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COMENTÁRIO GERAL DA PROVA DE LITERATURA Professores Braz Ogleari e Fábio Bettes Numa primeira análise da prova, uma constatação muito promissora: enfim, mudanças na prova da UFPR! Quais as mudanças? Duas: Primeira: o aproveitamento de textos literários, exigidos como leitura obrigatória, em questões de compreensão textual e de gramática. Excelente, pois sempre achamos um desperdício exigir do aluno tantas e tão boas leituras para pouco se cobrar em apenas 6 questões, mesmo havendo um número bem razoável de outras 12 questões. Segunda: uma questão (a 13) comparando e relacionando obras, o que exigiu melhor capacidade de interpretação e análise do aluno. Ótimo. Dos 10 autores exigidos, apareceram 7, ficando de fora apenas Raduan Nassar, Ana Miranda e Gianfrancesco Guarnieri: muito bom, pois seria quase impossível cobrar satisfatoriamente todos os autores em apenas 6 questões. Agora, numa segunda análise, agora mais minuciosa, eis que surgem alguns defeitos observados em anos anteriores, além de alguns erros “novos”. Vejamos: 1. Há novamente, neste ano, um esvaziamento quase que total dos conteúdos relacionados à História da Literatura Brasileira. O que já aparecia pouco sumiu quase que por completo. Um grande erro, pois é fundamental analisar uma obra literária dentro de seu contexto estético e histórico. 2. Numa prova em que se cobrou ortografia, lamentável perceber a falta de critério e/ou cuidado na grafia dos nomes dos autores, como no caso de Padre Antônio Vieira e de Santo Antônio. Ora, como se trata de pessoas que já mor- reram há mais de 300 anos, aplicam-se as regras ortográficas atuais a esses nomes. 3. De 6 questões, apenas uma procurou estabelecer relações entre obras da lista. Apontamos isso como virtude, mas também se trata de um defeito, por ser ainda muito pouco. 4. As questões envolvendo poemas continuam sendo muito fracas. A vantagem é que pelo menos, neste ano, não houve imprecisões nem ambiguidade de interpretações nas alternativas. Nossa análise da prova de Literatura da UFPR tem sido sempre muito criteriosa e, ultimamente, de tom predominantemente desfavorável. Mas vale contextualizar nossa fala: estamos a analisar a prova de Literatura Brasileira de uma das melhores Universidades do Brasil; estamos a falar de uma prova que já foi referência de qualidade e excelência em suas questões de Literatura, e num passado não tão distante; estamos a falar de uma prova que acaba sendo um norte no processo de ensino e aprendizagem da Literatura nas três séries do Ensino Médio. Ainda esperamos por provas melhores. Quem sabe Literatura na 2ª fase? E, mais uma vez, nosso consolo é que nossos alunos, apesar de todos esses problemas, foram muito bem, pois estavam preparados para questões muito mais complexas. 1 PORTUGUÊS

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COMENTÁRIO GERAL DA PROVA DE LITERATURA

Professores Braz Ogleari e Fábio Bettes

Numa primeira análise da prova, uma constatação muito promissora: enfim, mudanças na prova da UFPR! Quais asmudanças? Duas:

Primeira: o aproveitamento de textos literários, exigidos como leitura obrigatória, em questões de compreensãotextual e de gramática. Excelente, pois sempre achamos um desperdício exigir do aluno tantas e tão boas leituras parapouco se cobrar em apenas 6 questões, mesmo havendo um número bem razoável de outras 12 questões.

Segunda: uma questão (a 13) comparando e relacionando obras, o que exigiu melhor capacidade de interpretação eanálise do aluno. Ótimo.

Dos 10 autores exigidos, apareceram 7, ficando de fora apenas Raduan Nassar, Ana Miranda e GianfrancescoGuarnieri: muito bom, pois seria quase impossível cobrar satisfatoriamente todos os autores em apenas 6 questões.

Agora, numa segunda análise, agora mais minuciosa, eis que surgem alguns defeitos observados em anosanteriores, além de alguns erros “novos”. Vejamos:

1. Há novamente, neste ano, um esvaziamento quase que total dos conteúdos relacionados à História da LiteraturaBrasileira. O que já aparecia pouco sumiu quase que por completo. Um grande erro, pois é fundamental analisaruma obra literária dentro de seu contexto estético e histórico.

2. Numa prova em que se cobrou ortografia, lamentável perceber a falta de critério e/ou cuidado na grafia dos nomesdos autores, como no caso de Padre Antônio Vieira e de Santo Antônio. Ora, como se trata de pessoas que já mor-reram há mais de 300 anos, aplicam-se as regras ortográficas atuais a esses nomes.

3. De 6 questões, apenas uma procurou estabelecer relações entre obras da lista. Apontamos isso como virtude, mastambém se trata de um defeito, por ser ainda muito pouco.

4. As questões envolvendo poemas continuam sendo muito fracas. A vantagem é que pelo menos, neste ano, nãohouve imprecisões nem ambiguidade de interpretações nas alternativas.

Nossa análise da prova de Literatura da UFPR tem sido sempre muito criteriosa e, ultimamente, de tompredominantemente desfavorável. Mas vale contextualizar nossa fala: estamos a analisar a prova de Literatura Brasileirade uma das melhores Universidades do Brasil; estamos a falar de uma prova que já foi referência de qualidade eexcelência em suas questões de Literatura, e num passado não tão distante; estamos a falar de uma prova que acabasendo um norte no processo de ensino e aprendizagem da Literatura nas três séries do Ensino Médio.

Ainda esperamos por provas melhores. Quem sabe Literatura na 2ª fase? E, mais uma vez, nosso consolo é quenossos alunos, apesar de todos esses problemas, foram muito bem, pois estavam preparados para questões muito maiscomplexas.

1 PORTUGUÊS

COMENTÁRIO GERAL DA PROVA DE PORTUGUÊS

Professores Vagner de Alencar Carreira, Yeso Osawa Ribeiro, Wellington Borges Costa

Já houve dias melhores. No ano passado, por exemplo, o nosso comentário à prova da primeira fase elogiava adiversidade dos textos e certos tipos de questionamentos.

Em 2016, uma qualidade da prova é a presença de textos literários como base ao questionamento linguístico – porexemplo, a questão 5.

Fora isso, é mais do mesmo: “basta leitura”. A comissão elaboradora parece acreditar que basta ler para aprender aescrever. Entre doze questões, somente quatro trazem algum questionamento do fenômeno gramatical, e, ainda assim,quando o fazem, fazem-no de maneira rasa, básica, óbvia.

A despeito de todas as concessões que possamos fazer a uma suposta modernidade da prova, julgamos inconcebívelque os elaboradores não conheçam ou não deem importância a uma forma de concordância utilizada por todo redator: aconcordância do verbo haver. Na prova, no item 3 – o correto -, pode-se ler “...que possam haver abordagensintelectualizadas...”. Parece, mais uma vez, que os fenômenos gramaticais são tão desimportantes que o próprio elaboradorda questão em uma prova de Língua Portuguesa pode dar-se ao luxo de cometer concordâncias não aceitas pela normapadrão. Em um exame de Português, que se valorize o Português. Sem falar na indecisão da grafia do nome Antônio (António?Antonio?) nas questões 06 e 17.

Provas desse gênero cometem um desserviço ao ensino: sugerem que o estudante não dê importância a umconhecimento profundo dos fatos linguísticos. A quem interessa esse gradual empobrecimento do estudo da língua?

2 PORTUGUÊS

Resolução:

Para introduzir o assunto “analogia com o comportamento científico que devemos ter para compreendermos o surgimentoda terra”, o autor se vale de uma comparação com a maneira como nos comportamos quando viajamos e experimentamoscertos estranhamentos.

Resolução:

O pronome demonstrativo “isso” e seu valor referencial são os destaques desta questão. Com efeito, “isso” retoma, paraestabelecer coesão textual, o segmento “a formular novas teorias...”. Na alternativa a ser assinalada, substituiu-se o verbo“formular” pelo substantivo “formulação”. Ler com atenção é o segredo.

3 PORTUGUÊS

Resolução:

De novo para estabelecer adequada coesão entre o 2º e o 3º parágrafos, o autor constata que “somos quase um ponto forada curva”, pois nosso planeta Terra está entre os planetas rochosos, espécies bem rara.

Resolução:

Eis uma interessante questão que versa sobre regência verbal diante do pronome relativo. Partindo do segmento de texto“daquele em que estamos imersos”, a questão pede que o candidato selecione entre 4 frases aquelas que também pedem apreposição “em”.

1. O verbo “morar” pede adjunto adverbial de lugar marcado pela preposição “em” –” o espaço em que moramos”.

2. O verbo “confiar” exige preposição “em” (verbo transitivo indireto) – “a organização em que confiamos”.

3. O verbo “almejar”, por sua vez, é transitivo direto e, assim sendo, não rege preposição alguma.

4. De igual forma, o verbo “constatar” também não pede preposição (verbo transitivo direto).

Claro que ajudariam na resolução a leitura carreiriana e as flechinhas.

4 PORTUGUÊS

Resolução:

1. VERDADEIRA. “terriveis”; “gloria”; “victoria”, “prodigios”, hoje acentuadas, justificam a afirmativa.

2. FALSA. Embora a terminação de “alteião”; “incitão” e “cantão” seja semelhante à do futuro, as formas verbais não sealternam. Estão todas no presente.

3. VERDADEIRA. Os mesmo exemplos da afirmativa 2 são hoje grafados alteiam, incitam e cantam.

4. FALSA. Os monissílabos tônicos terminados em a, e, e o são acentuados.

5 PORTUGUÊS

Resolução:

1. VERDADEIRA. “os pregadores não pregam a verdadeira doutrina”

2. VERDADEIRA. “os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber”

3. VERDADEIRA. “os pregadores dizem uma cousa e fazem outra”

4. VERDADEIRA. “os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem”

5. VERDADEIRA. “os pregadores se pregam a si e não a Cristo”

6 PORTUGUÊS

Resolução:

1. VERDADEIRA. “sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber”

2. VERDADEIRA.

3. FALSA. A conjunção “ou” é empregado no texto para expor os alternativas de hipóteses para especular as possíveiscausas da ineficiência dos pregadores.

7 PORTUGUÊS

Resolução:

Para Selma Baptista (UFPR) e Patrícia Martins (IFPR), a negação do Sul a uma ideia de “brasilidade” na cultura já se iniciana resistência apresentada pela região às suas próprias manifestações culturais. Como, então, pleitear uma inserção emum contexto maior – Brasil - se não há sequer um reconhecimento de valores locais?

Resolução:

Para o historiador Golin, a briga se resume a uma questão sobre quem representaria melhor a nação sob o ponto de vistacultural – o Sul ou as demais regiões, entendidas como o “Brasil”? Isso justifica a ideia da alternativa e), que opõe a regiãoSul – especialmente o Rio Grande do Sul – aos demais elementos culturais que portariam a noção de brasilidade.

Resolução:

O texto não apresenta especificamente uma tese, mas propõe respostas à indagação sobre o porquê de as expressões cul-turais do Sul não serem incluídas em um “sentimento de brasilidade”, segundo propunha a carnavalesca Rosa Magalhães.

As três fontes citadas no texto têm suas opiniões expressadas na forma de discurso indireto e discurso direto, predomi-nando este modelo pelo uso das aspas na reprodução das respostas dos entrevistados.

O redimensionamento sugerido no item 4 está justamente na explicação dada pelos entrevistados, mostrando, entre outrasideias, que a própria região Sul contribui com a sua “exclusão” de um contexto nacional.

8 PORTUGUÊS

Resolução:

1. – ERRADA. – Leia-se a passagem “em geral, quem vive pelo futebol não está interessado em ler sobre ele mais do quea notícia de jornal ou revista”;

2. – ERRADA – Desde o início do texto, o autor opõe paixão pelo futebol a investigação intelectual, como se o esporte nãose prestasse à abordagem sociológica, o que obviamente não se contempla em jornais e revistas;

9 PORTUGUÊS

Resolução:

A única afirmativa VERDADEIRA, quanto ao conteúdo, é a 3. Resposta a, portanto.

Mas não podemos deixar de observar – e muito lamentar! – a displicência na redação da frase. O erro grosseiro de concor-dância (“.. que possam haver abordagens intelectualizadas do futebol”), na única afirmativa verdadeira em uma questão deLíngua Portuguesa é de se refletir...

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COMENTÁRIOÓtima questão, a cobrar tópicos importantes das duas obras em questão.

RESOLUÇÃOa) INCORRETA. Clara dos Anjos não é um romance memorialístico, bem como Fogo morto não é um romance intimista.

Além disso, a ação de Fogo morto se dá de 1849 ao início do século 20.

b) INCORRETA. Tanto em Clara dos Anjos como em Fogo morto, o foco narrativo é de 3ª pessoa, trazendo narradoresque não participam como personagens das histórias.

c) INCORRETA. Neném não era pobre e pôde ter educação formal. Além disso, não enlouqueceu. Clara manteve um casocom Cassi Jones à revelia da vontade dos pais, mas não abandonou a sua casa.

d) CORRETA. Cassi Jones foi à casa de Clara, num domingo, na festa de aniversário da moça. Encantou as garotas, desa-gradou aos adultos, em especial, aos pais de Clara. Foi a partir dessa festa que Clara passou a se apaixonar por CassiJones. Em várias cantigas de Passarinho, tem-se o sofrimento como temática: Filho que faz isto ao pai / Bem merece serqueimado, / Por sete carros de lenha / E por mim bem atiçados. (primeira parte, capítulo 6)

e) INCORRETA. Em Fogo morto, a ambientação é rural e não urbana. Além disso, o emprego de Joaquim dos Anjos, comocarteiro, não seria necessariamente um “subemprego”.

11 PORTUGUÊS

COMENTÁRIOBoa questão, que exigiu conhecimentos sobre as características do texto dramático, além da contextualização da peça.

RESOLUÇÃOa) INCORRETA. Sim, de modo geral, não há narrador numa peça teatral, mas a descrição de ambientes ou de personagens

pode aparecer numa peça – e aparece em Os dois ou O inglês maquinista – nas rubricas do autor.

b) INCORRETA. Em algumas rubricas (poucas), retratam-se pensamentos dos personagens. Agora, as emoções e refle-xões também se deixam transparecer pela ação e desenvolvimento de toda a peça.

c) INCORRETA. Felício demonstra total desconfiança em relação às inovações estapafúrdias propostas por Gainer.

d) INCORRETA. Não se trata de uma peça com temática tecnológica. Além disso, há muitas mulheres presentes na comé-dia de Martins Pena.

e) INCORRETA. A ação da peça se dá em 1842. Desde a década de 1820, firmaram-se acordos que proibiam o tráfico deescravos.

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COMENTÁRIOQuestão fraca sobre Várias histórias, pois o aluno não precisaria do texto para resolver a questão. Além disso, explorouapenas um tema presente na obra: o adultério, tema bastante recorrente na obra de Machado de Assis. Era possível ir além.

RESOLUÇÃOa) INCORRETA. Os dois contos se aproximam tematicamente de outros contos que também tratam da temática do adultério

feminino, como “A cartomante”, “Uns braços” e “Mariana”, por exemplo. Agora, não se vê a abordagem do “ciúme demaridos enganados.”

b) CORRETA. D. Severina, a princípio, refutou a admiração de Inácio por ela, mas depois gostou de se sentir desejada e,quando este dormia em certa ocasião, deu-lhe um beijo e depois fugiu da cena, para evitar a consumação de um relacio-namento adúltero. D. Paula se deixou levar pelas lembranças de seu passado adúltero, ao ouvir as confissões deVenancinha.

c) INCORRETA. O desfecho da trama em “A cartomante” é totalmente inesperado. Em “D. Paula”, nenhum leitor desconfia-ria que a tia responsável em evitar o adultério da sobrinha fosse uma adúltera no passado.

d) INCORRETA. Não há “digressões moralizantes” nesses contos.

e) INCORRETA. Em vários contos, há o adultério feminino consumado ou quase: “A cartomante”, “Uns braços”, “Mariana” e“D. Paula”.

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COMENTÁRIOQuestão regular sobre a obra de Gonçalves Dias.

RESOLUÇÃO:1. CORRETA. Boa análise sobre a variação métrica do poema.

2. INCORRETA. Em “Leito de folhas verdes”, temos um eu lírico feminino à espera de seu amor, numa atmosfera sensual;os amantes são dois indígenas. Já em “Marabá”, tem-se a miscigenação sim, mas há a luta da mulher por achar o seuamado, um indígena, mas não consegui-lo por ser mestiça.

3. INCORRETA. A “Canção do Tamoyo” nos traz a exaltação de um novo tamoio que acaba de nascer. Tem-se a exaltaçãoda criança, que é abençoada como grande guerreira a construir sua história.

4. CORRETA. Sem comentários.

14 PORTUGUÊS

COMENTÁRIOExcelente questão sobre o sermão de Vieira, exigindo do aluno conhecimentos de importantes tópicos sobre o conteúdo dosermão. Santo Antônio é com acento no “o”, por se tratar de paroxítona terminada em ditongo oral crescente, assuntocobrado, aliás, na questão 05 desta prova. Outro detalhe: a questão 06 ajudava a resolver esta questão, pois trazia certainterpretação sobre o “sal” e a “terra”.

RESOLUÇÃOa) INCORRETA. Os peixes, neste sermão, são equiparados às pessoas, representando virtudes e vícios humanos.

b) INCORRETA. No sermão, a terra não é fertilizada por dois motivos maiores: “ou é porque o sal não salga, ou porque aterra se não deixa salgar”, conforme está dito no trecho do sermão, transcrito na questão 06.

c) INCORRETA. O que esta alternativa afirma diz respeito ao profeta Jonas, conforme está escrito na Bíblia, no livro demesmo nome. Santo Antônio foi aquele que, diante da recusa dos homens em ouvir a sã doutrina, foi pregar aos peixes.

d) INCORRETA. “Vós sois o sal da terra”: os pregadores e, por extensão, os cristãos, seriam o sal, a mensagem viva doevangelho de Cristo. Até este ponto, a alternativa seria válida. Entretanto, a citação bíblica não vem a ser uma parábola e,sim, uma analogia feita por Jesus a seus discípulos e a uma multidão que o ouvia. Outro detalhe: não foi Cristo que pre-gou aos peixes em virtude da recusa dos homens; foi Santo Antônio.

e) CORRETA. Alguns pregadores eram como o “sal que não salga”, por três motivos: 1) Não pregavam a verdadeira dou-trina; 2) Não viviam o que pregavam; 3) Pregavam a si mesmos e não a Cristo. Se os pregadores não apresentassem taisdefeitos, a boa palavra poderia ser semeada.

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COMENTÁRIOO poema integra a seção “Os lábios cerrados”, composta por 6 poemas tematizando os mortos, em especial, da família deDrummond. Questão interpretativa, que pouco exigiu do aluno em relação a conhecimentos maiores sobre Drummond e olivro em questão.

RESOLUÇÃO:a) INCORRETA. O poema inteiro se constrói com o seguinte mote: se você estivesse vivo... O pai, sim, teria o poder de

reconhecer os seus, o que fica evidente em versos como “Teu olho cansado, (...) / entrava-nos alma adentro / e via essalama podre / e com pesar nos fitava / e com ira amaldiçoava / e com doçura perdoava”.

b) INCORRETA. O barulho seria até agradável; barulho de vida, da família reunida, numa situação informal.

c) INCORRETA. Não há tal autoritarismo no poema.

d) CORRETA. É o que se observa no poema.

e) INCORRETA. Tanto em “Encontro” como em “A mesa”, tem-se a lembrança do pai já morto.

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