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PESQUISA E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (PED) GUIA DE ESTUDOS - 01 INSTITUTO PRÓ SABER Profª. Úrsula Cunha (Org.)

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  • Este mdulo dever ser utilizado apenas como base para estudos. Os crditos da autoria dos contedos aqui apresentados so dados aos seus respectivos autores. 0

    PESQUISA E EDUCAO A DISTNCIA

    (PED)

    GUIA DE ESTUDOS - 01

    INSTITUTO PR SABER

    Prof. rsula Cunha (Org.)

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    PESQUISA E EDUCAO A DISTNCIA (PED)

    GUIA DE ESTUDOS - 01

    INSTITUTO PR SABER

    Prof. rsula Cunha (Org.)

    ATENO!

    Este mdulo est disponvel apenas como base para estudos deste curso.

    No permitida qualquer forma de comercializao do mesmo.

    Os crditos de autoria dos contedos deste material so dados aos seus

    respectivos autores citados nas Referncias Consultadas.

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    Caro(a) aluno(a),

    O Instituto Pr Saber tem o interesse contnuo em proporcionar um ensino de

    qualidade, com estratgias de acesso aos saberes que conduzem ao conhecimento.

    Todos os projetos so fortemente comprometidos com o progresso educacional para o

    desempenho do aluno-profissional permissivo busca do crescimento intelectual.

    Atravs do conhecimento, homens e mulheres se comunicam, tm acesso

    informao, expressam opinies, constroem viso de mundo, produzem cultura, desejo desta

    Instituio, garantir a todos os alunos, o direito s informaes necessrias para o exerccio

    de suas variadas funes.

    Expressamos nossa satisfao em apresentar o seu novo material de estudo,

    totalmente reformulado e empenhado na facilitao de um construto melhor para os respaldos

    tericos e prticos exigidos ao longo do curso.

    Dispensem tempo especfico para a leitura deste material, produzido com muita

    dedicao pelos Doutores, Mestres e Especialistas que compem a equipe docente do Instituto

    Pr Saber.

    Leia com ateno os contedos aqui abordados, pois eles nortearo o princpio de

    suas ideias, que se iniciam com um intenso processo de reflexo, anlise e sntese dos saberes.

    Desejamos sucesso nesta caminhada e esperamos, mais uma vez, alcanar o

    equilbrio e contribuio profcua no processo de conhecimento de todos!

    Atenciosamente,

    Setor Pedaggico

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    SUMRIO

    INTRODUO .............................................................................................................................4

    UNIDADE I RELAO DO ENSINO-APRENDIZAGEM NAS INSTITUIES DE

    ENSINO SUPERIOR (IES) ..........................................................................................................5

    1. OS PILARES DO ENSINO UNIVERSITRIO .................................................................... 5

    2. ESTRATGIAS DIDTICAS PARA A RELAO ENSINO-APRENDIZAGEM NAS

    IES ............................................................................................................................................... 7

    3. LEI N 5.540/68 E AS IES ................................................................................................... 10

    UNIDADE II EDUCAO A DISTNCIA: .........................................................................11

    POSSIBILIDADES PEDAGGICAS PARA AS IES .............................................................11

    1. PAPEL DO PROFESSOR FRENTE S TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS .................. 13

    2. TECNOLOGIAS DA INFORMAO E COMUNICAO E OS CURSOS EAD .......... 13

    3. AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM .............................................................. 20

    3.1 CIBERCULTURA OU CULTURAL DIGITAL ............................................................. 21

    3.2 O CIBERESPAO ........................................................................................................... 21

    3.3 AS TIC COMO ESPAO DE APRENDIZAGEM ......................................................... 22

    3.4 MOODLE ......................................................................................................................... 25

    3.5 REDES E INTERNET ..................................................................................................... 28

    UNIDADE III: LETRAMENTO E INCLUSO DIGITAL ....................................................30

    1. INCLUSO DIGITAL .......................................................................................................... 35

    2. TIC E NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS ............................................................ 36

    3. CIDADANIA, TICA E VALORES SOCIAIS .................................................................... 37

    UNIDADE IV: METODOLOGIA CIENTFICA ....................................................................41

    1. A PEQUISA E SEUS ELEMENTOS .................................................................................... 42

    1.1 ETAPAS DA PESQUISA ................................................................................................ 42

    2. CLASSIFICAO ................................................................................................................ 43

    3. MTODO DE PESQUISA: ................................................................................................... 46

    4. TIPOS DE DADOS ............................................................................................................... 47

    5. FASES DO PROCESSO METODOLGICO ...................................................................... 48

    6. PESQUISA E PROCEDIMENTOS TICOS ....................................................................... 48

    7. TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO (TCC) .......................................................... 48

    CONSIDERAES FINAIS ......................................................................................................49

    REFERNCIAS ...........................................................................................................................50

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    INTRODUO

    Vivemos em uma poca em que o conhecimento um dos bens mais preciosos da

    humanidade. No entanto, apesar de hoje o ser humano encontrar-se submerso em uma teia de

    informaes, nem sempre essas so canalizadas para o aprimoramento da vida em sociedade ou

    transformadas em conhecimento.

    A difuso da informao em diversos espaos, no apenas nas agncias formais (a

    exemplo das escolas, universidades, centros de ensino etc.), tem proporcionado mudanas de

    paradigmas tambm na educao, como em diversas esferas da vida em sociedade. Isso

    representa um grande avano nas estruturas educacionais, pois no se concebe mais que apenas o

    professor seja o detentor do saber e, assim, preencha a mente dos alunos, que so considerados

    tbulas rasa. Nessa conjuntura, a funo docente passa a ter um desenho diferente: o professor

    configura-se como o moderador, como agenciador, como aquele que motiva o aluno a continuar

    em um intercmbio de troca de conhecimento. E o aluno passa a ser um agente que busca sua

    autoformao, a partir de pilares traados pelos planos de ensino das instituies, seus prprios

    propsitos de aprendizagens e o intercmbio com outros discentes e o docente.

    As tecnologias da informao e comunicao constituem-se em ferramentas para

    reconfigurar esse papel, proporcionando no apenas ao docente, mas tambm ao discente,

    possibilidades de pesquisa e de descentramentos de funes, atravs de ambientes virtuais de

    aprendizagens, redes sociais e cibernticas. E a partir dessa perspectiva que este mdulo de

    Pesquisa e Ensino a Distncia (PED) aborda, em quatro unidades de ensino, a questo do ensino

    e da aprendizagem, tendo como enfoque a relao do ensino-aprendizagem nas instituies de

    ensino superior, possibilidades pedaggicas do ensino a distncia, letramento, incluso digital, a

    pesquisa e seus elementos.

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    UNIDADE I RELAO DO ENSINO-APRENDIZAGEM NAS

    INSTITUIES DE ENSINO SUPERIOR (IES)

    1. OS PILARES DO ENSINO UNIVERSITRIO

    O ingresso no ensino superior no nvel de graduao e, por conseguinte, em outras

    esferas acadmicas (especializao lato sensu e stricto sensu) provoca uma mudana latente na

    forma como docentes e discentes devem conduzir os processos de ensino e de aprendizagem. No

    entanto, deve-se perceber que no se trata de novos paradigmas, pois todo ensino e toda

    aprendizagem, em qualquer nvel ou modalidade de ensino, dependem das mesmas condies,

    mas sim mudanas de olhar para com o objeto estudado, pois agora no se entende mais a

    aprendizagem apenas emprica. Ou seja: a implicao do processo ensino-aprendizagem no nvel

    universitrio precisa ser intencionalmente assumida pelos sujeitos envolvidos e efetivamente

    praticada, pois, se assim no for, o processo acadmico pode perder seu sentido de ser.

    O ensino universitrio, tal como o conhecemos na modernidade, tem por meta atingir

    trs objetivos que devem estar articulados entre si: o primeiro objetivo a formao de

    profissionais das diferentes reas aplicadas, mediante o ensino e a aprendizagem de habilidades e

    de competncias tcnicas e acadmicas. Nesse contexto, e face banalizao da informao na

    atualidade, o papel docente deve ser ressignificado, pois agora sua funo no mais poderia ser a

    de simplesmente informar os saberes que a humanidade acumulou e sim, conforme destaca

    Antunes (2002, p. 11), de transmitir de forma macia e eficaz novos saberes, mas tambm

    encontrar e assimilar as referncias que impeam as pessoas de ficar submergidas nas ondas

    macias de informaes.

    Outro objetivo do ensino superior, que deve ser evidenciado, a formao de

    pesquisadores, tanto em seu sentido lato como stricto, mediante a disponibilizao dos mtodos

    e contedos de conhecimento das diversas especialidades do conhecimento. De modo geral, a

    educao pode ser conceituada como o processo mediante o qual o conhecimento se produz, se

    reproduz, se conserva, se organiza, se transmite e se universaliza, disseminando seus resultados

    no seio da sociedade. E, no meio universitrio, no apenas haver essa propagao do

    conhecimento, mas, tambm, a sua criao e validao atravs da pesquisa. Assim, as

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    instituies de ensino superior tambm no podem omitir seu papel de produtoras de

    conhecimento.

    O terceiro objetivo do ensino universitrio referente formao do cidado, pelo

    estmulo de uma tomada de conscincia, por parte do estudante, do sentido de sua existncia

    histrica, pessoal e social. Neste contexto, est em pauta levar o discente a entender sua insero

    no s na sociedade como sujeito, mas tambm enquanto profissional. Dessa forma, e associando

    os trs objetivos das instituies de ensino superior (IES), percebe-se que o compromisso da

    educao universitria tem um compromisso maior: a construo de uma sociedade na qual a

    vida individual seja marcada pelos indicadores de cidadania, e a vida coletiva pelos indicadores

    da democracia. Para dar conta desse compromisso, as IES desenvolvem atividades especficas,

    que devem ser articuladas entre si, a saber: ensino, pesquisa e extenso.

    Produo do conhecimento nas Instituies de Ensino Superior (IES)

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    2. ESTRATGIAS DIDTICAS PARA A RELAO ENSINO-APRENDIZAGEM NAS IES

    Para a relao entre ensino e aprendizagem nas IES, torna-se necessria a transposio

    de paradigmas na ao didtica universitria. preciso, dessa forma, uma mudana de estratgia

    didtica, atualmente centrada no ensino e na transmisso de saberes acumulados, para a nfase

    na aprendizagem. Ao mudar essa dimenso, no se trata apenas da simplificao do ato de

    substituir palavras, mas, na verdade, modificao de aes desenvolvidas na prtica pedaggica

    universitria. Assim, preciso transitar da centralizao do professor para o aluno, cabendo a

    este, o papel central de sujeito que exerce as aes necessrias para que ocorra sua

    aprendizagem, adquirindo habilidades, enfim, produzindo conhecimento; do papel do professor

    enquanto agente de transmisso de informaes para a funo de mediador pedaggico, ou

    mesmo de orientador do processo de aprendizagem do aluno.

    Nessa perspectiva, um dos pilares do ensino no nvel superior deve centrar-se na

    produo de conhecimento. Isto quer dizer que o conhecimento se d como construo do objeto

    que se conhece, mediante nossa capacidade de reconstituio simblica dos dados de nossa

    experincia. Ento, a atividade de ensinar e de aprender est intimamente vinculada ao processo

    de construo de conhecimento, ou seja, ao processo de investigao. Por isso, o processo de

    ensino-aprendizagem no curso superior tem seu diferencial na forma de se lidar com o

    conhecimento, pois esse deve ser adquirido no mais atravs de seus produtos, mas de seus

    processos. O conhecimento deve se d mediante a construo dos objetos a se conhecer e no

    mais pela representao desses objetos; pela experincia ativa do estudante e no mais ser

    assimilado passivamente.

    Partindo de uma noo de conhecimento como construo do objeto de pesquisa que se

    conhece, a atividade da pesquisa torna-se elemento essencial e imprescindvel no processo

    ensino-aprendizagem. Ento, o docente precisa fomentar a pesquisa para ensinar eficazmente; o

    aluno precisa dela para aprender de forma proficiente e significativamente; e as IES precisam da

    pesquisa para mediar educao. Ensino e aprendizagem s sero motivadores se seu processo

    se der como processo de pesquisa.

    Desse modo, nas IES, a pesquisa assume trs dimenses: epistemolgica, centrada na

    perspectiva do conhecimento; pedaggica, decorrente de sua relao com a aprendizagem,

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    prtica que se torna mediao necessria e eficaz para o processo de ensino-aprendizagem;

    extensionista, que pretende uma dimenso social.

    Aliado pesquisa, ao ensino e extenso, outro vis tambm se destaca em relao ao

    processo de ensino e de aprendizagem, ou seja, as tendncias pedaggicas. O tipo predominante

    de corrente pedaggica escolhida como ao didtica do professor possui um papel fundamental

    no desenvolvimento e na formao do aluno que, desde a sua infncia, sofre influncia direta da

    estruturao e das estratgias de ensino preferencialmente adotadas. De forma resumida, so

    apresentados alguns pontos que podem caracterizar cada abordagem de ensino, seus elementos e

    possibilidades.

    CORRENTES

    ELEMENTOS

    TRADICIONAL NOVA TECNICISTA LIBERTADORA

    Objetivo Conhecimento

    da verdade

    universal.

    Modelo ideal,

    funcionamento

    pleno.

    Responder aos

    objetivos da

    educao e da

    sociedade.

    Transformao do

    modelo homem-

    mundo.

    Viso de

    Mundo

    Conhecimento

    acumulado ao

    longo dos anos.

    Reconstituio

    do mundo

    externo em si

    prprio.

    A realidade

    dotada de leis

    prprias.

    Aproximao da

    realidade, o

    homem como

    construtor do

    mundo percebido.

    Viso de

    Homem

    Homem ideal,

    tbula rasa.

    Liberdade,

    iniciativa,

    autonomia e

    interesses.

    O homem

    consequncia

    do meio

    ambiente.

    Mundo passvel

    mudana.

    Ensino-

    aprendizagem

    O Quantum se

    aprendia.

    O ensino est

    centrado na

    pessoa.

    Aprender

    modificar o

    comportamento.

    Conscincia do

    real.

    Conhecimento Contedos

    externos.

    Construdo a

    partir da

    experincia.

    Indutivo, o

    resultado direto

    da experincia.

    Subjetividade-

    objetividade.

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    CORRENTES

    ELEMENTOS

    TRADICIONAL NOVA TECNICISTA LIBERTADORA

    Metodologia O professor o

    expositor e o

    aluno receptor.

    O professor

    desenvolve uma

    metodologia

    prpria e o aluno

    tem autonomia

    para crtica e

    aperfeioamento.

    nfase nas

    condies

    ambientais, na

    avaliao

    somativa e no

    controle.

    Inter-relao entre

    mtodo, teoria e

    prtica.

    Avaliao Certificao da

    exatido da

    reproduo dos

    contedos

    repassados.

    Autoavaliao. Ligada

    diretamente ao

    objetivo geral e

    aos especficos.

    Autoavaliao

    e/ou avaliao

    mtua.

    Relao

    Professor-

    aluno

    O professor o

    detentor do saber

    e o aluno

    passivo ao

    professor.

    O professor cria

    condies para

    que o aluno

    aprenda onde

    possa intervir.

    Professor e

    aluno com o

    mesmo papel: o

    de planejar,

    arranjar,

    ordenar e

    controlar os

    meios.

    Aprendizagem

    mtua.

    Enfim, tendo a educao nos centros de ensino superior como ncleo a construo do

    conhecimento, deve-se impor uma prtica pedaggica condizente com essa funo, apta a

    superar a pedagogia do ensino universitrio tradicional, apoiada na transmisso mecnica de

    informaes. O ensino-aprendizagem nas IES deve se constituir como uma mediao para a

    formao, o que implica muito mais do que apenas repassar informaes prontas e acabadas.

    No se trata de se apropriar e armazenar produtos, mas de apreender processos. Ou seja: o que

    conta no a capacidade de memorizar milhares de dados, fatos e noes, mas a capacidade de

    entender, refletir e analisar essas informaes, transformando-as em conhecimento.

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    3. LEI N 5.540/68 E AS IES

    Para se entender a atual situao do ensino brasileiro em nvel universitrio,

    necessrio um revisitar a lei n 5.540/68. Em seu artigo 1, a lei determina que: O ensino

    superior tem por objetivo a pesquisa, o desenvolvimento das cincias, letras e artes e a formao

    de profissionais de nvel universitrio.

    Lendo atentamente o artigo, percebemos que trs elementos so importantes:

    a) Pesquisa: A lei acrescenta, no artigo 2, que o ensino superior indissocivel da

    pesquisa. Percebemos, tambm a partir dessa lei, como a pesquisa um elemento complementar

    aos contedos programticos das disciplinas universitrias, alm da necessidade de continuidade

    da pesquisa para alm do curso.

    b) Desenvolvimento das cincias, letras e artes: Esse desenvolvimento s acontecer

    se os cursos deixaram de ser apenas transmisso de conhecimento j adquiridos.

    c) Formao de profissionais de nvel universitrio: o profissional deve receber, no

    curso de nvel superior, a formao tcnico-cientfica que o habilite a desempenhar sua atividade

    com eficincia e segurana.

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    UNIDADE II EDUCAO A DISTNCIA:

    POSSIBILIDADES PEDAGGICAS PARA AS IES

    Pensar em Educao a Distncia (EAD), na atualidade, exige por parte do educador

    repensar prticas pedaggicas, mtodos e estratgias para o ensino-aprendizagem nas Instituies

    de Ensino Superior. Um conceito mais amplo de EAD nos remete a qualquer modalidade de

    transmisso e/ou construo de conhecimento sem a presena simultnea dos agentes

    envolvidos. Entretanto, o Ensino a Distncia pode tambm se referir s modalidades de ensino,

    cuja aprendizagem no mais estivesse atrelada presena fsica dos alunos nas chamadas

    escolas, atendendo necessidade de uma parcela da populao que, por motivos diferentes, no

    podem frequentar esses estabelecimentos, regularmente. Foram criados, ento, sistema de ensino

    a distncia utilizando-se veculos de comunicao diversos, a exemplo do correio, do rdio e da

    televiso.

    No entanto, essa primeira investida nos cursos EAD, como, por exemplo, os oferecidos

    pelo Instituo Universal Brasileiro, em 1956, projeto Minerva, em 1970, Telecurso 2 Grau, em

    1978, Telecurso 2000, em 1995, e TV Escola, em 1996 apresentava um grande problema: a falta

    de interatividade do processo de aprendizagem, devido dificuldade dos alunos trocarem

    experincias e dvidas, com professores e colegas, o que desestimulava e empobrecia todo o

    processo educacional. Essa dificuldade, associada a outras de teor poltico-cultural e

    socioeconmico, acabavam por limitar o sucesso desses empreendimentos que, mesmo assim,

    continuaram a existir.

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    Com o avano e difuso das Tecnologias de Informao e Comunicao (TIC) em rede

    essa situao comeou a ser transformada, pois agora as possibilidades de acesso a informaes e

    conhecimentos sistematizados, assim como a interao entre diferentes sujeitos educacionais,

    ampliaram-se significativamente.

    Nesse novo cenrio, o conceito de EAD passa a ser ampliado, sendo agora um novo

    espao de ensino-aprendizagem, possibilitado pela mediao dos suportes tecnolgicos digitais e

    de rede, esteja esta inserida em sistemas de ensino presenciais, mistos ou completamente

    distncia.

    importante perceber que essa abordagem da EAD diferencia-se da apresentada no

    Decreto 2494 de 10/02/1998 da legislao educacional brasileira que compreende esta

    possibilidade pedaggica como:

    Uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediao de recursos

    didticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de

    informao, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios

    de comunicao. (DECRETO 2494 / 98).

    Essa diferena torna-se relevante salientar visto que a EAD no mais concebida a

    partir da nfase no autodidatismo, mas sim na construo coletiva do conhecimento, mediada

    pelas tecnologias de rede.

    Outro ponto a se destacar em relao ao sistema EAD atual diz respeito interatividade.

    Partindo do conceito de sujeito interativo de Vygotsky, temos a transformao do objeto de

    conhecimento pelo sujeito que tambm totalmente transformado pelo objeto, numa relao de

    total imbricamento. Assim, o sujeito ao mesmo tempo autor e ator dos processos de construo

    de conhecimento, num fenmeno que se estabelece a partir de dimenses ao mesmo tempo

    objetivas e subjetivas.

    Assim, frente aos avanos das tecnologias digitais e das redes telemticas de

    comunicao, a EAD pode apresentar novas formas de interatividade, oferecidas principalmente

    pelas tecnologias do tipo sncrono que disponibilizam, em tempo real, o acesso a contedos e

    formas comunicacionais, que podem ser transformadas e modificadas constantemente, como

    exemplo, os chats, sistema de mensagens, videoconferncias, etc. Dessa forma, a interatividade

    compreendida como a possibilidade de o usurio participar ativamente da construo do

    conhecimento, inferindo no processo com aes, reaes, intervindo, tornando-se receptor e

    emissor de mensagens que ganhem dinamicidade.

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    1. PAPEL DO PROFESSOR FRENTE S TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

    Nesse contexto de tecnologias educacionais, o papel

    do professor tambm deve ser redimensionado, pois agora o

    papel do docente repassador de informaes prontas e

    acabadas deixa de existir e d lugar a um agente organizador,

    dinamizador e orientador da construo do conhecimento por

    parte do aluno e de sua prpria autoaprendizagem contnua.

    Ou seja: o papel do professor no seria a de passar contedos

    que s ele sabe, mas a de orientar o processo de construo

    de conhecimento pelo aluno, apontando-lhe a necessidade de uma atitude crtica e ativa em

    relao ao mundo de informaes a que submetido diariamente. Nessa esfera, cabe ao

    professor levar o aluno a compreender que, com as informaes recebidas, ele pode construir

    conhecimento.

    O professor necessita trabalhar em um contexto criativo, aberto, dinmico, complexo.

    Em lugar da adoo de programas fechados, ele deve passar a trabalhar com estratgias, isto ,

    com cenrios de ao que podem modificar-se em funo das informaes, dos acontecimentos,

    dos imprevistos que sobrevenham no curso da ao.

    Isso implica, conforme destaca Morin (1996), trabalhar com o princpio da incerteza e,

    assim, na relao professor-aluno-conhecimento deve estar presente a interatividade, no como

    consequncia da presena das novas tecnologias, mas como foco, como uma caracterstica, um

    requisito para a construo do conhecimento.

    2. TECNOLOGIAS DA INFORMAO E COMUNICAO E OS CURSOS EAD

    As Tecnologias da Informao e Comunicao (TIC) provocaram uma revoluo no

    somente no campo da educao, mas tambm influenciaram todo o estilo de vida da sociedade

    do final do sculo XX. A caracterstica principal que impulsionou sua aplicao na EAD foi a

    possibilidade de manter, de forma fcil e rpida, a interao professor-aluno, mediao essa que

    pode ser feita por diversos mtodos que se utilizam das abordagens sncronas e assncronas.

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    As abordagens sncronas referem-se quelas em que professor e aluno devem estar

    utilizando o meio ao mesmo tempo. Nas assncronas a interao pode se dar independente da

    presena de ambos, podendo ser realizada em momentos distintos.

    Nas abordagens sncronas uma das vantagens a possibilidade de interao em tempo

    real, no sendo necessrio esperar para obter respostas ou realizar discusses. Como exemplos,

    temos os chats, as videoconferncias, etc. Como no modelo assncrono no h necessidade da

    presena dos atores do processo ensino-aprendizagem ao mesmo tempo, torna-se mais flexvel a

    interao entre eles. A possibilidade de o aluno enviar suas dvidas a qualquer momento e o

    professor poder respond-las posteriormente, estabelece uma dinmica importante para o

    desempenho dos alunos e os estimula a criarem questes bem elaboradas, colaborando para a

    sistematizao de suas dvidas e uma melhor organizao de seus questionamentos acerca do

    tema em estudo. Como exemplo de assncrono, podemos mencionar o correio eletrnico (email),

    os fruns de discusso, etc.

    No entanto, importante salientar que alguns pontos so de extrema importncia na

    interao entre professor-aluno no modelo assncrono:

    a) tempo de resposta: preciso que as questes e/ou consideraes enviadas pelo aluno

    sejam respondidas para que isso no sirva de desmotivao para o discente.

    b) sobrecarga do professor: importante que o professor realize um planejamento para

    que no haja perguntas de mais para serem respondidas, pois, se assim acontecer, ser incapaz de

    dar conta de todas as discusses.

    c) motivao do aluno: o aluno deve ser mantido sempre motivado e disposto a

    interagir com o professor e com outros colegas. Alm disso, ele precisa perceber que as suas

    contribuies nos chats, fruns etc., so importantes e necessrias para o crescimento do grupo

    como um todo.

    d) sistematizao de questes: deve ser uma preocupao constante dos envolvidos do

    curso, pois questes evasivas sero menos compreendidas pelo professor, interferindo no tempo

    de resposta, e podero no ter o resultado que o aluno espera, interferindo na sua motivao.

    e) sistematizao de respostas: importante o professor estar preparado para responder

    de forma clara e objetiva s dvidas dos alunos, pois disso depender a motivao do aluno.

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    Dentre as tecnologias mais utilizadas na atualidade em relao aos cursos EAD, temos a

    internet, sobre a qual falaremos a seguir.

    INTERNET

    A Internet liga computadores e telefones, sendo atualmente o meio de comunicao e

    difuso de informao que mais atrai a ateno educacional. Trata-se de uma rede de redes de

    computadores que permite que os usurios tenham acesso a base de dados no mundo todo. A

    Internet no significa apenas, entretanto, ter acesso a uma maior gama de informaes. Ela

    tambm propicia uma economia e agilidade de comunicao, pois ela oferece um tipo de

    comunicao muitos-a-muitos, oferecendo muitas maneiras de comunicao.

    Nos cursos EAD, a Internet deve ser apresentada como algo natural para a realizao das

    atividades. Esse instrumento apresenta diversas vantagens para a efetivao da EAD, dentre elas a

    possibilidade de rompimento de barreiras geogrficas de espao e temporais, permitindo ainda o

    compartilhamento de informaes em tempo real, o que apoia o estabelecimento de cooperao e

    comunicao entre grupo de indivduos. Alm disso, a internet disponibiliza os mecanismos de

    mediao sncrona e/ou assncrona, que so utilizados no processo da educao a distncia, sendo

    os mais disponibilizados o HTML, EMAIL, FRUM, CHAT, LISTA DE DISCUSSO,

    VIDEOCONFERNCIA, QUADRO ELETRNICO, sobre os quais falaremos a seguir.

    HTML:

    A HyperText Markup Language (HTML) uma linguagem criada para a manipulao e

    exibio de hipertextos disponveis em todos os servidores da Internet.

    A HTML se apresenta como um dos principais mecanismos de apoio a EAD na Internet,

    pois a sua utilizao permite a disponibilizao do material didtico necessrio para o

    desenvolvimento das aulas, criando apostilas online que podem ser utilizadas pelos alunos.

    E-MAIL

    O e-mail ou correio eletrnico um dos servios mais utilizados na Internet. Com ele,

    possvel enviar correspondncias em texto, ou com arquivos de quaisquer tipos anexados, para

    qualquer pessoa de forma assncrona.

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    Na EAD, o e-mail exerce papel muito importante, pois responsvel pela interface

    entre alunos-professores, alunos-alunos, professores-professores, englobando, assim, todos que

    esto envolvidos com o curso ou com a administrao do ambiente virtual.

    FRUM

    Os fruns so constitudos por discusses assncronas realizadas por meio de um quadro

    de mensagens, com diversos assuntos e temas sobre os quais o usurio pode emitir sua opinio,

    alm de poder argumentar sobre a opinio de outros respondentes, como tambm contra-

    argumentar, formando uma teia dinmica de debates.

    Esse tipo de comunicao pode ser classificado por assuntos e as mensagens

    relacionadas em ordem cronolgica, mantendo certa sequncia de discusso.

    Ao estabelecer uma gama variada de temas que podem ser acessadas a qualquer

    momento, os fruns se tornam uma ferramenta importante para o desenvolvimento da EAD.

    Nesse ambiente, alm de emitir opinio, o aluno pode utiliz-lo para esclarecimento de dvidas,

    mediante a leitura de textos previamente indicados pelos professores ou demais membro do

    grupo.

    O frum torna-se uma ferramenta muito rica para a construo colaborativa de

    conhecimento e, para que possa efetivar de forma proficiente essa funo, torna-se necessrio

    que o aluno seja motivado pelo professor a fazer uso dessa ferramenta.

    No entanto, preciso atentar-se para algumas caractersticas desse gnero emergente: as

    discusses que so postadas nos fruns devem ser claras, objetivas e, ao contra-argumentar outro

    debatedor, deve existir a cortesia na forma de escrita.

    Para dinamizar os fruns, o professor deve sempre atentar-se para incluir questes que

    possam ter mais de uma resposta ou tese, podendo tambm ser postados, pelo professor, duas

    alternativas que devem ser escolhidas pelo discente e, em seguida, comentar a razo pela qual fez

    a sua escolha. importante lembrar que a metodologia utilizada pelo professor ser fundamental

    para que se alcance sucesso na utilizao do frum EAD.

    Existem outros termos que so utilizados para se referir aos fruns de debates, tais

    como: quadros de avisos, discusses temticas, grupos de notcias, conferncias por computador

    e fruns eletrnicos.

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    CHAT

    Esse tipo de comunicao, muito

    conhecida como sala de bate-papo, outra

    ferramenta que pode ser aplicada a EAD,

    tendo como objetivo principal o

    estabelecimento de discusses sncronas

    por meio de texto, imagens, emoticons. Os

    participantes do chat, que podem ser

    identificado pelo nome ou pseudnimos,

    podem enviar e ler mensagens,

    estabelecendo uma discusso em grupo e,

    ainda, trocar mensagens de forma reservada ou particular.

    A partir desse tipo de conversa online, podemos perceber alguns objetivos

    educacionais para a EAD: esclarecimento de dvidas, discusses ou debates, formao de grupo

    de estudos etc. No entanto, importante que o aluno seja instrudo de que o chat trata-se de uma

    forma de interao educacional, para que a funo primordial desse expediente, dentro do curso

    de educao a distncia, no seja modificada com conversas pessoais.

    O professor, enquanto articulador dessa ferramenta, tambm deve ficar atento em

    relao aos alunos que pouco participam ou no utilizam a ferramenta em seu cotidiano de

    estudo e instig-los a se expressar atravs dessa ferramenta, mas sem que isso parea uma

    obrigatoriedade. preciso, ainda, que o professor esteja atento aos desvios das discusses,

    emitindo consideraes que levem o grupo a retomar o objetivo pretendido.

    Os sistemas de chats utilizados pelos cursos EAD apresentam vrias alternativas de

    interface visando minimizar a sensao de distncia e impessoalidade destes sistemas. Assim,

    pode-se utilizar como imagem identificadora dos participantes da interao fotos, imagens

    escolhidas pelos participantes que possam simbolizar alguma identidade, personagens de

    histrias etc, alm de os interlocutores poderem exprimir emoes a partir dos emoticons, tipo de

    escrita (se escreve tudo em maisculo o usurio pode estar gritando ou chamando a ateno),

    sinais de pontuao, cores e tamanho de letra, entre outros recursos visuais e auditivos.

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    LISTA DE DISCUSSO

    As listas de discusses so muito interessantes para os cursos de educao a distncia,

    pois possibilitam o envio de correspondncias eletrnicas a um nico endereo, sendo repassadas a

    um grupo de endereos previamente cadastrados em um Servidor de Listas. Dessa forma, reduz-se

    sensivelmente o esforo no envio de mensagens para o grupo e possibilita que qualquer membro

    do grupo possa enviar dvidas ou comentrios que deseja compartilhar com todos os integrantes.

    Esse tipo de comunicao apresenta listas que podem ser livres ou moderadas, isto , as

    mensagens enviadas podem estar sujeitas aprovao de uma pessoa, chamada moderador, que

    ir decidir se o contedo da mensagem deve ou no ser repassado para o grupo, evitando que

    circule na lista informaes que no dizem respeito a seus objetivos, fazendo com que os

    usurios tenham suas caixas de mensagens lotadas com grande nmero de correspondncias,

    causando-lhe transtorno no recebimento e tempo de leitura de tais mensagens.

    No entanto, a moderao acaba se tornando um trabalho extra para o professor, que

    pode preferir uma alternativa mais simples, deixando a lista sem restries, mas estabelecendo

    normas de conduta na utilizao da lista.

    VIDEOCONFERNCIA

    A Videoconferncia constitui-se em um conjunto de

    facilidades de telecomunicaes que permite aos participantes,

    em duas ou mais localidades distintas, estabelecer comunicao

    bidirecional mediante dispositivos eletrnicos de comunicao,

    enquanto compartilham, simultaneamente, seus espaos

    acsticos e visuais, tendo a impresso de estarem todos em um

    nico lugar.

    Esse tipo de ferramenta considerado um dos melhores meios de comunicao de

    abordagem sncrona, pois possibilita o uso de imagem e som em tempo real e possibilita explorar

    a linguagem corporal. No entanto, esse sistema ainda no pode se tornar uma realidade popular

    devido ao alto custo de equipamentos e falta de uma infraestrutura de telecomunicaes

    adequada.

    Esta tecnologia pode ser oferecida por meio de salas de videoconferncia ou por meio

    do computador, cujas conexes podem ou no ser realizadas pela Internet. Essas salas so

    formadas por auditrios equipados com TVs, cmera de vdeo e consoles de controle. As

    solues por computador so compostas por modem, placa processadora de som e imagem, uma

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    pequena cmara e um microfone, alm do software para videoconferncia, o que se forma uma

    soluo mais barata e acessvel, mas com outras limitaes, principalmente, devido falta de

    qualidade de muitas conexes de banda larga.

    As videoconferncias apresentam como pontos positivos a ampliao da interao entre

    os participantes do curso, o aluno tende a sentir-se mais motivado, amplia a capacidade de

    comunicao do grupo, gera economia de recursos e de tempo, evitando o deslocamento fsico

    das pessoas que integram a equipe, tem a possibilidade de ser mais um recurso de pesquisa, pois

    a reunio pode ser gravada e assistida posteriormente e o compartilhamento de informaes entre

    pessoas de diversas localidades.

    Alm disso, esse tipo de ferramenta traz uma certa pessoalidade a relaes no curso

    EAD, pois permite estabelecer um contato visual entre os alunos e professores, deixando esses se

    serem um mero referencial simblico que faz contato por meio eletrnico.

    No entanto, sabido que em relao s videoconferncias existem tambm limitaes

    tecnolgicas e estruturais para seu bom funcionamento, principalmente em relao aos

    provedores de acesso Internet que temos disponveis na atualidade.

    QUADRO ELETRNICO

    Essa ferramenta uma verso

    eletrnica de um quadro branco tradicional, que

    pode ser apagado. Ela permite que os alunos de

    uma sala de aula virtual vejam o que o professor

    est escrevendo ou desenhando. Normalmente,

    essa tcnica combinada a outros tipos de

    interaes sncronas, como o chat de texto. As

    ilustraes criadas nos quadros eletrnicos

    podem ser salvas e postadas em quadros.

    O uso compartilhado de um aplicativo, como uma planilha eletrnica ou uma

    apresentao em PowerPoint, permite que os participantes adquiram e compartilham

    informaes em tempo real (sncrono).

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    3. AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM

    Um ambiente virtual um espao de significao onde seres humanos e objetos tcnicos

    interagem, potencializando, assim, a construo de conhecimentos, isto , de aprendizagem, que

    podem acontecer tanto atravs da utilizao das novas tecnologias da informao e comunicao

    como em outros locais.

    No entanto, as novas tecnologias digitais da informao e comunicao (Internet, TV,

    Vdeo, entre outras) se caracterizam pela sua nova forma de materializao. As informaes que

    vinham circulando em diferentes pocas atravs de diversos portadores (madeira, papiro, papel)

    continuam, na atualidade, em processo de circulao atravs dos bits, cdigos digitais universais,

    o que gerou a revoluo digital.

    Agora, com a informao digitalizada, ela se reproduz, modifica, circula e se atualiza

    em diferentes interfaces: sons, imagens, grficos, textos, entre outros. Dessa forma, a informao

    se constitui no principal elemento de nossa organizao social moderna, difundidas no

    ciberespao.

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    3.1 CIBERCULTURA OU CULTURAL DIGITAL

    A cibercultura, cultura ciberntica ou cultura digital caracteriza um conceito emergente

    da ps-modernidade, que nasce da perspectiva do impacto das novas tecnologias e da conexo

    em rede na sociedade. Essa cultura promove uma recombinao da cincia com as artes,

    utilizando-se da metalinguagem digital e da capacidade de remontar arquivos para exprimir a

    produo simblica de um determinado grupo social, mas que atinge a todos que esto

    conectados rede. O barateamento do computador pessoal e do telefone celular, aliado rpida

    evoluo das aplicaes em software livre e dos servios gratuitos na rede, promoveu uma

    radical democratizao no acesso a novos meios de produo e de acesso ao conhecimento.

    3.2 O CIBERESPAO

    De acordo com Kenway (2001), o ciberespao um

    lugar sem cara de lugar e sem espao, pois no h em seu

    interior fronteiras ou corpos, apenas textos e imagens e sons feitos

    de bits e bytes; um espao transnacional, um lugar que no tem

    os aspectos de espao, sem fronteiras, representando um lugar de

    peregrinao, de andarilho. Este espao oferece novas relaes

    entre produtores e consumidores de conhecimentos, pois

    permitem aos sujeitos serem no apenas consumidores ativos ou

    passivos dos produtos de informao e da cultura global, mas agentes de seus prprios produtos

    culturais e tambm distribuidores desses elementos.

    Percebe-se, assim, que o ciberespao no surge apenas por conta da digitalizao,

    evoluo da informtica e suas interfaces, mas da interconexo de computadores, da

    disseminao de produtos culturais.

    Portanto, a Internet e o ciberespao oferecem novas relaes entre produtores e

    consumidores de textos culturais, novas e diferentes formas de relacionamento, novas

    identidades culturais e sociais e novas formas de desenvolver e armazenar conhecimento,

    indicando, assim, novas possibilidades para as pedagogias transformacionais.

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    3.3 AS TIC COMO ESPAO DE APRENDIZAGEM

    inegvel que vivemos uma poca com muitas transformaes. Desde a dcada de

    1970 experimentamos um mundo caracterizado por um meio tcnico-cientfico-informacional,

    que se distingue dos perodos anteriores da histria em virtude da profunda interao da cincia

    com a tcnica. Nesse cenrio, a informao assume papel essencial nos processos de produo,

    no s de mercadorias, mas tambm na organizao do espao, exigindo que o territrio seja

    cada vez mais equipado com objetos tcnicos que facilitem sua circulao em redes. Antenas,

    cabos submarinos e satlites so alguns destes objetos que marcam cada vez mais a paisagem ao

    darem origem a redes de comunicao eletrnicas.

    Conforme asseguram Malaguti e Nunes (2009), neste contexto de interao entre

    tcnica e cincia, a implantao das redes de telecomunicaes em alguns pases por meio da

    aproximao entre setores da comunidade acadmica e governos deu origem s National

    Research and Education Networks NRENs (Redes Nacionais de Ensino e Pesquisa). Tendo

    como principal objetivo a integrao das comunidades acadmicas dentro e fora dos seus

    respectivos territrios nacionais, as NRENs foram implementadas por meio de modelos e

    arranjos institucionais que variaram de acordo com cada pas, como a Advanced Research

    Projects Agency Network ARPANET, nos Estados Unidos, que a histria registra como o

    embrio do que popularmente chamamos de internet.

    No Brasil, as primeiras conexes s redes globais de computadores foram estabelecidas em

    1988 com a ativao de um enlace de comunicao do Laboratrio Nacional de Computao

    Cientfica (LNCC), no Rio de Janeiro, com a Universidade de Maryland (EUA), por meio da rede

    BITNET (sigla de Because Its Time Network, uma das primeiras redes de conexo em grande

    escala), assim como a conexo da Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo

    (FAPESP) com o Fermi National Laboratory (Fermilab) de Chicago (EUA).

    No ano seguinte, em 1989, o Ministrio da Cincia e Tecnologia (MCT) deu incio

    implementao da NREN brasileira lanando, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento

    Cientfico e Tecnolgico (CNPq), o projeto Rede Nacional de Pesquisa (RNP).

    Dez anos depois da criao do projeto RNP, em 1999, o Ministrio da Educao

    (MEC), por meio da instituio do Programa Interministerial de Implantao e Manuteno da

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    RNP, passa a compartilhar os custos da rede com o MCT. Em 2002, a RNP deixa de ser um

    projeto e qualificada como Organizao Social (OS), responsvel pela prestao de um servio

    de interesse pblico.

    No entanto, a Internet no pode ser considera hoje apenas como equipamentos,

    ferramenta de comunicao ou apoio utilitrio, mas so meios potenciais de transformao de

    prticas pedaggicas, fato esse que nos leva a pensar na concepo de educao e tambm na

    importncia do investimento na formao do professor para o desenvolvimento do trabalho com

    as TIC, principalmente a Internet, tornando-as como instrumentos de aprendizagem.

    A implementao das TIC no sistema educacional, principalmente a conexo de

    computadores Internet, pode tornar o processo de ensino-aprendizagem algo sintonizado com a

    vida contempornea, proporcionando para o aluno a escolha dos prprios caminhos para ter

    acesso informao. As TIC potencializam a difuso dessas informaes, que seriam os ns na

    rede, formando assim uma teia, onde os conhecimentos so permanentemente (re)construdos a

    partir das interrelaes entre os sujeitos que esto ligados mquina. Ou seja: o uso dessas

    tecnologias na educao busca no apenas transmitir a informao, mas tornar o ambiente mais

    interativo e propcio construo de aprendizagens, a partir da conexo entre professor-aluno,

    aluno-aluno.

    No entanto, em um programa de educao a distncia, os estudos so feitos, na maior

    parte do tempo, individualmente, sem a presena de colegas e professores. Essa autonomia de

    construo de conhecimento uma das principais caractersticas dessa modalidade de estudo.

    So, portanto, bastante diferentes das experincias de cursos presenciais, nos quais o aluno conta

    com a mediao constante de um professor. Em um curso a distncia, os materiais e o sistema de

    apoio tutorial cumprem essa funo de mediar a aprendizagem, requerendo um papel mais ativo

    e participante do cursista. Essa situao individual tem a vantagem de permitir ao aluno definir

    quando vai estudar, onde e quanto tempo vai dedicar a essa tarefa, ou seja, oferece condies de

    trabalho bem flexveis. Porm, para que essa vantagem potencial no resulte numa prtica em

    desvantagem, muito importante que o discente esteja ciente da necessidade de planejar

    cuidadosamente o tempo que vai dedicar ao estudo e as condies em que ele vai acontecer.

    Nesse contexto, planejar o estudo quer dizer organizar com alguns dias de antecedncia as suas

    sesses de estudo, a que horas, onde e durante quanto tempo vai estudar. Alm disso,

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    necessria a participao em ambientes virtuais de aprendizagens, para a troca de interao

    aluno-aluno e aluno-professor.

    3.3.1 Formao do Professor para o uso das TIC

    No atual contexto de sociedade tecnolgica, o papel do

    professor vem mudando, apesar de esse processo de

    transformao ainda no ser percebido por diversas instituies

    acadmicas. Na atualidade, o professor no necessita absorver

    mais um universo e transmiti-las para seus alunos, pois elas esto

    sendo disponibilizada por diversos meios de comunicao e

    tecnolgicos, de forma atualizada.

    As escolas pblicas comeam a ser informatizadas na dcada de 70, a partir da criao da

    Secretaria Especial de Informtica (SEI). A educao foi a rea escolhida como aquela que

    deveria receber, com prioridade, recursos tecnolgicos e a implementao de uma poltica

    especial de informatizao, visando profissionalizao dos alunos para integrarem o quadro de

    trabalho das empresas estrangeiras que, nessa poca, comeavam a se difundir no pas.

    No entanto, o trabalho com as TIC na educao no pode (nem deve) se resumir a

    transmisso de contedos de informtica ou treinamento ou treinamento de programas

    educacionais, visando a fins utilitrios, pois na verdade essas ferramentas devem estar dentro de

    uma proposta pedaggica. Isso significa que o professor, na verdade, ser mais do que um

    multiplicador de conhecimentos sobre tecnologias; ele precisa ser um agente mediador, produtor

    de ideias e informaes para interagir com os elementos tecnolgicos (TV, celular, vdeo,

    computador, filmadora, entre outros), de forma a proporcionar a construo de conhecimentos.

    Para que essa interao entre tecnologia-professor-conhecimento ocorra, necessria

    uma formao continuada, uma reflexo constante sobre as potencialidades que os recursos

    tecnolgicos podem promover em relao aprendizagem dos alunos e a troca de

    conhecimentos. A escola, entretanto, precisa se tornar um espao de formao e reconstruo e,

    para isso acontecer de forma proficiente, importante que a proposta pedaggica e prticas

    docentes indisciplinares proporcionem a implantao de redes de formao continuada,

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    possibilitando ao professor a construo de projetos coletivos, a reflexo sobre sua prtica

    pedaggica, buscando a implementao das TIC como ferramenta de um fazer pedaggico.

    Mas para essa formao se efetivar, o professor tambm deve exercer outro papel: o de

    pesquisador que, junto com os alunos, busquem outras formas de aprendizagem, considerando a

    reflexo, a crtica, a interao e a construo coletiva.

    O professor precisa estar aberto para atuar com essa tecnologia no sentido de formar o

    cidado atuante na sociedade. Para se construir esse novo cidado, preciso o uso consciente e

    relevante das tecnologias e o desenvolvimento de prticas no lineares, mas, sim, estrutura de

    forma hipertextual: uma educao interativa, em que as comunicaes entre professor e aluno

    acontecem de forma bidirecional, no apenas centrada na transmisso de informao por um

    nico agente emissor: o professor.

    Assim, ao pensar nessa forma de comunicao, o professor redimensiona a sala de aula,

    tornando o aluno autor e coautor de seus textos e de suas enunciaes discursivas.

    Os novos espaos de aprendizagem via Internet potencializam novas formas de ensinar e

    de aprender no mais em uma estrutura vertical, mas em uma estrutura horizontal em rede, onde

    cada n ao mesmo tempo centro e no-centro, de acordo como as relaes de interao

    acontecem no espao tecnolgico.

    Outra percepo nessa esfera relevante: a sala de aula no ciberespao e a sala de aula

    presencial no so opostas: elas, apenas, ocupam tempo e espao diferenciados. Isso quer dizer

    que dar aulas no espao virtual no significa uma simples transposio das aulas presenciais.

    Assim, preciso pensar, nesse espao ciberntico, em novas formas de materializao do ensino

    e da aprendizagem, o que pode favorecer novas formas interativas e viabilizar novas formas de

    aprendizagem.

    3.4 MOODLE

    A plataforma ou Software Livre Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning

    Environment) um ambiente de aprendizagem a distncia que foi desenvolvido pelo australiano

    Martin Dougiamas em 1999. Esse ambiente utilizado por diversas instituies, possuindo uma

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    grande comunidade cujos membros esto em discusses sobre estratgias pedaggicas de

    utilizao do ambiente e suas interfaces.

    O Moodle dispe de um conjunto de ferramentas que podem ser selecionadas pelo

    professor de acordo com seus objetivos pedaggicos. Dessa forma, a depender do curso ser

    escolhida a estratgia de comunicao, que pode ser atravs de fruns, dirios, chats,

    questionrios, textos wiki (textos construdos coletivamente e publicados em enciclopdias

    virtuais, a exemplo da Wikipdia), publicar materiais de quaisquer tipos de arquivos, dentre

    outras funcionalidades.

    Esse ambiente virtual permite que seja oferecido ao aluno de forma mais flexibilizada,

    os contedos a serem estudados no curso, bem como uma maior interao entre professor-aluno,

    aluno-aluno. Isto : o professor, alm de poder definir a sua disposio na interface, poder

    utilizar metforas que imputem a estas ferramentas diferentes perspectivas, que apesar de

    utilizarem a mesma funcionalidade, se tornem espaos didticos nicos.

    Dessa forma, diversos recursos interacionais podem ser utilizados como elementos

    didticos. Assim, Chat pode ser utilizado como um espao para discusso de conceitos

    relacionados a um tema, como pode ser chamado de Ponto de Encontro e ser utilizado para

    estimular o estabelecimento de vnculos entre os participantes do curso ou comunidade. A

    utilizao de outras ferramentas conversacionais deve surgir a partir do momento em que o

    professor percebe a necessidade de incluso de outros elementos, da abertura de novos espaos

    dialgicos e inicia uma reflexo sobre a possvel interveno que deve fazer para o processo de

    ensino-aprendizagem do discente.

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    Da mesma forma podemos criar metforas para outras ferramentas como o frum, que

    pode se tornar um portflio, um repositrio de atividades, um relatrio de atividades de campo,

    alm de um espao para discusso de conceitos. Ao mesmo tempo, um glossrio pode ser usado

    com um dicionrio, uma FAQ, um pequeno manual, dentre outras alternativas.

    No entanto, quando o professor utiliza uma dessas aes para propor atividades no h a

    excluso de outra, pois elas podem ser inseridas ao mesmo tempo no mesmo curso quantas vezes

    e quando o professor achar necessrio. Nessa perspectiva, concebe-se o ambiente virtual como

    mais do que um simples espao de publicao de materiais, mas como um local onde o professor

    perceba a interao e a comunicao que cada contexto educacional pode apresentar em

    diferentes momentos e situaes.

    O Moodle dotado de uma interface simples, seguindo uma linha de portal. As pginas

    dos cursos so divididas colunas que podem ser personalizadas pelo professor, inserindo

    elementos em formato de caixas como Calendrio, Usurios Online, Lista de Atividades, dentre

    outros. Estas caixas so dispostas nas colunas direita e esquerda da tela podendo ser

    deslocadas de um lado para o outro pelo professor.

    Na parte central do ambiente virtual, encontramos um conjunto informaes, dados,

    figuras que podem representar a sequncia de aulas por meio de uma lista de tpicos numerados

    ou datados ou por grupo de contedo, reas afins, etc. Por exemplo, poderia criar uma rea de

    Convivncia, para o registro de notcias relacionadas ao curso, um bate papo livre e um frum

    para discusso geral, uma rea de Contedo, para inserir os textos, imagens e apresentaes

    relativos temtica em foco, uma rea de Atividades, para orientar as atividades a serem

    UFOB-LAPARealce

    UFOB-LAPARealce

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    realizadas e/ou entregues ao professor e, finalmente, uma rea de Interaes, para dispor os

    mecanismos de interaes que o professor achar conveniente para realizar a mediao

    pedaggica do curso.

    Os fruns so ferramentas importantes ferramentas no Moodle e geralmente so

    utilizados com diversas perspectivas pedaggicas, devido ao seu formato ser bem aceito pelos

    discentes, pois alm de apresentar o encadeamento das discusses, identifica os autores das

    mensagens por meio de foto e nominalizao, includos pelo usurio do ambiente virtual. Isto

    gera um maior sentimento de vnculo entre os alunos, j que personalizam a mensagem,

    diminuindo a sensao de estar conversando com a mquina.

    3.5 REDES E INTERNET

    Etimologicamente, a palavra rede tem como significado um emaranhado de coisas que

    se ligam umas a outras. Uma rede de computadores formada por dois ou mais equipamentos

    conectados entre si, que podem compartilhar textos, programas, entre diversos recursos da

    informtica.

    Existem redes locais, chamadas de LAN (Local Area Network), que servem para ligar

    computadores prximos um aos outros. A ideia de uma rede que pudesse conectar um

    computador ao outro surgiu na dcada de 50. Nessa poca, os computadores s conseguiam

    desempenhar uma tarefa por vez e os programadores no podiam trabalhar diretamente no

  • Este mdulo dever ser utilizado apenas como base para estudos. Os crditos da autoria dos contedos aqui apresentados so dados aos seus respectivos autores. 29

    computador, pois esse no apresentava uma velocidade compatvel com programaes, mas, sim,

    trabalhavam manualmente.

    Assim, nessa dcada, comearam as experincias para ver se era possvel os

    programadores trabalharem ao mesmo tempo no mesmo computador, introduzindo, assim, uma

    LAN, que seria a base para a rede Internet.

    A Internet formada por milhares de computadores ligados entre si. Para que possa

    existir uma comunicao entre eles, necessria uma conexo e, para isso, precisa-se de um

    provedor de acesso. Provedores so empresas que garantem o acesso de um computador

    Internet. A conexo entre um computador e o restante da rede pode ser feita por uma linha de

    telefone, ondas de rdio, cabos, entre outros.

    O navegador um software que permite ao usurio conseguir informaes na Internet.

    A criao do navegador mudou a histria da Internet. Em 1970, a palavra Internet no existia. A

    primeira rede chamava-se arpanet e no incio reunia apenas quatro universidades americanas. No

    entanto, essa rede criou as bases para o que conhecemos hoje como Internet, nome esse que s

    comeou a ser usado na dcada de 80. Mas navegar por essa rede nessa poca ainda era difcil e

    trabalhoso e, para resolver essa problemtica, o engenheiro britnico Timothy John Lee,

    organizou as informaes contidas na Internet, atravs da criao do web que, do ingls, significa

    teia.

    As pginas da Internet se ligam uma a outras atravs de links, que so o ponto de

    conexo entre uma pgina e outra. O link pode ser uma palavra destacada em uma cor diferente,

    pode ser um desenho, uma foto ou qualquer outro elemento de uma pgina web.

    A web uma rede infinita de sites e mais sites sobre todos os assuntos, onde o usurio

    navega. O primeiro navegador da histria da Internet foi criado por Timothy Berners Lee,

    sendo esse aperfeioado 1993, por Marc Andreessen, quando criou o mosaic. Hoje, existem

    vrios tipos de navegadores, que mantiveram a mesma essncia.

    Cada mquina conecta Internet tem um endereo nico, o IP, apesar de fazer parte de

    uma rede. O IP tem a funo de localizar um computador em uma rede.

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    UNIDADE III: LETRAMENTO E INCLUSO DIGITAL

    O letramento digital, conforme

    assegura Soares (2002), seria um estado ou

    condio dos sujeitos que se apropriam das

    novas tecnologias digitais e exercem, com

    autonomia, prticas de leitura e de escrita em

    telas, a exemplo dos computadores, aparelhos

    celulares, caixas eletrnicos etc. Sobre isso,

    Barton (1998 apud XAVIER, 2007, p. 4) diz

    que o letramento digital seria apenas um tipo de letramento, tendo em vista a existncia de outros

    letramentos, e no um novo paradigma de letramento imposto sociedade hodierna pela difuso

    das tecnologias da informao e comunicao. Para Barton (apud XAVIER, 2007), os modelos

    de letramento mudam porque so situados e histricos e acompanham a transformao de cada

    contexto tecnolgico, social, poltico, econmico, cultural em uma sociedade.

    Essa perspectiva de letramento considera a necessidade de os indivduos dominarem um

    conjunto de informaes e de habilidades cognitivas que devem fazer parte das prticas

    escolares, com o objetivo de capacitar os alunos para que possam desempenhar sua cidadania

    tecnolgica nesta sociedade, cada vez mais cercada por mquinas eletrnicas, digitais e por

    recursos imagticos.

    No se pode esquecer que o acelerado desenvolvimento das tecnologias da informao e

    comunicao deve tambm levar o professor a pensar nesse outro modo de escrita e de leitura,

    uma vez que a tela do computador, do aparelho celular, caixa eletrnico, mquina digital, vdeo-

    game torna-se novo portador textual (e de hipertextos), suscitando novos gneros, novos

    comportamentos sociais referentes s prticas de uso da linguagem oral e escrita, cobrando de

    toda a sociedade e por que no da escola? novos modelos de interpretao dos fenmenos da

    linguagem e as suas consequncias sociais.

    Nesse contexto de leitura e de escrita, fica evidente que o texto digital no apresenta, de

    certa forma, a linearidade presente no texto escrito e passou a utilizar unidades menores de textos

    organizados em links, hipertextos, imagens. Assim, percebe-se que muitos gneros textuais

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    emergentes (escritos veiculados nos meios digitais) obedecem a uma lgica definida, a depender

    de seu suporte e, ao ver de Nelson (1992 apud KOCH, 2008), a evidncia no apenas de um

    novo suporte de texto, mas de um novo modo de pensar e de exprimir a subjetividade.

    Assim, importante perceber que esses textos constituem-se em elementos abertos e

    mltiplos, caracterizado pelo princpio da no-linearidade, interatividade, multicentramento e

    virtualidade. Para Lvy (1996), o hipertexto desterritorializa o texto, deixando-o sem fronteiras

    ntidas, sem interioridade definvel. O texto, assim construdo, dinmico, est sempre por se

    fazer. Isto implica, conforme assegura Koch (2008), por parte do leitor, um trabalho contnuo de

    organizao, seleo, associao, contextualizao de informaes e, consequentemente, de

    expanso de um texto em outros textos, de um mosaico textual para se posicionar contra a

    originalidade radical de qualquer texto e para situar a experincia cultural comum no

    compartilhamento dos textos, pois sempre assumimos posio de sujeito individual

    (BAZERMAN, 2007). Ou seja: exige que o leitor esteja no centro da leitura e no apenas a sua

    margem; exige uma nova postura de leitor (e de escritor), a qual a escola, focada em um nico

    tipo de letramento, produzindo sentido e significados sobre seus saberes, ainda no consegue

    promover.

    Esses novos procedimentos de leitura e de escrita de textos devem tramitar na escola

    como elemento de integrao de linguagens e interao social entre o sujeito local e um sujeito

    global, pois todas as alunas e os alunos que fazem parte desta pesquisa evidenciam identidades

    mltiplas, saberes diversos, negociam identidades, linguagens, ocupam posies diferentes na

    enunciao de seu discurso, reconhecendo contextos e possibilidades comunicativas. E, por mais

    que a escola construa uma barreira em relao leitura e escrita de textos virtualizados, o

    mundo digital entra na vida daqueles que nunca tiveram acesso a esse conhecimento de forma

    sistematizada, sejam eles da periferia ou dos bairros centrais da cidade.

    Frade (2007, p. 60) define letramento digital como a apropriao de uma tecnologia,

    quanto ao exerccio efetivo das prticas de escrita que circulam no meio digital. Ribeiro (2007,

    p. 125) amplia um pouco mais esse conceito, acrescentando que letramento digital diz respeito

    maneira como os leitores / usurios se apropriariam dos novos suportes e dos novos recursos de

    apresentao para a escrita / leitura.

  • Este mdulo dever ser utilizado apenas como base para estudos. Os crditos da autoria dos contedos aqui apresentados so dados aos seus respectivos autores. 32

    A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB/ 96) aponta para a necessidade

    de uma alfabetizao digital em todos os nveis de ensino da Educao Bsica e do Ensino

    Superior. Ou seja: cabe escola o papel socializador do saber tecnolgico, pois assim ocorrendo,

    na viso de Santos (2009, p. 21), aconteceria o exerccio de democracia direta em grandes

    comunidades em situao de mudana e desterritorializao. No entanto, essa democratizao

    no se constituiria diretamente em autonomia do sujeito que utiliza esses recursos (WILLIAMS,

    1975, apud SANTOS, 2009), mas pode interferir na concepo identitria que os sujeitos

    possuem de si mesmos.

    Ribeiro (2007, p. 85) acredita que, com as tecnologias da comunicao e informao,

    principalmente a internet, a identidade de um povo deixa de ser algo unitrio e cede lugar para

    um sujeito coletivo que, aos poucos, interfere nas subjetividades e identidades. O sujeito o elo

    de uma teia de relaes, formando um ecossistema, no qual, sozinho, no ningum. No

    entanto, cabe educao, ao implementar o trabalho com as TIC em suas atividades cotidianas,

    considerar as identidades individuais e garantir o respeito diversidade, sem uma ideologia

    homogeneizadora (Ibidem, p. 85).

    Para Kenway (2001, p. 116),

    Educar os estudantes para o cambiante mundo do trabalho e para o papel das novas

    tecnologias deve constituir uma parte importante do currculo, mesmo que isso

    signifique conceder ateno a impopulares culturas extra-escolares.

    Nota-se, assim, que deve-se tornar papel da escola desenvolver habilidades que

    permitam que o estudante utilize os meios digitais de forma adequada s suas expectativas

    discursivas. Kenway (2001) vai um pouco mais alm. Para a autora, a competncia tecnolgica

    constitui o novo equipamento bsico dos educadores, pois, para ela, o computador tornar-se

    um instrumento indispensvel e uma faceta de todo e qualquer local da prtica humana (Ibidem,

    p. 117).

    Kleimam e Vieira (2006, p. 122) asseguram que debaixo do impacto tecnolgico, o

    sujeito desloca-se do local para o transnacional e, na luta desigual entre o local e o transnacional,

    o local preterido pela nova concepo de territrio. Em outras palavras,

    A capacidade de os sujeitos desvincularem-se do local para se ligarem ao global sob o

    efeito da velocidade com que lidam com as TIC, como a Internet, pode torn-los

    descompromissados de qualquer problema local, pois a qualquer momento ele pode se

    mover para outro lugar sempre que esse se torne inspito e pouco favorvel aos seus

    propsitos. (KLEIMAN; VIEIRA, 2006, p. 122-3)

  • Este mdulo dever ser utilizado apenas como base para estudos. Os crditos da autoria dos contedos aqui apresentados so dados aos seus respectivos autores. 33

    Dentro desse contexto, as instituies de ensino tm o papel de fazer emergir o cidado

    global com responsabilidades locais, favorecendo um intercmbio discursivo entre essas duas

    esferas. Assim, segundo Kleiman e Vieira (2006), torna-se papel do docente desmistificar a

    concepo de que ser local em um mundo globalizado sinal de privao e de degradao social,

    pois o letramento digital deve ser uma prtica que vise incluir digitalmente sujeitos margem

    das tecnologias e preservar a diferena e a diversidade.

    Kenway (2001) ainda destaca que as agncias escolares devem ensinar aos estudantes as

    habilidades de anlises semiticas, da anlise do discurso, da desconstruo, da contraleitura

    crtica e as tecnologias meios, por si s, multissemiticos podem servir de instrumentos para

    essas aprendizagens. A autora assegura que necessrio que os estudantes se movimentem

    entre o alfabetismo da escrita e outros alfabetismos, que utilizem uma gama de formas

    tecnolgicas de comunicao (Ibidem, p. 102). Mas para isso acontecer, segundo Deacon e

    Parker (2001, p. 149), necessria a mudana em direo produo de aprendizes ativos e

    auto-regulados, em vez de aprendizes controlados e passivos, exigir a reinveno das

    identidades e das subjetividades tanto de professores quanto de aprendizes, identidades essas

    que podem ser reveladas, preservadas e modificadas atravs do ciberespao.

    Ribeiro (2007, p. 93) destaca que a educao deve garantir o resgate da identidade e da

    autoestima do homem, convertendo-se num instrumento libertrio. E, para ele, a tecnologia

    pode ser um instrumento para essa potencializao, pois:

    O papel da escola ensinar a pensar, preparando o aluno para lidar com situaes

    novas, problematizando, discutindo e tomando decises. Sobretudo, cabe educao

    resgatar o homem de sua pequenez, ampliando os horizontes, buscando outras opes,

    tornando as pessoas mais sensveis e comunicativas (Ibidem, p. 94).

    Para realmente transformar as TIC como ferramenta que evidencie as identidades dos

    sujeitos, Teixeira e Santos (2009) acreditam ser necessrio redesenhar nas instituies

    acadmicas o trabalho com a questo da identidade cultural frente desterritorializao

    promovida pelas mdias digitais, traando, nesse percurso, as percepes sobre as hibridizaes

    dos cdigos culturais e suas possveis reconverses, tornando-se, assim, um vetor para a

    construo do desenvolvimento local.

    Na viso de Kleiman e Vieira (2006, p. 119),

  • Este mdulo dever ser utilizado apenas como base para estudos. Os crditos da autoria dos contedos aqui apresentados so dados aos seus respectivos autores. 34

    A escola tem papel central na realizao das mudanas necessrias s novas exigncias

    tecnolgicas. fundamental, em qualquer sociedade, que o indivduo aprenda nas

    instituies escolares a se defender, conscientemente e de modo crtico, das influncias

    nefastas ou no, que atuam por meio das novas prticas discursivas institudas pelo uso

    do computador.

    Assim, deve ser dentro da escola e no alheia a ela que discusses a respeito da

    constituio das identidades do sujeito no mundo mediado pelas tecnologias devem ocorrer, com

    o intuito de anular a falta de acesso a esses equipamentos, para que se possa partilhar

    democraticamente o poder das modernas tecnologias. Alm disso, debaixo do impacto

    tecnolgico, o sujeito desloca-se do local para o transnacional. Mas, conforme observam

    Kleiman e Veira (2006), o local no deve ser preterido pela nova noo de territrio que na

    verdade desterritorializada e sem fronteiras , pois as TIC permitem o desvelamento de

    identidades, mesmo essas, muitas vezes, sendo emancipadas. No entanto, as novas tecnologias

    no podem (nem devem) gerar sujeitos descompromissados de problemas locais em nome de um

    global. E a que, mais uma vez, entra a misso da escola: integrar o internauta aos elementos

    globais, sem, contudo, permitir a homogeneizao discursiva do sujeito virtual que, devido a

    essas conexes dirias e velozes, podem aparecer sem ligaes explcitas com o seu contexto

    cultural e social.

    Seguir essa concepo que permeia um intercmbio entre as atividades culturais e

    discursivas do local e do global faz com que os enunciados dos sujeitos se modifiquem e se

    expandam, pois todo e qualquer sujeito faz uso do discurso e como tal ser constitudo em

    qualquer circunstncia. O sujeito poder ser mltiplo, ou nico, mas nunca ser nulo, zero,

    apagado (KLEIMAN e VIEIRA, 2006, p. 129).

    Conforme Ribeiro (2007, p. 96), a servio da educao, as novas tecnologias devem

    servir como mediao pedaggica a partir de um projeto educativo, num dilogo efetivo com a

    realidade. Assim, o trabalho com as TIC na escola deve potencializar o dilogo entre o mundo

    real e o virtual, fornecendo aos sujeitos que as utilizam ou passaram a utiliz-las uma ferramenta

    para a leitura de mundo e, em sua escrita, uma possvel transformao dos textos e de realidades

    que fazem parte do cotidiano desses indivduos.

  • Este mdulo dever ser utilizado apenas como base para estudos. Os crditos da autoria dos contedos aqui apresentados so dados aos seus respectivos autores. 35

    1. INCLUSO DIGITAL

    O agravamento da desigualdade tecnolgica na era da informtica ocorre por fatores

    histricos, econmicos e polticos, mas sustentado pela excluso do conjunto da populao ao

    acesso s tecnologias e ao prprio desenvolvimento. Em pesquisa divulgada pelo IBOPE, em

    2005, o Brasil tinha 16,1 milhes de internautas residenciais. No entanto, apesar desse nmero

    de usurios domsticos, esse quantitativo, no Brasil, ainda insignificante, pois o uso da Internet

    no pas ainda no se democratizou, nem se tornou popular visto grande parte da populao estar

    excluda do uso das tecnologias da informao e comunicao. Ou seja, de acordo com o IBGE,

    menos de 10% da populao tem acesso rede mundial de computadores.

    Partindo desses dados, percebe-se que os excludos sero cada vez mais excludos em

    diversas atividades sociais, a exemplo de lojas, bancos, mercado de trabalho, entretenimento, a

    no ser que se implantem, massivamente, aes para se promover a incluso digital. Nesse

    sentido, parece existir consenso entre o governo e a sociedade civil na compreenso de que, na

    era da informao e do conhecimento, garantir o acesso informtica tornou-se to

    indispensvel ao exerccio da cidadania quanto o direito sade e educao.

    A luta contra o apartheid tecnolgico e pelo enfrentamento da pobreza e excluso social

    conduziu amplos setores sociais e sociedade civil brasileira a implantar centenas de programas

    de incluso digital no Brasil, entre eles a criao de telecentros para acesso de comunidades de

    baixa renda e os laboratrios de informtica nas escolas.

    Mas uma experincia muito significativa de incluso digital, na esfera escolar, foi a

    criao do Programa Escola Aberta, em 2006, pelo governo federal, que tem por objetivo

    trabalhar a incluso digital para a incluso social por meio de integrao escola-comunidade em

    contextos populares desfavorecidos.

    Em relao incluso digital nas escolas pblicas,

    prevista pela Lei de Diretrizes e Bases da Educao, LDB/96,

    no basta instalar computadores nas escolas, mas, sim,

    primeiramente quebrar a barreira de acesso e, depois, manter

    esse acesso.

    Mas uma pergunta importante se fazer: a incluso

  • Este mdulo dever ser utilizado apenas como base para estudos. Os crditos da autoria dos contedos aqui apresentados so dados aos seus respectivos autores. 36

    digital garante a incluso social das populaes de baixa renda? A incluso social pode ser

    compreendida como o acesso e o exerccio dos direitos civis (direito de ter um nome, acesso

    justia, uma identidade de referncia); direitos poltico (acesso informao, liberdade de

    expresso); direitos socioeconmicos (acesso a trabalho digno, sade, educao); direito

    ecologia e diversidade cultural (acesso a um meio ambiente livre de discriminaes,

    desigualdades sociais, acesso ao reconhecimento das diferenas).

    Assim, a incluso social vai alm das questes identitrias e das apropriaes das

    tecnologias nas atividades do mundo do trabalho. Alm do controle das esferas virtuais,

    necessrio garantir aos jovens de contextos populares, igualmente, o acesso ao controle das

    esferas reais. Ou seja: alm de a escola (ou outra instituio social) possibilitar o acesso aos

    meios tecnolgicos, necessrio garantir a permanncia de acesso, para a construo de uma

    ciberdemocracia, condio contempornea para que todos possam ser includos socialmente.

    2. TIC E NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS

    Nessa era de demandas digitais, percebe-se a necessidade de criar novas estratgias

    educacionais que possam, efetivamente, ligar o sujeito aprendiz ao mundo contemporneo. Entre

    os desafios da escola atual, empreende-se o de transformar o mundo de informaes em

    conhecimentos, atravs do reposicionamento do papel docente bem como de seus instrumentos

    de trabalho.

    Um dos novos paradigmas que devem fazer parte da escola na atualidade diz respeito

    pesquisa que, na era das TIC, deve ser estruturada e ancorada em certos princpios, que cabem ao

    docente efetiv-los.

    A cada segundo algum publica um dado novo na Internet a respeito de assuntos

    diversos. Nesse contexto, um dos papis docente diz respeito a ensinar aos alunos como separar a

    toneladas de informaes que fazem parte de diversos sites em conhecimentos potenciais para a

    pesquisa. Alm disso, importante estar atento para outras questes, tais como:

    1) Manter o foco no professor e no na tecnologia. A mera instalao na sala de aula

    de equipamentos interativos no garante que a classe esteja tendo uma aula interativa, com

    acesso a novas experincias educacionais. O professor deve associar aos seus mtodos

  • Este mdulo dever ser utilizado apenas como base para estudos. Os crditos da autoria dos contedos aqui apresentados so dados aos seus respectivos autores. 37

    tradicionais em sala de aula estratgias que tm a tecnologia como suporte, a partir de um

    exerccio de criatividade. Dessa forma, mais do que capacitar o professor quando a nova

    tecnologia entra na sala de aula, fundamental manter programas de formao continuada em

    longo prazo.

    2) Oferecer para o professor acesso a uma comunidade para o desenvolvimento de

    novos contedos e novos modelos de aula. No cabe ao fornecedor A ou B ou entidade

    educacional C ou D ser a fonte de contedos revolucionrios, que faro o melhor uso das novas

    tecnologias de sala de aula. Esses personagens podem e devem suportar o desenvolvimento

    desses contedos. papel do professor, de pesquisadores, de especialistas em educao,

    inventar novas e atraentes aulas a partir do novo ambiente educacional. Comunidades locais,

    comunidades interligadas por redes sociais, comunidades internacionais e comunidades voltadas

    ao desenvolvimento de contedos especficos sobre disciplinas especficas (Portugus,

    Matemtica, Cincia, etc.) so essenciais para suportar a misso do professor audaz, que anseia

    desvendar novos horizontes e cativar os alunos ao longo de toda esta caminhada.

    3) O professor deve se preparar para mudar seus paradigmas. O verdadeiro

    educador sabe que tudo muda nesta rea e que impossvel voltar ao passado.

    4) Construo de contedos. A infraestrutura da sala multimdia pode ajudar o

    professor a dar uma aula brilhante, atraente, que mantm os alunos conectados a ele todo o

    tempo. Mas isso no diminui a importncia da slida formao em conhecimentos, da

    capacidade de estar sempre atualizado. Esse um valor eterno da educao. Com as novas

    tecnologias educacionais, a nica diferena que a forma de transmitir esses conhecimentos

    tambm mais atualizada.

    3. CIDADANIA, TICA E VALORES SOCIAIS

    Cada pessoa responde sozinha pelo que faz diante da sua prpria conscincia moral,

    Contudo, o ato moral nunca solitrio e sim solidrio, porque traz a exigncia do respeito e do

    compromisso com os outros. Neste sentido, nunca se falou tanto nessa sociedade globalizada

    sobre a degradao dos valores ticos e morais.

  • Este mdulo dever ser utilizado apenas como base para estudos. Os crditos da autoria dos contedos aqui apresentados so dados aos seus respectivos autores. 38

    Mas o que so valores? O que tica? E moral? Embora a preocupao com esses

    termos sejam to antigos como a humanidade, s no sculo XIX que surge a axiologia. A

    axiologia dos valores a cincia dos valores, que configura a valorao e hierarquizao da

    escala de valores, agrupando-os em morais, ticos, espirituais, humanos, ambientais, etc. O

    vocbulo axiologia origina-se do grego; axios = valor, valia e logos = teoria. Este termo muito

    usado atualmente para designar a teoria do valor que investiga a natureza, a essncia e tambm

    os diversos aspectos que o valor pode tomar na cultura humana. A axiologia iniciou-se com o

    filsofo Plato, na teoria das formas ou ideias subordinadas forma do Bem, e se desenvolveu,

    posteriormente, com Aristteles, atravs dos esticos e dos epicuristas, que investigaram sobre o

    sumum bonum ou supremo bem. Na filosofia escolstica, o Summum Bonum ou supremo

    bem Deus. No sculo XIX, surgem diversas doutrinas sobre a relatividade dos valores em

    decorrncia da influncia da Economia, da Sociologia e da Psicologia dos Valores. Na axiologia

    jurdica, o maior valor a justia e a paz, na axiologia gnstica sabedoria, na axiologia

    holstica a totalidade e a interdependncia de todas as coisas.

    Diante dos seres, sejam eles coisas inertes ou seres vivos ou ideias, somos mobilizados

    pela afetividade, somos afetados de alguma forma por eles, porque nos atraem ou nos provocam

    repulsa. Portanto, algo possui valor quando no permite que permaneamos indiferentes.

    Os valores so, num primeiro momento, herdados por ns. O mundo cultural um

    sistema de significados j estabelecidos por outros, de tal modo que aprendemos desde cedo

    como nos comportar, por exemplo, mesa, na rua, diante de estranhos, como falar, andar, correr,

    como cobrir o corpo, qual o padro ideal de beleza, que direitos e deveres temos. Conforme

    atendemos ou transgredimos os padres, os nossos comportamentos so avaliados como bons ou

    maus. A partir da valorizao, as pessoas nos recriminam ou nos elogiam por sabermos escolher

    comportamentos maus ou bons respectivamente. Neste contexto, o resultado dos nossos atos est

    sujeito sano dos outros sujeitos da sociedade.

  • Este mdulo dever ser utilizado apenas como base para estudos. Os crditos da autoria dos contedos aqui apresentados so dados aos seus respectivos autores. 39

    Para que a ao coletiva se torne possvel, surgem a moral e a tica. Moral vem do latim

    mos, moris que significa maneira de se comportar regulada pelo uso e tica vem do grego

    etnos que significa costume.

    A moral surge com a finalidade de organizar as relaes entre os indivduos, atravs de

    um conjunto de regras que determinam o comportamento dos indivduos em um grupo social.

    de tal importncia a existncia do mundo moral, que se torna impossvel imaginar um

    povo sem qualquer conjunto de regras. Uma das caractersticas fundamentais do homem ser

    capaz de produzir interdies, ou seja, proibies. Exterior e anterior ao indivduo h, portanto, a

    moral constituda, que orienta seu comportamento por meio de normas. Em funo da adequao

    ou no norma estabelecida, o ato ser considerado moral ou imoral.

    O homem, ao mesmo tempo que herdeiro, criador de cultura e s ter vida

    autenticamente moral se, diante da moral constituda, for capaz de propor a moral constituinte,

    aquela que feita dolorosamente por meio das experincias vividas.

    Nessa perspectiva, a vida moral se funda numa ambiguidade fundamental, justamente a

    que determina o seu carter histrico. Toda