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UNISALESIANO CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM CURSO DE ENFERMAGEM ELEANDRO ORMIGO RAFAEL BALANCIERI BARROS VALDEMAR DE ANDRADE LIMA JUNIOR APLICAÇÃO DE INSTRUMENTOS RESPONSÁVEIS PELO DIMENSIONAMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UM SERVIÇO DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE LINS SP 2014

UNISALESIANO · aplicaÇÃo de instrumentos responsÁveis pelo dimensionamento ... sp 2014. eleandro ormigo rafael balancieri barros ... coren cuidado progressivo ao paciente

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UNISALESIANO

CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM

CURSO DE ENFERMAGEM

ELEANDRO ORMIGO

RAFAEL BALANCIERI BARROS

VALDEMAR DE ANDRADE LIMA JUNIOR

APLICAÇÃO DE INSTRUMENTOS RESPONSÁVEIS PELO DIMENSIONAMENTO

DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UM SERVIÇO DE ATENÇÃO INTEGRAL À

SAÚDE

LINS – SP

2014

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ELEANDRO ORMIGO

RAFAEL BALANCIERI BARROS

VALDEMAR DE ANDRADE LIMA JUNIOR

APLICAÇÃO DE INSTRUMENTOS RESPONSÁVEIS PELO DIMENSIONAMENTO

DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UM SERVIÇO DE ATENÇÃO INTEGRAL À

SAÚDE

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium. Curso de Enfermagem sob a orientação da Profª. Esp. Fabiana Aparecida Monção Fidelis e profa. Ma. Jovira Maria Sarraceni

LINS – SP

2014

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Ormigo, Eleandro; Barros, Rafael Balancieri; Lima Junior, Valdemar

de Andrade

Aplicação de instrumentos responsáveis pelo dimensionamento da equipe de enfermagem em um serviço de atenção integral à saúde / Eleandro Ormigo, Rafael Balancieri Barros e Valdemar de Andrade Lima Junior. – – Lins, 2014.

114 p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Enfermagem, 2014. Orientadora: Profa. Esp. Fabiana Aparecida Monção Fidelis e Profa. Ma. Jovira Maria Sarraceni.

1. Dimensionamento de pessoal de enfermagem. 2. Instrumentos e parâmetros. 3. Atenção integral à Saúde. I Título.

CDU 658

P49g

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ELEANDRO ORMIGO

RAFAEL BALANCIERI BARROS

VALDEMAR DE ANDRADE LIMA JUNIOR

APLICAÇÃO DE INSTRUMENTOS RESPONSÁVEIS PELO DIMENSIONAMENTO

DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UM SERVIÇO DE ATENÇÃO INTEGRAL À

SAÚDE

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium para

obtenção do título de Graduação em Enfermagem.

Aprovada em: ____/____/____

Banca Examinadora:

Profª Orientadora: Fabiana Aparecida Monção Fidelis

Titulação: Esp. em Administração em Serviços de Saúde pela Inseto, em Saúde

Pública pela USC e Saúde Mental pela Unaerp.

Assinatura: ________________________________

1ª Profª: ________________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

Assinatura: ________________________________

2ª Profª: ________________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

Assinatura: ________________________________

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Dedico a todos que me ajudaram e colaboraram para a conclusão desse trabalho:

Em especial minha esposa, minha família, amigos e todos aqueles que me amam de

verdade!

ELEANDRO ORMIGO

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Dedico este TCC que faz parte da concretização de um sonho, minha formatura!!!

Primeiramente A Deus que sempre esteve ao meu lado em todos os momentos,

momentos de alegria e tristezas; momentos de desânimo e cansaço, onde por

muitas vezes o cansaço quase foi mais forte e a imensa vontade de desistir se fez

presente.

Mas, Deus me carregou no colo, me deu força, ânimo, sabedoria para que eu

conseguisse alcançar meu objetivo de ser enfermeiro e me doar pelo próximo.

Obrigada Senhor meu Deus por todas as graças e bênçãos recebidas!

A minha família (esposa, filhos, pai, mãe e sogra) que sempre estiveram ao meu

lado, me dando força, apoio, incentivo e muito carinho para superar cada dificuldade

e seguir adiante, obrigado família!

RAFAEL BALANCIERI BARROS

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Dedico a todos que me ajudaram e colaboraram para a conclusão desse trabalho:

Em especial minha família, amigos e todos aqueles que me amam de verdade!

VALDEMAR DE ANDRADE LIMA JUNIOR

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades.

A esta universidade, seu corpo docente, direção e administração.

A minha orientadora Fabiana, pelo suporte no pouco tempo que lhe

coube, pelas suas correções e incentivos.

A minha esposa, pelo amor, incentivo e apoio incondicional.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha

formação, o meu muito obrigado!

ELEANDRO ORMIGO

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida e por permitir a realização desse sonho. Obrigada Pai!

A minha amada esposa Ludmila, companheira para todas as horas, incentivando e

estimulando em todos os momentos difíceis; exemplo de força e profissional

exemplar; é meu espelho e também minha professora querida rsrsrs... Te amo!

Meus filhos Miguel e Gabriel, razão da minha vida. Agradeço a Deus todos os dias

por ter colocado vocês em minha vida, na verdade é por vocês que o papai teve

força para continuar e chegar até aqui, meus amores, minha alegria. Amo vocês!

Aos pais Angela e Cícero, pessoas maravilhosas, parte do meu coração. Se

cheguei até aqui, é por todo ensinamento e amor que me dedicaram....Amo vocês!

A sogra Lúcia, que sempre me ajudou ficando com nossos anjinhos e cuidando da

nossa casa, para que eu pudesse ir para aula, estágios, trabalho e TCC...valeu

minha sogra, você é maravilhosa!

A orientadora Fabiana, que nos direcionou e nos orientou para a realização desse

trabalho. Profissional exemplar e com certeza um exemplo a ser seguido. Obrigado!

Aos professores, muito obrigado por contribuirem na nossa formação, sempre

exigindo o melhor desempenho.

“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que

acontecem”

Ao meu amigo Eleandro e toda a turma, obrigado pelos momentos de alegrias que

passamos juntos. Fomos uma grande equipe, uma grande família, todos com o

mesmo objetivo: A ARTE DE CUIDAR!

“Pois existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas

incomparáveis”

RAFAEL BALANCIERI BARROS

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades.

A esta universidade - UNISALESIANO, seu corpo docente, direção e

administração.

A minha orientadora Fabiana, pelo suporte no pouco tempo que lhe

coube, pelas suas correções, incentivos e apoio.

A minha mãe e meu pai em memória pelo amor, incentivo e presença constante.

E a todos que direta ou indiretamente participaram da minha

formação, o meu agradecimento!

VALDEMAR DE ANDRADE LIMA JUNIOR

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RESUMO

O objetivo geral deste estudo é conhecer e analisar o uso de instrumentos e parâmetros que auxiliam no dimensionamento de pessoal de enfermagem e identificar o mais adequado para o serviço. Quer Identificar a metodologia utilizada pela instituição, descrever métodos e técnicas específicas para o dimensionamento de pessoal de enfermagem e identificar se o quantitativo está adequado. O estudo foi realizado no Centro de Atenção Integral à Saúde Clemente Ferreira no município de Lins – SP, e contou com o levantamento de dados dos clientes/moradores, por meio da análise de seus prontuários, nas unidades de neurologia infanto-juvenil (C2Par) e unidade de neurologia adulta (C2Impar), durante o período de Julho à Agosto de 2014, totalizando seis dias de pesquisa em campo. A técnica empregada foi a revisão bibliográfica e verificada o uso de instrumentos já formalizados da Resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) - COFEN 293/2004, Fugulin (1994), Perroca e Gaidzinski (1998). O método utilizado foi o estudo de caso, onde foi analisada a importância do dimensionamento de pessoal de enfermagem, bem como identificar o mais adequado para o serviço na instituição. A pesquisa demonstrou que o tema de dimensionamento da equipe de enfermagem tem como focos principais o comprometimento com a saúde dos clientes, as atividades desenvolvidas no CAIS e as dificuldades para se chegar a uma integralidade de toda a equipe. Após a tabulação dos dados levantados o instrumento que melhor adequou-se foi o proposto pela resolução do COFEN 293/2004, visto que os outros instrumentos não contemplam a realidade da clientela assistida. O estudo verificou ainda que a carga de trabalho é padronizada para esta área da saúde, mas, acontecem mais atividades que ampliam a atuação da equipe de enfermagem, refletindo no seu bem estar pessoal e familiar.

Palavras-chave: Dimensionamento de pessoal de enfermagem. Instrumentos e

parâmetros. Atenção integral à Saúde.

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ABSTRACT

The aim of this study is to understand and analyze the use of tools and parameters that help in sizing the nursing staff and to identify the most suitable for the service. Want Identify the methodology used by the institution, describe specific methods and techniques for the design of nursing staff and identify the quantitative is appropriate. The study was conducted in the CAIS Lins - SP, and relied on survey data of clients / residents, through the review of records, the units of juvenile neurology (C2Par) and adult neurology unit (C2Impar) during the period July to August 2014, totaling six days of field research. The technique used was the literature review and verified the use of instruments already formalized the Resolution of the Federal Council of Nursing (COFEN) - COFEN 293/2004, Fugulin (1994), Perroca and Gaidzinski (1998). The method used was the case study, where we analyzed the importance of the size of the nursing staff, as well as identifying the most suitable for the service in the institution. Research has shown that the issue of scaling the nursing staff's main focus commitment to the health of customers, the activities in CAIS and the difficulties in reaching a wholeness of the entire team. After tabulating the data raised the instrument best suited up was the resolution proposed by the COFEN 293/2004, whereas the other instruments do not address the reality of assisted clientele. The study also found that the workload is standardized for this area of health, but happen more activities that enhance the performance of the nursing staff, reflecting on their personal and family welfare. Keywords: Design of nursing staff. Instruments and parameters. Full attention to the health.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Cais de Lins - SP........................................................................................ 23

Figura 2: Gerenciamento de pessoal de enfermagem: qualidade e gestão de

pessoas ................................................................................................................. 47

Figura 3: Adequação quantitativa e qualitativa de pessoal de enfermagem ............. 51

Figura 4: Legislação COFEN nº 189/1996 ................................................................ 52

Figura 5: Legislação COFEN nº 293/2004 ................................................................ 52

Figura 6: Sistema de Classificação de Pacientes – SCP: conceitos ......................... 56

Figura 7: Sistema de classificação de pacientes: bases ........................................... 56

Figura 8: Sistema de classificação de pacientes: vantagens .................................... 57

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Classificação de cuidado/Horas médias de assistência de Enfermagem

(HE) ........................................................................................................................... 58

Quadro 2: Tipos de assistência e % total da equipe ................................................ 59

Quadro 3: Classificação do COFEN 293/2004 ......................................................... 64

Quadro 4: Profissionais de Enfermagem por turno e categoria de tipo de assistência,

distribuídos em um espelho semanal padrão (ESP) ................................................. 65

Quadro 5: Cálculo de horas necessárias para assistir pacientes, no período de 24

horas, com base no sistema de classificação de pacientes ...................................... 66

Quadro 6: Instrumento de classificação de pacientes - Tabela de Fugulin .............. 69

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Demonstrativo do quantitativo de profissionais de enfermagem atual da

unidade C2Par em relação aos instrumentos utilizados com a quantidade mínima e

quantidade máxima exigida ....................................................................................... 80

Gráfico 2: Demonstrativo do quantitativo de profissionais de enfermagem atual da

unidade C2Par em relação aos instrumentos utilizados por meio da porcentagem

mínima e máxima exigida .......................................................................................... 81

Gráfico 3: Demonstrativo do quantitativo de profissionais de enfermagem atual da

unidade C2Impar em relação aos instrumentos utilizados com a quantidade mínima

e quantidade máxima exigida .................................................................................... 85

Gráfico 4: Demonstrativo do quantitativo de profissionais de enfermagem atual da

unidade C2Impar em relação aos instrumentos utilizados por meio da porcentagem

mínima e máxima exigida .......................................................................................... 86

LISTA DE TABELAS (APÊNDICE A)

Tabela 1: Profissionais de enfermagem no quantitativo mínimo e máximo da

C2Par ...................................................................................................................... 100

Tabela 2: Profissionais de enfermagem na porcentagem mínima e máxima da

C2Par ...................................................................................................................... 100

Tabela 3: Profissionais de enfermagem no quantitativo mínimo e máximo da

C2Impar................................................................................................................... 101

Tabela 4: Profissionais de enfermagem na porcentagem mínima e máxima da

C2Impar................................................................................................................... 101

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Acidente Vascular Cerebral - AVC

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais - APAE

Centro de Atenção Integral à Saúde – CAIS

Centro de Atenção Psicossocial III - CAPS

Centros Sociais Urbanos – CSU

Centro Universitário de Lins – UNILINS

Código Internacional de Doenças - CID 10

Conselho Federal de Enfermagem – COFEN

Conselho Regional de Enfermagem - COREN

Cuidado Progressivo ao Paciente – CPP

Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem - DPE

Eletroencefalograma – EEG

Esclerose Múltipla - EM

Faculdade Auxilium de Lins - FAL

Gerência de Atenção Integral a Saúde I - GAIS I

Gerência de Atenção Integral a Saúde II - GAIS II

Gerência de Atenção Integral a Saúde III - GAIS III

Human Immunodeficiency Virus – HIV

Índice de Segurança Técnica – IST

Jornada Semanal de Trabalho - JST

José Batista Sobrinho – JBS

Liga Brasileira de Epilepsia - LBE

Longitudinal Redundancy Check – LCR

Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM- IV- TR

Núcleo de Apoio Técnico - NAT

Núcleo de Moradias Protegidas – NMP

Organização Mundial de Saúde – OMS

Pacientes de Cuidados Intensivos - PCIt

Paciente de Cuidados Intermediários – PCI

Pacientes de Cuidados Semi-Intensivos - PCSI

Pacientes de Cuidados Mínimos – PCM

Período de tempo - PT

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Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos - PROAJA

Projeto Terapêutico Individual - P.T.I.

Quociente de Inteligência – QI

Recém-nascido - RN

Serviço de Orientação e Atendimento Domiciliar – SOAD

Sistema de Classificação de Pacientes - SCP

Total de Horas de Enfermagem - THE

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 18

CAPÍTULO I – SERVIÇOS E ESPECIALIDADES ATENDIDAS NO CENTRO DE

ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE – CAIS CLEMENTE FERREIRA ........................ 22

1 CENTRO DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE – CAIS ............................... 22

1.1 Introdução à história do CAIS ......................................................................... 21

1.2 Introdução à neurologia – clínica neurológica ................................................. 30

CAPÍTULO II – DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM............. 47

2 DIMENSIONAMENTO NA ENFERMAGEM .................................................. 47

2.1 Introdução histórica sobre o dimensionamento .............................................. 48

2.2 Definições sobre dimensionamento ................................................................ 53

2.3 Funções do dimensionamento ........................................................................ 53

2.4 Classificação da complexidade dos cuidados ................................................. 55

CAPÍTULO III – PARÂMETROS E/OU INSTRUMENTOS PARA O

DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM ...................................... 62

3 DEFINIÇÕES E USO DOS PARÂMETROS E/OU INSTRUMENTOS .......... 62

3.1 Parâmetros do COFEN 293/2004 ................................................................... 62

3.2 Instrumento de Fugulin ................................................................................... 67

3.3 Sistema de Classificação de Perroca (SPC) ................................................... 71

CAPÍTULO IV – PESQUISA ..................................................................................... 75

4 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 75

4.1 Realização da pesquisa .................................................................................. 76

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ............................................................................. 88

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 90

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 92

APÊNDICE ................................................................................................................ 99

ANEXOS....................................................................................................................102

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INTRODUÇÃO

As tarefas que abrangem a área da enfermagem são complexas e eficazes,

apresentando um contexto que engloba ética, técnicas e políticas de trabalho

inseridos no campo da saúde, seja ela tanto privada como pública, se adaptando e

se desenvolvendo frente à política organizacional que está inserida.

Para que este trabalho flua adequadamente é necessária à presença da

atividade humana que desenvolve as atividades de enfermagem, com uma divisão

técnica e social de trabalho. Esta equipe é formada por auxiliares de enfermagem,

técnicos de enfermagem e enfermeiros competentes e capacitados e em quantidade

suficiente desses desempenharem seus papeis.

Como gestor, o enfermeiro precisa desenvolver com habilidades as suas

técnicas de gerenciamento e de administrador, tendo como meta uma nova visão do

seu campo de trabalho, com liderança, reconhecendo os valores humanos, tendo

uma antevisão e equipe de pessoal, que possa desenvolver atividades legais que

firmem a profissão.

―A equipe de enfermagem é a que normalmente exige maior número de

contratações, demissões, horas de treinamento e aperfeiçoamento, dentre outras

despesas‖ (ANTUNES; COSTA, 2003, p. 833).

Segundo Gaidzinski, (1991) dimensionar o pessoal de enfermagem compõe a

etapa derradeira do processo de provisão da quantidade adequada de funcionários

por categoria, solicitada para atender, direta ou indiretamente, as necessidades de

assistência de enfermagem da clínica.

A abordagem qualitativa do dimensionamento de pessoal de enfermagem

pode ser considerada igual ou mesmo mais importante que o enfoque quantitativo. A

inadequação numérica e qualitativa dos recursos humanos da enfermagem lesa a

clientela dos serviços, no seu direito de assistência à saúde livre de riscos.

O dimensionamento de pessoal de enfermagem, para alguns autores como

Gaidzinski (1998), Matsushita, Adami ; Carmagnani (2005), Campos ; Melo (2007),

Dal Bem, Gaidzinski (2007), Vigna ; Perroca (2007), o conceituam como sendo um

processo inicial para o provimento de recursos humanos em enfermagem, sendo

realizado de maneira sistemática, onde são consideradas as etapas de identificação

da carga média do trabalho diário utilizando como instrumento, um sistema de

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classificação de pacientes a partir do levantamento das intervenções de cuidados de

enfermagem.

Tem como finalidade determinar as categorias de profissionais, onde se é

respeitado a jornada de trabalho e o índice de segurança técnica, provendo as

necessidades de assistência de enfermagem direta ou indireta à clientela,

preservando a segurança do paciente.

De acordo com Lulio (2009) diversos estudos vêm demonstrando que os

profissionais de enfermagem consomem, tradicionalmente, a maior parte do número

da força de trabalho hospitalar, e no dimensionamento de recursos humanos, o

sistema de classificação de paciente é baseado no Cuidado Progressivo ao Paciente

(CPP). Recentemente, estudos realizados, estabeleceram o número de horas de

enfermagem, utilizando o critério de classificação de paciente, segundo os tipos de

cuidados dispensados (COFEN 293/2004). O parâmetro de horas de enfermagem

difere de um modelo para outro.

―A necessidade crescente de diminuir custos e aumentar a oferta de serviços,

na área de saúde, coloca em questão o quadro de pessoal de enfermagem que

representa o maior quantitativo e maior custo na unidade‖. (QUEIJO; PADILHA,

2009; FUGULIN, 2002; p.1)

A competência para o dimensionamento de recursos humanos em

enfermagem deve ser dos enfermeiros que atuam diretamente na assistência. São

eles que, identificando e reavaliando continuadamente os recursos existentes, frente

às necessidades da clientela, poderão elaborar propostas coerentes para a sua

assistência.

O método proposto para o dimensionamento do pessoal de enfermagem

compreende:

a) O reconhecimento da situação;

b) Cálculo de pessoal;

c) Distribuição do pessoal;

d) Avaliação.

O processo de provimento de pessoal é dinâmico, devendo ser modificado de

acordo com a experiência prática e relacionado às necessidades de assistência de

Enfermagem da clientela.

Os aspectos quantitativos dos profissionais de enfermagem nas instituições

de saúde são ―enfatizados para que haja a garantia da segurança e da qualidade de

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20

assistência ao cliente e a continuidade da vigília perante a diversidade de atuação

nos cuidados e na atenção da equipe de enfermagem". (DEMENEGHI apud

COREN, 2011, p. 4)

Por saber a importância da equipe de enfermagem na recuperação e

reabilitação na vida do paciente, principalmente os cuidados voltados à pacientes

com afecções neurológicas, pois exige cuidados de média ou até alta complexidade,

reconhecemos que o dimensionamento da equipe de enfermagem se faz cada vez

mais necessário, e imprescindível em nosso cotidiano de trabalho. Sabemos que

temos ainda, pouco acervo e trabalho com esse tema. E por ser extremamente

importante na assistência prestada ao paciente, escolhemos este tema.

O objetivo geral deste estudo é conhecer e analisar o uso de instrumentos e

parâmetros que auxiliam no dimensionamento de pessoal de enfermagem e

identificar o mais adequado para o serviço.

Os objetivos específicos são Identificar a metodologia utilizada pela instituição

para a realização do dimensionamento de pessoal de enfermagem, descrever

métodos e técnicas específicas para o dimensionamento de pessoal de enfermagem

e identificar se o quantitativo de profissionais de enfermagem está adequado.

Por conta desse pensamento, levantou-se a seguinte pergunta: O

dimensionamento de enfermagem pode trazer benefícios e otimizar o serviço da

equipe de enfermagem na sua distribuição adequada?

Em resposta à questão acima, procede a seguinte hipótese: com o

levantamento do quantitativo de profissionais da enfermagem e da classificação do

tipo de cuidados, os instrumentos e parâmetros para o dimensionamento de

enfermagem proporcionarão benefícios e distribuição adequada da equipe de

enfermagem.

Foi realizada uma pesquisa descritivo-exploratória no Centro de Atenção

Integral à Saúde (CAIS) localizado na cidade de Lins, região noroeste do estado de

São Paulo, no período do segundo semestre de 2014.

O trabalho está subdividido em quatro capítulos, sendo que o primeiro trata

dos serviços e especialidades atendidas no Centro de Atenção Integral à Saúde

(CAIS) Clemente Ferreira, o histórico da instituição e a introdução à neurologia.

O segundo trata do dimensionamento de pessoal de enfermagem, definições,

funções e classificação da complexidade dos cuidados.

O terceiro capítulo descreve os parâmetros e/ou instrumentos para o

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21

dimensionamento de pessoal de enfermagem, parâmetros do COFEN 293/2004 , de

Fugulin (1994), Perroca e Gaidzinski (1998).

O quarto capítulo relata a pesquisa realizada no CAIS analisada neste estudo.

É seguido da proposta de intervenção e se encerra com a conclusão.

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22

CAPÍTULO I

SERVIÇOS E ESPECIALIDADES ATENDIDAS NO CENTRO DE ATENÇÃO

INTEGRAL À SAÚDE – CAIS CLEMENTE FERREIRA

1 CENTRO DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE – CAIS

1.1 Introdução à história do CAIS

Toda a dissertação e esclarecimentos sobre os trabalhos desenvolvidos pela

instituição estarão sendo apresentados a seguir neste estudo, segundo o próprio site

do CAIS Clemente Ferreira de 2014.

O Cais Clemente Ferreira em Lins foi inaugurado em 30 de setembro de

1955, e conta com uma área construída de 33.000 m2 e uma área total de 240.000

m2, estando toda ela arborizada, ajardinada e gramada. Foi criado para atendimento

a portadores de Tuberculose.

Em 1978 se deu a transformação de tisiologia para psiquiatria, com

recebimento de pacientes portadores de deficiências físicas, visuais e idosos,

provenientes do Juqueri1.

Em 1983 tem início à transformação da política de Saúde Mental, sendo feitas

as seguintes mudanças:

a) Alterando as formas de atendimento;

b) Pautando suas diretrizes na: humanização do atendimento,

desospitalização e redirecionando a assistência para uma rede ambulatorial.

O CAIS Clemente Ferreira em Lins, estabeleceu parcerias com:

a) Secretarias de Educação;

b) Estadual;

c) Municipal;

d) Faculdades abrindo campo de estágio.

Suas ações inclusivas podem ser assim classificadas:

1 Juqueri: O Hospital Psiquiátrico do Juqueri é uma das mais antigas e maiores

colônias psiquiátricas do Brasil, localizada em Franco da Rocha (antigo município de Juqueri), na região metropolitana de São Paulo. Disponível em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Hospital_Psiqui%C3%A1trico_do_Juqueri>.

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a) Autonomia (compras, uso de transporte coletivo, entre outras),

a) Participação nas áreas de esporte, lazer e recreação junto à comunidade;

b) Direito a estudar (conforme projeto descrito a seguir);

c) Inclusão no mercado de trabalho.

Para fazer frente ao processo transformador muitas ações foram

desencadeadas, implantadas e implementadas:

a) Revisão da prática institucional;

b) Avaliação individual de moradores, com proposta de Projeto Terapêutico

Individual (P.T.I.);

c) Instaladas quatro residências terapêuticas no município de Lins;

d) Reestruturação e ampliação dos lares abrigados.

Em 2000, foi inaugurada a Unidade Neurológica Infanto-Juvenil para

atendimento a 60 pacientes. Distribuição do quadro de funcionários e setores na

figura 1 abaixo.

Figura 1: CAIS em Lins – SP

Fonte: Decreto nº 45. 792, 2001 (ANEXO A)

<ttp://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/2001/decreto-45792-04.05.2001.html>

A Área Assistencial é composta por cinco núcleos assistenciais e um núcleo

de apoio técnico:

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1. Gerência de Atenção Integral a Saúde I (GAIS I): (Núcleo de Reabilitação

Neurológica)

Atende crianças, adolescentes de ambos os sexos, onde a equipe

multiprofissional desenvolve um trabalho que têm por intuito treinar os moradores

para que possam, de acordo com seus recursos, conquistar maior autonomia em

suas atividades de vida diária e prática como banho, vestimenta e refeição. Conta

com:

a) Lares Abrigados Neurológicos: com duas casas abrigando cinco

moradores em cada uma, com supervisão 24 horas. As atividades são

diversificadas e de acordo com suas potencialidades promovendo seu

desenvolvimento social e a inclusão escolar;

b) Residência Terapêutica: uma casa com quatro jovens, monitorada 24

horas, inseridos em atividades na comunidade: Associação de Pais e

Amigos dos Excepcionais (APAE), aulas de pintura, hidroginástica nos

Centros Sociais Urbanos (CSU), participação em eventos na comunidade,

compras no comércio em geral.

2. Gerência de Atenção Integral a Saúde II (GAIS II): (Núcleo de

Reabilitação Neurológica)

Atende moradores adultos de ambos os sexos e as ações são voltadas para:

a) reabilitação físico funcional;

b) manutenção de algumas habilidades de vida diária, como a alimentação e

lazer, com supervisão direta de todos os profissionais.

3. Gerência de Atenção Integral à Saúde III (GAIS III)

a) Centro de Atenção Psicossocial III (CAPS)

Equipamento extra-hospital que atende em regime ambulatorial,

abrangendo oito cidades da micro região.

É um serviço substitutivo ao hospital psiquiátrico que funciona 24 horas, todos

os dias da semana, com cinco leitos, para acolhimento noturno, com internações de

no máximo sete dias corridos ou dez intercalados em um período de 30 dias.

b) Serviço de Orientação e Atendimento Domiciliar (SOAD)

Implantado para dar continuidade às ações do CAPS III como forma

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alternativa de atendimento, visando manter o paciente no convívio sócio

familiar, proporcionando uma assistência humanizada e integral no

domicílio.

c) Lares Abrigados

São 02 casas na área geográfica do CAIS, sendo uma masculina com

quatro moradores e outra feminina com cinco moradoras, onde estão

sendo preparados para morarem em residências terapêuticas no

município, objetivando proporcionar aos mesmos a reabilitação

psicossocial, levando em conta que uma estrutura física residencial

desconstrói os alicerces institucionais e a estrutura asilar.

d) Serviço Residencial Terapêutico

São quatro casas, no espaço urbano do município de Lins, sendo: uma

residência feminina com oito moradoras, uma residência masculina com

seis moradores, uma residência com um casal, seu filho e avó. Estando

em alta hospitalar e totalmente incluídos nas atividades da comunidade,

bem como, em tratamento extra-hospitalar.

e) Oficina de Capacitação para o Trabalho

Serviço aberto à comunidade em parceria com a empresa José Batista

Sobrinho (JBS) que é uma empresa de processamento de proteína

animal, instalada no Município de Lins- São Paulo, com o objetivo de

qualificar profissionalmente pessoas com deficiência e incluí-las no

mercado de trabalho.

4. Gerência de atenção integral à saúde IV

O Núcleo se destina a atender os moradores com transtornos psiquiátricos,

de ambos os sexos, jovens e adultos. O trabalho da equipe é focado na reabilitação

psicossocial e na ampliação da qualidade de vida.

a) Núcleo de Moradias Protegidas (NMP)

O Núcleo conta com uma unidade de moradia, apartamentos e ações

terapêuticas, atendendo moradores adultos de ambos os sexos. O

trabalho dentro da unidade e nos apartamentos busca descaracterizar o

espaço hospitalar, favorecendo os moradores com menor grau de

dependência, a serem preparados e inseridos no Projeto Lar Abrigado e

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posteriormente em Residência Terapêutica.

b) Núcleo de Apoio Técnico (NAT)

Tem por finalidade criar e implementar ações e serviços que atendam às

necessidades das diversas gerências e núcleos da instituição.

Dispõe das seguintes especialidades/serviços: Odontologia, Central de

Esterilização, Farmácia, Ginecologia, Cardiologia, Ortopedia e Unidade

Clínica que conta com equipamentos diferenciados prestando assistência

ao morador.

A Unidade caminha na reversão do modelo hospitalocêntrico, para um modelo

de intensificação da atenção extra-hospitalar. Conta-se com equipes comprometidas

e envolvidas com este objetivo e que buscam por um serviço de melhor qualidade,

respaldados em leis, decretos, portarias ministeriais, relatórios de conferência e na

literatura científica.

O CAIS conta com projetos institucionais. São eles:

a) Projeto de inclusão educacional:

Implantado em 1998, atendendo solicitação de 11 alunos moradores

advindos de grupos terapêuticos e que sentiam vontade em aprender ler e

escrever. Contou com parceria da Faculdade Auxilium de Lins (FAL), e

foram incluídos no Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos

(PROAJA).

Em 2003 houve a necessidade da expansão do projeto não só para aqueles

moradores que sentiam vontade em aprender ler e escrever, mas também para

aqueles que de uma maneira ou de outra foram impedidos de frequentar uma escola

com qualquer tipo de aprendizado, ou ainda, aqueles que avançaram em seu

aprendizado e buscava não mais interromper os estudos.

O projeto teve como meta buscar condições necessárias para que novas

possibilidades de intervenção terapêutica/educacional/reabilitadora pudessem ser

construídas coletivamente, iniciando-se novas parcerias com:

Escolas Estaduais da Diretoria Regional de Ensino de Lins da Secretaria

Estadual de Educação (2001);

Ensino fundamental da 5ª à 9ª série;

Ensino médio;

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Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Lins (APAE) em 2001;

Educação especial;

Instituto Americano de Lins da igreja Metodista (IAL) em 2003;

Pré-Escola;

Ensino Fundamental da 1ª à 9ª série;

Escola de Informática (MICROLINS) - Cursos nas áreas de Informática;

Centro Universitário de Lins (UNILINS) - Cursos nas áreas

Profissionalizantes.

b) Projeto cuidando dos pés

Ao se olhar a instituição sob o enfoque dos princípios da Política de

Humanização no aspecto ético, estético e político, se percebe que os

problemas nos pés dos pacientes moradores da instituição demandavam

estratégias para sua minimização.

Diante de uma postura ética, movidos pelo sofrimento causado pelas

calosidades, fissuras, micoses, queratoses, tineas interdigital, este projeto

foi desenvolvido, tendo como objetivo uma implementação nas ações de

cuidado com os pés dos pacientes/moradores do CAIS.

c) Projetos de humanização

Humanização: é o processo de transformação da cultura institucional que

reconhece os aspectos subjetivos das relações humanas, os valores

socioculturais e os funcionamentos institucionais na compreensão dos

problemas e elaboração de ações de saúde, melhorando as condições de

trabalho e a qualidade do atendimento.

Política de Humanização: diretriz transversal.

Rede de Humanização em Saúde: é uma rede de construção permanente

e solidária.

d) Voluntariado

Voluntário é o cidadão que, motivado pelos valores de participação e

solidariedade, doa seu tempo, trabalho e talento, de maneira espontânea

e não remunerada, para causas de interesse social e comunitário.

e) Ouvidoria

Visa estabelecer um elo de ligação de fácil acesso com o CAIS, através

de contatos pessoais, por telefone, carta, e-mail, fax e outros; onde a

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comunidade , usuários e funcionários participam ativamente,

apresentando suas reclamações, denúncias, elogios ou sugestões, e

também, podem receber orientações quanto a legalidade de atos

pertinentes ao Serviço Público em geral e, em especial do CAIS Cemente

Ferreira.

f) Cantinho da beleza

Visa à valorização da autoestima. Conta com profissionais voluntários

para desenvolver os cortes de cabelos, manicure e pedicuro.

g) Conte comigo

Implantação do Conte Comigo, que tem como objetivo:

- servir de orientador da direção no que diz respeito à qualidade, à

satisfação e aos direitos do usuário;

- avaliar as atividades da organização;

- tornar o atendimento mais humano e personalizado, propiciando um

canal de participação a administração do hospital em um processo

permanente, dando subsídios no sentido da melhoria continua da

qualidade do atendimento.

O Conte Comigo possui uma sala de atendimento criando uma ambiência

para o acolhimento aos usuários e disposição de comunicação visual, com placas

informativas, folders e caixas de sugestões, proporcionando a divulgação do serviço

e incentivando a participação dos usuários na gestão.

O Programa vem contribuindo para a efetivação da Lei 10294/99, de Proteção

e Defesa do Usuário do Serviço Público do Estado de São Paulo, favorecendo a

garantia de seus direitos básicos quanto à informação e à qualidade na prestação

dos serviços, mediante um questionário aplicado tanto para familiar bem como para

o usuário.

h) Projeto aquarela

O Projeto Aquarela foi criado em 2005, onde a arte de pintar telas, que

possibilitou o resgate da identidade extinguida durante os anos de

internação psiquiátrica, promovendo a educação, cultura e inclusão social,

levando à promoção, exposição e vendas de telas do Projeto.

Tem como objetivo resgatar e/ou recriar uma identidade que se dá pela

possibilidade de expressão e representação do mundo da fantasia no

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concreto, isto é: a matéria, que é palpável e delimitável, podendo assim,

resgatar a identidade destruída pelos anos de internação. Todos são

convidados a pintar, criar, se inspirar, se comunicar por meio do verbal ou

não verbal e a utilizar pincéis, telas e cores variadas de tintas.

Este projeto conseguiu a elevação da autoestima dos participantes

restabelecendo a alegria de viver. Em 2010 o projeto contou com 21

moradores, onde foram produzidas 25 telas e 200 calendários.

i) Recomeçar reconstruindo sonhos

O trabalho de localização de famílias dos portadores de sofrimentos

psíquicos, moradores do CAIS, busca minimizar o sentimento de

abandono familiar, visto ser a primeira forma mais dolorosa de exclusão,

buscando resgatar a origem e a história dos moradores, considerando ser

este um direito de todo ser humano, devolvendo-lhes a possibilidade de

sonhar.

Em quatro anos, mais de 30 moradores tiveram suas vidas transformadas,

pois visitam e recebem visitas frequentes, fazendo contato semanal via fone e

trocando cartas. Um dos casos era de um andarilho e a busca resultou no

conhecimento de sua origem e na obtenção de certidão de nascimento, que

possibilitou a emissão de outros documentos. Seis altas foram promovidas e outras

estão em fase de adaptação e preparação.

Em todos os casos fica a certeza do melhor ter sido feito, visto essas vidas

serem transformadas para melhor. Mesmo aqueles que não voltam para casa,

retornam ao contato, resgatando seus laços de afetividade, de sangue e juntos

iniciam uma tarefa maior que é o resgate do amor, sentimento que vem da

convivência, sendo o único sentimento que poderá um dia capacita-los para um

possível retorno.

Por fim, mas não menos importante, vêm àqueles que rejeitam, mas ainda

assim o encontro é realizado, eles voltam para o CAIS com histórias, fatos, fotos que

os remetem a outras fases de suas vidas e é o que os alimenta a continuar. Se não

mais existe o amor, nem a chance de redescobri-lo e ainda que fique apenas um

contato mínimo, ainda assim, a vida não volta a ser como antes.

A reabilitação psicossocial não consiste em tornar os fracos em fortes, ao contrário, consiste em mudar as regras do jogo para que os

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fortes possam se adaptar aos fracos e coexistir no mesmo cenário, a fim de permitir que a pessoa que possua uma desabilidade, frequente o mesmo cenário onde os fortes estão‖. (SARACENO apud CAIS, 2014, p. 1)

j) Oficina de trabalhos experimentais

A Oficina de Trabalhos Experimentais foi inaugurada em 16 de fevereiro

de 2008, funcionando em um espaço readaptado que foi reformado, nas

dependências do CAIS. Tem como objetivo a capacitação profissional

como instrumento de inserção social por meio do trabalho.

Existe uma grande carência de centros de capacitação profissional para

as pessoas com deficiência, sendo assim, as instituições parceiras

resolveram desenvolver Oficinas de Aprendizado com a finalidade de

qualificá-las profissionalmente e incluí-las ao mercado de trabalho.

A partir de contatos com algumas Instituições, se deu a escolha dos alunos,

para que realizassem uma pré-seleção das pessoas com deficiência interessadas

em serem capacitadas para ingressar no mercado de trabalho, composta por

questões semiestruturadas, sendo registrado pelo próprio avaliador para obter a

percepção da pessoa com deficiência sobre suas limitações, conhecimento das

rotinas e características psicológicas.

A partir do resultado desses dados em mãos, foi realizado uma pré-avaliação

pelos profissionais da equipe, onde foram analisados todos os perfis constantes nas

leis de trabalho para o deficiente, apoiado sob o Decreto n° 3.298 de 20/12/1999,

identificando também os potenciais para as funções do Posto de Trabalho escolhido.

De 2008 a 2011 foram capacitados 36 moradores/clientes e inseridos no

mercado de trabalho. Para tal fato, foram selecionados 20, sendo 12 moradores do

CAIS, Residências Terapêuticas do município de Lins e Usuário do CAPS III e oito

da APAE de Lins.

A instituição CAIS em Lins, conta atualmente com duas unidades de

atendimento integral à saúde neurológica, sendo a primeira denominada de C2 Par,

que realiza o trabalho de atenção integral à saúde neuro infanto juvenil e a segunda

C2 Impar, que realiza o trabalho de atenção integral à saúde de neurologia adulto.

1.2 Introdução à neurologia – clínica neurológica

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De acordo com Toda biologia (2014) a neurologia é o ramo da medicina

especializado no estudo do sistema nervoso tanto o central como os periféricos. A

neurologia também estuda as doenças do sistema nervoso e as relações com as

outras partes do corpo humano.

O médico especializado em neurologia é o neurologista. Este especialista é

treinado para investigar, diagnosticar e tratar distúrbios neurológicos. O

neuropediatra trata doenças neurológicas em crianças. Os neurologistas, caso

queiram podem participar de pesquisas e ensaios clínicos, bem como em pesquisas

de ciências básicas da medicina.

Para Toda biologia (2014) a neurologia estuda e trata diversas patologias

inclusas ao sistema nervoso, onde se pode citar:

a) - Dores de cabeça (cefaleia)

b) - Epilepsia

c) - Distúrbio do sono

d) - Mielopatias

e) - Neuropatias

f) - Doenças vasculares encefálicas

g) - Doenças neuro-degenerativas

h) - Neuro-infecções (meningite, por exemplo)

Para Amariz (2014) a neurologia é a especialidade da medicina que estuda e

trata das disfunções do Sistema Nervoso Central (encéfalo e medula espinhal),

abrangendo neurônios ou células nervosas que em conjunto compreendem a

substância cinzenta, Sistema Nervoso Periférico (nervos e músculos) e pelas

estruturas envolvidas que são as meninges.

A base de raciocínio em neurologia clínica é formado por meio de sinais e

sintomas apresentados pelo paciente, entretanto em decorrência da complexidade

do Sistema Nervoso, estes sinais podem ser variáveis, ocorrendo de forma

associada ou isolada, cabendo ao médico Neurologista a sua interpretação.

As patologias pautadas nas doenças do sistema nervoso podem estar

relacionadas com substâncias conhecidas como neurotransmissores que são

responsáveis pela transmissão química de impulsos entre os nervos, ou também

podem ocorrer alterações na condução de um impulso ao longo dos nervos.

O mesmo autor acima citado relata que algumas são mais conhecidas e

melhor estudadas, outras ainda se encontram em pesquisas e muitas ainda serão

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descobertas. Entre as doenças já conhecidas, se pode citar o mal de Parkinson,

esclerose múltipla, esquizofrenia, polimiosite, dislexias, entre outras.

Existem, dentro da Neurologia, métodos auxiliares diagnósticos, tais como:

Longitudinal Redundancy Check (LCR) - exame do líquor, Ressonância Nuclear

Magnética, Tomografia computadorizada, Eletroencefalograma e Eletromiografia.

O paciente com problemas neurológicos tanto em maior ou menor grau,

independente do caso e da patologia, necessitará do envolvimento de outras

especialidades paramédicas como especialistas em fonoaudiologia, pedagogia,

psicologia, fisioterapia, terapia ocupacional, de forma que o neurologista também

deverá conhecer tais princípios para poder melhor orientar e recomendar.

Segundo Amariz (2014) a neurologia pode ser dividida em:

a) Neurologia Geral: distúrbios do movimento, epilepsias, cefaleias, doenças

cerebrovasculares, demências e distúrbios de memória, doenças

neuromusculares, doenças desmielinizantes, distúrbios do sono, doenças

sistêmicas e metabólicas que acometem o sistema nervoso central.

b) Neurologia Infantil: a neurologia infantil é a especialidade clínica que avalia

o sistema nervoso central (cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e

periférico (nervos) das crianças. A seguir conforme Clínica Vita (2014)

algumas patologias frequentes nos consultórios de neurologia infantil:

- Dificuldade escolar;

- Dores de cabeça/cefaléia;

- Hiperatividade e déficit de atenção;

- Epilepsia;

- Paralisia cerebral;

- Doenças musculares;

- Erros inatos do metabolismo;

- Doenças degenerativas do sistema nervoso central e periférico.

c) Neurocirurgia: segundo Albert Einstein (2014) é a especialidade

médica que se ocupa do tratamento de adultos e crianças portadores

de doenças do sistema nervoso central e periférico, assim (como tumores,

doenças vasculares, degenerativas), traumas crânio-encefálicos e lesões

raqui-medulares passíveis de abordagem cirúrgica. A Neurocirurgia é uma

especialidade cirúrgica que contribui para o diagnóstico, para o

tratamento e para a reabilitação de doenças neurológicas. Recentemente,

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também passou a tratar da substituição de órgãos sensoriais (olho e

ouvido interno) disfuncionais por dispositivos artificiais.

As cirurgias do crânio envolvem em sua grande maioria apenas o segmento da parte intracraniana e seus envoltórios, mas eventualmente podem envolver estruturas circunvizinhas, assim como o ouvido, cavidades orbitárias, cavidades abaixo da base do crânio, por exemplo, fossa nasal, faringe, podendo servir como acesso ou área de interesse da patologia como nos casos de tumores que invadem a base do crânio e se estendem para outras regiões, alguns tumores de hipófise, etc. (ALBERT EINSTEIN, 2014, p. 1)

Para Albert Einstein (2014) a atuação do neurocirurgião abrange:

Tratar traumatismos cranianos, encefálicos, espinhais e de nervos periféricos; Tratar lesões vasculares intracranianas e suas consequências: aneurismas, malformações arteriovenosas, hemorragia, hematoma; Tratar tumores do encéfalo e da caixa óssea craniana, bem como tumores da coluna; Tratar hidrocefalia (algumas vezes intra-útero), meningocele, meningomielocele, siringomielia; Tratar edema cerebral, abscessos, parasitoses cerebrais, cistos, etc... Tratar deformações congênitas do crânio; afundamentos e falhas ósseas; Tratar casos selecionados de doença de Parkinson e outras condições que exijam inserção de eletrodos no sistema nervoso central; Tratar casos selecionados de epilepsia de difícil controle medicamentoso; Tratar dores crônicas diversas com procedimentos cirúrgicos; Tratar hérnia de disco, estenoses, degenerações discais sintomáticas, listese vertebral, escolioses, fraturas por osteoporose, síndrome facetária, compressão radicular, etc... Inserir e retirar próteses diversas do crânio e coluna espinhal; Trabalhar como pesquisador, perito médico judicial, professor, desenvolver próteses, etc... (ALBERT EINSTEIN, 2014, p. 1)

De acordo com Albert Einstein (2014) o neurocirurgião – especialista em

cirurgias do sistema nervoso - domina um conjunto de técnicas cirúrgicas em

constante aprimoramento, como também possui experiência em monitorização

intensiva de pacientes graves.

Com o aperfeiçoamento de novas técnicas, outras doenças tidas clínicas

como o Parkinson e a epilepsia, começaram a ser tratadas também pela

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Neurocirurgia. Essas novas técnicas estimulam ou inibem áreas específicas do

cérebro, fazendo com que pacientes crônicos sem resposta ao tratamento

convencional, melhorem sua qualidade de vida.

O neurocirurgião também pode operar na reabilitação em casos de pacientes

com sequelas, evidenciando assim, a ampla contribuição da especialidade no

manejo das doenças neurológicas.

Na instituição CAIS em Lins, a unidade C2 Par que se especializa na atenção

integral da saúde neuro infanto juvenil destaca a deficiência mental, o retardo mental

em suas diferentes categorias, epilepsia, crise convulsiva, encefalopatia crônica e

paralisia cerebral. A seguir será explanado sobre essas deficiências para melhor

entendimento.

a) Deficiência Mental: A Convenção da Guatemala, internalizada à

Constituição Brasileira pelo Decreto nª 3.956/2001, no seu artigo 1º

define deficiência como: ―uma restrição física, mental ou sensorial,

de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de

exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada

ou agravada pelo ambiente econômico e social‖. (GOMES et al.

2007, p. 14).

―A deficiência mental constitui um impasse para o ensino na escola comum e

para a definição do Atendimento Educacional Especializado, pela complexidade do

seu conceito e pela grande quantidade e variedades de abordagens do mesmo‖.

(GOMES et al. 2007, p. 14).

b) Retardo mental: para Oliveira Filho (2011) pode ser causado por

qualquer condição que prejudique o desenvolvimento cerebral

antes do nascimento, durante o nascimento ou nos anos de

infância. Várias centenas de causas têm sido descobertas, mas a

causa permanece indefinida em aproximadamente um terço dos

casos.

O autor acima subdivide em três causas principais de retardo mental:

a) Síndrome de Down;

b) Síndrome alcoólico-fetal;

c) Síndrome do X frágil.

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E as suas causas podem ser divididas em categorias conforme Oliveira Filho

(2011).

a) Condições genéticas: são resultantes de anormalidades nos genes

herdados dos genitores, ocasionadas por erros de combinação genética

ou de outros distúrbios dos genes acontecidos durante a gestação.

Centenas de distúrbios genéticos associam-se ao retardo mental. Alguns

exemplos são a fenilcetonúria, a Síndrome de Down e a Síndrome do X

frágil.

b) Problemas durante a gestação: o consumo de álcool ou outras drogas

durante a gestação também podem levar ao retardo mental. Por meio de

pesquisa verificou-se que o fumo na gestação leva a um risco maior de

retardo mental na criança. Outros problemas incluem a desnutrição,

toxoplasmose, infecção por citomegalovírus, rubéola e sífilis. Gestantes

infectadas pelo vírus Human Immunodeficiency Virus (HIV) – AIDS podem

passar o vírus para a criança levando a dano neurológico futuro.

c) Problemas ao nascimento: condição de estresse acrescido durante o

parto pode levar a lesão cerebral do recém-nascido; porém, o RN

prematuro e o baixo peso ao nascer são fatores de risco frequentes mais

que qualquer outra condição.

d) Problemas após o nascimento: doenças adquiridas na infância como

catapora, sarampo, coqueluche e a infecção pelo Haemophilus tipo B,

que podem levar a meningite e encefalite, também podem causar danos

ao cérebro. Acidentes, intoxicações por chumbo, mercúrio e outros

agentes tóxicos também podem causar danos irreparáveis ao cérebro e

sistema nervoso.

e) Estado socioeconômico: a desnutrição também pode levar ao retardo

mental. Estudos sobre o tema sugerem que pouco estímulo, o que

acontece em áreas desprovidas de experiências culturais e ambientais

oferecidas às crianças, pode surgir também como causa de retardo

mental.

Segundo Gomes (2007) o próprio Código Internacional de Doenças (CID 10),

desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde, ao especificar o Retardo Mental

(F70-79), propõe uma definição ainda baseado no coeficiente de inteligência,

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classificando-o entre leve, moderado, grave e profundo, conforme o

comprometimento.

Para Frazão (2014) o retardo mental é uma condição, na maioria das vezes

irreversível, caracterizada por uma capacidade intelectual inferior à normal com

problemas de aprendizado e de adaptação social, que normalmente está presente

desde o nascimento ou que se manifesta nos primeiros anos da infância.

Na grande maioria dos casos estudados a causa do retardo mental é uma

incógnita, contudo, várias condições durante a gravidez podem causar ou contribuir

para o retardo mental da criança, como o uso de certas drogas, o consumo

excessivo de álcool, a radioterapia, a má nutrição. As dificuldades agregadas ao

parto prematuro, o traumatismo crânio-encefálico ou a concentração muito baixa de

oxigênio durante o parto também podem causar retardo mental.

Anormalidades cromossômicas como na síndrome de Down são causas

comuns de retardo mental, todavia esse quadro pode ser consequência de outros

distúrbios hereditários que podem ser corrigidos antes que o retardo mental ocorra

como no caso da fenilcetonúria2 ou do cretinismo.

Conforme Frazão (2014) existem vários graus de retardo mental que podem

ser auferido através de teste de Quociente de Inteligência (QI). Crianças com um QI

de 69 a 84 apresentam dificuldades de aprendizagem, mas não são consideradas

como mentalmente retardadas. A expectativa de vida das crianças com retardo

mental pode ser mais curta, e parece que quanto mais grave o retardo mental,

menor a expectativa de vida.

1. Retardo mental leve (CID 10 – F 70.0): segundo Frazão (2014) o retardo

mental leve é caracterizado por um QI entre 52 a 68. E as crianças com este leve

retardo mental, podem atingir um nível de leitura parecido aos das crianças que

cursam entre a 4ª e a 6ª série escolar, aprendendo as habilidades educacionais

básicas necessárias na vida diária. Este grupo geralmente não apresenta defeitos

físicos evidentes, entretanto pode apresentar epilepsia e necessita de supervisão de

instituições educacionais especiais. São comumente imaturos e pouco refinados,

com pouca capacidade de interação social. A sua linha de pensamento é muito

particular e em geral, eles são incapazes de generalizar, possuindo dificuldades para

2 Fenilcetonúria: é uma doença genética, que faz com que os alimentos que tenham uma substância

chamada fenilalanina intoxique o cérebro, causando retardo mental irreversível. Disponível em:< http://www.tuasaude.com/fenilcetonuria/>.

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ajustar-se a situações novas, podendo apresentar uma má capacidade de

julgamento, falta de prevenção e credulidade excessiva, sendo capazes de cometer

crimes impulsivos. Apesar da capacidade intelectual limitada todas as crianças com

retardo mental podem beneficiar-se com a educação.

2. Retardo mental moderado (CID 10 - F 71.0): para Frazão (2014) as

crianças com um retardo mental moderado apresentam QI de 36 a 51 e tem uma

maior lentidão para aprender a falar ou sentar, contudo, se receberem treinamento

e apoio apropriados, quando adultos conseguem viver com alguma independência,

mesmo com esse grau de retardo mental. Entretanto, a intensidade do apoio deve

ser estabelecida para cada paciente e algumas vezes pode ser preciso apenas uma

pequena ajuda, para que consigam estar integrados.

Conforme Nhantumbo (2011) é equivalente a categoria pedagógica de

treinável. A maioria dos sujeitos com este nível de deficiência mental pode adquirir

competências de comunicação durante os anos pré-escolares, podendo beneficiar

de treino laboral, e com uma relativa supervisão, adquirem certa autonomia.

3. Retardo mental grave (CID 10 – F 72.0): uma criança com um retardo

mental grave tem um QI de 20 a 35. Para Nhantumbo (2011) o grupo de sujeitos

com esta deficiência, durante os primeiros anos da infância, adquire pouca ou

nenhuma linguagem comunicativa. Na idade pré-escolar podem aprender a falar e

serem treinados em atividades elementares de higiene tem forma limitada de

instrução em temas pré-acadêmicos, ficam familiarizado com o alfabeto, aprendem a

contar e podem adquirir competências para ler algumas palavras por meio de

imagens

4. Retardo mental profundo (CID 10 – F 73.0) ou deficiência mental

profunda: um QI de 19 ou menos determina um retardo mental profundo. De acordo

com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM- IV- TR) de

2002 define que deficiência profunda é ―toda aquela deficiência que ocorreu ou se

estabilizou durante um período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou

ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos‖. (NHANTUMBO,

2011, p. 1)

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Ainda para Nhantumbo (2011) a característica primordial da deficiência

mental é o funcionamento do intelecto global inferior à média, sendo acompanhado

por limitações em pelo menos duas das áreas seguintes: comunicação; cuidados

próprios; vida escolar; habilidades sociais; desempenho na comunidade;

independência para locomoção; saúde; segurança; desempenho; lazer; trabalho;

etc. Esta deficiência ocorre antes dos 18 anos e pode ter etiologias diferentes e ser

considerada uma via final comum de vários processos patológicos que afetam o

funcionamento do sistema nervoso central.

5. Epilepsia (CID 10 G.40.0): Segundo a Liga Brasileira de Epilepsia (LBE) é

uma alteração passageira e reversível do funcionamento do cérebro, que não foi

causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos e se propaga por crises

epilépticas repetidas.

―Epilepsia é uma síndrome, ou seja, um conjunto de sinais e sintomas que

caracterizam determinada condição e indicam que, por algum motivo, um

agrupamento de células cerebrais se comporta de maneira hiperexcitável‖.

(VARELLA, 2014, p.1)

Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Se ficarem restritos, a crise será chamada parcial; se envolverem os dois hemisférios cerebrais, generalizada. Por isso, algumas pessoas podem ter sintomas mais ou menos evidentes de epilepsia, não significando que o problema tenha menos importância se a crise for menos aparente. (LIGA BRASILEIRA DE EPILEPSIA (LBE), 2010, p.1)

Pode ser causada por uma lesão no cérebro, decorrente de uma forte

pancada na cabeça, uma infecção (meningite, por exemplo), neurocisticercose

("ovos de solitária" no cérebro), abuso de bebidas alcoólicas, de drogas etc. E

mesmo algo que ocorreu antes ou durante o parto. Muitas vezes é impossível

conhecer as causas que deram origem à epilepsia.

Conforme Varella (2014) esse agrupamento de células se comportando de

maneira excessiva pode gerar crises epiléticas parciais (se os sinais elétricos estão

desorganizados em apenas um dos hemisférios cerebrais), ou totais (se essa

desorganização ocorrer nos dois hemisférios). Na maioria das vezes as crises

desaparecem espontaneamente, mas a tendência é que venham a se repetir.

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A crise com duração de mais de cinco minutos ou crises corriqueiras, indicam

uma situação de emergência neurológica conhecida como estado do mal epilético.

Caso isso ocorra o paciente precisa de atendimento médico imediato.

6. Crise convulsiva (CID 10 R 56.8): segundo o Caboclo (2014), neurologista

do Hospital Albert Einstein descreve que a convulsão decorre quando há uma

atividade elétrica anormal do cérebro, que pode passar despercebida ou em casos

mais graves, pode produzir alteração ou mesmo perda de consciência, seguida de

espasmos musculares involuntários, definido como crise convulsiva ou convulsão.

Geralmente vêm de repente e variam no tempo de duração, sua gravidade, podendo

ser um evento único ou acontecer repetidas vezes.

―Convulsão é um distúrbio que se caracteriza pela contratura muscular

involuntária de todo o corpo ou de parte dele, provocada por aumento excessivo da

atividade elétrica em determinadas áreas cerebrais‖. (VARELLA, 2014, p. 1)

Para Cabloco (2014) deve-se ficar alerta a algumas sensações que ocorrem,

como sinais para uma possível convulsão. Elas incluem:

a) Sentimentos súbitos de medo e ansiedade;

b) Sentir-se mal do estômago;

c) Tontura;

d) Alterações na visão.

De acordo com Cabloco (2014) tais sintomas podem ser seguidos de uma

crise, onde o indivíduo pode:

a) Perder a consciência, seguida por confusão;

b) Ter espasmos musculares incontroláveis;

c) Babar ou espumar pela boca;

d) Cair;

e) Ficar com um gosto estranho na boca;

f) Cerrar os dentes;

g) Morder a língua, que pode sangrar;

h) Ter movimentos oculares rápidos e súbitos;

i) Fazer ruídos estranhos, como grunhidos;

j) Perder o controle da função da bexiga ou intestino;

k) Mudar de humor repentinamente.

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O autor acima citado relata que existem diversos tipos de convulsão e

algumas crises são associadas a lesões cerebrais, como aquelas causadas por

traumas no crânio. Com o tratamento, pode haver controle dessas crises. São elas:

a) Crises generalizadas: se dá quando os dois lados do cérebro são

afetados pelo ataque. As mais comuns incluem:

- Crises de ausência (pequeno mal): têm poucos sintomas físicos, se

manifestam deixando a pessoa com o olhar perdido por alguns

segundos e não se consegue chamar atenção da pessoa durante esse

tempo.

- Tônico-clônicas (grande mal): tem associação com a perda súbita de

consciência. A fase tônica se caracteriza por endurecimento dos

músculos e a fase clônica envolve movimentos repetitivos e rítmicos

que envolvem ambos os lados do corpo ao mesmo tempo. A crise

tônico-clônica também é conhecida como a crise convulsiva ou,

simplesmente, convulsão.

b) Convulsões focais ou parciais: são divididas em:

- Parciais simples: essas também são subdivididas em quatro categorias

de acordo com a natureza de seus sintomas:

o Motor: incluem movimentos como espasmos e rigidez;

o Autonômico: afetam o sistema nervoso autônomo, que controla as

funções dos nossos órgãos, como o coração, estômago, bexiga,

intestinos. Portanto, incluem batimento cardíaco acelerado, dor de

estômago, diarreia e perda de controle da bexiga;

o Sensorial: envolvem sensações estranhas que afetam qualquer um dos

cinco sentidos (visão, audição, olfato, paladar ou tato);

o Psicológica: são caracterizadas por várias experiências envolvendo a

memória (a sensação de déjà-vu), emoções (como o medo ou prazer),

ou outros fenômenos psicológicos complexos.

- Parciais complexas: incluem comprometimento da consciência. Os

pacientes parecem fora de contato ou ficam olhando para o espaço,

durante as crises. Também pode haver sintomas chamados

automatismos que consistem em movimentos involuntários, mas

coordenados, que tendem a ser sem propósito e repetitivo.

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Automatismos comuns abrange estalar os lábios, morder e se remexer.

- Aquelas que evoluem para crises generalizadas secundárias: é o que

começa como uma crise focal e evolui para uma convulsão

generalizada. Em cerca de dois terços dos pacientes as crises podem

ser controladas com medicamentos. As crises parciais que não podem

ser tratadas com as drogas algumas vezes podem ser tratadas

cirurgicamente.

Segundo Varella (2014) emoções intensas, exercícios potentes, determinados

ruídos, músicas, odores ou luzes fortes podem funcionar como gatilhos das crises.

Outras condições como: febre alta, falta de sono, menstruação e estresse, também

podem facilitar a instalação de convulsões, mas não são consideradas gatilhos.

- Encefalopatia crônica (CID 10 G 93.4): Para Vieira (2009) esta doença

determina um conjunto de lesões permanentes no cérebro que ocorrem no período:

a) Pré-natal (mais frequente): distúrbios funcionais da mãe, infecções nos

primeiros meses de gravidez;

b) Natal (frequentes): lesão cerebral durante o parto causada por falta de

oxigênio no cérebro, parto prematuro;

c) Pós-natal (menos frequentes): doenças do sistema nervoso (meningite),

envenenamento gasoso, trauma.

De acordo com Vieira (2009) existem diferentes tipos de encefalopatia

crônica:

a) Espástica (CID 10 G 80.0): maior parte dos casos, hipertonia da

musculatura flexora, encurtamento do tendão calcâneo.

Na criança espástica existe um comprometimento do sistema Piramidal com a Hipertonia dos músculos. É caracterizado pela lesão do motoneurônio superior no córtex ou nas vias que terminam na medula espinhal. Ocorre um aumento de resistência ao estiramento que pode diminuir abruptamente. A espasticidade aumenta com a tentativa da criança em executar movimentos, o que faz com que estes sejam bruscos, lentos e anárquicos. Os movimentos são excessivos devido ao reflexo de estiramento estar exagerado. Os músculos espásticos estão em contração contínua, causando

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aparente fraqueza do seu condutor antagonista às posições anormais das articulações sobre as quais atuam. As deformidades articulares se desenvolvem e podem com o tempo, tornar-se contraturas fixas. O reflexo tônico cervical pode persistir além de tempo normal, porém os demais reflexos neonatais geralmente desaparecem durante o repouso determinando geralmente posições viciosas ou contraturas em padrão flexor. (LIMA, 2004 apud SOUZA, 2011, p. 1)

b) Atetóide (CID 10 G 80.2): tônus muscular flutuante, movimentos

involuntários. ―Caracterizada por movimentos involuntários, Neste tipo, os

movimentos são involuntários devido a um estimulo ineficaz e exagerado

que o cérebro envia ao músculo não sendo capaz de manter um padrão‖.

(SOUZA, 2011, p. 1)

c) Atáxica (CID 10 G 80.4): dificuldade de coordenação motora (Tremores

ao realizar um movimento). Marcha cambaleante, hipotonia muscular

generalizada;

d) Monoplegia (CID 10 G 83.2): paraplegia, hemiplegia, diplegia, triplegia

tetraplegia, dupla hemiplegia.

Segundo Vieira (2009) tanto antes, como durante ou após o nascimento, essas

lesões são resultantes de danos às áreas do cérebro responsáveis pelo controle

motor e se manifestam na perda ou no comprometimento do controle sobre a

musculatura voluntária. Podem ocorrer também adulterações mentais, visuais,

auditivas, de linguagem e/ou comportamento com movimentos ativos intermitentes.

É caracterizada por um distúrbio de movimento ou postura e as lesões cerebrais,

variam conforme a área afetada dependendo do local e magnitude do dano os

sintomas podem variar. Neste tipo de encefalopatia a lesão não é progressiva.

―A perturbação da função muscular que surge após a destruição ou ausência

congênita dos neurônios motores superiores. Essa alteração pode ser

acompanhada, em casos mais graves, por distúrbios de comportamento ou retardo

mental‖. (VIEIRA, 2009, p. 1)

- Paralisia cerebral (CID 10 G. 80.0): Para Brusque (2014) a paralisia

cerebral é um conjunto de distúrbios que podem abranger as funções cerebrais e do

sistema nervoso, como os movimentos, a aprendizagem, a audição, a visão e o

raciocínio.

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São vários e diferentes os tipos de paralisia cerebral, onde incluem a

espástica, discinética, atáxica, hipotônica e mista. É causada por lesões ou

anormalidades no cérebro. Muitos desses problemas advêm conforme o crescimento

do feto no útero, entretanto, pode acontecer a qualquer momento durante os

primeiros dois anos de vida, enquanto o cérebro do RN ainda está em formação e

desenvolvimento.

Segundo Brusque (2014) os RNs prematuros oferecem um maior risco para

desenvolver a paralisia cerebral. Esta também pode acontecer durante a primeira

infância como resultado de múltiplas condições, onde se inclui:

a) Hemorragia cerebral

b) Infecções no cérebro (encefalite, meningite, infecções pelo vírus herpes

simples);

c) Lesões no crânio;

d) Infecções na mãe durante a gravidez (rubéola)

e) Icterícia grave.

Em alguns casos a causa da paralisia cerebral nunca é determinada.

De acordo com Brusque (2014) o exame neurológico completo é fundamental

em indivíduos mais velhos, é importante também se testar a função cognitiva.

Outros exames podem ser realizados como:

a) Exames de sangue

b) Tomografia computadorizada do crânio

c) Eletroencefalograma (EEG)

d) Audiometria

e) Ressonância Magnética do crânio

f) Exame oftalmológico

―Em alguns indivíduos com paralisia cerebral, a lesão cerebral ocorre devido a

baixos níveis de oxigenação (hipóxia) na área afetada, contudo ainda se

desconhece o porquê disso ocorrer‖ (BRUSQUE, 2014. p. 1).

A unidade C2 Impar é a ala de adultos onde se realiza o trabalho de atenção

integral à saúde de neurologia adulta e a predominância das patologias se equipara

a unidade C2 Par onde se destacam as citadas abaixo. Todas elas foram explicadas

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nos textos anteriores mais detalhadamente.

a) Retardo mental moderado: CID F 71.0

b) Retardo mental grave: CID F 72.0

c) Retardo mental profundo: CID F 73.0

d) Epilepsia: CID G 40.0

e) Encefalopatia crônica: CID 10 G 93.4

f) Paralisia cerebral quadriplégica espástica: CID 80.0

g) Paralisia cerebral hemiplégica espástica: CID 80.0

h) Outras formas de paralisia cerebral: CID 10 G 80.8

Essas patologias a seguir também fazem parte da unidade C2 Impar:

Para Felício (2014) a neurologia pode ser tida como uma das especialidades

mais complexas da medicina, senão a mais difícil; visto ser desafiadora e com

particularidades muito especiais. Fora uma série de diagnósticos primariamente

neurológicos, a neurologia ainda tem uma ligação com inúmeras outras

especialidades como a psiquiatria, endocrinologia, otorrinolaringologia, cardiologia,

reumatologia, hematologia, dermatologia, entre outros.

Segundo Felício (2014) os dez principais problemas neurológicos que levam

os pacientes a procurarem um neurologista são:

a) Doença de Alzheimer e outras demências: o médico Alois Alzheimer, foi o

primeiro a descrever a doença, em 1906, estudando e publicando o caso

da sua paciente Auguste Deter, uma mulher saudável que, aos 51 anos,

desenvolveu um quadro de perda progressiva de memória, desorientação,

distúrbio de linguagem (com dificuldade para compreender e se

expressar), tornando-se incapaz de cuidar de si. Após o falecimento de

Auguste, aos 55 anos, o Dr. Alzheimer examinou seu cérebro e descreveu

as alterações que hoje são conhecidas como características da doença.

As áreas comumente mais atingidas são as de células nervosas (neurônios) responsáveis pela memória e pelas funções executivas que envolvem planejamento e execução de funções complexas. Outras áreas tendem a ser atingidas, posteriormente, ampliando as perdas. Estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a Doença de Alzheimer. No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ALZHEIMER – ABRAZ, 2014. p.1)

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b) Acidente Vascular Cerebral (AVC): conforme Portal Brasil (2012) o AVC é

popularmente conhecido como derrame, é uma das principais causas de

morte e de sequelas no mundo e no Brasil. A doença cerebrovascular

atinge 16 milhões de pessoas ao redor do globo a cada ano. Dessas, seis

milhões morrem. Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS)

recomenda a adoção de medidas urgentes para a prevenção e tratamento

da doença. O tratamento preventivo engloba o controle de vários fatores

de risco vasculares como a pressão arterial, diabetes, colesterol,

triglicérides, doenças cardíacas, além da necessidade de não fumar, ter

uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos. Para tratar o

Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico que aconteceu há menos de

3 horas, podem ser usados medicamentos antitrombóticos que rompem

os coágulos e permitem a passagem do fluxo sanguíneo. No hemorrágico,

os medicamentos são voltados a combater a inflamação decorrente do

rompimento do vaso. Caso o coágulo seja muito grande, será necessária

a realização de uma cirurgia para retirá-lo.

c) Epilepsias (convulsões): este item foi descrito acima no item 1.2

d) Esclerose Múltipla: conforme Matta e Coimbra (2014) é uma doença

autoimune3 que afeta o cérebro e a medula espinhal (sistema nervoso

central). Isso ocorre porque o sistema imunológico do corpo embaraça

células saudáveis com células intrusas, e as ataca gerando lesões no

cérebro. O sistema imune do paciente corrói a bainha protetora que cobre

os nervos, conhecida como mielina. A Esclerose Múltipla (EM) se

caracteriza por ser uma doença potencialmente debilitante. Pessoas com

casos graves de esclerose múltipla podem perder a capacidade de andar

ou falar claramente. A esclerose múltipla pode ser difícil de diagnosticar

precocemente, uma vez que os sintomas aparecem com intervalos e o

paciente fica meses sem qualquer sinal da doença.

e) Miopatias (problemas musculares): conforme Teles (2014) é uma doença

muscular, onde as pessoas sentem dificuldades em subir ou descer

3 Autoimune: Uma doença autoimune é uma condição que ocorre quando o sistema imunológico

ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo por engano. Disponível em:< http://www.minhavida.com.br/saude/temas/doenca-auto-imune>.

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escadas, levantar-se de uma cadeira, caminhar ou mesmo realizar tarefas

do dia a dia. Entre os sintomas de miopatias estão à intolerância ao

exercício físico, dores e atrofia. Pode ser herdada ou adquirida durante a

vida. O paciente sente dificuldade em elevar os braços podendo, em

certos casos, perder massa muscular e apresentar dores intensas.

f) Neuropatias (problemas de nervos periféricos): segundo Minha Vida

(2014) os nervos periféricos carregam as informações do cérebro e para o

cérebro. Carregam também sinais da medula espinhal para o resto do

corpo. Na neuropatia periférica, esses nervos não funcionam

perfeitamente. A neuropatia periférica pode causar danos a um único

nervo, podendo danificar um grupo de nervos, bem como afetar nervos no

corpo inteiro. Existem vários tipos e causas, mas, comumente a causa

não é encontrada. Algumas doenças dos nervos são hereditárias.

A diabetes é a causa mais comum desse tipo de problema nervoso e

acontece quando se tem níveis altos de glicose no sangue por um longo

tempo.

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CAPÍTULO II

DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL DE ENFERMAGEM

2 DIMENSIONAMENTO NA ENFERMAGEM

De acordo com Lulio (2009) profissionais especializados estão sendo

requeridos porque cada vez mais se exige uma maior combinação de habilidades

para a realização do trabalho em equipe.

Atualmente acontece um desequilíbrio da força de trabalho, em decorrência

do avanço tecnológico e do crescimento da renda da população.

A demarcação e delimitação das pertinências de cada integrante da equipe,

com assentado tipo de paciente, antecede inclusive, a observação de tempo

imprescindível para as atividades de cada profissional.

Esta demarcação de atribuições entre o enfermeiro e os demais membros da

equipe procederá, assim, na qualidade e na potência da assistência que o serviço de

saúde ambiciona. Detalhamento na figura 2 abaixo.

Figura 2: Gerenciamento de pessoal de enfermagem: qualidade e gestão de

pessoas

Fonte: Silva, 2012

Segundo alguns autores Wagner (2004), Martin e Gustin (2004), Kurcgant e

Ciampone (2005), Hugnonnet, Chevrolet e Pittet (2007) em decorrência a essa

realidade existe a necessidade de habilitar o enfermeiro a desenvolver e realizar

planejamentos funcionais no gerenciamento de recursos humanos, que considerem

as qualificações técnicas e históricas da profissão, cujos atributos sociais e/ou éticos

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sejam capazes de obter todos os tipos de clientes.

Na área da administração hospitalar e da administração em enfermagem,

despontam desafios no contexto de gestão de recursos humanos em enfermagem.

Esses desafios estão inteiramente relacionados com a qualidade dos serviços

prestados, com a satisfação do trabalhador da enfermagem e com a segurança do

paciente frente às infecções hospitalares.

Conforme Lulio (2009) os estudos que ponderam sobre a alocação de pessoal

de enfermagem evolucionaram, nos últimos 60 anos, expandindo, principalmente, o

número de variáveis assistenciais em uso nos estabelecimentos, frente aos avanços

examinados em vários níveis de complexidade do sistema de saúde e às atuais

necessidades assistenciais da população, aprimorando a percepção da realidade e

incluindo a complexidade para a sua efetivação.

Gaidzinski e Kurcgant (1998) mencionam que o dimensionamento de pessoal

de enfermagem tem sido realizado fundamentando-se no exame e na análise

intuitiva das enfermeiras ou sobre o uso de equações matemáticas, sem que seja

compreendido o significado e o comportamento das variáveis abrangidas no

processo.

Os mesmo autores acima citados afirmam que os gerentes devem considerar

sobre a organização:

A. As características da instituição como:

- a missão da instituição;

- os recursos materiais e tecnológicos;

- o grau de dependência dos pacientes;

B. Sobre o serviço de enfermagem:

- atentar quanto à filosofia, objetivos e propostas assistenciais;

- as atribuições de cada categoria que compõe o perfil do corpo da

enfermagem na unidade.

Para Gaidzinski e Kurcgant (1998) fica impossível e impróprio o uso de

fórmulas para estimar pessoal sem uma severa avaliação e identidade de todo o

contexto que está plantado o serviço de enfermagem e quais as necessidades dessa

comunidade que ele acolhe.

2.1 Introdução histórica sobre o dimensionamento

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Para Gaidzinski e Kurcgant (1998) existe uma evolução dos métodos

utilizados para dimensionar o pessoal de enfermagem, que pode ser classificado em

quatro períodos:

a) o método intuitivo ou das relações de proporção (antes de 1939);

b) introdução da variável horas médias de cuidado (1939);

c) introdução das variáveis relativas às ausências (1947);

d) introdução do Sistema de Classificação de Pacientes (1960)

De acordo com Gaidzinski e Kurcgant (1998), Matsushita, Adami e

CarmagnanI (2005), a partir de 1930, aqui no Brasil, se dá o início da fase legal da

administração de pessoal sendo o método do cálculo de pessoal empregado nessa

época, baseado em dados subjetivos da vivência do administrador, na proporção de

trabalhadores necessários para realizar o número de tarefas a serem efetuadas

diariamente, numa dimensão de trabalhadores por cumprimento de tarefas diárias

de enfermagem.

Este método não antecipava nenhum direito trabalhista, como férias, folgas

semanais remuneradas, licenças e outras ausências, sendo ainda utilizado em

muitas instituições hospitalares brasileiras por ser referencia de órgãos oficiais como

o Ministério da Saúde.

No quarto período de evolução de dimensionamento de pessoal de

enfermagem, com a introdução do Sistema de Classificação de Pacientes (SCP) em

1960, os distintos graus de complexidade assistencial passaram a ser ponderados

como instrumentos para o cálculo de estimativa de pessoal de enfermagem.

Segundo Gaidzinski e Kurcgant (1998), aqui no Brasil pela Ribeiro em 1972,

foi introduzido e rapidamente incorporado como um critério essencial para

dimensionar o pessoal de enfermagem o SCP que é tido como o método capaz de

determinar, validar e monitorar o cuidado individualizado.

Este método SCP subsidiam a alocação de pessoal de enfermagem, o

planejamento de custos da assistência e a manutenção de padrões de qualidade.

Segundo Laus e Anselmi (2004) as funções do SCP são:

a) Agrupar os pacientes por complexidade assistencial;

b) Distribuir os leitos para atendimento por grupo de pacientes;

c) Realocar recursos materiais e humanos;

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d) Detalhar a dinâmica operacional do sistema;

e) Reorientar a equipe envolvida no processo assistencial.

Segundo Alcalá et al. (1982) no início da década de 80 do século XX, um

trabalho apresentou um instrumento de classificação de pacientes estabelecendo o

perfil de cada tipo de cuidado, a partir do conceito do Cuidado Progressivo ao

Paciente, classificando os pacientes internados em quatro níveis de cuidado.

―Cabe ao Enfermeiro Responsável Técnico da instituição garantir os recursos

humanos necessários à assistência de enfermagem e à segurança do paciente‖.

(COFEN nº 168/1993 apud ANTUNES; COSTA, 2003, p. 1)

[...] muitas vezes a execução e decisão sobre lotação desse pessoal é realizada por profissionais de outras categorias, que consideram apenas a questão custo, deixando em segundo plano a real necessidade quanti qualitativa de recursos humanos para o desenvolvimento dessa assistência. Por esses motivos, a lotação de pessoal de enfermagem é hoje uma preocupação constante dos enfermeiros administradores e dos pesquisadores dessa área. (ANTUNES; COSTA, 2003, p. 1)

De acordo com Fugulin e Martins (2014) a adequação quantitativa e

qualitativa de pessoal de enfermagem pode ser contrabalançada com a diminuição

dos gastos derivados dos resultados negativos da assistência proporcionada aos

pacientes, como consequência da insuficiência de profissionais.

Deste ângulo de visão se percebe que existe uma brecha de estudo no que

se refere à relação entre as horas de assistência e os resultados dos pacientes, com

os custos dos profissionais de enfermagem.

[...] torna-se necessário à produção de conhecimentos que subsidiem a compreensão das implicações decorrentes de um quadro de pessoal deficitário e a busca de novas alternativas e possibilidades de transformação dos processos gerenciais adotados nas instituições de saúde, destacando-se aqueles referentes ao gerenciamento dos custos. (FUGULIN, et al. 2011, p. 1)

Sugerem que se façam pesquisas nesse sentido, com a finalidade de

demonstrar essa relação, contribuindo assim para melhor ajustamento do quadro de

pessoal nas Instituições de saúde. Detalhado na figura 3 abaixo.

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Figura 3: Adequação quantitativa e qualitativa de pessoal de enfermagem

Fonte: Silva, 2012

Conforme Fugulin et al. (1994) foi desenvolvido um instrumento de

classificação, estabelecendo cinco categorias de cuidados, de acordo com a

complexidade assistencial dos pacientes internados:

a) intensivos (I);

b) semi intensivos (S);

c) alta dependência (AD);

d) intermediários (IN);

e) mínimos (M).

Conforme Gaidzinski (1998) nas últimas cinco décadas do século XX alguns

trabalhos vem sendo divulgados, mostrando as evidências acerca da melhora nos

modelos recomendados para o dimensionamento de pessoal com um maior número

de modificáveis, consentindo maior visibilidade da realidade, e originando melhor

complexidade para sua operacionalização.

De acordo com a publicação da Resolução do COFEN nº 189/96 de 2001,

registradas nas figuras 4 e 5, oficializou o cálculo de pessoal de enfermagem por

meio de parâmetros para o quantitativo mínimo dos diferentes níveis de formação

dos profissionais de enfermagem, sugerindo que o dimensionamento do quadro de

profissionais fundamente-se nas características alusivas à instituição, ao serviço de

enfermagem e à clientela. (COFEN, 2001)

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Figura 4: Legislação COFEN nº 189/1996

Fonte: COFEN, 1996

A competência para o dimensionamento do pessoal de enfermagem é das enfermeiras que atuam diretamente na assistência, uma vez que identificam e avaliam continuamente os recursos existentes, face às necessidades da clientela assistida, podendo elaborar propostas adequadas para a prestação da assistência de enfermagem. (CAMPEDELLI et al (1987) e GAIDZINSKI (1991) apud MATSUSHITA, ADAMI e CARMAGNANI, 2005, p. 1)

Figura 5: Legislação COFEN nº 293/2004

Fonte: COFEN, 2004

Esse desenvolvimento pode ser visto no Brasil, pela progressão da Resolução do COFEN Nº 293, de 21 de setembro de 2004, que revoga as disposições da Resolução COFEN Nº 189 de 25 de março de 1996, referente às disposições sobre o Dimensionamento do Quadro de Profissionais de Enfermagem nas Unidades Assistenciais das Instituições de Saúde e Assemelhados. A referida Resolução descreve as adequações quanti-qualitativas do quadro de profissionais de Enfermagem quanto ao dimensionamento, conforme solicitações pelos enfermeiros gerentes e administradores de serviços de saúde da necessidade de atualização da Resolução Nº

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189 de 1996. (LULIO, 2009, p. 9)

Para Gaidzinski 1998 apud (MATSUSHITA, ADAMI E CARMAGNANI, 2005) a

falta de conhecimento por parte das enfermeiras sobre essas variáveis, abre

confrontações entre os objetivos definidos e centralizados nos valores humanos,

com os objetivos da instituição hospitalar, que aponta à eficácia e a eficiência da

organização.

2.2 Definições sobre dimensionamento

―Processo sistemático que tem por finalidade a previsão da quantidade e

qualidade por categoria (enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem) requerida

para atender, direta ou indiretamente, às necessidades de assistência de

enfermagem da clientela‖. (GAIDZINSKI, 1991, p. 91-6)

É um instrumento da administração, voltado para a função gerencial e com a

responsabilidade legal do enfermeiro voltada para o cálculo de pessoal de

enfermagem, estimativa de pessoal e dimensionamento de recursos humanos de

enfermagem.

Segundo a Resolução nº 293/2004 ―deve ser garantida a autonomia do

enfermeiro nas unidades assistenciais, para dimensionar e gerenciar o quadro de

profissionais de enfermagem‖. (COFEN, 2014)

A falta de adequação numérica e qualitativa dos recursos humanos de

enfermagem prejudica os clientes no seu direito de assistência à saúde livre de

riscos, podendo comprometer pelas vias legais a instituição pelos erros ocorridos na

assistência.

2.3 Funções do dimensionamento

Conforme Matsushita, Adami e Carmagnani (2005) a função dos hospitais foi

se modificando ao longo do tempo, acompanhando a evolução da medicina.

O hospital nos dias atuais é avaliado como a mais complexa das

organizações de saúde, frente à variedade de profissionais, usufrutuários e

tecnólogos, sem se esquecer das relações interpessoais que acontecem no

ambiente externo como no interno, bem como os processos de trabalho, as formas

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de organização e os espaços que compreende.

Segundo Gaidzinsk (1998) as variáveis externas dizem respeito à:

a) política de saúde vigente;

b) crise financeira;

c) código do consumidor;

d) lei do exercício profissional;

e) política salarial do mercado de trabalho

As variáveis internas, segundo o mesmo autor, estão relacionadas à:

a) política, filosofia, objetivos e propostas assistenciais da instituição e do

serviço de enfermagem;

b) recursos materiais e tecnológicos;

c) complexidade das atividades desenvolvidas pela equipe de enfermagem;

d) preparo técnico específico dos elementos da equipe de enfermagem;

e) método de trabalho (funcional, integral) utilizado na assistência de

enfermagem;

f) planta física;

g) jornada diária de trabalho;

h) número de leitos;

i) percentual de ausências previstas e não previstas;

j) perfil epidemiológico;

k) dependência dos pacientes em relação à equipe de enfermagem (scp);

l) tempo médio despendido pela equipe de enfermagem, nas 24 horas para

atender as necessidades de cada paciente, segundo o grau de

dependência em relação à equipe de enfermagem.

Como parte complementar das organizações hospitalares, o serviço de

enfermagem vem caminhando junto à evolução advinda nesta área, ampliando sua

composição de trabalho, baseado nos modelos fundamentados cientificamente.

De acordo com Magalhães, Duarte e Moura (1995), um dos pontos de

discussão quando se pondera ou se arma um serviço de enfermagem, é o

dimensionamento de recursos humanos para assistir à clientela.

Segundo Kurcgant, Cunha e Gaidzinsk (1989) o dimensionamento de pessoal

de enfermagem é a etapa inicial do processo de provimento de pessoal que tem por

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finalidade a previsão do quantitativo e qualitativo de funcionários requerido para

atender direta e indiretamente às necessidades de assistência de enfermagem da

clientela.

2.4 Classificação da complexidade dos cuidados

Segundo Gaidzinski (1994) o SCP possibilita gerenciar seu próprio trabalho,

avaliar e adequar o volume de trabalho exigido ao pessoal de enfermagem

disponível e o seu uso pode auxiliar a enfermeira a justificar a necessidade de

pessoal adicional, quando sucede aumento do volume de trabalho na unidade.

O SCP pode ser conceituado como ―a identificação e classificação de

pacientes em grupos de cuidados ou categorias, e a quantificação destas categorias

como uma medida dos esforços de enfermagem requeridos" (GIOVANNETTI, 1979

apud PERROCA; GAIDZINSKI, 1998, p.153).

O Sistema de Classificação de Pacientes (SCP) pode ser entendido como uma forma de determinar o grau de dependência de um paciente em relação à equipe de enfermagem, objetivando estabelecer o tempo despendido no cuidado, bem como o qualitativo do pessoal, para atender às necessidades biopsicossocioespirituais do paciente. (GAIDZINSKI, 1994, p. 101)

A ideia de classificar pacientes não é contemporânea e ―Florence Nightingale

também se utilizou desta prática buscando localizar, mais convenientemente, na

enfermaria, os pacientes cujo nível de cuidado demandava maior atenção de

enfermagem‖. (RIBEIRO, 1972; ALCALÁ et al, 1982).

O COFEN (1996), considerando a inexistência de uma regulamentação da proporção profissionais/leitos para assistência de enfermagem ao paciente, na resolução 189 estabeleceu parâmetros mínimos para o dimensionamento do quadro de profissionais de enfermagem nas Instituições de Saúde. De acordo com este documento o cálculo de pessoal de enfermagem deve ser embasado no SCP e a proporção dos elementos da equipe de enfermagem distribuída em percentuais determinados nos diferentes tipos de cuidados: mínimo ou autocuidado, intermediário, semi-intensivo e intensivo. O COFEN estabeleceu, ainda, que a classificação dos pacientes para implementação da assistência de enfermagem será de competência do enfermeiro. (PERROCA, 1998, p. 155)

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56

Figura 6: Sistema de Classificação de Pacientes – SCP: conceitos

Fonte: Fugulin et al., 2014

Conforme Perroca et al. (1998) a classificação de pacientes de maneira

sistematizada pode ter sido iniciada com o conceito do CPP e segundo Alves et al.

(1988), o CPP pode ser cotado como a "concentração variável de recursos humanos

e materiais em torno das necessidades do cliente, visando uma assistência integral

e humanizada". (PERROCA et al., 1998, p. 154). Figuras 6, 7 e 8.

Figura 7: Sistema de classificação de pacientes: bases

Fonte: Fugulin et al., 2014

Para Fugulin, Gaidzinski e Kurcgant (2005) existe um sistema de classificação

de pacientes na categoria de cuidado com pontuação diferenciada. O Sistema pode

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ser melhor analisado e interpretado no ANEXO B deste estudo.

Figura 8: Sistema de classificação de pacientes: vantagens

Fonte: Fugulin et al., 2014

De acordo com Fugulin (1994) o SCP existe diferentes tipos de cuidados com

os pacientes:

a) Cuidados intensivos: são os pacientes recuperáveis, com risco iminente

de vida, sujeitos à instabilidade de funções vitais, que solicitem

assistência de enfermagem e médica permanente e especializada;

b) Cuidados semi-intensivos: são os pacientes recuperáveis, sem risco

eminente de vida, sujeitos à instabilidade de funções vitais que agenciem

assistência de enfermagem e médica permanente e especializada;

c) Alta dependência: são os pacientes crônicos que demandem avaliações

médicas e de enfermagem, estável sob o ponto de vista clínico, porém

com total dependência dos atos de enfermagem quanto ao atendimento

das necessidades humanas básicas;

d) Cuidados intermediários: são ao pacientes estáveis sob o ponto de vista

clínico e de enfermagem que requeiram avaliações médicas e de

enfermagem, com parcial dependência de enfermagem para o

atendimento das necessidades humanas básicas;

e) Cuidados mínimos: são os pacientes estáveis sob o ponto de vista clínico

e de enfermagem que requeiram avaliações médicas e de enfermagem,

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mas fisicamente autossuficientes quanto ao atendimento das

necessidades humanas básicas.

Quadro 1: Classificação de cuidado/Horas médias de assistência de Enfermagem

(HE)

TIPO DE ASSISTÊNCIA PONTUAÇÃO Nº HE/CLIENTE/24H

Intensivo Acima de 31 17,9

Semi-intensivo 27 - 31 9,4

Alta dependência 21 – 26 _

Intermediário 15 - 20 5,6

Mínimo 9 - 14 3,8

Fonte: Fugulin, Gaidzinski e Kurcgant, 2005 e COFEN nº 293/2004

Segundo Inoue e Matsuda (2009) para o cálculo das horas de enfermagem

agregou-se a categoria alta dependência aos cuidados semi-intensivos, por não ter

sido contemplada na Resolução COFEN nº 293/2004 que embasou este estudo.

De acordo com COFEN nº 293/2004 a distribuição de profissionais por

categoria deverá seguir grupo dos pacientes de maior prevalência ou de maior

gravidade, conforme o quadro acima (1).

[...] a liderança no estudo de classificação de pacientes, indubitavelmente, cabe a um grupo de pesquisadores formado no John Hopkins University and Hospital, nos Estados Unidos, em maio de 1961. Este grupo desenvolveu um sistema para classificação baseado no grau de necessidade do paciente em relação à assistência de enfermagem. Os pacientes foram classificados em 3 grupos: autocuidado, cuidado parcial ou intermediário e cuidado intensivo ou total e a média de horas de assistência de enfermagem por paciente foi determinada para cada classificação. Os pesquisadores concluíram o estudo afirmando que ―técnicas para classificação de pacientes proporcionam um efetivo mecanismo administrativo para estimativas diárias de necessidades dos pacientes em relação à assistência de enfermagem e de recursos materiais‖ (CONNOR et al, 1961 apud PERROCA et al. 1998, p.154)

Distribuição percentual do total de profissionais de acordo com a Resolução

do COFEN 189/96:

a) Assistência mínima e intermediária: 27% de enfermeiros (mínimo de seis)

e 73% de técnicos e auxiliares de enfermagem;

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b) Assistência semi-intensiva: 40% de enfermeiros e 60% de técnicos e

auxiliares de enfermagem;

c) Assistência intensiva: 55,6% de enfermeiros e 44,4% de técnicos de

enfermagem.

O quadro a seguir (2) mostra em porcentagem a quantidade de enfermeiros

na formação da equipe de enfermagem de acordo com COFEN nº 293/2004.

Quadro 2: Tipos de assistência e % total da equipe

TIPO DE ASSISTÊNCIA % ENFº/TOTAL EQUIPE

Mínima e intermediária 33 – 37% (mínimo 6 enfermeiros) e

67 – 63% de técnicos e auxiliares de enfermagem

Semi–intensiva 42 – 46% de enfermeiros e

58 – 54% de técnicos e auxiliares de enfermagem

Intensiva 52 – 56% de enfermeiros e

58 – 44% de técnicos de enfermagem

Fonte: COFEN nº 293/2004

Aqui no Brasil a pioneira a tratar do sistema de classificação de pacientes foi

Ribeiro em 1972. , quando do seu estudo foi apontado o conceito de Cuidado

Progressivo dos Pacientes (CPP) como um ―método para instrumentalizar o

dimensionamento de recursos humanos em enfermagem com vistas a assegurar

uma distribuição mais equitativa da assistência, aumento da produtividade e

eficiência hospitalar‖. (PERROCA, 1998, p. 154)

Conforme Fugulin (2014) para se fazer acertadamente o levantamento das

ausências por folga semanal aplica-se a fórmula a seguir:

.

jE%= percentual de acréscimo de pessoal para cobertura das folgas semanais. e = número de dias de folgas semanais por trabalhador da equipe de enfermagem. d = dias da semana (7 dias)

1 folga semanal E% = 16,6% 2 folgas semanais E% = 40%

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O mesmo autor acima citado relata que para se fazer o levantamento das

ausências por folgas referentes aos feriados não coincidentes com os domingos,

aplica-se a seguinte fórmula:

O levantamento das ausências por férias requer a seguinte fórmula:

Ainda de acordo com Fugulin (2014) o levantamento das ausências não

previstas (faltas, licenças e suspensões) utiliza da seguinte fórmula:

Para Chenzo et al (2004) a adaptação dos recursos humanos para preencher

as demandas do trabalho de enfermagem e das tarefas a eles conferidas deve

considerar os seguintes pontos:

a) as atividades que deverão ser realizadas;

b) a complexidade;

c) a necessidade de qualificação técnica específica;

d) a dependência de enfermagem da clientela;

F% = percentual de acréscimo de pessoal para cobertura das folgas referentes aos feriados não coincidentes com os domingos f = número de dias de feriados não coincidentes com o domingo, durante o período de um ano. d = dias do ano (365 dias)

Fmédio % = 3,6%. Para Fmédio = 12,8 ± 0,98 dias feriados por ano.

V% = percentual de acréscimo de pessoal para cobertura de férias anuais v = média dos dias de férias anuais d = dias do ano (365 dias)

Vmax % = 9% para 30 dias de férias anuais

A% = percentual de acréscimo de pessoal para cobertura das ausências não previstas ak = média anual dos dias de ausências não previstas da categoria k

A médio % = 7,06 para 24 dias de

ausências não previstas por ano

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e) a tecnologia necessária;

f) os recursos técnicos e materiais disponíveis;

g) as características de ordem técnica, científica e pessoal dos

trabalhadores que compõem o quadro funcional.

A adoção do SCP em suas relativas unidades, expande o conhecimento

acerca da clientela recebida, suas verdadeiras necessidades, bem como o

acréscimo de disposições e competências dos profissionais, para certificar a

assistência e o gerenciamento de uma forma mais segura, inovadora, autônoma e

participativa.

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CAPÍTULO III

PARÂMETROS E/OU INSTRUMENTOS PARA O DIMENSIONAMENTO DE

PESSOAL DE ENFERMAGEM

3 DEFINIÇÕES E USO DOS PARÂMETROS E/OU INSTRUMENTOS

Atualmente existem vários conceitos e definições acerca dos indicadores e

dos parâmetros usados na quantificação de pessoas.

Segundo Picchiai (2009) os parâmetros e indicadores ponderados para a

avaliação das pessoas podem ser classificados de:

a) qualitativos: padrão de assistência;

b) quantitativos: produção e produtividade;

c) econômico-financeiros: custos, receitas e rentabilidade.

Indicadores: são dados e/ou informações obtidas em realidades específicas, que caracterizam essas organizações no aspecto profissionais necessários. Eles permitem fazer algumas comparações e análises em outros contextos, levando-se em conta as diferenças e semelhanças. Parâmetros: são relações numéricas encontradas na quantificação de pessoas por setores, profissões face à produção. São validados e aceitos nacionalmente e são válidos para a população em análise. (PICCHIAI, 2009, p. 40)

Conforme Malik et al. (2000) outros conceitos também podem ser

considerados como os dos profissionais de acreditação hospitalar que tem com base

nas melhores práticas, a saber:

a) Indicadores: são instrumentos que o avaliador e/ou visitador emprega

para verificar se os padrões foram analisados ou estão presentes na

instituição. Pode ser entendido como uma medida de atividade com a qual

se está relacionada, com representação quantitativa, ou não, do

resultado, ocorrência ou evento de um sistema;

b) Parâmetros: padrões de referências desejáveis, estabelecidos por peritos

e previamente anunciados.

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3.1 Parâmetros do COFEN 293/2004

Desde 2004, está em vigor a Resolução COFEN nº 293/2004 que fixa e

estabelece parâmetros para o Dimensionamento do Quadro de Profissionais de

Enfermagem nas Unidades Assistenciais das Instituições de Saúde e

Assemelhados.

Segundo Campos e Melo (2014) destaca-se que baseado na experiência da

prática da enfermagem, alguns itens que poderiam ser facilitadores para o

dimensionamento, relacionados à organização do serviço e necessidade da

clientela, como:

a) Sistematização da Assistência de Enfermagem, devidamente

documentada;

b) Distribuição do paciente segundo o Cuidado Progressivo.

Entretanto, não parecem bem definidos na assistência ou mesmo não têm

sido operacionalizados.

Neste enfoque, cabe ao enfermeiro discutir e participar ativamente na

definição da política de recursos humanos da instituição estabelecendo estratégias

que admitam a introdução do Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem (DPE),

proposto pelo Serviço de Enfermagem.

Assim se abre o interesse em compreender como esse profissional tem

operado na previsão desse pessoal. Essa averiguação tem como objetivos conhecer

os parâmetros que têm sido utilizados para o DPE e identificar quais facilidades e

desafios o enfermeiro encontra para atingi-lo.

Segundo a resolução do COFEN 293/2004 (2004) existem fatores importantes

para cálculo de profissionais de enfermagem:

a) Modelo gerencial e assistencial;

b) Jornada de trabalho;

c) Dinâmica de funcionamento da unidade nos diferentes turnos;

d) Índice de segurança técnica: taxa de absenteísmo e taxa de ausência de

benefícios;

e) SCP

O quadro 3 nos dá o instrumento de classificação pelo COFEN 293/2004.

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Quadro 3: Instrumento do COFEN 293/2004

Barema para Classificação dos Pacientes:

CMn CInter CSI CInts

= até 17 = 18 a 28 = 29 a 39 = 40 a 50

NHS PONTUAÇÃO

opção 1 2 3 4 5

MOTILIDA DE

Movimenta os segmentos corporais (MS e MI) sem ajuda. É auto-suficiente

Precisa de estímulo, encorajamento ou supervisão para movimentar os segmentos corporais

Precisa de ajuda para movimentar os segmentos corporais

Necessita de movimentação passiva e programada para evitar complicações (a cada 4 a 6 horas)

Necessita de Mudanças de posição no leito de forma passiva e programada ( a cada 2 a 3 horas)

ALIMENTA ÇÃO

É auto suficiente. Alimenta-se sem ajuda.

Precisa de estímulo, encorajamento e supervisão para ingerir líquidos ou alimentos sólidos

Precisa de ajuda para ingerir líquidos ou alimentos sólidos

Necessita de ajuda para a Alimentação através de SNG ou SNE

Alimentação controlada realizada por meio de estomas, SNG e SNE

ESTADO MENTAL

LOTE – Lúcido, Orientado no Tempo e no Espaço

LOTE, mas apresenta dificuldades de seguir instruções

Apresenta períodos de Desorientação no Tempo e no Estado.

Desorientado no Tempo e no Espaço

Inconsciente, sem resposta verbal

ELIMINA ÇÂO

É auto-suficiente, não necessita de ajuda para realizar as eliminações

É auto-suficiente. Entretanto, necessita de controle das eliminações

Necessita de ajuda e supervisão para ir ao banheiro.

Necessita de ajuda para as eliminações. Uso de patinho/ SV e Comadre

Necessita de controle contínuo, incontinência. Uso de fraldas e ou SV

TERAPÊU TICA

Uso de medicação por VO

Em uso de medicação por VO, IM, SC e ID intermitente

Uso de medicação por SNG e ou EV continua (soro)

EV contínua, mais sangue e ou derivados, NPT ou citostáticos

Em uso contínuo de drogas vaso-ativas para manutenção da PA

INTEGRIDADE CUTÂNEO- MUCOSA

Sem lesões teciduais importantes

Presença de uma a duas lesões com pequenos curativos simples (troca 1X/dia)

Uma ou mais lesões com curativos grandes (troca 1X/dia)

Duas ou mais lesões (escaras, estomas) com curativos grandes (troca 2x/dia)

Duas ou mais lesões nfectadas com grandes curativos (troca 2X ou mais/dia)

OXIGENA ÇÃO

Não depende de Oxigeneniote rapia

Faz uso de O2 intermitente por cateter nasal ou máscara

Uso de O2 intermitente por cateter ou máscara e outros cuidados simples

Com traqueostomia ou TOT com cuidados respiratórios de aspiração de secreções

Com ventilação mecânica contínua ou intermitente ( vigilância e cuidados respiratórios constantes)

HIGIENE / CUIDADO CORPORAL

É auto-suficiente. Cuida-se sozinho

Precisa de estimulo, encorajamento para tomar banho de chuveiro e para realizar higiene oral

Precisa de estimulo, encorajamento para tomar banho de chuveiro e para realizar higiene oral

Necessita de cadeira de rodas para banho de chuveiro e higiene oral e lavagem externa.

Banho e higiene oral e externa realizados no leito

DEAMBULA ÇÃO

É auto-suficiente. Deambula sem ajuda

Precisa de estímulo e encorajamento e supervisão para deambular, e ou uso de bengala

Faz uso de cadeira de rodas, de andador e{ou muletas com orientação e supervisão

Só faz uso de cadeira de rodas, muletas e outros artefatos com ajuda e supervisão efetivas

Ausência de movimentos corporais; apresenta total dependência para ser removido do leito

SINAIS VITAIS

Não há necessidade de controle sistemático de SV e ou 1 a 2X/dia

Vigilância preventiva, Controle de SV de 6 em 6horas

Necessita de Vigilância de SV, controle de 4 em 4 horas

Vigilância efetiva devido a possível instabilidade de SV. Controle de 2 em 2 horas

Instabilidade dos SV controle rigoroso de 1 em 1 hora, com instalação de PVC, PAM etc.

CLASSIFICAÇÃO SOMA

Fonte: Marinho, 2004

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Conforme Conselho Regional de Enfermagem (COREN) de 2011, para efeito

de cálculo, devem ser consideradas como horas de enfermagem, por leito, nas 24

horas:

a) 3,8 horas de enfermagem por paciente, na assistência mínima ou

autocuidado - Pacientes de Cuidados Mínimos (PCM);

b) 5,6 horas de enfermagem por paciente, na assistência intermediária –

Pacientes de Cuidados Intermediários (PCI);

c) 9,4 horas de enfermagem por paciente, na assistência semi-intensiva –

Pacientes de Cuidados Semi-Intensivos (PCSI);

d) 17,9 horas de enfermagem por paciente, na assistência intensiva –

Pacientes de Cuidados Intensivos (PCIt).

Quadro 4: Profissionais de Enfermagem por turno e categoria de tipo de assistência,

distribuídos em um espelho semanal padrão (ESP)

Fonte: COREN, 2011

O quadro 4 acima demonstra de forma padrão, a divisão por turno e

categoria, distribuídos semanalmente aos profissionais de enfermagem, para darem

assistência aos pacientes.

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Quadro 5: Cálculo de horas necessárias para assistir pacientes, no período de 24

horas, com base no sistema de classificação de pacientes

Fonte: COREN, 2011

O quadro 5 acima contém o cálculo de horas equivalente às 24 horas,

baseado no sistema de classificação, dedicadas à assistência aos pacientes.

De acordo com COREN (2011) deve ser considerado:

a) Índice de Segurança Técnica (IST): considerar 15% - 1,15 (nunca

inferior);

b) Jornada Semanal de Trabalho (JST): considerar 20; 24; 30; 32,5; 36 e 40

horas;

c) Período de tempo (PT): 4, 5, 6, 8, 10 e 12 horas;

d) Distribuição percentual dos profissionais de enfermagem:

Assistência mínima e intermediária, de 33 a 37% de enfermeiros e os demais

são técnicos de enfermagem;

Assistência semi-intensiva, de 42 a 46% de enfermeiros e os demais são

técnicos e/ou auxiliares de enfermagem;

Assistência intensiva, de 52 a 56% de enfermeiros, demais são técnicos de

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enfermagem.

Observação: A distribuição de profissionais por categorias deverá seguir o

grupo de pacientes de maior prevalência.

Segundo Livianu et al. 1998 (apud MIRANDA, et al. 2003) a estimativa da

carga de trabalho de enfermagem é ponto de fundamental importância, visto que

uma equipe superdimensionada sugere alto custo.

Entretanto, sabe-se que uma equipe restringida, tende a determinar a queda

da qualidade da assistência, delongando o tempo de internação e originando um

maior custo no tratamento dos pacientes.

3.2 Instrumento de Fugulin (1994)

Conforme Faria et al. (2009) as organizações de saúde, dentre elas as

hospitalares, vêm investindo na busca de novas estratégias de gestão para

possibilitar a redução dos custos, a melhoria da qualidade dos serviços oferecidos e

a satisfação dos clientes.

De tal modo, é preciso que a gerência do serviço de enfermagem avalie

sempre a carga de trabalho de sua equipe, empregando conhecimentos e

instrumentos que permitam realizar um melhor planejamento, alocação, distribuição

e controle do quadro de enfermagem.

Os autores acima citados relatam que os sistemas de classificação de

pacientes podem ser definidos como métodos que determinam, monitoram e validam

as necessidades de cuidado individualizado do paciente.

Segundo o Conselho Federal de Enfermagem - tese de mestrado de Fugulin

Universidade de São Paulo – USP (apud ENFERMAGEM ATUAL, 2011) utilizando a

fórmula usada de Fugulin para o cálculo de pessoal usa-se a fórmula:

Para utilizar a fórmula vamos dar um exemplo de como aplicá-la para

esclarecer o raciocínio apresentado:

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68

90% de 16 leitos = 14 total de cuidados intermediários regra de três 16 leitos ----

100%

90% de 8 leitos = 7 total de cuidados mínimos

90% = 14 leitos

THE = 7 X 3,8 + 14 X 5,6 8 leitos ----- 100%

THE = 26,6 + 78,4 = 105 X ---- 90% = 7 leitos

Nº de leitos = 90% de 16 leitos ----- 14 total de cuidados intermediários

90% de 8 leitos ----- 7 leitos

Nº de pessoal = 14 L X 5,6 +7 L X 7 dias da semana = 20.42

36 horas

Nº de pessoal = 78,40 +26,60 X7 = 735 = 20.42

36 hs 36

Nº de pessoal acrescido de 15% de índice de segurança técnica (IST) /

resolução COFEN nº 293/2004

Nº de pessoal = 20.43 = 3 = 23 profissionais de enfermagem

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Quadro 6: Instrumento de classificação de pacientes - Tabela de Fugulin

Fonte: Fugulin, 2014

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70

O quadro 6 mostra os instrumentos de classificação de pacientes segundo a

tabela de Fugulin onde a área de cuidados está subdividida em nove áreas.

Para Buschirolli e Cenci (2008) o cálculo do número de horas de assistência

de Enfermagem, tem sido colocado, no dimensionamento de pessoal, conhecido

como SCP sugerido por Fugulin para avaliar nove indicadores pautados com as

necessidades do paciente e com a assistência de Enfermagem. São eles:

a) estado mental;

b) oxigenação;

c) sinais vitais;

d) mobilidade;

e) de ambulação;

f) alimentação;

g) cuidado corporal;

h) eliminação;

i) terapêutica.

Este instrumento permite considerar a gravidade do paciente internado no

cálculo de pessoal de Enfermagem para o setor, ou seja, de acordo com a realidade

da instituição.

Para a Enfermagem Atual (2011) utilizando o coeficiente de Marinho a fórmula

para o cálculo de pessoal é:

Coeficiente de Marinho:

QP= KM X total de horas de Enfermagem (THE).

Utilizando o Coeficiente de Marinho a fórmula para o cálculo de pessoal

para Unidades Hospitalares é:

QP = Constante de Marinho (KM) X Total de Horas de Enfermagem (THE)

QP = KM x THE

KM Constante de Marinho

KM (20h JST) = 0,4025

KM (30h JST) = 0,2683

KM (36h JST) = 0,2236

KM (40h JST) = 0,2012

KM (44h JST) = 0,1829

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71

THE = Total de Horas de Enfermagem de acordo com o Sistema de

Classificação de Pacientes (SCP) que é o nº de leitos ocupados multiplicado pelo

score do (SCP).

Segundo Buschirolli e Cenci (2008) o total de horas de Enfermagem é dado

pelo calculo da seguinte formula:

THE = [(PCM x 3,8) + (PCI x 5,6) + (PCSI x 9,4) + (PCIt x 17,9)]

Onde:

PCM: paciente com cuidados médios;

PCI: paciente de cuidados intermediários;

PCSI: pacientes de cuidados semi-intensivos;

PCIt: paciente de cuidados intensivos.

A distribuição de colaboradores e Enfermeiros conforme as normas do

COFEN e o cálculo proposto por Marinho preconiza que 40% dos funcionários

estejam no período matutino, 30% de funcionários no período vespertino e 30% de

funcionários no período noturno I e II. (COFEN, 2004)

3.3 Sistema de Classificação de Perroca e Gaidzinski (1998)

Os enfermeiros necessitam lançar mão de instrumentos que os amparem a

gerenciar o cuidado oferecido ao paciente em sua prática administrativa e o SCP se

mostra um instrumento de grande valia, visto que fornece dados da situação do

paciente, que auxiliam no processo de alocação dos recursos humanos, qualidade

de assistência, monitorização da produtividade e processo orçamentário.

―O SCP é um processo no qual se procura categorizar pacientes de acordo

com a quantidade de cuidado de enfermagem requerida, ou seja, baseada no grau

de complexidade da assistência de enfermagem‖. (PERROCA; GAIDZINSKI, 2002,

p. 245)

O SCP de Perroca (1998) está incluso nos apêndices deste estudo (ANEXO C)

De acordo com Zimmermann et al. (2011) no âmbito hospitalar, as unidades

de pronto-socorro, nas últimas décadas, adquiriram características distintas. Vai

além da realização do atendimento a pacientes em situações de agravo à saúde,

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72

com risco iminente de morte, de alta complexidade e diversidade, e vem se tornando

um local onde os pacientes permanecem internados por longas temporadas.

Registros de estudos apontam que muito dos atendimentos proporcionados

nos prontos-socorros poderiam ser efetivados na rede de atenção básica à saúde,

fato este que abrandaria dois aspectos: o da superlotação de pacientes, como a

sobrecarga de atividades dos profissionais de área da saúde.

Estes mesmos estudos apontam que há maneiras de corrigir as distorções

ainda existentes nas portas de entrada do sistema de saúde, sendo fundamental

formar uma melhor organização do atendimento, definição de responsabilidades e

grades de referência e contra referências efetivamente pactuadas.

No que se refere ao papel da enfermagem na produção da assistência, é imperativo a essa equipe assistir o paciente, em número e qualidade, de acordo com a sua complexidade, para gerar satisfação à instituição de saúde, aos pacientes e aos próprios trabalhadores. (ZIMMERMANN et al. , 2011, p. 153)

Baseado nesta pressuposição, em 1996, foi construído e validado um

instrumento denominado SCP, que vem auxiliar os profissionais de enfermagem

para classificar o grau de dependência dos pacientes em relação às necessidades

de cuidados, bem como na estruturação dos serviços de enfermagem.

A mesma autora acima citada relata que o SCP comporta o planejamento das

necessidades de grupos de pacientes, adequando uma maior satisfação, maior

rendimento e mais eficácia ao trabalho, bem como o menor tempo de permanência

hospitalar.

Para Perroca e Gaidzinski (2002) o objetivo deste processo é o de nortear a

classificação de pacientes por tipo de cuidado, baseado nas necessidades

individuais de cuidado de enfermagem

Este é um instrumento onde se procura categorizar os pacientes, segundo a

quantidade de cuidado de enfermagem solicitada, fundamentados no grau de

complexidade da assistência de Enfermagem, abrangendo treze indicadores críticos

considerando também a dimensão psicossocial do cuidado:

a) estado mental e nível de consciência;

b) oxigenação;

c) sinais vitais;

d) nutrição e hidratação;

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73

e) motilidade;

f) locomoção;

g) cuidado corporal;

h) eliminações;

i) terapêutica;

j) educação à saúde;

k) comportamento;

l) comunicação;

m) integridade cutâneo-mucosa.

Segundo Perroca e Gaidzinski (2002) a terminologia indicadores críticos

designa as necessidades que requerem cuidados da enfermagem ao paciente, com

gradação de cinco pontos e intensidade crescente de complexidade, sendo que a

soma dos valores identifica a classe de cuidados a que pertence o paciente.

O valor obtido individualmente, em cada um dos indicadores, é então somado e o total obtido é comparado com pontuações existentes em um quadro conduzindo, dessa forma, a uma classe ou categoria de cuidado a que este paciente pertence, como segue: cuidados mínimos (13 a 26 pontos), cuidados intermediários (27 a 39 pontos), cuidados semi-intensivos (40 a 52 pontos) e cuidados intensivos (53 a 65 pontos). O instrumento de classificação de pacientes de Perroca apresenta os seguintes intervalos de pontuações nas quatro categorias de cuidado: cuidados mínimos 13a 26 pontos; cuidados intermediários 27 a 39 pontos; cuidados semi-intensivos 40 a 52 pontos e cuidados intensivos 53 a 65 pontos. (PERROCA; GAIDZINSKI, 2002, p. 246)

Conforme Perroca e Gaidzinski (2002) os gerentes de enfermagem podem

utilizar o SCP como instrumento para:

a) Proporcionar meios para identificar as necessidades de atenção de

enfermagem aos pacientes;

b) Nortear a alocação quanti/qualitativa de recursos humanos para a

assistência de enfermagem;

c) Fortalecer a argumentação no processo de negociação com a

administração;

d) Favorecer a obtenção de dados referentes à qualidade do cuidado

proporcionado;

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74

e) Obter um sistema de comunicação eficaz das diferentes necessidades de

atenção de enfermagem dos pacientes,

f) Nortear a organização dos serviços, o processo de tomada de decisão e o

planejamento da assistência de enfermagem;

g) Caracterizar a clientela usuária dos serviços instituindo o perfil do cliente

para cada tipo de cuidado ou grau de dependência;

h) Auxiliar no processo orçamentário do Serviço de Enfermagem

assinalando a diferente intensidade de utilização dos recursos na

assistência.

Segundo os autores acima citados, aqui no Brasil, foram feitos alguns estudos

que empregaram o SCP como base de análise e foram conseguidos em unidade de

internação clínica e cirúrgica, em unidade de Hemodinâmica, e em um estudo para a

avaliação do perfil de idosos hospitalizados.

Os pacientes que permanecem internados em uma unidade de emergência

podem exibir diversos graus de complexidade, assim sendo, a classificação desses

pacientes, em relação à necessidade de cuidado de enfermagem, poderia trazer

informações, de maneira a cooperar para a segurança do paciente e para uma

assistência de melhor qualidade.

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75

CAPÍTULO IV

PESQUISA

4 INTRODUÇÃO

Visto que o dimensionamento de profissionais de enfermagem é uma

ferramenta essencial e privativa do enfermeiro nos dias de hoje, este o possibilita de

maneira adequada a quantificar o número de profissionais necessários para uma

clientela específica.

Para a realização da pesquisa utilizou-se dos seguintes métodos:

Método de estudo de caso: foi realizado um estudo de caso no CAIS

analisando a importância do dimensionamento de pessoal de

enfermagem e identificar o mais adequado para o serviço.

Método de observação sistemática: foram observados, analisados e

acompanhados os procedimentos aplicados à gestão de eventos como

suporte para o desenvolvimento do estudo de caso.

Método histórico: foi observada a evolução histórica do CAIS.

As técnicas utilizadas foi a de revisão bibliográfica e verificada a utilização

de instrumentos já formalizados de Fugulin (2014), Perroca; Gaidzinski

(1998) e resolução do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) -

COFEN 293/2004.

O estudo foi realizado no CAIS no município de Lins – SP, e contou com o

levantamento de dados dos clientes/moradores, por meio da análise de seus

prontuários, nas unidades de neurologia infanto-juvenil (C2Par) e unidade de

neurologia adulta (C2Impar), durante o período de Julho à Agosto de 2014,

totalizando 30 dias de pesquisa em campo.

Foram feitos levantamento teórico bibliográfico dos principais autores e

pesquisadores que atuam neste campo específico de estudo aqui desenvolvido.

Durante a pesquisa foram utilizados os seguintes instrumentos ou parâmetros

para o DPE: sistema de classificação de pacientes pela resolução COFEN 293/2004,

sistema de classificação de pacientes por Fugulin (1994), sistema de classificação

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76

de pacientes proposto por Perroca e Gaidzinski (1998).

O presente estudo teve como referência os 27 prontuários da unidade de

neurologia infanto-juvenil (C2Par) e 37 prontuários da unidade de neurologia adultos

(C2Impar), totalizando 64 prontuários, onde foram analisados os graus de

dependência com relação à assistência de enfermagem a ser prestada com base

nas necessidades humanas básicas afetadas.

4.1 Realização da pesquisa

A unidade de neurologia infanto-juvenil (C2Par) conta com 27

clientes/moradores do total de 30 leitos oferecidos, e um quadro de funcionários que

conta com um total de 33 profissionais da enfermagem, onde quatro são enfermeiros

e 29 são técnico/auxiliares de enfermagem.

Foram analisados os prontuários e os dados de grau de dependência para à

assistência de enfermagem, onde, foram classificados por grau, utilizando-se os

sitemas de avaliações acima citados (COFEN 293/2004, SCP por Fugulin 1994 e

SCP por Perroca e Gaidzinski 1998).

A primeira a ser utilizada foi a Resolução COFEN 293/2004 onde se obteve

19 clientes classificados como Cuidados Intermediários (CI) e oito classificados

como Cuidados Semi-Intensivo (CSI).

A seguir foi realizado o cálculo para a Taxa de Ocupação de leitos ( TOL) e o

Total de Horas de Enfermagem (THE) empregado na assistência, onde para:

TOL 30 – 100% 30X = 27.100

27 – X X = 2700/30 TOL = 90%

a) PCM demandam 3,8horas por paciente em 24horas;

b) PCI demandam 5,6horas por paciente em 24horas;

c) PCSI demandam 9,4horas por paciente em 24horas;

d) PCIT que demandam 17,9horas por paciente em 24horas.

Sendo:

THE= (CMx3,8)+(CIx5,6)+(CSIx9,4)+(CIT+17,9)

THE= (0x3,8)+(19x5,6)+(8x9,4)+(0x17,9)

THE= 0+106,4+75,2+0 THE= 181,6 horas de enfermagem

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77

A seguir foi preciso calcular a constante de Marinho:

KM= DS/JSTxIST

Onde:

KM=constante de marinho para unidades de internação;

DS= total dias da semana de trabalho;

SJT= jornada semanal de trabalho;

IST= índice de segurança técnica (15% que corresponde 1,15) proposto pela

Resolução COFEN 293/2004.

Estruturação da KM

Estabelecimento da KM para as diversas JST (20; 24; 30; 32,5; 36; 40 horas

semanais).

Considerando-se: IST 15%=>1,15

KM(20)=0,4025

KM(24)=0,3354

KM(30)=0,2683

Km(32,5)=0,2476

KM(36)=0,2236

KM(40)=0,2012

Como na unidade a jornada semanal de trabalho é de 30 horas semanais

considerou a KM = 0,2683.

Também foi calculado o quadro de profissionais (QP) necessários para o

trabalho na unidade de acordo com a classificação dos pacientes.

Logo: QP=KMxTHE

QP= 0,2683 x 181,6 QP= 48,7QP=49 profissionais de enfermagem

Deste total calcular: o percentual necessário de enfermeiro e

técnicos/auxiliares de enfermagem.

Dando preferência para o cálculo de porcentagem de enfermeiros de acordo

com classificação dos clientes de maior prevalência.

A regra do COFEN 293/2004 estipula que os cuidados mínimos e

intermediários serão de 33 a 37% de enfermeiros; os cuidados semi-intensivos de 42

a 46% e os cuidados intensivos de 52 a 56%; sendo o restante os técnicos/auxiliares

de enfermagem.

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78

Foi aplicada a porcentagem mínima para o cálculo de enfermeiros, onde se

obteve:

49—100%

XI—33% xI = 49x33/100 xI = 16,17 xI = 16 enfermeiros

XII = 49 – 16 xII = 33 técnico/auxiliar de enfermagem

Foi aplicada a porcentagem máxima para o cálculo de enfermeiros, onde se

obteve:

49—100%

XI—37% xI = 49x37/100 xI = 18,13 xI =18 enfermeiros

XII = 49 – 18 xII =31 técnico/auxiliar de enfermagem

O instrumento mostrou que de acordo com a classificação dos pacientes há

um déficit no quadro de profissionais de enfermagem comparado com o quadro atual

dos funcionários, totalizando 16 que equivale à diferença sobre o atual.

Destes 16 profissionais, seriam necessários mais 12 enfermeiros e dois

técnico/auxiliares de enfermagem. Esta seria a necessidade mínima exigida de 33%

de enfermeiros e na porcentagem máxima de 37%, 14 seriam enfermeiros e o

mesmo quantitativo atual de técnico/auxiliar de enfermagem.

A segunda fórmula aplicada a ser utilizada neste estudo, foi o SCP por

Perroca e Gaidzinski (1998), onde se obteve clientes classificados como: um

cuidado mínimo; cinco cuidados intermediários e 21 cuidados semi-intensivos.

THE=(CMx3,8)+(CIx5,6)+(CSIx9,4)+(CITx17,4)

THE=(1x3,8)+(5x5,6)+(21x9,4)+(0x17,4)

THE=3,8+28+197,4+0 THE=229,2 horas de enfermagem

A seguir o quadro de profissionais necessário:

QP=KM x THE

QP=0,2683 x 229,4 QP= 61,49 QP= 61 profissionais necessários

Como a maior prevalência foram os cuidados semi-intensivos, a porcentagem

necessária de enfermeiros é 42 à 46% e o restante serão os técnico/auxiliares de

enfermagem.

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79

Foi aplicada a porcentagem mínima para o cálculo de enfermeiros, onde se

obteve:

61—100%

XI—42 xI = 61x42/100 xI = 25,62 xI = 26 enfermeiros

XII = 61 – 26 xII = 35 técnico/auxiliar de enfermagem

Foi aplicada a porcentagem máxima para o cálculo de enfermeiros, onde se

obteve:

61 –100%

XI –46% xI = 61x46/100 xI = 28,06 xI = 28 enfermeiros

XII = 61 – 28 xII = 33 técnico/auxiliar de enfermagem

O instrumento mostrou que de acordo com a classificação dos pacientes há

um déficit no quadro de profissionais de enfermagem comparado com o quadro atual

dos mesmos, totalizando 28 que equivale à diferença sobre o atual.

Destes 28 profissionais, seriam necessários 22 enfermeiros e quatro

técnico/auxiliares de enfermagem a mais que a da escala atual. Assim na

necessidade mínima exigida que seria de 42% de enfermeiros e na porcentagem

máxima 46% seriam necessários 24 enfermeiros e dois a mais que o quadro atual

de técnico/auxiliar de enfermagem.

Terceira técnica a ser utilizada foi o método proposto por Fugulin (1994), onde

obtivemos clientes classificados em 19 cuidados intermediários; seis cuidados de

alta dependência e dois cuidados semi-intensivos.

Observação: os cuidados de alta dependência passaram a serem

considerados como cuidados semi-intensivo como determina o COFEN/2004

(INOUE; MATSUDA, 2009 p. 4)

THE=(CMx3,8)+(CIx5,6)+(CSIx9,4)+(CITx17,9)

THE=(0x3,8)+(19x5,6)+(8x9,4)+(0x17,9)

THE=0+106,4+75,2+0 THE= 181,6 horas de enfermagem

A seguir o quadro de profissionais necessários:

QP = KM x THE

QP=0,2683 x 181,6 QP= 48,72 QP = 49 profissionais

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Como a prevalência foram cuidados intermediários a porcentagem de

enfermeiros é 33 a 37% e o restante serão técnico/auxiliares de enfermagem.

Foi aplicada a porcentagem mínima para o cálculo de enfermeiros, onde se

obteve:

49—100%

XI—33% xI = 49x33/100 xI = 16,17 xI = 16 enfermeiros

XII = 49 – 16 xII = 33 técnico/auxiliar de enfermagem

Foi aplicada a porcentagem máxima para o cálculo de enfermeiros, onde se

obteve:

49—100%

XI—37% xI = 49x37/100 xI = 18,13 xI =18 enfermeiros

XII = 49 – 18 xII =31 técnico/auxiliar de enfermagem

O instrumento mostrou que de acordo com a classificação dos pacientes há

um déficit no quadro de profissionais de enfermagem totalizando 16, destes 12

enfermeiros e dois técnico/auxiliares de enfermagem, assim na necessidade mínima

exigida de 33% de enfermeiros e na porcentagem máxima 37% 14 enfermeiros e o

mesmo quantitativo atual de técnico/auxiliar de enfermagem.

Gráfico 1: Demonstrativo do quantitativo de profissionais de enfermagem atual da

unidade C2Par em relação aos instrumentos utilizados com a quantidade mínima e

máxima exigida

Fonte: Autores deste estudo, 2014

048

1216202428323640

Atual

ResoluçãoCofen293/2004

Perroca

Fugulin

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81

O gráfico acima da C2Par nos mostra o quantitativo mínimo e máximo para

enfermeiros mostrando a diferença significativa em relação aos enfermeiros.

Na presente pesquisa sobre o DPE pode-se constatar nos resultados que

referente à especialidade de enfermeiros a quantidade de profissionais está abaixo

do esperado como comprovado pela utilização dos instrumentos de DPE do COFEN

293/2004 e Fugulin (1994) no mínimo 16, Perroca e Gaidzinski (1998) que determina

no mínimo 26 enfermeiros, ou seja, identificou-se que pelo Cofen 293/2004 e Fugulin

(1994) que houve um déficit de 12 enfermeiros e por Perroca (1998) um déficit de 22

enfermeiros.

Gráfico 2: Demonstrativo do quantitativo de profissionais de enfermagem atual da

unidade C2Par em relação aos instrumentos utilizados por meio da porcentagem

mínima e máxima exigida

Fonte: Autores deste estudo, 2014

O gráfico acima da C2Par com a porcentagem mínima e máxima para

enfermeiros, mostrou uma diferença significativa em relação aos mesmos.

Podemos constatar pela pesquisa que referente a porcentagem de DPE do

enfermeiro não está de acordo com o proposto pelos instrumentos do Cofen

293/2004 e Fugulin (1994) que preconizam em seus cálculos a porcentagem de 33%

de enfermeiros. Já no de Perroca (1998) este número é ainda maior, sendo 42% de

profissionais enfermeiros.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

atual

Resolução Cofen293/2004

Perroca

Fugulin

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82

Com a tabulação dos dados (APÊNDICE A) sobre o DPE constatou-se que a

quantidade dos profissionais enfermeiros está em quantidade menor do que o

número mínimo esperado. Isso pode comprometer a assistência de enfermagem

prestada, com esmero, em decorrência da sobrecarga de trabalho. Portanto é de

suma importância a utilização de um instrumento que mais se aproxima com a

realidade de cada setor.

Referente ao quantitativo de técnico/auxiliares de enfermagem, o número

atual de profissionais não está tão distante do número mínimo ideal, visto que

Fugulin (1994) e Cofen 293/2004 preconizam um número de 33 profissionais com

um déficit de apenas quatro profissionais. Por Perroca (1998) esse número seria de

35 profissionais, faltando seis profissionais para contemplar o número mínimo.

A unidade de neurologia adulto (C2 Impar) conta com 37 clientes/moradores

dos 40 leitos oferecidos, e um quadro de funcionários de enfermagem total de 30,

onde quatro seriam enfermeiros e 26 seriam técnico/auxiliares de enfermagem.

Foram analisados os prontuários e os dados de grau de dependência para à

assistência de enfermagem, utilizando-se o SCP proposto pela Resolução Cofen

293/2004, por Perroca e Gaidzinski (1998) e por Fugulin (1994).

A primeira a ser utilizada foi a Resolução COFEN 293/2004 onde se obteve

33 clientes classificados como PCI e quatro classificados como PCSI, também foi

calculado a taxa de ocupação de leitos.

TOL 40 – 100% 40X = 37.100

37 – X X = 3700/340 TOL = 92,5%

THE=(CMx3,8)+(CIx5,6)+(CSIx9,4)+(CITx17,9)

THE=(0x3,8)+(33x5,6)+(4x9,4)+(0x17,9)

THE=0+184,8+37,6+0 THE= 222,4 horas de enfermagem

A seguir o quadro de profissionais necessário

QP = KM x THE

QP = 0,2683 x 222,4 QP= 59,66 QP= 60 profissionais

Como a prevalência foram cuidados intermediários a porcentagem de

enfermeiros é 33 a 37% e o restante serão técnico/auxiliares de enfermagem.

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83

Foi aplicada a porcentagem mínima para o cálculo de enfermeiros, onde se

obteve:

60—100%

XI—33% xI = 60x33/100 xI = 19,8 xI = 20 enfermeiros

XII = 60 – 20 xII = 40 técnico/auxiliar de enfermagem

Foi aplicada a porcentagem máxima para o cálculo de enfermeiros, onde se

obteve:

60—100%

XI—37% xI = 60x37/100 xI = 22,2 xI = 22 enfermeiros

XII = 60 – 22 xII = 38 técnico/auxiliar de enfermagem

O instrumento mostrou que de acordo com a classificação dos pacientes há

um déficit no quadro de profissionais de enfermagem totalizando 30, destes 16

seriam enfermeiros e 14 seriam técnico/auxiliares de enfermagem, assim na

necessidade mínima exigida de 33% de enfermeiros e na porcentagem máxima 37%

18 enfermeiros e 12 técnico/auxiliar de enfermagem.

Segunda a ser utilizada foi o sistema de classificação proposto por Perroca e

Gaidzinski (1998), onde obteve-se clientes classificados como: um cuidado mínimo;

21 cuidados intermediários e 15 cuidados semi-intensivos.

THE=(CMx3,8)+(CIx5,6)+(CSIx9,4)+(CITx17,9)

THE=(1x3,8)+(21x5,6)+(15x9,4)+(0x17,9)

THE=3,8+117,6+141+0 THE= 262,4 horas de enfermagem

A seguir o quadro de profissionais necessário

QP = KM x THE

QP = 0,2683 x 262,4 QP= 70,40 QP= 70 profissionais

Como a prevalência foram cuidados intermediários a porcentagem de

enfermeiros é 33 a 37% e o restante serão técnico/auxiliares de enfermagem.

Foi aplicada a porcentagem mínima para o cálculo de enfermeiros, onde se

obteve:

70—100%

XI—33% xI = 70x33/100 xI = 23,1 xI = 23 enfermeiros

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XII = 70 – 23 xII = 47 técnico/auxiliar de enfermagem

Foi aplicada a porcentagem máxima para o cálculo de enfermeiros, onde se

obteve:

70—100%

XI—37% xI = 70x37/100 xI = 25,9 xI = 26 enfermeiros

XII = 70 – 26 xII = 44 técnico/auxiliar de enfermagem

O instrumento mostrou que de acordo com a classificação dos pacientes há

um déficit no quadro de profissionais de enfermagem totalizando 40, destes 19

seriam enfermeiros e 21 seriam técnico/auxiliares de enfermagem, assim na

necessidade mínima exigida de 33% de enfermeiros e na porcentagem máxima 37%

22 enfermeiros e 18 técnico/auxiliar de enfermagem.

Terceira a ser utilizada foi o método proposto por Fugulin (1994), onde se

obteve clientes classificados em 33 cuidados intermediários; quatro cuidados de alta

dependência.

Observação: os cuidados de alta dependência passaram a ser considerados

como cuidados semi-intensivo como determina o COFEN (2004).

THE=(CMx3,8)+(CIx5,6)+(CSIx9,4)+(CITx17,9)

THE=(0x3,8)+(33x5,6)+(4x9,4)+(0x17,9)

THE=0+184,8+37,6+0 THE= 222,4 horas de enfermagem

A seguir o quadro de profissionais necessário

QP = KM x THE

QP=0,2683 x 222,4 QP= 59,66 QP = 60 profissionais

Como a prevalência foram cuidados intermediários a porcentagem de

enfermeiros é 33 a 37% e o restante serão técnicos/auxiliares de enfermagem.

Foi aplicada a porcentagem mínima para o cálculo de enfermeiros, onde se

obteve:

60—100%

XI—33% xI = 60x33/100 xI = 19,8 xI = 20 enfermeiros

XII = 60 – 20 xII = 40 técnico/auxiliar de enfermagem

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Foi aplicada a porcentagem máxima para o cálculo de enfermeiros, onde se

obteve:

60—100%

XI—37% xI = 60x37/100 xI = 22,2 xI = 22 enfermeiros

XII = 60 – 22 xII = 38 técnico/auxiliar de enfermagem

O instrumento mostrou que de acordo com a classificação dos pacientes há

um déficit no quadro de profissionais de enfermagem totalizando 30, destes 16

seriam enfermeiros e 14 seriam técnico/auxiliar de enfermagem, assim na

necessidade mínima exigida de 33% de enfermeiros e na porcentagem máxima 37%

18 seriam enfermeiros e 12 seriam técnico/auxiliares de enfermagem.

Gráfico 3: Demonstrativo do quantitativo de profissionais de enfermagem atual da

unidade C2Impar em relação aos instrumentos utilizados com a quantidade mínima

e máxima exigida

Fonte: Autores deste estudo, 2014

O gráfico acima da C2Impar nos mostra o quantitativo mínimo e máximo para

enfermeiros mostrando a diferença significativa em relação aos enfermeiros.

Na presente pesquisa sobre o DPE pode-se constatar nos resultados que

referente à especialidade de enfermeiros, a quantidade mínima de profissionais está

abaixo do esperado como pode-se comprovar pela utilização dos instrumentos de

0

10

20

30

40

50

60

Atual

Resolução Cofen293/2004

Perroca

Fugulin

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DPE do COFEN 293/2004 e Fugulin (1994) no mínimo 20, Perroca e Gaidzinski

(1998) que determina no mínimo 23 enfermeiros, ou seja, identificou-se que pelo

Cofen (2004) e Fugulin (1994) houve um déficit de 16 enfermeiros e por Perroca e

Gaidzinski (1998) um déficit de 19 enfermeiros.

Gráfico 4: Demonstrativo do quantitativo de profissionais de enfermagem atual da

unidade C2Impar em relação aos instrumentos utilizados por meio da porcentagem

mínima e máxima exigida

Fonte: Autores deste estudo, 2014

O gráfico acima da C2Impar com a porcentagem mínima e máxima para

enfermeiros e técnico/auxiliares de enfermagem, mostrou uma diferença significativa

em relação aos enfermeiros.

Pode-se constatar pela pesquisa que referente à porcentagem mínima de

enfermeiros não está de acordo com o proposto pelos instrumentos do Cofen

293/2004, Fugulin (1994) e de Perroca e Gaidzinski (1998) que preconizam em seus

cálculos a porcentagem mínima de 33% enfermeiros.

Com a tabulação dos dados (APÊNDICE A) sobre o DPE constatou-se que a

quantidade dos profissionais enfermeiros está em quantidade menor do que o

número mínimo esperado. Isso pode comprometer a assistência de enfermagem

prestada, bem como, favorecer sobrecarga de trabalho. Sendo de suma importância

a utilização de um instrumento que mais se aproxima com a realidade de cada setor.

Referente ao quantitativo de técnico-auxiliares de enfermagem o número atual

0,00%10,00%20,00%30,00%40,00%50,00%60,00%70,00%80,00%90,00%

100,00%

Atual

Resolução Cofen293/2004

Perroca

Fugulin

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de profissionais também está abaixo do mínimo ideal, visto que Fugulin (1994) e

Cofen 293/2004 preconizam um número de 40 profissionais com um déficit de 14

profissionais, agora por Perroca, esse número seria de 47 profissionais, faltando 21

profissionais para contemplar o número mínimo.

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Percebe-se por meio da pesquisa que é preciso pessoal qualificado para a

aplicação dos instrumentos de DPE para obter-se um quantitativo de profissionais

adequados para prestar assistência aos clientes. A realidade atual demonstra que a

equipe de enfermagem atua de acordo com as normas que regem esta área da

saúde, mas, precisam de uma melhor distribuição da equipe, onde a sua atuação

aos pacientes se torne mais ampla e tranquila.

Essa percepção deve ser suprida e para tal, se faz necessário que os

gestores estejam integrados e abertos a novas propostas de reorganização

estrutural da instituição, na construção de uma nova visão de trabalho, visto ser essa

a ferramenta fundamental na gestão de uma melhor qualidade na área da saúde

para os serviços prestados.

Saber se organizar, demonstra atenção e cuidados para consigo mesmo e

para com o próximo em relação ao serviço de enfermagem prestado aos clientes. A

equipe de enfermagem deve participar de todo esse processo para identificar os

problemas relacionados ao dimensionamento de pessoal, tendo como foco uma

melhor estrutura do serviço de enfermagem da instituição pesquisada.

Em relação à humanização, esta deve ser vista como um dos focos principais

para maiores acertos da equipe; visto haver uma demanda de profissionais

capacitados, havendo sobrecarga de trabalho por profissional, onde seu rendimento

decai. Esta falta de enfermeiros capacitados acontece em decorrência da ausência

de cursos, palestras e atenções especiais voltadas para o desenvolvimento

profissional da equipe de enfermagem. É preciso investir para se ter mais qualidade

de atendimento e satisfação pessoal, porque isso eleva o potencial das pessoas,

motivando e levando a satisfação pelo reconhecimento recebido pela instituição,

frente aos trabalhos prestados.

Para se conseguir um comprometimento profissional, é preciso investir, e o

papel dos gestores é de observar, sempre com instinto voltado para saber

reconhecer que o retorno virá nas atitudes da sua equipe de enfermeiros, quando

esta estiver satisfeita.

O projeto foi aprovado pela Comissão de Ética e Pesquisa da Plataforma

Brasil.

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Diante dos dados colhidos e avaliados evidencia-se que o instrumento que

mais comtempla a realidade das unidades estudadas foi o da resolução do COFEN

293/2004, visto que, os outros instrumentos possuíam tópicos que não

consideravam a assistência e procedimentos de acordo com a demanda da clientela.

É nítida a necessidade de se elaborar um instrumento que contemple novas

áreas de avaliação para os cuidados, assim, classificando os graus de dependência

à assistência prestada pela enfermagem, sendo específicos para a especialidade de

neurologia e atividades desenvolvidas nas unidades.

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CONCLUSÃO

O estudo teve como objetivo conhecer e analisar o uso de instrumentos e

parâmetros que auxiliam no dimensionamento de pessoal de enfermagem e

identificar o mais adequado para o serviço. Para tanto foi preciso analisar

instrumentos atualmente disponíveis para o dimensionamento de pessoal,

debatendo sobre as suas potencialidades e as suas limitações.

Adentrando ainda mais na sobrecarga de trabalho da equipe de enfermagem,

este estudo quis Identificar qual a metodologia empregada pela instituição aqui

pesquisada, descrevendo seus métodos e técnicas específicas para o

dimensionamento de pessoal de enfermagem, bem como identificar se o quantitativo

de profissionais está sendo adequado aos serviços prestados na área da saúde.

Este levantamento amplia a visão do quantitativo dos profissionais e da sua

classificação quanto aos tipos de cuidados empregados aos clientes.

Faz-se necessário o conhecimento de instrumentos ou parâmetros que

auxiliam o enfermeiro a realizar o dimensionamento de pessoal de enfermagem de

acordo com o grau de dependência da clientela. Este dimensionamento traz um

parâmetro mais adequado aos profissionais de enfermagem, sobre a sua

distribuição e funções.

Para a pesquisa utilizou-se a resolução do COFEN 293/2004 e os

instrumentos de Fugulin (1994), Perroca e Gaidzinski (1998). A pesquisa realizada

no CAIS demonstrou que ainda é preciso se reorganizar melhor a respeito da

quantidade de funcionários, suas obrigações, bem como o tempo dispensado a

essas atividades.

Os enfermeiros atuantes no seu dia a dia enfrentam dificuldades com o uso

dos recursos humanos disponíveis em suas unidades para prestar a assistência a

sua clientela.

É preciso atenção especial a esta área da saúde porque se faz necessário

fornecer condições de trabalho que não extrapolem a própria saúde da equipe de

enfermagem. O cuidado deve ser revisto para ambos os lados, porque é preciso

estar bem para atender ao cliente com uma melhor qualidade, do que apenas se

fazer o trabalho mecanicamente.

A pesquisa demonstrou que o tema de dimensionamento da equipe de

enfermagem tem como focos principais o comprometimento com a saúde dos

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clientes, as atividades desenvolvidas no CAIS e as dificuldades para se chegar a

uma integralidade de toda a equipe.

Após a tabulação dos dados (APÊNDICE A) levantados o instrumento que

melhor adequou-se foi o proposto pela resolução do COFEN 293/2004, visto que os

outros instrumentos não contemplam a realidade da clientela assistida. Desse modo

conclui-se que para realizar o DPE, há necessidade de elaboração de um novo

instrumento que contemple a assistência da clientela assistida nas unidades C2Par

e C2Impar.

Este tema contribui no processo de trabalho da equipe de enfermagem, pois

certamente influenciará a assistência podendo colocar em risco os profissionais de

enfermagem bem como os clientes assistidos.

Hoje em dia, o atendimento ao paciente exige doação e só se consegue doar

se a equipe estiver adequada e essa exigência, porque é por meio desse conjunto

de pessoas e de suas ações que se chega ao bem estar coletivo, transformando a

realidade de cada cliente.

Ter a tecnologia atual ao alcance e o instrumental adequado na produção de

resultados positivos, para o desenvolvimento do trabalho de assistência humanizado

interliga profissionais e clientes de maneira harmoniosa, onde todos tem uma

postura de solidariedade, voltados para a assistência.

Para se trabalhar com motivação é preciso contar com as políticas de saúde

que fortaleçam o trabalho dos profissionais.

Este estudo verificou que pela legislação a carga de trabalho é padronizada

para esta área da saúde, mostrando a quantidade e o volume de trabalho que cada

profissional desempenha, respeitando as leis vigentes. Entretanto acontecem mais

atividades e prestação de serviços, ampliando a atuação da equipe de enfermagem

e refletindo no seu bem estar pessoal e familiar.

Os profissionais devem estar envolvidos com a política de humanização e

com a integridade das suas práticas de trabalho e para que isso ocorra é primordial

a realização correta de dimensionamento de pessoal adequado na instituição que

atuam.

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Escola de Enfermagem. Universidade de São Paulo. SILVA, E. Dimensionamento de pessoal. 2012, Disponível em:< http://slideplayer.com.br/slide/323705/>. Acesso em: 30 Maio 2014. SOUZA, K. Paralisia cerebral. 2011. Disponível em:< http://paralisiacerebral.webnode.com.br/classifica%C3%A7%C3%A3o%20da%20p-c/espastica/>. Acesso em: 24Set. 2014. TELES, L. Conheça os principais tipos de miopatia. 2014. Disponível em:< http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2012/10/conheca-os-principais-tipos-de-miopatia-3928500.html>. Acesso em: 25 Set. 2014. TODA biologia. Neurologia. 2014. Disponível em:< http://www.todabiologia.com/dicionario/neurologia.htm>. Acesso em> 20 Set. 2014. VARELLA, D. Convulsão. 2014. Disponível em:< http://drauziovarella.com.br/letras/c/convulsao-2/>. Acesso em: 23 Set. 2014. _______. Epilepsia. 2014. Disponível em:< http://drauziovarella.com.br/letras/e/epilepsia/>. Acesso em: 21 Set. 2014. VIGNA, C. P.; PERROCA, M. G. Utilização de sistema de classificação de pacientes e métodos de dimensionamento de pessoal de enfermagem. Arq. Ciênc. Saúde, v. 14, n.1, p.8-12, Jan/Mar, 2007. Disponível em: <http: //www.bireme.br>. Acesso em: 30 Maio 2014. VIEIRA, A. Conheça a encefalopatia crônica. 2009. Disponível em:< http://www.webartigos.com/artigos/conheca-a-encefalopatia-cronica/13235/>. Acesso em: 24 Set. 2014. VIGNA, C. P.; PERROCA, M. G. Utilização de sistema de classificação de pacientes e métodos de dimensionamento de pessoal de enfermagem. Arq. Ciênc. Saúde, v. 14, n.1, p.8-12, Jan/Mar, 2007. Disponível em: <http: //www.bireme.br>. Acesso em: 30 Maio 2014. WAGNER, C. M. Is your nursing staff ready for magnet Hospital status? An application of the revised work index. JONA. v. 34, n.10, p.463-68, 2004.

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APÊNDICE

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100

APÊNDICE A – TABULAÇÃO COM OS RESULTADOS DA PESQUISA

Tabela 1: Profissionais de enfermagem no quantitativo mínimo e máximo da C2Par

PROFISSIONAIS DE

ENFERMAGEM

ATUAL COFEN

293/2004

PERROCA

1998

FUGULIN

1994

ENFERMEIROS

TÉCNICOS/ AUXILIARES DE

ENFERMAGEM

4 16 26 16

29 33 35 33

ENFERMEIROS

TÉCNICOS/ AUXILIARES DE

ENFERMAGEM

4 18 28 18

29 33 33 35

Fonte: Autores deste estudo, 2014

Tabela 2: Profissionais de enfermagem na porcentagem mínima e máxima da C2Par

PROFISSIONAIS DE

ENFERMAGEM

ATUAL COFEN

293/2004

PERROCA

1998

FUGULIN

1994

ENFERMEIROS

TÉCNICOS/ AUXILIARES DE

ENFERMAGEM

12% 33% 42% 33%

88% 67% 58% 67%

ENFERMEIROS

TÉCNICOS/ AUXILIARES DE

ENFERMAGEM

12% 37% 46% 37%

88% 63% 54% 63%

Fonte: Autores deste estudo, 2014

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Tabela 3: Profissionais de enfermagem no quantitativo mínimo e máximo da

C2Impar

PROFISSIONAIS DE

ENFERMAGEM

ATUAL COFEN

293/2004

PERROCA

1998

FUGULIN

1994

ENFERMEIROS

TÉCNICOS/ AUXILIARES DE

ENFERMAGEM

4 20 23 20

26 40 47 40

ENFERMEIROS

TÉCNICOS/ AUXILIARES DE

ENFERMAGEM

4 22 26 22

26 38 44 38

Fonte: Autores deste estudo, 2014

Tabela 4: Profissionais de enfermagem na porcentagem mínima e máxima da

C2Impar

PROFISSIONAIS DE

ENFERMAGEM

ATUAL COFEN

293/2004

PERROCA

1998

FUGULIN

1994

ENFERMEIROS

TÉCNICOS/ AUXILIARES DE

ENFERMAGEM

13% 33% 33% 33%

87% 67% 67% 67%

ENFERMEIROS

TÉCNICOS/ AUXILIARES DE

ENFERMAGEM

13% 37% 37% 37%

87% 63% 63% 63%

Fonte: Autores deste estudo, 2014

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ANEXOS

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ANEXO A - DECRETO N. 45.792, DE 4 DE MAIO DE 2001

DECRETO N. 45.792, DE 4 DE MAIO DE 2001

Altera a denominação do Hospital Clemente Ferreira, em Lins, dispõe sobre sua

reorganização e dá providências correlatas

GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas

atribuições legais,

Decreta:

SEÇÃO I

Disposição Preliminar

Artigo 1.º - Passa a denominar-se Centro de Atenção Integral à Saúde "Clemente

Ferreira", em Lins - CAIS-CLEMENTE FERREIRA, o Hospital Clemente Ferreira, em

Lins, previsto na estrutura da Coordenadoria de Saúde do Interior, da Secretaria da

Saúde, no inciso .XXIV do artigo 9.º do Decreto n.º 40.082, de 15 de maio de 1995.

Parágrafo único - O Centro de Atenção Integral a Saúde "Clemente Ferreira", em

Lins - CAIS-CLEMENTE FERREIRA, tem nível de Departamento Técnico de Saúde.

SEÇÃO II

Das Finalidades

Artigo 2.º - O Centro de Atenção Integral à Saúde "Clemente Ferreira", em Lins -

CAIS-CLEMENTE FERREIRA, tem por finalidade:

I - prestar assistência especializada, em regime ambulatorial, de emergência, de

internação e de moradias protegidas, na área de saúde mental e de atenção a

pacientes neurológicos crônicos portadores de múltiplos agravos à saúde e em

outras áreas a serem estabelecidas pela Secretaria da Saúde, em conformidade

com as necessidades local e regional;

II - participar do processo de transformação da assistência psiquiátrica que consiste

na reabilitação psicossocial da população moradora, na implementação do modelo

assistencial humanizado, no rompimento da lógica manicomial e na

desinstitucionalização;

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III - promover a inserção do CAIS-CLEMENTE FERREIRA na comunidade local e

regional, desenvolvendo programas de ações participativas.

SEÇÃO III

Da Estrutura

Artigo 3.º - O CAIS-CLEMENTE FERREIRA tem a seguinte estrutura:

I - Conselho Ténico-Administrativo;

II - Comissão de Controle de Infecção Hospitalar;

III - Comissão de Farmácia e Terapêutica;

IV - Comissão de Revisão de Prontuários e Óbitos;

V - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes;

VI - Comissão de Ética Médica;

VII - Comissão de Ética de Enfermagem;

VIII - Gerência de Atenção Integral à Saúde. I;

IX - Gerência de Atenção Integral à Saúde. II;

X - Gerência de Atenção Integral à Saúde. III;

XI - Gerência de Atenção Integral à Saúde. IV;

XII - Gerência de Atenção Integral à Saúde. V;

XIII - Gerência de Atenção Integral à Saúde. VI;

XIV - Núcleo de Moradias Protegidas;

XV - Núcleo de Apoio Técnico;

XVI - Núcleo de Informação;

XVII - Núcleo de Nutrição e Dietética;

XVIII - Núcleo de Processamento de Roupas;

XIX - Gerência de Recursos Humanos, com:

a) Núcleo de Pessoal;

b) Centro de Convivência Infantil;

XX - Núcleo de Administração Patrimonial e Manutenção;

XXI - Núcleo de Finanças e Suprimentos;

XXII - Núcleo de Saneamento e Limpeza;

XXIII - Núcleo de Atividades Complementares;

XXIV - Núcleo de Apoio Administrativo.

§ 1.º - O CAIS-CLEMENTE FERREIRA conta, ainda, com Assistência Técnica.

§ 2.º - A Assistência Técnica de que trata o parágrafo anterior não se caracteriza

como unidade administrativa.

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SEÇÃO IV

Dos Níveis Hierárquicos

Artigo 4.º - As unidades do CAIS-CLEMENTE FERREIRA tem os seguintes níveis

hierárquicos:

I - de Divisão Técnica de Saúde, as Gerências de Atenção Integral à Saúde I a VI;

II - de Serviço Técnico de Saúde:

a) o Núcleo de Moradias Protegidas;

b) o Núcleo de Apoio Técnico;

III - de Divisão Técnica, a Gerência de Recursos Humanos;

IV - de Serviço Técnico:

a) o Núcleo de Informação;

b) o Núcleo de Nutrição e Dietética;

c) o Centro de Convivência Infantil;

d) o Núcleo de Administração Patrimonial e Manutenção;

e) o Núcleo de Finanças e Suprimentos;

V - de Serviço:

a) o Núcleo de Processamento de Roupas;

b) o Núcleo de Pessoal;

c) o Núcleo de Saneamento e Limpeza;

d) o Núcleo de Atividades Complementares;

e) o Núcleo de Apoio Administrativo.

SEÇÃO V

Dos Órgãos dos Sistemas de Administração Geral

Artigo 5.º - A Gerência de Recursos Humanos é órgão subsetorial do Sistema de

Administração de Pessoal.

Artigo 6.º - O Núcleo de Finanças e Suprimentos e órgão subsetorial dos Sistemas

de Administração Financeira e Orçamentária.

Artigo 7.º - O Núcleo de Atividades Complementares e órgão subsetorial do Sistema

de Administração dos Transportes Internos Motorizados.

SEÇÃO VI

Das Atribuições

SUBSEÇÃO I

Das Gerências de Atenção Integral à Saúde I a VI

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Artigo 8.º - As Gerências de Atenção Integral à Saúde I a VI, por meio de suas

equipes multiprofissionais têm por atribuição prestar assistência integral aos

usuários, na seguinte conformidade:

I - promover a individualização e a integralidade da assistência;

II - estimular, treinar, orientar e supervisionar os usuários nas atividades de vida

diária e atividades de vida prática;

III - executar procedimentos clínicos regulares e intensivos aos usuários, visando à

prevenção, manutenção e a melhoria das suas condições físicas e psíquicas;

IV - promover a recuperação de habilidades e potencialidades, visando ao resgate

da autonomia;

V - desenvolver programas para evitar a internação integral, a cronificação e a

ruptura dos vínculos sócio familiares;

VI - encaminhar os usuários para moradias protegidas, possibilitando novas formas

de convivência;

VII - desenvolver programas de integração dos usuários aos recursos disponíveis,

em parceria com as demais unidades do CAIS-CLEMENTE FERREIRA;

VIII - articular e organizar ações que envolvam a comunidade nos programas;

IX - preparar o usuário para o ingresso no mercado formal e informal de trabalho;

X - articular ações de vigilância epidemiológica em conjunto com as demais áreas.

Parágrafo único - As atribuições previstas neste artigo serão distribuídas as

Gerências de Atenção Integral a Saúde I a VI pelo Diretor do CAISCLEMENTE

FERREIRA.

SUBSEÇÃO II

Do Núcleo de Moradias Protegidas

Artigo 9.º - O Núcleo de Moradias Protegidas, por meio de sua equipe

multiprofissional, tem por atribuição prestar assistência aos usuários, em regime de

moradias protegidas, desospitalizados após longo tempo de internação em

instituição psiquiátrica, na seguinte conformidade:

I - promover a autogestão dos usuários quanto ao uso de medicamentos e

atividades comunitárias;

II - desenvolver programas de integração dos usuários na comunidade, qualificando

a convivência social;

III - supervisionar as atividades de vida diária e atividades de vida pratica dos

usuários.

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ANEXO B – SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE PACIENTES

SEGUNDO FUGULIN, GAIDZINSKI E KURCGANT

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ANEXO C – SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE PACIENTES

SEGUNDO PERROCA E GAIDZINSKI 1998

NOME:................................................................................................................

UNIDADE...............................................LEITO .................DATA........................

1 Estado Mental e Nível de Consciência (habilidade em manter a percepção e

as atividades cognitivas)

( ) 1 - Acordado ; interpretação precisa de ambiente e tempo ; executa, sempre,

corretamente, ordens verbalizadas ; preservação da memória .

( ) 2 - Acordado ; interpretação precisa de ambiente e tempo ; segue instruções

corretamente apenas algumas vezes ; dificuldade de memória.

( ) 3 - Acordado ; interpretação imprecisa de ambiente e tempo em alguns

momentos ; dificilmente segue instruções corretamente ; dificuldade

aumentada de memória

( ) 4 - Acordado ; interpretação imprecisa de ambiente e tempo em todos os

momentos; não segue instruções corretamente ; perda de memória.

( ) 5 - Desacordado ; ausência de resposta verbal e manutenção de respostas à

estímulos dolorosos ou ausência de respostas verbais e motoras.

2 Oxigenação (aptidão em manter a permeabilidade das vias aéreas e o

equilíbrio nas trocas gasosas por si mesmo, com auxílio da equipe de

enfermagem e/ou de equipamentos)

( ) 1 - Não requer oxigenoterapia.

( ) 2 - Requer uso intermitente ou contínuo de oxigênio sem necessidade de

desobstrução de vias aéreas.

( ) 3 - Requer uso intermitente ou contínuo de oxigênio com necessidade de

desobstrução de vias aéreas.

( ) 4 - Requer uso de oxigênio por traqueostomia ou tubo orotraqueal .

( ) 5 - Requer ventilação mecânica.

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3 Sinais Vitais (necessidade de observação e de controle dos parâmetros vitais:

temperatura corporal, pulso, padrão respiratório, saturação de oxigênio e

pressão arterial, arterial média e venosa central)

( ) 1 - Requer controle de sinais vitais em intervalos de 6 horas

( ) 2 - Requer controle de sinais vitais em intervalos de 4 horas

( ) 3 - Requer controle de sinais vitais em intervalos de 2 horas

( ) 4 - Requer controle de sinais vitais em intervalos menores do que 2 horas

( ) 5 - Requer controle de sinais vitais em intervalos menores do que 2 horas e

controle de pressão arterial média e/ou pressão venosa central e/ou saturação

de oxigênio.

4 Nutrição e Hidratação (habilidade de ingerir nutrientes e líquidos para atender

às necessidades metabólicas, por si mesmo, com auxílio de acompanhantes

ou da equipe de enfermagem ou por meio de sondas e cateteres)

( ) 1 - Autossuficiente

( ) 2 - Requer encorajamento e supervisão da enfermagem na nutrição e

hidratação oral

( ) 3 - Requer orientação e supervisão de enfermagem ao acompanhante para

auxílio na nutrição e hidratação oral

( ) 4 - Requer auxílio da enfermagem na nutrição e hidratação oral e/ou

assistência de enfermagem na alimentação por sonda nasogástrica ou

nasoenteral ou estoma.

( ) 5 -Requer assistência efetiva da enfermagem para manipulação de cateteres

periféricos ou centrais para nutrição e hidratação.

5 Motilidade (capacidade de movimentar os segmentos corporais de forma

independente, com auxílio do acompanhante ou da equipe de enfermagem ou

pelo uso de artefatos)

( ) 1 - Autossuficiente

( ) 2 - Requer estímulo e supervisão da enfermagem para a movimentação de

um ou mais segmentos corporais.

( ) 3 - Requer orientação e supervisão de enfermagem ao acompanhante para

auxílio na movimentação de um ou mais segmentos corporais.

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110

( ) 4 - Requer auxílio da enfermagem para a movimentação de um ou mais

segmentos corporais

( ) 5 - Requer assistência efetiva da enfermagem para movimentação de

qualquer segmento corporal devido a presença de aparelhos gessados,

tração, fixador externo e outros, ou por déficit motor.

6 Locomocão (habilidade para movimentar-se dentro do ambiente físico por si

só, com Auxílio do acompanhante ou da equipe de enfermagem ou pelo uso

de artefatos)

( ) 1 - Autossuficiente

( ) 2 - Requer encorajamento e supervisão da enfermagem para a deambulação.

( ) 3 - Requer orientação e supervisão de enfermagem ao acompanhante para

auxílio no uso de artefatos (órteses, próteses, muletas, bengalas, cadeiras de

rodas, andadores).

( ) 4 - Requer o auxílio da enfermagem no uso de artefatos para a deambulação

( ) 5 - Requer assistência efetiva de enfermagem para locomoção devido `a

restrição no leito.

7 Cuidado Corporal (capacidade para realizar por si mesmo ou com auxílio de

outros, atividades de higiene pessoal e conforto, de vestir-se e arrumar-se)

( ) 1 - Autossuficiente

( ) 2 - Requer supervisão de enfermagem na realização do cuidado corporal e

conforto.

( ) 3 - Requer orientação e supervisão de enfermagem ao acompanhante para

auxílio na higiene oral, higiene íntima, banho de chuveiro e medidas de

conforto.

( ) 4 - Requer auxílio da enfermagem na higiene oral, higiene íntima, banho de

chuveiro e medidas de conforto.

( ) 5 - Requer assistência efetiva da enfermagem para o cuidado corporal e

medidas de conforto devido à restrição no leito.

8 Eliminações (habilidade em manter as diversas formas de eliminações

sozinho, com auxílio do acompanhante ou da enfermagem ou por drenos e

estornas)

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( ) 1 - Autossuficiente

( ) 2 - Requer supervisão e controle pela enfermagem das eliminações.

( ) 3 - Requer orientação e supervisão de enfermagem ao acompanhante para

auxílio no uso de comadre, papagaio, troca de fraldas, absorventes e outros, e

controle, pela enfermagem, das eliminações

( ) 4 - Requer auxílio e controle pela enfermagem no uso de comadre, papagaio,

troca de fraldas, absorventes e outros.

( ) 5 - Requer assistência efetiva de enfermagem para manipulação e controle de

cateteres, drenos, dispositivo para incontinência urinária ou estomas.

9 Terapêutica (utilização dos diversos agentes terapêuticos medicamentosos

prescritos)

( ) 1 - Requer medicação VO de rotina ou ID, SC ou IM.

( ) 2 - Requer medicação EV contínua e/ou através de sonda nasogástrica,

nasoenteral ou estorna.

( ) 3 - Requer medicação EV intermitente com manutenção de cateter.

( ) 4 - Requer uso de sangue e derivados ou expansores plasmáticos ou agentes

citostáticos.

( ) 5 - Requer uso de drogas vasoativas ou outras que exigem maiores cuidados

na administração.

10 Educação à Saúde (habilidade do paciente/família em receber e aceitar

orientações sobre autocuidado)

( ) 1 - Orientações de enfermagem ao paciente/família sobre autocuidado com

pronta compreensão e aceitação das informações recebidas.

( ) 2 - Orientações de enfermagem ao paciente/família sobre autocuidado com

dificuldades de compreensão mas com pronta aceitação das informações

recebidas.

( ) 3 - Orientações de enfermagem ao paciente/família sobre autocuidado com

pronta compreensão mas certa resistência às informações recebidas.

( ) 4 - Orientações de enfermagem ao paciente/família sobre autocuidado com

pronta compreensão mas elevada resistência às informações recebidas.

( ) 5 - Orientações de enfermagem ao paciente/família sobre autocuidado com

pronta compreensão mas sem aceitação das informações recebidas.

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11 Comportamento (sentimentos, pensamentos e condutas do paciente com

relação à sua doença, gerados em sua interação com o processo de

hospitalização, a equipe de saúde e/ou família)

Para preencher o indicador abaixo observe as conceituações:

ANSIEDADE - "vago sentimento de catástrofe iminente, apreensão ou

sensação de pavor" (TAYLOR,1992).

SINTOMAS DE ANSIEDADE - alteração da respiração, tremores, sudorese,

taquicardia, náusea, vômito, vertigem, anorexia, diarreia, inquietação,

perturbação do sono, medo excessivo ou irracional, sensações de falta de ar

ou sufocamento, parestesias, tensão muscular (DSM-IV, 1995).

RETRAIMENTO SOCIAL - tendência ocasional para evitar contatos sociais;

funcionamento social diminuído.

IRRITABILIDADE - "Irritação: estado relativamente moderado de cólera,

expressando-se, sobretudo em formas verbais" (CABRAL; NICK,1979). Ex:

exasperação, exaltação.

RETRAIMENTO SOCIAL AUMENTADO - tendência frequente para evitar

contatos sociais.

APATIA -"aparente insensibilidade a tudo o que provoca habitualmente no

indivíduo um sentimento ou uma emoção" (FILLIOUD et al., 1981),

indiferença. Ex: não manifestação de amor, ódio, alegria, tristeza, medo, raiva.

PASSIVIDADE - "é uma predisposição para sofrer sem iniciativa nem esforço

todas as influências exteriores" (FILLIOUD et al., 1981). Ex: Não reação

diante de procedimentos de enfermagem, condutas médicas, hospitalização.

DESESPERANÇA - "estado subjetivo em que o indivíduo vê escolhas

pessoais disponíveis limitadas, ou sem alternativas, e está incapaz de

mobilizar energia em seu próprio favor" (NANDA, 1986). Ex: ausência ou

diminuição de expectativas, projetos e planos de vida.

IMPOTÊNCIA PSÍQUICA - "percepção de que uma pessoa tem de que o que

ela pode fazer não altera, significativamente, um resultado ..." (NANDA,

1982). Ex: demonstração de incapacidade para desempenhar atividades

cotidianas (―não sei", "não vou conseguir", "não posso").

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AMBIVALÊNCIA DE SENTIMENTOS - "coexistência de dois impulsos,

desejos, atitudes ou emoções opostos dirigidos para. a mesma pessoa, o

mesmo objeto ou o mesmo objetivo .." (DICIONÁRIO Médico Blakiston, 1982).

Ex: afirmação/negação, aceitação/rejeição, amor/ódio, alegria/tristeza.

ISOLAMENTO

SOCIAL - "provação de contatos sociais .." (CABRAL; NICK, 1979) .

( ) 1 - Calmo, tranquilo; preocupações cotidianas

( ) 2 - Alguns sintomas de ansiedade (até 3) ou queixas e solicitações contínuas

ou retraimento social.

( ) 3 - Irritabilidade excessiva ou retraimento social aumentado ou apatia ou

passividade ou queixas excessivas.

( ) 4 - Sentimento de desesperança ou impotência psíquica ou ambivalência de

sentimentos ou acentuada diminuição do interesse por atividades ou aumento

da frequência de sintomas de ansiedade (mais de 3 sintomas).

( ) 5 - Comportamento destrutivo dirigido a si mesmo e aos outros ou recusa de

cuidados de atenção à saúde ou verbalizações hostis e ameaçadoras ou

completo isolamento social.

12 Comunicação (habilidade em usar ou entender a linguagem verbal e não

verbal na interação humana)

( ) 1 - Comunicativo, expressa ideias com clareza e lógica.

( ) 2 - Dificuldade em se expressar por diferenças socioculturais; verbalização

inapropriada.

( ) 3 - Recusa-se a falar; choroso; comunicação não verbal.

( ) 4 - Dificuldade em se comunicar por distúrbios de linguagem (afasia, disfasia,

disartria) ou sensibilidade dolorosa ao falar ou por barreira física

(traqueostomia, entubação) ou deficiência física ou mental.

( ) 5 - Inapto para comunicar necessidades .

13 Integridade Cutaneomucosa (manutenção da pele e mucosas sem danificação

ou destruição)

( ) 1 - Pele íntegra e sem alteração de cor em todas as 80s do corpo.

( ) 2 - Presença de alteração da cor da pele (equimose, hiperemia ou outras) em

uma ou mais Áreas do corpo sem solução de continuidade •

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114

( ) 3 - Presença de solução de continuidade em uma ou mais Áreas do corpo

sem presença de exsudato purulento

( ) 4 - Presença de solução de continuidade em uma ou mais Áreas do corpo

com presença de exsudato purulento, sem exposição de tecido muscular e/ou

ósseo; ausência de Áreas de necrose.

( ) 5 - Presença de solução de continuidade em uma ou mais Áreas do corpo

com presença de exsudato purulento, exposição de tecido muscular e/ou

ósseo ; presença de Áreas de necrose

AVALIAÇÃO DO TIPO DE CUIDADO:

Cuidados Mínimos: 13 a 26 pontos

- cuidados a pacientes estáveis sob o ponto de vista clínico e de enfermagem, mas

fisicamente autossuficientes quanto As necessidades humanas básicas;

Cuidados Intermediários: 27 a 39 pontos

- cuidados a pacientes estáveis sob o ponto de vista clínico e de enfermagem, com

parcial dependência das ações de enfermagem para o atendimento das

necessidades humanas básicas;

Cuidados Semi-Intensivos: 40 a 52 pontos

- cuidados a pacientes crônicos, estáveis sob o ponto de vista clínico, porém, com

total dependência das ações de enfermagem quanto ao atendimento das

necessidades humanas básicas.

Cuidados Intensivos: 53 a 65 pontos

- cuidados a pacientes graves, com risco iminente de vida, sujeitos à instabilidade de

sinais vitais, que requeiram assistência de enfermagem permanente e especializada;

Total da pontuação:............................................................................................

Classificação : ...................................................................................................

Enfermeira : .......................................................................................................