01 Material D TTI Comunicação e Expressão JUL 2010

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  • Curso

    Tcnico em Transaes Imobilirias

    Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa

    Elaborao: Equipe Tcnica da Escola CEAD

    Documento de Propriedade do CEAD

    Todos os direitos reservados

    Nos termos da legislao sobre direitos autorais, proibida a reproduo total

    ou parcial deste documento, por qualquer forma ou meio eletrnico ou mecnico,

    inclusive por processos xerogrficos de fotocpia e gravao sem a

    permisso expressa e por escrito do CEAD Centro de Ensino a Distncia

    Copyright 2010 All Rights Reserved. Todos os Direitos Reservados.

    Julho de 2010

  • APRESENTAO

    O presente material contm informaes bsicas sobre comunicao e expresso em Lngua

    Portuguesa, as quais so indispensveis ao exerccio da profisso de Tcnico em Transaes

    Imobilirias.

    Ele est dividido em quatro captulos organizados em duas partes: terica e prtica, contendo

    exerccios de fixao ao trmino de cada captulo.

    O primeiro captulo define a linguagem, enquanto o segundo trabalha a diversidade textual,

    enfatizando a narrao, a descrio e a dissertao. Textos tcnicos, cujas estruturas servem como

    base para a produo de textos de mesma finalidade, so apresentados no terceiro captulo. Por fim,

    o quarto captulo apresenta os elementos gramaticais que trazem maiores dificuldades no estudo da

    Lngua Portuguesa.

    Dessa forma, espera-se que este material estimule o aluno a completar sua formao e o auxilie em

    seu cotidiano profissional.

    Bons estudos!

  • NDICE CAPTULO 1 - LINGUAGEM E COMUNICAO ................................................................................ 1

    1.1 LINGUAGEM, LNGUA E FALA DEFINIO E FUNO .................................................... 1

    1.2 INSTRUMENTO DE AO ...................................................................................................... 1

    1.3 PROCESSO ............................................................................................................................. 2

    1.4 DIVERSIDADE ......................................................................................................................... 2

    Exerccios ...................................................................................................................................... 4

    Respostas ...................................................................................................................................... 6

    CAPTULO 2 TEXTO ........................................................................................................................ 7

    2.1 INTRODUO ......................................................................................................................... 7

    2.1.1 JULGAMENTOS E COMUNICAES OBJETIVAS ............................................................ 7

    2.1.2 A ENTREVISTA COMO TCNICA DE COMUNICAO .................................................. 7

    2.2 DIVERSIDADE TEXTUAL ........................................................................................................ 7

    2.3 ADEQUAO VOCABULAR ................................................................................................... 8

    2.4 SEMNTICA ............................................................................................................................ 8

    2.4.1 SINOMNIA, ANTONMIA E POLISSEMIA ........................................................................ 8

    2.5 RECURSOS DA EXPRESSO ESCRITA ............................................................................. 10

    2.5.1 ELIMINAO DO QUESMO .......................................................................................... 10

    2.5.2 COERNCIA ................................................................................................................... 11

    2.5.3 COESO ......................................................................................................................... 11

    2.5.4 HIERARQUIA DE IDEIAS ................................................................................................ 11

    2.6 NARRAO ........................................................................................................................... 11

    2.6.1 DEFINIO E ELEMENTOS DA NARRATIVA ............................................................... 11

    2.6.2 TIPOS DE NARRADOR ................................................................................................... 12

    2.6.3 TIPOS DE DISCURSO .................................................................................................... 12

    2.7 DESCRIO .......................................................................................................................... 13

    2.8 DISSERTAO ..................................................................................................................... 13

    2.9 ARGUMENTAO E INTENCIONALIDADE ......................................................................... 13

    Exerccios .................................................................................................................................... 14

    Respostas .................................................................................................................................... 17

    CAPTULO 3 TEXTO TCNICO ..................................................................................................... 18

  • 3.1 PARAGRAFAO ................................................................................................................. 18

    3.2 DIVERSIDADE E PECULIARIDADES ................................................................................... 19

    3.2.1 BILHETES, AVISOS E TELEGRAMAS ............................................................................... 19

    3.2.2 FORMULRIOS .................................................................................................................. 20

    3.2.3 FORMULRIO DE REQUERIMENTO ................................................................................ 23

    3.2.4 AUTORIZAO DE SERVIO ........................................................................................... 24

    3.2.5 DECLARAO E RECIBO ................................................................................................. 25

    3.2.6 CARTAS COMERCIAIS ...................................................................................................... 27

    3.2.7 PLANEJAMENTO ............................................................................................................... 28

    3.2.8 RELATRIO ....................................................................................................................... 28

    Exerccios .................................................................................................................................... 30

    Respostas .................................................................................................................................... 32

    CAPTULO 4 ELEMENTOS GRAMATICAIS ................................................................................... 34

    4.1 FRASE, ORAO E PERODO ............................................................................................. 34

    4.2 ORTOGRAFIA ....................................................................................................................... 35

    4.3 NOES DE ACENTUAO GRFICA ............................................................................... 37

    4.3.1 NOES PRELIMINARES .............................................................................................. 37

    4.3.2 REGRAS DE ACENTUAO .......................................................................................... 37

    4.3.3 CRASE ............................................................................................................................ 38

    4.4 PONTUAO ........................................................................................................................ 39

    4.5 CONCORDNCIA VERBAL .................................................................................................. 40

    4.6 CONCORDNCIA NOMINAL ................................................................................................ 41

    4.7 REGNCIA ............................................................................................................................ 42

    4.8 PRONOMES .......................................................................................................................... 46

    Exerccios .................................................................................................................................... 50

    Respostas .................................................................................................................................... 54

    BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................. 55

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -1

    CAPTULO 1 - LINGUAGEM E

    COMUNICAO

    1.1 LINGUAGEM, LNGUA E FALA DEFINIO E FUNO

    Desde o incio, o ser

    humano sentiu

    necessidade de reunir-se

    em grupos para se

    manter e se perpetuar

    sobre a Terra. Nesse

    contexto, a comunicao

    tornou-se fundamental

    para garantir a unio e a sobrevivncia do

    grupo.

    Para efetuar a comunicao, o ser humano

    lanou mo de vrios sinais (signos) atravs

    dos quais buscou exteriorizar o que pensava e

    sentia dentro de si, criando a linguagem. Por

    meios de sons, cores, gestos, desenhos,

    palavras (cdigos), o homem consegue

    transmitir seus sentimentos e pensamentos em

    todas as situaes da vida.

    Desse modo, a linguagem pode ser definida

    como a faculdade que tem o homem de exprimir

    seus estados mentais, por meio de um sistema

    organizado de signos, em busca da

    comunicao. Uma vez que ela implica a

    expresso de novas ideias em momentos

    diversos, a linguagem exclusiva do homem,

    portanto, o elemento que o distingue dos

    demais seres.

    1.2 INSTRUMENTO DE AO

    Dentre os vrios sistemas de comunicao, o

    mais completo e natural, empregado na

    comunicao humana a linguagem verbal ou

    lngua. a nica modalidade de linguagem que

    utiliza palavras (signos verbais) e o principal

    cdigo atravs do qual os membros de uma

    determinada sociedade se comunicam entre si.

    um cdigo de signos convencionais, capaz de

    expressar a realidade cultural de uma

    comunidade e que aceito por ela e, de certa

    maneira, imposto a seus membros como forma

    de comunicao.

    Sendo uma criao social, a lngua um

    produto histrico. Ela evolui, transforma-se no

    decorrer do processo de desenvolvimento da

    comunidade que a utiliza, embora dificilmente

    possam ser sentidas mudanas radicais durante

    o perodo de vida de uma pessoa.

    Cada comunidade lingustica possui um tipo de

    lngua para sua comunicao; por isso, existem

    vrias lnguas, como o ingls, o espanhol, o

    russo, o portugus, entre tantas outras.

    As lnguas apresentam-se sob duas formas com

    caractersticas especficas:

    Forma oral, que a forma bsica e originria.

    Forma escrita, adquirida posteriormente pela

    humanidade, mas que tem desempenhado um

    papel importantssimo na manuteno e

    transmisso das aquisies culturais dos povos.

    A lngua , ento, um sistema de comunicao

    formado por sons articulados (aqueles que so

    produzidos pelo aparelho fonador humano), que

    os membros de uma comunidade usam como

    forma principal de comunicao.

    Por outro lado, quando uma pessoa,

    pertencente a uma dada comunidade lingustica,

    a do portugus, por exemplo, expressa suas

    ideias, utiliza o cdigo verbal estruturado

    (lngua) de forma pessoal, individual,

    escolhendo dentre vrias possibilidades

    (vocabulrio, estrutura da frase etc.) aquelas

    que lhe convm no momento, realizando um

    enunciado.

    A fala, ento, a utilizao individual da lngua

    com vistas comunicao. um fenmeno

    fontico (composto de sons vocais) e provm de

    uma atividade psicofisiolgica do indivduo.

    A representao grfica da fala a escrita. No

    uma representao fiel, mas equivalente e

    que, nas lnguas modernas, tem regras prprias.

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -2

    1.3 PROCESSO

    A comunicao verbal se refira da seguinte

    forma: o emissor envia uma mensagem ao

    receptor. Para que possa ser compreendida, a

    mensagem requer: um contexto, isto , uma

    situao a que ela se refere; um cdigo pelo

    menos parcialmente comum entre o emissor e o

    receptor e, finalmente, um canal que torne

    possvel a comunicao.

    No ato de comunicao verbal, podemos dar

    mais nfase a um fator do que a outro. Da a

    existncia de seis funes da linguagem:

    emotiva, conativa, referencial, ftica,

    metalingustica e potica. Vejamos a definio

    de cada uma delas, exemplificando-as.

    A funo emotiva centraliza-se no prprio

    emissor, na primeira pessoa do discurso,

    procurando expressar sentimentos e emoes.

    O uso de interjeies e sinais de pontuao,

    como o ponto de exclamao (!) e as reticncias

    (...), caracterstica dessa funo da

    linguagem.

    Ex.: Oh! Meu bem, no me deixe to s...

    A funo conativa concentra-se sobre o

    receptor, na segunda pessoa (com quem se

    est falando), procurando influenci-lo. O uso

    do imperativo caracterstico dessa funo da

    linguagem. Os anncios publicitrios, na

    inteno de convencer o receptor, utilizam em

    larga escala a funo conativa.

    Ex.: Compre um carro e ganhe uma viagem.

    A funo referencial concentra-se sobre o

    contexto, no referente, e tem por finalidade a

    prpria informao, procurando transmitir dados

    da realidade de maneira objetiva. Utiliza,

    sobretudo, a denotao.

    Ex.: O plano econmico divulgado pelo

    Governo relevante, por repor a reforma fiscal

    na agenda do dia. Mas no passa de uma

    tentativa de pacto entre Unio, Estado e

    Municpios contra o contribuinte. FSP,

    08/11/92.

    A funo ftica centraliza-se no canal e tem por

    finalidade estabelecer, prolongar ou interromper

    o processo de comunicao. Quando

    atendemos ao telefone e dizemos al,

    estamos fazendo uso dessa funo da

    linguagem.

    Ex.: Ol, tudo bem?

    Tudo bem, e voc?

    A funo metalingustica concentra-se no

    prprio cdigo: procura falar do prprio cdigo

    ou verificar se ele comum ao emissor e ao

    receptor.

    Ex.: O que tpico frasal?

    Tpico frasal a frase que indica o assunto

    sobre o qual falamos no pargrafo.

    A funo potica centraliza-se na prpria

    mensagem.

    Ex.: Minha terra tem

    palmeiras

    Onde canta o Sabi

    As aves que aqui

    gorjeiam

    No gorjeiam como l.

    (Gonalves Dias)

    1.4 DIVERSIDADE

    Conforme foi dito, anteriormente, a lngua

    expressa a realidade cultural de uma

    comunidade; dessa forma, podemos considerar

    os nveis de linguagem.

    Nvel culto / formal A linguagem verbal

    utilizada com maior cuidado quanto ao

    vocabulrio e s regras gramaticais.

    Ex.: Se os governantes quiserem, podero

    melhorar as condies de vida da populao.

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -3

    Nvel coloquial a linguagem do dia-a-dia,

    empregada em situaes informais.

    Ex.: Ele precisa de grana.

    Nvel tcnico Diferencia-se do nvel culto

    porque utiliza a terminologia prpria de cada

    cincia ou especializao profissional.

    Ex.: ... a cmera de TV registra, friamente, o

    que se passa, assim como os microfones

    capta o som tal como emitido. Cmeras e

    microfones no tm emoes, nem formao

    cultural, nem background, nem opinies

    logo, poderiam reproduzir, objetivamente, o

    que est acontecendo. Ocorre, entretanto,

    que, no caso do telejornalismo, a mediao

    entre o fato e a verso dele que levada ao

    ar multiplicou-se...

    (Clovis Rossi. Introduo em O que

    jornalismo. 4 ed. So Paulo: tica,1984)

    Nvel popular Ligado identidade do

    falante, sua escolaridade, sua profisso,

    ao seu status social. As pessoas menos

    favorecidas, que no tiveram instruo

    escolar, usam, geralmente, a linguagem

    popular.

    Ex.: Nu stiu di Nh Maria tava tudo in rdi.

    Nvel literrio o nvel mais elevado de

    linguagem e usado pelos poetas,

    romancistas, cronistas etc.

    Ex.: Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada

    triste, e triste e fatigado eu vinha

    Tinhas a alma de sonhos povoada,

    E a alma de sonhos povoada eu tinha.

    (Olavo Bilac)

    ABC do Serto

    (Z Dantas e Luiz Gonzaga)

    L no meu serto pros caboclo l

    tm que aprender um outro abc

    o jota ji, o le l

    o sse si, mas o rre

    tem nome de r

    at o ypsilon l pssilone

    o eme m, o ene n

    o efe f, o g chama-se gu

    Na escola engraado ouvir-se tanto

    a, b, c, d

    f, gu, l, m

    n, p, qu, r

    t, v e z.

    Note que a letra de ABC do Serto relata o

    uso da lngua no serto nordestino, valorizando

    o abc materno da regio. No verso tm que

    aprender um outro abc ntida a conscincia

    dos autores ao afirmarem a existncia de um

    ABC culto.

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -4

    Exerccios

    1. Leia atentamente as frases abaixo e

    identifique o nvel de linguagem de

    acordo com o cdigo:

    a) Culto

    b) Tcnico

    c) Coloquial

    1. ( ) E a, galera, a festa ta legal?

    2. ( ) Dar-lhe-ia um carro.

    3. ( ) Torno uma mquina-ferramenta

    em que, devido ao movimento de

    rotao dado s peas a serem

    trabalhadas (madeira, marfim, metal),

    se faz acabamento delas, dando-lhes

    a forma cnica ou cilndrica, polindo-

    as, retificando-as, com a ajuda de

    ferramentas adequadas.

    4. ( ) No saquei qual o lance.

    5. ( ) Fi-lo porque quis.

    2. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para

    as afirmaes abaixo:

    a. ( ) A linguagem a faculdade de exprimir sentimentos e/ou pensamentos por meio de signos verbais ou no verbais

    b. ( ) A linguagem verbal a nica existente c. ( ) A fala a utilizao individual da

    lngua d. ( ) A funo metalingustica centraliza-se

    no falante/emissor e. ( ) A funo referencial tem por finalidade a

    prpria informao f. ( ) No nvel popular a linguagem utilizada

    com maior cuidado quanto aos vocabulrios e s regras gramaticais

    3. Identifique a funo de linguagem

    utilizada em cada um dos textos a

    seguir:

    1. Levanto-me, procuro uma vela, que a luz vai

    apagar-se. No tenho sono. Deitar-me, rolar

    no colcho at a madrugada, uma tortura.

    Prefiro ficar sentado, concluindo isto. Amanh

    no terei com que me entreter. (Graciliano

    Ramos)

    ____________________________________

    2. Por mais que voc se vista na moda, sem

    um Technos no pulso, voc vai se sentir meio

    despido. Ponha um Technos no pulso. Antes

    que seu pulso caia de moda.

    ____________________________________

    3. Mas o que mesmo uma bicicleta?

    Bicicleta um veculo de duas rodas, sendo a

    traseira acionada por um sistema de pedais

    que movimentam uma corrente transmissora.

    ____________________________________

    4. Posso ajud-lo, cavalheiro?

    Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...

    Pois no?

    Um... como mesmo o nome?

    Sim?

    (Lus Fernando Verssimo)

    ____________________________________

    4. Complete a cruzadinha da prxima

    pgina identificando os nveis de

    linguagem a seguir:

    1. Nis num tava in casa._______________

    2. Qual a tua, xar?__________________

    3. As vitaminas se dividem em dois grupos:

    a) Hidrossolveis encontram-se nos

    meios aquosos;

    b) Lipossolveis encontradas nos

    lipdios.

    (Bolsanello e Jos Daniel)

    ________________________________

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -5

    4. De tudo ao meu amor serei atento

    Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

    Que mesmo em face do maior encanto

    Dele se encante mais meu pensamento.

    (Vincius de Moraes)

    __________________________________

    5. O homem vive atualmente um momento

    especialmente difcil devido inverso de

    valores.

    (Auto desconhecido)

    ______________________________________

    1- L

    4- I

    N

    5 G

    2- U

    A

    G

    3- E

    M

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -6

    Respostas

    I -

    1 C 2 A 3 B 4 C 5 A

    II -

    a-V b-F c-F d-F e-F f-V

    III -

    1 Funo Emotiva 2 Funo Conativa /

    Apelativa 3 Funo Referencial 4 Funo Ftica

    IV -

    1 Popular 2 Coloquial 3 Tcnico 4 Literrio 5 Culto

    1- P O P U L A R

    4- L I T E R A R I O

    N

    5 G

    2- C O L O Q U I A L

    U A

    L G

    T 3- T E C N I C O

    O M

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -7

    CAPTULO 2 TEXTO

    2.1 INTRODUO

    2.1.1 JULGAMENTOS E COMUNICAES

    OBJETIVAS

    As palavras so carregadas de diversos

    sentidos. Portanto, necessrio cuidado ao

    selecion-las, pois elas podem tornar um texto

    enviesado, ou seja, pleno de julgamentos.

    Julgamento toda forma de expresso que

    traduz aprovao ou desaprovao do escritor

    em face dos acontecimentos, pessoas e objetos

    por ele descritos.

    Ex.: No gostei da partida de futebol que acabei

    de assistir.

    Diferentemente, as comunicaes objetivas

    podem ser observadas e verificadas por todos,

    uma vez que so constitudas de fatos

    geralmente admitidos.

    Ex.: O jogo terminou empatado.

    Por outro lado, as frases ou enunciados

    podem ser objetivos ou parciais. Os enunciados

    objetivos comunicam fatos; os enunciados

    parciais expressam julgamentos e opinies.

    Ex.: Meu vizinho vendeu o carro. (fato)

    Parece que Maria saiu. (julgamento / opinio)

    Comunicaes enviesadas podem ser evitadas

    de diversas formas. Uma dessas , de posse de

    um tema, listar argumentos que pretendam

    causar uma ideia favorvel ao leitor ou ouvinte e

    que pretendam questionar suas opinies

    estabelecidas. Isto deve ser empregado, em

    especial, na elaborao de redaes.

    2.1.2 A ENTREVISTA COMO TCNICA

    DE COMUNICAO

    A entrevista consiste numa srie de perguntas

    feitas por uma pessoa diretamente a outra ou a

    um grupo. Existem dois tipos de entrevistas:

    estruturada e no-estruturada. Chama-se de

    estruturada a entrevista em que as perguntas

    so planejadas previamente. Por outro lado, a

    entrevista no-estruturada aquela em que as

    perguntas so elaboradas durante a prpria

    entrevista, de acordo com as necessidades.

    Antes da entrevista necessrio determinar um

    objetivo, escolher um momento adequado e os

    meios que podero propici-la. Durante a

    entrevista importante deixar o cliente

    vontade, explicar a ele o motivo da entrevista e

    ouvi-lo com ateno e interesse.

    imprescindvel o cuidado com a postura e com

    as reaes s colocaes do cliente.

    Ora, o xito de uma entrevista depende, em

    grande medida, da formulao das perguntas.

    As perguntas podem ser usadas para estimular

    o pensamento, aumentar a compreenso do

    assunto, introduzir novos conceitos, corrigir

    causas e efeitos, despertar o interesse, propor a

    busca de novas alternativas e solues. Para

    despertar ideias criativas, deve-se fazer

    perguntas que proponham para a situao:

    novos usos, modificao, aumento ou

    diminuio, substituio, inverso e

    reajustamento.

    Seguem-se, abaixo, algumas caractersticas da

    pergunta:

    conciso: usar apenas as palavras

    necessrias para expor as questes.

    clareza: utilizar linguagem simples e direta;

    uma coisa de cada vez.

    objetividade: empregar forma direta e

    precisa.

    originalidade: despertar o interesse e poder

    criador.

    desafio: levar a pensar, relacionar, analisar,

    avaliar, concluir e aplicar.

    2.2 DIVERSIDADE TEXTUAL

    Dependendo da inteno de quem escreve e do

    objetivo a ser atingido, utilizamos formas e

    contedos diferentes ao elaborarmos um texto

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -8

    em prosa. Existem trs tipos ou gneros de

    textos em prosa: narrao, descrio e

    dissertao. Todos estes tipos podem ser

    resumidos pela palavra redao.

    As principais caractersticas desses trs tipos de

    redao podem ser resumidas da seguinte

    maneira

    Narrao

    apresenta fatos em sequncia (aes);

    apresenta narrador, personagens, tempo,

    espao, conflito, clmax e desfecho;

    pode ser verdica ou verossmil.

    Descrio

    fornece caractersticas de pessoas, animais,

    objetos, cenas etc.;

    pode ser objetiva ou subjetiva;

    baseia-se na apreenso de caractersticas

    que podem ser captadas pelos sentidos.

    Dissertao

    expressa julgamento, avaliao, definio,

    contestao, verificao;

    divide-se em: introduo, desenvolvimento,

    concluso;

    apoia-se em fatos reais e argumentos.

    2.3 ADEQUAO VOCABULAR

    Redigir basicamente dar forma de frases s

    ideias, a fim de que os leitores as

    compreendam.

    Segundo Othon Garcia, as palavras so o

    revestimento das ideias; assim, quanto maior

    for o nmero de palavras adequadas

    expresso do pensamento de modo preciso,

    claro e fiel, temos condies melhores de

    reflexo e de assimilao de conceitos. No

    entanto, somente o conhecimento de palavras

    no basta para a expresso do pensamento.

    preciso estudar gramtica para saber falar e

    escrever adequadamente no captulo

    Elementos Gramaticais voc estudar alguns

    aspectos gramaticais importantes para a

    expresso de ideias.

    2.4 SEMNTICA

    A palavra semntica, de acordo com o Aurlio,

    o estudo das mudanas ou transladaes

    sofridas, no tempo e no espao, pela

    significao das palavras. A partir dessa

    afirmao, podemos tratar de outros conceitos

    importantes:

    2.4.1 SINOMNIA,

    ANTONMIA E

    POLISSEMIA

    As palavras so essenciais para expresso do

    nosso pensamento. Portanto, para compreender

    o que ouvimos e lemos indispensvel

    conhecer o significado das palavras, ou seja,

    seu significado preciso, pois uma mesma

    palavra pode ter significados diferentes. O

    contexto que delimita o significado de uma

    palavra.

    Quanto ao significado, as palavras podem ser:

    sinnimas, antnimas, homnimas ou

    parnimas.

    Sinonmia trata das palavras sinnimas. As

    palavras so consideradas sinnimas quando

    apresentam uma semelhana de sentido e pode

    substituir uma a outra no mesmo contexto.

    Ex.: Como estava doente, recolheu-se ao

    leito.

    Podemos trocar a palavra leito por cama, sem

    prejudicar o sentido geral da frase.

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -9

    Antonmia trata das palavras antnimas. As

    palavras so consideradas antnimas quando

    expressam sentido contrrio.

    Ex.: Pedrinho muito medroso.

    Pedrinho muito corajoso.

    Polissemia trata das palavras que assumem

    vrios sentidos, ou seja, que podem assumir

    vrios significados, dependendo do contexto em

    que esto inseridas.

    Ex.: mangueira tubo de borracha ou rvore;

    pena compaixo, pluma ou punio.

    Entre elas podemos citar as homnimas e as

    parnimas.

    Homonmia trata das palavras homnimas.

    So homnimas quando so idnticas na

    forma ou na pronncia, mas com significados

    diferentes.

    Ex.: O conserto deste carro ficar muito caro.

    Nesta frase, conserto significa reparo.

    Voc ir ao concerto de msica clssica no

    domingo?

    Nesta frase, concerto significa sesso

    musical.

    Para mame.

    Para, mame.

    Na primeira frase, a palavra para uma

    preposio que significa destina-se mame.

    Na segunda frase, a palavra para um verbo

    que significa parar de falar.

    Outros exemplos:

    colher () talher

    colher () pegar

    manga fruto

    manga parte do vesturio

    censo de populao recenseamento

    falta de senso insensato

    seo de perfumaria

    sesso de cinema

    cesso de propriedade

    coser costurar

    cozer cozinhar

    acentos grficos acentuao

    assentos estofados - lugar para sentar

    taxa de servios

    tacha de sapateiro tachinha

    Paronmia trata das palavras parnimas. So

    palavras parnimas quando so muito

    parecidas na forma.

    Exe.:

    Edifcio alto

    Auto-retrato

    Pego em flagrante.

    Que flagra! (gria da juventude)

    A descrio de uma pessoa.

    A discrio demonstra respeito aos outros.

    (discreto)

    Vultoso volumoso

    Vultuoso - com doena que provoca inchao

    Trfego de veculos.

    Trfico de drogas.

    Discriminao de pedra preciosa. (separao)

    Discriminao racial. (preconceito)

    O emigrante parte para novas terras.

    O imigrante chega ao novo pas.

    Os ladres chegaram despercebidos. (sem

    serem notados)

    Mercearia desapercebida. (desabastecida)

    Cidado eminente (clebre)

    Perigo iminente (prestes a acontecer)

    Como fragrante este bolo!

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -10

    A fragrncia do perfume.

    Pudim de calda.

    Cauda do cometa.

    O garom veio ao encontro dos fregueses.

    (estar de acordo)

    O carro bateu de encontro ao poste. (ir contra)

    Infligir carto ao jogador. (aplicar)

    Infringir a lei. (Violar)

    Descriminao do acusado.

    Descriminar o outro. (tirar a culpa)

    O cavaleiro monta a cavalo.

    O cavalheiro tem boas maneiras.

    Quando eu vir o mar, ficarei feliz. (verbo ver)

    Quando vier cidade, procure-me.

    (verbo vir)

    2.5 RECURSOS DA EXPRESSO ESCRITA

    Algumas maneiras de melhorar a qualidade

    comunicativa da redao:

    Conciso: dizer o que necessrio para a

    compreenso. So os seguintes

    procedimentos que garantem a conciso:

    eliminao de repeties ou informaes

    redundantes; excluso de rodeios verbais

    (circunlquios).

    Harmonia: tornar a redao harmoniosa

    preocupar-se desde a limpeza do trabalho at

    a maneira de estruturar as frases de modo

    que soem bem juntas. O recurso de harmonia

    que vamos estudar a simetria entre as

    frases ou suas partes. A simetria em termos

    de palavras conhecida como paralelismo.

    Paralelismo: recomenda que todos os

    termos da frase que tm o mesmo valor

    devem ter a mesma forma.

    Ex.: No sa de casa por estar gripado e

    por estar chovendo.

    Os dois motivos esto colocados com a

    mesma forma (por estar...).

    Uso dos pares correlativos

    So expresses que adicionam dois termos

    ou oraes equivalendo conjuno e: no

    s ... mas tambm; tanto ... quanto; no tanto

    ... quanto; ou ... ou; seja ... seja; etc.

    Ex.: Quer seja dia, quer seja noite, os

    hospitais esto a postos.

    Uso de expresses explicativas

    Indicam que vamos iniciar a explicao de

    um termo anterior.

    Ex.: Ele agiu com cortesia, ou seja, sendo

    muito delicado.

    Ele agiu com cortesia, ou seja, procedeu com

    muita delicadeza.

    Uniformidade no emprego dos verbos

    Se empregarmos o verbo de uma orao em

    um determinado tempo, pessoa ou voz,

    devemos mant-los na mesma forma na frase

    seguinte.

    Ex.: Quando ficamos cansados de ler,

    deve-se repousar por alguns instantes.

    Uniformizando os verbos, no exemplo anterior,

    temos;

    Ex.: Quando ficamos cansados de ler, devemos

    repousar por alguns instantes.

    2.5.1 ELIMINAO DO QUESMO

    Quesmo um vcio de linguagem. o uso

    exagerado da partcula que. Na escrita, pode

    ser eliminado por recursos estilsticos. Vamos

    ver de forma concisa alguns processos que nos

    permitem eliminar o quesmo:

    Eliminar a conjuno integrante que aps

    verbos que expressam ordem, desejo ou

    splica.

    Ex.: Desejo que voc vena. Desejo sua

    vitria.

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -11

    Escrever as oraes sob a forma reduzida.

    Ex.: Havia muitas pessoas que trabalhavam

    na empresa.

    Havia muitas pessoas trabalhando na

    empresa.

    Substituir os pronomes relativos com

    antecedentes pelos relativos sem

    antecedentes do tipo quem, quanto, onde,

    como.

    Ex.:

    A casa em que moro grande.

    A casa onde moro grande.

    Nominalizar a orao subordinada

    substantiva, isto , torn-la um termo formado

    por substantivos e adjuntos.

    Ex.:

    conveniente que voc esteja

    presente.

    conveniente sua presena.

    2.5.2 COERNCIA

    Coerncia o mesmo que ligao lgica entre

    as palavras e as ideias, quer dizer, uso de

    palavras e ideias que fazem sentido se ficarem

    juntas. Para ser coerente, necessrio: no

    usar palavras contraditrias; usar as conjunes

    que liguem adequadamente as ideias e os fatos;

    tomar cuidado para que uma frase no

    contradiga as outras.

    2.5.3 COESO

    Por meio da coeso, feita a unio das partes

    que compem o texto. Podemos classific-la

    em:

    a) Coeso referencial: determina como cada

    parte do texto se refere a outras partes do

    texto.

    Ex.: Como foi dito no 3 pargrafo...

    b) Coeso estrutural: direciona e d sentido

    s ideias do texto enquanto cria relaes de

    oposio, adio, concluso etc, com o

    emprego de determinadas conjunes.

    Ex.: Embora estivessem cansados, foram

    festa.

    As relaes textuais visveis que a coeso traz

    ao texto reforam a ideia de que a gramtica

    ajuda a dar sentido ao texto.

    2.5.4 HIERARQUIA DE IDEIAS

    Hierarquia de ideias ou gradao um recurso

    que se baseia em suas disposies de ideias

    em ordem crescente ou decrescente de

    importncia. Veja o exemplo abaixo:

    Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer,

    tudo gasta, tudo digere, tudo acaba.

    ( Vieira)

    2.6 NARRAO

    2.6.1 DEFINIO E ELEMENTOS DA

    NARRATIVA

    Damos o nome de narrao ao texto em que algum o narrador relata uma histria imaginada ou presenciada por ele. Alm disso, o narrador pode contar uma histria da qual tenha participado. Numa narrao, tambm podemos encontrar personagens agindo num certo espao, durante um determinado tempo. O encadeamento dos fatos que ocorrem numa narrativa compe o enredo. Assim, os elementos integrantes de um texto

    narrativo so:

    narrador: aquele que conta a histria;

    personagens: seres que vivem as aes

    narradas;

    enredo: encadeamento dos fatos numa

    narrativa;

    tempo: o momento em que as aes

    ocorrem;

    espao: o lugar onde acontece a histria.

    Acrescentemos que o texto abaixo constitui um

    exemplo de narrao:

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -12

    O socorro

    Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profisso coveiro era cavar. Mas, de repente, na distrao do ofcio que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e no conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que, sozinho, no conseguiria sair. Gritou. Ningum atendeu. Gritou mais forte. Ningum veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite, sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o silncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, no se ouvia um som humano, embora o cemitrio estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Deitado no fundo da cova, o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabea bria apareceu em cima, perguntou o que havia: O que que h? O coveiro ento gritou, desesperado: Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrvel! Mas, coitado! condoeu-se o bbado Tem toda razo de estar com frio. Algum tirou a terra de cima de voc, meu pobre mortinho! E, pegando a p, encheu-a de terra e ps-se a cobri-lo cuidadosamente.

    (Millr Fernandes)

    2.6.2 TIPOS DE NARRADOR

    O narrador um elemento central de um texto

    narrativo, porque com ele a narrao pode ser

    feita em terceira pessoa ou em primeira. A

    narrao em terceira pessoa apresenta um

    narrador que est fora dos acontecimentos

    relatados. Muitas vezes esse narrador conhece

    os sentimentos e as emoes das personagens.

    Nesse caso, o narrador em terceira pessoa

    considerado onisciente.

    Por outro lado, a narrao em primeira pessoa

    traz um narrador que est dentro do

    acontecimento relatado.

    2.6.3 TIPOS DE DISCURSO

    H vrias formas de tratar as falas das

    personagens numa narrativa. O narrador pode

    utilizar os seguintes expedientes:

    discurso direto: o narrador interrompe sua narrao e reproduz as falas das prprias personagens. No discurso direto, a fala da personagem geralmente acompanhada por um verbo de elocuo (dizer, falar, responder etc.) e por sinais de pontuao (dois pontos e travesso). Ex.: Rubens respondeu:

    No posso viajar neste final de semana.

    discurso indireto: o narrador reproduz com suas palavras aquilo que teriam dito as personagens. Tambm ocorre no discurso indireto algum verbo de elocuo, mas no h sinais de pontuao. Estes so substitudos por conectivos que introduzem oraes subordinadas. Assim, a subordinao uma marca do discurso indireto. Ex.: Rubens respondeu que no podia viajar

    naquele final de semana.

    discurso indireto livre: combina os dois tipos de discurso anteriores, mesclando as intervenes do narrador e as falas das personagens. Isto significa que no discurso indireto livre a fala da personagem no indicada por verbo de elocuo ou por sinais de pontuao. Trata-se de uma forma de narrar econmica e dinmica, pois permite mostrar e contar os fatos a um s tempo.

    Ex.: No se conformou: devia haver engano.

    Ele era bruto, sim senhor, via-se

    perfeitamente que era bruto, mas a mulher

    tinha miolo. Com certeza havia um erro no

    papel do branco. No se descobriu o erro, e

    Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida

    inteira assim no toco, entregando o que era

    dele de mo beijada! Estava direito aquilo?

    Trabalhar como negro e nunca arranjar uma

    carta de alforria. (Graciliano Ramos, Vidas

    Secas)

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -13

    2.7 DESCRIO

    Ao utilizarmos a linguagem verbal para construir

    imagens que representam seres, objetos ou

    cenas, assumimos uma atitude lingustica que

    se chama descrio. Nesta, elaboramos um

    retrato da coisa descrita por meio de palavras,

    fazendo com que o leitor perceba caractersticas

    marcantes do ser descrito, de modo a no

    confundi-lo com nenhum outro. Assim,

    predominam na descrio adjetivos e verbos de

    estado.

    A caracterizao de um personagem pode ser

    feita por meio de descrio fsica ou psicolgica.

    Ex.: Era um homem alto, magro e triste.

    2.8 DISSERTAO

    Na dissertao, apresentamos um ponto de vista acerca de um tema proposto. A dissertao permite, portanto, a expresso da opinio daquele que produz o texto. Mas esta opinio precisa ser defendida por meio de uma argumentao. Portanto, a argumentao constitui o elemento mais importante da dissertao. A fim de tornar mais clara a exposio da opinio, o contedo de uma dissertao pode ser dividido em trs partes: introduo - definio do tema ou da ideia a

    ser abordada;

    desenvolvimento ou argumentao -

    apresentao dos argumentos, exemplos e

    dados necessrios defesa;

    concluso: - retomada coerente dos

    argumentos expostos no desenvolvimento.

    Ex.: Embora o lixo gerado pelo homem ameace

    engolf-lo, outras mudanas, menos drsticas,

    mas igualmente perigosas ao ambiente, so

    provocadas pelos esforos de produo de

    alimentos e explorao de recursos naturais. Os

    inseticidas e pesticidas j envenenaram muitos

    animais, perturbando ainda todo o equilbrio

    natural entre a caa e os predadores. A

    agricultura mal executada, excesso de gado nas

    pastagens, desmatamento descontrolado e a

    abertura de minas j arruinaram milhares de

    alqueires de solo, permitindo que a eroso

    rapidamente transformasse terras frteis em

    desertos. Muitas espcies animais

    desapareceram, vtimas do progresso. O lado

    negativo da atividade do homem, por mais

    assustador que parea, no deve levar ao

    desespero. antes, um aviso: ter muito cuidado

    na caminhada para o futuro.

    (In:O Planeta Terra. So Paulo, Ed. Abril, p.1)

    2.9 ARGUMENTAO E INTENCIONALIDADE

    A argumentao tem como objetivo convencer,

    persuadir ou influenciar o leitor ou ouvinte, de

    que ns que estamos com a verdade, por

    meio da apresentao de razes evidenciadas

    por meio de provas concretas (fatos, exemplos,

    ilustraes, dados estatsticos, testemunhos

    fidedignos) e luz de um raciocnio coerente e

    consistente. ao serem colocadas no papel ideias

    que indicam um ponto de vista a respeito de um

    assunto, preciso saber aonde se quer chegar

    com a apresentao de informaes e

    afirmaes. a inteno do discurso que

    determina qual o rumo da conversa. Assim,

    precisamos perguntar: Para que estamos

    escrevendo? Qual o objetivo do nosso texto? O

    que queremos mostrar com o texto?

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -14

    Exerccios

    1. (Fuvest) Assinale a alternativa que

    preenche corretamente as lacunas:

    Estava__________________________ a

    _______________da guerra, pois os homens

    __________________________ nos erros do

    passado.

    a)( ) eminente / defraglao / incidiram.

    b)( ) iminente / deflagrao / reincidiram.

    c)( ) eminente / conflagrao / reincidiram.

    d)( ) preste / confraglao / incidiram.

    e)( ) prestes / flagrao / recindiram.

    2. (Fuvest) Indique a alternativa correta:

    a)( ) O ladro foi apanhado em flagrante.

    b)( ) Ponto a intercesso de duas linhas.

    c)( ) As despesas da mudana sero

    vultuosas.

    d)( ) Assistimos a uma violenta coalizo de

    caminhes.

    e)( ) O artigo incerto na Revista das Cincias

    foi lido por todos ns.

    3. (Fuvest) Assinale a alternativa que

    preenche corretamente as lacunas

    No ltimo __________ da orquestra

    sinfnica, houve ____________________

    entre os convidados, apesar de ser uma festa

    ____________________________________

    a) ( ) conserto / flagrantes

    descriminaes / beneficente.

    b) ( ) concerto / fragrantes discriminaes

    / beneficiente.

    c) ( ) conserto / flagrantes

    descriminaes / beneficente.

    d) ( ) concerto / fragrantes discriminaes

    / beneficente.

    e) ( ) concerto / flagrantes discriminaes

    / beneficente.

    4. Reformule o perodo a seguir eliminando o

    quesmo:

    O patro ordenou que cheguemos cedo, que

    faamos o servio e que deixemos tudo em

    ordem.

    ________________________________________

    ________________________________________

    ________________________________________

    ________________________________________

    5. Os pares de palavras abaixo so

    parnimos exceto:

    a)( ) trfego trfico

    b)( ) infligir infringir

    c)( ) seo sesso

    d)( ) flagrante fragrante

    6. Identifique o tipo de discurso nos textos a

    seguir:

    a) Mariana contou para a amiga que havia

    comprado a moblia naquela tarde

    ________________________________

    b) A me perguntou ao filho:

    Voc quer uma festa de aniversrio ou

    uma viagem?

    __________________________________

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -15

    7. Voc o autor!

    Faa uma descrio de voc mesmo (a):

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

    _____________________________

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -16

    8. Encontre no quadro abaixo os parnimos das seguintes palavras:

    flagrante - infligir - vultuoso - discrio - cavaleiro despercebido

    F L A G R A N T E C N N P

    D E S C I Z N L I H S

    V W O R I E H L A V A C O

    X T F R A G R A N T E S N

    K U A P R Z U V E M

    R B T R I B C H T P D L

    I D E S C R I O E E S

    G T O O R A J O P A G F

    N A E N A N M H I Z O N

    I S D I B L E W I U K R

    R T P E X E T H L G P V O

    F D K D O S O T L U V Y V

    N Q T B V J N C T S F L X

    I M C S A U R Y M Q Z E L

    O D I B E C R E P A S E D

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -17

    Respostas

    1. B

    2. A

    3. E

    4. O patro ordenou que cheguemos cedo, faamos o servio e deixemos tudo em ordem

    5. C

    6. A) Indireto

    B) direto

    F L A G R A N T E C N N P

    D E S C I Z N L I H S

    V W O R I E H L A V A C O

    X T F R A G R A N T E S N

    K U A P R Z U V E M

    R B T R I B C H T P D L

    I D E S C R I O E E S

    G T O O R A J O P A G F

    N A E N A N M H I Z O N

    I S D I B L E W I U K R

    R T P E X E T H L G P V O

    F D K D O S O T L U V Y V

    N Q T B V J N C T S F L X

    I M C S A U R Y M Q Z E L

    O D I B E C R E P A S E D

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -18

    CAPTULO 3 TEXTO TCNICO

    A redao tcnica, como qualquer

    outra composio, exige clareza,

    coerncia, objetividade, coeso etc.

    embora apresente estrutura e estilo

    com caractersticas prprias.

    3.1 PARAGRAFAO

    O pargrafo uma unidade do texto que tem

    por funo agrupar as frases que tratam do

    mesmo assunto. Cada pargrafo contm:

    tpico frasal: frase que indica o assunto

    sobre o qual falamos no pargrafo.

    Geralmente, essa frase a primeira do

    pargrafo. O tpico frasal o cerne do

    pargrafo e, por isso, todas as frases que o

    compem devem estar diretamente

    relacionadas com o assunto apresentado

    nele.

    desenvolvimento: constitudo por frases que

    explicam, exemplificam ou justificam o

    assunto indicado no tpico frasal.

    concluso: expressa a opinio ou

    comentrio do autor sobre o assunto do

    pargrafo. Os pargrafos em geral no

    apresentam a concluso clara, mas, se ela

    estiver presente, ser a ltima frase dele e

    vir antecedida de conjunes conclusivas:

    portanto, ento, logo.

    O pargrafo pode ser iniciado de vrias formas.

    Podemos inici-lo tambm com uma frase de

    natureza interrogativa, com uma aluso a fatos

    histricos, lendas etc. ou omitindo os dados

    identificadores. A seguir, algumas dessas

    formas e respectivos exemplos:

    frase de natureza interrogativa: Quais

    as providncias que esto sendo

    tomadas para se evitar a destruio do

    meio ambiente? Mais que simples

    palavras, o fato que a humanidade est

    consciente do grande problema que

    representa a destruio ao ambiente

    natural.

    aluso a fatos histricos, lendas,

    crendices, anedotas ou

    acontecimentos: Conta

    uma tradio cara ao

    povo americano que o

    Sino da Liberdade, cujos

    sons anunciaram, em

    Filadlfia, o nascimento dos Estados

    Unidos, inopinadamente se fendeu,

    estalando, pelo passamento de Marshall.

    Era uma dessas casualidades eloquentes

    em que a alma ignota das coisas parece

    lembrar misteriosamente aos homens as

    grandes verdades esquecidas (...). (Rui

    Barbosa).

    com omisso de dados identificadores:

    Voc vai conhec-la dentro de mais

    alguns dias. A sua figura alegre e

    simptica, na certa, haver de cativar

    todas as pessoas desta casa fria e

    solitria. Vai chegar, e todos ns iremos

    receb-la na estao. Ela e sempre foi

    minha tia mais querida. A querida tia

    Zita! (redao de um aluno)

    Enfim, assim como h diversas maneiras de

    iniciar um pargrafo, h tambm diversas

    formas de desenvolv-lo. Essas formas so:

    por enumerao ou descrio de detalhes;

    por citao de exemplos; por razes e

    consequncias; por contraste e comparao.

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -19

    3.2 DIVERSIDADE E PECULIARIDADES

    3.2.1 BILHETES, AVISOS E TELEGRAMAS

    O bilhete, o aviso e o telegrama so formas de

    comunicao elaboradas segundo um princpio

    comum: a brevidade ou economia de palavras.

    Apesar desta caracterstica comum, essas

    formas de comunicao tm tambm

    diferenas.

    O bilhete utilizado para transmitir recados,

    informaes ou pedidos a pessoas amigas ou

    parentes. Por isso, o bilhete uma

    comunicao informal. Os bilhetes devem ser

    escritos em linguagem clara e objetiva e conter

    somente o que de mais importante precisamos

    comunicar.

    Exemplo:

    12 / maio / 2007

    Lus, Peo-lhe o favor de telefonar ao meu

    irmo, para transmitir-lhe um recado. Trata-se de frases que anotei de para-choques de caminhes, conforme ele me havia pedido.

    Obrigado, Carlos

    O aviso caracteriza-se por ser uma

    comunicao de servio. Exige, portanto, uma

    linguagem mais cuidada e certa formalidade no

    trato com as pessoas.

    Exemplo:

    Amanh, no haver aula para os alunos da 2 srie da Escola Afonso Pereira.

    A Diretoria 12 / 05 / 2007

    O telegrama um meio de comunicao que

    utilizamos para nos dirigir a algum com alguma

    urgncia. H formulrios prprios nas agncias

    de Correios e Telgrafos para esse tipo de

    comunicao.

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -20

    DESTINATRIO: Marlia Soares Ramos

    Rua 13 de Maio 158 Centro

    (Rua, Av., etc.) (Bairro)

    CIDADE: Louveira ESTADO: So Paulo

    (ou nome da estao mvel, no

    radiograma)

    (ou nome da estao terrestre, no

    radiograma)

    Sinceras felicitaes aos noivos

    Lusa Ramos e famlia

    Lusa Ramos de Almeida 226-9819

    NOME DO EXPEDIDOR TELEFONE

    S.Q.S. 208 Bloco O apto 105 Braslia DF

    Rua Bairro Cidade Estado

    3.2.2 FORMULRIOS

    Formulrio todo e qualquer modelo impresso, no qual o usurio preenche apenas dados

    especficos. Os formulrios podem ser com ou sem quadrculas. No preenchimento de um

    formulrio sem quadrculas, completamos os dados especficos em letra cursiva ou de

    imprensa. No preenchimento de um formulrio com quadrculas devemos: ler atentamente

    o que est sendo pedido; utilizar letra bem legvel; colocar uma letra em cada espao, ou

    dgito,deixando um espao entre os nomes.

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -21

    Exemplo: sem quadrculas

    Exemplo:

    RECIBO

    Recebi do Sr.(a) ....................................................................a importncia de R$

    .............(..........................................) referente a ...........................................................

    So Paulo, 12 de maio de 2007.

    _______________________________________

    Assinatura

    DESTINATRIO: Marlia Soares Ramos

    Rua 13 de Maio 158 Centro

    (Rua, Av., etc.) (Bairro)

    CIDA

    DE:

    Louveira EST

    ADO:

    So Paulo

    (ou nome da estao mvel, no

    radiograma)

    (ou nome da estao terrestre, no

    radiograma)

    Sinceras felicitaes aos noivos

    Lusa Ramos e famlia

    Lusa Ramos de Almeida 226-9819

    NOME DO EXPEDIDOR TELEFONE

    S.Q.S. 208 Bloco O apto 105 Braslia DF

    Rua Bairro Cidade Estado

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -22

    Exemplo: com quadrculas

    FOTO

    3 X 4

    FICHA DE INSCRIO ALUNO

    NMERO

    1 DADOS ESPECFICOS DO CURSISTA

    NOME DO CURSISTA

    DATA NASC. SEXO ESTADO CIVIL

    / / m ( ) f ( ) casado ( ) solteiro ( ) desq. ( ) vivo ( ) divorc. ( )

    NATURALIDADE

    NOME DO PAI

    NOME DA ME

    ESCOLARIDADE 1 GRAU ( ) 2 GRAU ( ) 3 GRAU ( )

    2 ENDEREO

    LOGRADOURO (Rua, Avenida, Praa etc.)

    NMERO COMPL. (and., sala, apto etc.) TELEFONE CEP

    BAIRRO CIDADE OU MUNICPIO UF

    3 DADO COMPLEMENTAR

    CDULA DE IDENTIDADE

    NMERO RGO EXPEDIDOR UF

    4 ASSINATURA E DATA

    ASSINATURA DO CURSISTA DATA

    / /

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -23

    3.2.3 FORMULRIO DE REQUERIMENTO

    Requerimento um documento em que um indivduo solicita a uma autoridade algo, que

    pode ou deve lhe ser concedida (o).

    CEAD Centro de Ensino a Distncia

    Senhora Secretria Escolar:

    __________________________ vem requerer dispensa da prtica de Educao Fsica,

    de acordo com a Lei n 6.503, de 13 de dezembro de 1977, visto

    exercer atividade profissional conforme comprovante (Carteira Profissional).

    ter ultrapassado a idade mxima exigida (30 anos completos).

    estar prestando Servio Militar inicial, conforme comprovante.

    estar obrigado prtica de Educao Fsica na Organizao Militar em que serve,

    conforme comprovante.

    ser aluno de ps-graduao, conforme comprovante.

    ter prole, conforme declarao anexa (alunas do sexo feminino).

    estar amparado pela Lei n 1.044, de 21 de outubro de 1969.

    SP, 12 de maio de 2007.

    Manoel da Silva Carneiro

    Matrcula n 0026

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -24

    3.2.4 AUTORIZAO DE SERVIO

    A autorizao de servio, normalmente, dirigida de um chefe de seo a um empregado,

    dando-lhe permisso para realizar alguma tarefa no rotineira, quer dizer, no frequente.

    Autorizo para o PROJETO EMERGNCIA

    Digitao Reviso

    Desenho Reviso

    IMPRESSO

    Xerox Trabalho:

    X Offset 5 cpias do texto B

    Fotolito

    Data: 12/05/2007.

    Assinatura do Responsvel

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -25

    3.2.5 DECLARAO E RECIBO

    Declarao - tambm chamada de atestado, um documento fornecido a pedido do interessado

    por pessoa credenciada, declarando a ocorrncia de um fato ou a existncia de uma situao.

    composta pelas seguintes partes: timbre, ttulo, texto, fecho, localidade, data e assinatura.

    Exemplo:

    GOVERNO DO ESTADO DO CEAR

    Secretaria de Educao

    Centro de Educao de Jovens e Adultos

    03/05

    D E C L A R A O

    Declaro, a pedido do interessado e para os devidos fins, que ITALMAR ALVES DO

    NASCIMENTO, portador da carteira profissional n 005.237, srie 590, foi empregado deste

    Centro, onde exerceu o cargo de Auxiliar de Administrao, prestando servios Diviso de

    Ensino Supletivo EDURURAL / MEC, no perodo de 04/11/03 a 01/05/04 e nada consta em

    nossos arquivos que desabone sua conduta, sendo pessoa idnea e ntegra.

    Fortaleza, 12 de maio de 2007.

    Maria Antnia Meireles

    Diretora

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -26

    Recibo - um documento escrito em que uma pessoa fsica ou jurdica declara ter recebido algo

    ali especificado. mais comum o recibo que declara recebimento de dinheiro.

    No existe tamanho preestabelecido para o papel do recibo, que varia de acordo com o rgo ou

    empresa. Exemplo:

    BOLSA DE IMVEIS CANTAREIRA

    RECIBO N A-340/2005

    Aluguel:______________________

    Reteno do I.R.:______________

    Lquido a receber:_____________

    Recebemos da firma HOTEL CRAVEIROS LTDA., estabelecida na Av. Joo Paulo I, 86,

    inscrita no CGC sob nmero 52.437.880/0001-35, a quantia de

    ___________________________________ referente ao aluguel do ms de maio de 2007 do

    imvel onde se encontra estabelecida.

    Florianpolis, 12 de maio de 2007.

    Indalcio Perdigo

    Administrador

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -27

    3.2.6 CARTAS COMERCIAIS As cartas comerciais so documentos que permitem o relacionamento das empresas com o pblico ou com outras empresas. So comunicaes de servio e, por causa disso, obedecem a uma forma padronizada de linguagem. As partes de uma carta comercial so: timbre, data, endereamento, vocativo, texto, despedida e assinatura. Exemplo:

    MVEIS SATLITE S.A. (timbre)

    Caixa Postal 839 - SP

    So Paulo, 28 de maio de 2007. (data)

    Senhores

    Gonalves Irmos Ltda. (endereamento)

    Rua do Carmo, 20

    01039-000 - So Paulo - SP

    Prezados Senhores, (vocativo)

    Solicitamos de V.Sas. referncias e informaes sobre o conceito comercial de que

    merecedora a firma SILVA & Cia, que sabemos ser sua cliente.

    Garantimos a mxima reserva a respeito de sua resposta, colocando a salvo qualquer

    responsabilidade da parte de V.Sas. (texto)

    Atenciosamente, (despedida)

    MVEIS SATLITE S.A.

    (assinatura)

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -28

    3.2.7 PLANEJAMENTO

    A realizao de atividades complexas requer

    metodizao. assim que surge a necessidade

    do planejamento.

    Planejamento uma previso metdica de uma

    ao a ser desencadeada, de forma a atingir os

    fins desejados com eficcia. O planejamento

    pode ser aplicado a qualquer atividade humana.

    As fases do planejamento so trs: de

    preparao, de desenvolvimento e de

    avaliao.

    A fase de preparao envolve:

    conhecimento da realidade: levantamento de

    dados (sondagem) e anlise conclusiva

    (diagnstico);

    formulao de objetivos (para qu?);

    seleo e organizao de atividades (como?);

    seleo de recursos (atravs de qu?);

    seleo de procedimentos de avaliao

    (como avaliar?).

    A fase de desenvolvimento o plano em

    ao.

    A fase de avaliao a verificao do

    alcance dos objetivos.

    3.2.8 RELATRIO

    Relatrio uma composio escrita onde so

    narrados fatos, ocorrncias, aes executadas

    em qualquer ramo de atividade.

    Na redao do relatrio importante observar:

    clareza e preciso da linguagem;

    linguagem correta;

    sequncia lgica das ideias;

    conciso e objetividade na narrao dos

    fatos;

    Exemplo:

    destaque dos fatos principais.

    O relatrio deve conter os seguintes itens:

    1 cabealho;

    2 ndice;

    3 vocativo;

    4 texto;

    5 despedida;

    6 assinatura;

    7 data;

    8 destinatrio.

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -29

    CENTRO COMERCIAL LUA AZUL

    (CABEALHO)

    RELATRIO

    Reunio de gerentes de lojas

    Horrio para o perodo pr-natalino (NDICE)

    Senhora Administradora Geral (VOCATIVO)

    Com o objetivo de definir o horrio de funcionamento para o perodo que antecede as festas

    do final do ano, foi realizada ontem, s 9 horas, na administrao do Centro, uma reunio com os

    gerentes das lojas.

    Na oportunidade, cada gerente apresentou as suas preferncias e as de seus funcionrios,

    visando chegar a um consenso. (TEXTO)

    Como no foi possvel atender s sugestes de todos, foi finalmente definido um horrio

    diversificado, cuja cpia anexada encaminhamos.

    Respeitosamente, (DESPEDIDA)

    MARIA SILVA SANTOS

    (ASSINATURA)

    Gerente Comercial

    (DATA) Braslia, 12 de dezembro de 2007.

    Ilma. Sra.

    Teresa Cristina Martins (DESTINATRIO)

    Administradora Geral do Centro Comercial Lua Azul

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -30

    Exerccios

    1. aplicado em qualquer atividade humana,

    e suas fases so: preparao,

    desenvolvimento e avaliao:

    a) ( ) carta comercial

    b) ( ) relatrio

    c) ( ) planejamento

    d) ( ) bilhete

    e) ( ) requerimento

    2. So formas de comunicao breves:

    a) ( ) bilhete, aviso e telegrama.

    b) ( ) formulrio, aviso e recibo.

    c) ( ) declarao, atestado e

    autorizao de servio.

    d) ( ) cartas comerciais, bilhetes e

    declaraes.

    e) ( ) cartas comerciais.

    3. Voc o autor!

    Desenvolva uma carta comercial com as

    seguintes informaes: Santos & Cia.

    solicita a Ribeiro & Paes Ltda. o envio,

    com a mxima urgncia, de mercadorias,

    conforme relao anexa. Agradea o

    atendimento.

    ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -31

    4. Complete a cruzadinha com os nomes de alguns textos tcnicos que voc aprendeu neste captulo.

    T

    E

    X

    T

    O

    S

    *

    T

    C

    N

    I

    C

    O

    S

    5. Identifique tpico frasal do seguinte pargrafo, sublinhando-o

    Estimulado pelo aumento dos preos do acar no mercado internacional e principalmente pela

    maior demanda de lcool combustvel, o setor apresentou um crescimento de 7,9% em 2006,

    segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). mais que o dobro da mdia

    nacional. Em 2007, de acordo com estimativas dos especialistas, a produo de lcool poder

    crescer bem mais que isso.

    (Revista poca, 18 de Junho de 2007)

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -32

    Respostas

    1. C

    2. A

    3. Santos & Cia Ltda. Caixa Postal 012 SP So Paulo, 15 de Janeiro de 2007 Senhores, Ribeiro & Paes Ltda. Rua Mau, 01 00-01 So Paulo SP Estimados senhores, Solicitamos o envio, com mxima urgncia, de mercadorias, conforme relao anexa. Antecipadamente gratos pelo atendimento. Atenciosamente,

    Santos & Cia Ltda.

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -33

    4-

    T E L E G R A M A

    R E Q U E R I M E N T O

    X

    C A R T A * C O M E R C I A L

    F O R M U L A R I O

    S

    *

    R E L A T O R I O

    R E C I B O

    P L A N E J A M E N T O

    B I L H E T E

    C

    D E C L A R A A O

    A V I S O

    5. Estimulado pelo aumento dos preos do acar no mercado internacional e principalmente pela

    maior demanda de lcool combustvel, o setor apresentou um crescimento de 7,9% em 2006,

    segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE). mais que o dobro da mdia

    nacional. Em 2007, de acordo com estimativas dos especialista, a produo de lcool poder

    crescer bem mais que isso.

    (Revista poca, 18 de Junho de 2007)

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -34

    CAPTULO 4 ELEMENTOS

    GRAMATICAIS

    A gramtica constitui o

    conjunto de regras que

    determinam a norma culta de

    uma lngua. O estudo da

    gramtica pode ser dividido

    em trs partes: fonologia,

    que trata dos sons da lngua; morfologia, que

    estuda as formas que as palavras podem

    assumir isoladamente; sintaxe, que concerne

    s relaes entre as palavras na orao ou

    entre as oraes no perodo. Neste captulo so

    estudados alguns tpicos gramaticais que

    costumam causar maiores dificuldades.

    4.1 FRASE, ORAO E PERODO

    A frase a unidade mnima da comunicao

    verbal. Frase todo conjunto ordenado de

    palavras suficiente para comunicar informaes,

    sentimentos ou emoes, ordens ou conselhos.

    Ex.: Socorro!

    O carro parou na faixa.

    A frase que no apresenta verbo chamada

    de frase nominal. J a frase que apresenta

    verbo ou locuo verbal chamada de

    orao.

    Ex.: Silncio! (frase nominal)

    Choveu em Santa Catarina. (orao)

    Perodo a frase formado por uma ou mais

    oraes, e pode ser classificado em:

    a) Simples quando formada por uma

    nica orao, que chamado de orao

    absoluta.

    Ex.: Houve uma expanso do nmero de

    vagas.

    Ana est dormindo.

    b) Composto quando formado por mais

    de uma orao.

    Ex.: preciso que ele volte.

    Misture todos os ingredientes, ligue o

    forno e coloque a massa para assar.

    Em portugus, a ordem das frases pode ser direta ou indireta. A ordem direta no privilegia, no d sentido forte a nenhum dos termos da frase. Na ordem indireta (tambm chamada de inversa), podemos fazer inverses enfatizando um dos termos. Desse modo, as frases significam no s pelas palavras, mas tambm pela ordem em que as apresentamos.

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -35

    Com a inverso, enfatizamos o modo do menino segurar o bentinho.

    4.2 ORTOGRAFIA

    Podemos definir ortografia como a parte da gramtica que determina a

    forma correta da escrita definida por lei.

    Apresentamos, a seguir, algumas noes de ortografia.

    1. Usa-se X:

    Depois de ditongo. Ex.: peixe, faixa etc.

    Depois da slaba en. Ex.: enxada, enxofre etc.

    Excees: encher (ficar cheio); enchumaar (de chumao) encharcar (de charco).

    2. Usa-se H:

    Em palavras de origem estrangeira que j possuem esta grafia. Ex.: Horcio, herana, humano etc.

    No substantivo Bahia, por tradio. No entanto, seus derivados no possuem esse h. Ex.: baiano, laranja-da-baa etc.

    Indireta: Com toda devoo, o menino segurava o bentinho.

    Com a inverso, enfatizamos o modo do menino segurar o bentinho.

    Direta: O menino segurava o bentinho com toda devoo.

    sujeito verbo objeto direto circunstncia de modo

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -36

    3. Usa-se Z:

    Em substantivos abstratos terminados em ez / eza, vindos de um adjetivo.

    Ex.: belo beleza; frio frieza; rpido

    rapidez etc.

    Observao: substantivos abstratos so

    aqueles que do nome a qualidades, a

    sensaes, a sentimentos, a aes, a

    estados que dependem de algo ou de algum

    para existir.

    Em palavras que no apresentam a letra s na ltima slaba formam verbos com o acrscimo do sufixo izar.

    Ex.: canal canalizar; fiscal fiscalizar;

    colono colonizar etc.

    Excees: batismo batizar; catequese -

    catequizar

    4. Usa-se S:

    Depois de ditongo. Ex.: lousa, causa, coisa etc.

    Nos sufixos s / esa, indicando origem, profisso ou ttulo de nobreza.

    Ex.: holands, campons, duquesa etc.

    Nos sufixos esa / isa quando formam palavras femininas.

    Ex.: sacerdotisa, profetisa, inglesa etc.

    Com o sufixo oso que significa cheio de. Ex.: delicioso, prazeroso, cheiroso etc.

    Nos verbos terminados em isar e seus derivados, vindos de palavras que j apresentam o s na ltima slaba.

    Ex.: pesquisa pesquisar; anlise analisar;

    friso frisar etc.

    Nas formas conjugadas dos verbos querer, pr e seus derivados.

    Ex.: quis quiser malquiseram; pus

    puseram propuseram etc.

    5. Usa-se J:

    Em palavras de origem africana, tupi ou popular.

    Ex.: jiboia, biju, cafajeste etc.

    Exceo: Sergipe.

    Em palavras derivadas de outras terminadas em ja.

    Ex.: canja canjica; laranja laranjal etc.

    Em palavras formadas a partir de verbos terminados em jar.

    Ex.: engajar engajado engajamento;

    viajar viajem (verbo) viajador;

    enferrujar enferrujamento enferrujar.

    Observao: Na formao de

    substantivos, a partir de alguns verbos

    terminados em jar nem sempre o j

    permanece.

    Ex.: viajar viagem; enferrujar ferrugem

    Permanecem o j em palavras que preservam a mesma caracterstica da palavra primitiva.

    Ex.: jeito jeitoso.

    Observao: ocorre o mesmo com

    palavras primitivas que apresentam o g.

    Ex.: vertigem vertiginoso; selvagem

    selvageria.

    6. E ou I:

    E empregado na slaba final de verbos terminados em uar e em oar.

    Ex.: continuar continue; magoar

    magoe etc.

    O E tambm empregado com o prefixo ante (antes, anterior).

    Ex.: antecipar, antevspera etc.

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -37

    I utilizado na slaba final de verbos terminados em uir.

    Ex.: constituir constitui; contribuir contribui

    etc.

    O I tambm utilizado com o prefixo anti (contra).

    Ex.: anticristo, antialrgico etc.

    4.3 NOES DE ACENTUAO GRFICA

    A acentuao grfica um conjunto de regras que nos permitem marcar as slabas tnicas (slabas pronunciadas com maior intensidade) das palavras. Antes de apresentar as regras de acentuao, alguns conhecimentos prvios so necessrios.

    4.3.1 NOES PRELIMINARES

    Hiato o encontro voclico de duas vogais

    legtimas que, quando separadas, ficam em

    slabas diferentes. Ex.: Alcolica.

    Ditongo o encontro voclico de duas vogais

    sendo uma legtima e a outra, uma semi-vogal,

    ou seja, a ltima agrega-se primeira. Ex.:

    respeito.

    Tritongo o encontro de trs vogais numa

    mesma palavra, sendo sempre a do meio a

    legtima. Ex.: Uruguai.

    4.3.2 REGRAS DE ACENTUAO

    Acentuam-se:

    os monosslabos tnicos terminados em a, e,

    ou o, seguidos ou no de s. Ex.: j(s), p(s),

    p(s).

    as palavras oxtonas terminadas em a, e, o,

    seguidas ou no de s, ou as que terminam

    em em ou ens. Ex.: caj(s), caf(s), cip(s),

    refm(ns), contm.

    as palavras paroxtonas terminadas em r,

    l, n, x, ps, um, uns, , s, o, aos,

    ditongos e com finais i ou u, seguidos ou

    no de s. Ex.: lpis, cncer, lbum, m,

    gua.

    o ditongo aberto u, quando em slaba

    tnica.

    Ex.: ru.

    os ditongos tnicos, quando antecedidos

    de g ou q. Ex.: averige, apropinque.

    todas as palavras proparoxtonas.

    Ex.: cndido, timo.

    as vogais i e u tnicas e formando hiatos

    so acentuadas, desde que constituam

    slabas sozinhas ou seguidas de s.

    Ex.: pa-s, vi--va.

    Observaes

    pr (verbo) mantm o circunflexo para que no

    seja confundido com a preposio por

    pde (o verbo conjugado no passado) tambm

    mantm o circunflexo para que no haja

    confuso com pode (o mesmo verbo conjugado

    no presente)

    Observao: j em frma/forma, o acento

    facultativo

    Coloca-se acento circunflexo na 3 pessoa do

    plural do Presente do Indicativo dos verbos que

    se originam de TER e VIR (retm e provm) e,

    no caso dos derivados, acento agudo nas

    formas que possuem mais de uma slaba no

    singular (ele detm, ele intervm)

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -38

    No se acentuam:

    os monosslabos tonos. Ex.: sem (preposio), mas (conjuno), o (artigo).

    No se usa mais o acento dos ditongos abertos, i, oi, das palavras paroxtonas (palavras que tem acento Tonico na penltima silaba.)

    4.3.3 CRASE

    Crase a fuso da preposio a com o artigo

    definido a(s) ou com o a inicial dos pronomes

    demonstrativos: a(s), aquele(s), aquela(s),

    aquilo, aqueloutro, aqueloutra. A crase

    marcada na escrita pelo acento grave (`). Ex.:

    (s), quele(s), quilo, queloutro, queloutra.

    Casos de ocorrncia de crase

    antes de substantivos femininos, se

    empregados com o artigo a, as. Ex.:

    dedicao carreira.

    antes de substantivos femininos

    subentendidos. Ex.: Escreve Cames ( =

    maneira de).

    nas locues prepositivas formadas de

    palavras femininas. Ex.: quanto matria.

    nas locues adverbiais formadas de

    palavras femininas. Ex.: tardinha, noite.

    nas indicaes de horas. Ex.: s 3 horas.

    nas locues conjuntivas formadas de

    palavras femininas. Ex.: medida que,

    proporo que.

    antes dos pronomes demonstrativos iniciados

    por a. Ex.: Falei quele rapaz.

    Casos, em que no se acentuam o a

    antes de palavras masculinas. Ex.: Sujeito a

    estudo.

    em expresses adverbiais formadas de

    palavras repetidas. Ex.: Boca a boca.

    com a palavra casa, no sentido da casa da

    prpria pessoa. Ex.: Voltou a casa.

    Mas quando determinada, em referncia

    casa de outros, h crase. Ex.: Voltou casa

    do amigo.

    com a palavra terra em oposio a bordo, no

    sentido de terra firme. Ex.: Marinheiros

    voltam a terra.

    Mas em sentido de local, cidade natal, h

    crase. Ex.: Vou terra goiana.

    com a palavra distncia, sem determinao

    da medida. Ex.: Ensino a distncia, a grande

    distncia.

    antes de palavras que no admitem artigo

    definido:

    pronomes de tratamento, exceto o pronome

    Senhora, Senhorita e Dona. Ex.: Fiz

    referncia a voc.

    pronomes pessoais. Ex.: Dei a ela o recado.

    verbos. Ex.: Encontrei-o a rezar.

    pronomes indefinidos. Ex.: Falou a todos.

    pronomes demonstrativos que no se iniciam

    por a. Ex.: Assisti a essa cena.

    palavras femininas empregadas em sentido

    genrico. Ex.: Referncia a dvidas.

    palavras femininas que no estejam

    antecedidas da preposio a. Ex.: Falei com

    (preposio) as crianas.

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -39

    Casos facultativos

    diante de pronomes possessivos. Ex.: Dei

    presentes (ou a) minha amiga.

    diante de nomes prprios femininos. Ex.:

    Dirijo-me a ou Darci.

    em expresses adverbiais ou adjetivas que

    designam tipo ou modo. Ex.: Escrever a ou

    mo; compra a ou vista.

    Dica:

    Na prtica, para saber se o a craseado,

    pode-se aplicar uma regrinha. Se este a for

    substituvel pela preposio para a, leva crase.

    Ex.: Fui praia nas frias.

    Fui para a praia nas frias.

    4.4 PONTUAO

    Os sinais de pontuao equivalem a sinais de

    trnsito. Eles indicam onde se deve parar,

    porque o sentido est completo; onde esto os

    desvios de ideias, e assim por diante. Os sinais

    de pontuao do ordem e clareza s ideias.

    A seguir, consideramos apenas aqueles sinais

    de pontuao que comumente trazem

    dificuldades.

    Vrgula - indica uma pausa:

    para separar termos de uma enumerao,

    isto , palavras ou expresses que tenham

    o mesmo valor na frase e que no sejam

    ligadas pela conjuno e.

    Ex.: Perdeu dinheiro, famlia, posio,

    conceito. S o respeito prprio o salvou.

    para isolar expresses ou oraes

    intercaladas ou deslocadas. Ex.: Ela,

    quase sempre, pe muito acar no caf. /

    Os jovens, que envelhecem, no deveriam

    desprezar a velhice.

    para separar aposto. Ex.: Joo, meu

    vizinho, ganhou na loteria.

    para separar oraes em um perodo

    composto. Ex.: Quando chover, comprarei

    uma sombrinha.

    para separar vocativo. Ex.: Meus amigos, a

    ordem resultado do progresso.

    para indicar a omisso de palavra na frase.

    Ex.: Jos saiu de carro e Maria, (saiu) de

    bicicleta

    Ponto final marca a pausa mxima da voz,

    indicando, fundamentalmente, o trmino de uma

    frase.

    Aspas podem ser usadas no incio e no fim de

    uma citao de outro autor, para distingui-la do

    resto do texto; para destacar, ironicamente ou

    no, uma palavra ou uma expresso. Ex.: O

    povo sbio quando adverte: Nem tudo que

    reluz ouro. / Suas palavras so mais

    confortadoras que podem ficar vontade do

    Profeta.

    Parnteses devem ser empregados para

    intercalar qualquer informao, correo de

    pensamento, esclarecimento, comentrio, que

    corta a sequncia da frase. Ex.: L, no fazem

    nada. Apenas falam (quando falam).

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -40

    Dois Pontos podem ser usados para:

    destacar uma enumerao, palavra ou

    expresso que esclarece ou desenvolve uma

    ideia anterior.

    Ex.: O nosso lema : vencer

    Mariana quer que compremos: pes, frutas,

    temperos, ch, leite e queijo.

    Anunciar quem vai falar em um dilogo ou

    fazer uma referncia a algo.

    Ex.: Era o senhor da casa vizinha:

    - Bom dia, Pedro!

    Um pargrafo da carta diz: Ah! Se eu

    pudesse voltar no tempo.

    Ponto e vrgula servem para:

    Separar itens de um enunciado enumerativo

    em decretos, leis, peties etc.

    Ex.: Considerando:

    a) o desemprego no pas;

    b) a inflao;

    c) a recesso econmica,

    solicitamos vossa especial ateno ao

    nosso pedido.

    Marcar uma pausa maior que a vrgula e

    serve para separar oraes que tm relao

    de sentido, deixando-as num mesmo perodo.

    Ex.: Nenhum daqueles meninos tinha visto

    ainda o mar: todos queriam provar a gua.

    (Gilberto Amado)

    4.5 CONCORDNCIA VERBAL

    A concordncia verbal definida como o

    mecanismo pelo qual o verbo sofre variaes

    para se adequar a seu sujeito. A seguir, so

    apresentadas algumas regras de concordncia

    verbal.

    O verbo concorda geralmente com o sujeito em pessoa e nmero. Ex.: Paulo e eu no fomos ao cinema.

    Ele e Joo no entregaram o exerccio.

    Quando o sujeito tem mais de um ncleo, a concordncia se faz pela prioridade das

    pessoas: 1 pessoa + outros ns; 2

    pessoa + outros vs. Ex.: Eu, Maria e Joo fizemos uma

    festa. ns

    Tu e teus amigos comprastes a bebida?

    vs

    Quando o sujeito composto est colocado antes do verbo, o verbo vai para o plural. Ex.: Muitas descobertas e invenes acontecem por acaso.

    Quando o sujeito composto est colocado aps o verbo, o verbo vai para o plural ou concorda com o ncleo mais prximo.

    Ex.: Faltaram gua e luz.

    Faltou gua e luz.

    O verbo fica sempre no singular quando o sujeito for formado pela expresso a gente. Ex.: A gente no sabe quando ele voltar.

    O verbo fica no singular quando o sujeito for

    uma palavra que indica grupo de pessoas ou animais, coletivo, ou coleo de objetos. Ex.: O povo votou no dia das eleies.

    Quando o sujeito composto for resumido por uma palavra-sntese (tudo, nada, ningum etc.), o verbo permanece no singular. Se a palavra-sntese estiver no plural (todos, alguns) o verbo vai tambm para o plural. Ex.: Os montes, os campos, os vales, tudo estava florido com a chegada da primavera.

  • Comunicao e Expresso em Lngua Portuguesa -41

    Se o sujeito for constitudo de pronome interrogativo no singular (qual de ns, qual dentre ns), o verbo ficar na 3 pessoa do singular; quando o pronome estiver no plural (quantos de ns ou de vs, quais de vs etc.), o verbo ir para a 3 pessoa do plural ou concordar com o pronome ns ou vs. Ex.: Qual de ns ser incumbido da tarefa? Quais de ns seremos recompensados?

    Sempre que o sujeito composto for unido por

    com, nem ou pelas expresses correlativas (tanto... como, assim... como, no s... mas tambm etc.), o verbo deve ir para o plural, a no ser que algum sinal de pontuao os isole.

    Ex.: A criana com os pais passeavam pela

    praia.

    A criana, com os pais, passeava pela praia.

    Nem o barco nem a loja estavam abertos.

    Quando o sujeito for uma expresso como cerca de ..., perto de ..., mais de ... etc., seguida de um numeral, o verbo concorda com esse numeral. Ex.: Cerca de dez pessoas organizaram a excurso.

    Em expresses que indicam horas ou dias, os verbos ser, dar, bater e soar concordam com o nmero indicado na frase.

    Ex.: meio-dia.

    Deu uma hora no meu relgio.

    Bateram duas horas.

    Hoje dia dezesseis de julho

    Deram quatro horas.

    Soaram doze horas.

    So empregados sempre no singular os verbos impessoais que indica