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J] ' anno IjOMUSTG-O, 6 IDE MARÇO DE 1904 N.° i38 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRICOLA Assi^natiirii ;! Anno, iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado Ii Para o Brazil, anno. 2S5oo réis (moeda f o r t e ’ A Avulso, no dia da publicação. 20 réis. H EDITOR— José Augusto Saloio | 19, i.° - RUA DIREITA — ALUEGALLKGA Publicações Annuncios— t.a publicação. 40 réis a linha, nas seguintes, 20 réis. Annuncios na 4.» pagina,, contracto especial. Os euto- . graphos não se restituem quer sejam ou não publicados. PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio E XP E D IE N TE Rogamos aos nossos estimáveis assignantes a fljgcza de nos participa rem qualquer falta na re incssa «lo jornal. para de prompto providenciar mos. Acceitam-se com grati dão quaesquer noticias que sejam dc interesse paihiico. 0 PARLA-MpiTO Um destes últimos dias, numa sessão tumultuosa da camara dos deputados, chegou a haver toques de apito. Parecia uma reunião de rufiões em casa de má no ta. Um extrangeiro que es tivesse de passagem em Lisboa e fosse nesse dia as sistir a uma sessão do par lamento havia de sahir d al li profundamente maravi lhado pelas scenas edifican tes a que assistira. Dirigem-se doestos, que bram-se carteiras, mas não se faz nada de utilidade pa ra o paiz; pelo contrario, votam-se mais impostos para o povo, que já nada mais pode dar senão o san gue das veias. E como hão de os vene randos paes da patria oc- cupar-se com a situação do povo, com a existencia dos pobres e dos miseráveis, se elles nunca conheceram da vida senão os gosos e as venturas? Nunca viram o reverso da medalha e por isso não podem avaliar as privações por que passam os desprotegidos da sorte. O desleixo das classes baixas tem contribuído tambem muito para isso. Se houvesse uma associa ção poderosa de operários que escolhesse entre si ho mens competentes (porque ha nessa classe intelligen- cias brilhantes) e por uma vontade de ferro e um ar rojo tenacissimo,conseguis se leval-os ás cadeiras do parlamento, poderia ter en tão quem cuidasse dos seus interesses. Assim não; ha de ser o povo eternamente espoliado; menosprezado, calcado aos pés. Ha ainda homens hones tos e de boa vontade; o que não ha é quem lance mão d’eiles. Não é com fio res de rhetorica que se mu da a situação de qualquer povo ou de qualquer clas se; é com actos de abne gação e ás vezes de he roismo. Trate-se de fazer o par lamento o que elle deve ser; que vá para lá quem saiba tratar dos interesses do paiz, mas a serio, muito a serio, ou então feche-se, por medida de salubridade publica. JOAQUIM DOS ANJOS. Ao sr. director geral dos correios Como se sabe, Aldegal lega, é grande e de muito commercio; pois,'para to da ella, ha só apenas um distribuidor e doente bem digno de reforma pelos muitos annos de serviço* emprego que hoje exerce com grande difficuldade. D’isto, porém, resulta que as correspondencias che guem tarde aos seus des tinos, sendo com isso os commerciantes muito pre judicados. O ra como o correio au fere bons lucros nesta vil la, mais uma vez pedimos mui respeitosamente ao sr. director geral dos correios se digne lançar sobre nós os seus olhos misericordio sos, mandando para aqui mais um empregado, o que não é de mais, em conse quencia do muito serviço. Ousamos esperar que a nossa humilde petição seja attendida. Da benemerita «Socie dade Portugueza da Cruz Vermelha», de que é digno presidente o sr. duque de Palmella, recebemos a se guinte communicação a que do coração nos asso ciámos: «A grande obra humani- taria de que se occupam actualmente todos os po vos da Europa e da Ame rica, e que tem por fim suavisar, quanto possivel, os males da guerra russo- japoneza, prestando soc- corro aos feridos e doen tes de ambas as partes be! ligerantes, poz em activi dade a commissão central da Sociedade portugueza da Cruz Vermelha, a que presido, a qual resolveu, na sua sessão de 2.3 do corrente, dirigir um calo roso appello a toda a im prensa Periódica do paiz, sollicitando o seu podero so auxilio para a iniciação de uma subscripção publi ca em favor das victimas da guerra. Conta a commissão cen tral da Cruz Vermelha, para a realisação do seu proposito, com as sympa- thias de todas as pessoas caritativas, e espera que estas se apressarão a colla- borar nesta obra, a qual representa não só a prati ca da sublime virtude do amor christão, mas um en cargo patriotico; pois se ria deplorável que a nacio nalidade portugueza figu rasse pela abstenção, na lis ta de todas as outras na cionalidades, que tão des- veladamente estão concor rendo com valiosissimos donativos para soccorro das victimas da guerra. Por tudo isto, e dando cumprimento ás delibera ções da commissão central, tenho a honra de dirigir- me a V. Ex.a, invocando os seus sentimentos hu- manitarios, e patrioticos, para que se digne auxiliar- nos, concedendo e impe trando, de todos os cida dãos e de todas as collec- tividades, quaesquer dona tivos em dinheiro, os quaes ---pequenos ou grandes — serão recebidos com igual reconhecimento e irmã mente distribuidos, por metade, entre os Comités Centraes da Cruz Verme lha Russa, e da Cruz Ver melha Japoneza, com quem estamos em correspondên cia. A commissão central por tugueza não hesita em ga rantir, por si e pelos refe ridos Comités Centraes dos paizes belligerantes, fiel applicação de todos os donativos, ao fim para que são subscriptos. Contando antecipada mente com o resultado da subscripção, a nossa com missão central fez já um; primeira, remessa de ioo libras esterlinas a cada um dos referidos Comités. Na séde da Sociedade, Praça do Commercio, es quina da rua da Prata, se recebem desde já, e em todos os dias (com exce pção dos domingos) das 11 ás 4 horas, quaesquer do nativos individuaes ou col- lectivos. Para o mesmo lo cal pode ser remettido o aviso de vales postaes no- minaes, pagaveis á Socie dade da Cruz Vermelha ou ao seu thesoureiro.» AGRICULTORA A dcspoata das batatei ras Ha quem use, e com bom resultado, o seguinte pro cesso de augmentar a pro ducção das batateiras, li vrando-as ao mesmo tem po do mal que lhes queima a rama, ofténdendo o tu bérculo. O processo é simples e barato: com um canivete, ou navalha bem afiada, cor tam-se os cucurutos das batateiras, deixando-lhes apenas algumas folhas a re vestir-lhe os talos. Esta operação faz-se quando as plantas estão para dar flor. Outras pessoas tem ex perimentado, e dizem que tambem com bom exito, cortar-lhe a flor unicamen te pelo pé; quando ella quer abrir. Mas isto sae muito dispendioso, pois é necessário que-alguem es teja constantemente na plantação em cada desa brochar das flores, que é sempre irregular. Em vários pontos da Fran ça procedem por outra for ma com o mesmo fim. Quando dão a ultima sacha aos batataes, fazem amontoa junto de cada pé, ao mesmo tempo que o trabalhador, pondo o seu pé sobre o da batateira e deitando-lhe a rama para o lado, carrega de manei ra a aleijar a planta a pon to de ficar tombada. Qualquer destes proces sos, como muito bem se comprehende, tem por fim fazer refluir a seiva para as batatas, creando-as gros sas e em maior porção, em vez de perder-se na ra ma inutilmente. Pouco custará pôr em pratica um dos tres pro cessos apontados, aquelle que melhor pareça ao cul tivador. Aconselhamos-lhe até que experimente em meia duzia de pés de um bata tal e que compare a pro ducção destes com a pro ducção dos pés em que não fizer experiencia. lastradas Mais uma vez lembrá mos a quem competir o péssimo estado em que se encontram as estradas que d’esta villa conduzem ao Pinhal Novo e Moita. E’ tão péssimo que, em certos pontos, para carros passa rem, teem as pessoas de ir a pé, receiando desastre. Era, porém, de grande uti lidade que se mandasse co brir de pedra britada os maiores precipícios, pois que no péssimo estado em que estas estradas presen temente se encontram, é de todo impossível transitar por ellas livre de perigo. Circo Aneado Com uma enchente, ef- fectuou-se no preterito do mingo no Circo Amado, um brilhante espectáculo, ficando todos os especta dores satisfeitos. O espectáculo d’hoje de ve tambem ser de primeira ordem, em vista dos nú meros novos de trabalho que hoje serão executados, taes como: 0 Pif-paf-puf, trabalho de muito effeito pelos artistas Arthur Pater na, Manuel Amado e Julie- te, a pantomima Os tanoei ros de Paris e novas en tradas cómicas. Deve ser um bom espectáculo.

0 PARLA-MpiTO€¦ · IjOMUSTG-O, 6 IDE MARÇO DE 1904 N.° i38 SEM A N A R IO N O T IC IO S O , LITTE R A R IO E A G R IC O LA Assi^natiirii ;! Anno, iSooo réis; semestre, 5oo réis

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J] ' a n n oIjOMUSTG-O, 6 IDE MARÇO DE 1904 N.° i38

S E M A N A R IO N O T I C I O S O , L IT T E R A R IO E A G R IC O L A

Assi^natiirii ;!Anno, iSooo réis; semestre, 5oo réis. Pagamento adeantado I i Para o Brazil, anno. 2S5oo réis (moeda f o r t e ’ A Avulso, no dia da publicação. 20 réis. H

EDITOR— José Augusto Saloio | 19, i.° - RUA D IREITA —ALUEGALLKGA

P u b licaçõ esAnnuncios— t.a publicação. 40 réis a linha, nas seguintes,

20 réis. Annuncios na 4.» pagina,, contracto especial. Os euto- . graphos não se restituem quer sejam ou não publicados.

PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio

E X P E D I E N T E

R ogam os aos n o sso s estim áveis a s s ig n a n te s a fljgcza de nos p a r t ic ip a ­rem q u a lq u e r fa lta na re incssa «lo jo rn a l . p a ra de p ro m p to p ro v id e n c ia r ­mos.

Acceitam -se com g ra ti dão q u a e s q u e r n o tic ia s que sejam dc in te re s s e paihiico.

0 PARLA-MpiTOUm destes últimos dias,

numa sessão tumultuosa da camara dos deputados, chegou a haver toques de apito.

Parecia uma reunião de rufiões em casa de má no­ta.

Um extrangeiro que es­tivesse de passagem em Lisboa e fosse nesse dia as­sistir a uma sessão do par­lamento havia de sahir d al­li profundamente maravi­lhado pelas scenas edifican­tes a que assistira.

Dirigem-se doestos, que­bram-se carteiras, mas não se faz nada de utilidade pa­ra o paiz; pelo contrario, votam-se mais impostos para o povo, que já nada mais pode dar senão o san­gue das veias.

E como hão de os vene­randos paes da patria oc- cupar-se com a situação do povo, com a existencia dos pobres e dos miseráveis, se elles nunca conheceram da vida senão os gosos e as venturas? Nunca viram o reverso da medalha e por isso não podem avaliar as privações por que passam os desprotegidos da sorte.

O desleixo das classes baixas tem contribuído tambem muito para isso. Se houvesse uma associa­ção poderosa de operários que escolhesse entre si ho­mens competentes (porque ha nessa classe intelligen- cias brilhantes) e por uma vontade de ferro e um ar­rojo tenacissimo,conseguis­se leval-os ás cadeiras do parlamento, poderia ter en­tão quem cuidasse dos seus interesses. Assim não; ha

de ser o povo eternamente espoliado; menosprezado, calcado aos pés.

Ha ainda homens hones­tos e de boa vontade; o que não ha é quem lance mão d’eiles. Não é com fio res de rhetorica que se mu­da a situação de qualquer povo ou de qualquer clas­se; é com actos de abne­gação e ás vezes de he­roismo.

Trate-se de fazer o par lamento o que elle deve ser; que vá para lá quem saiba tratar dos interesses do paiz, mas a serio, muito a serio, ou então feche-se, por medida de salubridade publica.

JOAQUIM DOS ANJOS.

Ao s r . d i r e c to r gera l dosc o r re io s

Como se sabe, Aldegal­lega, é grande e de muito commercio; pois,'para to­da ella, ha só apenas um distribuidor e doente bem digno de reforma pelos muitos annos de serviço* emprego que hoje exerce com grande difficuldade. D ’isto, porém, resulta que as correspondencias che­guem tarde aos seus des­tinos, sendo com isso os commerciantes muito pre­judicados.

O ra como o correio au­fere bons lucros nesta vil­la, mais uma vez pedimos mui respeitosamente ao sr. director geral dos correios se digne lançar sobre nós os seus olhos misericordio­sos, mandando para aqui mais um empregado, o que não é de mais, em conse­quencia do muito serviço.

Ousamos esperar que a nossa humilde petição seja attendida.

Da benemerita «Socie­dade Portugueza da Cruz Vermelha», de que é digno presidente o sr. duque de Palmella, recebemos a se­guinte communicação a que do coração nos asso­ciámos:

«A grande obra humani- taria de que se occupam actualmente todos os po­

vos da Europa e da Ame­rica, e que tem por fim suavisar, quanto possivel, os males da guerra russo- japoneza, prestando soc- corro aos feridos e doen­tes de ambas as partes be! ligerantes, poz em activi­dade a commissão central da Sociedade portugueza da Cruz Vermelha, a que presido, a qual resolveu, na sua sessão de 2.3 do corrente, dirigir um calo roso appello a toda a im ­prensa Periódica do paiz, sollicitando o seu podero­so auxilio para a iniciação de uma subscripção publi­ca em favor das victimasda guerra.

Conta a commissão cen­tral da Cruz Vermelha, para a realisação do seu proposito, com as sympa- thias de todas as pessoas caritativas, e espera que estas se apressarão a colla- borar nesta obra, a qual representa não só a prati­ca da sublime virtude do amor christão, mas um en­cargo patriotico; pois se­ria deplorável que a nacio­nalidade portugueza figu­rasse pela abstenção, na lis­ta de todas as outras na­cionalidades, que tão des- veladamente estão concor­rendo com valiosissimos donativos para soccorro das victimas da guerra.

Por tudo isto, e dando cumprimento ás delibera­ções da commissão central, tenho a honra de dirigir- me a V. Ex.a, invocando os seus sentimentos hu- manitarios, e patrioticos, para que se digne auxiliar- nos, concedendo e impe­trando, de todos os cida­dãos e de todas as collec- tividades, quaesquer dona­tivos em dinheiro, os quaes ---pequenos ou grandes — serão recebidos com igual reconhecimento e irmã­mente distribuidos, por metade, entre os Comités Centraes da Cruz Verm e­lha Russa, e da Cruz Ver­melha Japoneza, com quem estamos em correspondên­cia.

A commissão central por­tugueza não hesita em ga­rantir, por si e pelos refe­ridos Comités Centraes

dos paizes belligerantes, fiel applicação de todos os donativos, ao fim para que são subscriptos.

Contando antecipada mente com o resultado da subscripção, a nossa com missão central fez já um; primeira, remessa de ioo libras esterlinas a cada um dos referidos Comités.

Na séde da Sociedade, Praça do Commercio, es­quina da rua da Prata, se recebem desde já, e em todos os dias (com exce­pção dos domingos) das 11 ás 4 horas, quaesquer do­nativos individuaes ou col- lectivos. Para o mesmo lo­cal pode ser remettido o aviso de vales postaes no- minaes, pagaveis á Socie­dade da Cruz Vermelha ou ao seu thesoureiro.»

A G R I C U L T O R AA d c s p o a ta das b a ta te i ­

ra s

Ha quem use, e com bom resultado, o seguinte pro­cesso de augmentar a pro­ducção das batateiras, li­vrando-as ao mesmo tem­po do mal que lhes queima a rama, ofténdendo o tu­bérculo.

O processo é simples e barato: com um canivete, ou navalha bem afiada, cor­tam-se os cucurutos das batateiras, deixando-lhes apenas algumas folhas a re­vestir-lhe os talos. Esta operação faz-se quando as plantas estão para dar flor.

Outras pessoas tem ex­perimentado, e dizem que tambem com bom exito, cortar-lhe a flor unicamen­te pelo pé; quando ella quer abrir. Mas isto sae muito dispendioso, pois é necessário que-alguem es­teja constantemente na plantação em cada desa­brochar das flores, que é sempre irregular.

Em vários pontos da Fran­ça procedem por outra for­ma com o mesmo fim.

Quando dão a ultima sacha aos batataes, fazem amontoa junto de cada pé, ao mesmo tempo que o trabalhador, pondo o seu

pé sobre o da batateira e deitando-lhe a rama para o lado, carrega de manei­ra a aleijar a planta a pon­to de ficar tombada.

Qualquer destes proces­sos, como muito bem se comprehende, tem por fim fazer refluir a seiva para as batatas, creando-as gros­sas e em maior porção, em vez de perder-se na ra­ma inutilmente.

Pouco custará pôr em pratica um dos tres pro­cessos apontados, aquelle que melhor pareça ao cul­tivador.

Aconselhamos-lhe até que experimente em meia duzia de pés de um bata­tal e que compare a pro­ducção destes com a pro­ducção dos pés em que não fizer experiencia.

la s trad as

Mais uma vez lembrá­mos a quem competir o péssimo estado em que se encontram as estradas que d’esta villa conduzem ao Pinhal Novo e Moita. E’ tão péssimo que, em certos pontos, para carros passa­rem, teem as pessoas de ir a pé, receiando desastre. Era, porém, de grande uti­lidade que se mandasse co­brir de pedra britada os maiores precipícios, pois que no péssimo estado em que estas estradas presen­temente se encontram, é de todo impossível transitar por ellas livre de perigo.

C irco Aneado

Com uma enchente, ef- fectuou-se no preterito do­mingo no Circo Amado, um brilhante espectáculo, ficando todos os especta­dores satisfeitos.

O espectáculo d’hoje de­ve tambem ser de primeira ordem, em vista dos nú­meros novos de trabalho que hoje serão executados, taes como: 0 Pif-paf-puf, trabalho de muito effeito pelos artistas Arthur Pater­na, Manuel Amado e Julie- te, a pantomima Os tanoei­ros de P a ris e novas en­tradas cómicas. Deve ser um bom espectáculo.

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2 O DQM1NGO

Maio p e ix e pòdre

Soubémos que ha dias foi vendido ao digno ve­reador da nossa camara, ex.'n0 sr. Antonio dos An­jos Bello, peixe em estado de podridão.

Ainda bem que o abuso dos amigos da saude do pro­ximo já chegou a um ca­marista! Até faz vontade de rir! Agora só faltam os srs. sub-delegado de saude e administrador do conce­lho.

Devido á falta de espaço não nos alongámos mais por hoje, o que ficará para outro d ia . . . talvez para o proximo numero.

L u tu o sa

--.Falleceu nesta villa, vi­ctima da tuberculose pul­monar, na noite de 29 de fevereiro pela’s 10 horas, Domingos Simões, moço de padeiro, de 21 annos de edade, natural de Al­cochete.

que seja a fórma, desde 1 de março até i 5 de agos­to inclusivè;

2.0 — Q u j todo aquelle, que fôr encontrado neste concelho transgredindo os citados preceitos,, será ca­pturado, e quando o não possa ser em flagrante se­rá autoado, e remettido ao poder judicial para ahi lhe ser imposta a pena commi- nada no artigo 25q do Co- digo Penal, sem prejuizo da pena maior pelo uzo ou porte de armas sem li­cença, comminada no ar­tigo 253 do dito Codigo.

jE para que chegue ao co­nhecimento de todos, man­dei passar o presente e idênticos que serão affixa- dos nos logares do costu­me. «Abranches.»

A u n iv crsa r io s

Completou no dia 1 do corrente o seu 2.0 anniver­sario natalicio, o menino José, filhinho do nosso ami­go, sr. Antonio Luiz Gou­veia. O s nossos parabéns.

— Tambem no dia 3 o nosso amigo, sr. Joaquim Antonio Nunes, bemquisto commerciante da praça de Lisboa, completou mais um anniversario natalicio. D ’a- qui lhe enviámos as nossas felicitacões.

T ufão

Sentiu-se hontem, nesta villa, pelas 10 horas e meia da manhã, um grande tu­fão, que abalou algumas casas menos abrigadas, as sustando as pessoas que se achavam dentro.

Até á hora do nosso jor­nal entrar na machina não soubemos que se désse qualquer desastre.

No dia 2 do corrente, foram afhxãdos editaesnos logares mais públicos de este concelho, do theor seguinte:

«Edital — O administra­dor do concelho de Alde­gallega do Ribatejo, etc.

Convindo suscitar a ob- servancia dos regulamen­tos administrativos sobre o exercido da caça, faço sa­ber:

i.° — Que é vedado o exercido da caça, qualquer

O vap or “ A talaya,,

Deve chegar ao Tejo brevemente, para a Parce-1 ia dos Vapores Lisbonen- ses, o novo vapor Atalaya, que aquella empreza man­dou construir no extran- geiro e que se destina ás carreiras entre esta villa e a capital.

Em consequencia das ne­vadas consecutivas, é ge­ral, n’esta villa e suas cer­canias, o descontentamen­to entre os agricultores que fizeram a sementeira de ba­tatas.

E’ hoje qu j a Companhia do Theatro Lisbonense, realisa a sua estreia em Se­túbal, para onde vae de­morar-se alguns mezes.

UM SONHODeitem nas taças vinho de Falerno!B rilh e, espumante, o rubido lico r!Quero em meu ser deslumbramento eterno! Quero em minhalma júbilos d'am or!

Venham junto de mim mulheres formosas Em briagar-m e d lu\ do seu olhar! Ornem-me a fronte depuniceas rosas! Beijem-me o rosto os raios do luar!

Quero entoar a divinal canção Do goso, dopra\er e da folia;Sentir pulsar um joven coração A o pé do meu, em magica poesia!

Quero vêr um paraiqo verdadeiro,Cheio d ’encantos mil, na vida humana!. ..

Ouço bater d porta... E ’ o padeiro Que vem pedir-me a conta da semana.

JOAQ UIM DOS ANJOS.

PENSAMENTOS

A vida ê 0 começo da morte, como uma véla que ao accender-se começa o proprio anniquilamento.

— A vida é uma escola onde ninguém tem tempo de acabar 0 curso de philosophia.

— A saudade é a poesia de todo o homem. 0 que me­lhores poetas teem dito, melhor teem sentido pessoas que nunca fizeram versos.— C. C. Branco.

A N E C D O T A S

N 'uma noite de baile official. Chove. Um empregado estd de plantão, com ordem expressa de fazer pousar os guarda-chuvas de todos os convidados.

Apresenta-se um sujeito:— Pouse o guarda-chuva! diz 0 empregado.0 convidado insiste em entrar.— Pouse o guarda-chuva! repete o porteiro.— Não trago guarda-chuva, homem!— São ordens que recebi; sem o pousar ahi não pode

entrar.■— Como? se não o trouxe. ..— Vá buscal-o, tenha paciência.

N'um a disputa:— 0 senhor se se não cala immediatamenle, dou-lhe

um pontapé. ..— A mim? Queria vêr is s o ...— N o sitio onde eli llio quero applicar, não o pode

vêr.— mesa—

Entre duas meninas:— Não gosto de Alberto porque me parece que não

hesita em dizer uma mentira.— A h ! lá isso hesita.— Porque?— Porque é gago?

LITTERATURAL u iz in h a

Uma encantadora aldeã a Luizinha.

Ninguém diria, ao vêl-a que ella era uma simples filha dos campos.

Os cabellos de ébano, os olhos castanhos escuros e as sobrancelhas da mesma côr faziam-lhe sobresair vigorosamente o rosado do seu rosto.

Os labios purpurinos pro-, vavam alimentar-lhe as veias sangue novo e vivaz. As roupinhas de chita cla­ra parecem querer estalar aos esforços de um sober­bo seio. Todos os seus mo­vimentos denunciavam sei­va e frescura; e qualquer dama de elevado nasci­mento ter-lhe-ia invejado a pequenez da mão e a fór­ma do p é . . .

Tinha o seu mais que tudo. Era o Joaquim das Faias, um famoso rapagão que, pelos modos, não po­dia chamar-se um namo­rado fiel.

Em todo o caso corria de bôca em bôca que elle levaria á egreja a Luizinha para novas colheitas—-lo­go depois do S. João.

E o S. João chegou. Luizinha não quiz ir aos

bailaricos, andava triste. Apenas foi vêr as foguei­ras com outras aldeãs, suas amigas, e queimou com ellas uma alcachofra.

De madrugada verificou Luizinha, que todas as al­cachofras tinham florido menos a su.i!

Tornou-se triste.Dias depois, uns quinze,

se tanto, a um domingo, o sr. padre prior dizia a mis­sa conventual. Ao lavabo voltou-se para os fieis, com meia folha de papel sellado na mão, e leu pausada­mente, mas com voz um tanto aflautada:

«Na fórma do Sagrado Concilio Tridentino: que­rem contrahir o Santo Sa­cramento do matrimonio

6 q FOLHETIM

Traducção de J. DOS ANJOS

D E P O I S D T P E C C A D OL iv ro S egu u d o

1

— Então, fez bem em vir cá; aqui é o refugio dos afflictos e alli tem o consolador, accrescentou a irmã. mostrando o Christo pregado na cruz. Náo se pode fazer nada para acalmar as suas maguas? perguntou ella.

— Nada, respondeu timidamente a Magdaiena; peça a Deus que me aju­de; só elle me pode curar.

— Tambem é preciso querer, mi­nha filha; por muito cruel que seja o mal que a atacou, ha de ser Acalmado

se o comparar com as misérias alhe:as. Olhe em roda de si e ha de vêr do­res mais crueis que as suas.

A Magdaiena apertou n mão da ir­mã sem proferir palavra. Estava com- movida a ponto de não poder falar,

mas socegada pelo soccorro que a santa creatura acabava de lhe trazer.

A f stou-se lentamente e sahiu. Era já noite. Foi para casa, sem vêr nem ouvir nada. concentrada nas suas re­flexões.

— D’onde vens? exclamou a sr.a Telem aco; assusta te-me deveras. Sabes que sáo quasi oito horas? Tive medo que fizesses alguma tolice.

— E's doida! disse a Magdaiena; já

devias saber que náo sou mulher que faça tolices.

— Em fim , já cá estás, é o q»ie se q u ir. E ’ verdade, accrescentou a sr.a

Telemaco, veio. es te telegramma pa­ra ti.

— E ’ do Riballier. exclamou a Ma­gdaiena com terror, antes de o abrir.

Rasgou o sobrescripto e leu:«Venha immed atamente. se quer

encontrar o seu pae ainda com vida. Mandei preparar a sua casa para a receber. Mande-me dizer a hora a que chega, para eu ir esperal-a a P ri­vas. — Riballier.»

—-Não me enganava, tornou a M - gdalena, veem todos os castigos ao mesmo tempo. Quero partir immedia- tamente.

— E' impossível, minha filha, objé- ctou a sr.a Telemaco; agora náo ha comboio.

— E ’ verdade, murmurou a Magda lena; então iremos amanhã; prepara tudo para ;res comm go.

A sr.a Telemaco fez uma careta;

antes queria ficar em Paris, porque suppunha, e com razão, que uma via­gem a Antraigues, em cii cumstancias tão dolorosas, não podia ser muito alegre. Mas a Magdaiena tinha falado; era ) reciso obedecer, e a sr.a Tele­maco, julgando que a hora não era propicia para a resistencia, resignou-se.

IIDois dias depois, pelas nove horas

da manhã alguns momentos antes da chegada do comboio de P; ris, um ho­mem vestido de preto, parecendo ter uns trinta annos, magro e alto, de rosto ossudo e pallido passeava na es- t ção de Priva-., onde fòra admittido por favor especial, para receber as pessoas a quem esperava. Como o chefe da estação se approximasse d'el- ie com o desejo evidente de travar

conversação, parou e perguntou-lhe:— O comboio teve atrazo?

. — Só alguns minutos, sr. Riballier; vem ahi já, tenha passiencia.

— O h! tenho muito tempo, respon­deu o tabellião; vem de Antraigues para esperar duas pessoas.

— De Paris?— Sim, duas senhoras.O chefe afastou-se para dar ordens.

Riballier continuou o seu[passeio si­lencioso e tornou a cahir nas suas meditações. Mas foi logo distrahido pela bulha que se fazia em roda. O u­viu-se um silvo estndente, e logo a a pesada machina, arrastando comsi­go oito on dez carros, appareceu e entrou na estação com grande ruido.

(Continua^.

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j0aquim das Faias com Ger­trudes Perdig-ota, . .»

N’este ponto, um grito de dôr se ouviu em todo o templo.

O sr. prior interrompeu a leitura.

Luizinha por que era el­la que soltára aquelle gri­to, tinha desmaiado.

Houve muitos ditinhos e risadinhas.

Luizinha tornou a si, sa- hiu da egreja, e o sr. pa­dre concluiu a leitura.

Correu um mez. Duran­te elle houve o quer que fosse entre os futuros con­sortes. As más linguas ti­veram pasto á farta. O ca­so é que o casamento de Joaquim das Faias com Gertrudes Perdigota... foi pela agua abaixo, apezar dos esforços do sr. padre prior que não queria per­der a espórtula do estylo pela união daquellas duas almas.

Joaquim das Faias vol- tou-se de novo para Lui­zinha, e pediu-lhe a mão.

E ella disse-lhe com um sorriso a brincar-lhe nos labios:

— Olhe, vá no domingo á missa que lá lhe darei a resposta.

Joaquim das Faias foi cheio de esperança e con­tentamento.

Ao lavabo, o sr. padre prior leu:

«Na fórma do Sagrado Concilio Tridentino, que­rem contrahir o Santo Sa­cramento do Matrimonio, Manuel dos Santos, com Luizinha. . . »

Não se ouviu na egreja nenhum grito de dôr; mas viu-se que Joaquim das Faias ficou de cara á ban­da.

E uma senhora visinha exclamou em voz baixa:

— Toma que te dou eu! Apanha lá este pião á unha, Joaquimsinho!

Outra senhora visinha:— Pregou-lha na meni­

na do olho, a tal Luizinha! Quem haver a de d izer!. . .

D’esta vez o senhor Pa­dre prior não perdeu a es­pórtula.

O DOMINGO

ANNUNCIOS

EDITALA Cam ara Municipal do

Concelho de Aldegallega do Ribatejo, manda annun c>ar que no dia i 3 do pro­ximo mez de março pelas2 horas da tarde na Sala dos Paços do Concelho, Procederá ás arrematações

do imposto nas carnes verdes para consumo dos habitantes d’esta villa e Sarilhos Grandes, renda da casa do Talho e Mata­douro Publico, pelo tempo de uni anno, a contar do primeiro de abril proximo.

As condições para estas arrematações acham-se patentes todos os dias não santificados, nesta Secre­taria.

E para constar se mandou passar o presente e outros de egual theor para serem affixados nos logares do costume.

Aldegallega do Ribatejo,19 de fevereiro de 1904.

O Secretario da Camara

Anlonio Tavares da Silva.

TYPOGftAPHOPrecisa-se na typogra­

phia d’este jornal d’um ra­paz para aprender a arte de typographo.

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Pedidos á Livraria Editora de José Figueirinhas Ju­nior — Rua das O livei­ras, 75 — Porto.

a n n u n c io

( i . a P u b licação)

Por este juizo, e pelo in­ventario por obito de An­tonio Gonçalves Caipira, e cabeça do cazal a viu­va Luiza Rita de Jesus, d’esta villa, é posto em venda no tribunal d’esta comarca no dia 20 do pro­ximo mez de março pelas 12 horas da manhã, o se­guinte predio, e pelo maior preço que for offerecido, e superior ao posto em praça:

Um a fazenda de vinha, arvores e terras de semea­dura no sitio da Figueira da Vergonha, limites de esta freguezia, foreira em 6^000 réis annuaes e lau­demio de quarentena aD. Gertrudes Maria da Piedade Quaresma, e o dominio util avaliado e posto em praça no valor de 3703500 réis.

O arrematante, além das despezas da praça,

pagará por inteiro a com­petente contribuição de registo.

Aldegallega do Ribatejo, 29 de fevereiro de 1904.

o E S C R IV Á O

Anlonio Julio Pereira Moutinho.Verifiquei a exactidão.

O JU IZ DE D IR E IT O

i.° Substituto no impedimento do propretario,

Antonio Tavares da Silva.

ANNUNCIO

! ALDEGI LLEGI

(2 .a P u b licação)

Por este Juizo de Direi­to, cartorio do primeiro officio e inventario orpha­nologico por obito de Ma­ria Rosa de Pinho, que foi residente no Samouco, e no qual é inventariante Abellar Augusto Huerta de Oliveira, hão de ser postos em praça, na casa pertencente ao casal sita no logar do Samouco, no dia 6 do proximo mez de março, por 11 horas da manhã, e pela segunda vez, os bens moveis e se­moventes que não foram arrematados na primeira praça, por metade do pre­ço das suas avaliações.

E no dia i 3 do mesmo mez pelo meio dia ha de ser posto em praça á por­ta do Tribunal de este Juí­zo, um predio rústico e urbano situado no Becco do Prior do referido logar do Samouco, o qual é livre e allodial, no valor de réis 3:ooo$ooo.

Pelo presente são cita­dos quaesquer crédores incertos para assistirem á praça querendo.

Aldegallega do Ribatejo, 20 de fevereiro de 1904.Verifiquei a exactidão.

O JU IZ DE D IR E IT O ,

1.0 Substituto

Antonio Tavares da Silva.

O E S C R IV Á O

José M aria de Mendonça.

ANNUNCIO

l AI í CA DE ALDEGALLEGA

(5í.a P u b licação)

Por este Juizo de Direi­to, cartorio do primeiro officio e inventario orpha­nologico por obito de Do­mingos Fernandes Alcaide, e no qual é inventariante

Maria da Conceição, desta villa, vae á praça á porta do Tribunal de esta co­marca, no dia i 3 do pro­ximo mez de março pelas 12 horas da manhã, pela segunda vez, afim de ser arrematado por preço su­perior ao de duzentos mil réis, a seguinte proprie­dade :

Um moinho de vento, com um cerrado e duas moradas de casas, situado na praia da freguezia de Alcochete, foreiro em 120 réis annuaes, com laude­mio de quarentena á Ca­mara de Alcochete, e uma pensão de uma missa an­nual.

Pelo presente são cita­dos quaesquer crédores incertos para assistirem á praça querendo.

A. contribuição de regis­to é paga por inteiro pelo arrematante.

Aldegallega do Ribatejo, 20 de fevereiro de 1904.

Verifiquei a exactidão.

O JU IZ D E D IR E IT O

i.° Substituro,

Antonio Tavares da Silva.

O E S C R IV Á O

José M aria de Mendonça.

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Page 4: 0 PARLA-MpiTO€¦ · IjOMUSTG-O, 6 IDE MARÇO DE 1904 N.° i38 SEM A N A R IO N O T IC IO S O , LITTE R A R IO E A G R IC O LA Assi^natiirii ;! Anno, iSooo réis; semestre, 5oo réis

4 O DOMINGO

COMMERCIO DO POVOG R A N D E A R M A Z É M

Tendo continuado a augmentar o movimento d’esta já bem conhecida casa commercial pela seriedade de transacções e já tambem pela modicidade de preços porque são vendidos todos os artigos, vem de novo recommendar ao publico em geral que nesta casa se en­contra um esplendido sortido de fazendas tanto em fan­queiro como em modas, retrozeiro, mercador; chape­laria, sapataria, rouparia, etc., etc., prompto a satisfazer os mais exigentes e

AO A L C A N C E D E T O D A S A S B O L S A SDevido á sahida do antigo socio d’esta casa, o ill.mo

sr. João Bento Maria, motivada pelo cansaço das lides commerciaes, os actuaes proprietários resolveram am- plear mais o actual commercio da casa dotando-a com uns melhoramentos que se tornam indispensáveis a melhorar e a augmentar as várias secções que já existem. Tom am, pois, a liberdade de convidar os seus estimá­veis freguezes e amigos, a que, quando qualquer com­pra tenham de fazer, se inteirem primeiro das qualida­des, sortido e preços porque são vendidos os artigos, porque decerto acharão vantagosos.

A divisa d'esta casa é sempre ganhar pouco para ven­der muito e vender a todos pelos mesmos preços, pois que todos os preços são fixos.

Visitem. pois. o Commercio do Povo________■

MMS DE CA li VÃ LHO & SILVARua Direita, 88 e go — ; — Rua do Conde, 2 a 6

Aldegallega do R ibatejo

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ESTEVÃO JO S E DOS REISO F F I C I N A DE C A L D E I R E I R O D E C O R R E

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Encarrega-se de todos os trabalhos concernentes á sua arte.

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OS DRAMAS DA CORTE

(Chronica do reinado de Luiz X V )

Romance historico p o r E. LA D O U C E T T E

Os amores trágicos de Manon Les- raut com o ceiebre cavalleiro de Grieux, formam o entrecho doeste romance, rigorosamente historico, a que Ladoucette imprimiu um cunho de originalidade deveras encantador.

A< corte de Luiz xv, com todos os seus esplendores e misérias, é escri­pta magistralmente pelo auctor d’0 Bastardo da Rainha nas paginas do seu novo livro, destinado sem duvi­da a alcançar entre nós exito egual áquelle com que foi recebido em Pa­ris, onde se contaram por milhares os exemplares vendidos.

A edição portugueza do popular e commovente romance, será feita em fasciculos semanaes de 16 paginas, de grande formato, illustrados com soberbas gravuras de pagina, e cons­tará apenas de 2 volumes.

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}li O í i C l DD D I A R I O D E N O T I C I A SA GUERRA ANGLO-BOER

Impressões do Transvaal

Interessantíssima narração das luctas entre inglezes e boers, «illustrada» com numerosas zinco-gravuras de «homens celebres» do Transvaal e do Orange. incidentes notáveis, «cercos e batalhas mais cruentas da

G U E R R A A N G L O -B O E R Por um funccionario da Cruz Verm elha ao serviço

do Transvaal.Fasciculos semanaes de 16 paginas.................. 3 o réisTomo de 5 fasciculos ........................................... i 5o »A G U ER R A A N G LO B O E R é a obra de mais palpitante actualidade.

N’ella são descriptas, «por uma testemunha presencial», as differentes phases e acontecimentos emocionantes da terrível guerra que tem e sp a n ta d o o mundo inteiro.

A G U ER R A A N G LO -P O ER faz passar ante os olhos do leitor todas as «grandes batalhas, combates» e «escaramuças» d’esta prolongada e acérrima lueta entre inglezes, tra svaalianos e oranginos, verdadeiros pr.odigios ae heroísmo e tenacidade, em que sáo egualmente admiraveis a coragem e de­dicação patriótica de vencidos e vencedores.

Òs incidentes variadíssimos. cPesta contenda e itre a poderosa Inglater ra e as duas pequ nas republicas sul-africanas, decorrem atravez de verda­deiras peripecias, por tal maneiia dramaticas e pittorescas, que dão á GUEK- RA A N G LO -B O ER. conjunctamente com o irresistível attractivo d’uma nar* rativa histórica dos nossos d!as, o encanto da leitura romantisada.

A Bibliotheca do D IA R IO DE N O T IC IA Sapresenfando ao publico esta obra em «esmerada edição,» e por um preço di­minuto, julga prestar um serviço aos numerosos leitores que ao mesmo tempo desejam deleitar-se e adquirir perfeito conhecimento dos s u c c e s s o s

que mais interessam o mundo culto na actualidade.

Pedidos d Empregado D IA R IO D E N O T IC IA S Rua do Diario de Noticias, 110— LISB O A

A g e n te em A ld e g a lle g a — A . M e n d e s P in h e ir o J u n io r .