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Capítulo 1
O Brasil no mundo 2
Capítulo 2
Formação e ocupação do território brasileiro 18
Capítulo 3
Características naturais do Brasil: relevo e hidrografia 34
Capítulo 4
Características naturais do Brasil: clima e vegetação 50
Volume 1
capí
tulo
O Brasil faz parte de um espaço muito maior: o planeta
Terra. Por isso, não pode ser compreendido isoladamente,
isto é, fora do espaço mundial. Com base na imagem do pla-
nisfério, como você descreveria o Brasil em relação aos ou-
tros países do globo? Quais aspectos diferenciam o Brasil dos
demais países?
• O território brasileiro
• Divisões regionais do Brasil
o que vocêvai conhecer
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.
Talita Kathy Bora
O Brasil no mundo1
2
Geografia
Território brasileiro
Será que o Brasil sempre teve o mesmo tamanho e formato? Para responder a essa per-
gunta, precisamos conhecer a história de nosso país e reconhecer que, ao longo do tempo,
houve grandes transformações no território brasileiro até que ele tivesse as dimensões que
conhecemos hoje. Tanto fatores físico-naturais como culturais, políticos e econômicos influen-
ciaram nas diversas mudanças que ocorreram.
• Identificar a localização do Brasil no mundo e comparar suas características gerais com as de outros países.
• Reconhecer as características gerais do território brasileiro, com destaque para extensão, zonas térmicas, fusos horários, limites e fronteiras.
• Compreender o conceito de mar territorial e a importância da Zona Econômica Exclusiva.
• Entender o objetivo da divisão regional de um território, no sentido de facilitar a administração e subsidiar o governo para a realização de programas econômicos e sociais que atendam às necessidades da população.
• Ampliar o conhecimento sobre o ter-ritório brasileiro, compreendendo os diferentes critérios empregados para se regionalizar o espaço.
objetivos do capítulo
leitura cartográfica
Planisfério: continentes
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 34. Adaptação.
Os mapas seguintes apresentam alguns aspectos relacionados à posição geográfica e à
extensão atual do Brasil. Observe, nos três mapas a seguir, a localização, as zonas térmicas e a
quantidade de fusos horários no Brasil.
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De acordo com os três mapas anteriores, responda às questões propostas.
1 Em qual continente o Brasil está localizado?
2 Compare a dimensão do território do Brasil com a de outros países no planisfério. Comente suas conclusões.
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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 91. Adaptação.
Brasil: fusos horários
Os raios solares incidem na superfície da Terra de modo desigual por causa da inclinação do eixo da Terra e de sua forma esférica. Isso dá origem a diferentes zonas térmicas: Zona Polar Ártica, Zona Temperada do Norte, Zona Tropical ou Intertropical, Zona Temperada do Sul e Zona Polar Antártica. A expressão “zona térmica” também pode ser substituída por zona climática.
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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 58. Adaptação.
MAPA REDUZIDO EM 18% 107mm x 66 mm
Brasil: zonas térmicas
O Brasil tem quatro fusos horários, todos atrasados em relação ao de Londres, cidade por onde passa o Meridiano de Greenwich, que marca o fuso inicial. Isso acontece porque o território brasileiro está inteiramente localizado a oeste desse meridiano. Assim, se em Londres são 12 horas (meio-dia), em Fernando de Noronha são 10 horas; em Brasília, 9 horas; no Mato Grosso, 8 horas; no Acre, 7 horas. É importante ressaltar que existem alterações nesses intervalos no horário de verão, adotado durante alguns meses do ano nos estados das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, os quais adiantam o relógio em uma hora. O objetivo dessa alteração é a economia de energia elétrica nos
horários de pico.
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Geografia
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3 Em relação à Linha do Equador e ao Meridiano de Greenwich, em quais hemisférios o Brasil está localizado? Em qual zona térmica da Terra? Em qual zona térmica a unidade da federação onde você vive está localizada?
4 Quantos fusos horários há no Brasil? Em qual deles a unidade da federação onde você vive está localizada?
Fontes: THE WORLD FACTBOOK. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2147rank.html>. Acesso em: 17 out. 2018; IBGE. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/geociencias-novoportal/organizacao-do-territorio/estrutura-territorial/15761-areas-dos-municipios.html?=&t=o-que-e>. Acesso em: 17 out. 2018. Adaptação.
Mundo: países mais extensos
Com base nas informações dos mapas anteriores, é possível concluir que
quase todo o território brasileiro (93%) está localizado ao sul da Linha do Equador, ou
seja, no Hemisfério Sul, também denominado Austral ou Meridional;
a maior parte do território brasileiro está localizada entre os trópicos, por isso o Brasil é
considerado um país tipicamente tropical;
grande parte do sul do país está localizada na Zona Temperada, onde há predomínio do
clima subtropical, com temperaturas mais amenas que as dos demais climas do país;
o território brasileiro está totalmente situado no Hemisfério Oeste, ou Ocidental;
o Brasil apresenta quatro fusos horários, todos eles atrasados em relação ao Meridiano
de Greenwich.
Brasil: território de dimensões continentais
Há somente quatro países mais extensos que o Brasil: Federação Russa, Canadá, Esta-
dos Unidos e China. O território brasileiro ocupa a quinta posição, com aproximadamente
8 515 759 km2 de extensão.
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No mapa seguinte, observe que as grandes dimensões do Brasil também podem ser ob-
servadas comparando-se as distâncias, praticamente equidistantes, que separam seus pon-
tos extremos (4 378,40 km de norte a sul e 4 326,63 km de leste a oeste).
equidistantes: que têm a mesma distância.
Limites e fronteiras do Brasil
O Brasil ocupa cerca de 48% das terras sul-americanas. Chile e Equador são os dois países
da América do Sul com os quais nosso país não faz limites. Limites são linhas imaginárias que
indicam os locais onde começa e onde termina o território de um país, estado ou município.
Eles podem ser naturais, como morros e rios, ou artificiais, como trilhos de trem e ruas. Geral-
mente, são definidos por meio de tratados, que podem ser assinados pacificamente ou esta-
belecidos mediante conflitos. Ao longo da linha de limite entre dois países, estende-se uma
faixa de território denominada
fronteira, que pode ser terres-
tre ou marítima. A fronteira
terrestre do Brasil correspon-
de a uma área de 150 km de
largura, que se estende por
15 719 km ao longo da linha
de limite. Nessa área, estão
situadas a totalidade ou par-
tes do território de 11 estados
brasileiros.
A linha de costa do Brasil
tem 7 367 km e se estende, ao
norte, da foz do Rio Oiapoque,
na divisa do Amapá com a Guia-
na Francesa, até o Arroio Chuí,
no sul, no limite do Rio Grande
do Sul com o Uruguai, como
mostra o mapa ao lado.
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Brasil: limites e fronteiras
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 40. Adaptação.
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Brasil: pontos extremos
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 91. Adaptação.
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Geografia
Por muito tempo, o Oiapoque, no Amapá, foi considerado o ponto mais ao norte do Bra-
sil. Isso mudou apenas em 1998, quando uma expedição formada por pesquisadores, milita-
res e representantes do governo determinou como ponto extremo norte do país a nascente
do Rio Ailã, no Monte Caburaí, em Roraima.
Saiba mais sobre o modo como os pontos extremos e limites são determinados lendo o
texto abaixo.
olhar geográfico
CAMPOS, Guilherme. Extremos do Brasil. Disponível em: <https://super.abril.com.br/comportamento/extremos-do-brasil/>. Acesso em: 17 out. 2018.
Extremos do Brasil
1. Quais são eles, ao norte e ao sul?
Diferentemente do que quase todo mundo pensa, o Brasil não vai do Oiapoque ao Chuí – mas do Caburaí, no estado de Roraima, ao Chuí, no Rio Grande do Sul. O verdadeiro extremo norte fica na divisa entre o Brasil e a Guiana, no alto do monte Caburaí (1 456 metros).
2. Por que o engano?
Até o século XVIII, a fronteira em Roraima não havia sido delimitada. A cartografia tinha o mar como referência. Assim, o Oiapoque (Amapá), ponto mais setentrional da costa brasileira, era mencio-nado como o ponto terminal norte do país. A expressão “do Oiapoque ao Chuí” ganhou fama e perdura até os dias de hoje, ainda que nos mapas oficiais conste o monte Caburaí.
3. Como se determina onde termina um país e começa outro?
Se houver um rio separando os territórios, fica fácil. Se não, satélites e GPS (Sistema de Posicio-namento Global) ajudam na tarefa. Mas é necessário que uma comitiva com representantes dos dois lados visite o lugar e chegue a um consenso, para que não haja conflitos posteriores pela terra. Além de serem registradas as coordenadas desses pontos, são erguidos monumentos que indicam a locali-zação exata das linhas demarcatórias.
De acordo com o texto, responda às questões.
1 O ponto mais ao norte do Brasil faz divisa com qual país sul-americano?
2 O Oiapoque não é mais considerado o ponto extremo norte do país, porém ainda representa uma referência para os mapas brasileiros. Qual é essa referência?
3 Para a demarcação dos limites entre dois países, é necessária a presença de representantes de am-bos os lados? Por quê?
4 Em sua opinião, qual é a importância da tecnologia para a determinação dos limites de um território?
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O Brasil, assim como outros paí-
ses costeiros, tem direito a uma faixa
de até 200 milhas náuticas da costa,
chamada de Zona Econômica Exclusiva
(ZEE). Entre o mar territorial e o limi-
te da ZEE, o país pode gerenciar e ex-
plorar os recursos naturais existentes,
tanto em termos econômicos quanto
científicos, mas a navegação de embar-
cações de outros países é livre.
O mar sob domínio do Brasil tam-
bém é chamado de Amazônia Azul, por
ser tão extenso e repleto de riquezas
naturais quanto a Floresta Amazônica
e por ser igualmente importante do
ponto de vista estratégico e econô-
mico. Nesse espaço marítimo, circu-
lam 95% do comércio exterior e são
extraídos aproximadamente 80% da
produção de petróleo do país. Além
disso, por meio da pesca, do turismo,
da pesquisa, do esporte e da energia,
o mar brasileiro gera milhares de em-
pregos, diretos e indiretos.
Mar territorial e Zona Econômica Exclusiva (ZEE)
O Brasil tem o controle pleno de uma área do mar que banha seu território. Denominada
mar territorial, essa área se estende até 12 milhas náuticas (cerca de 22 km) além da costa.
Nesse espaço marítimo, o Brasil pode controlar a presença de
navios e aviões estrangeiros, explorar a pesca e os minérios –
como o petróleo –, entre outras fontes de riqueza, tanto no
leito quanto no subsolo oceânico.
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Fonte: SERAFIM, Carlos F. S.; CHAVES, Paulo. de T. O mar no espaço geográfico brasileiro. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. Brasília, 2005. p. 17. Adaptação.
Localizado a cerca de 1 100 km de Natal (RN), o Arquipélago de São Pedro e São Paulo é um conjunto de pequenas ilhas rochosas e pedregosas que pertence ao Brasil. De acordo com a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar (CNUDM), esses rochedos não servem para habitação humana ou para a economia, por isso não devem possuir Zona Econômica Exclusiva (ZEE). Entretanto o governo brasileiro defende que a região deve estar integrada à ZEE brasileira. Qual a importância do Arquipélago de São Pedro e São Paulo para a economia e a ciência do Brasil? Pesquise em diferentes fontes, como livros, revistas, jornais e internet, e escreva um texto com suas conclusões no caderno.
pesquisa
Brasil: mar territorial e ZEE
milhas náuticas: unidades de medida de distância utilizadas em navegação marítima e aérea. Uma milha náutica equivale a 1 852 metros.
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Geografia
Divisões regionais do Brasil
O território brasileiro apresenta uma grande extensão. Por
isso, em nosso país, há tanta diversidade em vários elementos,
como clima, vegetação, cultura e sotaques da população. Para
compreendermos melhor as características do Brasil, ele foi dividi-
do em regiões. Essa divisão facilita a administração do país e auxi-
lia o governo a elaborar programas econômicos.
Regionalização
Regionalização é a divisão de determinado espaço em regiões, com base nas característi-
cas comuns e especificidades de cada uma delas, que as distinguem umas das outras.
Como cada região se diferencia por suas características próprias, quais critérios devem ser
levados em conta na regionalização? Eles podem ser os mais variados, como naturais (clima,
relevo, hidrografia, vegetação, etc.), humanos, econômicos ou culturais, interligados ou não.
Como você pôde observar durante a realização da atividade, existem porções de territó-
rio em uma mesma região que se diferenciam das demais, identificadas em escalas diferen-
tes. A Região Nordeste, por exemplo, onde os colonizadores portugueses iniciaram o povoa-
mento do Brasil, embora apresente características comuns que a diferenciam do restante do
território brasileiro, tem também expressivas parcelas de território facilmente identificáveis
por aspectos físicos marcantes, como tipos de clima e vegetação.
Regiões do IBGE: uma proposta de regionalização do Brasil
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão do governo federal, ela-
bora, entre outras atribuições, divisões regionais do território brasileiro, com a finalidade
básica de agrupar dados e viabilizar estudos sobre o país.
Na década de 1940, o IBGE propôs a primeira divisão do território nacional considerando
somente seus aspectos físicos. Desde então, as características econômicas e sociais do país
vêm sofrendo modificações. Em razão disso, o instituto tem elaborado novas regionaliza-
ções para contemplar essas modificações, integrando ao critério físico aspectos sociais e
econômicos.
Podem ser entendidas como
uma fração do espaço com
características próprias que as
diferenciam de outras áreas
ou partes de um conjunto.
Partindo da concepção de que regionalizar significa agrupar semelhanças em determinado espaço usando diversos critérios, vivencie essa experiência em sala de aula para entender melhor esse con-ceito. Para isso, siga as orientações do professor.
atividades
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leitura cartográfica
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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 94. Adaptação.
Com base no mapa, responda às questões propostas.
1 Quantas e quais são as atuais regiões do IBGE?
2 Em qual delas você vive?
A atual divisão regional do Brasil adotada pelo IBGE divide o país em cinco grandes re-
giões, ou macrorregiões. Essa regionalização é a mais utilizada em livros, jornais e revistas
e se baseia nos limites das unidades da federação brasileiras, os quais nem sempre são ade-
quados para delimitar as regiões. Observe o mapa seguinte.
Brasil: divisão regional atual do IBGE
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Geografia
3 Quais unidades da federação formam a região onde você vive?
4 As unidades da federação vizinhas à sua compõem a mesma região? Caso contrário, a qual região elas pertencem?
leitura cartográfica
A definição das regiões oficiais do país depende, essencialmente, dos critérios político-
-administrativos estabelecidos pelo governo federal. Esses critérios podem mudar conforme
as necessidades de planejamento e atuação sobre o território, assim como pela aquisição de
novos conhecimentos sobre suas características. Por isso, os limites das regiões não são está-
ticos e podem mudar com o passar do tempo, como é possível observar nos mapas seguintes.
Fonte: IBGE. Divisão Territorial Brasileira. 2002. Disponível em: <http://www.ipeadata.gov.br/doc/divisaoterritorialbrasileira_ibge.pdf>. Acesso em: 14 jan. 2019. Adaptação.
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Fonte: IBGE. Divisão Territorial Brasileira. 2002. Disponível em: <http://www.ipeadata.gov.br/doc/divisaoterritorialbrasileira_ibge.pdf>. Acesso em: 14 jan. 2019. Adaptação.
Brasil: divisão regional – 1913 Brasil: divisão regional – 1940
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1 Identifique as principais características da regionalização de 1913.
2 Compare as regionalizações de 1913 e de 1940. Que transformações ocorreram na divisão regional do Brasil?
3 Compare o mapa de 1940 com o mapa da atual divisão regional do Brasil e responda às questões.
a) Quais transformações regionais podem ser observadas?
b) Em relação às unidades da federação, também ocorreram algumas transformações. Quais foram elas?
4 A unidade da federação onde você vive já existia em 1913 e 1940? Caso positivo, de qual região ela fazia parte nesses períodos? E agora, a qual região ela pertence?
12
Geografia
Outras propostas de regionalização do Brasil
Muitas são as maneiras de estabelecer regionalizações. Além das grandes regiões do IBGE,
a divisão mais utilizada é a das regiões geoeconômicas, elaborada pelo geógrafo Pedro Pin-
chas Geiger em 1967. Ele propôs a divisão do território nacional em três grandes complexos
regionais, ou regiões geoeconômicas: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul, sem considerar os li-
mites estaduais. Para definir a organização das regiões, Pinchas Geiger utilizou, como critérios,
a formação histórica do Brasil e seus aspectos econômicos, além dos aspectos naturais.
Outra regionalização foi proposta pelos geógrafos Milton Santos e Maria Laura Silveira.
Eles sugerem, em uma de suas obras, a divisão do Brasil em quatro regiões: Amazônia, Centro-
-Oeste, Nordeste e Região Concentrada (abrangendo Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro,
Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
O critério utilizado para essa divisão regional é o grau de acúmulo de ciência, tecnologia
e informação no território nacional, sendo a Região Concentrada a que apresenta os setores
econômicos mais avançados do país.
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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 152. Adaptação.
Brasil: regiões geoeconômicas
saiba mais
Milton Santos (1926-2001) é considerado por muitos especialistas o maior geógrafo brasileiro – sem dúvida, é o mais reconhecido internacio-nalmente. Natural da Bahia, formou-se em Direito, mas construiu sua car-reira na Geografia, recebendo o mais importante Prêmio Internacional de Geografia (Vautrin Lud) em 1994.
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leitura cartográfica
Observe o mapa abaixo e compare-o com os mapas “Brasil: divisão regional atual do
IBGE”, na página 10, e “Brasil: regiões geoeconômicas”, na página 13.
Depois, responda às questões seguintes.
1 Quantas e quais são as regiões geoeconômicas?
2 Quantas e quais são as regiões propostas pelo mapa elaborado por Milton Santos e Maria Laura
Silveira?
3 Quais as diferenças geográficas entre as regiões geoeconômicas e as atuais regiões do IBGE?
4 O município onde você mora está localizado em qual das regiões geoeconômicas? E em qual das regiões propostas por Milton Santos e Maria Laura Silveira?
Fonte: SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001. Adaptação.
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Brasil: meio técnico-científico-informacional
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Geografia
Refletindo sobre a atual divisão
regional do IBGE
A atual divisão do Brasil em regiões não obe-
dece exatamente aos limites (naturais e huma-
nos) das diferentes paisagens. Isso representa
um problema comum a várias formas de regiona-
lização. A divisão elaborada pelo IBGE segue os li-
mites estaduais, o que faz com que desconsidere
alguns aspectos na delimitação das regiões.
Um exemplo é o estado de Minas Gerais.
A maior parte de seu território tem as caracterís-
ticas naturais da Região Sudeste, no entanto, no
limite com a Bahia, a paisagem é muito diferente,
apresentando características do Sertão Nordestino,
como a vegetação de caatinga e o clima seco.
Outro exemplo é a porção oeste do estado do Maranhão. Apesar de situado no Nordeste,
apresenta características próprias da Região Norte, particularmente pela presença da Floresta
Amazônica.
Um terceiro exemplo é a porção norte do estado do Paraná. Apresenta paisagem e di-
versos aspectos socioculturais que mais se assemelham à porção oeste de São Paulo que ao
restante da Região Sul.
Paisagem com vegetação de caatinga no Parque Estadual da Mata Seca, Manga, norte
de Minas Gerais, 2012
Paisagem com plantação de eucalipto à esquerda e vegetação de floresta úmida à direita, Extrema, sul de Minas Gerais, 2017
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1 Observe o mapa “Brasil: zonas térmicas”, na página 4, e leia alguns versos da canção escrita por Jorge Ben Jor, a qual se eternizou na música popular brasileira. Em seguida, responda à questão proposta.
Moro num país tropical/ abençoado por Deus / e bonito por natureza.
BEN, Jorge. País tropical. In: Tropical. São Paulo: Philips, 1977. 1 CD, digital, estéreo. Faixa 9.
De acordo com o mapa, é possível confirmar que o Brasil todo é um país tropical, como diz a canção? Justifique sua resposta.
2 Observe o mapa “Brasil: fusos horários”, na página 4. Depois, com base no texto a seguir, responda à questão proposta.
3 Assinale V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas. Depois, corrija as falsas no caderno, tornando-as verdadeiras.
a) ( ) Regionalizar significa dividir o espaço em regiões de acordo com um ou mais critérios.
b) ( ) Região é um pedaço ou uma fração de um espaço com alguns elementos em comum, mas com características próprias, que a diferenciam de outras áreas ou partes de um conjunto.
c) ( ) No Brasil, não há nenhuma regionalização oficial. Por isso, cada ministério ou órgão públi-co trabalha com uma regionalização diferente.
d) ( ) A atual regionalização do IBGE divide o país em três complexos regionais: Amazônia, Nor-
deste e Centro-Sul.
e) ( ) As cinco grandes regiões do IBGE foram elaboradas com base em critérios socioeconômi-cos e naturais.
o que já conquistei
Certa operadora de telefonia lançou uma promoção nacional cobrando um valor redu-
zido para ligações interurbanas realizadas entre 18 horas e 6 horas, em meses nos quais
não há horário de verão.
César mora em Joaçaba (SC) e precisa ligar para seu amigo Daniel, que mora em Xapuri
(AC).
Para aproveitar essa promoção, César ligou para Daniel às 18 horas. Qual era o horário
em Xapuri quando Daniel recebeu a ligação de seu amigo de Joaçaba?
16
Geografia
4 Quais são as diferenças entre os critérios utilizados pelo IBGE para realizar sua primeira regionali-zação, em 1940, e os utilizados atualmente?
5 Que critérios o geógrafo Pedro Pinchas Geiger utilizou para estabelecer a regionalização por com-plexos regionais? Em que aspecto essa regionalização se diferencia da atual divisão do IBGE?
6 Observe a imagem de satélite abaixo e responda às questões propostas.
a) Por que a área representada na imagem é denominada tríplice fronteira?
b) Que município brasileiro representado na imagem está situado em área de fronteira?
c) Qual é o limite natural entre Brasil e Paraguai? E entre Brasil e Argentina?
Fonte: ©2018 Google Earth/Image ©2018 GeoEye. Adaptação.
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Tríplice fronteira: Brasil, Argentina e Paraguai
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capí
tulo Formação e
ocupação do território brasileiro
2
Esse mapa foi elaborado em 1556 por Giacomo Gastaldi e
Giovanni Battista Ramusio, cartógrafos italianos. Observe-o e
reflita sobre esta questão: Será que o Brasil sempre teve a mes-
ma configuração territorial que vemos nos mapas atuais? Quais
as principais transformações que você pode notar entre essa
imagem e o mapa atual do território brasileiro?
De fato, houve grandes transformações no território brasi-
leiro até que ele atingisse a configuração atual. Nosso territó-
rio foi sendo definido durante um longo processo de ocupação,
com a contribuição de vários povos, em diferentes épocas.
• Povos originários
do Brasil
• Ocupação e povoamento do
território brasileiro
• Industrialização e integração do território brasileiro
o que vocêvai conhecer
GASTALDI, Giacomo; RAMUSIO, Giovanni B. Delle navigatione e viaggi. Veneza: Nella Stamperia de Giunti, 1565, p. 427-428.
©Giacomo Gastaldi e Giovanni Ramusio — Brasil (1556)
18
Geografia
• Reconhecer a participação dos povos originários do Brasil na formação do território.
• Compreender a formação do território brasileiro ao longo do tempo como resultado de um longo processo de ocupação.
• Conhecer e compreender a formação do território e do espaço geográfico nacional.
• Reconhecer o modo como as atividades econômicas influenciaram a formação e a integração do espaço geográfico nacional.
objetivos do capítulo
Povos originários do Brasil
Em 1500, quando os colonizadores portugueses chegaram
ao Brasil, estima-se que o número de habitantes nativos variava
de 1 a 5 milhões de indivíduos, distribuídos por todo o território
que hoje é considerado brasileiro. Esses habitantes pertenciam
a diferentes povos, com culturas e línguas muito diversas. Suas
concepções de mundo, de natureza e de sociedade eram dife-
rentes das que os portugueses trouxeram e impuseram a eles, e
isso gerou muitos conflitos. Após os primeiros contatos com os
europeus, a maioria dos nativos que aqui viviam foi dizimada. E
isso aconteceu por algumas razões, como:
• os indígenas foram escravizados para trabalhar, principal-
mente, na extração e no transporte do pau-brasil;
• os nativos não tinham resistência às doenças trazidas pelos
europeus e, em razão disso, milhares morreram;
• a resistência dos indígenas à invasão de seus territórios re-
sultou em diversos conflitos e na morte de muitos deles.
Dos povos indígenas que sobreviveram, a maioria foi expulsa
de suas terras e teve seu modo de vida, sua cultura e suas ter-
ritorialidades retiradas. De acordo com o último Censo do IBGE
(2010), restam atualmente no Brasil cerca de 305 etnias indíge-
nas, as quais somam pouco mais de 800 mil pessoas e que falam
274 línguas distintas. Apenas parte desses povos tem seus direi-
tos e territorialidades respeitados na forma de Terras Indíge-
nas, previstas na Constituição de 1988. Essas áreas demarcadas
são para garantir a manutenção do modo de vida tradicional e
específico dos povos indígenas, que dependem da preservação
de grandes áreas florestais, colaborando inclusive para a con-
servação da natureza.
etnias: populações com origens comuns, que apresentam a mesma estrutura sociocultural, como
tradições, habilidades e língua.
Leia a afirmação se-
guinte. “O navegante
português Pedro Álvares
Cabral descobriu o Brasil.”
Em uma de suas acepções,
a palavra "descobrir" é
empregada com o senti-
do de encontrar, achar,
localizar algo. Você con-
corda com essa afirmação
em relação à chegada dos
primeiros europeus ao
Brasil?
19
curiosidade?
Ocupação e povoamento do território brasileiro
Para compreender como ocorreu a ocupação do território brasileiro, é preciso voltar o
olhar para a história do nosso país. A ocupação efetiva dessas terras começou apenas a partir
de 1532. Antes dessa data, os portugueses estavam mais interessados nos
lucros obtidos no comércio com as Índias. Até essa data, aqui no Brasil, eles
limitaram-se a explorar o pau-brasil, madeira que era facilmente encontra-
da e muito valorizada na Europa.
A exploração do pau-brasil, no entanto, não era suficiente para manter o projeto de co-
lonização da nova terra. Para colonizar o Brasil e obter lucros, Portugal precisava defender o
território, impedindo a ocupação por outras
nações europeias, submeter os indígenas,
administrar a Colônia e extrair riquezas que
compensassem os gastos feitos.
Para isso, nas terras definidas como perten-
centes a Portugal no Tratado de Tordesilhas,
estabeleceram-se as Capitanias Hereditárias,
resultantes da divisão dessas terras e que fo-
ram doadas a representantes do rei na Colônia.
O objetivo dessa doação era ocupar o territó-
rio e, assim, garantir o controle de Portugal so-
bre o Brasil, desenvolvendo atividades com o
emprego da mão de obra escravizada.
Assinado em 1494, esse tratado vigorou até o século
XVIII. Dividiu as novas terras “descobertas e por
descobrir” entre Portugal e Espanha. Definiu uma
linha imaginária, o Meridiano de Tordesilhas, que
separou as terras pertencentes a Portugal (localizadas
até 370 léguas a oeste do Arquipélago de Açores e
das Ilhas de Cabo Verde) das terras pertencentes à
Espanha (localizadas a oeste desse meridiano).
Nas primeiras décadas do século XVI, a principal atividade rea-
lizada no país foi a exploração de pau-brasil. Além de ser usado na
fabricação de móveis e de instrumentos musicais, o pigmento ver-
melho extraído de sua madeira era muito utilizado na Europa para
tingir tecidos. Essa atividade terminou apenas no século XIX, com a
invenção de um corante artificial que substituiu o pigmento natu-
ral. Hoje o pau-brasil é ameaçado de extinção, resultado de séculos
de extração desenfreada.
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Fonte: MEC/Fename. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro, 1964. Adaptação.
Pau-brasil, Parque Estadual Carlos Botelho, São Miguel Arcanjo, SP, 2017
Brasil: primeiras Capitanias Hereditárias – século XVI
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20
Geografia
O cultivo da cana-de-açúcar foi o grande responsável pela
ocupação e pelo povoamento do território brasileiro nos primei-
ros anos de colonização. Apesar de cultivada em várias áreas,
a cana-de-açúcar se sobressaiu na Zona da Mata nordestina,
cujo clima quente e úmido e os solos de massapê favorecem
essa lavoura.
Os lucros vindos da Colônia, obtidos com a comercialização
do açúcar, impulsionaram Portugal a se integrar ao sistema co-
mercial da época, que incluía trocas entre as metrópoles e suas
colônias. Pode-se dizer que o comércio colonial deu início ao
que chamamos atualmente de espaço mundial.
Por muito tempo, o povoamento do território brasileiro restringiu-se ao litoral, área
onde começaram a se formar as primeiras vilas e cidades. Entre 1549 e 1763, a sede do go-
verno português no Brasil era Salvador, cidade litorânea que tinha uma posição geográfica
estratégica, cujo porto escoava para a Europa a maior parte do pau-brasil e do açúcar.
Essa forma de ocupação inicial do território ainda marca profundamente a organização
do espaço brasileiro, já que, até os dias atuais, a maior parte da população do país está con-
centrada na faixa litorânea.
Zona da Mata: localiza-se ao longo do litoral leste nordestino. É assim chamada em virtude da existência da Mata Atlântica. Atualmente, restam poucas áreas da vegetação original, a qual vem sendo devastada desde o início do povoamento.
solos de massapê: solos argilosos, formados pelo intemperismo sobre rochas sedimentares (folhelho) ou metamórficas (gnaisse). O nome supostamente vem de “amassa pé”, pois o solo gruda nos pés por ser argiloso.
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Fonte: MEC/Fename. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro, 1964. Adaptação.
Brasil: economia no século XVI
21
leitura cartográfica
1 Em que porção do território brasileiro se concentravam as principais atividades econômicas desen-volvidas no século XVI?
2 Qual atividade econômica ocupava a maior área do território brasileiro? Explique o motivo.
3 O desenvolvimento da pecuária era restrito a quais Capitanias Hereditárias?
4 Compare o mapa “Brasil: primeiras Capitanias Hereditárias – século XVI” com um mapa político-admi-nistrativo do Brasil atual e responda: No século XVI, a unidade da federação onde você mora pertencia a Portugal ou à Espanha?
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Fonte: MEC/Fename. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro, 1964. Adaptação.
Fonte: MEC/Fename. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro, 1964. Adaptação.
Brasil: primeiras Capitanias Hereditárias – século XVI
Brasil: economia no século XVI
Faça a releitura dos mapas a seguir e responda às seguintes questões.
22
Geografia
• pecuária – principalmente no interior semiárido do Nordeste, em áreas de São Paulo e na
porção sul do território, que na época era de domínio espanhol;
• exploração das drogas do Sertão, como cravo, cacau, canela, castanha, madeira e plantas me-
dicinais, que, com as atividades dos missionários jesuítas, deu início à ocupação da Amazônia;
• cultivo do fumo – em alguns pontos do litoral nordestino, sobretudo no Recôncavo Baia-
no, área que circunda a cidade de Salvador.
Diversificação econômica e
expansão territorial
Foi somente no século XVII que o interior da Colô-
nia começou a ser explorado mais intensamente. Os
portugueses intensificaram a busca por novas fontes
de riqueza, pois tiveram grandes prejuízos com a in-
vasão holandesa no Nordeste (1630-1654) e a ocu-
pação das áreas de produção de açúcar. Além disso,
Portugal havia perdido a maior parte de suas colô-
nias na Ásia para franceses, ingleses e holandeses.
Ao procurar outras riquezas, a Coroa portugue-
sa incentivou a atuação dos bandeirantes. Durante o
século XVII, os bandeirantes paulistas, que partiam
principalmente da cidade de São Vicente, realizaram
longas expedições ao Sertão brasileiro em busca de
ouro e pedras preciosas. Eram temidos pela usual fe-
rocidade, pois em suas incursões torturavam e cap-
turavam indígenas para escravizá-los, deixando um
rastro de violência e destruição nas aldeias por onde
passavam. Nessas viagens pelo interior, os bandei-
rantes foram os primeiros colonizadores a cruzar a
linha do Tratado de Tordesilhas por terra, ampliando
o espaço brasileiro tanto para o oeste quanto para
o sul.
Ainda no século XVII, além do cultivo da cana-
-de-açúcar, que era até então o principal produto da
Colônia, os portugueses desenvolveram outras ativi-
dades econômicas, como:
bandeirantes: como eram chamados os homens que exploravam o interior do país em busca de terras, riquezas e de indígenas para serem escravizados, muitos dos quais acabaram sendo utilizados como mão de obra.
Sertão: originalmente, era o modo como os portugueses se referiam aos lugares desabitados do interior do Brasil.
drogas do Sertão: termo que se referia a especiarias (cacau, guaraná, castanha-do-pará, etc.) extraídas do Sertão brasileiro, principalmente da Amazônia.
missionários jesuítas: faziam parte da Companhia de Jesus, ordem religiosa que disseminava a fé católica pelo mundo. Chegaram ao Brasil com o objetivo de converter as populações indígenas à fé católica.
BERNARDELLI, Henrique. Ciclo da caça ao índio. 1922. 1 óleo sobre tela, color., 222 cm × 152 cm. Museu Paulista, São Paulo.
Os bandeirantes eram europeus, principalmente portugueses, porém muitos mestiços e indígenas também participaram da expansão dos territórios além do Meridiano de Tordesilhas .
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leitura cartográfica
Durante o século XVII, a exploração econômica ocorrida no interior não deu origem, nes-
ses locais, a cidades e vilas significativas, que continuaram a surgir ao longo do litoral. Sem
dúvida, os limites das áreas conhecidas foram ampliados, e algumas cidades se formaram no
interior. Nesse período, já existiam também os primeiros núcleos de exploração de ouro, e
muitos caminhos e estradas passaram a ligar os principais núcleos urbanos.
Observe o mapa e responda às questões propostas.
1 Em quais áreas do território brasileiro foi desenvolvida a pecuária durante o século XVII?
2 Compare os mapas “Brasil: economia no século XVI” e “Brasil: economia no século XVII”. Que diferenças apresentam na ocupação do território em relação à fronteira determinada pelo Tratado de Tordesilhas?
3 Que atividades econômicas passaram a ser desenvolvidas na área de domínio espanhol?
4 Onde estavam concentrados os principais núcleos urbanos durante o século XVII?
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Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli A. de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 37. Adaptação.
Brasil: economia no século XVII
24
Geografia
Atividades econômicas e ocupação do território brasileiro no
século XVIII
No fim do século XVII, a notícia da descoberta de ouro em Minas Gerais provocou um
intenso povoamento nessa região, com pessoas vindas de várias partes da Colônia e até mes-
mo de Portugal. Com isso, formaram-se muitos núcleos urbanos, como Vila Rica, Sabará, Ma-
riana e Congonhas do Campo.
A mineração passou a ser a principal atividade econômica da Colônia, especialmente na
região Sudeste, e seu centro político e econômico se deslocou de Salvador para o Rio de Ja-
neiro, em 1763 (século XVIII).
Com a ampliação do povoamento, aumentaram também as atividades comerciais para
suprir as necessidades de subsistência dessa população. A pecuária expandiu-se pelo territó-
rio para atender à demanda por carne e couro, atingindo até o Centro-Oeste. Nesse período,
a atividade açucareira no Nordeste não foi abandonada e continuou representando parcela
significativa das exportações coloniais.
O cultivo do algodão foi a grande novidade em relação aos séculos anteriores. Esse culti-
vo foi desenvolvido principalmente no Norte e no Nordeste, visando abastecer as nascentes
indústrias têxteis europeias.
Observe a grande expansão do povoamento da Colônia, sobretudo nas principais áreas de exploração de ouro: Minas Gerais e a porção central do território, representada por Vila Boa, no Centro-Oeste do país. Atualmente é a cidade de Goiás, conhecida como Goiás Velho. A formação de cidades e vilas se estendeu
também ao longo do Rio Amazonas.
Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli A. de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 39. Adaptação.
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Brasil: economia no século XVIII
25
O mapa anterior
mostra que a expansão
do povoamento ultrapas-
sou a linha determinada
pelo Tratado de Torde-
silhas. Com isso, esse
acordo passou a não ter
mais significado prático.
Assim, Portugal e Espa-
nha firmaram o Tratado
de Madrid, um novo acor-
do firmado na cidade de
Madrid, em 13 de janei-
ro de 1750. Esse acordo
delimitou boa parte das
terras portuguesas que
viriam a formar o Brasil,
com dimensões territo-
riais semelhantes às da
atualidade.
atividades
1 Com base no mapa “Brasil: economia no século XVIII”, responda às questões propostas.
a) Quais eram as principais áreas de exploração mineral no Brasil durante o século XVIII?
b) Para onde a pecuária se expandiu nesse período? Por quê?
c) Reveja os mapas de economia nos séculos XVI, XVII e XVIII, nas páginas 22, 24 e 25, e responda:
O que mudou nesses séculos em relação ao povoamento do Norte do Brasil?
Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel M. de. Atlas histórico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: FAE, 1991. p. 30. Adaptação.
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Brasil: tratados de Madrid (1750) e Tordesilhas (1494)
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©Álbum do Amazonas/Wikimedia
2 Com base no mapa “Brasil: tratados de Madrid (1750) e Tordesilhas (1494)”, na página 26, responda às questões.
a) Com o Tratado de Madrid, as fronteiras do território brasileiro se expandiram oficialmente para o oeste. Quantos quilômetros aproximadamente a fronteira se expandiu, do limite estabele-cido pelo Tratado de Tordesilhas ao ponto extremo oeste definido pelo Tratado de Madrid? Utilize uma régua e calcule a distância de acordo com a escala gráfica.
b) O que é possível notar em relação à linearidade dos limites do Brasil?
Economia cafeeira e formação do espaço geográfico nacional
No início do século XIX, o Brasil ainda era visto como uma extensão de
Portugal, que exercia total controle sobre a produção do país e a negocia-
ção desses produtos, com o objetivo de aumentar o poder econômico da
metrópole. O desejo dos comerciantes em obter liberdade comercial e a
independência do Brasil (1822) mudou lentamente esse cenário, que se
refletiu sobre o espaço geográfico nacional.
Até essa época, a economia estava organizada em função das exportações de cana-de-
-açúcar, algodão e couro. Contudo o café, um novo produto agrícola, começava a ser cultiva-
do, principalmente no Sudeste. Por volta de 1830, ele já ocupava o primeiro lugar nas expor-
tações brasileiras e, em 1840, o país se tornou o maior produtor mundial de café.
Ainda no século XIX, começou o cultivo do cacau no sul da Bahia e a extração da borracha
na Amazônia, atraindo milhares de nordestinos para a região, o que contribuiu para o povoa-
mento do Norte do país. No início do século XX, a borracha já era o segundo produto mais
exportado pelo Brasil.
Manaus viveu um período de muita riqueza entre o fim do século XIX e começo do século XX, em virtude do comércio da borracha, produto essencial para as indústrias europeias e americanas. Manaus, AM, 1900.
27
O Sul continuava voltado, sobretudo, para a pecuária, única atividade articulada à eco-
nomia do restante do Brasil: os bovinos eram fornecidos para a zona da mineração, e o char-
que, para Rio de Janeiro e São Paulo. Já as áreas de criação de gado do Sertão e do Vale do
Sob o aspecto econômico, porém, até o fim do século XIX, o território brasileiro era cons-
tituído de várias unidades produtivas isoladas, que se ligavam ao mercado externo, mas que
não mantinham vínculos internos sólidos. Além dessas áreas, havia enormes extensões de
terra praticamente despovoadas, os meios de transporte eram escassos e as vias de ligação
interna no país eram poucas.
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DELDEN-LAËRNE, C. Carte de l'aire à café du Brésil Central d'après C. F. van Delden-Laërne. 1884. 1 mapa, 80,4 × 51,7. Disponível em: <http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_cartografia/cart209812/cart209812.jpg>. Acesso em: 20 out. 2018.
O mapa, feito em 1884, mostra as áreas produtoras de café em São Paulo (em amarelo) e no Rio de Janeiro (em rosa). É possível observar que a maior parte das vias de transporte, especialmente as ferrovias principais (linhas pretas), tinha o objetivo de ligar as zonas produtoras de café aos portos de Santos (SP) e do Rio de Janeiro (RJ), bem como escoar a produção de minérios, em Minas
Gerais. As regiões fora das áreas produtoras eram menos integradas pelas ferrovias.
Por isso, não é possível falar em um espaço geográfico verdadeiramente nacional até esse
período. O início da integração territorial brasileira ocorreu com o avanço do cultivo do café e
com o aumento de sua importância econômica para todo o país, resumida pelos seguintes fatos:
atração de migrantes de outras áreas do país, que vieram se somar aos imigrantes es-
trangeiros, principalmente italianos e, posteriormente, japoneses;
ampliação do povoamento do oeste de São Paulo e do norte do Paraná;
28
Geografia
Fonte: GOES FILHO, Synesio S. Navegantes, bandeirantes, diplomatas: um ensaio sobre a formação das fronteiras do Brasil. San Pablo: Martins Fontes, 1999. p. 409. Disponível em: <http://funag.gov.br/loja/download/1118-Navegantes_bandeirantes_diplomatas%20_(08-06-15).pdf>. Adaptação.
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construção de ferrovias no Sudeste;
formação de um mercado consumidor, que estimulou o comércio entre várias áreas do
país.
Apesar disso, os limites do país permaneciam indefinidos em muitas áreas. Entre o fim
do século XIX e o começo do século XX, as demarcações foram estabelecidas especialmen-
te devido aos esforços de Barão do Rio Branco, reconhecido diplomata brasileiro, que foi
ministro das Relações Exteriores entre 1902 e 1912 e responsável por diversas negociações
com países vizinhos. Os acordos coordenados por ele resultaram na anexação dos territórios
do Acre, do Amapá entre outros, incorporando mais de 900 mil km2 de área ao território
brasileiro. Desde então, o Brasil praticamente não se envolveu em disputas territoriais. As
principais mudanças posteriores aconteceram nos limites internos do país, que definiram os
territórios das unidades da federação.
Brasil: fronteiras definidas pelo Barão do Rio Branco
29
leitura cartográfica
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Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli A. de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. Adaptação.
De acordo com o mapa, responda às questões seguintes.
1 Faça uma análise comparativa das atividades econômicas praticadas nos séculos XVIII e XIX. Quais deixaram de ser relevantes no século XIX? Quais foram introduzidas no Brasil nesse mesmo século? Em quais áreas elas se desenvolveram?
2 No mapa, aparece um tipo de transporte que não consta no mapa “Brasil: economia no século XVIII”. Qual tipo de transporte é esse? Ele foi implantado no Sudeste como consequência de qual atividade econômica?
3 Qual atividade econômica era praticada em todas as regiões do Brasil no século XIX?
Brasil: economia no século XIX
30
Geografia
Industrialização e integração do território brasileiro
O processo de industrialização brasileiro se deu de maneira lenta e gradual no início do
século XIX. Inicialmente, as principais indústrias foram instaladas na região Sudeste, e alguns
dos fatores decisivos para que isso ocorresse foram: o aumento da população, a consequen-
te formação de um mercado consumidor e o grande acúmulo de capital gerado pelo café.
Esse processo iniciou-se fundamentalmente após a crise econômica mundial de 1929, que
obrigou os produtores a desviar os investimentos feitos na produção agroexportadora de
café para outros produtos agrícolas e para o setor industrial.
Grave crise econômica ocorrida
em quase todos os países
capitalistas entre 1929 e 1933.
Essa crise causou desemprego,
falência de empresas e
bancos e queda do preço dos
produtos agrícolas e industriais,
principalmente daqueles
exportados por países da
África, Ásia e América Latina.
No Brasil, o principal efeito
dessa crise foi a queda abrupta
do preço do café no mercado
internacional, o que levou
muitos fazendeiros à falência.
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A industrialização representou uma nova etapa do processo de integração nacional. Seu
avanço ocorreu a partir de 1941, com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em
Volta Redonda (RJ). Várias áreas do Brasil passaram a organizar sua produção para atender
às necessidades do Sudeste. Inicialmente, a integração nacional começou com a distribuição
de produtos industriais do Sudeste para outras áreas e com a compra de matérias-primas e
produtos alimentícios de outros estados. Ao mesmo tempo, as trocas comerciais se intensi-
ficaram entre os estados vizinhos.
No fim da década de 1960, várias indústrias se instalaram em outras áreas, além de São
Paulo e do Rio de Janeiro. Principalmente indústrias de pequeno e médio portes se estabele-
ceram em Minas Gerais, no Sul e em alguns estados do Nordeste, o que diversificou a forma
de integração no país e deu nova direção ao povoamento, aumentando a população urbana.
Com isso, apesar de mais concentrada e desenvolvida no Sudeste, a atividade industrial se
expandiu para outras regiões do país.
Uma das mais importantes ações nesse sentido foi a construção de Brasília, no Distrito
Federal, que passou a ser a capital do Brasil em 1960.
Como você estudou, a evolução do Brasil foi marcada pelo encontro de povos e pelo de-
senvolvimento de importantes atividades econômicas. Essas atividades determinaram não
só a história, mas a geografia do nosso país e estão diretamente ligadas à forma como nosso
território está organizado.
Com a industrialização da cidade de São Paulo, o Bairro do Brás abrigou grande quantidade de indústrias e moradias de operários. Foto de 1940.
31
As novas tecnologias a serviço da Cartografia
Você sabia que, mesmo antes de inventarem a escrita, os seres hu-
manos já utilizavam mapas para registrar e transmitir informações?
Um desses exemplos é o mapa de Ga-Sur, produzido em argila há
mais de 4 500 anos e encontrado na Mesopotâmia.
Como você observou na imagem de abertura, os mapas pro-
duzidos antigamente eram muito diferentes dos atuais. A lingua-
gem era mais artística que técnica, pois eles eram feitos com base
em relatos de viajantes e de maneira rudimentar, com o uso de
instrumentos menos precisos do que os atuais.
Com os avanços tecnológicos, foi possível obter imagens aé-
reas da Terra, primeiro utilizando balões, depois aviões e satélites.
Além disso, o desenvolvimento da computação possibilitou a criação
de mapas digitais, tornando a Cartografia mais dinâmica, precisa e de
fácil alcance. Existem até mesmo ferramentas gratuitas na internet, como
o Google Earth e o QGIS, com as quais qualquer pessoa, munida dos conheci-
mentos necessários, pode criar seus próprios mapas.
A era da internet proporcionou uma grande popularização dos mapas. Observe as diferen-
ças entre um mapa antigo e um atual, abaixo, e converse com o professor e os colegas sobre
as vantagens e desvantagens dessa nova realidade.
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Mapa de Ga-Sur
DIAS, Carlos M. (Dir.). História da Colonização Portuguesa do Brasil. v. 3. Porto: Litografia Nacional, 1924, p. 248-249.
À esquerda, mapa da Baía de Todos-os-Santos, na Bahia, feito no século XVI, por autor desconhecido. À direita, mapa
da Baía de Todos-os-Santos feito em 2018.
conectado
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.
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Baía de Todos-os-Santos
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32
Geografia
1 A imagem seguinte é uma pintura do artista Jean-Baptiste Debret e representa uma atividade co-mumente realizada pelas expedições de bandeirantes. Observe-a e responda às questões.
a) Qual atividade comumente realizada pelos bandeirantes está retratada na imagem? Quais outras atividades eram realizadas por eles?
b) Que papel os bandeirantes desempenharam nas conquistas territoriais brasileiras?
2 A partir de 1532 (século XVI), os portugueses realizaram as primeiras ações efetivas de colonização
do território brasileiro. Sobre esse assunto, responda às questões seguintes.
a) Onde se desenvolveram as primeiras vilas e cidades do Brasil?
b) Por que a cana-de-açúcar foi introduzida pelos colonizadores na Zona da Mata nordestina? Qual seu papel na ocupação e no povoamento do território brasileiro?
3 Qual o papel do Barão do Rio Branco no estabelecimento das fronteiras territoriais do Brasil, que
são semelhantes às apresentadas nos mapas atuais?
4 Que mudança significativa o cultivo do café trouxe para a integração econômica do território brasileiro?
DEBRET, Jean-Baptiste. Soldados índios da província de Curitiba escoltando selvagens. 1834. 1 litografia sobre papel, color., 21 cm × 32,5 cm. Coleção Brasiliana, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil.
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naturais do Brasil: relevo e hidrografia
3
O Brasil, devido à sua extensão territorial e localização
geográfica, apresenta uma grande diversidade de paisagens
naturais. O relevo e a hidrografia, em geral, são característi-
cas marcantes dessas paisagens, como mostra a imagem, que
retrata uma das Novas Sete Maravilhas da Natureza. Qual é o
nome dela? Quais são os dois elementos naturais que se desta-
cam nessa paisagem? Como esses elementos estão relaciona-
dos entre si? Leia o texto da página 1 do material de apoio e
conheça um pouco da história geológica dessa paisagem.
• Relevo brasileiro
• Hidrografia do Brasil
o que vocêvai conhecer
©Pulsar Imagens/Ernesto Reghran
34
Geografia
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Fonte: TEIXEIRA, Wilson et al (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 86. Adaptação.
Brasil: localização na Placa Sul-Americana
• Reconhecer as formas e as características gerais do relevo predominantes no território brasileiro.
• Conhecer a hidrografia do Brasil, identificando suas regiões hidrográficas.
• Compreender as principais características do relevo e da hidrografia do Brasil e relacioná--las entre si.
• Compreender a interdependência entre sociedade, relevo e hidrografia no território bra-sileiro, conscientizando-se sobre os cuidados que devemos ter com o ambiente natural.
objetivos do capítulo
Relevo brasileiro
Geologicamente, o Brasil está assentado em território bastante diferente da maioria dos
países vizinhos. Ele localiza-se na parte central da Placa Sul-Americana, afastado da instável
zona de contato entre essa placa e a Placa de Nazca. Os movimentos convergentes dessas
duas placas originaram a Cordilheira dos Andes, importante dobramento moderno formado
pelo soerguimento da litosfera terrestre. O Brasil, porém, não está mais sujeito à ação dos
movimentos internos responsáveis pela construção das grandes formas do relevo terrestre.
Fonte: TEIXEIRA, Wilson et al (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 86. Adaptação.
Explique qual é a relação entre a distância das áreas de contato das placas de Nazca e Sul-
-Americana e o fato de o território brasileiro apresentar maior estabilidade geológica.
Como resultado desses processos geológicos, na Cordilheira dos Andes, as altitudes pas-
sam dos 6 000 metros. No Brasil, O Pico da Neblina, ponto mais elevado, localizado na fron-
teira com a Venezuela, tem 2 995 metros.
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Planisfério: Placas Tectônicas
35
No entanto, apenas 7% do nosso território ultrapassam os 900 metros de altitude. Isso
ocorre em decorrência da estrutura rochosa antiga, que dá suporte ao relevo brasileiro, des-
gastado pelas forças externas que atuam sobre ele há milhões de anos.
leitura cartográfica
Muitos pesquisadores se dedicam ao estudo das formas do relevo do Brasil. O mapa
mais utilizado nesses estudos foi elaborado no fim do século XX, pelo geógrafo Jurandyr
Ross, por meio da análise de imagens de radar obtidas pelo Projeto RADAMBRASIL. Nesse
mapeamento, foram considerados tanto os processos internos (tectonismo) quanto os pro-
cessos externos (intemperismo) de desgaste, transporte e acumulação de sedimentos, que
originaram as grandes estruturas geológicas brasileiras.
Fonte: ROSS, Jurandyr (Org.). Geografia do Brasil. 5. ed. São Paulo: Edusp, 2005. p. 53. Adaptação.
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Brasil: relevo
36
Geografia
Com base no mapa “Brasil: relevo”, responda às questões propostas. Caso necessário, consulte um mapa com a divisão político-administrativa do Brasil para estabelecer comparações.
1 Quais são as principais formas de relevo presentes no Brasil?
2 Qual tipo de relevo cobre a maior parte das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil?
3 Que tipo de relevo ocorre ao longo do Rio Amazonas e em parte da região litorânea do Brasil?
4 Qual tipo de relevo predomina na Região Norte do Brasil?
5 Que forma de relevo predomina na unidade da federação onde você mora? Qual seu nome específico?
Até o início da década de 1970, pouco se conhecia sobre a Amazônia. Isso ocorria porque
ela é uma região muito extensa e coberta por densa vegetação, o que dificultava as explora-
ções científicas. Em 1965, teve início o RADAM, projeto criado para fazer o levantamento dos
recursos naturais dessa região usando imagens aéreas obtidas de sensores de radar. Como
há muitas nuvens e chuvas na região, essa tecnologia foi escolhida porque o sinal emitido por
esses sensores pode passar tanto pelas nuvens quanto pela vegetação. O resultado é maior
penetração nos alvos, ao contrário dos sensores ópticos existentes em muitos satélites. Devi-
do ao sucesso, o projeto RADAM foi ampliado para todo o território brasileiro, passando a se
denominar Projeto RADAMBRASIL.
conectado
Com a organização e interpretação das imagens obtidas por radar, foi realizado um grande
trabalho de mapeamento dos recursos naturais brasileiros. Esse mapeamento contou com uma
equipe formada por geólogos, geógrafos, biólogos, engenheiros florestais e cartógrafos, entre
outros, englobando estudos de geologia, geomorfologia (relevo), vegetação e solos. Apesar
de ser um estudo realizado há mais de 50 anos, ele é amplamente utilizado até hoje e pode ser
encontrado, integralmente, no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE.
37
Agora que você já sabe um pouco mais sobre o Projeto RADAMBRASIL, observe as
imagens seguintes:
A imagem da esquerda foi obti-
da por meio de radar, pelo Projeto
RADAMBRASIL, na década de 1970.
Nela, é possível observar aspectos na-
turais da região das serras do Padre e
de Marié Mirim, no Amazonas. Compare
com a imagem acima, que representa a
mesma área em 2018, porém foi obtida
por meio de um satélite equipado com
um sensor óptico.
Analise as duas imagens e responda:
Qual delas permite melhor visualização
dos aspectos do relevo? Por quê? Qual
delas pode ser mais útil para monitorar
o desmatamento de uma floresta? Por
qual motivo?
Após registrar suas conclusões no
caderno, comente essas questões com o
professor e os colegas.
Fonte: ©Google Earth/Image Landsat/Copernicus Image ©DigitalGlobe. Adaptação.
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Amazonas: Serra do Padre e Serra Marié Mirim
Fonte: ©BRASIL. IBGE. Departamento Nacional da Produção Mineral. Projeto RADAMBRASIL. Folha na. 19. fig. 9. Pico da Neblina. Rio de Janeiro, 1976. p. 164. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/bibliotecacatalogo? view=detalhes&id=23590>. Acesso em: 26 out. 2018.
38
Geografia
Principais formas do relevo brasileiro
De acordo com a classificação de Jurandyr
Ross, o Brasil apresenta três formas de relevo:
planaltos, planícies e depressões. Essas formas
são resultantes dos processos de construção e
transformação da superfície. As planícies ocupam
um espaço relativamente menor no território, ge-
ralmente localizadas ao longo dos rios ou do lito-
ral. Os planaltos e as depressões ocupam a maior
extensão do território brasileiro e neles desenvol-
vem-se várias formas de relevo, como morros, ser-
ras, chapadas e vales.
©Pulsar Imagens/Tales Azzi
Planaltos
Planalto é uma superfície irregular com altitudes
elevadas que sofre com mais intensidade o processo de
erosão que o de sedimentação, isto é, de deposição de
sedimentos. É, portanto, produto da erosão sobre rochas
cristalinas ou sobre rochas sedimentares.
Ao contrário do que o nome sugere, um planalto não se caracteriza, necessariamente, por
ser uma região elevada de topo plano. Muitas vezes, os planaltos, especialmente os que estão
em áreas cristalinas, apresentam formas onduladas, resultantes dos processos erosivos que
ocorreram ao longo do tempo, formando serras e morros. Um exemplo dessas formações é a
Serra do Mar (que se estende do litoral norte de Santa Catarina ao Rio de Janeiro).
Vista aérea de parte do Planalto da Borborema presente na classificação do
geógrafo Jurandyr Ross. RN, 2018
rochas cristalinas: grupo de rochas das quais fazem parte as rochas ígneas, ou magmáticas, e as rochas metamórficas.
Os planaltos cobrem a maior parte do território brasileiro. Nas áreas de rocha sedimentar,
eles se caracterizam pela presença de escarpas em suas bordas, que são espécies de degraus
no terreno.
Vista aérea do Polo de Ecoturismo Palheiros e do Parque Estadual da Serra do Mar, SP, 2014
A Chapada dos Guimarães é um exemplo de relevo com escarpas nas encostas, comum no Brasil central. MT, 2018
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Vista aérea do Núcleo Curucutu, do Parque Estadual da Serra do Mar, São Paulo
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Depressão
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Depressões
Depressões são superfícies mais rebaixadas que o
relevo circundante, formadas por falhas tectônicas ou
processos erosivos. Podem ocorrer tanto em áreas de ro-
cha cristalina quanto sedimentar. Muitas das depressões
brasileiras se estendem a partir das bordas dos planaltos
ou das bacias sedimentares. Nos limites com os planal-
tos, podem apresentar escarpas ou frentes de cuestas.
cuestas: elevações irregulares do relevo formadas por camadas de rochas de resistências diferentes e inclinadas em uma direção. De um lado, a cuesta apresenta uma encosta íngreme, denominada frente de cuesta; de outro, o reverso, levemente inclinado.
Unidades de Conservação: têm a função de preservar o patrimônio biológico existente em toda a sua
diversidade. No Brasil, os Parques Nacionais, Estaduais e Municipais são a forma mais comum de preservação dessas áreas.
Planícies
Denominam-se planícies as superfícies relativa-
mente planas, de baixa altitude e que resultam de
processos de deposição de sedimentos. No Brasil, re-
presentam a menor área ocupada do relevo brasileiro.
São denominadas planícies litorâneas quando
ocorrem em uma faixa junto ao litoral do país. Quando
ocorrem ao longo das margens dos rios, são denomina-
das planícies fluviais, como ao longo do Rio Amazonas
e de seus afluentes, na região do Rio Paraguai e nas
margens do Rio Araguaia. As planícies fluviais estão
sujeitas a inundações periódicas na época das chuvas.
Relevo e turismo no Brasil
As formas de relevo do Brasil deram origem a
paisagens de grande beleza que atraem muitos turis-
tas. Algumas dessas formações foram transformadas
em Unidades de Conservação, buscando garantir sua
preservação para as gerações futuras. Locais como as
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Planície Amazônica, Rio Japurá, Tefé, AM, 2014
40
Geografia
Cataratas do Iguaçu (PR), a Chapada dos Guimarães (MT), a Chapada dos Veadeiros (GO) a Cha-
pada Diamantina (BA), o Pico da Neblina (AM) e o Pico das Agulhas Negras (RJ) são alguns exem-
plos de locais que recebem milhares de visitantes todos os anos, procurando um contato mais
próximo com a natureza.
O turismo vem se desenvolvendo muito em
nosso país. Isso é muito importante, porque gera
renda para a população local. Quando os cuida-
dos com o ambiente são tomados, causando bai-
xo impacto na natureza, o turismo pode se tornar
sustentável, mantendo a integridade ambiental e
cultural das regiões turísticas.
Mirante no Cânion do Itaimbezinho, Cambará
do Sul, RS, 2017
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Alterações antrópicas no relevo
O ser humano é um importante agente modificador do relevo
terrestre. A fim de ajustar a natureza aos seus interesses, morros
são derrubados, planícies aterradas, entre outras ações. Assim, nas
grandes cidades, é comum o relevo original ter sido muito modi-
ficado pelo trabalho das pessoas, resultando em deslizamentos e
inundações. As ações antrópicas em áreas íngremes do relevo ur-
bano colocam em grande risco as populações residentes nesses lo-
cais. No meio rural, o uso de técnicas inadequadas ao tipo de relevo
torna o solo mais suscetível a erosões.
ações antrópicas: ações realizadas pelo homem.
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Deslizamento de encosta em Teresópolis, RJ, 2011
Quando a ocupação humana acontece de forma ra-
cional, considerando as características do relevo na im-
plantação das atividades, o resultado é muito satisfa-
tório. Em relevos inclinados, por exemplo, podem ser
desenvolvidas técnicas agrícolas adequadas, como a de
terraceamento. Em áreas mais baixas, em solos apro-
priados, pode ocorrer o cultivo do arroz nas partes ala-
gadiças. Desse modo, as atividades humanas podem ser
desenvolvidas em harmonia com o relevo, gerando bom
aproveitamento econômico e equilíbrio ambiental.
Terraceamento é uma técnica de plantio de lavouras em
áreas íngremes. São realizados cortes na colina, forman-
do degraus, com a função de diminuir a velocidade de es-
coamento superficial da água da chuva, evitando grandes
erosões.
Plantação de café com técnica de terraceamento, Muzambinho, MG, 2015
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41
atividades
Complete a cruzadinha de acordo com as frases abaixo.
a) O território brasileiro está localizado nessa Placa Tectônica.
b) Ocupam um espaço relativamente menor no território brasileiro, geralmente localizadas ao longo dos rios ou do litoral.
c) Serras e chapadas são formações que ocorrem tipicamente nesse tipo de relevo.
d) Estendem-se a partir das bordas dos planaltos ou das bacias sedimentares.
e) Espécie de degrau no terreno, que ocorre nas bordas de planaltos.
f) Característica do turismo que procura manter a integridade ambiental e cultural das regiões turísticas.
g) Técnica agrícola que se adapta a relevos inclinados.
Reúna-se em grupo e realize uma pesquisa sobre os destinos turísticos mais conhecidos na unidade da federação onde você mora. Como apoio à pesquisa, consulte o site Turismo sustentável no Brasil: iniciativas premiadas.
Essa pesquisa tem como objetivo responder às questões seguintes.
Essas atrações localizam-se em Unidades de Conservação?
Quais dessas atrações turísticas estão diretamente relacionadas às formas de relevo?
A unidade da federação onde você mora conta com alguma iniciativa voltada ao turismo sus-tentável? Exemplifique.
pesquisa
T E R R A C E A M E N T O
A
BC
D
E
F
G
42
Geografia
Hidrografia do Brasil
A hidrografia é um ramo da ciência que estuda as águas do planeta em suas diferentes
formas: rios, lagos, aquíferos, mares, oceanos ou geleiras.
A água é essencial para a vida na Terra e para a biodiversidade. Água doce de boa qua-
lidade é fundamental para a vida dos seres humanos e para o desenvolvimento econômico.
Porém, a quantidade e a qualidade de água doce ocorrem desigualmente pelo planeta. Isso
porque as características do ciclo da água não são iguais em todas as regiões, pois dependem
do sol, dos ventos e da geologia de cada lugar. Estima-se que o Brasil tenha cerca de 12%
da água doce de todo o planeta. Porém, essa água não é distribuída igualmente por todo o
nosso território, o que pode gerar situações de escassez. O gráfico seguinte mostra a distri-
buição dos recursos hídricos no Brasil.
Fonte: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Agência Nacional das Águas. Água: fatos e tendências. Brasília, 2009. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/imprensa/publicacoes/fatosetendencias/edicao_2.pdf>. Acesso em: 24 out. 2018.
biodiversidade: conjunto das várias formas de vida e de suas inter-relações nos ecossistemas do qual fazem parte.
escassez: ausência, carência, falta.
recursos hídricos: são as águas disponíveis para uso, sejam elas superficiais, sejam subterrâneas.
atividades
De acordo com o gráfico “Distribuição dos recursos hídricos no Brasil”, responda às questões.
1 Qual região do país conta com maior disponibilidade de recursos hídricos?
2 Qual região tem menor disponibilidade de recursos hídricos?
3 Na região onde você mora, qual é a porcentagem de recursos disponível? Em relação a outras re-giões, em qual colocação ela se encontra?
4 Considerando que, no Brasil, a região mais habitada é o Sudeste e que a segunda menos habitada é
o Norte, o que é possível concluir sobre a disponibilidade de água nessas regiões?
Distribuição dos recursos hídricos no Brasil
Região Sudeste
Região Norte Região Centro-Oeste
Região Nordeste
Região Sul
68%
3%
6%
7%
16%
43
Regiões hidrográficas
O Brasil foi dividido em 12 regiões hidrográficas. Essa divisão foi uma iniciativa do
governo federal com o objetivo de administrar os recursos hídricos brasileiros. Cada região
é formada por uma bacia ou um grupo de bacias próximas, que apresentam características
Fonte: IBGE. Atlas nacional do Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: <http://mapas.ibge.gov.br/images/pdf/mapas/mappag99.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2017. Adaptação.
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Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco
É muito importante que a água doce seja
abundante e de qualidade. Infelizmente,
muitas vezes, as atividades humanas impac-
tam negativamente o ambiente, trazendo
consequências indesejáveis para a qualidade
dos recursos hídricos.
Para garantir a qualidade dos recursos
hídricos brasileiros, a hidrografia do nosso
país foi dividida em 12 regiões, como vere-
mos adiante. Isso facilita o acompanhamen-
to e gerenciamento da situação desses re-
cursos pelo governo federal.
Selecione ao menos dois rios do município onde você mora e realize uma pesquisa com o objetivo de responder às questões seguintes.
Como está a situação ambiental dos rios selecionados? Eles são poluídos? Há situações de escassez?
Quais ações realizadas pela população interferem negativamente na qualidade desses rios?
Que atitudes podem ser tomadas para preservar a qualidade desses rios?
pesquisa
Águas superficiais
O relevo pode ser modelado pelas águas de um rio, que percorrem um caminho até che-
gar à sua foz. Nesse caminho, desgastam o relevo e carregam os sedimentos para as por-
ções mais baixas. Mas o percurso dos rios também é condicionado pelo relevo, por meio das
barreiras naturais que determinam seu caminho. Desse modo, cada rio funciona como um
grande escoadouro de água de uma área até outro rio, que leva a outro e assim por diante,
até que deságuem no oceano. No território brasileiro, há muitos rios, distribuídos por várias
bacias hidrográficas.
44
Geografia
leitura cartográfica
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1 Qual é a maior região hidrográfica brasileira?
2 A legenda do mapa menciona rios intermitentes, representados em tracejado. Faça uma pesquisa e descubra o que são rios intermitentes. Em quais regiões hidrográficas eles são encontrados?
3 A unidade da federação onde você mora faz parte de quais regiões hidrográficas? Identifique os rios principais dessas regiões.
Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Panorama da qualidade das águas superficiais do Brasil: 2012. Brasília, 2012. p. 31. Disponível em: <http://www3.ana.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/publicacoes#educativos>. Acesso em: 15 jan. 2019. Adaptação.
naturais, sociais e econômicas mais ou menos similares. Essa divisão foi instituída pela
Cada região hidrográfica abrange bacias de diferentes tamanhos e composições.
Observe, no mapa, a distribuição das regiões hidrográficas brasileiras e, depois, responda
às questões.
Ao estudar as regiões do Brasil, nos capítulos seguintes, você vai conhecer melhor as
características de cada uma das regiões hidrográficas brasileiras.
Brasil: regiões hidrográficas
45
Águas subterrâneas
Além de uma extensa rede hidrográfica, boa parte dos recursos hídricos disponíveis do
Brasil está localizada em reservas de águas subterrâneas. Existem pelo menos 27 aquíferos
de profundidade em nosso território, entre os quais se destacam o Sistema Aquífero Grande
Amazônia (SAGA) e o Sistema Aquífero Guarani (SAG).
leitura cartográfica
As águas subterrâneas englobam toda a água que está abaixo da superfície da Terra. Es-
sas águas se infiltram em solos, rochas ou fraturas, preenchendo os poros ou vazios de parte
da crosta. Os aquíferos, por sua vez, são as reservas de água encontradas em formações geo-
lógicas compostas por rochas permeáveis. Ambos têm grande importância e são abundantes
no território brasileiro.
Observe, no mapa, a localização dos dois principais aquíferos do Brasil.
Responda às questões de acordo com o mapa.
1 O SAG abrange quais unidades da federação?
2 Sob quais unidades da federação brasileiras o SAGA se estende?
Ta
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Fontes: BORGHETTI, Nádia R. B.; BORGHETTI, José R.; ROSA FILHO, Ernani F. da. Aquífero Guarani: a verdadeira integração dos países do Mercosul. Curitiba: GIA, 2004; SILVEIRA, Evanildo da. Forças ocultas. Revista Planeta, São Paulo, n. 531, 19 jun. 2017. Disponível em: <http://www.revistaplaneta.com.br/reservas-ocultas/>. Acesso em 23 ago. 2017. Adaptação.
Brasil: grandes aquíferos
46
Geografia
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Oceano Atlântico
Crosta continental Crosta oceânica
Linha-base
Mar territorial(12mn*)
ZEE – Zona Econômica Exclusiva (200 mn)
*mn: milha náutica
Fonte: SENADO FEDERAL. Mais 4,5 milhões de km² em riquezas. Revista Em Discussão, ano 3, n. 10, mar. 2010. p. 44. Disponível em: <https://www.senado.gov.br/NOTICIAS/JORNAL/EMDISCUSSAO/upload/201201%20-%20marco/pdf/em%20discuss%C3%A3o!_marco_2012_internet.pdf>. Acesso em: 25 out. 2018. Adaptação.
O mar brasileiro
O mar sempre fez parte da nossa história. Os primeiros colonizadores chegaram ao Brasil
cruzando o Oceano Atlântico. As primeiras cidades e atividades econômicas também foram
estabelecidas a partir do litoral. Essas circunstâncias se refletem até hoje em nosso espaço
O Brasil tem direito de explorar com exclusividade todos os bens econômicos existen-
longo de uma faixa litorânea de 200 milhas náuticas de largura, chamada de Zona Econômica
mar. Observe, no infográfico abaixo, a importância do mar para o Brasil.
Importância do mar brasileiro
A biodiversidade é
aproveitada na aquicultura e
em estudos científicos.
Diversidade de recursos
minerais, como petróleo e gás,
além de sal e água potável,
que podem ser produzidos a
partir da água salgada.
por meio de atividades ligadas ao
mar – portos, transporte, pesca,
alimentos, turismo, esporte e lazer.
Pd
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20
19
Di
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o desnível provocado pelas marés; energia
das ondas; energia do gradiente térmico,
que é a diferença entre a temperatura da
água da superfície e a da profundidade.
3 aquíferos representados no mapa?
4
ou por ambas?
47
1 Cite algumas causas dos impactos que degradam os mares brasileiros.
2 Quais regiões do território brasileiro são as maiores responsáveis pela poluição dos mares?
3 Por que a construção descontrolada de moradias perto do mar é uma das vilãs dos ecossistemas marinhos? Relacione sua pesquisa com a situação apresentada na imagem acima.
4 As Unidades de Conservação marinhas protegem a biodiversidade do mar. Realize uma pesquisa
sobre uma dessas unidades no Brasil. Inclua a localização, a unidade da federação a que perten-ce, um pequeno histórico e sua importância para a preservação da qualidade ambiental dos mares brasileiros.
Esgoto despejado no mar
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A poluição dos mares é uma questão
que tem preocupado ambientalistas e go-
vernos no mundo todo, pois ameaça a bio-
diversidade marinha. No Brasil, cientistas
alertam que a situação ambiental dos mares
é crítica. Pesquise em fontes como jornais,
revistas e na internet alguns dos problemas
mais recorrentes na zona costeira brasileira.
Em seguida, responda às questões.
olhar geográfico
48
Geografia
1 O relevo brasileiro não apresenta altitudes elevadas. Explique por que isso ocorre.
2 Em relação ao relevo brasileiro, marque V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas. Em seguida, corrija as afirmações falsas.
( ) O relevo brasileiro é constituído predominantemente por planaltos.
( ) As depressões são áreas planas, de baixa altitude, resultantes de processos de deposição de sedimentos.
( ) Os planaltos ocorrem apenas em áreas de rocha sedimentar.
( ) O centro-sul do Brasil é predominantemente constituído por depressões.
( ) As planícies correspondem ao relevo de menor extensão no território brasileiro e ocorrem pela deposição de sedimentos.
3 As formas de relevo influenciam as atividades humanas e vice-versa, tanto nas áreas rurais quanto nas urbanas. Explique como isso ocorre.
4 O que é uma região hidrográfica?
5 De acordo com o mapa, escolha as pa-lavras do quadro que completam cor-retamente as lacunas do texto em rela-ção ao tipo de rocha de relevo e área de abrangência do Aquífero Guarani.
cristalinas planície
planalto Paraguai
Argentina sedimentares Chile Uruguai
Fontes: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016; BORGHETTI, Nádia R.
B.; BORGHETTI, José R.; ROSA FILHO, Ernani Francisco da. Aquífero Guarani: a verdadeira integração dos países do Mercosul. Curitiba:
GIA, 2004. Adaptação.
O Aquífero Guarani ocorre no Brasil, predominantemente em áreas formadas por rochas
, em relevo de , e ultrapassa as fronteiras do
nosso território, estendendo-se por três países: , e
.
o que já conquistei
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Brasil: físico e Aquífero Guarani
49
capí
tulo Características
naturais do Brasil: clima e vegetação
4
A diversidade das paisagens naturais brasileiras está re-
lacionada à interação de vários fatores. Entre eles, podem-se
destacar a forma como o clima e a vegetação se distribuem
no território brasileiro e como esses elementos interagem
entre si. Identifique alguns aspectos da paisagem do interior
nordestino retratados na imagem. Em sua opinião, quais
os elementos que você vê na paisagem? Por quê? Essa pai-
sagem pode ser encontrada em todo o território nacional?
Por quê?
• Fatores climáticos
• Climas do Brasil
• Vegetação e domínios de natureza do Brasil
o que vocêvai conhecer
©Pulsar Imagens/Cassandra Cury
50
Geografia
• Identificar os fatores que influenciam os climas do Brasil.
• Classificar os diferentes tipos de clima do Brasil.
• Conhecer a vegetação e os domínios da natureza brasileiros.
• Reconhecer os domínios morfoclimáticos brasileiros e a interação existente entre clima, relevo, vegetação e hidrografia.
objetivos do capítulo
Fatores climáticos
A maior parte do Brasil está localizada na Zona Tropical, por isso os climas quentes são predo-
minantes em nosso território. No entanto, é importante lembrar que o clima é influenciado por
uma série de fatores naturais, como relevo, latitude, proximidade do mar e massas de ar. Pode
sofrer influência até mesmo das atividades humanas, como a da poluição gerada por indústrias e
automóveis. Em decorrência desses fatores, nosso país apresenta variações climáticas regionais.
A seguir, você vai conhecer alguns desses fatores que influenciam os climas do Brasil.
Massas de ar
A atmosfera apresenta extensas áreas com as mesmas características de temperatura, pres-
são e umidade, denominadas massas de ar. Devido às diferenças de pressão atmosférica, quando
essas massas se deslocam, levam consigo as propriedades adquiridas na região de origem. Cinco
massas de ar costumam atuar sobre o território brasileiro. Cada uma delas apresenta ca-
racterísticas distintas e varia conforme a estação do ano. Para entender melhor as origens
dessas massas de ar, faça a leitura dos mapas, comparando-os.
leitura cartográficaT
ali
ta K
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y B
ora
Fonte: MONTEIRO, Carlos A. de F. A climatologia do Brasil ante a renovação atual da Geografia: um depoimento. São Paulo: USP, 1973. p. 1-15. (Métodos em questão, v. 6). Adaptação.
Brasil: massas de ar
51
Com base nos mapas “Brasil: massas de ar”, responda às questões.
1 Identifique quais massas de ar atuam no Brasil.
2 Quais delas se originam sobre o continente? E sobre o oceano?
3 Quais massas de ar atuam sobre a unidade da federação onde você mora no verão? E no inverno?
4 Compare o comportamento da massa de ar equatorial continental no verão e no inverno. Quais são os principais motivos para a alteração no comportamento dessa massa?
Compare as informações apresentadas nesta tabela sobre as massas de ar que atuam no
Brasil com as informações dos mapas “Brasil: massas de ar”.
CARACTERÍSTICAS DAS MASSAS DE AR QUE ATUAM SOBRE O BRASIL
Massa de ar Características Consequências
Massa equatorial continental (mEc)
Massa de ar quente formada no interior da Amazônia. Apesar de ser continental, é muito úmida devido à intensa evaporação causada pela radiação solar sobre a vegetação densa e úmida da floresta.
Durante todo o ano, é responsável pelo forte calor e pelas chuvas no norte- -noroeste do Brasil; durante o verão, atua no centro-sudeste e até em algumas partes do sul do país.
Massa equatorial atlântica (mEa)
Quente e úmida, pois se origina sobre o Oceano Atlântico, na região equatorial.
Provoca chuvas quando atinge os litorais norte e nordeste do Brasil.
Massa tropical continental (mTc)
Quente e seca, forma-se próximo ao Trópico de Capricórnio, na América do Sul.
Atua ocasionalmente no sul e no sudeste do Brasil, provocando temperaturas elevadas e baixa umidade.
Massa tropical atlântica (mTa)
Originalmente é úmida, pois se forma sobre o Oceano Atlântico.
Causa chuvas nos locais onde atua. No inverno, instala-se sobre o centro do Brasil, onde perde sua umidade, tornando-se seca e estável, impedindo a chegada de ventos
úmidos capazes de trazer chuva. Por isso,
os invernos são secos em grande parte do interior brasileiro, especialmente no Centro-Oeste, oeste de São Paulo e parte
de Minas Gerais.
Massa polar atlântica
(mPa)
Forma-se sobre o Oceano
Atlântico sul, próximo à
Patagônia, na Argentina.
É uma massa de ar fria e seca, porém, à
medida que circula pelo oceano, torna--se úmida. Quando chega ao território
brasileiro, provoca frentes frias que ocasionam chuvas seguidas de queda na
temperatura nos lugares por onde passa. Está associada também à ocorrência de
geada e, às vezes, de precipitação de neve no sul do país.
Quais as características das massas de ar que atuam na região onde você mora?
52
Geografia
Pesquise, em jornais ou sites confiáveis, a previsão do tempo para o dia de hoje e res-
ponda: Como as massas de ar estão influenciando as condições do tempo em seu município
nesse dia?
Latitude
No Brasil, as latitudes próximas à Linha do Equador recebem os raios solares perpendi-
cularmente à superfície terrestre. Como são aquecidas com mais intensidade, essas áreas
tendem a apresentar temperaturas mais elevadas. Nas latitudes ao sul do Trópico de Ca-
pricórnio, que abrange quase a totalidade da Região Sul, os raios solares incidem sobre a
superfície terrestre com mais inclinação, aquecendo essas áreas com menos intensidade, o
que resulta em temperaturas médias menos elevadas.
Altitude e relevo
De modo geral, é possível afirmar que, quanto
maior for a altitude, mais baixa será a temperatura do
ar. Nas regiões próximas ao nível do mar, o ar é mais
denso, por isso retém mais o calor absorvido e irradia-
do da superfície. Já nas regiões de maior altitude, o ar
é mais rarefeito, por isso sua absorção de calor é me-
nor. As cidades de Gramado (RS) e Lajeado (RS), por
exemplo, apresentam latitudes muito similares e são
próximas (168 quilômetros de distância), mas Gra-
mado tem temperatura média anual três graus mais
baixa que a de Lajeado. Isso ocorre porque Gramado
se situa em região serrana, a mais de 840 metros de
altitude, e Lajeado localiza-se a 31 metros de atitude.
O relevo brasileiro também influencia o clima, es-
pecialmente porque interfere na circulação do ar e das
chuvas. Atua como barreiras, no caso das serras, ou
como facilitadores para a circulação das massas de ar, no
caso das planícies. Na Região Nordeste, por exemplo, o
Planalto da Borborema atua como uma barreira natural
para a entrada da umidade vinda do Oceano Atlântico,
sendo um dos fatores que contribuem para a ocorrência
do clima semiárido característico do Sertão Nordestino,
como explica o texto na página 2 do material de apoio.
Proximidade do mar
Na extensa costa brasileira, as cidades litorâneas apresentam menor variação de tempe-
ratura, pois, durante o dia, as águas absorvem o calor solar mais lentamente, resfriando-se
também lentamente durante a noite. Já em grande parte do interior do Brasil, distante de
grandes massas de água, é comum haver maior amplitude térmica diária e menos umidade.
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Neve no inverno em Gramado, RS, 2013
Lajeado, RS, 2009
53
As grandes cidades apresentam condições climáticas que sofrem influência da própria
urbanização. Sobre esse assunto, leia o texto seguinte.
olhar geográfico
GALVÃO, Walder. Como as grandes obras verticais estão criando ilhas de calor em Brasília? Disponível em: <https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2018/01/28/interna_cidadesdf,656221/como-as-grandes-obras-verticais-estao-criando-ilhas-de-calor-no-df.shtml>. Acesso em: 27 out. 2018.
Como as grandes obras verticais estão criando ilhas
de calor em Brasília?
Tempo seco, umidade baixa e calor são características conhecidas do clima sob o qual os brasilien-ses vivem boa parte do ano. No entanto, o que era para ser um fenômeno natural está se agravando em áreas verticalizadas da cidade. Brasília deveria ter o clima extremamente ameno, mas grandes construções no Distrito Federal geram ilhas de calor. Estudos e especialistas apontam o aumento da temperatura nos Setores Bancários Sul e Norte e na região de Águas Claras. A variação pode ser de até 6°C e o calor permanece por mais tempo. A falta de vegetação e de planejamento são as principais causas desse problema.
A especialista em arquitetura e urbanismo e bioclimatismo da Universidade de Brasília (UnB) Mar-ta Bustos Romero explica que há aumento da temperatura nas áreas com mais construções. [...]
Segundo ela, os materiais urbanos, como concreto e pavimentação, têm capacidade [de absorção de calor] diferente dos elementos naturais. “A luz do sol é refletida para a atmosfera, porém, esses elementos absorvem o calor e não devolvem instantaneamente. As superfícies ficam aquecidas e a temperatura só volta a ser redistribuída à noite”, esclarece. Com isso, ocorre o aumento do calor tanto no período diurno, quanto no noturno, além da dificuldade de ventilação.
[...]
De acordo com o texto e os fatores climáticos, responda às questões seguintes.
1 Comparando o clima de Brasília com as massas de ar que atuam nessa região, é possível identificar
quais semelhanças?
2 Explique a dinâmica do fenômeno denominado ilha de calor.
3 Como o ser humano interfere no clima das áreas urbanas?
4 Pesquise e responda: Quais atitudes podem ser tomadas para amenizar o fenômeno das ilhas de calor?
54
Geografia
Climas do Brasil
Determinar os tipos de clima de um país é um trabalho essencial, pois esse conhecimen-
to pode ajudar no planejamento e nos investimentos governamentais, de acordo com as
características climáticas de cada região. Essa definição exige estudos complexos e, muitas
vezes, pode não apresentar um resultado único. Isso acontece porque caracterizar um tipo
climático depende de vários fatores combinados entre si. Dessa forma, é possível existir di-
ferentes classificações climáticas para um mesmo país.
O climatologista José Bueno Conti classificou os climas do Brasil em seis tipos. Conheça
cada um deles.
Fonte: CONTI, José B.; FURLAN, Sueli A. Geoecologia: o clima, os solos e a biota. In: ROSS, Jurandyr L. S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: USP, 2005. p. 107. Adaptação.
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Brasil: climas
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Clima equatorial úmido
O clima equatorial úmido ocupa grande extensão do território nacional, abrangendo quase
toda a Região Norte, com exceção do Tocantins e da porção sudeste do Pará. Apresenta tempe-
ratura média anual superior a 25 ºC, pequena amplitude térmica e chuvas abundantes durante
quase todo o ano. Esse clima sofre influência principalmente da massa equatorial continental,
responsável pela grande ocorrência de chuvas na região. Muitas ve-
zes, ocorrem chuvas convectivas, que são aquelas provenientes da
evapotranspiração dos rios e da Floresta Amazônica. Dependendo da
força da massa polar atlântica, ela pode atingir a Região Norte no in-
verno, causando o fenômeno conhecido por friagem.
Clima equatorial semiúmido
Esse clima ocorre no extremo norte do país, em Roraima, no Pará e em uma pequena
porção do Amazonas. Diferencia-se do clima equatorial úmido apenas em relação à quanti-
dade de chuvas, pois, nessas áreas, existe um período em que as chuvas não são abundantes.
evapotranspiração: transferência de vapor-d’água para a atmosfera, que ocorre devido à evaporação da água de rios, lagos, mares e solos e à transpiração de plantas e animais.
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Você sabia que muitas
chuvas que ocorrem no Sul,
Sudeste e Centro-Oeste do
Brasil são causadas por cor-
redores de umidade vindos
da Amazônia, denominados
“rios voadores”? Observe a
ilustração e entenda como
eles são formados.
curiosidade?
Fonte: PROJETO RIOS VOADORES. Disponível em:
<http://riosvoadores.com.br/o-projeto/fenomeno-
dos-rios-voadores/>. Acesso em: 28 out. 2018.
Essa unidade avança em sentido
oeste até atingir a Cordilheira dos
Andes. Durante essa trajetória, o
vapor-d'água sofre uma recirculação
ao passar sobre a floresta.
A intensa
evapotranspiração
e condensação
sobre a Amazônia
produz a sucção dos
alíseos, bombeando
esses ventos
para o interior do
continente, gerando
chuvas e fazendo
mover os rios voadores.
Na faixa equatorial
do Oceano Atlântico, ocorre intensa
evaporação. É lá que
o vento carrega-se de
umidade.
Na fase final, os rios voadores ainda podem alimentar os reservatórios de
água do Sudeste e da Região Sul, se
dispersando pelos países fronteiriços, como Paraguai e Argentina.
Quando a umidade
encontra a
Cordilheira dos
Andes, parte dela se precipitará
novamente,
formando as cabeceiras dos rios
da Amazônia.
A umidade que atinge a
região andina em parte
retorna ao Brasil por meio
dos rios voadores e pode precipitar em outras regiões.
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56
Geografia
1 Com base no estudo dos climas do Brasil, complete a tabela abaixo com as informações que estão faltando.
Clima Pluviosidade Temperatura Área de influência
Equatorial úmido Temperatura média anual superior a 25 ºC,
com pequena amplitude térmica.
Apresenta um período do ano em que chove
menos.
Extremo norte do Brasil.
Tropical Temperatura média anual entre 20 ºC e 25 ºC.
Caracterizada pela
escassez de chuvas.
Temperaturas elevadas
ao longo de todo o ano.
Subtropical Sul do Brasil.
Clima tropical
O clima tropical também é chamado de
tropical continental ou típico. Com tempera-
tura média anual de 20 ºC a 25 ºC, manifes-
ta-se nas regiões central e leste do Brasil. Na
porção central, apresenta duas estações de
chuvas bem definidas, com maiores índices
pluviométricos no verão, sob a ação da mas-
sa equatorial continental, e invernos secos.
Nas áreas litorâneas, as chuvas ocorrem pra-
ticamente o ano todo.
Clima tropical semiárido
Esse é o clima característico do interior do
Nordeste brasileiro, área chamada de Sertão.
Caracteriza-se por apresentar temperaturas
elevadas ao longo de todo o ano e escassez de
chuvas – de 400 a 800 milímetros anuais. Além
disso, as chuvas ocorrem apenas de dezembro
a março, pela ação das massas equatorial conti-
nental e equatorial atlântica, quando esta tem
força para atingir o Sertão ainda com umidade.
Quando as chuvas não vêm, ocorre a estiagem,
que provoca graves consequências: os rios e os
solos secam, prejudicando a agricultura e a so-
brevivência da população.
Clima tropical de altitude
Ocorre em áreas elevadas do Sudeste e
partes do Paraná e do Mato Grosso do Sul.
Apresenta temperatura média anual mais
baixa em relação ao clima tropical, em virtu-
de das altitudes elevadas e das frentes po-
lares. As chuvas se distribuem ao longo do
ano, mas são mais concentradas no verão,
sobretudo nas encostas litorâneas.
Clima subtropical
Presente no Sul do Brasil. A denominação
subtropical refere-se à localização da região,
que fica ao sul do Trópico de Capricórnio.
Como a incidência da energia solar na região
é mais baixa devido à latitude, as temperatu-
ras médias anuais são mais baixas em relação
ao clima tropical. Os invernos são frios, devi-
do à massa polar atlântica, que pode reduzir
bastante as temperaturas, com mínimas até
abaixo de 0 ºC, especialmente nas áreas mais
elevadas, causando geadas e até neve. As
chuvas são bem distribuídas ao longo do ano,
e as quatro estações do ano, relativamente
bem definidas.
57
A temperatura e a pluviosidade média de determinado lugar podem ser representadas em
um gráfico denominado climograma. Com a leitura dele, podemos ter uma visão do comporta-
mento do clima de determinado lugar. Observe o climograma de Curitiba, capital do Paraná.
olhar geográfico
Observe a tabela seguinte, com os dados de temperatura e pluviosidade do município de Cuiabá, capital do Mato Grosso. Com base nesses dados, construa um climograma no espaço abaixo.
Meses Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Temperatura (ºC) 26,6 26,5 26,5 26,0 24,3 23,0 22,8 25,0 26,6 27,4 27,2 26,9
Pluviosidade (mm) 215 210 170 70 50 15 15 15 60 120 165 200
Fonte: INPE. Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. Disponível em: <http://img0.cptec.inpe.br/~rclima/climatologias/mensal/capitais/curitiba.gif>. Acesso em: 28 out. 2018.
Com base no climograma construído, responda às questões.
a) Quais são os três meses menos chuvosos no município de Cuiabá? E os três meses mais chuvosos?
Climograma de Curitiba
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°C
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Geografia
b) Quais são as temperaturas médias mínima e máxima?
c) Qual é a relação entre a chuva e as estações do ano nessa cidade? Qual tipo de clima é predo-minante?
d) De acordo com os climogramas de Curitiba e de Cuiabá, elaborado por você, que diferenças de temperatura e a pluviosidade há entre essas duas cidades?
Vegetação e domínios de natureza no Brasil
A vegetação brasileira é uma das mais diversas do mundo. Ao percorrer toda a extensão
territorial brasileira, encontramos desde florestas exuberantes, com árvores que ultrapas-
sam facilmente os 30 metros de altura, campos naturais de gramíneas em montanhas, até
plantas adaptadas ao clima seco, como cactos.
Essa diversidade das forma-
ções vegetais resulta das interações
entre diferentes características
ambientais, como solo, relevo, hi-
drografia e clima. O geógrafo Aziz
Ab’Sáber, considerando a comple-
mentaridade entre esses aspectos,
reconheceu seis diferentes espaços
naturais no Brasil, que denominou
domínios morfoclimáticos. Essa di-
visão considera as relações entre re-
levo, clima, vegetação e hidrografia
de cada região. Entre esses espaços,
ocorrem as faixas de transição.
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Fonte: AB’SÁBER, Aziz. Os domínios da natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. Adaptação.
faixas de transição: são áreas em que existem elementos de um ou outro domínio, ou seja, os aspectos
naturais não são homogêneos. A Mata dos Cocais e o Pantanal são exemplos de faixa de transição.
Brasil: domínios morfoclimáticos
59
Os relevos predominantes
no Domínio Amazônico são
as planícies, as depressões e
os baixos planaltos. A vegeta-
ção é constituída pela Floresta
Equatorial Amazônica, forma-
da por árvores de grande e
médio portes. Com um clima
quente e úmido, a hidrogra-
fia é formada por uma enor-
me quantidade de cursos de
água, os que formam a Bacia
Amazônica.
No Domínio do Cerrado, predomina a vegetação de mesmo
nome, que cobre extensas áreas de planalto. Essa vegetação é
formada principalmente por gramíneas, arbustos e árvores de
casca grossa e galhos retorcidos. O clima dominante é o tropical,
com duas estações: verão chuvoso e inverno seco. Nesse domí-
nio, localizam-se as nascentes dos principais rios de importantes
bacias hidrográficas do país, como o São Francisco, o Paraná, o
Araguaia e o Tocantins.
A região do Cerrado é também
chamada Berço das Águas,
porque é um local que dá
origem a importantes regiões
hidrográficas brasileiras,
como a do Amazonas, do São
Francisco e do Paraná. Por
estar fortemente ameaçada
pela diminuição da vegetação
nativa, sua preservação é muito
importante não só para essa
região como para todo o Brasil.
A vegetação da Região
Centro-Oeste vem sofrendo
alterações significativas nas
últimas décadas devido ao
desmatamento causado pela
ação humana, motivado,
principalmente, pela expansão
da fronteira agrícola para
a plantação de produtos
voltados à exportação.
Vista aérea do Rio Mucajaí, Mucajaí, RR, 2012
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©Pulsar Imagens/Andre Dib
Domínio do Cerrado, Chapada dos Veadeiros, GO, 2017
60
Geografia
O Domínio das Caatingas está localizado na área de clima tropical semiárido, com chu-
vas escassas e irregularmente distribuídas ao longo do ano. Há muitos rios temporários na
área desse domínio, que apresenta uma vegetação de baixo porte, como algumas espécies
de arbustos e cactos, adaptada à carência de chuvas, e solos rasos.
O Domínio dos Mares de Morros apre-
senta um relevo de planalto com morros.
Sua vegetação original é a floresta tropi-
cal, que, atualmente, se encontra bastante
alterada. Segundo a organização SOS Mata
Atlântica, restam 8,5% de remanescentes
florestais acima de 100 hectares do que
existia originalmente. Somados todos os
fragmentos de floresta nativa acima de
três hectares, têm-se atualmente 12,5%.
Essa floresta apresenta plantas que se
desenvolvem em clima úmido e é uma das
áreas mais ricas em biodiversidade e tam-
bém mais ameaçada do planeta.
Localizado na porção sul do país, nas
partes mais elevadas do Planalto Meri-
dional, encontra-se o Domínio das Arau-
cárias. Esse domínio é caracterizado por
plantas de diferentes portes, entre as
quais se destacam as araucárias, espécie de
pinheiro, adaptadas ao clima subtropical
úmido. A Floresta de Araucárias também já
sofreu grande devastação, restando ape-
nas alguns pequenos núcleos da floresta
original.
Vegetação da caatinga no período das chuvas (à esquerda) e após longa estiagem (à direita), quando boa parte da vegetação seca e perde as folhas, Penaforte, CE, 2014 e 2016, respectivamente
Domínio dos Mares de Morros, na Serra da Bocaina, Silveiras, São
Paulo, 2011
Domínio das Araucárias, sul do Brasil
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O Domínio das Pradarias, também chamado Pampa, apresenta vegetação formada por
poucas árvores próximas ao leito dos rios e por gramíneas, que cobrem as áreas planas e as
coxilhas do extremo sul do país. A paisagem também apresenta
banhados, ecossistemas alagados onde são encontradas várias
espécies de animais. O clima subtropical apresenta chuvas dis-
tribuídas ao longo do ano e frio no inverno.
Entre as faixas de transição, há a Mata dos Cocais, situada entre o Domínio Amazônico
(úmido) e o Domínio das Caatingas (seco). Nela, destacam-se espécies de palmeiras, como o
babaçu e a carnaúba. Já o Pantanal apresenta uma vegetação bastante diversificada. Nele,
-
levo é plano, e o clima é quente, com uma estação seca e outra chuvosa, a qual faz transbor-
dar os grandes e volumosos rios da região.
Domínio das Pradarias, São Gabriel, RS, 2010
coxilhas: denominação dada, no sul do Brasil, às formas de relevo suaves e onduladas, encontradas no Domínio das Pradarias principalmente.
Pantanal, Corumbá, MS, 2018 Mata dos Cocais em Barrerinhas, MA, 2018
©Pulsar Imagens/Ale Ruaro
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Geografia
o que já conquistei
1 Uma das ferramentas mais usadas para ana-lisar o clima de um lugar é o climograma. Os gráficos trazem algumas informações sobre o clima de três municípios brasileiros.
Fonte: MENDONÇA, Francisco; DANNI-OLIVEIRA, Inês M. Climatologia: noções
básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de textos, 2007. p. 163.
Fonte: CPTEC/INPE. Disponível em: <http://img0.cptec.inpe.br/~rclima/climatologias/mensal/capitais/brasilia.gif>. Acesso em: 28 out. 2018.
Fonte: CPTEC/INPE. Disponível em: <http://img0.cptec.inpe.br/~rclima/climatologias/mensal/capitais/portoalegre.gif>. Acesso em: 28 out. 2018.
a) De acordo com as características do clima tropical semiárido e observando os climogramas, indique qual deles se refere ao município de Petrolina, em Pernambuco, situado em área de atuação desse tipo de clima.
b) Explique como você chegou a essa conclusão.
2 Leia a notícia seguinte.
Moradores de São Francisco de Paula, no RS, registram neve
Moradores da cidade de São Francisco de Paula, na Serra do Rio Grande do Sul, registraram neve na madrugada deste domingo [17/07/2016]. [...]
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), também houve ocorrência de neve fraca em Bom Jesus e Cambará do Sul, nos Campos de Cima da Serra gaúcha. Lá, os termôme-tros marcaram -1°C e -2°C, respectivamente.
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"Para a ocorrência de neve, é preciso ter uma massa polar intensa e umidade no ar. A frente fria que passou pelo estado deixou essa umidade e o choque com a massa polar provocou a ocorrência de neve", sustentou o meteorologista do Inmet Gil Russo. Os meteorologistas já pre-viam o fenômeno nas partes mais altas da Serra, o que levou milhares de turistas à região. [...]
MORADORES de São Francisco de Paula, no RS, registram neve. Disponível em: <http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2016/07/moradores-de-sao-francisco-de-paula-no-rs-registram-acumulo-de-neve.html>. Acesso em: 28 out. 2018.
De acordo com o texto e seus conhecimentos sobre os climas do Brasil, responda às questões.
a) Os municípios citados no texto localizam-se no Rio Grande do Sul. Qual tipo climático atua nessa unidade da federação? Quais suas características?
b) Cite os fatores climáticos responsáveis pela ocorrência de neve citada no texto.
3 As características da vegetação de um domínio morfoclimático estão relacionadas ao clima desse es-paço natural. Complete a tabela com as características dos domínios representados pelas imagens.
local, data.
Nome do domínio Tipo de climaCaracterísticas
climáticas
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São Sebastião, SP, 2018
Potiretama, CE, 2017
Ponte Alta do Tocantins, TO, 2018
64
Material de apoio7°. ano – Volume 1
Geografia
Capítulo 3 – Página 34
Como e quando se formaram as Cataratas?
Há cerca de 1 a 1,5 milhões de anos as Cataratas do Iguaçu situavam-se na foz do rio Iguaçu, junto ao rio
Paraná. A partir do pé da Garganta do Diabo, o rio Iguaçu corre num cânion estreito de 80 a 90 m de largura
e altura média de 70 m até a sua foz, no rio Paraná. Este cânion, com 21km de extensão, foi escavado pela
erosão regressiva das cataratas, ao longo de falhas e fraturas nas rochas.
Este desnível entre os leitos dos rios Paraná e Iguaçu é devido a maior força erosiva do rio Paraná, que en-
talhou seu canal mais profundamente que seus afluentes, dando origem a uma queda na foz de cada um.
Atualmente estas quedas são encontradas a uma certa distância do rio Paraná, desde algumas centenas de
metros, no caso de rios menores, até 21km no rio Iguaçu. A percepção humana não consegue observar a ve-
locidade da erosão regressiva dos saltos (uma média entre 1,4 a 2,1 cm/ano para as Cataratas do rio Iguaçu),
porém sua marca está ilustrada pelo grande cânion do rio Iguaçu, desde a sua foz até as Cataratas.
As Cataratas do rio Iguaçu estão sobre rochas basálticas representantes do maior derrame de lavas vulcâni-
cas basálticas ocorrido na Terra, entre 120 e 130 milhões de anos, durante o Cretáceo.
Antes de ocorrer este gigantesco vulcanismo, toda superfície terrestre estava unida em um único continente,
chamado de “Pangea”, cuja porção sul reunia a América do Sul, África, Austrália, Índia e Antártida, formando
a “Terra de Gondwana”.
Esta região, naquela época, era de um enorme deserto, chamado “Deserto do Botucatu”, e foi sobre esta
paisagem desértica que aconteceu a grande ruptura da “Terra de Gondwana” com a separação continental
da América do Sul e África e a formação do Oceano Atlântico Sul.
Uma das consequências da ruptura foi o extravasamento de lavas vulcânicas basálticas e que hoje sustentam
e dão forma às Cataratas. Estes basaltos foram originados pela fusão de material preexistente em zonas
profundas da crosta terrestre ou abaixo dela e que depois subiram até a superfície através de fraturas de
distensão, provocando o derramamento do material vulcânico. [...]
A forma das Cataratas em degraus é consequência da estrutura dos derrames de basalto. As imagens mos-
tram a existência de três derrames na área das Cataratas, sendo que o contato entre os derrames superior e
intermediário criou uma subdivisão nítida nos saltos, formando um patamar constituído pela parte superior
do derrame intermediário. É nos contatos entre os derrames que a erosão atua mais efetivamente, fazendo
com que a ação das águas crie reentrâncias neste nível.
SERVIÇO GEOLÓGICO DO PARANÁ. Como e quando se formaram as Cataratas?. Disponível em: <http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=12>. Acesso em: 12 jan. 2019.
1
Por que não chove no sertão nordestino?Na realidade, chove no sertão,
como é chamada a região de clima semiárido e vegetação de caatin-ga (em amarelo no mapa). Porém a quantidade de água registrada é bai-xa, com distribuição irregular no ano. Conheça os responsáveis por essa característica.
1. Fatores oceânicos
Mesmo sob o Equador, a tempe-ratura do mar nos litorais potiguar e cearense é mais baixa em relação às áreas adjacentes. Com baixa evapora-ção, há menos umidade presente.
2. Influência do relevo
A serra da Borborema, que atra-vessa vários estados, impede a passa-gem das correntes atmosféricas úmidas que partem do oceano para o interior. Por isso chove mais no litoral.
3. Frentes polares
As frentes polares - encontro de massas de ar diferentes - causam chuvas. Mas, como elas têm pouca força quando chegam ao Nordeste, predomina um quadro de estabilidade.
4. Fatores atmosféricos
O Nordeste é uma área de alta pressão - com correntes de ar que transferem o calor para latitudes maiores -, situação que favorece a estabilidade do tempo e a ausência de chuvas.
SANTOMAURO, Beatriz; TREVISAN, Rita; FERREIRA, Caroline. Por que não chove no sertão nordestino? Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/2187/por-que-nao-chove-no-sertao-nordestino>. Acesso em: 25 out. 2018.
©Beatriz Santomauro, Rita Trevisan, Caroline Ferreira/Nova Escola
Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/2187/por-que-nao-chove-no-sertao-nordestino>. Acesso em: 25 out. 2018.
Por que não chove no sertão nordestino?
Capítulo 4 – Página 53
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