese,   exame  objetivo,   definição  dos  

problemas   do   doente,   discussão   de   diagnósticos   diferenciais,   pedido   de   meios  

complementares   de   diagnóstico   e   decisão   terapêutica),   realizadas   sob   supervisão   de   um  

Especialista  de  Imunoalergologia.    

Foram  observados  um  total  de  935  doentes  com  idade  média  de  15  anos  e  uma  mediana  de  9  

anos  (mínimo  de  4  meses  e  máximo  de  84  anos),  687  (73%)  com  idade  <18  anos,  540  do  sexo  

masculino  (58%).  De  um  total  de  1040  consultas,  158  (15%)  foram  primeiras  consultas  e  106  

doentes  foram  observados  em  mais  de  uma  ocasião  durante  os  6  meses  de  estágio.  

Foi   observada   sensibilização   para   aeroalergénios   em   312   (33%)   doentes,   estando   a   sua  

caracterização  para  cada  uma  das  faixas  etárias  representada  na  Figura  5.  

Figura  5.  Frequência  relativa  de  sensibilização  aos  diferentes  grupos  de  aeroalergénios  

 

 

Na   Tabela   16   são   apresentados   os  motivos   de   consulta   e   diagnósticos   observados   em   cada  

uma   das   faixas   etárias,   tendo   em   consideração   que   o   número   de   patologias   excede   o   de  

doentes,  dada  a  frequente  concomitância  de  diferentes  doenças  alérgicas.  

0%  

20%  

40%  

60%  

2-­‐5  anos   6-­‐11  anos   12-­‐17  anos   ≥18  anos  

Atopia  

Ácaros  

Pólenes  

Epitélios  

Fungos  

CURRICULUM  VITAE   57  

Tabela  16.  Motivos  de  consulta  e  diagnósticos  por  faixa  etária  

 0-­‐23  MESES  N=51  

2-­‐5  ANOS  N=264  

6-­‐11  ANOS  N=273  

12-­‐17  ANOS  N=99  

≥18  ANOS  N=248  

TOTAL  N=935  

Rinite   23   174   227   93   194   717  

Alérgica   1   39   104   50   97   191  

Conjuntivite  alérgica(1)   1   7   22   10   24   64  

Rinossinusite(2)   0   3   8   7   53   71  

Asma   2   73   124   61   93   353  

Alérgica   1   21   61   27   27   137  

Sibilância  recorrente(3)   32   78   -­‐   -­‐   -­‐   110  

Infeções  respiratórias  de  repetição   8   52   11   2   5   78  

Hipertrofia  do  tecido  linfóide  de  Waldeyer  

1   28   4   -­‐   -­‐   33  

Tosse  crónica   2   24   20   2   5   53  

Eczema  atópico   7   42   32   13   11   105  

Atópico   3   15   20   8   9   55  

Urticária  crónica   1   2   4   -­‐   12   18  

Espontânea   1   -­‐   1   -­‐   5   7  

Física(4)   -­‐   2   3   -­‐   7   12  

Alergia  alimentar   11   25   17   3   13   69  

Leite  de  vaca(5)   10   10   7   2   -­‐   29  

Ovo   -­‐   9   3   1   -­‐   13  

Peixe   1   3   3   -­‐   1   8  

Marisco   -­‐   -­‐   1   -­‐   5   6  

Frutos  secos   -­‐   2   4   -­‐   -­‐   6  

Outros(6)   -­‐   8   3   -­‐   7   18  

Alergia  a  fármacos   2   4   6   1   14   27  

Beta-­‐lactâmicos   1   4   1   1   3   10  

AINE   -­‐   -­‐   4   -­‐   4   8  

Outros(7)   1   -­‐   1   -­‐   7   9  AINE:   Anti-­‐inflamatórios   não   esteroides;   (1)Conjuntivite   alérgica   isolada   em   3   crianças;   (2)Rinossinusite  crónica  com  polipose  nasal:  2  em  idade  pediátrica,  em  estudo  e  6  adultos;  (3)Antecedentes  de  sibilância  transitória   da   infância   em   31   crianças   3-­‐17   anos;   (4)Urticária   ao   frio   (n=6),   colinérgica   (n=3),  dermografismo  (n=3),   solar   (n=2)  e  de  pressão  retardada   (n=1);  (5)Alergia  às  proteínas  do   leite  de  vaca  em  dessensibilização  oral  (n=8),  enterocolite  induzida  por  proteínas  (n=1)  e  proctocolite  alérgica  (n=1);  (6)Amendoim  (n=5),  kiwi   (n=5),   rosáceas   (n=4),   farinha  de   trigo   (n=2),  ananás   (n=1),  geleia   real   (n=1)  e  pimento  de  padrón  (n=1);  (7)Fluticasona  inalada  (n=1),  cotrimoxazol  (n=1),  metilprednisolona  (n=1),  peri-­‐operatória  (n=1),  ciprofloxacina  (n=1),  fluoxetina  (n=1)  e  anestésico  local  (n=1).    

ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  DOS  GRUPOS  ETÁRIOS  PEDIÁTRICOS  58  

Outros  diagnósticos  observados  incluíram:  

− Prurigo  estrófulo  (n=11)  

− Alergia  ao  látex  (n=3):  2  em  tratamento  de  manutenção  com  imunoterapia  sublingual  

de  látex  e  1  em  quem  foi  observada  a  iniciação  da  imunoterapia  durante  o  estágio;  

− Esofagite   eosinofílica   (n=2):   1   com   suspeita   e   1   com   diagnóstico   confirmado,   em  

tratamento  com  fluticasona  deglutida  e  inibidor  da  bomba  de  protões  

− Alergia  ao  epitélio  de  cavalo  (n=2):  1  com  anafilaxia  e  1  com  angioedema  palpebral    

− Dermatite  de  contacto  ao  níquel  com  urticária  generalizada  após  ingestão  de  alimento  

armazenado  em  recipiente  contendo  níquel  (n=1)    

− Hipogamaglobulinemia  transitória  da  infância  (n=1)  

Foram   também   observadas   crianças   com   história   de   anafilaxia,   tendo   durante   o   estágio  

colaborado   na   recolha   e   análise   dos   dados   relativamente   às   circunstâncias,   etiologia   e  

orientação  dos  episódios  de  anafilaxia  (Projeto  de  investigação  3).  O  caso  clínico  de  2  adultos  

jovens  com  anafilaxia  a  maçã  por  alergia  a  LTPs  e  a  importância  de  co-­‐fatores  foi  também  alvo  

de  publicação  (Publicações  11  e  28).  

Dos   370   doentes   pediátricos   com   asma   ou   sibilância   recorrente,   336   (91%)   estavam   a   ser  

tratados  com  medicação  de  controlo  (corticoides  inalados,  associações  de  corticoide  inalado  e  

agonista  β2  de  longa  ação,  antagonistas  dos  receptores  dos  leucotrienos,  e/ou  xantinas);  183  

faziam  medicação  inalada  de  controlo,  em  dispositivos  adequados  à  faixa  etária  e  coordenação  

da  criança:  14  com  idade  inferior  a  2  anos,  68  crianças  2-­‐5  anos,  69  dos  6-­‐11  anos  e  32  jovens  

12-­‐17   anos.   A   cada   consulta   era   revista   a   técnica   inalatória   e   adequado   o   dispositivo,   se  

necessário.  

Dos   312   doentes   atópicos,   51   (16%)   estavam   sob   tratamento   atual   com   imunoterapia  

específica  para  aeroalergénios,  33  (63%)  dos  quais  crianças  com  idades  compreendidas  entre  

os  5  e  os  16  anos.  

Foi   também   acompanhado   o   início   de   tratamento   com   ciclosporina   de   um   jovem   com  

dermatite  atópica  grave  e  má  compliance  para  os  tratamentos  tópicos  cutâneos.  

 

 

CURRICULUM  VITAE   59  

HOSPITAL  DE  DIA  

O  Hospital  de  Dia  de  Imunoalergologia  situa-­‐se  numa  área  contígua  aos  gabinetes  de  consulta  

e  do  Laboratório  de  Exploração  Funcional  Respiratória  e  possui  3  cadeirões,  mesa  de  trabalho  

com  computador,  frigorífico  e  microondas.  Funciona  de  segunda  a  sexta-­‐feira,  sendo  a  maioria  

dos   procedimentos   agendados   para   início   durante   a   manhã.   Aqui   são   realizados  

procedimentos  diagnósticos   como   testes   cutâneos  por  picada-­‐picada,   testes   intradérmicos   e  

provocações   orais,   e   procedimentos   terapêuticos,   nomeadamente   administração   de  

imunoterapia  específica  subcutânea  e  dessensibilizações  a  alimentos  e  fármacos.  

Durante   o   estágio   foram   acompanhadas   21   sessões   de   Hospital   de   Dia   de   14   doentes,   sob  

orientação  da  Dra.  Ângela  Gaspar  ou  Dra.  Susana  Piedade  (Tabela  17).  

Tabela  17.  Procedimentos  observados  em  Hospital  de  Dia  

PROCEDIMENTO   SEXO   IDADE   MOTIVO  

TCP   Ananás  e  kiwi   F   2   Suspeita  de  alergia  ao  ananás  e  kiwi    

Peixes   M   2   Suspeita  de  alergia  a  peixes  

TCP/TID   Beta-­‐lactâmicos   F   34   Anafilaxia  peri-­‐operatória  

PPO   Leite  de  vaca   M   3   Alergia  às  PLV  

Gema  de  ovo   F   2   Anafilaxia  ao  ovo  

Gema  de  ovo   F   9   Alergia   às   PLV.   Evicção   de   ovo   por   sIgE  

positiva  

Clara  de  ovo   F   10   Antecedentes  de  anafilaxia  ao  ovo    

Ovo  cru   F   16   Antecedentes  de  alergia  ao  ovo  

Linguado   F   6   Alergia  não  IgE-­‐mediada  a  peixes  

  Meloxicam   F   35   Hipersensibilidade  aos  AINE    

DZT   Leite  de  vaca   M   6   Anafilaxia  às  PLV  e  alergia  ao  LEH  

Leite  de  vaca   M   7   Anafilaxia  às  PLV  

  AAS   F   41   Anafilaxia  ao  AAS  e  doença  pró-­‐trombótica  

SLIT   Látex  (iniciação)   F   37   Anafilaxia  ao  látex  e  síndrome  látex-­‐frutos  

AINE:   Anti-­‐inflamatórios   não   esteróides;   DZT:   Dessensibilização;   LEH:   leite   extensamente   hidrolisado;  PLV:  proteínas  do  leite  de  vaca;  PPO:  Prova  de  provocação  oral;  sIgE:  Imunoglobulina  E  específica;  SLIT:  Imunoterapia  sublingual;  TCP:  Testes  cutâneos  por  picada;  TID:  testes  intradérmicos.  

 

ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  DOS  GRUPOS  ETÁRIOS  PEDIÁTRICOS  60  

Foram   de   particular   interesse   o   acompanhamento   de   várias   sessões   em   Hospital   de   Dia   de  

dessensibilização  oral  ao  leite  de  vaca,  realizado  segundo  protocolo  publicado  por  este  grupo  

(Rev  Port   Imunoalergologia  2011;19(3):161-­‐169),   tendo   tido  a  oportunidade  de   colaborar  na  

recolha   e   tratamento   de   dados   relativos   às   reações   adversas   destes   procedimentos  

(Publicação  31)  e  na  publicação  da  dessensibilização  realizada  na  criança  com  alergia  ao  leite  

extensamente  hidrolisado  (Publicação  10).  

O  caso  de  dessensibilização  ao  ácido  acetilsalicílico  em  doente  com  deficiência  do  inibidor  do  

ativador  do  plasminogénio  tipo  1  foi  também  alvo  de  publicação  (Publicações  2  e  27).  

Foi   ainda   importante   para   a   formação   o   acompanhamento   da   iniciação   de   imunoterapia  

sublingual  ao  látex,  realizada  em  5  dias  consecutivos  no  Hospital  de  Dia.  

LABORATÓRIO  DE  EXPLORAÇÃO  FUNCIONAL  RESPIRATÓRIA  

Coordenado  pelo  Dr.  Mário  Morais  de  Almeida  e  sob  orientação  do  Prof.  Doutor  Luís  Miguel  

Borrego   na   idade   pré-­‐escolar,   o   laboratório   é   composto   por   2   salas   equipadas   com  

pletismógrafo   Jaeger   MasterScope   spirometer   (v4.65,   Care   Fusion   Ltd)   onde   são   realizadas  

várias   técnicas   de   exploração   funcional   respiratória,   nomeadamente   medição   de   volumes  

pulmonares  dinâmicos  e  estáticos  por  espirometria  e  pletismografia,  avaliação  de  resistências  

das  vias  aéreas,  provas  de  broncodilatação  e  provas  de  provocação  brônquica  inespecífica  com  

metacolina  e  com  exercício  físico.  

Durante  o  estágio  foi  acompanhada  a  realização  de  várias  provas  respiratórias  pela  Dra.  Isabel  

Almeida,   tendo   sido   particularmente   interessante   a   observação   de   estudos   funcionais  

respiratórios  em  crianças  de  idade  pré-­‐escolar.  Nesta  faixa  etária,  a  confiança  e  cooperação  da  

criança   são   fundamentais,   sendo   essencial   um   ambiente   tranquilo,   técnico   experiente   e   a  

utilização  de  software  animado,  de   forma  a  treinar  a  criança  a  dominar  progressivamente  as  

técnicas   de   expiração   forçada,   tendo   a   exequibilidade   desta   técnica   na   prática   clínica   sido  

revista  e   resultado  em  publicação   (Publicação  3).  É  de  salientar  que  em   idade  pré-­‐escolar  os  

resultados   são   expressos   em   z-­‐scores   ajustados   ao   sexo,   altura   e   idade,   sendo   um   z-­‐score  

inferior  a  -­‐2  para  o  FEVt  e  FEF25-­‐75  interpretados  como  um  padrão  obstrutivo.  

Foi   ainda   possível   observar   a   realização   de   duas   provas   com   exercício   físico   em   crianças   de  

idade  escolar.  

CURRICULUM  VITAE   61  

SERVIÇO  DE  URGÊNCIA  /  PERMANÊNCIA  DE  IMUNOALERGOLOGIA  

O  Serviço  de   Imunoalergologia  possui  uma  consulta  de  Atendimento  Permanente   /  Urgência  

de  segunda  a  sexta-­‐feira  entre  as  8h  e  as  20h,  com  referenciação  do  Serviço  de  Urgência  ou  

outras   Especialidades   do  Hospital   CUF  Descobertas,   ou   por  marcação   de   consulta   urgente   a  

pedido  do  doente.  

Durante  o  estágio  foi  realizada  consulta  de  Urgência  às  segundas-­‐feiras  das  8h  às  20h,  com  a  

supervisão  do  Dr.  Mário  Morais  de  Almeida,  onde  foram  observados  65  doentes,  54  (83%)  de  

idade  pediátrica,  37  (57%)  do  sexo  masculino,  de  acordo  com  o  motivo  na  Tabela  18.  

 Tabela  18.  Motivos  de  observação  urgente  e  diagnósticos  por  faixa  etária  

 0-­‐23  MESES  N=11  

2-­‐5  ANOS  N=24  

6-­‐11  ANOS  N=14  

12-­‐17  ANOS  N=4  

≥18  ANOS  N=12  

TOTAL  N=65  

Agudização  de  asma   -­‐   5   7   2   5   19  

Contexto  infecioso   -­‐   1   4   1   1   7  Incumprimento  terapêutico  

-­‐   1   -­‐   1   3   5  

Infeção  respiratória   11   18   7   2   6   44  Agudização  de  eczema  atópico  

-­‐   1   -­‐   -­‐   1   2  

 

Foi  ainda  observado  um  doente  de  29  anos,  sexo  masculino,  por  anafilaxia  ao  atum  e  suspeita  

de   alergia   a   metilprednisolona   por   agravamento   do   quadro   após   administração   de  

metilprednisolona,   a   quem   foi   prescrito   dispositivo   para   auto-­‐administração   de   adrenalina  

intramuscular   e   agendada   consulta   para   avaliação   de   sensibilização   a   peixes   e   ao   fármaco  

suspeito.  Posteriormente,  foi  excluída  a  suspeita  de  alergia  a  metilprednisolona  pela  realização  

de  testes  cutâneos  por  picada  e  intradérmicos  e  prova  de  provocação  oral.  

 

 

 

 

ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  DOS  GRUPOS  ETÁRIOS  PEDIÁTRICOS  62  

PROCEDIMENTOS  EFETUADOS  

Durante  o  estágio  foram  realizados  vários  procedimentos  do  âmbito  da  especialidade,  que  se  

descriminam  na  Tabela  19.  

Tabela   19.   Procedimentos   diagnósticos   e   terapêuticos   realizados   durante   o   Estágio   de  

Imunoalergologia  dos  Grupos  Etários  Pediátricos.  

PROCEDIMENTO   <18  ANOS   TOTAL  TESTES  CUTÂNEOS  POR  PICADA(1)   112   162  TESTES  EPICUTÂNEOS   -­‐   1  INTERPRETAÇÃO  DE  ESTUDO  FUNCIONAL  RESPIRATÓRIO(2)   51   58  PROVA  DE  PROVOCAÇÃO  ORAL  A  ALIMENTOS  OU  ADITIVOS   6   6  PROVA  DE  PROVOCAÇÃO  A  FÁRMACOS   -­‐   1  PROVA  DE  PROVOCAÇÃO  POR  EXERCÍCIO  FÍSICO   2   2  PROVA  DE  PROVOCAÇÃO  COM  ESTÍMULOS  FÍSICOS(3)   2   3  APLICAÇÃO  SUBCUTÂNEA  DE  IMUNOTERAPIA  ESPECÍFICA   11   31  ACOMPANHAMENTO  DE  ESQUEMA  ACELERADO  DE  IMUNOTERAPIA   8   10  ACOMPANHAMENTO  DE  ADMINISTRAÇÃO  DE  IMUNOTERAPIA  SUBLINGUAL   -­‐   1  ACOMPANHAMENTO  DE  PROTOCOLOS  DE  INDUÇÃO  DE  TOLERÂNCIA   2   3  

 (1)Inclui  testes  cutâneos  picada-­‐picada  com  extratos  em  natureza.  (2)24  em  idade  pré-­‐escolar.  (2)Teste  do  cubo  do  gelo,  positivo  nos  3  testados  

   

CURRICULUM  VITAE   63  

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  E  DE  FORMAÇÃO  

Os   trabalhos   desenvolvidos   durante   ou   após   o   estágio   sob   a   supervisão   de   elementos   do  

Centro   de   Imunoalergologia   do  Hospital   CUF  Descobertas   encontram-­‐se   descritos   na   Secção  

“Atividade  Científica  e  de  Formação  –  Projetos  de  investigação”,  relativamente  aos  projetos  nº  

3,   4,   9,   10,   14,   15   e   16,   sendo   ainda   incluídas   as   publicações   relativas   aos   casos   clínicos  

previamente  referidos.  

No   âmbito   das   Reuniões   do   Centro   de   Imunoalergologia   do   Hospital   CUF   Descobertas   foi  

possível   assistir   ao   tema   “Diagnóstico   de   alergia   molecular”,   leccionado   pelo   Dr.   Angel  

Barahona  a  14  de  outubro  de  2011.  

Foi  também  ministrada  a  parte  prática  da  Formação  em  “Terapia  inalada”  para  farmacêuticos,  

integrada  na  ação  de   formação   sobre  Asma   e   DPOC   que  decorreu  a  12  e  13  de  outubro  de  

2011   na   Associação   Portuguesa   de   Farmácias,   Lisboa,   sob   coordenação   da   Escola   de   Pós-­‐

Graduação   em   Saúde   e   Gestão   (ANEXO   17),   bem   como   realizada   entrevista   em   programa  

televisivo  “Diário  da  Manhã”,  dirigida  ao  público  em  geral,  intitulada  “Alergias  alimentares  no  

Natal”,  a  15  de  dezembro  de  2011.  

 

Tabela   20.   Atividades   de   investigação   realizadas   durante   o   Estágio   de   Imunoalergologia   dos  

Grupos  Etários  Pediátricos  

  TOTAL  PROJETOS  DE  INVESTIGAÇÃO   7  

Como  autor  ou  co-­‐autor   2  Em  curso   3  

PRÉMIOS     3  Como  primeiro  autor  /  apresentador   1  

PUBLICAÇÕES   14  Artigos  em  texto  completo   7  

Como  primeiro  autor     4  

Revistas  indexadas     4  

Sob  a  forma  de  resumo1   7  Como  primeiro  autor     4  

1Os   trabalhos   /   publicações   em   resumo   semelhantes   apresentados   em   diferentes   reuniões,  

independentemente  da  língua,  foram  contabilizados  apenas  uma  vez.  

ESTÁGIO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  DOS  GRUPOS  ETÁRIOS  PEDIÁTRICOS  64  

COMENTÁRIOS  

A   realização  do  estágio  de   Imunoalergologia  dos  Grupos  Etários  Pediátricos  no  Hospital   CUF  

Descobertas   foi   uma  mais-­‐valia   para   a   formação   específica   em   Imunoalergologia,   dado   que  

possibilitou  o  contacto  com  um  elevado  número  de  crianças  de  diferentes   idades,  sobretudo  

com  patologia  alérgica  respiratória  e  alimentar.  

Na   consulta   de   doentes   em   idade   pediátrica   é   privilegiada   a   comunicação   eficiente   com   a  

família  ou  cuidadores,  enquanto  se  desenvolve  na  criança,  de  forma  adequada  à  faixa  etária,  a  

responsabilidade   pessoal   pelo   tratamento   e   monitorização   da   sua   doença   e   o   ensino   da  

correta  utilização  da  medicação,  com  especial  relevo  para  a  técnica  inalatória  e  os  dispositivos  

utilizados  nos  grupos  etários  pediátricos.  

Foi   particularmente   relevante   a   possibilidade   de   colaborar   em   trabalhos   de   investigação  

científica   nos   domínios   da   rinite,   sibilância   e   provas   funcionais   respiratórias   em   idade   pré-­‐

escolar,   anafilaxia   em   idade   pediátrica   e   dessensibilização   oral   ao   leite   de   vaca,   que  

culminaram  em  prémios  nacionais  e  na  publicação  de  artigos  em  revistas  indexadas.  

 

ESTÁGIO DE LABORATÓRIO DE

IMUNOLOGIA

   

ESTÁGIO  DE  LABORATÓRIO  DE  IMUNOLOGIA  66  

   

CURRICULUM  VITAE                                                     67  

INTRODUÇÃO  

Local:  Laboratório  de  Imunologia  do  Serviço  de  Patologia  Clínica,    

Centro  Hospitalar  São  João,  EPE  

Diretor  do  Serviço  de  Patologia  Clínica:  Prof.  Doutor  Tiago  Guimarães  

Coordenador  do  Laboratório  de  Imunologia:  Prof.  Doutor  Luís  Delgado  

Orientador  de  Formação:  Prof.  Doutor  Luís  Delgado  

Duração:  3  meses  (1/2/2012  a  30/4/2012)  

 

O   plano   de   atividades   foi   programado   de   acordo   com   os   objectivos   de   formação,   com  

participação   nas   atividades   dos   vários   setores   funcionais   de   Laboratório   de   Imunologia:  

Imunoalergologia,   Imunoquímica,  Autoimunidade,   Imunidade  Celular  e   Imunofenotipagem,  e  

Inflamação  das  Vias  Aéreas.  

As  atividades  desenvolvidas  consistiram  na  observação  e  execução  das  diferentes  técnicas  de  

estudo   imunológico,   na   interpretação   dos   resultados   obtidos   e   no   aprofundamento   de  

conhecimentos  teóricos  e  das  noções  sobre  os  limites  e  a  fiabilidade  das  diferentes  técnicas  e  

métodos.  

Durante   este   período   foi   também  mantida   a   atividade   no   Serviço   de   Imunoalergologia   com  

realização   de   Consulta   Externa   (2   períodos   de   consulta   própria   e   1   período   de   consulta   de  

imunodeficiências  primárias)  e  Serviço  de  Atendimento  Não  Programado  (18  horas/semana).  

   

ESTÁGIO  DE  LABORATÓRIO  DE  IMUNOLOGIA  68  

ATIVIDADE  LABORATORIAL  

SETOR  DE  IMUNOALERGOLOGIA  

Este  setor  possui  dois  auto-­‐analisadores  Thermo  Fisher  Scientific®:  

o ImmunoCAP®  250  –  usado  na  rotina  diária  para  determinação  de  IgE  total  e  IgE  específica  

para   alergénios   e   componentes  moleculares,   bem   como   para  misturas   de   alergénios   e  

Phadiatop.  Permite  ainda  estudos  de  autoimunidade,  sendo  aqui  determinadas  a  IgA  anti-­‐

gliadina   e   anti-­‐transglutaminase,   IgG   anti-­‐proteína   citrulinada   cíclica   (CCP)   e   IgG   anti-­‐

membrana  basal  glomerular  (GBM)  

o UniCAP®   100   –   equipamento   de   menor   dimensão   e   automatização,   usado   para  

determinações  menos  frequentes  como  a  IgG  específica  para  veneno  de  himenópteros  e  

Aspergillus  fumigatus,  tríptase  e  proteína  catiónica  eosinofílica  (ECP)    

As  determinações  são  realizadas  através  do  método  de  Imunoensaio  Enzimático  Fluorescente  

(FEIA).   Para   cada   determinação   é   utilizada   uma   “caneta”   específica   que   contém   cápsulas  

(CAPs)  com  uma  matriz  contendo  o  antigénio  ou  anticorpo  ao  qual  se  ligam  os  anticorpos  ou  

antigénios   pretendidos   da   amostra,   posteriormente   conjugados   com   β-­‐galactosidase   e  

incubados  com  uma  solução  de  desenvolvimento  de  modo  a  haver  emissão  de  fluorescência.  

Após   a   adição   da   solução   stop,   a   fluorescência   é   quantificada,   sendo   esta   proporcional   à  

quantidade  do  elemento  analisado.    

O   setor   possui   ainda   o   equipamento   ImmunoCAP   ISAC®   (Thermo   Fisher   Scientific®)   com  

tecnologia  de  biochip  para  determinação  semi-­‐quantitativa  de  IgEs  específicas  para  um  painel  

de  mais  de  100   componentes  moleculares,   utilizado  em  casos   selecionados  para  estudos  de  

investigação   de   polissensibilizaçãoeanticorpos   IgEde   reatividade   cruzada,   sendo   o   resultado  

expresso   em   Unidades   Padrão   ISAC   (ISU).   Durante   o   período   de   estágio   não   foi   possível  

realizar  este  procedimento.  

 

 

 

 

CURRICULUM  VITAE                                                     69  

SETOR  DE  AUTOIMUNIDADE  

Neste   setor   as   principais   técnicas   laboratoriais   utilizadas   são   as   de   imunofluorescência  

indireta,   imunoensaio   enzimático   de   fase   sólida   (ELISA)   e   immunoblotting.     Apesar   de   ser   o  

setormais  dedicado  ao  estudo  da  autoimunidade,  é  também  realizada  a  identificação  de  auto-­‐

anticorpos   em   outros   setores   e   com   outras   metodologias   como   o   imunoensaio   enzimático  

fluorescente,  quimioluminescência  e  radioimunoensaio.  

A  Imunofluorescência  Indireta  é  um  método  semi-­‐quantitativo  para  detecção  de  antigénios  ou  

anticorpos,  que  usa  um  anticorpo  marcado  com  fluorescência  como  meio  de  deteção  final  em  

microscópio  óptico  de  fluorescência.  A  avaliação  é  feita  para  duas  diluições  (1/100  e  1/1000),  

utilizando  substratos  específicos  em  lâminas  pré-­‐peparadas:  

o Lâmina   Hep-­‐20-­‐10   (fígado   de   primata   e   células   Hep2   –   células   epiteliais   humanas   do  

carcinoma  da  laringe)  para  observação  de  anticorpos  antinucleares  (ANA)  com  diferentes  

padrões   (homogéneo,   mosqueado,   nucleolar,   nuclear   dots   e   anti-­‐centrómero),   que  

sugerem  anticorpos  para  diferentes  antigénios  nucleares    

O Lâmina   CT3   (estômago,   fígado   e   rim   de   rato)   para   observação   de   anticorpos   anti-­‐

mitocondriais,  anti-­‐músculo  liso,  anti-­‐células  parietais  e  anti-­‐LKM  1,  2  e  3  (liver,  kidney  

and  microssomes)  

O Lâmina  com  esófago  de  macaco  para  observação  de  anticorpos  anti-­‐desmossoma  e  anti-­‐

membrana  basal  

O Lâmina  com  ovário  de  macaco  para  observação  de  anticorpos  anti-­‐ovário  

O   ELISA   (“Enzyme-­‐Linked   ImmunoSorbent   Assay”)   é   um   método   quantitativo   em   que   se  

encontram   adsorvidos   antigénios   numa   fase   sólida,   a   que   se   ligam   os   anticorpos   que  

queremos  determinar.  É  adicionado  um  anticorpo  ou  antigénio  marcado  com  uma  enzima  que,  

após   a   adição   de   substrato,   permite   o   desenvolvimento   de   cor,   quantificada   por  

espectrofotometria.   Com   este   método   é   possível   quantificar   os   seguintes   auto-­‐anticorpos:  

anti-­‐citoplasma  dos  neutrófilos  (ANCA-­‐MPO  e  ANCA-­‐PR3),  anti-­‐C1q,  anti-­‐factor  intrínseco,  anti-­‐

recetor   TSH   (TRAB),   anti-­‐fosfolípidos   (anti-­‐cardiolipina   e   anti-­‐β2   glicoproteína)   anti-­‐

Sacharomyces  cerevisiae  (ASCA),  e  ainda  o  CH100.  

O   immunoblotting   é  um  método  qualitativo  que  utiliza  o  princípio  do  ELISA,   em  que   se  usa  

uma  tira  revestida  com  diferentes  auto-­‐antigénios  numa  localização  determinada,  aos  quais  se  

ligam   os   auto-­‐anticorpos   que   queremos   detetar.   É   o   caso   dos   anticorpos   contra   antigénios  

ESTÁGIO  DE  LABORATÓRIO  DE  IMUNOLOGIA  70  

nucleares   extraíveis     (ENA   -­‐   anti-­‐extractable   nuclear   antigen):   anti-­‐SSa,   anti-­‐SSb,   anti-­‐Scl70,  

anti-­‐Sm,  anti-­‐Jo1  e  anti-­‐RNP;  e  ainda  os  anticorpos  anti-­‐histonas,  anti-­‐SPR,  anti-­‐nucleossomas  

e  anti-­‐PCNA.  

SETOR  DE  IMUNOQUÍMICA  

A   Imunoquímica   é   o   ramo   da   imunologia   que   se   ocupa   da   caracterização   bioquímica   das  

reações   do   sistema   imunológico   e/ou   dos   seus   componentes.   As   principais   técnicas  

laboratoriais   utilizadas   neste   setor   são   a   electroforese   capilar,   nefelometria,  

quimioluminescência  e  radioimunoensaio.  

A   electroforese   capilar   é   utilizada   para   realização   do   proteinograma   electroforético,  

separando   as   moléculas   de   acordo   com   o   tamanho   e   forma   em:   albumina,   α1-­‐globulina  

(proteínas   de   fase   aguda:   90%   -­‐   α1   antitripsina),   α2-­‐globulina   (proteínas   de   fase   aguda,   ex.:  

haptoglobina  e  ceruloplasmina),  β-­‐globulina  (transferrina,  beta  lipoproteína  e  C3)  e  γ-­‐globulina  

(imunoglobulinas).   No   componente   γ-­‐globulina   podem   ser   observadas   alterações   como   a  

hipogamaglobulinemia,   pico   policlonal   ou   pico   monoclonal,   sendo   que   para   melhor  

caracterização  deste  último  é  utilizada  a  técnica  de  imunofixação  de  modo  a  determinar  se  o  

aumento  se  deve  a  cadeias  leves  k  ou  λ  e  a  cadeias  pesadas  γ  (igG),  α  (IgA)  ou  µ  (IgM).  

A  nefelometria  é  utilizada  para  a  quantificação  de  várias  proteínas,  entre  as  quais:  

O Componentes  do  complemento:  C1q,  C3c,  C4,  C5  e  inativador  do  C1;    

O Imunoglobulinas  (Ig):  IgG  total  e  subclasses,  IgA,  IgM  e  IgD;  

O Fator  reumatoide  (IgM  anti-­‐Fc  da  IgG);  

O Outras  proteínas:  albumina,  pré-­‐albumina,  β2-­‐microglobulina,  α1-­‐antitripsina,  proteína  C-­‐

reativa  (PCR)  e  PCR  de  alta  sensibilidade,  transferrina  e  receptor  solúvel  da  transferrina  e  

ceruloplasmina,  entre  outras.  

A  quimioluminescência  é  utilizada  para  quantificação  de  marcadores  tumorais,  incluindo  a  β-­‐

hCG,  alfa  feto-­‐proteína,  antigénio  carcinoembrionário,  antigénio  prostático  específico,  total  e  

livre  (PSA),  CA19.9,  CA125,  CA15.3;  auto-­‐anticorpos  como  os  anti-­‐tiroglobulina  (anti-­‐TG)  e  anti-­‐

peroxidase  (anti-­‐TPO),  e  proteínas  como  a  ferritina.  

O   radioimunoensaio   (RIA)   é   uma   das   técnicas   mais   sensíveis   e   específicas   para   a   análise  

quantitativa  das   reações  antigénio-­‐anticorpo,   com  detecção  de  concentrações  na  ordem  dos  

nanogramas   e   picogramas,   utilizando   como   marcadores   da   reação   isótopos   radioativos.  

CURRICULUM  VITAE                                                     71  

Através   deste   método   é   realizada   a   quantificação   de   17α-­‐OH-­‐hidroxiprogesterona,  

testosterona  e  anticorpos  anto-­‐acetilcolina,  anti-­‐ilhéu  pancreático  (GAD)  e  anti-­‐insulina.  

SETOR  DE  IMUNIDADE  CELULAR  E  IMUNOFENOTIPAGEM  

A  citometria  de  fluxo  permite  a  caraterização  celular  de  acordo  com  marcadores  presentes  na  

superfície   celular   ou   marcadores   intracelulares,   na   sua   maioria   denominados   clusters   de  

diferenciação   (CD).   A   amostra   é   corada   com   diferentes   fluorocromos   tendo   em   conta   as  

populações  celulares  a  identificar.    

Após   marcação,   os   tubos   são   colocados   no   citómetro   FACSCanto®   II,   onde   as   células   são  

individualmente  expostas  a  um  feixe  de   luz  que  permite  medir  o  tamanho  celular  através  da  

difração/refração  (FSC  –  Forward  Scatter),  a  granularidade  das  células  através  da  dispersão  da  

luz  (SSC  -­‐  Side  Scatter)  e  a  fluorescência.    

Os  resultados  são  apresentados  no  software  Infinicyt®  na  forma  de  um  gráfico  tipo  “dot-­‐plot”  

em  que   cada   célula   corresponde   a   um  ponto,   com  uma  das   características   apresentada   nas  

ordenadas   e   outra   nas   abcissas.   Através   da   sucessiva   seleção   de   grupos   celulares   tendo   em  

conta  a  FSC,  SSC  e  fluorescência  é  possível  quantificar  os  diferentes  grupos  celulares.  

Na   suspeita   de   doença   hematológica,   o   painel   de   fluorocromos   utilizado   segue   as  

recomendações   da   EuroFlowTM   antibody   panels   (2009),   com   diferentes   conjuntos   de  

marcadores   na   suspeita   de   1)   leucemia   aguda,   2)   linfoma,   3)   discrasia   de   plasmócitos,   4)  

leucemia   linfocítica   aguda   de   precursores   B,   5)   leucemia   linfocítica   aguda   de   células   T,   6)  

leucemia  mieloide  aguda  e  Síndromes  mielodisplásicos,  7)  doença  linfoproliferativa  cónica  de  

células   B,   8)   doença   linfoproliferativa   crónica   de   células   T,   ou   9)   doença   linfoproliferativa  

crónica  de  células  NK.  

A  citometria  de  fluxo  é  também  utilizada  para  imunofenotipagem  dos  linfócitos  periféricos  em  

doentes   com   Imunodeficiência   Primária   e   linfocitose   em   lavados   broncoalveolares,  

quantificação  dos   linfócitos   T   CD4+  nos   doentes  HIV  positivos,   análise   do  DNA,   avaliação  da  

função  oxidativa  dos  neutrófilos  através  do  teste  da  dihidrorodamina  (DHR)  123,  contagem  de  

reticulócitos,  caracterização  de  antigénios  intracelulares  e  estudo  da  apoptose.  

Durante   o   estágio   foi   apenas   observada   a   realização   de   citometria   de   fluxo   para   doença  

hematológica  e  doentes  HIV  positivos.  No  entanto,   foram  também  observados,  por   interesse  

ESTÁGIO  DE  LABORATÓRIO  DE  IMUNOLOGIA  72  

próprio,   resultados   de   doentes   com   suspeita   de   imunodeficiência   primária,   para   os   quais   é  

realizada   a   quantificação   relativa   (em   percentagem)   dos   seguintes   subtipos   linfocitários:  

CD19+,  CD3+,  CD3+CD4+,  CD3+CD8+,  CD3-­‐CD16+CD56+.  

SETOR  DE  INFLAMAÇÃO  DAS  VIAS  AÉREAS  

Neste   setor   é   realizada   a   avaliação   imunológica   de   lavados   broncoalveolares   (LBA)   e   esputo  

induzido,  não  tendo  este  último  sido  observado  durante  o  período  do  estágio.  

Durante   o   período   do   estágio   foi   possível   acompanhar   todos   os   passos   da   avaliação  

imunológica  do  LBA  e  assistir  ao  curso  teórico-­‐prático  de  “Lavado  broncoalveolar”,   integrado  

no  1.º   Curso  de  Doenças   Pulmonares  Difusas   FMUP/HSJ,  pelo  que  se  descreve  esta   técnica  

com  maior  pormenor.  

O  LBA  é  utilizado  no  estudo  da  patologia  pulmonar,   sobretudo  das  doenças  do   interstício.  O  

laboratório   de   Imunologia   realiza   a   análise   dos   LBA   colhidos   no   Centro  Hospitalar   São   João,  

bem  como  de  outros  hospitais  da  região  norte  com  parceria.    

A  colheita  é   realizada  por  pneumologista,   sendo   instilado  um  volume  de  200mL  e  colhidas  4  

seringas  de   LBA:  a  primeira  é  mais   representativa  da  árvore  brônquica  do  que  do   interstício  

pulmonar   pelo   que   é   enviada   para   o(s)   laboratório(s)   de   microbiologia   e/ou   anatomia  

patológica,   consoante   a   indicação   clínica;   as   3   restantes   seringas   são   enviadas   para  

processamento   no   laboratório   de   imunologia.   Dada   a   progressiva   diminuição   do   número   de  

linfócitos  a  partir  de  4  horas  após  a  colheita,  o  transporte  e  acondicionamento  são  feitos  a  frio  

e  o  processamento  realizado  nas  primeiras  24  horas.  

A  análise  do  LBA  consiste  nas  seguintes  etapas:  

1. ANÁLISE  MACROSCÓPICA  DO  VOLUME  E  CARACTERÍSTICAS  DA  AMOSTRA  

§ Registo  do  volume  de  cada  seringa  e  volume  total  da  amostra  

§ Coloração   hemática   pode   indicar   hemorragia   pulmonar.   Aspecto   leitoso   pode   indicar  

proteinose  alveolar  

§ Após  observação  macroscópica,  as  3  seringas  são  filtradas,  misturadas,  homogeneizadas  

e  separadas  em  3  tubos,  um  dos  quais  é  reservado  para  a  citometria  

2. CONTAGEM  TOTAL  DE  CÉLULAS  

§ Diluição  de  10  µL  da  amostra  em  90  µL  de  cristal  violeta    

CURRICULUM  VITAE                                                     73  

§ O  preparado  é  colocado  em  câmara  de  Neubauer  e  efectuada  contagem  em  microscopia  

ótica  do  número  total  de  leucócitos  em  5  quadrados  de  0,1  mm3  

§ O  número  total  de  células  por  mL  é  calculado  segundo  a  seguinte  fórmula:  

nºcélulas/mL=nºcélulas  (nos  0,5  µL)  x  2  x10  (diluição)  x1000  (conversão  para  mL)  (nºcélulas  x  105/mL  =  nºcélulas  (nos  0,5  µL)  x  0,2)  

§ Habitualmente  a  celularidade  total  é  de  0,4  a  2,0  x  105/mL,  podendo  estar  aumentada  

em  até  5  vezes  nos  fumadores  saudáveis  

§ A   celularidade   total   encontra-­‐se   também   aumentada   em   caso   de   sarcoidose,   fibrose  

pulmonar   idiopática,   pneumonite   de   hipersensibilidade,   beriliose,   hemorragia  

pulmonar,  histiocitose  X,  asma  e  outras  patologias  pulmonares  

3. CONTAGEM  DIFERENCIAL  DE  CÉLULAS  

§ É   preparada   uma   lâmina   com   um   esfregaço   de   40   µL   e   outro   de   120   µL   por  

centrifugação  rápida  

§ Coloração  da  lâmina  com  Wright-­‐Giemsa    

(Se  necessário  podem  ser  preparadas  lâminas  com  outras  colorações  como  Pearls  ou  PAS)  § Contagem  diferencial  por  microscopia  ótica,  para  um  total  de  500  células    

(Uma  contagem  de  células  epiteliais  ciliadas  superior  a  5%  do  total  indica  contaminação  de  material  brônquico  e  má  representatividade  da  amostra)  

§ Os   valores   de   referência   para   a   contagem   diferencial   bem   como   as   alterações   mais  

frequentes  nas  principais  patologias  estudadas  estão  representados  no  seguinte  quadro:  

CÉLULA   REFERÊNCIA  (%)   VALORES  RELATIVOS  AUMENTADOS  Macrófagos   80,0-­‐95,0    

Linfócitos   3,0-­‐15,0  Sarcoidose,  pneumonite  de  hipersensibilidade,  silicose,  

beriliose,  pneumonite  por  fármacos  

Neutrófilos   0,6-­‐2,0  Contaminação  brônquica,  tabagismo,  fibrose  pulmonar  

idiopática,  asbestose,  colagenoses,  histiocitose  X  

Eosinófilos   <1,0  Fibrose  pulmonar  idiopática,  pneumonite  induzida  por  

fármacos,  pneumonia  eosinofílica    

§ Outras   alterações   podem   ser   observadas   à   microscopia   e   sugerir   ou   confirmar   um  

diagnóstico:  corpos  de  asbesto  ou  de  sílica  na  exposição  a  estas  partículas;  macrófagos  com  

pigmento   hemossidérico   com   coloração   de   Pearls   na   hemorragia   pulmonar;   material  

fosfolipoproteico   amorfo   PAS   positivo   na   proteinose   alveolar,   ou   inclusões   lamelares  

fosfolipídicas  na  pneumonite  induzida  pela  amiodarona  

 

 

ESTÁGIO  DE  LABORATÓRIO  DE  IMUNOLOGIA  74  

4. Citometria  de  fluxo  

§ Centrifuga-­‐se   1   tubo   da   amostra:   o   sobrenadante   é   conservado   até   3   anos   em   tubos   de  

plástico  a  -­‐70ºC,  podendo  vir  a  ser  utilizado  em  estudos  posteriores  para  doseamento  dos  

componentes  solúveis  do  LBA  

§ O  pellet  celular  é  analisado  por  citometria  de  fluxo  quando  existe  uma  linfocitose  relativa  

≥12%  

§ São  preparados  2  tubos  cada  um  com  100  µL  de  amostra  do  pellet  celular  e  incubados  com  

anticorpos  monoclonais   conjugados   com   fluoresceína   (FITC),   ficoeritina   (PE),   PercPCy5  ou  

APC  que  emitem  diferentes  fluorescências  e  permitem  a  diferenciação  celular  no  citómetro.  

o Tubo  1  –  CD45  (leucócitos),  CD3  (linfócitos  T),  CD16+CD56  (NK)  e  CD19  (linfócitos  B)  

o Tubo  2  –  CD45  (leucócitos),  CD3  (linfócitos  T),  CD4  (T  helper)  e  CD8  (T  citotóxicos)  

(outros  anticorpos  podem  ser  utilizados,  ex.:  CD1a  no  diagnóstico  da  histiocitose  X  e  CD103,  em  estudo  para  possível  marcador  diagnóstico  de  sarcoidose  em  doentes  sem  razão  CD4+/CD8+  aumentada)  

§ A   amostra   assim   obtida   é   analisada   no   citómetro   FACSCalibur©,   sendo   adquiridos   um  

mínimo  de  20.000  eventos  (células)  

§ É  identificada  a  percentagem  de  linfócitos  B,  T  e  NK,  bem  como  a  de  linfócitos  T  helper  

(CD4+),  T  citotóxicos  (CD8+)  e  a  razão  CD4+/CD8+  

§ Os   linfócitos  T  representam  habitualmente  ≥60%  da  amostra,  pelo  que  o  aumento  das  

populações   B   ou  NK   deve   suscitar   um  estudo  mais   alargado   para   exclusão   de   doença  

linfoproliferativa  

§ No   indivíduo   saudável   a   razão   CD4+/CD8+   varia   entre   1,5   e   2,0,   aumentando   com   a  

idade.  Esta  razão  pode  estar  aumentada  na  sarcoidose  (onde  uma  razão  ≥3,5  apresenta  

uma  sensibilidade  de  52–59%  e  uma  especificidade  de  94–96%),  beriliose,  asbestose  e  

colagenoses.  O  número  de  linfócitos  T  CD8+  aumenta,  com  consequente  diminuição  da  

razão   CD4+/CD8+,   na   pneumonite   de   hipersensibilidade,   pneumonite   por   fármacos,  

bronquiolite  obliterante  (BOOP)  e  silicose.  

§ Sempre  que  possível,  é  analisada  uma  amostra  de  sangue  periférico  do  mesmo  doente  

em  paralelo  com  a  amostra  de  LBA.  

Durante  o  estágio  nesta  secção,  sob  orientação  da  Dra.  Carmo  Palmares  e  em  colaboração  com  

a   Dra.   Marília   Beltrão   e   Dra.   Oksana   Sokhatska,   tive   a   oportunidade   de   observar   todos   os  

passos   da   técnica   de   análise   do   LBA,   incluindo   a   citometria   de   fluxo,   bem   como   fazer  

contagens  totais  e  diferenciais  de  diferentes  LBA.  

CURRICULUM  VITAE                                                     75  

Durante   este   período,   observei   ainda   a   determinação  de  metaloproteinases   da  matriz   1   e   7  

(MMP-­‐1   e   MMP-­‐7)   no   soro   de   doentes   com   fibrose   pulmonar   idiopática   utilizando   o   kit  

Fluorokine®  MAP   com   tecnologia  multiplex   no   auto-­‐analisador   Luminex®   200,   no   âmbito   de  

uma   investigação   coordenada   pelo   Dr.   António   Morais,   Pneumologista   coordenador   da  

consulta  de  Patologia  do  Interstício  Pulmonar.  

 

 

   

ESTÁGIO  DE  LABORATÓRIO  DE  IMUNOLOGIA  76  

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  

Durante   o   estágio   de   Laboratório   de   Imunologia,   no   âmbito   do   1.º   Curso   de   Doenças  

Pulmonares  Difusas  FMUP/HSJ,  que  decorreu  de  13  a  15  Fevereiro  de  2012,  com  supervisão  

do   Dr.   António   Morais,   foi   possível   assistir   ao   Curso   Teórico-­‐Prático   de   Lavado  

Broncoalveolar,  sob  orientação  da  Dra.  Carmo  Palmares  e  em  colaboração  com  a  Dra.  Marília  

Beltrão  e  Dra.  Oksana  Sokhatska,  que  teve  lugar  no  Serviço  de  Imunologia  do  Centro  Hospitalar  

São  João.  

Durante   este   período   foi   também   possível   assistir   a   aulas   teóricas   de   Imunologia   Básica   e  

Imunologia  Clínica  lecionadas  por  elementos  do  Serviço  de  Imunologia  ao  3º  ano  do  Curso  de  

Medicina  da  Faculdade  de  Medicina  da  Universidade  do  Porto.  

Foi   iniciada   a   colaboração   com   a   Task   Force   de   Provocações   Conjuntivais   da   EAACI,   com  

primeira   reunião   em   presença   física   de   23   a   25   de   novembro   de   2012   e   que   se   encontra  

atualmente   em   fase   de   revisão   do   artigo   com   as   Recomendações   para   a   Realização   de  

Provocações  Conjuntivais  com  Alergénios  na  Prática  Clínica.  

Tendo  em  conta  o  contacto  previamente  estabelecido  com  o  Prof.  Doutor  Charles  McSharry  do  

Laboratório   de   Imunologia,   Infeção   e   Inflamação   da  Universidade   de  Glasgow,   Escócia,   com  

interesse   particular   no   estudo   das   Pneumonites   de   Hipersensibilidade   (Curso   6),   foi  

fomentado  o  contacto  entre  estes  dois  laboratórios  e  a  codificação  de  soros  armazenados  que  

poderão  ser  futuramente  utilizados  em  parcerias  de  investigação  nestas  patologias.  

Foi   ainda   proposta   a   realização   de   Projeto   de   Investigação   visando   a   avaliação   de  

subpopulações   linfocitárias   em   doentes   com   Imunodeficiência   Comum  Variável   segundo   a  

classificação  de  Freiburg  (inclui  a  quantificação  de  células  B  de  memória  –  CD19+CD27+IgM-­‐,  e  

linfócitos   CD19+CD21low;   referência:   Blood.   2002   Mar   1;99(5):1544-­‐51)   e   associação   com  

diferentes   padrões   clínicos   da   doença.   Visto   que   o   Setor   de   Imunidade   Celular   deste  

laboratório  não  possui  os  marcadores  necessários  para  a  realização  do  projeto,  este  encontra-­‐

se  atualmente  em   fase  de  desenvolvimento  em  parceria  com  o  Centro  de   Imunodeficiências  

Primárias  do  Hospital  Santa  Maria,  Centro  Hospitalar  Lisboa  Norte.  

   

CURRICULUM  VITAE                                                     77  

COMENTÁRIOS  

A   realização   do   estágio   de   Laboratório   de   Imunologia   foi   uma   mais-­‐valia   para   a   formação  

específica   em   Imunoalergologia,   dado   que   possibilitou   a   aquisição   e   consolidação   de  

conhecimentos   relativos   à   relevância   clínica   e   fiabilidade   de   diferentes   técnicas   e   métodos  

utilizados  na  avaliação  imunológica.  

Foi   particularmente   interessante   a   colaboração   com  o   Setor   de   Inflamação   das   Vias   Aéreas,  

que  conta  com  membros  com  importante  impacto  na  investigação  das  patologias  inflamatórias  

das  vias  aéreas  e  pulmões.    

Infelizmente,   não   foi   possível   observar   algumas   das   técnicas   com   importância   atual   para   a  

prática   da   Imunoalergologia,   entre   as   quais   se   salienta   a   realização   de   IgE   específica   para  

componentes   alergénicos,   ImmunoCAP   ISAC®,   técnicas   de   inibição   /   estudo   da   reatividade  

cruzada   alergénica,   detecção   de   anticorpos   específicos   para   antigénios   proteicos   e  

polissacáridos,   avaliação   de   linfoproliferação/linfoativação   e   avaliação   da   função   fagocitária,  

que  não  estão  disponíveis  ou  não  foram  requisitados  durante  o  período  limitado  deste  estágio,  

embora  estes  procedimentos  e  a  sua  técnica  tenham  sido  abordados  e  discutidos.  

Saliento   ainda   a   importância   de   a   avaliação   imunofenotípica   das   subpopulações   linfocitárias  

em  doentes  com  suspeita  de  imunodeficiência  primária  ser  reportada  em  valores  absolutos  e  

de   acordo   com   a   faixa   etária,   como   proposto   por   Comans-­‐Bitter   (Comans-­‐Bitter  WM   et   al.  

Immunophenotyping   of   blood   lymphocytes   in   childhood.   Reference   values   for   lymphocyte  

subpopulations.   J   Pediatr   1997;130:388-­‐93),   pontos   estes   que   foram   discutidos   com   o   Prof.  

Doutor  Luís  Delgado  e  que  se  pensa  poderem  ser  melhorados  futuramente.    

ESTÁGIO  DE  LABORATÓRIO  DE  IMUNOLOGIA  78  

 

 

OUTROS ESTÁGIOS CLÍNICOS

 

 

OUTROS  ESTÁGIOS  CLÍNICOS  80  

   

CURRICULUM  VITAE                                                     81  

ESTÁGIO  DE  PEDIATRIA  MÉDICA  

INTRODUÇÃO  

Local:  Centro  Hospitalar  São  João,  EPE,  Serviço  de  Pediatria  Médica,  Tira  Azul  

Diretor  de  Serviço:  Prof.  Doutor  Caldas  Afonso  

Chefe  de  Equipa:  Dra.  Eunice  Trindade  

Duração:  9  meses  (2/1/2009  a  30/9/2009)  

 O  Serviço  de  Pediatria  Médica  está   integrado  na  Unidade  Autónoma  de  Gestão  da  Mulher  e  

da   Criança   do  Hospital   de   São   João.   Dispõe   de   60   camas   para   internamento   divididas   em   4  

equipas  referidas  como  Tira  Azul,  Laranja,  Verde  e  Amarela.  

O  Serviço  proporciona  orientação  e  formação  a  Internos  Complementares  de  Pediatria  Médica  

e   a   Internos   de   outras   Especialidades,   nomeadamente   Imunoalergologia,   Cardiologia  

Pediátrica  e  Medicina  Geral  e  Familiar.  Além  disso,  participa  na  formação  de  Internos  do  Ano  

Comum  e  Alunos  da  Faculdade  de  Medicina  da  Universidade  do  Porto.    

Foi   cumprido   um   horário   de   42   horas   semanais   distribuído   pelo   Internamento,   3   horas   de  

Consulta   Externa   de   Pediatria   Geral,   6   horas   de   Permanência   de   forma   a   assegurar   a  

assistência  aos  doentes  internados  no  serviço  entre  as  14h00  e  as  20h00  e  12  horas  de  Serviço  

de  Urgência  Pediátrica  na  equipa  D’.      

Durante   este   período   foi   também  mantida   atividade  de   caráter   observacional   no   Serviço   de  

Imunoalergologia,   tendo   frequentado   a   Consulta   Externa   sob   orientação   do   Dr.   José   Luís  

Plácido   à   quarta-­‐feira   de   tarde   e   assistido   às   Reuniões   semanais   do   Serviço   de  

Imunoalergologia.  

ATIVIDADE  ASSISTENCIAL  

INTERNAMENTO  

As   atividades   no   internamento   consistiram   no   acompanhamento   dos   doentes   da   equipa,  

nomeadamente   colheita   de   história   clínica,   realização   do   exame   físico,   formulação   ou  

alteração  de  hipóteses  de  diagnóstico,  pedido  e  interpretação  de  exames  complementares  de  

diagnóstico,   instituição   de   terapêutica   apropriada,   elaboração   de   notas   de   alta   e   registo   no  

Boletim  de  Saúde  Infantil  e  Juvenil.    

OUTROS  ESTÁGIOS  CLÍNICOS  82  

Para   além   da   Dra.   Eunice   Trindade,   chefe   de   equipa   da   Tira   Azul   (Assistente   Hospitalar,  

membro   da   Unidade   de   Gastrenterologia   Pediátrica),   fizeram   parte   da   equipa   de   trabalho  

durante   o   estágio   a   Dra.   Cíntia   Correia   (Assistente   Hospitalar,   membro   da   Unidade   de  

Endocrinologia  Pediátrica),  Dra.  Margarida  Tavares,   até  maio  de  2009   (Assistente  Hospitalar,  

membro  da  Unidade  de  Infecciologia  e  Imunodeficiências),  Dra.  Ana  Filipe  Almeida  (interna  de  

primeiro  ano  de   formação  específica  de  Pediatria  Médica)  e,   com  presença  parcial   e   caráter  

rotativo,  as  internas  de  Pediatria  Médica  Dra.  Janine  Coelho,  Dra.  Isabel  Loureiro,  Dra.  Andreia  

Leitão,  Dra.  Ana  Teixeira,  Dra.  Marta  Grilo  e  Dra.  Carla  Costa,  internos  do  ano  comum  e  alunos  

do  6º  ano  do  Curso  de  Medicina  da  Faculdade  de  Medicina  da  Universidade  do  Porto.  

A  rotina  do  Serviço  incluiu  a  observação  diária  dos  doentes  e  registo  clínico  durante  a  manhã  e  

uma  reunião  com  os  restantes  elementos  da  equipa  ao  fim  da  manhã  para  revisão  e  discussão  

dos  casos  clínicos.  

Durante  o  estágio  foram  observados  405  doentes  em  419   internamentos,  190  (45%)  do  sexo  

feminino,   com   idade  média   de   3   anos   (1   dia   a   17   anos),   cujos  motivos   de   internamentos   /  

diagnósticos  principais  estão  discriminados  na  Tabela  21.  

Os  doentes  estiveram   internados  em  média  durante  4  dias   (1  a  38  dias),  não  tendo  ocorrido  

nenhum  óbito  durante  o  internamento.  

Salienta-­‐se  um  caso  clínico  pelo  desafio  e  carga  psicológica  do  diagnóstico,  de  um  rapaz  de  7  

anos  previamente  saudável,  internado  por  cefaleias  persistentes,  a  quem  foi  diagnosticado  um  

tumor  neuroectodérmico  primitivo  do   SNC,   tendo  este   caso   sido   apresentado  pela  Dra.  Ana  

Filipe   Almeida   na   Reunião   Portuguesa   de   Pediatria   em   2009   (Publicação   20).   Foi   também  

interessante   constatar   o   diagnóstico   de   fibrose   quística   em   2   doentes   com   múltiplos  

internamentos  por  infeções  respiratórias  inferiores.  

De  1  de  fevereiro  a  30  de  setembro  de  2009  foi  também  requerida  a  observação  de  doentes  

do   internamento   da   Unidade   de   Hemato-­‐Oncologia   Pediátrica,   sob   orientação   dos  

especialistas  Dr.  Nuno  Farinha  (Assistente  Hospitalar  Graduado)  e  Dra.  Maria  João  Gil  da  Costa  

(Assistente  Hospitalar  Graduada).  Foram  observadas  12  crianças,  a  maioria  com  neoplasias  do  

sistema  nervoso  central  e  uma  jovem  de  12  anos  com  Sarcoma  de  Ewing.  

CURRICULUM  VITAE                                                     83  

A  partir  de  1  de  maio  de  2009  as  crianças  com  suspeita  ou  confirmação  de  infeção  pelo  vírus  

Influenzae  A  H1N1  (Gripe  A)  eram  internadas  numa  unidade  específica,  em  isolamento,  tendo  

sido  observadas  8  crianças  com  suspeita  não  confirmada  de  Gripe  A  ao  cuidado  da  Tira  Azul.  

Tabela  21.  Motivos  de  internamento  e  diagnósticos  por  internamento  por  faixa  etária  

 1-­‐30  DIAS  

N=133  

1-­‐23  MESES  N=154  

2-­‐5  ANOS  N=55  

6-­‐11  ANOS  N=52  

12-­‐17  ANOS  N=25  

TOTAL  N=419  

Sépsis/febre/risco  infecioso   14   19   2   6   -­‐   41  

Meningite  aguda(1)   1   2   5   3   2   13  

Infeção  respiratória(2)   4   47   15   11   4   81  

Bronquiolite  aguda   3   30   -­‐   -­‐   -­‐    

Pneumonia   1   10   13   6   2    

Asma  /  sibilância  recorrente   -­‐   8   6   2   1   17  

Infeção  ORL  complicada     -­‐   5   8   2   1   16  

Pielonefrite  aguda   1   17   3   3   -­‐   24  

Gastrenterite  aguda   1   24   6   5   5   41  

Icterícia  neonatal   100   -­‐   -­‐   -­‐   -­‐   100  

Outros(3)   12   32   10   20   12   86  (1)Neisseria  meningitidis  tipo  B  (n=1)  e  enterovírus  (n=3);   (2)VSR  (n=20),  Bordetella  pertussis   (n=2),  vírus  parainfluenzae   3   (n=2),   vírus   influenzae   A   (n=1),   metapneumovírus   (n=1),   adenovírus   (n=1)   e   vírus  Ebstein-­‐Barr   (n=1);   (3)Doenças   cutâneas:   exantema   generalizado   (n=4),   epidermólise   bolhosa   (n=1),  penfigóide  bolhoso  (n=1),   ictiose  congénita  (n=1),  gengivoestomatite  herpética  (n=1),   impetigo  (n=1)  e  doença   mão-­‐pé-­‐boca   (n=1).   Doenças   hematológicas:   neutropenia   (n=2),   vasculite   (n=2),   anemia  ferropénica  grave  (n=2),  anemia  hemolítica  (n=1),  beta-­‐talassémia  major  (n=1),  trombocitopenia  (n=1),  Síndrome  de  Evans   (n=1),  púrpura  trombocitopénica   idiopática   (n=2)  e  púrpura  de  Henoch-­‐Schoenlein  (n=3).   Doenças   neuro-­‐psiquiátricas:   Apparent   Life-­‐threatening   Event   (ALTE)   (n=8),   convulsão   (n=6),  perturbação   do   comportamento   alimentar   (n=3),   alteração   da   marcha   (n=2),   síndrome   pós-­‐punção  lombar   (n=2),   cefalohematoma   (n=1)   e   cefaleia   persistente   (n=1).   Doenças   gastrintestinais   e  metabólicas:   má   evolução   ponderal   (n=3),   refluxo   gastroesofágico   (n=3),   hemorragia   digestiva   (n=3),  sub-­‐oclusão   intestinal   (n=1),   hepatite   colestática   (n=1)   e   défice   de   ornitina   transcarbamilase   (n=1).  Doenças   reumatológicas:   artrite   idiopática   juvenil   (n=4)   e   miosite   (n=1).   Deficiências   congénitas   ou  adquiridas:  mielomeningocelo  (n=1),  Síndrome  de  Turner  (n=1),  Trisomia  21  (n=1),  sequência  de  Pierre-­‐Robin  (n=1),  paralisia  cerebral  (n=1),  laringomalácia  (n=1)  e  brônquio  traqueal  (n=1).  

Foi   também   possível   assistir   à   discussão   de   casos   clínicos   de   doentes   internados   sob   a  

responsabilidade   da   Gastrenterologia   Pediátrica   (Dra.   Eunice   Trindade)   e   Endocrinologia  

Pediátrica   (Dra.   Cíntia   Correia),   que   enriqueceram   este   estágio.   Foram   ainda   observadas  

diversas  técnicas  como  punção  venosa  e  capilar,  colheita  de  sangue  para  rastreio  metabólico  

neonatal,  algaliação,  punção  lombar,  cinesioterapia  respiratória  e  fototerapia  em  crianças  com  

icterícia  neonatal.    

OUTROS  ESTÁGIOS  CLÍNICOS  84  

CONSULTA  EXTERNA  

Realizada   durante   um   período   da   manhã   por   semana   com   a   supervisão   da   Dra.   Ana   Maia  

(Assistente   Hospitalar   Graduada)   ou   Dr.   João   Luís   Barreira   (Assistente   Hospitalar)   e   com   a  

colaboração  frequente  de  internos  de  Medicina  Geral  e  Familiar.  

Foram  durante  este  período  realizadas  194  consultas  a  167  doentes,  54  dos  quais  em  primeira  

consulta,  84  (50%)  do  sexo  feminino,  com  uma  idade  média  de  4  anos  (25  dias  a  16  anos),  33  

(20%)  lactentes  e  25  (15%)  com  idade  ≥10  anos.  

As  patologias  mais  frequentemente  observadas  foram  pielonefrite  aguda  (n=25),  má  evolução  

estaturo-­‐ponderal  (n=25),  atraso  do  desenvolvimento  psico-­‐motor  (n=11),  cistites  de  repetição  

(n=10),   infeções   das   vias   aéreas   superiores   de   repetição   (n=9),   sibilância   recorrente   (n=7)   e  

asma   (n=7).     Foram  ainda   observadas   crianças   com  púrpura   de  Henoch-­‐Schoenlein,   anemia,  

suspeita  de  alergia  às  proteínas  do  leite  de  vaca,  neutropenia  e  défice  de  IgA.  

PERMANÊNCIA  

Realizada   sob   orientação   de   internos   dos   últimos   anos   de   formação   específica   de   Pediatria  

Médica   com   o   objetivo   de   prestar   assistência   a   doentes   do   internamento   de   Pediatria.   As  

condições  que  mais  frequentemente  solicitaram  observação  foram  queixas  respiratórias,  febre  

e   convulsões.   Esta   atividade   permitiu   tomar   contato   com   doentes   com   patologias   menos  

frequentes   internados   no   Serviço   de   Pediatria   por   outras   equipas   ou   Especialidades,  

nomeadamente   Ortopedia   e   Otorrinolaringologia,   como   o   caso   de   um   jovem   com    

insensibilidade  congénita  à  dor  com  anidrose  internado  por  traumatismo  do  joelho.    

SERVIÇO  DE  URGÊNCIA  

A  atividade  no  Serviço  de  Urgência,  com  periodicidade  de  12  horas  semanais,  foi  realizada  na  

equipa   D’   da   Urgência   Pediátrica   Integrada   do   Porto,   dirigida   pela   Dra.   Irene   Carvalho  

(Assistente   Hospitalar   Graduada).   Os   doentes   foram   observados   com   crescente   autonomia  

embora  de   forma  tutelada  e  a  sua  orientação  discutida  com  um  dos  Especialistas  da  Equipa,  

mais   frequentemente   a  Dra.   Eunice   Trindade,   Dra.   Cíntia   Correia,   Dra.   Isabel   Tavares   e  Dra.  

Irene  Carvalho.  

As   patologias   mais   frequentemente   observadas   foram   as   doenças   infeciosas   respiratórias,  

gastrintestinais,   urinárias   e   cutâneas,   incluindo   doenças   exantemáticas   e   escabiose.   Foram  

CURRICULUM  VITAE                                                     85  

também  observadas  crianças  com  dermatite  atópica,  dermatite  seborreica,  cefaleias  e  outras  

situações  menos  frequentes  como  convulsões  com  e  sem  febre  e  intoxicação  por  fármacos.    

Ressalta-­‐se   a   frequente   colaboração   com   outras   Especialidades,   entre   as   quais   a   Cirurgia   e  

Cardiologia   Pediátrica,   a   Otorrinolaringologia   e   a   Dermatologia,   permitindo   a   agilização   de  

diagnósticos  e  terapêuticas.  

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  

O  estágio   incluiu  diversas  ações   formativas,  nomeadamente  as  Reuniões  Clínicas   (duas  vezes  

por   semana)   com   apresentação   e   discussão   dos   doentes   internados   e   Reuniões   de   carácter  

Científico-­‐Pedagógico   (três   vezes   por   semanas)   com   apresentações   de   temas   de   revisão   ou  

artigos   em   formato   Journal   Club.   Neste   âmbito,   foi   apresentado   em   Reunião   de   Serviço   de  

Pediatria  Médica  o  tema  “Dermatite  atópica:  da  fisiopatologia  ao  tratamento”(Apresentação  

21),  tendo  também  colaborado  na  preparação  de  2  casos  clínicos  apresentados  no  Congresso  

Nacional  de  Pediatria  (Publicações  20  e  21).    

COMENTÁRIOS  

A  realização  do  estágio  de  Pediatria  Médica  foi  uma  mais-­‐valia  para  a  formação  específica  em  

Imunoalergologia,  dado  que  possibilitou  a  aquisição  de  um  vasto  conjunto  de  conhecimentos  

em  patologias  frequentes  na  idade  pediátrica,  nomeadamente  patologia  respiratória  e  cutânea  

em   que   se   colocam   importantes   diagnósticos   diferenciais   com   doenças   do   foro-­‐

imunoalergológico.    

Apesar   de   este   ter   sido   o   primeiro   estágio   da   formação   específica   em   Imunoalergologia,  

realizado   ainda   sem   autonomia   para   o   exercício   da   Medicina,   foi   sempre   promovida   a  

observação   e   responsabilização   pelo   seguimento   dos   doentes,   com   acompanhamento   e  

esclarecimento   de   dúvidas   sempre   que   necessário,   o   que   foi   importante   para   a   aquisição  

progressiva   de   autonomia   na   colheita   da   história   clínica,   realização   do   exame   objetivo   e  

desenvolvimento  do  raciocínio  clínico  adequados  aos  diferentes  grupos  etários  pediátricos.  

Mantenho   a   expectativa   de   se   poder   no   futuro   aumentar   a   cooperação   entre   a   Pediatria  

Médica   e   a   Especialidade   de   Imunoalergologia.   Será   uma   mais   valia   o   contributo   da  

Imunoalergologia   especialmente,   mas   não   exclusivamente,   na   realização   de   procedimentos  

específicos   no   âmbito   do   diagnóstico   da   alergia   alimentar,   a   fármacos   e   a   veneno   de  

OUTROS  ESTÁGIOS  CLÍNICOS  86  

himenópteros,  de  forma  a  melhorar  a  assistência  à  criança  alérgica  e  a  otimização  de  recursos  

do  Centro  Hospitalar  São  João,  EPE.    

   

CURRICULUM  VITAE                                                     87  

ESTÁGIO  DE  MEDICINA  INTERNA  

INTRODUÇÃO  

Local:  Centro  Hospitalar  São  João,  EPE,  Serviço  de  Medicina  Interna,  Unidade  A3  Homens  

Diretor  de  Serviço:  Prof.  Doutor  Paulo  Bettencourt  

Chefe  de  unidade:  Dr.  Afonso  Esteves  

Orientador  de  Formação:  Dra.  Isabel  Barbosa  

Duração:  9  meses  (1/10/2009  a  30/6/2010)  

O   Serviço   de   Medicina   Interna   pertence   à   Unidade   Autónoma   de   Gestão   de   Medicina   do  

Hospital   de   São   João.   Dispõe   de   200   camas   (100   para   homens   e   100   para   mulheres),  

distribuídas  por  2  pisos  (3  e  4)  e  está  dividido  em  8  Unidades,  com  25  camas  cada  uma.  Cada  

Unidade   é   constituída   por   4  médicos   especialistas,   responsáveis   por   um   grupo   de   doentes,  

definido  como  tira  e  sendo  um  deles  Chefe  da  Unidade.  

Foi   cumprido   um   horário   de   40   horas   semanais   distribuído   pelo   Internamento,   6   horas   de  

Permanência  de   forma  a   assegurar   a   assistência   aos  doentes   internados  no   serviço  entre   as  

14h00  e  as  20h00  e  12  horas  de  Serviço  de  Urgência  na  equipa  D’.      

Durante   este   período   foi   também  mantida   atividade  de   caráter   observacional   no   Serviço   de  

Imunoalergologia,   tendo   frequentado   a   Consulta   Externa   sob   orientação   do   Dr.   José   Luís  

Plácido   à   quarta-­‐feira   de   tarde   e   assistido   às   Reuniões   semanais   do   Serviço   de  

Imunoalergologia.  

ATIVIDADE  ASSISTENCIAL  

INTERNAMENTO  

As   atividades   no   internamento   consistiram   no   acompanhamento   dos   doentes   da   equipa,  

nomeadamente   colheita   de   história   clínica,   realização   do   exame   físico,   formulação   ou  

alteração  de  hipóteses  de  diagnóstico,  pedido  e  interpretação  de  exames  complementares  de  

diagnóstico,  instituição  de  terapêutica  apropriada  e  elaboração  de  notas  de  entrada  e  de  alta.    

Para  além  da  Dra.   Isabel  Barbosa,  responsável  de  equipa  e  orientadora  de  formação,  fizeram  

parte   da   equipa   de   trabalho   durante   o   estágio   a   interna   de   Formação   Específica   de  

OUTROS  ESTÁGIOS  CLÍNICOS  88  

Cardiologia,  Dra.  Filipa  Melão,  de  abril  a  junho  de  2010,  internos  do  ano  comum  e  alunos  do  6º  

ano  do  Curso  de  Medicina  da  Faculdade  de  Medicina  da  Universidade  do  Porto.  

A  rotina  do  Serviço  incluiu  a  observação  diária  dos  doentes  e  registo  clínico  durante  a  manhã  e  

uma  reunião  com  os  restantes  elementos  da  equipa  ao  fim  da  manhã  para  revisão  e  discussão  

dos  casos  clínicos.  

Durante  o  estágio  foram  observados  97  doentes,  todos  do  sexo  masculino,  com  idade  média  

de  71  anos,  dos  21  aos  94  anos,  sendo  que  73  (75%)  tinham  idade  ≥65  anos.    

A   proveniência   dos   doentes   foi   do   Serviço   de  Urgência   em  74   (76%)   dos   casos,  Unidade   de  

Cuidados  Intermédios  de  Medicina  em  10  (10%),  Unidade  de  AVC  em  6  (6%)  e  os  restantes  de  

outras  proveniências  como  Consulta  Externa  ou  Hospital  de  Dia.  

As   patologias   observadas   e   o   motivo   de   internamento,   incluindo   agudização   de   doença  

crónica,  encontram-­‐se  discriminados  na  Tabela  22,  de  acordo  com  o  grupo  nosológico.  Dada  a  

frequente   comorbilidade,  o  número  de  diagnósticos  ultrapassa  o  número  de  doentes.  Neste  

contexto   destaca-­‐se   a   presença   de   síndrome   metabólico   em   10   doentes   e   da   frequente  

concomitância  de  várias  patologias  cardiovasculares   incluindo  hipertensão  arterial,  disritmias  

cardíacas,  insuficiência  cardíaca,  doença  arterial  periférica  e  doença  cerebrovascular.  

Salientam-­‐se   quatro   doentes   que   representaram   um   desafio   ou   particularidade   diagnóstica:  

um  doente  de   58   anos   com  adenocarcinoma  do   cólon   sigmoide   e   endocardite   infeciosa  por  

Streptococcus   gallolyticum,   um   doente   de   59   anos,   motorista,   internado   para   estudo   de  

síncope   e   a   quem   foi   diagnosticada   epilepsia   parieto-­‐temporal,   um   doente   de   68   anos  

diagnosticado   com   amiloidose   AL   e   um   doente   de   74   anos   internado   por   hiponatrémia  

sintomática,   cefaleias,   vómitos,   obstipação,   hipoglicemias   e   bradicardia   sinusal   a   quem   foi  

diagnosticado  panhipopituitarismo  secundário  a  apoplexia  hipofisária,  tendo  este  último  caso  

sido  apresentado  em  Reunião  Clínica  de  Medicina  Interna.  

Foram  também  observados  doentes  com  clínica  atual  ou  antecedentes  de  reações  adversas  a  

fármacos,   de   entre   as   quais   se   salientam   um   doente   com   síndrome   cardio-­‐renal   por   anti-­‐

inflamatórios  não  esteroides,  um  doente  com  pancreatite  aguda   secundaria  a  azitromicina  e  

um  doente  com  icterícia  colestática  tóxica  secundária  a  metotrexato.  

 

CURRICULUM  VITAE                                                     89  

Tabela  22.  Motivos  de  internamento  e  diagnósticos  dos  doentes  internados  

  MOTIVO  INTERNAMENTO  

DIAGNÓSTICOS  À  DATA  DA  ALTA  

Doenças  do  aparelho  circulatório   24   75  Hipertensão  arterial   -­‐   50  Insuficiência  cardíaca   10   32  Doença  cerebrovascular   12   29  Disritmia  cardíaca   -­‐   21  Doença  arterial  periférica   -­‐   12  Valvulopatia   -­‐   8  Cardiopatia  isquémica   -­‐   7  Outros(1)   2   2  

Doenças  do  aparelho  respiratório   45   50  Infeção  respiratória  aguda(2)   43   43  Doença  pulmonar  obstrutiva  crónica   1   16  Outros(3)   1   10  

Doenças  das  glândulas  endócrinas  e  metabolismo   4   45  Diabetes  mellitus   4   32  Dislipidemia   -­‐   24  Obesidade   -­‐   13  Hiperuricemia   -­‐   5  

Doenças  do  aparelho  genitourinário   15   38  Insuficiência  renal  crónica   6   19  Infeção  urinária   9   15  Hipertrofia  benigna  da  próstata   -­‐   13  

Distúrbios  mentais  ou  neurológicos     36  Dependências  de  drogas,  incluindo  tabagismo   -­‐   22  Demência   -­‐   10  Epilepsia   -­‐   4  

Doenças  do  aparelho  digestivo   4   10  Doença  hepática  crónica   2   5  Outros(4)   2   6  

Neoplasias(5)   -­‐   17  Outros   11(6)   20(7)  

(1)Endocardite  infecciosa  (n=1)  e  pericardite  aguda  (n=1);  (2)Pneumonia  nosocomial  (n=10)  e  de  aspiração  (n=3);   (3)Pneumoconiose   (n=6),   asma   (n=3)   e   derrame   pleural   (n=1);   (4)Úlcera   gastroduodenal   (n=1),  diarreia   crónica   (n=1),   peritonite   bacteriana   espontânea   (n=1)   e   pancreatite   aguda   (n=1);   (5)Próstata  (n=7),  ureter  (n=1),  pénis  (n=1),  estômago  (n=2),  colo-­‐rectal  (n=3),  ducto  pancreático  (n=1),  fígado  (n=1),  pulmão   (n=1);   (6)Síncope   (n=3),   hiponatrémia   (n=2),   icterícia   colestática   tóxica   (n=1),   sépsis   (n=1),  realização   de   coronariografia   (n=1),   síndrome   vertiginoso   (n=1),   tromboembolismo   pulmonar   (n=1),  anemia   (n=1);   (7)Anemia   (n=5),   artrite   reumatoide   (n=2),   síndrome   de   secreção   inapropriada   de  hormona  antidiurética  (n=1),  panhipopituitarismo  (n=1),  infecção  crónica  por  vírus  da  hepatite  B  (n=1)  e  hepatite  C  (n=1),  infecção  pelo  vírus  da  imunodeficiência  humana  tipo  1  (n=1)  e  tipo  2  (n=1),  trisomia  21  (n=1),  défice  de  alfa1-­‐antitripsina  fenótipo  M1S  (n=1)  e  amiloidose  AL  (n=1).  

OUTROS  ESTÁGIOS  CLÍNICOS  90  

Vinte  e  quatro  (25%)  doentes  tiveram  infeções  com  agente  identificado,  entre  os  quais  1  com  

diarreia   crónica   a   citomegalovírus   e   7   com   infeção   pelo   agente   nosocomial   Acinetobacter  

baumanii,   tendo   também   ocorrido   um   surto   de   escabiose   que   afetou   vários   doentes   da  

unidade.  

A  duração  mediana  do   internamento   foi   de  10   (2   a   60)   dias,   tendo  2  doentes   falecido.  Dois  

doentes  tiveram  alta  para  uma  Unidade  de  Cuidados  Continuados,  3  foram  transferidos  para  o  

internamento  de  outra  especialidade  e  6  tiveram  alta  para  um  Lar,  tendo  os  restantes  tido  alta  

para  o  domicílio,  21  com  orientação  para  Consulta  de  Medicina  Interna  e  2  doentes  com  asma  

para  consulta  de  Imunoalergologia.  

É  também  de  referir  o  papel  na  informação  aos  prestadores  de  cuidados  e  familiares  acerca  do  

diagnóstico,   tratamento,   evolução   e   prognóstico   das   doenças.   Sempre   que   necessário  

procedeu-­‐se   à   articulação   com   o   Serviço   Social,   de   forma   a   providenciar   apoio   domiciliário,  

integração   em   lares   ou   em   instituições   para   convalescença,   de   acordo   com   as   carências  

existentes.  

Durante   o   período   deste   estágio   foi   ainda   possível   observar   e/ou   realizar   diversas   técnicas  

como   gasimetria   arterial,   electrocardiograma,   paracentese,   toracocentese,   punção   venosa,  

colocação  de  cateter  venoso  central,  sonda  nasogástrica  e  algaliação.  

PERMANÊNCIA  

Realizada  durante  o  período  da  tarde  (14h  às  20h)  sob  orientação  de  internos  dos  últimos  anos  

de  formação  específica  de  Medicina  Interna,  com  o  objetivo  de  prestar  assistência  a  doentes  

da  Unidade  A3  do  internamento  de  Medicina  Interna.  As  condições  que  mais  frequentemente  

solicitaram   observação   foram   dor   torácica,   dispneia,   febre,   queixas   álgicas   e   alteração   do  

estado  de  consciência.  

SERVIÇO  DE  URGÊNCIA  

Com   periodicidade   de   12   horas   semanais   na   equipa   D’,   realizada   rotativamente   na   “Área  

Amarela”   onde   são   observados   os   doentes   de   prioridade   azul,   verde   e   amarela   segundo   o  

Sistema   de   Triagem   de   Manchester,   e   a   “Área   Laranja”,   onde   são   observados   os   doentes  

muitos  urgentes,  nomeadamente  da  Via  Verde  AVC,  Via  Verde  Coronária  e  Via  Verde  Sépsis.    

CURRICULUM  VITAE                                                     91  

No   Serviço   de   Urgência   foram   observados   doentes   com   infeções   respiratórias,   insuficiência  

respiratória,  cardíaca  e  renal  aguda,  síndrome  coronário  agudo,  disritmias  cardíacas,  acidente  

vascular  cerebral,  diabetes  mellitus  descompensada  e  quadros  infeciosos.  

Os   doentes   eram,   sempre   que   necessário,   discutidos   com   os   especialistas   da   equipa   de  

Urgência,   tendo   os   últimos   6   meses   sido   realizados   já   com   autonomia   para   o   exercício   da  

medicina.  

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  

O   estágio   incluiu   diversas   ações   formativas,   nomeadamente   as   Visitas   de   Serviço,   com  

apresentação   e   discussão   dos   doentes   internados,   Reuniões   Clínicas   com   apresentação   e  

discussão  de  casos  clínicos  e  Cursos  Teórico-­‐Práticos  desenvolvidos  no  âmbito  do  Serviço  de  

Urgência.  Neste  âmbito,   foi   apresentado  em  Reunião  de  Serviço  de  Medicina   Interna  o   caso  

clínico   “Panhipopituitarismo”(Apresentação   22),   tendo   também   colaborado   em   projetos   no  

Serviço  de  Imunoalergologia.  

COMENTÁRIOS  

A  realização  do  estágio  de  Medicina  Interna  foi  uma  mais-­‐valia  para  a  formação  específica  em  

Imunoalergologia,  dado  que  possibilitou  a  aquisição  e  consolidação  de  um  vasto  conjunto  de  

conhecimentos   em   patologias   frequentes   na   idade   adulta   e   também   na   metodologia   de  

trabalho  e  raciocínio  médico  essenciais  ao  exercício  da  profissão.    

Dada   a   sectorização   das   Unidades   na   observação   de   homens   ou   de   mulheres,   seria   de  

considerar   no   futuro   a   possibilidade   de   os   internos   poderem   realizar   parte   do   Estágio   de  

Medicina   Interna  numa  Unidade  de   internamento  de  homens  e  outra  numa  de  mulheres,  de  

forma  a  poder  melhor  desenvolver  o  exame  objetivo,  diagnósticos  diferenciais  e  abordagens  

terapêuticas  com  particularidades  de  género.    

Será   também   de   ponderar   dedicar   uma   maior   parte   do   horário   semanal   ou   uma   parte   do  

estágio  à  Consulta  Externa  de  Medicina   Interna,  o  que  permitiria  a  observação  de  um  maior  

número  de  doentes  adultos  não  geriátricos,  o  estudo  diagnóstico  e  seguimento  de  patologias  

sem   indicação   para   internamento   e   uma   melhor   integração   com   a   Especialidade   de  

Imunoalergologia,  predominantemente  de  ambulatório.    

   

OUTROS  ESTÁGIOS  CLÍNICOS  92  

ESTÁGIO  DE  PNEUMOLOGIA  

INTRODUÇÃO  

Local:  Serviço  de  Pneumologia,  Centro  Hospitalar  São  João,  EPE  

Diretor  de  Serviço:  Prof.  Doutor  Agostinho  Marques  

Orientador  de  Formação:  Dr.  João  Almeida  

Duração:  3meses  (1/5/2012  a  31/7/2012)  

O   plano   de   atividades   foi   programado   de   acordo   com   os   objetivos   de   formação   e   outros  

interesses  adicionais,   incluindo  3  períodos  semanais  de  Consulta  Externa  de  Pneumologia,  12  

horas   semanais   no   Serviço   de   Urgência   de   Pneumologia   à   segunda-­‐feira   e   a   participação  

ocasional   em   outros   sectores   como   o   Laboratório   de   Exploração   Funcional   Respiratória,  

Unidade  de  Fisiopatologia  e  Reabilitação  Respiratória  e  Unidade  de  Endoscopia  Respiratória.  

Durante   este   período   foi   também  mantida   a   atividade   no   Serviço   de   Imunoalergologia   com  

realização   de   Consulta   Externa(2   períodos   de   consulta   própria   e   1   período   de   consulta   de  

imunodeficiências  primárias)  e  Serviço  de  Atendimento  Não  Programado  (6  horas/semana).  

ATIVIDADE  ASSISTENCIAL  

CONSULTA  EXTERNA  

PNEUMOLOGIA  GERAL  

Realizada   sob  orientação  principal   da  Dra.   Isabel  Gomes,  mas   também  em  colaboração   com  

outros   especialistas   de   Pneumologia.   As   patologias   observadas   incluíram   doença   pulmonar  

obstrutiva   crónica,   enfisema   pulmonar   e   bronquiectasias.   Foram   observados   doentes  

medicados   com   corticoides   inalados,   agonistas   β2   de   curta   e   longa   ação,   anticolinérgicos,  

xantinas  e  mucolíticos.  

CONSULTA  ESPECIALIZADA  EM  CESSAÇÃO  TABÁGICA  

Realizada   sob   orientação   da   Dra.   Isabel   Gomes,   esta   consulta   dispõe   de   um   protocolo  

específico,   de   acordo   com   o   Programa   Nacional   de   Cessação   Tabágica   de   2007   da   Direção  

Geral  de  Saúde.      

Na  primeira  consulta  é  realizada  a  história  clínica  e  exame  objectivo,  com  particular  destaque  

para  a  história  tabágica  e  a  identificação  de  comorbilidades.  Esta  avaliação  é  complementada  

CURRICULUM  VITAE                                                     93  

com   o   Questionário   de   Fagerström   (dependência   física   da   nicotina),   Teste   de   Richmond  

(motivação   para   a   cessação)   e   Teste   das   Influências   Exteriores.   São   ainda   solicitados   os  

seguintes   meios   complementares   de   diagnóstico:   radiografia   torácica,   electrocardiograma,  

provas   funcionais   respiratórias,   doseamento   do   CO   no   ar   exalado   (que   reporta   a  média   do  

consumo  dos  dois  dias  anteriores,  sendo  que  20  cigarros  ~  23ppm)  e  eventual  estudo  analítico  

com   o   objectivo   de   complementar   a   avaliação   clínica   inicial   e   detetar   alterações   que  

contraindiquem  a  prescrição  de  certos  fármacos  usados  na  cessação  tabágica.  São  explicados  

ao  doente  os   riscos  do   tabagismo  e  os  benefícios  da   sua   cessação,  bem  como  a   abordagem  

terapêutica   a   seguir,   sendo   dadas   algumas   indicações   de   adaptação   comportamental   tais  

como:   escolher   um  único   sítio   em   casa   para   fumar,   que  não   seja   particularmente   agradável  

nem  de   longa  permanência;   ter   apenas  um  maço;  não   fumar  no   carro,  deixando  o  maço  no  

porta-­‐bagagens;   esperar   10   minutos   antes   de   fumar   um   cigarro,   mudar   o   maço   do   local  

habitual  e  colar  uma  fita  colorida  à  volta  do  mesmo  para  se  lembrar  de  o  fazer.  

Na   segunda   consulta   são   analisados   os   resultados   dos   exames   auxiliares   de   diagnóstico,   é  

marcado   o   dia   D   (data   prevista   para   a   cessação   tabágica),   feita   a   prescrição   de   terapêutica  

farmacológica,   se   indicada   (substitutos   de   nicotina   –   sistemas   transdérmicos   ou   pastilhas,  

bupropiona,  vareniclina  e/ou  ansiolítico),  e  abordados  os  sintomas  de  privação  e  os  potenciais  

efeitos  laterais  da  medicação.    

As  consultas  subsequentes  são  efectuadas  1  semana,  3  semanas,  2  meses,  3  meses,  6  meses,  9  

meses  e  12  meses  após  o  dia  da  cessação  tabágica  com  o  objetivo  de  confirmar  a  suspensão  

dos   hábitos   tabágicos   através   do   doseamento   do   CO   no   ar   exalado,   pesquisar   sintomas   de  

privação  da  nicotina  e  efeitos   laterais  da  medicação  e  reajustar  a  mesma  quando  necessário,  

reforçando  sempre  a  motivação  para  a  manutenção  da  cessação.  

De  salientar  que  dado  o  potencial  de  alterações  do  comportamento  ou  do  humor  em  doentes  

com   patologia   psiquiátrica   ou   quando   existe   uma   outra   dependência,   de   álcool   ou   drogas,  

estes   doentes   são   encaminhados   para   uma   consulta   especializada   de   cessação   tabágica   no  

Serviço  de  Psiquiatria  do  Centro  Hospitalar  São  João.  

PATOLOGIA  RESPIRATÓRIA  DO  SONO  

Realizada  sob  orientação  do  Dr.  João  Almeida,  tendo  tido  oportunidade  de  acompanhar  nesta  

consulta  a  Prof.  Doutora  Marta  Drummond  e  Dra.  Inês  Belchior.  

OUTROS  ESTÁGIOS  CLÍNICOS  94  

Na   primeira   consulta   é   realizada   uma   anamnese   orientada   para   a   pesquisa   de   sintomas   ou  

patologias   concomitantes  que  possam  sugerir   a  presença  da  Síndrome  de  Apneia  Obstrutiva  

do   Sono,   exame   objetivo   que   inclui   inspeção   nasal   e   da   orofarínge,   registo   do   peso,   altura,  

perímetro  cervical  e  sinais  vitais,  preenchimento  da  escala  de  sonolência  de  Epworth  e  de  um  

inquérito   estandardizado   sobre   perturbações   do   sono   (Sleep   Disorders   Questionnaire).  

Previamente  à  consulta,  todos  os  doentes  realizam  provas  funcionais  respiratórias  e  medição  

da   saturação   periférica   de   O2   por   oximetria   (e   gasimetria   arterial   se   SpO2<95%).  

Posteriormente  é  solicitado  um  Estudo  Cardio-­‐Respiratório  do  Sono  Domiciliário,  que  avalia  o  

fluxo  respiratório  por  cânula  nasal,  a  SpO2  por  oximetria,  a  expansão  abdominal  e  torácica  e  a  

posição  corporal.  Em  casos  em  que  a  clínica  e  os  resultados  deste  exame  não  são  compatíveis,  

ou  na  suspeita  de  outra  patologia  do  sono,  é  pedida  uma  Polissonografia,  realizada  no  hospital  

e  que  inclui  monitorização  adicional  de  electroencefalografia.  

Pontualmente   foi   possível   assistir   a   consultas   de   seguimento   com   introdução   de   medidas  

terapêuticas  de  acordo  com  a  gravidade  da  SAOS,  nomeadamente  medidas  gerais  de  higiene  

do   sono   (perda   ponderal,   exercício   físico   regular,   evicção   de   hábitos   alcoólicos   e   tabágicos,  

bem  como  evicção  de  fármacos  depressores  respiratórios  ou  indutores  do  sono),  medidas  de  

condicionamento  postural  (exemplo:  bola  de  ténis)  para  evitar  o  sono  em  decúbito  dorsal,  e  a  

prescrição   de   APAP   (auto-­‐adjusting   positive   airway   pressure)   ou   CPAP   (continuous   positive  

airway   pressure).   Os   doentes   com   excesso   de   peso   ou   obesidade   são   orientados   para   uma  

consulta  de  Nutrição  e  aqueles  com  alterações  anatómicas  significativas  são  orientados  para  a  

consulta  de  Otorrinolaringologia  e/ou  Estomatologia.    

PATOLOGIA  DO  INTERSTÍCIO  PULMONAR  

Realizada  sob  orientação  do  Dr.  António  Morais,  tendo  também  acompanhado  a  Dra.  Patrícia  

Mota.   As   patologias   do   interstício   observadas   incluíram:   pneumonia   eosinofílica   crónica,  

sarcoidose   pulmonar,   linfangioleiomiomatose,   proteinose   alveolar,   bronquiolite   constritiva,  

pneumonite  organizativa,   fibrose  pulmonar   idiopática,  patologia   intersticial   em  doentes   com  

patologia   auto-­‐imune   (artrite   reumatoide,   CREST,   Síndrome   de   Sjögren,   lúpus   eritematoso  

sistémico)  e  por  exposição  ocupacional  ou  recreativa  (silicoantracose,  silicose  pseudo-­‐tumoral  

e   pneumonite   de   hipersensibilidade   a   aves).   Foram   também  observadas   primeiras   consultas  

com  suspeita  de  patologia  do  interstício,  o  que  permitiu  assistir  à  avaliação  e  orientação  inicial  

destes  doentes.  

CURRICULUM  VITAE                                                     95  

O   tratamento   destas   patologias   consistiu   na   evicção   da   eventual   exposição   e   tratamento  

farmacológico  com  corticoides  inalados,  agonistas  β2  de  longa  ação,  antagonistas  colinérgicos,  

acetilcisteína  em  alta  dose,   corticoide  oral,   azatioprina,  metotrexato  e/ou   ciclofosfamida,  de  

acordo  com  a  patologia  e  a  gravidade  clínica,  funcional  e  radiológica.    

CONSULTA  DE  BRONQUIECTASIAS  

Realizada   sob  orientação  da  Dra.  Adelina  Amorim,   esta   é  uma   consulta  dirigida   aos  doentes  

com  bronquiectasias  não  fibrose  quística,  com  diagnóstico  e  seguimento  protocolado.    

Para  o  diagnóstico  da  etiologia  das  bronquiectasias  é  feita  uma  história  clínica  completa,  com  

particular   atenção   aos   antecedentes   infeciosos   e   pedidos   meios   complementares   de  

diagnóstico   de   forma   a   poder   excluir   possíveis   causas   com   tratamento   dirigido,   como   as  

imunodeficiências,  aspergilose  bronco-­‐pulmonar  alérgica,   infeções  por  Mycobacterium  avium  

complex   e   doenças   auto-­‐imunes,   entre   outras.   No   seguimento   destes   doentes   é   feita   uma  

avaliação   regular   clínica,   funcional   e   do   bacteriológico   da   expectoração   de   forma   a   melhor  

aferir  das  susceptibilidades  antibióticas  no  caso  de  exacerbação  infeciosa.  

Nesta   consulta   foram   observados   doentes   com   bronquiectasias   não   fibrose   quística   de  

diferentes  etiologias  ou  ainda  em  estudo,  tendo  sido  particularmente  relevante  a  discussão  do  

papel   das   imunodeficiências,   nomeadamente   o   défice   de   anticorpos   específicos,   o   que  

motivou  o  intercâmbio  de  experiências  entre  as  duas  especialidades,  a  nível  clínico  e  científico.  

LABORATÓRIO  DE  EXPLORAÇÃO  FUNCIONAL  RESPIRATÓRIA  

Sob  orientação  do  Dr.  João  Almeida  e  com  a  colaboração  dos  Técnicos  de  Cardiopneumologia,  

foi  possível  observar  a   realização  e   treinar  na   interpretação  do  estudo   funcional   respiratório  

incluindo   avaliação   de   volumes   pulmonares,   débitos,   resistências   e   difusão   do  monóxido   de  

carbono  (CO)  por  pletismografia,  prova  da  marcha  dos  6  minutos  (sem  e  com  O2  suplementar)  

e   prova   de   esforço   cardio-­‐respiratória   realizada   em   cicloergómetro   segundo   protocolo  

incremental.  

Foram   observados   doentes   com   patologia   obstrutiva   com   e   sem   reversibilidade   após   a  

administração  de  salbutamol  inalado,  patologia  restritiva  em  doentes  com  fibrose  pulmonar  e  

uma  doente  com  hipertensão  pulmonar  secundária  a  esclerolúpus  com  diminuição  isolada  da  

difusão   de   CO.   Foram   também   observadas   duas   provas   de   esforço   cardio-­‐respiratórias   com  

OUTROS  ESTÁGIOS  CLÍNICOS  96  

diminuição   da   capacidade   de   exercício   (VO2   máx=48%   e   70%   do   previsto,   para   um   normal  

≥85%)por  descondicionamento  e  com  suspeita  de  patologia  vascular  pulmonar.  

UNIDADE  DE  FISIOPATOLOGIA  E  REABILITAÇÃO  RESPIRATÓRIA  

Sob   coordenação   médica   da   Dra.   Isabel   Gomes   e   com   a   colaboração   de   enfermeiros   de  

reabilitação,  foram  abordadas  e  observadas  várias  técnicas  de  reabilitação  respiratória,  entre  

as   quais   o   treino   aeróbio   em   cicloergómetro   e   treino   de   força   dos   membros   superiores   e  

inferiores   com   pesos   e   elásticos,   bem   como   técnicas   de   cinesioterapia   respiratória   e   de  

mobilização   e   drenagem   de   secreções(respiração   freno-­‐labial,   técnicas   de   respiração  

controlada,  ciclo  de  respiração  ativada  tosse  e  utilização  de  auxiliares  da  tosse  como  o  Flutter).  

Foi   observada   uma   sessão   de   reabilitação   respiratória   em   doentes   com   doença   pulmonar  

obstrutiva   crónica,   fibrose   quística,   asma   grave   e   doentes   com   diversas   patologias   em  

programa  de  pré-­‐transplante  pulmonar.  

UNIDADE  DE  ENDOSCOPIA  RESPIRATÓRIA    

Sob   orientação   da   Dra.   Adriana   Magalhães,   nesta   unidade   foram   observadas   duas  

broncofibroscopias  diagnósticas:  uma  com  fístula  traqueo-­‐esofágica  em  doente  com  neoplasia  

esofágica   e   uma   em   doente   com   tuberculose   pulmonar   com   agravamento   clínico   em   que  

foram   observadas   lesões   exofíticas   no   brônquio   lobar   inferior,   com   realização   de   biopsia  

brônquica  e  lavado  bronco-­‐alveolar.  

SERVIÇO  DE  URGÊNCIA  

A  estágio  no  Serviço  de  Urgência  de  Pneumologia  decorreu  às  segundas-­‐feiras  com  um  período  

de   12   horas   semanais,   tendo   acompanhado   os   Especialistas   e/ou   Internos   de   Formação  

Específica   de   Pneumologia   nas   avaliações   requisitadas   pelo   Serviço   de   Urgência   do   Centro  

Hospitalar   São   João,   Unidades   de   Cuidados   Intermédios   e   Intensivos   e   Serviços   de  

Internamento  de  Pneumologia  e  de  outras  Especialidades.  

As   patologias   observadas   incluíram   estridor   por   obstrução   por   massa   traqueal   posterior,  

pneumotórax,   hemoptises   em  doente   com   antecedentes   de   tuberculose   pulmonar,   suspeita  

de   fístula   traqueo-­‐esofágica  em  doente  com  neoplasia  esofágica  e  doentes  com   insuficiência  

ou  infeção  respiratória.  As  técnicas  observadas  incluíram  a  broncoscopia  flexível  com  colheita  

de   lavado   bronco-­‐alveolar,   toracocentese,   drenagem   de   pneumotórax,   biopsia   pleural   e  

extubação  com  cough  assist  em  doentes  com  tetraparésia.    

CURRICULUM  VITAE                                                     97  

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  

Durante   o   estágio   foi   possível   assistir   às   Reuniões   do   Serviço   de   Pneumologia,   com  

periodicidade   semanal,   e   Visita   de   Serviço,   com   apresentação   e   discussão   semanal   dos  

doentes  internados.    

Das   Reuniões   do   Serviço   de   Pneumologia   salienta-­‐se   a   apresentação   realizada   pela   Prof.  

Doutora   Marta   Drummond   intitulada   “GOLD   2011   –   atualização   e   comparação   com   as  

recomendações  anteriores”.  

Da   colaboração   criada   neste   estágio   entre   a   consulta   de   Imunodeficiências   Primárias   do  

Serviço   de   Imunoalergologia,   orientada   pelo   Prof.   Doutor   Torres   da   Costa,   e   a   consulta   de  

Bronquiectasias   do   Serviço  de  Pneumologia,   orientada  pela  Dra.  Adelina  Amorim,   surgiu  um  

trabalho   em   forma   de   poster   apresentado   no   International   Primary   Immunodeficiencies  

Congress  2013,  Estoril  (Publicação  38).  

COMENTÁRIOS  

A   realização   do   estágio   de   Pneumologia   foi   uma   mais-­‐valia   para   a   formação   específica   em  

Imunoalergologia,  dado  que  possibilitou  a  aquisição  e  consolidação  de  um  vasto  conjunto  de  

conhecimentos  em  patologias  de  fronteira  entre  estas  duas  especialidades  e  outras  patologias  

importantes  a  considerar  no  diagnóstico  diferencial.    

A  frequência  da  consulta  de  Patologia  Respiratória  do  Sono  permitiu  aumentar  a  suspeição  de  

síndrome  de  apneia  obstrutiva  do  sono,  patologia  esta  que  se  pode  associar  a  asma  e  dificultar  

o   seu   controlo.   A   consulta   de  Doenças   do   Interstício   Pulmonar   permitiu   um  maior   contacto  

com  estas  patologias  pouco  comuns,  para  as  quais  é  essencial  a  realização  de  uma  completa  

história  ambiental  e  a  integração  de  conhecimentos  de  Pneumologia,  Imunologia,  Imagiologia  

e   Anatomia   Patológica.   A   consulta   de   Bronquiectasias   permitiu   o   estabelecimento   de   uma  

mais   próxima   relação   com   a   Imunoalergologia   –   Consulta   de   Imunodeficiências   Primárias,  

especialmente  no  que  concerne  à  avaliação  imunológica  dos  doentes  com  bronquiectasias  não  

fibrose  quística.  

A  consulta  de  cessação  tabágica  foi  particularmente  importante  na  apreensão  de  intervenções  

farmacológicas   e   não   farmacológicas   que   podem   ser   adotadas   em   fumadores,   mesmo   no  

âmbito   de   uma   consulta   não   especializada.   Dado   o   impacto   do   tabagismo   no   controlo   da  

OUTROS  ESTÁGIOS  CLÍNICOS  98  

asma,  será  de  considerar  a  inclusão  futura  desta  vertente  como  um  objetivo  do  conhecimento  

a  adquirir  no  estágio  de  Pneumologia.  

Este   estágio   permitiu   também   alargar   os   conhecimentos/experiência   no   que   concerne   à  

exploração   funcional   respiratória,   nomeadamente   nas   técnicas   não   existentes   no   Serviço   de  

Imunoalergologia,   como   pletismografia   corporal   com   avaliação   de   volumes,   resistências   e  

difusão  de  CO,  prova  de  marcha  dos  6  minutos  e  prova  de  esforço  cardio-­‐respiratória.  

 

 

 

 

   

CURRICULUM  VITAE                                                     99  

ESTÁGIO  DE  OTORRINOLARINGOLOGIA  

INTRODUÇÃO  

Local:  Serviço  de  Otorrinolaringologia,  Centro  Hospitalar  São  João,  EPE  

Diretor  de  Serviço:  Dra.  Margarida  Santos    

Orientador  de  Formação:  Dr.  Fernando  Vales  

Duração:  3  meses  (1/8/2012  a  31/10/2012)  

O  plano  de  atividades  foi  programado  de  acordo  com  os  objectivos  de  formação,  incluindo  12  

horas   de  Urgência   de  Otorrinolaringologia   e   4   períodos   semanais   de   Consulta   Externa,   bem  

como   participação   ocasional   em   outros   sectores   do   serviço   como   o   Bloco   Operatório,  

Audiometria,  Endoscopia,  Avaliação  Vestibular  e  Terapia  da  Fala.    

Durante   este   período   foi   também   mantida   a   atividade   de   Consulta   Externa   (2  

períodos/semana)  e  de  Serviço  de  Atendimento  Não  Programado  (6  horas/semana)  no  Serviço  

de  Imunoalergologia  e  a  colaboração  no  ensaio  clínico  de  imunoterapia  específica  Bial-­‐PHL-­‐P2,  

em  fase  de  inclusão  durante  este  estágio.  

ATIVIDADE  ASSISTENCIAL  

CONSULTA  EXTERNA  

Realizada   sob  orientação  principal  do  Dr.   Fernando  Vales  mas   também  em  colaboração  com  

outros  especialistas  do  Serviço  de  Otorrinolaringologia,  nomeadamente  o  Prof.  Doutor   Jorge  

Spratley,   responsável   pela   consulta   pediátrica,   a   Prof.ª   Doutora   Carla   Pinto   Moura,  

responsável   pela   consulta   de   malformações   congénitas,   o   Dr.   Manuel   Leal,   na   consulta   de  

patologia  laríngea  e  o  Dr.  Manuel  Ribeiro,  colaborador  na  área  de  patologia  naso-­‐sinusal.  

Foram  observados  cerca  de  176  doentes,  com  idade  média  de  35  anos,  de  entre  os  quais  54  

crianças,  33  com  idade  inferior  a  6  anos.  

Os   sinais,   sintomas   e/ou   patologias   mais   frequentemente   observados   em   idade   pediátrica  

incluíram   as   amigdalites   e   otites   de   repetição,   hipertrofia   adenóide,   roncopatia   e   otite  

seromucosa,  tendo  sido  discutidas  as   indicações  para  a  cirurgia  do  tecido   linfóide  do  anel  de  

Waldeyer  segundo  os  critérios  de  Paradise  e  indicações  para  miringotomia  com  colocação  de  

tubos  de  ventilação.  Foram  ainda  observadas  crianças  com  patologias  menos  frequentes  como  

OUTROS  ESTÁGIOS  CLÍNICOS  100  

a  laringomalácia,  reconstrução  traqueal  por  estenose  subglótica  total  secundária  a  entubação,  

agenesia  do   canal   auditivo  externo  e  os   Síndromes  de  CHARGE,  Moebius,  Van  der  Woude  e  

Alport.    

No   adulto,   as   patologias   observadas   incluíram   a   rinossinusite   crónica   com   e   sem   pólipos  

nasais,   três  dos  quais   com   tríade  de  Widal   também  seguidos  por   Imunoalergologia,  um  com  

rinossinusite  crónica  maxilar  secundária  a  implante  dentário  e  dois  doentes  com  perfuração  do  

septo  nasal  secundária  a  corticoterapia  tópica.  Foram  também  observados  doentes  com  rinite  

hipertrófica,   desvio   do   septo   nasal,   roncopatia   e   síndrome   de   apneia   obstrutiva   do   sono,  

disfonia  e  sensação  de  corpo  estranho  orofaríngeo,  acufenos,  hipoacusia  e  cofose,  otosclerose,  

otite  média  crónica  simples  e  complicada  de  colesteatoma,  síndrome  vertiginoso  e  suspeita  de  

neurinoma  do  acústico.  

Foram   também   observados   doentes   em   consultas   de   pré-­‐operatório   e   reavaliação   de   pós-­‐

operatório   de   amigdalectomia,   adenoidectomia,   miringotomia   com   colocação   de   tubos  

transtimpânicos,   turbinectomia,   microcirurgia   dos   seios   perinasais   e   polipectomia,  

septoplastia,  mastoidectomia,  timpanoplastia,  estapedectomia  e  uvulopalatofaringoplastia.  

Durante   a   consulta   foi   ainda   fomentada   a   interpretação   de   exames   complementares   de  

diagnóstico,  tendo  sido  observados  timpanogramas  tipo  B,  por  exemplo  na  otopatia  serosa,  e  

timpanogramas   tipo   C,   bem   como   audiogramas   tonais   com   características   de   hipoacusia   de  

condução,   neurossensorial   e   trauma   de   ruído.   Em   doentes   com   patologia   naso-­‐sinusal   foi  

possível   observar   e   discutir   variantes   anatómicas   e   achados   patológicos   em   tomografia  

computorizada   dos   seios   perinasais,   como   a   presença   de   células   de   Haller,   concha   bolhosa,  

desvios  do  septo  nasal  e  rinossinusite.  

SERVIÇO  DE  URGÊNCIA  

Realizada   à   3ª   feira   sob   orientação   do   Dr.   Fernando   Vales   e   do   Dr.   Manuel   Ribeiro,   em  

colaboração  com  outros  médicos  especialistas  e  internos  de  Otorrinolaringologia.  Durante  este  

período  foi  possível  observar  doentes  com  queixas  do  foro  da  especialidade  encaminhados  do  

Serviço   de   Urgência   e   Urgência   Pediátrica   do   Centro   Hospitalar   São   João,   EPE   e   assistir   na  

realização  de  técnicas  específicas  da  especialidade.  

De  entre  as  patologias  e  queixas  avaliadas  destacam-­‐se  a  hipoacusia  por  obstrução  de  rolhão  

de   cerúmen,   otite   externa   aguda   bacteriana   e   fúngica,   otite   média   aguda,   otopatia   serosa,  

CURRICULUM  VITAE                                                     101  

otalgia   por   disfunção   da   articulação   temporomandibular,   disfunção   tubar,   epistáxis,  

traumatismo   nasal/fractura   dos   ossos   do   nariz,   corpo   estranho   intranasal,   auricular   e  

orofaríngeo,  traumatismo  do  canal  auditivo  externo,  amigdalite  não  complicada,  abcesso  peri-­‐

amigdalino,   edema   de   Ludwig,   adenoma   pleomórfico   da   parótida,   tiroidite   sub-­‐aguda,  

estridor,  síndrome  vertiginoso  e    paralisia  facial  periférica  idiopática.  

De   entre   as   técnicas   realizadas   e/ou   observadas   refere-­‐se   a   remoção   de   cerúmen   por  

aspiração  e  por   lavagem,  drenagem  de  abcesso  peri-­‐amigdalino,   remoção  de  corpo  estranho  

intranasal,  auricular  e  orofaríngeo,  tamponamento  nasal  e  revisão  de  traqueostomia.    

TÉCNICAS  E  PROCEDIMENTOS  

Durante   a   consulta   e   serviço   de   urgência   foram   realizadas   as   seguintes   técnicas   do   exame  

objectivo  otorrinolaringológico  e  observadas  as  seguintes  alterações/patologias:    

-­‐ Rinoscopia   anterior   com   espéculo   nasal:   hipertrofia   dos   cornetos,   alterações   da  

mucosa  nasal,  pólipos  nasais,  papiloma  invertido,  desvio  e  perfuração  do  septo  nasal;  

-­‐ Rinoscopia  posterior  com  espelho:  hipertrofia  adenóide;  

-­‐ Observação  da  orofarínge:  hipertrofia  amigdalina,  tonsilolitíase;  

-­‐ Otoscopia   por  microscopia   e   por   otoscópio:   eczema  do   canal   auditivo   externo,   otite  

externa,   otite   média   aguda,   otopatia   serosa,   otite   média   crónica,   colesteatoma,  

perfuração  timpânica,  miringoesclerose,  retração  e  atelectasia  timpânica;  

-­‐ Teste  de  Rinne  e  de  Weber;  

-­‐ Laringoscopia  indireta:  eritema  das  aritenóides  sugestivo  de  refluxo  gastro-­‐esofágico.  

Foi  ainda  observada  a  realização  das  seguintes  técnicas  de  acordo  com  a  indicação:  

-­‐ Rinofibroscopia:   obstrução   nasal   persistente,   para   exclusão   de   corpos   estranhos,  

lesões  ocupando  espaço  e  malformações  nasais;  

-­‐ Nasolaringoscopia:  suspeita  de  laringomalácia;  

-­‐ Estroboscopia:  avaliação  de  disfonia  e  pré  e  pós-­‐operatório  de  tiroidectomia;  

-­‐ Radiofrequência  dos  cornetos:  rinite  hipertrófica;  

-­‐ Manobras   de   Dix-­‐Halpike   e   de   Unterberger   e   head-­‐shake   e   head-­‐impulse   tests   em  

doentes  com  síndrome  vertiginoso;  

-­‐ Outras  técnicas  como  a  miringotomia  sem  sedação  e  cauterização  bipolar.  

OUTROS  ESTÁGIOS  CLÍNICOS  102  

Durante  o  estágio  não  foi  observada  a  realização  de  rinomanometria  por  indisponibilidade  do  

equipamento.   No   entanto,   foi   realizada   rinomanometria   anterior   em   casos   selecionados   no  

Serviço  de  Imunoalergologia.  

Outras   técnicas   e   atividades   observadas   no   Serviço   de   Otorrinolaringologia   incluíram   a  

realização  de  audiograma  tonal  e  vocal,  timpanograma,  otoemissões  acústicas  e  postulografia  

dinâmica   computorizada;   a   avaliação   e   orientação   por   terapia   da   fala   de   doentes  

laringectomizados,  e  a  observação  da  realização  de  técnicas  cirúrgicas  como  a  amigdalectomia,  

adenoidectomia  e  cirurgia  microscópica  dos  seios  perinasais.  

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  

Durante   o   estágio   foi   possível   assistir   às   reuniões   do   Serviço   de   Otorrinolaringologia,   com  

periodicidade  semanal,  em  que  eram  apresentados  e  discutidos  os  doentes  internados,  artigos  

com   relevo   para   a   especialidade   em   formato   Journal   Club   e   apresentações   de   temas   de  

revisão.  Salienta-­‐se  a  realização  de  uma  apresentação  das  novidades  do  documento  de  revisão  

acerca   da   rinossinusite,   EPOS,   patologia   esta   de   importante   colaboração   entre   as  

especialidades   de   Otorrinolaringologia   e   Imunoalergologia,   e   que   culminou   na   publicação   a  

convite  de  um  artigo  de  revisão  na  revista  da  Sociedade  Portuguesa  de  Otorrinolaringologia  e  

Cirurgia  Cérvico-­‐facial  (Publicação  12).  

COMENTÁRIOS  

A  realização  do  estágio  de  Otorrinolaringologia  foi  uma  mais-­‐valia  para  a  formação  específica  

em  Imunoalergologia,  dado  que  possibilitou  a  aquisição  e  consolidação  de  um  vasto  conjunto  

de   conhecimentos   incluindo   técnicas   de   exame   objectivo,   interpretação   de   meios  

complementares   de   diagnóstico,   tratamento   e   indicações   cirúrgicas,   fundamentais   a   uma  

maior   qualidade   assistencial   aos   doentes   com   patologia   alérgica,   nomeadamente   no   que  

concerne   aos   diagnósticos   diferenciais   e   co-­‐morbilidades   frequentemente   associados   nos  

diferentes  grupos  etários.  Para  além  da  consulta  e  do  serviço  de  urgência,  a  possibilidade  de  

observar  procedimentos   cirúrgicos  e  especialmente,  pela  melhor  visibilidade,  a  microcirurgia  

aos  seios  perinasais,  permitiu  aprofundar  o  conhecimento  da  anatomia  local.  

   

CURRICULUM  VITAE                                                     103  

ESTÁGIO  DE  DERMATOLOGIA  

INTRODUÇÃO  

Local:  Serviço  de  Dermatologia,  Centro  Hospitalar  São  João,  EPE  

Diretor  de  Serviço:  Dra.  Filomena  Azevedo  

Orientador  de  Formação:  Dra.  Ana  Paula  Cunha  

Duração:  3  meses  (1/11/2012  a  31/1/2013)  

O  plano  de  atividades  foi  programado  de  acordo  com  os  objectivos  de  formação,   incluindo  5  

períodos  semanais  de  Consulta  Externa,  bem  como  participação  ocasional  em  outros  sectores  

do  serviço  como  o  Serviço  de  Urgência,  Cirurgia  de  Ambulatório  e  Internamento.  Durante  este  

período  foi  também  mantida  a  atividade  de  Consulta  Externa  (2  períodos  de  consulta  própria  e  

1   período   de   consulta   de   imunodeficiências   primárias)   e   Serviço   de   Atendimento   Não  

Programado  (18  horas/semana)  no  Serviço  de  Imunoalergologia,  bem  como  a  colaboração  na  

fase  de  indução  de  imunoterapia  do  ensaio  clínico  Bial-­‐PHL-­‐P2  e  a  recolha  semanal  de  pólenes  

do  Porto  para  a  Rede  Portuguesa  de  Aerobiologia.  

ATIVIDADE  ASSISTENCIAL  

CONSULTA  EXTERNA  

DERMATOLOGIA  GERAL  

Realizada  sob  orientação  principal  da  Dra.  Ana  Paula  Cunha,  mas  também  em  colaboração  com  

a  Dra.  Teresa  Boudrier  e  outros  especialistas  de  Dermatologia.  

Nesta   consulta   foram   observados   doentes   com   neoplasias   cutâneas   malignas,   incluindo  

carcinoma   basocelular   e   carcinoma   espinho-­‐celular   e   lesões   pré-­‐malignas   como   queratose  

actínica.   Foram   também   observadas   outras   lesões   ou   tumores   benignos   da   pele   como   o  

angioma   rubi,   nevo   intradérmico,   nevo   comum,   queratose   seborreica,   quisto   miliar,   quisto  

subaponevrótico,   histiocitoma   fibroso   benigno,   fibroma   pêndulo,   fibroma   séssil   do   pé   e  

verruga  simplex,  bem  como  alterações  da  pigmentação  como  vitíligo  e  lentigo.    

De   entre   as   patologias   mais   frequentemente   observadas   destacam-­‐se   a   psoríase   (palmo-­‐

plantar,   em   placa,   gotata   e   inversa),   bem   como   eczema   desidrótico,   de   estase,   craquelé   e  

OUTROS  ESTÁGIOS  CLÍNICOS  104  

numular,  sendo  de  salientar  a   importância  da  realização  de  biopsia  cutânea  na  diferenciação  

entre  eczema  desidrótico  e  psoríase  palmar.    

Foram  ainda  observados  doentes  com  dermatite  atópica,  dermatite  seborreica,   líquen  plano,  

líquen   simples   crónico,   vasculite   cutânea,   urticária   solar,   urticária   crónica   espontânea,  

granuloma   anular,   epidermólise   bolhosa,   acne,   rosácea,   pitiaríase   rósea   de   Gilbert,   pitiríase  

alba,   pitiríase   versicolor,   queratose   palmo-­‐plantar   juvenil,   parapsoríase,   prurigo   nodular,  

suspeita   de   sarcoidose   cutânea,   suspeita   de   dermatomiosite   e   exantema   multiforme   das  

mãos.   Salienta-­‐se   a   observação   de   eritema   pigmentado   fixo   por   amoxicilina   +   ácido  

clavulânico.  

De  entre  as  patologias   infeciosas  destacam-­‐se  a  erisipela,   tinha   intertrigo  e  onicomicose  dos  

pés   e   mãos,   tendo   sido   observadas   alterações   dos   anexos   cutâneos   como   onicólise,   unha  

encravada,   alopecia   cicatricial,   areata   e   androgénica,   hidrosanite   supurada   e   foliculite   da  

barba.  

Durante   a   consulta   foram   observados   doentes   tratados   com   emolientes,   fotoprotetores,  

corticoides   tópicos   de   diferentes   potências,   corticoides   orais,   inibidores   da   calcineurina  

tópicos,   queratolíticos,   antibióticos   e   antifúngicos   tópicos   e   orais   e   medicamentos  

imunomoduladores   e   imunossupressores   como   o   metotrexato   e   ciclosporina,   tendo   sido  

observados   doentes   com   efeitos   secundários   cutâneos   da   corticoterapia   tópica   prolongada  

como  telangiectasias,  rosácea  e  estrias  peri-­‐lesionais.  

As   técnicas   observadas   incluíram   a   realização   de   dermatoscopia,   raspado   da   unha   e   lesões  

cutâneas  para  avaliação  micológica  por  microscopia  direta  e  cultura,  crioterapia  de  queratoses  

actínica,  curetagem  de  molusco  contagioso  e  biopsia  cutânea.  A  indicação  cirúrgica  de  diversas  

patologias  observadas  foi  discutida.  

DERMATOLOGIA  PEDIÁTRICA  

Realizada   sob  orientação  principal  do  Prof.  Doutor  Alberto  Mota,   foram  observadas   crianças  

com   tinha   incógnita,   nevo   congénito   gigante   e   da   face,   angioma,   miliária   rubra,   displasia  

ectodérmica   anidrótica,   acne,   líquen   plano,   nevo   de   Spitz,   molusco   contagioso,   dermatite  

atópica   ligeira  e  moderada,   suspeita  de   telangiectasia  hemorrágica  hereditária  e   suspeita  de  

piodermites   de   repetição   em   conviventes   portadores   de   Staphylococcus   aureus   meticilino-­‐

resistente.  

CURRICULUM  VITAE                                                     105  

CONSULTA  DE  DERMATITES  DE  CONTACTO  

Realizada  sob  orientação  da  Dra.  Ana  Paula  Cunha,  nesta  consulta  a  história  clínica  detalhada  e  

exame   objectivo   minucioso   com   descrição   pormenorizada   das   lesões   assumem   um   papel  

preponderante   na   identificação   dos   potenciais   alergénios   envolvidos   (domésticos,  

ocupacionais,  fármacos,  cosméticos  ou  recreativos).  

A   série   standard   de   testes   epicutâneos   utilizada,   recomendada   pelo   Grupo   Português   de  

Estudo   das   Dermatites   de   Contacto   (GPEDC)   e   atualizada   em   2012,   engloba   os   principais  

alergénios  envolvidos  nesta  entidade  clínica.  Sempre  que  a  história  clínica  o   justifique  ou  em  

determinadas   atividades   profissionais   ou   recreativas   específicas,   foram   utilizadas   séries  

complementares   definidas   pelo   mesmo   Grupo   e   disponibilizadas   pelo   laboratório   Bial-­‐

Aristegui®   (antissépticos   e   desinfectantes,   óleos   essenciais,   plantas,   perfumes   e   aromas,  

corantes   orgânicos,   cosméticos,   veículos   emulgentes/dermofarmácia,   filtros   solares,  

fotoalergénios,   metacrilatos,   cabeleireiro,   pastelaria/padaria,   plásticos   e   colas,   laboratórios  

fotográficos,   indústria   da   borracha,   medicina   dentária,   anestésicos   locais,   corticoides,   anti-­‐

inflamatórios,  compostos  de  mercúrio  e  metais)  ou  produtos  próprios  trazidos  pelo  doente.  

A   leitura   e   interpretação   dos   resultados   dos   testes   era   realizada   às   48   horas   e   caso   se  

justificasse,   às   72   horas   e/ou   7   dias,   como   no   caso   dos   corticoides   tópicos.   A   correta  

interpretação  depende  muito  da  experiência  do  observador,  sendo  dificultada  pela  existência  

de   polissensibilização,   reatividade   cruzada   e   resultados   irritativos.   A   intensidade   de   reação  

positiva  é  classificada  como  +,  ++  ou  +++,  de  acordo  com  as  recomendações  da   International  

Contact  Dermatitis  Research  Group  e  da  North  American  Contact  Dermatitis  Research  Group.  

Após  uma  interpretação  cuidadosa  dos  resultados,  ponderados  em  função  da  história  clínica  e  

das  características  da  exposição,  o  doente  era   informado  sobre  quais  os  alergénios  a  que  se  

encontrava  sensibilizado  e  o  modo  de  os  evitar.  Era-­‐lhe  então  fornecido  um  folheto  explicativo  

onde   constam  os  alergénios   implicados  e  os  produtos  ou  materiais  que  os   contêm.  De   igual  

modo,   era   enviada   ao  Médico   Assistente   uma   carta   pormenorizada,   contendo   informações  

acerca  das  substâncias  sensibilizantes.  

Nesta  consulta,  foram  realizados  testes  epicutâneos  a  90  doentes  com  suspeita  de  dermatite  

de  contacto  alérgica,  66  (73%)  do  sexo  feminino,  com  idade  média  (desvio  padrão)  de  41  (17,8)  

anos,  8  (9%)  com  idade  inferior  a  18  anos;  20  (22,2%)  atópicos.  

OUTROS  ESTÁGIOS  CLÍNICOS  106  

Dos   doentes   testados,   42   (47%)   tiveram   testes   epicutâneos   positivos   a   alergénios   da   série  

standard   GPEDC,   com   um   total   de   71   positividades,   20   (45%)   destes   monossensibilizados,  

descritos  na  seguinte  Tabela.  

Tabela   23.   Doentes   com   testes   epicutâneos   positivos   para   alergénios   da   bateria   standard  

GPEDC    

ALERGÉNIO  SÉRIE  STANDARD     N   EXPOSIÇÃO  /  LOCAL  Dicromato  potássio  0,5%   1   Eczema  abdominal  com  positividade  para  outros  metais  

(níquel  e  cobalto)  PPDA  (p-­‐fenilenodiamina)  1%   3   Eczema  couro  cabeludo  Cloreto  de  cobalto  1%   11   7  com  positividade  para  níquel  e  os  restantes  com  outras  

sensibilizações  Caínas  MIX  10%   8   Aplicação  de  tópicos  com  caínas  ou  eczema  das  mãos  em  

técnicos  de  saúde  Sulfato  de  níquel  5%   25   Lesões  de  contacto  com  cinto,  botões  de  metal,  bijutarias  

ou  bandeja  metálica;  9  monossensibilizados  Lyral  5%   1   Eczema  do  pescoço  em  doente  co-­‐sensibilizada  a  mistura  

de  perfumes  Colofónia  20%   5   Sobretudo  eczema  das  mãos  Álcoois  de  lanolina  30%   3   Eczema  de  estase  sem  melhoria  com  aplicação  de  

emolientes  Mistura  de  perfumes  II  14%   2   Eczema  do  pescoço  e/ou  face  Bálsamo  de  Peru  25%   3   Doentes  com  outras  co-­‐sensibilizações  que  explicam  o  

quadro  clínico  Resina  formol  butilfenol  p-­‐terciária  (FBF)  (PTBP  formol)  1%  

1   Eczema  dos  pés.  Co-­‐sensibilizado  a  crómio  e  cobalto  

MBT  (Mercaptobenzotiazol)  2%   1   Eczema  das  mãos  e  utilização  de  dedeiras  de  borracha  Imidazodinilureia  2%     1   Eczema  de  estase  com  outras  co-­‐sensibilizações  Metilisotiazolinona  0,05%   5   Eczema  das  mãos  em  domésticas  ou  lojistas  Quaternium  15  (Dowicil  200)  1%   1   Eczema  das  mãos  em  trabalhador  de  artes  gráficas  

 

Durante  este  período  não  foram  observadas  positividades  para:  Parabenos  15%,  Formaldeído  

1%,   Metildibromoglutaronitrilo   (dibromodicianobutano)   0,3%,   Fenilisopropil-­‐p-­‐

fenilenodiamina  (IPPD)  1%,  Mistura  de  lactonas  0,1%,  Mistura  de  perfumes  8%,  Resina  epoxy  

1%,   Kathon   CG   0,01%,   Tiuram   MIX   1%,   Mercapto   MIX   1%,   Sulfato   de   neomicina   20%,   17-­‐

Butirato   de   Hidrocortisona   0,1%,   Budesonido   0,1%,   Disperso   laranja   1%   ou   Disperso   azul  

106/124  1%.  

Em   41   (46%)   doentes   foram   testadas   séries   adicionais,   que   foram   positivas   em   8   (20%)   e  

permitiram  um  diagnóstico  adicional  em  3  doentes:  

− acrilatos  em  esteticistas  (n=2)  −  1  positivo  

− anti-­‐inflamatórios  não  esteroides  em  dentista  com  suspeita  de  eritema  pigmentado  fixo  

ao  ibuprofeno  −  positivo  ao  ácido  acetilsalicílico  5%  e  ibuprofeno  5%  

CURRICULUM  VITAE                                                     107  

− alimentos  (batata,  alho,  cebola,  cenoura,  tomate  e  sumo  limão)  em  doentes  com  eczema  

das  mãos  e/ou  pulpite  (n=5)  –  negativos  

− anestésicos  locais  em  doente  com  eczema  da  região  perineal  e  antecedentes  de  aplicação  

de   tópicos   para   tratamento   de   hemorroidas   –   positivo   a   tetracaína,   cinchocaína   e  

procaína  (e  mistura  de  caínas  da  bateria  standard)  

− borrachas   em  doentes   com  eczema  das  mãos   e   utilização   laboral   de   luvas   de   borracha  

(n=2)  –  negativos  

− cabeleireiro  em  cabeleireiras/esteticistas  (n=4)  –  negativos,  e  eczema  do  couro  cabeludo  

não  previamente  esclarecido  com  bateria  standard   (n=2)  –  positivos  para  PPDA  da  série  

standard  e  em  uma  das  doentes  para  várias  fenilenodiaminas  da  série  de  cabeleireiros  

− calçado   em   doentes   com   eczema   dos   pés   (n=7)   –   3   positivos   ao   crómio   da   bateria  

standard,  sem  outras  positividades  adicionais  na  série  de  calçado  

− corantes  (n=1)  -­‐  negativo  

− corticoides  em  doentes  com  ausência  de  melhoria  ou  com  agravamento  do  eczema  com  

aplicação  tópica  de  corticoides  (n=4)  –  negativos  

− cosméticos  (n=2)  –  negativos  

− dermofarmácia  (n=1)  –  negativo  

− filtros  solares  (n=1)  –  negativo  

− luvas  (n=3)  –  negativos  

− metais   (n=3)   em   doente   com   prurido   generalizado   e   antecedentes   de   cirurgia  

cardiotorácica  com  colocação  de  clips  de  titânio  –  negativo,  queilite  –  negativo,  e  doente  

de  49  anos,  sexo  feminino  com  antecedentes  de  rejeição  de  prótese  da  anca  de  conteúdo  

metálico  –  positivo  para  sulfato  de  cobre  1%  

Em  14  (16%)  foram  ainda  testados  produtos  próprios,  entre  os  quais  cremes,  colírios,  produtos  

utilizados  em  manicura,   luvas  e  tecidos,  que  foram  positivos  em  4  doentes  (humedecedor  de  

cutícula   e   gel   de   cor,   verniz   semipermanente,   creme  Nivea®   e   hemofissural®),   permitindo   o  

diagnóstico  adicional  nos  3  primeiros.  

Assim  sendo,  o  total  de  doentes  com  dermatite  de  contacto  alérgica  diagnosticada  durante  o  

período  de  estágio  foi  de  48  (53%).    

 

 

OUTROS  ESTÁGIOS  CLÍNICOS  108  

SERVIÇO  DE  URGÊNCIA  

Durante  o  período  da  manhã  o  Serviço  de  Dermatologia  presta  apoio  ao  Serviço  de  Urgência  e  

Urgência  Pediátrica  do  Centro  Hospitalar  São  João  em  gabinete  próprio  localizado  na  Consulta  

Externa.  Foi  possível  acompanhar  algumas  das  atividades  da  Urgência,  tendo  sido  observados  

doentes   com  eczema  e  prurigo  nodular,   escabiose,  pitiríase  versicolor,  dermatite  das   fraldas  

com   sobreinfecção   fúngica,   suspeita   de   dermatite   atópica   com   sobreinfecção   por  

Staphylococcus  aureus,  dermatite  de  contacto  alérgica  à  parafenilenodiamina,  psoríase  inversa  

e  úlcera  da  perna.  

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  

Durante   o   estágio   foi   possível   assistir   às   reuniões   do   Serviço   de   Dermatologia,   com  

periodicidade   semanal,   em   que   eram   apresentados   e   discutidos   artigos   com   relevo   para   a  

especialidade,  incluindo  as  recomendações  de  atuação  no  penfigóide  bolhoso.  

Salienta-­‐se   a   oportunidade   de   ter   colaborado   na   parte   prática   do   curso   de   Dermatites   de  

Contacto,  organizado  pelo  GPEDC,  sob  orientação  da  Dra.  Ana  Paula  Cunha,  que  teve  lugar  na  

consulta  externa  do  Serviço  de  Dermatologia  do  Centro  Hospitalar  São  João  a  25/1/2013,  e  a  

possibilidade  de  ter  assistido  a  parte  do  programa  teórico  do  mesmo  curso,  salientando-­‐se  as  

seguintes  apresentações:  

-­‐ Dermatoses  aerotransmitidas,  pelo  Dr.  Armando  Batista;  

-­‐ Dermatite  de  contacto  a  cosméticos  e  perfumes,  pela  Dra.  Inês  Lobo;  

-­‐ Eczema  das  mãos  e  dermatoses  profissionais,  pelo  Dr.  Pedro  Serrano.  

COMENTÁRIOS  

A   realização   do   estágio   de   Dermatologia   foi   uma  mais-­‐valia   para   a   formação   específica   em  

Imunoalergologia,  dado  que  possibilitou  a  aquisição  e  consolidação  de  um  vasto  conjunto  de  

conhecimentos   em   patologias   cutâneas   do   foro   imunoalergológico   e   outras   patologias  

incluídas  no  seu  diagnóstico  diferencial.    

Durante  o  estágio   foram  particularmente   importantes  o   treino  da   recolha  da  história  clínica,  

particularmente   da   exposição   a   agentes   frequentemente   implicados   nas   dermatites   de  

contacto,  o  desenvolvimento  da  capacidade  de  observação  e  diferenciação  de  lesões  cutâneas,  

e  as  indicações,  contraindicações  e  vigilância  de  terapêuticas  tópicas  e  sistémicas  utilizadas  no  

CURRICULUM  VITAE                                                     109  

tratamento   de   patologias   observadas   por   ambas   as   especialidades,   nos   diferentes   grupos  

etários.    

   

OUTROS  ESTÁGIOS  CLÍNICOS  110  

 

 

 

 

   

 

ATIVIDADE CIENTÍFICA E DE

FORMAÇÃO

 

 

   

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  E  DE  FORMAÇÃO  112  

 

   

CURRICULUM  VITAE                                                     113  

FORMAÇÃO  COMPLEMENTAR  

CURSOS  DE  FORMAÇÃO  PÓS-­‐GRADUADA  

1. Controlo  da  Infecção  (ANEXO  18)  

Local  e  data:  Portimão,  março  2008  

Duração:  6  horas  

2. A  PubMed:  pesquisa  na  base  de  dados  e  acesso  ao  texto  integral  de  periódicos  na  área  

da  saúde  (ANEXO  19)  

Local  e  data:  Porto,  junho  2009  

Duração:  2  horas  

3. EAACI  GA2LEN  Summer  Allergy  School:  Allergy  and  the  Skin  (ANEXOS  20A  e  20B)  

Local  e  data:  Norwich,  Inglaterra,  julho  2009  

Duração:  3  dias  

4. Curso  de  Interpretação  e  Redacção  de  Artigos  Científicos  (CIRAC)  (ANEXO  21)  

Local  e  data:  Nazaré,  setembro  2009  

Duração:  2  dias  

5. XVII  Curso  de  Investigação  Epidemiológica  e  Análise  Estatística  (ANEXO  22)  

Local  e  data:  Porto,  março  2010  

Duração:  40  horas  

Classificação:  B  na  escala  ECTS  

6. Formação  em  técnicas  laboratoriais  de  imunologia    (ANEXO  23)  

Local  e  data:  Glasgow,  Escócia,  março  2010  

Duração:  5  dias  

7. Ferramentas   Básicas   na   interpretação,   construção   e   apresentação   de   resultados  

estatísticos  (ANEXO  24)  

Local  e  data:  Porto,  maio  2010  

Duração:  8  horas  

 

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  E  DE  FORMAÇÃO  114  

8. Workshop   “Alergia   e   desporto   competitivo:   da   relevância   à   regulamentação   no  

diagnóstico  e  no  tratamento”  (ANEXO  25)  

Local  e  data:  Funchal,  outubro  2010  

Duração:  1,5  horas  

9. Workshop  “Imunodeficiências  primárias:  como  reconhecer  e  diagnosticar”  (ANEXO  26)  

Local  e  data:  Funchal,  outubro  2010  

Duração:  1,5  horas  

10. Workshop  “Guidelines  de  imunoterapia  específica”  (ANEXO  27)  

Local  e  data:  Funchal,  outubro  2010  

Duração:  1,5  horas  

11. Workshop   “O   que   o   Imunoalergologista   deve   saber   sobre   patologia   ocupacional:  

aspectos  essenciais”  (ANEXO  28)  

Local  e  data:  Funchal,  outubro  2010  

Duração:  1,5  horas  

12. Workshop  “Urticária  crónica:  novas  perspectivas”  (ANEXO  29)  

Local  e  data:  Funchal,  outubro  2010  

Duração:  1,5  horas  

13. Workshop  “Protocolos  de  indução  de  tolerância  a  fármacos”  (ANEXO  30)  

Local  e  data:  Funchal,  outubro  2010  

Duração:  1,5  horas  

14. Workshop  “Alergia  a  anestésicos”  (ANEXO  31)  

Local  e  data:  Porto,  outubro  2011  

Duração:  1,5  horas  

15. Workshop  “Fórmulas  hipoalergénicas  para  o   lactente  alérgico  às  proteínas  do   leite  de  

vaca”  (ANEXO  32)  

Local  e  data:  Barcelona,  novembro  2011  

Duração:  1,5  horas  

 

CURRICULUM  VITAE                                                     115  

16. Workshop  “Alergia  alimentar  a  LTPs”  (ANEXO  33)  

Local  e  data:  Fátima,  outubro  2012  

Duração:  1,5  horas  

17. Workshop   “Dermatite   de   contacto:   imunopatologia   e   aspectos   de   diagnóstico,  

prevenção  e  terapêutica”  (ANEXO  34)  

Local  e  data:  Fátima,  outubro  2012  

Duração:  1,5  horas  

18. Workshop  “Rinossinusite”  (ANEXO  35)  

Local  e  data:  Fátima,  outubro  2012  

Duração:  1,5  horas  

19. 1st   International   Summer   Course   “Fundamental   Immunology   in   specific  

immunotherapy”  (ANEXO  36)  

Local  e  data:  Troia,  setembro  2011  

Duração:  8  horas  

20. Curso  BIRA  III  “Estandardização  biológica  de  extratos  alergénicos”  (ANEXO  37)  

Local  e  data:  Bilbao,  maio  2012  

Duração:  21  horas  

21. Formação  em  Investigação  Clínica  (FIC).  

Local  e  data:  Porto,  Lisboa  e  Montereal,  de  outubro  2011  a  maio  2013  

Duração:  39  horas  (repartidas  em  6  sessões)  

22. Ressuscitação  cardio-­‐respiratória:  Suporte  Imediato  de  Vida  (ANEXO  38)  

Local  e  data:  Porto,  novembro  2012  

Duração:  8  horas  

Classificação:  Apto  (avaliação  teórico-­‐prática)  

23. 9th  ESID  Summer  School  for  Primary  Immunodeficiency  Diseases  (ANEXO  39)  

Local  e  data:  Creta,  Grécia,  setembro  2013  

Duração:  5  dias  

NOTA:  Curso  com  candidatura  com  vagas  limitadas  a  30  elementos  

 

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  E  DE  FORMAÇÃO  116  

OUTROS  CURSOS  

24. Curso  de  técnica  vocal  para  profissionais  de  saúde  (ANEXO  40)  

Local  e  data:  Porto,  maio  e  junho  2012  

Duração:  18  horas  

25. Curso  Internacional  de  Professores  de  Yoga  Integral  (ANEXO  41)  

Local  e  data:  Porto,  2013  

Duração:  250  horas  

 

PARTICIPAÇÃO  EM  CONGRESSOS  /  REUNIÕES  CIENTÍFICAS  

COM  APRESENTAÇÃO  DE  TRABALHOS  

1. Reunião  de  Apresentação  do  Mapa  Acarológico  de  Portugal.  Curia,  fevereiro  2009  

2. 29th   Congress   of   the   European   Academy   of   Allergy   and   Clinical   Immunology,   Londres,  

Reino  Unido,  junho  2010  

3. XXXI   Reunião   Anual   da   Sociedade   Portuguesa   de   Alergologia   e   Imunologia   Clínica   /   XIV  

Congresso  Luso-­‐Brasileiro  de  Alergologia  e  Imunologia  Clínica.  Funchal,  outubro  2010  

4. Reunião   de   lançamento   do   livro   “Recomendações   para   o   diagnóstico   e   terapêutica   da  

asma  grave  em  Portugal”.  Porto,  maio  2011  

5. 30th   Congress   of   the   European   Academy   of   Allergy   and   Clinical   Immunology,   Istanbul,  

Turquia,  junho  2011    

6. XXXII  Reunião  Anual  da  Sociedade  Portuguesa  de  Alergologia  e  Imunologia  Clínica,  Porto,  

outubro  2011  

7. Reunião  “50  anos  de  Imunoalergologia  Hospitalar  em  Portugal.  Lisboa,  novembro  2011  

8. 31th   Congress   of   the   European   Academy   of   Allergy   and   Clinical   Immunology,   Genebra,  

Suiça,  junho  2012    

9. XXXII  Reunião  Anual  da  Sociedade  Portuguesa  de  Alergologia  e  Imunologia  Clínica,  Fátima,  

outubro  2012  

10. World  Allergy  &  Asthma  Congress.  Milão,  Itália,  junho  2013  

11. XXXII  Reunião  Anual  da  Sociedade  Portuguesa  de  Alergologia  e  Imunologia  Clínica,  Vale  de  

Lobo,  outubro  2013  

12. First  International  Primary  Immunodeficiencies  Congress.  Estoril,  novembro  2013  

CURRICULUM  VITAE                                                     117  

PARTICIPAÇÃO  

13. XVII   Jornadas   de   Dermatologia   do   Centro   Hospitalar   de   Vila   Nova   de   Gaia/Espinho.  

Espinho,  maio  2009  

14. Reunião  de  São  João  “Angioedema  Hereditário”.  Porto,  junho  2009  

15. Reunião   de   Gastroenterologia   Pediátrica   “Coeliac   Disease,   Epidemiology,   diagnosis   and  

screening  strategies”.  Porto,  setembro  2009.  

16. Reunião  Científica:  “Onde  está  a  histamina”.  Porto,  outubro  2009    

17. XXX   Reunião   Anual   da   Sociedade   Portuguesa   de   Alergologia   e   Imunologia   Clínica,  

Albufeira,  outubro  2009  

18. Symposium  Internacional  de  alergia  a  medicamentos,  Logroño,  Espanha,  outubro  2009  

19. PNEUMO  2010.  Óbidos,  janeiro  2010  

20. 10ª  Reunião  da  Primavera  da  SPAIC  “Doenças  alérgicas:  up-­‐to-­‐date”.  Ponta  Delgada,  abril  

2010  

21. XXVII  Congreso  Nacional  de  la  SEAIC.  Madrid,  Espanha,  outubro  2010  

22. XXVII  Congresso  de  Pneumologia,  Porto,  outubro  2011  

23. “Simposio  Internacional  de  Alergia  Alimentaria”.  Barcelona,  novembro  2011  

24. 1.º  Curso  de  Doenças  Pulmonares  Difusas  FMUP/HSJ.  Porto,  fevereiro  2012  

25. 11ª  Reunião  Anual   da   Primavera  da   SPAIC   “A   asma   começa  na   criança”.   Chaves,  março  

2012  

26. 13º  Encontro  de   Lisboa  –  Obstrução  das   vias   aéreas   “Avanços  na  asma  e  DPOC.   Lisboa,  

maio  2012  

27. XXVIII  Congreso  Nacional  de  la  SEAIC.  Pamplona,  outubro  2012  

28. XXXVIII   Reunião   Anual   da   Sociedade   Portuguesa   de   Alergologia   e   Imunologia   Clínica.  

Porto,  novembro  2012.(apresentação  de  trabalhos)  

29. Curso   de   Dermatites   de   Contacto   do   Grupo   Português   de   Estudo   das   Dermatites   de  

Contacto.  Porto,  janeiro  2013  

30. 12ª  Reunião  da  Primavera  da  SPAIC  “Anafilaxia:  risco  de  morte”.  Évora,  abril  2013.  

31. V  Reunião  de  Imunodeficiências  Primárias.  Estoril,  novembro  2013  

 

 

   

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  E  DE  FORMAÇÃO  118  

PROJETOS  DE  INVESTIGAÇÃO  

COMO  AUTORA  OU  CO-­‐AUTORA  

1. REAÇÕES  ADVERSAS  À  IMUNOTERAPIA  SUBCUTÂNEA  

Dando   continuidade   ao   trabalho   iniciado   pelo   Dr.   Rui   Silva   e   Dra.   Linda   Cruz   do   Serviço   de  

Imunoalergologia   do   Hospital   de   São   João,   sob   coordenação   do   Dr.   José   Luís   Plácido,   que  

implementaram   o   registo   sistemático   da   administração   de   imunoterapia   subcutânea   e   das  

reações  adversas  observadas  durante  o  período  de  vigilância  (30  minutos)  ou  reportadas  pelo  

doente,  foram  revistos  os  registos  e  reportadas  as  reações  locais  e  sistémicas,  demonstrando  a  

segurança  da  administração  de   imunoterapia   subcutânea  a  aeroalergénios  na  prática   clínica,  

mesmo  com  a  utilização  de  esquemas  de  indução  rápida  (Publicações  8  e  22).  Este  trabalho  foi  

também   apresentado   a   convite   na   Reunião   “50   anos   da   Imunoalergologia   Hospitalar   em  

Portugal”  (Apresentação  4)  e  citado  na  Formação  “Interação  –  Imunoterapia”,  Lisboa,  2010  e  

na  Reunião  da  Primavera  da  SPAIC  subordinada  ao   tema  “Anafilaxia:   risco  de  morte”,  Évora,  

2013.  

2. ALERGIA  AO  TETRANYCHUS  URTICAE  

Vários   estudos   reportaram   a   alergia   a   ácaros   fitófagos,   incluindo   o   Tetranychus   urticae,  

sobretudo  em  contexto  ocupacional  de  trabalhadores  de  estufas  e  outras  produções  agrícolas.  

Este   projeto   teve   início   sob   coordenação   do   Dr.   José   Luís   Plácido,   à   data   orientador   de  

formação,  com  a  avaliação  da  sensibilização  ao  Tetranychus  urticae  em  doentes  seguidos  em  

consulta  de  Imunoalergologia  do  Hospital  de  São  João  e,  dada  a  elevada  frequência  de  testes  

cutâneos  por  picada  positivos  (38%)  (Publicações  15  e  23.1)  foi  posteriormente  avaliada  a  sua  

relevância  clínica  com  questionário  de  sintomas  e  prova  de  provocação  conjuntival,  tanto  em  

doentes   da   consulta   sem   exposição   ocupacional   (Publicações   7   e   23.2-­‐3),   como   em  

trabalhadores   de   diferentes   tipos   de   produções   agrícolas   (Publicação   23.4),   tendo   sido  

premiado   a   nível   nacional   e   internacional   (Prémios   3   e   4).   Encontra-­‐se   atualmente   em  

desenvolvimento   uma   nova   fase   do   projeto   que   integra   a   recolha   e   quantificação   de  

Tetranychus  urticae   em  diferentes  produções  agrícolas  e  a  avaliação   imunológica  de   sujeitos  

alérgicos,  em  parceria  com  a  Prof.  Doutora  Ana  Aguiar,  engenheira  agrónoma  da  Faculdade  de  

Ciências  da  Universidade  do  Porto  e  das  Prof.  Doutoras  Patrícia  Duarte  e  Mariana  Sottomayor  

do   Instituto   de   Biologia  Molecular   e   Celular   do   Porto   (IBMC).  No   contexto   deste   projeto   de  

CURRICULUM  VITAE                                                     119  

investigação   foram   realizados   60   testes   cutâneos   e   provas   de   provocação   conjuntival   em  

ocultação  simples  com  extrato  de  Tetranychus  urticae.  

3. ANAFILAXIA  EM  IDADE  PEDIÁTRICA  

Durante  o  estágio  de  Imunoalergologia  dos  Grupos  Etários  Pediátricos  foram,  em  colaboração  

com   a   Dra.   Ângela   Gaspar,   avaliados   os   registos   de   doentes   com   anafilaxia   seguidos   no  

Hospital  CUF  Descobertas  e  reportada  a  prevalência,  características  dos  episódios  e  avaliação  

etiológica   realizada,   tendo   os   resultados   sido   apresentados   a   nível   internacional   e   nacional  

(Publicações  30),  com  prémio  nacional  (Prémio  2)  que  motivou  a  publicação  de  artigo  em  texto  

completo   (Publicação   13).   Este   artigo   foi   citado   na   Reunião   da   Primavera   da   SPAIC  

subordinada   ao   tema   “Anafilaxia:   risco   de   morte”,   Évora,   2013   e   no   artigo   de   revisão  

“Anafilaxia   em   idade   pediátrica:   do   lactente   ao   adolescente.   Rev   Port   Imunoalergologia  

2013;21(3):157-­‐175”  

4. EXEQUIBILIDADE  DO  ESTUDO  FUNCIONAL  RESPIRATÓRIO  EM  IDADE  PRÉ-­‐ESCOLAR  

Da  experiência  acumulada  da  Técnica  de  Cardiopneumologia  Isabel  Almeida  e  do  Prof.  Doutor  

Luís  Miguel  Borrego  do  Hospital  CUF  Descobertas,  na  realização  de  avaliação  espirométrica  e  

resistência  das  vias  aéras  sem  oclusão,  em  crianças  em  idade  pré-­‐escolar,  surgiu  a  colaboração  

com   o   sentido   de   reportar   a   exequibilidade   nas   diferentes   idades   e   a   mais-­‐valia   da  

determinação   de   volumes   expiratórios   forçados   (FEV)   inferiores   a   1   segundo   (FEV0.5   ou  

FEV0.75)  em  crianças  desta  faixa  etária,  estando  este  trabalho  publicado  em  revista  indexada  

(Publicações  3  e  29).  

5. FENÓTIPOS  CLÍNICOS  DE  HIPERSENSIBILIDADE  AOS  ANTI-­‐INFLAMATÓRIOS  NÃO  ESTEROIDES  (AINE)  

As   reações   de   hipersensibilidade   aos   AINE   podem   ser   diferenciadas   tendo   em   conta   o  

mecanismo  e  patologia  subjacente,  a  manifestação  clínica  e  a  ocorrência  ou  não  de  reatividade  

cruzada.  No  âmbito  da  área  de  alergia  a  fármacos,  sob  coordenação  da  Dra.  Josefina  Cernadas  

e  colaboração  com  a  Dra.  Ana  Reis  Ferreira,  foram  revistas  as  características  dos  doentes  com  

reação  suspeita  a  AINE  seguidos  no  serviço  de   Imunoalergologia,  permitindo  a  associação  de  

padrões   clínicos   e   de   reatividade   cruzada   (Publicação   25.1)   (Prémio   5)   e   a   avaliação   da  

tolerância  a  AINE  alternativos  (Publicação  25.2).  

 

 

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  E  DE  FORMAÇÃO  120  

6. IMUNOGENÉTICA  DAS  REAÇÕES  ALÉRGICAS  A  FÁRMACOS  

No   âmbito   da   área   específica   de   alergia   a   fármacos   e   sob   coordenação   da   Dra.   Josefina  

Cernadas,  a  frequente  colaboração  com  o  Serviço  de  Infeciologia  para  orientação  da  suspeita  

de   reações   de   hipersensibilidade   a   fármacos   e   a   realização   do   rastreio   do  HLA-­‐B*5701   para  

prevenção   de   alergia   ao   abacavir   levou   à   revisão   do   tema     “imunogenética   das   reações  

alérgicas   a   fármacos”,   apresentado   em   reunião   de   serviço   (Apresentação   10)   e   aceite   para  

publicação  (Publicação  16).  Foi  também  desenvolvido  neste  contexto  um  trabalho  retrospetivo  

das   reações   alérgicas   ao   abacavir   e   prevalência   do   alelo   HLA-­‐B*5701   na   população   HIV   do  

Hospital  de  São  João,  apresentado  em  reunião  internacional  (Publicação  36).  

7. IMUNODEFICIÊNCIAS  PRIMÁRIAS  EM  ADULTOS  COM  BRONQUIECTASIAS  

No   contexto   do   estágio   de   Pneumologia   e   decorrente   da   colaboração   fomentada   entre   a  

consulta   de   Bronquiectasias,   realizada   pela   Dra.   Adelina   Amorim,   e   a   consulta   de  

Imunodeficiências   Primárias,   coordenada   pelo   Prof.   Doutor   José   Torres   da   Costa,   foram  

avaliados   os   doentes   adultos   com   diagnóstico   de   imunodeficiência   primária   decorrente   do  

estudo   etiológico   das   bronquiectasias   (Publicação   38).   É   de   referir   a   inexistência   de   valores  

limite  de  normalidade  dos  anticorpos  específicos  que  permitam  prever  a  resposta  à  vacinação,  

projeto   este   que   se   encontra   em   fase   de   desenho   em   colaboração   com   a   Dra.   Júlia  

Vasconcelos,  do  Laboratório  de  Imunologia  do  Centro  Hospitalar  do  Porto.  

COMO  COLABORADORA  

8. MOTIVOS  PARA  INTERRUPÇÃO  DE  IMUNOTERAPIA  SUBCUTÂNEA  COM  AEROALERGÉNIOS  

Da  observação  da   frequente  não   totalização  do   tratamento   com   imunoterapia   subcutânea  a  

aeroalergénios  em  doentes  seguidos  na  consulta  do  serviço  de   Imunoalergologia  do  Hospital  

de  São   João,   foi  desenvolvido  um  questionário   telefónico  padronizado  para   compreender  os  

motivos  de  não  continuação  de  tratamento  e  a  avaliação  de  características  pessoais,  clínicas  e  

do   tratamento   em   comparação   com   doentes   que   suspenderam   por   indicação   médica,  

implementado  em  colaboração  com  a  Dra.  Diana  Silva  e  Dra.  Ana  Pereira.  A  principal  razão  foi  

de   cariz   económico   (Publicações   26)   (Prémio   6)   e   coincidiu   com   a   suspensão   da  

comparticipação   da   imunoterapia   específica   em   Portugal,   tendo   este   resultado   causado   um  

impacto  pessoal  na  abordagem  ao  doente  na  fase  de  prescrição  de  imunoterapia.  

 

CURRICULUM  VITAE                                                     121  

9. DESSENSIBILIZAÇÃO  ALIMENTAR  NO  TRATAMENTO  DA  ALERGIA  ÀS  PROTEÍNAS  DO  LEITE  DE  VACA  

Durante   o   estágio   de   Imunoalergologia   dos   grupos   etários   pediátricos   foi   possível   observar  

crianças  em  tratamento  de  dessensibilização  às  proteínas  do  leite  de  vaca  segundo  protocolo  

sublingual-­‐oral   instituído  no  Hospital  CUF  Descobertas  sob  coordenação  do  Dr.  Mário  Morais  

de  Almeida  e  da  Dra.  Susana  Piedade,  tendo  colaborado  na  recolha  e  codificação  das  reações  

adversas  ocorridas  durante  a  dessensibilização  em  crianças  com  alergia  IgE  e  não  IgE-­‐mediada  

às  proteínas  do  leite  de  vaca  (Publicações  31)  (Prémio  7).  

10. PREVALÊNCIA  E  CLASSIFICAÇÃO  DE  RINITE  EM  IDADE  PRÉ-­‐ESCOLAR  

A  rinite  crónica  é  uma  patologia  com  importante  impacto  na  qualidade  de  vida  dos  doentes  e  

que  interfere  no  controlo  de  outras  patologias  das  vias  aéreas,  entre  as  quais  a  asma.  Durante  

o  estágio  de  Imunoalergologia  dos  grupos  etários  pediátricos,  em  particular  na  consulta  do  Dr.  

Mário  Morais  de  Almeida,  foi  possível  observar  um  elevado  número  de  crianças  em  idade  pré-­‐

escolar   com   sintomas   de   rinite   e   a   sua   relação   com   a   presença   de   sibilância   recorrente   ou  

agudizações   de   asma.   A   participação   neste   estudo   consistiu,   em   parceria   com   a   Dra.   Ana  

Pereira,   na   análise   dos   dados   nacionais   de   um   inquérito   de   base   populacional   adaptado   do  

questionário  International  Study  of  Asthma  and  Allergies  in  Childhood  (ISAAC)  para  crianças  em  

idade  pré-­‐escolar,  realizado  sob  coordenação  do  Dr.  Mário  Morais  de  Almeida,  e  colaboração  

na  redação  dos  respetivos  artigos  (Publicações  5,  14  e  34.1-­‐2)  (Prémio  8).  

11. FATORES  DE  RISCO  PARA  PICADA  DE  HIMENÓPTEROS  

A  ausência  de  evidência  clínica  das  recomendações  dadas  aos  doentes  com  alergia  ao  veneno  

de  himenópteros  para  evicção  de  picadas  suscitou,  no  âmbito  da  área  específica  de  alergia  a  

veneno  de  himenópteros,  coordenada  pela  Dra.  Alice  Coimbra,  e  em  colaboração  com  a  Dra.  

Diana  Silva  e  Dra.  Ana  Pereira,  a  realização  de  um  questionário  retrospectivo  de  características  

de  vestuário  e  atividade  realizada  aquando  de  picada,  em  comparação  com  um  acompanhante  

presente   na   altura   e   que   não   foi   picado.   Ao   contrário   das   recomendações   prévias,   foi  

encontrada  uma  associação  positiva  com  vestuário  de  cores  escuras,  embora  estes  resultados  

necessitem  de  confirmação  em  maior  escala  (Publicações  35).  

12. ALERGIA  ALIMENTAR  EM  ADULTOS    

Projeto  como  colaboradora  da  Dra.  Mariana  Couto  e  sob  coordenação  da  Dra.  Alice  Coimbra,  

que   pretendeu   caracterizar   as   reações   adversas   alimentares   em   adultos   referenciados   por  

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  E  DE  FORMAÇÃO  122  

suspeita  de  alergia  alimentar   (Publicação  32)  e  que  contribuiu  para  o   registo  electrónico  dos  

dados  dos  doentes  avaliados  na  área  de  Alergia  Alimentar.  

13. PREVALÊNCIA  E  CLÍNICA  DE  REAÇÕES  ADVERSAS  A  MARISCO  

Projeto   de   investigação   como   colaboradora   da   Dra.   Diana   Silva   e   sob   coordenação   da   Dra.  

Alice  Coimbra  que  teve  como  objetivo  avaliar  a  clínica  das  reações  adversas  ao  marisco  e  sua  a  

relação   com   o   mecanismo   fisiopatológico   (IgE   mediado   ou   não),   bem   como   a   reatividade  

cruzada  entre  crustáceos,  cefalópodes  e  peixes.    

PROJETOS  DE  INVESTIGAÇÃO  EM  CURSO  

14. Internamentos  e  mortalidade  intra-­‐hospitalar  por  asma  2000-­‐2010  

Coordenado   pelo   Dr.   Mário   Morais   de   Almeida   e   o   Prof.   Doutor   António   Bugalho   de  

Almeida.  Em  fase  de  redação  e  submissão.  

15. Avaliação  do  controlo  da  asma  em  farmácias  portuguesas  utilizando  o  ACT®  

Coordenado   pelo   Dr.   Mário   Morais   de   Almeida   e   em   colaboração   com   a   Associação  

Nacional  de  Farmácias.  Em  fase  de  redação  e  submissão.  

16. Urticária  ao  frio  em  idade  pediátrica:  caracterização  e  evolução  clínica  

Coordenado  pela  Dra.  Ângela  Gaspar.  Em  fase  de  inclusão  de  doentes.  

17. Estudo  “Allergen  wheal  inhibition  by  antihistamines  (AWIAH)”  

Coordenado   pelo   Prof.   Doutor   José   Castela   Torres   da   Costa.   Em   fase   de   inclusão   de  

doentes(ANEXO  42  –  aprovação  pela  comissão  ética  do  Hospital  de  São  João).  

18. Caracterização  clinico-­‐laboratorial  de  doentes  com  imunodeficiência  comum  variável  

Coordenado  pelo  Prof.  Doutor  José  Castela  Torres  da  Costa  e  Prof.  Doutor  Luís  Delgado,  

em   parceria   com   o   Centro   de   Imunodeficiências   Primárias   do   Hospital   Santa   Maria,  

Centro  Hospitalar  Lisboa  Norte.  

PARTICIPAÇÃO  EM  ENSAIOS  CLÍNICOS  SOLICITADOS  PELA  INDÚSTRIA  FARMACÊUTICA  

Investigadora  do  projeto  BIA-­‐PHL-­‐P2-­‐001  do  Laboratório  Bial-­‐Aristegui®,  ensaio  randomizado  

com  placebo,  duplamente  cego,  de  imunoterapia  subcutânea  com  extrato  de  Phleum  pratensis  

em  doentes  com  alergia  a  este  pólen.  Este  projeto  decorreu  de  setembro  de  2012  a  maio  de  

2013  tendo  colaborado  na   inclusão  de  5  doentes  e  visitas  de  seguimento  de  3  doentes,  bem  

CURRICULUM  VITAE                                                     123  

como   nos   registos   durante   a   fase   de   inclusão   e   visitas   de   monitorização   do   promotor  

Eurotrials®.   A   colaboração   neste   estudo   permitiu   a   familiarização   com   uma  metodologia   de  

estudo   mais   complexa,   estandardização   de   procedimentos   e   realização   de   8   provas   de  

provocação   nasal   e   8   testes   cutâneos   por   picada   com   doses   crescentes   do   aeroalergénio  

Phleum   pratensis,   bem   como   a   administração   e/ou   supervisão   de   administração   de  

imunoterapia  com  extrato  depot:  18  doses  de  iniciação  e  9  de  manutenção.  

   

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  E  DE  FORMAÇÃO  124  

PRÉMIOS  E  BOLSAS  

TRABALHOS  CIENTÍFICOS  PREMIADOS  

COMO  PRIMEIRA  AUTORA  

1. Prémio  EAACI  2011  /  Melhor  poster  na  sessão  “How  to  cope  with  drug  allergy   in  clinical  

practice?”   para   o   poster   “Hypersensitivity   reaction   and   tolerance   induction   to  

ethambutol”  (Publicação  24)  

2. Prémio   SPAIC   -­‐   MSD   2012   /   Melhor   comunicação   oral   (2º   prémio,   ex-­‐aequo)   para   a  

comunicação   oral   “Registo   anual   de   anafilaxia   em   idade   pediátrica   num   centro   de  

Imunoalergologia”(Publicação  30.2)  

3. Prémio  EAACI  -­‐  WAO  2013  /  Melhor  poster  da  sessão  “Airborne  allergens  I”  para  o  poster  

“Sensitization   to   Tetranychus   urticae:   prevalence   and   clinical   relevance”   (Publicação  

23.3)  

4. Prémio  SPAIC  -­‐  MSD  2013  /  melhor  poster  (1º  prémio)  para  o  poster  “Alergia  ocupacional  

ao   Tetranychus   urticae   em   trabalhadores   agrícolas   do   norte   de   Portugal”   (Publicação  

23.4).  

COMO  CO-­‐AUTORA  

5. Prémio   EAACI   2011   /   Melhor   comunicação   oral   na   sessão   “NSAIDs   hypersensitivity:  

markers  and  diagnostic  approaches”  para  a  comunicação  oral  “Hypersensitivity  reactions  

to   nonsteroidal   anti-­‐inflammatory   drugs:   single   versus   multiple   reactors”   (Publicação  

25.1)  

6. Prémio  EAACI  2012  /  Melhor  poster  na  sessão  “Recent  clinical   trials   in   immunotherapy”  

para   o   poster   “Reasons   for   discontinuing   allergen   subcutaneous   immunotherapy”  

(Publicação  26.2)  

7. Prémio  SPAIC  -­‐  MSD  2012  /  Melhor  poster  (1º  prémio)  para  o  poster  “Eficácia  e  segurança  

de  novo  protocolo  de  dessensibilização  alimentar  no  tratamento  da  alergia  às  proteínas  

do  leite  de  vaca”  (Publicação  31.2).  

CURRICULUM  VITAE                                                     125  

8. Prémio   SPAIC   -­‐   Bial-­‐Aristegui   2013   /   Melhor   artigo   original   (2º   prémio)   para   o   artigo  

“Sibilância  em  crianças  de  idade  pré-­‐escolar  em  Portugal  –  prevalência,  caracterização  e  

associação  com  rinite”  (Publicação  14).  

BOLSAS  DE  ESTUDO  

1. EAACI   Travel   Grant  2013   para   o   Congresso  World   Allergy   &   Asthma   Congress,   Milão,  

Itália,  junho  2013  

2. Prémio   SPAIC   -­‐   Laboratórios   Vitória   2013   /   Bolsa   de   Estudo   (1º   lugar   ex-­‐aequo)   para   o  

Estágio  no  Serviço  de  Alergia  e  Imunologia  Clínica  do  Hospital  Mount  Sinai,  Nova  Iorque,  

Estados  Unidos  da  América,  agosto  2013  (ANEXO  43)  

3. Prémio   SPI   2013   /   Bolsa   de   Estudo   para   o   curso   ESID   Summer   School   in   Primary  

Immunodeficiency  Diseases,  Creta,  Grécia,  setembro  2013  

   

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  E  DE  FORMAÇÃO  126  

PUBLICAÇÕES  

LIVROS  /  CAPÍTULOS  DE  LIVROS  

1. Veira   T,   Leblanc   A,   Santos   N,   Torres-­‐Costa   J.   Imunodeficiências   Primárias:   da   suspeita  

clínica  ao  tratamento.  1ª  edição.  Bial.  2013.  (ANEXO  44)  

EM  TEXTO  COMPLETO  

REVISTAS  INDEXADAS  NA  PUBMED  OU  ISIS  

2. Santos  N,  Gaspar  A,  Livramento  S,  Sampaio  G,  Morais-­‐Almeida  M.  Aspirin  desensitization  

in  a  woman  with  inherited  thrombophilia  and  recurrent  miscarriage.  Eur  Ann  Allergy  Clin  

Immunol  2012;44(6):256-­‐257.  (ANEXO  45)  

3. Santos  N,  Almeida  I,  Couto  M,  Morais-­‐Almeida  M,  Borrego  LM.  Exequibilidade  do  estudo  

funcional   respiratório   em   idade   pré-­‐escolar   na   prática   clínica.   Rev  Port   Pneumol  

2013;19(1):38-­‐41.  (ANEXO  46)  

4. Cernadas  J,  Santos  N,  Pinto  P,  Mota  P,  Castells  M.  Hypersensitivity  reaction  and  tolerance  

induction   to   ethambutol.   Case   Rep   Med.   2013:208797.   doi:   10.1155/2013/208797.  

(ANEXO  47)  

5. Morais-­‐Almeida  M,  Santos  N,  Pereira  AM,  Branco-­‐Ferreira  M,  Nunes  C,  Bousquet,  Fonseca  

JA.   Prevalence   and   classification   of   rhinitis   in   preschool   children   in   Portugal:   a  

nationwide  study.  Allergy  2013;68(10):1278-­‐88.  (ANEXO  48)  

6. Silva   D,   Pereira   AM,   Santos   N,   Coimbra   A,   Plácido   JL.   Costs   of   treatment   affect  

compliance   to   specific   subcutaneous   immunotherapy.  Eur  Ann  Allergy  Clin   Immunol  [in  

press].  (ANEXO  49)  

7. Santos   N,   Iraola   V,   Plácido   JL.   Tetranychus   urticae   allergy   in   a   population   without  

occupational  exposure.  Eur  Ann  Allergy  Clin  Immunol  [in  press].  (ANEXO  50)  

8. Santos   N.   Pereira   AM,   Silva   R,   Torres-­‐Costa   J,   Plácido   JL   Characterization   of   systemic  

reactions   to   subcutaneous   immunotherapy   with   airborne   allergens   and   classification  

according  to  WAO  2010.  Allergol  Immunopathol  [in  press].  (ANEXO  51)  

CURRICULUM  VITAE                                                     127  

9. Santos  N,  Silva  R,  Rodrigues   J,  Torres  Costa   J.  Sjogren's   Syndrome  and  acquired   splenic  

atrophy  with  septic  shock:  a  case  report.  J  Med  Case  Rep  2014,  8:10.  (ANEXO  52)  

10. Santos  N,  Gaspar  A,  Borrego  LM,  Morais-­‐Almeida  M.  Successful  oral   tolerance   induction  

to   cow’s   milk   in   a   child   with   allergy   to   extensively   hydrolyzed   formula.   Allergol  

Immunopathol  [in  press].  (ANEXO  53)  

REVISTAS  NÃO  INDEXADAS  COM  REVISÃO  POR  PARES  

11. Santos  N,  Gaspar  A,  Pires  G,  Morais-­‐Almeida  M.  Anafilaxia  a  maçã:  dois  casos  clínicos.Rev  

Port  Imunoalergologia  2011;19(4):223-­‐227.  (ANEXO  54)  

12. Santos  N,  Vales  F,  Pinto-­‐Moura  C,  Santos  M.  European  Position  Paper  on  Rhinosinusitis  

and   Nasal   Polyps   (EPOS)   2012:   atualização   clínica.   Rev   Port   Otorrinolaringologia   e  

Cirurgia  Cérvico-­‐Facial.  2013;51(1):25-­‐34.  (ANEXO  55)  

13. Gaspar  A,  Santos  N,  Piedade  S,  Santa-­‐Marta  C,  Pires  G,  Sampaio  G,  Borrego  LM,  Arêde  C,  

Morais-­‐Almeida   M.   Registo   anual   de   anafilaxia   em   idade   pediátrica   num   centro   de  

Imunoalergologia.  Rev  Port  Imunoalergologia  2014;22(1):43-­‐54.  (ANEXO  56)  

14. Pereira   AM,   Morais-­‐Almeida   M,   Santos   N,   Nunes   C,   Almeida   Fonseca   J.   Sibilância   em  

crianças   de   idade   pré-­‐escolar   em   Portugal   –   prevalência,   caracterização   e   associação  

com  rinite.  Rev  Port  Imunoalergologia  [in  press].  (ANEXO  57)  

Prémio  SPAIC–Bial-­‐Aristegui  2013  (2º  Prémio)  para  melhor  artigo  original  (Prémio  8)  

15. Santos  N,  Plácido  JL.  Sensibilização  ao  Tetranychus  urticae  no  norte  de  Portugal.  Rev  Port  

Imunoalergologia  [in  press].  (ANEXO  58)  

16. Santos   N,   Cernadas   J.   Imunogenética   das   reacções   alérgicas   a   fármacos.   Rev   Port  

Imunoalergologia  2013;23(4):247-­‐258.  (ANEXO  59)  

 

 

 

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  E  DE  FORMAÇÃO  128  

OUTROS  ARTIGOS  COM  REVISÃO  POR  PARES  

17. Santos  N.  Artigo  comentado  “Leonard  SA,  Sampson  HA,  Sicherer  SH,  Noone  S,  Moshier  EL,  

Godbold  J,  Nowak-­‐Wegrzyn  A.  Dietary  baked  egg  accelerates  resolution  of  egg  allergy  in  

children.   J   Allergy   Clin   Immunol   2012;130:473-­‐480”.   Rev   Port   Imunoalergologia  

2012;20(4):300.  (ANEXO  60)  

18. Santos  N.  Artigo  comentado  “Weisse  K,  Winkler  S,  Hirche  F,  Herberth  G,  Hinz  D,  Bauer  M,  

Röder   S,   Rolle-­‐Kampczyk   U,   von   Bergen  M,   Olek   S,   Sack   U,   Richter   T,   Diez   U,   Borte  M,  

Stangl  GI,   Lehmann   I.  Maternal   and   newborn   vitamin  D   status   and   its   impact   on   food  

allergy   development   in   the   german   Lina   cohort   study.   Allergy   2013;68:220-­‐228”.   Rev  

Port  Imunoalergologia  2013;21(2):131-­‐132.  (ANEXO  61)  

19. Santos  N.  Notícias:  Estágio   no   Serviço   de   Alergologia   e   Imunologia   Clínica   do  Hospital  

Mount   Sinai,   Nova   Iorque,   Estados   Unidos   da   América.   Rev   Port   Imunoalergologia  

2013;23(4):  293-­‐296.  (ANEXO  62)  

SOB  A  FORMA  DE  RESUMO  

Descrevem-­‐se  os  trabalhos  apresentados  em  reuniões  científicas  com  publicação  sob  a  forma  

de  resumo,  agrupados  por  tema  e  com  o  autor  que  realizou  a  apresentação  sublinhado.  

20. Filipe   Almeida   A,   Santos   N,   Castro   C,   Bonito   Vitor   A,   Pereira   J,   Castro   S,   Campos  MM,  

Carneiro  A,  Farinha  N,  Costa  C,  Gil-­‐da-­‐Costa  MJ.  Múltiplas  lesões  extra-­‐axiais  do  SNC:  da  

incerteza  ao  diagnóstico.  Acta  Ped  Port.  2009;40(5):S100.    

Poster:  X  Congresso  Nacional  de  Pediatria,  Troia,  outubro  2009.  (ANEXO  63)  

21. Filipe  Almeida  A,  Teixeira  A,  Santos  N,  Flor  de  Lima  F,  Rocha  C,  Magalhães  M,  Rodrigues  E,  

Pinto  H,  Caldas  Afonso  A;  Síndrome  de  Fanconi  secundário  a  Cistinose:  caso  clinico.  Acta  

Ped  Port.  2009;40(5):S142.  

Poster:  X  Congresso  Nacional  de  Pediatria,  Troia,  outubro  2009.  (ANEXO  64)  

22. 1)   Santos   N,   Pereira   AM,   Plácido   JL,   Castel-­‐Branco   MG.   Subcutaneous   Specific  

Immunotherapy:  local  and  systemic  reactions.  Allergy  2010;65(Suppl.92):568.    

CURRICULUM  VITAE                                                     129  

Poster:   29th   Congress   of   the   European   Academy   of   Allergy   and   Clinical   Immunology,  

Londres,  Reino  Unido,  junho  2010.  (ANEXO  65)  

2) Santos   N,   Pereira   AM,   Silva   R,   Feiteira   A,   Castro   L,   Torres   da   Costa   J,   Plácido   JL.  

Caracterização   das   reacções   sistémicas   à   imunoterapia   subcutânea.   Rev   Port  

Imunoalergologia.  2010;18(Supl.1):21.    

Poster  –   sessão  especial:  XXXI  Reunião  Anual  da  Sociedade  Portuguesa  de  Alergologia  e  

Imunologia   Clínica   /   XIV   Congresso   Luso-­‐Brasileiro   de   Alergologia   e   Imunologia   Clínica,  

Funchal,  outubro  2010.  (ANEXO  66)  

3) Santos   N,   Pereira   AM,   Silva   R,   Torres   da   Costa   J,   Plácido   JL.   Systemic   reactions   to  

subcutaneous   immunotherapy   with   airborne   allergens   –   a   first   characterization  

according  to  WAO’s  grading  system.  Allergy  2011;66(Suppl.94):138.    

Poster   com   discussão:   30th   Congress   of   the   European   Academy   of   Allergy   and   Clinical  

Immunology,  Istanbul,  Turquia,  junho  2011.  (ANEXO  67)  

23. 1)   Santos   N,   Plácido   JL;   Tetranychus   urticae:   um   ácaro   esquecido.   Rev   Port  

Imunoalergologia  2010;18(Supl1):50.    

Poster:  XXXI  Reunião  Anual  da  Sociedade  Portuguesa  de  Alergologia  e  Imunologia  Clínica  /  

XIV  Congresso  Luso-­‐Brasileiro  de  Alergologia  e  Imunologia  Clínica,  Funchal,  outubro  2010.  

(ANEXO  68)  

2)  Santos  N,  Plácido  JL.  Relevância  clínica  da  sensibilização  ao  Tetranychus  urticae.  Rev  

Port  Imunoalergologia  2012;20(Supl.1):21.    

Comunicação   oral:   XXXIII   Reunião   Anual   da   Sociedade   Portuguesa   de   Alergologia   e  

Imunologia  Clínica,  Fátima,  outubro  2012.  (ANEXO  69)  

3) Santos   N,   Plácido   JL.   Sensitization   to   Tetranychus   urticae:   prevalence   and   clinical  

relevance.  Allergy  2013;68(Suppl.97):463.    

Poster:  World  Allergy  &  Asthma  Congress,  Milão,  Itália,  junho  2013.  (ANEXO  70)  

Prémio  EAACI  -­‐  WAO  2013  /  Melhor  poster  na  sessão  ”Airborne  allergens  I”  (Prémio  3)  

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  E  DE  FORMAÇÃO  130  

4) Santos  N,  Carolino  F,  Aguiar  A,  Plácido  JL.  Alergia  ocupacional  ao  Tetranychus  urticae  

em   trabalhadores   agrícolas   do   norte   de   Portugal.   Rev   Port   Imunoalergologia  

2013;21(Supl.1):51.    

Poster  –  sessão  especial:  XXXIV  Reunião  Anual  da  Sociedade  Portuguesa  de  Alergologia  e  

Imunologia  Clínica,  Vale  de  Lobo,  outubro  2013.  (ANEXO  71)  

Prémio  SPAIC  -­‐  MSD  2013  /  Melhor  poster  (1º  prémio)  (Prémio  4)  

24. Cernadas   JR,   Santos   N,   Pinto   C,   M   Castells.   Hypersensitivity   reaction   and   tolerance  

induction  to  ethambutol.  Allergy  2011;66(Suppl.94):381.    

Poster:   XXX   Congress   of   the   European   Academy   of   Allergy   and   Clinical   Immunology,  

Istanbul,  Turquia,  junho  2011.  (ANEXO  72)  

Prémio  EAACI  -­‐  WAO  2011  /  Melhor  poster  na  sessão  ”How  to  cope  with  drug  allergy   in  

clinical  practice?”    (Prémio  1)  

25. 1)  Reis-­‐Ferreira  A,  Santos  N,  Botelho  C,  Castro  E,  Cernadas  JR.  Hypersensitivity  reactions  

to   nonsteroidal   anti-­‐inflammatory   drugs:   single   versus   multiple   reactors.   Allergy  

2011;66(Suppl.94):51-­‐52.    

Comunicação   oral:   XXX   Congress   of   the   European   Academy   of   Allergy   and   Clinical  

Immunology,  Istanbul,  Turquia,  junho  2011.  (ANEXO  73)  

Prémio   EAACI   -­‐   WAO   2011   /   Melhor   comunicação   na   sessão   ”NSAIDs   hypersensitivity:  

markers  and  diagnostic  approaches”  (Prémio  5)  

2)  Reis-­‐Ferreira  A,  Santos  N,  Botelho  C,  Castro  ED,  Cernadas  JR.  Meloxicam  and  etoricoxib  

tolerance   in   patients   with   urticaria/angioedema   induced   by   multiple   Non-­‐Steroidal  

Anti-­‐Inflammatory  Drugs  (NSAIDs).  Abstract  book.    

Poster:  5th  Drug  Hypersensitivity  Meeting,  Munique,  Alemanha,  2012.  (ANEXO  74)  

26. 1)  Silva  D,  Pereira  AM,  Santos  N,  Plácido  JL.  Motivos  de   interrupção  do  tratamento  com  

imunoterapia  subcutânea.  Rev  Port  Imunoalergologia  2011;19(Supl.1):29.    

CURRICULUM  VITAE                                                     131  

Poster:  XXXII  Reunião  Anual  da  Sociedade  Portuguesa  de  Alergologia  e  Imunologia  Clínica,  

Porto,  outubro  2011.  (ANEXO  75)  

2)   Silva   D,   Pereira   AM,   Santos   N,   Plácido   JL,   Reasons   for   discontinuing   allergen  

subcutaneous  immunotherapy.  Allergy  2012;67(Suppl.96):235.    

Poster:   31st   Congress   of   the   European   Academy   of   Allergy   and   Clinical   Immunology,  

Genebra,  Suiça,  junho  2012.  (ANEXO  76)  

Prémio  EAACI  2012  /  Melhor  poster  na  sessão  ”Recent  clinical   trials   in   immunotherapy”  

(Prémio  6)  

27. Gaspar  A,   Santos  N,   Livramento   S,   Sampaio  G,  Morais-­‐Almeida  M.  Dessensibilização   ao  

ácido  acetilsalicílico  em  mulher  com  trombofilia  hereditária.  Rev  Port  Imunoalergologia  

2011;19(Supl.1):30.    

Poster:  XXXII  Reunião  Anual  da  Sociedade  Portuguesa  de  Alergologia  e  Imunologia  Clínica,  

Porto,  outubro  2011.  (ANEXO  77)  

28. 1)  Santos  N,  Gaspar  A,  Pires  G,  Morais-­‐Almeida  M.  Anafilaxia  a  maçã:  dois  casos  clínicos.  

Rev  Port  Imunoalergologia  2011;19(Supl.1):38.    

Poster:  XXXII  Reunião  Anual  da  Sociedade  Portuguesa  de  Alergologia  e  Imunologia  Clínica,  

Porto,  outubro  2011.  (ANEXO  78)  

2)   Santos  N,   Gaspar   A,   Pires   G,  Morais-­‐Almeida  M.  Why   did   they   have   anaphylaxis   to  

apple?  Allergy  2012;67(Suppl.96):381-­‐382.    

Poster:   31st   Congress   of   the   European   Academy   of   Allergy   and   Clinical   Immunology,  

Genebra,  Suiça,  junho  2012.  (ANEXO  79)  

29. Almeida   I,   Couto   M,   Santos   N,   Borrego   LM,   Morais-­‐Almeida   M.   Estudo   funcional  

respiratório  em  idade  pré-­‐escolar  na  prática  clínica.  Rev  Port  Pneumol.  2011;17(especial  

congresso):50.    

Poster:  XXVII  Congresso  de  Pneumologia,  Porto,  outubro  2011.  (ANEXO  80)  

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  E  DE  FORMAÇÃO  132  

30. 1)  Santos  N,  Gaspar  A,  Piedade  S,  Santa-­‐Marta  C,  Pires  G,  Sampaio  G,  Borrego  LM,  Arêde  

C,  Morais-­‐Almeida  M,  Anaphylaxis   in   children   and   adolescents:   one-­‐year   survey   in   an  

Immunoallergy  department.  Allergy  2012;67(Suppl.96):154.    

Poster   com   discussão:   31st   Congress   of   the   European   Academy   of   Allergy   and   Clinical  

Immunology,  Genebra,  Suiça,  junho  2012.  (ANEXO  81)  

2)  Santos  N,  Gaspar  A,  Piedade  S,  Santa-­‐Marta  C,  Pires  G,  Sampaio  G,  Borrego  LM,  Arêde  

C,  Morais-­‐Almeida  M.  Registo   anual   de   anafilaxia   em   idade   pediátrica   num   centro   de  

Imunoalergologia.  Rev  Port  Imunoalergologia  2012;20(Supl.1):30.    

Comunicação   oral   –   sessão   especial:   XXXIII   Reunião   Anual   da   Sociedade   Portuguesa   de  

Alergologia  e  Imunologia  Clínica,  Fátima,  outubro  2012.  (ANEXO  82)  

Prémio  SPAIC  -­‐  MSD  2012  /  Melhor  comunicação  oral  (2º  prémio,  ex-­‐aequo)  (Prémio  1)  

31. 1)  Piedade  S,  Santos  N,  Sampaio  G,  Gaspar  A,  Arede  C,  Borrego  L,  Santa-­‐Marta  C,  Morais-­‐

Almeida  M.  Safety  and  efficacy  of  a  new  sublingual-­‐oral  desensitization  protocol.  Allergy  

2012;67(Suppl.  96):206.    

Poster:   31st   Congress   of   the   European   Academy   of   Allergy   and   Clinical   Immunology,  

Genebra,  Suiça,  junho  2012.  (ANEXO  83)  

2)   Piedade   S,   Sampaio   G,   Gaspar   A,   Santos   N,   Arêde   C,   Borrego   LM,   Santa-­‐Marta   C,  

Morais-­‐Almeida   M.   Eficácia   e   segurança   de   novo   protocolo   de   dessensibilização  

alimentar   no   tratamento   da   alergia   às   proteinas   do   leite   de   vaca.   Rev   Port  

Imunoalergologia  2012;20(Supl.1):48.    

Poster  –  sessão  especial:  XXXIII  Reunião  Anual  da  Sociedade  Portuguesa  de  Alergologia  e  

Imunologia  Clínica,  Fátima,  outubro  2012.  (ANEXO  84)  

Prémio  SPAIC  -­‐  MSD  2012  /  Melhor  poster  (1º  prémio)  (Prémio  7)  

32. Couto  M,  Coimbra  A,  Silva  D,  Santos  N,  Pereira  A,  Plácido  JL.  Food  allergy   in  adults:   the  

experience  of  a   center   in   the  north  of  Portugal.  Clinical  and  Translational  Allergy  2013,  

3(Suppl  3):66.  

Poster:  Food  Allergy  and  Anaphylaxis  Meeting,  Nice,  França,  2013.  (ANEXO  85)  

CURRICULUM  VITAE                                                     133  

33. Silva  D,   Couto  M,   Santos  N,   Pereira   AM,   Plácido   JL,   Coimbra  A.  Prevalence   and   clinical  

presentation  of  shellfish  adverse  reaction:  4  years  retrospective  study  in  a  food  allergy  

unit.  Allergy  2013;68(Suppl.97):136.    

Poster  com  discussão:  World  Allergy  &  Asthma  Congress,  Milão,  Itália,  junho  2013.  (ANEXO  

86)  

34. 1)   Pereira   AM,   Santos   N,   Branco-­‐Ferreira  M,   Nunes   C,   Fonseca   JA,   Bousquet   J,  Morais-­‐

Almeida   M.   Disagreement   of   different   estimates   of   rhinitis   prevalence   in   preschool  

children.  Allergy  2013;68(Suppl.97):275.    

Poster:  World  Allergy  &  Asthma  Congress,  Milão,  Itália,  junho  2013.  (ANEXO  87)  

2)   Santos   N,   Pereira   AM,   Branco-­‐Ferreira   M,   Nunes   C,   Almeida-­‐Fonseca   J,   Bousquet   J,  

Morais-­‐Almeida  M.  Prevalence  and  ARIA  classification  of  rhinitis  in  preschool  children  in  

Portugal:  a  nationwide  cross-­‐sectional  study.  Allergy  2013;68(Suppl.97):293-­‐294.    

Poster:  World  Allergy  &  Asthma  Congress,  Milão,  Itália,  junho  2013.  (ANEXO  88)  

35. 1)   Silva   D,   Santos   N,   Pereira   AM,   Pereira   A,   Delgado   L,   Coimbra   A.   Risk   factors   for  

hymenoptera  sting:  A  case-­‐control  study.  Allergy  2013;68(Suppl.97):491-­‐492.    

Poster:  World  Allergy  &  Asthma  Congress,  Milão,  Itália,  junho  2013.  (ANEXO  89)  

2)  Silva  D,  Santos  N,  Pereira  AM,  Pereira  A,  Delgado  L,  Coimbra  A.  Factores  de  risco  para  

picada  de  himenópteros.  Rev  Port  Imunoalergologia  2013;21(Supl.1):24.    

Comunicação   oral:   XXXIV   Reunião   Anual   da   Sociedade   Portuguesa   de   Alergologia   e  

Imunologia  Clínica,  Vale  de  Lobo,  outubro  2013.  (ANEXO  90)  

36. Santos  N,  Pinheiro  C,  Carolino  F,  Faustino  AS,  Soares  P,  Sarmento  A,  Rodrigues-­‐Cernadas  J.  

Prevalence  of  abacavir-­‐associated  hypersensitivity  syndrome  and  HLA-­‐B*5701  allele  in  a  

Portuguese  HIV  population.  Allergy  2013;68(Suppl.97):517-­‐518.    

Poster:  World  Allergy  &  Asthma  Congress,  Milão,  Itália,  junho  2013.  (ANEXO  91)  

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  E  DE  FORMAÇÃO  134  

37. Santos  N,  Coimbra  A,  Vieira  T,  Botelho  C,  Plácido  JL.  Utilidade  da  provocação  com  picada  

no   diagnóstico   de   alergia   a   veneno   de   abelha.   Rev   Port   Imunoalergologia  

2013;21(Supl.1):48.    

Poster:   XXXIV   Reunião   Anual   da   Sociedade   Portuguesa   de   Alergologia   e   Imunologia  

Clínica,  Vale  de  Lobo,  outubro  2013.  (ANEXO  92)  

38. Santos   N,   Leblanc   A,   Vieira   T,   Amorim   A,   Torres-­‐Costa   J.   Adult   Diagnosed   Primary  

Immunodeficiency  Diseases  In  Patients  With  Bronchiectasis.  Congress  Book.  

Poster:  First  International  Primary  Immunodeficiencies  Congress,  Estoril,  novembro  2013.  

(ANEXO  93)  

 

   

CURRICULUM  VITAE                                                     135  

COMUNICAÇÕES  

EM  REUNIÕES  CIENTÍFICAS  /  CONGRESSOS  

Descritas   na   secção   “Publicações   –   sob   a   forma  de   resumo”,   sendo   esta   atividade   resumida  

apresentada  na  Tabela  24.  

Tabela  24.  Resumo  de  comunicações  em  reuniões  científicas  /  congressos  

  N  EM  REUNIÕES  INTERNACIONAIS   9  

Posters  com  discussão   2  Posters  (com  apresentação)   7  

EM  REUNIÕES  NACIONAIS   8  Comunicações  orais   2  Posters  (com  apresentação)   6  

 

OUTRAS  APRESENTAÇÕES  /  PALESTRANTE  A  CONVITE  

1. Ácaros:   artigos   que   lhes   dão   vida.   Colaboração:   Ana   Pereira,   José   Luís   Plácido,   Maria  

Graça  Castel-­‐Branco.  Reunião  do  Mapa  Acarológico,  Curia,  fevereiro  2009.  (ANEXO  94)  

2. Hipersensibilidade   à   carboplatina:   esquemas   de   indução   de   tolerância   –   caso   clínico.  

Coordenação:   Josefina   Cernadas.   Workshop   “Protocolos   de   Indução   de   Tolerância   a  

Fármacos”,   XXXI   Reunião   da   Sociedade   Portuguesa   de   Alergologia   e   Imunologia   Clínica,  

Funchal,  outubro  2010.  (ANEXO  95)    

3. Caso   clínico   de   asma   grave   em   tratamento   com   omalizumab.   Coordenação:   José   Luís  

Plácido   e   João   Fonseca.   Reunião   de   lançamento   do   livro   "Recomendações   para  

Diagnóstico  e  Terapêutica  da  Asma  Grave  em  Portugal",  Porto,  maio  2011.  (ANEXO  96)  

4. Imunoterapia   subcutânea   a   aeroalergénios:   caracterização   das   reacções   locais   e  

sistémicas.   Coordenação:   José   Luís   Plácido.   Reunião   “50   anos   de   Imunoalergologia  

Hospitalar  em  Portugal”,  Lisboa,  novembro  2011.  (ANEXO  97)  

5. Profilaxia  do  Angioedema  Hereditário.  Coordenação:  Eunice  Castro.  Reunião  de  doentes  

com  Angioedema  Hereditário  do  Hospital  de  São  João,  Porto,  março  2012.  (ANEXO  98)  

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  E  DE  FORMAÇÃO  136  

6. Alergia   alimentar   em   idade   pediátrica:   como   orientar?   Coordenação:   Alice   Coimbra.   I  

Encontro  de  Imunoalergologia  C.  H.  S.  João  e  C.H.V.N.  Gaia/Espinho  para  Medicina  Geral  e  

Familiar,  Porto,  maio  2013.  (ANEXO  99)  

7. Imunodeficiências   primárias:   abordagem   terapêutica.   Coordenação:   José   Torres   da  

Costa.   II   Encontro   de   Imunoalergologia   C.   H.   S.   João   e   C.H.V.N.   Gaia/Espinho   para  

Medicina  Geral  e  Familiar,  Porto,  novembro  2013.  (ANEXO  100)  

8. O   exercício   faz   bem   à   asma?   Coordenação:   José   Torres   da   Costa.   Seminário   “As   vias  

respiratórias  e  o  Desporto”  do  Mestrado  em  Treino  de  Alto  Rendimento  da  Faculdade  de  

Desporto  da  Universidade  do  Porto,  Porto,  novembro  2013.  (ANEXO  101)  

APRESENTAÇÕES  EM  REUNIÕES  DE  SERVIÇO  

SERVIÇO  DE  IMUNOALERGOLOGIA  

Foram   periodicamente   apresentados   artigos   em   formato   Journal   Club,   doentes   do  

internamento  e  doentes  da  consulta  com  particularidades  diagnósticas  ou   terapêuticas,  bem  

como  temas  de  revisão  e  casos  clínicos,  que  se  descrevem.  

TEMAS  DE  REVISÃO  

9. Tetranychus  urticae.  Fevereiro  2010.  (ANEXO  102)  

10. Farmacogenética  das   reações  de  hipersensibilidade  a   fármacos.  Dezembro  2010.  (ANEXO  

103)  

11. Doenças  Imunológicas  associadas  ao  frio.  Janeiro  2011.  (ANEXO  104)  

12. Imunoterapia  intra-­‐linfática.  Junho  2011.  (ANEXO  105)  

13. Imunodeficiências   primárias:   revisão   teórica   e   protocolos   de   abordagem   do   défice  

seletivo   de   IgA   e   imunodeficiência   comum   variável.   Colaboração:   Teresa   Vieira,   Ana  

Leblanc,  José  Torres  da  Costa.  Maio  2012.  (ANEXO  106)  

14. European   Position   Paper   on   Rhinosinusitis   and   Nasal   Polyps   (EPOS)   2012:   atualização  

clínica.  Outubro  2012  (ANEXO  107)  

15. Aerobiologia  e  aeroalergénios.  Abril  2013.  (ANEXO  108)  

CURRICULUM  VITAE                                                     137  

16. Eosinofilia.  Novembro  2013.  (ANEXO  109)  

CASOS  CLÍNICOS  

17. Défice  Seletivo  de  IgA.  Novembro  2009.  (ANEXO  110)  

18. Doença  respiratória  exacerbada  pela  aspirina.  Abril  2012.  

19. Hiposplenismo.  Março  2013.  (ANEXO  111)  

OUTROS  SERVIÇOS  

20. Dermatite   atópica:   da   fisiopatologia   ao   tratamento.   Reunião   de   Serviço   de   Pediatria,  

setembro  2009.  (ANEXO  112)  

21. Panhipopituitarismo.    Reunião  de  Serviço  de  Medicina  Interna,  outubro  2010.  (ANEXO  113)  

22. European   Position   Paper   on   Rhinosinusitis   and   Nasal   Polyps   (EPOS)   2012:   atualização  

clínica.  Reunião  de  Serviço  de  Otorrinolaringologia,  outubro  2012.  (ANEXO  114)  

   

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  E  DE  FORMAÇÃO  138  

ATIVIDADE  FORMATIVA  E  DE  DIVULGAÇÃO  CIENTÍFICA  

PRÉ-­‐GRADUADA  

Assistente   voluntária   da   disciplina   de   Semiótica   I   e   II   aos   alunos   do   3º   ano   do   Mestrado  

Integrado  em  Medicina  da  Faculdade  de  Medicina  da  Universidade  do  Porto,  desde  outubro  de  

2010.  

Colaboração   na   formação   contínua   e   integração   na   atividade   hospitalar   de   alunos   do  

Mestrado   Integrado   em  Medicina   da   Faculdade   de   Medicina   da   Universidade   do   Porto,   ao  

longo  do  Internato  Complementar  de  Imunoalergologia,  sobretudo  nos  estágios  de  Pediatria  e  

Medicina  Interna.  

PÓS-­‐GRADUADA  

Colaboração   na   formação   de   internos   mais   novos   do   Internato   Complementar   de  

Imunoalergologia   e   de   internos   de   outras   especialidades   que   fazem   estágio   no   Serviço   de  

Imunoalergologia,  como  Pneumologia  e  Medicina  Geral  e  Familiar.  

Realização  de  ações  de  formação  e  comunicações  junto  de  médicos  de  outras  especialidades,  

nomeadamente  Pediatria,  Medicina  Interna,  Otorrinolaringologia  e  Medicina  Geral  e  Familiar  e  

alunos  de  Mestrado  da  Faculdade  de  Desporto  (Apresentações  23-­‐25  e  36-­‐38).  

Participação   na   Comissão   Científica   da   “Reunião   para   medicina   geral   e   familiar   -­‐  

Imunodeficiências   primárias:   Como   suspeitar   e   orientar?”,   colaborando   na   organização  

temática  e  na  escolha  e  revisão  dos  casos  clínicos  apresentados.  (ANEXO  100C)  

Formação   em   “Terapia   inalada”   para   farmacêuticos,   integrada   na   ação   de   formação   sobre  

Asma  e  DPOC,  sob  coordenação  da  Escola  de  Pós-­‐Graduação  em  Saúde  e  Gestão,  que  decorreu  

na  Associação  Portuguesa  de  Farmácias,  Lisboa,  outubro  2011.  (ANEXO  17)  

Formação   e   esclarecimento   de   dúvidas   ao   corpo   de   enfermagem   do   Serviço   de  

Imunoalergologia,  sempre  que  solicitado.  

OUTRAS  

Colaboração  nos  eventos  “Semana  da  Alergia”,  dirigidos  ao  público  geral  (utentes  e  visitantes  

do   Hospital   de   São   João),   realizados   em   maio   de   2010,   2011,   2012   e   2013   através   da  

CURRICULUM  VITAE                                                     139  

colaboração   na   preparação   dos   slides   informativos   de   “asma   e   rinite”   (ANEXO   16),  

esclarecimento   de   dúvidas   em   relação   à   Especialidade   de   Imunoalergologia,   distribuição   de  

panfletos   informativos  sobre  algumas  das  patologias  observadas  pela  especialidade  e  reforço  

do  ensino  da  utilização  de  inaladores  nos  utentes  com  asma.  

Entrevista  em  programa  televisivo  “Diário  da  Manhã”,  dirigida  ao  público  em  geral,   intitulada  

“Alergias  alimentares  no  Natal”,  a  15  de  dezembro  de  2011.  

   

ATIVIDADE  CIENTÍFICA  E  DE  FORMAÇÃO  140  

INSCRIÇÃO  EM  SOCIEDADES  CIENTÍFICAS  

Ordem  dos  Médicos  −  nº.  47809  

Sociedade  Portuguesa  de  Alergologia  e  Imunologia  Clínica  (SPAIC)  −  nº.  468  

European  Academy  of  Allergology  and  Clinical  Immunology  (EAACI)  –  nº.  8922  

European  Respiratory  Society  (ERS)  –  nº.  311901  

Sociedade  Portuguesa  de  Imunologia  (SPI)  

European  Society  for  Immunodeficiencies  (ESID)  

 

OUTRAS  ATIVIDADES  DE  VALORIZAÇÃO  PROFISSIONAL  

Membro  da  Task  Force  “Conjunctival  provocation  tests  in  clinical  practise”,  iniciativa  do  Grupo  

de  Interesse  em  Alergia  Ocular  da  European  Academy  of  Allergy  and  Clinical  Immunology.  

Representante   dos   Internos   de   Imunoalergologia   na   Comissão   de   Internos   do   Centro  

Hospitalar  São  João,  EPE,  de  2011  a  2013.  

Country   liaison   –   representante   de   Portugal   junto   da   Junior   Members   &   Affiliates   (JMA)  

Working  Group  da  European  Academy  of  Allergy  and  Clinical  Immunology,  por  convite,  desde  

julho  2013.  

Secretária   dos   JIPs   (Jovens   Imunoalergologistas   Portugueses)   e   colaboradora   na   função   de  

Webmaster  da  SPAIC,  desde  fevereiro  de  2014.  

Colaboração,   em   rotação   com   os   restantes   internos   do   Serviço   de   Imunoalergologia,   na  

recolha   semanal   de   pólenes   e   envio   para   análise   no   Laboratório   de   Palinologia   da  

Universidade  de  Évora.  

Colaboração  no  Registo  Nacional  de  Anafilaxia,  através  da  notificação  de  doentes  seguidos  na  

consulta.  

Registo   no   Catálogo   Português   de   Alergias   e   Reações   Adversas   de   doentes   seguidos   na  

consulta  e  doentes  a  quem  foi  realizado  o  relatório  final  da  área  de  alergia  a  fármacos.  

   

CURRICULUM  VITAE     141  

CONSIDERAÇÕES  FINAIS  E  AGRADECIMENTOS  

Finda  a  Formação  Específica  em  Imunoalergologia,   fica  a  noção  da  continuidade  do  trabalho,  

tendo  o  último  ano  sido  particularmente  rico  e  intenso,  como  se  pode  depreender  dos  dados  

de   evolução   ao   longo   do   internato,   com   aumento   do   número   de   consultas,   da   submissão   e  

aceitação   de   publicações   e   da   participação   em   ações   de   formação,   nomeadamente   para   os  

colegas   de   Medicina   Geral   e   familiar,   as   quais   foram   particularmente   gratificantes   pela  

possibilidade   de   divulgação   da   Especialidade   e   de   esclarecimento   de   dúvidas   frequentes,  

resultantes  das  carências  na  formação  pré-­‐graduada  no  que  concerne  aos  temas  tratados  pela  

Imunoalergologia.  

É  com  satisfação  que  termino  esta  etapa  com    a  confirmação  de  que  esta  Especialidade  foi  de  

encontro   às   expectativas   criadas   aquando   da   sua   escolha,   possibilitando   a   observação   de  

doentes  de   todas  as   faixas  etárias,  o  desafio   intelectual  do  diagnóstico  de  patologias   raras  e  

com  infinitas  possibilidades,  a  interação  individual  com  o  doente  na  tentativa  de  integração  de  

diferentes  áreas  do  saber  para  melhorar  a  adesão  ao  tratamento,  evitar  hábitos  ou  exposições  

de  risco  e  melhorar  a  qualidade  de  vida,  e  a   integração  em  projetos  de   investigação  clínica  e  

translacional.  

 

Agradecimentos,  

Fico   particularmente   grata   ao   meu   orientador   de   formação,   o   Prof.   Doutor   José   Torres   da  

Costa,   pela   forma   desprendida   mas   atenta   como   sempre   me   guiou,   estimulando   a   minha  

concentração   e   afinco   em   determinados   projetos,   como   a   Consulta   de   Imunodeficiências  

Primárias,   área   pela   qual   nutro   um   respeito   e   entusiasmo   crescentes,   e   as   Patologias  

Ocupacionais  Alérgicas,  das  quais  me  tentou  sempre  transmitir  um  sentido  prático  direcionado  

para  o  doente,  nunca  deixando  de   fomentar  a  minha  colaboração  com  outros  elementos  do  

Serviço  e  outras  instituições  e  a  integração  em  outras  áreas  do  conhecimento.  

Ao  Dr.  José  Luís  Plácido,  Diretor  de  Serviço  e  responsável  pela  orientação  formal  na  fase  inicial  

do   internato,   ao   lado   de   quem   iniciei   os  meus   caminhos   na   Imunoalergologia,   tanto   a   nível  

clínico   como   de   projetos   de   investigação   que   tiveram   continuação   ao   longo   de   todo   o  

internato  e  reconhecimento  a  nível  nacional  como  internacional.  

NATACHA  SANTOS  142  

Ao   Prof.   Doutor   Luís   Delgado,   que   acompanhou   sempre   de   perto   a   evolução   do   estágio   de  

Imunologia   e   percurso   ao   longo  do   internato,   com   total   disponibilidade,   incentivo   e   energia  

contagiantes.  

Aos  internos  do  Serviço,  particularmente  às  internas  Ana  Margarida  Pereira  e  Diana  Silva,  pela  

boa   disposição,   partilha   e   entreajuda   e   às   internas  mais   “velhas”,  Mariana   Couto,   Ana   Reis  

Ferreira,  Teresa  Vieira  e  Ana  Leblanc,  pela  motivação  e  orientação.  

A  todos  os  restantes  elementos  do  Serviço  de  Imunoalergologia  pela  disponibilidade  e  por  me  

auxiliarem   neste   trajeto   na   especialidade   e   no   desenvolvimento   de   diferentes   valências   e  

competências,  quer  clínicas  quer  académicas,  essenciais  ao  exercício  da  Imunoalergologia.  

A  todos  os  Profissionais  de  Saúde  do  Centro  de  Imunoalergologia  do  Hospital  CUF  Descobertas,  

em  particular  à  Dra.  Ângela  Gaspar,  pela  exemplar  dedicação  aos  doentes  e  à  minha  formação,  

e  ao  Dr.  Mário  Morais  de  Almeida,  pela  eficiência  e   constante  boa  disposição  nas   consultas,  

bem  como  pelo  estímulo  científico  e  de  trabalho,  que  pautam  o  seu  dia-­‐a-­‐dia.  

A   todos   os   elementos   do   Centro   Hospitalar   São   João   com   que   contactei   ao   longo   dos  

diferentes  estágios  clínicos.  

Por  fim,  à  minha  família  e  em  particular  ao  Sérgio  Leite,  meu  companheiro  de  vida,  pelo  apoio  

constante  nas  horas  de  trabalho  e  dedicação  e  pela  partilha  de  todos  os  outros  momentos  que  

completam  a  minha  forma  de  ser.  

  143  

 

ANEXOS EM FORMATO DIGITAL Em  CD  e  em  pasta  da  Dropbox  disponível  no  link  QR  Code  abaixo  

 

   

LISTA DE ANEXOS

 

ANEXO  1  -­‐   Certificado  Licenciatura  Medicina  

ANEXO  2  -­‐   Lista  de  candidatos  IM  2008A  -­‐  lugar  321  

ANEXO  3  -­‐   Internato  Ano  Comum  

ANEXO  4  -­‐   Lista  de  colocados  na  Especialidade  -­‐  IM  2008A  

ANEXO  5  -­‐   Programa  Formação  Imunoalergologia  -­‐  DR  1a  série,  nº6,  10-­‐1-­‐2011  

ANEXO  6  -­‐   Declarações  de  tempo  e  qualidade  de  desempenho  

ANEXO  7  -­‐   Descrição  do  Serviço  de  Imunoalergologia  do  Centro  Hospitalar  São  João,  EPE  

ANEXO  8  -­‐   Pauta  ultra  rápida  abelha  

ANEXO  9  -­‐   Protocolo  de  Imunodeficiência  Comum  Variável  

ANEXO  10  -­‐   Protocolo  de  Défice  de  IgA  

ANEXO  11  -­‐   Baterias  de  testes  cutâneos  por  picada  do  Serviço  de  Imunoalergologia  

ANEXO  12  -­‐   Bateria  standard  de  testes  epicutâneos  

ANEXO  13  -­‐   Manual  de  Imunoterapia  do  Serviço  de  Imunoalergologia  2014  

ANEXO  14  -­‐   Folha  de  Registo  de  Imunoterapia  

ANEXO  15  -­‐   Dermatites  de  contacto  -­‐  folhas  de  evicção  

ANEXO  16  -­‐   Semana  da  alergia  -­‐  Asma  e  Rinite  

ANEXO  17  -­‐   Formação  em  “Terapia  inalada”  para  farmacêuticos  

ANEXOS  18  a  41  -­‐  Cursos  de  Formação  Pós-­‐Graduada  

ANEXO  42  -­‐   Aprovação  do  estudo  “AWIAH”  pela  Comissão  de  Ética  para  a  Saúde  

ANEXO  43  -­‐   Prémio  SPAIC  -­‐  Laboratórios  Vitória  2013para  o  Estágio  no  Serviço  de  Alergia  e  

Imunologia  Clínica  do  Hospital  Mount  Sinai  

ANEXOS  44  a  93  -­‐  Publicações:  resumo,  poster/comunicação  e  comprovativo  de  prémio    

ANEXOS  94  a  114  -­‐  Outras  apresentações