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11/02/2015 Queda do Muro de Berlim: 25 anos depois, saiba mais sobre este e outros "muros" Resumo das disciplinas UOL Vestibular http://vestibular.uol.com.br/resumodasdisciplinas/atualidades/quedadomurodeberlim25anosdepoissaibamaissobreesteeoutrosmuros.htm 1/3 Queda do Muro de Berlim: 25 anos depois, saiba mais sobre este e outros "muros" Andréia Martins Da Novelo Comunicação 14/11/2014 16h41 Imprimir Comunicar erro Tobias Schwarz/AFP 7.nov.2014 - Luzes são acesas em balões da instalação 'Lichtgrenze' (Muro de Luz) que marca o antigo curso do Muro de Berlim. A instalação é uma homenagem aos 25 anos da queda do Muro de Berlim, que dividiu a capital alemã entre dois países, a Alemanha Oriental e a Alemanha Ocidental, por quase três décadas 1989 foi um ano em que o mundo mudou. O Brasil realizava sua primeira eleição direta para presidente depois da ditadura; nascia a World Wide Web (www), que só seria difundida para os usuários quatro anos mais depois; o mundo se despedia de figuras de referência como Samuel Beckett e Salvador Dalí. Mas nada marcaria mais o ano como a queda do Muro de Berlim. Em 1961, a Alemanha viveu uma experiência até então inédita em outros países: viu sua capital, Berlim, ser dividida em dois lados por um muro, com cada lado governado por regimes politicamente contrários simbolizando a divisão do mundo entre os blocos capitalista e socialista, uma herança da Guerra Fria. Direto ao ponto: Ficha-resumo A divisão era resultado do final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando a Alemanha foi invadida por todos os lados e ficou dividida em dois países: a Alemanha Ocidental (ou República Federal da Alemanha, a RFA), capitalista e ocupada pelas tropas de Inglaterra, França e Estados Unidos, e a Alemanha Oriental, chamada também de República Democrática Alemã (RDA) - governada pelos comunistas e União Soviética. Como consequência, a capital, Berlim, também acabou dividida. A cidade ocupava uma posição estratégica, no centro da parte oriental da Alemanha. Por isso, os Aliados pressionaram para que ela fosse dividida em quatro setores, sendo o russo o maior de todos. Berlim ocidental, apoiada pelos Estados Unidos, tornou- se capital da RFA, enquanto Berlim oriental, com apoio soviético, era capital da RDA. Como o lado ocidental apresentava melhores índices econômicos e de prosperidade, o governo da RDA temia uma fuga em massa dos moradores do lado soviético e decidiu separar a cidade. Primeiro com um arame farpado, depois erguendo um muro de cimento. O resto da história é conhecido. Atualidades Related Searches Vestibular Rehabilitation Therapy Vestibular Neuronitis Benign Paroxysmal Positional Vertigo Vestibular Rehabilitation Solution Real

Queda do muro de berlim

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Page 1: Queda do muro de berlim

11/02/2015 Queda do Muro de Berlim: 25 anos depois, saiba mais sobre este e outros "muros" ­ Resumo das disciplinas ­ UOL Vestibular

http://vestibular.uol.com.br/resumo­das­disciplinas/atualidades/queda­do­muro­de­berlim­25­anos­depois­saiba­mais­sobre­este­e­outros­muros.htm 1/3

Queda do Muro de Berlim: 25 anosdepois, saiba mais sobre este eoutros "muros"Andréia MartinsDa Novelo Comunicação 14/11/2014 16h41

m n o H J Imprimir F Comunicar erro

Tobias Schwarz/AFP

7.nov.2014 - Luzes são acesas em balões da instalação 'Lichtgrenze' (Muro de Luz) quemarca o antigo curso do Muro de Berlim. A instalação é uma homenagem aos 25 anos daqueda do Muro de Berlim, que dividiu a capital alemã entre dois países, a AlemanhaOriental e a Alemanha Ocidental, por quase três décadas

1989 foi um ano em que o mundo mudou. O Brasil realizava sua primeira eleição

direta para presidente depois da ditadura; nascia a World Wide Web (www), que só

seria difundida para os usuários quatro anos mais depois; o mundo se despedia de

figuras de referência como Samuel Beckett e Salvador Dalí. Mas nada marcaria

mais o ano como a queda do Muro de Berlim.

Em 1961, a Alemanha viveu uma experiência até então inédita em outros países:

viu sua capital, Berlim, ser dividida em dois lados por um muro, com cada lado

governado por regimes politicamente contrários simbolizando a divisão do mundo

entre os blocos capitalista e socialista, uma herança da Guerra Fria.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

A divisão era resultado do final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando a

Alemanha foi invadida por todos os lados e ficou dividida em dois países: a

Alemanha Ocidental (ou República Federal da Alemanha, a RFA), capitalista e

ocupada pelas tropas de Inglaterra, França e Estados Unidos, e a Alemanha

Oriental, chamada também de República Democrática Alemã (RDA) - governada

pelos comunistas e União Soviética.

Como consequência, a capital, Berlim, também acabou dividida. A cidade ocupava

uma posição estratégica, no centro da parte oriental da Alemanha. Por isso, os

Aliados pressionaram para que ela fosse dividida em quatro setores, sendo o russo

o maior de todos.

Berlim ocidental, apoiada pelos Estados Unidos, tornou- se capital da RFA,

enquanto Berlim oriental, com apoio soviético, era capital da RDA. Como o lado

ocidental apresentava melhores índices econômicos e de prosperidade, o governo

da RDA temia uma fuga em massa dos moradores do lado soviético e decidiu

separar a cidade. Primeiro com um arame farpado, depois erguendo um muro de

cimento. O resto da história é conhecido.

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11/02/2015 Queda do Muro de Berlim: 25 anos depois, saiba mais sobre este e outros "muros" ­ Resumo das disciplinas ­ UOL Vestibular

http://vestibular.uol.com.br/resumo­das­disciplinas/atualidades/queda­do­muro­de­berlim­25­anos­depois­saiba­mais­sobre­este­e­outros­muros.htm 2/3

Até 1989, o muro permaneceu dividindo a cidade e só cairia no dia 9 de novembro

daquele ano, representado o fim do regime socialista no país. Fato é que 25 anos

após a queda e a unificação do país, ocorrida em 3 de outubro de 1990, a

Alemanha saiu de país partido para se tornar líder na Europa, embora ainda veja as

regiões leste e oeste divididas economicamente.

Desde a queda do muro, a atividade econômica do leste não acompanha o oeste.

Vale lembrar que, logo após o final da 2ª Guerra, os Estados Unidos lançaram o

Plano Marshall, plano de ajuda econômica aos aliados o pós-guerra, ação que

beneficiou a Alemanha ocidental.

Hoje, o PIB (produto interno bruto) da área que antes formava a Alemanha Oriental

corresponde a 67% da produção do lado ocidental. Outros números corroboram o

descompasso das regiões: o índice de desemprego, um terço mais alto no leste, e o

salário, 20% mais alto na região oeste. Para especialistas da área econômica,

embora o leste tenha apresentado certos progressos, essas diferenças ainda são

uma herança da divisão do país.

Naquela época, o fim do regime socialista representou o desemprego de 2 milhões

de pessoas e enfraqueceu a atividade econômica. Embora algumas cidades do

leste tenham apresentado uma evolução -- como, por exemplo, Leipzig, que hoje

tem negócios de empresas como Amazon e BMW --, elas são uma exceção.

Segundo o governo federal, apenas 10% das grandes empresas instaladas no país

oferecem emprego na região leste.

Tentando diminuir esse "atraso", o governo federal da Alemanha criou um plano de

apoio, o Pacto de Solidariedade. Hoje em sua segunda fase, que se estenderá até

2019, o plano prevê o repasse de 156 bilhões de euros para o leste. A continuidade

e ampliação deste pacto gera divergências entre as autoridades e ainda não foi

definida.

Outra questão que coloca os dois lados em ritmos opostos é a idade da população.

Como muitos jovens saíram da Alemanha oriental para buscar melhores empregos

e condições de vida no lado ocidental, houve um envelhecimento do outro lado.

Com isso, estima-se que até 2030 um terço dos moradores do leste tenham mais de

65 anos de idade.

Alemanha: de país dividido ao mais forte da EuropaNo ano da queda do muro, a então primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher,

fez uma comentário que podemos chamar de profecia: "Vencemos os alemães em

duas oportunidades e aqui estão eles de volta". A declaração, dada após a queda

do Muro de Berlim em 1989, fazia referência ao receio de que a reunificação

resultasse no predomínio da Alemanha na Europa.

Hoje, o país liderado pela presidente Angela Merkel (que veio da antiga Alemanha

oriental), é visto como o líder do continente, especialmente pela forma como reagiu

à crise econômica de 2008 e à crise do euro e ainda seu posicionamento frente aos

conflitos na Líbia, quando se absteve de votar a favor da intervenção militar, e na

Ucrânia, onde o ministro do exterior interveio para evitar uma guerra civil.

A instabilidade de outros países também permitiu que a Alemanha assumisse este

papel, como uma França mergulhada em uma crise econômica, o Reino Unido

desinteressado pela União Europeia e que enfrenta pedidos de separação de uma

parte de seu território, e até mesmo Itália e Espanha, o primeiro com baixos índices

de crescimento e o segundo tentando minimizar os efeitos da crise econômica.

Desde 2005, a economia alemã cresceu 11,6% e o país tem uma das mais baixas

taxas de desemprego do continente: 5,5%. Como disse o canal de TV alemão

Deutsche Welle, um dos mais importantes canais do país, "a Alemanha deixou de

ser uma 'criança problema' da Europa, como ainda era vista na virada do milênio,

para se tornar o aluno modelo do continente".

Os outros “Muros de Berlim”

Page 3: Queda do muro de berlim

11/02/2015 Queda do Muro de Berlim: 25 anos depois, saiba mais sobre este e outros "muros" ­ Resumo das disciplinas ­ UOL Vestibular

http://vestibular.uol.com.br/resumo­das­disciplinas/atualidades/queda­do­muro­de­berlim­25­anos­depois­saiba­mais­sobre­este­e­outros­muros.htm 3/3

A queda do muro na Alemanha não foi o fim de cidades ou países divididos por um

concreto. Erguer outros muros foi a solução que muitos países encontraram para,

por exemplo, tentar impedir a entrada de imigrantes em seus territórios ou

representar a divisão ideológica de um país.

Na região da Cisjordânia há um muro de concreto sendo construído por Israel.

Segundo as autoridades israelenses, a barreira física seria uma medida de

segurança, mas na prática separa os palestinos dos israelenses. O muro tem 8

metros de altura e cercas elétricas e a passagem é feita apenas em postos militares

israelenses. Segundo um relatório da ONU, 62% do muro já foi construído, o que

inclui 200 quilômetros. Em 2004, a Corte Internacional de Justiça alegou que a

construção é ilegal e violaria o direito internacional. Ela apelou a Israel para destruir

o muro, sem sucesso.

A imigração ilegal também levou à construção de muros. No caso dos Estados

Unidos, a imigração mexicana sempre foi um problema para o país. O muro

construído pelos norte-americanos na fronteira, com 1.130 quilômetros, visa

aumentar o controle em relação à imigração e narcotráfico, além de coibir as ações

dos chamados “coiotes”, que atravessam clandestinamente pela fronteira.

Conhecido como o muro que divide a Europa do Oriente, o muro construído em

2012 pela Grécia na fronteira da Turquia também visa coibir a entrada de

imigrantes ilegais. Segundo estimativas, cerca de 90% dos imigrantes que

ingressam de forma ilegal na União Europeia o fazem por meio dessa fronteira.

O Estreito de Gilbratar é uma separação natural entre o Mar Mediterrâneo e o

Oceano Atlântico. Os enclaves espanhóis de Ceuta e Melilla fazem fronteira com o

Marrocos, no norte da África. Ali a Espanha construiu o que ficou conhecido como

Muro de Ceuta, que separa Ceuta e Melilla do Marrocos. As cercas buscam

aumentar a segurança e impedir a imigração ilegal de africanos à União Europeia.

São 8 km de cercas em Ceuta, e 11 em Melilla.

Outra situação de divisão persiste entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul.

Fruto da Guerra Fria (o norte comunista e o sul capitalista), o muro que divide a

península coreana em dois países tem 250 quilômetros de extensão. A separação

também é ideológica. O norte comunista é um dos locais mais fechados do mundo,

enquanto o sul capitalista é uma potência econômica. No terreno onde fica a linha

de demarcação, estão enterradas mais de três milhões de minas. É a fronteira mais

vigiada do mundo.

 

DIRETO AO PONTO

1989 foi um ano em que o mundo mudou. O Brasil realizava sua primeira eleição direta para presidentedepois da ditadura; nascia a World Wide Web (www), que só seria difundida para os usuários quatro anosmais depois; o mundo se despedia de figuras de referência como Samuel Beckett e Salvador Dalí. Masnada marcaria mais o ano como a queda do Muro de Berlim. 25 anos depois da queda, a Alemanha assume um papel de protagonista na Europa, algo que seriaimpensável naqueles anos de divisão entre bloco capitalista e socialista, uma herança da bipolaridadegerada na Guerra Fria. Embora a região leste, a antiga Alemanha oriental, ainda não acompanhe economicamente a região oeste,o lado ocidental e próspero da Alemanha, o país vem se tornando um exemplo para os demais europeusdevido à sua liderança e índices econômicos: contas em dia e um desemprego de 5,5% -- contra o dobro naFrança, por exemplo.  A experiência vivida em Berlim não impediu que, mais tarde, outros muros fossem erguidos em outrospaíses e regiões para impor uma separação, um bloqueio, como acontece hoje na Cisjordânia, na fronteiraentre México e Estados Unidos e nas Coreias do Norte e do Sul, que ainda sustentam a divisão dos temposde Guerra Fria, capitalismo versus comunismo.

Andréia Martins

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