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1 À GLÓRIA DO GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO MM... AA... LL... AA... AUTORES: FRANCISCO CARLOS CAMPOS e ANTONIO FERNANDES TEIXEIRA Copyright isbn 978-85-915587-3-5 - AS MAIS ANTIGAS LEIS e REGULAMENTOS da ORDEM MAÇÔNICA VOL – IV “FIDE ET SAPIENTIA NON ARMIS” (Pela Fé e pela Sabedoria, não pelas Armas 2013

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À GLÓRIA DO GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO

MM... AA... LL... AA...

AUTORES: FRANCISCO CARLOS CAMPOS e ANTONIO FERNANDES TEIXEIRA

Copyright isbn 978-85-915587-3-5

-

AS MAIS ANTIGAS LEIS e REGULAMENTOS da ORDEM MAÇÔNICA

VOL – IV

“FIDE ET SAPIENTIA NON ARMIS”

(Pela Fé e pela Sabedoria, não pelas Armas

2013

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APRESENTAÇÃO Apresentamos neste volume uma parte de nossa história, da História da Maçonaria Universal. Sentimo-nos no dever de passar para os nossos Irmãos, como se deu a organização de nossa Ordem, qual o papel dos homens que contribuíram para isso, como os Irmãos Anderson, Desaguliers, Frederico II rei da Prússia, Albert Mackey e outros; enfim, como a maçonaria passou de operativa para especulativa, e obteve a formatação atual. Para tanto, nada melhor do que ir direto na fonte, e publicamos aqui, como se fizéssemos uma retrogradação maçônica, indo em busca nas nossas origens, os mais antigos documentos de nossa ordem, todos datados dos séculos XIV ao início do século XIX. Temos o intuito de entender, estender e deixar entender à cada um, o porque somos Maçons. Uma parte nós sabemos, que é a de nosso íntimo. Mas quantos Irmãos contribuíram para isso em séculos e séculos passados? É esse resgate histórico que queremos enfatizar. Documentos muito citados, como a Constituição de Anderson de 1723 e os Landmarks, são muito pouco divulgados e, por que não dizer, propositadamente omitidos do conhecimento dos Maçons da atualidade. Eles são controversos e polêmicos ? Sim, o são. Mas não podemos furtar dos Irmãos o conhecimento da Verdade, qualquer que seja ela. A polêmica é excelente, porque provém da geração do estudo e pesquisa. Nós os publicamos sincera e claramente, sem desvios nem rodeios, como devem escrever todos os maçons que amam a Verdade. Não ignoramos que os defensores da divina Verdade se vêem continuamente perseguidos e também escarnecidos pelos eternos cultivadores da hipocrisia. Com estoicismo temos recebido sempre todas as adversidades. Afinal, a vida sem sacrifícios não é vida. Sabemos, não ignoramos, que para todo aquele que se encontra com vontade de alcançar o ápice, o ponto mais alto da montanha do conhecimento, de onde pode vislumbrar a Luz emanada da Verdade, todo pequeno quinhão, por amargo que seja, será doce e agradável ao sabor, com o intuito de chegar ao fim desejado. As falsas e enganosas aparências produzem sempre desencanto quando se descobre a Verdade. O melhor que se pode fazer nestes casos, é nos apresentarmos tal como somos, para evitar interpretações distorcidas, que talvez mais tarde, nos aborreçam.

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Nem por riqueza, nem por destruição, nem por torpes fanatismos; senão somente encontrando o caminho da Verdade da Vida, alcançaremos a compreensão da imortalidade. Não existe força capaz de contrariar o poder da Verdade quando ela levanta, por sobre as misérias humanas, seu estandarte de redenção. Existe na Verdade, ressonâncias proféticas, orientações apostólicas, miragens em que a Humanidade tem depositado sua essência e espírito. Existe no fim, eflúvios do Divino, onde vive a Verdade com o verbo justo e onisciente do Grande Arquiteto do Universo. Da Verdade se valem os justos para fazer com que prevaleça o sentido da igualdade e da decência humana. Da Verdade se valem os moralistas, para inculcar em seus adeptos os bons costumes e as idéias corretas. Dela se valem os cientistas para desentranhar os segredos mais profundos da Natureza. Dela se valem os homens honrados, os maçons, para desmascarar os vilões diante dos puros de alma, para contrapor os prudentes com os perversos. A Verdade é como a espada de um Cavaleiro, que não a tem em sangue, se não para defesa da Justiça. As publicações que aqui seguem, foram compiladas de traduções do original em francês ou inglês, direto para o português do início do século XIX. Apresentamos antes, uma mensagem aos leitores, publicada pela primeira vez em 1949, do Irmão Luis Umbert Santos, Soberano Grande Inspetor Geral da Ordem e membro de Honra da Grande Loja Espanhola, escritor, historiador e pesquisador maçônico, para reflexão de onde viemos, o que somos e para onde vamos.

Por que sou Franco-Maçom ? Porque sou homem livre e de bons costumes, porque me subjuga o amor, porque me absorve a beleza, porque me emociona a liberdade, porque vou atrás da justiça e aspiro a felicidade da Humanidade. E a satisfação de tão elevados ideais só se encontra no seio da Franco-Maçonaria. A Franco-Maçonaria é a síntese da vida. Nada escapa a ela. Para viver necessita a seiva do Progresso que recolhe das profundezas, que vem de muito longe e que se manifesta na flor do pensamento, no desejo da ação, nas entranhas do progresso, nas fulgurações do ideal, nas realizações do ideal.

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Por isso é a única Instituição que pode e tem podido viver através dos séculos, das paixões e das tragédias humanas. Sua moral não é uma moral, é a de cada povo, a de cada tempo, de cada civilização, de cada cultura. Graças a isto não estamos ligados a uma época, nem a uma religião, nem a uma norma determinada. Combatemos o mal, o mal como o entende a maioria de cada meio; nascemos do bem como o bem se entende no momento e no núcleo em que se atua. Por isso estamos sempre em atitude evolucionista e de seguir ascendendo por meio de uma rotação constante que nos levará à perfeição. Por isso nossa obra é renovação constante. Não temos o direito de nos deter diante do tempo e do espaço. Por isso seremos eternos e por tudo nossa atitude tem sido e será de combate. Novos quixotes, somos cavaleiros andantes; nosso caminho é o mundo, quiçá o do universo quando o universo for conhecido. Os que se sentam para enxugar o suor na metade do caminho, fatigados da empreita e da jornada, não são maçons, são como os que sucumbem em pleno movimento e desertam da batalha. A Franco-Maçonaria não é nem pode ser uma religião; se o fora, sua missão estaria terminada e nós não estaríamos aqui; pelo contrário, é uma Revolução; uma Revolução constante, vigorosa, enérgica: Revolução de idéias, despojada e altruística. Rompe com todo o passado que se opõem ao porvir. Sua obra e seu pensamento são do presente e do amanhã. As religiões não nos importam a não ser pelo respeito que merecem sempre que estão isentas de fanatismo; daí nossa tolerância que nos permite admitir em nosso seio todos os homens, qualquer que seja sua crença. O Grande Arquiteto do Universo, não é senão uma fórmula, quase um símbolo, quase uma frase. Uma idéia para que cada um a aproveite na medida de sua inteligência, de sua concepção deísta ou puramente literária ou intuitiva; por isso não O definimos. Tanto é assim, que o Grande Arquiteto do Universo pode ser uma idéia, um princípio; para uns a Revolução; para outros a evolução; para todos a encarnação do próprio pensamento de cada um, sem forma nem figura, sem culto nem adoração, sem amor nem temor, sem esperança nem desilusão. É tão somente uma idéia que cada um pode harmonizar com a sua própria; desintegrá-la em seu materialismo ou enaltecê-la em sua espiritualidade; fortalecê-la para confortar-se ou estimulá-la

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em uma fantasia que pode ser raio de luz, perfume, poesia, grão ou nada. No que indubitavelmente se constitui a Franco-Maçonaria, é em um laboratório. De química, de física, de biologia, de astronomia. De moral de virtude, de bondade? De tudo. Por isso dizemos que é a síntese da vida; uma escola constante de ensinamentos, investiga porque duvida; se agiganta no combate porque sua missão é dispersar tudo o que se opõe ao progresso, desde a ignorância até o fanatismo, desde a fraqueza até a inocência. Por isso é uma fonte de caráter e de energia; de vitalidade e de renovação. Se assim não fosse não seria Franco-Maçonaria. É uma sociedade discreta e com segredos ? Isto está claro! Mas a Franco-Maçonaria não é só o conhecimento de símbolos, liturgias e de meios de conhecimento. Isto só interessa aos maçons, não interessa à humanidade; o que a esta preocupa é o aproveitamento, o rendimento em forma de verdade, em felicidade, que proporcionamos com nossa atuação. O trabalho que desenvolvemos se torna infecundo por falta de conhecimento da Franco-Maçonaria. O que nós necessitamos é nos fazermos conhecer pelo bem que desenvolvemos, o bem para a humanidade inteira; bem de liberdade, de cultura, de ensinamento, de virtude, de sacrifício, de educação, de caráter, de energia, de saudável fraternidade e bem estar social. Como? Integrando ao nosso meio os lutadores pelos altos ideais da humanidade; carne feita ação, pensamento, progresso. É o resultado de quão nobre, generoso e grande pode encerrar a aspiração de um homem. Braço, coração e cérebro. Altura do mais alto dos montes, como a argamassa que une as rochas, pesquisa o futuro fortalecendo o presente. Em suma, virtudes que não deixam morrer o fogo, sóis que dão luz e calor; energia, irradiação constante e, ao final, a apoteose que ao abrir seu leque de luz como uma sonhada fantasia de auroras, surja o homem imortal para a imortalidade de sua sabedoria, da imaginação criadora, do caráter de uma apostólica bondade na realização da felicidade do homem para o bem estar da humanidade. Tal deve ser, ao nosso juízo, a obra e a suprema aspiração dos Franco-Maçons.

CONSTITUIÇÃO DE ANDERSON Explicações sobre sua origem

A 19 de setembro de 1721, encarregou-se ao Irmão Anderson de dirigir e traçar o plano de uma Constituição, que encerrasse o

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conteúdo dos antigos documentos, Livros de Lojas etc., e as antigas disposições, levando-se em conta as mudanças do tempo e das circunstâncias. Recebeu ordens de dar nova e melhor forma as antigas Constituições Góticas. Anderson cumpriu em tão breve espaço de tempo o seu encargo, que desde 27 de dezembro do mesmo ano estava terminado e foi formada uma comissão de 14 Irmãos doutos, que receberam ordem do Grão-Mestre, para examinar o manuscrito. Esta comissão deu conta à Grande Loja do resultado do seu trabalho, e declarou “haver examinado o manuscrito de Anderson intitulado: História, Obrigações, Organização e Poesias” aprovando-o com algumas pequenas modificações. A Grande Loja em vista, concordou em autorizar o Grão-Mestre a determinar a impressão desta obra. Não se concretizou esta autorização até que a 17 de janeiro de 1723, se reafirmou o desejo da comissão, aos representantes das Lojas, que se haviam filiado a Grande Loja, e depois de examinada e aprovada, apareceu por fim a obra no decorrer do mesmo ano sob o título de: “A Constituição dos Franc-Maçons, contendo História, Obrigações, Organização e Poesias” – Londres, 1723. Desde então se considerou a Constituição aprovada e promulgada na época, como o principal documento e a base legal da Sociedade dos Franco-Maçons, a qual, por fim, adotava a forma que deveria conservar daí por diante. As Leis e as obrigações que encerra são, em realidade e por seu espírito, as contidas nos antigos documentos e observadas até então: este fato está provado em primeiro término pelo caráter oficial do Livro das Constituições, além das afirmações repetidas que sobre o assunto fizeram Anderson e Desaguliers, declarando que se conservou em toda a sua integridade, tudo que nos antigos livros tinha em seu caráter de autenticidade e antigüidade. As investigações do Irmão e historiador Kloss e o exame comparado das novas constituições com as antigas, também o confirmam. A Grande Loja da Inglaterra se achou no direito de decretar as Leis fundamentais da Confraria, porque foi o primeiro corpo maçônico regular organizado que recolheu a sucessão da Franco-Maçonaria dos tempos passados. Esta primeira edição do livro das Constituições, e que é a mais rara e célebre, contém, além de uma dedicatória do Irmão Desaguliers: 1º - Uma curta história da arte de construir, tirada das tradições da corporação.

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2º - Os antigos deveres ou leis fundamentais (Old Charges). 3º - As obrigações antigas reunidas pelo Irmão Payne. 4º - A aprovação do livro, que terminou com quatro cantos maçônicos.

DEDICATÓRIA DE DESAGULIERS À Sua Graça o Duque de Montagu Senhor Por Ordem de Sua Graça o Duque de Wharten, atual e justamente Honorável Grão-Mestre dos Franco-Maçons, e como seu Deputado, humildemente dedico a Vossa Graça este Livro das Constituições de nossa antiga Fraternidade, em testemunho de vosso honroso, prudente e vigilante desempenho do ofício de nosso Grão-Mestre durante o ano passado. Não necessito dizer a Vossa Graça, o trabalho que se tomou nosso erudito Autor para compilar e codificar este Livro dos Antigos Arquivos, e com quanta escrupulosidade comparou e expôs tudo o que é concernente à História e à Cronologia, afim de que estas Novas Constituições sejam uma justa e exata discrição da Maçonaria desde o princípio do Mundo até ao Grão-Mestrado de Vossa Graça, conservando todo o verdadeiramente autêntico nas antigas; porque alegrará a obra a todo Irmão que saiba que Vossa Graça, a leu e aprovou, e se imprime agora para uso das Lojas, depois de aprovada pela Grande Loja, quando Vossa Graça era Grão-Mestre. Todos os Irmãos recordarão a honra que lhe fez Vossa Graça. Toda Fraternidade recordará sempre a honra que haveis outorgado, assim como vosso zelo por sua Paz, Harmonia e duradoura Fraternidade, que ninguém sente mais intensamente que Meu Senhor. De Vossa Graça, reconhecido, obediente servidor e fiel Irmão,

J. T. Desaguliers Deputado do Grão-Mestre

A CONSTITUIÇÃO

História, Leis, Deveres, Ordenações, Regras e Usos da justamente honorável FRATERNIDADE dos FRANCO-MAÇONS aceitos,

COMENTÁRIOS Compilada de seus ARQUIVOS gerais e fiéis TRADIÇÕES de muitos séculos para ser lida quando da admissão de um NOVO IRMÃO pelo venerável ou um Vigilante, ou por algum outro Irmão a quem se ordene de lê-la, como segue:

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Adão, nosso primeiro Pai, criado à imagem de Deus, o Grande Arquiteto do Universo, deveu de ter escritas em seu coração as Ciências Liberais, particularmente a Geometria, porque até depois da queda, encontramos os princípios no coração de sua prole, os quais, no transcurso do tempo, foram expostas num conveniente Método de Proposições, ao observar as Leis da Proporção induzidas do Mecanismo. Assim como as Artes Mecânicas deram oportunidade aos entendidos para metodizar os elementos de Geometria, assim esta nobre ciência metodizada é o fundamento de todas as artes (particularmente da Maçonaria e da Arquitetura) e a regra que as guia e realiza. Indubitavelmente Adão ensinou Geometria a seus filhos e o seu uso nas várias Artes e Ofícios convenientes, ao menos naqueles primitivos tempos; porque vemos que Caim edificou uma cidade, a que deu o nome de seu filho primogênito Enoque. Chegou Caim a ser o Príncipe da metade do gênero humano e seus descendentes imitaram o seu régio exemplo, fomentando a nobre ciência e útil Arte.(1) Não podemos supor que Seth fosse menos instruído, pois que sendo o Príncipe da outra metade do gênero humano, e o primeiro cultivador da Astronomia, teria todo o cuidado de ensinar Geometria e Maçonaria a seus filhos, os quais também gozaram da enorme vantagem de que Adão vivera entre eles.(2) Mas prescindindo-se de incertos relatos, podemos inferir que o Mundo Antigo, que durou 1656 anos, não podia desconhecer a Maçonaria, e que as famílias de Seth e Caim construíram curiosas obras, até que ao fim, Noé, o nono descendente de Seth, recebeu de Deus a ordem de construir a enorme arca, que, embora de madeira, foi fabricada segundo os princípios da Geometria e as regras da Maçonaria. Noé e seus três filhos Jafet, Sem e Cam foram verdadeiros maçons que depois do dilúvio conservaram as tradições e a arte dos antidiluvianos e as transmitiram amplamente a seus filhos, pois um século depois do dilúvio, no ano de 1810 do mundo, 2194 A.C. vemos grande número deles se não toda a raça de Noé, congregada no Vale de Sinar ocupada em edificar uma cidade e uma alta Torre que perpetuasse seu nome e evitasse a sua dispersão. Mas quiseram levantar a Torre a tão monstruosa altura, por causa de sua vaidade, que Deus arruinou o seu projeto, confundindo as suas línguas, de modo que se dispersaram. Contudo, nem por isso é menos louvada a sua habilidade em Maçonaria, pois que empregaram mais de 53 anos

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naquela prodigiosa obra, e quando se dispersaram difundiram o seu notável conhecimento pelos países longínquos onde fundaram Reinos, Repúblicas e Dinastias. E o que desse conhecimento foi perdido depois em muitos pontos da Terra, foi conservado em Sinar e Assíria, onde Nemrod, o fundador daquela monarquia depois da dispersão, edificou grandiosas cidades como Ereck, Acad e Calnen em Sinar, donde passou à Assíria e fundou Nínive, Rebohoth e Rhetin. Nas comarcas entre o Tigre e o Eufrates floresceram depois muitos eruditos Sacerdotes e Matemáticos, chamados Caldeus, e Magos que preservaram a nobre Geometria, e os reis e senhores estimularam a Arte Real. Mas não é prudente falar com mais clareza sobre este assunto a não ser numa Loja regularmente constituída. Portanto, a Ciência e a Arte transmitiram-se de idade em idade a distantes climas, apesar da confusão das línguas, que embora produzisse nos maçons a faculdade e antiga e universal prática de conversar sem falar e conhecer-se uns aos outros a distância, não foi obstáculo para o progresso da Maçonaria em cada país e a Comunicação dos maçons em seu diferente idioma nacional. Não cabe dúvida que a Arte Real foi introduzida no Egito por Mitzraim, o segundo filho de Cam, seis anos depois da confusão babilônica e 160 depois do dilúvio, em 1816 do mundo e 2188 A.C., quando aí estabeleceu uma colônia (porque Egito em hebreu se diz Mitzraim). Vemos que o Nilo desborda e este fenômeno estimula o progresso da Geometria, pois as nobres cidades antigas e outros magníficos edifícios do país, particularmente as famosas Pirâmides, denotam o gosto e o gênio daquele antigo reino. Ademais, uma das pirâmides do Egito (3) disputou o primeiro lugar das sete maravilhas do mundo, e o relato que dela fazem os historiadores e viajantes é quase incrível. Segundo a Bíblia, os onze netos de Canaan (filho menor de Cam) fortificaram-se em poderosos redutos e grandiosas cidades amuradas, e edificaram formosos templos e mansões, porque quando os israelitas, conduzidos pelo insigne Josué, invadiram a terra de Canaan, encontraram-na tão habilmente defendida, que sem a imediata intervenção de Deus em benefício de seu povo escolhido, os cananeus teriam sido inexpugnáveis e invencíveis. Não podemos deixar de supor o mesmo para os demais filhos de Cam, como Chush, seu primogênito, no sul da Arábia, e Phut ou Phuts (agora chamado Fez) na África ocidental.

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Certamente a airosa e intrépida posteridade de Jafet (o primogênito de Noé), que emigrou das ilhas dos gentios, deve ter sido igualmente hábil em Geometria e Maçonaria, ainda que saibamos pouco de sua atividade e grandiosas obras, até que seu original conhecimento ficou perdido quase de todo entre o estrago e a desolação da guerra, e por não manter a devida correspondência com as nações cultas, pois quando em tempos posteriores se estabeleceu a correspondência, tornaram-se então habilíssimos arquitetos. Também a posteridade de Sem teve as mesmas oportunidades de cultivar a útil Arte, tanto os que estabeleceram colônias no sul e no leste da Ásia, como ainda e muito mais aqueles que no grande império assírio viveram em Estado a parte ou se confundiram com outras famílias. Ademais, a sagrada estirpe de Sem (da qual descendeu Cristo conforme a carne) não podia ser inábil nas eruditas Artes da Assíria, porque no ano de 2078 do mundo e 1916 A.C. uns 268 anos depois da confusão de Babel, saiu Abrahão de Ur dos Caldeus, onde tinha aprendido Geometria e as Artes que dela derivam, as quais transmitiria cuidadosamente a Ismael, a Isaac e a seus filhos por Keturah e por Isaac a Esaú, Jacob e os doze Patriarcas. Ademais os judeus crêem que Abrahão instruiu os egípcios na ciência assíria. Com efeito, a Família seleta usou durante muito tempo da Arquitetura Militar exclusivamente, pois moravam entre estrangeiros; mas antes de terminarem os 43 anos de sua peregrinação, 86 anos antes do êxodo, os reis do Egito obrigaram a muitos deles a deixar os seus instrumentos pastoris e seus equipamentos bélicos, e se habituaram à outra espécie de Arquitetura, de pedra e de tijolo, como a Escritura e outras histórias nos dizem, que Deus permitiu prevalecesse, a fim de que fossem eles bons maçons antes de possuírem a terra prometida, então famosa por sua elegante Maçonaria. E enquanto se dirigiam para Canaan através da Arábia, aprouve a Deus inspirar sabedoria de coração a Bezaleel, da tribo de Judá, a a Aholiab, da tribo de Dan, para que construíssem no ano do mundo 2514 e 1490 A.C., aquela gloriosíssima Tenda ou Tabernáculo onde residia a Sekina, e ainda que não fosse de pedra ou de tijolo, foi traçada segundo a Geometria como uma formosíssima peça arquitetônica (e serviu depois de modelo ao templo de Salomão) de conformidade com as plantas mostradas por Deus a Moisés no Sinai; e assim foi Moisés o Mestre Maçom Geral e rei de Jessurun, pois estava instruído em toda a

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sabedoria dos egípcios e divinamente inspirado com sublime conhecimento da Maçonaria. Assim é que os israelitas, ao sair do Egito, eram todos um povo de maçons, bem instruído debaixo da guia de seu Grão-Mestre Moisés, que às vezes os reunia numa Loja regular e geral enquanto caminhava pelo deserto, e estabeleceu deveres e ditou ordens que haviam de cumprir e obedecer. Mas não é possível dizer mais deste assunto. Uma vez os israelitas entrados na posse da terra de Canaan, no ano 2554 do mundo e 1450 A.C., não somente igualaram em Maçonaria aos antigos habitantes, mas ainda aperfeiçoaram por especial desígnio do céu. Fortificaram muito melhor e reformaram as vivendas urbanas e os palácios de seus chefes, e somente estacionaram em arquitetura sagrada enquanto se manteve em pé o Tabernáculo, embora não mais tarde; porque o mais formoso edifício sagrado dos cananeus era o templo de Dagon em Gaza dos Filisteus, magnífico e capaz de conter 5.000 pessoas debaixo de seu teto, habilmente suportado por duas colunas principais (4), e era uma admirável amostra de sua primorosa habilidade na verdadeira e perfeita maçonaria. Mas nem o templo de Dagon, nem as magníficas construções de Tiro e Sidon podiam comparar-se com o Eterno Templo de Deus, em Jerusalém, que para pasmo do mundo construiu no curto lapso de Sete anos e Seis Meses, por mandato divino, aquele Sapientíssimo varão e Gloriosíssimo rei de Israel, o Príncipe da Paz e da Arquitetura; Salomão filho de David, (a quem foi negada a honra de edificação por haver-se manchado de sangue) e o construiu sem que se ouvisse ruído de ferramentas nem rumor dos homens, apesar de estarem empregados 3.600 superintendentes e Mestres Maçons para dirigir a obra debaixo das instruções de Salomão com 70.000 operários como carregadores e 80.000 companheiros para que cortassem pedras na montanha. E ainda os recrutados sob a direção de Adonhiram para trabalhar no Líbano por turnos com os sidónios, em número de 30.000 entre ambos os turnos, resultando num total de 403.000 (5). Muito tinha Salomão que agradecer a Hiram, rei de Tiro, por tão grande número de hábeis maçons, pois tinha enviado os seus maçons e carpinteiros a Jerusalém, e ao vizinho porto de Joppa a procura de madeira de abeto e cedro do Líbano. Porém o mais valioso envio do rei de Tiro foi o seu homônimo Hiram ou Huram, o maçom mais hábil e entendido do mundo (6)

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E o prodigioso custo da obra também acrescentou à sua magnificência, porque além dos copiosos preparativos de David, seu filho Salomão, todavia rico, e os israelitas opulentos e os magnatas dos reinos vizinhos, contribuíram esplendidamente à construção do templo com ouro, prata e jóias em tal quantidade que parece incrível. Não há notícia que tivesse em Canaan outra obra maior. Os muros mediam 7.700 pé de circuito (2.371,60 mts) e nenhum edifício sagrado podia ser-lhe comparado em exatidão e proporção de dimensões, desde o magnífico pórtico do Oriente até o esplêndido e venerado Sanctum Sanctorum no Ocidente com muitos cômodos aposentos para os reis, príncipes, levitas, israelitas e gentios, pois era uma Casa de Oração para todas as nações, capaz de conter no interior, nos aposentos e nos pátios, até 300.000 pessoas, calculamos a cubagem em um hexaedro ou cubo por pessoa. E se considerarmos as 1.453 colunas de mármore de Paros e o duplo de pilares, com magníficos capitéis de diversas ordens arquitetônicas, e umas 2.246 janelas, e a inexplicável e custosa ornamentação interior (com muito mais do que se poderia dizer) bem que podemos concluir que a sua magnificência excedia a tudo quanto se possa imaginar, e que justamente tem sido considerada como a mais formosa obra maçônica jamais erigida sobre a Terra, e a primeira maravilha do mundo. No ano 3.000 do mundo e 1004 A.C. consagrou-a solenemente o rei Salomão. Mas prescindindo do que não deve nem pode ser entregue à publicidade, podemos afirmar categoricamente que por zelosos que fossem os pagãos no cultivo da Arte Real, este não se aperfeiçoou até que Deus houve por bem instruir o seu povo escolhido para a construção, primeiro do Tabernáculo e, depois, do magnificente Templo, adequado à especial refulgência de sua Glória, onde morava entre os querubins no Propiciatório, e dali dava freqüentemente oraculares respostas. Este suntuosíssimo, esplêndido, belíssimo e glorioso Templo, atraiu desde logo a investigadores artífices de outras nações que passavam algum tempo em Jerusalém para observar a peculiar excelência da construção, enquanto se permitia aos gentios; e não tardaram em se convencerem de que toda a habilidade do mundo não alcançava a sabedoria e destreza dos israelitas em arquitetura, quando o sábio rei Salomão era Grão-Mestre da Loja de Jerusalém, e o cultíssimo rei Hiram era da de Tiro, e o inspirado Hiram Abif era o Mestre da Obra, e a Maçonaria estava

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sob o imediato cuidado e direção do céu; quando os nobres e os sábios tinham como grande honra ajudar aos hábeis Mestres e Companheiros; e quando o templo do Verdadeiro Deus era a admiração dos artífices de passagem que voltando ao seu país modificavam a arquitetura de acordo com o modelo que lhes oferecia o templo. Assim é que, depois da construção do templo de Jerusalém, progrediu a Maçonaria nas nações vizinhas, pois os numerosos artífices que às ordens de Hiram Abif haviam tomado parte da obra, uma vez terminada, se dispersaram pela Síria, Assíria, Mesopotâmia, Caldéia, Babilônia, Média, Pérsia, Arábia, África, Ásia Menor, Grécia e outras partes da Europa, onde ensinaram esta arte liberal aos filhos dos varões eminentes cuja destreza serviu aos reis, príncipes e magnatas para construir grandiosos edifícios, e chegaram a ser Grão-Mestres, cada um em seu próprio território, e profiaram entre si no cultivo da Arte Real. O mesmo sucedeu na Índia, com a qual foi estabelecida correspondência, mas nenhuma nação, nem todas juntas podiam rivalizar com os israelitas nem superá-los em Maçonaria e seu templo foi constante modelo (7). Ademais, o grande monarca Nabucodonosor, com todas as suas indizíveis vantagens, nunca conseguiu elevar a Maçonaria do seu país ao excelso grau de esplendor e magnificência daquele Templo, que em seu bélico furor entregara às chamas, no ano 3416 do mundo e 588 A.C. depois de ter permanecido em todo o seu esplendor durante 416 anos contados desde a sua dedicação. Terminada a guerra e proclamada a paz geral, Nabucodonosor colocou o seu coração na Maçonaria e foi o Grão-Mestre Maçom, e secundado pelos hábeis artífices que da Judéia e de outros países tinham sido levados cativos em Babilônia, construiu as muralhas (8) desta cidade, os palácios e jardins suspensos, a ponte e o templo que foram a terceira das sete maravilhas do mundo, ainda que muito inferior à sublime perfeição da Maçonaria no formoso e santo Templo de Deus. Mas como os judeus cativos eram úteis para as grandiosas construções de Nabucodonosor, ocupando-se eles nestas obras mantiveram sua habilidade na Maçonaria, ao ponto de se tornarem capazes de reconstruir o segundo Templo e a cidade de Salém, sobre os seus antigos alicerces, o ano do mundo 3468 e 536 A.C., segundo ordenava o decreto do grande Ciro, de acordo com a Palavra de Deus que havia vaticinado a exaltação daquele monarca e seu decreto. E Ciro constituiu a Zorobabel,

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filho de Salariel (descendente de David por Natão, irmão de Salomão, cuja descendência direta estava extinguida) caudilho ou Príncipe do Cativeiro, e chefe dos judeus e israelitas que voltaram a Jerusalém e empreenderam a fundação do Segundo Templo, e o teriam terminado rapidamente se não tivesse morrido Ciro; mas colocaram finalmente a última pedra no sexto ano de Dario, rei da Pérsia, 3489 do mundo e 515 A.C., e Zorobabel, o Príncipe e Mestre Maçom Geral dos Judeus o dedicou com alegria e grandes sacrifícios, 20 anos depois do decreto de Ciro. E embora este templo de Zorobabel estivesse longe da magnificência daquele de Salomão, pois não estava tão ricamente ornamentado com ouro, diamantes e toda espécie de pedras preciosas, nem tinha a Sechina, nem as santas relíquias de Moisés, estava construído sobre os mesmos alicerces e conforme o plano daquele de Salomão, de modo que era contudo o mais regular, simétrico e magnífico edifício do mundo, como os inimigos dos judeus tinham repetidamente testemunhado e reconhecido. Com o tempo chegou a Arte Real à Grécia, cujos habitantes não nos deixaram provas de adiantamento algum na Maçonaria antes do templo de Salomão (9), porque são posteriores a este templo, os seus mais antigos edifícios, como a Acrópolis de Atenas com seu Partenon ou o Templo de Minerva, os Templos de Teseu e de Júpiter Olímpico, os Pórticos, o Foro, os Teatros e Ginásios, os Mercados públicos, as Fortificações, os Vasos de guerra e os Palácios. Algumas dessas construções foram também posteriores ao templo de Zorobabel. Não vemos que os gregos estivessem muito adiantados em Geometria antes do filósofo Tales de Mileto, que morreu no ano 3457 do mundo e 547 A.C., na época de Baltasar e do cativeiro de Babilônia. Mas o seu discípulo, o insigne Pitágoras, evidenciou a 47ª proposição do primeiro livro de Euclídes, que é o fundamento de toda a Maçonaria sagrada, civil e militar (10). Os povos da Ásia Menor estimularam bastante aos maçons por esse tempo, com a construção de toda espécie de suntuosos edifícios dos quais não deve ser esquecido o Mausoléu, o sepulcro de Mausolo, rei de Cária, entre a Lícia e Iônia em Halicarnasso, na falda do monte Tauro. Foi mandado construir por sua amorosa esposa Artemísia com esplêndido testemunho de amor conjugal. Este sepulcro era feito de puríssimo mármore e media 4411 pés de circunferência e 25 côvados de altura. Estava rodeado por 26 colunas primorosamente esculpidas, e

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aberto por todos os lados com arcos de 73 pés de largura construído e lavrados por Scopas no lado oriental; Leocares no ocidental; Briax no norte e Timóteo no sul. Eram os mais famosos Mestres Maçons e artífices da época. O Mausoléu disputou o lugar de Quarta maravilha do mundo. Depois de Pitágoras, a Geometria foi o estudo favorito da Grécia, e floresceram muitos filósofos dos quais alguns inventaram diversos postulados geométricos aplicados às artes mecânicas (11). Não cabe dúvida de que a Maçonaria progrediu a par da Geometria, ou melhor foi seguindo-a em gradual proporção de seus progressos, até que o admirável gênio de Euclídes de Tiro, residente em Alexandria, compilou, no ano 3700 do mundo e 304 A.C., os conhecidos elementos de Geometria em um Método que subsiste ainda sem emenda pelo que o seu nome será sempre famoso. Fez a compilação sob o patronato de Ptolomeu, filho de Lago, rei do Egito, um dos imediatos sucessores de Alexandre, Magno. A medida que o ensino da Geometria foi mais metódico, teve maior estima e progrediu notavelmente a Arte Real entre os gregos, os quais finalmente alcançaram nele tão elevado grau de habilidade e magnificência como seus mestres assírios e os egípcios. O rei do Egito Ptolomeu Filadelfo fomentou as artes liberais e todo o conhecimento útil, fundou a maior biblioteca do mundo, mandou traduzir para o grego o antigo Testamento (pelo menos o pentateuco) e foi excelente arquiteto e Mestre Maçom Geral. Entre outros edifícios construiu, no ano 3748 do mundo e 256 A.C. o famoso Farol de Alexandria (12). É muito possível que as nações africanas, também as da costa atlântica, logo imitaram os progressos do Egito, embora a História nada diga, e não há exploradores com ânimo bastante para descobrir os valiosos restos de Maçonaria daquelas nações num tempo tão famosas. Não devemos esquecer a erudita ilha de Sicília, onde pelo ano 3792 do mundo e 212 A.C., floresceu o prodigioso geômetra Arquimedes (13) e que infelizmente pereceu às mãos de um soldado quando o general romano Marcelo se apoderou de Siracusa. Porque da Sicília, da Grécia, do Egito e da Ásia aprenderam os antigos romanos as ciências e as artes que até então somente conheciam rudimentar e irregularmente; mas ao subjugar as nações fizeram notáveis descobrimentos, e como eram prudentes, não escravizaram aos povos mas transportaram

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à Roma as ciências e as artes com os mais eminentes sábios e artífices. Assim foi Roma o centro do saber, a par do poderio imperial, até chegar ao zênite do seu esplendor no reinado de César Augusto, no ano 4004 do mundo, quando nasceu o Messias de Deus, o Grande Arquiteto da Igreja. Augusto proclamou a paz universal, melhorou o mundo e favoreceu munificentemente aos artistas hábeis, educados no amparo das liberdades romanas e aos seus discípulos, e particularmente o insigne Vitrúvio, pai dos verdadeiros arquitetos até o dia de hoje. É muito razoável portanto crer que o glorioso Augusto foi o Grão-Mestre da Loja de Roma, e ademais fomentou o bem estar dos Companheiros segundo denotam os magníficos edifícios do seu reinado, cujos restos servem de modelo e norma à verdadeira Maçonaria porque são um epítome da arquitetura assíria, egípcia, grega e siciliana, e os designamos com a denominação de estilo augustiano, que estamos agora imitando sem ter conseguido aperfeiçoá-lo. Os antigos códigos maçônicos insinuam algo acerca das Lojas instaladas desde o princípio do mundo nas nações cultas, especialmente em tempo de paz e quando o poder civil, inimigo da tirania e da escravidão, deu como livre à atividade do brilhante e livre engenho de seus felizes súditos. Naquela época, os maçons recebiam muito mais que outros artistas o favor do governante, e chegaram a ser necessários por seus vastos conhecimentos em toda classe de materias de construção, não somente em pedra, tijolo, madeira e gesso mas também em tecidos e peles e nos diversos tipos e ordens de arquitetura. Não se há de esquecer que os pintores, escultores, (14), canteiros, pedreiros, carpinteiros, marceneiros, construtores de tendas e grande número de outros artífices foram reconhecidos como bons maçons, porque trabalharam de acordo com a Geometria e as regras da Construção, ainda que desde Hiram abif ninguém se sobressaiu por extraordinária habilidade. E basta sobre este assunto. Os pagãos cultivaram devidamente, antes e depois do reinado de Augusto, nobre ciência da Geometria (15), e no século V da era cristã se tinha a Maçonaria em grande estima e veneração. Enquanto o império romano foi prosperando, a Arte Real se propagou até a última Thule e foi instalada uma Loja em cada guarnição romana, donde generosamente a sua habilidade aos países do norte e sul da Europa que haviam estado na barbárie antes da conquista romana embora não saibamos durante

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quanto tempo, pois que alguns opinam que em algumas partes da Europa existem restos de boa Maçonaria anterior àquele período levantada pelos maçons que as primeiras colônias trouxeram consigo, como as construções celtas dos antigos gauleses, e dos britânicos que eram uma colônia celta muito antes de que os romanos invadissem a ilha (16). Mas quando os godos e os vândalos, que não tinham sido submetidos pelos romanos, caíram como um dilúvio sobre o império, cheios de furor bélico e de grosseira ignorância, destruíram muitos edifícios e estropiaram outros, de sorte que poucos se livraram da devastação. E as nações da Ásia e da África sofreram a mesma calamidade ocasionada pelas conquistas dos maometanos, cujo propósito era converter as pessoas à fé do Islã pelo ferro e pelo fogo, ao invés de cultivar as ciências e as artes. No ano 448, quando as guarnições romanas da Grã Bretanha se dissolveram por causa da decadência do império, os bretões chamaram os anglo-saxões para auxiliá-los contra os escoceses e por fim subjugaram a parte meridional da Grã Bretanha, a que chamaram england ou seja terra dos anglos. Era este povo uma espécie de vândalos, tão belicosos como estes e como ignorantes pagãos somente se preocuparam de guerra até que se converteram ao cristianismo; e então deploraram demasiado tarde a ignorância de seus antepassados, que tanta Maçonaria romana destruíram, e não sabiam como restaurá-la. Contudo, quando se constituíram em povo livre (conforme atestam as antigas leis saxônicas), e com natural disposição para a Maçonaria, muito cedo imitaram os asiáticos, gregos e romanos na instalação de Lojas (17) e encorajaram os maçons a que aprendessem não somente das fiéis tradições e valiosos restos da arquitetura britânica, mas de reis estrangeiros em cujos domínios a Arte Real esteve livre da devastação goda. Particularmente Carlos Martel, rei da França, que, de conformidade com os antigos documentos maçônicos, enviou vários artífices e hábeis arquitetos em Inglaterra, a pedido dos reis saxões. Assim é que durante a Heptarquia, foi tão fomentada aí a arquitetura gótica como em outros países cristãos. Embora as repetidas invasões dos daneses na Inglaterra, no ano 832, destruíssem muitos trabalhos, em tempos de paz e confiança não estorvaram muito a boa obra; e se bem não construíssem segundo o estilo dos artífices para suprir a habilidade dos romanos, fizeram o que lhes foi possível fazer de

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melhor, demonstrando a sua estima e amor pela Arte Real, de modo que infundiram venerabilidade aos edifícios góticos, embora não tivessem igualado os restos da antiga Arquitetura. Quando em 1066 os normandos subjugaram os saxões e daneses, tão logo terminou a guerra e se fez a paz, recebeu encorajamentos a maçonaria gótica durante o reinado do Conquistador (18) e no do seu filho Guilherme o Ruivo, que construiu o salão de Westminster, quiçá o maior do mundo. As guerras dos barões e as muitas e sangrentas guerras dos subsequentes reis normandos e seus briguentos ramos não entorpeceram a construção dos grandiosos e magníficos edifícios daqueles tempos, levantados pelo alto clero (que por ser possuidor de vultosas rendas podia custeá-los) e também pela Coroa, pois temos lido que o rei Eduardo III tinha um oficial intitulado o Franco-Maçom do Rei ou Inspetor Geral dos edifícios reais, que se chamava Henrique Jevfle, que cerca do ano 1362 construiu por ordem daquele monarca várias abadias e a Capela de Santo Estevão, em Westminster, onde agora se reúne a Câmara dos Comuns. Um código do ano 1475, escrito no reinado de Eduardo IV, da dinastia normanda, para ulterior instrução dos candidatos e irmãos novos, diz assim: “Que embora muitos documentos antigos da Fraternidade na Inglaterra fossem destruídos ou perdidos nas guerras dos saxões e daneses, o rei Athelstan (neto do rei Alfredo o Grande e insigne arquiteto), o primeiro rei ungido da Inglaterra, que mandou traduzir a Santa Bíblia em língua saxônica no ano 930, quando estabeleceu no país a paz e o sossego, construiu grandiosas obras e estimulou muitos maçons vindos da França, que nomeou superintendentes, os quais trouxeram consigo as Obrigações e Regras das Lojas, conservadas desde os tempos de Roma, e conseguiram do rei a reforma da Constituição das Lojas inglesas conforme o modelo estrangeiro e o aumento de salário dos maçons operativos”. “Que o príncipe Edwin, filho menor de Athelstan, instruído na maçonaria, tomou sobre si as obrigações de um Mestre Maçom e pelo amor que tinha pela dita Ordem e os honrosos princípios que ela tem por base, obteve do rei Athelstan, seu pai, uma Carta Constitutiva, a fim de que os maçons tivessem entre eles uma censura (como antigamente se chamava) e a liberdade de se governarem por si mesmos, de corrigirem os seus erros e de se reunirem anualmente em Assembléia Geral”.

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“Que em conseqüência, o príncipe Edwin convocou todos os maçons do reino para que se reunissem com ele em Iorque, onde constituiu uma Loja Geral da qual foi Grão-Mestre. Os maçons convocados levaram consigo todos os documentos e códigos existentes, alguns em grego, outros em latim, outros mais em francês ou outros idiomas, de cujo conteúdo aquela Assembléia redigiu a Constituição e os Deveres ou Obrigações de uma Loja inglesa, com força de lei que se havia de manter e observar no futuro. Também foram estabelecidos bons salários aos maçons operativos, etc”. “Que no transcurso do tempo, quando já era maior o número de Lojas, o Venerável Mestre e os Companheiros, com permissão dos Senhores do reino (pois os pobres eram quase todos maçons) ordenaram que daí por diante, ao admitir-se um Irmão fosse lida a Constituição e os Deveres anexos, pelo Venerável ou o Vigilante, e aqueles que tivessem de ser admitidos Mestres maçons ou Mestres de Obras, deviam submeter-se a um exame para provar que seriam capazes de servir aos seus respectivos superiores, tanto altos como baixos, em honra e veneração da Arte e em proveito de seus superiores, que os empregariam e lhes pagariam os serviços” E além de muitas outras coisas, acrescenta o referido código: “Que o nosso defunto soberano, o rei Henrique VI e os Senhores do seu honorável Conselho, examinaram e leram aquelas Obrigações e Leis dos Franco-Maçons, aprovando-as, dizendo que era justo, bom e razoável conservá-las porquanto elas tinham sido compiladas dos códigos dos tempos antigos”. (19) No terceiro ano da menoridade do rei Henrique VI, o Parlamento promulgou uma lei que afetava unicamente os Maçons Operativos, os quais contrariamente aos Estatutos dos trabalhadores se tinham confederado para não trabalharem a não ser pelos salários por eles fixados; e como se supôs que este acordo tivesse sido feito nas Lojas Gerais, chamadas no texto da lei, “Capítulos ou Congregações de Maçons”, acreditou-se propositadamente dever dirigir a lei contra tais Congregações (20). Contudo, quando o rei Henrique VI chegou à maioridade, os maçons lhe apresentaram e aos Senhores do seu conselho, a citada Constituição e os Deveres anexos que foram aprovados como bons e razoáveis para serem conservados. Além disso, o Rei e os Senhores do seu Conselho, teriam privado com maçons antes de examinarem os documentos, pois neste reinado, antes da guerra das Duas Rosas, os maçons foram muito favorecidos.

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Mas não há exemplo nem neste nem em nenhum outro reinado de que aquela lei tivesse sido cumprida, de modo que eles não deixaram de assistir as reuniões das Lojas, nem julgaram necessário valer-se dos bons ofícios dos Nobres e Conspícuos Irmãos para faze-la revogar, já que os maçons operativos que não pertencem à Loja, zombam da culpabilidade de que possam ser acusados nas referidas confabulações, e os Franco-Maçons, ou maçons livres, nada têm a ver com as contravenções ao Estatuto dos trabalhadores (21). Os reis da Escócia fomentaram zelosamente a Arte Real, desde os primitivos tempos até a união das Coroas, segundo denotam os restos dos magníficos edifícios naquele antigo reino, e as Lojas que aí trabalharam sem interrupção durante séculos, e cujas tradições e manuscritos testemunham o profundo respeito daqueles reis para com esta honorável Fraternidade que deu sempre prova completa de seu amor e lealdade ao rei, donde provém o antigo brinde dos maçons escoceses: “Deus Bendiga o Rei e a Ordem”. Os nobres, fidalgos e clero da Escócia imitaram o exemplo do rei, unindo-se em tudo quanto podia beneficiar à Fraternidade, e reis houve que foram Grão-Mestre até o ponto de terem os maçons escoceses um Grão-Mestre e um Grande Vigilante com salário pago pela Coroa, quando chegaram a um extremo de miséria; deviam contudo dar conhecimento de cada novo irmão admitido a fim de remediar qualquer distúrbio que ocorresse na Fraternidade, e dirimir toda controvérsia suscitada entre o maçom e seu patrão, para castigar o maçom se o merecesse, e obrigar a ambos a chegar a termos eqüitativos. Presidia estes julgamentos orais o Grão-Mestre, que era sempre um nobre, e na sua ausência o Grande Vigilante. Subsistiu este privilégio até a guerra civil de 1640, pois agora está abolido e não pode restaurar-se a não ser que o rei seja maçom. O cuidado que os escoceses tiveram com a verdadeira maçonaria foi depois muito útil na Inglaterra, porque a erudita e magnânima rainha Isabel, que fomentou outras artes, não foi propícia a Arte Real já que como mulher não podia ingressar na Maçonaria, embora como Semiramis e Artemisa, tivesse podido aproveitar os serviços dos maçons (22). À sua morte, porém, Jaime VI da Escócia herdou a coroa da Inglaterra e como era maçom reavivou as Lojas inglesas. Foi o primeiro rei do reino Unido da Grã Bretanha, e também o primeiro monarca que restaurou a arquitetura romana das ruínas

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da gótica ignorância. Porque depois de séculos de incultura e trevas, tão cedo renasceu o conhecimento e recuperada a Geometria o seu terreno, as nações cultas reconheceram a confusão e a impropriedade dos edifícios góticos e nos séculos XV e XVI levantaram na Itália de suas ruínas o estilo augustiano, Brabante, Bárbaro, Sansovino, Miguel Ângelo, Rafael de Urbino, Júlio Romano, Serglio, Labaco, Scamozi, Vignola e muitos outros insignes arquitetos, e sobretudo o grande Palladio, que entretanto não teve imitadores na Itália, conquanto tenha sido emulado na Inglaterra pelo nosso exímio Mestre Ínigo Jones. Mas ainda que todo maçom fiel honre a memória daqueles arquitetos italianos, devemos reconhecer que nenhuma testa coroada restaurou o estilo augustiano antes de que Jaime VI de Escócia e I da Inglaterra, patrocinasse o glorioso Ínigo Jones e o engarregasse da construção do palácio de Whitehall com seu salão de banquetes, o mais amplo do mundo. O engenhoso Nicolau Stone foi o Mestre Maçom do arquiteto Jones. À morte de Jaime I sucedeu no trono Carlos I, que também foi maçom e continuou protegendo Jones, que prosseguia a construção de Whitehall; desgraçadamente, porém, a guerra civil destruiu o plano até que com a restauração dos Stuarts foi também restaurada a verdadeira Maçonaria, especialmente com o triste motivo do incêndio de Londres em 1666, porque foi necessário reconstruir muitas casas, a maioria de estilo romano, e o rei Carlos II mandou edificar a catedral de São Paulo, traçada e dirigida à imitação da de São Pedro de Roma pelo famoso arquiteto Cristovão Wren. Construiu também o palácio real de Greenwich, segundo os planos que Jones deixou traçados antes de morrer. Dirigiu as obras, mister Webb, genro de Jones, e atualmente está convertido em hospital de marinheiros. Assim mesmo Carlos II fundou o Colégio de Chelsea, hospital militar, e em Edimburgo mandou construir o palácio de Holyrood (25), segundo traçado e direção de Sir William Bruce, baronete arquiteto da corte de Escócia. Assim é que além da tradição ainda viva dos antigos maçons na qual podemos confiar, temos muitos motivos para crer que Carlos II foi maçom aceito, assim como todos convêm em que ele foi entusiasta dos artífices, artesãos e obreiros. Mas no reinado de seu Irmão Jaime II, embora se construíssem alguns edifícios de estilo romano (26), as Lojas de Londres caíram na ignorância por falta de assistência e cuidado.

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Depois da revolução de 1688, porém, o rei Guilherme, embora de caráter belicoso, tinha bom gosto arquitetônico e terminou os hospitais de Greenwich e Chelsea, construiu a parte mais notável do palácio real de Hampton Court e o incomparável palácio de Loo na Holanda. O formoso exemplo deste glorioso monarca (considerado por muitos como maçom) influiu na nobreza, na classe abastada, na classe média e na intelectual da Grã Bretanha, para fomentar o estilo augustiano, como denotam muitos e esmerados edifícios construídos desde então em todo o reino. Quando no reinado de nossa defunta soberana a rainha Ana, Sua Majestade e o Parlamento concordaram em publicar uma lei para a construção de cinqüenta novas igrejas paroquiais em Londres, Westminster e subúrbios, a rainha nomeou uma comissão constituída por alguns ministros da Coroa, nobres conspícuos, fidalgos de renome, cidadãos eminentes, os dois arcebispos, alguns bispos e clérigos notáveis, a fim de que pusessem a lei em execução, e ordenaram que as referidas novas igrejas se construíssem segundo o antigo estilo romano, como se vê nas que já estão construídas. E os atuais honoráveis Comissionados, que têm formado o mesmo juízo da arquitetura, prosseguem a execução de tão louvável e grandioso projeto, e reavivam o antigo estilo, por ordem, patrocínio e estímulo do atual rei Jorge, que se dignou delegar o bispo de Salisbury, para que em seu nome colocasse a primeira pedra da igreja paroquial de São Martim in Campis, que às expensas dos paroquianos está sendo reconstruída mais sólida, grande e formosa no ângulo sudeste. Seriam necessários muitos volumes para enumerar os magníficos exemplos que da poderosa influência da Maçonaria desde a criação, em toda época e país, poderiam ser escolhidos entre os relatos dos historiadores e viajantes; mas muito especialmente naquelas partes do mundo com as quais os europeus tiveram comunicação e comércio, descobriram os investigadores tais restos de antigas, curiosas e magníficas colônias, que não lamentam o bastante a geral devastação de godos e maometanos, e devem confessar que nenhuma arte foi tão cultivada como esta e que nenhuma outra é tão útil à humanidade (27). Ademais, se fosse necessário, poderíamos demonstrar, como as Ordens militares de Cavalaria e as de caráter religiosos, copiaram no transcurso do tempo os usos e regras desta antiga Fraternidade; porém nenhuma esteve melhor instituída nem mais

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decorosamente instalada, nem que de maneira mais sagrada observara suas leis e obrigações que os maçons aceitos, que em todo tempo e toda a nação propagaram seus interesses de um modo peculiar que nem os mais astutos e eruditos profanos lograram entender ainda que freqüentemente o tentassem, enquanto eles se conheciam e se amavam uns aos outros embora sem necessidade de falar ou mesmo falassem idioma diferente. E agora as livres nações britânicas, sem guerras externas nem civis, gozando os doces frutos da paz e da liberdade, com recentes invenções em toda classe de Maçonaria e reavivadas as moribundas Lojas de Londres, floresce esta metrópole, o mesmo que outras partes do país, com várias Lojas particulares que têm uma Convenção trimestral e uma grande Assembléia anual, de onde os ritualismos e usos da antiquíssima Fraternidade se propagam sabiamente, cultiva-se com acerto a Arte Real e conserva-se a solidariedade fraternal. Assim é que a Corporação maçônica se parece a um Arco bem construído, pois vários aristocratas e cavalheiros de alta posição com clérigos e eruditos de várias profissões e denominações uniram-se francamente com promessa de cumprir as obrigações e levar as insígnias de um maçom livre e aceito às ordens do nosso digno Grão-Mestre atual, o nobilíssimo Lord João, Duque de Montagu. Comentário de Anderson na Constituição de 1723 (1) - Também cultivaram outras artes como a Metalurgia por Tubalcain; a Música por Jubal; o pastoreio e as tendas de campanha por Jabal; de que derivou a Arquitetura. (2) - Por alguns vestígios da antigüidade vemos que um descendente de Seth, o piedoso Enoque (que não morreu, mas foi arrebatado ao céu) profetizou a última conflagração do dia do Juízo (segundo nos diz São Judas Tadeu) e o dilúvio universal para castigo dos malvados. De prevenção levantou dois grandes pilares (que alguns atribuem a Seth), um de pedra e outro de tijolo, nos quais gravou os princípios das ciências liberais etc. Diz-se que estes pilares ainda subsistiam na Síria em tempos do imperador Vespasiano. (3) - A maioria das pedras de mármore trazidas das longínquas pedreiras da Arábia mediam 30 pés* (9,24 mts) de largura e os alicerces cobriam um quadrado de 700 pés (215,60 mts) de lado ou sejam 2.800 pés (862,40 mts) de perímetro e tinha 281 pés (86,54 mts) de altura. Na construção foram empregados durante 20 anos 360.000 trabalhadores cada dia, pelos reis do Egito

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(muito antes que os israelitas fossem um povo) para honra do seu império; porém no final foi a sua sepultura. (* Um pé, foi aqui considerado em 0,308 mts) (4) - O glorioso Sansão derrubou estas colunas e o templo ruiu esmagando o que de mais ilustre tinha os filisteus. Sansão encontrou também a morte ao dá-lo aos seus inimigos por lhe terem estes arrancado os olhos após ter ele revelado à sua mulher o segredo de sua força, e sua mulher o atraiçoou revelando-o aos filisteus em cujas mãos o entregou. Assim a debilidade não deve ser contada entre os maçons. Não convém porém escrever mais sobre este particular. (5) - Em 1 Reis 5:16 dá-se aos Mestres Maçons o nome genérico de Harodim que significa superintendente, que ajudavam ao rei Salomão e fiscalizavam a obra, e fixa o seu número em 3.300; porém em 2 Crônicas 2:18 chama-se-lhes Menatzchim ou contramestres que faziam trabalhar ao povo, e fixa o seu número em 3.600. Explica-se esta diferença em que talvez os 300 que constam a mais fossem artífices hábeis e os superintendentes tão somente 3.300, ou também podiam ser suplentes dos Mestres em caso de morte ou ausência, a fim de que sempre houvesse 300 Mestres na obra, e mesmo assim cabe a suposição de que os 300 da diferença fossem os superintendentes dos 70.000 carregadores (Ish Sabal) que não eram maçons, mas que serviam aos 80.000 desbastadores, canteiros, cortadores, escultores, chamados Ghiblim e também Bonai, parte dos quais pertenciam a Salomão e parte a Hiram rei de Tiro (1 Reis, 5:18). (6) - Segundo o versículo 13 do cap. 2 do segundo livro das Crônicas, Hiram rei de Tiro (chamado no texto Huram), em sua carta ao rei Salomão dizia: “Agora, pois, envio um homem sábio de grande entendimento, Huram Abhi”. Não se deve traduzir segundo o grego vulgar e o latim por Huram meu Pai, como se este arquiteto fosse pai do rei Hiram, porque esse erro é refutado pela discrição que dele faz o versículo 14, o texto original diz claramente: “Huram de meu Pai”, isto é, o principal Mestre Maçom de meu pai o rei Abibalo (o qual ampliou e embelezou a cidade de Tiro, segundo nos dizem as histórias antigas, pois que os sírios eram então peritos em Maçonaria); ainda que na opinião de alguns o rei Hiram podia chamar o Pai o seu homônimo Hiram o arquiteto, como era costume chamar nos tempos antigos aos homens hábeis e entendidos, porque José foi chamado Pai do Faraó, e no versículo 16 do capítulo IV, do 2º livro das Crônicas se chama a Hiram Pai de Salomão segundo o texto:

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SHELOMOH LAMMELECH ABHIF CHURAM CHNASAH FEZ HIRAM SEU PAI AO REI SALOMÃO Mas a dificuldade desaparece completamente se considerarmos a palavra Abhif como sobrenome de Hiram o maçom, chamado também Hiram Abi (cap. 2:13), pois o versículo 14 descrevendo tão amplamente este personagem é de supor que não lhe ocultaria o sobrenome. O sentido do texto se esclarece e completa se lermos que Hiram rei de Tiro enviou ao rei Salomão o seu homônimo Hiram Abif o Príncipe dos Arquitetos, que segundo I Reis 7:14 era filho de uma viúva da Tribo de Neftali, e em Crônicas 2:14, o rei de Tiro o chama de filho de uma mulher das filhas de Dan; e em ambas as passagens diz-se que seu pai era de Tiro. A dificuldade se resolve supondo que sua mãe era da tribo de Dan ou das filhas de uma cidade chamada Dan, na tribo de Neftali, e seu pai seria Neftalista, por isso que se chama a mãe Viúva da tribo de Neftali, porque seu pai não é chamado de Tiro por naturalidade mas por residência, como o levita Obed Edam o chamado Gitita por viver entre os gigitas, e ao apóstolo Paulo chamam um Homem de Tarso. Mas ainda que se suponha ter havido erro por parte do copista, e que o pai de Hiram Abhif fosse realmente natural de Tiro, e sua mãe da tribo de Dan ou da de Neftali, nem por isso deve-se duvidar da grande capacidade de Hiram Abhif, porque assim como seu pai foi metalúrgico em bronze, ele mesmo era “cheio de sabedoria e de inteligência e saber em toda obra de bronze”; e quando o rei Salomão mandou buscá-lo, respondeu-lhe o rei Hiram numa carta: “Agora pois, envio um homem sábio e de grande entendimento, o qual sabe trabalhar o ouro, a prata, o bronze, o ferro, a pedra, a madeira, a púrpura, o linho e o carmesim; também é capaz para toda obra do buril, e para todas as engenhosas invenções, qualquer coisa que se lhe propuser, juntamente com os teus sábios, e os sábios de David, meu senhor, teu pai”. Este artífice divinamente inspirado manteve as suas características na construção do templo e seus utensílios, muito além da habilidade de Aholiab e Bezaleel, e assim mesmo foi totalmente capaz de toda obra da maçonaria. (7) - Embora haja suposições de que o Templo de Diana em Efeso, tenha sido obra de algum descendente de Jafet, que habitava a Iônia no tempo de Moisés, ele foi demolido e reconstruído várias vezes por causa dos adiantamentos da Maçonaria, e a sua última reconstrução, que por ter sido grandiosa foi qualificada de uma das sete maravilhas do mundo,

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mas não foi certamente anterior à do Templo de Salomão, mas muito tempo depois, os reis da Ásia Menor se mancomunaram durante 220 anos para terminá-lo com 107 colunas de formosíssimo mármore e a maior parte delas com esplêndidas esculturas, cada uma à expensa de um rei, lavradas pelos mestres maçons Desifron e Arquifron. Sustinham as colunas o teto de puro cedro, e as portas e revestimentos eram de cipreste. Foi a obra mais soberba da Ásia Menor, de 425 pés de cumprimento e 220 de largura. Era tão magnífico edifício, que Xerxes o deixou em pé, quando em sua marcha contra a Grécia destruiu os demais templos. Mas no fim foi queimado por um malvado desejoso de que seu nome passasse à posteridade, no mesmo dia do nascimento de Alexandre Magno. (8) - Estas muralhas media 87 pés de espessura, 350 de altura e 480 estádios ou 60 milhas de circuito quadrado, ou sejam 15 milhas de cada lado. A obra era feita com grandes tijolos cimentados com o duro betume do vale de Sinar. As muralhas tinham 100 portas de bronze, 25 de cada lado, e 250 torres, dez pés mais altas que as muralhas. Das 25 portas de cada lado, começavam 25 ruas retas que terminavam na porta fronteira de modo que havia 50 ruas de 15 milhas de comprimento, com quatro meias ruas de 200 pés de largura ao lado das muralhas, ao passo que as ruas inteiras mediam 150 pés de largura. Assim ficava a cidade com 676 praças quadradas de duas milhas e meia de circunferência, a cujo redor levantavam-se as vivendas de quatro andares, ornamentadas com gosto e providas de pátios e jardins. Um braço do rio Eufrates passava pelo meio da cidade em direção norte-sul, e era atravessado por uma ponte majestosa de um estádio de comprimento e 30 pés de largura, cuja construção foi muito hábil se se tomar em consideração que o construtor teve de suprir a falta de alicerces no rio. A cada extremidade da ponte levantava-se magnífico palácio. No extremo oriental, sobre a área de quatro praças, o velho palácio dos antigos reis; e na extremidade ocidental, o novo palácio construído por Nabucodonosor sobre a área de nove praças com os jardins suspensos tão louvados pelos gregos, cujas árvores altíssimas, cresciam viçosas como no campo. Ocupavam estes jardins uma série de terraços sustentados por arcadas cuja base de apoio abrangia uma praça quadrada de 400 pés de lado, até que o terraço superior igualasse a altura das muralhas. Um aqueduto de traçado curioso fecundava os jardins. A cidade antiga, reformada de maneira notável, assentava na margem

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oriental do braço do Eufrates, e na ocidental a cidade nova, muito mais extensa, e construída com intenção de superar a antiga Nínive, embora nunca chegasse a ter a metade dos habitantes que esta teve. O rio estava cercado por bancos de tijolos tão grossos como as muralhas, de vinte milhas de comprimento, quinze dentro da cidade e duas e meia numa e outra parte fora da cidade, a fim de manter as águas em seu leito, e cada rua cruzada pelo rio tinha em ambos os bancos uma porta de bronze que dava acesso à margem. A oeste da cidade estendia-se um majestoso lago de 160 milhas de contorno. Na cidade velha estava a antiga torre de Babel, sobre uma base quadrada de meia milha de circuito. Consistia em oito torres quadradas superpostas com escadarias exteriores que conduziam ao observatório instalado no topo, a 600 pés de altura, 19 mais que a mais alta pirâmide egípcia, e assim foram os primeiros astrônomos. E nos aposentos da torre com tetos abobadados sustentadas por pilares de 75 pés de altura, onde se tributou culto ao deus Belo, até que o poderoso maçom e monarca Nabucodonosor erigiu junto da Torre um Templo de dois estádios de lado e uma milha de circunferência, onde depositou os sagrados troféus do Templo de Salomão, a imagem de ouro de 90 pés de altura que tinha sido consagrada nas planícies de Duna, e muitas outras imagens e objetos preciosos entesourados na Torre. Xerxes apoderou-se de tudo, calculando-se o seu valor em 21 milhões de libras esterlinas. E quando esteve terminado, Nabucodonosor passeava pelos jardins do palácio de Babilônia, e ao contemplar a cidade jactou-se orgulhosamente de sua obra poderosa dizendo: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para capital com a força do meu poderio e para a glória de minha grandeza?” Mas uma voz do céu increpou este orgulho imediatamente, castigando-o com bestial loucura durante 7 anos, até que louvou e glorificou a Deus do céu, o Onipotente Arquiteto do Universo. Assim o publicou por decreto em todo o reino, e morreu no ano seguinte, antes que Babilônia estivesse nem pela metade habitada, embora que, com o propósito de povoá-la, tivesse trazido em cativeiro gente de muitas nações, nem nunca esteve completamente povoada porque 25 anos depois de sua mote, conquistou-a o grande Ciro, transladando a corte para Susa na Pérsia. (9) - Os gregos caíram na barbárie e esqueceram a sua original habilidade na Maçonaria (que os seus antepassados importantes da Assíria) por causa de sua freqüente mistura com outras

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nações bárbaras, suas mútuas invenções e guerras intestinas, até que comunicando-se com a Assíria e o Egito reavivaram seu conhecimento em Geometria e Maçonaria, ainda que poucos gregos se honraram com a sua posse. (10) - Pitágoras foi ao Egito no mesmo ano em que morreu Tales, e permaneceu 22 anos entre os sacerdotes daquele país, dos quais aprendeu muita ciência e ficou muito versado em geometria, até que Cambises, rei da Pérsia, o enviou à Babilônia, cultivou o trato dos magos caldeus e dos judeus eruditos, dos quais assimilou muitos conhecimentos que o tornaram famoso na Magna Grécia, onde fundou a sua célebre escola de Crótona que manteve até sua morte, ocorrida no ano 3498 do mundo e 506 A.C., sendo Mardoqueu primeiro ministro de Assuero, rei da Pérsia, e dez anos depois de terminado o templo de Zorobabel. (11) - Ou melhor dito, copiaram-nos do Egito e de outras nações como o fizeram Anazágoras, Oenopidas, Briseu, Antifo, Demócrito, Hipócrates e Teodoro Cirineu, o mestre do divino Platão, que ampliou a Geometria e publicou a Arte Analítica. De sua escola saíram numerosos discípulos como Leodamo, Teateto, Arquitas, Léon, Eudóxio, Menaichmo e Xenócrates, o mestre de Aristóteles, de cuja academia saíram Eudemo, Teofrasto, Aristeu, Isidoro, Ilipsicles e muitos outros que difundiram os seus conhecimentos por países longínquos. (12) - Levantava-se numa ilha perto de Alexandria, numa das desembocaduras do Nilo. A torre do farol era toda de formosíssimo mármore, de portentosa altura e habilíssimo lavor. Custou 800 talentos, equivalente a 120.000 libras esterlinas. O mestre de obra trabalhou sob a direção do rei Sistrato, maçom muito inteligente. Tempos depois Júlio César que era muito bom juiz em várias coisas, ainda que o fosse mais em questões de guerra e política, admirou muito o farol. Construiu-se com o propósito de iluminar o porto de Alexandria, e como estava na ilha de Faro, deu-se posteriormente o nome de Faros a todas as luzes que iluminavam a entrada dos portos do Mediterrâneo. Alguns autores, em vez do Faro de Alexandria, mencionam como quinta maravilha do mundo o Obelisco de Semiramis, de 150 pés de altura, e 24 pés em cada lado da base ou seja 90 pés de circunferência. Era um monolito de forma piramidal, trazido da Armênia à Babilônia na época da guerra de Tróia, se havemos de acreditar na história do reinado de Semiramis.

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(13) – No tempo em que floresciam na Grécia Eratóstenes e Conon aos quais sucederam o exímio Apolônio de Perga e muitos outros antes de Cristo, todos eles, ainda que não fossem maçons operativos, eram ótimos superintendentes e versados em Geometria, base da Maçonaria. (14) – Não sem justo motivo, criam os antigos que as regras das harmônicas proporções de um edifício, estavam tomadas das naturais proporções do corpo humano. Por isto contase Fídias no número dos antigos maçons, porque esculpiu a estátua da deusa Nemesis em Ramno, com dez côvados de altura; a Minerva em Atenas com 26 côvados; e a de Júpiter Olímpico em seu templo de Acaia, entre as cidades de Elis e Pisa, construídos com incontáveis peças miúdas de pórfiro, e de tão grandioso e bem proporcionado tamanho que disputou o lugar de uma das maravilhas do mundo. Outra dessas maravilhas foi o famoso Colosso de Rodes, a estátua mais alta de quantas tinham sido construídas. Era de bronze e estava dedicada ao Sol. Media 70 côvados de altura, e de longe parecia uma grande torre, construiu-a Cares, famoso maçom e escultor de Siciomex, discípulo do grande Lisipo, que empregou 12 anos na obra. Ao cabo de 56 anos em que esteve ereto este colosso, na entrada do porto de Rodes, com os pés em cada uma das duas partes ou bandas do porto, de modo que os barcos, passavam por entre as pernas do Colosso, foi derrubado por um terremoto e suas ruínas permaneceram aí até que no ano de 600, o Sultão do Egito as transportou no lombo de 900 camelos. (15) – Menelau, Claudio, Ptolomeu, (o príncipe dos astrônomos), Plutarco, Eutóquio (que enumera os inventos de Filon, Diócles, Nicomédes, Esforo e Heron o hábil mecânico), Quetesíbio (o inventor da bomba, celebrado por Vitrúvio, Proelo, Plínio e Ateneu), Gemnino (igualado por alguns a Euclídes), Diofonto, Nicômano, Sereno, Proclo, Pappus, Teón, etc., foram geômetras e ilustres cultivadores das artes mecânicas. (16) – Os indígenas das colônias romanas puderam primeiramente aprender a construção de cidadelas, pontes e outras fortificações necessárias; e depois em tempos de paz, liberdade e abundância, os aborígenes imitaram aos seus conquistadores na Maçonaria, pois teriam tempo e habilidade para erigir magníficos edifícios. Ademais, os engenhos das nações vizinhas não conquistadas, aprenderam muito das guarnições romanas em tempo de paz e livre correspondência, e emularam a habilidade dos romanos. Enquanto aos povos

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conquistados agradeceram o fato de ter sido a conquista, um meio de redimi-los de sua ignorância e prejuízos e se beneficiaram na prática da Arte Real. (17) – Sem dúvida, vários reis saxões e escoceses, muitos nobres e abastados, e conspícuos clérigos, chegaram, a ser os Grão-Mestres daquelas primitivas Lojas, pois o ardoroso zelo que então prevalecia na ereção de magníficos templos cristãos, haveria de impeli-los também a investigar o que se referia às leis, obrigações e ordenações, como também aos usos e costumes das antigas Lojas, muitas das quais se tinham conservado por tradição, todas, porém, das partes das Ilhas Britânicas não denominadas pelos saxões. Com o decorrer do tempo, os saxões daí as transportariam por preferi-las à restauração da Maçonaria romana, pois eles sempre demonstraram mais interesse pelos usos, costumes e leis de suas respectivas sociedades do que pelas artes e ciências. Mas basta disto. (18) – Guilherme o conquistador, construiu a Torre de Londres e muitas fortalezas no país, com vários edifícios religiosos, cujo exemplo seguiram a nobreza e o clero, particularmente Rogério de Montgomery, conde de Arundel, o arcebispo de York, o bispo de Durham, e Gundolfo, bispo de Rochester e exímio arquiteto. (19) – Em outro manuscrito mais antigo lemos: “Que quando o Mestre e os Vigilantes estão em Loja, o juiz do condado, o prefeito da cidade e o regedor da vila, se dele houver necessidade, devem assistir ao Venerável Mestre como se fossem companheiros e prestar-lhe auxílio contra os rebeldes e manter os direitos do Reino”. (Trata-se do documento Regius). “Que ao admitir os aprendizes, obriga-se-lhes a não serem ladrões nem cúmplices de ladrões; que deviam trabalhar honestamente para ganhar o seu salário; amar os demais aprendizes como a si próprios e serem fiéis ao rei da Inglaterra, ao reino e à Loja”. “Que em tais Congregações deve-se averiguar se algum maçom ou companheiro violou algum dos artigos aceitos. E se o ofensor, prévia e devidamente citado a comparecer, declara-se em rebeldia e não comparecer, a Loja deve determinar contra ele a expulsão da Maçonaria sem que jamais possa pertencer a esta Ordem, e se ele persistir, o Juiz do condado deverá prendê-lo e confiscar todos os seus bens a favor do rei, até que Sua Graça se digne indultá-lo. Principalmente por esta causa foram determinadas essas congregações a fim de que todos sem distinção de categoria devam ser bem e verdadeiramente

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servidos nesta Arte em todo o Reino da Inglaterra. Amém. Assim seja. (20) – Tércio Henrici Sexti, Cap. I, Ano Domini 1425, Título: “Os Maçons não devem confederar-se em Capítulos e Congregações”. “Posto que pelas Congregações e Conferências anuais dos Maçons em suas Assembléias Gerais, foram violados e infringidos abertamente os Estatutos dos trabalhadores com subversão da lei e grave dano da comunidade, nosso dito Soberano Senhor el Rey, desejoso de remediar este caso, segundo o dito Conselho e Assentimento e por especial instância dos Comuns, ordena e estabelece que para o futuro não se reunam ditos Capítulos e Congregações e se desobedecerem serão julgados como traidores; e que os demais maçons que assistirem a ditos Capítulos e congregações, sejam castigados com a prisão de suas pessoas e paguem multa e resgate à vontade do Rei”. (21) – Promulgou-se este Estatuto em época de ignorância quando a cultura era um crime e tudo se tinha conjurado contra a Geometria; mas não há nisto menosprezo para a honra da Fraternidade que seguramente nunca favoreceu nenhuma confederação dos maçons operativos. Mas segundo a tradição, cabe a crença de que os parlamentares de então estavam demasiado influenciados pela indouta clerezia, não admitida nas Lojas e desconhecedora da arquitetura (como o clero de alguma época anterior) e geralmente tinham mau conceito desta Fraternidade, pois se consideravam com inalienável direito de conhecer os segredos na confissão auricular; e como os maçons não revelavam, o clero se sentia ofendido e receoso de que houvesse nisto maldade, qualificaram-nos de perigosos para o Estado, durante a menoridade de Henrique VI, e influíram junto aos parlamentares para que, sob o pretexto de confabulação dos maçons operativos, promulgassem uma lei que desonraria a Fraternidade em cujo favor se haviam , antes e depois daquele período, várias leis. (22) – Como Isabel não gostasse de Assembléias populares, cuja finalidade não apreciava devidamente, tentou proibir a Assembléia anual dos maçons, por julgá-la perigosa para o seu Governo. Como porém os antigos maçons tinham transmitido oralmente os meios de comunicação, reuniram-se na Loja de York no dia de São João e quando os encarregados da Rainha se apresentaram com força armada, foram deixados entrar na Loja,

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não fazendo uso das suas armas, ao contrário, ao voltar à corte, fizeram à Isabel referências honrosas sobre a antiga Fraternidade, dissipando-se assim os temores e receios da rainha que deixou aos maçons plena liberdade de ação por serem pessoas tão respeitadas dos nobres e sábios de todas as nações cultas. Não obstante, em todo o seu reinado, não se cuidou da Arte Real. (23) – Jaime VI era filho de Maria Stuart e de Henrique Darnley. Casou com Ana da Dinamarca, de quem teve Carlos I, que casou com Henriqueta de França, da qual teve Carlos II e Jaime II. Sirva esta nota de retificação aquela que por equívoco apareceu na obra “Os Maçons perante a História”, assinalando Jaime II como neto em vez de filho de Carlos I (24) – Conforme o juízo de arquitetos entendidos, o projeto do palácio de Whitehall supera qualquer outro palácio no mundo conhecido, pela simetria, firmeza, formosura e comodidade de sua arquitetura. Todos os projetos e obras de Jones se distinguem pela sua originalidade, e à primeira vista, reconhece-se nela a mão do autor. Além disso, o seu gênio poderoso influiu na nobreza e classe média de toda a Bretanha (pois era tão estimado na Escócia como na Inglaterra), para reavivar o antigo estilo da Maçonaria, durante tanto tempo desdenhado, como o demonstram as curiosas obras da época, entre as quais sobressai a famosa Porta do Jardim Botânico de Oxford, custeada por Henrique Danvers, Conde de Danby, com centenas de esterlinas. É uma incomparável peça de arquitetura que tem a seguinte inscrição: Gloriae Dei Optimi Maximi, Honori Caroli Regis in Usum Academiae et Reipublicae. Anno 1632. Henricus Gomes Danby. (25) – Era um antigo palácio real que reconstruído segundo o estilo augustiano ficou tão formoso, que críticos competentes o julgaram o mais belo edifício do patrimônio da Coroa. E embora não sendo muito grande, e magnífico e adequado, tanto no interior como no exterior, com amenos jardins, um extenso parque e outras comodidades adjacentes. (26) – A exemplo de seu irmão Carlos II, erigiu em Londres um monumento comemorativo do grande incêndio. Era todo em pedra, de 202 pés de altura, uma coluna de ordem dórica de 15 pés de diâmetro, com escadaria no centro e um balcão de ferro no topo (análoga às colunas de Trajano e Antonio, em Roma), da qual se abarca o panorama da cidade e seus subúrbios. É a maior coluna conhecida do mundo. O pedestal mede 21 pés

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quadrados e 40 pés de altura; o frontispício está adornado com engenhosos baixo-relevos, obra do famoso escultor Gabriel Cibber, com inscrições latinas nos lados. Foi começado em 1671 e terminado em 1677. (27) – O bispo de Salisbury veio em procissão, devidamente assistido e deu na primeira pedra três golpes com um malhete, enquanto tocavam as trombetas; e uma compacta multidão prorrompeu em exclamações de júbilo, quando o bispo colocou sobre a pedra uma bolsa com cem guinés, donativo do rei aos que tinham trabalhado na obra. Na primeira pedra estava gravada a seguinte inscrição revestida por uma lâmina de chumbo.

D. S. SERENISIMUS REX GEORGIUS

PER DEPUTATUM SUUM REVERENDUM ADMODUM IN CHRISTO PATREM RICHARDUM EPISCOPUM SARISBIRIENSEM

SUMMUM SUUM ELEEMOSINARIUM ADSISTENTE (REGIS JUSSU)

DOMINO THO. EWET QUE. AUR. EDIFICIORUM REGIORUM CURATORE PRINCIPALI

PRIMUM HUJUS ECCLESIA LAPIDEM POSUIT MARTIS 19 ANNO DOM, 1721 ANNOQUE REGNI SUI OCTAVO

Tradução: Dedicada a Deus a Excelentíssima Majestade do rei Jorge e em seu nome ao mui Reverendo Pai em Cristo, Ricardo Senhor Bispo de Salisbury Primeiro Escudeiro (Hospitaleiro) de sua majestade, assistido por ordem do rei pelo cavalheiro Sir Thomas Hewet, Inspetor Geral dos edifícios reais, pôs a primeira pedra desta igreja aos 19 de março de 1721, oitavo ano de seu reinado.

DEVERES DE UM FRANCO MAÇOM As antigas leis fundamentais (Leis Gerais da sociedade), ou regras para os Franco-Maçons, extraídas dos antigos documentos da Loja de Ultramar, da Inglaterra, da Escócia e da Irlanda, para uso das Lojas de Londres, as quais devem ser lidas nas cerimônias de recepção de um novo Irmão, e sempre que o Venerável Mestre julgar oportuno.

I – O que se refere a Deus e a Religião

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O Maçom está obrigado, por vocação, a praticar a moral, e se compreender seus deveres, nunca se converterá em um estúpido ateu nem irreligioso libertino. Apesar de nos tempos antigos os maçons estarem obrigados a praticar a religião que se observara nos países em que habitavam, hoje crê-se mais conveniente não impor-lhes outra religião, senão aquela que todos os homens aceitam, e dar-lhes completa liberdade com referência as suas opiniões particulares. Esta religião consiste em ser homens bons e leais, quer dizer, homens honrados e probos, seja qual for a diferença de nome ou de convicções. Deste modo a Maçonaria se converterá em um centro de unidade e é o meio de estabelecer relações amistosas entre pessoas que, fora dela, teriam permanecido separadas.

II – Da autoridade civil, superior e inferior

O Maçom deve ser pessoa pacífica, submeter-se às leis do país onde estiver, e não deve tomar parte, nem deixar-se arrastar, nos motins ou conspirações deflagradas contra a paz e a prosperidade do povo, nem mostrar-se rebelde à autoridade inferior, porque a guerra, o derramamento de sangue e as perturbações da ordem, têm sido sempre funestos para a Maçonaria. Assim é que, na antigüidade, os reis e os príncipes se mostraram muito bem dispostos para com a Sociedade, pela submissão e fidelidade de que os maçons deram constantes provas ao cumprimento de seus deveres de cidadão e em sua firmeza em opor sua conduta digna à caluniosas acusações de seus adversários: esses mesmos reis e príncipes não se recusaram a proteger os membros da Corporação e defender a integridade da mesma, que sempre prosperou em tempos de paz. Segundo estas doutrinas, se algum Irmão se convertia em um perturbador da ordem pública, ninguém devia ajudá-lo na realização de seus propósitos, e pelo contrário, devia ser compadecido por ser um desgraçado. Mas por este fato e ainda que a Confraria condenasse sua rebelião, para se evitar dar ao governo motivo de alguma suspeita ou de descontentamento, sempre que o rebelado não pudesse ser censurado por outro crime, não podia ser excluído da Loja, permanecendo invioláveis suas relações com esta, bem como os direito de que como maçom gozava.

III – Das Lojas A Loja é o lugar onde os maçons se reúnem para trabalhar e por extensão, se dá esse nome a toda assembléia de maçons

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regularmente constituída; todos os Irmãos devem fazer parte de uma Loja e submeter-se aos seus regulamentos particulares e as leis gerais. As Lojas são individuais ou gerais e a melhor maneira de distinguir estas distintas formas é visitá-las e estudar os atuais regulamentos da Loja Geral ou Grande Loja, a este anexos. Antigamente os Mestres e os membros destas Lojas não podiam se ausentar nem deixar de assistir aos seus trabalhos quando convocados, sem incorrer em severo castigo, a menos que desse ciência aos Veneráveis e Vigilantes das causas que os haviam impedido de cumprir com este dever. As pessoas admitidas na qualidade de membros das Lojas, devem ser homens bons e leais, de nascimento livre, de idade madura e razoável, de boa reputação; é proibido admitir na Maçonaria, escravos, mulheres e homens imorais cuja conduta fosse motivo de escândalo.

IV – Dos Veneráveis, Vigilantes, Companheiros e Aprendizes Entre os maçons, a preferência não se pode basear senão exclusivamente no verdadeiro merecimento pessoal, deve-se cuidar com especial atenção que os proprietários que ordenam a construção sejam servidos à sua completa satisfação; deve-se procurar que os Irmãos não tenham de se envergonhar de sua obra e a que a Real Associação (Royal Craft), não perca a consideração de que goza. Por esta razão, os Veneráveis e Vigilantes devem ser eleitos, tendo em conta, mais que sua idade, seus méritos pessoais. É impossível tratar todas estas coisas por escrito. Cada Irmão deve estar em seu lugar e aprender estes princípios segundo o método adotado em cada confraria; deve-se entretanto, Ter em conta, pelos Aspirantes que nenhum Mestre pode aceitar um aprendiz, se não tem trabalho para ele, se não é um jovem perfeito, sem deformidade alguma física, e sem nenhum defeito que o torne incapaz de instruir-se em sua parte de servir ao Venerável e deve chegar a ser por sua vez Irmão e Mestre, quando tenha decorrido o tempo de seu aprendizado. Deve também ser filho de pais honrados para que, se possuir outras qualidades, possa chegar a obter o posto de Vigilante, de Venerável de uma Loja, de Grande Vigilante e de Grão-Mestre de todas as Lojas, segundo os seus méritos e virtudes.

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Os Vigilantes, têm que ser membros da Corporação e os Veneráveis devem ter desempenhado o cargo de Vigilantes; os Grandes Vigilantes devem ter sido antes Veneráveis de Lojas e por fim o Grão-Mestre de ser membro da Confraria antes da eleição e possuir o caráter perfeito de maçom. O Grão-Mestre deve ser nobre de nascimento, ou então ocupar uma posição excepcional, de uma educação perfeita ou sábio distinguido, um arquiteto hábil, filho de pais honrados e ainda as Lojas devem reconhecer nele um valor real; e, que possa preencher os deveres de seu cargo de um modo mais perfeito, autoriza-se-lhe designar e nomear um Deputado que deve ter sido Venerável de uma Loja; o Deputado do Grão-Mestre tem o dever de realizar todos os atos que são de competência do Grão-Mestre seu superior, nos impedimentos deste ou a sua ordem. Todos os Irmãos das antigas Lojas estão obrigados a prestar obediência a todas estas determinações e a todos os governantes superiores e subalternos, em seus diversos cargos, de acordo com as antigas leis e regulamentos e executar as ordens com humildade, amor, reverência e alegria.

V – Do Regulamento da Corporação Durante os Trabalhos Durante os dias de trabalho, todos os maçons devem trabalhar lealmente para que melhor possam desfrutar o dia de festa. O companheiro de mais conhecimento e experiência deve ser eleito na qualidade de Mestre ou Superintendente dos trabalhos da construção coordenados pelo proprietário, e os que trabalham sob as suas ordens, devem chamá-lo Mestre. Os companheiros devem evitar toda circunstância desonesta e linguagem pouco decente e se chamarão mutuamente de Irmãos ou companheiros e devem-se conduzir cortesmente, tanto dentro como fora de Loja. O Venerável deve empreender os trabalhos do proprietário, nas condições mais justas e eqüitativas, e empregar o que a este pertença como se tratasse de seus próprios bens; e não dar a cada Aprendiz ou Companheiro mais salário do que realmente mereça. Venerável e maçons, todos devem ser fiéis ao proprietário que os empregue e lhes pague religiosamente o seu salário, bem como executar os trabalhos com consciência, quer trabalhar por diária ou contratos.

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Nenhum Irmão deve mostrar-se enciumado da prosperidade do outro, nem atormentá-lo ou procurar tirar-lhe seu trabalho, quando for capaz de executá-lo; porque ninguém poderá terminar um trabalho começado por outro em condições tão vantajosas como o que o começou, a não ser que possua um conhecimento profundo dos planos e desenhos da construção. Se um Vigilante é eleito entre os Companheiros, deve ser fiel ao Venerável e aos Companheiros; na ausência do Venerável velará cuidadosamente no interesse do proprietário pela boa execução dos trabalhos e seus Irmãos devem obedecê-lo. Todos os maçons receberão seu salário sem murmúrio nem observações e não abandonarão o seu Venerável sem que a obra esteja terminada. Deve-se ensinar a obra aos Irmãos mais jovens para que aprendam a empregar bem os materiais, para que por meio desta fraternal ensinança se consolide entre eles a mais estreita amizade; todos os utensílios empregados nos trabalhos devem ser aprovados pela Grande Loja. Nos trabalhos exclusivos da Maçonaria, não se deve empregar nenhum operário, e também os maçons não devem trabalhar senão, com os seus Companheiros, a não ser que se vejam obrigados a isto por uma necessidade premente; tão pouco poderão comunicar seus ensinamentos a obreiros que não pertença a fraternidade.

VI – Da Conduta

1º - Na Loja organizada Não se deve instituir comissão particular alguma, nem realizar reuniões, sem ter obtido autorização do Venerável; não se deve tratar nenhuma questão inoportuna ou inconveniente, nem interromper a palavra do Venerável ou dos Vigilantes, ou de qualquer Irmão que esteja falando com o Venerável. Tão pouco se empregar frases jocosas enquanto a Loja se ocupe de assuntos sérios, nem usar em caso algum linguagem pouco honesta, e em todas as ocasiões deve-se dar ao Venerável, Vigilantes e Companheiros, o testemunho de respeito que merecem e que todos lhes devem. Se for apresentada uma queixa contra um Irmão, o acusado deve submeter-se ao juízo e decisão da Loja, que é o tribunal real, regularmente chamado a julgar estas diferenças, a menos que caiba à Grande Loja tomar conhecimento. Em tais casos deve-se cuidar em que não se interrompam, por estas razões, os trabalhos do proprietário, e se chega a haver uma suspensão

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forçada, deve-se tomar uma decisão de acordo com as circunstâncias. Tão pouco se deve recorrer aos tribunais de justiça profana para ventilar assunto da Maçonaria, a não ser que a Grande Loja reconheça e declare ser de absoluta necessidade. 2º Conduta que se deve observar quando a Loja esteja fechada, porém reunidos os Irmãos Os Irmãos podem dedicar-se a prazeres inocentes e recrear-se, segundo os meios de cada um, porém, procurando evitar os excessos de todo gênero, especialmente da mesa. Também devem abster-se de dizer ou fazer alguma coisa que possa ferir ou romper a boa harmonia que deve reinar entre todos; por esta razão, não se deve levar a estas reuniões ódios privados, nem motivo algum de discórdia e sobretudo deve-se evitar discussões sobre religião, política e sobre nacionalidade, posto que os maçons, como anteriormente dissemos, não professam outra religião, que a universal e pertencem a todos os povos, a todas as línguas e são inimigos de toda empresa contra o governo constituído; a inobservância destes preceitos têm sido, e será sempre, funesta à prosperidade das Lojas. Em todo o tempo, a observância deste artigo do Regulamento, tem sido imposta com grande severidade e mais especialmente depois da reforma da Igreja anglicana, quando o povo inglês se separou da comunhão da Igreja Romana. 3º - Regras de conduta quando os Irmãos se encontrem fora da Loja, sem presença de profanos Devem saudar-se amistosamente e, conforme está disposto, dar-se o nome de Irmãos, comunicar-se reciprocamente as notícias que possam lhes ser úteis, tendo o cuidado de não serem observados nem ouvidos; devem evitar toda a pretensão de elevar-se sobre os demais, e dar a cada um a manifestação de respeito que se outorgaria a qualquer um, mesmo que não fosse maçom; porque ainda quando todos os maçons, na qualidade de Irmãos, estejam na mesma altura, a Maçonaria não despoja ninguém das honras de que gozava antes de ser maçom, até pelo contrário, aumenta estas honrarias, principalmente quando forem merecidas, pelo bem da confraria, que deve honrar àqueles que merecem condenar os maus costumes. 4º - Conduta que se deve observar diante daqueles que não são maçons Devem ser os maçons, circunspectos em suas palavras e obras, a fim de que os profanos, ainda mais os observadores, não possam descobrir o que não seja oportuno que aprendam;

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algumas vezes deve-se aproveitar o rumo que toma a conversação, para faze-la recair na Confraria e fazer com tal motivo, seu elogio. 5º - Regras de conduta que se deve observar em sua própria casa e na vizinhança Os maçons devem conduzir-se como se convém a um homem prudente e de boa moral, não se ocupar de assuntos de Loja com sua família, com os parentes e com os amigos, e não perder de vista, em nenhum caso, que o mérito próprio e da confraria estão unidos; isto por motivos que não podemos expor aqui. Não se deve descuidar dos próprios interesses, permanecendo ausente de sua casa depois das horas de Loja; evitem-se igualmente a embriagues e os maus costumes, para que não se vejam abandonadas as próprias famílias, nem privadas daquilo a que têm direito de esperar dos maçons, e para que estes não se vejam impossibilitados para o trabalho. 6º - Da conduta que se deve observar com um Irmão estrangeiro É preciso perguntar-lhe, com precaução e do modo que a prudência recomenda, a fim de não ser enganado pela falsa aparência e pela ignorância. Se entenderdes que alguém deseja enganar-vos, rechaçai-o com desprezo e tende cuidado de não fazer nenhum sinal de reconhecimento. Porém, se descobrirdes que é um verdadeiro Irmão, deveis tratá-lo como tal, e se tem necessidade, deveis proporcionar-lhes socorro ou indicar-lhe os meios de obtê-los; deveis dar-lhe alguns dias de trabalho ou recomendá-lo para que se possa instalar, mas não estais obrigado a fazer por ele mais que os vossos recursos permitam, devendo tão somente preferir um Irmão pobre que seja um homem honrado, a outra qualquer pessoa que se encontre em iguais condições. Enfim, deveis conformar-vos a todas estas prescrições, assim como a quanto vos sejam comunicadas por outros meios; deveis praticar a caridade fraternal, que é a pedra fundamental, a chave, o cimento e a glória de nossa antiga Confraria; deveis evitar toda discussão, toda a discórdia e todo propósito caluniosos, toda maledicência; não permitir que em vossa presença se ataque a reputação de um Irmão respeitável e, em tal caso, deveis defendê-lo, prestando-lhe tal serviço tanto quanto permitam vosso valor e vosso interesse, e se algum Irmão vos prejudicar de qualquer modo, deveis levar vossa queixa à vossa Loja ou do dito Irmão; apelando se for preciso, à Grande

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Loja em sua assembléia trimestral e em último caso, à assembléia anual, segundo o bom e antigo costume observado por nossos antepassados em todos os países. Não deveis intentar processo algum, a menos que o caso não possa ser resolvido de outra forma, e deveis acolher com deferência os conselhos amistosos do Venerável e de vossos companheiros, se tratarem de evitar que compareceis em juízo diante de estranhos. Em todo caso, deveis procurar oferecer todos os meios para facilitar a ação da justiça para que possais ocupar-vos com toda a tranqüilidade dos assuntos da Confraria. Quando os Irmãos e Companheiros, que tenham entre si algumas divergências, os Veneráveis e Companheiros pedirão conselho aos Irmãos que conheçam o Direito, para propor uma solução amistosa, que as partes em litígio aceitem com agradecimento. Se estes meios não produzirem resultados, aceitar-se-á que entrem em questão, porém, reprimindo toda a animosidade, toda a cólera, abstendo-se de fazer ou dizer cousa alguma que possa ferir a caridade fraternal ou interromper a reciprocidade das boas relações, e isto com o objetivo de que todos sintam a influência benéfica da Maçonaria. Desta maneira têm surgido sempre, desde o princípio do mundo, os bons e fiéis maçons, e assim surgirão os que nos sucederem no futuro.

Assim seja. *

REGULAMENTOS GERAIS DE 1721 Para uso das Lojas de Londres e Westminster. Conforme publicado na 1º edição do Livro das Constituições de Anderson. I – O Grão-Mestre ou seu Deputado, tem autoridade e direito, não só de estar presente a reunião de qualquer Loja, como de presidi-la, tendo o Venerável Mestre a sua esquerda, e determinar que seus Grandes Vigilantes ocupem os cargos de Vigilantes. Os Grandes Vigilantes não têm direito de ocupar os cargos dos Vigilantes em nenhuma Loja, senão em presença do Grão-Mestre e por sua Ordem. O Grão-Mestre, se ausente os Grandes Vigilantes, podem determinar que os Vigilantes da Loja, ou outros quaisquer Irmãos desempenhem essas funções.

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II – O Venerável de uma Loja, tem o direito e autoridade para reuni-la a qualquer emergência, ou circunstância, bem como designar o local de suas reuniões normais. No caso de doença, morte, ou ausência obrigada do Venerável, o 1º Vigilante deve agir como Venerável pró-tempore, se não esteja presente nenhum Irmão que já tenha sido Venerável da Loja, pois, então, a autoridade do Venerável reverterá para o último ex-Venerável presente, o qual porém, não poderá agir enquanto o 1º Vigilante, ou em sua falta o 2º vigilante, não tiver reunido a Loja. III – O Venerável, ou um dos Vigilantes, ou outro qualquer Irmão por sua ordem, deve ser o guarda do livro de seus Regulamentos, da relação dos obreiros, bem como da lista das Lojas da cidade, com o local e hora de suas reuniões, e das notas sobre a atividade da Loja que possam ser escritas. IV – Nenhuma Loja deve iniciar mais de cinco profanos de uma vez. O candidato deve ter mais de vinte e cinco anos e não ter senhor, salvo com permissão do Grão-Mestre ou de seu Deputado. V – Nenhum homem pode ser iniciado sem ciência da Loja com um mês de antecedência, e sem que tenha sido feito inquérito sobre a vida e as qualidades do candidato, salvo com permissão do Grão-Mestre, ou de seu Deputado. VI – Nenhum homem pode ser recebido aprendiz de uma Loja nem a ela filiar-se, sem o consentimento unânime de seus membros, presentes a entrada de sua proposta, e aos quais o Venerável deve expressamente pedir a opinião e que se devem manifestar virtual, ou formalmente, mas unanimemente. A ninguém pode ser dispensada esta formalidade, porque os membros da Loja são os melhores juizes neste particular. Se um membro sem unanimidade fosse imposto à Loja, ele poderia ali causar desarmonia, ou perturbar a liberdade dos Irmãos e até mesmo causar dispersão da Loja, o que deve ser evitado por todos os bons e verdadeiros Irmãos. VII – O novo Irmão deve estar corretamente vestido em sua iniciação, e todos os Irmãos devem estar presentes. O Iniciando deve dar um óbolo, a sua vontade, para socorro de algum Irmão necessitado ou indigente, além do pagamento das taxas exigidas pelo Regulamento particular da Loja. Esse óbolo é entregue à guarda do Venerável ou de um Vigilante, ou de Tesoureiro, se houver sido escolhido pelos Irmãos. O candidato deve solenemente prometer submissão às obrigações e

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Regulamentos, bem como a outras exigências que lhe sejam feitas em tempo e lugar conveniente. VIII – Nenhum grupo, ou grande número de Irmãos, deve retirar-se da Loja em que foram iniciados, ou admitidos como membros, a menos que seja por se ter a Loja tornado muito numerosa e, neste caso, só com o consentimento do Grão-Mestre, ou de seu Deputado. Retirando-se dessa forma, devem logo filiar-se em outra Loja de sua escolha, se dela obtido o consentimento unânime, ou obter do Grão-Mestre permissão para fundar uma nova Loja. Se um grupo de Irmãos fundarem uma Loja sem o consentimento do Grão-Mestre, as Lojas regulares não são obrigadas a ajudá-la, nem a reconhecê-los como Irmãos bons e regularmente constituídos, nem a aceitar seus atos e feitos, mas devem considerá-los rebeldes enquanto não se submeterem, nas condições que o Grão-Mestre, em sua prudência estipular, e lhes seja dada a Carta constitutiva, o que deve ser comunicado à todas as Lojas, como é de costume fazer quando mais uma Loja tem que ser acrescida a relação. IX – Se um Irmão proceder mal, deve ser devidamente admoestado duas vezes pelo Venerável, ou por Vigilante, em Loja aberta e se ele não refrear sua imprudência e submeter-se obediente aos conselhos dos Irmãos, desfazendo o que os molesta, deve ser eliminado de acordo com o Regulamento da Loja, ou como a Grande Loja em sua alta sabedoria decidir, na reunião trimestral, o que deve ficar registrado para futuras resoluções análogas. X – A maioria de cada Loja, quando reunida, tem a prerrogativa de dar instruções ao Venerável e aos Vigilantes, antes da reunião trimestral da Grande Loja, e também da anual, porque o Venerável e os Vigilantes são seus representantes e, supõe-se representam seu pensamento. XI – Todas as Lojas devem observar os mesmos usos, tanto quanto possível, devendo, para isso e para cultivar as boas relações entre os Maçons, alguns membros de cada Loja ser escalados para visitar as demais, tão freqüentemente quanto conveniente. XII – A Grande Loja se constitui e é formada pelos Veneráveis e Vigilantes de todas as Lojas sob a presidência do Grão-Mestre, tendo a sua esquerda o Deputado e os Grandes Vigilantes em seus respectivos lugares. A Grande Loja deve reunir-se trimestralmente nos dias de São Miguel, Natal e Nossa Senhora,

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em lugar conveniente designado pelo Grão-Mestre, não podendo a sua reunião assistir nenhum Irmão que não seja dela membro, salvo com permissão do Grão-Mestre e, neste caso, sem direito de votar, nem de dar opinião, senão com a permissão solicitada e concedida, ou por determinação da Grande Loja. Todos os assuntos da Grande Loja devem ser decididos por maioria de votos, tendo cada membro um voto e o Grão-Mestre dois, salvo se a Grande Loja deixar ao Grão-Mestre o poder de resolver e agir a seu critério em algum assunto em particular. XIII – Nas reuniões trimestrais, todos os assuntos concernentes a Fraternidade devem ser resolvidos, os de caráter geral, como os referentes às Lojas, e aos Irmãos, pela discussão tranqüila e exame rigoroso e ponderado; somente nelas os Aprendizes serão elevados a Companheiros e os Mestres exaltados, salvo com dispensa especial; os desentendimentos entre Irmãos que não puderam ser solucionados, ou acomodados particularmente, ou pelas Lojas, devem também ser considerados e ser resolvidos; o Irmão que se julgar injustiçado pela decisão de seu tribunal, pode apelar para a reunião anual seguinte, deixando seu apelo escrito com o Grão-Mestre, ou com seu Deputado, ou um Grande Vigilante; os Veneráveis, ou os Vigilantes das Lojas devem informar sobre os novos membros aceitos por elas, desde a última comunicação da Grande Loja. Deve haver um livro, guardado pelo Grão-Mestre ou seu Deputado, ou melhor ou um Irmão designado para Secretário pela Grande Loja, no qual estejam registrados os nomes de todas as Lojas, os dias e locais de suas reuniões normais, os nomes de todos os seus membros, e as atividades da Grande Loja que possam ser registradas. Nessas reuniões deve ainda ser estudada a mais prudente e eficaz forma de obter e empregar os meios com que socorrer algum Irmão necessitado. As Lojas devem ter também seu próprio fundo de caridade para os Irmãos pobres, de acordo com seu Regulamento particular, até que em contrário seja resolvido (em novo Regulamento), juntando seus fundos de caridade ao da Grande Loja, nas reuniões trimestrais ou na anual, afim de ser estabelecido um fundo comum, para melhor amparo dos Irmãos pobres. Um Irmão de notórios recursos deve ser escolhido para Tesoureiro, o qual por suas funções fica membro da Grande Loja e pode ser presente a seus trabalhos e trazer o que às suas atribuições for necessário. A ele deve ser entregue o dinheiro arrecadado para caridade ou para qualquer outro fim pela

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Grande Loja, e por ele deve ser escriturado em um Livro, com os gastos e receitas, de forma a avaliar-se o movimento. Esse Tesoureiro não pode votar para escolha do Grão-Mestre, nem dos Vigilantes, embora tenha voto nas demais decisões. Da mesma forma, o Secretário deve ser membro da Grande Loja por seu ofício, e votar nas decisões, exceto para a escolha do Grão-Mestre e dos Vigilantes. O Tesoureiro e o secretário terão, cada um, um auxiliar que deve ser um Irmão Companheiro, mas que não pode ser membro da Grande Loja, nem nela manifestar-se, salvo com permissão, ou quando determinado. O Grão-Mestre e o Deputado, devem dirigir o trabalho do Tesoureiro e do Secretário, bem como o de seus auxiliares, para que tenham seus livros em ordem e conheçam o expediente a fazer em qualquer ocasião. Um outro Irmão, que deve ser um companheiro, será designado para Guarda da Porta da Grande Loja, mas não será membro dela. Esta função será melhor explanada, com outras, quando em novo Regulamento, as necessidades tiverem delas dado melhor conhecimento. XIV – Se a Grande Loja reunir-se extraordinariamente, ou em suas reuniões normais trimestrais ou anual, e o Grão-Mestre e seu Deputado estiverem ausentes, o Venerável de uma Loja, mais antigo maçom presente, assumirá a presidência como Grão-Mestre “pro-tempore”, e fica investido de todos os poderes e honras, se não estiver presente um Irmão que já tenha sido Grão-Mestre ou Deputado do Grão-Mestre, porque, neste caso, o mais novo ex-Grão-Mestre, ou ex-Deputado Grão-Mestre presente, deve tomar a presidência, na ausência do Grão-Mestre e do deputado em exercício. XV – Na Grande Loja, só os Grandes Vigilantes, se presentes, podem ocupar seus lugares. Se ausentes, o Grão-Mestre, ou quem presidir os trabalhos, designará dois Vigilantes para ocuparem os cargos de Grandes Vigilantes, sendo os lugares dos Irmãos designados, preenchidos por dois Companheiros da mesma Loja a que eles pertencerem, escalados pelo respectivo Venerável e, se isso não for feito, o Grão-Mestre deve chamá-los, para que a Grande Loja fique sempre completa. XVI – Os Grandes Vigilantes, bem como outro qualquer Irmão devem, antes de dirigir-se ao Grão-Mestre, entender-se com o deputado, seja sobre os assuntos das Lojas, seja sobre os dos Irmãos, salvo se o Deputado se negar a opinar; neste caso, ou

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quando houver desentendimento, entre o Deputado e os Grandes Vigilantes, ou outros Irmãos, ambas as partes devem concordar em dirigir-se ao Grão-Mestre que poderá facilmente dirimir a controvérsia e pôr termo a discórdia, em virtude de sua grande autoridade. O Grão-Mestre, só por intermédio do Deputado, pode conhecer os assuntos referentes à Maçonaria, salvo em casos especiais, em que tenha em contrário preferido, pois se o recurso ao Grão-Mestre for considerado irregular, este pode determinar aos Irmãos Grandes Vigilantes, ou ao Irmão que for seu autor, levá-lo ao Deputado que deve prepará-lo com urgência e submetê-lo ao Grão-Mestre. XVII – O Grão-Mestre, o Deputado, os Grandes Vigilantes, o Tesoureiro, o Secretário, ou quaisquer outros que ocupem lugares “pro-tempore”, não podem ser ao mesmo tempo Venerável ou Vigilante de uma Loja, mas logo que, com honrabilidade, deponham esses Grande Cargos, voltam aos cargos ou funções de que foram afastados em suas Lojas em virtude da designação referida. XVIII – Se ausente o Deputado do Grão-Mestre, por doença ou outro qualquer motivo justo, o Grão-Mestre pode nomear um Deputado “pro-tempore”, mas não podem ser afastados de suas funções os que forem eleitos pela Grande Loja – Deputados e Grande Vigilantes – senão por motivos imperiosos e por deliberação de sua maioria. O Grão-Mestre, se estiver em desinteligência com algum deles, deve convocar a Grande Loja e expor-lhe a situação, pedindo conselho e, neste caso, a Grande Loja, se não puder reconciliá-los, deve ajudar ao Grão-Mestre, ou Grande Vigilante e escolher outro Deputado imediatamente, elegendo a Grande Loja outro Grande Vigilante, se for o caso, para que a harmonia seja preservada. XIX – Se o Grão-Mestre abusar de seu poder e tornar-se indigno da obediência e subordinação das Lojas, deverá então ser estabelecida a necessária regra, pois não tendo havido até agora tal situação, todos os Grão-Mestres têm sido até hoje dignos desse alto cargo, não ocorreu a necessidade de fazer essa previsão. XX – O Grão-Mestre com seu Deputado e Grande Vigilantes, devem ir pelo menos uma vez, em visita às Lojas, durante seu mandato. XXI – Se o Grão-Mestre morrer durante o mandato, ou se por doença, ausência, ou outro qualquer motivo, não puder

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desincumbir-se de suas obrigações, o Deputado ou, em sua ausência, o 1º Grande Vigilante, ou na ausência deste, o 2º Grande Vigilante, ou, por fim, na ausência de todos esses três, quaisquer Veneráveis da Lojas da Obediência devem reunir a Grande Loja imediatamente para resolver em conjunto a emergência, enviando dois de seus membros a convidar o último dos Grão-Mestres para reassumir o cargo, que pelo ocorrido a ele reverte. Se este recusar, será convidado o imediatamente anterior e assim sucessivamente; se nenhum ex-Grão-Mestre for encontrado, o Deputado do Grão-Mestre, então, deve agir como o chefe até nova escolha de Grão-Mestre; se não hoiver Deputado, o mais antigo Venerável assim agirá. XXII – Os Irmãos das Lojas de Londres e suas cercanias e os de Westminster, realizarão anualmente uma reunião com um banquete em um local conveniente, no dia de São João Batista, ou no dia de São João Evangelista, se assim resolver em novo Regulamento a Grande Loja, pois nos últimos tempos tem se reunido no dia de São João Batista. Faz-se necessário, porém, que a maioria dos Veneráveis e dos Vigilantes, com o Grão-Mestre, seu Deputado e os Grandes Vigilantes, tenham resolvido na reunião trimestral, realizada três meses antes, que haja banquete e reunião geral de todos os Irmãos, pois se o Grão-Mestre, ou a maioria dos Veneráveis forem contrários a ela, não deve ser realizada. Mas, que haja ou não banquete para todos os Irmãos, a Grande Loja deve reunir-se em local conveniente anualmente no dia de São João, ou, se esse dia cair em Domingo, no dia seguinte, afim de escolher todos os anos um Grão-Mestre e os Grandes Vigilantes. XXIII – Se o Grão-Mestre e a maioria dos Veneráveis resolverem que haja o grande banquete, de acordo com o antigo e louvável costume dos maçons, os grandes vigilantes terão o cuidado de preparar os ingressos, selados com o selo do Grão-Mestre, e distribuí-los, recebendo por eles as contribuições; comprar o material do banquete, procurar um local apropriado e conveniente; providenciar tudo que se faça necessário a sua realização. Mas, para que não sejam sobrecarregados os dois Grandes Vigilantes, e para que tudo seja providenciado satisfatoriamente, o Grão-Mestre ou seu Deputado, poderá escolher e nomear um certo número de Mestres de Banquete, conforme julgue conveniente, para agir em concerto com os Grandes Vigilantes,

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sendo tudo que se relacione com o banquete, por eles resolvido por maioria de votos, salvo se o Grão-Mestre, ou o Deputado, interferir por alguma organização ou providência especial. XXIV – Os Grandes Vigilantes e os Mestres de Banquete, devem oportunamente solicitar do Grão-Mestre ou de seu Deputado, instruções sobre o que devem fazer. Se o Grão-Mestre e seu Deputado estiverem ausentes, por doença ou outro motivo, eles devem solicitar dos Veneráveis e Vigilantes das Lojas que em conjunto lhes dêem conselhos e ordens, ou que tomem a seu cargo a tarefa. Os Grandes Vigilantes e os Mestres de Banquete devem prestar conta de todo o dinheiro recebido e das despesas feitas imediatamente após o banquete, ou quanto a Grande Loja achar conveniente sua prestação de contas. /se o Grão-Mestre não preferir tomar a sua responsabilidade a solução, pode em tempo útil, convocar todos os Veneráveis e Vigilantes para consultá-los sobre a organização do banquete, ou qualquer circunstância emergente ou acidental a ele referente. XXV – Os Veneráveis devem indicar um Companheiro discreto e experiente, de suas respectivas Lojas, para compor uma Comissão que será organizada com um de cada Loja, e que se reunirá em local apropriado para receber cada pessoa que trouxer ingresso para o banquete, com poderes para examiná-las se acharem necessário, a fim de admiti-las ou não, conforme concluírem. Para evitar enganos, não devem porém recusar nenhuma pessoa, sem que tenham ouvido antes os demais Irmãos, expondo-lhes as razões, para que nenhum Irmão verdadeiro seja recusado, nem um falso, ou simples pretendente admitido. Esta Comissão deve se reunir no local do banquete, no dia de São João, antes que qualquer pessoa com ingresso se apresente. XXVI – O Grão-Mestre deve designar dois ou mais Irmãos de valor, para porteiro, ou guarda da porta, os quais também, por obvias razões, devem se achar cedo no local do banquete e devem ficar sob as ordens da Comissão. XXVII – Os Grandes Vigilantes, ou os Mestres de Banquete, devem designar antecipadamente certo número de Irmãos para servirem a mesa, conforme julguem necessário e suficiente, pedindo para isso, se quiserem, conselho aos Veneráveis e Vigilantes das Lojas sobre os Irmãos mais capazes para isso,

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pois só Maçons livres e aceitos devem servir nesse dia, para que a reunião seja livre e harmoniosa. XXVIII – Todos os membros da Grande Loja devem estar no local muito antes da refeição, com o Grão-Mestre, ou seu Deputado, e reunirem-se retirados, a fim de: 1º - Receber apelos devidamente encaminhados, como acima dito, para ser o apelante ouvido e o assunto amigavelmente solucionado, antes do jantar, se possível; se isso for conseguido, o assunto deve ficar adiado até que o novo Grão-Mestre seja eleito; se não puderem também, por ele ser resolvido, depois do jantar, poderá ser atribuído a uma comissão especial que deve ajustá-lo com calma e fazer um relatório a ser apresentado à Grande Loja na seguinte reunião trimestral, para que o amor fraternal seja preservado. 2º - Prevenir qualquer desgosto ou desentendimento presumível nesse dia, para que não se perturbe ou interrompa a alegria do Grande Banquete. 3º - Resolver qualquer coisa que se prenda ao decoro e austeridade da Grande Assembléia e prevenir qualquer indecência ou maneiras impróprias, sendo a Assembléia promíscua. 4º - Receber qualquer elogio, ou momentosa moção sobre assunto importante, trazido das Lojas pelos seus representantes – Veneráveis e Vigilantes. XXIX – Após esses assuntos discutidos, o Grão-Mestre e seu Deputado, os Grandes Vigilantes, os Mestres de Banquete, o Grande Secretário, o Grande Tesoureiro e seus auxiliares e todos os mais, devem retirar-se, deixando sós os Vigilantes e os Veneráveis das Lojas, para se consultarem amigavelmente sobre a eleição de um novo Grão-Mestre, ou continuação do atual, se isso não tiver sido resolvido no dia anterior. Se forem unânimes pela continuação do atual, devem mandar-lhe pedir para comparecer à reunião, sendo-lhe humildemente solicitado que continue a fazer-lhe as honras de governá-los no ano seguinte; após o jantar, será dado a conhecer se o Grão-Mestre aceitou ou não o pedido, pois o resultado não deve ser conhecido senão pela eleição. XXX – Depois disso, todos os Veneráveis, vigilantes e demais Irmãos, podem se entreter em conjunto, ou se preferirem, ficar sós até a hora do jantar, quando todos os Irmãos devem ocupar seus lugares na mesa.

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XXXI – Algum tempo depois do jantar, a Grande Loja se reúne, não em caráter privado, mas em presença de todos os Irmãos, que contudo, não são membros dela e, portanto, não podem falar, a menos que lhes seja solicitado ou consentido. XXXII – Se o Grão-Mestre em exercício, na sessão privativa dos Veneráveis e Vigilantes, antes do jantar, tiver consentido em continuar por mais um ano no cargo, um dos membros da Grande Loja, para esse fim designado, fará a apresentação de Sua Excelência aos Irmãos e voltando-se para o Grão-Mestre, em nome da Grande Loja, humildemente lhe pedirá para fazer à Fraternidade a honra (se de nascimento nobre), ou (se não for nobre), a grande bondade de continuar a ser o Grão-Mestre no ano seguinte. Sua Excelência dando, por uma reverência, ou por um ligeiro discurso, assentimento, o referido Irmão, delegado da Grande Loja, proclama-o Grão-Mestre e todos os membros da Loja devem saudá-lo na devida forma. A todos os demais Irmãos é permitido por alguns minutos proclamarem sua satisfação e fazer votos de congratulações. XXXIII – Mas, se os Veneráveis e Vigilantes tiverem resolvido na sessão privada antes do jantar, ou no dia anterior, não continuar com o mesmo Grão-Mestre, ou se este não aceitou o convite, então o Grão-Mestre que finda deve designar o seu sucessor para o ano seguinte, o qual, se unanimemente aceito pela Grande Loja e se presente, será proclamado e saudado como novo Grão-Mestre, como acima dito e, imediatamente instalado, pelo último Grão-Mestre, conforme o uso. XXXIV – Se, porém, essa indicação não for unanimemente aceita, o novo Grão-Mestre deve ser escolhido imediatamente por escrutínio, cada Venerável e Vigilante, escrevendo seu próprio nome e também o Grão-Mestre que termina escrevendo o seu; o nome que pelo Grão-Mestre que termina o mandato for retirado da urna, por sorte, ou casualmente, será o do Grão-Mestre do ano seguinte. Se ele estiver presente, será logo proclamado, saudado e felicitado, como dito acima e depois instalado pelo último Grão-Mestre, de acordo com o uso. XXXV – O Grão-Mestre que continua, ou o novo instalado, conforme o acontecido, em seguida escolhe e nomeia seu Deputado, que pode ser o último ou um novo, o qual será também, proclamado e saudado. O Grão-Mestre deve escolher os novos Grandes Vigilantes, os quais, se unanimemente aceitos pela Grande Loja, devem ser proclamados, saudados, felicitados, como acima; mas, se não

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forem aceitos, eles devem ser escolhidos, por escrutínio, da mesma forma que foi feito para o Grão-Mestre. De forma semelhante deve ser feito para os Vigilantes das Lojas, se a escolha dos Veneráveis não satisfizer. XXXVI – Se o Irmão escolhido pelo Grão-Mestre para seu sucessor, ou escolhido pela maioria da Loja, estiver ausente do Grande Banquete, por doença, ou por outro qualquer motivo; não pode ser aclamado Grão-Mestre, salvo se o último Grão-Mestre ou algum dos Veneráveis ou Vigilantes puder garantir pela honra do Irmão, que a referida pessoa assim nomeada ou escolhida, aceitará realmente o cargo; neste caso, o último Grão-Mestre agirá como substituto nomeando o Deputado e os Vigilantes em seu nome, e também em seu nome receberá as honras, homenagens e felicitações habituais. XXXVII – O Grão-Mestre permitirá depois, a qualquer Irmão companheiro ou aprendiz, falar dirigindo-se a ele, ou fazendo votos pelo bem da Fraternidade. O discurso poderá ser considerado, ou deixado a consideração da Grande Loja na próxima reunião ordinária ou eventual. XXVIII – terminada a palavra, o Grão-Mestre ou o Deputado, ou algum Irmão por ele designado, deverá falar aos Irmãos, dando-lhes conselhos e orientação. Por fim, após atos que não podem ser escritos em nenhuma linguagem, os Irmãos se retirarão, ou ficarão em palestra local. XXXIX – Todas as reuniões anuais têm poder inerente e autoridade para fazer novos regulamentos ou alterar estes para o real bem da Fraternidade, desde que, porém, respeitados cuidadosamente os antigos Landmarks, e que tais alterações e novos regulamentos tenham sido propostos e aprovados na terceira reunião trimestral precedente ao Grande banquete anual, e tenham sido apresentadas escritas a leitura de todos os Irmãos antes do jantar, mesmo para o mais novo Aprendiz, sendo necessária a aprovação e o consentimento da maioria para que sejam postas em vigor e obrigarem a todos, o que deve ser proposto pelo novo Grão-Mestre, depois de instalado, como foi feito e obtido para este Regulamento a cerca de 150 Irmãos, no dia de São João Batista de 1721.

ALGUNS COMENTÁRIOS DE MACKEY

SOBRE OS REGULAMENTOS GERAIS DE 1721 (Os números referem-se aos itens)

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1 – Determinações posteriores estabeleceram que o Grão-Mestre só pode designar outros Irmãos que não os Grandes Vigilantes, se ausentes estes. 2 – Em 1723, foi estabelecido que a autoridade do Venerável no caso previsto, reverte para o 1º Vigilante. 6 – Posteriormente foi permitido aceitar membros com menos de três votos contrários; mas, nos Estados Unidos isso nunca foi considerado boa lei, e continua a vigorar a exigência de unanimidade. 13 – Posteriores regulamentações tornaram, em parte, inaplicáveis, hoje, as antigas. Enquanto antigamente os Aprendizes constituíam a generalidade dos obreiros, hoje ela é de Mestres Maçons. Disso resulta que as regras antigamente aplicáveis aos Aprendizes, hoje somente podem ser compreendidas como referentes aos Mestres Maçons. 14 – Na 2º edição do Livro das Constituições, impresso em 1738, esta regra vem da seguinte forma: “Na 1ª edição os direitos dos Grandes Vigilantes vieram omitidos nesta regra, mas foi observado desde então que as antigas Lojas nunca punham no trono o Venerável de uma Loja particular, senão quando não se achavam presentes os Grandes Vigilantes, ou ex-Grandes Vigilantes, e neste caso, um Grande Oficial tem precedência sobre qualquer Venerável que não tenha sido ainda Grande Oficial”. Esta é a regra atualmente observada, deve-se notar. 15 – “É uso antigo”, diz Anderson, “que o mais antigo dos Ex-Vigilantes substitua o efetivo em sua ausência”. A regra XV nunca foi rigorosamente observada. 22 – Poucas Grandes Lojas hoje observam esta regra. A festa de São João é celebrada pelas Lojas, enquanto que a Comunicação Anual se verifica, geralmente, em outras datas. As reuniões trimestrais ainda são praticadas mas, em regra geral vem sendo julgadas impraticáveis. 34 – Não conheço nenhum caso em que este costume de escolha por sorte tenha sido seguido. A regra é hoje absolutamente obsoleta. Observação: São Miguel – 29 se Setembro Natal – 24 de Dezembro Nossa Senhora – 25 de Março

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APROVAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO Em vista de que, pela confusão causada nas guerras dos saxões, daneses e normandos, ficaram muito maltratados os documentos dos maçons, os franco-maçons de Inglaterra pensaram por duas vezes que era necessário reformar a sua Constituição, Deveres e Regras, primeiro no reinado de Athelstan o danês e muito mais tarde no de Eduardo IV o normando. E como na antiga Constituição em Inglaterra houve muitas interpolações, mutilações e deploráveis corrupções, não só na letra, mas também nos acontecimentos, com graves erros em História e Cronologia, por causa do transcurso do tempo e da ignorância dos copistas, nos séculos de incultura, antes do renascimento da Geometria e da antiga Arquitetura, houve grave ofensa dos Irmãos instruídos e sensatos, e engano dos ignorantes. E o nosso último Grão-Mestre, Sua Graça o Duque de Montagu, encarregou o autor para que examinasse, corrigisse e compilasse em novo e melhor método a História, Deveres e Regras da antiga Fraternidade, pelo que o autor examinou vários exemplares de Itália e Escócia e diversos (documentos) de Inglaterra; e deles (embora em muitas coisas errôneas), de vários outros documentos maçônicos compilou a transcrita nova Constituição com os Deveres e Regras Gerais. O autor submeteu o manuscrito ao exame e correção do último e do atual Grão-Mestre e Deputados e de outros doutos irmãos, assim como ao dos Veneráveis Mestres e Vigilantes das Lojas particulares, na Assembléia trimestral. Entregou também o manuscrito ao último Grão-Mestre o citado Duque de Montagu, para exame, correção e aprovação; e Sua Graça, por conselho de vários Irmãos, ordenou que se imprimisse elegantemente e com profusão para uso das Lojas, embora ainda não estivesse de todo preparado para a imprensa durante o seu Grão-Mestrado. Portanto, Nós, o atual Grão-Mestre da honorável e antiga Fraternidade de maçons livres e aceitos, o Deputado do Grão-Mestre, os Grandes Vigilantes, os Veneráveis Mestres e Vigilantes das Lojas particulares (com consentimento dos irmãos de dentro e fora da cidade de Londres e Westminster), havendo também examinado esta obra, adiro aos nossos louváveis predecessores, em nossa solene APROVAÇÃO da mesma, pois Nós cremos que responderá plenamente ao fim proposto, já que conserva todo valioso dos antigos documentos e estão emendados os erros de História e Cronologia havendo-se omitido os falsos acontecimentos e as palavras impróprias, e tudo está

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recopilado em novo e melhor método. E mandamos que se receba em toda Loja particular de nossa Obediência como a única Constituição dos maçons livres e aceitos entre nós, para que se leia no ato da admissão de novos Irmãos, ou quando o Venerável o considere conveniente e que os novos Irmãos a examinem antes da admissão. Assinam: Felipe, Duque de Wharton, Grão-Mestre

J. T. Desaguliers, Doutor em Leis e membro da Real Sociedade, Deputado do Grão-Mestre Joshua Timson e William Hawkins, Grandes Vigilantes

Veneráveis e Vigilantes de mais 20 Lojas

PRIVILÉGIOS DO VENERÁVEL MESTRE (Extratos do “Master’s Assistent”, de R. Macoy)

01 – Congregar sua Loja; 02 – Presidir os trabalhos da Loja; 03 – Preencher temporariamente os cargos vagos; 04 – Regular a admissão de visitantes; 05 – Regular todos os assuntos de ordem, sem ter a Loja direito a considerar ou julgar sua decisão, salvo em grau de recurso para o Grão-Mestre ou para a Grande Loja; 06 – Controlar ou determinar as discussões sobre os assuntos maçônicos; 07 – Nomear todas as Comissões não reguladas de forma particular; 08 – Ser o guarda da Carta Constitutiva da Loja; 09 – Mandar expedir os convites aos membros da Loja; 10 – Ter o voto de Minerva além do deliberativo nas votações; 11 – Assinar todas as contas para pagamento pela Tesouraria; 12 – Representar, com os Vigilantes, sua Loja na Grande Loja; 13 – Nomear o 1º Diácono e outros Oficiais; 14 – Instalar seu sucessor na cadeira de Salomão.

* COMENTÁRIOS

(os números dos comentários, referem-se aos dos privilégios enumerados)

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01) - É um privilégio do Venerável convocar as reuniões de sua Loja. Notemos que o Venerável pode “convidar”, mas não pode “intimar” um Irmão a comparecer aos trabalhos. Este poder de “intimar” só a Loja, ela mesma, pode exercer. Atender a um convite é um dever do Maçom que poderá deixar de ser cumprido; enquanto que não atender a uma “intimação”, é falta grave que pode ser punida. 02) – É um privilégio do Venerável presidir a todos os trabalhos de sua Loja, desde que presente. Aliás, a Loja não pode se reunir sem seu conhecimento, nem contra a sua vontade, e, se assim proceder, realiza uma reunião clandestina e ilegal. O Venerável pode passar o malhete, temporariamente, a um ex-Venerável ou um dos Vigilantes, mas permanece responsável pelos trabalhos de sua Loja perante a Grande Loja, como se nenhuma substituição se tivesse dado. Durante a sua ausência, deve deixar nas mãos de quem estiver dirigindo os trabalhos, a Carta da Loja, se for o 1º ou o 2º Vigilante, ou com o 1º Vigilante, se o presidente temporário não for nenhum dos dois. Se isso não for possível, o Venerável deve fechar a Loja. O Venerável deve ter sempre presente a sua mente as seguintes regras: - Dirigirei minha Loja à voz de minha consciência e guiar-me-ei

pelas promessas de minha instalação. - Dirigirei minha Loja sem temor, favor ou recompensa, salvo o

julgamento de minha consciência e o favor de Deus. - Procurarei atrair meus Irmãos aos trabalhos, ministrando-

lhes abundantes ensinamentos maçônicos. - Procurarei sempre, e por todos os meios, conhecer os

antigos trabalhos e escritos da Ordem e não estarei satisfeito senão isso conseguido.

- Não deixarei nunca que um Irmão, carecendo de amparo se afaste da porta da Loja desiludido, se em meu poder estiver ajudá-lo.

- Procurarei ser modelo para meus Irmãos em prudência, veracidade, cortesia e amor.

- O maldoso, em minha jurisdição, não terá descanso até que se regenere; mas, se não se regenerar, será excluído do meio.

- Meus auxiliares deverão cumprir seu dever rigorosamente, conforme seus compromissos de posse.

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- Minha Loja será honrada e respeitada entre suas iguais. 03) – Não há direito de substituição automática reconhecido aos Oficiais da Loja. Se faltar o 1º Vigilante, o 2º não o substitui “automaticamente”, mas o Venerável designa um 1º Vigilante “pro-tempore”. Da mesma forma com os demais Oficiais. 04) – É tanto um privilégio quanto um dever. “Deveis velar porque nenhum visitante tem ingresso, sem devido exame e prova de que foi realmente recebido Maçom em um corpo regular. Se o visitante for um ex-Venerável, e disto avisar a quem o trolhar, ou a quem o apresentou e se responsabilizou por sua situação regular, obriga a Loja a dar-lhe o lugar a que tem direito no Oriente. O Venerável deve dar-lhe o lugar competente. 08) – A Loja não pode ser aberta sem a Carta Constitutiva, nem seus trabalhos terão legalidade sem ela. Concluí-se daí que ela deve estar com o Venerável e que é impróprio tê-la em um quadro suspenso da parede. 10) – O Venerável pode votar nas questões ordinárias, embora corretamente não o faça. Nas votações secretas, porém, ele deve votar sempre e, nessas votações, sua prerrogativa de voto de Minerva não deve ser usada, pois seria um voto sem sigilo. Nas Grandes Lojas americanas, em geral, os Veneráveis nomeiam todos os Oficiais da Loja, exceto o Tesoureiro e o Cobridor. Há bons argumentos a favor dessa prática e seus defensores dizem que convém sejam os Oficiais escolhidos pelo Venerável, para que os cargos sejam ocupados por Irmãos em condições de bem desempenharem suas funções ritualísticas, para assegurar a beleza dos trabalhos. 14) – É uma grande solenidade. Não há momento na vida de uma Loja melhor do que este, para os seguintes conselhos, dados pelo antigo Venerável ao novo, em presença de toda Loja, após as saudações.

“O Venerável deve ser um homem bom e de elevada Moral” Tal pai, tal filho é um provérbio mais antigo do que Esopo e mais sábio do que Platão. Se em vossos trabalhos e lazeres, deixardes de praticar o que dizeis na Loja, vosso trabalho nela é vão. É impossível admitir-se que um homem imoral possa pregar moral ou um licencioso, pureza de vida.

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A influência de um Venerável imoral é destruidora para sua Loja. Nenhuma Loja pode ser melhor do que seu Venerável. Venerável Mestre, o público julgará a Loja por vós.

“O Venerável deve ser respeitador da Lei” Em todos os momentos, deveis vos mostrar um guia para o respeito e o cumprimento da leis do país. Nunca vos deixeis ficar passível da acusação de desrespeito a Lei. Conformai-vos, vós mesmo com ela, e levai os outros a se conformarem, em vista do bem público e da paz social. Como, de outro modo, podereis dizer que a Maçonaria não interfere com os deveres do homem para com o seu país? “O Venerável não deve ser um conspirador ou inimigo secreto do

governo” Conspirações da meia-noite, planos de engrandecimento próprio a custa do país, isto repugna à consciência do homem comprometido, como vós Venerável Mestre, nos deveres da venerança. Provareis assim, a um rigoroso exame, que o segredo da Maçonaria não é o segredo do assassino, que seus proveitos não são os da rapina e sua paga não são os trinta dinheiros de Judas Iscariotes.

“O Venerável deve ser Tolerante e Afável” “O Venerável deve ser Cauteloso, Fervoroso e Comedido”

Abri vosso espírito e, se nele não houver sombras, sereis levado ao prêmio de agir com correção e vossos Irmãos vos honrarão.

“O Venerável deve ser Ardente Amante da Maçonaria

Verdadeira” Pelo estudo e pela meditação, deveis vos preparar para saber separar o joio do trigo e aprender a condenar os impostores e inovadores.

“O Venerável deve saber Respeitar seus Superiores Hierárquicos”

Como esperar serdes obedecido, se não aprendestes a obedecer?

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De duas fontes promana vossa autoridade: de Deus, pela Sua palavra; da Grande Loja, pela Carta que tendes. Desta forma, obedeceis duas vezes, enquanto mandais uma.

“O Venerável deve ser um Maçom Zeloso” É vosso dever, Venerável, propagar a sabedoria maçônica, sois como que mensageiro de seu Evangelho. Deveis ser preciso no conceito, firme no debate; conhecedor da literatura maçônica e dos que deveis dirigir na guerra contra o erro. O Oriente de uma Loja não é lugar para um coração frio e indiferente.

“O Venerável deve ser Versado nos Landmarks” Se um Landmark for desrespeitado, por cálculo, ou por descuido, deveis levantar a voz, antes que seja tarde.

“O Venerável deve Amar as coisas Antigas” O “progresso” em Maçonaria não deve ter sentido para vós. A verdadeira Maçonaria consiste em conhecer seus preceitos e praticá-los. Quanto mais os conhecerdes, tanto mais sereis capaz de seguí-los.

“O Venerável deve ser Zeloso da Honra de sua Loja” Recebereis pedidos e visitas com cautela e não deveis aceitar, senão quando certo de sua honrabilidade. “O Venerável deve Ligar-se Intimamente com a Grande Loja”

Sois, Venerável, o único que estabelece a verdadeira ligação entre esta Loja e a Grande Loja a que somos subordinados.

“O Venerável deve Repudiar os Corpos Clandestinos” Deveis vos inspirar no sentimento de pureza maçônica; não deveis ter mão estendida, nem entendimentos com os Corpos de origem irregular e clandestinos. “O Venerável deve Manter a Regularidade do Sistema Maçônico,

como Essencial à Vida e Utilidade da Ordem” Que seja vosso lema, Venerável; - “Um lugar para cada coisa; cada coisa em seu lugar” Em Maçonaria, nada que não seja racional.

DEVERES DO VENERÁVEL MESTRE DE UMA LOJA

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( Extratos do “Master’s Assistent”, de R. Macoy) 1 – Assistir aos trabalhos de sua Loja 2 – Abrir e fechar sua Loja 3 – Preservar a ordem da Loja 4 – Obedecer, fazer obedecer e respeitar, defender os Landmarks, as leis da Grande Loja, as ordens do Grão-Mestre e o Regulamento da Loja. 5 – Guardar inviolável, a Carta da Loja e entregá-la a seu sucessor. 6 – Observar a ritualística, letra e drama, e ensiná-la aos Irmãos. 7 – Determinar sindicâncias de qualquer conduta antimaçônica de Irmãos do quadro da Loja, bem como de qualquer maçom que esteja, definitivamente, ou de passagem, dentro de sua jurisdição. 8 – Visitar os maçons doentes e presidir os funerais dos que falecerem. 9 – Esforçar-se por conservar a harmonia de sua Loja, devendo ser modelo.

COMENTÁRIOS (os números dos comentários, referem-se aos dos deveres enumerados) 1) – Nada mais desmoraliza uma Loja do que freqüentes ausências do Venerável, e, isso ocorrendo, tem a Loja motivos para pedir ao Grão-Mestre removê-lo do cargo. 5) – Sem carta não há Loja. O visitante tem o direito de pedir, antes de se deixar trolhar, para ver a Carta da Loja e isso não lhe pode ser negado. Embora não seja por todos aceito, é opinião da minoria dos escritores maçônicos, que só a Carta Constitutiva legítima, com sua presença, dá legitimidade aos trabalhos de uma Loja. “NENHUMA LOJA PODE SER ABERTA, SE NÃO ESTIVER PRESENTE SUA CARTA E É UM DIREITO DO VISITANTE VÊ-LA ANTES DE ENTRAR NO TEMPLO”

MANUSCRITO RÉGIO 1 – O Mestre Maçom há que ser firme, constante, íntegro, fiel e tratar com perfeita justiça a seus obreiros e subordinados. 2 – O Mestre Maçom, há que assistir com pontualidade as Assembléias e reuniões em geral. 3 – O Mestre não tomará aprendizes por menos de sete anos.

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4 – O Mestre não tomará aprendizes que sejam escravos ou estejam em servidão, e tão somente os de livre condição e bem nascidos. 5 – O Mestre não tomará por aprendizes aos defeituosos físicos, e tão somente os que sejam fisicamente aptos. 6 – O Mestre não receberá pagamento dos aprendizes. 7 – O Mestre não empregará os ladrões e os sem Moral. 8 – O Mestre deve manter uma norma de eficiência, não permitindo o emprego de obreiros incapazes. 9 – O Mestre não empreenderá trabalho algum, que não seja capaz de completar. 10 – Nenhum Mestre, suplantará a outro, na obra empreitada. 11 – O Mestre não obrigará aos maçons a trabalhos de noite, há não ser para ampliar seus conhecimentos. 12 – Nenhum maçom murmurará de seus companheiros de trabalho. 13 – O Mestre instruirá aos seus aprendizes, em tudo que forem capazes de aprender. 14 – O Mestre não tomará aprendizes se não tem bastante trabalho para dar-lhes. 15 – O Mestre não ocultará, nem transigirá com as faltas de seus companheiros.

REGULAMENTO DE 1663 Estes seis Artigos foram aprovados em 8 de dezembro de 1663, e segundo William J. Hughan, este manuscrito firmado, foi usado de base para imprimir a edição Robert da Constituição de 1722. Este regulamento prescreve que: 1º - Ninguém, fosse qual fosse a posição ocupada na sociedade profana, poderia ser recebido entre os maçons, sem que existisse uma Loja composta de cinco maçons, dos quais um fosse mestre ou inspetor do distrito ou circunscrição e outro fizesse parte da arte da maçonaria; 2º - Ninguém seria admitido na confraria que não fosse são de corpo, de nascimento honrado, de boa reputação e submisso às leis do país; 3º - Todo aquele que quisesse ser recebido entre os maçons, não poderia ser admitido em qualquer Loja, antes que o mestre da circunscrição ou do distrito lavrasse um certificado, pelo qual todas as Lojas da circunscrição ficassem avisadas de toda e qualquer admissão a ser feita; este certificado seria transcrito em pergaminho e pregado a uma tábua colocada para esse fim.

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Além disso, todas as admissões havidas deveria ser comunicadas à próxima assembléia geral. 4º - Toda a pessoa admitida entre os maçons seria obrigada a levar ao mestre uma nota com a data de sua admissão, a fim de que fosse inscrita em seu grau de antigüidade e, por esse modo, todos os membros da sociedade se conhecessem uns aos outros. 5º - A dita sociedade ou confraria, seria dirigida por um mestre. Os inspetores seria nomeados pelas assembléias gerais, que teriam lugar anualmente. 6º - Ninguém seria recebido na sociedade, e os segredos não lhe poderiam ser comunicados, sem que tivesse o juramento de discrição, segundo a seguinte fórmula: “Eu, ................... declaro e prometo diante de Deus Todo Poderoso e de meus companheiros e irmãos aqui presente, que nunca, em tempo algum, qualquer que seja o artifício ou violência empregados para este fim, publicarei, descobrirei ou denunciarei, direta ou indiretamente, nenhum dos segredos, privilégios ou deliberações da confraria ou da sociedade da maçonaria de que me foi dado conhecimento, ou de que tiver ciência daqui por diante. Que Deus e o santo conteúdo deste livro venham em meu auxílio.” Eis o famoso regulamento de 1663, mais conhecido como “Lei de Santo Albano” por ser devido, em grande parte, à sua orientação.

O MANUSCRITO DE HARLEY Ó Pai Onipotente do céu, com a sabedoria do glorioso filho e pela bondade do Espírito Santo, três pessoas em um só Deus. estejam conosco e nos dêem graça para dirigir a nossa conduta, a fim de alcançar a duradoura felicidade. Amém. Bons Irmãos e Companheiros, O nosso propósito é ensinar-vos como, e de que maneira, se originou a arte da Maçonaria, e como depois a assentaram e estabeleceram meritíssimos reis e príncipes, assim como outras coisas que não prejudicam a ninguém. E aos que aqui estão presentes, diremos o que há de observar cada maçom; porque em boa fé, se o escutais vereis que convém observá-lo, por ser uma das sete ciências liberais a saber: 1ª - Gramática, que ensina ao homem falar e escrever corretamente.

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2ª - Retórica, que ensina ao homem a falar artística e elegantemente, em termos sutis. 3ª - Lógica, que ensina a discernir a verdade do erro. 4ª - Aritmética, que ensina a contar e a razão dos números. 5ª - Geometria, que ensina a medir e traçar as coisas e foi origem da Maçonaria. 6ª - Música, que ensina o canto. 7ª - Astronomia, que ensina o curso do sol, da lua e outros ornamentos do céu. Convém advertir, que todas estas cifras estão subordinadas à Geometria, que mede e pesa todas as coisas do interior e da superfície da terra. Por que sabeis que todo artesão trabalha por medida, e quem compra e vende vale-se de pesos e medidas, e os lavradores, navegantes e pintores valem-se da Geometria, sem a qual não poderiam subsistir a Gramática, nem a Retórica, nem a Lógica, sem nenhuma das ditas Ciências. Portanto a Geometria é a mais valiosa, louvável e honrosa. Se me perguntardes como se inventou esta ciência, responderei que antes do dilúvio universal, chamado vulgarmente de “dilúvio de Noé”, vivia um varão chamado Lamaque, segundo se lê no capítulo IV do Gênesis, o qual tinha duas mulheres, uma de nome Ada e a outra se chamava Zila. De sua mulher Ada, teve Lamaque dois filhos, Jabal e Jubal, de sua outra mulher, Zila, teve Lamaque um filho, Tubal e uma filha, Naama. Estes filhos de Lamaque foram os iniciadores de todas as artes do mundo. Jabal fundou a Geometria, construiu a primeira casa de pedra e madeira e ensinou a dividir a terra e a criar gado, Jubal fundou a Música. Tubal inventou a arte de forjar ouro, prata, cobre, ferro e aço. Naama idealizou a arte têxtil. Mas todos estes filhos de Lamaque sabiam muito bem que Deus tomaria vingança do pecado, seja pela água, seja pelo fogo, e assim gravaram estas ciências em duas colunas de pedra a fim de serem encontradas depois de Deus ter-se vingado. Uma coluna era de mármore, para que não se queimasse, e a outra era de cortiça, para que não submergisse a água, e assim uma das duas se conservaria se Deus quisesse que alguém vivesse sobre a terra. Direi agora onde foram encontradas estas colunas em que estavam escritas as ciências. Depois do dilúvio aprouve a Deus que Hermaxmes, filho de Lúcio, filho de Sem, filho de Noé, a quem chamaram Hermes, pai dos sábios, encontrou um dos pilares, e ensinou a outros homens as ciências aí escritas. Na torre de Babel tomou muita parte a Maçonaria, porque Nemorth, rei da Babilônia, era

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maçom e amante da ciência, e quando tiveram de edificar a cidade de Nínive e outras cidades do Oriente, Nemorth enviou sessenta maçons a pedido do rei de Nínive. E ao chegar indicou-lhes os seguintes deveres: Que deviam ser fiéis uns com os outros a fim de o honrarem quando os enviasse a seu primo o rei, e lhes declarou o dever que tinham com respeito à sua ciência. Também foram ao Egito, Abraão e Sara e ele ensinou aos egípcios as sete ciências liberais, e teve um talentoso discípulo, chamado Euclídes, que não demorou a aprender as sete ciências. Sucedeu em sua época que os governadores das províncias do reino tinham em seu território tantos filhos engendrados por outros homens em várias mulheres, que a terra estava carregada deles, e como não havia meios suficientes para sustentá-los, resolveu o rei convocar um parlamento para remediar o caso; mas como os que compareceram foram por demais numerosos e nada foi possível tirar a limpo, mandou apregoar por todo o reino, que se alguém fosse capaz de achar o meio de sustentar tantos bastardos, que o comunicasse ao rei, fazendo assim jus a uma boa recompensa. Em conseqüência, Euclídes apresentou-se ao rei, dizendo: “Meu nobre soberano, se eu tivesse o governo dos filhos desta terra, ensinar-lhes-ia as sete ciências liberais, a fim de que pudessem viver honrada e decorosamente, contanto que me désseis poder sobre elas em virtude de vossa delegação”. Assim foi feito, e o Mestre Euclídes deu-lhes os seguintes conselhos:

1º - Sereis fiéis ao rei 2º - Serem fiéis ao mestre a quem serviam 3º - Serem fiéis uns com os outros 4º - Não se lançarem zombando como fazem os truões e

outros da mesma laia. 5º - Fazerem devidamente o seu trabalho, para serem

dignos de perceber o salário das mãos do Mestre 6º - Instituírem por Mestre ao mais sábio e reconhece-lo

por Senhor e Mestre de sua obra. 7º - Receberem salário suficiente para que o obreiro

pudesse viver honradamente e com reputação. 8º - Reunirem-se anualmente em Assembléia para receber

conselho a respeito de sua arte, e de como trabalhar melhor para servir a seu Senhor e Mestre em proveito dele e em sua própria reputação, e corrigir os defeitos. Considerai que antigamente denominava-se Geometria à Maçonaria, e quando o povo de Israel estabeleceu-se na Terra de

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Promissão, que agora se chama Emens, no país de Jerusalém, o rei David começou a construção de um Templo, que agora se chama o Templo do Senhor ou Templo de Jerusalém. E o rei David amava muito aos maçons e os estimulava, dando-lhes bons salários e determinando-lhes deveres como Euclídes os tinha estipulado no Egito e como se deveriam estabelecer daí por diante. Depois da morte do rei David, seu filho Salomão terminou o Templo começado por seu pai e para terminá-lo mandou buscar maçons de diversos países em número de oitenta mil, e nomeou Mestres e Superintendentes da obra. E havia outro rei de outro país e diferente religião, chamado Hiram, muito amigo do rei Salomão, a quem deu madeiras de construção. E Hiram tinha um filho, chamado Anon, mestre de Geometria, que foi mestre em chefe dos maçons, da obra escultural e toda obra de Maçonaria pertencente ao Templo, segundo consta do capítulo IV dos Reis. E o rei Salomão confirmou todos os deveres determinados aos maçons pelo rei David seu pai, e estes maçons viajaram por diversos países para aumentar os seus conhecimentos na arte da construção e para instruir a outros. E aconteceu que um zeloso maçom chamado Menon Greco, que havia estado na construção do Templo de Salomão, foi à França e ensinou ciência da Maçonaria aos franceses, cujo rei era na época Carlos Martel, muito amante da Maçonaria, que tinha mandado chamar a Menon Greco e aprendeu dele a dita Ciência, ingressando na Fraternidade, pelo que empreendeu grandes obras públicas e pagou liberalmente os obreiros, confirmou os seus privilégios por carta real e assistiu pessoalmente às assembléias anuais, o que foi de muita honra e proveito para os maçons. Assim se introduziu a Maçonaria na França. A Maçonaria não foi conhecida da Inglaterra até que ali chegasse Santo Albano, que instruiu ao rei na dita ciência da Maçonaria, assim como também em Teologia, pois era cristão. Construiu e murou a cidade de Santo Albano, chegou a ser íntimo do rei, mordomo-mor do palácio e lugar-tenente real do reino. Foi muito amigo dos maçons, a quem pagava o salário semanal de três xelins e seis dinheiros, e recebeu do rei uma carta de privilégio para que pudessem reunir-se anualmente em Assembléia e Conselho e fez muitos maçons. Pouco depois do martírio de Santo Albano, justamente chamado o protomártir da Inglaterra, um rei invadiu o país e passou a sangue e fogo grande parte da população, de modo que houve

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decadência da ciência da Maçonaria, até o reinado de Athelstone, chamado por alguns Adelstone, que pacificou e sossegou o país depois da guerra dos daneses e mandou construir muitas abadias, mosteiros e casas de religião, assim como castelos e outras fortalezas para defesa do seu reino. Amou os maçons mais que seu pai, estudou detidamente a Geometria e mandou buscar em outras terras, varões versados nesta ciência, dando aos maçons uma carta ou cédulas mais extensa para que pudessem reunir-se anualmente em Assembléia, com o objetivo de corrigir os transgressores da ciência. O rei em pessoa convocou e presidiu uma Assembléia geral de maçons em York, onde muitos ingressaram na Maçonaria, entregando aos que se achavam reunidos a carta de privilégio, determinando-lhes o estrito dever de observar os artigos referentes à Maçonaria. Na assembléia, apregoou Althestan, que se algum maçom tivesse manuscritos maçônicos ou pudesse informar-lhe sobre algo que faltasse à dita ciência, o entregasse ao rei ou lhe escrevesse. E foram encontrados alguns manuscritos em francês, outros em grego, inglês e outros idiomas, dos quais o rei mandou tirar o texto de um novo livro que declarasse a origem da Maçonaria e sua utilidade. Mandou também ao rei que se lesse e se explicasse com simplicidade na cerimônia de ingresso de um novo membro, a fim de que compreendesse plenamente que artigo, regras e ordenações ficava obrigado a obedecer.

Desde então, até hoje, foi respeitada e protegida, e foram acrescentados novos artigos aos deveres do maçom, segundo conselho e consentimento dos mais distintos maçons.

TUNC UNUS EX SENIORIBUS LIBRUM ILLI QUI

JUSJURANDO REDAT ET PONAT MANUM LIBRO VEL SUB LIBRUM, DUM ARTICULUM ET PRECEPTA SIBI LEGANTUR

Assim diz por via de exortação; Queridos e respeitáveis amigos e irmãos: e vos suplico humildemente que se desejais o eterno bem de vossa alma e vossa pessoal reputação e amais a vossa pátria, sede muito exatos cumpridores destes artigos que vou ler a este irmão, aos quais estais obrigados da mesma forma que ele.

LANDMARKS

O que é Landmark ? Vamos estudar o que dizem os mais eruditos e estudioso maçons do século XIX.

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Albert G. Mackey, em Masonic Jurisprudence: “Há diversidade de opiniões entre os tratadistas a respeito da natureza das Antigas Marcas da Maçonaria; porém o melhor método será limitá-las aos antigos e universais costumes da Ordem que acabaram por concretizar-se em regras de ação, ou que se articularam em leis por alguma autoridade competente, e o seria em tempo tão remoto que não deixou sinal na história. A antigüidade é o elemento essencial do Landmark”. Josiah Drummond, em Maine Masonic Text Book: “A definição da palavra marca denota apenas que é possível enumerá-las. Tudo quanto podemos saber é que são leis e costumes existentes desde tempo imemorial. Se há algum uso universal de origem desconhecida é uma marca”. John W. Simons, em Principles of Masonic Jurisprudence: “Consideramos como marcas os princípios de ação que existem desde tempo imemorial, seja em lei escrita ou tradicional, que se identificam com a forma e essência da Maçonaria, e que a grande maioria aceita que são invariáveis e todos os maçons estão obrigados a manter intactas, sob pena de irrevogável sanções”. Ver. George Oliver, em Dictionary of Symbolic Masonry: “A respeito das marcas da Maçonaria, alguns as limitam aos sinais, toques e palavras. Outros incluem a cerimônia de iniciação e exaltação; os ornamentos, móveis e jóias da Loja, e os seus símbolos característicos. Alguns opinam que a Ordem, não tem outras marcas, além de seus peculiares segredos”. Robert Morris, em Dictionary of Freemasonry: “Os dogmas invariáveis que assinalam dão a conhecer e mantêm os limites da Francomaçonaria”. Luke A. Lockwood, em Masonic Law and Pratice: “As marcas da Maçonaria são aqueles antigos princípios e práticas que assinalam e distinguem a Maçonaria como tal, e são a fonte da jurisprudência maçônica”. J. Q. A. Fellows, em Proceedings of G∴ L∴ of LA, 1889: “A crença em Deus, nosso Pai; na imortalidade da alma; na fraternidade humana; a necessária prática de todas as virtudes cívicas e morais; nossos deveres para com Deus, com a pátria, com o próximo e conosco mesmo. Estes princípios universalmente conquistados, são, a nosso entender as marcas da Ordem”. H. B. Brant, em Ancient Landmarks WTH Suporting Evidence:

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“Não pode considerar-se marca da Maçonaria o que não está estabelecido pelos escritos de nossos pais ou nossas reconhecidas autoridades, como regra ou crença dos Franco-Maçons em 1723, ou que não esteja hoje aceita como marca”. Theodore S. Parain em, Iowa Proceedings 1889: “Para que uma marca realmente o seja, deve merecer o respeito universal e ser observada por todos os maçons” Albert Pike: “Os antigos princípios fundamentais da antiga Maçonaria Operativa eram poucos e simples e não se denominavam marcas. Cada Loja era independente das demais e não havia autoridade superior que as regesse. Todas estavam constituídas de Aprendizes e Companheiros, e tinham seu Venerável e Vigilantes eleitos por voto de todos os membros. Os antigos deveres denotam os princípios a que obedeciam as relações entre os membros, e não será inadequado dizer que os citados fossem as marcas da Ordem”. W. B. Hextal, em ARS Q. C. Volume XXV, pág. 91: “As antigas marcas da Franco-Maçonaria, como toda outra marca material ou simbólica, só podem se manter estáveis quando se apoiam em seguros fundamentos. Ao se aprofundar o filósofo sobre a pedra em que descansa, descobre que o nosso seguro fundamento é o trino dogma da fraternidade de Deus, a fraternidade dos homens e a vida futura. Todas as leis, usos, costumes e métodos que não se apoiem neste dogma básico, serão convenções ou acomodações, porém de modo algum participarão da natureza das antigas marcas”. Definição adotada pelo Congresso Maçônico de Chicago, em 1893: “As antigas marcas são aqueles princípios fundamentais que caracterizam a Maçonaria, segundo definem os Deveres do Franco-Maçom e sem os quais nenhuma instituição pode identificar-se como Maçonaria, combinados com a essência do não escrito, linguagem pela qual se identificam entre si os maçons” Dizia então a Grande Loja: “Em face da diversidade de opiniões entre os escritores quanto aos Landmarks e a Maçonaria, o método mais seguro seguido por Mackey para coligi-los foi restringi-los às antigas e, portanto, universais práticas da Ordem as quais, embora gradualmente impostas como regras de ação, ou imediatamente decretadas

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por autoridade competente, o foram em época tão remota que não deixaram notícia alguma nos anais de nossa história”.

CLASSIFICAÇÃO DE MACKEY 1° - Os processos de reconhecimento são os mais legítimos e inquestionáveis de todos os Landmarks. Não admitem mudança de qualquer espécie, pois sempre que isso se deu, funestas conseqüências vieram demonstrar o erro cometido. 2° - A divisão da Maçonaria Simbólica em três Graus é um Landmark que, mais do que nenhum, tem sido preservado de alterações, apesar dos esforços feitos pelo daninho espírito inovador. Certa falta de uniformidade sobre o ensinamento final da Ordem, no Grau de Mestre, foi motivada por não ser o terceiro Grau considerado como finalidade; daí o Real Arco e os Altos Graus variarem no modo de conduzirem o neófito à grande finalidade da Maçonaria Simbólica. Em 1813, a Grande Loja da Inglaterra reivindicou este antigo Landmark, decretando que a antiga Instituição Maçônica consistia nos três primeiros Graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre, incluindo o Santo Arco Real. Apesar de reconhecido por sua antigüidade, como um verdadeiro Landmark, ele continua a ser violado. 3° - A Lenda do terceiro Grau é um Landmark importante, cuja integridade tem sido respeitada. Nem um Rito existe na Maçonaria em qualquer país ou em qualquer idioma, em que não sejam expostos os elementos essenciais dessa Lenda. As formulas escritas podem variar e na verdade variam; a Lenda porém, do construtor do Templo, constitui a essência e a identidade da Maçonaria. Qualquer Rito que a excluísse ou a alterasse materialmente cessaria, por isso, de ser um Rito Maçônico. 4° - O Governo da Fraternidade por um Oficial que preside, denominado Grão Mestre, eleito pelo Povo Maçônico, é o quarto Landmark da Ordem. Muitas pessoas ignorantes supõem que a eleição do Grão Mestre se pratica em virtude de ser estabelecida em Lei ou Regulamento de Grande Loja. Nos anais da Instituição encontram-se, porém, Grãos Mestres muito antes de existirem Grandes Lojas, e se o atual sistema de governo legislativo por Grandes Lojas fosse abolido, sempre seria preciso a existência de um Grão Mestre. 5° - A prerrogativa do Grão Mestre de presidir todas as reuniões maçônicas, feitas onde e quando se fizerem, é o quinto Landmark. É em virtude desta Lei, derivada de antiga usança e não de qualquer decreto especial, que o Grão Mestre ocupa o

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Trono em todas as sessões de qualquer Loja subordinada, quando se ache presente. 6° - A prerrogativa do Grão Mestre de conceder licença para conferir Graus em tempos anormais é outro e importantíssimo Landmark. Os Estatutos maçônicos exigem um mês ou mais para o tempo que deve transcorrer entre a proposta e a recepção de um candidato. O Grão Mestre, porém, tem o direito de pôr de lado ou de dispensar esta exigência e permitir a iniciação imediata. 7° - A prerrogativa que tem o Grão Mestre de dar autorização para fundar e manter Lojas é outro importante Landmark. Em virtude dele, pode o Grão Mestre conceder o número suficiente de Mestres Maçons o privilegio de se reunirem e conferirem Graus. As Lojas assim constituídas chamam-se “Lojas Licenciadas”. Criadas pelo Grão Mestre, só existem enquanto ele não resolva o contrário, podendo ser dissolvidas por ato seu. Podem viver um dia, um mês ou seis meses. Qualquer, porém, que seja o tempo de sua existência, devem-na, exclusivamente, à graça do Grão Mestre. 8° - A prerrogativa do Grão Mestre de criar Maçons por sua deliberação é outro Landmark importante, que carece ser explicado, controvertida como tem sido a sua existência. O verdadeiro e único modo de exercer esta prerrogativa é o seguinte: o Grão Mestre convoca em seu auxilio seis Mestres Maçons, pelo menos; forma uma Loja, e sem nem uma prova prévia, confere os Graus aos candidatos; findo isso, dissolve a Loja e despede os Irmãos. As Lojas convocadas por esse meio são chamadas “Lojas Ocasionais” ou “de Emergência”. 9° - A necessidade de se congregarem os Maçons em Loja é outro Landmark. Os Landmarks da Ordem sempre prescreveram que os Maçons deviam congregar-se com o fim de se entregarem a tarefas operativas e que à essas reuniões fosse dado o nome de “Loja”. Antigamente eram essas reuniões extemporâneas, convocadas para assuntos especiais e, logo dissolvidas, separando-se os Irmãos para de novo se reunirem em outros pontos e em outras épocas, conforme as necessidades e as circunstâncias exigissem. Cartas Constitutivas, Regulamentos Internos, Lojas e Oficinas permanentes e contribuições anuais são inovações puramente modernas, de um período relativamente recente. 10° - O Governo da Fraternidade, quando congregado em Loja, por um Venerável e dois Vigilantes é também um Landmark.

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Qualquer reunião de Maçons, congregados sob qualquer outra direção, como por exemplo, um Presidente e dois vice-Presidentes, não seria reconhecida como Loja. A presença de um Venerável e dois Vigilantes é tão essencial que, no dia da congregação, é considerada como uma Carta Constitutiva. 11° - A necessidade de estar uma Loja a coberto quando reunida, é um importante Landmark, que não deve ser descurado. Origina-se do caráter esotérico da Instituição. O cargo de Guarda do Templo, que vela para que o local das reuniões esteja absolutamente vedado à intromissão de profanos, independe em absoluto, de quaisquer Leis de Grandes Lojas ou de Lojas subordinadas. E o seu dever, por este Landmark, é guardar a porta do Templo, evitando que se ouça o que dentro se passa. 12° - O direito representativo de cada Irmão nas reuniões gerais da Fraternidade é outro Landmark. Nas reuniões gerais, outrora chamadas Assembléias Gerais, todos os Irmãos, mesmo os simples Aprendizes, tinham direito de tomar parte. Nas Grandes Lojas só tem direito de assistência os Veneráveis e os Vigilantes, na qualidade, porém , de representantes de todos os Irmãos das Lojas. Antigamente cada Irmão representava-se por si mesmo. Hoje são representados por seus Oficiais. Nem por motivo dessa concessão, feita em 1717, deixa de existir o direito de representação firmado por este Landmark. 13° - O direito de recurso de cada Maçom das decisões dos seus Irmãos, em Loja, para a Grande Loja ou Assembléia Geral dos Irmãos, é um Landmark essencial para a preservação da justiça e para prevenir a opressão. 14° - O direito de todo Maçom de visitar e tomar assento em qualquer Loja é um inquestionável Landmark da Ordem. É o consagrado direito de visitar que sempre foi reconhecido como um direito inerente que todo Irmão exerce quando viaja pelo Universo. É a conseqüência do modo de encarar as Lojas como meras divisões, por conveniência da Família Maçônica Universal. 15° - Nenhum visitante, desconhecido dos Irmãos de uma Loja, pode ser admitido à visita sem que, antes de tudo, seja examinado conforme os antigos costumes. Esse exame só pode ser dispensado se o Maçom for conhecido de algum Irmão do Quadro, que por ele se responsabilize. 16° - Nenhuma Loja pode intrometer-se em assuntos que digam respeito a outras nem conferir Graus a Irmãos de outros Quadros.

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17° - Todo Maçom está sujeito as Leis e aos Regulamentos da Jurisdição Maçônica em que residir, mesmo não sendo membro de qualquer Loja. A não filiação é já em si uma falta maçônica. 18° - Por este Landmark os candidatos à iniciação devem ser isentos de defeitos ou mutilações, livres de nascimento e maiores. Uma mulher, um aleijado ou um escravo não pode ingressar na Fraternidade. 19° - A crença no Grande Arquiteto do Universo é um dos mais importantes Landmarks da Ordem. A negação dessa crença é impedimento absoluto e insuperável para a iniciação. 20° - Subsidiariamente a essa crença é exigida a crença em uma vida futura. 21° - É indispensável a existência no Altar de um “Livro da Lei”, o Livro que, conforme a crença, se supõem conter a verdade revelada pelo Grande Arquiteto do Universo. Não cuidando a Maçonaria de intervir nas peculiaridades de fé religiosa dos seus Membros, esses livros só podem variar de acordo com os credos. Exige, por isso, este Landmark que um Livro da Lei seja parte indispensável dos utensílios de uma Loja. 22° - Todos os Maçons são absolutamente iguais dentro de uma Loja, sem distinções de prerrogativas profanas, de privilégios que a sociedade confere. A Maçonaria a todos nivela nas reuniões maçônicas. 23° - Este Landmark prescreve a conservação secreta dos conhecimentos havidos por iniciação, tanto dos métodos de trabalho como das suas lendas e tradições, que só podem ser comunicados a outros Irmãos. 24° - A fundação de uma ciência especulativa, segundo métodos operativos, e o uso simbólico e a explicação dos ditos métodos e dos termos neles empregados, com propósito de ensinamento moral, constitui outro Landmark. A preservação da Lenda do Templo de Salomão é outro fundamento deste Landmark. 25° - O último Landmark é o que afirma a inalterabilidade dos anteriores, nada podendo ser-lhes acrescido ou retirado, nenhuma modificação podendo ser-lhes introduzida. Assim como de nossos antecessores os recebemos, assim os devemos transmitir aos nossos sucessores. NOLOMUS LEGES MUTARI.NOLOMUS LEGES MUTARI.NOLOMUS LEGES MUTARI.NOLOMUS LEGES MUTARI.

CLASSIFICAÇÃO DE FINDEL

1º - A obrigação de cada Maçom de professar a religião universal em que todos os homens de bem concordam (1ª obrigação da Constituição de Anderson)

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2º - Não existem na Ordem diferenças de nascimento, raça, cor, nacionalidade, credo religioso ou político. 3º - Cada iniciado torna-se membro da Fraternidade Universal, com pleno direito de visitar outras Lojas. 4º - Para ser iniciado é necessário ser homem livre e de bons costumes, Ter liberdade espiritual, cultura geral e ser maior de idade. 5º - A igualdade dos maçons em Loja. 6º - A obrigatoriedade de solucionar todas as divergências entre Maçons dentro da Fraternidade. 7º - Os mandamentos da concórdia, amor fraternal e tolerância. Proibição de levar para a Ordem discussões sobre assuntos de religião e política. 8º - O sigilo sobre os assuntos ritualísticos e os conhecimentos havidos na iniciação. 9º - O direito de cada Maçom de colaborar na legislação maçônica, o direito de voto e o de ser representado no alto Corpo.

CLASSIFICAÇÃO DE POUND 1º - Crença em Deus. 2º - Crença na imortalidade da alma (na “imutação da personalidade”) 3º - Um “Livro da Lei” como parte integrante e indispensável dos utensílios de cada Loja. 4º - A lenda do terceiro grau. 5º - O segredo. 6º - O simbolismo da arte da construção. 7º - Que o Maçom seja homem livre e de idade viril. Mais dois devem ser anexados. 8º - O governo da Loja pelo Venerável e os dois Vigilantes. 9º - O direito de visitação para o Maçom que tenha seus documentos legais.

CLASSIFICAÇÃO DE GRANT 1º - Antigamente teve a Maçonaria um duplo caráter, operativo e especulativo. 2º - A Franco-Maçonaria compreende os graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre, conferidos em Lojas Regulares, segundo Ritos e cerimônias secretas. 3º - O segredo é elemento essencial da Franco-Maçonaria e todo maçom está ligado por indessolúvel laços, a manter secretos os sinais, toques, palavras e tudo quanto ocorre na Loja (exceto em

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casos de traição e assassinato) e não divulgar os segredos que um Irmão lhe confie. 4º - Escrever ou imprimir a parte esotérica da Maçonaria em palavras, sílabas ou sinais, é contrário aos princípios da Fraternidade. 5º - As promessas de um maçom não contrariam seus deveres para com Deus, seu País, sua Família, seu próximo, nem para consigo mesmo. Somente obrigam a sua consciência e ações. 6º - É absolutamente indispensável a crença no Supremo Ser a quem os homens chama de Deus, e os maçons dão o nome de Grande Arquiteto do Universo e como tal o reverenciam. 7º - Crer na imortalidade da lama e na ressurreição numa vida futura. 8º - Em Loja é indispensável a presença do “Livro da Lei”, o Esquadro e o Compasso. 9º - Os dogmas fundamentais da Maçonaria são: Fraternidade, Amor, Beneficência e Verdade. 10º - As virtudes cardeais da Franco-Maçonaria são: Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança. 11º - O avental de pele branca de carneiro é a insígnia do Maçom. 12º - O esquadro e o compasso são símbolos maçônicos de moralidade. 13º - O dia de São João Batista, 24 de junho, e o dia de São João Evangelista, 27 de dezembro, são festas maçônicas. Em uma delas se efetua a eleição anual dos oficiais. 14º - A Assembléia Geral ou Grande Loja, é o supremo Corpo Legislativo, Judicial e Executivo da Ordem em todos os assuntos de caráter maçônico que se suscitam em sua jurisdição territorial e é constituída de representantes de todas as Lojas de sua Jurisdição. 15º - Uma Loja é uma corporação de maçons regularmente organizada, com Carta Constitutiva que a autoriza a trabalhar segundo as leis e costumes da Ordem. 16º - Cada Grande Loja ou subordinada, quando se reúne em sessão, deve estar devidamente ornamentada, coberta e aberta antes de começar os trabalhos. 17º - Os Franco-Maçons se reúnem em Loja sobre o nível da igualdade e tratam-se fraternalmente na reunião. 18º - Uma Loja devidamente instalada tem o direito de instruir seus representantes na Assembléia. 19º - Não se podem discutir, nem tratar em Loja, questões sectárias de política ou religião.

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20º - Um Maçom em boas relações com alguma Loja regular de Maçons, poderá visitar outras Lojas. Contanto que não perturbe os trabalhos da Loja visitada. 21º - Um maçom não pode freqüentar uma Loja irregular nem conversar sobre os segredos da Maçonaria com um Maçom irregular, nem com o que tenha seus direitos suspensos ou expulsos da Ordem. 22º - O Grão-Mestre é o chefe executivo da Ordem e o Presidente da Fraternidade que o elegeu e a cujas leis deve obedecer. 23º - O Grão-Mestre pode presidir todas as Lojas de sua Jurisdição. 24º - O Grão-Mestre pode suspender de seu cargo o Venerável de uma Loja e reter sua Carta Constitutiva. 25º - Os oficiais de uma Loja são: o Venerável, o 1º Vigilante, o 2º Vigilante, Tesoureiro, Orador, Secretário, 1º Diácono, 2º Diácono, Mestre de Cerimônias e Trolhador. 26º - O Venerável é o chefe da Loja, e como presidente a governa de conformidade com as Leis e costumes da Ordem, e pode convocá-la sempre que julgue conveniente. 27º - O Venerável deve ter desempenhado o cargo de Vigilante, exceto se a Loja é de recente formação ou se não houver ex-Venerável ou ex-Vigilante dispostos a servir. 28º - O Venerável, por força de seu ofício, deve ser um dos representantes de sua Loja, na Assembléia. 29º - O Venerável de uma Loja passa a ser ex-Venerável no término de seu mandato. 30º - Os Vigilantes de uma Loja devem ter o grau de Mestre. 31º - Na ausência do Venerável fará suas vezes o 1º Vigilante; na ausência de ambos o 2º Vigilante. Se os três estão ausentes, ocupará a presidência o ex-Venerável mais recente entre os que se achem presentes e sejam membros da Loja legalmente convocada. 32º - Os oficiais de uma Grande Loja ou subordinada exercerão seus cargos até que seus sucessores sejam eleitos legalmente e se lhes dê posse do cargo. Também cessará esse direito se forem legalmente destituídos. 33º - Um Maçom não deve convidar nenhum profano a solicitar ingresso na Maçonaria, porque todo candidato deve se oferecer voluntariamente, sem estranha solicitação. 34º - O candidato deve ser homem livre, maior de idade, de bons costumes, íntegro fisicamente e sem defeitos que o impeça de receber e comunicar os Mistérios da Maçonaria.

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35º A única recomendação que pode ostentar um candidato são suas qualidades internas. 36º - É indispensável a indagação das qualidades físicas, intelectuais e morais do candidato. 37º - Para a elevação aos graus de Companheiro e Mestre é necessário o exame das qualidades do candidato. 38º - O voto unânime de todos os maçons presentes em uma sessão de Loja, expresso por meio de bolas, é necessário para a admissão de um candidato à Iniciação ou à Filiação. 39º - Um Maçom deve ser justo e verdadeiro e, de conduta conforme aos princípios fundamentais da lei moral. 40º - Todo maçom deve obedecer às leis do país onde reside. 41º - Nenhum maçom deve reconhecer ninguém como maçom, sem prévio exame de trolhamento ou informação legal. 42º - Um Maçom está obrigado a não mostrar nem dar a entender em presença de profanos ou de maçons de um grau inferior, os sinais, toques e palavras de passe que não devam conhecer. 43º - Todo maçom é obrigado a pertencer a uma Loja regular, assistir a suas reuniões e contribuir para seu sustento. 44º - Não poderá ser admitido em uma Loja um maçom como membro ativo, se não apresentar o certificado de “quite-placet” e de informações satisfatórias. 45º - O Maçom deve submeter-se aos acordos de uma Loja, embora possa recorrer à Assembléia. 46º - Um Maçom deve ser fiel a seus Irmãos, instruí-los, aconselhá-los, defendê-los e assisti-los; porém nunca suplantá-los ou traí-los. 47º - Um Maçom deve respeitar a mulher, filha, mãe, irmã ou criada de outro Maçom. 48º - O Maçom deve ser diligente nos negócios e pagar rigorosamente suas dívidas justas. 49º - O Maçom deve obedecer às instruções de sua Loja. 50º - As penalidades usuais na Maçonaria são: multa, repreensão, suspensão temporária dos direitos maçônicos e expulsão. 51º - Não se poderá sentenciar a nenhum Maçom sem ouvi-lo, a menos que se negue a comparecer ou se desconheça seu paradeiro. 52º - Todo Mestre Maçom tem direito a enterro com honras maçônicas.

GRANDES CONSTITUIÇÕES ESCOCESAS

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Constituições, Estatutos, Institutos e Regulamentos Gerais Maçônicos Em conseqüência da deliberação do 6º dia da 3ª semana da 7º lua da era hebraica 5762, ou da era vulgar 1763, são estes Regulamentos e Constituições retificados para serem observados pelo Soberano Grande Consistório dos Sublimes Cavaleiros Príncipes da Maçonaria, e por todos os conselhos regularmente constituídos em os dois hemisférios, transmitidos ao Muito Ilustr∴ I∴ de Grasse Tilly, Grande Inspetor de todas as Lojas em os dois mundos. É indubitável que todas as sociedades têm recebido inúmeros benefícios dos assíduos trabalhos dos Sublimes Cavaleiros Príncipes da Maçonaria; julgou pouco todo o cuidado e precauções a que se eles têm dado para sustentar-lhe a dignidade, tornar duradouras as boas máximas e conservá-las ilesas dos abusos que pode a depravação do século presente nelas introduzir. Ainda que tenha esta ordem real e sublime, sempre sido com aplausos e glória sustentada pela prudência de suas constituições secretas, tão antigas como o mundo, todavia torna-se indispensável fazer nelas reformas acomodadas ao tempo em que vivemos. Muito diversa era a maneira de viver dos nossos antigos patriarcas, que foram educados no seio da perfeição, em que foram nossos pais pelas mais perfeitas mãos criados. Nestes tempos felizes, a pureza, a inocência e a candura guiavam o coração como naturalmente pela senda da justiça e perfeição; porém a perversão dos costumes, causada pelas desenvolturas do coração e espírito humano, destruindo, com o volver dos tempos todos os germens da virtude, a inocência e candura, que formam as suas sólidas bases, tem insensivelmente desaparecido e deixado a espécie humana nos horrores da miséria, na injustiça e imperfeição. Não foi contudo geral a corrupção em os antigos patriarcas, primeiros cavaleiros; escaparam aos numerosos cachopos que lhes ameaçavam naufrágio, e conservaram-se naquele estado feliz de justiça e perfeição que têm de idade à idade transmitido, revelando os seus sacros mistérios àquele somente que julgavam dignos, e em os quais permitiu o Eterno que fossem iniciados. Consequentemente, para conservarmo-nos, assim como a todos os Cavaleiros Sublimes Príncipes nossos irmãos, neste feliz

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estado, e por seu conselho, resolveu-se, quis-se e determinou-se que além das Antigas e Secretas Constituições da Augusta Ordem dos Sublimes Príncipes, o que será sempre e restritamente observado e nunca comunicado aos profanos cristãos, nem mesmo aos maçons abaixo dos graus de Cavaleiro do Real Machado, Príncipe Adepto, e de Comendador da Águia Negra; e, por meio desta precaução, conhecer-se se os Irmãos assim admitidos possuem as qualidades necessárias ao grau sublime. As presentes Constituições e Regulamentos devem ser com exatidão executados e guardados em todos os pontos e artigos, como para adiante se vê.ARTIGO I Como é a religião um culto de deveres necessariamente devidos a Deus Todo Poderoso, pessoa alguma será em os mistérios sagrados deste grau sublime iniciada, sem que seja submissa aos deveres da religião do país cujos venerandos Príncipes deve ter recebido, e isto deverá ser certificado por três Cavaleiros Príncipes; que seja filho de pais livres; que goze de uma reputação a toda prova; que tenha como tal sido admitido em os precedentes graus da Maçonaria, e tenha dado sempre provas de obediência, submissão, fervor, zelo e constância, afim que seja livre de contrair as obrigações da Venerável Cavalaria quando for admitido ao grau Sublime da Suprema Perfeição, e por conseqüência capaz de cumpri-las com exatidão, e obedecer ao Grão Soberano Comendador, seus Oficiais, e ao Poderoso e Soberano Grande Eleito dos Sublimes Príncipes Congregados.

ARTIGO II A Arte Real, ou sociedade dos maçons livres e aceitos, é dividida por ordem em vinte e cinco graus conhecidos e aprovados; o primeiro é inferior ao segundo; este ao terceiro, e assim por diante sucessivamente até ao vigésimo quinto, que é o Sublime e último grau que tem o poderio sobre todos os outros sem exceção. Todos os graus são distribuídos em sete classes, pelas quais não se pode deixar de passar, nem de seguir exatamente a ordem, tempos e distância entre cada grau divididos por números misteriosos como sejam:

1ª Classe compreende os 3 graus: 1º Para chegar-se ao grau de Aprendiz sujeito ao

Companheiro, exigir-se-ão......

3 meses

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2º O Companheiro e o Aprendiz são sujeitos ao Mestre; para chegar-se de Aprendiz ao de Companheiro, exigir-se-ão...........................................................

5 meses 3º O Mestre e os graus precedentes são sujeitos ao

4º, e para passar do grau de Companheiro ao de Mestre, serão necessários............................................

7 meses Total....................................................... 15 meses

2ª Classe compreende 5 graus: 4º Para chegar ao grau de Mestre Secreto.. 3 meses 5º De Mestre Perfeito.................................. 3 meses 6º De Secretário Íntimo............................... 3 meses 7º De Preboste e Juiz.................................. 5 meses 8º De Intendente......................................... 7 meses Total....................................................... 21 meses

3ª Classe compreende 3 graus:

9º De Mestre Eleito dos Nove...................... 3 meses 10º De Ilustre Eleito dos Quinze.................... 3 meses 11º De Sublime Cavaleiro Eleito.................... 1 mês Total....................................................... 7 meses

4ª Classe compreende 3 graus: 12º De Grão-Mestre Arquiteto....................... 1 mês 13º De Cavaleiro da Real Arca...................... 3 meses 14º De Grande Eleito..................................... 1 mês Total....................................................... 5 meses

5ª Classe compreende 5 graus:

15º De Cavaleiro do Oriente.......................... 1 mês 16º De Príncipe de Jerusalém....................... 1 mês 17º De Cavaleiro do Oriente e Ocidente........ 3 meses 18º De Soberano Príncipe Rosa Cruz............ 1 mês 19º De Grão-Pontífice, Mestre Ad-vitam........ 3 meses Total....................................................... 9 meses

6ª Classe compreende 3 graus:

20º De Grão-Patriarca Noachita.................... 3 meses 21º De Grão-Mestre da Chave da Maçonaria. 3 meses

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22º De Príncipe do Líbano ou Cavaleiro do Real Machado.........................................

3 meses

Total....................................................... 9 meses

7ª Classe compreende 3 graus: 23º De Soberano Príncipe Adepto................. 5 meses 24º De Grão-Comendador da Águia Negra.... 5 meses 25º De Soberano Príncipe do Real Segredo... 5 meses Total....................................................... 15 meses Todos estes graus, em os quais se deve iniciar em um misterioso número de meses para chegar-se a cada um grau sucessivamente, perfazem o número de 81, 8 e 1 fazem 9, como 8 e 1 exprime 81, como 9 vezes 9 são 81; todos números perfeitos, e muito diferentes de 1 e 8 que fazem 9 como 1 e 8 compõe, 18, como 2 vezes 9 são 18; porquanto há números imperfeitos, e esta combinação é imperfeita; porém um franco-maçom que tem preenchido o seu tempo colhe ao fim a rosa maçônica. Porém, se em alguma ocasião, tiver um irmão faltado ao zelo, e obediência, não poderá alcançar grau algum, até que se mostre submisso, implore vênia de seu erro, e prometa extrema exatidão e exemplar submissão, sob pena de ser excluído para sempre e de ser seu nome riscado dos verdadeiros e legítimos irmãos.

ARTIGO III O Soberano Grão-Consistório dos Sublimes Príncipes do Real Segredo é composto de todos os presidentes dos conselhos particulares e regularmente instituídos em as cidades de Paris e Bordeaux, o Soberano dos Soberanos, ou seu Deputado Geral ou seu representante, à sua testa.

ARTIGO IV O Soberano Grão-Consistório dos Sublimes Príncipes de Real Segredo congregar-se-á quatro vezes por ano, e chamar-se-á Grão-Conselho trimestral de comunicação, que será feito em 25 de Junho, 21 de Setembro, 21 de Março e 27 de Dezembro.

ARTIGO V

Em o dia 25 de Junho será composto o soberano Grão Consistório de todos os presidentes dos conselhos provados de Paris e Bordeaux, ou de seus representantes, neste dia somente, com os dois Príncipes Grandes Oficiais, que são os ministros de

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estado generais do exército que têm unicamente o direito de propor sem voz deliberativa.

ARTIGO VI Todos os anos, em 27 de Dezembro, o Soberano Grão-Consistório nomeará 16 oficiais, a saber: 2 Representantes do Lugar-Tenente Grão Comendador. 2 Grandes Oficiais, que são o Grande Orador e o General do Exército. 1 Guarda dos Selos e dos Arquivos. 1 Grão Secretário Geral. 1 Secretário para Paris e Bordeaux. 1 Secretário para as províncias e países estrangeiros. 1 Grão Médico-Hospitaleiro. 7 Inspetores, que se reunirão sob as ordens do Soberano dos Soberanos Príncipes, presidentes ou seu substituto geral, completando o número 17, a que irrevogavelmente ficará fixado o número dos oficiais do Soberano Grão-Consistório dos Sublimes Príncipes do Real Segredo, que serão escolhidos dentre os Príncipes do conselho privado dos Príncipes de Jerusalém, regularmente instituído em Paris e Bordeaux; e, na falta de Soberano e Sublimes Grandes Cavaleiros para completar o número, o Soberano dos Soberanos Príncipes, ou seu Deputado Geral, fará nomear outro em um Grande Consistório congregado, composto pelo menos de 18 Príncipes presidentes do consistório particular de Paris e Bordeaux.

ARTIGO VII

Cada Grande Oficial ou dignitário do Grão Consistório terá uma patente da dignidade para a qual tiver sido nomeado, e nesta se marcará a duração de suas funções, assinada por todos os Grandes Oficiais e pelos do Soberano Grão-Consistório dos Sublimes Príncipes, timbrada e selada.

ARTIGO VIII

Além das quatro assembléias de comunicação, far-se-á em os dez primeiros dias de cada mês, pelos Grandes Oficiais dignitários do Soberano Grão Consistório dos Príncipes Sublimes, um conselho para regulamentar os trabalhos gerais e parciais da ordem, salvo a apelação ao Grande Conselho.

ARTIGO IX Na assembléia do Grande Conselho de comunicação, assim como no conselho privado, todos os negócios serão decididos à

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pluralidade de votos; terá dois votos o presidente, e os demais membros um. Se nesta assembléia for um membro admitido, por dispensa, ainda que seja Príncipe Sublime, membro de Grão-Consistório, não terá voto, e não dará o seu assentimento sem permissão do presidente.

ARTIGO X Todos os negócios, levados ao Soberano Grão- Consistório dos Sublimes Príncipes, serão aí decididos, e os regulamentos executados; salvo a ratificação ao próximo conselho de comunicação.

ARTIGO XI Quando se congregar o Grande Conselho de comunicação, o Grande Secretário será obrigado a levar todos os registros correntes e dar conta de todas as deliberações e regulamentos feitos naquele trimestre para serem aprovados; e, se se derem obstáculos à sua aprovação, nomear-se-ão nove comissários, perante os quais os opositores dirão por escrito, os motivos por que se opõem, para que se possa igualmente responder por escrito, e que, segundo o parecer dos ditos comissários, seja submetido à consideração do grande conselho de comunicação seguinte, e no intervalo desta deliberação e do supramencionado regulamento serão por ordem executados.

ARTIGO XII

O Grande Secretário Geral terá um registro para Paris e Bordeaux, e outro para as províncias e países estrangeiros, contendo os nomes dos conselhos particulares por ordem de antigüidade, a data de suas constituições, o estado de seus nomes, graus, dignidades, qualidades civis, e residência dos membros, conforme aos enviados pelos nossos Inspetores ou seus Deputados, e o direito de precedência de cada um conselho; outrossim o número das Lojas Regulares de Perfeição estabelecidas sob o governo dos nossos Inspetores ou do Consistório dos Sublimes Príncipes; o título das Lojas, a data das suas constituições, o estado de seus títulos, graus, ofícios, dignidades, qualidades civis e residência dos membros, conforme aos que forem dados pelos nossos Inspetores ou seus Deputados. Em o Grande Conselho de comunicação marcar-se-á o dia de recepção do presidente em os conselhos particulares.

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ARTIGO XIII O Grande Secretário terá particularmente um registro contendo todas as deliberações e regulamentos feitos pelo Grande Conselho de comunicações trimestral, e neste mencionar-se-ão todos os negócios expedidos em o supracitado conselho, todas as cartas recebidas, o objeto e a resposta.

ARTIGO XIV O Grande Secretário escreverá, à margem das petições, cartas e memórias que forem lidas ao conselho, o resumo da resposta convencionada, e depois de a redigir a fará assinar pelo Grande Inspetor Geral ou seu Deputado, pelo Secretário da Jurisdição e pelo Guarda Selos; ele a assinará, timbrará, selará e remeterá, ele mesmo. Contudo, como não pode este trabalho ser feito no tempo da sessão do conselho, e como pode ser algumas vezes perigosa a demora das cartas até ao próximo conselho, fará a minuta da resposta para que se possa ler no próximo conselho, e remeterá tudo que for relativo ao guarda dos arquivos, para que o sublime grão consistório faça as correções que julgar conveniente.

ARTIGO XV O consistório particular, ou das cidades de Paris e Bordeaux, ou das províncias, ou qualquer outro lugar, não poderá mandar constituições e regulamentos, salvo se forem autorizados, timbrados e selados pelo Soberano Grão-Consistório, o Grande Inspetor ou seu Deputado.

ARTIGO XVI O Grande Guarda dos Selos e Timbres, não poderá timbrar e selar carta alguma, sem que seja primeiramente assinada pelo Secretário Geral e por dois Secretários de diferentes jurisdições; não poderá selar nem timbrar regularmente algum sem que seja assinado pelo Grande Inspetor ou seu Deputado e pelos três supracitados secretários; não poderá timbrar nem selar constituição alguma, sem que seja previamente assinada pelos três supracitados Grandes Secretários e outros Príncipes, em número de sete, ao menos, membros do Grão-Consistório dos Sublimes Príncipes.

ARTIGO XVII O Grande Tesoureiro, que deve ser conhecido por homem de fortuna, encarregar-se-á de todos os fundos que forem percebidos para o interesse do Soberano Grão- Consistório, ou dados em forma de caridade. Fará um registro circunstanciado de todas as receitas, despesas e caridades, distintamente

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estabelecidas e da maneira por que se tem expendido estes fundos, os empregados no uso do Soberano Grão-Consistório; e os destinados a atos de beneficência serão conservados separadamente. Dar-se-á um recibo por cada soma, que designará o número da folha do registro, e não pagará quantia alguma sem ordem escrita do Presidente e de dois Grandes Oficiais do Soberano Grão-Consistório.

ARTIGO XVIII Em primeira assembléia do Grão-Consistório, depois do dia 27 de Dezembro, o Grande Tesoureiro dará as contas.

ARTIGO XIX Nenhum mandato poderá ser adjucado ao Tesoureiro senão pelo Presidente, ou os dois Grandes Vigilantes; e depois de uma resolução do Grão-Consistório que será em a dita ordem mencionada; não se tocará nos fundos para banquetes, e estes serão pagos à custa de todos os irmãos em comum.

ARTIGO XX Se algumas memórias, petições e queixas forem levadas perante o Grão-Consistório, por um conselho particular, cujo presidente for membro, não poderá ele dar seu voto, nem mesmo parecer, salvo se for pelo presidente do Soberano Grão-Consistório pedido.

ARTIGO XXI Os Grandes Inspetores Deputados, ou os dois primeiros Grandes Oficiais, poderão ser removidos somente pelo Grande Conselho de comunicação trimestral dos Príncipes de Real Segredo, por legítimas razões postas em deliberação, quando houver contra eles provas evidentemente demonstradas; porém os supracitados oficiais poderão demitir-se em o Grão-Consistório. Os Grandes Inspetores Deputados não podem ser substituídos senão por nomeação do Soberano dos Soberanos, e do muito Poderoso presidente do grão conselho trimestral.

ARTIGO XXII O Grão-Consistório visitará os conselhos particulares, assim como as Lojas de Perfeição pelos Deputados Inspetores, ou, em seu lugar, por aqueles para isso nomeados, que darão por escrito, conta, ao Secretário Geral de tudo o que se passar para instruir o Soberano Grão-Consistório do que se passar em os ditos conselhos, ou Lojas de Perfeição. Os ditos Inspetores ou Deputados verão os seus trabalhos, regulamentos, constituições, e os catálogos dos ditos conselhos

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e Lojas de Perfeição, e de tudo farão processo verbal, que será pelos oficiais dignitários dos ditos conselhos e Lojas de Perfeição, ou outras quaisquer, assinado, o que comunicarão ao Soberano Grão-Consistório o mais breve possível, endereçando-se ao Grande Secretário Geral.

ARTIGO XXIII Quando o Grão-Consistório estiver regularmente organizado, sete membros serão suficientes para abrir os trabalhos à hora indicada, e os regulamentos que forem feitos e passados à pluralidade de votos terão força de lei, como se os outros membros estivessem presentes, exceto em caso de necessidade, em que o Grande Inspetor ou seu Deputado pode proceder aos trabalhos com três membros.

ARTIGO XXIV Se na reunião do Grande Conselho, algum membro se apresentar de uma maneira indecente, embriagado, ou cometer algum desatino que possa destruir a harmonia que deve reinar nestas Respeitáveis Lojas, será pela primeira vez repreendido; no segundo multado, e pagará imediatamente a multa, e pela terceira vez será privado de sua dignidade; e se a maioria do Soberano Grão-Consistório for pela expulsão, ele será expulso.

ARTIGO XXV Se em o Grão-Consistório houver um membro, culpado das ofensas mencionadas em o precedente artigo será, pela primeira vez, condenado a pagar uma multa que imediatamente lhe será imposta; pela segunda, será expulso por um ano da assembléia geral, e no espaço deste tempo, privado das suas funções no Consistório e na Loja de que for membro, e pela terceira será para sempre excluído; se for presidente de algum Conselho ou Loja, será deposto, nomear-se-á outro presidente em seu Conselho ou Loja, de qualquer grau que seja.

ARTIGO XXVI O Soberano Grão-Consistório reconhecerá somente como conselhos regulares ou Lojas de Perfeição os que forem regularmente por ele constituídos, ou pelos Grandes Inspetores ou seus Deputados; o mesmo será a respeito dos Cavaleiros Príncipes Maçons, e Grandes Eleitos Perfeitos que forem recebidos por algum conselho ou Loja que esteja competentemente autorizado.

ARTIGO XXVII Todas as petições ao Grão-Consistório, para obter constituições ou estabelecer e regular um conselho ou Loja, serão entregues a

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saber: para uma província, aos Inspetores da mesma jurisdição, que para isso nomearão quatro comissários para tomar todas as informações a respeito; para esse fim mandarão ao Inspetor, ou ao seu Deputado na supradita jurisdição uma lista exata dos membros que requererem a criação de um conselho ou Loja de Perfeição; para que, segundo as informações dos ditos comissários ou do Grande Inspetor ou seu Deputado possa o Soberano Grão-Consistório deliberar sobre o pedido dos ditos membros. Quando for para um país estrangeiro, os Grandes Inspetores poderão em sua jurisdição criar, constituir, proibir, revogar e remover conforme lhe parece prudente; do que mandarão um processo verbal, e participação ao Soberano Grão-Consistório na ocasião mais favorável tudo quando houverem feito. Os supraditos Inspetores conformar-se-ão às leis e costumes, bem como as instruções secretas do Soberano Grão-Consistório. Terão liberdade de escolher os Deputados nos seus trabalhos, para os pôr em andamento, e autorizá-los por Cartas Patentes, que terão força e valor.

ARTIGO XXVIII O Soberano Grão-Consistório não concederá constituições para estabelecer uma Loja Real de Perfeição, exceto aos irmãos que tiverem ao menos o grau de Príncipe de Jerusalém e para o estabelecimento de um Conselho de Cavaleiro do Oriente e Ocidente. Porém para o estabelecimento de um Conselho de Príncipe de Jerusalém o irmão deve ter indispensavelmente o grau de Sublime Cavaleiro Príncipe Adepto, e provar, por títulos autênticos, ter sido legítima e regularmente recebido, e que tem sempre tido vida honesta, livre de censura, por uma reputação e comportamento a toda à prova, e de ter sido sempre obediente aos decretos do Grão-Conselho dos Príncipes dos quais aspira ser chefe.

ARTIGO XXIX O Soberano Grão-Consistório dos Príncipes Sublimes não concederá novas patentes nem constituições para Paris e Bordeaux, província ou país estrangeiro, senão dando um recibo do Tesoureiro da soma de 24 schllings para o pagamento das pessoas nesta obra empregadas. Os Grandes Inspetores dos orientes estrangeiros conformar-se-ão no mesmo caso, farão as viagens que tiverem que fazer, e serão pagos de todas as despesas; além disto não eximirão de comissões nem de poderes a algum irmão, sem que primeiro assine sua submissão no registro do Grande Inspetor Geral ou do seu Deputado; e nas

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províncias e países estrangeiros nos dos nossos Inspetores e Deputados. Será mesmo conveniente que a dita submissão seja escrita e assinada pelo mesmo irmão.

ARTIGO XXX Se os Inspetores ou Deputados julgarem necessárias visitas em algum lugar dos dois hemisférios, seja o Grande Conselho dos Príncipes de Jerusalém, o Conselho dos Cavaleiros do Oriente, da Real Arca, ou da Perfeição, ou qualquer outro, apresentar-se-ão decorados com as suas insígnias, ou na porta do Grande Conselho dos Príncipes de Jerusalém, Grandes Cavaleiros da Águia Negra, ou Consistório dos Príncipes Adeptos, ou enfim, a qualquer outro; serão recebidos com todas as honras que lhe são devidas, e gozarão em toda parte dos seus privilégios e prerrogativas. O Inspetor e seu Deputado, bem como os Cavaleiros Príncipes maçons, quando visitarem uma Loja Real, de Perfeição, ou outra qualquer, o Poderoso Grão-Mestre, o Venerável de uma Loja Simbólica, mandará cinco oficiais dignitários para introduzir o Príncipe Inspetor ou seu Deputado, com as honras abaixo destinadas.

ARTIGO XXXI Os Príncipes de Jerusalém, sendo os mais esforçados chefes da maçonaria renovada, serão com todas as honras recebidos, e gozarão de todos os privilégios em todas as Lojas e Capítulos: outrossim todos os Conselhos dos Cavaleiros do Oriente, onde farão sua entrada triunfante da maneira seguinte: 1º - Os príncipes de Jerusalém têm o poderio de anular e revogar tudo o que se tiver feito em conselho dos Cavaleiros do Oriente, assim como nas Lojas de Real Perfeição e outras de qualquer grau que seja, quando não forem conforme às leis e determinações da Ordem, contanto que não esteja presente algum sublime príncipe de grau superior. 2º - Quando um Príncipe de Jerusalém é anunciado em sua qualidade, à porta de uma Loja Real, ou de um Capítulo, ou qualquer outra, com os títulos e insígnias que o fazem por tal conhecido, ou que é conhecido por algum irmão do mesmo grau, o Venerável mandará quatro oficiais dignitários para o introduzir e acompanhar. Entrará com o chapéu na cabeça, ou capacete, a espada desembainhada na mão direita como em combate, o escudo no braço esquerdo, e o mesmo coberto de uma couraça, se estiver absolutamente condecorado de todos os atributos e insígnias; o Príncipe visitante estando no ocidente, entre os Vigilantes,

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acompanhado dos quatro Deputados das Lojas, saudará: 1º mestre – 2º ao sul – 3º ao norte. Sempre acompanhado dos quatro Deputados sairá da loja com as duas batentes abertas como quando entrou. Quando os quatro Deputados entrarem continuarão os trabalhos. 3º - Os Príncipes de Jerusalém não podem gozar dos seus privilégios quando estiverem presente um Príncipe Adepto, Cavaleiro Noachita, ou um Sublime Príncipe de Real Segredo; porém podem entrar com todas as honras, se os Príncipes presentes consentirem. 4º - Os Príncipes de Jerusalém são em Loja nomeados, valorosos Príncipes; os Cavaleiros Adeptos, Soberanos Príncipes; os Cavaleiros do Real Segredo, Ilustres Soberano dos Soberanos Príncipes Sublimes; os Cavaleiros do Oriente, excelentes irmãos Cavaleiros. Um Cavaleiro do Oriente terá o direito, quando não estiver presente um Príncipe de Jerusalém, de pedir uma conta exata de tudo quanto se passar em loja; de ver se as constituições estão boas e em forma; de manter a harmonia entre os irmãos se existem indiferenças ou questões entre eles; de excluir o mais obstinado, e aqueles que se não submeterem aos estudos e às leis que lhes são prescritas pelas nossas secretas constituições e outras, ou em Loja de Perfeição ou Loja Simbólica. 5º - Os Príncipes de Jerusalém têm o direito, bem como os Cavaleiros do Oriente, de se assentarem com o chapéu na cabeça em os trabalhos de uma Loja de Perfeição ou Loja Simbólica; não podem todavia gozar dos seus privilégios senão quando forem conhecidos, ou estiverem decorados com os ornamentos e atributos de sua dignidade. 6º - Cinco valorosos Príncipes de Jerusalém poderão formar um Conselho de Cavaleiros do Oriente, em qualquer parte onde não estiver estabelecido; eles serão juizes, mas obrigados a avisar o Soberano Grão-Consistório dos seus trabalhos, assim como ao Grande Inspetor ou seu Deputado, por escrito, o mais breve possível; serão autorizados pelos que têm sido dados aos seus ilustres predecessores, pelo povo de Jerusalém, de volta de sua embaixada.

ARTIGO XXXII Para formar entre todos os Conselhos particulares, e entre todos os Ilustres Cavaleiros Príncipes maçons, uma correspondência regular, cada ano mandarão ao Grão-Consistório, e em cada conselho privado, um estado geral de todos os conselhos

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privados regularmente constituídos, assim como os nomes dos Oficiais do Soberano Grão-Consistório dos Sublimes Príncipes, e participarão, no decurso do ano, todas as mudanças interessantes que puderem ocorrer em o último estado.

ARTIGO XXXIII Para conservar a ordem e disciplina, o Soberano Grão Consistório dos Sublimes Príncipes de Real Segredo não os congregarão para proceder aos trabalhos maçônicos senão uma vez por ano. Então não serão admitidos ao último grau da maçonaria senão os três mais antigos Cavaleiros Adeptos, que serão proclamados na Grande Loja do Grande Eleito Perfeito.

ARTIGO XXXIV Os dias festivos que os Cavaleiros Príncipes maçons têm de celebrar com particularidade: 1º - o dia 20 de Novembro, em que os seus antepassados fizeram sua entrada em Jerusalém. 2º - o dia 23 de Fevereiro, para louvar o Senhor por ocasião da construção do Templo. 3º - os Cavaleiros celebrarão o 5º dia da edificação do Templo de Deus, o dia 22 de Março e 22 de Setembro, dias equinociais, ou renovo dos dois grandes e pequenos em memória das duas edificações do Templo. Os Príncipes são obrigados a ir ao Conselho do Oriente para festejar estes dois dias. 4º - o Grande Eleito Perfeito celebrará com particularidade a edificação do primeiro Templo, o 5º dia da 3ª lua, ou 6º mês, que corresponde ao nosso mês de Junho, onde devem estar decorados com todos os ornamentos os Cavaleiros Príncipes maçons.

ARTIGO XXXV Nenhum consistório particular de Sublimes Príncipes de Real Segredo poderá exceder o número 15, sendo compreendidos os oficiais. Todos os anos, no dia de São João, o Evangelista, cada conselho deve nomear nove oficiais, não compreendendo o presidente, que deverá servir por 5 anos, a saber:

1º - O Lugar-Tenente Grande Comendador, que preside sempre na ausência do Grande Comendador;

2º - O Grande Vigilante; 3º - O Grande Guarda Selos; 4º - O Grande Tesoureiro; 5º - O Capitão das Guardas;

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6º - O Grande Introdutor; 7º - O Grande Arquiteto; 8º - O Grande Hospitaleiro; 9º - O Grande Secretário. E outros seis cavaleiros, que reunidos sob as ordens do

Soberano dos Soberanos Príncipes, ou do seu Lugar-tenente, ficarão sem mudança; enquanto existir o número 15 não se poderá admitir outro. O Grão-Consistório é sujeito ao Grande Inspetor ou ao seu Deputado, como seu chefe, e como tal em todas as ocasiões reconhecidos, e debaixo da obediência do conselho em tudo quanto respeita à Arte Real, tanto nos altos graus como nos inferiores. Nós, Soberanos dos Soberanos Príncipes Sublimes de Real Segredo, e da ordem real e militar da mais respeitável fraternidade dos livres e aceitos maçons, deliberamos e resolvemos que estes presentes estatutos, regulamentos e constituições sejam observados. Mandamos aos nossos Grandes Inspetores e aos seus Deputados façam ler e receber, quer em todos os Conselhos, Capítulos e Lojas, quer em quaisquer outras. Ao Grande Oriente de Bordeaux, 20 de Setembro de 1.762.

INSTITUTOS ARTIGO I

Os Grandes Inspetores Gerais da Ordem e presidentes dos Conselhos Sublimes da Alta Maçonaria, competentemente reconhecidos e autorizados, têm o título imprescritível de chefe da Alta Maçonaria.

ARTIGO II O tribunal que dirige a administração da Alta Maçonaria, e constitui os diversos graus que dele dependem, chama-se Grande Consistório.

ARTIGO III Os Grandes Inspetores Gerais, e os presidentes dos Grandes Conselhos dos Sublimes Príncipes do Real Segredo, são membros natos do Grande Consistório.

ARTIGO IV O Grande Consistório compõe-se dos Grandes Inspetores da Ordem, do presidente dos Conselhos dos Sublimes Príncipes, e dos vinte e um primeiros Príncipes Sublimes chamados por ordem de antigüidade de recepção.

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ARTIGO V Todos os Príncipes Sublimes de Real Segredo têm o direito de avistar às reuniões do Grande Consistório, e têm aí voz consultiva.

ARTIGO VI O Grande Consistório é revestido de poder dogmático da Alta Maçonaria.

ARTIGO VII Doze Grandes Oficiais escolhidos dentre os Grandes Inspetores Gerais, os presidentes dos Conselhos dos Sublimes Príncipes, e os Sublimes Príncipes membros do Grande Consistório, formam a composição dignitária do Grande Consistório, a saber: 1º - O Soberano Grande Comendador; 2º - O Lugar Tenente Grande Comendador; 3º - O Segundo Tenente Grande Comendador; 4º - O Ministro de Estado; 5º - O Grande Chanceler; 6º - O Tesoureiro Geral; 7º - O Grande Guarda dos Selos e Arquivos; 8º - O Grande Mestre de Cerimônias; 9º - O Grande Experto Introdutor; 10 – O Grande Experto Porta Estandarte; 11º - O Grande Capitão das Guardas; 12º - O Grande Hospitaleiro.

ARTIGO VIII Cada Grande Conselho dos Sublimes Príncipes de Real Segredo, e Conselho dos Grandes Eleitos Kadosch, pode-se representar ao Grande Consistório por um Deputado.

ARTIGO IX O Soberano Grande Comendador, e em sua falta, segundo sua autorização, o 1º Lugar-tenente, e em sua falta o 2º, podem só convocar e presidir ao Grande Consistório; e se por algumas razões particulares estes três grande oficiais se acharem fora da dependência, então, e sempre com autorização, nomear-se-á um d’ofício, na sua ausência, escolhido d’entre os Grandes Oficiais, cuja nomeação se fará em assembléia do Grande Consistório, ad hoc convocado.

ARTIGO X Em uma assembléia do Grande Consistório devidamente convocada, sete membros, compreendendo o Grande Comendador, ou um dos seus Lugares Tenentes, poderão abrir

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os trabalhos que terão força de lei, sem o que, debaixo de algum pretexto, se poderá com menor número deliberar.

ESTATUTOS ARTIGO I

O Grande Consistório ajuntar-se-á no ano quatro vezes em assembléia de comunicação, em os dias 21 de Março, 25 de Julho, 2 de Setembro e 27 de Dezembro. Aí deliberar-se-á sobre os negócios da Alta Maçonaria. Independente destas quatro reuniões, convocar-se-á uma todos meses para com particularidade deliberar sobre os negócios da Ordem.

ARTIGO II De três a três anos, em o dia 27 de Dezembro, o Grande Consistório nomeará seis Grandes Oficiais, os quais serão d’entre os Grandes Inspetores Gerais, os presidentes dos Conselhos dos Sublimes Príncipes, e os vinte e um membros ativos do Grande Consistório escolhidos; os Grandes Oficiais podem ser reeleitos.

ARTIGO III Os ex-grandes oficiais do Grande Consistório terão “de ter” uma patente da dignidade que cada um tiver ocupado, e nesta se fará menção da duração de suas funções.

ARTIGO IV O Grande Consistório nomeará, e escolherá d’entre os Sublimes Príncipes, Deputados Inspetores Gerais, para o representar em os diversos pontos de sua jurisdição; os poderes destes Deputados lhes serão confiados com as instruções a cada um deles na ocasião da expedição ou entrega das patentes constitucionais.

ARTIGO V O Deputado Inspetor Geral em o seu departamento cuidará na execução dos institutos, estatutos, e regulamentos gerais da Alta Maçonaria na regularidade dos trabalhos, e representará o Grande Consistório em tudo o que for concernente à administração geral, inspecionará, e de tudo dará um processo verbal para ser mandado e lido em Grandes Consistórios em as suas reuniões de comunicação.

ARTIGO VI Todos os negócios levados ao conhecimento do Grande Consistório serão deliberados e resolvidos à pluralidade de votos. O presidente somente terá dois. Um negócio pôr-se-á em

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discussão sobre uma proposição apoiada e decidir-se-á depois das conclusões do Ministro de Estado.

ARTIGO VII As resoluções dos Grandes Conselhos dos Príncipes Sublimes, das quais se apelar para o Grande Consistório, serão executadas depois das deliberações tomadas pelo Grande Consistório, e depois da notificação da resolução confirmativa.

ARTIGO VIII Nomear-se-á do seio do Grande Consistório um tribunal de administração geral composto de seus membros, e destes farão sempre parte o Ministro do Estado, o Grande Chanceler e o Tesoureiro Geral. O qual o tribunal será obrigado à uma relação de suas operações, e daquelas decisões que forem provisoriamente executadas em casos urgentes.

ARTIGO IX Haverá um registro de inscrição de todos os Príncipes Sublimes do Real Segredo, competentemente reconhecidos e rubricados, as datas da sua recepção, nome, cognome, idade e domicílio.

ARTIGO X Haverá também um registro de assentamentos dos Grandes Conselhos dos Príncipes Sublimes de Real Segredo, Conselho de Cavaleiros Kadosch, etc,; as datas de suas patentes constitucionais, os pontos de seus estabelecimentos, os nomes dos membros que os compõem, e isto feito segundo as relações dadas pelos diversos Deputados Inspetores Gerais.

ARTIGO XI O Grande Guarda-Selos não poderá selar senão sobre a rubrica do Soberano Grande Comendador, ou do seu representante, tanto nos negócios de administração geral, como nos do Ministro de Estado e do Grande Chanceler, e tanto nas patentes a entregar como na dos sete primeiros Grandes Oficiais.

ARTIGO XII Todas as patentes apresentadas ao Grande Consistório, para o fim de obter patentes constitucionais para o estabelecimento de um asilo sagrado da Alta Maçonaria, serão entregues ao Inspetor Geral do departamento, que deverá ajuntar uma relação por ele assinada, dando instrução das qualidades maçônicas dos impetrantes, e a sua opinião se há ou não necessidade de aceder-se à súplica; um estado exato dos nomes, cognome, idade, qualidades civis e domicílio dos impetrantes, para sobre isso resolver o Grande Consistório o que justo for.

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ARTIGO XIII Os Grandes Inspetores Gerais da ordem, devidamente autorizados e reconhecidos em os países estrangeiros onde não há Grande Consistório, têm o direito incontestável de erigir, constituir, defender, suspender e excluir nas Lojas de Perfeição, etc., conforme lhes sugerir a prudência, salvo sua relação ao Grande Consistório, e ao cargo expresso de se conformar restritamente aos institutos, estatutos e regulamentos gerais da Alta Maçonaria.

ARTIGO XIV Não se pode conceder patentes constitucionais para o estabelecimento de um asilo sagrado da Alta Maçonaria sem que se conte ao menos cinco irmãos do grau Sublime Príncipe de Real Segredo, para um Soberano Grande Conselho deste grau, sete Cavaleiros Eleitos para um Grande Conselho deste grau, e sete graus para os outros.

ARTIGO XV Haverá um registro dividido em quatro colunas; a primeira conterá as súplicas feitas pelas diversas Lojas de Perfeição ou pelos Deputados Inspetores Gerais; a segunda, o departamento, a indicação dos lugares e o ponto vertical; a terceira, o nome dos comissários relatores; e a Quarta as decisões. O Chanceler Geral é o único que tem o direito de extrair notas deste registro, dá-las a quem de direito competir, por ele conferidas e assinadas com o grande timbre.

ARTIGO XVI Na instalação de um asilo sagrado da Alta Maçonaria, os membros que os compõem farão e assinarão individualmente sua submissão à execução dos institutos, estatutos e regulamentos gerais da Alta Maçonaria; uma cópia daquela submissão mandará o Deputado ao Grande Consistório, para arquivar.

ARTIGO XVII A fórmula de submissão será esta: “Nós abaixo assinados..............declaramos submeter-nos à execução dos institutos, estatutos e regulamentos gerais, e ao tribunal supremo da Alta Maçonaria, conforme o teor e verdadeiras intenções das obrigações que prestarmos nas diferentes iniciações dos sublimes graus que temos alcançado.

ARTIGO XVIII A instalação de um asilo sagrado da Alta Maçonaria no principal onde existe o Grande Consistório far-se-á sempre por três membros tirados em seu seio, e nas províncias pelo Deputado

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Geral da jurisdição; o qual neste caso fica autorizado a delegar em parte os seus poderes aos dois irmãos de grau mais subido para proceder à esta operação.

REGULAMENTOS GERAIS

ARTIGO I Toda a Loja de Perfeição deve ter uma patente, completamente assinada, selada, e concedida pelo Grande Consistório que a rege, ou pelo Grande Inspetor Geral, se não houver Grande Consistório na dependência; se não houver tais patentes, as ditas Lojas de Perfeição são irregulares, e nulos os seus trabalhos.

ARTIGO II Uma Loja de Perfeição regular não poderá entabular correspondência com outra Loja de Perfeição sem que esta justifique sua regularidade.

ARTIGO III Logo que um Deputado Inspetor Geral souber do estabelecimento de uma Loja de Perfeição em o seu departamento, dará de chofre parte ao Grande Consistório.

ARTIGO IV Conforme a relação do Deputado Inspetor Geral do estabelecimento de uma Loja irregular, o Grande Consistório avisará logo os Deputados Inspetores Gerais para premunirem as Lojas de Perfeição.

ARTIGO V Vendo-se uma Loja de Perfeição na cruel necessidade de excluir um membro, avisará de chofre o Deputado Inspetor Geral, o que levará ao conhecimento do Grande Consistório, e este ao de todos os Deputados Inspetores, e fazer por este meio chegar a todas as Lojas de Perfeição que devem estar prevenidas.

ARTIGO VI Quando uma Loja de Perfeição infringir os regulamentos gerais, estatutos, institutos à cuja execução se submetem solenemente, o Deputado Inspetor Geral poderá suspender e interdize-la até que seus membros se submetam à sua execução mostrando verdadeiro arrependimento.

ARTIGO VII Quando uma Loja de Perfeição souber alguma cousa que possa interessar em geral à Ordem, participará ao nosso Deputado

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Inspetor Geral, e este obrará conforme exigirem as circunstâncias.

ARTIGO VIII Os presentes regulamentos e estatutos devem ser lidos em cada recepção de perfeição antes de exigir-se do recipiendário o juramento de executá-los pontualmente, e isto não obstante a execução dos estatutos regulares da hierarquia maçônica.

ARTIGO IX É expressamente proibido falar-se em negócios políticos, religião e outras matérias estranhas a maçonaria, em Loja de Perfeição, sob pena de exclusão.

ARTIGO X Todo o irmão que entrar em uma Loja de Perfeição será condecorado com as insígnias de seu grau, e o mesmo praticarão os que possuírem os graus superiores. Aquele que por negligência ou omissão o não fizer, ficará sujeito a uma multa em benefício dos pobres, arbitrada pelo Grão-Mestre da Loja.

ARTIGO XI Um Grande Inspetor Geral da Ordem, ou um Grande Oficial do Grande Consistório, se se apresentar em Loja de Perfeição munido de autênticas patentes, e por tal reconhecido, será recebido com todas as honras devidas aos chefes da maçonaria; conseguintemente, cinco Irmãos com alfanjes na mão, dois Mestres de Cerimônias precedendo-os, o introduzirão debaixo de abóbada de aço, batendo os malhetes. O Grão-Mestre, a menos que não seja igual em dignidade, descerá do trono para lhes oferecer o malhete, alfanje ou o Cetro. As mesmas honras se farão ao Deputado Inspetor Geral.

ARTIGO XII Os membros da Loja de Perfeição são obrigados a assistir com exatidão os trabalhos, e em caso de impedimento participarão os motivos, ou por escrito ou por intermédio de algum Irmão.

ARTIGO XIII As Lojas de Perfeição devem, por meio de deputação, correspondência, etc., visitar-se mutuamente, e comunicar as Luzes que adquirem, e que puderam contribuir para o bem ou esplendor da Ordem.

ARTIGO XIV Dever-se-ão tomar as maiores precauções para se admitir somente visitantes regulares, e deve-se assegurar se eles são dos graus com que se apresentam.

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ARTIGO XV Um visitante de grau superior ao em que se trabalha será recebido com honras prescritas pelos estatutos dos graus, segundo a hierarquia maçônica.

ARTIGO XVI Um Irmão obrigado a viajar reclamará um brevê que lhe dará a Loja de Perfeição a mais subida em Grau à que ele pertence, revestido de selos, timbres, das assinaturas dos Grandes Oficiais, e do – Visto – do Deputado Inspetor Geral; na margem estará sempre a assinatura do impetrante assinado ne varietur, e certificado pelo Grande Secretário.

ARTIGO XVII Um aspirante não poderá ser elevado a um grau de perfeição senão justificando que pertence a um templo simbólico, e depois de ter sido em os graus precedentes iniciado.

ARTIGO XVIII Em caso de interdição ou dissolução de uma Loja de Perfeição, os arquivos, constituições e mais papéis, serão entregues ao Deputado Inspetor Geral, que os reenviará quando a Loja tomar vigor.

ARTIGO XIX Os membros de uma Loja de Perfeição não poderão acusar nem queixar-se contra os três primeiros membros de graus mais subidos.

ARTIGO XX Sendo uma das mais sagradas obrigações o segredo, não deverá omitir a prestação do juramento do silêncio no encerramento dos trabalhos.

ARTIGO XXI Se um Irmão cair enfermo, será, não obstante os cuidados do Grande Hospitaleiro, nomeada uma comissão para saber se o enfermo recebe todas as assistências que o seu estado reclama, e levar-lhe fraternais consolações.

ARTIGO XXII Se um Irmão cair em desgraça, os membros de uma Loja de Perfeição têm uma maior obrigação que as Lojas inferiores de socorrê-lo.

ARTIGO XXIII Não estando o Grão-Mestre presente à hora marcada para a sessão, o primeiro Vigilante, e em sua falta o segundo, preencherá o trono (depois de o ter oferecido ao Inspetor Geral,

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se estiver presente); no caso de nenhum destes quatro oficiais tenha comparecido, adiar-se-á a sessão.

ARTIGO XXIV No dia seguinte à nomeações dos Grandes Oficiais de uma Loja de Perfeição, mandar-se-á um quadro ao Deputado Inspetor Geral, que constará dos Oficiais nomeados, membros presentes, licenciados, etc., etc.; a este quadro deverá acompanhar o estado da dita Loja de Perfeição.

ARTIGO XXV No caso de uma Loja de Perfeição dirigir um caderno de regulamentos particulares, não poderá inovar nada ao presente.

ARTIGO XXVI Os regulamentos particulares de uma Loja de Perfeição não devendo em nada contrariar o teor dos presentes, os Grandes Oficiais das ditas Lojas de Perfeição, antes da promulgação de seus regulamentos particulares, serão obrigados a sujeitá-los à aprovação do Deputado Inspetor Geral da jurisdição. Da sua plena ciência e poder os chefes e verdadeiros protetores da Alta Maçonaria têm decretado e sancionado os presentes institutos, estatutos e regulamentos gerais para serem, segundo sua forma e teor, executados. Dado no ponto central da verdadeira luz aos 25 dias do segundo mês Jiar do ano do mundo 5732. Conferido, Assinado; Adington. Grande Chanceler

À Glor∴ do GR∴ ARCH∴ DO UNIV∴ Lux ex Tenebris

Ao Or∴ do Mon∴ Sob∴ o C∴ C∴ do Zenith junto ao Buis∴ Ard∴ em o ponto vertical correspondente ao 17º grau 58 minutos Sul, sob o signo de Capricórnio no 9º dia do 2º mês denominado Jiar 5081. Por ordem do Grão Consistório Soberano dos Príncipes Metropolitanos d’Her∴, foi por mim Grande Chanceler dado e certificado extraído da coleção geral dos Balaustres Constitucionais do Grão-Consistório Metropolitano, para ser dado ao Grande Deputado do Grão Consistório estabelecido no ponto central dos 18 graus, 47 minutos, latitude Norte. Assinado: Adington, Grande Chanceler

(Extraído da Coleção dos Balaustres Constitucionais)

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INSTRUÇÃO Sobre os Princípios Gerais da

ALTA MAÇONARIA

ARTIGO I Quando em um estado onde não existe nem o Grande Consistório, nem o Grande Conselho dos Sublimes Príncipes do Real Segredo, o de patente mais antiga, e reconhecido pelos Grandes Inspetores Gerais, e na sua falta o mais antigo Príncipe do Real Segredo, é revestido do poder administrativo e dogmático da Alta Maçonaria, e toma por conseqüência o título de Soberano.

ARTIGO II Faz as iniciações definitivas, e dá conseguintemente as patentes somente com a formalidade da assinatura de seus Grandes Chanceleres.

ARTIGO III Nos casos não previstos pelas leis da Alta Maçonaria, suas decisões têm força de lei, e são executórias em sua jurisdição.

ARTIGO IV Os Grandes Inspetores Gerais e Príncipes do Real Segredo, têm o direito de iniciação, de inspeção sobre os trabalhos maçônicos, e vigilância na execução dos institutos, estatutos e regulamentos gerais; mas em todo caso devem dar conta ao Soberano, e são sujeitos à sua sanção e ao seu Visto.

ARTIGO V Cada Grande Inspetor Geral ou Príncipe de Real Segredo, em os casos previstos nos artigos 1º, 2º e 3º deve ter um registro de suas operações por ordem de data.

ARTIGO VI Este registro deve ser aberto por uma determinação do constituinte, estabelecendo suas qualidades maçônicas, o destino do registro, os nomes e qualidades daqueles que iniciam, e fechado por um – ne varietur – rubricado, com menção da quantidade de folhas que compõem este registro.

ARTIGO VII Toda vez que um Grande Inspetor Geral ou Príncipe de Real Segredo reconhecer um Irmão, deve ver sua patente e fazer ver a sua; a revisão deve ter a data do dia e o ponto vertical do lugar.

ARTIGO VIII Um Grande Inspetor ou Príncipe de Real Segredo deve fazer prestar a obrigação prescrita pelos Regulamentos Gerais da Alta

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Maçonaria a todos os iniciados ou filiados antes de sua recepção, e lhes é prescrito reprovar os que recusarem preencher esta formalidade.

ARTIGO IX Um Grande Inspetor Geral ou Príncipe de Real Segredo deve ter o maior cuidado em mencionar o balaústre de suas operações em seus registros à medida que os for praticando, e de circunstanciar o verbal, de maneira que se torna, em caso de necessidade, à ele recorrer; fazer assinar pelo filiado ou iniciando, etc., assim como numa dupla obrigação prescrita para ficar nos seus arquivos.

ARTIGO X Os Grandes Inspetores Gerais, e Príncipes Maçons, que não estão na proximidade de obter a sanção ou o – Visto – do Soberano, devem ao menos uma vez por ano mandar uma explicação em forma das suas operações para obter sua sanção.

ARTIGO XI

Em um Estado onde não houver estabelecido Grande Consistório, mas somente Grandes Conselhos dos Soberanos Príncipes Maçons têm o direito de exercer seus poderes somente no caso em que eles estejam domiciliados ao menos 25 léguas de distância do mais perto dos ditos conselhos.

ARTIGO XII Depois do estabelecimento de um Grande Consistório em um Estado, os Grandes Inspetores Gerais e Príncipes Maçons perdem o direito particular de exercer o poder administrativo e dogmático que se acha concentrado à sua dignidade.

ARTIGO XIII Os Grandes Inspetores Gerais e Príncipes Maçons em número de sete, ao menos, reunido em tribunal geral onde não exista um corpo legislativo da Alta Maçonaria, têm direito de pedir constituições ao Soberano Grande Inspetor Geral que, neste caso, está assaz autorizado para lhes conceder.

DA LEGISLAÇÃO CAPÍTULO ÚNICO

Os Grandes Dignitários de cinco Grandes Conselhos, pelo menos, de Sublimes Príncipes, reunidos em tribunal geral na metrópole de um Estado onde não houver corpo legislativo da Alta Maçonaria, poderão formar um Capítulo Geral Constituinte,

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e escolher do seio do tribunal geral os membros que o devem compor; conformando-se no mais às leis da Alta Maçonaria.

DA ADMINISTRAÇÃO E DO DOGMA

Art. I – Os Grandes Inspetores Gerais e Príncipes de Real Segredo, reunidos em tribunal geral na metrópole de um Estado onde não houver Consistório algum, poderão formar-se em Grande Consistório, e escolher no seio do Tribunal Geral os membros que o devem compor, conformando-se, para este estabelecimento, com as leis da alta Maçonaria. Art. II – Os Grandes Inspetores Gerais e Príncipes Maçons devem ser convidados em toda a extensão de um Estado. Para serem como tais reconhecidos, devem Ter patentes legais, e estas valiosamente seladas, assinadas e rubricadas. Art. III – O Consistório assim estabelecido fica revestido do poder administrativo e dogmático concedido pelas leis da alta Maçonaria.

DA FORMAÇÃO DO GRANDE CONSISTÓRIO

Art. I – O Grande Consistório forma-se da maneira seguinte: Doze Grandes Oficiais ou Dignitários serão escolhidos indistintamente dentre os Grandes Inspetores Gerais, presidentes dos Grandes Conselhos dos Sublimes Príncipes, como membros natos do Grande Consistório, e dentre os vinte e um mais antigos Príncipes Maçons devidamente reconhecidos. Art. II – Feita a nomeação dos Grandes Dignitários, do Consistório, proceder-se-á o estabelecimento do Conselho Supremo dos Grandes Inspetores Gerais e dos doze Inspetores Gerais mais antigos formam o Grande Conselho de legislação. Art. III – Não fazendo parte dos Grandes Dignitários, os doze Grandes Inspetores Gerais mais antigos formam o Grande Conselho de apelação; prestam o juramento nesta qualidade, e são proclamados. Art. IV – Nas deliberações do Grande Consistório, os membros do Grande Conselho de apelação têm somente voz consultiva. Art. V – Nos casos em que não houver número suficiente de Grandes Inspetores Gerais para completar o Grande Consistório, os mais antigos presidentes dos conselhos, e em sua falta os mais antigos dos Príncipes membros, são proclamados Grandes Inspetores Gerais e membros do Grande Consistório. Art. VI – Além dos vinte e um membros ativos, tira-se sempre por ordem de antigüidade dentre os Sublimes Príncipes membros

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Adjuntos, para complemento do Grande Consistório, fixado em oitenta e um; de maneira que os Grandes Dignitários, Grandes Oficiais, membros do Supremo Grande Conselho de Apelação, presidente dos conselhos; os membros ativos e adjuntos, no número de oitenta e um, formam o Grande Consistório. Art. VII – Os membros adjuntos, ainda que façam parte do Grande Consistório, têm aí somente voz consultiva; porém podem ser chamados para substituir momentaneamente funções, em lugar dos dignitários oficiais. Art. VIII – Eles de direito substituem os membros ativos nas deliberações; nestes casos têm voz deliberativa e gozam dos mesmos direitos daqueles a quem substituem. Art. IX – Os Deputados ou representantes dos Sublimes Conselhos dos Príncipes, não podem ser tirados senão dentre eles. Art. X – Podem ser nomeados em Comissões, Deputados e outras operações no cerimonial do Grande Consistório.

DAS ATRIBUIÇÕES DOS GRANDES CONSELHOS DOS

SUBLIMES PRÍNCIPES DE REAL SEGREDO Art. I – Os Grandes Conselhos dos Príncipes Maçons, exercem o poder departamentário em suas respectivas Jurisdições. Art. II – Têm o direito de inspeção sobre todas as operações da Alta Maçonaria. Art. III – Vela na execução das Leis Gerais da Alta Maçonaria, e os regulamentos particulares do Grande Consistório. Art. IV – Eles se correspondem e formam diretamente em seus nomes as súplicas de patentes e contribuições ao Grande Consistório.

DOS DEPUTADOS INSPETORES GERAIS Art. I – Os Deputados Inspetores Gerais, estabelecidos nas jurisdições onde não houver Grande Consistório, serão os representantes do Grande Consistório, e preencherão as obrigações de Vigilantes e Inspeção, atribuídas aos Grandes Conselhos de Sublimes Príncipes. Art. II – São obrigados a se conformarem com tudo quanto lhes é prescrito pelas leis da Alta Maçonaria.

Assinado: Adington, Grande Chanceler. NOVOS INSTITUTOS SECRETOS E FUNDAMENTAIS DA

Muito Antiga e Venerável Sociedade dos Antigos Maçons

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Livres Associados, ou Ordem Real e Militar da Franco-Maçonaria

Nós, Frederico, Por Graça de Deus, Rei da Prússia, Margrave de Brandebourg, etc., etc., etc. SOBERANO GRANDE PROTETOR, Grande Comendador, Grão-Mestre Universal, e Conservador da Muito Antiga e Venerável Sociedade dos Antigos Maçons Livres e Associados, ou Ordem Real e Militar da Franco-Maçonaria. A todos os nossos ilustres e muito amados Irmãos, que as presentes leis virem.

TOLERÂNCIA – UNIÃO E PROSPERIDADE

A nossa convicção e os deveres conservadores e soberanos que temos contraído para com a muito antiga e respeitável instituição, conhecida em nossos dias com o título de Franco-Maçonaria, de fraternidade, ou ordem dos Antigos Maçons Livres Associados, a tem feito, como cada um sabe, objeto de nossa proteção e da nossa solicitude especial. Para em seu dogma e nas suas doutrinas fundamentais; sábia, prudente e moral em suas lições, em suas práticas, em suas vistas e seus meios, esta instituição universal, cuja origem remonta àquela da sociedade humana, se recomenda principalmente pelo fim eminentemente filosófico, social e filantrópico a que se tem proposto, a união, felicidade, progresso e bem estar da humanidade em geral, de cada um em particular, tal é seu fim, e o único digno dela e para o qual devem tender constantemente todos os seus esforços. Atravessando as idades, a sua organização e unidade de seu regime primitivo, têm sofrido graves alterações pelo efeito das catástrofes e das grandes revoluções que têm transtornado, mudando catástrofes e das grandes revoluções que têm transtornado, mudando alternativamente a face do mundo, e dispersando os Franco-Maçons pelos diversos pontos do Globo, em diferentes períodos dos tempos antigos e modernos. Esta dispersão operou as divisões que hoje existem debaixo do nome de Ritos, cujo complexo compõem a Ordem. Porém, algumas divisões, destacadas do seio destas primeiras, têm dado lugar a novas associações, algumas das quais não têm de comum com a Franco-Maçonaria senão o nome, e algumas fórmulas conservadas pelos seus fundadores para disfarçarem vistas secretas, muitas vezes exclusivas, algumas outras até

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perigosas, e quase sempre em oposição aos princípios e doutrinas sublimes e tradicionais da Franco-Maçonaria. As perturbações que estas novas associações têm acarretado, e muito tempo entretido na Ordem, são conhecidas, e a têm excessivamente expostos a suspeitas, à desconfiança de quse todos os governos, e até à perseguição de alguns. Os esforços dos Maçons virtuosos têm conseguido aplacar estas perturbações, e todos seus votos reclamam há muito tempo uma geral medida que obste a outras novas, e conforme a ordem, restituindo-lhe a unidade do seu regime, da sua organização primitiva e da sua antiga disciplina. Colhendo nós este voto, que também é o nosso desde a nossa iniciação completa em todos os mistérios maçônicos, não temos podido, entretanto, dissimular nem o número, nem a natureza delicada, nem a grandeza real dos obstáculos que seria preciso vencer para seu cumprimento. A nossa intenção tutelar era meditar os meios e combinar com os Irmãos mais influentes e chefes da fraternidade, em todos os países, aquelas medidas que fossem mais próprias a conseguir este fim útil, sem violar dependência alguma, nem algumas das verdadeiras liberdades maçônicas, particularmente aquelas das opiniões, que é a primeira, a mais suscetível e a mais sagrada de todas. Até o presente, os nossos deveres mais essenciais de Monarca, e os numerosos e graves acontecimento que têm assinado o curso do nosso reinado, têm paralisado as nossas intenções a esse respeito, e nos têm desviado deste projeto. Ao tempo, à sabedoria, às luzes e ao zelo dos Irmãos que brevemente nos sucederão como tudo nô-lo anuncia, é que pertence completar esta obra, tão bela, tão grande, quanto necessária. Nós lhes deixamos em legado esta tarefa, e lhes recomendamos que trabalhem sem descanso, mas com prudência e doçura. Todavia as recentes e instantes representações que nos têm sido dirigidas de todas as partes, nestes últimos tempos, nos demonstram a urgência que há de por um dique forte aos progressos do espírito de intolerância de seita, de cisma e de anarquia, que modernos inovadores se esforçam por introduzir entre os Irmãos, com vistas mais ou menos restritas, refletidos ou repreensíveis, e apresentadas debaixo de fórmulas especiosas, capazes de desorientarem do seu fim a verdadeira Maçonaria, desnaturalizando-a, e chegarem, destarte, ao aviltamento e aniquilamento da Ordem. Nós mesmos

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reconhecemos esta urgência, pelo que se passa hoje nos Estados vizinhos da nossa Monarquia. Estas razões e outras considerações de uma gravidade não menos importante nos induzem, portanto, a reunir e associar em um só corpo maçônico, todos os Ritos do regime Escocês, cujas doutrinas são geralmente reconhecidas com as mais idênticas àquelas da instituição primitiva, cujo fim é o mesmo, e que sendo ramos principais de uma só árvore não difere entre si senão por pontos de fórmulas já entre muito combinados ou fáceis de combinar. Estes Ritos são conhecidos pelas denominações de – Antigo d’Heredon, ou Heredon de Kilwening – d’Oriente de Santo André, dos Imperadores d’Oriente e Ocidente, Príncipes de Real Segredo ou da perfeição filosófica, e do Rito muito Moderno chamado primitivo. Portanto, adotando nós por base da nossa reforma conservadora o título do primeiro destes Ritos, e o número dos graus hierárquicos do último, os declaramos de todos unidos e associados de hoje em diante em uma só ordem, a qual, professando o dogma e as doutrinas puras da Franco-Maçonaria primitiva, abrangerá todos os sistemas do Escocismo, combinado debaixo do título de – Rito Escocês Antigo e Aceito. Dar-se-á nele a instrução maçônica com 33 graduações ou graus, divididos em 7 tempos ou classes, pelos quais todo Maçom será obrigado a passar sucessivamente, antes de chegar ao mais sublime, e último, e em cada grau sofrerá os tempos e exames de provas exigidos pelos institutos, estatutos, e antigos e novos regulamentos da Ordem da Perfeição. O primeiro grau será submetido ao segundo, o segundo ao terceiro, e sucessivamente até o mais elevado (o trigésimo terceiro e último), o qual vigiará, examinará e mandará em todos os outros, e cuja assembléia, ou Capítulo será o – Grande Conselho Soberano, dogmático ou protetor e conservador da Ordem, - o qual governará, regerá, administrará, em virtude dos presentes, e das constituições que serão imediatamente feitas. Todos os graus do rito acima associados, desde o primeiro até o décimo oitavo, serão classificados na sua escala correspondente, e segundo sua analogia ou semelhança, nos dá a perfeição, e fixarão os dezoito os primeiros graus do Rito Antigo e Aceito; o décimo nono Grau do Rito, chamado primitivo, será o vigésimo da Ordem, o vigésimo e vigésimo terceiro grau da perfeição, ou o décimo sexto e vigésimo quarto do Rito

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primitivo, serão o vigésimo primeiro e vigésimo oitavo da Ordem; os Príncipes do Real Segredo tomaram escala no trigésimo segundo grau, debaixo dos Soberanos Grandes Inspetores Gerais 33, e último grau da Ordem; os Grandes Juizes Comendadores tomarão escala no grau trigésimo primeiro; os Grandes Comendadores, Grandes Eleitos Cavaleiros Kadosch, formarão o trigésimo grau, o vigésimo terceiro, o vigésimo quarto, vigésimo quinto, vigésimo sexto, vigésimo sétimo, nono, serão os chefes do Tabernáculo, Príncipe do Tabernáculo, Cavaleiros Grandes Comendadores do Templo e Grandes Escoceses de Santo André. Todos os Altos Graus aglomerados do dito regime Escocês, serão pela mesma sorte classificados nas suas escalas correspondentes, e, segundo suas analogias ou identidades, naquelas do Rito Escocês Antigo e Aceito. Porém jamais, nem debaixo de qualquer pretexto, nenhum destes Altos Graus poderá ser assemelhado ao trigésimo terceiro e muito Sublime Grau de Soberano Grande Inspetor Geral, protetor, conservador da Ordem, e último do Rito Escocês Antigo e Aceito. Nenhum poderá em ocasião alguma gozar dos mesmos direitos, prerrogativas e privilégios de que Nós o investimos. Assim o havemos instituído em virtude dos nossos poderes Soberanos e Conservadores. E para sua firmeza e estabilidade, mandamos a todos os nossos caríssimos e bem amados, valentes e Sublimes Cavaleiros, e Príncipes Maçons, que assim o cumpram, e façam cumprir e guardar. Dados em nossa residência real de Berlim, em 1º de Maio do ano da Graça 1786, e do nosso reinado 47. Assinado: Frederico

Ad Universi Terrarum Orbis Summi Architecti Gloriam

Constituições, Estatutos e Regulamentos Para o Governo do Supr∴ Cons∴ dos IInsp∴ GGer∴ do Gr∴ 33∴ e de todos os CCons∴ sob sua Jurisdição Formulados e aprovados no Supr∴ Cons∴ do Gr∴ 33∴, devida a legalmente estabelecido e constituído no Gr∴ Or∴ de Berlim, no dia 1º de Maio de 5786, Ano Lucis, e 1786, Era Cristã, com a presença e aprovação de Sua Augusta Majestade Frederico II, Rei da Prússia, Soberano Gr∴ Comendador.

EM NOME DO M∴ SANTO E GR∴ ARCH∴ DO UNI∴

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Ordo ab cháo ! Os Soberanos GGr∴ IInsp∴, reunidos em Supr∴Cons∴, têm deliberado e determinado as seguintes Constituições e Regulamentos para o governo dos Conselhos Maçônicos sob sua jurisdição.

ARTIGO I As Constituições e Regulamentos feitos pelos nove comissários nomeados pelo Gr∴Cons∴ dos SSubl∴ PPr∴ de Real Segr∴, serão estritamente executados, exceto aqueles AArt∴ que militam contra os da presente Const∴.

ARTIGO II

O Gr∴ 33∴, chamado Gr∴ Insp∴Ger∴, ou Supr∴ Cons∴ do Gr∴ 33∴, é formado e organizado da maneira seguinte: O Insp∴ a quem for primeiramente conferido este Gr∴, fica autorizado a dar a outro Ir∴, que, por seu caráter e ggr∴, se faça digno dele e de receber suas obrigações. Esses dois podem, da mesma maneira, conceder o Gr∴ a um terceiro; os outros serão admitidos por sufrágio, de viva voz, começando pelo Insp∴mais moderno. Um só pode excluir para sempre qualquer aspirante, se forem julgadas suficientes as razões apresentadas.

ARTIGO III

Os dois primeiros, que receberem este gr∴, em qualquer país onde estejam, serão os OOfic∴ Presidentes. No caso de morte, renúncia ou ausência do país (para mais não tornar), do primeiro Ofic∴, o segundo tomará seu lugar e nomeará um Insp∴para o suceder. Se o segundo Of∴morrer, renunciar, ou deixar o país para sempre, o primeiro nomeará outro para a vaga. O M∴ Pod∴ Sob∴ nomeará, da mesma maneira, o IIr∴ Tes∴; o Ir∴ Secr∴ Ger∴ do Santo Império, o Ir∴ Mestr∴ de CCer∴, o Ir∴ Cap∴ das GGuard∴ e preencherá assim todas as vagas que puderem ocorrer.

ARTIGO IV Cada Insp∴, que for iniciado neste Subl∴ Gr∴, pagará de antemão, ao Ir∴ Gr∴ Tes∴, dez luzes de 24 libras tornezas, igual soma exigir-se-á dos que receberem os graus de Cav∴ Kad∴ e Pr∴ de Real Segredo, a qual será para o uso do Supr∴Cons∴.

ARTIGO V

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Cada Cons∴Supr∴ será composto de 9 IInsp∴ GGer∴, dos quais 5 deverão professar a religião cristã. Se o M∴ Pod∴ Sob∴ e o Ir∴ Inspetor estiverem presentes, três membros poderão despachar os negócios da Ord∴ e reunir o Cons∴ Haverá somente um Cons∴ do gr∴ 33∴ em cada nação ou reino da Europa; dois nos Estados Unidos da América, afastados o mais possível um do outro; um nas Ilhas Inglesas da América e um igualmente nas Francesas.

ARTIGO VI

O Poder do Supr∴ Cons∴ não interfere com nenhum gr∴ abaixo do 17∴ ou Cav∴ do Or∴ e Oc∴; mas tanto o Cons∴, como as LLoj∴ de PPerf∴ Maçon∴ são obrigados a reconhecer, no que concerne ao gr∴ 33∴, a autoridade dos IInsp∴GGer∴ recebendo-os com as honras que lhe são devidas.

ARTIGO VII

Todos os CCons∴, ou IIr∴ acima do gr∴de Pr de Jerusalém, podem apelar para Supr∴Cons∴ e, neste caso, aí comparecer e serem ouvidos.

ARTIGO VIII O Gr∴Cons∴ dos PPr∴ de Real Segr∴ elegerá um Presidente dentre os seus membros; mas nenhum de seus atos será válido senão depois de haver sido sancionado pelo Supr∴ Cons∴ do gr∴ 33∴, que, após a morte de sua Augusta Majestade o Rei da Prússia, é a Soberana Autoridade da Maçonaria.

ARTIGO IX Nenhum Deputado Insp∴ Ger∴ poderá fazer uso de seus poderes em um país onde estiver estabelecido um Supr∴Cons∴ de IInsp∴ GGer∴, a menos que seja aprovado pelo dito Cons∴.

ARTIGO X

Nenhum Deputado Insp∴ Ger∴ precedentemente recebido, ou que para o futuro o possa ser em virtude desta Const∴, terá o poder de dar certificados, nem o br∴ de Cav∴ Kad∴ ou superiores.

ARTIGO XI O gr∴ de Cav∴ Kad∴ e o de Pr∴ de Real Segr∴ não poderão ser conferidos senão em presença de 3 SSob∴ GGr∴ IInsp∴ GGer∴.

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ARTIGO XII O Supr∴Cons∴ exercerá todos os Soberanos poderes maçônicos de que sua Augusta Majestade Frederico II, Rei da Prússia, era revestido; e quando for conveniente protesta contra as PPat∴ de DDep∴ IInsp∴ GGer∴ como ilegais, enviar-se-ão informações disto a todos os SSupr∴ CCons∴.

ARTIGO XIII

O Supr∴ Cons∴ do Gr∴ 33∴ é autorizado a deputar um Ir∴ membro de seu seio, para estabelecer um Supr∴ Cons∴ deste gr∴ em qualquer país designado pela presente Const∴, com obrigação de se regular pelo Art. II. Estes Deputados terão também o poder de conceder PPat∴ ao Deputados IInp∴ GGer∴, os quais deverão Ter recebido pelo menos o gr∴ de Kad∴, para estabelecerem LLoj∴ e CCons∴ dos ggr∴ superiores ao de Cav∴ do Sol, em um país onde não existam LLoj∴ SSubl∴ ou CCons∴. O Ritual manuscrito do gr∴ não será dado a nenhum outro Insp∴, senão aos dois primeiros OOfic∴ de cada Cons∴, ou a um Ir∴ mandado a um país remoto estabelecer um Cons∴ deste gr∴

ARTIGO XIV

Em todas as procissões dos ggr∴ SSubl∴, o Supr∴ Cons∴ irá por último e os dois OOf∴ o seguirão, precedidos do Gr∴ Port∴ Estandarte da Ord∴.

ARTIGO XV As assembléias do Cons∴ terão lugar de três em três luas novas; efetuar-se-ão, porém, mais vezes, se a necessidade o exigir, para o expediente dos negócios. Haverá duas sessões solenes no ano; uma no 1º de Outubro, quando as nossas possessões foram seqüestradas e dadas aos CCav∴ de Malta; e outra em 27 de Dezembro, festa da Ord∴ Maçon∴

ARTIGO XVI Cada Insp∴ Ger∴ do gr∴ 33∴ será munido de seus títulos e credenciais, conforme o Ritual deste gr∴, pelos quais pagará ao Secr∴ Ger∴ um luiz de ouro, pelo trabalho de os selar, e outro ao Supr∴ Cons∴, para cobrir as suas despesas. O Grande selo do Supr∴ Cons∴ é uma águia negra de duas cabeças, com o bico de ouro, as asas abertas, tendo nas garras uma espada nua; sobre uma fita estendida, por baixo, estará esta inscrição: DEUS

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MEUMQUE JUS, e por cima da águia: SUPREMO CONSELHO DO GRAU 33º.

ARTIGO XVII Um Insp∴ Ger∴ não terá poder algum individual em um país onde houver um Supr∴ Cons∴, porque é necessária a maioria de votos para tornar seus atos ilegais, salvo em virtude de patentes especialmente concedidas pelo Cons∴.

ARTIGO XVIII

A soma proveniente das iniciações nos CCons∴ de ggr∴ superiores ao de Pr∴ de Jerusalém serão remetidas para os fundos dos SSupr∴ CCons∴.

PRIVILÉGIOS AFETOS AO GR∴ 33∴

Um Sob∴ Gr∴ Insp∴ entrará de chapéu na cabeça em todos os CCons∴ e LLoj∴, com exceção do Supr∴ Cons∴ do gr∴ 33∴, tendo o privilégio de falar sem se levantar de sua cadeira. Quando um Sob∴ Gr∴ Insp∴ for anunciado à porta de um Cons∴ de gr∴ superior ao 16∴, será recebido debaixo de abóbada de aço. Se o Presid∴ não for Insp∴, oferecerá a sua cadeira ao Insp∴ visitante, ao qual ficará o alvedrio de aceitar ou não. No Gr∴ Cons∴ dos PPr∴ de Jerusalém, assim como na Subl∴ e Resp∴ Loj∴ dos PPerf∴ MMaç∴ assentar-se-á à direita dos Três Vezes Poderosos, cuja honra terá igualmente em uma Loj∴Simb∴. Os outros privilégios são absolutamente os mesmos que têm os Príncipes de Jerusalém. Um Sob∴ Gr∴ Insp∴Ger∴, em todas as LLoj∴ e CCons∴ apresentar-se-á com os atributos de seu gr∴. Cada Insp∴ Ger∴ possuirá um atestado, escrito em francês e inglês, no qual todos os Maçons deste gr∴ aporão suas assinaturas. Quando um Insp∴ Ger∴ assinar um papel maçônico, juntará ao seu nome os títulos de Cav∴Kad∴, Princ∴ de Real Segr∴, Sob∴ Gr∴ Insp∴Ger∴ do gr∴ 33∴ documento rubricado pelo Gr∴ Secr∴ Ger∴, Cav∴ Kad∴, Princ∴ de Real Segredo, Sob∴ Gr∴ Insp∴ Ger∴, Secr∴ do Santo Império. Apêndice dos Institutos e Grandes Constituições do Supremo Conselho do Grau 33∴

ARTIGO I O Estandarte da Ordem é da cor de prata (branco), franjado de ouro em roda, carregado no centro com uma águia de duas cabeças com asas abertas pretas, bicos e pés de ouro, sustendo

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nas garras uma espada antiga, guarnecida de ouro, posta em frente da direita à esquerda, da qual pende uma divisa com as palavras – DEUS MEUMQUE JUS – escrita, também, com letras de ouro. A águia é coroada de glória de ouro, a gravata de púrpura, franjada de ouro, e estrelado do mesmo metal.

ARTIGO II

As insígnias do Soberano Grande Inspetor Geral são: 1º - A cruz teutônica esmaltada de encarnado, posta sobre o peito esquerdo. 2º - Condão ondeado, orlado de ouro, carregado em frente de uma glória radiante de ouro, marcada no centro com o algarismo 33∴, acompanhada à direita e esquerda de dois punhais de prata com as pontas para o centro da glória. Este condão, levado da esquerda para a direita, acaba em ponta, franjado de ouro, carregada no centro com um simples laço encarnado, do qual pende a jóia da ordem. 3º - Esta jóia é a águia, semelhante à do estandarte, coroada com a real coroa da Prússia. 4º - A medalha da ordem se traz por cima da cruz teutônica. É uma estrela de 9 pontas radiantes, de prata, formada de três triângulos de ouro enlaçados, atravessados por uma espada, e a mão da justiça pendente do pescoço sobre o peito por cima de tudo. O escudo da ordem, esmaltado de azul, tem a águia semelhante aquela do estandarte, acompanhada à direita de uma balança de ouro, e à esquerda de uma esquadria e compasso enlaçados da mesma maneira. O escudo é debruado de azul, carregado com a divisa – ORDO AB CHÁO – em letras de ouro, circulada de duas serpentes, matizadas de ouro, mordendo a cauda, ao lado e 9 pequenos triângulos, esmaltados de púrpura, e carregado cada um com a sua letra, das seguintes S.A.P.I.E.N.T.I.A. 5º - Os três primeiros Oficiais do Supremo Conselho trazem de mais uma banda branca em cinto franjado de ouro, pendentes à esquerda.

ARTIGO III O grande selo da Ordem tem de prata a águia de duas cabeças, semelhante à do estandarte, coroado com a coroa de ouro da Prússia, realçada da glória radiante do mesmo metal, carregado no centro com o algarismo 33∴, ou somente com um dos dois.

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Nas margens inferiores, por baixo das asas e pés da águia, estão postas em meia lua 33 estrelas de ouro. O todo é circulado com a divisa – Supremo Conselho dos 33 graus de ...................... Dado em Supremo Conselho do grau 33∴ em dia, mês e ano ut supra. (Assinado) N∴ Stark∴ N∴ N∴ K∴ Wocllner. Aprovado. Assinado –

FREDERICO Abaixo está escrito: isto é fielmente extraído do livro sagrado da ordem. (Assina)

Eu manterei (Assinado) Eu manterei (Assinado) Eu manterei (Assinado)

“Depois de mim, um Construtor virá. “Depois de mim, um Construtor virá. “Depois de mim, um Construtor virá. “Depois de mim, um Construtor virá.

DizeDizeDizeDize----lhe que, eu também soube”.lhe que, eu também soube”.lhe que, eu também soube”.lhe que, eu também soube”. IrmãoIrmãoIrmãoIrmão RUDYARD KIPLINGRUDYARD KIPLINGRUDYARD KIPLINGRUDYARD KIPLING

FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL MINISTÉRIO DA

CULTURA Nº DE REGISTRO 197.562 L.340 F.221

AUTORES: ANTONIO FERNANDES TEIXEIRA e FRANCISCO CARLOS CAMPOS IMPRESSO POR: CEPLAM – Centro de Estudos e Pesquisas Literárias Acadêmicos Maçônicos Rua Luis de Albuquerque,124 –Vila Sobrinho – (xx67) 382-3582 e 9905-6565 -- Campo Grande – MS CEP.:79.110-010 e-mail:[email protected] [email protected] [email protected]

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ÍNDICE

Apresentação Por que sou Franco Franco-Maçom Constituição de Anderson de 1721 Dedicatória de Desaguliers de 1722 A Constituição de 1723 Comentário de Anderson na Constituição de 1723 Deveres de um Franco-Maçom Da Conduta Regulamentos Gerais de 1721 Alguns Comentários de Mackey sobre os Regulamentos de 1721

Aprovação da Constituição de 1723 Comentários Deveres do Venerável Mestre de uma Loja Comentários Manuscrito Régio, entre o ano de 1.390 e 1415 Regulamentos de 1663 O Manuscrito de Harley Landmarks Classificação de Mackey de 1858 Classificação de Findel de 1866 Classificação de Pound de 1875 Classificação de Grant de 1888 Grandes Constituições Escocesas de 1763 Institutos Estatutos. Regulamentos Gerais de 1732 Instrução sobre os Princípios Gerais Da Legislação Novos Institutos Secretos e Fundamentais de 1786 Constituições, Estatutos e Regulamentos de 1786 Apêndice dos Institutos de 1786