Upload
natacha-santos
View
722
Download
13
Embed Size (px)
DESCRIPTION
CV para avaliação final do internato de formação específica em Imunoalergologia, entregue a 10 de fevereiro de 2014.
Citation preview
CENTRO HOSPITALAR DE SÃO JOÃO, E.P.E.
SERVIÇO DE IMUNOALERGOLOGIA
DIRETOR: DR. JOSÉ LUÍS PLÁCIDO
CURRICULUM VITAE
FORMAÇÃO ESPECÍFICA DE IMUNOALERGOLOGIA
FEVEREIRO DE 2014
NATACHA LOPES DOS SANTOS
INTERNA DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA DE IMUNOALERGOLOGIA
ORIENTADOR DE FORMAÇÃO: PROF. DOUTOR JOSÉ CASTELA TORRES DA COSTA
CURRICULUM VITAE i
O presente Curriculum Vitae destina-‐se à Prova de Avaliação Final do Internato Complementar
de Imunoalergologia.
Porto, 10 de fevereiro de 2014,
A Interna
_____________________________________________________
(Dra. Natacha Lopes dos Santos)
O Orientador de Formação
_____________________________________________________
(Prof. Doutor José Torres da Costa)
O Diretor de Serviço
_____________________________________________________
(Dr. José Luís Plácido)
CURRICULUM VITAE iii
ÍNDICE
Introdução .............................................................................................................................................................. 1 Nota Biográfica ..................................................................................................................................................... 2 Resumo Curricular .............................................................................................................................................. 3
ESTÁGIOS DE IMUNOALERGOLOGIA GERAL, DO ADULTO E FINAL .............................. 7 Descrição do Serviço de Imunoalergologia ................................................................................................. 9 Atividade Assistencial ..................................................................................................................................... 12 Consulta Externa ................................................................................................................................................................ 12 Serviços de Atendimento Urgente ............................................................................................................................. 21 Atendimento Não Programado .............................................................................................................................. 21 Via Verde .......................................................................................................................................................................... 22 Serviço de Urgência ..................................................................................................................................................... 22 Consulta Interna ........................................................................................................................................................... 23
Internamento ...................................................................................................................................................................... 25 Áreas Específicas ............................................................................................................................................................... 26 Área de Alergia Alimentar ........................................................................................................................................ 26 Área de Alergia a Fármacos ..................................................................................................................................... 28 Área de Alergia a Veneno de Himenópteros .................................................................................................... 31 Consulta de Patologia Ocupacional ...................................................................................................................... 32 Consulta de Imunodeficiências Primárias ......................................................................................................... 33
Laboratório de Exploração Funcional Respiratória ........................................................................................... 36 Outros procedimentos de diagnóstico e terapêutica ......................................................................................... 37 Testes Cutâneos ............................................................................................................................................................ 37 Imunoterapia Específica ........................................................................................................................................... 37 Provocações Específicas ............................................................................................................................................ 38
Contributos para o Serviço de Imunoalergologia .................................................................................. 39 Contributos para o desenvolvimento científico ................................................................................................... 39 Contributos para a atualização de conhecimentos e formação ..................................................................... 39 Contributos para a melhoria da organização e atividade assistencial ....................................................... 39 Outros contributos ............................................................................................................................................................ 41
Estágio no Hospital Mount Sinai .................................................................................................................. 43 Introdução ............................................................................................................................................................................ 43 Objetivos ............................................................................................................................................................................... 43 Hospital Mount Sinai e Serviço de Alergia e Imunologia Clínica .................................................................. 44 Jaffe Food Allergy Institute ...................................................................................................................................... 44 Primary Immunodeficiency Program .................................................................................................................. 48
Atividade Científica .......................................................................................................................................................... 49 Comentários ......................................................................................................................................................................... 50
NATACHA SANTOS iv
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA DOS GRUPOS ETÁRIOS PEDIÁTRICOS ................ 53 Introdução ........................................................................................................................................................... 55 Atividade assistencial ...................................................................................................................................... 56 Consulta Externa ............................................................................................................................................................... 56 Hospital de Dia ................................................................................................................................................................... 59 Laboratório De Exploração Funcional Respiratória ........................................................................................... 60 Serviço de Urgência / Permanência de Imunoalergologia .............................................................................. 61 Procedimentos Efetuados .............................................................................................................................................. 62
Atividade Científica e de Formação ............................................................................................................ 63 Comentários ........................................................................................................................................................ 64
ESTÁGIO DE LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA ......................................................... 65 Introdução ........................................................................................................................................................... 67 Atividade Laboratorial .................................................................................................................................... 68 Setor de Imunoalergologia ............................................................................................................................................ 68 Setor de Autoimunidade ................................................................................................................................................ 69 Setor de Imunoquímica .................................................................................................................................................. 70 Setor de Imunidade Celular e Imunofenotipagem .............................................................................................. 71 Setor de Inflamação das Vias Aéreas ........................................................................................................................ 72
Atividade Científica .......................................................................................................................................... 76 Comentários ........................................................................................................................................................ 77
OUTROS ESTÁGIOS CLÍNICOS ................................................................................... 79 Estágio de Pediatria Médica .......................................................................................................................... 81 Introdução ............................................................................................................................................................................ 81 Atividade Assistencial ..................................................................................................................................................... 81 Atividade Científica .......................................................................................................................................................... 85 Comentários ........................................................................................................................................................................ 85
Estágio de Medicina Interna .......................................................................................................................... 87 Introdução ............................................................................................................................................................................ 87 Atividade Assistencial ..................................................................................................................................................... 87 Atividade Científica .......................................................................................................................................................... 91 Comentários ........................................................................................................................................................................ 91
Estágio de Pneumologia .................................................................................................................................. 92 Introdução ............................................................................................................................................................................ 92 Atividade Assistencial ..................................................................................................................................................... 92 Atividade Científica .......................................................................................................................................................... 97 Comentários ........................................................................................................................................................................ 97
Estágio de Otorrinolaringologia .................................................................................................................. 99 Introdução ............................................................................................................................................................................ 99 Atividade Assistencial ..................................................................................................................................................... 99 Atividade Científica ....................................................................................................................................................... 102 Comentários ..................................................................................................................................................................... 102
Estágio de Dermatologia .............................................................................................................................. 103 Introdução ......................................................................................................................................................................... 103 Atividade Assistencial .................................................................................................................................................. 103 Atividade Científica ....................................................................................................................................................... 108 Comentários ..................................................................................................................................................................... 108
CURRICULUM VITAE v
ATIVIDADE CIENTÍFICA E DE FORMAÇÃO ............................................................... 111 Formação Complementar ............................................................................................................................ 113 Cursos de formação pós-‐graduada ......................................................................................................................... 113 Outros cursos ................................................................................................................................................................... 116 Participação em Congressos / Reuniões Científicas ....................................................................................... 116
Projetos de Investigação .............................................................................................................................. 118 Prémios e Bolsas ............................................................................................................................................. 124 Trabalhos científicos premiados ............................................................................................................................. 124 Bolsas de Estudo ............................................................................................................................................................. 125
Publicações ....................................................................................................................................................... 126 Livros / Capítulos de livros ........................................................................................................................................ 126 Em Texto Completo ....................................................................................................................................................... 126 Revistas indexadas na PubMed ou ISIs ............................................................................................................ 126 Revistas não indexadas com revisão por pares ........................................................................................... 127
Outros artigos com revisão por pares ................................................................................................................... 128 Sob a forma de resumo ................................................................................................................................................ 128
Comunicações .................................................................................................................................................. 135 Em Reuniões Científicas / Congressos .................................................................................................................. 135 Outras apresentações / Palestrante a convite ................................................................................................... 135 Apresentações Em Reuniões de Serviço ............................................................................................................... 136 Serviço de Imunoalergologia ............................................................................................................................... 136 Outros serviços .......................................................................................................................................................... 137
Atividade formativa e de Divulgação Científica ................................................................................... 138 Pré-‐Graduada ................................................................................................................................................................... 138 Pós-‐Graduada ................................................................................................................................................................... 138 Outras .................................................................................................................................................................................. 138
Inscrição em Sociedades Científicas ......................................................................................................... 140 Outras atividades de valorização profissional ..................................................................................... 140 Considerações finais e Agradecimentos ................................................................................................. 141
ANEXOS EM FORMATO DIGITAL ............................................................................ 143
CURRICULUM VITAE vii
ÍNDICE DE TABELAS E FIGURAS
Tabela 1. Organização dos estágios da Formação Específica em
Imunoalergologia 4
Tabela 2. Classificações obtidas nos estágios e formato da avaliação 4
Tabela 3. Acompanhamento personalizado de doentes de Imunoalergologia durante o Internato, em comparação com os mínimos exigidos no Programa de Formação.
5
Tabela 4. Procedimentos diagnósticos e terapêuticos realizados durante o Internato, em comparação com os mínimos exigidos no Programa de Formação.
5
Tabela 5. Atividades de investigação e formação realizadas durante o Internato Complementar de Imunoalergologia, em comparação com os mínimos exigidos no Programa de Formação.
6
Tabela 6. Evolução da atividade assistencial da consulta externa ao longo do internato segundo dados do SONHO
12
Tabela 7. Atividade assistencial da consulta externa 12
Tabela 8. Diagnósticos principais dos doentes seguidos em consulta externa 13
Tabela 9. Subtipos de urticária nos doentes seguidos em consulta externa 18
Tabela 10. Principais motivos/diagnósticos da consulta de atendimento não programado
21
Tabela 11. Principais motivos/diagnósticos observados no Serviço de Urgência 23
Tabela 12. Procedimentos diagnósticos realizados na área de alergia alimentar 27
Tabela 13. Procedimentos realizados na área de alergia a fármacos 30
Tabela 14. Procedimentos realizados na área de alergia a veneno de himenópteros
31
Tabela 15. Procedimentos realizados no Laboratório de Exploração Funcional Respiratória
36
Tabela 16. Motivos de consulta e diagnósticos por faixa etária (Estágio de Imunoalergologia dos Grupos Etários Pediátricos)
57
Tabela 17. Procedimentos observados em Hospital de Dia (Estágio de Imunoalergologia dos Grupos Etários Pediátricos)
59
Tabela 18. Motivos de observação urgente e diagnósticos por faixa etária (Estágio de Imunoalergologia dos Grupos Etários Pediátricos)
61
Tabela 19. Procedimentos diagnósticos e terapêuticos realizados durante o Estágio de Imunoalergologia dos Grupos Etários Pediátricos.
62
Tabela 20. Atividades de investigação realizadas durante o Estágio de Imunoalergologia dos Grupos Etários Pediátricos
63
NATACHA SANTOS viii
Tabela 21. Motivos de internamento e diagnósticos por internamento por faixa etária (Estágio de Pediatria)
83
Tabela 22. Motivos de internamento e diagnósticos dos doentes internados (Estágio de Medicina Interna)
89
Tabela 23. Doentes com testes epicutâneos positivos para alergénios da bateria standard GPEDC (Estágio de Dermatologia)
106
Tabela 24. Resumo de comunicações em reuniões científicas / congressos 135
Figura 1. Corpo Clínico do Serviço de Imunoalergologia em dezembro de 2013 9
Figura 2. Organigrama do Serviço de Imunoalergologia em dezembro de 2013 10
Figura 3. Relação entre gravidade de asma e de rinite 14
Figura 4. Área de preparação de alimentos para as provas de provocação oral (Hospital Mount Sinai)
46
Figura 5. Frequência relativa de sensibilização aos diferentes grupos de aeroalergénios (Estágio de Imunoalergologia dos Grupos Etários Pediátricos)
56
CURRICULUM VITAE ix
LISTA DE ABREVIATURAS
AINE -‐ Anti-‐inflamatórios não esteróides
ANP -‐ Atendimento Não Programado
ARIA -‐ Allergic Rhinitis and its Impact on Asthma
CARAT -‐ Controlo da Asma e Rinite Alérgica Teste
CD – Cluster de Diferenciação
CNPRP -‐ Centro Nacional de Proteção contra Riscos Profissionais.
CPARA -‐ Catálogo Português de Alergias e Reações Adversas
DEMI -‐ Débito expiratório máximo instantâneo
EAACI -‐ European Academy of Allergology and Clinical Immunology
EPE -‐ Entidade Pública Empresarial
EPR -‐ Expert Panel Report
ERS -‐ European Respiratory Society
ESID -‐ European Society for Immunodeficiencies
FEV -‐ Volume expiratório forçado
FPIES -‐ Síndrome de enterocolite induzidas por proteínas alimentares
GA2LEN -‐ Global Allergy and Asthma European Network
GINA-‐ Global Initiative for Asthma
GPEDC -‐ Grupo Português de Estudo das Dermatites de Contacto
Ig -‐ Imunoglobulina
JMA -‐ Junior Members & Affiliates da EAACI
LBA -‐ Lavado broncoalveolar
LTP -‐ Proteína de transferência de lípidos
PPO -‐ Prova de provocação oral
SAO -‐ Síndrome de alergia oral
SONHO -‐ Sistema Integrado de Informação Hospitalar
SPAIC -‐ Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica
SPI -‐ Sociedade Portuguesa de Imunologia
SpO2 -‐ Saturação periférica de oxigénio
TA -‐ Tensão arterial
TCP -‐ Testes cutâneos por picada
TID -‐ Testes intradérmicos
TRECs -‐ Círculos de excisão dos receptores das células T
CURRICULUM VITAE 1
INTRODUÇÃO
Mais de cem anos passaram desde a primeira descrição da “febre dos fenos” em 1819 por
Bostock, da realização dos primeiros testes cutâneos por picada em 1869 por Blakely e do
início da imunoterapia específica em 1911 por Noon e Freeman.
Apesar dos incríveis avanços científicos nas áreas da alergologia e da imunologia, que desde o
meu terceiro ano da licenciatura em medicina me têm motivado a curiosidade, muito por
mérito do Prof. Doutor Santos Rosa, professor de Imunologia da Faculdade de Medicina de
Coimbra e do Prof. Doutor António Coutinho, de quem tive o prazer de ouvir pessoalmente
uma sua preleção na comemoração do aniversário da mesma faculdade, ficam ainda muitas
dúvidas por responder.
A mais importante, a meu ver, está no cerne da etiologia da patologia alérgica e as razões para
o aumento da sua prevalência nas últimas décadas, afetando atualmente cerca de 30-‐40% da
população mundial (WAO White Book on Allergy 2011). De entre as várias hipóteses colocadas,
a hipótese da higiene tem adquirido uma relevância particular, embora com várias adaptações
desde a sua formulação inicial em 1989 por Strachan, estando os seus conceitos no cerne do
Finish Allergy Programme 2008-‐2018, que se propõe, entre outros objetivos, prevenir o
desenvolvimento de sintomas de alergia. A melhoria destes conhecimentos permitirá
certamente melhorar as estratégias de prevenção primária bem como a aquisição de
tolerância, natural ou induzida, aos vários alergénios, com consequente melhoria da saúde e
da qualidade de vida global.
Foi minha tentativa durante estes 5 anos de Formação Específica em Imunoalergologia
acompanhar os desenvolvimentos desta área científica e potenciar a melhoria de cuidados ao
doente com patologia imunoalergológica, só possíveis com uma atualização permanente e
cada vez mais requerendo a cooperação entre várias instituições e diferentes áreas do saber.
NATACHA SANTOS 2
NOTA BIOGRÁFICA
INFORMAÇÃO PESSOAL
Nome: Natacha Lopes dos Santos
Filiação: Cirilo Lopes Gomes dos Santos
Marina Sergueevna Issakova
Data de nascimento: 13 de outubro de 1983
Naturalidade: Donetsk, Ucrânia
Nacionalidade: Portuguesa
HABILITAÇÕES LITERÁRIAS
Ensino Secundário na Escola Secundária Manuel Cargaleiro, Seixal, concluído em julho de 2001
com a classificação final de 18 valores.
Licenciatura em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, de
outubro de 2001 a julho de 2007, com a classificação final de 15,270 valores (ANEXOS 1 E 2).
Exame de Acesso ao Internato Complementar – IM 2008A, realizado em novembro de 2007,
com a classificação final de 78%, correspondente ao 321º lugar entre 1060 candidatos (ANEXO
2).
Internato do Ano Comum no Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, de janeiro a dezembro
de 2008, com a classificação final de Apto (ANEXO 3).
Ingresso no Internato de Formação Específica em Imunoalergologia a 2 de janeiro de 2009, no
Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar São João, E.P.E. (ANEXO 4).
CURRICULUM VITAE 3
RESUMO CURRICULAR
ESTÁGIOS EFETUADOS E CLASSIFICAÇÕES OBTIDAS
O Internato Complementar em Imunoalergologia teve início a 1 de janeiro de 2009 no Serviço
de Imunoalergologia do Centro Hospitalar de São João, E.P.E., à data sob direção da Dra. Maria
da Graça Castel-‐Branco e tendo como orientador o Dr. José Luís Plácido, e desde junho de
2010 sob direção do Dr. José Luís Plácido e orientação do Prof. Doutor José Castela Torres da
Costa.
O plano de formação foi inicialmente estruturado de acordo com o Programa de Formação do
Internato Complementar de Imunoalergologia, publicado em Diário da República -‐ I Série B nº
178 de 2 de agosto de 1996, atualizado em fevereiro de 2011 de acordo com o Programa de
Formação, publicado em Diário da República, 1ª série, nº 6 de 10 de janeiro de 2011 (ANEXO 5).
Tabela 1. Organização dos estágios da Formação Específica em Imunoalergologia
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 2009 PEDIATRIA MÉDICA MEDICINA INTERNA
2010 MEDICINA INTERNA IMUNOALERGOLOGIA GERAL
2011 IMUNOALERGOLOGIA GERAL IMUNOALERGOLOGIA GRUPOS ETÁRIOS PEDIÁTRICOS
2012 IA IMUNOLOGIA PNEUMOLOGIA OTORRINOLARINGOLOGIA DERMATOLOGIA
2013 DERM IMUNOALERGOLOGIA DO ADULTO (IA) ESTÁGIO FINAL DE IMUNOALERGOLOGIA(1) (1)Inclui o estágio de 4 semanas (5 a 30 de agosto de 2013) no Hospital Mount Sinai, Nova Iorque
Tabela 2. Classificações obtidas nos estágios e formato da avaliação
ESTÁGIO CLASSIFICAÇÃO AVALIAÇÃO PEDIATRIA MÉDICA 17,0 R MEDICINA INTERNA 18,0 R IMUNOALERGOLOGIA GERAL 18,7 R+P+T IMUNOALERGOLOGIA DOS GRUPOS ETÁRIOS PEDIÁTRICOS 19,5 R IMUNOLOGIA 18,6 R PNEUMOLOGIA 19,2 R OTORRINOLARINGOLOGIA 19,3 R DERMATOLOGIA 19,0 R IMUNOALERGOLOGIA DO ADULTO / ESTÁGIO FINAL 19,5 R+P+T NOTA FINAL DE INTERNATO 18,64 R: Relatório de Atividades; P: Avaliação Prática; T: Avaliação Teórica
São apresentadas em anexo as declarações de tempo e qualidade de serviço (ANEXO 6).
NATACHA SANTOS 4
ATIVIDADE ASSISTENCIAL E PROCEDIMENTOS REALIZADOS
Tabela 3. Acompanhamento personalizado de doentes de Imunoalergologia durante o
Internato, em comparação com os mínimos exigidos no Programa de Formação.
TOTAL MÍNIMOS CONSULTA EXTERNA DE IMUNOALERGOLOGIA -‐
Total de consultas 1345 -‐ Primeiras consultas 362 -‐
Taxa de acessibilidade (%) 26,9 Total de doentes 544 500
Idade < 18 anos 160 -‐ URGÊNCIAS DE IMUNOALERGOLOGIA 474 -‐ INTERNAMENTOS DE IMUNOALERGOLOGIA 15 -‐
Tabela 4. Procedimentos diagnósticos e terapêuticos realizados durante o Internato, em
comparação com os mínimos exigidos no Programa de Formação.
PROCEDIMENTO TOTAL MÍNIMOS TESTES CUTÂNEOS POR PICADA(1) 346 250 TESTES CUTÂNEOS INTRADÉRMICOS 77 50 TESTES EPICUTÂNEOS 104 50 PROVA DE PROVOCAÇÃO NASAL ESPECÍFICA(2) 8 20 PROVA DE PROVOCAÇÃO CONJUNTIVAL ESPECÍFICA(2) 60 10 ESTUDO FUNCIONAL RESPIRATÓRIO BASAL 294 100 PROVA DE BRONCODILATAÇÃO COM BETA-‐2 MIMÉTICO 104 50 PROVA DE PROVOCAÇÃO BRÔNQUICA INESPECÍFICA 22 20 FRAÇÃO EXALADA DO ÓXIDO NÍTRICO 141 N.E. OSCILOMETRIA DE IMPULSO 42 N.E. RINOMANOMETRIA ANTERIOR(2) 3 N.E. PROVA DE PROVOCAÇÃO ORAL A ALIMENTOS OU ADITIVOS 83 20 PROVA DE PROVOCAÇÃO A FÁRMACOS 85 20 PROVA DE PROVOCAÇÃO POR EXERCÍCIO FÍSICO(2) 7 10 PROVA DE PROVOCAÇÃO COM ESTÍMULOS FÍSICOS(3) 16 10 APLICAÇÃO SUBCUTÂNEA DE IMUNOTERAPIA ESPECÍFICA(4) >100 100 SUPERVISÃO DA ADMINISTRAÇÃO SUBCUTÂNEA DE IMUNOTERAPIA 40/SEM 1000 ACOMPANHAMENTO DE ESQUEMA ACELERADO DE IMUNOTERAPIA 38 5 ACOMPANHAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO DE GAMAGLOBULINA EV(5) 10 10 ACOMPANHAMENTO DE PROTOCOLOS DE INDUÇÃO DE TOLERÂNCIA 24 5
N.E.: Não especificado. SEM: semana. (1)Inclui testes cutâneos picada-‐picada com extratos em natureza.(2)Procedimentos não disponíveis na prática clínica do Serviço de Imunoalergologia. (3)Contabilizados apenas os doentes com teste de cubo degelo ou de dermografismo positivos, e não todos os realizados. (4)Inclui 58 administrações contabilizadas no âmbito da estágio de Imunoalergologia dos Grupos Etários Pediátricos e ensaio clínico.(5)10 doentes com ≥12 administrações cada.
CURRICULUM VITAE 5
ATIVIDADES DE INVESTIGAÇÃO E FORMAÇÃO
Tabela 5. Atividades de investigação e formação realizadas durante o Internato Complementar
de Imunoalergologia, em comparação com os mínimos exigidos no Programa de Formação.
TOTAL MÍNIMOS PROJETOS DE INVESTIGAÇÃO 18 1
Como autor ou co-‐autor 8 -‐
Em curso 5 -‐
PRÉMIOS 8 -‐ Como primeiro autor / apresentador 4 -‐
Internacionais 2 -‐
PUBLICAÇÕES 42 -‐ Livros / capítulos de livros 1 -‐
Artigos em texto completo 15 4 Como primeiro autor 10 -‐
Revistas indexadas 9 -‐
Outros artigos 3 -‐
Sob a forma de resumo1 23 -‐ Como primeiro autor 10 -‐
COMUNICAÇÕES 39 -‐ Em reuniões científicas 17 10
Internacionais 9 -‐
Palestrante a convite 8 -‐
Em reuniões de Serviço de Imunoalergologia 11 -‐
Em reuniões de outros Serviços 3 -‐
AÇÕES DE FORMAÇÃO DE OUTROS PROFISSIONAIS 8 -‐ AÇÕES DE ESCLARECIMENTO AO PÚBLICO 5 -‐ BOLSAS DE FORMAÇÃO 3 -‐ CURSOS E AÇÕES DE FORMAÇÃO 23 -‐
Suporte Imediato de Vida 1 1
Internacionais 6 -‐
PARTICIPAÇÃO EM CONGRESSOS E REUNIÕES 31 -‐ Internacionais 9 -‐
OUTRAS CONTRIBUIÇÕES PARA O SERVIÇO 5 -‐ 1Os trabalhos / publicações em resumo semelhantes apresentados em diferentes reuniões, independentemente da língua, foram contabilizados apenas uma vez.
CURRICULUM VITAE 9
DESCRIÇÃO DO SERVIÇO DE IMUNOALERGOLOGIA
O Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar São João, EPE está integrado na Unidade
Autónoma de Gestão de Medicina, estando desde junho de 2010 sob a direção do Dr. José Luís
Plácido. Localiza-‐se no Departamento de Ambulatório do Hospital de São João, onde a maior
parte da sua atividade está concentrada. Adicionalmente, tem espaço disponível no Hospital
de Dia e no Internamento.
À data da finalização do internato de Imunoalergologia o corpo clínico era composto por 8
especialistas em Imunoalergologia (Figura 1). Colaboram ainda com o Serviço de
Imunoalergologia, sob supervisão do Centro de Ambulatório, elementos de enfermagem e dois
elementos administrativos, em esquema de rotatividade.
Figura 1. Corpo Clínico do Serviço de Imunoalergologia em dezembro de 2013
DIRETOR DE SERVIÇO COLABORADOR DO SIA, EM VOLUNTARIADO DR. JOSÉ LUÍS PLÁCIDO PROF. DOUTOR LUÍS DELGADO
ASSISTENTES HOSPITALARES GRADUADOS INTERNOS COMPLEMENTARES PROF. DOUTOR JOSÉ TORRES DA COSTA DRA. ANA MARGARIDA PEREIRA (5º ANO) DRA. JOSEFINA RODRIGUES CERNADAS DRA. NATACHA SANTOS (5º ANO)
DRA. DIANA SILVA (4º ANO) ASSISTENTES HOSPITALARES DRA. FABRÍCIA CAROLINO (2º ANO)
DR. MÁRIO MIRANDA DR. LUÍS AMARAL (1º ANO) DRA. ALICE COIMBRA INTERNOS COMPLEMENTARES
PROF. DOUTOR JOÃO FONSECA TÉCNICOS SUPERIORES DE CARDIOPNEUMOLOGIA DRA. EUNICE DIAS DE CASTRO TÉCNICA CARLA MARTINS
PROF. DOUTOR ANDRÉ MOREIRA TÉCNICO ARTUR VILELA
De forma a proporcionar uma resposta adequada às solicitações, o Serviço evoluiu no sentido
da diferenciação de consultas de áreas específicas, estando as consultas de angioedema
hereditário e de imunoalergologia dos grupos etários pediátricos em fase de implementação. A
organização e coordenação das diferentes áreas de atividade assistencial do Serviço de
Imunoalergologia encontra-‐se representada na figura 2.
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA GERAL, DO ADULTO E FINAL 10
Figura 2. Organigrama do Serviço de Imunoalergologia em dezembro de 2013
En
ferm
eira
Che
feC
lem
entin
a C
arva
lho
Cons
ulta
Ext
erna
Dr.
Már
io M
irand
a
Expl
oraç
ão
Func
iona
l Re
spira
tória
Dr.
Már
io M
irand
ae
Dra
. Car
la
Mon
teiro
Serv
iços
de
Aten
dim
ento
Ur
gent
eD
ra. E
unic
e C
astro
Inte
rnam
ento
Dra
. Alic
e C
oim
bra
Enfe
rmag
emC
árm
en R
edon
doFe
rnan
da C
ampo
sFe
rnan
da S
anto
s
Cons
ulta
de
Aler
gia
Alim
enta
rD
ra. A
lice
Coi
mbr
a
Cons
ulta
de
Aler
gia
a Fá
rmac
osD
ra. J
osef
ina
R.
Cer
nada
s
Cons
ulta
de
Aler
gia
a Ve
neno
de
Him
enóp
tero
sD
ra. A
lice
Coi
mbr
a
Cons
ulta
AEH
Dra
. Eun
ice
Cas
tro
Cons
ulta
dos
G
rupo
s Et
ário
s Pe
diát
ricos
Prof
. Dr.
Andr
é M
orei
ra
Cons
ulta
de
Aler
gia,
Asm
a e
Desp
orto
Prof
. Dr.
Andr
é M
orei
ra
Cons
ulta
de
Pato
logi
a O
cupa
cion
al
Alér
gica
Prof
. Dr.
Torre
s da
C
osta
Cons
ulta
de
Asm
a G
rave
Prof
. Dr.
João
Fo
nsec
a
Cons
ulta
de
Pato
logi
a Cu
tâne
a Al
érgi
caD
r. M
ário
Mira
nda
Cons
ulta
de
Imun
odef
iciê
ncia
s Pr
imár
ias
Prof
. Dr.
Torre
s da
C
osta
Cons
ulta
Inte
rna
Aten
dim
ento
não
Pr
ogra
mad
o“P
erm
anên
cia”
Via
Verd
e
Apoi
o ao
Ser
viço
de
Urg
ênci
a
Hos
pita
l de
Dia
Dra
. Jos
efin
a R
. C
erna
das
Enfe
rmei
ro
Supe
rvis
orJo
sé A
ntón
io
Dire
ctor
de
Serv
iço
Dr.
José
Luí
s Pl
ácid
oCA
M
Dra
. Ana
Pau
la
UAG
Med
icin
a
Assi
sten
te
Técn
ica
CURRICULUM VITAE 11
Para além da atividade assistencial, o Serviço de Imunoalergologia tem um papel fundamental
na investigação na área da Imunoalergologia, na formação pré-‐graduada de alunos da
Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e na formação pós-‐graduada, com especial
relevo para a formação de internos da Especialidade de Imunoalergologia, para a qual tem
idoneidade formativa completa desde janeiro de 2013.
Elementos do Serviço de Imunoalergologia participam ativamente em órgãos da Sociedade
Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, Academia Europeia de Alergologia e
Imunologia Clínica, Ordem dos Médicos e Colégio de Especialidade de Imunoalergologia.
Uma descrição mais pormenorizada da história, recursos humanos, instalações e
equipamentos, atividade assistencial e atividade científica e formativa do Serviço de
Imunoalergologia encontra-‐se em anexo (ANEXO 7).
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA GERAL, DO ADULTO E FINAL 12
ATIVIDADE ASSISTENCIAL
CONSULTA EXTERNA
No período de 1 de julho de 2010 a 31 dezembro de 2013, correspondente ao seguimento de
doentes de forma individualizada, foram observados, segundos os dados do SONHO, 644
doentes com aumento progressivo do número de consultas durante o internato.
Tabela 6. Evolução da atividade assistencial da consulta externa ao longo do internato segundo
dados do SONHO
2010 2011 2012 2013 TOTAL TOTAL DE CONSULTAS 80 249 399 678 1406 PRIMEIRAS CONSULTAS 16 51 122 177 366
Taxa de acessibilidade (%) 20,0 20,5 30,6 26,1 26,0
TOTAL DE DOENTES 76 138 211 418 644
No entanto, 100 doentes foram observados em substituição de outro médico, como parte do
seguimento de doentes no Ensaio Clínico BIA-‐PHL-‐P2-‐001 ou como consulta não presencial
para registo de relatório final da Área de Alergia a Fármacos. Durante a Formação Específica
em Imunoalergologia foram diretamente seguidos e observados em Consulta Externa um total
de 544 doentes (Tabela 7), com idade mediana de 29 anos (5 meses a 82 anos, 29% com idade
<18 anos), 352 (65%) do sexo feminino, cujos diagnósticos principais se encontram
discriminados na Tabela 8.A média (desvio padrão) de consultas por doente foi 2,5 (2), sendo
que 211 (39%) foram observados em apenas uma consulta.
Tabela 7. Atividade assistencial da consulta externa
TOTAL TOTAL DE CONSULTAS 1345 PRIMEIRAS CONSULTAS 362
Taxa de acessibilidade (%) 26,9
TOTAL DE DOENTES 544 Idade 12-‐17 anos, n (%) 57 (10%) Idade 6-‐11 anos, n (%) 49 (9%) Idade < 6 anos, n (%) 54 (10%)
CURRICULUM VITAE 13
A proveniência dos doentes foi maioritariamente dos centros de saúde (43%), de outros
médicos do Serviço de Imunoalergologia (32%) e de outras especialidades hospitalares (11%),
de entre as quais Otorrinolaringologia (78%) e Dermatologia (14%). Foram ainda observados
doentes provenientes do Serviço de Urgência (n=33), internamento (n=9) e consulta de Via
Verde (n=6).
Tabela 8. Diagnósticos principais dos doentes seguidos em consulta externa
TOTAL <18 ANOS RINITE 369 123 ASMA 222 63 SIBILÂNCIA RECORRENTE 19 19 ALERGIA A FÁRMACOS 95 13 ALERGIA A ALIMENTOS 51 13 ALERGIA A VENENO DE HIMENÓPTEROS 2 0 ALERGIA AO LÁTEX 2 0 URTICÁRIA E/OU ANGIOEDEMA 92 11 DERMATITE ATÓPICA 20 15 DERMATITE DE CONTACTO 17 2 OUTROS1 48 22
1Infeções de repetição (n=9), prurigo estrófulo (n=7), apneia obstrutiva do sono (n=6) lesões cutâneas não especificadas (n=4), tosse crónica (n=3), tosse pós-‐infeciosa (n=3), défice de alfa-‐1 antitripsina (n=3), reações locais exuberantes a picada de himenópteros (n=3), eczema de estase (n=2), eczema das mãos (n=2), candidíase refratária ao tratamento (n=1), provável disfunção das cordas vocais (n=1), patologia intersticial pulmonar (n=1), hipereosinofilina (n=1), mastocitose cutânea (n=1), mastocitose sistémica indolente (n=1) e suspeita de anafilaxia com o exercício (n=1).
O facto de o número total de diagnósticos ou suspeitas diagnósticas ser superior ao número
total de doentes demonstra o frequente atingimento multiorgânico da patologia alérgica.
Dos 369 doentes com rinite, 197 (53%) tinham asma associada, 59 (16%) conjuntivite e 42
(11%) rinossinusite, 10 dos quais com polipose nasal e 3 com doença respiratória exacerbada
pela aspirina.
Em 292 (80%) dos doentes confirmou-‐se o diagnóstico de rinite alérgica. Quatro doentes
tinham clínica muito sugestiva de rinoconjuntivite alérgica polínica, embora com testes
cutâneos por picada negativos para pólenes, tendo sido considerada a possibilidade de
entopia, aguardando a realização de prova de provocação específica. Outras etiologias
incluíram rinite agravada pela ocupação (n=3), gravídica (n=2), gustatória (n=1),
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA GERAL, DO ADULTO E FINAL 14
medicamentosa (n=1), e por obstrução mecânica (n=3). Salientam-‐se 3 doentes trabalhadores
em confecção ou costura com rinite agravada pela ocupação e 1 marceneiro com conjuntivite
desencadeada pelo contacto com madeira de tília.
Dos 222 doentes com asma, 197 (89%) tinham rinite associada e em 183 (82%) os testes
cutâneos foram positivos para pelo menos um aeroalergénio. Outras comorbilidades
presentes foram obesidade (n=17), tabagismo ativo (n=12), depressão (n=7) e refluxo gastro-‐
esofágico (n=6), tendo sido promovido o seu tratamento com orientação a outras
especialidades sempre que necessário. Em 2 doentes foi conseguida a cessação tabágica.
Numa doente foi confirmado o diagnóstico de aspergilose broncopulmonar alérgica. Neste
período foram seguidas 6 senhoras grávidas com asma.
Na figura 3 é apresentada a relação entre gravidade de rinite, de acordo com o Allergic Rhinitis
and its Impact on Asthma (ARIA) 2008 e de asma, classificada tendo em conta a medicação
necessária para atingir o controlo de acordo com as orientações do Global Initiative for
Asthma (GINA) 2009 e do Expert Panel Report (EPR)-‐3 2007.
Figura 3. Relação entre gravidade de asma e de rinite
O número de doentes com asma persistente moderada poderá estar sobrevalorizado, dado
que em alguns doentes a diminuição do nível terapêutico acarreta a mudança de um único
inalador para um inalador de controlo e um diferente inalador de tratamento da exacerbação,
com uma potencial diminuição da compliance do doente, tendo-‐se optado por manter a
terapêutica atual.
0 20 40 60 80
Asma intermitente
Asma persistente ligeira
Asma persistente moderada
Asma persistente grave
n doentes
Rinite intermitente ligeira Rinite intermitente moderada a grave Rinite persistente ligeira Rinite persistente moderada a grave
CURRICULUM VITAE 15
Os doentes considerados como tendo asma grave englobam:
1) Doente de 54 anos, sexo feminino, com asma e rinite alérgica a ácaros
corticodependente, que iniciou tratamento com omalizumab. Suspendeu corticoide
oral tendo na última consulta um “Controlo da Asma e Rinite Alérgica Teste” (CARAT)
de 23/30 total e 14/18 nas vias aéreas inferiores.
2) Doente de 46 anos, sexo masculino com asma e rinite alérgica, polissensibilizado,
corticodependente, com bronquiectasias e pectus escavatum como comorbilidades,
previamente em tratamento com omalizumab que suspendeu por ausência de adesão
ao tratamento.
3) Doente de 66 anos, sexo masculino, não atópico, com síndrome de sobreposição
asma/DPOC e bronquiectasias, que teve alta para a consulta de Pneumologia onde já
era anteriormente seguido.
Foram ainda seguidos atletas federados com asma, para os quais houve especial atenção na
prescrição de medicação, de forma a cumprir a Lista de Substâncias Proibidas pela Autoridade
Antidopagem de Portugal (ADoP).
Os doentes com asma estavam, na sua maioria, parcial ou totalmente controlados com a
terapêutica prescrita. Os doentes com asma não controlada eram sobretudo os observados em
primeira consulta ou com incumprimento da terapêutica.
A cada doente era instituída a terapêutica inalatória em função da idade e capacidades físicas
e cognitivas, sendo a técnica inalatória revista periodicamente.
Dos doentes que realizaram testes cutâneos para aeroalergénios, 332 (62%) eram atópicos,
sendo a frequência de atopia superior (79%) nos doentes com rinite e/ou asma. Destes, 29%
eram monossensibilizados a ácaros, 19% a pólenes e 1% a epitélios de animais ou fungos,
enquanto que 170 (51%) dos doentes tinham sensibilizações a múltiplos grupos alergénicos. O
perfil de sensibilizações dos doentes seguidos em consulta externa de Imunoalergologia foi
aferido com maior detalhe no âmbito do estudo “Alergia ao Tetranychus urticae” (projeto de
investigação 2), aceite para publicação (Publicação 15) e cujos resultados são sobreponíveis
aos publicados no estudo GA2LEN para Portugal (Allergy 2009;64(10):1498-‐506).
Em relação à administração de imunoterapia específica, 80 (24% dos atópicos) estavam sob
tratamento atual ou recente com imunoterapia específica subcutânea: 14 em fase de
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA GERAL, DO ADULTO E FINAL 16
manutenção de imunoterapia previamente iniciada e 24iniciaram imunoterapia por minha
indicação. Destes, todos tinham rinite alérgica, persistente moderada a grave em 58% dos
casos. A composição prescrita foi de 100% gramíneas (n=13), 50% gramíneas + 50% oliveira
(n=1), 100% Dermatophagoides pteronyssinus (n=7) e 50% Dermatophagoides pteronyssinus +
50% Lepidoglyphus destructor (n=3), tendo em conta a sazonalidade das queixas e os
resultados de testes cutâneos por picada e/ou IgE específicas. Adicionalmente 20 doentes
foram considerados como tendo indicação para imunoterapia tendo recusado por razões
económicas, 27 doentes têm o início de imunoterapia específica programado e 42 tinham
recentemente completado o tratamento.
As crianças com sibilância recorrente eram maioritariamente não atópicas sendo o principal
desencadeante as infeções respiratórias. Procurou-‐se identificar e corrigir potenciais fatores
predisponentes, nomeadamente hipertrofia adenoide e orientar no sentido da prevenção de
infeções e do tratamento a realizar em caso de episódio de sibilância. Numa menina avaliada
sequencialmente entre os 3 e os 5 anos foi possível estabelecer o fenótipo de sibilância
transitória da infância, tendo tido alta.
Dos doentes com alergia a fármacos, 47 reportavam suspeita de reação a antibióticos e 23 a
anti-‐inflamatórios não esteróides (AINE), sendo que os restantes reportavam reações a
diversos fármacos; de realçar alguns doentes com reações graves, nomeadamente 2 doentes
com anafilaxia ao diclofenac, 1 doente com anafilaxia ao etoricoxibe descrito em episódio de
internamento, um doente com Tríade de Widal e episódio grave de doença respiratória
exacerbada pela aspirina com necessidade de ventilação invasiva e um doente com suspeita de
pustulose exantemática generalizada aguda a amoxicilina/ácido clavulânico.
Dos 51 doentes com alergia alimentar suspeita ou confirmada, os alimentos mais
frequentemente implicados foram os peixes (n=5), marisco e cefalópodes (n=11), frutos
frescos (n=10), frutos secos e amendoim (n=4), leite de vaca (n=5) e ovo (n=5). Um doente foi
orientado por IgE específicas positivas para peixe e marisco apesar de ingerir estes alimentos
com tolerância.
Em 11 doentes com alergia alimentar a clínica foi de anafilaxia, salientando-‐se uma doente de
23 anos com episódios de anafilaxia a rosáceas e frutos secos e sensibilização a rPru p 3,
proteína de transferência de lípidos (LTP) do pêssego e um doente de 28 anos com anafilaxia
ao tomate e sensibilização a Sola l 3 (LTP to tomate) aos quais se pondera iniciar tratamento
CURRICULUM VITAE 17
com imunoterapia sublingual de pêssego. Referem-‐se ainda uma doente de 29 anos com
anafilaxia ao tremoço e sensibilização a Gal d 5 (alfa livetina) que fazia evicção completa de
ovo e de carne de aves e que se encontra em processo de avaliação de tolerância a estes
alimentos, uma doente de 40 anos com episódios reprodutíveis de anafilaxia ao leite de vaca
de início no terceiro trimestre de gravidez e aquisição de tolerância no puerpério, à data da
observação com testes cutâneos por picada negativos ao leite, e um doente de 36 anos com
início de anafilaxia ao ovo em idade adulta, após realização de tratamento para hepatite B
crónica com interferão.
Uma doente de 48 anos com clínica sugestiva de anafilaxia induzida pelo exercício dependente
de alimentos (FDEIA) e teste cutâneo por picada positivo às farinhas de trigo e centeio realizou
prova de provocação oral com pão de trigo em repouso, negativa, prova de exercício, negativa
e prova de exercício 30 minutos após ingestão de pão de trigo, negativa, ingerindo atualmente
pão e outros alimentos contendo farinha de trigo e centeio sem restrições e sem reações,
referindo associar a fase de ocorrência dos episódios com período de maior instabilidade
emocional.
Foi também realizada prova de provocação com exercício em cicloergómetro numa jovem de
19 anos com episódios recorrentes de dispneia, tosse, rinite e edema palpebral associados ao
exercício, que foi negativa.
Todos os doentes com suspeita de anafilaxia a alimentos ou outros alergénios em que não seja
possível realizar uma evicção completa e segura são portadores de adrenalina auto-‐injetável
cuja técnica de administração e prazo de validade são revistos periodicamente nas consultas.
Foram observados na consulta 2 doentes com suspeita de alergia a veneno de himenópteros
não confirmada que reportavam reações sistémicas (Grau I e II de Mueller) e um doente com
reações locais exuberantes a picada de abelha e IgE positiva (6,35kU/L) para abelha.
Dos doentes com urticária e/ou angioedema foram observados 8 doentes com urticária
aguda, frequentemente no contexto de infeção e em 2 doentes com associação a ingestão de
alimentos ricos em histamina, 8 doentes com urticária e/ou angioedema recorrente de
características histaminérgicas, sem causa esclarecida, 8 doentes com provável angioedema
induzido por IECA e uma jovem de 15 anos com suspeita de angioedema hereditário tipo 3 por
episódio de angioedema da face sem resposta a corticoide e antihistamínico com duração de 4
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA GERAL, DO ADULTO E FINAL 18
dias, de ocorrência 2 meses após início de contraceptivo oral e com C1 inibidor e C4 normais
durante o episódio, a quem não foi possível completar o diagnóstico por perda de seguimento.
Na Tabela 9 são apresentados os subtipos de urticária de acordo com a classificação
EAACI/GA2LEN 2007.
Tabela 9. Subtipos de urticária nos doentes seguidos em consulta externa
TOTAL URTICÁRIA CRÓNICA ESPONTÂNEA 16 URTICÁRIA FÍSICA
Dermografismo sintomático 9 Urticária de pressão retardada 3 Urticária ao frio 4 Urticária solar 11
URTICÁRIA COLINÉRGICA 13
Para o diagnóstico da urticária ao frio, em conjugação com a história clínica, foram realizados
testes de cubo de gelo, positivos após exposição de 5 a 15 minutos. Não foi no entanto
possível comprovar as suspeitas de urticária de pressão retardada, urticária solar (que poderia
estar em relação com exantema solar) e urticária colinérgica, embora a clínica e as
características das lesões observadas quer pessoalmente quer através de fotografia fossem
sugestivas.
Salienta-‐se o caso de uma doente de 14 anos, sexo feminino, observada em consulta por
clínica compatível com urticária colinérgica. Apresentava concomitantemente hiperhidrose
axilo-‐palmar e acrocianose pelo que foi orientada para consulta de cirurgia vascular. Optou por
realizar simpatectomia torácica bilateral, sem surgimento de novas lesões de urticária em até
10 meses do pós-‐operatório.
Dos doentes com dermatite atópica, na sua maioria ligeira, salienta-‐se o caso de uma doente
de 19 anos, sexo feminino, orientada da consulta de Dermatologia por dermatite atópica grave
medicada com ciclosporina, com rinite e asma persistente ligeira alérgica a ácaros e pólenes de
oliveira, gramíneas e ervas. Dadas as queixas peranuais de dermatite atópica, sem
agravamento sazonal na primavera, foi decidido iniciar imunoterapia específica 100%
Dermatophagoides pteronyssinus. Após 9 meses de tratamento nota melhoria global das
CURRICULUM VITAE 19
patologias alérgicas, com CARAT=28 e SCORAD=24,2, mantendo sobretudo componente de
xerose cutânea.
Foi também observada uma criança de 7 meses, sexo masculino, orientado para consulta por
dermatite atópica grave de início aos 4 meses de idade, sob amamentação materna exclusiva,
sem resolução completa com cursos de corticóide oral. Dada a gravidade do quadro foi pedido
estudo imunológico com imunoglobulinas, que revelou hipogamaglobulinemia
(IgG=81mg/mL), que se manteve à avaliação dos 9 meses, aumento de IgE (1330kU/L) e
biópsia cutânea que demonstrou “dermatite espongiótica”. A imunofenotipagem dos linfócitos
não demonstrou alterações. Após discussão do caso com o coordenador da consulta de
imunodeficiências da Pediatria, foi iniciada antibioterapia profilática e gamaglobulina
subcutânea com melhoria clínica. Foi colocada a hipótese diagnóstica de Síndrome de Omenn,
aguardando o estudo genético de RAG1 e RAG2.
Nos doentes com suspeita de dermatite de contacto alérgica não previamente confirmada
foram realizados testes epicutâneos com série standard de alergénios do Grupo Português de
Estudo das Dermatites de Contacto (GPEDC) e, quando necessário, produtos próprios, sendo
orientados para consulta de Dermatologia se necessário testar um Alergénio de uma série
específica. Foram diagnosticadas na consulta de Imunoalergologia dermatite de contacto
alérgica ao níquel (n=3), parafenilenodiamina e disperso laranja (n=2), dermatite de contacto
ocupacional a epóxi-‐resinas (n=2), cremes de uso próprio para tratamento do acne (n=1) e
parabenos (n=1), tendo todos os doentes recebido informação relativa à evicção.
Foram seguidos na consulta 2 doentes com diagnóstico prévio de mastocitose, incluindo um
doente com mastocitose cutânea e um doente de 42 anos, sexo masculino com mastocitose
sistémica indolente diagnosticada aos 39 anos por episódios de anafilaxia a múltiplos
fármacos, incluindo amoxicilina/ácido clavulânico e anti-‐inflamatórios não esteróides
inibidores da COX-‐1, com elevação da triptase basal (68,7ug/L) e sem mutações do gene Kit
nos exões 8, 11 e 17. Atualmente controlado com antihistamínico e antagonista dos
receptores dos leucotrienos. É portador de adrenalina auto-‐injetável.
Por último, refere-‐se o caso de um jovem de 10 anos, referenciado à consulta por rinite
alérgica a ácaros e pólenes, de características intermitentes ligeiras que apresentava
hipereosinofilia moderada em estudo analítico prévio. Por manter hipereosinofilia 4 semanas
após tratamento com desparazitante foi iniciado estudo para exclusão de causas de
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA GERAL, DO ADULTO E FINAL 20
hipereosinofilia e orientado para consulta de Hematologia. O estudo efetuado não revelou
alterações tendo ocorrido uma diminuição progressiva da contagem absoluta de eosinófilos,
mantendo agora apenas eosinofilia ligeira, compatível com a atopia.
Do total de doentes observados, 196 (36%) tiveram alta da consulta, a maioria (62%)
orientados para o Centro de Saúde após conclusão do estudo de alergia suspeita e/ou
estabilização clínica, sendo enviado relatório com os diagnósticos, resultados de meios
complementares realizados e orientação terapêutica sugerida.
CURRICULUM VITAE 21
SERVIÇOS DE ATENDIMENTO URGENTE
Durante os estágios de Imunoalergologia Geral, do Adulto e Final, bem como nos Estágios de
Laboratório de Imunologia e de Dermatologia, foram realizadas um total de 18 horas
semanais, em horário consoante a conveniência do Serviço de Imunoalergologia, dedicadas
sobretudo à Consulta de Atendimento Não Programado, mas também à Via Verde, Serviço de
Urgência e Consulta Interna. Nos estágios de Pneumologia e Otorrinolaringologia foram
realizadas 12 horas semanais de urgência no serviço de estágio e 6 horas semanais no Serviço
de Imunoalergologia. O resumo desta atividade encontra-‐se na Tabela 3.
ATENDIMENTO NÃO PROGRAMADO (ANP)
Foram observados 383 episódios em 317 doentes, com idade mediana de 36 anos (entre 1 e
86 anos), 243 (63%) do sexo feminino.
Tabela 10. Principais motivos/diagnósticos da consulta de atendimento não programado
TOTAL ASMA AGUDIZADA 134
Infeção respiratória 82
Má adesão / técnica inalatória 17
Fatores psicológicos 6
Outro / Não identificado 29
RINITE AGUDIZADA 13 INFEÇÃO RESPIRATÓRIA 89 ANGIOEDEMA 14 URTICÁRIA 12 DERMATITE ATÓPICA AGUDIZADA 9 DÚVIDAS NA IMUNOTERAPIA 26
Infeção respiratória 9
Agravamento da doença alérgica 12
Atraso na administração 2
Reação adversa 3
INÍCIO DE IMUNOTERAPIA EM PAUTA RÁPIDA 24 OUTROS 57
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA GERAL, DO ADULTO E FINAL 22
Dos 134 doentes com asma agudizada, 104 (78%) tiveram exacerbações ligeiras, 27 (20%)
exacerbações moderadas e 3 (2%) doentes exacerbação grave segundo os critérios da EPR-‐3
2007.
Outros diagnósticos incluem reavaliação de doentes no pós-‐internamento, vigilância de
doentes com reações adversas a procedimentos da área de alergia a fármacos, alimentos ou
himenópteros, tosse crónica, outras queixas cutâneas como dermatite seborreica, eczema de
estase e dermatite de contacto, bem como profilaxia a curto prazo de angioedema hereditário
com administração de concentrado de C1 inibidor antes de extração dentária, em 3 doentes.
Dos doentes com angioedema, 4 corresponderam a doentes com angioedema hereditário tipo
1 em agudização. Foi ainda observada em três ocasiões uma doente com reação sistémica
durante procedimento de dessensibilização à carboplatina, a quem foi tratada a reação e feito
ajuste do protocolo.
Dos doentes com reação adversa a imunoterapia, salientam-‐se 2 reações anafiláticas durante a
fase de indução terapêutica, com extratos aquosos ou depot: veneno de abelha e Phleum
pratensis.
Três doentes com infeção respiratória e insuficiência respiratória tipo 1 não revertida durante
terapêutica no ANP foram orientados para o internamento, uma das quais uma criança de 5
anos internada ao cuidado da Pediatria Médica.
VIA VERDE
Foram observadas em Via Verde de Imunoalergologia7 mulheres grávidas orientadas do
serviço de Obstetrícia, 1 por suspeita de asma em que foi excluído o diagnóstico, 5 por asma e
1 por agravamento de rinite alérgica, a quem foi feito ajuste e esclarecimento terapêutico e
que foram orientadas para consulta de Imunoalergologia para seguimento.
Foi ainda observado 1 doente proveniente do centro de saúde com suspeita de anafilaxia a
veneno de himenópteros, que foi orientado para estudo na área específica.
SERVIÇO DE URGÊNCIA
Foram observados 43 doentes como pedido de colaboração de Imunoalergologia no Serviço de
Urgência, 25 do sexo feminino (58%) e idade mediana de 35 anos (15 a 65 anos, 1 com idade
CURRICULUM VITAE 23
<18 anos). Os motivos de pedido de observação são descritos na Tabela 11, tendo em 19 (44%)
dos casos sido identificado um agente suspeito.
Tabela 11. Principais motivos/diagnósticos observados no Serviço de Urgência
MOTIVO DE URGÊNCIA ETIOLOGIA SUSPEITA N URTICÁRIA 10 Peixes 2 ANGIOEDEMA 13 IECA 5 AINE 1 Hereditário 2 EXANTEMA 8 Amoxicilina + ácido clavulânico 1 Carbamazepina 1 Fenitoína 1 Flurbiprofeno 1 Clopidogrel 1 Colchicina 1 DERMATITE DE CONTACTO/ATÓPICA 6 Fibra de vidro / resinas 2 Parafenilenodiamina 2 Acrilatos 1 EXACERBAÇÃO DE ASMA 5 ANAFILAXIA Diclofenac 1
AINE: Anti-‐inflamatórios não esteroides. IECA: inibidores de conversão da angiotensina.
Trinta doentes foram orientados para consulta de Imunoalergologia para seguimento e/ou
estudo adicional e 2 doentes foram internados: um com 56 anos, sexo masculino, com asma
agudizada com insuficiência respiratória tipo 1, e uma doente de 20 anos, sexo feminino, com
eczema agudo generalizado após coloração de cabelo.
CONSULTA INTERNA
Foram observados 40 doentes internados em Consulta Interna, 22 (55%) do sexo feminino e
idade mediana de 51 anos (3 a 78 anos, 4 com idade <18 anos), sendo os serviços requisitantes
maioritariamente a Infeciologia (n=10), Medicina Interna (n=9) e Cardiologia (n=5).
Os motivos para observação mais frequentes foram: suspeita de reação de hipersensibilidade
a fármacos (n=40), agudização de asma (n=7), prescrição de concentrado de C1 inibidor para
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA GERAL, DO ADULTO E FINAL 24
administração antes de parto ou cirurgia em doente com angioedema hereditário (n=2),
eosinofilia (n=2) e défice de IgA (n=1).
Em 11 casos de reação de hipersensibilidade confirmada ou provável foi realizado no serviço
de origem, em colaboração com a Dra. Josefina Cernadas, um procedimento de
dessensibilização: carboplatina (n=4), ácido acetilsalicílico (n=3), trimetoprim-‐sulfametoxazol
(n=2) e antibacilares (n=2).
Saliento o caso de um jovem de 13 anos, internado para colocação de shunt ventrículo-‐
peritoneal por tumor do sistema nervoso central, que teve um episódio de choque anafilático
no início do procedimento, tendo sido pedida colaboração para conhecimento dos fármacos a
evitar em futura cirurgia, de caráter urgente. Da análise dos fármacos administrados tendo em
conta o tempo de administração e probabilidade de reação, e estando impossibilitada a
realização de qualquer procedimento diagnóstico em tempo útil, foi proposta a realização de
cirurgia em primeiro tempo operatório e ambiente látex-‐free, com evicção de relaxantes
neuromusculares e de teicoplanina, tendo a nova cirurgia decorrido sem intercorrências. Este
jovem foi posteriormente orientado para a consulta de Imunoalergologia e sido comprovada a
alergia a teicoplanina e excluída alergia aos restantes agentes suspeitos.
COMENTÁRIOS
A atividade na Urgência Específica de Imunoalergologia iniciou-‐se concomitantemente com o
Estágio de Imunoalergologia Geral e prolongou-‐se ao longo do restante internato com maior
ou menor carga horária consoante os estágios realizados. O facto de a urgência ser realizada
no âmbito da Especialidade de Imunoalergologia permitiu um maior contacto com patologias
imunoalergológicas agudas e contribuiu para o desenvolvimento das capacidades de decisão
em situações de caráter urgente e muitas vezes sem recurso a exames complementares, não
esquecendo potenciais diagnósticos diferenciais com os quais foi tomado contacto durante as
Urgências Gerais, integradas nos Estágios de Medicina Interna e Pediatria. Para além do mais,
a existência de um Serviço de Atendimento Permanente de Imunoalergologia é uma mais valia
para os doentes seguidos na consulta com exacerbação da sua patologia alérgica, sendo que o
atendimento rápido e especializado evita muitas vezes o consequente agravamento e a
necessidade de internamento.
CURRICULUM VITAE 25
INTERNAMENTO
Durante a Formação Específica em Imunoalergologia foram acompanhados ou observados no
internamento 15 doentes por um tempo médio de 9 dias, 11 do sexo feminino, idade mediana
de 56 anos (17 a 86 anos), 8 previamente seguidos em consulta de Imunoalergologia.
Os diagnósticos principais foram: asma ou insuficiência respiratória crónica agudizada (n=10),
choque anafilático (n=2), eczema agudo exuberante à parafenilenodiamina (n=1) e grávida
com broncospasmo de novo a quem foi diagnosticada infeção por Bordetella pertussis (n=1).
Saliento o caso do doente de 40 anos, sexo masculino, internado por choque anafilático: mau-‐
estar geral, palidez, náuseas e vómitos, dispneia, obnubilação, hipoxemia (SpO2=83%) e
hipotensão (TA sistólica <100mmHg e TA diastólica <60mmHg) de início 30 minutos após toma
de etoricoxibe por lombociatalgia, tratado na sala de emergência com adrenalina, clemastina,
hidrocortisona, fluidoterapia e oxigenoterapia. Tinha como antecedente prévio episódio de
insuficiência respiratória aguda com necessidade de ventilação invasiva e internamento em
outra instituição no ano anterior, sem causa infeciosa ou outra diagnosticada, que
posteriormente associou a toma de etoricoxibe para lombalgia. Foi orientado para a consulta
externa tendo realizado testes cutâneos por picada e intradérmicos com etoricoxibe, que
foram negativos e prova de provocação oral com AINE alternativo, inibidor da COX-‐1, que
tolera. Aguarda realização de IgE específica para etoricoxibe.
Salientam-‐se ainda os casos de um doente com Tríade de Widal e broncospasmo grave após
ingestão de ácido acetilsalicílico e de uma doente com choque anafilático após ingestão de
lula, sem diagnóstico prévio de alergia alimentar, dada a gravidade da reação, já que ambos
tiveram as reações durante o seu período laboral no hospital e foram levados diretamente
para a sala de emergência com perda da consciência, cianose, ausência de sons respiratórios e
acidose respiratória (pH<7,0), com necessidade de entubação e posterior ventilação com
Heliox, casos estes que nos relembram da possibilidade de mortalidade por doença alérgica.
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA GERAL, DO ADULTO E FINAL 26
ÁREAS ESPECÍFICAS
Durante os Estágios de Imunoalergologia Geral, do Adulto e Final foi integrada a atividade em
diferentes Áreas Específicas do Serviço de Imunoalergologia, nomeadamente Alergia
Alimentar, Alergia a Fármacos e Alergia a Veneno de Himenópteros, com atividade no Hospital
de Dia e ainda as Consultas Específicas de Imunodeficiências Primárias e de Patologia
Ocupacional Alérgica, sempre sob a coordenação do responsável de cada Área Específica,
embora com a autonomia crescente para a decisão do plano diagnóstico e/ou terapêutico e
para a realização dos procedimentos.
ÁREA DE ALERGIA ALIMENTAR
Esta área específica é destinada ao estudo de doentes com suspeita de alergia alimentar. A
abordagem sistemática destes doentes inclui a colheita detalhada da história clínica, com
particular atenção para a descrição dos alimentos suspeitos, quantidades ingeridas, modo de
preparação, sinais e sintomas, reprodutibilidade das reações, cronologia dos sintomas e
relação com a ingestão, número de reações prévias, associação a outros fatores
nomeadamente exercício físico e medicação concomitante e história pessoal ou familiar de
atopia.
O diagnóstico de alergia alimentar baseia-‐se assim numa história clínica compatível e na
realização de TCP com extratos comerciais de alergénios alimentares ou com o alimento em
natureza, doseamento de IgE específica para o alimento ou alergénios moleculares, e prova de
provocação oral com o alimento suspeito ou alternativo, habitualmente aberta, sendo este
último o método de eleição para a confirmação ou exclusão do diagnóstico e para avaliação da
aquisição de tolerância a um dado alimento.
No final de cada procedimento o resultado é registado e anexado ao processo clínico digital do
doente e em doentes com conclusão da sua avaliação de alergia a alimentos é realizado um
relatório final incluindo as manifestações clínicas e resultados dos vários meios
complementares de diagnóstico, permitindo confirmar ou excluir a suspeita de alergia
alimentar. Em caso de confirmação do diagnóstico de alergia alimentar, os doentes e/ou
cuidadores são devidamente informados sobre quais os alimentos a evitar, incluindo sob a
forma de alergénio oculto, bem como medidas terapêuticas a adotar em caso de ingestão
acidental. Nas crianças com alergia a alimentos com potencial aquisição natural de tolerância,
CURRICULUM VITAE 27
é discutido um plano de seguimento com avaliações regulares, podendo ser ponderada a
realização de dessensibilização oral ao alimento em casos particulares.
Foram observados 87 doentes, 52 (60%) do sexo feminino, com uma idade mediana de 16
anos (17 meses a 69 anos de idade, 48 (56%) com idade <18 anos e 28 (32%) com idade <6
anos).As manifestações de alergia referidas incluíram anafilaxia (n=23), agravamento de
dermatite atópica (n=4), síndrome de alergia oral (n=6), enterocolite induzida por proteínas do
leite de vaca (n=1) e manifestações cutâneas ou outros sintomas mal-‐definidos.
Tabela 12. Procedimentos diagnósticos realizados na área de alergia alimentar
PROCEDIMENTO TOTAL POSITIVOS NOTAS TESTES CUTÂNEOS PICADA-‐PICADA
Peixes1 10 7 Em 6 doentes foi identificado pelo menos um peixe sem positividade: salmão (n=2), solha (n=2) e atum (n=4)
Crustáceos/Bivalves 4 3 Camarão (n=2) e mexilhão cru (n=1)
Cefalópodes 3 2 Lula
Frutos frescos2 11 6 Positivos para rosáceas (n=4) e kiwi (n=2)
Frutos secos 2 0
Ovo 3 5 3 Positivos apenas para clara (n=2)
Leite de vaca 3 1
Soja 1 0
PROVAS DE PROVOCAÇÃO ORAL SEM OCULTAÇÃO
Peixes4 21 2 Náuseas (n=1) e urticária (n=1) -‐ atum
Crustáceos/Bivalves5 9 0
Cefalópodes 2 0
Frutos frescos6 6 2 Dor abdominal e diarreia com banana. SAO com pêssego descascado em doente sensibilizada a LTP e profilina
Frutos secos 2 0
Clara/Gema/Ovo 15 1 Urticária com clara de ovo
Leite de vaca 14 5
Sulfitos 4 1 Urticária
Outros7 4 0 SAO: síndrome de alergia oral. 1Realizado a vários peixes de acordo com as preferências alimentares. 2Frutos frescos: kiwi (n=3), pêssego (n=2), maçã (n=2), castanha (n=1), figo (n=1), alperce (n=1) e ameixa (n=1). 3Realizado com clara e gema cruas e cozidas.4Atum (n=9), bacalhau (n=2), dourada (n=2), pescada (n=1), salmão (n=3), sardinha (n=2) e solha (n=1). 5Camarão (n=8) e amêijoa (n=1). 6Banana (n=2), figos (n=1), kiwi (n=1), maçã (n=1) e pêssego (n=1). 7Farinha de milho (n=1), fiambre (n=1), pizza (n=1) e soja (n=1).
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA GERAL, DO ADULTO E FINAL 28
Salientam-‐se 2 crianças com idades de 4-‐5 anos e antecedentes de alergia às proteínas do leite
de vaca com prova de provocação oral positiva, que iniciaram procedimento de
dessensibilização oral ao leite de vaca.
1) 4 anos, sexo masculino, com antecedentes de urticária e angioedema com leite de
vaca, em evicção absoluta desde os 4 meses. Com diminuição progressiva dos valores
de IgE específica ao leite de vaca e proteínas, negativas em fevereiro de 2013. TCPP
com leite de vaca=5,5mm. Realizou prova de provocação oral que foi positiva com
eritema e prurido facial com a dose cumulativa de 40mL pelo que manteve ingestão
diária de 15mL com subida progressiva de dose, realizada em hospital de dia, tendo
introduzido a dose diária de 200mL em 4 sessões, e atualmente com liberalização da
ingestão de outros produtos lácteos na dieta.
2) 5 anos, sexo masculino, com antecedentes de anafilaxia ao leite de vaca. IgE
caseína=63,10kU/L. TCPP leite de vaca=7mm. Realizou prova de provocação oral que
foi positiva com a dose de 0,5mL. Iniciou protocolo de dessensibilização sublingual-‐oral
tendo até à data realizado 4 sessões com tolerância de 5mL 2x/dia no domicílio.
De forma a agilizar a medicação a administrar em caso de reação alérgica, foi criado um
documento em formato em excel com cálculo automático da dose a administrar tendo em
conta o peso e/ou idade do doente ao qual está a ser realizado o procedimento de prova de
provocação oral ou dessensibilização, tal como utilizado no Jaffe Food Allergy Institute do
Hospital Mount Sinai, onde foi realizado estágio opcional.
ÁREA DE ALERGIA A FÁRMACOS
Esta área específica é destinada ao estudo de doentes com suspeita de alergia fármacos e à
realização de procedimentos de dessensibilização, quer em Hospital de Dia quer em regime de
internamento em outros Serviços. A abordagem sistemática destes doentes inclui a colheita
detalhada da história clínica, com particular atenção para o fármaco suspeito, sinais e
sintomas, reprodutibilidade das reações, cronologia dos sintomas e relação com o fármaco,
número de reações prévias e associação a comorbilidades ou outros fatores.
Nas reações imediatas, maioritariamente IgE mediadas, os procedimentos realizados incluem
os TCP e TID com o fármaco suspeito e/ou alternativo (de acordo com as doses não irritativas
publicadas), o doseamento de IgE específicas (disponíveis no Hospital para as penicilinas V e G
CURRICULUM VITAE 29
e amoxicilina) e prova de provocação oral com o fármaco suspeito ou alternativo, podendo
também estar indicado o teste de ativação de basófilos, atualmente não disponível. Nas
reações não imediatas, habitualmente mediadas por células, o diagnóstico pode passar pela
realização de TCP e TID com leitura tardia, testes epicutâneos e prova de provocação, podendo
também ser realizado o teste de transformação de linfócitos em casos selecionados e se
disponível. As provas de provocação oral são realizadas em ocultação simples e com placebo,
para o fármaco suspeito se se mantiver a dúvida de relação causal após os estudos in vivo e in
vitro, ou com fármacos alternativos quando existe alguma probabilidade de reação com o
mesmo. Para além das provas de provocação oral são ainda realizadas provas com fármacos
por outras vias de administração (inalada, conjuntival ou subcutânea), em caso de
necessidade.
Concluída a investigação e em caso de confirmação do diagnóstico de alergia medicamentosa,
é fornecido ao doente e seu médico assistente uma informação escrita onde constam os
fármacos a evitar e os alternativos. As reações adversas são notificadas à Unidade de
Farmacovigilância do Norte e codificadas na plataforma digital CPARA (Catálogo Português de
Alergias e Reações Adversas).
Foram observados 129 doentes, 89 (69%) do sexo feminino, com uma idade mediana de 42
anos (1 a 84 anos, 19 (15%) com idade <18 anos). As manifestações de alergia referidas
incluíram exantema maculopapular ou urticária/angioedema (n=41), anafilaxia (n=21), doença
respiratória exacerbada pela aspirina (n=1) e pustulose exantemática generalizada aguda
(n=1), sendo desconhecida nos restantes casos. Os procedimentos realizados encontram-‐se
descritos na Tabela 13.
Foram ainda realizadas, em colaboração com a Dra. Josefina Rodrigues Cernadas ou a Dra.
Eunice Castro, dessensibilizações a fármacos – carboplatina (n=3), ácido acetilsalicílico em
doentes com patologia cardiovascular (n=3), etambutol (n=1) e rifampicina (n=1), tendo sido
observada uma reação anafilática durante uma indução de tolerância à carboplatina, caso
posteriormente apresentado em Workshop (apresentação 2) e exantema maculopapular
durante a indução de tolerância ao etambutol, com necessidade de adaptação dos protocolos
iniciais, tendo este caso sido publicado (Publicações 4 e 24) e premiado (Prémio 1).
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA GERAL, DO ADULTO E FINAL 30
Tabela 13. Procedimentos realizados na área de alergia a fármacos
PROCEDIMENTO TOTAL POSITIVOS NOTAS
TESTES CUTÂNEOS POR PICADA 57 2 Amoxicilina+ácido clavulânico – negativo para amoxicilina. PPL e MDM
TESTES INTRADÉRMICOS
Beta-‐lactâmicos 42 1 Amoxicilina
MCI 4 4 Família iopamidol
Benzodiazepinas 1 1 Midazolam
Esomeprazol 1 1 Esomeprazol
Outros1 8 0
TESTES EPICUTÂNEOS 4 0
PROVAS DE PROVOCAÇÃO ORAL
Com fármaco suspeito
Amoxicilina 22 1 Exantema maculopapular de início tardio
Quinolona 3 0
Paracetamol/ibuprofeno 7 1 Urticária e angioedema com ibuprofeno
Outros2 7 0
Com fármaco alternativo
Meloxicam/etoricoxibe 37 0 Reações reprodutíveis ou muito prováveis com inibidores da COX-‐1
Cefalosporina3 3 0
Anafilaxia e TCP/TID positivos a amoxicilina (n=1), ácido clavulânico (n=1) e PPO com reação tardia a amoxicilina (n=1)
Claritromicina 2 0
PROVAS DE PROVOCAÇÃO SUBCUTÂNEA
Anestésico local 3 0
OUTROS
Administração de vacina anti-‐tetânica
1 0 Exantema palmar tardio. Testes epicutâneos positivos ao timerosal. Administração vigiada sem reação
1Anestésicos locais (n=3), anestésicos gerais (n=1), glicopirrolato (n=1), paracetamol (n=1), levofloxacina (n=1), vancomicina (n=1), claritromicina (n=1) e interferão beta-‐1a (n=1). 2Cefaclor (n=1)m claritromicina (n=1), deflazacort (n=1), esomeprazol (n=1), placebo (n=2). 3Realizados com cefepime, cefixima e cefaclor. MCI: meios de contraste iodados. TCP/TID: testes cutâneos por picada/intradérmicos. PPO: prova de provocação oral.
CURRICULUM VITAE 31
ÁREA DE ALERGIA A VENENO DE HIMENÓPTEROS
Esta área específica é destinada ao estudo de doentes com suspeita de alergia a veneno de
himenópteros e ao seguimento de doentes com alergia confirmada.
Em doentes com suspeita de alergia é preenchido um protocolo específico em que é descrita a
picada (local, número de picadas e identificação do inseto), manifestações clínicas, tempo de
reação, gravidade, risco de repicada (por exposição ambiental ou ocupacional), comorbilidades
e medicação habitual. Sempre que indicado procede-‐se à realização de TCP, TID e doseamento
de IgE específicas e triptase sérica.
São fornecidos ao doente folhetos informativos sobre alergia, tratamento e evicção de picadas
e revista a técnica de administração de adrenalina autoinjetável. Em doentes com alergia
confirmada e indicação para a realização de imunoterapia específica com veneno de
himenóptero, tendo em conta a idade, gravidade e/ou risco de repicada, é proposta a
realização de imunoterapia, sendo atualmente utilizado no Serviço o protocolo de indução
ultra-‐rápido (ANEXO 8), em que se atinge a dose de cumulativa de 101,1µg de veneno em 3h30,
realizado em Hospital de Dia, sendo as doses de manutenção realizadas no Departamento de
Ambulatório pela equipa de enfermagem do Serviço de Imunoalergologia.
Foram observados 17 doentes com uma idade mediana de 29 anos (7 a 62 anos, 2 com idade
<18 anos), por suspeita, confirmada, de alergia a veneno de abelha (n=8), suspeita confirmada
de alergia a veneno de vespa (n=2), reavaliação após 5 anos de imunoterapia específica a
veneno de abelha (n=4) e história de anafilaxia a inseto não identificado sem alergia
confirmada a veneno de abelha ou vespa (n=3).
Tabela 14. Procedimentos realizados na área de alergia a veneno de himenópteros
PROCEDIMENTO TOTAL TESTES CUTÂNEOS POR PICADA E INTRADÉRMICOS A VENENO DE ABELHA 15
TESTES CUTÂNEOS POR PICADA E INTRADÉRMICOS A VENENO DE VESPA 5
ACOMPANHAMENTO IMUNOTERAPIA – INDUÇÃO EM PAUTA ULTRA-‐RÁPIDA Abelha 4
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA GERAL, DO ADULTO E FINAL 32
Dos 8 doentes com alergia confirmada a veneno de abelha, 7 iniciaram posteriormente
imunoterapia específica, sendo que esta não foi indicada num jovem de 12 anos com reação
exclusivamente cutânea após picada de abelha.
Durante os procedimentos de indução de imunoterapia uma doente teve 2 reações
anafiláticas, tendo sido proposta a realização de fase de indução com tratamento prévio com
omalizumab, para o que aguarda autorização.
Neste estágio foi também realizada uma prova de provocação com picada de abelha, cujas
indicações foram discutidas em poster em congresso (Publicação 37) e realizados inquéritos
integrados no projeto de investigação “Fatores de risco para picada de himenópteros” (Projeto
11).
CONSULTA DE PATOLOGIA OCUPACIONAL
Esta consulta destina-‐se ao estudo de doentes com suspeita de patologia alérgica de etiologia
ou agravamento ocupacional. É preenchido um protocolo específico que descreve a história
profissional e atividades de lazer, possíveis agentes causais, fatores de risco, sintomatologia e
sua relação com a exposição.
Sendo a maioria dos doentes referenciados por asma ocupacional, o estudo engloba a
confirmação do diagnóstico de asma e o estabelecimento de relação com a ocupação através
da avaliação de sintomas e registo de DEMI seriado, num mínimo de 4 vezes/dia duas semanas
durante a exposição e duas semanas em afastamento, podendo ser também realizados TCP ou
IgE específicas, se disponíveis, no caso de suspeita de asma ocupacional alérgica.
Os casos confirmados são notificados ao Centro Nacional de Proteção contra Riscos
Profissionais (CNPRP).
Foram observados 14 doentes, 6 (43%) do sexo feminino) com uma idade mediana de 39 anos
(22 a 60 anos), por suspeita de asma (n=8), rinite (n=3), dermatite de contacto (n=2) ou
urticária (n=1) ocupacionais ou agravadas pela ocupação. A atividade ocupacional mais
frequentemente implicada era a marcenaria (n=5), sendo outras atividades suspeitas o
trabalho em pizzaria, cabeleireiro, indústria de cabelagem, fábrica de kayaks e construção civil.
Dos doentes com patologia ocupacional alérgica confirmada ou fortemente suspeita refere-‐se
o caso de um jovem de 25 anos, pizzeiro com rinite e asma ocupacional alérgica, sensibilizado
CURRICULUM VITAE 33
a farinhas de trigo e centeio, um doente de 40 anos, marceneiro, com rinite ocupacional e
duas doentes com dermatite de contacto alérgica a epoxi resinas por exposição em fábrica de
kayaks. Foi excluída patologia alérgica ocupacional em 3 doentes não tendo sido possível
concluir o estudo nos restantes quer por descontinuação do seguimento em consulta quer por
evicção indicada ou forçada da ocupação suspeita.
CONSULTA DE IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS
Apesar de já se encontrarem em seguimento no Serviço de Imunoalergologia, desde há vários
anos, doentes com estas patologias, a consulta começou a ser estruturada a partir do último
trimestre de 2011, passando a ser realizada às sextas feiras de manhã sob coordenação do
Prof. Doutor José Torres da Costa.
Sempre que possível foi mantida a colaboração nesta consulta mesmo durante os estágios
parcelares, tendo colaborado, conjuntamente com o Prof. Doutor José Torres da Costa, Dra.
Ana Leblanc e Dra. Teresa Vieira, na elaboração de protocolos de diagnóstico e seguimento
das duas patologias mais frequentemente observadas na consulta: Imunodeficiência Comum
Variável (ANEXO9) e Défice de IgA (ANEXO 10), bem como na publicação de um livro, destinado
aos colegas de Medicina Geral e Familiar, com uma revisão e propostas de abordagem dos
doentes com imunodeficiências Primárias (Publicação 1).
São atualmente seguidos em consulta 14 doentes com angioedema hereditário, 12 (86%) do
sexo feminino, com mediana de 38 anos (9 a 69 anos), pertencendo a 6 famílias. Destes, 10
(71%) têm diagnóstico confirmado de angioedema hereditário tipo 1 e 4 mulheres têm
suspeita diagnóstica de angioedema tipo 3, as quais se pretende orientar para estudo genético
do fator XII da coagulação.
Mantêm seguimento regular 32 doentes com diagnóstico de imunodeficiência primária de
anticorpos, 20 (63%) do sexo feminino, com idade mediana de 33 anos (5 a 57 anos), 12 com
défice de IgA sintomático (infeções recorrentes ou patologia alérgica), 11 com diagnóstico de
imunodeficiência comum variável, 3 com Síndrome de hiper-‐IgM por mutação do gene AICDA,
1 com agamaglobulinemia ligada ao X e outros doentes com alterações de anticorpos mal-‐
definidas.
Atualmente existem 10 doentes a realizar tratamento de reposição com gamaglobulina em
administração por via endovenosa, estando em curso a transição para a administração
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA GERAL, DO ADULTO E FINAL 34
subcutânea em alguns doentes, tendo em conta o perfil mais favorável de efeitos adversos e
estabilização dos níveis de imunoglobulina G.
Destacam-‐se três casos clínicos pelas suas particularidades diagnósticas e evolução da doença:
1) Doente de 43 anos, sexo feminino, seguida previamente por deficiência parcial de IgA
e IgG2 diagnosticada há cerca de 20 anos, com agravamento recente do número e
gravidade de infeções, sobretudo do foro otorrinológico, tendo evidenciado critérios
para imunodeficiência comum variável no último estudo analítico (IgG
total=270mg/dL). Aguarda avaliação de anticorpos específicos para antigénio proteico
e polissacárido, tendo provavelmente indicação para início de administração de
gamaglobulina a breve prazo.
2) Doente de 45 anos, sexo feminino, orientada por suspeita de imunodeficiência
primária, a quem foi diagnosticada atrofia esplénica e Síndrome de Sjögren, tendo este
caso sido apresentado em reunião de Serviço (Apresentação 36) e publicado em
revista indexada (Publicação 9).
3) Doente de 29 anos, sexo masculino, observado por pedido de colaboração da
Pneumologia e Medicina Interna, com antecedentes de pneumonias recorrentes na
infância, bronquiectasias sequelares, elevação de IgM, défice de IgA e IgG2 e défice de
anticorpos específicos, a quem tinha sido previamente excluído o diagnóstico de
Síndrome de Hiper-‐IgM, e a quem foi proposto o diagnóstico de “Activated PI3K-‐δ
Syndrome -‐ APDS”, descrito no ano de 2013 e do qual foi tomado conhecimento
durante o Congresso “First International Primary Immunodeficiencies Congress” em
setembro de 2013. Aguarda-‐se a autorização para a colheita e transporte de material
para estudo genético a ser realizado no Laboratório IMAGINE, em Paris.
Para além dos doentes com diagnóstico confirmado e seguidos para vigilância, a Consulta de
Imunodeficiências Primárias recebe pedidos de observação de várias especialidades para
avaliação de doentes com alterações imunológicas suspeitas de imunodeficiência primária.
Neste contexto, foi desenvolvido um projeto de investigação em colaboração com a consulta
de Pneumologia – Bronquiectasias, que deu origem a poster apresentado em reunião
internacional (Publicação 38).
CURRICULUM VITAE 35
O interesse nesta área, estimulado e apoiado pelo orientador de formação, foi
complementado com a realização do Estágio no Hospital Mount Sinai e a participação na
Escola de Verão da Sociedade Europeia de Imunodeficiências Primárias -‐ ESID (Curso 23), que
permitiram perceber as dificuldades diagnósticas e de tratamento de uma área de
conhecimento complexa e em constante expansão.
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA GERAL, DO ADULTO E FINAL 36
LABORATÓRIO DE EXPLORAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Este laboratório encontra-‐se nas instalações da Consulta Externa, permitindo a realização de
diversos exames, na grande maioria das situações no próprio dia da consulta, nomeadamente
espirometria, avaliação da resistência das vias aéreas por oscilometria de impulso, prova de
broncodilatação após 400µg de salbutamol inalado, prova de provocação brônquica
inespecífica com metacolina pelo método dosimétrico e determinação da fração exalada do
óxido nítrico (FeNO). É ainda realizada rinomanometria anterior em casos particulares como
no contexto de provocações nasais.
Durante o estágio de Imunoalergologia Geral foi definido um período de 3 meses para
observação, realização e treino na interpretação destas técnicas, tendo posteriormente sido
responsável pela realização ou supervisão de determinados procedimentos tendo em conta as
necessidades do Serviço de Imunoalergologia.
As técnicas realizadas durante o período de estágio encontram-‐se resumidas na Tabela 15, não
tendo sido contabilizadas as intervenções posteriores dado ter já ultrapassado os requisitos
mínimos exigidos no Programa de Formação (Tabela 4). Foram pessoalmente realizadas provas
funcionais respiratórias a um total de 119 doentes, 63% do sexo feminino, com uma idade
mediana de 24 anos (3 a 75 anos de idade, 47 (39%) com idade <18 anos e 6 (5%) com idade
<6 anos). Foram ainda contabilizados em resumo (Tabela 4), as provas funcionais respiratórias
observadas ou executadas em outros estágios, nomeadamente de Imunoalergologia dos
Grupos Etários Pediátricos e de Pneumologia.
Tabela 15. Procedimentos realizados no Laboratório de Exploração Funcional Respiratória
PROCEDIMENTO OBSERVAÇÃO EXECUÇÃO PESSOAL ESTUDO FUNCIONAL RESPIRATÓRIO BASAL 132 104 PROVA DE BRONCODILATAÇÃO 55 49 PROVA DE PROVOCAÇÃO BRÔNQUICA INESPECÍFICA 17 5 FRAÇÃO EXALADA DO ÓXIDO NÍTRICO 73 68 OSCILOMETRIA DE IMPULSO 24 18 RINOMANOMETRIA ANTERIOR 2 1
CURRICULUM VITAE 37
OUTROS PROCEDIMENTOS DE DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA
Durante a Formação Específica foram observados, executados e interpretados vários
procedimentos realizados no Departamento de Ambulatório do Serviço de Imunoalergologia,
de entre os quais se destacam os testes cutâneos, provas de provocação com estímulos físicos,
administração de imunoterapia específica e provas de provocação específicas nasais e
conjuntivais, estas últimas no contexto de investigações clínicas. O resumo da totalidade de
procedimentos realizados durante o internato encontra-‐se na secção Resumo Curricular -‐
Tabela 4.
TESTES CUTÂNEOS
Os testes cutâneos por picada (TCP) são realizados de acordo com as recomendações da
EAACI, estando disponíveis várias baterias no Serviço de Imunoalergologia utilizando extratos
para o diagnóstico de alergia a aeroalergénios e alimentos (ANEXO 11). Os testes epicutâneos
são realizados utilizando a bateria standard recomendada pelo Grupo Português de Estudo de
Dermatites de Contacto (GPEDC) (ANEXO 12), sendo a avaliação de outros alergénios de
contacto realizada em colaboração com a Dermatologia. É ainda feito o teste de provocação
cutâneo com o frio (teste do cubo de gelo) para confirmação diagnóstica de urticária ao frio.
Foram realizados TCP como parte da formação inicial em Imunoalergologia, com alimentos,
fármacos e himenópteros no âmbito das respetivas áreas específicas, no estágio de
Imunoalergologia dos Grupos Etários Pediátricos e ainda no decurso do projeto de
investigação “Alergia ao Tetranychus urticae” (projeto de investigação 2) e TCP com doses
crescentes de Phleum pratensis no ensaio clínico BIA-‐PHL-‐P2-‐001. Foram ainda realizados TCP
com alimentos em natureza e TID com fármacos e himenópteros, descritos nas respetivas
áreas específicas. Foram também realizados testes epicutâneos no âmbito da consulta de
Imunoalergologia e do estágio de Dermatologia. O teste do cubo de gelo foi realizado em
doentes da consulta própria de Imunoalergologia.
IMUNOTERAPIA ESPECÍFICA
A sua administração é habitualmente realizada pelo corpo de enfermagem e supervisionada
pelos médicos durante o seu período de Serviço de Atendimento Não Programado. São nesse
capítulo descritos os doentes nos quais foi acompanhado protocolo de iniciação de
imunoterapia em pauta rápida ou com reações adversas. Foi pessoalmente administrada
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA GERAL, DO ADULTO E FINAL 38
imunoterapia numa fase inicial da formação em Imunoalergologia, durante períodos de
ausência do corpo de enfermagem, no âmbito do ensaio clínico BIA-‐PHL-‐P2-‐001 e no estágio
de Imunoalergologia dos Grupos Etários Pediátricos.
PROVOCAÇÕES ESPECÍFICAS
Embora estes procedimentos não estejam disponíveis na prática clínica diária no Serviço de
Imunoalergologia, foram realizadas provocações nasais específicas com Phleum pratensis no
âmbito do ensaio clínico BIA-‐PHL-‐P2-‐001, tendo sido utilizados como critérios de positividade a
ocorrência de 5 espirros ou a diminuição >50% do fluxo inspiratório nasal máximo, e
provocações conjuntivais com Tetranychus urticae no âmbito do projeto de investigação 2.
CURRICULUM VITAE 39
CONTRIBUTOS PARA O SERVIÇO DE IMUNOALERGOLOGIA
CONTRIBUTOS PARA O DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO
Conforme explicitado na secção “Atividade Científica e de Formação – Projetos de
Investigação”, durante o internato foram desenvolvidos no Serviço de Imunoalergologia do
Centro Hospitalar São João, EPE, 4 projetos de investigação como primeira autora (Projetos de
investigação 1, 2, 6 e 7), salientando-‐se o projeto “Alergia ao Tetranychus urticae” para o qual
foram submetidos e aceites pela Comissão de Ética hospitalar dois trabalhos de investigação
como investigadora principal, premiados a nível nacional (Prémio 4) e internacional (Prémio 3).
Foi também submetido e aceite pela Comissão de Ética o estudo “Allergen wheal inhibition by
antihistamines (AWIAH)”, como investigadora principal (Projeto de investigação 17),
atualmente em fase de inclusão. Adicionalmente, foram desenvolvidos vários outros projetos
como co-‐autora ou em colaboração com outros elementos do Serviço de Imunoalergologia
(Projetos de investigação 5 e 8-‐13), 2 destes premiados em reunião internacional (Prémios 5 e
6).
Em todos os projetos de investigação procurou-‐se a partilha de ideias entre vários elementos
do serviço de forma a melhorar quer a fase de desenvolvimento metodológico, quer a
interpretação e redação dos dados. Foi ainda fomentada a colaboração de internos mais novos
em vários projetos, possibilitando a realização de técnicas não frequentemente realizadas no
Serviço de Imunoalergologia, como as provocações conjuntivais no projeto “Alergia ao
Tetranychus urticae”.
CONTRIBUTOS PARA A ATUALIZAÇÃO DE CONHECIMENTOS E FORMAÇÃO
Foram periodicamente apresentados artigos em formato Journal Club, doentes do
internamento e doentes da consulta com particularidades diagnósticas ou terapêuticas, bem
como temas de revisão e casos clínicos, descritos na Secção “Atividade Científica e de
Formação – Apresentações em Reuniões de Serviço”, contribuindo para a formação contínua
dos médicos do Serviço de Imunoalergologia.
CONTRIBUTOS PARA A MELHORIA DA ORGANIZAÇÃO E ATIVIDADE ASSISTENCIAL
Relativamente aos procedimentos relacionados com a administração de imunoterapia
específica e tendo em conta também o atual programa de certificação do Serviço de
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA GERAL, DO ADULTO E FINAL 40
Imunoalergologia, foi atualizado o Manual de Imunoterapia do Serviço de Imunoalergologia
(ANEXO 13), a folha de registo de imunoterapia (ANEXO 14) e orientado o projeto de criação de
um programa informático de registo de administrações e reações adversas à imunoterapia
(RegistIT), que aguarda implementação.
Da participação nas atividades realizadas no Hospital de Dia, foi promovida a atualização dos
documentos de registo e de procedimentos de fármacos e alimentos e iniciados
procedimentos de dessensibilização ao leite, com envolvimento direto na programação dos
protocolos e na supervisão das administrações.
Atualização de folhetos informativos para os doentes com dermatite de contacto alérgica,
nomeadamente para os parabenos, formaldeído, metildibromoglutaronitrilo, kathon CG,
timerosal, quaternarium-‐15, resina epóxida e resina paraterciária butilfenolforma (ANEXO 15).
Apoio e melhoria de ferramentas de organização e comunicação do Serviço de
Imunoalergologia, nomeadamente a disponibilização do software Alert® e sensor de
reconhecimento no gabinete da consulta de atendimento não programado, facilitação e
organização de documentos do Serviço em rede, previamente disponíveis em cloud e
atualmente, por restrições de acesso a esta tecnologia nos computadores institucionais, em
fase de inclusão nos servidores do Centro Hospitalar de São João, e interligação com o Serviço
de Informática no sentido de possibilitar a digitalização de documentos no Serviço para um
email institucional, que se encontra em curso.
Colaboração na implementação da consulta de Imunodeficiências Primárias, nomeadamente
na elaboração de protocolos de diagnóstico e seguimento de doentes com imunodeficiência
comum variável (ANEXO 9) e défice seletivo de IgA (ANEXO 10), elaboração dos cartões dos
doentes com imunodeficiência comum variável e défice seletivo de IgA, formalização do
registo de doentes com imunodeficiência primária em bases nacionais – REPORID e
internacionais – ESID, em curso, e implementação do Grupo de Imunodeficiências Primárias do
Centro Hospitalar São João, composto pelo Prof. Doutor José Torres da Costa
(Imunoalergologia), Dr. Artur Bonito Vitor (Pediatria), Dra. Edite Pereira (Medicina Interna),
Prof. Doutor António Sarmento (Infeciologia) e Dra. Adelina Amorim (Pneumologia), em fase
de elaboração de objetivos e oficialização.
CURRICULUM VITAE 41
OUTROS CONTRIBUTOS
Colaboração nos eventos “Semana da Alergia”, dirigidos ao público geral (utentes e visitantes
do Hospital de São João), realizados em maio de 2010, 2011, 2012 e 2013 como co-‐autora dos
slides informativos de “asma e rinite” (ANEXO 16), esclarecimento de dúvidas em relação à
Especialidade de Imunoalergologia, distribuição de panfletos informativos sobre algumas das
patologias observadas pela especialidade e reforço do ensino da utilização de inaladores nos
utentes com asma.
Participação na Comissão Científica da “Reunião para medicina geral e familiar -‐
Imunodeficiências primárias: Como suspeitar e orientar?”, organizada pelos Serviços de
Imunoalergologia do Centro Hospitalar São João, EPE e Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia
/ Espinho, colaborando na organização temática e na escolha e revisão dos casos clínicos
apresentados (ANEXO 100C).
Formação e esclarecimento de dúvidas ao corpo de enfermagem do Serviço de
Imunoalergologia, sempre que solicitado.
CURRICULUM VITAE 43
ESTÁGIO NO HOSPITAL MOUNT SINAI
INTRODUÇÃO
Local: Allergy and Clinical Immunology Division
Mount Sinai Hospital, Nova Iorque, Estados Unidos da América
Duração: 4 semanas (5 a 30 de agosto de 2013)
Tendo como interesse aprofundar tanto a áreas de alergia alimentar e de imunodeficiências
primárias e tendo em conta a deliberação do Conselho de Administração do Centro Hospitalar
São João a 14 de novembro de 2012, visando a suspensão da possibilidade de realização de
estágios não obrigatórios no estrangeiro, o estágio foi limitado a 4 semanas e realizado no
Hospital Mount Sinai, dado o reconhecido mérito científico desta instituição em ambas as
áreas de interesse e a possibilidade de contactar pessoalmente com médicos e cientistas como
o Prof. Doutor Hugh Sampson e a Prof. Doutora Charlotte Cunningham-‐Rundles.
Este estágio foi aprovado pelo Hospital Mount Sinai como estágio observacional, tendo
incluído duas vertentes:
− Estágio de alergia alimentar em idade pediátrica no Jaffe Food Allergy Institute
− Estágio de imunodeficiências primárias no Departamento de Imunologia Clínica
OBJETIVOS
− Conhecimento do modelo de organização de um Departamento de Imunoalergologia
integrado num diferente contexto sociocultural;
− Conhecimento dos diferentes protocolos de atuação na área de alergia alimentar, com
particular relevância para a alergia alimentar ao leite e ovo, incluindo provas de
provocação com alimentos extensamente cozinhados e protocolos de indução de
tolerância;
− Diagnóstico e tratamento de imunodeficiências primárias, com maior ênfase para a
imunodeficiência comum variável mas visando outras imunodeficiências menos
frequentes e o programa de rastreio de imunodeficiência severa combinada;
− Atualização relativamente às atuais linhas de investigação e atividade científica nestas
áreas do conhecimento.
ESTÁGIO NO HOSPITAL MOUNT SINAI 44
HOSPITAL MOUNT SINAI E SERVIÇO DE ALERGIA E IMUNOLOGIA CLÍNICA
O Centro Médico Mount Sinai foi fundado em 1852 e expandido para a sua localização atual na
5ª avenida em 1904, compreendendo atualmente o Hospital Mount Sinai – Faculty Practise,
onde os médicos exercem a sua atividade clínica, e a Faculdade de Medicina – Icahn School of
Medicine, inaugurada em 1968. É um dos maiores e mais antigos hospitais universitários dos
Estados Unidos da América, incluindo mais de 1100 camas de internamento, 2500 médicos
especialistas, 1000 médicos internos e 546.000 consultas externas em 2012.
O Serviço de Alergia e Imunologia Clínica do Hospital Mount Sinai foi fundado em 1978,
estando dividido na secção pediátrica, o Jaffe Food Allergy Institute, especializado na
observação da alergia alimentar em idade pediátrica, e a secção de adultos, onde se destaca o
Primary Immunodeficiency Program do Departamento de Imunologia Clinica. Os internos
(Fellows) e os especialistas (Attending Physicians) da secção de adultos colaboram também na
observação de doentes do programa Medicaid, destinado a cidadãos com baixas fontes de
rendimento e realizado em instalações distintas, na observação de doentes hospitalizados,
como Consulta Interna, e no atendimento urgente não presencial, estando disponível um
serviço telefónico permanente. O Serviço de Alergia e Imunologia Clínica inclui ainda 5
laboratórios de investigação e uma unidade de internamento para realização de
procedimentos de maior risco, particularmente no âmbito de projetos de investigação, a
Clinical Research Unit.
JAFFE FOOD ALLERGY INSTITUTE
Diretor de Serviço: Prof. Doutor Hugh Sampson
Diretor Clínico: Prof. Doutor Scott Sicherer
O Instituto tem 8 gabinetes de consulta equipados com computador, marquesa e otoscópio, 2
gabinetes para colheitas de sangue e realização de espirometria, um gabinete médico de
trabalho, um balcão de enfermagem para a preparação dos testes cutâneos e uma área
contígua onde são realizadas as provas de provocação com alimentos, com 3 salas
individualizadas e um balcão central.
Durante o período de estágio faziam parte do corpo clínico 8 médicos especialistas em
Imunoalergologia, 9 internos de Imunoalergologia, 1 nutricionista, 1 enfermeira “Nurse
Practicioner”, com competências para a realização de consultas sob a supervisão de um
CURRICULUM VITAE 45
médico, 1 enfermeira responsável pela realização das provas de provocação oral, 3 “Medical
Assistants” que realizam os testes cutâneos por picada, espirometrias e colheitas sanguíneas, 2
secretárias e 7 pessoas dedicadas à Clinical Research Unit. Fazem ainda parte da equipa a Dra.
Mirna Chehade, gastroenterologista dedicada ao acompanhamento de doentes com esofagite
eosinofílica, e o Dr. Eyal Shemesh, psiquiatria responsável pelo programa EMPOWER, dedicado
à avaliação e acompanhamento psicológico de crianças com alergia alimentar.
Médicos Especialistas: Hugh Sampson Scott Sicherer Anna Nowak-‐Wegrzyn Julie Wang Amanda Cox Supinda Bunyavanich Jacob Kattan Jennifer Kim
Internos de Imunoalergologia:
Primeiro ano: Kate Welch Tricia Lee Whitney Rassbach
Segundo ano: Stephanie Albin Jennifer Camacho Deerthe Andreae
Terceiro ano: Harnshna Mehta Paul Maglione Manish Ramesh
Durante o período do estágio foram observadas crianças com diagnóstico de alergia alimentar
IgE-‐mediada com reações sistémicas a amendoim, frutos secos, leite e ovo, mas também a
sementes, trigo, cevada, aveia, peixe, soja e bife (em criança sem alergia a proteínas do leite
de vaca). Outras reações observadas incluíram a proctocolite alérgica a tomate em criança sob
amamentação materna, FPIES (síndrome de enterocolite induzidas por proteínas alimentares)
a leite, bem como síndrome de alergia oral a frutos contendo análogos da Bet v 1 como a
banana, maçã e meloa.
Os testes cutâneos por picada são realizados utilizando extratos ou alimentos em natureza,
como no caso dos frutos secos e sementes, e registado o diâmetro médio da pápula e do
eritema.
O diagnóstico por componentes é utilizado quase exclusivamente na avaliação da alergia
alimentar a amendoim e frutos secos em crianças com sensibilização a bétula, sendo
efectuado por painéis (Ara h 1, 2, 3, 8 e 9 para o amendoim e Cor a 1, 8, 9 e 14 para a avelã,
por exemplo) ou no âmbito do estudo ISAC a decorrer no serviço.
Para avaliação da alergia ao ovo são monitorizados a IgE específica e testes cutâneos por
picada com extrato de clara de ovo. Em crianças com um perfil favorável é proposta uma prova
de provocação oral com ovo extensamente cozinhado e, se tolerado, manutenção da ingestão
ESTÁGIO NO HOSPITAL MOUNT SINAI 46
deste alimento no domicílio, sendo futuramente avaliada a eventual tolerância para ovo mal
cozinhado.
Nas crianças com alergia ao leite de vaca o protocolo de introdução faseada inicia-‐se com leite
extensamente cozinhado, seguido de queijo (em pizza, por exemplo) e só depois o leite não
cozinhado.
Foi observada a realização de provas de provocação oral simples com alimentos, que são
preparados no domicílio e trazidos pelos cuidadores, entre os quais com amendoim (manteiga
de amendoim), amêndoa (manteiga de amêndoa), nozes pecan, leite de vaca, ovo
extensamente cozinhado (muffin contendo 1/3 de ovo), ovo pouco cozinhado (ovos mexidos
ou rabanadas), amêijoa, caranguejo, pêssego cozido e mostarda. Estas provas são realizadas
por uma enfermeira treinada e marcadas para o dia de consulta do médico assistente, que é
chamado em caso de reação e no momento da alta. Os alimentos são ingeridos com intervalos
de 10-‐15 minutos em 4-‐5 doses e o doente observado durante 2 horas após a última dose.
Figura 4. Área de preparação de alimentos para as provas de provocação oral
Na Clinical Research Unit, uma unidade de internamento partilhada com outras especialidades
como a Endocrinologia, são realizadas provas de provocação com maior probabilidade de
reação, incluindo provas em doentes com FPIES, provas duplamente cegas e imunoterapia com
alimentos no âmbito de estudos de investigação. Os alimentos são preparados por um
cozinheiro da unidade e a administração e vigilância realizada por enfermeiros especializados.
Nesta unidade foram observadas uma prova em ocultação simples com soja (10 gramas de
farinha de soja oculta em hamburger) e uma prova com banana em doente com suspeita de
FPIES a banana.
CURRICULUM VITAE 47
Existem no Serviço folhas de informação relativamente a cada uma das alergias alimentares
mais frequentes, dermatite atópica, aeroalergénios e conselhos na escola. Todas as crianças
com alergia alimentar, independentemente da reação prévia, são portadoras de dispositivos
de auto-‐administração de adrenalina, estando atualmente disponível, para além da Epipen®, o
Auvi-‐q®, dispositivo este de formato com maior portabilidade e guiado por voz, que tem tido
uma boa aceitação sobretudo por parte dos adolescentes e para amas/infantários.
Em todas as consultas de reavaliação, habitualmente anuais, é revista a técnica de
administração de adrenalina e entregue um plano de emergência atualizado com uma cópia
para os pais e outra para o infantário/escola.
Foi ainda possível acompanhar a Dra. Chehade na observação de doentes com esofagite
eosinofílica, incluindo crianças e adultos. As opções terapêuticas apresentadas incluem uma
dieta de evicção de 4 alimentos (leite, ovos, trigo e soja), escolhidos de acordo com a
experiência clínica da Dra. Chehade, com reintrodução progressiva sob avaliação endoscópica
a cada 8 semanas, dieta esta que, apesar de menor eficácia que a dieta elementar, tem menor
custo e menos potenciais efeitos adversos a nível nutricional e social, ou o tratamento com
fluticasona deglutida, com boa eficácia clínica mas necessidade de adesão e de vigilância de
possíveis efeitos adversos, nomeadamente a candidíase esofágica. Estas opções são discutidas
com os pais/doentes e instituídas segundo a sua opção.
De entre crianças observadas sem alergia alimentar salientam-‐se um bebé de 10 meses com
sintomas de rinoconjuntivite tendo como única sensibilização a aeroalergénios a barata e uma
criança de 7 anos com dermatite atópica observada por suspeita de dermatite herpetiforme e
sobreinfeção por Staphylococcus aureus.
Foi notada a opção pelo regime "molhado" no tratamento da dermatite atópica, adotado por
este centro, que inclui banhos frequentes e prolongados e utilização de roupa e compressas
molhada (“wet wraps”) como forma de potenciar a hidratação, para além da utilização de
emolientes e tratamentos farmacológicos quando necessário.
ESTÁGIO NO HOSPITAL MOUNT SINAI 48
PRIMARY IMMUNODEFICIENCY PROGRAM
Diretor de Serviço: Prof. Doutora Charlotte Cunningham-‐Rundles
Este programa integra uma área de gabinetes de consulta e uma clínica de infusão onde é
realizada a administração de fármacos biológicos por via endovenosa, sendo a supervisão de
todas as consultas e da clínica de infusão realizada diretamente pela Prof. Doutora Charlotte
Cunningham-‐Rundles.
A consulta ocorre em dois períodos semanais. Durante as 4 semanas de estágio foram
observados 2 doentes com doença granulomatosa crónica autossómica dominante sob
profilaxia antibiótica, 1 doente com Síndrome de Good, 1 doente de 25 anos com Síndrome de
Job que mantinha abcessos cutâneos recorrentes apesar de profilaxia antibiótica, 1
adolescente com verrugas disseminadas e suspeita de mutação de DOCK8, 1 menina de 2 anos
com défice funcional de células NK sob profilaxia com aciclovir, 1 rapaz de 7 meses com défice
de CD40L sob tratamento com imunoglobulina subcutânea e profilaxia antibiótica, a aguardar
transplante de células hematopoiéticas, e vários doentes com imunodeficiência comum
variável, alguns dos quais com complicações como púrpura trombocitopénica idiopática e
Síndrome de Evans, a necessitar de tratamento com rituximab. Dos doentes sob tratamento
com gamaglobulina alguns utilizam a administração subcutânea enquanto que outros
preferem a administração endovenosa na clínica de infusão ou no domicílio sob supervisão de
enfermagem.
Foram ainda observados 3 recém-‐nascidos do programa de rastreio de imunodeficiência
severa combinada, com número de cópias de TRECs (círculos de excisão dos receptores das
células T) <150, nos quais foi excluída imunodeficiência após realização de contagem
diferencial de linfócitos por citometria de fluxo. Este programa, iniciado no estado de
Wiscounsin em 2008, utiliza o sangue colhido para o rastreio metabólico do recém-‐nascido
para quantificar os círculos de excisão das células T, um subproduto da maturação das células
T durante a recombinação VDJ dos receptores, presente nas células T naive recentemente
migradas do timo para o sangue periférico.
CURRICULUM VITAE 49
ATIVIDADE CIENTÍFICA
O Serviço de Alergologia e Imunologia Clínica do Hospital Mount Sinai desenvolve uma intensa
atividade científica, sobretudo na área da alergia alimentar, que é integrada com a rotina
clínica diária. A investigação é maioritariamente financiada por bolsas nacionais que
possibilitam que os especialistas dediquem cerca de 70% do seu horário em atividades de
investigação e apenas 30% em atividade assistencial. De forma a coordenar todos os estudos
clínicos realizados no Jaffe Food Allergy Institute, uma investigadora está presente diariamente
no instituto com funções de informar e esclarecer os cuidadores da criança a incluir,
acompanhar o preenchimento de pré-‐requisitos como o consentimento informado e
coordenar a recolha de outras informações necessárias. Para além disso, os doentes e
cuidadores sem critérios de inclusão para nenhum estudo em curso podem assinar uma
newsletter onde recebem informação atualizada dos estudos a decorrer.
Durante o período de estágio estavam a decorrer os seguintes estudos no Jaffe Food Allergy
Institute:
Estudos em curso com fase de inclusão terminada
− Milk Oral Immunotherapy (OIT) plus Xolair® (anti-‐IgE)
− Food Allergy Herbal Formula (FAHF-‐2). Phase 2 Trial
− Baked milk: “In this study we hope to find out if eating baked products that contain milk
as an ingredient is safe for some children with milk allergy and whether this changes the
time it takes to outgrow milk allergy.”
Estudos em fase de inclusão de doentes
− Food Protein-‐Induced Enterocolitis Syndrome
− The Use of the ISAC Microarray Platform in Food-‐allergic Patients
− Vitamin D Status in Children with Food Allergies and Eosinophilic Esophagitis
− Eosinophilic Esophagitis Databank Study
− Peanut Allergy Genetics
− Peanut Epitope Study: “This study is designed to develop a new type of peanut allergy
vaccine from small pieces of peanut proteins called T-‐cell epitopes.”
− Food Allergy Resource Initiative: “This study is being done to see if we can determine
what part of food proteins are recognized by IgE antibodies, which cause allergic reactions
to foods.”
ESTÁGIO NO HOSPITAL MOUNT SINAI 50
Estudos a iniciar
− Immunotherapy for Wheat
− Peanut Epicutaneous Patch
− Oral Immunotherapy for Peanut
− Peanut Sublingual Film Immunotherapy
− Baked Egg vs Egg Oral Immunotherapy
Durante o período de estágio foi possível assistir a 4Grand Rounds do Serviço onde foram
apresentados os seguintes temas:
Journal club
− Frischmeyer-‐Guerrerio at al. TGFβ receptor mutations impose a strong predisposition for
human allergic disease. Sci Transl Med. 2013 Jul 24;5(195):195ra94.
Clinical case report
− A patient with chronic refractory urticaria
− Hypereosinophilia
− Campylobacter infection and agammaglobulinemia
Review
− Chronic sinusitis: what should the allergist know? Por Satish Govindaraj,
otorrinolaringologista do Hospital Mount Sinai
COMENTÁRIOS
O conhecimento da realidade de um Serviço de Imunoalergologia internacional foi um enorme
contributo para a formação específica. Durante o estágio foi possível discutir com especialistas
de grande experiência a abordagem diagnóstica e orientação clínica de diferentes patologias
nas áreas da alergia alimentar e imunodeficiências primárias.
A diferente exposição a aeroalergénios e padrões alimentares comparativamente a Portugal
condicionam uma significativa diferença na prevalência de alergia alimentar a determinados
alimentos, como o amendoim, tanto por fenómenos de reatividade cruzada com o pólen de
CURRICULUM VITAE 51
bétula, como pela exposição a manteiga de amendoim, alimento frequentemente consumido
na América do Norte.
Foi interessante constatar as diferentes opções e alternativas oferecidas aos doentes, estando
a indústria alimentar muito vocacionada para a rotulagem e a obtenção de alimentos
alternativos que não são de fácil acesso em Portugal, facilitando a manutenção de dietas em
que a evicção de múltiplos alimentos é necessária ou como alternativa terapêutica,
nomeadamente na esofagite eosinofílica.
Em relação ao leite e ao ovo, os procedimentos standard são semelhantes aos realizados no
Serviço de Imunoalergologia do Hospital São João, exceptuando-‐se as provas de provocação
com leite e ovo extensamente cozinhado, que se pretende que venham a ser integrados na
prática clínica deste hospital, dado o demonstrado potencial na aquisição de tolerância oral a
estes alimentos.
É ainda de salientar a importância dada à formação das crianças e adolescentes com alergia
alimentar e cuidadores, com entrega de informação escrita relativa às alergias atuais, plano de
emergência e eventuais cuidados a ter na escola e no relacionamento interpessoal.
Relativamente à componente das imunodeficiências primárias, foi um privilégio poder
observar doentes e beber um pouco da imensa experiência clínica e conhecimento de
imunologia da Prof. Doutora Cunningham-‐Rundles.
De forma global, foi uma experiência muito enriquecedora a nível clínico e pessoal, tendo sido
possível usufruir de uma instituição de renome internacional no tratamento e
desenvolvimento científico da alergia alimentar e imunodeficiências primárias, bem como do
companheirismo e espírito de partilha de médicos especialistas e internos de
Imunoalergologia, a quem deixo o meu sincero agradecimento.
A experiência relativa a este estágio foi sumariamente publicada na Secção “Notícias” da
Revista Portuguesa de Imunoalergologia (Publicação 19).
CURRICULUM VITAE 55
INTRODUÇÃO
Local: Centro de Imunoalergologia, Hospital CUF Descobertas, Lisboa
Diretor de Serviço: Dr. Mário Morais de Almeida
Orientador de Formação: Dra. Ângela Gaspar
Duração:6 meses (1/7/2011 a 31/12/2011)
Sendo este um estágio para o qual o Centro Hospitalar São João não tinha, à data da sua
realização, idoneidade formativa, e tendo o Centro de Imunoalergologia do Hospital CUF
Descobertas reconhecido mérito clínico, científico e pedagógico, com particular afinidade para
os grupos etários pediátricos, foi opção realizar o Estágio de Imunoalergologia dos Grupos
Etários Pediátricos neste Centro.
Ademais, o facto de a família direta (pais e irmãos) residirem na área da Grande Lisboa, foi
também um incentivo para a deslocação durante 6 meses para Lisboa para a realização deste
estágio.
O plano de atividades foi programado de acordo com os objetivos de formação, tendo
cumprido 40 horas semanais, das quais 12 horas dedicadas ao Serviço de Urgência /
Permanência e as restantes distribuídas pela Consulta Externa de Imunoalergologia,
Laboratório de Exploração Funcional Respiratória e Hospital de Dia de Imunoalergologia.
O Centro de Imunoalergologia do Hospital CUF Descobertas fica localizado no Piso -‐1 do
Edifício do Ambulatório e é constituída por: 1 sala de espera partilhada com os doentes de
Cardiologia e de Gastrenterologia, 4 gabinetes de consulta, 1 sala de Hospital de Dia e 2
gabinetes para realização de provas funcionais respiratórias. A grande proximidade entre os
espaços permitiu acompanhar em paralelo várias atividades quer no âmbito da consulta
externa, quer em Hospital de Dia.
Durante este período foi também mantida a atividade de Consulta Externa no Serviço de
Imunoalergologia do Centro Hospitalar São João, realizada durante as tardes de sexta-‐feira a
cada duas semanas.
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA DOS GRUPOS ETÁRIOS PEDIÁTRICOS 56
ATIVIDADE ASSISTENCIAL
CONSULTA EXTERNA
A atividade na consulta externa de Imunoalergologia teve um cariz sobretudo observacional,
tendo assistido em média a 4 períodos semanais de consultas realizadas pelo Dr. Mário Morais
de Almeida, 2 períodos com a Dra. Ângela Gaspar e 2 períodos com outros elementos do
Serviço, entre os quais o Prof. Doutor Luís Miguel Borrego, Dra. Cristina Arêde, Dra. Susana
Piedade, Dra. Cristina Santa-‐Marta, Dra. Graça Sampaio e Dra. Graça Pires.
No decorrer do estágio foram sendo adquiridas competências que permitiram a participação
mais ativa em todas as fases da consulta externa (anamnese, exame objetivo, definição dos
problemas do doente, discussão de diagnósticos diferenciais, pedido de meios
complementares de diagnóstico e decisão terapêutica), realizadas sob supervisão de um
Especialista de Imunoalergologia.
Foram observados um total de 935 doentes com idade média de 15 anos e uma mediana de 9
anos (mínimo de 4 meses e máximo de 84 anos), 687 (73%) com idade <18 anos, 540 do sexo
masculino (58%). De um total de 1040 consultas, 158 (15%) foram primeiras consultas e 106
doentes foram observados em mais de uma ocasião durante os 6 meses de estágio.
Foi observada sensibilização para aeroalergénios em 312 (33%) doentes, estando a sua
caracterização para cada uma das faixas etárias representada na Figura 5.
Figura 5. Frequência relativa de sensibilização aos diferentes grupos de aeroalergénios
Na Tabela 16 são apresentados os motivos de consulta e diagnósticos observados em cada
uma das faixas etárias, tendo em consideração que o número de patologias excede o de
doentes, dada a frequente concomitância de diferentes doenças alérgicas.
0%
20%
40%
60%
2-‐5 anos 6-‐11 anos 12-‐17 anos ≥18 anos
Atopia
Ácaros
Pólenes
Epitélios
Fungos
CURRICULUM VITAE 57
Tabela 16. Motivos de consulta e diagnósticos por faixa etária
0-‐23 MESES N=51
2-‐5 ANOS N=264
6-‐11 ANOS N=273
12-‐17 ANOS N=99
≥18 ANOS N=248
TOTAL N=935
Rinite 23 174 227 93 194 717
Alérgica 1 39 104 50 97 191
Conjuntivite alérgica(1) 1 7 22 10 24 64
Rinossinusite(2) 0 3 8 7 53 71
Asma 2 73 124 61 93 353
Alérgica 1 21 61 27 27 137
Sibilância recorrente(3) 32 78 -‐ -‐ -‐ 110
Infeções respiratórias de repetição 8 52 11 2 5 78
Hipertrofia do tecido linfóide de Waldeyer
1 28 4 -‐ -‐ 33
Tosse crónica 2 24 20 2 5 53
Eczema atópico 7 42 32 13 11 105
Atópico 3 15 20 8 9 55
Urticária crónica 1 2 4 -‐ 12 18
Espontânea 1 -‐ 1 -‐ 5 7
Física(4) -‐ 2 3 -‐ 7 12
Alergia alimentar 11 25 17 3 13 69
Leite de vaca(5) 10 10 7 2 -‐ 29
Ovo -‐ 9 3 1 -‐ 13
Peixe 1 3 3 -‐ 1 8
Marisco -‐ -‐ 1 -‐ 5 6
Frutos secos -‐ 2 4 -‐ -‐ 6
Outros(6) -‐ 8 3 -‐ 7 18
Alergia a fármacos 2 4 6 1 14 27
Beta-‐lactâmicos 1 4 1 1 3 10
AINE -‐ -‐ 4 -‐ 4 8
Outros(7) 1 -‐ 1 -‐ 7 9 AINE: Anti-‐inflamatórios não esteroides; (1)Conjuntivite alérgica isolada em 3 crianças; (2)Rinossinusite crónica com polipose nasal: 2 em idade pediátrica, em estudo e 6 adultos; (3)Antecedentes de sibilância transitória da infância em 31 crianças 3-‐17 anos; (4)Urticária ao frio (n=6), colinérgica (n=3), dermografismo (n=3), solar (n=2) e de pressão retardada (n=1); (5)Alergia às proteínas do leite de vaca em dessensibilização oral (n=8), enterocolite induzida por proteínas (n=1) e proctocolite alérgica (n=1); (6)Amendoim (n=5), kiwi (n=5), rosáceas (n=4), farinha de trigo (n=2), ananás (n=1), geleia real (n=1) e pimento de padrón (n=1); (7)Fluticasona inalada (n=1), cotrimoxazol (n=1), metilprednisolona (n=1), peri-‐operatória (n=1), ciprofloxacina (n=1), fluoxetina (n=1) e anestésico local (n=1).
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA DOS GRUPOS ETÁRIOS PEDIÁTRICOS 58
Outros diagnósticos observados incluíram:
− Prurigo estrófulo (n=11)
− Alergia ao látex (n=3): 2 em tratamento de manutenção com imunoterapia sublingual
de látex e 1 em quem foi observada a iniciação da imunoterapia durante o estágio;
− Esofagite eosinofílica (n=2): 1 com suspeita e 1 com diagnóstico confirmado, em
tratamento com fluticasona deglutida e inibidor da bomba de protões
− Alergia ao epitélio de cavalo (n=2): 1 com anafilaxia e 1 com angioedema palpebral
− Dermatite de contacto ao níquel com urticária generalizada após ingestão de alimento
armazenado em recipiente contendo níquel (n=1)
− Hipogamaglobulinemia transitória da infância (n=1)
Foram também observadas crianças com história de anafilaxia, tendo durante o estágio
colaborado na recolha e análise dos dados relativamente às circunstâncias, etiologia e
orientação dos episódios de anafilaxia (Projeto de investigação 3). O caso clínico de 2 adultos
jovens com anafilaxia a maçã por alergia a LTPs e a importância de co-‐fatores foi também alvo
de publicação (Publicações 11 e 28).
Dos 370 doentes pediátricos com asma ou sibilância recorrente, 336 (91%) estavam a ser
tratados com medicação de controlo (corticoides inalados, associações de corticoide inalado e
agonista β2 de longa ação, antagonistas dos receptores dos leucotrienos, e/ou xantinas); 183
faziam medicação inalada de controlo, em dispositivos adequados à faixa etária e coordenação
da criança: 14 com idade inferior a 2 anos, 68 crianças 2-‐5 anos, 69 dos 6-‐11 anos e 32 jovens
12-‐17 anos. A cada consulta era revista a técnica inalatória e adequado o dispositivo, se
necessário.
Dos 312 doentes atópicos, 51 (16%) estavam sob tratamento atual com imunoterapia
específica para aeroalergénios, 33 (63%) dos quais crianças com idades compreendidas entre
os 5 e os 16 anos.
Foi também acompanhado o início de tratamento com ciclosporina de um jovem com
dermatite atópica grave e má compliance para os tratamentos tópicos cutâneos.
CURRICULUM VITAE 59
HOSPITAL DE DIA
O Hospital de Dia de Imunoalergologia situa-‐se numa área contígua aos gabinetes de consulta
e do Laboratório de Exploração Funcional Respiratória e possui 3 cadeirões, mesa de trabalho
com computador, frigorífico e microondas. Funciona de segunda a sexta-‐feira, sendo a maioria
dos procedimentos agendados para início durante a manhã. Aqui são realizados
procedimentos diagnósticos como testes cutâneos por picada-‐picada, testes intradérmicos e
provocações orais, e procedimentos terapêuticos, nomeadamente administração de
imunoterapia específica subcutânea e dessensibilizações a alimentos e fármacos.
Durante o estágio foram acompanhadas 21 sessões de Hospital de Dia de 14 doentes, sob
orientação da Dra. Ângela Gaspar ou Dra. Susana Piedade (Tabela 17).
Tabela 17. Procedimentos observados em Hospital de Dia
PROCEDIMENTO SEXO IDADE MOTIVO
TCP Ananás e kiwi F 2 Suspeita de alergia ao ananás e kiwi
Peixes M 2 Suspeita de alergia a peixes
TCP/TID Beta-‐lactâmicos F 34 Anafilaxia peri-‐operatória
PPO Leite de vaca M 3 Alergia às PLV
Gema de ovo F 2 Anafilaxia ao ovo
Gema de ovo F 9 Alergia às PLV. Evicção de ovo por sIgE
positiva
Clara de ovo F 10 Antecedentes de anafilaxia ao ovo
Ovo cru F 16 Antecedentes de alergia ao ovo
Linguado F 6 Alergia não IgE-‐mediada a peixes
Meloxicam F 35 Hipersensibilidade aos AINE
DZT Leite de vaca M 6 Anafilaxia às PLV e alergia ao LEH
Leite de vaca M 7 Anafilaxia às PLV
AAS F 41 Anafilaxia ao AAS e doença pró-‐trombótica
SLIT Látex (iniciação) F 37 Anafilaxia ao látex e síndrome látex-‐frutos
AINE: Anti-‐inflamatórios não esteróides; DZT: Dessensibilização; LEH: leite extensamente hidrolisado; PLV: proteínas do leite de vaca; PPO: Prova de provocação oral; sIgE: Imunoglobulina E específica; SLIT: Imunoterapia sublingual; TCP: Testes cutâneos por picada; TID: testes intradérmicos.
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA DOS GRUPOS ETÁRIOS PEDIÁTRICOS 60
Foram de particular interesse o acompanhamento de várias sessões em Hospital de Dia de
dessensibilização oral ao leite de vaca, realizado segundo protocolo publicado por este grupo
(Rev Port Imunoalergologia 2011;19(3):161-‐169), tendo tido a oportunidade de colaborar na
recolha e tratamento de dados relativos às reações adversas destes procedimentos
(Publicação 31) e na publicação da dessensibilização realizada na criança com alergia ao leite
extensamente hidrolisado (Publicação 10).
O caso de dessensibilização ao ácido acetilsalicílico em doente com deficiência do inibidor do
ativador do plasminogénio tipo 1 foi também alvo de publicação (Publicações 2 e 27).
Foi ainda importante para a formação o acompanhamento da iniciação de imunoterapia
sublingual ao látex, realizada em 5 dias consecutivos no Hospital de Dia.
LABORATÓRIO DE EXPLORAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Coordenado pelo Dr. Mário Morais de Almeida e sob orientação do Prof. Doutor Luís Miguel
Borrego na idade pré-‐escolar, o laboratório é composto por 2 salas equipadas com
pletismógrafo Jaeger MasterScope spirometer (v4.65, Care Fusion Ltd) onde são realizadas
várias técnicas de exploração funcional respiratória, nomeadamente medição de volumes
pulmonares dinâmicos e estáticos por espirometria e pletismografia, avaliação de resistências
das vias aéreas, provas de broncodilatação e provas de provocação brônquica inespecífica com
metacolina e com exercício físico.
Durante o estágio foi acompanhada a realização de várias provas respiratórias pela Dra. Isabel
Almeida, tendo sido particularmente interessante a observação de estudos funcionais
respiratórios em crianças de idade pré-‐escolar. Nesta faixa etária, a confiança e cooperação da
criança são fundamentais, sendo essencial um ambiente tranquilo, técnico experiente e a
utilização de software animado, de forma a treinar a criança a dominar progressivamente as
técnicas de expiração forçada, tendo a exequibilidade desta técnica na prática clínica sido
revista e resultado em publicação (Publicação 3). É de salientar que em idade pré-‐escolar os
resultados são expressos em z-‐scores ajustados ao sexo, altura e idade, sendo um z-‐score
inferior a -‐2 para o FEVt e FEF25-‐75 interpretados como um padrão obstrutivo.
Foi ainda possível observar a realização de duas provas com exercício físico em crianças de
idade escolar.
CURRICULUM VITAE 61
SERVIÇO DE URGÊNCIA / PERMANÊNCIA DE IMUNOALERGOLOGIA
O Serviço de Imunoalergologia possui uma consulta de Atendimento Permanente / Urgência
de segunda a sexta-‐feira entre as 8h e as 20h, com referenciação do Serviço de Urgência ou
outras Especialidades do Hospital CUF Descobertas, ou por marcação de consulta urgente a
pedido do doente.
Durante o estágio foi realizada consulta de Urgência às segundas-‐feiras das 8h às 20h, com a
supervisão do Dr. Mário Morais de Almeida, onde foram observados 65 doentes, 54 (83%) de
idade pediátrica, 37 (57%) do sexo masculino, de acordo com o motivo na Tabela 18.
Tabela 18. Motivos de observação urgente e diagnósticos por faixa etária
0-‐23 MESES N=11
2-‐5 ANOS N=24
6-‐11 ANOS N=14
12-‐17 ANOS N=4
≥18 ANOS N=12
TOTAL N=65
Agudização de asma -‐ 5 7 2 5 19
Contexto infecioso -‐ 1 4 1 1 7 Incumprimento terapêutico
-‐ 1 -‐ 1 3 5
Infeção respiratória 11 18 7 2 6 44 Agudização de eczema atópico
-‐ 1 -‐ -‐ 1 2
Foi ainda observado um doente de 29 anos, sexo masculino, por anafilaxia ao atum e suspeita
de alergia a metilprednisolona por agravamento do quadro após administração de
metilprednisolona, a quem foi prescrito dispositivo para auto-‐administração de adrenalina
intramuscular e agendada consulta para avaliação de sensibilização a peixes e ao fármaco
suspeito. Posteriormente, foi excluída a suspeita de alergia a metilprednisolona pela realização
de testes cutâneos por picada e intradérmicos e prova de provocação oral.
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA DOS GRUPOS ETÁRIOS PEDIÁTRICOS 62
PROCEDIMENTOS EFETUADOS
Durante o estágio foram realizados vários procedimentos do âmbito da especialidade, que se
descriminam na Tabela 19.
Tabela 19. Procedimentos diagnósticos e terapêuticos realizados durante o Estágio de
Imunoalergologia dos Grupos Etários Pediátricos.
PROCEDIMENTO <18 ANOS TOTAL TESTES CUTÂNEOS POR PICADA(1) 112 162 TESTES EPICUTÂNEOS -‐ 1 INTERPRETAÇÃO DE ESTUDO FUNCIONAL RESPIRATÓRIO(2) 51 58 PROVA DE PROVOCAÇÃO ORAL A ALIMENTOS OU ADITIVOS 6 6 PROVA DE PROVOCAÇÃO A FÁRMACOS -‐ 1 PROVA DE PROVOCAÇÃO POR EXERCÍCIO FÍSICO 2 2 PROVA DE PROVOCAÇÃO COM ESTÍMULOS FÍSICOS(3) 2 3 APLICAÇÃO SUBCUTÂNEA DE IMUNOTERAPIA ESPECÍFICA 11 31 ACOMPANHAMENTO DE ESQUEMA ACELERADO DE IMUNOTERAPIA 8 10 ACOMPANHAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO DE IMUNOTERAPIA SUBLINGUAL -‐ 1 ACOMPANHAMENTO DE PROTOCOLOS DE INDUÇÃO DE TOLERÂNCIA 2 3
(1)Inclui testes cutâneos picada-‐picada com extratos em natureza. (2)24 em idade pré-‐escolar. (2)Teste do cubo do gelo, positivo nos 3 testados
CURRICULUM VITAE 63
ATIVIDADE CIENTÍFICA E DE FORMAÇÃO
Os trabalhos desenvolvidos durante ou após o estágio sob a supervisão de elementos do
Centro de Imunoalergologia do Hospital CUF Descobertas encontram-‐se descritos na Secção
“Atividade Científica e de Formação – Projetos de investigação”, relativamente aos projetos nº
3, 4, 9, 10, 14, 15 e 16, sendo ainda incluídas as publicações relativas aos casos clínicos
previamente referidos.
No âmbito das Reuniões do Centro de Imunoalergologia do Hospital CUF Descobertas foi
possível assistir ao tema “Diagnóstico de alergia molecular”, leccionado pelo Dr. Angel
Barahona a 14 de outubro de 2011.
Foi também ministrada a parte prática da Formação em “Terapia inalada” para farmacêuticos,
integrada na ação de formação sobre Asma e DPOC que decorreu a 12 e 13 de outubro de
2011 na Associação Portuguesa de Farmácias, Lisboa, sob coordenação da Escola de Pós-‐
Graduação em Saúde e Gestão (ANEXO 17), bem como realizada entrevista em programa
televisivo “Diário da Manhã”, dirigida ao público em geral, intitulada “Alergias alimentares no
Natal”, a 15 de dezembro de 2011.
Tabela 20. Atividades de investigação realizadas durante o Estágio de Imunoalergologia dos
Grupos Etários Pediátricos
TOTAL PROJETOS DE INVESTIGAÇÃO 7
Como autor ou co-‐autor 2 Em curso 3
PRÉMIOS 3 Como primeiro autor / apresentador 1
PUBLICAÇÕES 14 Artigos em texto completo 7
Como primeiro autor 4
Revistas indexadas 4
Sob a forma de resumo1 7 Como primeiro autor 4
1Os trabalhos / publicações em resumo semelhantes apresentados em diferentes reuniões,
independentemente da língua, foram contabilizados apenas uma vez.
ESTÁGIO DE IMUNOALERGOLOGIA DOS GRUPOS ETÁRIOS PEDIÁTRICOS 64
COMENTÁRIOS
A realização do estágio de Imunoalergologia dos Grupos Etários Pediátricos no Hospital CUF
Descobertas foi uma mais-‐valia para a formação específica em Imunoalergologia, dado que
possibilitou o contacto com um elevado número de crianças de diferentes idades, sobretudo
com patologia alérgica respiratória e alimentar.
Na consulta de doentes em idade pediátrica é privilegiada a comunicação eficiente com a
família ou cuidadores, enquanto se desenvolve na criança, de forma adequada à faixa etária, a
responsabilidade pessoal pelo tratamento e monitorização da sua doença e o ensino da
correta utilização da medicação, com especial relevo para a técnica inalatória e os dispositivos
utilizados nos grupos etários pediátricos.
Foi particularmente relevante a possibilidade de colaborar em trabalhos de investigação
científica nos domínios da rinite, sibilância e provas funcionais respiratórias em idade pré-‐
escolar, anafilaxia em idade pediátrica e dessensibilização oral ao leite de vaca, que
culminaram em prémios nacionais e na publicação de artigos em revistas indexadas.
CURRICULUM VITAE 67
INTRODUÇÃO
Local: Laboratório de Imunologia do Serviço de Patologia Clínica,
Centro Hospitalar São João, EPE
Diretor do Serviço de Patologia Clínica: Prof. Doutor Tiago Guimarães
Coordenador do Laboratório de Imunologia: Prof. Doutor Luís Delgado
Orientador de Formação: Prof. Doutor Luís Delgado
Duração: 3 meses (1/2/2012 a 30/4/2012)
O plano de atividades foi programado de acordo com os objectivos de formação, com
participação nas atividades dos vários setores funcionais de Laboratório de Imunologia:
Imunoalergologia, Imunoquímica, Autoimunidade, Imunidade Celular e Imunofenotipagem, e
Inflamação das Vias Aéreas.
As atividades desenvolvidas consistiram na observação e execução das diferentes técnicas de
estudo imunológico, na interpretação dos resultados obtidos e no aprofundamento de
conhecimentos teóricos e das noções sobre os limites e a fiabilidade das diferentes técnicas e
métodos.
Durante este período foi também mantida a atividade no Serviço de Imunoalergologia com
realização de Consulta Externa (2 períodos de consulta própria e 1 período de consulta de
imunodeficiências primárias) e Serviço de Atendimento Não Programado (18 horas/semana).
ESTÁGIO DE LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA 68
ATIVIDADE LABORATORIAL
SETOR DE IMUNOALERGOLOGIA
Este setor possui dois auto-‐analisadores Thermo Fisher Scientific®:
o ImmunoCAP® 250 – usado na rotina diária para determinação de IgE total e IgE específica
para alergénios e componentes moleculares, bem como para misturas de alergénios e
Phadiatop. Permite ainda estudos de autoimunidade, sendo aqui determinadas a IgA anti-‐
gliadina e anti-‐transglutaminase, IgG anti-‐proteína citrulinada cíclica (CCP) e IgG anti-‐
membrana basal glomerular (GBM)
o UniCAP® 100 – equipamento de menor dimensão e automatização, usado para
determinações menos frequentes como a IgG específica para veneno de himenópteros e
Aspergillus fumigatus, tríptase e proteína catiónica eosinofílica (ECP)
As determinações são realizadas através do método de Imunoensaio Enzimático Fluorescente
(FEIA). Para cada determinação é utilizada uma “caneta” específica que contém cápsulas
(CAPs) com uma matriz contendo o antigénio ou anticorpo ao qual se ligam os anticorpos ou
antigénios pretendidos da amostra, posteriormente conjugados com β-‐galactosidase e
incubados com uma solução de desenvolvimento de modo a haver emissão de fluorescência.
Após a adição da solução stop, a fluorescência é quantificada, sendo esta proporcional à
quantidade do elemento analisado.
O setor possui ainda o equipamento ImmunoCAP ISAC® (Thermo Fisher Scientific®) com
tecnologia de biochip para determinação semi-‐quantitativa de IgEs específicas para um painel
de mais de 100 componentes moleculares, utilizado em casos selecionados para estudos de
investigação de polissensibilizaçãoeanticorpos IgEde reatividade cruzada, sendo o resultado
expresso em Unidades Padrão ISAC (ISU). Durante o período de estágio não foi possível
realizar este procedimento.
CURRICULUM VITAE 69
SETOR DE AUTOIMUNIDADE
Neste setor as principais técnicas laboratoriais utilizadas são as de imunofluorescência
indireta, imunoensaio enzimático de fase sólida (ELISA) e immunoblotting. Apesar de ser o
setormais dedicado ao estudo da autoimunidade, é também realizada a identificação de auto-‐
anticorpos em outros setores e com outras metodologias como o imunoensaio enzimático
fluorescente, quimioluminescência e radioimunoensaio.
A Imunofluorescência Indireta é um método semi-‐quantitativo para detecção de antigénios ou
anticorpos, que usa um anticorpo marcado com fluorescência como meio de deteção final em
microscópio óptico de fluorescência. A avaliação é feita para duas diluições (1/100 e 1/1000),
utilizando substratos específicos em lâminas pré-‐peparadas:
o Lâmina Hep-‐20-‐10 (fígado de primata e células Hep2 – células epiteliais humanas do
carcinoma da laringe) para observação de anticorpos antinucleares (ANA) com diferentes
padrões (homogéneo, mosqueado, nucleolar, nuclear dots e anti-‐centrómero), que
sugerem anticorpos para diferentes antigénios nucleares
O Lâmina CT3 (estômago, fígado e rim de rato) para observação de anticorpos anti-‐
mitocondriais, anti-‐músculo liso, anti-‐células parietais e anti-‐LKM 1, 2 e 3 (liver, kidney
and microssomes)
O Lâmina com esófago de macaco para observação de anticorpos anti-‐desmossoma e anti-‐
membrana basal
O Lâmina com ovário de macaco para observação de anticorpos anti-‐ovário
O ELISA (“Enzyme-‐Linked ImmunoSorbent Assay”) é um método quantitativo em que se
encontram adsorvidos antigénios numa fase sólida, a que se ligam os anticorpos que
queremos determinar. É adicionado um anticorpo ou antigénio marcado com uma enzima que,
após a adição de substrato, permite o desenvolvimento de cor, quantificada por
espectrofotometria. Com este método é possível quantificar os seguintes auto-‐anticorpos:
anti-‐citoplasma dos neutrófilos (ANCA-‐MPO e ANCA-‐PR3), anti-‐C1q, anti-‐factor intrínseco, anti-‐
recetor TSH (TRAB), anti-‐fosfolípidos (anti-‐cardiolipina e anti-‐β2 glicoproteína) anti-‐
Sacharomyces cerevisiae (ASCA), e ainda o CH100.
O immunoblotting é um método qualitativo que utiliza o princípio do ELISA, em que se usa
uma tira revestida com diferentes auto-‐antigénios numa localização determinada, aos quais se
ligam os auto-‐anticorpos que queremos detetar. É o caso dos anticorpos contra antigénios
ESTÁGIO DE LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA 70
nucleares extraíveis (ENA -‐ anti-‐extractable nuclear antigen): anti-‐SSa, anti-‐SSb, anti-‐Scl70,
anti-‐Sm, anti-‐Jo1 e anti-‐RNP; e ainda os anticorpos anti-‐histonas, anti-‐SPR, anti-‐nucleossomas
e anti-‐PCNA.
SETOR DE IMUNOQUÍMICA
A Imunoquímica é o ramo da imunologia que se ocupa da caracterização bioquímica das
reações do sistema imunológico e/ou dos seus componentes. As principais técnicas
laboratoriais utilizadas neste setor são a electroforese capilar, nefelometria,
quimioluminescência e radioimunoensaio.
A electroforese capilar é utilizada para realização do proteinograma electroforético,
separando as moléculas de acordo com o tamanho e forma em: albumina, α1-‐globulina
(proteínas de fase aguda: 90% -‐ α1 antitripsina), α2-‐globulina (proteínas de fase aguda, ex.:
haptoglobina e ceruloplasmina), β-‐globulina (transferrina, beta lipoproteína e C3) e γ-‐globulina
(imunoglobulinas). No componente γ-‐globulina podem ser observadas alterações como a
hipogamaglobulinemia, pico policlonal ou pico monoclonal, sendo que para melhor
caracterização deste último é utilizada a técnica de imunofixação de modo a determinar se o
aumento se deve a cadeias leves k ou λ e a cadeias pesadas γ (igG), α (IgA) ou µ (IgM).
A nefelometria é utilizada para a quantificação de várias proteínas, entre as quais:
O Componentes do complemento: C1q, C3c, C4, C5 e inativador do C1;
O Imunoglobulinas (Ig): IgG total e subclasses, IgA, IgM e IgD;
O Fator reumatoide (IgM anti-‐Fc da IgG);
O Outras proteínas: albumina, pré-‐albumina, β2-‐microglobulina, α1-‐antitripsina, proteína C-‐
reativa (PCR) e PCR de alta sensibilidade, transferrina e receptor solúvel da transferrina e
ceruloplasmina, entre outras.
A quimioluminescência é utilizada para quantificação de marcadores tumorais, incluindo a β-‐
hCG, alfa feto-‐proteína, antigénio carcinoembrionário, antigénio prostático específico, total e
livre (PSA), CA19.9, CA125, CA15.3; auto-‐anticorpos como os anti-‐tiroglobulina (anti-‐TG) e anti-‐
peroxidase (anti-‐TPO), e proteínas como a ferritina.
O radioimunoensaio (RIA) é uma das técnicas mais sensíveis e específicas para a análise
quantitativa das reações antigénio-‐anticorpo, com detecção de concentrações na ordem dos
nanogramas e picogramas, utilizando como marcadores da reação isótopos radioativos.
CURRICULUM VITAE 71
Através deste método é realizada a quantificação de 17α-‐OH-‐hidroxiprogesterona,
testosterona e anticorpos anto-‐acetilcolina, anti-‐ilhéu pancreático (GAD) e anti-‐insulina.
SETOR DE IMUNIDADE CELULAR E IMUNOFENOTIPAGEM
A citometria de fluxo permite a caraterização celular de acordo com marcadores presentes na
superfície celular ou marcadores intracelulares, na sua maioria denominados clusters de
diferenciação (CD). A amostra é corada com diferentes fluorocromos tendo em conta as
populações celulares a identificar.
Após marcação, os tubos são colocados no citómetro FACSCanto® II, onde as células são
individualmente expostas a um feixe de luz que permite medir o tamanho celular através da
difração/refração (FSC – Forward Scatter), a granularidade das células através da dispersão da
luz (SSC -‐ Side Scatter) e a fluorescência.
Os resultados são apresentados no software Infinicyt® na forma de um gráfico tipo “dot-‐plot”
em que cada célula corresponde a um ponto, com uma das características apresentada nas
ordenadas e outra nas abcissas. Através da sucessiva seleção de grupos celulares tendo em
conta a FSC, SSC e fluorescência é possível quantificar os diferentes grupos celulares.
Na suspeita de doença hematológica, o painel de fluorocromos utilizado segue as
recomendações da EuroFlowTM antibody panels (2009), com diferentes conjuntos de
marcadores na suspeita de 1) leucemia aguda, 2) linfoma, 3) discrasia de plasmócitos, 4)
leucemia linfocítica aguda de precursores B, 5) leucemia linfocítica aguda de células T, 6)
leucemia mieloide aguda e Síndromes mielodisplásicos, 7) doença linfoproliferativa cónica de
células B, 8) doença linfoproliferativa crónica de células T, ou 9) doença linfoproliferativa
crónica de células NK.
A citometria de fluxo é também utilizada para imunofenotipagem dos linfócitos periféricos em
doentes com Imunodeficiência Primária e linfocitose em lavados broncoalveolares,
quantificação dos linfócitos T CD4+ nos doentes HIV positivos, análise do DNA, avaliação da
função oxidativa dos neutrófilos através do teste da dihidrorodamina (DHR) 123, contagem de
reticulócitos, caracterização de antigénios intracelulares e estudo da apoptose.
Durante o estágio foi apenas observada a realização de citometria de fluxo para doença
hematológica e doentes HIV positivos. No entanto, foram também observados, por interesse
ESTÁGIO DE LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA 72
próprio, resultados de doentes com suspeita de imunodeficiência primária, para os quais é
realizada a quantificação relativa (em percentagem) dos seguintes subtipos linfocitários:
CD19+, CD3+, CD3+CD4+, CD3+CD8+, CD3-‐CD16+CD56+.
SETOR DE INFLAMAÇÃO DAS VIAS AÉREAS
Neste setor é realizada a avaliação imunológica de lavados broncoalveolares (LBA) e esputo
induzido, não tendo este último sido observado durante o período do estágio.
Durante o período do estágio foi possível acompanhar todos os passos da avaliação
imunológica do LBA e assistir ao curso teórico-‐prático de “Lavado broncoalveolar”, integrado
no 1.º Curso de Doenças Pulmonares Difusas FMUP/HSJ, pelo que se descreve esta técnica
com maior pormenor.
O LBA é utilizado no estudo da patologia pulmonar, sobretudo das doenças do interstício. O
laboratório de Imunologia realiza a análise dos LBA colhidos no Centro Hospitalar São João,
bem como de outros hospitais da região norte com parceria.
A colheita é realizada por pneumologista, sendo instilado um volume de 200mL e colhidas 4
seringas de LBA: a primeira é mais representativa da árvore brônquica do que do interstício
pulmonar pelo que é enviada para o(s) laboratório(s) de microbiologia e/ou anatomia
patológica, consoante a indicação clínica; as 3 restantes seringas são enviadas para
processamento no laboratório de imunologia. Dada a progressiva diminuição do número de
linfócitos a partir de 4 horas após a colheita, o transporte e acondicionamento são feitos a frio
e o processamento realizado nas primeiras 24 horas.
A análise do LBA consiste nas seguintes etapas:
1. ANÁLISE MACROSCÓPICA DO VOLUME E CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA
§ Registo do volume de cada seringa e volume total da amostra
§ Coloração hemática pode indicar hemorragia pulmonar. Aspecto leitoso pode indicar
proteinose alveolar
§ Após observação macroscópica, as 3 seringas são filtradas, misturadas, homogeneizadas
e separadas em 3 tubos, um dos quais é reservado para a citometria
2. CONTAGEM TOTAL DE CÉLULAS
§ Diluição de 10 µL da amostra em 90 µL de cristal violeta
CURRICULUM VITAE 73
§ O preparado é colocado em câmara de Neubauer e efectuada contagem em microscopia
ótica do número total de leucócitos em 5 quadrados de 0,1 mm3
§ O número total de células por mL é calculado segundo a seguinte fórmula:
nºcélulas/mL=nºcélulas (nos 0,5 µL) x 2 x10 (diluição) x1000 (conversão para mL) (nºcélulas x 105/mL = nºcélulas (nos 0,5 µL) x 0,2)
§ Habitualmente a celularidade total é de 0,4 a 2,0 x 105/mL, podendo estar aumentada
em até 5 vezes nos fumadores saudáveis
§ A celularidade total encontra-‐se também aumentada em caso de sarcoidose, fibrose
pulmonar idiopática, pneumonite de hipersensibilidade, beriliose, hemorragia
pulmonar, histiocitose X, asma e outras patologias pulmonares
3. CONTAGEM DIFERENCIAL DE CÉLULAS
§ É preparada uma lâmina com um esfregaço de 40 µL e outro de 120 µL por
centrifugação rápida
§ Coloração da lâmina com Wright-‐Giemsa
(Se necessário podem ser preparadas lâminas com outras colorações como Pearls ou PAS) § Contagem diferencial por microscopia ótica, para um total de 500 células
(Uma contagem de células epiteliais ciliadas superior a 5% do total indica contaminação de material brônquico e má representatividade da amostra)
§ Os valores de referência para a contagem diferencial bem como as alterações mais
frequentes nas principais patologias estudadas estão representados no seguinte quadro:
CÉLULA REFERÊNCIA (%) VALORES RELATIVOS AUMENTADOS Macrófagos 80,0-‐95,0
Linfócitos 3,0-‐15,0 Sarcoidose, pneumonite de hipersensibilidade, silicose,
beriliose, pneumonite por fármacos
Neutrófilos 0,6-‐2,0 Contaminação brônquica, tabagismo, fibrose pulmonar
idiopática, asbestose, colagenoses, histiocitose X
Eosinófilos <1,0 Fibrose pulmonar idiopática, pneumonite induzida por
fármacos, pneumonia eosinofílica
§ Outras alterações podem ser observadas à microscopia e sugerir ou confirmar um
diagnóstico: corpos de asbesto ou de sílica na exposição a estas partículas; macrófagos com
pigmento hemossidérico com coloração de Pearls na hemorragia pulmonar; material
fosfolipoproteico amorfo PAS positivo na proteinose alveolar, ou inclusões lamelares
fosfolipídicas na pneumonite induzida pela amiodarona
ESTÁGIO DE LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA 74
4. Citometria de fluxo
§ Centrifuga-‐se 1 tubo da amostra: o sobrenadante é conservado até 3 anos em tubos de
plástico a -‐70ºC, podendo vir a ser utilizado em estudos posteriores para doseamento dos
componentes solúveis do LBA
§ O pellet celular é analisado por citometria de fluxo quando existe uma linfocitose relativa
≥12%
§ São preparados 2 tubos cada um com 100 µL de amostra do pellet celular e incubados com
anticorpos monoclonais conjugados com fluoresceína (FITC), ficoeritina (PE), PercPCy5 ou
APC que emitem diferentes fluorescências e permitem a diferenciação celular no citómetro.
o Tubo 1 – CD45 (leucócitos), CD3 (linfócitos T), CD16+CD56 (NK) e CD19 (linfócitos B)
o Tubo 2 – CD45 (leucócitos), CD3 (linfócitos T), CD4 (T helper) e CD8 (T citotóxicos)
(outros anticorpos podem ser utilizados, ex.: CD1a no diagnóstico da histiocitose X e CD103, em estudo para possível marcador diagnóstico de sarcoidose em doentes sem razão CD4+/CD8+ aumentada)
§ A amostra assim obtida é analisada no citómetro FACSCalibur©, sendo adquiridos um
mínimo de 20.000 eventos (células)
§ É identificada a percentagem de linfócitos B, T e NK, bem como a de linfócitos T helper
(CD4+), T citotóxicos (CD8+) e a razão CD4+/CD8+
§ Os linfócitos T representam habitualmente ≥60% da amostra, pelo que o aumento das
populações B ou NK deve suscitar um estudo mais alargado para exclusão de doença
linfoproliferativa
§ No indivíduo saudável a razão CD4+/CD8+ varia entre 1,5 e 2,0, aumentando com a
idade. Esta razão pode estar aumentada na sarcoidose (onde uma razão ≥3,5 apresenta
uma sensibilidade de 52–59% e uma especificidade de 94–96%), beriliose, asbestose e
colagenoses. O número de linfócitos T CD8+ aumenta, com consequente diminuição da
razão CD4+/CD8+, na pneumonite de hipersensibilidade, pneumonite por fármacos,
bronquiolite obliterante (BOOP) e silicose.
§ Sempre que possível, é analisada uma amostra de sangue periférico do mesmo doente
em paralelo com a amostra de LBA.
Durante o estágio nesta secção, sob orientação da Dra. Carmo Palmares e em colaboração com
a Dra. Marília Beltrão e Dra. Oksana Sokhatska, tive a oportunidade de observar todos os
passos da técnica de análise do LBA, incluindo a citometria de fluxo, bem como fazer
contagens totais e diferenciais de diferentes LBA.
CURRICULUM VITAE 75
Durante este período, observei ainda a determinação de metaloproteinases da matriz 1 e 7
(MMP-‐1 e MMP-‐7) no soro de doentes com fibrose pulmonar idiopática utilizando o kit
Fluorokine® MAP com tecnologia multiplex no auto-‐analisador Luminex® 200, no âmbito de
uma investigação coordenada pelo Dr. António Morais, Pneumologista coordenador da
consulta de Patologia do Interstício Pulmonar.
ESTÁGIO DE LABORATÓRIO DE IMUNOLOGIA 76
ATIVIDADE CIENTÍFICA
Durante o estágio de Laboratório de Imunologia, no âmbito do 1.º Curso de Doenças
Pulmonares Difusas FMUP/HSJ, que decorreu de 13 a 15 Fevereiro de 2012, com supervisão
do Dr. António Morais, foi possível assistir ao Curso Teórico-‐Prático de Lavado
Broncoalveolar, sob orientação da Dra. Carmo Palmares e em colaboração com a Dra. Marília
Beltrão e Dra. Oksana Sokhatska, que teve lugar no Serviço de Imunologia do Centro Hospitalar
São João.
Durante este período foi também possível assistir a aulas teóricas de Imunologia Básica e
Imunologia Clínica lecionadas por elementos do Serviço de Imunologia ao 3º ano do Curso de
Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Foi iniciada a colaboração com a Task Force de Provocações Conjuntivais da EAACI, com
primeira reunião em presença física de 23 a 25 de novembro de 2012 e que se encontra
atualmente em fase de revisão do artigo com as Recomendações para a Realização de
Provocações Conjuntivais com Alergénios na Prática Clínica.
Tendo em conta o contacto previamente estabelecido com o Prof. Doutor Charles McSharry do
Laboratório de Imunologia, Infeção e Inflamação da Universidade de Glasgow, Escócia, com
interesse particular no estudo das Pneumonites de Hipersensibilidade (Curso 6), foi
fomentado o contacto entre estes dois laboratórios e a codificação de soros armazenados que
poderão ser futuramente utilizados em parcerias de investigação nestas patologias.
Foi ainda proposta a realização de Projeto de Investigação visando a avaliação de
subpopulações linfocitárias em doentes com Imunodeficiência Comum Variável segundo a
classificação de Freiburg (inclui a quantificação de células B de memória – CD19+CD27+IgM-‐, e
linfócitos CD19+CD21low; referência: Blood. 2002 Mar 1;99(5):1544-‐51) e associação com
diferentes padrões clínicos da doença. Visto que o Setor de Imunidade Celular deste
laboratório não possui os marcadores necessários para a realização do projeto, este encontra-‐
se atualmente em fase de desenvolvimento em parceria com o Centro de Imunodeficiências
Primárias do Hospital Santa Maria, Centro Hospitalar Lisboa Norte.
CURRICULUM VITAE 77
COMENTÁRIOS
A realização do estágio de Laboratório de Imunologia foi uma mais-‐valia para a formação
específica em Imunoalergologia, dado que possibilitou a aquisição e consolidação de
conhecimentos relativos à relevância clínica e fiabilidade de diferentes técnicas e métodos
utilizados na avaliação imunológica.
Foi particularmente interessante a colaboração com o Setor de Inflamação das Vias Aéreas,
que conta com membros com importante impacto na investigação das patologias inflamatórias
das vias aéreas e pulmões.
Infelizmente, não foi possível observar algumas das técnicas com importância atual para a
prática da Imunoalergologia, entre as quais se salienta a realização de IgE específica para
componentes alergénicos, ImmunoCAP ISAC®, técnicas de inibição / estudo da reatividade
cruzada alergénica, detecção de anticorpos específicos para antigénios proteicos e
polissacáridos, avaliação de linfoproliferação/linfoativação e avaliação da função fagocitária,
que não estão disponíveis ou não foram requisitados durante o período limitado deste estágio,
embora estes procedimentos e a sua técnica tenham sido abordados e discutidos.
Saliento ainda a importância de a avaliação imunofenotípica das subpopulações linfocitárias
em doentes com suspeita de imunodeficiência primária ser reportada em valores absolutos e
de acordo com a faixa etária, como proposto por Comans-‐Bitter (Comans-‐Bitter WM et al.
Immunophenotyping of blood lymphocytes in childhood. Reference values for lymphocyte
subpopulations. J Pediatr 1997;130:388-‐93), pontos estes que foram discutidos com o Prof.
Doutor Luís Delgado e que se pensa poderem ser melhorados futuramente.
CURRICULUM VITAE 81
ESTÁGIO DE PEDIATRIA MÉDICA
INTRODUÇÃO
Local: Centro Hospitalar São João, EPE, Serviço de Pediatria Médica, Tira Azul
Diretor de Serviço: Prof. Doutor Caldas Afonso
Chefe de Equipa: Dra. Eunice Trindade
Duração: 9 meses (2/1/2009 a 30/9/2009)
O Serviço de Pediatria Médica está integrado na Unidade Autónoma de Gestão da Mulher e
da Criança do Hospital de São João. Dispõe de 60 camas para internamento divididas em 4
equipas referidas como Tira Azul, Laranja, Verde e Amarela.
O Serviço proporciona orientação e formação a Internos Complementares de Pediatria Médica
e a Internos de outras Especialidades, nomeadamente Imunoalergologia, Cardiologia
Pediátrica e Medicina Geral e Familiar. Além disso, participa na formação de Internos do Ano
Comum e Alunos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Foi cumprido um horário de 42 horas semanais distribuído pelo Internamento, 3 horas de
Consulta Externa de Pediatria Geral, 6 horas de Permanência de forma a assegurar a
assistência aos doentes internados no serviço entre as 14h00 e as 20h00 e 12 horas de Serviço
de Urgência Pediátrica na equipa D’.
Durante este período foi também mantida atividade de caráter observacional no Serviço de
Imunoalergologia, tendo frequentado a Consulta Externa sob orientação do Dr. José Luís
Plácido à quarta-‐feira de tarde e assistido às Reuniões semanais do Serviço de
Imunoalergologia.
ATIVIDADE ASSISTENCIAL
INTERNAMENTO
As atividades no internamento consistiram no acompanhamento dos doentes da equipa,
nomeadamente colheita de história clínica, realização do exame físico, formulação ou
alteração de hipóteses de diagnóstico, pedido e interpretação de exames complementares de
diagnóstico, instituição de terapêutica apropriada, elaboração de notas de alta e registo no
Boletim de Saúde Infantil e Juvenil.
OUTROS ESTÁGIOS CLÍNICOS 82
Para além da Dra. Eunice Trindade, chefe de equipa da Tira Azul (Assistente Hospitalar,
membro da Unidade de Gastrenterologia Pediátrica), fizeram parte da equipa de trabalho
durante o estágio a Dra. Cíntia Correia (Assistente Hospitalar, membro da Unidade de
Endocrinologia Pediátrica), Dra. Margarida Tavares, até maio de 2009 (Assistente Hospitalar,
membro da Unidade de Infecciologia e Imunodeficiências), Dra. Ana Filipe Almeida (interna de
primeiro ano de formação específica de Pediatria Médica) e, com presença parcial e caráter
rotativo, as internas de Pediatria Médica Dra. Janine Coelho, Dra. Isabel Loureiro, Dra. Andreia
Leitão, Dra. Ana Teixeira, Dra. Marta Grilo e Dra. Carla Costa, internos do ano comum e alunos
do 6º ano do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
A rotina do Serviço incluiu a observação diária dos doentes e registo clínico durante a manhã e
uma reunião com os restantes elementos da equipa ao fim da manhã para revisão e discussão
dos casos clínicos.
Durante o estágio foram observados 405 doentes em 419 internamentos, 190 (45%) do sexo
feminino, com idade média de 3 anos (1 dia a 17 anos), cujos motivos de internamentos /
diagnósticos principais estão discriminados na Tabela 21.
Os doentes estiveram internados em média durante 4 dias (1 a 38 dias), não tendo ocorrido
nenhum óbito durante o internamento.
Salienta-‐se um caso clínico pelo desafio e carga psicológica do diagnóstico, de um rapaz de 7
anos previamente saudável, internado por cefaleias persistentes, a quem foi diagnosticado um
tumor neuroectodérmico primitivo do SNC, tendo este caso sido apresentado pela Dra. Ana
Filipe Almeida na Reunião Portuguesa de Pediatria em 2009 (Publicação 20). Foi também
interessante constatar o diagnóstico de fibrose quística em 2 doentes com múltiplos
internamentos por infeções respiratórias inferiores.
De 1 de fevereiro a 30 de setembro de 2009 foi também requerida a observação de doentes
do internamento da Unidade de Hemato-‐Oncologia Pediátrica, sob orientação dos
especialistas Dr. Nuno Farinha (Assistente Hospitalar Graduado) e Dra. Maria João Gil da Costa
(Assistente Hospitalar Graduada). Foram observadas 12 crianças, a maioria com neoplasias do
sistema nervoso central e uma jovem de 12 anos com Sarcoma de Ewing.
CURRICULUM VITAE 83
A partir de 1 de maio de 2009 as crianças com suspeita ou confirmação de infeção pelo vírus
Influenzae A H1N1 (Gripe A) eram internadas numa unidade específica, em isolamento, tendo
sido observadas 8 crianças com suspeita não confirmada de Gripe A ao cuidado da Tira Azul.
Tabela 21. Motivos de internamento e diagnósticos por internamento por faixa etária
1-‐30 DIAS
N=133
1-‐23 MESES N=154
2-‐5 ANOS N=55
6-‐11 ANOS N=52
12-‐17 ANOS N=25
TOTAL N=419
Sépsis/febre/risco infecioso 14 19 2 6 -‐ 41
Meningite aguda(1) 1 2 5 3 2 13
Infeção respiratória(2) 4 47 15 11 4 81
Bronquiolite aguda 3 30 -‐ -‐ -‐
Pneumonia 1 10 13 6 2
Asma / sibilância recorrente -‐ 8 6 2 1 17
Infeção ORL complicada -‐ 5 8 2 1 16
Pielonefrite aguda 1 17 3 3 -‐ 24
Gastrenterite aguda 1 24 6 5 5 41
Icterícia neonatal 100 -‐ -‐ -‐ -‐ 100
Outros(3) 12 32 10 20 12 86 (1)Neisseria meningitidis tipo B (n=1) e enterovírus (n=3); (2)VSR (n=20), Bordetella pertussis (n=2), vírus parainfluenzae 3 (n=2), vírus influenzae A (n=1), metapneumovírus (n=1), adenovírus (n=1) e vírus Ebstein-‐Barr (n=1); (3)Doenças cutâneas: exantema generalizado (n=4), epidermólise bolhosa (n=1), penfigóide bolhoso (n=1), ictiose congénita (n=1), gengivoestomatite herpética (n=1), impetigo (n=1) e doença mão-‐pé-‐boca (n=1). Doenças hematológicas: neutropenia (n=2), vasculite (n=2), anemia ferropénica grave (n=2), anemia hemolítica (n=1), beta-‐talassémia major (n=1), trombocitopenia (n=1), Síndrome de Evans (n=1), púrpura trombocitopénica idiopática (n=2) e púrpura de Henoch-‐Schoenlein (n=3). Doenças neuro-‐psiquiátricas: Apparent Life-‐threatening Event (ALTE) (n=8), convulsão (n=6), perturbação do comportamento alimentar (n=3), alteração da marcha (n=2), síndrome pós-‐punção lombar (n=2), cefalohematoma (n=1) e cefaleia persistente (n=1). Doenças gastrintestinais e metabólicas: má evolução ponderal (n=3), refluxo gastroesofágico (n=3), hemorragia digestiva (n=3), sub-‐oclusão intestinal (n=1), hepatite colestática (n=1) e défice de ornitina transcarbamilase (n=1). Doenças reumatológicas: artrite idiopática juvenil (n=4) e miosite (n=1). Deficiências congénitas ou adquiridas: mielomeningocelo (n=1), Síndrome de Turner (n=1), Trisomia 21 (n=1), sequência de Pierre-‐Robin (n=1), paralisia cerebral (n=1), laringomalácia (n=1) e brônquio traqueal (n=1).
Foi também possível assistir à discussão de casos clínicos de doentes internados sob a
responsabilidade da Gastrenterologia Pediátrica (Dra. Eunice Trindade) e Endocrinologia
Pediátrica (Dra. Cíntia Correia), que enriqueceram este estágio. Foram ainda observadas
diversas técnicas como punção venosa e capilar, colheita de sangue para rastreio metabólico
neonatal, algaliação, punção lombar, cinesioterapia respiratória e fototerapia em crianças com
icterícia neonatal.
OUTROS ESTÁGIOS CLÍNICOS 84
CONSULTA EXTERNA
Realizada durante um período da manhã por semana com a supervisão da Dra. Ana Maia
(Assistente Hospitalar Graduada) ou Dr. João Luís Barreira (Assistente Hospitalar) e com a
colaboração frequente de internos de Medicina Geral e Familiar.
Foram durante este período realizadas 194 consultas a 167 doentes, 54 dos quais em primeira
consulta, 84 (50%) do sexo feminino, com uma idade média de 4 anos (25 dias a 16 anos), 33
(20%) lactentes e 25 (15%) com idade ≥10 anos.
As patologias mais frequentemente observadas foram pielonefrite aguda (n=25), má evolução
estaturo-‐ponderal (n=25), atraso do desenvolvimento psico-‐motor (n=11), cistites de repetição
(n=10), infeções das vias aéreas superiores de repetição (n=9), sibilância recorrente (n=7) e
asma (n=7). Foram ainda observadas crianças com púrpura de Henoch-‐Schoenlein, anemia,
suspeita de alergia às proteínas do leite de vaca, neutropenia e défice de IgA.
PERMANÊNCIA
Realizada sob orientação de internos dos últimos anos de formação específica de Pediatria
Médica com o objetivo de prestar assistência a doentes do internamento de Pediatria. As
condições que mais frequentemente solicitaram observação foram queixas respiratórias, febre
e convulsões. Esta atividade permitiu tomar contato com doentes com patologias menos
frequentes internados no Serviço de Pediatria por outras equipas ou Especialidades,
nomeadamente Ortopedia e Otorrinolaringologia, como o caso de um jovem com
insensibilidade congénita à dor com anidrose internado por traumatismo do joelho.
SERVIÇO DE URGÊNCIA
A atividade no Serviço de Urgência, com periodicidade de 12 horas semanais, foi realizada na
equipa D’ da Urgência Pediátrica Integrada do Porto, dirigida pela Dra. Irene Carvalho
(Assistente Hospitalar Graduada). Os doentes foram observados com crescente autonomia
embora de forma tutelada e a sua orientação discutida com um dos Especialistas da Equipa,
mais frequentemente a Dra. Eunice Trindade, Dra. Cíntia Correia, Dra. Isabel Tavares e Dra.
Irene Carvalho.
As patologias mais frequentemente observadas foram as doenças infeciosas respiratórias,
gastrintestinais, urinárias e cutâneas, incluindo doenças exantemáticas e escabiose. Foram
CURRICULUM VITAE 85
também observadas crianças com dermatite atópica, dermatite seborreica, cefaleias e outras
situações menos frequentes como convulsões com e sem febre e intoxicação por fármacos.
Ressalta-‐se a frequente colaboração com outras Especialidades, entre as quais a Cirurgia e
Cardiologia Pediátrica, a Otorrinolaringologia e a Dermatologia, permitindo a agilização de
diagnósticos e terapêuticas.
ATIVIDADE CIENTÍFICA
O estágio incluiu diversas ações formativas, nomeadamente as Reuniões Clínicas (duas vezes
por semana) com apresentação e discussão dos doentes internados e Reuniões de carácter
Científico-‐Pedagógico (três vezes por semanas) com apresentações de temas de revisão ou
artigos em formato Journal Club. Neste âmbito, foi apresentado em Reunião de Serviço de
Pediatria Médica o tema “Dermatite atópica: da fisiopatologia ao tratamento”(Apresentação
21), tendo também colaborado na preparação de 2 casos clínicos apresentados no Congresso
Nacional de Pediatria (Publicações 20 e 21).
COMENTÁRIOS
A realização do estágio de Pediatria Médica foi uma mais-‐valia para a formação específica em
Imunoalergologia, dado que possibilitou a aquisição de um vasto conjunto de conhecimentos
em patologias frequentes na idade pediátrica, nomeadamente patologia respiratória e cutânea
em que se colocam importantes diagnósticos diferenciais com doenças do foro-‐
imunoalergológico.
Apesar de este ter sido o primeiro estágio da formação específica em Imunoalergologia,
realizado ainda sem autonomia para o exercício da Medicina, foi sempre promovida a
observação e responsabilização pelo seguimento dos doentes, com acompanhamento e
esclarecimento de dúvidas sempre que necessário, o que foi importante para a aquisição
progressiva de autonomia na colheita da história clínica, realização do exame objetivo e
desenvolvimento do raciocínio clínico adequados aos diferentes grupos etários pediátricos.
Mantenho a expectativa de se poder no futuro aumentar a cooperação entre a Pediatria
Médica e a Especialidade de Imunoalergologia. Será uma mais valia o contributo da
Imunoalergologia especialmente, mas não exclusivamente, na realização de procedimentos
específicos no âmbito do diagnóstico da alergia alimentar, a fármacos e a veneno de
OUTROS ESTÁGIOS CLÍNICOS 86
himenópteros, de forma a melhorar a assistência à criança alérgica e a otimização de recursos
do Centro Hospitalar São João, EPE.
CURRICULUM VITAE 87
ESTÁGIO DE MEDICINA INTERNA
INTRODUÇÃO
Local: Centro Hospitalar São João, EPE, Serviço de Medicina Interna, Unidade A3 Homens
Diretor de Serviço: Prof. Doutor Paulo Bettencourt
Chefe de unidade: Dr. Afonso Esteves
Orientador de Formação: Dra. Isabel Barbosa
Duração: 9 meses (1/10/2009 a 30/6/2010)
O Serviço de Medicina Interna pertence à Unidade Autónoma de Gestão de Medicina do
Hospital de São João. Dispõe de 200 camas (100 para homens e 100 para mulheres),
distribuídas por 2 pisos (3 e 4) e está dividido em 8 Unidades, com 25 camas cada uma. Cada
Unidade é constituída por 4 médicos especialistas, responsáveis por um grupo de doentes,
definido como tira e sendo um deles Chefe da Unidade.
Foi cumprido um horário de 40 horas semanais distribuído pelo Internamento, 6 horas de
Permanência de forma a assegurar a assistência aos doentes internados no serviço entre as
14h00 e as 20h00 e 12 horas de Serviço de Urgência na equipa D’.
Durante este período foi também mantida atividade de caráter observacional no Serviço de
Imunoalergologia, tendo frequentado a Consulta Externa sob orientação do Dr. José Luís
Plácido à quarta-‐feira de tarde e assistido às Reuniões semanais do Serviço de
Imunoalergologia.
ATIVIDADE ASSISTENCIAL
INTERNAMENTO
As atividades no internamento consistiram no acompanhamento dos doentes da equipa,
nomeadamente colheita de história clínica, realização do exame físico, formulação ou
alteração de hipóteses de diagnóstico, pedido e interpretação de exames complementares de
diagnóstico, instituição de terapêutica apropriada e elaboração de notas de entrada e de alta.
Para além da Dra. Isabel Barbosa, responsável de equipa e orientadora de formação, fizeram
parte da equipa de trabalho durante o estágio a interna de Formação Específica de
OUTROS ESTÁGIOS CLÍNICOS 88
Cardiologia, Dra. Filipa Melão, de abril a junho de 2010, internos do ano comum e alunos do 6º
ano do Curso de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
A rotina do Serviço incluiu a observação diária dos doentes e registo clínico durante a manhã e
uma reunião com os restantes elementos da equipa ao fim da manhã para revisão e discussão
dos casos clínicos.
Durante o estágio foram observados 97 doentes, todos do sexo masculino, com idade média
de 71 anos, dos 21 aos 94 anos, sendo que 73 (75%) tinham idade ≥65 anos.
A proveniência dos doentes foi do Serviço de Urgência em 74 (76%) dos casos, Unidade de
Cuidados Intermédios de Medicina em 10 (10%), Unidade de AVC em 6 (6%) e os restantes de
outras proveniências como Consulta Externa ou Hospital de Dia.
As patologias observadas e o motivo de internamento, incluindo agudização de doença
crónica, encontram-‐se discriminados na Tabela 22, de acordo com o grupo nosológico. Dada a
frequente comorbilidade, o número de diagnósticos ultrapassa o número de doentes. Neste
contexto destaca-‐se a presença de síndrome metabólico em 10 doentes e da frequente
concomitância de várias patologias cardiovasculares incluindo hipertensão arterial, disritmias
cardíacas, insuficiência cardíaca, doença arterial periférica e doença cerebrovascular.
Salientam-‐se quatro doentes que representaram um desafio ou particularidade diagnóstica:
um doente de 58 anos com adenocarcinoma do cólon sigmoide e endocardite infeciosa por
Streptococcus gallolyticum, um doente de 59 anos, motorista, internado para estudo de
síncope e a quem foi diagnosticada epilepsia parieto-‐temporal, um doente de 68 anos
diagnosticado com amiloidose AL e um doente de 74 anos internado por hiponatrémia
sintomática, cefaleias, vómitos, obstipação, hipoglicemias e bradicardia sinusal a quem foi
diagnosticado panhipopituitarismo secundário a apoplexia hipofisária, tendo este último caso
sido apresentado em Reunião Clínica de Medicina Interna.
Foram também observados doentes com clínica atual ou antecedentes de reações adversas a
fármacos, de entre as quais se salientam um doente com síndrome cardio-‐renal por anti-‐
inflamatórios não esteroides, um doente com pancreatite aguda secundaria a azitromicina e
um doente com icterícia colestática tóxica secundária a metotrexato.
CURRICULUM VITAE 89
Tabela 22. Motivos de internamento e diagnósticos dos doentes internados
MOTIVO INTERNAMENTO
DIAGNÓSTICOS À DATA DA ALTA
Doenças do aparelho circulatório 24 75 Hipertensão arterial -‐ 50 Insuficiência cardíaca 10 32 Doença cerebrovascular 12 29 Disritmia cardíaca -‐ 21 Doença arterial periférica -‐ 12 Valvulopatia -‐ 8 Cardiopatia isquémica -‐ 7 Outros(1) 2 2
Doenças do aparelho respiratório 45 50 Infeção respiratória aguda(2) 43 43 Doença pulmonar obstrutiva crónica 1 16 Outros(3) 1 10
Doenças das glândulas endócrinas e metabolismo 4 45 Diabetes mellitus 4 32 Dislipidemia -‐ 24 Obesidade -‐ 13 Hiperuricemia -‐ 5
Doenças do aparelho genitourinário 15 38 Insuficiência renal crónica 6 19 Infeção urinária 9 15 Hipertrofia benigna da próstata -‐ 13
Distúrbios mentais ou neurológicos 36 Dependências de drogas, incluindo tabagismo -‐ 22 Demência -‐ 10 Epilepsia -‐ 4
Doenças do aparelho digestivo 4 10 Doença hepática crónica 2 5 Outros(4) 2 6
Neoplasias(5) -‐ 17 Outros 11(6) 20(7)
(1)Endocardite infecciosa (n=1) e pericardite aguda (n=1); (2)Pneumonia nosocomial (n=10) e de aspiração (n=3); (3)Pneumoconiose (n=6), asma (n=3) e derrame pleural (n=1); (4)Úlcera gastroduodenal (n=1), diarreia crónica (n=1), peritonite bacteriana espontânea (n=1) e pancreatite aguda (n=1); (5)Próstata (n=7), ureter (n=1), pénis (n=1), estômago (n=2), colo-‐rectal (n=3), ducto pancreático (n=1), fígado (n=1), pulmão (n=1); (6)Síncope (n=3), hiponatrémia (n=2), icterícia colestática tóxica (n=1), sépsis (n=1), realização de coronariografia (n=1), síndrome vertiginoso (n=1), tromboembolismo pulmonar (n=1), anemia (n=1); (7)Anemia (n=5), artrite reumatoide (n=2), síndrome de secreção inapropriada de hormona antidiurética (n=1), panhipopituitarismo (n=1), infecção crónica por vírus da hepatite B (n=1) e hepatite C (n=1), infecção pelo vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (n=1) e tipo 2 (n=1), trisomia 21 (n=1), défice de alfa1-‐antitripsina fenótipo M1S (n=1) e amiloidose AL (n=1).
OUTROS ESTÁGIOS CLÍNICOS 90
Vinte e quatro (25%) doentes tiveram infeções com agente identificado, entre os quais 1 com
diarreia crónica a citomegalovírus e 7 com infeção pelo agente nosocomial Acinetobacter
baumanii, tendo também ocorrido um surto de escabiose que afetou vários doentes da
unidade.
A duração mediana do internamento foi de 10 (2 a 60) dias, tendo 2 doentes falecido. Dois
doentes tiveram alta para uma Unidade de Cuidados Continuados, 3 foram transferidos para o
internamento de outra especialidade e 6 tiveram alta para um Lar, tendo os restantes tido alta
para o domicílio, 21 com orientação para Consulta de Medicina Interna e 2 doentes com asma
para consulta de Imunoalergologia.
É também de referir o papel na informação aos prestadores de cuidados e familiares acerca do
diagnóstico, tratamento, evolução e prognóstico das doenças. Sempre que necessário
procedeu-‐se à articulação com o Serviço Social, de forma a providenciar apoio domiciliário,
integração em lares ou em instituições para convalescença, de acordo com as carências
existentes.
Durante o período deste estágio foi ainda possível observar e/ou realizar diversas técnicas
como gasimetria arterial, electrocardiograma, paracentese, toracocentese, punção venosa,
colocação de cateter venoso central, sonda nasogástrica e algaliação.
PERMANÊNCIA
Realizada durante o período da tarde (14h às 20h) sob orientação de internos dos últimos anos
de formação específica de Medicina Interna, com o objetivo de prestar assistência a doentes
da Unidade A3 do internamento de Medicina Interna. As condições que mais frequentemente
solicitaram observação foram dor torácica, dispneia, febre, queixas álgicas e alteração do
estado de consciência.
SERVIÇO DE URGÊNCIA
Com periodicidade de 12 horas semanais na equipa D’, realizada rotativamente na “Área
Amarela” onde são observados os doentes de prioridade azul, verde e amarela segundo o
Sistema de Triagem de Manchester, e a “Área Laranja”, onde são observados os doentes
muitos urgentes, nomeadamente da Via Verde AVC, Via Verde Coronária e Via Verde Sépsis.
CURRICULUM VITAE 91
No Serviço de Urgência foram observados doentes com infeções respiratórias, insuficiência
respiratória, cardíaca e renal aguda, síndrome coronário agudo, disritmias cardíacas, acidente
vascular cerebral, diabetes mellitus descompensada e quadros infeciosos.
Os doentes eram, sempre que necessário, discutidos com os especialistas da equipa de
Urgência, tendo os últimos 6 meses sido realizados já com autonomia para o exercício da
medicina.
ATIVIDADE CIENTÍFICA
O estágio incluiu diversas ações formativas, nomeadamente as Visitas de Serviço, com
apresentação e discussão dos doentes internados, Reuniões Clínicas com apresentação e
discussão de casos clínicos e Cursos Teórico-‐Práticos desenvolvidos no âmbito do Serviço de
Urgência. Neste âmbito, foi apresentado em Reunião de Serviço de Medicina Interna o caso
clínico “Panhipopituitarismo”(Apresentação 22), tendo também colaborado em projetos no
Serviço de Imunoalergologia.
COMENTÁRIOS
A realização do estágio de Medicina Interna foi uma mais-‐valia para a formação específica em
Imunoalergologia, dado que possibilitou a aquisição e consolidação de um vasto conjunto de
conhecimentos em patologias frequentes na idade adulta e também na metodologia de
trabalho e raciocínio médico essenciais ao exercício da profissão.
Dada a sectorização das Unidades na observação de homens ou de mulheres, seria de
considerar no futuro a possibilidade de os internos poderem realizar parte do Estágio de
Medicina Interna numa Unidade de internamento de homens e outra numa de mulheres, de
forma a poder melhor desenvolver o exame objetivo, diagnósticos diferenciais e abordagens
terapêuticas com particularidades de género.
Será também de ponderar dedicar uma maior parte do horário semanal ou uma parte do
estágio à Consulta Externa de Medicina Interna, o que permitiria a observação de um maior
número de doentes adultos não geriátricos, o estudo diagnóstico e seguimento de patologias
sem indicação para internamento e uma melhor integração com a Especialidade de
Imunoalergologia, predominantemente de ambulatório.
OUTROS ESTÁGIOS CLÍNICOS 92
ESTÁGIO DE PNEUMOLOGIA
INTRODUÇÃO
Local: Serviço de Pneumologia, Centro Hospitalar São João, EPE
Diretor de Serviço: Prof. Doutor Agostinho Marques
Orientador de Formação: Dr. João Almeida
Duração: 3meses (1/5/2012 a 31/7/2012)
O plano de atividades foi programado de acordo com os objetivos de formação e outros
interesses adicionais, incluindo 3 períodos semanais de Consulta Externa de Pneumologia, 12
horas semanais no Serviço de Urgência de Pneumologia à segunda-‐feira e a participação
ocasional em outros sectores como o Laboratório de Exploração Funcional Respiratória,
Unidade de Fisiopatologia e Reabilitação Respiratória e Unidade de Endoscopia Respiratória.
Durante este período foi também mantida a atividade no Serviço de Imunoalergologia com
realização de Consulta Externa(2 períodos de consulta própria e 1 período de consulta de
imunodeficiências primárias) e Serviço de Atendimento Não Programado (6 horas/semana).
ATIVIDADE ASSISTENCIAL
CONSULTA EXTERNA
PNEUMOLOGIA GERAL
Realizada sob orientação principal da Dra. Isabel Gomes, mas também em colaboração com
outros especialistas de Pneumologia. As patologias observadas incluíram doença pulmonar
obstrutiva crónica, enfisema pulmonar e bronquiectasias. Foram observados doentes
medicados com corticoides inalados, agonistas β2 de curta e longa ação, anticolinérgicos,
xantinas e mucolíticos.
CONSULTA ESPECIALIZADA EM CESSAÇÃO TABÁGICA
Realizada sob orientação da Dra. Isabel Gomes, esta consulta dispõe de um protocolo
específico, de acordo com o Programa Nacional de Cessação Tabágica de 2007 da Direção
Geral de Saúde.
Na primeira consulta é realizada a história clínica e exame objectivo, com particular destaque
para a história tabágica e a identificação de comorbilidades. Esta avaliação é complementada
CURRICULUM VITAE 93
com o Questionário de Fagerström (dependência física da nicotina), Teste de Richmond
(motivação para a cessação) e Teste das Influências Exteriores. São ainda solicitados os
seguintes meios complementares de diagnóstico: radiografia torácica, electrocardiograma,
provas funcionais respiratórias, doseamento do CO no ar exalado (que reporta a média do
consumo dos dois dias anteriores, sendo que 20 cigarros ~ 23ppm) e eventual estudo analítico
com o objectivo de complementar a avaliação clínica inicial e detetar alterações que
contraindiquem a prescrição de certos fármacos usados na cessação tabágica. São explicados
ao doente os riscos do tabagismo e os benefícios da sua cessação, bem como a abordagem
terapêutica a seguir, sendo dadas algumas indicações de adaptação comportamental tais
como: escolher um único sítio em casa para fumar, que não seja particularmente agradável
nem de longa permanência; ter apenas um maço; não fumar no carro, deixando o maço no
porta-‐bagagens; esperar 10 minutos antes de fumar um cigarro, mudar o maço do local
habitual e colar uma fita colorida à volta do mesmo para se lembrar de o fazer.
Na segunda consulta são analisados os resultados dos exames auxiliares de diagnóstico, é
marcado o dia D (data prevista para a cessação tabágica), feita a prescrição de terapêutica
farmacológica, se indicada (substitutos de nicotina – sistemas transdérmicos ou pastilhas,
bupropiona, vareniclina e/ou ansiolítico), e abordados os sintomas de privação e os potenciais
efeitos laterais da medicação.
As consultas subsequentes são efectuadas 1 semana, 3 semanas, 2 meses, 3 meses, 6 meses, 9
meses e 12 meses após o dia da cessação tabágica com o objetivo de confirmar a suspensão
dos hábitos tabágicos através do doseamento do CO no ar exalado, pesquisar sintomas de
privação da nicotina e efeitos laterais da medicação e reajustar a mesma quando necessário,
reforçando sempre a motivação para a manutenção da cessação.
De salientar que dado o potencial de alterações do comportamento ou do humor em doentes
com patologia psiquiátrica ou quando existe uma outra dependência, de álcool ou drogas,
estes doentes são encaminhados para uma consulta especializada de cessação tabágica no
Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar São João.
PATOLOGIA RESPIRATÓRIA DO SONO
Realizada sob orientação do Dr. João Almeida, tendo tido oportunidade de acompanhar nesta
consulta a Prof. Doutora Marta Drummond e Dra. Inês Belchior.
OUTROS ESTÁGIOS CLÍNICOS 94
Na primeira consulta é realizada uma anamnese orientada para a pesquisa de sintomas ou
patologias concomitantes que possam sugerir a presença da Síndrome de Apneia Obstrutiva
do Sono, exame objetivo que inclui inspeção nasal e da orofarínge, registo do peso, altura,
perímetro cervical e sinais vitais, preenchimento da escala de sonolência de Epworth e de um
inquérito estandardizado sobre perturbações do sono (Sleep Disorders Questionnaire).
Previamente à consulta, todos os doentes realizam provas funcionais respiratórias e medição
da saturação periférica de O2 por oximetria (e gasimetria arterial se SpO2<95%).
Posteriormente é solicitado um Estudo Cardio-‐Respiratório do Sono Domiciliário, que avalia o
fluxo respiratório por cânula nasal, a SpO2 por oximetria, a expansão abdominal e torácica e a
posição corporal. Em casos em que a clínica e os resultados deste exame não são compatíveis,
ou na suspeita de outra patologia do sono, é pedida uma Polissonografia, realizada no hospital
e que inclui monitorização adicional de electroencefalografia.
Pontualmente foi possível assistir a consultas de seguimento com introdução de medidas
terapêuticas de acordo com a gravidade da SAOS, nomeadamente medidas gerais de higiene
do sono (perda ponderal, exercício físico regular, evicção de hábitos alcoólicos e tabágicos,
bem como evicção de fármacos depressores respiratórios ou indutores do sono), medidas de
condicionamento postural (exemplo: bola de ténis) para evitar o sono em decúbito dorsal, e a
prescrição de APAP (auto-‐adjusting positive airway pressure) ou CPAP (continuous positive
airway pressure). Os doentes com excesso de peso ou obesidade são orientados para uma
consulta de Nutrição e aqueles com alterações anatómicas significativas são orientados para a
consulta de Otorrinolaringologia e/ou Estomatologia.
PATOLOGIA DO INTERSTÍCIO PULMONAR
Realizada sob orientação do Dr. António Morais, tendo também acompanhado a Dra. Patrícia
Mota. As patologias do interstício observadas incluíram: pneumonia eosinofílica crónica,
sarcoidose pulmonar, linfangioleiomiomatose, proteinose alveolar, bronquiolite constritiva,
pneumonite organizativa, fibrose pulmonar idiopática, patologia intersticial em doentes com
patologia auto-‐imune (artrite reumatoide, CREST, Síndrome de Sjögren, lúpus eritematoso
sistémico) e por exposição ocupacional ou recreativa (silicoantracose, silicose pseudo-‐tumoral
e pneumonite de hipersensibilidade a aves). Foram também observadas primeiras consultas
com suspeita de patologia do interstício, o que permitiu assistir à avaliação e orientação inicial
destes doentes.
CURRICULUM VITAE 95
O tratamento destas patologias consistiu na evicção da eventual exposição e tratamento
farmacológico com corticoides inalados, agonistas β2 de longa ação, antagonistas colinérgicos,
acetilcisteína em alta dose, corticoide oral, azatioprina, metotrexato e/ou ciclofosfamida, de
acordo com a patologia e a gravidade clínica, funcional e radiológica.
CONSULTA DE BRONQUIECTASIAS
Realizada sob orientação da Dra. Adelina Amorim, esta é uma consulta dirigida aos doentes
com bronquiectasias não fibrose quística, com diagnóstico e seguimento protocolado.
Para o diagnóstico da etiologia das bronquiectasias é feita uma história clínica completa, com
particular atenção aos antecedentes infeciosos e pedidos meios complementares de
diagnóstico de forma a poder excluir possíveis causas com tratamento dirigido, como as
imunodeficiências, aspergilose bronco-‐pulmonar alérgica, infeções por Mycobacterium avium
complex e doenças auto-‐imunes, entre outras. No seguimento destes doentes é feita uma
avaliação regular clínica, funcional e do bacteriológico da expectoração de forma a melhor
aferir das susceptibilidades antibióticas no caso de exacerbação infeciosa.
Nesta consulta foram observados doentes com bronquiectasias não fibrose quística de
diferentes etiologias ou ainda em estudo, tendo sido particularmente relevante a discussão do
papel das imunodeficiências, nomeadamente o défice de anticorpos específicos, o que
motivou o intercâmbio de experiências entre as duas especialidades, a nível clínico e científico.
LABORATÓRIO DE EXPLORAÇÃO FUNCIONAL RESPIRATÓRIA
Sob orientação do Dr. João Almeida e com a colaboração dos Técnicos de Cardiopneumologia,
foi possível observar a realização e treinar na interpretação do estudo funcional respiratório
incluindo avaliação de volumes pulmonares, débitos, resistências e difusão do monóxido de
carbono (CO) por pletismografia, prova da marcha dos 6 minutos (sem e com O2 suplementar)
e prova de esforço cardio-‐respiratória realizada em cicloergómetro segundo protocolo
incremental.
Foram observados doentes com patologia obstrutiva com e sem reversibilidade após a
administração de salbutamol inalado, patologia restritiva em doentes com fibrose pulmonar e
uma doente com hipertensão pulmonar secundária a esclerolúpus com diminuição isolada da
difusão de CO. Foram também observadas duas provas de esforço cardio-‐respiratórias com
OUTROS ESTÁGIOS CLÍNICOS 96
diminuição da capacidade de exercício (VO2 máx=48% e 70% do previsto, para um normal
≥85%)por descondicionamento e com suspeita de patologia vascular pulmonar.
UNIDADE DE FISIOPATOLOGIA E REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA
Sob coordenação médica da Dra. Isabel Gomes e com a colaboração de enfermeiros de
reabilitação, foram abordadas e observadas várias técnicas de reabilitação respiratória, entre
as quais o treino aeróbio em cicloergómetro e treino de força dos membros superiores e
inferiores com pesos e elásticos, bem como técnicas de cinesioterapia respiratória e de
mobilização e drenagem de secreções(respiração freno-‐labial, técnicas de respiração
controlada, ciclo de respiração ativada tosse e utilização de auxiliares da tosse como o Flutter).
Foi observada uma sessão de reabilitação respiratória em doentes com doença pulmonar
obstrutiva crónica, fibrose quística, asma grave e doentes com diversas patologias em
programa de pré-‐transplante pulmonar.
UNIDADE DE ENDOSCOPIA RESPIRATÓRIA
Sob orientação da Dra. Adriana Magalhães, nesta unidade foram observadas duas
broncofibroscopias diagnósticas: uma com fístula traqueo-‐esofágica em doente com neoplasia
esofágica e uma em doente com tuberculose pulmonar com agravamento clínico em que
foram observadas lesões exofíticas no brônquio lobar inferior, com realização de biopsia
brônquica e lavado bronco-‐alveolar.
SERVIÇO DE URGÊNCIA
A estágio no Serviço de Urgência de Pneumologia decorreu às segundas-‐feiras com um período
de 12 horas semanais, tendo acompanhado os Especialistas e/ou Internos de Formação
Específica de Pneumologia nas avaliações requisitadas pelo Serviço de Urgência do Centro
Hospitalar São João, Unidades de Cuidados Intermédios e Intensivos e Serviços de
Internamento de Pneumologia e de outras Especialidades.
As patologias observadas incluíram estridor por obstrução por massa traqueal posterior,
pneumotórax, hemoptises em doente com antecedentes de tuberculose pulmonar, suspeita
de fístula traqueo-‐esofágica em doente com neoplasia esofágica e doentes com insuficiência
ou infeção respiratória. As técnicas observadas incluíram a broncoscopia flexível com colheita
de lavado bronco-‐alveolar, toracocentese, drenagem de pneumotórax, biopsia pleural e
extubação com cough assist em doentes com tetraparésia.
CURRICULUM VITAE 97
ATIVIDADE CIENTÍFICA
Durante o estágio foi possível assistir às Reuniões do Serviço de Pneumologia, com
periodicidade semanal, e Visita de Serviço, com apresentação e discussão semanal dos
doentes internados.
Das Reuniões do Serviço de Pneumologia salienta-‐se a apresentação realizada pela Prof.
Doutora Marta Drummond intitulada “GOLD 2011 – atualização e comparação com as
recomendações anteriores”.
Da colaboração criada neste estágio entre a consulta de Imunodeficiências Primárias do
Serviço de Imunoalergologia, orientada pelo Prof. Doutor Torres da Costa, e a consulta de
Bronquiectasias do Serviço de Pneumologia, orientada pela Dra. Adelina Amorim, surgiu um
trabalho em forma de poster apresentado no International Primary Immunodeficiencies
Congress 2013, Estoril (Publicação 38).
COMENTÁRIOS
A realização do estágio de Pneumologia foi uma mais-‐valia para a formação específica em
Imunoalergologia, dado que possibilitou a aquisição e consolidação de um vasto conjunto de
conhecimentos em patologias de fronteira entre estas duas especialidades e outras patologias
importantes a considerar no diagnóstico diferencial.
A frequência da consulta de Patologia Respiratória do Sono permitiu aumentar a suspeição de
síndrome de apneia obstrutiva do sono, patologia esta que se pode associar a asma e dificultar
o seu controlo. A consulta de Doenças do Interstício Pulmonar permitiu um maior contacto
com estas patologias pouco comuns, para as quais é essencial a realização de uma completa
história ambiental e a integração de conhecimentos de Pneumologia, Imunologia, Imagiologia
e Anatomia Patológica. A consulta de Bronquiectasias permitiu o estabelecimento de uma
mais próxima relação com a Imunoalergologia – Consulta de Imunodeficiências Primárias,
especialmente no que concerne à avaliação imunológica dos doentes com bronquiectasias não
fibrose quística.
A consulta de cessação tabágica foi particularmente importante na apreensão de intervenções
farmacológicas e não farmacológicas que podem ser adotadas em fumadores, mesmo no
âmbito de uma consulta não especializada. Dado o impacto do tabagismo no controlo da
OUTROS ESTÁGIOS CLÍNICOS 98
asma, será de considerar a inclusão futura desta vertente como um objetivo do conhecimento
a adquirir no estágio de Pneumologia.
Este estágio permitiu também alargar os conhecimentos/experiência no que concerne à
exploração funcional respiratória, nomeadamente nas técnicas não existentes no Serviço de
Imunoalergologia, como pletismografia corporal com avaliação de volumes, resistências e
difusão de CO, prova de marcha dos 6 minutos e prova de esforço cardio-‐respiratória.
CURRICULUM VITAE 99
ESTÁGIO DE OTORRINOLARINGOLOGIA
INTRODUÇÃO
Local: Serviço de Otorrinolaringologia, Centro Hospitalar São João, EPE
Diretor de Serviço: Dra. Margarida Santos
Orientador de Formação: Dr. Fernando Vales
Duração: 3 meses (1/8/2012 a 31/10/2012)
O plano de atividades foi programado de acordo com os objectivos de formação, incluindo 12
horas de Urgência de Otorrinolaringologia e 4 períodos semanais de Consulta Externa, bem
como participação ocasional em outros sectores do serviço como o Bloco Operatório,
Audiometria, Endoscopia, Avaliação Vestibular e Terapia da Fala.
Durante este período foi também mantida a atividade de Consulta Externa (2
períodos/semana) e de Serviço de Atendimento Não Programado (6 horas/semana) no Serviço
de Imunoalergologia e a colaboração no ensaio clínico de imunoterapia específica Bial-‐PHL-‐P2,
em fase de inclusão durante este estágio.
ATIVIDADE ASSISTENCIAL
CONSULTA EXTERNA
Realizada sob orientação principal do Dr. Fernando Vales mas também em colaboração com
outros especialistas do Serviço de Otorrinolaringologia, nomeadamente o Prof. Doutor Jorge
Spratley, responsável pela consulta pediátrica, a Prof.ª Doutora Carla Pinto Moura,
responsável pela consulta de malformações congénitas, o Dr. Manuel Leal, na consulta de
patologia laríngea e o Dr. Manuel Ribeiro, colaborador na área de patologia naso-‐sinusal.
Foram observados cerca de 176 doentes, com idade média de 35 anos, de entre os quais 54
crianças, 33 com idade inferior a 6 anos.
Os sinais, sintomas e/ou patologias mais frequentemente observados em idade pediátrica
incluíram as amigdalites e otites de repetição, hipertrofia adenóide, roncopatia e otite
seromucosa, tendo sido discutidas as indicações para a cirurgia do tecido linfóide do anel de
Waldeyer segundo os critérios de Paradise e indicações para miringotomia com colocação de
tubos de ventilação. Foram ainda observadas crianças com patologias menos frequentes como
OUTROS ESTÁGIOS CLÍNICOS 100
a laringomalácia, reconstrução traqueal por estenose subglótica total secundária a entubação,
agenesia do canal auditivo externo e os Síndromes de CHARGE, Moebius, Van der Woude e
Alport.
No adulto, as patologias observadas incluíram a rinossinusite crónica com e sem pólipos
nasais, três dos quais com tríade de Widal também seguidos por Imunoalergologia, um com
rinossinusite crónica maxilar secundária a implante dentário e dois doentes com perfuração do
septo nasal secundária a corticoterapia tópica. Foram também observados doentes com rinite
hipertrófica, desvio do septo nasal, roncopatia e síndrome de apneia obstrutiva do sono,
disfonia e sensação de corpo estranho orofaríngeo, acufenos, hipoacusia e cofose, otosclerose,
otite média crónica simples e complicada de colesteatoma, síndrome vertiginoso e suspeita de
neurinoma do acústico.
Foram também observados doentes em consultas de pré-‐operatório e reavaliação de pós-‐
operatório de amigdalectomia, adenoidectomia, miringotomia com colocação de tubos
transtimpânicos, turbinectomia, microcirurgia dos seios perinasais e polipectomia,
septoplastia, mastoidectomia, timpanoplastia, estapedectomia e uvulopalatofaringoplastia.
Durante a consulta foi ainda fomentada a interpretação de exames complementares de
diagnóstico, tendo sido observados timpanogramas tipo B, por exemplo na otopatia serosa, e
timpanogramas tipo C, bem como audiogramas tonais com características de hipoacusia de
condução, neurossensorial e trauma de ruído. Em doentes com patologia naso-‐sinusal foi
possível observar e discutir variantes anatómicas e achados patológicos em tomografia
computorizada dos seios perinasais, como a presença de células de Haller, concha bolhosa,
desvios do septo nasal e rinossinusite.
SERVIÇO DE URGÊNCIA
Realizada à 3ª feira sob orientação do Dr. Fernando Vales e do Dr. Manuel Ribeiro, em
colaboração com outros médicos especialistas e internos de Otorrinolaringologia. Durante este
período foi possível observar doentes com queixas do foro da especialidade encaminhados do
Serviço de Urgência e Urgência Pediátrica do Centro Hospitalar São João, EPE e assistir na
realização de técnicas específicas da especialidade.
De entre as patologias e queixas avaliadas destacam-‐se a hipoacusia por obstrução de rolhão
de cerúmen, otite externa aguda bacteriana e fúngica, otite média aguda, otopatia serosa,
CURRICULUM VITAE 101
otalgia por disfunção da articulação temporomandibular, disfunção tubar, epistáxis,
traumatismo nasal/fractura dos ossos do nariz, corpo estranho intranasal, auricular e
orofaríngeo, traumatismo do canal auditivo externo, amigdalite não complicada, abcesso peri-‐
amigdalino, edema de Ludwig, adenoma pleomórfico da parótida, tiroidite sub-‐aguda,
estridor, síndrome vertiginoso e paralisia facial periférica idiopática.
De entre as técnicas realizadas e/ou observadas refere-‐se a remoção de cerúmen por
aspiração e por lavagem, drenagem de abcesso peri-‐amigdalino, remoção de corpo estranho
intranasal, auricular e orofaríngeo, tamponamento nasal e revisão de traqueostomia.
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS
Durante a consulta e serviço de urgência foram realizadas as seguintes técnicas do exame
objectivo otorrinolaringológico e observadas as seguintes alterações/patologias:
-‐ Rinoscopia anterior com espéculo nasal: hipertrofia dos cornetos, alterações da
mucosa nasal, pólipos nasais, papiloma invertido, desvio e perfuração do septo nasal;
-‐ Rinoscopia posterior com espelho: hipertrofia adenóide;
-‐ Observação da orofarínge: hipertrofia amigdalina, tonsilolitíase;
-‐ Otoscopia por microscopia e por otoscópio: eczema do canal auditivo externo, otite
externa, otite média aguda, otopatia serosa, otite média crónica, colesteatoma,
perfuração timpânica, miringoesclerose, retração e atelectasia timpânica;
-‐ Teste de Rinne e de Weber;
-‐ Laringoscopia indireta: eritema das aritenóides sugestivo de refluxo gastro-‐esofágico.
Foi ainda observada a realização das seguintes técnicas de acordo com a indicação:
-‐ Rinofibroscopia: obstrução nasal persistente, para exclusão de corpos estranhos,
lesões ocupando espaço e malformações nasais;
-‐ Nasolaringoscopia: suspeita de laringomalácia;
-‐ Estroboscopia: avaliação de disfonia e pré e pós-‐operatório de tiroidectomia;
-‐ Radiofrequência dos cornetos: rinite hipertrófica;
-‐ Manobras de Dix-‐Halpike e de Unterberger e head-‐shake e head-‐impulse tests em
doentes com síndrome vertiginoso;
-‐ Outras técnicas como a miringotomia sem sedação e cauterização bipolar.
OUTROS ESTÁGIOS CLÍNICOS 102
Durante o estágio não foi observada a realização de rinomanometria por indisponibilidade do
equipamento. No entanto, foi realizada rinomanometria anterior em casos selecionados no
Serviço de Imunoalergologia.
Outras técnicas e atividades observadas no Serviço de Otorrinolaringologia incluíram a
realização de audiograma tonal e vocal, timpanograma, otoemissões acústicas e postulografia
dinâmica computorizada; a avaliação e orientação por terapia da fala de doentes
laringectomizados, e a observação da realização de técnicas cirúrgicas como a amigdalectomia,
adenoidectomia e cirurgia microscópica dos seios perinasais.
ATIVIDADE CIENTÍFICA
Durante o estágio foi possível assistir às reuniões do Serviço de Otorrinolaringologia, com
periodicidade semanal, em que eram apresentados e discutidos os doentes internados, artigos
com relevo para a especialidade em formato Journal Club e apresentações de temas de
revisão. Salienta-‐se a realização de uma apresentação das novidades do documento de revisão
acerca da rinossinusite, EPOS, patologia esta de importante colaboração entre as
especialidades de Otorrinolaringologia e Imunoalergologia, e que culminou na publicação a
convite de um artigo de revisão na revista da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e
Cirurgia Cérvico-‐facial (Publicação 12).
COMENTÁRIOS
A realização do estágio de Otorrinolaringologia foi uma mais-‐valia para a formação específica
em Imunoalergologia, dado que possibilitou a aquisição e consolidação de um vasto conjunto
de conhecimentos incluindo técnicas de exame objectivo, interpretação de meios
complementares de diagnóstico, tratamento e indicações cirúrgicas, fundamentais a uma
maior qualidade assistencial aos doentes com patologia alérgica, nomeadamente no que
concerne aos diagnósticos diferenciais e co-‐morbilidades frequentemente associados nos
diferentes grupos etários. Para além da consulta e do serviço de urgência, a possibilidade de
observar procedimentos cirúrgicos e especialmente, pela melhor visibilidade, a microcirurgia
aos seios perinasais, permitiu aprofundar o conhecimento da anatomia local.
CURRICULUM VITAE 103
ESTÁGIO DE DERMATOLOGIA
INTRODUÇÃO
Local: Serviço de Dermatologia, Centro Hospitalar São João, EPE
Diretor de Serviço: Dra. Filomena Azevedo
Orientador de Formação: Dra. Ana Paula Cunha
Duração: 3 meses (1/11/2012 a 31/1/2013)
O plano de atividades foi programado de acordo com os objectivos de formação, incluindo 5
períodos semanais de Consulta Externa, bem como participação ocasional em outros sectores
do serviço como o Serviço de Urgência, Cirurgia de Ambulatório e Internamento. Durante este
período foi também mantida a atividade de Consulta Externa (2 períodos de consulta própria e
1 período de consulta de imunodeficiências primárias) e Serviço de Atendimento Não
Programado (18 horas/semana) no Serviço de Imunoalergologia, bem como a colaboração na
fase de indução de imunoterapia do ensaio clínico Bial-‐PHL-‐P2 e a recolha semanal de pólenes
do Porto para a Rede Portuguesa de Aerobiologia.
ATIVIDADE ASSISTENCIAL
CONSULTA EXTERNA
DERMATOLOGIA GERAL
Realizada sob orientação principal da Dra. Ana Paula Cunha, mas também em colaboração com
a Dra. Teresa Boudrier e outros especialistas de Dermatologia.
Nesta consulta foram observados doentes com neoplasias cutâneas malignas, incluindo
carcinoma basocelular e carcinoma espinho-‐celular e lesões pré-‐malignas como queratose
actínica. Foram também observadas outras lesões ou tumores benignos da pele como o
angioma rubi, nevo intradérmico, nevo comum, queratose seborreica, quisto miliar, quisto
subaponevrótico, histiocitoma fibroso benigno, fibroma pêndulo, fibroma séssil do pé e
verruga simplex, bem como alterações da pigmentação como vitíligo e lentigo.
De entre as patologias mais frequentemente observadas destacam-‐se a psoríase (palmo-‐
plantar, em placa, gotata e inversa), bem como eczema desidrótico, de estase, craquelé e
OUTROS ESTÁGIOS CLÍNICOS 104
numular, sendo de salientar a importância da realização de biopsia cutânea na diferenciação
entre eczema desidrótico e psoríase palmar.
Foram ainda observados doentes com dermatite atópica, dermatite seborreica, líquen plano,
líquen simples crónico, vasculite cutânea, urticária solar, urticária crónica espontânea,
granuloma anular, epidermólise bolhosa, acne, rosácea, pitiaríase rósea de Gilbert, pitiríase
alba, pitiríase versicolor, queratose palmo-‐plantar juvenil, parapsoríase, prurigo nodular,
suspeita de sarcoidose cutânea, suspeita de dermatomiosite e exantema multiforme das
mãos. Salienta-‐se a observação de eritema pigmentado fixo por amoxicilina + ácido
clavulânico.
De entre as patologias infeciosas destacam-‐se a erisipela, tinha intertrigo e onicomicose dos
pés e mãos, tendo sido observadas alterações dos anexos cutâneos como onicólise, unha
encravada, alopecia cicatricial, areata e androgénica, hidrosanite supurada e foliculite da
barba.
Durante a consulta foram observados doentes tratados com emolientes, fotoprotetores,
corticoides tópicos de diferentes potências, corticoides orais, inibidores da calcineurina
tópicos, queratolíticos, antibióticos e antifúngicos tópicos e orais e medicamentos
imunomoduladores e imunossupressores como o metotrexato e ciclosporina, tendo sido
observados doentes com efeitos secundários cutâneos da corticoterapia tópica prolongada
como telangiectasias, rosácea e estrias peri-‐lesionais.
As técnicas observadas incluíram a realização de dermatoscopia, raspado da unha e lesões
cutâneas para avaliação micológica por microscopia direta e cultura, crioterapia de queratoses
actínica, curetagem de molusco contagioso e biopsia cutânea. A indicação cirúrgica de diversas
patologias observadas foi discutida.
DERMATOLOGIA PEDIÁTRICA
Realizada sob orientação principal do Prof. Doutor Alberto Mota, foram observadas crianças
com tinha incógnita, nevo congénito gigante e da face, angioma, miliária rubra, displasia
ectodérmica anidrótica, acne, líquen plano, nevo de Spitz, molusco contagioso, dermatite
atópica ligeira e moderada, suspeita de telangiectasia hemorrágica hereditária e suspeita de
piodermites de repetição em conviventes portadores de Staphylococcus aureus meticilino-‐
resistente.
CURRICULUM VITAE 105
CONSULTA DE DERMATITES DE CONTACTO
Realizada sob orientação da Dra. Ana Paula Cunha, nesta consulta a história clínica detalhada e
exame objectivo minucioso com descrição pormenorizada das lesões assumem um papel
preponderante na identificação dos potenciais alergénios envolvidos (domésticos,
ocupacionais, fármacos, cosméticos ou recreativos).
A série standard de testes epicutâneos utilizada, recomendada pelo Grupo Português de
Estudo das Dermatites de Contacto (GPEDC) e atualizada em 2012, engloba os principais
alergénios envolvidos nesta entidade clínica. Sempre que a história clínica o justifique ou em
determinadas atividades profissionais ou recreativas específicas, foram utilizadas séries
complementares definidas pelo mesmo Grupo e disponibilizadas pelo laboratório Bial-‐
Aristegui® (antissépticos e desinfectantes, óleos essenciais, plantas, perfumes e aromas,
corantes orgânicos, cosméticos, veículos emulgentes/dermofarmácia, filtros solares,
fotoalergénios, metacrilatos, cabeleireiro, pastelaria/padaria, plásticos e colas, laboratórios
fotográficos, indústria da borracha, medicina dentária, anestésicos locais, corticoides, anti-‐
inflamatórios, compostos de mercúrio e metais) ou produtos próprios trazidos pelo doente.
A leitura e interpretação dos resultados dos testes era realizada às 48 horas e caso se
justificasse, às 72 horas e/ou 7 dias, como no caso dos corticoides tópicos. A correta
interpretação depende muito da experiência do observador, sendo dificultada pela existência
de polissensibilização, reatividade cruzada e resultados irritativos. A intensidade de reação
positiva é classificada como +, ++ ou +++, de acordo com as recomendações da International
Contact Dermatitis Research Group e da North American Contact Dermatitis Research Group.
Após uma interpretação cuidadosa dos resultados, ponderados em função da história clínica e
das características da exposição, o doente era informado sobre quais os alergénios a que se
encontrava sensibilizado e o modo de os evitar. Era-‐lhe então fornecido um folheto explicativo
onde constam os alergénios implicados e os produtos ou materiais que os contêm. De igual
modo, era enviada ao Médico Assistente uma carta pormenorizada, contendo informações
acerca das substâncias sensibilizantes.
Nesta consulta, foram realizados testes epicutâneos a 90 doentes com suspeita de dermatite
de contacto alérgica, 66 (73%) do sexo feminino, com idade média (desvio padrão) de 41 (17,8)
anos, 8 (9%) com idade inferior a 18 anos; 20 (22,2%) atópicos.
OUTROS ESTÁGIOS CLÍNICOS 106
Dos doentes testados, 42 (47%) tiveram testes epicutâneos positivos a alergénios da série
standard GPEDC, com um total de 71 positividades, 20 (45%) destes monossensibilizados,
descritos na seguinte Tabela.
Tabela 23. Doentes com testes epicutâneos positivos para alergénios da bateria standard
GPEDC
ALERGÉNIO SÉRIE STANDARD N EXPOSIÇÃO / LOCAL Dicromato potássio 0,5% 1 Eczema abdominal com positividade para outros metais
(níquel e cobalto) PPDA (p-‐fenilenodiamina) 1% 3 Eczema couro cabeludo Cloreto de cobalto 1% 11 7 com positividade para níquel e os restantes com outras
sensibilizações Caínas MIX 10% 8 Aplicação de tópicos com caínas ou eczema das mãos em
técnicos de saúde Sulfato de níquel 5% 25 Lesões de contacto com cinto, botões de metal, bijutarias
ou bandeja metálica; 9 monossensibilizados Lyral 5% 1 Eczema do pescoço em doente co-‐sensibilizada a mistura
de perfumes Colofónia 20% 5 Sobretudo eczema das mãos Álcoois de lanolina 30% 3 Eczema de estase sem melhoria com aplicação de
emolientes Mistura de perfumes II 14% 2 Eczema do pescoço e/ou face Bálsamo de Peru 25% 3 Doentes com outras co-‐sensibilizações que explicam o
quadro clínico Resina formol butilfenol p-‐terciária (FBF) (PTBP formol) 1%
1 Eczema dos pés. Co-‐sensibilizado a crómio e cobalto
MBT (Mercaptobenzotiazol) 2% 1 Eczema das mãos e utilização de dedeiras de borracha Imidazodinilureia 2% 1 Eczema de estase com outras co-‐sensibilizações Metilisotiazolinona 0,05% 5 Eczema das mãos em domésticas ou lojistas Quaternium 15 (Dowicil 200) 1% 1 Eczema das mãos em trabalhador de artes gráficas
Durante este período não foram observadas positividades para: Parabenos 15%, Formaldeído
1%, Metildibromoglutaronitrilo (dibromodicianobutano) 0,3%, Fenilisopropil-‐p-‐
fenilenodiamina (IPPD) 1%, Mistura de lactonas 0,1%, Mistura de perfumes 8%, Resina epoxy
1%, Kathon CG 0,01%, Tiuram MIX 1%, Mercapto MIX 1%, Sulfato de neomicina 20%, 17-‐
Butirato de Hidrocortisona 0,1%, Budesonido 0,1%, Disperso laranja 1% ou Disperso azul
106/124 1%.
Em 41 (46%) doentes foram testadas séries adicionais, que foram positivas em 8 (20%) e
permitiram um diagnóstico adicional em 3 doentes:
− acrilatos em esteticistas (n=2) − 1 positivo
− anti-‐inflamatórios não esteroides em dentista com suspeita de eritema pigmentado fixo
ao ibuprofeno − positivo ao ácido acetilsalicílico 5% e ibuprofeno 5%
CURRICULUM VITAE 107
− alimentos (batata, alho, cebola, cenoura, tomate e sumo limão) em doentes com eczema
das mãos e/ou pulpite (n=5) – negativos
− anestésicos locais em doente com eczema da região perineal e antecedentes de aplicação
de tópicos para tratamento de hemorroidas – positivo a tetracaína, cinchocaína e
procaína (e mistura de caínas da bateria standard)
− borrachas em doentes com eczema das mãos e utilização laboral de luvas de borracha
(n=2) – negativos
− cabeleireiro em cabeleireiras/esteticistas (n=4) – negativos, e eczema do couro cabeludo
não previamente esclarecido com bateria standard (n=2) – positivos para PPDA da série
standard e em uma das doentes para várias fenilenodiaminas da série de cabeleireiros
− calçado em doentes com eczema dos pés (n=7) – 3 positivos ao crómio da bateria
standard, sem outras positividades adicionais na série de calçado
− corantes (n=1) -‐ negativo
− corticoides em doentes com ausência de melhoria ou com agravamento do eczema com
aplicação tópica de corticoides (n=4) – negativos
− cosméticos (n=2) – negativos
− dermofarmácia (n=1) – negativo
− filtros solares (n=1) – negativo
− luvas (n=3) – negativos
− metais (n=3) em doente com prurido generalizado e antecedentes de cirurgia
cardiotorácica com colocação de clips de titânio – negativo, queilite – negativo, e doente
de 49 anos, sexo feminino com antecedentes de rejeição de prótese da anca de conteúdo
metálico – positivo para sulfato de cobre 1%
Em 14 (16%) foram ainda testados produtos próprios, entre os quais cremes, colírios, produtos
utilizados em manicura, luvas e tecidos, que foram positivos em 4 doentes (humedecedor de
cutícula e gel de cor, verniz semipermanente, creme Nivea® e hemofissural®), permitindo o
diagnóstico adicional nos 3 primeiros.
Assim sendo, o total de doentes com dermatite de contacto alérgica diagnosticada durante o
período de estágio foi de 48 (53%).
OUTROS ESTÁGIOS CLÍNICOS 108
SERVIÇO DE URGÊNCIA
Durante o período da manhã o Serviço de Dermatologia presta apoio ao Serviço de Urgência e
Urgência Pediátrica do Centro Hospitalar São João em gabinete próprio localizado na Consulta
Externa. Foi possível acompanhar algumas das atividades da Urgência, tendo sido observados
doentes com eczema e prurigo nodular, escabiose, pitiríase versicolor, dermatite das fraldas
com sobreinfecção fúngica, suspeita de dermatite atópica com sobreinfecção por
Staphylococcus aureus, dermatite de contacto alérgica à parafenilenodiamina, psoríase inversa
e úlcera da perna.
ATIVIDADE CIENTÍFICA
Durante o estágio foi possível assistir às reuniões do Serviço de Dermatologia, com
periodicidade semanal, em que eram apresentados e discutidos artigos com relevo para a
especialidade, incluindo as recomendações de atuação no penfigóide bolhoso.
Salienta-‐se a oportunidade de ter colaborado na parte prática do curso de Dermatites de
Contacto, organizado pelo GPEDC, sob orientação da Dra. Ana Paula Cunha, que teve lugar na
consulta externa do Serviço de Dermatologia do Centro Hospitalar São João a 25/1/2013, e a
possibilidade de ter assistido a parte do programa teórico do mesmo curso, salientando-‐se as
seguintes apresentações:
-‐ Dermatoses aerotransmitidas, pelo Dr. Armando Batista;
-‐ Dermatite de contacto a cosméticos e perfumes, pela Dra. Inês Lobo;
-‐ Eczema das mãos e dermatoses profissionais, pelo Dr. Pedro Serrano.
COMENTÁRIOS
A realização do estágio de Dermatologia foi uma mais-‐valia para a formação específica em
Imunoalergologia, dado que possibilitou a aquisição e consolidação de um vasto conjunto de
conhecimentos em patologias cutâneas do foro imunoalergológico e outras patologias
incluídas no seu diagnóstico diferencial.
Durante o estágio foram particularmente importantes o treino da recolha da história clínica,
particularmente da exposição a agentes frequentemente implicados nas dermatites de
contacto, o desenvolvimento da capacidade de observação e diferenciação de lesões cutâneas,
e as indicações, contraindicações e vigilância de terapêuticas tópicas e sistémicas utilizadas no
CURRICULUM VITAE 109
tratamento de patologias observadas por ambas as especialidades, nos diferentes grupos
etários.
CURRICULUM VITAE 113
FORMAÇÃO COMPLEMENTAR
CURSOS DE FORMAÇÃO PÓS-‐GRADUADA
1. Controlo da Infecção (ANEXO 18)
Local e data: Portimão, março 2008
Duração: 6 horas
2. A PubMed: pesquisa na base de dados e acesso ao texto integral de periódicos na área
da saúde (ANEXO 19)
Local e data: Porto, junho 2009
Duração: 2 horas
3. EAACI GA2LEN Summer Allergy School: Allergy and the Skin (ANEXOS 20A e 20B)
Local e data: Norwich, Inglaterra, julho 2009
Duração: 3 dias
4. Curso de Interpretação e Redacção de Artigos Científicos (CIRAC) (ANEXO 21)
Local e data: Nazaré, setembro 2009
Duração: 2 dias
5. XVII Curso de Investigação Epidemiológica e Análise Estatística (ANEXO 22)
Local e data: Porto, março 2010
Duração: 40 horas
Classificação: B na escala ECTS
6. Formação em técnicas laboratoriais de imunologia (ANEXO 23)
Local e data: Glasgow, Escócia, março 2010
Duração: 5 dias
7. Ferramentas Básicas na interpretação, construção e apresentação de resultados
estatísticos (ANEXO 24)
Local e data: Porto, maio 2010
Duração: 8 horas
ATIVIDADE CIENTÍFICA E DE FORMAÇÃO 114
8. Workshop “Alergia e desporto competitivo: da relevância à regulamentação no
diagnóstico e no tratamento” (ANEXO 25)
Local e data: Funchal, outubro 2010
Duração: 1,5 horas
9. Workshop “Imunodeficiências primárias: como reconhecer e diagnosticar” (ANEXO 26)
Local e data: Funchal, outubro 2010
Duração: 1,5 horas
10. Workshop “Guidelines de imunoterapia específica” (ANEXO 27)
Local e data: Funchal, outubro 2010
Duração: 1,5 horas
11. Workshop “O que o Imunoalergologista deve saber sobre patologia ocupacional:
aspectos essenciais” (ANEXO 28)
Local e data: Funchal, outubro 2010
Duração: 1,5 horas
12. Workshop “Urticária crónica: novas perspectivas” (ANEXO 29)
Local e data: Funchal, outubro 2010
Duração: 1,5 horas
13. Workshop “Protocolos de indução de tolerância a fármacos” (ANEXO 30)
Local e data: Funchal, outubro 2010
Duração: 1,5 horas
14. Workshop “Alergia a anestésicos” (ANEXO 31)
Local e data: Porto, outubro 2011
Duração: 1,5 horas
15. Workshop “Fórmulas hipoalergénicas para o lactente alérgico às proteínas do leite de
vaca” (ANEXO 32)
Local e data: Barcelona, novembro 2011
Duração: 1,5 horas
CURRICULUM VITAE 115
16. Workshop “Alergia alimentar a LTPs” (ANEXO 33)
Local e data: Fátima, outubro 2012
Duração: 1,5 horas
17. Workshop “Dermatite de contacto: imunopatologia e aspectos de diagnóstico,
prevenção e terapêutica” (ANEXO 34)
Local e data: Fátima, outubro 2012
Duração: 1,5 horas
18. Workshop “Rinossinusite” (ANEXO 35)
Local e data: Fátima, outubro 2012
Duração: 1,5 horas
19. 1st International Summer Course “Fundamental Immunology in specific
immunotherapy” (ANEXO 36)
Local e data: Troia, setembro 2011
Duração: 8 horas
20. Curso BIRA III “Estandardização biológica de extratos alergénicos” (ANEXO 37)
Local e data: Bilbao, maio 2012
Duração: 21 horas
21. Formação em Investigação Clínica (FIC).
Local e data: Porto, Lisboa e Montereal, de outubro 2011 a maio 2013
Duração: 39 horas (repartidas em 6 sessões)
22. Ressuscitação cardio-‐respiratória: Suporte Imediato de Vida (ANEXO 38)
Local e data: Porto, novembro 2012
Duração: 8 horas
Classificação: Apto (avaliação teórico-‐prática)
23. 9th ESID Summer School for Primary Immunodeficiency Diseases (ANEXO 39)
Local e data: Creta, Grécia, setembro 2013
Duração: 5 dias
NOTA: Curso com candidatura com vagas limitadas a 30 elementos
ATIVIDADE CIENTÍFICA E DE FORMAÇÃO 116
OUTROS CURSOS
24. Curso de técnica vocal para profissionais de saúde (ANEXO 40)
Local e data: Porto, maio e junho 2012
Duração: 18 horas
25. Curso Internacional de Professores de Yoga Integral (ANEXO 41)
Local e data: Porto, 2013
Duração: 250 horas
PARTICIPAÇÃO EM CONGRESSOS / REUNIÕES CIENTÍFICAS
COM APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS
1. Reunião de Apresentação do Mapa Acarológico de Portugal. Curia, fevereiro 2009
2. 29th Congress of the European Academy of Allergy and Clinical Immunology, Londres,
Reino Unido, junho 2010
3. XXXI Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica / XIV
Congresso Luso-‐Brasileiro de Alergologia e Imunologia Clínica. Funchal, outubro 2010
4. Reunião de lançamento do livro “Recomendações para o diagnóstico e terapêutica da
asma grave em Portugal”. Porto, maio 2011
5. 30th Congress of the European Academy of Allergy and Clinical Immunology, Istanbul,
Turquia, junho 2011
6. XXXII Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, Porto,
outubro 2011
7. Reunião “50 anos de Imunoalergologia Hospitalar em Portugal. Lisboa, novembro 2011
8. 31th Congress of the European Academy of Allergy and Clinical Immunology, Genebra,
Suiça, junho 2012
9. XXXII Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, Fátima,
outubro 2012
10. World Allergy & Asthma Congress. Milão, Itália, junho 2013
11. XXXII Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, Vale de
Lobo, outubro 2013
12. First International Primary Immunodeficiencies Congress. Estoril, novembro 2013
CURRICULUM VITAE 117
PARTICIPAÇÃO
13. XVII Jornadas de Dermatologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho.
Espinho, maio 2009
14. Reunião de São João “Angioedema Hereditário”. Porto, junho 2009
15. Reunião de Gastroenterologia Pediátrica “Coeliac Disease, Epidemiology, diagnosis and
screening strategies”. Porto, setembro 2009.
16. Reunião Científica: “Onde está a histamina”. Porto, outubro 2009
17. XXX Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica,
Albufeira, outubro 2009
18. Symposium Internacional de alergia a medicamentos, Logroño, Espanha, outubro 2009
19. PNEUMO 2010. Óbidos, janeiro 2010
20. 10ª Reunião da Primavera da SPAIC “Doenças alérgicas: up-‐to-‐date”. Ponta Delgada, abril
2010
21. XXVII Congreso Nacional de la SEAIC. Madrid, Espanha, outubro 2010
22. XXVII Congresso de Pneumologia, Porto, outubro 2011
23. “Simposio Internacional de Alergia Alimentaria”. Barcelona, novembro 2011
24. 1.º Curso de Doenças Pulmonares Difusas FMUP/HSJ. Porto, fevereiro 2012
25. 11ª Reunião Anual da Primavera da SPAIC “A asma começa na criança”. Chaves, março
2012
26. 13º Encontro de Lisboa – Obstrução das vias aéreas “Avanços na asma e DPOC. Lisboa,
maio 2012
27. XXVIII Congreso Nacional de la SEAIC. Pamplona, outubro 2012
28. XXXVIII Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica.
Porto, novembro 2012.(apresentação de trabalhos)
29. Curso de Dermatites de Contacto do Grupo Português de Estudo das Dermatites de
Contacto. Porto, janeiro 2013
30. 12ª Reunião da Primavera da SPAIC “Anafilaxia: risco de morte”. Évora, abril 2013.
31. V Reunião de Imunodeficiências Primárias. Estoril, novembro 2013
ATIVIDADE CIENTÍFICA E DE FORMAÇÃO 118
PROJETOS DE INVESTIGAÇÃO
COMO AUTORA OU CO-‐AUTORA
1. REAÇÕES ADVERSAS À IMUNOTERAPIA SUBCUTÂNEA
Dando continuidade ao trabalho iniciado pelo Dr. Rui Silva e Dra. Linda Cruz do Serviço de
Imunoalergologia do Hospital de São João, sob coordenação do Dr. José Luís Plácido, que
implementaram o registo sistemático da administração de imunoterapia subcutânea e das
reações adversas observadas durante o período de vigilância (30 minutos) ou reportadas pelo
doente, foram revistos os registos e reportadas as reações locais e sistémicas, demonstrando a
segurança da administração de imunoterapia subcutânea a aeroalergénios na prática clínica,
mesmo com a utilização de esquemas de indução rápida (Publicações 8 e 22). Este trabalho foi
também apresentado a convite na Reunião “50 anos da Imunoalergologia Hospitalar em
Portugal” (Apresentação 4) e citado na Formação “Interação – Imunoterapia”, Lisboa, 2010 e
na Reunião da Primavera da SPAIC subordinada ao tema “Anafilaxia: risco de morte”, Évora,
2013.
2. ALERGIA AO TETRANYCHUS URTICAE
Vários estudos reportaram a alergia a ácaros fitófagos, incluindo o Tetranychus urticae,
sobretudo em contexto ocupacional de trabalhadores de estufas e outras produções agrícolas.
Este projeto teve início sob coordenação do Dr. José Luís Plácido, à data orientador de
formação, com a avaliação da sensibilização ao Tetranychus urticae em doentes seguidos em
consulta de Imunoalergologia do Hospital de São João e, dada a elevada frequência de testes
cutâneos por picada positivos (38%) (Publicações 15 e 23.1) foi posteriormente avaliada a sua
relevância clínica com questionário de sintomas e prova de provocação conjuntival, tanto em
doentes da consulta sem exposição ocupacional (Publicações 7 e 23.2-‐3), como em
trabalhadores de diferentes tipos de produções agrícolas (Publicação 23.4), tendo sido
premiado a nível nacional e internacional (Prémios 3 e 4). Encontra-‐se atualmente em
desenvolvimento uma nova fase do projeto que integra a recolha e quantificação de
Tetranychus urticae em diferentes produções agrícolas e a avaliação imunológica de sujeitos
alérgicos, em parceria com a Prof. Doutora Ana Aguiar, engenheira agrónoma da Faculdade de
Ciências da Universidade do Porto e das Prof. Doutoras Patrícia Duarte e Mariana Sottomayor
do Instituto de Biologia Molecular e Celular do Porto (IBMC). No contexto deste projeto de
CURRICULUM VITAE 119
investigação foram realizados 60 testes cutâneos e provas de provocação conjuntival em
ocultação simples com extrato de Tetranychus urticae.
3. ANAFILAXIA EM IDADE PEDIÁTRICA
Durante o estágio de Imunoalergologia dos Grupos Etários Pediátricos foram, em colaboração
com a Dra. Ângela Gaspar, avaliados os registos de doentes com anafilaxia seguidos no
Hospital CUF Descobertas e reportada a prevalência, características dos episódios e avaliação
etiológica realizada, tendo os resultados sido apresentados a nível internacional e nacional
(Publicações 30), com prémio nacional (Prémio 2) que motivou a publicação de artigo em texto
completo (Publicação 13). Este artigo foi citado na Reunião da Primavera da SPAIC
subordinada ao tema “Anafilaxia: risco de morte”, Évora, 2013 e no artigo de revisão
“Anafilaxia em idade pediátrica: do lactente ao adolescente. Rev Port Imunoalergologia
2013;21(3):157-‐175”
4. EXEQUIBILIDADE DO ESTUDO FUNCIONAL RESPIRATÓRIO EM IDADE PRÉ-‐ESCOLAR
Da experiência acumulada da Técnica de Cardiopneumologia Isabel Almeida e do Prof. Doutor
Luís Miguel Borrego do Hospital CUF Descobertas, na realização de avaliação espirométrica e
resistência das vias aéras sem oclusão, em crianças em idade pré-‐escolar, surgiu a colaboração
com o sentido de reportar a exequibilidade nas diferentes idades e a mais-‐valia da
determinação de volumes expiratórios forçados (FEV) inferiores a 1 segundo (FEV0.5 ou
FEV0.75) em crianças desta faixa etária, estando este trabalho publicado em revista indexada
(Publicações 3 e 29).
5. FENÓTIPOS CLÍNICOS DE HIPERSENSIBILIDADE AOS ANTI-‐INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDES (AINE)
As reações de hipersensibilidade aos AINE podem ser diferenciadas tendo em conta o
mecanismo e patologia subjacente, a manifestação clínica e a ocorrência ou não de reatividade
cruzada. No âmbito da área de alergia a fármacos, sob coordenação da Dra. Josefina Cernadas
e colaboração com a Dra. Ana Reis Ferreira, foram revistas as características dos doentes com
reação suspeita a AINE seguidos no serviço de Imunoalergologia, permitindo a associação de
padrões clínicos e de reatividade cruzada (Publicação 25.1) (Prémio 5) e a avaliação da
tolerância a AINE alternativos (Publicação 25.2).
ATIVIDADE CIENTÍFICA E DE FORMAÇÃO 120
6. IMUNOGENÉTICA DAS REAÇÕES ALÉRGICAS A FÁRMACOS
No âmbito da área específica de alergia a fármacos e sob coordenação da Dra. Josefina
Cernadas, a frequente colaboração com o Serviço de Infeciologia para orientação da suspeita
de reações de hipersensibilidade a fármacos e a realização do rastreio do HLA-‐B*5701 para
prevenção de alergia ao abacavir levou à revisão do tema “imunogenética das reações
alérgicas a fármacos”, apresentado em reunião de serviço (Apresentação 10) e aceite para
publicação (Publicação 16). Foi também desenvolvido neste contexto um trabalho retrospetivo
das reações alérgicas ao abacavir e prevalência do alelo HLA-‐B*5701 na população HIV do
Hospital de São João, apresentado em reunião internacional (Publicação 36).
7. IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS EM ADULTOS COM BRONQUIECTASIAS
No contexto do estágio de Pneumologia e decorrente da colaboração fomentada entre a
consulta de Bronquiectasias, realizada pela Dra. Adelina Amorim, e a consulta de
Imunodeficiências Primárias, coordenada pelo Prof. Doutor José Torres da Costa, foram
avaliados os doentes adultos com diagnóstico de imunodeficiência primária decorrente do
estudo etiológico das bronquiectasias (Publicação 38). É de referir a inexistência de valores
limite de normalidade dos anticorpos específicos que permitam prever a resposta à vacinação,
projeto este que se encontra em fase de desenho em colaboração com a Dra. Júlia
Vasconcelos, do Laboratório de Imunologia do Centro Hospitalar do Porto.
COMO COLABORADORA
8. MOTIVOS PARA INTERRUPÇÃO DE IMUNOTERAPIA SUBCUTÂNEA COM AEROALERGÉNIOS
Da observação da frequente não totalização do tratamento com imunoterapia subcutânea a
aeroalergénios em doentes seguidos na consulta do serviço de Imunoalergologia do Hospital
de São João, foi desenvolvido um questionário telefónico padronizado para compreender os
motivos de não continuação de tratamento e a avaliação de características pessoais, clínicas e
do tratamento em comparação com doentes que suspenderam por indicação médica,
implementado em colaboração com a Dra. Diana Silva e Dra. Ana Pereira. A principal razão foi
de cariz económico (Publicações 26) (Prémio 6) e coincidiu com a suspensão da
comparticipação da imunoterapia específica em Portugal, tendo este resultado causado um
impacto pessoal na abordagem ao doente na fase de prescrição de imunoterapia.
CURRICULUM VITAE 121
9. DESSENSIBILIZAÇÃO ALIMENTAR NO TRATAMENTO DA ALERGIA ÀS PROTEÍNAS DO LEITE DE VACA
Durante o estágio de Imunoalergologia dos grupos etários pediátricos foi possível observar
crianças em tratamento de dessensibilização às proteínas do leite de vaca segundo protocolo
sublingual-‐oral instituído no Hospital CUF Descobertas sob coordenação do Dr. Mário Morais
de Almeida e da Dra. Susana Piedade, tendo colaborado na recolha e codificação das reações
adversas ocorridas durante a dessensibilização em crianças com alergia IgE e não IgE-‐mediada
às proteínas do leite de vaca (Publicações 31) (Prémio 7).
10. PREVALÊNCIA E CLASSIFICAÇÃO DE RINITE EM IDADE PRÉ-‐ESCOLAR
A rinite crónica é uma patologia com importante impacto na qualidade de vida dos doentes e
que interfere no controlo de outras patologias das vias aéreas, entre as quais a asma. Durante
o estágio de Imunoalergologia dos grupos etários pediátricos, em particular na consulta do Dr.
Mário Morais de Almeida, foi possível observar um elevado número de crianças em idade pré-‐
escolar com sintomas de rinite e a sua relação com a presença de sibilância recorrente ou
agudizações de asma. A participação neste estudo consistiu, em parceria com a Dra. Ana
Pereira, na análise dos dados nacionais de um inquérito de base populacional adaptado do
questionário International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC) para crianças em
idade pré-‐escolar, realizado sob coordenação do Dr. Mário Morais de Almeida, e colaboração
na redação dos respetivos artigos (Publicações 5, 14 e 34.1-‐2) (Prémio 8).
11. FATORES DE RISCO PARA PICADA DE HIMENÓPTEROS
A ausência de evidência clínica das recomendações dadas aos doentes com alergia ao veneno
de himenópteros para evicção de picadas suscitou, no âmbito da área específica de alergia a
veneno de himenópteros, coordenada pela Dra. Alice Coimbra, e em colaboração com a Dra.
Diana Silva e Dra. Ana Pereira, a realização de um questionário retrospectivo de características
de vestuário e atividade realizada aquando de picada, em comparação com um acompanhante
presente na altura e que não foi picado. Ao contrário das recomendações prévias, foi
encontrada uma associação positiva com vestuário de cores escuras, embora estes resultados
necessitem de confirmação em maior escala (Publicações 35).
12. ALERGIA ALIMENTAR EM ADULTOS
Projeto como colaboradora da Dra. Mariana Couto e sob coordenação da Dra. Alice Coimbra,
que pretendeu caracterizar as reações adversas alimentares em adultos referenciados por
ATIVIDADE CIENTÍFICA E DE FORMAÇÃO 122
suspeita de alergia alimentar (Publicação 32) e que contribuiu para o registo electrónico dos
dados dos doentes avaliados na área de Alergia Alimentar.
13. PREVALÊNCIA E CLÍNICA DE REAÇÕES ADVERSAS A MARISCO
Projeto de investigação como colaboradora da Dra. Diana Silva e sob coordenação da Dra.
Alice Coimbra que teve como objetivo avaliar a clínica das reações adversas ao marisco e sua a
relação com o mecanismo fisiopatológico (IgE mediado ou não), bem como a reatividade
cruzada entre crustáceos, cefalópodes e peixes.
PROJETOS DE INVESTIGAÇÃO EM CURSO
14. Internamentos e mortalidade intra-‐hospitalar por asma 2000-‐2010
Coordenado pelo Dr. Mário Morais de Almeida e o Prof. Doutor António Bugalho de
Almeida. Em fase de redação e submissão.
15. Avaliação do controlo da asma em farmácias portuguesas utilizando o ACT®
Coordenado pelo Dr. Mário Morais de Almeida e em colaboração com a Associação
Nacional de Farmácias. Em fase de redação e submissão.
16. Urticária ao frio em idade pediátrica: caracterização e evolução clínica
Coordenado pela Dra. Ângela Gaspar. Em fase de inclusão de doentes.
17. Estudo “Allergen wheal inhibition by antihistamines (AWIAH)”
Coordenado pelo Prof. Doutor José Castela Torres da Costa. Em fase de inclusão de
doentes(ANEXO 42 – aprovação pela comissão ética do Hospital de São João).
18. Caracterização clinico-‐laboratorial de doentes com imunodeficiência comum variável
Coordenado pelo Prof. Doutor José Castela Torres da Costa e Prof. Doutor Luís Delgado,
em parceria com o Centro de Imunodeficiências Primárias do Hospital Santa Maria,
Centro Hospitalar Lisboa Norte.
PARTICIPAÇÃO EM ENSAIOS CLÍNICOS SOLICITADOS PELA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
Investigadora do projeto BIA-‐PHL-‐P2-‐001 do Laboratório Bial-‐Aristegui®, ensaio randomizado
com placebo, duplamente cego, de imunoterapia subcutânea com extrato de Phleum pratensis
em doentes com alergia a este pólen. Este projeto decorreu de setembro de 2012 a maio de
2013 tendo colaborado na inclusão de 5 doentes e visitas de seguimento de 3 doentes, bem
CURRICULUM VITAE 123
como nos registos durante a fase de inclusão e visitas de monitorização do promotor
Eurotrials®. A colaboração neste estudo permitiu a familiarização com uma metodologia de
estudo mais complexa, estandardização de procedimentos e realização de 8 provas de
provocação nasal e 8 testes cutâneos por picada com doses crescentes do aeroalergénio
Phleum pratensis, bem como a administração e/ou supervisão de administração de
imunoterapia com extrato depot: 18 doses de iniciação e 9 de manutenção.
ATIVIDADE CIENTÍFICA E DE FORMAÇÃO 124
PRÉMIOS E BOLSAS
TRABALHOS CIENTÍFICOS PREMIADOS
COMO PRIMEIRA AUTORA
1. Prémio EAACI 2011 / Melhor poster na sessão “How to cope with drug allergy in clinical
practice?” para o poster “Hypersensitivity reaction and tolerance induction to
ethambutol” (Publicação 24)
2. Prémio SPAIC -‐ MSD 2012 / Melhor comunicação oral (2º prémio, ex-‐aequo) para a
comunicação oral “Registo anual de anafilaxia em idade pediátrica num centro de
Imunoalergologia”(Publicação 30.2)
3. Prémio EAACI -‐ WAO 2013 / Melhor poster da sessão “Airborne allergens I” para o poster
“Sensitization to Tetranychus urticae: prevalence and clinical relevance” (Publicação
23.3)
4. Prémio SPAIC -‐ MSD 2013 / melhor poster (1º prémio) para o poster “Alergia ocupacional
ao Tetranychus urticae em trabalhadores agrícolas do norte de Portugal” (Publicação
23.4).
COMO CO-‐AUTORA
5. Prémio EAACI 2011 / Melhor comunicação oral na sessão “NSAIDs hypersensitivity:
markers and diagnostic approaches” para a comunicação oral “Hypersensitivity reactions
to nonsteroidal anti-‐inflammatory drugs: single versus multiple reactors” (Publicação
25.1)
6. Prémio EAACI 2012 / Melhor poster na sessão “Recent clinical trials in immunotherapy”
para o poster “Reasons for discontinuing allergen subcutaneous immunotherapy”
(Publicação 26.2)
7. Prémio SPAIC -‐ MSD 2012 / Melhor poster (1º prémio) para o poster “Eficácia e segurança
de novo protocolo de dessensibilização alimentar no tratamento da alergia às proteínas
do leite de vaca” (Publicação 31.2).
CURRICULUM VITAE 125
8. Prémio SPAIC -‐ Bial-‐Aristegui 2013 / Melhor artigo original (2º prémio) para o artigo
“Sibilância em crianças de idade pré-‐escolar em Portugal – prevalência, caracterização e
associação com rinite” (Publicação 14).
BOLSAS DE ESTUDO
1. EAACI Travel Grant 2013 para o Congresso World Allergy & Asthma Congress, Milão,
Itália, junho 2013
2. Prémio SPAIC -‐ Laboratórios Vitória 2013 / Bolsa de Estudo (1º lugar ex-‐aequo) para o
Estágio no Serviço de Alergia e Imunologia Clínica do Hospital Mount Sinai, Nova Iorque,
Estados Unidos da América, agosto 2013 (ANEXO 43)
3. Prémio SPI 2013 / Bolsa de Estudo para o curso ESID Summer School in Primary
Immunodeficiency Diseases, Creta, Grécia, setembro 2013
ATIVIDADE CIENTÍFICA E DE FORMAÇÃO 126
PUBLICAÇÕES
LIVROS / CAPÍTULOS DE LIVROS
1. Veira T, Leblanc A, Santos N, Torres-‐Costa J. Imunodeficiências Primárias: da suspeita
clínica ao tratamento. 1ª edição. Bial. 2013. (ANEXO 44)
EM TEXTO COMPLETO
REVISTAS INDEXADAS NA PUBMED OU ISIS
2. Santos N, Gaspar A, Livramento S, Sampaio G, Morais-‐Almeida M. Aspirin desensitization
in a woman with inherited thrombophilia and recurrent miscarriage. Eur Ann Allergy Clin
Immunol 2012;44(6):256-‐257. (ANEXO 45)
3. Santos N, Almeida I, Couto M, Morais-‐Almeida M, Borrego LM. Exequibilidade do estudo
funcional respiratório em idade pré-‐escolar na prática clínica. Rev Port Pneumol
2013;19(1):38-‐41. (ANEXO 46)
4. Cernadas J, Santos N, Pinto P, Mota P, Castells M. Hypersensitivity reaction and tolerance
induction to ethambutol. Case Rep Med. 2013:208797. doi: 10.1155/2013/208797.
(ANEXO 47)
5. Morais-‐Almeida M, Santos N, Pereira AM, Branco-‐Ferreira M, Nunes C, Bousquet, Fonseca
JA. Prevalence and classification of rhinitis in preschool children in Portugal: a
nationwide study. Allergy 2013;68(10):1278-‐88. (ANEXO 48)
6. Silva D, Pereira AM, Santos N, Coimbra A, Plácido JL. Costs of treatment affect
compliance to specific subcutaneous immunotherapy. Eur Ann Allergy Clin Immunol [in
press]. (ANEXO 49)
7. Santos N, Iraola V, Plácido JL. Tetranychus urticae allergy in a population without
occupational exposure. Eur Ann Allergy Clin Immunol [in press]. (ANEXO 50)
8. Santos N. Pereira AM, Silva R, Torres-‐Costa J, Plácido JL Characterization of systemic
reactions to subcutaneous immunotherapy with airborne allergens and classification
according to WAO 2010. Allergol Immunopathol [in press]. (ANEXO 51)
CURRICULUM VITAE 127
9. Santos N, Silva R, Rodrigues J, Torres Costa J. Sjogren's Syndrome and acquired splenic
atrophy with septic shock: a case report. J Med Case Rep 2014, 8:10. (ANEXO 52)
10. Santos N, Gaspar A, Borrego LM, Morais-‐Almeida M. Successful oral tolerance induction
to cow’s milk in a child with allergy to extensively hydrolyzed formula. Allergol
Immunopathol [in press]. (ANEXO 53)
REVISTAS NÃO INDEXADAS COM REVISÃO POR PARES
11. Santos N, Gaspar A, Pires G, Morais-‐Almeida M. Anafilaxia a maçã: dois casos clínicos.Rev
Port Imunoalergologia 2011;19(4):223-‐227. (ANEXO 54)
12. Santos N, Vales F, Pinto-‐Moura C, Santos M. European Position Paper on Rhinosinusitis
and Nasal Polyps (EPOS) 2012: atualização clínica. Rev Port Otorrinolaringologia e
Cirurgia Cérvico-‐Facial. 2013;51(1):25-‐34. (ANEXO 55)
13. Gaspar A, Santos N, Piedade S, Santa-‐Marta C, Pires G, Sampaio G, Borrego LM, Arêde C,
Morais-‐Almeida M. Registo anual de anafilaxia em idade pediátrica num centro de
Imunoalergologia. Rev Port Imunoalergologia 2014;22(1):43-‐54. (ANEXO 56)
14. Pereira AM, Morais-‐Almeida M, Santos N, Nunes C, Almeida Fonseca J. Sibilância em
crianças de idade pré-‐escolar em Portugal – prevalência, caracterização e associação
com rinite. Rev Port Imunoalergologia [in press]. (ANEXO 57)
Prémio SPAIC–Bial-‐Aristegui 2013 (2º Prémio) para melhor artigo original (Prémio 8)
15. Santos N, Plácido JL. Sensibilização ao Tetranychus urticae no norte de Portugal. Rev Port
Imunoalergologia [in press]. (ANEXO 58)
16. Santos N, Cernadas J. Imunogenética das reacções alérgicas a fármacos. Rev Port
Imunoalergologia 2013;23(4):247-‐258. (ANEXO 59)
ATIVIDADE CIENTÍFICA E DE FORMAÇÃO 128
OUTROS ARTIGOS COM REVISÃO POR PARES
17. Santos N. Artigo comentado “Leonard SA, Sampson HA, Sicherer SH, Noone S, Moshier EL,
Godbold J, Nowak-‐Wegrzyn A. Dietary baked egg accelerates resolution of egg allergy in
children. J Allergy Clin Immunol 2012;130:473-‐480”. Rev Port Imunoalergologia
2012;20(4):300. (ANEXO 60)
18. Santos N. Artigo comentado “Weisse K, Winkler S, Hirche F, Herberth G, Hinz D, Bauer M,
Röder S, Rolle-‐Kampczyk U, von Bergen M, Olek S, Sack U, Richter T, Diez U, Borte M,
Stangl GI, Lehmann I. Maternal and newborn vitamin D status and its impact on food
allergy development in the german Lina cohort study. Allergy 2013;68:220-‐228”. Rev
Port Imunoalergologia 2013;21(2):131-‐132. (ANEXO 61)
19. Santos N. Notícias: Estágio no Serviço de Alergologia e Imunologia Clínica do Hospital
Mount Sinai, Nova Iorque, Estados Unidos da América. Rev Port Imunoalergologia
2013;23(4): 293-‐296. (ANEXO 62)
SOB A FORMA DE RESUMO
Descrevem-‐se os trabalhos apresentados em reuniões científicas com publicação sob a forma
de resumo, agrupados por tema e com o autor que realizou a apresentação sublinhado.
20. Filipe Almeida A, Santos N, Castro C, Bonito Vitor A, Pereira J, Castro S, Campos MM,
Carneiro A, Farinha N, Costa C, Gil-‐da-‐Costa MJ. Múltiplas lesões extra-‐axiais do SNC: da
incerteza ao diagnóstico. Acta Ped Port. 2009;40(5):S100.
Poster: X Congresso Nacional de Pediatria, Troia, outubro 2009. (ANEXO 63)
21. Filipe Almeida A, Teixeira A, Santos N, Flor de Lima F, Rocha C, Magalhães M, Rodrigues E,
Pinto H, Caldas Afonso A; Síndrome de Fanconi secundário a Cistinose: caso clinico. Acta
Ped Port. 2009;40(5):S142.
Poster: X Congresso Nacional de Pediatria, Troia, outubro 2009. (ANEXO 64)
22. 1) Santos N, Pereira AM, Plácido JL, Castel-‐Branco MG. Subcutaneous Specific
Immunotherapy: local and systemic reactions. Allergy 2010;65(Suppl.92):568.
CURRICULUM VITAE 129
Poster: 29th Congress of the European Academy of Allergy and Clinical Immunology,
Londres, Reino Unido, junho 2010. (ANEXO 65)
2) Santos N, Pereira AM, Silva R, Feiteira A, Castro L, Torres da Costa J, Plácido JL.
Caracterização das reacções sistémicas à imunoterapia subcutânea. Rev Port
Imunoalergologia. 2010;18(Supl.1):21.
Poster – sessão especial: XXXI Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e
Imunologia Clínica / XIV Congresso Luso-‐Brasileiro de Alergologia e Imunologia Clínica,
Funchal, outubro 2010. (ANEXO 66)
3) Santos N, Pereira AM, Silva R, Torres da Costa J, Plácido JL. Systemic reactions to
subcutaneous immunotherapy with airborne allergens – a first characterization
according to WAO’s grading system. Allergy 2011;66(Suppl.94):138.
Poster com discussão: 30th Congress of the European Academy of Allergy and Clinical
Immunology, Istanbul, Turquia, junho 2011. (ANEXO 67)
23. 1) Santos N, Plácido JL; Tetranychus urticae: um ácaro esquecido. Rev Port
Imunoalergologia 2010;18(Supl1):50.
Poster: XXXI Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica /
XIV Congresso Luso-‐Brasileiro de Alergologia e Imunologia Clínica, Funchal, outubro 2010.
(ANEXO 68)
2) Santos N, Plácido JL. Relevância clínica da sensibilização ao Tetranychus urticae. Rev
Port Imunoalergologia 2012;20(Supl.1):21.
Comunicação oral: XXXIII Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e
Imunologia Clínica, Fátima, outubro 2012. (ANEXO 69)
3) Santos N, Plácido JL. Sensitization to Tetranychus urticae: prevalence and clinical
relevance. Allergy 2013;68(Suppl.97):463.
Poster: World Allergy & Asthma Congress, Milão, Itália, junho 2013. (ANEXO 70)
Prémio EAACI -‐ WAO 2013 / Melhor poster na sessão ”Airborne allergens I” (Prémio 3)
ATIVIDADE CIENTÍFICA E DE FORMAÇÃO 130
4) Santos N, Carolino F, Aguiar A, Plácido JL. Alergia ocupacional ao Tetranychus urticae
em trabalhadores agrícolas do norte de Portugal. Rev Port Imunoalergologia
2013;21(Supl.1):51.
Poster – sessão especial: XXXIV Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e
Imunologia Clínica, Vale de Lobo, outubro 2013. (ANEXO 71)
Prémio SPAIC -‐ MSD 2013 / Melhor poster (1º prémio) (Prémio 4)
24. Cernadas JR, Santos N, Pinto C, M Castells. Hypersensitivity reaction and tolerance
induction to ethambutol. Allergy 2011;66(Suppl.94):381.
Poster: XXX Congress of the European Academy of Allergy and Clinical Immunology,
Istanbul, Turquia, junho 2011. (ANEXO 72)
Prémio EAACI -‐ WAO 2011 / Melhor poster na sessão ”How to cope with drug allergy in
clinical practice?” (Prémio 1)
25. 1) Reis-‐Ferreira A, Santos N, Botelho C, Castro E, Cernadas JR. Hypersensitivity reactions
to nonsteroidal anti-‐inflammatory drugs: single versus multiple reactors. Allergy
2011;66(Suppl.94):51-‐52.
Comunicação oral: XXX Congress of the European Academy of Allergy and Clinical
Immunology, Istanbul, Turquia, junho 2011. (ANEXO 73)
Prémio EAACI -‐ WAO 2011 / Melhor comunicação na sessão ”NSAIDs hypersensitivity:
markers and diagnostic approaches” (Prémio 5)
2) Reis-‐Ferreira A, Santos N, Botelho C, Castro ED, Cernadas JR. Meloxicam and etoricoxib
tolerance in patients with urticaria/angioedema induced by multiple Non-‐Steroidal
Anti-‐Inflammatory Drugs (NSAIDs). Abstract book.
Poster: 5th Drug Hypersensitivity Meeting, Munique, Alemanha, 2012. (ANEXO 74)
26. 1) Silva D, Pereira AM, Santos N, Plácido JL. Motivos de interrupção do tratamento com
imunoterapia subcutânea. Rev Port Imunoalergologia 2011;19(Supl.1):29.
CURRICULUM VITAE 131
Poster: XXXII Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica,
Porto, outubro 2011. (ANEXO 75)
2) Silva D, Pereira AM, Santos N, Plácido JL, Reasons for discontinuing allergen
subcutaneous immunotherapy. Allergy 2012;67(Suppl.96):235.
Poster: 31st Congress of the European Academy of Allergy and Clinical Immunology,
Genebra, Suiça, junho 2012. (ANEXO 76)
Prémio EAACI 2012 / Melhor poster na sessão ”Recent clinical trials in immunotherapy”
(Prémio 6)
27. Gaspar A, Santos N, Livramento S, Sampaio G, Morais-‐Almeida M. Dessensibilização ao
ácido acetilsalicílico em mulher com trombofilia hereditária. Rev Port Imunoalergologia
2011;19(Supl.1):30.
Poster: XXXII Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica,
Porto, outubro 2011. (ANEXO 77)
28. 1) Santos N, Gaspar A, Pires G, Morais-‐Almeida M. Anafilaxia a maçã: dois casos clínicos.
Rev Port Imunoalergologia 2011;19(Supl.1):38.
Poster: XXXII Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica,
Porto, outubro 2011. (ANEXO 78)
2) Santos N, Gaspar A, Pires G, Morais-‐Almeida M. Why did they have anaphylaxis to
apple? Allergy 2012;67(Suppl.96):381-‐382.
Poster: 31st Congress of the European Academy of Allergy and Clinical Immunology,
Genebra, Suiça, junho 2012. (ANEXO 79)
29. Almeida I, Couto M, Santos N, Borrego LM, Morais-‐Almeida M. Estudo funcional
respiratório em idade pré-‐escolar na prática clínica. Rev Port Pneumol. 2011;17(especial
congresso):50.
Poster: XXVII Congresso de Pneumologia, Porto, outubro 2011. (ANEXO 80)
ATIVIDADE CIENTÍFICA E DE FORMAÇÃO 132
30. 1) Santos N, Gaspar A, Piedade S, Santa-‐Marta C, Pires G, Sampaio G, Borrego LM, Arêde
C, Morais-‐Almeida M, Anaphylaxis in children and adolescents: one-‐year survey in an
Immunoallergy department. Allergy 2012;67(Suppl.96):154.
Poster com discussão: 31st Congress of the European Academy of Allergy and Clinical
Immunology, Genebra, Suiça, junho 2012. (ANEXO 81)
2) Santos N, Gaspar A, Piedade S, Santa-‐Marta C, Pires G, Sampaio G, Borrego LM, Arêde
C, Morais-‐Almeida M. Registo anual de anafilaxia em idade pediátrica num centro de
Imunoalergologia. Rev Port Imunoalergologia 2012;20(Supl.1):30.
Comunicação oral – sessão especial: XXXIII Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de
Alergologia e Imunologia Clínica, Fátima, outubro 2012. (ANEXO 82)
Prémio SPAIC -‐ MSD 2012 / Melhor comunicação oral (2º prémio, ex-‐aequo) (Prémio 1)
31. 1) Piedade S, Santos N, Sampaio G, Gaspar A, Arede C, Borrego L, Santa-‐Marta C, Morais-‐
Almeida M. Safety and efficacy of a new sublingual-‐oral desensitization protocol. Allergy
2012;67(Suppl. 96):206.
Poster: 31st Congress of the European Academy of Allergy and Clinical Immunology,
Genebra, Suiça, junho 2012. (ANEXO 83)
2) Piedade S, Sampaio G, Gaspar A, Santos N, Arêde C, Borrego LM, Santa-‐Marta C,
Morais-‐Almeida M. Eficácia e segurança de novo protocolo de dessensibilização
alimentar no tratamento da alergia às proteinas do leite de vaca. Rev Port
Imunoalergologia 2012;20(Supl.1):48.
Poster – sessão especial: XXXIII Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e
Imunologia Clínica, Fátima, outubro 2012. (ANEXO 84)
Prémio SPAIC -‐ MSD 2012 / Melhor poster (1º prémio) (Prémio 7)
32. Couto M, Coimbra A, Silva D, Santos N, Pereira A, Plácido JL. Food allergy in adults: the
experience of a center in the north of Portugal. Clinical and Translational Allergy 2013,
3(Suppl 3):66.
Poster: Food Allergy and Anaphylaxis Meeting, Nice, França, 2013. (ANEXO 85)
CURRICULUM VITAE 133
33. Silva D, Couto M, Santos N, Pereira AM, Plácido JL, Coimbra A. Prevalence and clinical
presentation of shellfish adverse reaction: 4 years retrospective study in a food allergy
unit. Allergy 2013;68(Suppl.97):136.
Poster com discussão: World Allergy & Asthma Congress, Milão, Itália, junho 2013. (ANEXO
86)
34. 1) Pereira AM, Santos N, Branco-‐Ferreira M, Nunes C, Fonseca JA, Bousquet J, Morais-‐
Almeida M. Disagreement of different estimates of rhinitis prevalence in preschool
children. Allergy 2013;68(Suppl.97):275.
Poster: World Allergy & Asthma Congress, Milão, Itália, junho 2013. (ANEXO 87)
2) Santos N, Pereira AM, Branco-‐Ferreira M, Nunes C, Almeida-‐Fonseca J, Bousquet J,
Morais-‐Almeida M. Prevalence and ARIA classification of rhinitis in preschool children in
Portugal: a nationwide cross-‐sectional study. Allergy 2013;68(Suppl.97):293-‐294.
Poster: World Allergy & Asthma Congress, Milão, Itália, junho 2013. (ANEXO 88)
35. 1) Silva D, Santos N, Pereira AM, Pereira A, Delgado L, Coimbra A. Risk factors for
hymenoptera sting: A case-‐control study. Allergy 2013;68(Suppl.97):491-‐492.
Poster: World Allergy & Asthma Congress, Milão, Itália, junho 2013. (ANEXO 89)
2) Silva D, Santos N, Pereira AM, Pereira A, Delgado L, Coimbra A. Factores de risco para
picada de himenópteros. Rev Port Imunoalergologia 2013;21(Supl.1):24.
Comunicação oral: XXXIV Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e
Imunologia Clínica, Vale de Lobo, outubro 2013. (ANEXO 90)
36. Santos N, Pinheiro C, Carolino F, Faustino AS, Soares P, Sarmento A, Rodrigues-‐Cernadas J.
Prevalence of abacavir-‐associated hypersensitivity syndrome and HLA-‐B*5701 allele in a
Portuguese HIV population. Allergy 2013;68(Suppl.97):517-‐518.
Poster: World Allergy & Asthma Congress, Milão, Itália, junho 2013. (ANEXO 91)
ATIVIDADE CIENTÍFICA E DE FORMAÇÃO 134
37. Santos N, Coimbra A, Vieira T, Botelho C, Plácido JL. Utilidade da provocação com picada
no diagnóstico de alergia a veneno de abelha. Rev Port Imunoalergologia
2013;21(Supl.1):48.
Poster: XXXIV Reunião Anual da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia
Clínica, Vale de Lobo, outubro 2013. (ANEXO 92)
38. Santos N, Leblanc A, Vieira T, Amorim A, Torres-‐Costa J. Adult Diagnosed Primary
Immunodeficiency Diseases In Patients With Bronchiectasis. Congress Book.
Poster: First International Primary Immunodeficiencies Congress, Estoril, novembro 2013.
(ANEXO 93)
CURRICULUM VITAE 135
COMUNICAÇÕES
EM REUNIÕES CIENTÍFICAS / CONGRESSOS
Descritas na secção “Publicações – sob a forma de resumo”, sendo esta atividade resumida
apresentada na Tabela 24.
Tabela 24. Resumo de comunicações em reuniões científicas / congressos
N EM REUNIÕES INTERNACIONAIS 9
Posters com discussão 2 Posters (com apresentação) 7
EM REUNIÕES NACIONAIS 8 Comunicações orais 2 Posters (com apresentação) 6
OUTRAS APRESENTAÇÕES / PALESTRANTE A CONVITE
1. Ácaros: artigos que lhes dão vida. Colaboração: Ana Pereira, José Luís Plácido, Maria
Graça Castel-‐Branco. Reunião do Mapa Acarológico, Curia, fevereiro 2009. (ANEXO 94)
2. Hipersensibilidade à carboplatina: esquemas de indução de tolerância – caso clínico.
Coordenação: Josefina Cernadas. Workshop “Protocolos de Indução de Tolerância a
Fármacos”, XXXI Reunião da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica,
Funchal, outubro 2010. (ANEXO 95)
3. Caso clínico de asma grave em tratamento com omalizumab. Coordenação: José Luís
Plácido e João Fonseca. Reunião de lançamento do livro "Recomendações para
Diagnóstico e Terapêutica da Asma Grave em Portugal", Porto, maio 2011. (ANEXO 96)
4. Imunoterapia subcutânea a aeroalergénios: caracterização das reacções locais e
sistémicas. Coordenação: José Luís Plácido. Reunião “50 anos de Imunoalergologia
Hospitalar em Portugal”, Lisboa, novembro 2011. (ANEXO 97)
5. Profilaxia do Angioedema Hereditário. Coordenação: Eunice Castro. Reunião de doentes
com Angioedema Hereditário do Hospital de São João, Porto, março 2012. (ANEXO 98)
ATIVIDADE CIENTÍFICA E DE FORMAÇÃO 136
6. Alergia alimentar em idade pediátrica: como orientar? Coordenação: Alice Coimbra. I
Encontro de Imunoalergologia C. H. S. João e C.H.V.N. Gaia/Espinho para Medicina Geral e
Familiar, Porto, maio 2013. (ANEXO 99)
7. Imunodeficiências primárias: abordagem terapêutica. Coordenação: José Torres da
Costa. II Encontro de Imunoalergologia C. H. S. João e C.H.V.N. Gaia/Espinho para
Medicina Geral e Familiar, Porto, novembro 2013. (ANEXO 100)
8. O exercício faz bem à asma? Coordenação: José Torres da Costa. Seminário “As vias
respiratórias e o Desporto” do Mestrado em Treino de Alto Rendimento da Faculdade de
Desporto da Universidade do Porto, Porto, novembro 2013. (ANEXO 101)
APRESENTAÇÕES EM REUNIÕES DE SERVIÇO
SERVIÇO DE IMUNOALERGOLOGIA
Foram periodicamente apresentados artigos em formato Journal Club, doentes do
internamento e doentes da consulta com particularidades diagnósticas ou terapêuticas, bem
como temas de revisão e casos clínicos, que se descrevem.
TEMAS DE REVISÃO
9. Tetranychus urticae. Fevereiro 2010. (ANEXO 102)
10. Farmacogenética das reações de hipersensibilidade a fármacos. Dezembro 2010. (ANEXO
103)
11. Doenças Imunológicas associadas ao frio. Janeiro 2011. (ANEXO 104)
12. Imunoterapia intra-‐linfática. Junho 2011. (ANEXO 105)
13. Imunodeficiências primárias: revisão teórica e protocolos de abordagem do défice
seletivo de IgA e imunodeficiência comum variável. Colaboração: Teresa Vieira, Ana
Leblanc, José Torres da Costa. Maio 2012. (ANEXO 106)
14. European Position Paper on Rhinosinusitis and Nasal Polyps (EPOS) 2012: atualização
clínica. Outubro 2012 (ANEXO 107)
15. Aerobiologia e aeroalergénios. Abril 2013. (ANEXO 108)
CURRICULUM VITAE 137
16. Eosinofilia. Novembro 2013. (ANEXO 109)
CASOS CLÍNICOS
17. Défice Seletivo de IgA. Novembro 2009. (ANEXO 110)
18. Doença respiratória exacerbada pela aspirina. Abril 2012.
19. Hiposplenismo. Março 2013. (ANEXO 111)
OUTROS SERVIÇOS
20. Dermatite atópica: da fisiopatologia ao tratamento. Reunião de Serviço de Pediatria,
setembro 2009. (ANEXO 112)
21. Panhipopituitarismo. Reunião de Serviço de Medicina Interna, outubro 2010. (ANEXO 113)
22. European Position Paper on Rhinosinusitis and Nasal Polyps (EPOS) 2012: atualização
clínica. Reunião de Serviço de Otorrinolaringologia, outubro 2012. (ANEXO 114)
ATIVIDADE CIENTÍFICA E DE FORMAÇÃO 138
ATIVIDADE FORMATIVA E DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA
PRÉ-‐GRADUADA
Assistente voluntária da disciplina de Semiótica I e II aos alunos do 3º ano do Mestrado
Integrado em Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, desde outubro de
2010.
Colaboração na formação contínua e integração na atividade hospitalar de alunos do
Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, ao
longo do Internato Complementar de Imunoalergologia, sobretudo nos estágios de Pediatria e
Medicina Interna.
PÓS-‐GRADUADA
Colaboração na formação de internos mais novos do Internato Complementar de
Imunoalergologia e de internos de outras especialidades que fazem estágio no Serviço de
Imunoalergologia, como Pneumologia e Medicina Geral e Familiar.
Realização de ações de formação e comunicações junto de médicos de outras especialidades,
nomeadamente Pediatria, Medicina Interna, Otorrinolaringologia e Medicina Geral e Familiar e
alunos de Mestrado da Faculdade de Desporto (Apresentações 23-‐25 e 36-‐38).
Participação na Comissão Científica da “Reunião para medicina geral e familiar -‐
Imunodeficiências primárias: Como suspeitar e orientar?”, colaborando na organização
temática e na escolha e revisão dos casos clínicos apresentados. (ANEXO 100C)
Formação em “Terapia inalada” para farmacêuticos, integrada na ação de formação sobre
Asma e DPOC, sob coordenação da Escola de Pós-‐Graduação em Saúde e Gestão, que decorreu
na Associação Portuguesa de Farmácias, Lisboa, outubro 2011. (ANEXO 17)
Formação e esclarecimento de dúvidas ao corpo de enfermagem do Serviço de
Imunoalergologia, sempre que solicitado.
OUTRAS
Colaboração nos eventos “Semana da Alergia”, dirigidos ao público geral (utentes e visitantes
do Hospital de São João), realizados em maio de 2010, 2011, 2012 e 2013 através da
CURRICULUM VITAE 139
colaboração na preparação dos slides informativos de “asma e rinite” (ANEXO 16),
esclarecimento de dúvidas em relação à Especialidade de Imunoalergologia, distribuição de
panfletos informativos sobre algumas das patologias observadas pela especialidade e reforço
do ensino da utilização de inaladores nos utentes com asma.
Entrevista em programa televisivo “Diário da Manhã”, dirigida ao público em geral, intitulada
“Alergias alimentares no Natal”, a 15 de dezembro de 2011.
ATIVIDADE CIENTÍFICA E DE FORMAÇÃO 140
INSCRIÇÃO EM SOCIEDADES CIENTÍFICAS
Ordem dos Médicos − nº. 47809
Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) − nº. 468
European Academy of Allergology and Clinical Immunology (EAACI) – nº. 8922
European Respiratory Society (ERS) – nº. 311901
Sociedade Portuguesa de Imunologia (SPI)
European Society for Immunodeficiencies (ESID)
OUTRAS ATIVIDADES DE VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL
Membro da Task Force “Conjunctival provocation tests in clinical practise”, iniciativa do Grupo
de Interesse em Alergia Ocular da European Academy of Allergy and Clinical Immunology.
Representante dos Internos de Imunoalergologia na Comissão de Internos do Centro
Hospitalar São João, EPE, de 2011 a 2013.
Country liaison – representante de Portugal junto da Junior Members & Affiliates (JMA)
Working Group da European Academy of Allergy and Clinical Immunology, por convite, desde
julho 2013.
Secretária dos JIPs (Jovens Imunoalergologistas Portugueses) e colaboradora na função de
Webmaster da SPAIC, desde fevereiro de 2014.
Colaboração, em rotação com os restantes internos do Serviço de Imunoalergologia, na
recolha semanal de pólenes e envio para análise no Laboratório de Palinologia da
Universidade de Évora.
Colaboração no Registo Nacional de Anafilaxia, através da notificação de doentes seguidos na
consulta.
Registo no Catálogo Português de Alergias e Reações Adversas de doentes seguidos na
consulta e doentes a quem foi realizado o relatório final da área de alergia a fármacos.
CURRICULUM VITAE 141
CONSIDERAÇÕES FINAIS E AGRADECIMENTOS
Finda a Formação Específica em Imunoalergologia, fica a noção da continuidade do trabalho,
tendo o último ano sido particularmente rico e intenso, como se pode depreender dos dados
de evolução ao longo do internato, com aumento do número de consultas, da submissão e
aceitação de publicações e da participação em ações de formação, nomeadamente para os
colegas de Medicina Geral e familiar, as quais foram particularmente gratificantes pela
possibilidade de divulgação da Especialidade e de esclarecimento de dúvidas frequentes,
resultantes das carências na formação pré-‐graduada no que concerne aos temas tratados pela
Imunoalergologia.
É com satisfação que termino esta etapa com a confirmação de que esta Especialidade foi de
encontro às expectativas criadas aquando da sua escolha, possibilitando a observação de
doentes de todas as faixas etárias, o desafio intelectual do diagnóstico de patologias raras e
com infinitas possibilidades, a interação individual com o doente na tentativa de integração de
diferentes áreas do saber para melhorar a adesão ao tratamento, evitar hábitos ou exposições
de risco e melhorar a qualidade de vida, e a integração em projetos de investigação clínica e
translacional.
Agradecimentos,
Fico particularmente grata ao meu orientador de formação, o Prof. Doutor José Torres da
Costa, pela forma desprendida mas atenta como sempre me guiou, estimulando a minha
concentração e afinco em determinados projetos, como a Consulta de Imunodeficiências
Primárias, área pela qual nutro um respeito e entusiasmo crescentes, e as Patologias
Ocupacionais Alérgicas, das quais me tentou sempre transmitir um sentido prático direcionado
para o doente, nunca deixando de fomentar a minha colaboração com outros elementos do
Serviço e outras instituições e a integração em outras áreas do conhecimento.
Ao Dr. José Luís Plácido, Diretor de Serviço e responsável pela orientação formal na fase inicial
do internato, ao lado de quem iniciei os meus caminhos na Imunoalergologia, tanto a nível
clínico como de projetos de investigação que tiveram continuação ao longo de todo o
internato e reconhecimento a nível nacional como internacional.
NATACHA SANTOS 142
Ao Prof. Doutor Luís Delgado, que acompanhou sempre de perto a evolução do estágio de
Imunologia e percurso ao longo do internato, com total disponibilidade, incentivo e energia
contagiantes.
Aos internos do Serviço, particularmente às internas Ana Margarida Pereira e Diana Silva, pela
boa disposição, partilha e entreajuda e às internas mais “velhas”, Mariana Couto, Ana Reis
Ferreira, Teresa Vieira e Ana Leblanc, pela motivação e orientação.
A todos os restantes elementos do Serviço de Imunoalergologia pela disponibilidade e por me
auxiliarem neste trajeto na especialidade e no desenvolvimento de diferentes valências e
competências, quer clínicas quer académicas, essenciais ao exercício da Imunoalergologia.
A todos os Profissionais de Saúde do Centro de Imunoalergologia do Hospital CUF Descobertas,
em particular à Dra. Ângela Gaspar, pela exemplar dedicação aos doentes e à minha formação,
e ao Dr. Mário Morais de Almeida, pela eficiência e constante boa disposição nas consultas,
bem como pelo estímulo científico e de trabalho, que pautam o seu dia-‐a-‐dia.
A todos os elementos do Centro Hospitalar São João com que contactei ao longo dos
diferentes estágios clínicos.
Por fim, à minha família e em particular ao Sérgio Leite, meu companheiro de vida, pelo apoio
constante nas horas de trabalho e dedicação e pela partilha de todos os outros momentos que
completam a minha forma de ser.
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 -‐ Certificado Licenciatura Medicina
ANEXO 2 -‐ Lista de candidatos IM 2008A -‐ lugar 321
ANEXO 3 -‐ Internato Ano Comum
ANEXO 4 -‐ Lista de colocados na Especialidade -‐ IM 2008A
ANEXO 5 -‐ Programa Formação Imunoalergologia -‐ DR 1a série, nº6, 10-‐1-‐2011
ANEXO 6 -‐ Declarações de tempo e qualidade de desempenho
ANEXO 7 -‐ Descrição do Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar São João, EPE
ANEXO 8 -‐ Pauta ultra rápida abelha
ANEXO 9 -‐ Protocolo de Imunodeficiência Comum Variável
ANEXO 10 -‐ Protocolo de Défice de IgA
ANEXO 11 -‐ Baterias de testes cutâneos por picada do Serviço de Imunoalergologia
ANEXO 12 -‐ Bateria standard de testes epicutâneos
ANEXO 13 -‐ Manual de Imunoterapia do Serviço de Imunoalergologia 2014
ANEXO 14 -‐ Folha de Registo de Imunoterapia
ANEXO 15 -‐ Dermatites de contacto -‐ folhas de evicção
ANEXO 16 -‐ Semana da alergia -‐ Asma e Rinite
ANEXO 17 -‐ Formação em “Terapia inalada” para farmacêuticos
ANEXOS 18 a 41 -‐ Cursos de Formação Pós-‐Graduada
ANEXO 42 -‐ Aprovação do estudo “AWIAH” pela Comissão de Ética para a Saúde
ANEXO 43 -‐ Prémio SPAIC -‐ Laboratórios Vitória 2013para o Estágio no Serviço de Alergia e
Imunologia Clínica do Hospital Mount Sinai
ANEXOS 44 a 93 -‐ Publicações: resumo, poster/comunicação e comprovativo de prémio
ANEXOS 94 a 114 -‐ Outras apresentações