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Arquitetura & Urbanismo Português Arquitetura & Urbanismo Português no Brasil e no mundo no Brasil e no mundo OS ENGENHOS DE AÇÚCAR OS ENGENHOS DE AÇÚCAR Escravos cortando cana.

Aula 06 os engenhos de açúcar

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Page 1: Aula 06 os engenhos de açúcar

Arquitetura & Urbanismo PortuguêsArquitetura & Urbanismo Portuguêsno Brasil e no mundono Brasil e no mundo

OS ENGENHOS DE AÇÚCAROS ENGENHOS DE AÇÚCAR

Escravos cortando cana.

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“Inicialmente, ocupava apenas uma clareira na oresta: a flpaisagem primitiva da zona açucareira constituía‐se de áreas extensas cobertas de vegetação espessa, que separavam pequenos espaços onde se agrupavam as construções de tijolo ou adobe e cal, circundada pelos campos cultivados.”

HOLLANDA, Sergio Buarque de. História Geral da Civilização

Brasileira. Tomo I ‐ A Época Colonial, 1993.

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A Coroa Portuguesa só assumiu sériamente a necessidade de ocupar as novas terras a partir da terceira década de XVI, pressionada pelo agressivo assédio dos franceses, freqüentadores assíduos do nosso litoral, (…)

Surgiu então a política das Capitanias Hereditárias, porém, a ocupação do território, tanto no litoral quanto a penetração para o interior, só se viria a efetivar com a produção e exportação do açúcar.

IPHAN, 2006

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→ permitiu a integração de novas terras à metrópole portuguesa

→ duas vantagens:

• atendia às necessidades da colonização

• possibilitava grandes lucros à Coroa

CapitaniasHereditárias

Manufatura dacana-de-açúcar

binômio

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O surgimento de vilas e cidades por toda a extensão da costa brasileira foi acelerado a partir da instalação do Governo Geral em Salvador, em 1549.

Este crescimento foi todo financiado com os lucros que a exportação do açúcar, desde cedo proporcionava, não apenas à Coroa, mas a todos os que estavam envolvidos na sua produção.

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Logo, o ciclo do açúcar esteve inteiramente identificado e confundido com o processo de colonização no Brasil.

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A produção do açúcar de cana foi a mais forte razão para a ocupação do Brasil.

Frustrados por não terem encontrado metais preciosos, a

exemplo daqueles descobertos em terras incas, maias e astecas, os portugueses decidiram produzir em terras brasileiras o açúcar, que era um produto que alcancava ̧altos precos no mercado europeu̧ .

A região nordestina foi a que se revelou mais propícia para

a cultura da cana de açúcar, principalmente devido ao solo e à facilidade de escoamento para a Europa.

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→ a produção do açúcar foi o setor mais importante da economia colonial durante os séculos XVI e XVII.

→ essa época ficou conhecida como “Ciclo do Açúcar”

→ os principais pólos produtivos foram:

primeiro…• Zona da Mata Nordestina• Recôncavo Bahiano

depois…• Maranhão• Rio de Janeiro• São Paulo

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Engenho de cana‐de‐açúcar típico do Brasil colonial (séculos XVI a

XIX).Fonte: Atlas Histórico Escolar ‐ Ministério

da Educação e Cultura, Fundação Nacional de Material Escolar. Rio de

Janeiro, 1980 (domínio público)

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A cana de açúcar marcou os três primeiros séculos da história do Brasil, afetando a economia, a sociedade e a cultura.

Uma verdadeira “cultura do açúcar” se estabeleceu. O açúcar brasileiro alterou a dieta alimentar do mundo europeu, substituíndo o mel, e impulsionou a produção de doces – indústria de confeiteiros.

No Brasil, portugueses, indígenas e africanos participam todos desta cultura, quer no setor produtivo, quer no consumo.

IPHAN, 2006.

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A cana foi cultivada ao longo de séculos por diferentes povos asiáticos, contudo não se tem uma certeza de quando ela migrou para o oeste asiático.

Amaral [1958] sugeriu que a cana teria sido levada para a Pérsia ainda no tempo de Alexandre, o Grande no século IV a.C, pois sabe‐se que Alexandre realizou incursões até a Índia. E da Pérsia a planta teria chegado à Síria.

Contudo, sua distribuição pelo Oriente Médio se deu com os árabes, séculos depois, já na Idade Média.

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Em destaque a ilha de São Domingos antiga Hispaniola. A ilha é dividida pelos territórios do Haiti e da República Dominicana. Foi aqui em 1493 que se plantou o primeiro canavial das Américas.

Page 12: Aula 06 os engenhos de açúcar

• implantação• liberdade e incentivo de produção• sociedade com os holandezes ‐ transporte

séc. XVI

• depressão até 1670• rompimento da sociedade Portugal x Holanda• ainda é a principal economia

séc. XVII

• primeiras décadas – alta dos preços – estímulo• nova depressão até 1770 ( + ciclo do ouro)• nova recuperação até à 1ª década do séc. XIX

séc. XVIII

• abertura dos portos• abolição da escravatura (1888)• industrialização – as usinas e as linhas férreas

séc. XIX

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panorama…panorama…

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século XVI: relações comerciais entre Portugal e Holanda

Holandeses financiavam a produção açucareira no Brasil e a controlavam toda a sua comercialização no mercado europeu

século XVI: Holanda unificada ‐ Casa de Habsburgo

revolta contra Filipe II de Espanha – conflitos de ordem religiosa (contra‐reforma)

26 de julho de 1581 – declarada independência da Holanda em relação à Espanha

independência só é reconhecida depois da Guerra dos Oitenta Anos (1568‐1648)

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Durante a guerra – início do Século de Ouro dos Países Baixos pe→ ríodo de grande prosperidade comercial e cultural (todo o século XVII)

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Espanha pretendia dominar todo o território dos Países Baixos, na qual a Holanda estava situada, pois a circulação de mercadorias naquela região contribuía significativamente para abastecer os cofres do tesouro espanhol.

Ao incorporar Portugal, aproveitando‐se do seu controle sobre o Brasil, a Espanha planejou impedir que os holandeses continuassem a comercializar o açúcar brasileiro. Era uma tentativa de sufocar economicamente a Holanda e impedir sua independência.

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O açúcar se tornara um bem tão valioso que isso levou os holandeses a criarem a Companhia das Índias Ocidentais (1621) para tratar de negócios nas Américas

1624 – os Holandeses atacaram a cidade de Salvador, capital do Brasil a fim de tomá‐la

‐ ocupação holandesa por um ano‐ reconquista portuguesa

Novo ataque cinco anos depois

1630 a 1654 – ocupação holandesa em parte do nordeste Brasileiro

‐ controle da produção açucareira de Pernambuco, Paraíba, Itamaracá e Rio Grande

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Acerca da Casa da Índia, uma companhia mercantil portuguesa que cuidava de negócios nas Índias, Varnhagen escreveu:

“Sabemos, que em 1516 ordenou, por um alvará, ao feitor e officiaes da Casa da Índia que ‘dessem machados e enchadas e toda a mais ferramenta ás pessoas que fossem a povoar o Brazil’; e que, por outro alvará, ordenou ao mesmo feitor e officiaes que ‘procurassem e elegessem um homem prático e capaz de ir ao Brazil dar principio a um engenho de assucar’; e que se lhe desse sua ‘ajuda de custo, e também todo o cobre e ferro e mais cousas necessárias’ para a fabrico do dito engenho.”

VARNHAGEN, 1858

Page 17: Aula 06 os engenhos de açúcar

Roxo: domínio holandês – Nova Holanda

Durante 24 anos os holandeses controlaram a produção açucareira de Pernambuco, Paraíba, Itamaracá e Rio Grande, os principais produtores desse tão cobiçado "ouro branco".

Pernambuco era o maior produtor da colônia.

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ENGENHOSaté ao séc. XIX

USINASa partir de finais do

séc. XIX

A arquitetura do açúcar é também a arquitetura das cidades que se fundaram no Nordeste e dos edifícios alí construídos com os lucros de produção do açúcar.

igrejas

conventos

residências urbanas

complexo do engenho

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Os engenhos desse período tinham porte médio (produção entre 3 e 10 mil arrobas), já que só essa escala justificava o tamanho do investimento. Os capitais eram, em geral, privados, em grande maioria de origem portuguesa, e algumas vezes de flamencos que se associavam aos donatários das capitanias.

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1. Casa grande

2. Capela

3. Moenda

4. Senzala

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Predominam os engenhos do tipo “rasteiro”, localizados junto aos rios navegáveis ou à beira‐mar. Destes, restam poucos vestígios, a não ser as capelas…

2. 2. O SÉCULO XVI...O SÉCULO XVI...

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Havia também os engenhos "trapiches”, movidos por tração animal (bois ou cavalos)...

Outros, denominados “engenhos reais", eram movimentados por força hidráulica: dividiam‐se em "copeiros", "meio‐copeiros" e "rasteiros", conforme a altura da queda d’água.

Ruínas do Engenho dos Erasmos, 1533.

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Em meados do século XVI existiam no Brasil:

ltamaracá ‐ um engenho e dois em construção

Pernambuco ‐ vinte e três engenhos, dos quais três ou quatro em construção

Bahia de Todos os Santos ‐ dezoito engenhos

Ilhéus ‐ oito engenhos

Porto Seguro ‐ cinco engenhos

Espírito Santo ‐ um engenho

São Vicente ‐ quatro engenhos

http://www.sokarinhos.com.br/HISTORIA/histbr_13.htm

Page 26: Aula 06 os engenhos de açúcar

Estrutura da técnica em pau‐a‐pique.

→ sistema construtivo: principalmente o pau-a-pique;

→ também denominado: taipa de sebe, taipa de mão, barro armado ou taipa de sopapo

→ utilizado nos edifícios da casa‐grande, capela, fábrica, casas de moradores e demais oficinas

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A moenda.

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Em alguns casos, a fábrica estava dividida em dois prédios – casa de moenda e caldeiras e casa de purgar.

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Rompeu‐se a associação Portugal x Holanda. Portugal se enfraqueceu e perdeu o monopólio dos produtos coloniais. E, quando os holandeses foram expulsos do Brasil em 1654, após a ocupação das capitanias de Pernambuco, Itamaracá, Paraíba e R.G. do Norte por 30 anos, a situação piorou, já que eles usaram da experiência adquirida e dos métodos aprendidos no Brasil, para desenvolver os engenhos nas suas colônias, conseguindo um preço nal muito barato e difícil de ficompetir.

AZEVEDO, Esterzilda Berenstein de. Arquitetura do Açúcar ‐ Editora Nobel, SP, 1990.

Page 30: Aula 06 os engenhos de açúcar

Os engenhos deste período eram, na maioria, “copeiros”.

Casagrande e capela situavam‐se geralmente no ponto mais alto da topografia, ou à meia encosta.

A fábrica e casa de purgar num nível mais baixo, em área plana, próximas a um rio ou braço de mar.

Moradas dos trabalhadores, também ficavam na parte mais baixa do terreno.

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→ sistema construtivo: ainda o pau-a-pique;

→ capelas: tratamento mais apurado que as casas-grandes, mantendo a simplicidade

→ fábricas: requinte construtivo, muitas edificadas em arcaria de pedra ou tijolo• revelando a prática e o interesse de reinvestir o lucro na produção, já que a economia possibilitava o retorno

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Page 35: Aula 06 os engenhos de açúcar

A recuperação que se seguiu se deve à maior facilidade de transporte do produto para Portugal e um melhor controle de qualidade do açúcar exportado.

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A senzala entre o Palácio e a casa de Maurício de Nassau, conforme desenho de Zacharias Wagener.

Page 36: Aula 06 os engenhos de açúcar

Carregadores de caixas de açúcar. Debret, Voyage Pittoresque et Historique au Bresil (Paris, 1834-39)

O açúcar era, desde o século XVI, embalado em caixas de madeira, que eram marcadas com ferros quentes. As marcas, elaboradas por artesões especialistas nesta atividade, eram típicas de cada engenho.

O pacto colonial, inaugurado no século XVII pelas grandes potências com destaque para a França e Inglaterra, já havia deslocado Portugal de seu papel monopolista na economia da época.

AZEVEDO, Esterzilda Berenstein de. Arquitetura do Açúcar ‐ Editora Nobel,

SP, 1990.

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Page 37: Aula 06 os engenhos de açúcar

A descoberta e início da exploração das minas no Brasil minimizaria a crise portuguesa, mas agravaria ainda mais a crise açucareira, na região principal de sua produção, o nordeste.

Surgiram áreas de agricultura e pecuária ao longo dos caminhos utilizados pelo ciclo do ouro, para atender ao mercado interno emergente.

A mudança da capital para o Rio de Janeiro, em 1763, ampliaria essa demanda interna que, somada às necessidades crescentes do mercado europeu, iria redinamizar o setor açucareiro.

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Page 38: Aula 06 os engenhos de açúcar

A associação de senhores de engenho com comerciantes, inclusive através de casamentos entre as famílias, veio realizar, nas épocas de recesso do açúcar, um conveniente intercâmbio de capital e prestígio.

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Page 39: Aula 06 os engenhos de açúcar

Uns tinham o dinheiro, outros o título.FARIA, Sheila de Castro. Terra e Trabalho em Campos dos Goitacazes.

Niterói,UFF/Dissertação de Mestrado, 1986

O mercado da mão de obra se desorganizou, ‐com a entrada de trabalhadores livres e

escravos para as minas.PAES, Sylvia Márcia. A empresa açucareira no período colonial. Pesquisadora da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Museu de Campos dos Goytacazes.

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A implantação com respeito à geografia e à topografia seguiu a mesma lógica do século anterior – a contigüidade com relação aos recursos hídricos e a hierarquia vertical dos prédios do engenho.

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O programa arquitetônico ficou mais complexo. O uso da pedra e da cal, e novas técnicas construtivas mais eficazes contribuíram para a sobrevivência de diversos desses edifícios até os dias de hoje.

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João Teixeira Albernaz IIAtlas do Brasil, 1666

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Sem inovações técnicas signi�cativas entre os séculos

XVI e XIX

Processo Açucareiro

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Ilustração de Cícero Dias para a primeira edição de Casa-Grande & Senzala

f a u n b

Louis Léger Vauthier (1815-1901)Engenho em Pernambuco

a. Capelab. Casa-grandec. Quarto para hós edesd. Senzalase. Sobradinho, casa do administradorf. Alpendre para os cavalos da moendag. Casa da moendah. Telheiro acima da fornalhai. Casa do bagaçoj. Estrebariak. Casa de purgar, destilaria, armazém de

açúcar, of cinas do carpinteiro, do serralheiro, etc., pavilhão para o fabrico da farinha de mandioca.

l. Alpendre servindo para olariam. Portões de entrada e saída do engenhon. Portões de entrada e saída do engenhoo. Hortap. Terreno plantado de mandiocaq. Pastor. Campos de cana de açúcar

4. 4. O SÉCULO XVIII...O SÉCULO XVIII...

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Ilustração do processo de fabricação de açúcar por um engenho de grande porte, onde vemos em primeiro plano a alimentação das fornalhas em equipamento similar ao encontrado no Sítio São Francisco. Reprodução da obra de Ruy Gama.

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Sitio de um engenho de açúcar, em Campos, RJ.

Séc. XVIIISegundo Sheila C. Faria.

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Page 45: Aula 06 os engenhos de açúcar

Outros elementos passaram a se incorporar à paisagem do engenho:• aquedutos (em arcos de pedra)• viveiros de peixes

(tanques largos, cavados na terra junto ao mar, com canal de comunicação e uma ou duas comportas, além de ralos)

• alguns engenhos possuíam cais ou ponte de atracação

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Aqueduto do Carioca – detalhe. Pintura de Landro Joaquim, 1790.

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Aqueduto do Engenho Novo ( Atual Colônia Juliano Moreira), 1750

Cais do Varadouro em Olinda, 1690.

Page 47: Aula 06 os engenhos de açúcar

Tesoura de linha suspensa

Tesoura francesa

Tesoura clássica ou paladiana

Tesoura de Santo André

Tesoura romana

A construção da fábrica em um único pavilhão foi possibilitada graças ao domínio da técnica construtiva das tesouras de madeira ligadas por terças.

As diferentes etapas da manufatura eram separadas por meias paredes.

O sistema construtivo empregado nos engenhos, junto aos corpos d’água, em áreas já consolidadas pelo cultivo da cana, no caso das fábricas, era a alvenaria mista – pedra e tijolo.

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Page 48: Aula 06 os engenhos de açúcar

Nas zonas mais afastadas do litoral, tanto as fábricas quanto as casas-grandes possuíam estrutura independente, constituída por esteios de madeira e paredes de vedação em adobe ou pau-a-pique.

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Page 49: Aula 06 os engenhos de açúcar

Nos anos comprometidos com a crise da economia açucareira, a tendência foi de maior investimento nas casas-grandes do que nos edifícios fabris. Mesmo raciocínio explica, na mesma época, a construção de inúmeros solares urbanos por senhores de engenho, nas cidades onde eles passavam longos períodos com sua família.

Quando, no final do século, a economia reagiu, as moradias dos novos senhores de engenho passaram a ter um aspecto mais simples: casas térreas avarandadas, sem capelas isoladas ou edifícios monumentais.

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Page 51: Aula 06 os engenhos de açúcar

Quando a supressão do braço escravo e as condições desfavoráveis do mercado internacional, no final do século XIX, provocaram o declínio da economia açucareira, foi o financiamento do Estado que viabilizou a nova modalidade de empresa que surgia, o Engenho Central.

→ O primeiro foi instalado em Quissamã, no atual Estado do Rio de Janeiro.

A instalação da empresa açucareira no Brasil colonial exigia a aplicação de imenso capital:

• para a compra de escravos;• para o plantio da cana, e,

• para a instalação do engenho.

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O engenho central de Quissamã.

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Page 53: Aula 06 os engenhos de açúcar

Os protagonistas dos engenhos centrais pretendiam “a centralização manufatureira do açúcar, com os grandes aparelhos aperfeiçoados e o aparelhamento moderado das terras de lavoura”.

A nova organização da produção, protagonizada pelos Engenhos Centrais e depois pelas Usinas se baseava no trabalho rural em pequena escala, diretamente praticado pelo proprietário, ou por terceiros, mediante parcerias ou arrendamento de áreas agriculturáveis.

Para se ter uma idéia das dificuldades da produção açúcareira, é curioso saber que se levava 50 dias para fabricar o que hoje se fabrica em duas horas.

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Page 54: Aula 06 os engenhos de açúcar

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“Inicialmente, ocupava apenas uma clareira na floresta: a paisagem primitiva da zona açucareira constituía-se de áreas extensas cobertas de vegetação espessa, que separavam pequenos espaços onde se agrupavam as construções de tijolo ou adobe e cal, circundada pelos campos cultivados”.

HOLLANDA, Sergio Buarque de. História Geral da Civilização Brasileira. Tomo I ‐ A Época Colonial, 1993.

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Page 55: Aula 06 os engenhos de açúcar

Com o tempo, o engenho se transformou em um sistema fechado e complexo, quase auto-suficiente.

No momento de maior dinamismo da atividade açucareira, reunia:

• casa-grande;• capela;• senzala;• fábrica;• casa de caldeira;• casas de moenda;

• casa de purgar;• armazéns;• galpões, e,• cais para atracação dos navios (quando próximos de mar ou rio).

O engenho, quase um país, era simultaneamente, lugar da produção, da moradia, da religião, da vida social.

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Page 56: Aula 06 os engenhos de açúcar

Em 1850, a lei de Terras regularizou as sesmarias, cujas condições de doação não haviam sido implementadas e, também, as simples posses.Neste período de transição, nas usinas, a mão-de-obra ainda se manteve, na maioria dos casos, junto à máquina produtiva, em habitações do tipo vilas operárias, edição mais moderna das antigas senzalas.

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Vilas da Cascata, 1912, em Jabotão Centro.Composto pela "Cascata de Cima" é formado por casas enfileiradas em apenas um lado da rua. São edificações de um pavimento, em alvenaria de tijolo e argamassa, conjugadas, fachada com porta e janela. A “Cascata de Cima” é igual à “de Baixo”, com edificações dos dois lados da rua. Na parte mais alta, existem casas conjugadas com terraço para os funcionários graduados.

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Vila da Pedra.

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“Na Vila da Pedra, além da fábrica estava localizada a vila operária, havia cassino, capela, quartel, fábrica de gelo, lavanderias, grandes armazéns e 258 casas.”

Vila da Pedra.

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Rua XV de Novembro.

Rua Rui Barbosa.

Rua XV de Novembro.

Rua 13 de Maio.

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Rua XV de Novembro.Rua XV de Novembro.

Confluências das ruas Rui Barbosa e XV de Novembro.

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Aula 06Aula 06 5. 5. O SÉCULO XIX...O SÉCULO XIX... Vila operária da Fábrica de Confiança, Aldeia Campista, RJ.

Vila Operária, Votorantim, SP. (1943)

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Vila operária. Vila operária da Rua Barão de Jaguara, SP.

Vila operária do Carmo, Usina de Quissamã.

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Usina açucareira de Santo Antônio, Miranda, 1900.Pro

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Aula 06Aula 06 6. 6. A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:

→ senhores de engenho→ lavradores→ colonos→ 1os escravos - indígenas→ 2os escravos – negros africanos: as “peças”→ outros:

Os atores...Os atores...

• feitor-mor• mestre• contra-mestre• banqueiro• etc...

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Aula 06Aula 06 6. 6. A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:

→ manufatura do açúcar

→ criação de gado

→ agricultura de subsistência

→ produção do fumo

→ plantio de algodão

→ serraria/marcenaria

O lugar da produção...O lugar da produção...

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Aula 06Aula 06 6. 6. A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:

Segundo Vauthier, a usina de engenho consistia de uma vasta cobertura sustentada por pilastras de tijolos, fechada apenas até a altura de um homem.As canas verdes ficavam empilhadas em uma das extremidades; as parelhas giravam sem cessar.

O lugar da produção...O lugar da produção...

1. Almanjarra e moenda2. Reservatório de madeira para o caldo de cana3. Bateria para evaporação e cozimento4. Chaminé 5. Depósito de cana

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Aula 06Aula 06 6. 6. A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:

A escolha do local para a implantação das construções e de diferentes materiais nos edifícios componentes dos engenhos de açúcar, revelavam a hierarquia social e o sistema de valores dessa sociedade em formação, fundada sobre a família patriarcal.

Enquanto a casa grande era construída com material nobre – pedra e cal – e situada na parte mais alta do terreno, as senzalas, construídas com materiais precários – terra, madeira, cipó – ocupavam a parte mais baixa dos terrenos. Por esta razão, poucas dessas habitações chegaram até nossos dias.

O lugar da moradia...O lugar da moradia...

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Aula 06Aula 06 6. 6. A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:

O lugar da moradia...O lugar da moradia...A casa grande era a sede das fazendas, que abrigava o senhor de engenho, sua família seus agregados e hóspedes. Logo, era o centro de irradiação de toda a vida econômica e social da propriedade.Diferente dos outros tipos construtivos, as casas grandes podiam variar muito quanto à forma. Elas podiam ser ricos palacetes, mas nem sempre eram suntuosas, dada a grande diversidade do status financeiro dos donos de engenho.

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Aula 06Aula 06 6. 6. A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:

Eram funcionais, mas de conforto ambiental precário e, por longo tempo, as alcovas (cômodos internos sem janelas) permaneceram no programa das casas.

Só a partir da segunda metade do século XIX, sob a influência dos higienistas, com suas idéias sobre os benefícios do ar em movimento é que as casas passaram a ter oitões livres e quartos com aeração.

O lugar da moradia...O lugar da moradia...

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Aula 06Aula 06 6. 6. A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:

Quanto à arquitetura, a tentativa foi de adaptação à geografia do sítio, à paisagem natural, aos materiais disponíveis e às exigências decorrentes do clima tropical da Colônia. Além disso, adequação também à maneira de viver, hábitos e costumes locais - como o (imperialismo) português aqui se manifestava – às relações sociais e às necessidades do patriarcalismo rural e escravocrata.

Com isso tudo, dialogavam as grossas paredes de taipa ou de pedra e cal, coberta de palha ou telha-vã, o alpendre na frente e nos lados, os generosos telhados protegendo do

sol forte e das chuvas tropicais.

O lugar da moradia...O lugar da moradia...

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Aula 06Aula 06 6. 6. A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:

A cultura do açúcar produziu formas peculiares de dormir, de descansar, de comer, de defecar, de banhar-se e de parir. E à arquitetura coube atender a essas funções.

Além disso, viabilizar o espaço construído para comportar a família ampliada (afilhados, compadres, agregados de todo tipo), à reclusão das moças solteiras, ao confinamento das mulheres nas cozinhas, ao seu deslocamento sempre acompanhado por diversas escravas.

Os pátios internos e, mais tarde, as varandas periféricas garantiam a privacidade, fazendo a transição entre o espaço externo e os cômodos da casa.

Os quartos de dormir – as alcovas –, nenhum contato tinham com o exterior, já que não possuíam janelas.

O lugar da moradia...O lugar da moradia...

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Os equipamentos de assistência médica, igualmente, eram um apoio fundamental à vida no engenho. Inicialmente, sob forma de boticas, fazendo parte das casas grandes e, mais tarde, como verdadeiros hospitais, já no tempo das usinas.

Outras casas, em número variável, serviam de residência ao capelão, ao mestre de açúcar (que comandava a “casa das fornalhas”), aos feitores e aos poucos trabalhadores assalariados.

E finalmente, nas senzalas, toscas construções, geralmente em construções lineares, amontoavam-se os escravos, às centenas, em cômodos mal iluminados, mal ventilados. Em termos construtivos, e não só, as senzalas se aparentavam com as estrebarias.

O lugar da moradia...O lugar da moradia...

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O lugar da moradia...O lugar da moradia...

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O lugar da moradia...O lugar da moradia...

Esta afirmação se deve ao fato da setorização uniforme:

-à frente, junto à fachada principal, sempre dispostos os setores de trabalho e social;

-na área intermediária, o setor íntimo;

-e ao fundo, junto ao pátio, o setor de serviços.

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O lugar da moradia...O lugar da moradia...

As plantas refletiam a estrutura familiar colonial representada na rígida setorização.

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O lugar da moradia...O lugar da moradia...No Brasil Colonial Rural, a casa grande foi sede de um complexo agroindustrial, cujas dependências eram constituídas de varandas, salas, alcovas, quartos de hóspedes, capela e cozinha gigantesca.

O alpendre afastava o calor durante o dia e funcionava como elemento filtrante em relação ao mundo exterior, além de receber as funções de espaço de vigilância e lazer.

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O lugar da moradia...O lugar da moradia...

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O lugar da moradia...O lugar da moradia...

f a u n b

Casa-grande do Engenho Santa CruzBom Jardim, PE

f a u n b

Engenho Poço Comprido (PE)

f a u n b

Edi�cios térreos ou de porão altoAlpendre dianteiro em U

Introdução de elementos de vocabulário eruditoIn�uência indiana?

Alpendrado, Bangalô“Quarto Grupo”

f a u n b

Casa-grande do Engenho Mato de PipaQuissamã, RJ1777

2 pavimentos, planta retangular, cobertura em quatro águas, paredes de taipa de pau-a- pique, alvenaria de t i jolos ou adobe, prolongamentos eventuais para abrigar cômodos salientes, cobertura em telha de barro

Engenho do Poço Comprido.

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O lugar da moradia...O lugar da moradia...

Engenho do Poço Comprido.

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Aula 06Aula 06 6. 6. A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:

O lugar da moradia...O lugar da moradia...Fazenda Babylonia. Meia Ponte, Pirenópolis. Séc. XIX.

f a u n b

Fazenda BabyloniaMeia Ponte (Pirenópolis)século XIX

f a u n b

Casa-grande da Fazenda Santa FranciscaQuissamã, RJ1852

f a u n b

Casa-grande da Fazenda Quissamã, RJSéculo XVIII, reconstruída em 1826Desenho de Charles de Ribeyrolles, 1863

f a u n b

Fazenda do ColubandêSão Gonçalo, RJSéculo XVIII

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O lugar da moradia...O lugar da moradia...

Sobrado neoclássico. Casa grande do engenho Moreno, PE.

f a u n b

José Ferreira RamosCasa-grande do Engenho CamuciatáItapicuru, BA, 1887-1894

f a u n b

f a u n b

Sobrado NeoclássicoCasa-grande do Engenho Moreno, PE

f a u n b

Engenho CajaíbaSão Francisco do Conde, BAMeados do século XIX (original 1712)

Sobrado neoclássicoEdif ício de grande porte, 2 pavimentos, cobertura 4 águas, planta retangular, sem alpendre

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O lugar da moradia...O lugar da moradia...

Muitas dessas casas tinhas capelas, pois os portugueses viam na religião sua identidade nacional.

As capelas eram elementos de continuidade da casa grande, ou edificações independentes.

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O lugar da moradia...O lugar da moradia...

Os visitantes, que regularmente visitavam os engenhos, hospedavam-se em alcovas próximas à varanda.

As salas tinham múltiplas funções: eram espaços de convivência familiar, de costurar, tecer a roca, cuidar da educação dos sinhozinhos, fazer refeições e receber visitas.

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O lugar da moradia...O lugar da moradia...

Setor íntimo:

Era composto quase que unicamente de alcovas (quartos sem janelas, principalmente aqueles destinados às donzelas).

Não havia banheiros ou latrinas. Usavam-se urinóis, bacias e jarras para uma precária higiene íntima.

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O lugar da moradia...O lugar da moradia...

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O lugar da moradia...O lugar da moradia...Setor de serviçoO principal ambiente do setor de serviço era a cozinha, frequentada pela ampla família patriarcal.

A cozinha era um grande espaço que, em alguns casos, chegava a ocupar 1/3 do espaço da casa.

Este espaço subdividia-se entre setor de limpeza, abate e anteparo, e a área de preparo de alimentos.

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Aula 06Aula 06 6. 6. A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:

O lugar da moradia...O lugar da moradia...Os engenhos eram autosuficientes no que diz respeito aos alimentos, pois no engenho se praticava a agricultura de

subsistência.

O abastecimen-to de óleo e sal de cozinha era fornecido pelos

caixeiros viajantes.

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A senzala...A senzala...Existiam dois tipos de senzala:

• Senzala doméstica ou de dentroServia de abrigo para os escravos responsáveis pelas tarefas domésticas da casa. Podia estar localizada no subsolo da casa grande.

• Senzala de eito ou de trabalhoEra externa, voltada para o terreiro.

No século XVIII a moradia dos escravos foi agrupada em um só edifício, cujo partido consistia de um conjunto linear de cubículos sem janelas, sem qualquer equipamento, cada cubículo com uma única porta que se abria para uma galeria coberta, esta última voltada para o terreiro.

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A senzala...A senzala...Alagoas do Sul, 1640 (depois, vila Madalena, hoje, Mal. Deodoro)

Serinhaém, 1640, Pernambuco.

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A senzala...A senzala...

Uma capela e uma senzala dupla, baseado numa gravura de Frans Post.

Senzala com varanda no Engenho da Vitória,

Bahia.

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A senzala...A senzala...

Senzala sem avarandado, no Engenho de Uruaê,

Pernambuco.

Fazenda do Pinhal,São Paulo.

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A senzala...A senzala...f a u n b

Senzala do Engenho Matas, PE

f a u n b

• “...extenso telheiro, mal coberto, rasgado por inúmeras portas estreitas, em torno das quais se comprime uma população maltrapilha.” (Vauthier, 1943, p. 134)

• “comprido telheiro que se prende à casa”, dotado de “uma multiplicidade de portas baixas e estreitas, as paredes de barro, desmoronando-se aqui e acolá, trapos pendurados nos es eios que sustentam o telhado e formam, na frente da construção, uma pequena galeria coberta.” (Vauthier, 1943, p. 191)

f a u n b

• Formação de uma oligarquia rural de extrações sociais diversas (f dalguia portuguesa, burocracia es atal, burguesia mercante), tendo em comum o controle fundiário e o senhorio escravista;

• “O ser senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e res eitado de muitos” (André João Antonil, Cultu a e opulência do B asil po suas d ogas e minas, 1710).

Senhorio

f a u n b

João Teixeira Albernaz, o Velho († c. 1662)Mapa do recôncavo baiano, In: Desc ição de to o o ma ítimo da te a de S. C uz, c a a o ulga ente o B asil [Atlas do B asil], 1640

Senz

ala

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Ma

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PE.

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f a u n b

Senzala do Engenho JurissacaCabo de Santo Agostinho, PE

f a u n b

f a u n b

Senzala do Engenho VitóriaCachoeira, BA

f a u n b

Senzala do Engenho PimentelSão Sebastião do Passé, BA

cada cubículo mede aprox imadamente 6m²

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A senzala...A senzala...

Senz

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eito

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A senzala...A senzala...

A senzala entre o palácio e a casa de Maurício de Nassau, conforme desenho de Zacharias Wagener.

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A senzala...A senzala...

Esquema de um engenho de açúcar, segundo Vauthier, com destaque da senzala (D).

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A senzala...A senzala...

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A senzala...A senzala...

Senzala do engenho Jurissaca, Cabo de Santo Agostinho, Bahia

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A senzala...A senzala...

Senz

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A senzala...A senzala...

Senzala doméstica / de dentro

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A senzala...A senzala...Senzala da Fazenda Machadinha, RJ.

A Senzala A senzala aparece na literatura especializada ora como um edifício inteiro, ora como um dos cômodos que o compunha. Sempre térrea, com paredes de pau-a-pique, com cobertura de palha ou telhas –cerâmicas. O partido é sempre o mesmo: um único edifício formado por uma série de cubículos conjugados e voltados para uma galeria coberta.

Senzala, Fazenda Machadinha, RJ

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A senzala...A senzala...

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A senzala...A senzala...

Fazenda São Martinho, séc. XIX.

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A capela...A capela...

Coube à Igreja a formação da nacionalidade, aspecto mais nobre da colonização.

Quase tudo o que se fazia em matéria de educação, cultura, catequese e assistência social, corria por conta de sua hierarquia, de seu clero secular, das ordens religiosas e das corporações de leigos – irmandades e ordens terceiras. Na escola do engenho, era um padre-mestre que ensinava aos meninos.

A capela completava o quadrilátero das edificações, que eram o coração do engenho, além da casa-grande, da senzala e da fábrica.

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A capela...A capela...

A capela podia estar:

1. 1. isolada, mas próxima à casa-grande;

2.2. contígua à casa-grande, integrando o corpo da casa, próxima ao engenho e na vizinhança da senzala.

3.3. No interior da casa-grande, como mais um cômodo ou como um oratório a partir de um nicho na sala de visitas.

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Aula 06Aula 06 6. 6. A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:

A capela...A capela...

A Igreja lucrava na intimidade com a família patriarcal, através do prestígio e da autoridade política.

Ela também favorecia a manutenção e o exercício do poder da aristocracia açucareira, uma vez que por muito tempo a educação esteve nas mãos de religiosos, numa conveniente associação ao poder temporal desempenha-do pelo senhor de engenho.

f a u n b

Casa-grande do Engenho Jundiá, PE

f a u n b

Casa-grande da Fazenda MandiqueiraQuissamã, RJ1870-1875

f a u n b

Casa-grande da Fazenda São JoséQuissamã, RJ

1880

f a u n b

Três situações possíveis:1. isoladas, mas próximas à casa-grande;2. contíguas à casa;3. em seu interior, ou oratório como nicho na sala de visitas.Bula papal de 1552 “autoriza” a escravidão como caminho para a conversão.

C pel s

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A capela...A capela...

Em 1552 uma Bula Papal autoriza a escravidão como um caminho para a evangelização e conversão dos infiéis...

Capela do Engenho Monjope, Século XVI, Igarassu, PE

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Aula 06Aula 06 6. 6. A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:

A capela...A capela...

Na capela, eram rezadas as missas que congregavam todas as pessoas da comunidade aos domingos e dias santos, além das datas como batizados, casamentos, funerais e sepultamento.

Não era incomum as capelas superarem as casas-grandes, nos acabamentos e no luxo.

A planta da capela traduzia as conexões e os isolamentos necessários à circulação e permanência das diversos segmentos da comunidade do engenho. Sacristias e coros interligados, privativos das mulheres e dos filhos da família nuclear, uma nave para a família estendida, e o copiar, para os escravos, que também ocupavam a área aberta.

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Aula 06Aula 06 6. 6. A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:

A capela...A capela...A Capela - O Edifício que mais se destacou por sua concepção artística foi a capela, que por ser construída sempre com materiais duráveis, pouco se modificou através do tempo. Assim é possível classificar capelas como maneiristas ou neoclássicas, por exemplo.

Capela do Engenho Morenos, PE

Capela, Engenho Moreno, PE

Capela do Engenho Moreno, PE

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A capela...A capela...f a u n b

Quinta do CarbidoPonte de Lima, norte de Portugalséculo XVIII

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Mais antigo exemplar de residência senhorial com data

comprovadaSesmaria pecuarista

Família Garcia d’Ávila

C s d T rre

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Casa da Torre de Garcia d’Ávila, Bahia, século XVI

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Quinta do Cabido. Ponte de Lima, norte de Portugal. Séc. XVIII.

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Aula 06Aula 06 6. 6. A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:

A capela...A capela...Casa-grande do engenho Freguesia, com sua capela contígua e geminada. Candeias, BA.

Casa-Grande do Engenho Freguesia e Capela, Candeias /BA

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A capela...A capela...Casa-grande do engenho Freguesia, com sua capela contígua e geminada. Candeias, BA.

Casa-Grande do Engenho Freguesia e Capela, Candeias /BA

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Aula 06Aula 06 6. 6. A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:

A capela...A capela...A planta das capelas era simples, possuía no térreo, invariavelmente, uma nave, a capela-mor e a sacristia. No pavimento superior, sobre o primeiro terço da nave, ficava o coro. As variações consistiam na existência ou não de alpendre

Capela do Rio do Engenho, Ilhéus, BA

Capela do Rio do Engenho, Ilhéus, BA.

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Capela do Engenho VelhoCachoeira, BAAnterior a 1584, portal datado de 1660

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Capela do Engenho GarapuCabo de Santo Agostinho, PE

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Capela do Engenho PatosSão Vicente Ferrer, PE

Tipo 1. possui programa mais reduzido, essencialmente nave, capela- mor e a sacrist ia contidos em três volumes dist intosSacrist ia e coro: mulheres e família; Nave: agregados; Alpendre e adro: escravos

Tipo 2. os mesmo espaços do t ipo anterior e mais galerias laterais contíguas e paralelas à nave

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Aula 06Aula 06 6. 6. A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:A ARQUITETURA DOS ENGENHOS:

A capela...A capela...Capela do Engenho Velho, Cachoeira, BA.Anterior a 1584; portal datado de 1660.

Page 120: Aula 06 os engenhos de açúcar

AZEVEDO, Esterzilda Berenstein de. Arquitetura do Açúcar - Editora Nobel, SP, 1990

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