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CEDAW, Pequim e os ODM Rumo à Igualdade de Gênero

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CEDAW,Pequim eos ODM

Rumo àIgualdade de Gênero

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O Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher – UNIFEM – proporciona assistência técnica e finan-ceira a programas e estratégias inovadores que promovem os direitos humanos, a participação política e a segurançaeconômica da mulher.O UNIFEM trabalha em parceria com agências da ONU, governos, redes e organizações não-governamentais (ONGs) com vistas a promover a igualdade de gênero.Vincula questões de interesse da mulher aagendas nacionais, regionais e globais, promovendo colaborações e fornecendo capacidade técnica à transversa-lização de gênero e às estratégias para aumentar o poder da mulher.

Esta publicação foi desenvolvida com a colaboração e o apoio do projeto setorial da GTZ “Fortalecendo os Direitosda Mulher”, representando o Ministério de Cooperação e Desenvolvimento Econômico da Alemanha (BMZ).

Elaborado por Lee Waldorf, com base em pesquisa de Shelley Inglis.

Agradecimentos:Várias pessoas forneceram sugestões e apoio que muito contribuíram para a elaboraçãodesta publicação. Gostaríamos de agradecer especialmente as participações de BarbaraAdams, Carol Barton, Mara Bustelo, Nanette Braun, Noeleen Heyzer, Chandni Joshi, OsnatLubrani, Zina Mounla, Juliane Osterhaus, Leigh Pasqual, Joanne Sandler, Hanna BeateSchoepp-Schilling e Damira Sartbaeva.

Rumo à Igualdade de Gênero: CEDAW, Pequim e os ODMCopyright © Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a MulherISBN: 1-932827-17-X

encomendado pelo

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Prefácio

Uma Agenda de Igualdade de Gênero para o Milênio

Os ODM em Favor da Igualdade de Gênero

Vincular os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio à CEDAW e à

Plataforma de Ação de Pequim

Objetivo 1

Objetivo 2

Objetivo 3

Objetivos 4 e 5

Objetivo 6

Objetivo 7

Objetivo 8

Recursos eletrônicos

Bibliografia

1R U M O À I G U A L D A D E D E G Ê N E R O

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ADeclaração do Milênio e os Objetivos deDesenvolvimento do Milênio (ODM) abri-ram uma nova porta para a promoção daigualdade de gênero.Aproveitados em todoo seu potencial, podem ser o meio pelo

qual o insidioso vínculo entre desigualdades degênero, o desperdício e a destruição do potencialhumano da mulher e a aparentemente infinita repro-dução da pobreza ganhem a atenção devida e sejamfinalmente vencidos. Conforme reconhecido naDeclaração do Milênio, reduções significativas e sustentáveis nos níveisde pobreza dependem de nossa vontade de enfrentar o fato que metadeda população mundial – meninas e mulheres – foi sistematicamente subor-dinada e prejudicada, e de nosso inquebrantável compromisso de empreen-der os passos concretos necessários para eliminar essa desigualdade.

Como os ODM se tornaram o fulcro de uma agenda comum adotadapor todos os parceiros de desenvolvimento, incluindo a comunidade deassistência para o desenvolvimento, estão em posição de ser uma autên-tica força motriz para a mudança.Mais importante ainda do que essa con-vergência de agendas de desenvolvimento é o consenso emergente deque os esforços para atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milêniodevem estar sempre imbuídos da visão estabelecida na Declaração doMilênio.Embora os ODM estabeleçam metas e indicadores para a reduçãoda pobreza e tenham objetivos concretos, mensuráveis e com prazosdefinidos, tais objetivos podem apenas nos indicar o plano geral e asgrandes linhas do trabalho a ser realizado. A Declaração do Milênio é edeve continuar sendo nosso guia para dar vida aos ODM – e o que aDeclaração nos diz é que é preciso elevar a níveis sem precedentes osesforços para implementar os compromissos assumidos em conferên-cias mundiais e convertidos em leis internacionais de direitos humanos.

A Declaração do Milênio também nos direcionapara a necessidade urgente de abordagens holís-ticas e integradas para a redução da pobreza.Certas questões – como a promoção da igualdadede gênero, o combate ao HIV/AIDS e o desen-volvimento de uma parceria global para o desen-volvimento – são tão importantes que foram con-sideradas como Objetivos individuais.Entretanto,isso não deve desviar a atenção da necessidadede trabalhar essas dimensões em todas as inicia-tivas voltadas para atingir os ODM.

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NOELEEN HEYZERDiretora-Executiva, UNIFEM

HEIDEMARIE WIECZOREK-ZEULMinistra de Cooperação e DesenvolvimentoEconômico da Alemanha

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3R U M O À I G U A L D A D E D E G Ê N E R O

A pandemia de HIV/AIDS é uma sériaameaça para o alcance de todos os outrosObjetivos. Se a cooperação para o desen-volvimento não estiver firmemente unida emapoio à obtenção de todos os ODM, osesforços nacionais podem ser em vão.E, comoesta publicação mostra em detalhe, desigual-dades de gênero estão intimamente entre-laçadas a todos os desafios de desenvolvi-mento que os ODM tentam responder.

Como essa publicação também ressalta, a Convenção sobre aEliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (conhe-cida pela sigla em inglês “CEDAW”) e a Quarta Conferência Mundial sobrea Mulher, realizada em Pequim, devem ser nossos critérios para con-cretizar o potencial contido nos ODM. A profusão de conhecimentos eexperiências quanto à natureza da discriminação de gênero e os passosnecessários para alcançar a igualdade de gênero, gerada pelos proces-sos da CEDAW e da Plataforma de Ação de Pequim (também conhecidasimplesmente como Pequim), ainda restam por explorar.Usando a CEDAWe a Plataforma de Ação de Pequim como a lente através da qual podemosentender e implementar os ODM, convicções bem fundamentadas e umdesenvolvimento eficaz podem ser combinados de modo poderoso.

A postura articulada na Declaração do Milênio é plenamente com-partilhada pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para aMulher (UNIFEM) e pelo Ministério de Cooperação e DesenvolvimentoEconômico da Alemanha (BMZ).O BMZ atribui grande importância à con-cretização dos direitos humanos da mulher tanto como uma meta dedesenvolvimento por si só mas também como um meio fundamental paraobter a redução da pobreza e o desenvolvimento sustentável.O UNIFEMassumiu a concretização do direito da mulher à igualdade de gênero comoo marco maior e a finalidade última de todas as áreas de sua atividade– do maior poder econômico à construção da paz e ao combate às pan-demias de HIV/AIDS e violência contra a mulher. O UNIFEM e o BMZesperam que o presente instrumento seja uma importante contribuiçãoao trabalho que realizamos, juntamente com defensores da igualdade degênero em todo o mundo, para transformar em realidade a promessa daDeclaração do Milênio.

Prefácio

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Os Objetivos de Desenvolvimentodo Milênio (ODM) nasceram daDeclaração do Milênio – umconsenso mundial, sem prece-dentes, alcançado em 2000 por

189 Estados Membros das Nações Unidas.Na Declaração, essas nações assumiramem conjunto o compromisso de promoveruma postura global para melhorar ascondições de vida de toda a humanidade, nas áreas de desenvolvi-mento e erradicação da pobreza, paz e segurança, proteção do meioambiente, e direitos humanos e democracia.

A Declaração ressalta que, para alcançar esses objetivos, énecessário promover os direitos humanos de todas as pessoas. Emespecial, reconhece a promoção do direito da mulher à igualdade degênero como sendo criticamente necessário para o progresso. ADeclaração compromete-se explicitamente a "combater todas as for-mas de violência contra a mulher e a implementar a Convenção sobrea Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher(CEDAW)". Reconhece também a importância de promover a igual-dade de gênero e o empoderamento da mulher como uma forma efi-caz para combater a pobreza, a fome e as doenças, de modo a esti-mular um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

Ao mesmo tempo, a Declaração do Milênio reafirma o papel cen-tral da igualdade de gênero, dentro da perspectiva da QuartaConferência Mundial da ONU sobre a Mulher, realizada em Pequim,em 1995, e de outras importantes conferências internacionais, comoas Conferências sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio, 1992),Direitos Humanos (Viena, 1993), População e Desenvolvimento (Cairo,1994), a Cúpula para o Desenvolvimento Social (Copenhagen, 1995)e a Conferência sobre Assentamentos Humanos (Istambul, 1996).Essas conferências mundiais, organizadas pela ONU na década de90, deram um impulso para que a comunidade internacional, reunidana Cúpula do Milênio, em 2000, acordassem os passos necessáriospara reduzir a pobreza e alcançar o desenvolvimento sustentável.Nesse sentido, a Declaração do Milênio renovou os compromissosassumidos por todos os Estados Membros naquelas conferências.

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Índias Kachinawas, Alto do Bode – Rio Jordão, Acre

Uma Agenda deIgualdade de Gênero para oMilênio

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Oito dos principais compromissos estabelecidos na Declaração doMilênio vieram a constituir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio:

1.Erradicar a extrema pobreza e a fome2.Atingir o ensino primário universal3.Promover a igualdade de gênero e empoderar a mulher4.Reduzir a mortalidade infantil5.Melhorar a saúde materna6.Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças7.Assegurar a sustentabilidade ambiental8.Estabelecer uma parceria global para o desenvolvimento

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio são acompanhados de16 metas e 48 indicadores globais.Os Objetivos, metas e indicadores foramelaborados para operarem em conjunto, a fim de estimular uma ação rápi-da e efetiva para atingir os fins de desenvolvimento e erradicação da pobrezacontidos na Declaração. As metas e indicadores foram criados para pro-porcionar medidas concretas do grau de progresso dos países em relaçãoaos Objetivos, e esse progresso é avaliado regularmente em cada paíspor meio de relatórios nacionais sobre os ODM.

Alcançar os ODM tornou-se uma importante prioridade para todosos parceiros de desenvolvimento, sejam eles governos, o sistema da ONUou instituições financeiras internacionais.O fato de a Declaração do Milênioter enfatizado a necessidade de trabalhar a desigualdade de gênero, e deos ODM incluírem tanto um Objetivo explícito de igualdade de gêneroquanto o reconhecimento da importância dessa igualdade para a obtençãode todos os Objetivos, sugerem que os ODM são uma oportunidade valiosapara promover a agenda de igualdade de gênero.

Todavia, muitos defensores dos direitos humanos da mulher notaramque a igualdade de gênero, como um interesse transversal para o alcancede todos os ODM, não está bem refletida nas metas e indicadores globais.1

Existe uma preocupação quanto à fraca representação das obrigações ecompromissos de maior alcance consagrados na CEDAW, na Plataformade Ação de Pequim e em outros acordos regionais ou mundiais.Entretanto,os defensores estão assumindo esse desafio, pedindo a inclusão, em nívelnacional, de uma gama mais ampla de metas e indicadores sensíveis aquestões de gênero.Mais importante ainda – além das questões de men-suração e relatórios – está claro que, para obterem êxito, as estratégiasconcretas que serão adotadas para alcançar os ODM deverão incorpo-rar sólidas iniciativas de igualdade de gênero.Como salientou o Relatóriode Desenvolvimento Humano de 2003, "a igualdade de gênero é um ele-mento central para o alcance dos Objetivos – de melhoria da saúde eluta contra as doenças, de redução da pobreza e mitigação da fome, deexpansão da educação e redução da mortalidade infantil, de maior acesso

1 WOMEN’S INTERNATIONAL COALITION FOR ECONOMIC JUSTICE, 2004.

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à água limpa e de garantia de sustentabilidade ambiental".2

O combate à desigualdade de gênero tem um lugar garantido nosODM; porém, dentro de seu amplo marco global, as questões de igual-dade de gênero aparecem de modo muito simplificado. Os ODM farãocom que a comunidade internacional retroceda em sua visão das questõescomplexas que deve confrontar? Defensores da igualdade de gênero tra-balharam incessantemente a fim de garantir que as obrigações e com-promissos assumidos no âmbito da CEDAW e da Plataforma de Ação dePequim sejam cumpridos, e os resultados agora estão claros, sob a formade leis, dispositivos constitucionais, decisões judiciais, políticas, estruturasgovernamentais e alocações de recursos sensíveis a gênero. Os ODMdesviarão a atenção e o comprometimento longe dos processos de igual-dade de gênero que trabalhamos por tanto tempo para efetivar?

A oportunidade criada pelos ODM pode ser assumida – sem diminuiro padrão atual de análise e estratégias de igualdade de gênero e semdebilitar o reconhecimento de processos de igualdade de gênero estabe-lecidos globalmente – se nos mantivermos fiéis ao espírito da Declaraçãodo Milênio.Os esforços para alcançar os ODM devem ser orientados nãoapenas pelos objetivos, metas e indicadores globais como também, maiscrucialmente, pelo reconhecimento que a Declaração dá à importânciafundamental da igualdade de gênero para todos os progressos na áreado desenvolvimento.

Portanto, essa publicação propõe um enfoque no qual os ODM sejamtratados não como uma agenda completamente nova, mas sim como umnovo veículo para a implementação da CEDAW e da Plataforma de Açãode Pequim. Temos muito a ganhar com a utilização da CEDAW, daPlataforma de Ação de Pequim e dos ODM como processos que se apóiammutuamente, visto que já geraram uma análise abrangente e profundados modos de funcionamento da desigualdade de gênero em todas asdimensões da vida da mulher. Essa análise está disponível como subsí-dio para os ODM. Muitas estratégias efetivas para alcançar a igualdadede gênero foram desenvolvidas nas últimas décadas, por meio de ativi-dades para implementar a CEDAW e a Plataforma de Ação de Pequim, eessas abordagens já comprovadas podem ser expandidas e utilizadas emestratégias para alcançar os ODM.Não se trata, pois, de uma questão decomo a CEDAW e a Plataforma de Ação de Pequim podem ajudar osODM. É um comprometimento. Se os recursos atualmente mobilizadospara a obtenção dos ODM puderem ser aproveitados em apoio às açõesdecorrentes da CEDAW e da Plataforma de Ação de Pequim, o nível doprogresso a ser atingido em sua implementação também aumentará.

Se quisermos, podemos tomar a Declaração do Milênio literalmente.

2 UNDP, 2003.

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8 R U M O À I G U A L D A D E D E G Ê N E R O

RELATÓRIOS NACIONAIS SOBRE OS ODM

ORelatório Nacional sobre os Objetivos de Desenvolvimento doMilênio apresenta as prioridades e abordagens que o país ado-tará para alcançar cada um dos Objetivos de Desenvolvimento doMilênio. Uma grande percentagem dos países que se comprom-eteram a atingir os ODM já está preparando ou começando a elab-

orar esses relatórios.Este processo não apenas permite que o marco globaldos ODM seja ajustado às circunstâncias individuais de cada país, mas,enquanto parte desta atividade, que as diferentes dimensões da igualdadede gênero de cada Objetivo recebam atenção adequada.

Conforme será detalhado na parte 2, as questões de igualdade de gênerodentro de cada ODM estão integralmente ligadas à CEDAW e à Plataformade Ação de Pequim – o significado da igualdade de gênero e aquilo que énecessário para alcançá-la não mudam de um marco de referência a outro.Esta é uma grande vantagem de trabalhar com os ODM, uma vez que asdécadas de trabalho que defensores da igualdade de gênero dedicaram àCEDAW e à Plataforma de Ação de Pequim podem ser diretamente aplicadas.Alguns passos-chave incluem:

� Trazer defensores da CEDAW e da Plataforma de Ação de Pequimpara a mesa de discussõesA elaboração de um relatório nacional sobre os ODM deveria incluir umaampla consulta a setores relevantes da sociedade. A procura de espe-cialistas em igualdade de gênero para contribuírem para o relatório deve-ria iniciar-se com a CEDAW e a Plataforma de Ação de Pequim.Em váriossetores governamentais e da sociedade civil existem grupos que partici-param ativamente na implementação e monitoramento da CEDAW e daPlataforma de Ação de Pequim.

� Usar a CEDAW e a Plataforma de Ação de Pequim como subsídiospara análises de situaçãoPara cada ODM, o relatório começa com uma análise da situação queavalia o grau de obtenção do Objetivo e os desafios ainda existentes.Grande parte das informações sobre questões de igualdade de gêneronão precisa ser gerada ou coletada do zero, uma vez que já está disponívelem relatórios do governo e de ONGs submetidos ao Comitê para aEliminação da Discriminação contra a Mulher (bem como naqueles atual-mente sendo elaborados).Além disso, foram elaborados estudos e relatóriossobre a situação da igualdade de gênero no país para Pequim +5 e Pequim+10.Todos esses relatórios contêm uma grande quantidade de informaçõesqualitativas e estatísticas detalhadas sobre desigualdades de gênero nopaís.

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� Criar indicadores nacionaisque respondam às priori-dades da CEDAW e da Pla-taforma de Ação de PequimNuma perspectiva de igual-dade de gênero, as metas eindicadores globais talvezsejam o aspecto mais fraco dosistema ODM, e certamentepodem ser aperfeiçoados –ajustados e ampliados para seadaptar aos contextos nacionais nos relatórios ODM.Quaisquer indicadores deigualdade de gênero já desenvolvidos para apoiar a implementação da Plataformade Ação de Pequim e da CEDAW são recursos úteis.Além disso, ao desenvolvernovos indicadores, os requisitos da Plataforma de Ação de Pequim e da CEDAWsão bons guias para assegurar que o seu desenho seja adequado para mediro progresso na obtenção de igualdade de gênero.

� Melhorar a capacidade estatística em questões de igualdade de gêneroOs Objetivos de Desenvolvimento do Milênio baseiam-se muito no uso de dadosestatísticos.Todas as metas e indicadores são estatisticamente mensuráveis,utilizando dados comparáveis entre países e regiões. Como em muitos casosatualmente não existem dados estatísticos sobre questões cruciais de igualdadede gênero, os esforços nacionais para atingir os ODM são uma oportunidadepara melhorar a capacidade nessas áreas.A disponibilidade de dados novos ede melhor qualidade permitirá, por sua vez, apoiar todas as atividades em favorda maior igualdade de gênero no país.

� Identificar medidas de implementação adequadasPara cada Objetivo, podemos recorrer à CEDAW e à Plataforma de Ação dePequim para identificar as ações mais necessárias em cada área, em diferen-tes contextos nacionais.Em muitos países, os objetivos estratégicos de Pequimforam complementados por planos nacionais de ação e revisões elaboradaspara Pequim +5 e Pequim +10.No contexto da CEDAW, não existem apenas asobrigações que todos os governos devem legalmente cumprir; os passos quedevem ser tomados em cada país para responder às exigências da Convençãotambém foram estabelecidos nos comentários finais do Comitê da CEDAW.Alémdisso, em suas Recomendações Gerais, o Comitê forneceu orientações muitodetalhadas sobre muitos aspectos-chave – tais como violência contra a mulher,serviços de saúde e participação política.Todas essas fontes podem ser uti-lizadas como um guia abalizado sobre medidas específicas de igualdade degênero que podem ser implementadas para alcançar cada um dos Objetivos.

Pontos de acesso

estratégicos:os ODM em favor

da igualdade de gênero

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Mães e filhos numaclínica móvel na

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MONITORAMENTO: MANTENDO A IGUALDADE DE GÊNERONO CENTRO DAS ATENÇÕES

Aelaboração de relatórios nacionais sobre Objetivos deDesenvolvimento do Milênio, sujeitos à revisão e atuali-zação periódicas, é o primeiro passo do processo de moni-toramento, para assegurar o alcance dos ODM.Entretanto,o fato de existirem dois outros processos de monitora-

mento já em curso para compromissos de igualdade de gênero, quecontinuarão a funcionar durante e além do prazo estabelecido parao alcance dos ODM, oferece mais uma poderosa oportunidade estraté-gica.Utilizar os processos de monitoramento e revisão da CEDAW eda Plataforma de Ação de Pequim para atrair a atenção para osavanços, obstáculos e fracassos registrados na implementação dasmedidas de igualdade de gênero necessárias no âmbito dos ODMpode contribuir para que não retroceda o compromisso nacional einternacional com as dimensões de gênero dos ODM.

� As Sessões da CEDAWOs 179 Estados que aderiram à Convenção realizada em outubro de2004 devem apresentar um relatório ao Comitê da CEDAW a cadaquatro anos. Durante suas sessões, que têm lugar duas vezes porano, o Comitê usa seus conhecimentos para revisar a avaliação feitapelos governos sobre seu progresso e os desafios para alcançar aigualdade de gênero, à luz também de informações paralelas sobrea situação do país, apresentadas por ONGs de mulheres. Depoisdesse exame, que inclui um diálogo com o governo, o Comitê emitecomentários finais, identificando onde estão as maiores deficiênciase quais formas de ação o governo deveria considerar.

A CEDAW exige a eliminação da discriminação em todos osaspectos da vida da mulher, com vistas a alcançar a igualdade degênero.Portanto, as iniciativas de igualdade de gênero que um gover-no realizou – ou não realizou – a fim de atingir os ODM, bem como ograu com que receberam os recursos institucionais e financeirosnecessários para torná-las efetivas, são considerações relevantespara o Comitê. Ao relatar seu progresso na implementação daConvenção, os Estados deveriam incluir informações sobre as novasmedidas que foram adotadas no contexto dos ODM. E as ONGs demulheres podem informar ao Comitê tanto sucessos quanto dificul-dades. Quando o Comitê faz recomendações para melhorar iniciati-vas de igualdade de gênero que envolvem os ODM, essas orientaçõespodem ser encaminhadas ao processo de revisão dos ODM.

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11R U M O À I G U A L D A D E D E G Ê N E R O

� Pequim +10Pequim +10, a 49ª sessão da Comissão da Condição Jurídica e Socialda Mulher (28 de fevereiro-11 de março de 2005), será uma oportunidadepara que formuladores de políticas governamentais de alto nível possamavaliar a situação da igualdade de gênero.A sessão envolverá uma revisãodo progresso alcançado quanto aos compromissos assumidos em relaçãoà Plataforma de Ação de Pequim e a identificação de desafios atuais eestratégias apropriadas para o futuro. A preparação de cada governoincluirá uma auto-avaliação de seu progresso, usando um questionário-padrão.Organizações da sociedade civil também poderão dar informaçõesalternativas sobre avanços e obstáculos.As informações a serem apre-sentadas pelos países serão consolidadas num relatório mundial queserá lançado pelo Secretário-Geral da ONU.

Essas avaliações de progressos e desafios, bem como os resul-tados das reuniões preparatórias regionais para Pequim +10, servirãode subsídios para as recomendações que serão pactuadas pelos dele-gados dos governos. As Recomendações Pequim +10, por sua vez,serão apresentadas na Cúpula do Milênio +5 (que será realizada emsetembro de 2005), a fim de subsidiar deliberações sobre possíveiscaminhos para alcançar os ODM.

Pequim +10 oferece uma oportunidade para fortalecer e enfocaros aspectos de igualdade de gênero, com vistas a atingir os ODM.Informações sobre a adequação dos planos existentes para promovera igualdade de gênero por meio dos ODM e propostas de medidas maisefetivas devem ser trazidas à atenção dos representantes governa-mentais. Sólidas recomendações de igualdade de gênero derivadasde Pequim +10 e da Cúpula do Milênio são instrumentos poderosospara serem usados, em cada país, a fim de estimular mais ações emprol da igualdade de gênero.

TRANSVERSALIZANDO A IGUALDADE DE GÊNERO

Os esforços para alcançar os ODM congregarão uma amplagama de setores governamentais, parceiros de desen-volvimento e organizações da sociedade civil. Isto é umaoportunidade para melhorar a coordenação de temas refe-rentes à igualdade de gênero, elevando-os a novos e mais

altos níveis de políticas.Os ODM contribuirão para um monitoramentomais forte e eficaz, no sentido de aumentar a responsabilidade de ministérios e órgãos setoriais quanto a metas e indicadores. Se con-siderações de igualdade de gênero forem incorporadas com êxito aosesforços para alcançar os Objetivos, o processo dos ODM contribuirápara transversalizar as questões de gênero em um número maior emais variado de programas e políticas nacionais, o que antes não erapossível.

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Aigualdade de gênero é um tema transversal de todos os Objetivos deDesenvolvimento do Milênio. Porém, o lugar mais adequado para elaainda deve ser claramente definido em metas, indicadores e estraté-gias, de modo a atingir os Objetivos no nível nacional. Felizmente,a CEDAW e a Plataforma de Ação de Pequim oferecem orientações

detalhadas sobre toda a variedade de questões relevantes de igualdade degênero, e podem ser utilizadas para ajustar as agendas de ODM. O primeiropasso para usar ambos os documentos para esse fim é identificar formas especí-ficas de correspondência e apoio mútuo entre esses três marcos de referên-cia. A seguir, apresentamos um mapeamento preliminar de questões de igual-dade de gênero envolvidas em cada Objetivo, bem como os compromissos eobrigações correspondentes no âmbito da CEDAW e da Plataforma de Ação dePequim. Evidentemente, as prioridades, desafios e respostas mais apropriadasirão variar entre regiões e países. Os comentários finais do Comitê da CEDAWpara cada país e os planos de ação e revisões nacionais no âmbito de Pequimsão outras referências importantes para vincular a CEDAW e a Plataforma deAção aos ODM, de tal forma que espelhe as realidades dos diferentes países.

Manifestação do DiaInternacional da Mulher, SãoPaulo, Brasil.

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Vincular osObjetivos deDesenvolvimentodo Milênio àCEDAW e àPlataforma deAção de Pequim

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Um dos grandes obstáculos enfrenta-dos pelos países que procuramfugir da armadilha da miséria é afalta de capacidades e habilidadesnecessá-rias para fazer esta tran-

sição e sair da pobreza. Nesse sentido, adesigualdade de gênero contribui muito paraeste problema.A exclusão de muitas mulheresda educação primária, secundária e univer-sitária, dos benefícios de serviços sociais e desaúde, e de participação real na força de tra-balho e no mercado limita severamente suacapacidade de desenvolver as habilidades tãonecessárias para as economias de seus países.Como ressaltou o Força Tarefa do Milênio paraa pobreza, "uma das maiores barreiras paraa transição de capital humano é a negação dosdireitos humanos básicos a uma parte signi-

ficativa da população, e isso se aplica genericamente às mulheres".3

O acesso da mulher a recursos produtivos é, com freqüên-cia, limitado. Por exemplo, a grande maioria dos camponesespobres do mundo são mulheres, mas em muitos países elas nãotêm o direito de possuir a terra que cultivam ou os ativos que lhespermitiriam investir nelas.Além disso, o fracasso ou a incapaci-dade dos governos em proporcionar infra-estruturas sociais ade-quadas transfere uma parte importante do ônus dessa atividadea mulheres e meninas pobres – e a ‘pobreza por tempo’causadapelo aumento de suas jornadas de trabalho limita suas chancesde se envolver em atividades lucrativas, participar em assuntoscomunitários e estudar. Mulheres pobres, tanto nos países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento, tambémpodem ser profundamente afetadas por políticas e práticas

3 MILLENNIUM PROJECT TASK FORCE ON POVERTY AND ECONOMIC DEVELOPMENT,

2004: 22.

Meta 1Reduzir à metade

a proporção depessoas que

vivem com menosde um dólar por

dia.

Meta 2Reduzir à metade

a proporção depessoas que

sofrem de fome.

Erradicar a extremapobreza e a fome

Mulher vendendo frutasem um mercado,

Lagos, Nigéria

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Erradicar a extre

comerciais que têm um impacto no modo de fornecimento deserviços essenciais e na demanda de mercados por mão deobra, bens e serviços.

Em relação à fome e especialmente à desnutrição, é impor-tante reconhecer que o crescimento econômico por si só nãoserá uma cura, caso condições sociais desiguais e práticas exclu-dentes continuarem a negar a mulheres e meninas acesso iguala alimentos e serviços de saúde. Assegurar a autonomiaeconômica e empoderamento das mulheres é um ponto fun-damental para a proteção de suas necessidades nutricionaise as de seus filhos.

EXIGÊNCIAS DA CEDAW E DA PLATAFORMA DE AÇÃO DEPEQUIMOs governos estão obrigados pela CEDAW e comprometidospor meio da Plataforma de Ação de Pequim a tomar uma sériede medidas para assegurar os direitos da mulher e seu acessoa recursos econômicos que são criticamente necessários parareduzir a pobreza. Devem garantir a igualdade de gênero emtodos os aspectos do emprego. Leis, políticas e processos ad-ministrativos devem assegurar os direitos iguais da mulher emrelação a propriedade, contratos e empréstimos, não só na vidaeconômica pública, mas também no contexto do casamento evida familiar.As mulheres devem ter acesso a mercados, créditoe tecnologias.Deve-se dar maior atenção à situação da mulherem zonas rurais; em especial, deve-se assegurar-lhes direitosiguais à propriedade da terra, bem como propiciar-lhe condiçõesde vida adequadas no que se refere a habitação, saneamentoe abastecimento de água.

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17R U M O À I G U A L D A D E D E G Ê N E R O

a extrema pobreza e a fome

PLATAFORMA DE AÇÃO DE PEQUIM� Revisar as leis e práticas administrati-

vas, a fim de assegurar à mulher direi-tos iguais e acesso a recursoseconômicos (objetivo estratégico A.2).

� Dar à mulher acesso a mecanismos einstituições de poupança e crédito(objetivo estratégico A.3).

� Desenvolver metodologias baseadasno enfoque de gênero e realizar estu-dos sobre a feminização da pobreza(objetivo estratégico A.4).

� Promover os direitos e independênciaeconômica da mulher, incluindoacesso a emprego, condições de tra-balho adequadas e controle sobrerecursos econômicos (objetivoestratégico F.1).

� Facilitar o igual acesso da mulher arecursos, emprego, mercados ecomércio (objetivo estratégico F.2).

� Fornecer serviços e formação empre-sariais e acesso a mercados, infor-mação e tecnologias, especialmenteà mulher de baixa renda (objetivoestratégico F.3).

� Fortalecer a capacidade econômica eredes comerciais de mulheres (obje-tivo estratégico F.4).

� Eliminar a segregação ocupacional etodas as formas de discriminação noemprego (objetivo estratégico F.5).

� Promover a harmonização de respon-sabilidades familiares e de trabalhoentre homens e mulheres (objetivoestratégico F.6).

CEDAW� Eliminar a discriminação contra a mulher na

esfera do emprego, a fim de assegurar osmesmos direitos entre homens e mulheres(artigo 11).

� Em particular, assegurar as mesmas oportu-nidades de emprego, livre escolha de profis-são, benefícios e condições de serviço, for-mação, e remuneração igual para trabalhode igual valor (artigos 11.2, 11.3, 11.4).

� Assegurar a homens e mulheres igualdadeperante a lei, e em particular os mesmosdireitos e capacidades jurídicas referentes acontratos e bens (artigo 15).

� Assegurar a homens e mulheres igualdadeem todas as esferas da vida econômica esocial, e em particular os mesmos direitos aobter empréstimos bancários e ter acesso atodas as formas de crédito financeiro (artigo 13.2).

� Assegurar igualdade entre homens e mulhe-res no casamento e na vida familiar e, emparticular, os mesmos direitos a ambos oscônjuges em matéria de propriedade,aquisição, gestão, administração, gozo e dis-posição dos bens (artigo 16.1.8).

� Assegurar à mulher nas zonas rurais igualtratamento nos projetos de reforma agrária eno acesso a créditos e empréstimos agríco-las, serviços de comercialização e tecnolo-gias (artigo 14.2.7).

� Assegurar à mulher nas zonas rurais o gozode condições adequadas de vida, especial-mente nas esferas de habitação, sanea-mento, eletricidade e abastecimento deágua, transporte e comunicações (artigo 14.2.8)

1OBJETIVO

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18 R U M O À I G U A L D A D E D E G Ê N E R O

Órfã da AIDS Sara na escola

O objetivo de educação pretende asse-gurar que até 2015 todas as criançasde ambos os sexos completem o ensino

primário. Embora nas últimas décadas tenhahavido um movimento claro em favor da igual-dade de gênero na educação, ainda estamoslonge de alcançá-la globalmente – dos 150 milhões de crianças entre 6 e 11 anos, atual-mente fora da escola, mais de 90 milhões sãomeninas4 – e em algumas regiões a matrícula feminina no ensino primário permanece abaixode 60%.

Existe uma grande extensão de barreiraseconômicas, sociais e culturais que devem servencidas para alcançar a igualdade de gênerona educação primária, incluindo a demandapelo trabalho doméstico e agrícola de meni-nas, e a percepção de que, quando adultas,

suas oportunidades de emprego e de renda serão limitadas. Épreciso adotar medidas sensíveis aos obstáculos específicosque bloqueiam o acesso de meninas à educação. Foi de-monstrado que a redução dos custos educacionais (como taxasescolares e o custo de livros e uniformes) tem um efeito espe-cialmente benéfico sobre a participação escolar das meninas;o mesmo ocorre com a resolução de preocupações familiarescom o pudor e segurança de suas filhas, por meio da formação

Meta 3Garantir que todas

as crianças, deambos os sexos,terminem o ciclo

completo deensino primário

4 WORLD BANK GENDER AND DEVELOPMENT GROUP, 2003: 11.

Atingir oEnsinoPrimárioUniversal

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20 R U M O À I G U A L D A D E D E G Ê N E R O

Atingir o ensin

e contratação de mais professoras e do melhor acesso a insta-lações sanitárias.A exposição de meninas à violência de gênero,tanto na escola como no trajeto escolar, deve ser urgentementeabordada.

EXIGÊNCIAS DA CEDAW E DA PLATAFORMA DE AÇÃO DEPEQUIM

Os governos estão obrigados pela CEDAW e comprometi-dos por meio da Plataforma de Ação de Pequim a assegurar aigualdade de gênero em todos os níveis educacionais – primário,secundário e universitário, bem como no ensino técnico, edu-cação continuada e programas de alfabetização.Isto implica nãoapenas proporcionar igualdade de oportunidades para a entradana escola, mas também a adoção de todas as medidasnecessárias, de modo a garantir que meninas e mulheres te-nham apoio para poder completar sua educação, levando emconta a igualdade com meninos e homens.Os governos devemlevar em consideração os obstáculos especiais que impedemmeninas e mulheres de obter sua educação e desenvolver abor-dagens para superá-los.

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21R U M O À I G U A L D A D E D E G Ê N E R O

o ensino primário universal

CEDAW� Eliminar a discriminação contra a

mulher, a fim de assegurar-lhe a igual-dade de direitos com o homem naesfera da educação (artigo 10).

� Em particular, assegurar o mesmoacesso a estudos e obtenção dediplomas em todos os níveis educa-cionais, tanto em zonas rurais quantourbanas; o acesso ao mesmo padrãode educação; a eliminação de todoestereótipo no ensino; as mesmasoportunidades de bolsas de estudo eoutras subvenções; o mesmo acessoà educação continuada e programasde alfabetização; a redução das taxasde abandono escolar feminino e aorganização de programas paraaquelas meninas e mulheres quesaíram prematuramente da escola(artigos 10.1, 10.2, 10.3, 10.4, 10.5 e 10.6).

� Assegurar o direito da mulher naszonas rurais de obter todos os tiposde educação e formação(artigo 14.2.4).

� Adotar todas as medidas necessárias,legais e de outros tipos, para ofereceruma proteção efetiva contra a violên-cia de gênero(Recomendação Geral 19).

2PLATAFORMA DE AÇÃO DE PEQUIM� Assegurar igual acesso à educação

(objetivo estratégico B.1).� Eliminar a discriminação contra meni-

nas na educação, promover o desen-volvimento de habilidades e formação(objetivo estratégico L.4).

� Desenvolver a educação e a for-mação não-discriminatórias (objetivoestratégico B.4).

� Alocar recursos suficientes e moni-torar a implementação de reformaseducacionais (objetivo estratégicoB.5).

� Erradicar a violência contra as meni-nas (objetivo estratégico L.7).

OBJETIVO

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T oda a extensão das medidas que devemser tomadas para alcançar a igualdadede gênero e empoderar para a mulher

já foram mapeadas de modo abrangente pelaCEDAW e pela Plataforma de Ação de Pequim,bem como nos dispositivos principais de ou-tros instrumentos internacionais e documentosde conferências5.As orientações aos governos

nesses documentos envolvem as dimensões mais importantesda desigualdade de gênero em todos os aspectos da vida damulher – inclusive violência de gênero, estereótipos culturais, trá-fico e prostituição, conflitos armados, vida política, leis e situaçãolegal, estruturas governamentais, mídia, educação, emprego,serviços de saúde, planejamento familiar, pobreza, meio ambi-ente, vida rural e casamento e relações familiares.Tendo em vistaque os ODM foram concebidos originalmente como um modode acelerar e reintensificar os esforços para cumprir compro-missos globais existentes, e a Declaração do Milênio comprome-teu-se especificamente a aumentar a implementação da CEDAW,a demanda mais urgente no âmbito do Objetivo 3 é a de imple-mentar globalmente a CEDAW e a Plataforma de Ação dePequim.

Meta 4 Eliminar a dispari-

dade de gênero noensino primário e

secundário, prefe-rentemente antes

de 2005, e emtodos os níveis de

educação até 2015.

Promover aIgualdade deGênero eEmpoderar a Mulher

5 INCLUINDO AS CONFERÊNCIAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO (RIO, 1992),DIREITOS HUMANOS (VIENA, 1993), POPULAÇÃO E DESENVOLVIMENTO (CAIRO, 1994), ACÚPULA SOBRE O DESENVOLVIMENTO SOCIAL (COPENHAGEN, 1995), AS CONFERÊNCIASSOBRE ASSENTAMENTOS HUMANOS (ISTAMBUL, 1996), RACISMO (DURBAN, 2001) EFINANCIAMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO (MONTERREY, 2002)

Dia Internacional daMulher, Brasil

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3OBJETIVO

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O contexto dos ODM deixa muito clara a importância de ati-var um programa abrangente – e não parcelado – para promovera igualdade de gênero.As questões de igualdade de gênero maisurgentes dentro dos diferentes Objetivos somente podem sertratadas efetivamente empreendendo-se ações em múltiplas fren-tes. Por exemplo, os esforços para melhorar a renda da mulhernão podem enfocar exclusivamente a legislação e as políticassobre trabalho e mercados; também devem tratar todos os proble-mas subjacentes de desigualdade da mulher nas esferas de edu-cação, capacidade jurídica, exposição à violência de gênero,estereótipos culturais e divisões de gênero no trabalho intrafa-miliar, bem como as questões mais amplas de política macro-econômica e distribuição de recursos.Esforços concentrados paraintensificar a implementação da CEDAW e da Plataforma de Açãode Pequim, em todas as suas dimensões, são a melhor garantiapara que, em 2015, a situação da mulher tenha verdadeiramentemudado, com progressos significativos não apenas em relação aoObjetivo 3, mas para todos os Objetivos.

EXIGÊNCIAS DA CEDAW E DA PLATAFORMA DE AÇÃO DE PEQUIMAlém de defender maiores esforços para implementar todos osdispositivos da CEDAW e da Plataforma de Ação de Pequim, deve-se dar atenção a cláusulas específicas de cada uma delas, refe-rentes à criação da infra-estrutura e do ambiente necessários paraa realização dos direitos humanos da mulher.Onde essas tarefasfundamentais não tiverem sido realizadas, os esforços para alcançara igualdade de gênero encontrarão obstáculos. Devem-se notarem especial as exigências de revisão e mudanças constitucionaise legislativas e do estabelecimento de estruturas e processos governamentais apropriados – incluindo a criação e o fortaleci-mento de mecanismos das próprias mulheres.Além disso, embo-ra muitos governos tenham demonstrado uma vontade cada vezmaior de iniciar as melhorias legais e estruturais necessárias, infe-lizmente ainda não existe o reconhecimento de que, para seremefetivas, essas mudanças devem receber os recursos adequados.

Promover a Igualdade de Gênero e Em

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PLATAFORMA DE AÇÃO DE PEQUIM� Assegurar a igualdade e a

não-discriminação na legislação e naprática (objetivo estratégico I.2).

� Integrar perspectivas de gênero nalegislação, políticas públicas, programas e projetos (objetivoestratégico H.2).

� Gerar e divulgar dados e informaçõesdesagregados por sexo, para fins deplanejamento e avaliação (objetivoestratégico H.3).

� Criar ou fortalecer mecanismosnacionais e outros órgãos governamentais (objetivo estratégico H.1).

CEDAW� Consagrar o princípio da igualdade

entre homens e mulheres em suasConstituições nacionais (artigo 2.1).

� Derrogar leis, normas, costumes epráticas existentes que constituamdiscriminação contra a mulher (artigo 2.6).

� Adotar medidas legislativas paraproibir toda forma de discriminaçãocontra a mulher e assegurar que amulher tenha acesso à proteção con-tra a discriminação por meio do PoderJudiciário e de outras instituiçõespúblicas (artigos 2.2 e 2.3).

� Estabelecer e/ou fortalecer ummecanismo nacional efetivo, apoiadopela transversalização de gênero emtodos os órgãos governamentais, comvistas a assessorar todas as políticasde governo, no que concerne aoimpacto sobre a mulher; monitorar asituação da mulher de modoabrangente; colaborar para formu-lação de novas políticas e implemen-tar efetivamente estratégias e medi-das para eliminar a discriminação(Recomendação Geral 6).

3OBJETIVOo e Empoderar a Mulher

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Meta 5Reduzir em doisterços a taxa de

mortalidade em cri-anças até 5 anos.

Meta 6Reduzir em três

quartos a taxa demortalidade

materna.

Tanto a CEDAW quanto a Plataforma de Açãode Pequim entendem a discriminação degênero como uma ameaça simultânea à saúdeda mulher e de seus filhos, e, por esta razão,os Objetivos 4 e 5 são considerados em con-junto.

Conforme assinalou o Força Tarefa doMilênio sobre saúde materna e infantil,o desafio para o alcance desses

Objetivos não é tecnológico, mas de forneci-mento de serviços. As estruturas sociaisnecessárias para fornecer serviços de saúdeapropriados não existem atualmente – por

razões que finalmente estão ligadas a considerações mais políti-cas de insuficiência de recursos e de deterioração dos sistemaspúblicos de saúde, em conseqüência de reformas econômi-cas.

Para as mulheres e seus filhos, uma série de desigualdadesde gênero entrincheiradas em estruturas sociais, econômicas,culturais e políticas fazem desta situação uma ameaça aindamaior. Privar a mulher de oportunidades educativas e de alfa-betização afeta significativamente sua capacidade para cuidarde sua própria saúde e da saúde de seus filhos e de asseguraruma nutrição adequada.Em algumas regiões, níveis mais altosde mortalidade infantil feminina foram relacionados à desvalo-rização cultural das meninas e ao tratamento preferencial defilhos homens em termos de nutrição e cuidados de saúde.Embora muitos outros indicadores de saúde tenham melhoradonas últimas décadas, as taxas de mortalidade materna mostrampouca alteração. Isto é devido não apenas a uma falta de médi-cos treinados e de centros de parto, mas também porque o acesso

Mulher e seu filhonum hospital no Rio

de Janeiro, Brasil.

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Reduzir aMortalidadeInfantil e

Melhorar aSaúdeMaterna

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4&5OBJETIVOS

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da mulher aos serviços existentes é afetado por sua falta de con-trole sobre os recursos familiares, falta de poder de decisão erestrições em sua liberdade de movimento fora de casa.

Sobre igualdade de gênero, a Força Tarefa do Milênio acon-selhou que, no setor saúde, "os países devem priorizar políticasque promovam acesso universal a serviços de saúde reprodutiva,incluindo planejamento familiar, aborto seguro, prevenção e trata-mento de infecções sexualmente transmitidas, e intervenções nutri-cionais, bem como políticas que permitam à mulher dar à luz comsegurança, garantindo que todos os partos sejam atendidos porprofissionais de saúde com as habilidades adequadas e que todasas mulheres tenham acesso a serviços de saúde que forneçamassistência obstétrica de emergência em caso de complicaçõesobstétricas potencialmente fatais".6

EXIGÊNCIAS DA CEDAW E DA PLATAFORMA DE AÇÃO DEPEQUIMOs governos estão obrigados pela CEDAW e comprometidos pelaPlataforma de Ação de Pequim a instituir uma ampla variedade demedidas relativas à prestação de serviços de saúde, a fim de garan-tir que homens e mulheres sejam igualmente beneficiados.Quandoas necessidades de saúde dos dois sexos forem iguais, deve-segarantir igualdade de acesso.Entretanto, quando as necessidades,papéis e responsabilidades das mulheres forem diferentes – espe-cialmente em relação a gravidez, planejamento familiar, e nutriçãoe bem-estar de suas famílias – os governos devem adotar as medi-das adicionais necessárias para assegurar que essas necessi-dades também sejam satisfeitas.Além disso, embora as metas desaúde materna e mortalidade infantil envolvam mais diretamenteobrigações da CEDAW e da Plataforma de Ação de Pequim rela-tivas ao fornecimento de cuidados de saúde, também é importanteimplementar garantias de igualdade de gênero em outras áreas,com vistas a assegurar que as mulheres tenham poder suficientepara serem capazes de aproveitar os serviços disponíveis.

Reduzir a Mortalidade Infantil e Melhora

6 FORÇA TAREFA DO MILÊNIO SOBRE EDUCAÇÃO E IGUALDADE DE GÊNERO, 2004: 33

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4&5

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CEDAW� Eliminar a discriminação na esfera

dos cuidados médicos, a fim de asse-gurar a igualdade de acesso dehomens e mulheres a serviços desaúde, inclusive os referentes aoplanejamento familiar (artigo 12.1).

� Garantir à mulher assistência apro-priada em relação à gravidez, parto epuerpério, proporcionando serviçosgratuitos quando assim for necessário(artigo 12.2).

� Assegurar à mulher nutrição ade-quada durante a gravidez e lactação(artigo 12.2).

� Assegurar o direito da mulher naszonas rurais a serviços de saúde ade-quados, incluindo informações, acon-selhamento e serviços em matéria deplanejamento familiar (artigo 14.2.2).

� Eliminar a discriminação na esfera daeducação, a fim de assegurar oacesso da mulher a informaçõeseducativas que contribuam para asse-gurar a saúde e o bem-estar dafamília, incluindo informações e acon-selhamento sobre planejamento familiar (artigo 10.8).

PLATAFORMA DE AÇÃO DE PEQUIM� Aumentar o acesso da mulher

durante todo o seu ciclo de vida ainformações e serviços de saúde eafins apropriados, de qualidade e abaixo custo (objetivo estratégicoC.1).

� Fortalecer programas preventivosque promovam a saúde da mulher(objetivo estratégico C.2).

� Realizar iniciativas sensíveis agênero que enfoquem doenças sexualmente transmitidas, HIV/AIDSe questões de saúde sexual e repro-dutiva (objetivo estratégico C.3).

� Promover estudos e disseminarinformações sobre saúde da mulher(objetivo estratégico C.4).

� Aumentar os recursos e monitorar oseguimento na saúde da mulher(objetivo estratégico C.5).

� Eliminar a discriminação de meni-nas nas áreas de saúde e nutrição(objetivo estratégico L.5).

e Melhorar a Saúde MaternaOBJETIVOS

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Meta 7Deter e reverter adisseminação do

HIV/AIDS

Meta 8Deter e começar a

reverter a incidênciade malária e outras

doenças.

R econhece-se claramente hoje que adesigualdade de gênero é um dos prin-cipais fatores que alimentam a pandemia

de HIV/AIDS.Deter e reverter a disseminaçãodo HIV/AIDS depende do êxito de esforços paracombater uma série de desigualdades degênero profundamente enraizadas e inter-conectadas que, conjuntamente, tornaram a

mulher especialmente vulnerável à doença.Normas culturais que a mulher deve ser pura e sexualmente

ignorante bloqueiam seu acesso a informações sobre prevenção.Desigualdades de poder entre os gêneros tornam mais difícilpara a mulher negociar práticas sexuais mais seguras com seusparceiros; a dependência econômica e o medo da violênciapodem efetivamente forçá-la a consentir em fazer sexo sem pro-teção. As mulheres recebem cuidados e tratamento inadequa-dos, tanto porque estes lhes são diretamente negados e porqueaquilo que é fornecido é inacessível e inadequado às suas neces-sidades de saúde.O ônus de cuidar de seus dependentes e desi próprias tornou-se insustentável, afundando famílias na pobrezae na miséria, porque as mulheres não têm acesso a recursoseconômicos e são as mais afetadas pela falta de apoio para os

Combater oHIV/AIDS,a malária e outrasdoenças

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Aluna de escola públicaem Brasília prepara um

cartaz gigante emcomemoração ao Dia

Mundial da Aids.

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6OBJETIVO

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que o necessitam.As estratégias para responder à crise geradapelo HIV/AIDS consistentemente fracassaram em incluir umaperspectiva de gênero, em grande parte porque a mulher não foicolocada na vanguarda da formulação de políticas de HIV/AIDS.

EXIGÊNCIAS DA CEDAW E DA PLATAFORMA DE AÇÃO DE PEQUIMAlém de seus dispositivos específicos relativos a serviços de

saúde, uma ampla variedade de cláusulas da CEDAW e daPlataforma de Ação de Pequim são aplicáveis aos esforços emresposta à pandemia de HIV/AIDS. Como a desigualdade degênero e o HIV/AIDS estão relacionados em diversos e dife-rentes níveis, o desafio de reverter a disseminação da pandemiarequer a implementação de múltiplos dispositivos, ao mesmotempo. Devem-se tomar medidas nas áreas de igualdadeeconômica, de modo a conceder maior poder para a mulher epropiciar igualdade em relações familiares e matrimoniais, serviçosde saúde, eliminação da violência de gênero, transformaçãode estereótipos culturais de gênero e aumento da participaçãopolítica da mulher.

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Combater HIV/AIDS, a malá

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BEIJING PLATFORM FOR ACTION� Eliminar atitudes e práticas culturais

negativas contra meninas (objetivoestratégico L.2)

� Adotar medidas integradas para pre-venir e eliminar a violência contra amulher (objetivo estratégico D.1).

� Promover os direitos e a independên-cia econômica da mulher, inclusiveacesso a emprego, condições ade-quadas de trabalho e controle sobrerecursos econômicos (objetivoestratégico F.1).

� Aumentar o acesso da mulher, aolongo de toda a sua vida, a serviços einformações de saúde e afins ade-quados, de qualidade e a baixo custo(objetivo estratégico C.1).

� Realizar iniciativas sensíveis a gêneropara abordar doenças sexualmentetransmitidas, HIV/AIDS e temas desaúde sexual e reprodutiva (objetivoestratégico C.3).

�Adotar medidas para garantir o igualacesso e total participação da mulherem estruturas de poder e de tomadade decisão (objetivo estratégico G.1).

CEDAW � Eliminar estereótipos e práticas soci-

ais e culturais baseados na desigual-dade de gênero (artigo 5.1).

� Eliminar toda forma de violência con-tra a mulher com base em gênero(Recomendação Geral 19).

� Eliminar a discriminação contra a mulher a fim de assegurar iguais di-reitos entre homens e mulheres naesfera do emprego (artigo 11).

� Assegurar a homens e mulheres asmesmas capacidades jurídicas referentes a bens e contratos (artigo 15).

� Assegurar a igualdade entre homense mulheres na esfera do casamento erelações familiares (artigo 16).

� Assegurar o igual acesso da mulher aserviços de saúde (artigo 12.1).

� Evitar a discriminação contra a mulherem estratégias nacionais para a pre-venção e controle do HIV/AIDS(Recomendação Geral 15).

� Garantir à mulher o direito de partici-par na formulação e implementaçãode políticas governamentais e de ocu-par cargos públicos e exercer funçõesem todos os níveis de governo (artigo 7.2) .7

6OBJETIVO

33

7 PARA UMA ANÁLISE MAIS DETALHADA DAS MÚLTIPLAS FOR-MAS COMO A CEDAW SE APLICA ÀS DIFERENTES DIMENSÕESDE GÊNERO DA PANDEMIA DE HIV/AIDS,VEJA “TURNING THETIDE”, UNIFEM, 2001.

S, a malária e outras doenças

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Devido a divisões de gênero na esfera dotrabalho, em muitas partes do mundo amulher acumula as responsabilidades

pelo trabalho agrícola, pela busca de água elenha, e pela alimentação da família.Portanto,a degradação ambiental e a falta de acesso econtrole de recursos naturais têm tido umimpacto especialmente severo sobre a mulher.Por exemplo, devido a fatores que reduzem oacesso à água limpa – poluição, privatizaçãodos serviços, serviços de má qualidade,pressão demográfica crescente – o ônus sobrea mulher aumentou dramaticamente.Mulherese crianças pobres (meninas, em sua maioria)percorrem grandes distâncias em busca deágua, o que as expõe à violência, aumenta seujá longo dia de trabalho e limita o seu tempo

disponível para cultivar alimentos e gerar renda. As meninaspodem ser forçadas a abandonar a escola para ajudar a bus-car água. Às vezes, a alternativa que muitas mulheres sobre-carregadas são obrigadas a aceitar é uma água de pior quali-dade, freqüentemente contaminada, que normalmente não éusada para o consumo humano e, por conseguinte, constitui umaameaça à saúde da sua família. Além disso, quando alguémda família está infectado pelo HIV/AIDS, a falta de acesso ade-quado à água necessária para o cuidado da família pode esgo-tar completamente essa capacidade da mulher, acelerando amorte de pessoas infectadas pela doença.

Devido a suas responsabilidades em relação a recursos ambi-entais chave, a mulher adquiriu importantes conhecimentos sobresustentabilidade ambiental e desempenha um papel central emseu meio ambiente.Entretanto, desigualdades de gênero e dis-criminação privaram a mulher do poder de decisão necessáriopara empreender os passos que contribuiriam para a obtençãodo Objetivo 7. Nos países onde o direito da mulher à posse daterra não está assegurado, por exemplo, é-lhes negado acessoàs informações, tecnologias e recursos que lhes permitiriamrealizar práticas ambientalmente mais sustentáveis.

Mulheres Sudanesaslevam água a campo de

refugiados perto de Iriba,Chad

Assegurar a sustentabilidade ambiental

Meta 9Integrar os princípiosdo desenvolvimento

sustentável em políti-cas e programas

nacionais e reverter aperda de recursos

ambientais

Meta 10Reduzir à metade a

proporção de pessoassem acesso susten-tável à água potável.

Meta 11Obter melhoras signi-

ficativas na vida depelo menos 100

milhões de moradoresde favelas até 2020.

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7OBJETIVO

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Conforme assinalado pela Força Tarefa do Milênio sobre sus-tentabilidade ambiental, "quando as mulheres não dispõem doconhecimento, meios ou autoridade para gerir os recursos natu-rais de que dependem diretamente, a degradação desses recur-sos é mais provável".8 E esta falta de controle direto sobre osrecursos reflete-se em níveis decisórios mais elevados, em quea mulher e suas perspectivas continuam ausentes de todos osaspectos de formulação de políticas e tomada de decisões nagestão, conservação e monitoramento de recursos naturais emeio ambiente.

EXIGÊNCIAS DA CEDAW E DA PLATAFORMA DE AÇÃO DE PEQUIMNo contexto da CEDAW e da Plataforma de Ação de Pequim,os governos devem garantir que a mulher – especialmente emzonas rurais – participe em todos os níveis de decisão refe-rentes à sustentabilidade ambiental, e que seus interesses eperspectivas estejam adequadamente refletidos em todas aspolíticas e abordagens adotadas. Além disso, os governosdevem garantir que a mulher tenha acesso e controle de algunsrecursos ambientais chave, tais como água e terra. Isso énecessário tanto para protegê-la dos efeitos da degradaçãoambiental como para permitir-lhe empreender as açõesnecessárias para melhorar seu ambiente.

Assegurar a susten

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CEDAW� Levar em consideração os problemas

específicos enfrentados pela mulherrural e o importante papel que desem-penha na subsistência econômica desua família (artigo 14.1).

� Assegurar à mulher rural o direito departicipar da elaboração e execuçãodos planos de desenvolvimento emtodos os níveis (artigo 14.2.1).

� Assegurar que a mulher nas zonasrurais tenha acesso aos créditos eempréstimos agrícolas, serviços decomercialização e tecnologias apro-priadas e receba igual tratamento nosprojetos de reforma agrária e reassen-tamento (artigo 14.2.7).

� Assegurar que a mulher nas zonasrurais goze de condições adequadasde vida, particularmente nas esferasde habitação, saneamento, água eeletricidade, transporte e comuni-cações (artigo 14.2.8).

PLATAFORMA DE AÇÃO DE PEQUIM� Envolver ativamente a mulher na

tomada de decisões ambientais emtodos os níveis (objetivo estratégicoK.1).

� Integrar perspectivas e interesses degênero em políticas e programas parao desenvolvimento sustentável (obje-tivo estratégico K.2).

� Fortalecer ou estabelecer mecanis-mos nos níveis nacional, regional einternacional, a fim de avaliar oimpacto de políticas de desenvolvi-mento e ambientais sobre as mulheres (objetivo estratégico K.3).

a sustentabilidade ambiental

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A inclusão de um objetivo para o desen-volvimento de uma parceria global deve-ria direcionar a atenção de todos os par-

ceiros de desenvolvimento para o ambientepolítico e econômico mais amplo no qual ospaíses lutam para alcançar os ODM.Esse pro-jeto somente será viável se todos os atores influ-entes – incluindo os governos que compõemas instituições financeiras e comerciais inter-

nacionais, doadores e o sistema da ONU, bem como o setor pri-vado – comprometerem-se seriamente a assegurar um ambi-ente que permita o alcance dos ODM.É inevitável que, quaisquerque sejam os compromissos governamentais para implementaras mudanças necessárias para os ODM, eles permanecerãoletra morta caso não existirem os recursos necessários e a flexi-bilidade na elaboração de políticas.

A possível incoerência entre as estratégias necessárias parao alcance dos ODM e as estruturas de elaboração das políti-cas econômicas e comerciais nos níveis nacional e global, taiscomo as estratégias de redução da pobreza, merecem especialatenção. Por exemplo, se decisões nos níveis nacional e globalna área de subsídios forem prejudiciais aos produtos agrícolasde mulheres pobres, ou se promoverem esquemas de privati-zação que colocam o preço da água fora de seu alcance ou aindase reduzirem o volume de recursos disponíveis para o programaOverseas Development Assistance (ODA) (programa de assistên-cia ao desenvolvimento internacional), então mesmo os melho-res esforços nacionais serão insuficientes para atingir os ODM.

Também se deve salientar que, mesmo sem considerar suasresponsabilidades para com os ODM, os governos já têm o deverde promover os direitos humanos da mulher e eliminar as for-mas de desigualdade de gênero salientadas neste documento.

Favela Sta. MartaRio de Janeiro, Brasil

Meta 12Desenvolver um sis-

tema comercial e finan-ceiro mais aberto, regu-lamentado, previsível e

não-discriminatório.

Meta 17Em cooperação com

empresas farmacêuti-cas, dar acesso a

medicamentos essen-ciais, a baixo custo,

em países em desenvolvimento.

Meta 18Em cooperação com o

setor privado, disponibi-lizar os benefícios de

novas tecnologias,especialmente as de

comunicação e informação.

Desenvolver uma parceriaglobal para odesenvolvimento

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Pela mesma razão, as posições econômicas e políticas maisamplas que esses governos sustentam em fóruns internacionaisdevem sempre facilitar a concretização dos direitos humanos damulher, e não servir de obstáculo para eles.A liderança da mu-lher e a inclusão de uma perspectiva dos seus direitos humanosno nível internacional são cruciais para garantir a tomada dasdecisões corretas.

EXIGÊNCIAS DA CEDAW E DA PLATAFORMA DE AÇÃO DEPEQUIM

Especialistas em direitos humanos vêm dando cada vezmaior atenção às responsabilidades de instituições financeirase comerciais internacionais no contexto de padrões de direitoshumanos como a CEDAW. Entre outros aspectos, salientaramque, no âmbito de tratados de direitos humanos, os governosnão têm obrigações apenas para com seus próprios cidadãos.Governos que têm poder de voto e dão recursos a instituiçõesfinanceiras internacionais são obrigados a respeitar seus com-promissos de direitos humanos também nesse contexto. APlataforma de Ação de Pequim também compromete explicita-mente os governos a considerar adequadamente aspectos deigualdade de gênero em suas atividades internacionais. Alémdisso, tanto a CEDAW quanto a Plataforma de Ação de Pequimincluem dispositivos sólidos exigindo ações para que a mulher esuas perspectivas tenham um papel central no processo dedecisões políticas em todos os níveis.

Desenvolver uma parceria global

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8OBJETIVO

PLATAFORMA DE AÇÃO DE PEQUIM� Revisar, adotar e manter políticas

macroeconômicas e estratégias dedesenvolvimento que enfoquem asnecessidades e esforços da mulherpobre (objetivo estratégico A.1).

� Tomar medidas para garantir à mulherigual acesso e total participação emestruturas de poder e de tomada dedecisão (objetivo estratégico G.1).

ia global para o desenvolvimento

CEDAW� Garantir à mulher a oportunidade de

representar seu governo no planointernacional e de participar no tra-balho das organizações interna-cionais (artigo 8).

� Garantir à mulher o direito de partici-par na formulação e execução depolíticas governamentais, ocupar car-gos públicos e exercer todas asfunções públicas em todos os níveisde governo (artigo 7.2).

� Assegurar à mulher o direito de parti-cipar em organizações e associaçõesnão-governamentais que se ocupemda vida pública e política do país(artigo 7.3).

� Assegurar o direito da mulher naszonas rurais de participar da elabo-ração e execução dos planos dedesenvolvimento em todos os níveis(artigo 14.2.1).

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Recursos Eletrônicos

Os comentários finais da CEDAW e relatórios oficiais de cada país encontram-se em:http://www.un.org/womenwatch/daw/cedaw

As Recomendações Gerais do Comitê da CEDAW encontram-se em:http://www.un.org/womenwatch/daw/cedaw/recommendations.htm

Resumos das sessões da CEDAW para cada país encontram-se em:http://www.hri.ca/fortherecord2003/index.htm

Relatórios nacionais sobre medidas de acompanhamento para Pequim e Pequim +5encontram-se em:http://www.un.org/womenwatch/daw/Review/responses.htm

Documentos referentes a Pequim +5 encontram-se em:http://www.un.org/womenwatch/daw/followup/Pequim+5.htm

Documentos referentes a Pequim +10 encontram-se em:http://www.un.org/womenwatch/daw/csw/49sess.htm

Os relatórios das Forças Tarefas do Milênio encontram-se em:http://www.unmillenniumproject.org/html/docs%20and%20reports.shtm

Relatórios nacionais sobre ODM encontram-se em:http://www.undp.org/mdg/country_regionalreports.html

Uma série de recursos sobre igualdade de gênero e os ODM pode ser vista em:http://www.mdgender.net/

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Bibliografia

Millennium Project Task Force on Child Health and Maternal Health. 2004. InterimReport. New York: Millennium Project.http://www.unmillenniumproject.org/html/tf4docs.shtm

Millennium Project Task Force on Education and Gender Equality. 2004. Interim Report:From Promises to Action: Recommendations for Gender Equality and the Empowermentof Women. New York: Millennium Project.http://www.unmillenniumproject.org/html/tf3docs.shtm

Millennium Project Task Force on Environmental Sustainability. 2004. Interim Report. NewYork: Millennium Project.http://www.unmillenniumproject.org/html/tf6docs.shtm

Millennium Project Task Force on Poverty and Economic Development. 2004. InterimReport: An Enhanced Strategy for Reducing Poverty by the Year 2015. New York:Millennium Project.http://www.unmillenniumproject.org/html/tf1docs.shtm

United Nations Development Fund for Women. 2002. Progress of the World’s Women2002: Gender Equality and the Millennium Development Goals. New York: UNIFEM.http://www.unifem.org/index.php?f_page_pid=10

United Nations Development Fund for Women. 2001. Turning the Tide: CEDAW and theGender Dimensions of the HIV/AIDS Pandemic. New York: UNIFEM.http://www.unifem.org/index.php?f_page_pid=33

United Nations Development Programme. 2003. Human Development Report 2003. NewYork: Oxford University Presshttp://hdr.undp.org/reports/global/2003/Para versão em português:http://www.pnud.org.br/rdh/integras/index.php?lay=inst&id=fuld#rdh2003

United Nations Development Programme. 2003. Millennium Development Goals: NationalReports Through a Gender Lens. New York: UNDP.http://www.mdgender.net/resources/monograph_detail.php?MonographID=8

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Bibliografia

Women’s Environment and Development Organization. 2004. Women’s Empowerment,Gender Equality and the Millennium Development Goals: A WEDO Information andAction Guide. New York: WEDO.http://www.wedo.org/

Women’s Environment and Development Organization. 2003. Common Ground: Women’sAccess to Natural Resources and the United Nations Millennium Development Goals.New York: WEDO.http://www.wedo.org/

Women’s International Coalition for Economic Justice. 2004. Seeking Accountability onWomen’s Human Rights: Women Debate the UN Millennium Development Goals.Mumbai: The Information Company.http://www.wicej.addr.com/mdg/index.html

World Bank Gender and Development Group. 2003. Gender Equality and the MillenniumDevelopment Goals. Washington, D.C.: World Bank.http://www.worldbank.org/gender/

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R U M O À I G U A L D A D E D E G Ê N E R O

Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidaspara a Mulher (UNIFEM)304 East 45th Street, 15th floorNew York, NY 10017USATel: (212) 906-6400Fax: (212) 906-6705E-mail: [email protected] Website: www.unifem.org

Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidaspara a Mulher (UNIFEM)Escritório Regional para o Brasil e o Cone SulSCN Quadra 2 Bloco A Módulo 110170712-901 Brasília, DFBrasilTel.: (5561) 3038-9280Fax: (5561) 3038-9289E-mail: [email protected]: www.unifem.org.br

Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidaspara a Mulher (UNIFEM)Escritório Regional para a África OcidentalFrancofônica e LusofônicaImmeuble Faycal19 Rue ParchappeDakarSenegalTel.: (221) 839-9082Fax.: (221) 823-5002

Ministério de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (BMZ)Friedrich-Ebert-Allee 40 D - 53113 BonnAlemanhaWebsite: www.bmz.de

Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit (GTZ)GmbH Postfach 5180 D - 65726 Eschborn Alemanha Website: www.gtz.de/women_law

Arte: Kathi RotaEdição de Fotografia: Susan AckemanEdição de Texto:Tina JohnsonImpressão: Kay Printing

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A Declaração do Milê-nio e os Objetivos deDesenvolvimento doMilênio (ODM) abriramuma nova porta para apromoção da igualdadede gênero.Aproveitadosem todo o seu potencial,os ODM podem ser o meio pelo qual o insidiosovínculo entre desigualdades de gênero, o des-perdício e a destruição do potencial humano damulher e a aparentemente infinita reprodução dapobreza possam ser vistos muito nitidamente esejam finalmente superados.Como ressalta este documento – o Rumo àIgualdade de Gênero –, a Convenção sobre aEliminação de todas as Formas de Discriminaçãocontra a Mulher (CEDAW), e a Quarta ConferênciaMundial sobre a Mulher em Pequim devem sernossos critérios para concretizar o potencial con-tido nos ODM. A profusão de conhecimentos eexperiências quanto à natureza da discriminaçãode gênero e os passos necessários para alcançara igualdade de gênero ge-rada pelos processosda CEDAW e de Pequim ainda resta por explorar.Usando a CEDAW e a Plataforma de Ação dePequim como lentes através das quais podemosentender e implementar os ODM, convicções bemfundamentadas e um desenvolvimento eficazpodem ser combinados de modo poderoso.

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