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MARKETING OS LADOS POSITIVO E NEGATIVO DA COMPRA COLETIVA TENDÊNCIA A BADALADA E POLÊMICA PULSEIRA POWER BALANCE NEGÓCIOS QUANDO A ARTE VIRA UMA BOA FONTE DE RENDA ARTIGO: ESPECIALISTA EM MARKETING REVELA COMO TURBINAR NEGóCIOS NA INTERNET Desajeitados, tímidos e vidrados em conhecimento , eles vêm conduzindo uma revolução sem precedentes e estão ditando os novos rumos da sociedade FEVEREIRO DE 2011 - ANO 1 N O 2 Preço: R$ 9,90

#02 Nerds: os donos do mundo

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Desajeitados, tímidos e vidrados em conhecimento, eles vêm conduzindo uma revolução sem precedentes e estão ditando os novos rumos da sociedade

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MARKETINGos lados positivo e negativo

da compra coletiva

TENdêNcIAa badalada e polêmica

pulseira power balance

NEGócIosQuando a arte vira uma

boa fonte de renda

Artigo: especiAlistA em mArketing revelA como turbinAr negócios nA internet

desajeitados, tímidos e vidrados em conhecimento, eles vêm conduzindo uma revoluçãosem precedentes e estão ditando os novos rumos da sociedade

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O Brasil vive hoje um momento único em sua história. Nossa economia nunca foi tão forte e competitiva, impulsionada pelo desempenho das nossas empresas que hoje são exemplos de inovação e de gestão em todo o mundo. Esse crescimento está diretamente ligado ao trabalho pro�ssional dos Administradores de todo o país, que juntos constroem no presente o país que queremos no futuro.

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Administradores

Page 3: #02 Nerds: os donos do mundo

O Brasil vive hoje um momento único em sua história. Nossa economia nunca foi tão forte e competitiva, impulsionada pelo desempenho das nossas empresas que hoje são exemplos de inovação e de gestão em todo o mundo. Esse crescimento está diretamente ligado ao trabalho pro�ssional dos Administradores de todo o país, que juntos constroem no presente o país que queremos no futuro.

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editorial

O ano era 1959 e um tal professor, ainda pouco conhecido, mas com um turbilhão de pensamentos na cabeça, fazia uma previsão um tan-to improvável para o momento. Em

meio à Guerra Fria, a confirmação dos mecanismos capitalistas no Ocidente e o aumento de uma massa de trabalhadores direcionada para a indústria, esse professor indicou que, num futuro próximo, surgiria um novo tipo de profissional – capaz de um elevado aprendizado contínuo.

Esses novos empregados exigiriam qualificações que o operário comum não possuía: um alto nível de educação, ideias à frente de seu tempo e a habilidade de aplicar conhecimento teórico e analítico. Segundo o professor, eles seriam os “Trabalhadores do Conhe-cimento” e ditariam os avanços da sociedade.

A previsão poderia até não ter conseguido tanto impacto, se não estivesse absolutamente certa e esse tal professor não fosse Peter Drucker, o grande pai da Administração moderna, capaz de visualizar como ninguém o futuro e as projeções para os novos rumos das empresas e da sociedade.

Assim como Drucker previu, esses profissionais surgiram nas últimas décadas e estão, hoje, ditando uma verdadeira revolução no modo de vida das pes-

UM dos 10 MoTIvos dE EU sER fã de Peter drucker

06 AMBIeNte eXterNO

frAses e notíciAs direto Ao Assunto

08 eNtrevIstA o norte-AmericAno

tony HsieH revelA os segredos de sucesso dA ZAppos, mAior sApAtAriA on-line do mundo

12 AcAdêMIcO os cAminHos pArA

entrAr nA conceituAdA universidAde de HArvArd

14 cArreIrA os benefícios e

As desvAntAgens de trAbAlHAr em equipe

16 cArreIrA WorkAHolic ou

Worklover: conHeçA suA relAção com o trAbAlHo

19ArtIgOpeter bregmAn

relAcionA o Ambiente de trAbAlHo com o oscAr

20 ecONOMIA como o nordeste

se trAnsformou em umA região promissorA

23 ArtIgO mArcel plAnellAs

explicA A filosofiA de investimento do 3º Homem mAis rico do mundo

24 MArketINg comprA coletivA:

umA sensAção que veio pArA ficAr?

26 INfOgráfIcO os estudos de

HAWtHorne e A relAção dAs pessoAs com o trAbA-lHo

soas. Primeiramente, aparenta-vam ser um grupo de esquisitões obcecados por informação que logo foram identificados como “nerds”. Só que esse grupo de-monstrou saber canalizar seu aprendizado e conhecimento em produtos e melhorias tecnológi-cas. Você está duvidando? Não esqueça então que vivemos na era da conectividade a 100%, com internet, smartphones, ta-blets, wi-fi, TVs digitais e outras máquinas maravilhosas.

Entender toda essa evolução e a presença desses novos pro-fissionais, apontadas por Peter Drucker ainda na década de 50, foi um de nossos desafios nessa edição e que você pode acompa-nhar da página 32 à 38.

Drucker foi um estudioso capaz de enxergar à frente da sua época e nos ensinar lições que realmente transcendem o tempo pela sua relevância. Essa capaci-dade de antecipar incontestáveis tendências da Administração, com certeza, é um dos dez mo-tivos de eu ter virado fã de Peter Drucker. Os outros nove? Bem, eles ficam para uma próxima conversa...

fábio bandeira de mello

íNdIcE

»Assinaturaswww.administradores.com.br/revista»Publicidade [email protected] Tel: (83) 3247-8441»CorrespondênciaAv. Nossa Senhora dos Navegantes, 415 / 301 - Tambaú, João Pessoa - PB. CEP: 58039-110.»Redação e sugestõ[email protected]

cONtAtOs

O papel ultilizado nessa revista possui certificado internacional fsc - nossa prova de responsabilidade ambiental

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e-MAIlsMUITA ATITUdE

Gostaria de ressaltar o artigo de nosso Guru, Stephen Kanitz, sempre com muito conhecimento e principalmente muita atitude em relação

à nossa profissão. Apesar dele se mostrar, em certos momentos, um pouco desanimado com o rumo da Administração no Brasil,

temos certeza que ele pode continuar contribuindo muito e para isto temos que abrir todos os espaços possíveis para que a mensagem

dele chegue a toda sociedade. O artigo “Carta aberta aos estudantes de Administração” do jovem Leandro Vieira também é digno de

parabéns e mostra a Administração “pé no chão”, adequada ao contexto brasileiro, preponderantemente formado por micro e

pequenas empresas. Enfim todos artigos foram bons e tenho certeza que, seguindo o padrão do site, manterá o nível alto e agradável nos

próximos exemplares. Tenho certeza que, em breve, se tornará a revista de administração mais lida Brasil.

pedro rocha fiuza (presidente do crA/mg)

INfoGRáfIcoParabéns pela revista, realmente espetacular. Gostei muito da reportagem que aborda a pirâmide Maslow e aplica ao filme

Náufrago. Foi fantástica essa observação, pois esse filme realmente retrata a realidade da pirâmide de Maslow com todas as necessidades

que nós, como seres humanos, precisamos. Show de bola.Amanda reis

dIcAs IMpoRTANTEsA Administradores é uma revista muito boa para os estudantes

de Administração, mas também para quem não é da área. Ela dá dicas importantes para quem quer gerir o próprio negócio e estar

atualizado com os assuntos relacionado à Administração e assuntos correlacionados. A nº 0 alertou sobre o Administrador do Futuro

(assunto importantíssimo para quem quer entrar nessa área), com um design moderno e linguagem clara. A nº 1 está abordando um assunto

não menos importante: Liderança. Parabéns! Sucesso!Jamerson m. silva

EsTUdANTEsSou estudante de Administração e gostaria de parabenizar a

equipe pela elaboração da revista com diversos valores qualitativos e quantitativos. Destaco a matéria “Carta Aberta aos Estudantes de

Administração”, pois mostra como deve ser o comportamento e o que é esperado dentro de uma instituição,assim como também, mostra a importância do embasamento teórico, prático e da atualização do

profissional de nossa área.simone donata

Mande também seu recado para a Administradores através do [email protected]

twItter e fAceBOOk

@ WAgnpereirA Sabe qd a ansiedade de ver o carteiro supera ansiedade em checar a cx de ent dos emails? Assine a revista administradores e sinta.@flAvioperAZZo A revista Administradores inovou na área.

Com abordagem prática e direta, já representa leitura indispensável para gestores e estudantes.@kellymrufino Eu já li toda minha revista Administradores, gostei muito, foi bem direcionada aos estudantes, mesmo eu ñ sendo

estudante gostei.@fbeirAgrAnde

Tá show de bola essa capa! RT @sauloluna: Obaaa recebi a revista Administradores fernAndo fontenele Gostei! Retirou muito a formalidade

e técnica que tem revistas como HSM, HBR e Você s/a, sem perder conteúdo!lAryssA guedes Muito boa. Comecei a ler e estou gostando muito do formato e do conteúdo.

28 eMPreeNdedOrIsMO quAndo A Arte virA um bom negócio

31 ArtIgO dO leItOr

pAulA ZAgo fAlA sobre o mercHAndising ApelAtivo dos reAlitys sHoWs

32 cAPA entendA por que os

nerds estão ditAndo o AvAnço dA HumAnidAde

38 teNdêNcIA A polêmicA dA

pulseirA poWer bAlAnce

40 ArtIgO como torturAr pesso-

As utiliZAndo o poWerpoint

41 eM rede o orkut morreu?

42 fOrA dO quAdrAdO

máquinA que encHe o copo por bAixo, dentes iluminAdos e outros produtos inusitAdos

44 AgeNdA cursos e eventos

reAliZAdos no brAsil

45 futurO pAulo rockembAcH

Júnior é o AdministrAdor do futuro dessA edição

46 eNtreteNIMeNtO curiosidAdes, Humor, livros e filmes

50 ArtIgO sílvio tAnAbe explicA

seis formAs de turbinAr negócios nA internet

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acadêmico INstItuIçãO

HArvArd: sIM, você podEfazer uma pós-graduação na mais antiga universidade dos estados unidos, eleita a melhor do mundo no ranking do jornal britânico the times e por onde passaram diversos nomes importantes, como o atual presidente dos euA - barack obama - e o gênio nerd do facebook - mark Zuckerberg: é demais para você? por simão mairins

Em 1636 nascia, em Cambridge, a New College, primeira escola de ensino supe-

rior dos Estados Unidos. Batizada em 1639 como Harvard College, tornou-se a Harvard University em 1780 e é, hoje, uma das mais respeitadas insti-tuições do mundo. Por lá passaram vários ex-presi-dentes norte-americanos, como Franklin Roosevelt, John F. Kennedy e George W. Bush. Além desses, a universidade recebeu ainda o atual mandatário do país, Barack Obama, e os gênios nerds Bill Gates (Micro-soft) e Mark Zuckerberg (Facebook).

Com tanta história e uma galeria de ex-alunos ilustres bem extensa, a Universidade de Harvard só poderia ser, também, a mais cobiçada

por estudantes do mundo todo, inclusive do Brasil. Atualmente, 64 brasileiros estão matriculados na instituição, todos em cursos de pós-graduação, sendo que a

maior parte deles estuda na escola de negócios, a Harvard Business School.

Pelo pequeno número de brasileiros matriculados - em um universo de cerca de 20 mil alunos - dá para perceber que conseguir uma vaga na instituição não é das tarefas mais fáceis. Segundo o jornal americano Wall Street Jour-nal, até o magnata Warren Buffett foi rejeitado por Har-vard. Entretanto, se tem gente que conseguiu, pode até ser difícil, mas não é impossível.

“É um grande desafio, mas dá para chegar lá”, afirma o brasileiro Pedro Henrique de Cristo, aluno do Mestrado em Políticas Públicas de Harvard. O caminho até a universidade norte-americana foi árduo,

conta o estudante. Mas, com um bom histórico escolar e acadê-mico e boas experiências, conse-guiu atingir seu objetivo.

“Pesquisei tudo que eu pre-cisaria fazer para entrar em Harvard e decidi correr atrás. Eu tinha boas notas no colégio e na faculdade. Daí, consegui as cartas de recomendação e fui fa-zer as provas. Lá, tive um bom aproveitamento, o que me dei-xou confiante”, conta Pedro.

como entrArDificilmente, aqui no Brasil, um menino de 12 anos planeja estudar em Harvard. Mesmo as-sim, para conseguir uma vaga na cobiçada universidade, é preciso ser bom desde cedo. O currículo acadêmico não basta, na hora de batalhar por uma vaga em algum dos programas de pós-graduação da instituição. Ter boas notas no histórico escolar pode fazer a di-ferença.

Ter sido um bom aluno, no

Por lá Passaram vários ex-presidentes norte-americanos, como Franklin roosevelt, John F. kennedy e GeorGe W. Bush

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Quais são e como Funcionam os TEsTEs

para saber mais sobre os programas de financiamento oferecidos pela própria universidade de Harvard, visite o site: www.hbs.edu/mba/admissions/financialaid.para saber mais sobre as bolsas de estudos da fundação estudar, visite o site: www.estudar.org.br

entanto, é apenas um dos mais básicos pré-requisitos. Nas sele-ções são exigidos diversos testes, que vão avaliar desde a fluência do estudante postulante no idio-ma inglês até as aptidões dele para a área de negócios. “É preci-so ter boas notas, fazer as provas do TOEFL e GMAT ou GRE (ver quadro 1), além de apresen-tar cartas de recomendação de três pessoas que conheçam seu trabalho. Você também tem de escrever três redações e ter um currículo profissional coerente com aquilo que quer cursar lá”, explica Pedro.

“Uma vez enviados todos os itens, a escola faz uma pré-se-leção e convida apenas alguns alunos para uma entrevista, que é feita com ex-alunos ao redor do mundo ou com membros da escola”, explica Luana Bichuetti, formada no MBA da Harvard Business School em 2010 e in-tegrante da comissão de ex-alu-nos da instituição. Luana expli-

ca que, anualmente, membros do corpo de admissão da escola oferecem uma palestra informa-tiva sobre a escola e os processos seletivos. “Nessa palestra estão presentes não só membros da es-cola, mas também ex-alunos que dão dicas e contam um pouco de sua experiência”, explica Luana.

como permAnecerNo fim das contas, entrar em Harvard é o mais fácil. Man-ter-se por lá que é complicado. O primeiro ponto, onde mui-ta gente esbarra, é o financeiro. Estudar em Harvard não é nada barato. Então, se você não é rico (bem rico!), mas, mesmo as-sim, pensa em tentar uma vaga, apresse-se em batalhar por uma bolsa de estudos.

A despesa anual em Harvard não sai por menos de US$ 45 mil, segundo informações conti-das no site do David Rockefeller Center for Latin American Stu-dies (DRCLAS), centro de estu-

dos de Harvard que mantém um escritório no Brasil.

No caso do estudante Pedro Henrique, a despesa total dos dois anos no mestrado será de US$ 140 mil, valor que não dá para cobrir somente com a bolsa que ele conquistou. “Eu conse-gui bolsa integral da Harvard e também da Fundação Estudar, mas, mesmo assim, tive de traba-lhar de professor assistente e pes-quisador assistente para fechar as contas”, afirma Pedro.

O esforço, no entanto, vale a pena. Ter Harvard no currícu-lo, sem dúvidas, será sempre um grande diferencial. Conhecida por sua diversidade, a universi-dade é um espaço extremamente fértil para a profusão de ideias e, por isso, um importante instru-mento na formação de grandes profissionais, capazes de pensar diferente. Então, vá em frente. Afinal, não há sonho impossível para quem está disposto a lutar para realizá-lo.

tOeflO TesT Of english as a fOreign language (em pOrTuguês, TesTe de inglês cOmO uma língua esTrangeira) é uTilizadO para avaliar a habilidade dO esTudanTe nO idiOma. a prOva é feiTa ainda nO brasil e a aprOvaçãO nela é pré-requisiTO para admissãO na maiOria das universidades de países de língua inglesa.www.ets.org/toefl/

gMAtO graduaTe managemenT admissiOn TesT (em pOrTuguês, exame de admissãO para graduadOs em adminisTraçãO) é um exame cOm quesTões maTemáTicas e de língua inglesa uTilizadO para medir as apTidões dO esTudanTe na área de negóciOs.www.gmac.com/gmac

greO graduaTe recOrd examinaTiOn é uTilizadO para avaliar as cOmpeTências adquiridas aO lOngO da vida pelO esTudanTe e nãO Tem vínculO cOm uma área específica de cOnhecimenTO. nele sãO cOnsideradas variáveis cOmO raciOcíniO verbal, raciOcíniO quanTiTaTivO e habilidades na escriTa. www.ets.org/toefl/

IeltsO inTernaTiOnal english language TesTing sysTem (em pOrTuguês, sisTema inTernaciOnal de TesTes em língua inglesa) Também é um exame padrOnizadO de prOficiência nO idiOma e pOde ser cObradO em harvard.http://www.ielts.org

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carreira equIPe

o trabalho em equipe tornou-se o modo mais seguro e padronizado nas empresas. na verdade, a maioria de nós gosta de trabalhar assim. no entanto, raramente, gerentes e gestores questionam as premissas por trás dessa mania. será que o trabalho em equipe, nos dias de hoje, é realmente vantajoso ou está ultrapassado? vamos analisar... por karsten Jonsen*

trABAlHO eM equIPe: TIRANIA oU casamento feliz?

PesquIsAs revelAM As

seguINtes vANtAgeNs:

* EquipEs fornEcEm uma basE sólida para o

“pEnsar”, a rEsolução dE problEmas E a

gEração E inovação dE idEias, na mEdida Em quE

duas cabEças, ou mais, são mElhorEs do quE

uma, quando há sinErgia.

* as EquipEs (dE dEtErminados tamanhos) têm

acEsso facilitado a vErbas E orçamEntos E

sE aprovEitam das vantagEns das Economias

dE Escala. Elas tEndEm a “consEguir” o quE os

indivíduos não consEguEm.

*EquipEs satisfazEm uma nEcEssidadE

fundamEntal dE “pErtEncEr” do sEr humano.

Em um ambiEntE dE trabalho, o sEntimEnto

dE fazEr partE é frEquEntEmEntE mais fortE

quando sE faz partE dE uma “subEquipE”.

*é bastantE divErtido trabalhar Em EquipE,

pois sE criam amizadEs duradouras E, às

vEzEs, o grupo é praticamEntE uma ExtEnsão

dE sua família.

* muitas EquipEs não costumam tEr um

dEsEmpEnho tão bom quanto a soma dos

indivíduos. além disso, EquipEs altamEntE

divErsificadas têm mais dificuldadE dE sErEm

bEm gEridas;

* muitas vEzEs, sua composição não é a idEal,

falta uma oriEntação convincEntE dE gErência

E não há capacitação adEquada EntrE os

intEgrantEs.

* podE havEr conflitos pEssoais ou conflitos

rEfErEntEs a tomadas dE dEcisão E dE quEm

faz o quê

*há provas dE quE EquipEs promovEm o

“pEnsamEnto Em grupo” E a conformidadE,

rEsultando assim no fracasso Em sEu

procEsso dE tomada dE dEcisõEs ou busca dE

informaçõEs.

Os beneficiOs

das equipesas desvantagensdas equipes

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A EqUIpE dossoNhos do fUTURo

*Karsten Jonsené pesquisador do imd, uma das principais escolas de negócios do mundo, localizada na suíça.

as desvantagensdas equipes

O trabalho em equipe não é para todos, podendo levar à exclusão, ao ostracismo social e provocar consequências graves para os envolvidos. Porém, quan-

tas pessoas podem realmente se dar ao luxo de es-colher trabalhar fora de equipes quando as organi-zações são voltadas à ideologia do grupo? As coisas, e o modo como somos socialmente treinados para pensar, são assim.

No entanto, há tendências na sociedade que podem estar mudando essa maneira de pensar, explicitamente no desenvolvimento da internet e suas aplicações. A máxima “duas cabeças pensam melhor que uma” parte do princípio de que “as cabeças” possuem mais infor-mações. Claro que possuem, mas, no mundo conec-tado de hoje, é justo concluir que grande parte das in-formações que utilizamos em nosso cotidiano, de fato, migrou da cabeça para as redes. Pode ser encontrada on-line por meio de buscas, ou através de redes sociais, em que as pessoas são conectadas (como no Facebook, LinkedIn ou Wikipedia). Assim, nosso trabalho é cada vez mais uma questão de encontrar, transformar e, mais importante, processar a informação que está disponível na ponta dos dedos. Isto é feito de forma mais eficaz por indivíduos, enquanto a análise e discussão sobre as possíveis implicações e priorização são feitas mais efi-cientemente em equipe.

As novas gerações gostam de formar suas próprias equipes, redes, grupos no Facebook, encontros ou o que for. Elas precisam de liberdade, inspiração e orien-tação em vez de comandos e restrições. As empresas, portanto, precisam dar apoio quando equipes “infor-mais” (ou duplas) são formadas naturalmente, através

de interesses e personalidades em comum.

Comunidades de prática são um bom exemplo da equipe contemporânea. São grupos de pessoas (dentro ou fora das or-ganizações) que compartilham um interesse ou paixão por algo que praticam (por exemplo, um software específico ou técnicas de marketing) e aprendem como melhorar essa prática ao intera-girem entre si. Essas comunida-des de prática não precisam se preocupar com a Siebel, Mind-Map, jogos, iPads ou outras tec-nologias. Elas também sabem lidar com questões sociais ou de negócios que ocupam as men-tes de muitos jovens hoje, como responsabilidade social, meio ambiente ou ecologia.

Assim, o desafio será de mo-dernizar o trabalho em equipe e os processos, e de encontrar o equilí-brio entre as equipes estabelecidas dentro de uma empresa e as equi-pes colaborativas que abrangem todas as organizações, disciplinas e fronteiras.

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Você já assistiu o filme Clube da Luta (Fight Club, 1999)? Se a resposta for afirmativa, então você conheceu um caso clássico de um workaho-lic:  Tyler Durden é um

funcionário de uma em-presa de seguros, sem fa-mília, namorada ou vida social, que passa a maior parte do tempo em aviões, não dorme e procura pre-encher a falta de signifi-cado da vida com objetos de decoração. Uma bomba que, a certa altura, explo-de da pior maneira e de modo que cause os maiores estragos possíveis.

Apesar de ser um persona-gem de ficção, Tyler simboliza uma manifestação indeseja-da, um apêndice, um efeito colateral do estilo de vida capitalista. Essa manifestação corresponde aos viciados em trabalho, pessoas que procu-ram no emprego o que não encontram no campo afetivo, espiritual e social.

WorkAHolicO termo foi citado pela pri-meira vez no começo da dé-cada de 70, pelo psicólogo americano Wayne Oates, no livro “Confessions of a Workaholic”. A palavra é deri-vativa da junção work (trabalho) + alcoholic (al-coólatra). Segundo o professor e coordenador do Laboratório de Pesquisa do Trabalho da UNB, Wanderley Codo, foi a partir da vivência clínica de pessoas com características e sintomas seme-lhantes a viciados que foi elaborado o conceito.

Para detectar o vício é necessário um diaGnóstico simples que deve ser feito Por um proFissional especializado”

carreira HOrAs de trABAlHO

quANdO A dedIcAçãOvIRA ExcEsso

sintomAs e diAgnósticoNão é difícil identificar um workaholic, mas apenas o fato de

passar muitas horas além do necessário trabalhan-do, bem como nos fins de semana, não represen-ta, por si só, um diagnós-tico do vício. No entanto

quando essas horas a mais são, na verdade, uma maneira de fugir da vida social, dos conflitos familia-res, conjugais ou de outros aspec-tos cotidianos, é bom ficar alerta: você pode ter problemas maiores do que aparenta e, acredite, não vai querer conviver com eles.

Os sintomas físicos costu-

entenda qual a sua relação com o próprio trabalho e o que fazer quando você descobre que se tornou um workaholic por eber freitas

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mam ser bem semelhantes ao do personagem Tyler. “Eu ficava ex-tremamente cansado, só pensava em trabalhar, tinha dificuldades para dormir. Ficava doente cons-tantemente, comecei a ter uma gastrite, que evoluiu para úlcera e depois um pequeno tumor no tubo digestivo”, lembra Christian Barbosa, CEO da consultoria Triad e ex-workaholic.

Embora o mais indicado para a maioria dos viciados em trabalho seja uma ajuda médica, alguns profissionais conseguem encontrar a resposta quando re-conhecem o próprio problema. No caso do Christian, a melhor forma de lidar com o vício foi aprender a gerir o próprio tempo. Se deu certo? O fato de ele ter se tornado um dos principais espe-cialistas em gestão do tempo do Brasil dá por si só a resposta.

“Eu fui um workaholic dos piores tipos dos 16 aos 20 anos de idade. Procurei ajuda na ges-tão de tempo; comecei a me or-ganizar melhor, priorizar outras coisas, adicionar tempo para mim mesmo na agenda. Foi um processo que demorou 4 meses para conseguir parar de trabalhar aos domingos e um total de 10 meses para ter mais vida”, reco-nhece Christian.

Entretanto, Wanderley Codo garante que um auxílio espe-cializado é essencial tanto para diagnosticar o vício quanto para tratá-lo. “Para detectar o vício é necessário um diagnóstico sim-ples que deve ser feito por um profissional especializado, porque o que vai se estudar é o grau e tipo de relação que ele tem com o trabalho e com a vida. O pacien-te pode perfeitamente trabalhar muitas horas e ter uma relação perfeita com o trabalho e com

os demais aspectos da vida”, explica.

WorkloversSe você gosta e já está acostumado a trabalhar 12 horas

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o ex-workaholic chirstian barbosa em uma de suas palestras sobre tempo e produtividade

carol Azevedo consegue aliar tempo para o trabalho e o lazer

por dia, e até alguns fins de se-mana, não precisa ficar alarmado: você não é, necessariamente, um workaholic. As pesqui-sas coordenadas pelo professor Wanderley Codo identificaram outro tipo de profis-sional que, embora tenham essa caracte-rística de um viciado, não permitem que isso interfira nos demais aspectos da vida nem se utilizam do traba-lho como um meio para fugir dos proble-mas. Tais profissionais foram denominados worklovers, pessoas que amam o próprio traba-lho e desenvolvem uma relação perfeitamente salutar com ele.

Carol Azevedo, diretora de Criação da agência de publici-dade Bloom, acredita que seu perfil se encaixa nessa categoria. Apesar de trabalhar, em média, 10 horas por dia entre dois es-critórios da agência, ela afirma que é apaixonada pelo que faz e que isso é feito de forma equi-librada e sem pesar na sua vida social, pessoal e afetiva. “Eu me considero uma worklover de carteirinha! Sou apaixonada pelo que faço e procuro profis-sionais com a mesma caracte-rística para a minha equipe. É essa paixão que traz qualidade e a constante busca pelo apri-moramento. Gosto de criar, de estar envolvida com as pessoas, à frente de desafios e projetos”, afirma a diretora.

vício ou stAtus?Muita gente gosta do trabalho, sente prazer no que faz e passa algumas horinhas a mais no escri-tório, abrindo mão de fazer coi-sas mais interessantes, como sair com o parceiro, assistir um filme ou ler um livro, por exemplo. No entanto, criou-se uma balbúrdia, a partir dos anos 90, de que gos-

tar de trabalhar seria um sinto-ma de vício, já que para muita gente trabalhar é um esforço necessário ape-nas para ganhar dinheiro, e não uma fonte de deleite.

Incorporan-do essa cultura, jovens profis-sionais se inti-tulam workaho-lics como uma forma de man-ter uma fama entre os colegas de um traba-lhador esfor-çado, que abre mão de tudo para conseguir os resultados necessários. Porém, há uma di-ferença gigantesca entre gostar de trabalhar e ser um viciado em trabalho, o que abrange sintomas físicos e psicossociais graves. Um workaholic busca, através do tra-balho, criar um “mundo particu-lar” para escapar dos problemas reais, não um status quo.

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1 – vOcê se eMPOlgA MAIs cOM seu trABAlHO que cOM quAlquer OutrA cOIsA?

2-vOcê trABAlHA Ou lê durANte As refeIções?

3-vOcê regulArMeNte deIXA de AlMOçAr PArA trABAlHAr?

4-seu HOrárIO de trABAlHO cAusA estrANHezA NOs seus relAcIONAMeNtOs?

5-seu trABAlHO INterfere NO seu teMPO lIvre?

6-vOcê PeNsA MuItO sOBre trABAlHO fOrA dO escrItórIO?

7-vOcê suBestIMA O teMPO de durAçãO de uM PrOjetO e dePOIs cOrre PArA terMINá-lO NO PrAzO?

8-vOcê gerAlMeNte sOBrecArregA suA AgeNdA?

9-vOcê seNte que NãO POde reduzIr suA cArgA HOrárIA seM cOMPrOMeter suA cArreIrA?

10-vOcê teM dIfIculdAdes eM delegAr tArefAs A OutrAs PessOAs?

vOcê é uM wOrkAHOlIc? fAçA O teste e cONfIrA

você costuma EsquEcEr ou pErdEr compromissos sociais E fEstas dE família por causa do trabalho? mEsmo dormindo ou comEndo, sua cabEça continua

no Escritório? dEpois dE lEr a matéria antErior, rEsponda as pErguntas abaixo do tEstE E dEscubra sE não Está na hora dE diminuir o ritmo.

dinâmica: rEsponda honEstamEntE as pErguntas abaixo, somE 1 ponto para cada rEsposta sim E confira o rEsultado:

quIz

O teste foi elaborado pela Empregos.com.br, portal que disponibiliza vagas para profissionais e empresas em todo o país.

quiz HOrAs de trABAlHO

11-vOcê cANcelA eveNtOs fAMIlIAres e sOcIAIs PArA cuMPrIr PrAzOs deterMINAdOs POr sI PróPrIO?

12-vOcê PeNsA eM trABAlHO eNquANtO dIrIge, escutA OutrAs PessOAs fAlANdO Ou quANdO está INdO dOrMIr?

13-vOcê é cOMPetItIvO?

14-vOcê trABAlHA MAIs de 45 HOrAs POr seMANA?

15-vOcê desIstIu de AlguM de seus HOBBIes POr cAusA dO trABAlHO?

16-vOcê se PreOcuPA eXcessIvAMeNte cOM O futurO, MesMO quANdO As cOIsAs estãO BeM?

17-vOcê AcredItA já ter AdOecIdO POr cAusA dO trABAlHO?

18-vOcê está INfelIz cOM seus HáBItOs de trABAlHO?

1 A 8 PONtOsvocê consEguE um bom Equilíbrio EntrE a ambição E hábitos saudávEis. bom para a sua saúdE E bom para a sua carrEira tam-bém, afinal, você rEsErva um tEmpo para aprEndEr E vivEr ExpEriências quE tam-bém podEm contribuir para o sEu dEsEnvolvimEnto profissional.

9 A 14 PONtOsnão Está na hora dE tirar aquElas férias vEncidas? sEu corpo podE não tEr rEclamado ainda, mas cErtamEntE sEus pEnsamEntos às vEzEs fogEm E sua produtividadE Está compromEtida. tEntE umas férias, mas, sE não for possívEl agora, apostE nos ExErcícios físicos, nas atividadEs culturais E Em tudo o quE lhE dá prazEr.

15 A 18 PONtOsrEduza suas horas dE trabalho, pois há mais vida fora do Escritório. o idEal mEsmo é quE você sE dEsliguE por uns dias E faça algo para o bEm do sEu corpo E da sua mEntE. você ficará mais disposto E consEguirá trabalhar bEm Em mEnos tEmpo, porquE sua produtividadE aumEntará.

Resultado

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artigo OscAr

Eu estava descendo a Main Street na Park City, em Utah, du-rante o Sundance Film Festival com

minha amiga Allison, uma dire-tora de elenco que parecia conhe-cer todo mundo. Em um deter-minado momento, nós paramos para cumprimentar um ator que estava decepcionado com a acei-tação que ele estava tendo no Festival. “Quem realmente faz os filmes são os atores”, contou-me. “O roteiro é apenas o preto e branco de uma página. É o ator quem dá vida às palavras”.

Mais tarde, nos deparamos com outro amigo de Allison, um roteirista que estava com um fil-me no mesmo festival. Ele tam-bém estava insatisfeito e o papo foi igual ao que tivemos pouco antes com o ator. “Um filme é criado por quem o escreve”, disse ele. “É o roteirista que inventa a história, ele é o responsável pelo filme”. A caminhada foi na Main Street durante o Sundance, mas poderia muito bem ter sido no corredor de alguma empresa, em um dia comum.

Quem é responsável – e deve receber a maior parte dos créditos – por um produto ou serviço que traz altos resultados? A equipe que o desenvolve? As pessoas que o negociaram? Os profissionais que o venderam? Os representantes que conquis-taram a confiança dos clientes? A equipe de executivos que traçou as estratégias?

Nem todas as pessoas na equipe têm o mesmo valor, cer-to? Pense em uma equipe espor-

peter bregman - escreve uma coluna semanal, na harvard business. ele palestra,

escreve e aconselha sobre como liderar e como viver. ele é ceO da bregman partners inc.

NINguéM gANHA o oscAR sozINho

o que o prêmio da Academia nos ensina sobre trabalho em equipe*peter bregman

tiva: há estrelas – que recebem milhões – e há os outros jogado-res, que têm menos destaque. É simplesmente oferta e demanda: algumas pessoas são mais facil-mente substituíveis que outras.

Então, logicamente, nós terí-amos que dizer que os mais bem pagos, mais visados, portanto, são “mais insubstituíveis” são os responsáveis pelo sucesso do pro-duto ou serviço. Até nós olhar-mos para a lista de indicados ao Oscar em 2010.

Cisne Negro, indicado a Melhor Filme, por exemplo, foi indicado na categoria de Melhor Diretor, Atriz Principal, Fotogra-fia e Montagem.

Outro indicado a melhor filme, O Lutador, também foi indicado em Roteiro Original, Melhor Diretor, Montagem, Ator Coadjuvante e duas indica-ções para Atriz Coadjuvante.

A Origem também foi in-dicado em Roteiro Original, Direção de Arte, Fotografia, Trilha Sonora Original, Edição de Som, Mixagem de Som e Efeitos Especiais.

O Discurso do Rei foi in-dicado a um total de onze ou-tras categorias, além da princi-pal. Bravura Indômita recebeu nove indicações. A Rede Social recebeu sete.

E, talvez mais significativas, quantas produções indicadas ao prêmio de Melhor Filme não ti-veram indicações em outras ca-tegorias? Nenhuma. Na verdade, para conseguir uma indicação ao prêmio principal, é preciso ser indicado a melhor em três outras categorias.

Em ou-tras palavras, um filme só é cons iderado bom quando todas as várias partes que o compõem são, independente e colaborativa-mente, boas. Nunca é so-mente o talen-to de uma úni-ca pessoa ou equipe, mes-mo quando aquela pessoa é Mark Wahl-berg, Natalie Portman, ou um dos irmãos Coen.

No total, os dez que dispu-tam o prêmio de Melhor Filme foram indicados a cinco prêmios de direção, nove de roteiro, 15 de atuação e 29 outros, como montagem, mixagem de som, fotografia e direção de arte. É improvável que todas essas pro-duções tivessem sido indicadas a Melhor Filme – e muito mais improvável que vencessem – se não fosse o trabalho brilhante feito pelas equipes e pessoas que nós raramente vemos e quase nunca a reconhecemos. Nós, provavelmente, não sabemos o que a maioria delas faz.

Quase sempre é um equívoco destacar um indivíduo, um pa-pel ou uma única equipe como responsável pelo sucesso de uma empresa quando existe todo um grupo que contribuiu. Cada um daqueles com quem falamos em Sundance poderia estar correto

ao achar que não estava recebendo o devido crédito pelo que fez. Mas eles também estavam todos errados ao acharem que eles mereciam todo o crédito.

Os melhores líderes sabem disso - não se consagram apenas da boca para fora - eles realmen-te sabem que é ver-dade. E eles trans-mitem isso sendo humildes. Humil-dade não é apenas

uma atitude, é uma habilidade. As pessoas mais eficazes são alta-mente confiáveis (elas sabem que agregam um valor significativo) e humildes (eles reconhecem o imenso valor adicionado por aqueles que os rodeiam). A habi-lidade é deixar que as pessoas ao redor saibam disso.

No fim da nossa caminhada, eu me virei para a minha amiga Allison e perguntei se ela não era a pessoa mais importante em um filme. Afinal, ela escolheu a maior parte das pessoas que fize-ram sucesso. “Ah, eu sou impor-tante”, disse ela. Depois acres-centou: “tão importante quanto todos os outros”.

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economia deseNvOlvIMeNtO regIONAl

A vEz do NOrdesteAproveitando o bom momento vivido pelo brasil nos últimos anos, a região tem conseguido se livrar dos estereótipos e empreender uma grande reviravolta no sentido de provar que é, sim, capaz de ser uma economia forte por simão mairins

Se o Brasil tem cres-cido e chamado a atenção do mundo com a promessa de se tornar uma po-

tência em breve, internamen-te, o Nordeste é a bola da vez. Segundo estimativas publica-das no Boletim Conjuntura Econômica, divulgado pelo Banco do Nordeste no fim de 2010, a região cresceu 8,3% no ano passado, mais do que a média nacional, analisada em 7,5%. A região também bateu recordes na geração de empre-gos, mesmo durante o período de crise econômica.

Antes de falar sobre esse bom momento, no entanto, é bom dar uma olhada no retrovisor. Prestar atenção no ontem é fun-damental para entender por que o crescimento verificado hoje é algo tão extraordinário e, ao mesmo tempo, não se deixar le-var pela euforia que o progresso costuma causar.

Nesta matéria, procuramos fazer um breve resgate do que, historicamente, foi a região, mostrar como ela está se desen-volvendo atualmente e apresen-tar os desafios para o futuro.

o nordeste de ontem“Por causa da seca, o Nordeste nunca se desenvolveu, dando à população apenas três alterna-tivas: o flagelo, a emigração ou o banditismo”. Hoje, essa tese já não faz   o menor sentido, embora não falte quem ainda a defenda. Entretanto, foi esse pensamento que justificou, du-rante séculos, a miséria da região,

fazendo vista grossa para o fator mais relevante: o político.

Desde o período imperial do Brasil, medidas para reduzir os impactos gerados pela estiagem foram tomadas sem sucesso. As políticas ineficientes associadas à corrupção política só agravaram o problema. Iniciativas como o DNOCS (Departamento Na-cional de Obras Contra as Secas) e a Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) chegaram a desempenhar um papel relevante, mas acabaram sucateadas e perdendo o foco de atuação. Esta segunda, inclusive, chegou a ser desativada em 1999 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, devido a de-núncias de corrupção.

Ao longo da história, a região também foi a que mais perdeu habitantes para outras zonas do país, por falta de oportunidades e, principalmente, de políticas públicas que suprissem as de-mandas básicas dos cidadãos. Não é à toa que, atualmente, cer-ca de 20% da população da cida-de de São Paulo é composta por nordestinos, segundo o IBGE.

o nordeste de HoJeNo fim do ano passado, o CEO mundial do Grupo Fiat, Sergio Marchionne, veio ao Brasil dar o pontapé inicial da nova mon-tadora da companhia no Brasil. Instalada no Complexo Indus-trial Portuário de Suape, na re-gião metropolitana de Recife (PE), a fábrica, na qual foram investidos cerca de R$ 3 bilhões, produzirá 200 mil veículos por ano, a partir de 2014, e atenderá

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INdústrIA PetrOquíMIcAcamaçari (ba), pEcém (cE), suapE (pE) E o litoral do rio grandE do nortE Estão EntrE os maiorEs complExos do sEtor no brasil. a rEgião conhEcida como bacia do rio do pEixE, no intErior da paraíba, também tEm sE mostrado promissora E EmprEsas pEtrolífEras Já foram autorizadas a Explorá-la.

AgrONegócIOno valE do rio são francisco, é fortE a produção agrícola voltada para o mErcado ExtErno, com dEstaquE para a vinicultura. Já maranhão E piauí são importantEs produtorEs dE grãos. EstE último, inclusivE, foi rEsponsávEl por sEgurar o crEscimEnto do nordEstE no ano passado, compEnsando os prEJuízos dE pErnambuco E alagoas causados pElas EnchEntEs.

turIsMOo litoral nordEstino, há bastantE tEmpo, é um dEstino cobiçado por vEranistas brasilEiros E EstrangEiros, muitos dos quais, inclusivE, acabam ficando E invEstindo na rEgião. no cEará, por ExEmplo, a câmara dE comércio brasil-portugal Estima quE Existam 700 EmprEsas rEgistradas por portuguEsEs. outros Estados, como paraíba E pErnambuco têm dEspontado na árEa do turismo dE EvEntos, quE é fundamEntal para amEnizar os EfEitos da sazonalidadE E garantir a sustEntabilidadE dos EmprEgos gErados nos pEríodos dE alta Estação. nEssE campo, o grandE problEma é a infraEstrutura ainda dEficitária

POteNcIAlIzANdO As POteNcIAlIdAdesa grandE notícia, hoJE, é o nordEstE quE crEscE. mas Já faz um cErto tEmpo quE o nordEstE é grandE.

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economia deseNvOlvIMeNtO regIONAl

“o nordeste é a noiva encantada de todos os empresários” - luiza trajano, Presidente da magazine luiza

o mercado brasileiro e latinoa-mericano.

Além da fábrica, cerca de 40 empresas fornecedoras de com-ponentes e sistemas também devem ser instaladas no entorno da montadora. Com essa arqui-tetura de negócio, a expectativa é de que sejam gerados cerca de 20 mil novos empregos em Pernam-buco. “Esta combinação trans-formará o panorama econômico da região”, afirmou Cledorvino Belini, presidente da Fiat na América Latina.

“O Nordeste é a noiva en-cantada de todos os empresários. Hoje, a economia brasileira está vivendo um momento memorá-vel de crescimento, e o Nordeste é um dos principais responsáveis por esse acontecimento”, afir-mou Luiza Trajano, presiden-

te do grupo Magazine Luiza, ao anunciar, no ano passado, a aquisição da rede Lojas Maia, com suas cerca de 140 unidades na região.

“Os investimentos realizados pelos poderes públicos em infra-estrutura nos estados da região têm dado à iniciativa privada perspectivas favoráveis de retor-no aos seus investimentos”, afir-ma o economista Jessé Ferreira.

As grAndes obrAs e seus impActosO complexo portuário de Su-

ape, onde ficará   a montadora da Fiat, assim como o porto de Pecém, em Fortaleza, estarão integrados, nos próximos anos, a boa parte do Nordeste através da ferrovia Transnordestina, em-preendimento que já está sendo o motor do crescimento de di-versas pequenas e médias cidades interioranas.

O município de Salgueiro (PE), por exemplo, com seus poucos mais de 50 mil habitan-tes, abriga hoje a maior fábrica de dormentes (estruturas de con-creto utilizadas para sustentar os trilhos de uma ferrovia) do mun-do. A cidade, que está estrategi-camente localizada no encontro da Transnordestina com o ca-nal de transposição do Rio São Francisco, recebeu grande parte das frentes de trabalho das duas

obras.A boa fase,

entretanto, tem exigido muita atenção da ad-ministração pú-blica. Com as obras, a cidade se viu obriga-da a lidar com um incremento populac ional muito atípico. Estima-se que existam, atual-mente, 15 mil pessoas de ou-tras localidades

trabalhando por lá.Essa demanda por profis-

sionais, inclusive, tem reconfi-gurado o modelo de migração comum no Nordeste, conforme explica o professor Francisco de Lima, da Universidade Regional do Cariri (URCA). “A inversão do movimento migratório recen-te traz para o Nordeste não so-mente grupos populacionais que deixaram a região em busca de melhores condições de inserção no mercado de trabalho, mas, também, pessoas cujas origens estão ligadas àquelas regiões mais

desenvolvidas”, explica.Esse cenário levanta o de-

bate em torno de uma ques-tão importante: a capacitação da mão de obra. “Hoje a gente tem emprego à vontade, mas não conseguimos abraçar to-dos porque falta mão de obra qualificada para a demanda. E aí acabam vindo profissionais de fora”, explica Marcones de Sá, prefeito de Salgueiro, que defende, como solução, inves-timentos no ensino técnico profissionalizante com foco nas potencialidades da região.

os desAfios pArA AmAnHã“O crescimento ainda não foi capaz de erradicar os graves pro-blemas sociais de origem históri-co-estrutural”, afirma Francisco de Lima. Para se ter uma ideia do que diz o professor, na Bahia, o estado mais rico da região, 43,47% da população é pobre, segundo o IBGE, e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é 0,742 inferior ao de países como Gabão e República Dominicana.

“Para que o crescimento pos-sa alcançar níveis satisfatórios, problemas como concentração de renda e fundiária, analfabe-tismo e clientelismo devem ser eliminados. Os baixos índices interferem no crescimento da região, pois, recursos que pode-riam ser canalizados para inves-timentos em obras públicas e

serviços públicos são deslocados para minimizar os mesmos”, ex-plica o professor.

Segundo Francisco de Lima, o crescimento sustentável do Nordeste passa ainda pela neces-sidade de fortalecer as atividade econômicas existentes e desen-volver outras novas, de modo que os produtos da região se tornem mais competitivos e, ao mesmo tempo, a população te-nha mais oportunidades de em-prego.

“É preciso, também, des-concentrar a produção, privile-giando a interiorização”, com-plementa o professor. Como? “A função da iniciativa pública é de dar condições e assegurar o bom funcionamento do mercado. A partir daí cabe à iniciativa priva-da investir e atuar na economia”, complementa o economista Jessé Ferreira.

Enfim, os desafios  ainda são muitos. Afinal, séculos não se desfazem em dias. Entretanto, com os pés no chão e o olhar voltado para o futuro, o Nordes-te tem tudo para sustentar a lon-go prazo o bom momento vivi-do atualmente e dar um ar mais arretado à economia brasileira.

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artigo INvestIMeNtO

*marcel planellas - professor do departamento de política de negócios e secretário

geral da esade business school (barcelona - espanha), uma das escolas de negócios com maior prestígio internacional.

As REGRAs dE Buffet

não se pode esQuecer Que estamos Falando soBre o terceiro homem mais rico do mundo

o que um dos mais bem sucedidos investidores do mundo pode nos ensinar sobre a arte de vender e comprar açõesmarcel planellas*

Warren Buffet está, novamen-te, em evidência: através de sua empresa de investimen-tos Berkshire Hathaway, realizou investimentos

significativos durante o terceiro trimestre de 2010. Injetou 2.2 bilhões de dólares em ações de empresas líderes mundiais, como a Wal Mart eExxon, e, fora dos EUA, a suíça Nestlé. Logo depois, no início de novembro, adquiriu a com-panhia ferroviária Burlington Northern Santa Fe (BNSF), avaliada em 44 bilhões de dólares.

Esses investimentos do chamado “Oráculo de Omaha” têm causado um grande número de análises e comentários. Não se pode esquecer que estamos fa-lando sobre o terceiro homem mais rico do mundo, de acordo com a Forbes, onde se alterna com Bill Gates e Carlos Slim. Por que esses inves-timentos? Quais são as regras que Warren Buffet segue para in-vestir? As chaves para responder a essas perguntas são encon-tradas na própria bio-grafia de Buffet.

Warren Buffet estudou na Univer-sidade de Nebraska e logo fez um MBA na Columbia Busi-ness School, onde foi aluno do Benjamin Graham, autor de livros como “Security Analysis” e “The Intelligent Investor”. Depois de terminar seus estudos, trabalhou com Graham, aprendendo suas regras de investimento, até sua aposentadoria. Voltou a Omaha em 1956 sem nenhum plano em mente, até que um amigo lhe pediu para gerenciar seus in-vestimentos.

 Foi assim que Warren Buffet começou sua carrei-ra de investidor. Hoje, continua vivendo em Omaha, bem distante de Wall Street e, sempre que tem opor-tunidade, repete que sua bíblia de investidor são as regras transmitidas por Benjamin Graham, seu pro-fessor e mentor.

Warren buffet se encontra com o presidente barack obama. buffet foi considerado pela forbes o terceiro homem mais rico do mundo em 2010

As PrINcIPAIs regrAs de “vAlue INvestINg” sãO, eM síNtese, As seguINtes:

- aprovEitar as flutuaçõEs a curto prazo das açõEs para invEstir a longo prazo. - buscar nEgócios comprEEnsívEis. nunca invEstir Em um nEgócio quE não sE podE comprEEndEr.

- buscar nEgócios quE tEnham pErspEctivas favorávEis. comprar companhias com um bom histórico dE lucros E uma posição dE lidErança.

- optar por EmprEsas dirigidas por gEstorEs compEtEntEs, quE busquEm gErar valor para os acionistas.

- prEocupar-sE Em obtEr um alto rEtorno, consEguindo sEm malabarismos contábEis ou EndividamEnto ExcEssivo.

- Em invEstimEntos, nunca dEixar sE lEvar pElas “modas do mErcado”.

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marketing feBre dO MOMeNtO

As fAcEs dA cOMPrA cOletIvApromoções tentadoras e oportunidades irresistíveis. Alguns sites de compra coletiva oferecem descontos de 90%, o que gera visibilidade para as empresas e bons preços ao consumidor. mas existe algum lado negativo nesse modelo de negócio?por fábio bandeira de mello

oão Cleyton Nascimento descobriu no ano passa-do uma forma extraordi-nária de conhecer novos restaurantes e passeios

economizando uma boa grana. Ele experimentou a culinária japonesa, comeu em lugares sofisticados e até viajou com os amigos para outro estado pagando apenas 50 reais pelo transporte e passeio. “Através de indicações, conheci alguns sites de compra coletiva. E agora, não pretendo parar de comprar mais assim”, diz João já mostrando interesse em um óculos escuro que entrará na próxima oferta de R$128,00 por R$62,70.

A febre de adquirir através dos sites de compra coletiva atingiu todo o Brasil e mostra que veio para ficar. Ir ao res-taurante, salões de beleza, te-atros e viajar nunca foram tão atrativos e baratos quanto ago-ra. O funcionamento é sim-ples: um site oferece um servi-ço ou produto com descontos que variam de 40% a 90%, du-rante um curto período. Para a promoção ficar válida é preciso atingir um número mínimo de compradores no site. Caso isso aconteça, eles ganham cupons que dão direito à oferta.

J “Acreditávamos que o mo-delo daria certo no Brasil, pois os brasileiros usam muito a internet e as redes sociais para compartilhar novidades com os amigos, o que é sem dúvi-da uma característica para a rápida dispersão do conceito de compras coletivas no país”, relata Letícia Leite, diretora do site Peixe Urbano.

Para as empresas, esse se tor-nou um excelente espaço para gerar visibilidade e conquistar novos clientes. Isabela conta que, muitas vezes, as compras ultrapassam até as expectati-vas iniciais. “A oferta do Big X Picanha, que o Peixe Urbano divulgou em São Paulo, dispo-nibilizou 71% de desconto em Sanduíche + Petit Gâteau (de R$ 26,80 por R$ 7,90) e atraiu mais de 30.500 clientes para a rede em apenas 24 horas, o re-corde de vendas com uma úni-ca oferta até hoje”.

um novo consumidorOs sites de compra coletiva

trazem fatores diferenciados na hora da compra. Como as promoções têm uma curta du-ração (a maioria em 24 horas), o consumidor não pensa mui-to na hora de adquirir a ofer-ta. Muitas vezes, essas pessoas

nem precisam do produto ou serviço que es-tão levando, mas resolvem aproveitar a promoção assim mesmo.

“A impulsividade e o prazer do indivíduo em realizar com-pras (característica comum no ser humano), motivada pela atual melhora na renda do brasileiro, fazem com que a dinâmica desses sites funcio-ne muito bem”, relata Fabio Prado, pesquisador em com-portamento do consumidor e professor de Marketing da PUC-SP.

Para Fabio, as redes so-ciais estão sendo realmente os grandes disseminadores des-se modelo de negócio. “No marketing, o melhor seria substituirmos o termo ‘boca a boca’ para o ‘tecla a tecla’. Através das redes sociais como Twitter e o Facebook, muitas pessoas acabam recomendando produtos para amigos e esses repassam para outros amigos, se tranformando em um ver-dadeiro viral”.

o lAdo ruim do Atendimento Se por um lado as compras coleti-

vas demonstram ser uma ferramen-ta promissora para consumidores, empresas e sites, por outro, falta ainda aprimorar diversos pontos, principalmente, no atendemine-to ao público. É possível perceber que alguns estabelecimentos não se preparam para atender as reservas feitas pelos compradores virtuais.

“Eu já comprei cupons de des-contos para lanchonetes e restau-rantes, nas quais as recepcionistas faziam cara feia quando tomavam conhecimento que era de compra coletiva. Isso é extremamente desa-gradável e, ao invés de a promoção fidelizar o cliente e gerar mais ne-gócios no futuro, com certeza tem o resultado contrário”, relata a jor-nalista Eliane Tanaka.

De acordo com ela, tudo isso está causando uma imagem nega-tiva para essas empresas. “Eu tenho que confessar que sou um pouco consumista e que estava fazendo uso dessa facilidade e as minhas amigas também. Entretanto, agora paramos de comprar por causa do mau atendimento. Em um restau-rante mais chique os atendentes fi-

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cavam olhando para ver se a gente ia embora logo. Um saco mesmo!”, desabafa a jornalista.

De acordo com o professor Fa-bio Prado, esses estabelecimentos estão praticando um verdadeiro “Marketing às avessas”. “Da mes-ma forma que a compra coletiva cria caminhos para os empreen-dimentos crescerem, eles podem também fazer com que desapare-çam. Ao manterem um contínuo atendimento ruim, essas empresas estão dando oportunidade para que as pessoas critiquem o serviço prestado, e isso, para chegar a ou-tros consumidores, é muito rápi-do”, revela o professor da PUC.

Nessa vertente, apesar de a com-pra coletiva ainda ser um negócio promissor, já existe um consenso que poucos sites irão sobreviver. É imprescindível que, além do bom preço, o estabelecimento ofereça um excelente serviço e, para isso

acontecer, a gerência deve estar atenta a tudo. “Primeiramente, o comportamento do empreen-dedor deve mudar. O conheci-mento de gestão deve estar muito mais aprofundado em relação aos recursos, estratégias e liderança de pessoas. Caso o gestor não esteja monitorando o que acontece no empreendimento, em relação à satisfação dos clientes e até de seus funcionários (que vão trabalhar ainda mais para atender esse novo público), a imagem da empresa sofrerá abalos”, conclui o professor Fabio Prado.

Parece que a velha mensagem de Darwin sobre a necessidade de adaptação está mais viva do que nunca na era digital. A ideia é que preço, facilidade e bom atendi-mento caminhem juntos. Quem agradece é o consumidor, que compra baratinho e aproveita uma porção de coisas novas.

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*conhEça o EstabElEcimEnto - anTes de efeTuar a cOmpra, visiTe O esTabelecimenTO que esTá vendendO O prOduTO Ou serviçO. navegue pela página, ligue para a lOja Ou enTre em cOnTaTO cOm O esTabelecimenTO.

*prazo dE validadE - Os prOduTOs e serviçOs OferecidOs na web pOssuem um prazO de validade para cOnsumO esTipuladO pela própria empresa. fique aTenTO para nãO passar desse limiTe.

*política dE dEsistência - é sempre bOm verificar as cOndições nO casO de evenTual desisTência. casO Tenha sidO feiTO um cOnTraTO, verificar às cOndições de desisTência para eviTar abOrrecimenTOs fuTurOs e principalmenTe, para garanTir a devOluçãO dO dinheirO. casO haja prOblemas, O ideal é enTrar em cOnTaTO cOm O esTabelecimenTO para TenTar um acOrdO Ou prOcurar Os órgãOs de defesa dO cOnsumidOr.

sim, já cOmprei nãO, mas preTendO em

breve

nãO, nãO TenhO vOnTade

O que é issO?

você Já adQuiriu alGum produto ou serviço através de sites de compras coletivas? *enquete realizada pelo

Portal Administradores

os mais comprados1º gAstrONOMIA2º sAúde & BelezA3º culturA (teAtrO)4º turIsMO*Dados fornecidos pelo site SaveMe

18.47%6.82%

27.71%

47%

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infográfico teOrIAs HuMANístIcAs

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enpreendedorismo Arte NOs NegócIOs

a banda brasiliense móveis colonias de acaju alia música e empresa

qUANdo A ARTE vIRA (uM BOM) NEGocIouma banda de brasília, um cineasta de pernambuco e uma cooperativa de artesãs do maranhão. em comum, o amor pela arte e o fato de terem transformado suas atividades em empreendimentos rentáveis por simão mairins

O início foi como o de qualquer outra banda: um grupo de amigos do colé-gio tocando em uma garagem para se divertir. A diferença é que, quando a coisa começou a ganhar corpo, mais

que bons músicos, os meninos acabaram se revelando, também, grandes empreendedores. Tirando proveito do fato de ser numerosa e seus integrantes terem formações profissionais nas mais variadas áreas, a brasiliense Móveis Coloniais de Acaju tem se firmado como banda-em-presa, conquistando fãs em todo o Brasil e dando uma lição de como o casamento entre arte e negócios pode dar certo.

“É possível viver de arte? Sim, é”, diz Gabriel Coaracy, baterista da Móveis. Mas, para quem pensa que é fácil, ele vai logo fazendo uma ressalva. “Dá muito trabalho! É um esforço sobre-humano”, brin-ca o músico.

Diferentemente do que é comum ver no show business, a Móveis Coloniais de Acaju optou pela autogestão, dividindo fun-ções administrativas entre os in-tegrantes de acordo com o perfil de cada um.

“Chegou uma hora em que passou a ser impossível não pen-sar a banda empresarialmente”, conta Gabriel. Desde então, cada integrante teve de se dividir entre os instrumentos e alguma função administrativa. “Eu sou publicitário e trabalho muito com internet. Então, juntamen-te com o Eduardo (gaita, escaleta e teclados), cuidamos da parte

virtual da banda. O André (vo-calista) faz toda a parte de arte. Já o BC, nosso guitarrista, é econo-mista e faz todas as prospecções financeiras”, conta Gabriel.

Envolvidos com o mundo dos negócios, os músicos tam-bém têm procurado diversificar a banda enquanto empresa. “A gente já começou a experimentar a produção de áudio publicitário e estamos pensando em atuar como palestrantes. Tem também a nossa loja virtual, com a qual fizemos a primeira experiência agora e superou as expectativas”, conta Gabriel. Além disso, o gru-po realiza, em Brasília, o festival

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Móveis Convida, que, na edição de 2010, além de apresentar bandas do circuito independen-te, ofereceu oficinas e palestras sobre o mercado cultural.

Artesãs empresáriAsNo Maranhão, outra iniciati-

va coletiva mudou a vida de 21 mulheres. Com método e muito trabalho, um grupo de artesãs da cidade de Imperatriz conseguiu somar forças e criar um produto que, hoje, é sucesso no merca-do nacional e uma garantia de renda para elas.

Organizadas legalmente na Comadri - Cooperativa das Mulheres do Artesanato de Im-peratriz, as artesãs trabalhavam, inicialmente, com bordados e costuras. Para entrar com mais força no mercado e viabilizar a comercialização em larga escala, elas criaram uma linha de produ-tos cuja matriz é o coco babaçu,

matéria prima bastante comum na região. São peças refinadas de decoração de ambientes cuja demanda é bastante alta entre os consumidores de artigos de luxo.

As artesãs se orgulham de dizer que a cooperativa foi fun-dada de forma independente e se mantém forte graças ao afin-co de cada uma. “Depois de fundamentada (a cooperativa), a gente recebeu algumas pro-postas de apoio do município e da câmara dos vereadores, mas,

a iniciativa mesmo foi das mu-lheres”, conta Kelly Almeida, uma das cooperadas.

Na Comadri, todas as artesãs são donas do negócio e os lucros são divididos igualmente. Ad-ministrativamente, elas contam com uma diretoria executiva, uma gerência comercial e um setor de produção, que tem uma gerente específica, responsável pelo planejamento e o controle de qualidade dos produtos. “No dia a dia da cooperativa, cada uma tem o seu cargo e sua forma de trabalho. Mas, independente de ser presidente ou operária, o peso nas decisões é o mesmo. A diretoria, pelo estatuto - aprova-do por todas no ato de funda-ção, tem carta branca para tomar decisões. Só que nos casos mais complexos, nós realizamos vota-ção”, explica Kelly.

o self-mAde mAnSe no caso da Móveis Coloniais de Acaju e da Co-madri o trabalho coletivo é que fez a diferença, para o cineasta Wil-des Sampaio, o que valeu mesmo foi saber se virar desde cedo. “Eu penso em arte desde os 12 anos, quando dirigi meu primeiro fil-me na escola. Aos 13, comecei a ver

o cinema como uma atividade lucrativa”, conta Wildes.

Hoje, o cineasta tem sua pró-pria produtora e pode se orgu-lhar de um currículo recheado. Em 2005, aos 16 anos, ele criou o Cine Sertão, único projeto do Norte-Nordeste selecionado pela Fundação Roberto Marinho para compor o time do progra-ma Geração Futura, no Canal Futura. Em 2007, foi seleciona-do para o Festival Internacional de Televisão, no Rio de Janeiro.

no ii Encontro internacional do comércio Justo e solidário, realizado no rio de Janeiro, as artesãs do comadri apresentaram seus talentos em peças e artigos para o lar

chegou uma hora em que Passou a ser imPossível não pensar a Banda empresarialmente

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o cineasta Wildes sam-paio (blusa branca) vem mostrando habilidade para mesclar empre-endedorismo, determinação e arte

Entre 2008 e 2009 foi indi-cado duas vezes ao Prêmio Brasil de Cinema Infantil, recebeu o Prêmio Amigo do Cinema In-fantil e foi nomeado Titular de Cinema da Fundarpe - Funda-ção do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco.

“Eu posso dizer que consigo viver feliz e satisfeito fazendo da minha arte o meu negócio. Quando queremos crescer, te-mos que saber mesclar o artista que existe em nós com empre-endedorismo e determinação. Todo esforço e trabalho, uma hora, será recompensado”, afir-ma Wildes.

AdministrAndo o negócioPara o artista, fazer arte não é problema. Fazer negócios, às vezes, é. Como explica Verô-nica Ribeiro, gestora do Pro-grama de Artesanato do Sebrae Paraíba, a falta de preparo para a gestão, geralmente, é o maior calo na hora de iniciar um em-preendimento. “Aquilo que se produz é feito com muita fa-cilidade. Entretanto, muitas vezes, ele não sabe vender o produto”, explica.

Na Móveis Coloniais de Acaju, o apoio na parte adminis-trativa veio de outros iniciantes. Quando começaram a se estru-turar como empresa, os músicos-empresários contrataram os ser-viços de consultoria da AD&M, empresa júnior de Administra-ção da UnB - Universidade de Brasília, que elaborou o modelo de gestão da banda. “Com esse modelo a gente cresceu muito”, afirma Gabriel Coaracy.

“Damos as informações ne-cessárias para o empresário con-duzir, de forma consciente, o seu negócio. Além do mais, temos uma consultoria mais acessível para empreendedores iniciantes, visto que sai muito caro investir em uma grande consultoria”, ex-plica Lear Valadares, assessor da presidência da AD&M.

Na Comadri, para as coisas darem certo, dois fatores foram fundamentais: primeiro, estabe-

lecer as regras de como funcio-naria a sociedade e dividir o tra-balho de gestão. Em seguida, o que a cooperada Kelly cita como crucial: a capacitação das artesãs para a atividade empresarial.

“Ao longo do primeiro ano da cooperativa nós tivemos aces-so a nove cursos do Sebrae, todos na área de gestão. Foi a partir daí que essas mulheres deixaram de ser simples donas de casa, con-seguiram entender seus direitos e deveres e se firmaram como em-preendedoras”, afirma Kelly.

No fim das contas, inde-pendente de qual seja a arte, adminis-trá-la bem é indis-pensável para que e n g r e n e e tenha sustenta-b i l idade enquanto negócio. “Se você faz um filme e não está preparado pra prestar contas, apresentar relatórios, mensurar resultados, aproveitar oportuni-dades de promoção, divulgação e consolidação de sua carreira, você vai estar sempre nas mãos dos outros”, afirma o cineasta Wildes Sampaio.

Fazer arte e administrar ao mesmo tempo, como já disse Gabriel, da Móveis Coloniais de Acaju, não é fácil. No entan-to, como explica Wildes, “é algo que quebra muito a cabeça. Mas, se você quer crescer, tem que en-carar”.

temos que saber mesclar o artista que existe em nós com determinação

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temos que saber mesclar o artista que existe em nós com determinação

artigodo leitor reAlIty sHOw

*paula zago é apaixonada por arte, redação e blog. atualmente é estudante do 3º

ano de propaganda e marketing da universidade paulista e autora do blog zaggodesign.

reAlIty sHOw: MERchANdIsING ApElATIvo?

o merchandisinG não deve ser Percebido como algo imposto ao telespectador

o merchandising tie-in é um grande investimento adotado por empresas que desejam divulgar uma marca atingindo um grande público. mas será que é esse o merchandising que nós, telespectadores, queremos ver? por paula Zago*

É comum perceber a presença (mes-mo que sutil) de merchandisings na televisão, seja em

novela, filme ou reality show. O

merchandising tie-in (ou edito-rial) é um grande investimento adotado por empresas cujo obje-tivo é divulgar uma marca, utili-zando a comunicação de massa e o alto poder de influência. Depa-ramos-nos com diversas marcas durante as cenas de uma novela, onde o ator vai até o banco abrir uma conta ou até mesmo, a atriz é uma revendedora de cosmé-ticos que convence a amiga de utilizá-lo. Ações de merchandi-sing editorial nesse nível exigem um investimento maior, mas são capazes de gerar um retorno considerável, afinal, atingem um número maior de pessoas e sua inclusão no meio artístico faz sua taxa de “influência” ser capaz de

atrair novos consumidores ou fi-delizar os já existentes.

Porém, a sutileza de que falei no início deste artigo parece estar um pouco distante da realidade, principalmente, quando se trata

de reality shows. Do clo-se do carro em que eles chegam e se despedem da casa, o shampoo que usam e até nos alimentos que consomem – tudo virou uma verdadeira vi-trine de marcas.

Podemos notar facil-mente essa relação no re-ality show do momento: Big Brother Brasil 11 - o campeão de merchandi-sing editorial. Cerca de 14 marcas irão compor o quadro de merchandi-sing da 11ª edição, desde óculos a carros. Tam-bém, pudera: em um es-

paço de três meses a 10ª edição rendeu R$ 340 milhões à Globo, um aumento de 20% em relação ao BBB 9.

Mas será que é esse o mer-chandising que nós, telespecta-dores, queremos ver? Ações cada vez mais apelativas deixam de fazer parte do contexto e acabam aparecendo de forma “agressiva”. A maioria das pessoas não assiste ao reality show para conhecer os novos produtos do mercado, e sim para saber o que está aconte-cendo com os participantes.

Todos sabem que a marga-rina deixa o pão mais saboroso, mas, é necessário dar um clo-se na marca da margarina, por exemplo? E depois ter que ouvir

do participante: “A margarina ‘xyz’ deixa o pão mais sabo-roso e o que é melhor, ela não tem gordura trans!” e a câmera, por sua vez, faz outro close para garantir que o telespectador veja a marca. Eu lhe pergunto: é esse o mer-chandising que vende o produto? Que atrai o con-sumidor?

Essa forma de agir é tí-pica de comerciais que eram exibidos há alguns anos atrás, onde a naturalidade ainda não existia em sua melhor forma. As-sim como tudo tem o seu limite, o merchandising editorial tam-bém tem. Fico pensando se não seria mais interessante a inclusão do produto de maneira sutil, po-rém, visível, e acima de tudo, de maneira natural, fazendo com que o produto faça parte do con-texto e não algo que foi colocado “propositalmente”.

Quando o merchandising é envolvente, o telespectador sente-se interessado e disposto a comprar um produto, pois viu o ator “x” utilizando ou a atriz “y” vestindo, etc. Volto a reforçar que o merchandising não deve ser percebido como algo impos-to ao telespectador, ele deve fluir na cena, mas sem ser deixado de lado, deve ter sim seu momento, mas de forma bem natural.

queremos sua contribuição!para ter seu artigo publicado na revista Administradores é simples. basta ser cadastrado no www.administradores.com.br e publicar artigos em sua conta. seu texto poderá ser selecionado para as próximas edições da revista.

“tIrO PelA culAtrA”

guArANá ANtArctIcAdurantE uma das provas do big brothEr 10, os participantEs dEmonstraram dEsconforto ao bEbEr vários copos dE guaraná sEguidamEntE. por isso, a ambEv avaliou quE o mErchandising gErou um rEsultado nEgativo para a marca.

kNOrapEsar dE sEr um dos patrocinadorEs da 11ª Edição do bbb, a Knorr acabou pErdEndo Espaço para a concorrEntE Em uma das provas do lídEr. os participantEs EspontanEamEntE cantaram o JinglE da maggi, o quE lEvou as duas marcas aos assuntos mais comEntados no tWittEr.

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capa Nerds

Nerdsos doNos do MUNdo

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Leia com atenção estes nomes: Steve Woz-niak, Tim Berners-Lee e Jimmy Wales. E imagine: se houvesse

um avançadíssimo gadget implan-tado agora em sua retina e capaz de traduzir instantaneamente subs-tantivos próprios para adjetivos, você teria lido: nerd, nerd e nerd em vez dos nomes acima. Mas a tecnologia não evolui tanto assim e, pior!, talvez você nunca tenha ouvido falar desses caras. Não mes-mo?! Então é melhor começar sua pesquisa agora. Mas faça do jeito que eles recomendariam: use um computador pessoal, de preferência um Mac (iWoz, como é chamado Steve, o cofundador da Apple e um dos criadores do PC), acesse a internet (Tim é o responsável pelo desenvolvimento da www, a world wide web, onde milhões de pessoas navegam diariamente) e busque na Wikipedia (Jimmy é o todo-pode-roso da enciclopédia livre on-line). Você vai descobrir que, além de tudo isso, o trio acima está entre os homens mais influentes do mundo e vem ajudando a ditar os rumos de atual revolução tecnológica. Ah, sim, eles também são nerds!

Chamar alguém de nerd já foi xingamento. E isso não faz tanto tempo assim. A palavra surgiu na década de 50 e tudo indica que foi utilizada pela primeira vez para denominar um grupo de cientistas canadenses que trabalhavam na divisão de pesquisa e desenvolvi-mento (research and development) da Northern Electric, hoje Nortel. Bastou juntar as iniciais da empre-sa e daquele departamento para formar o apelido: NERD. Como essa turma passava dias no labora-tório, atrás de pesados óculos e lon-ge da vida social, a expressão logo

não o hardware seria mais impor-tante e rentável. Isso os ajudou a fechar um acordo histórico com a IBM que, mesmo contando com um grande número de profissio-nais experientes, não visualizou essa oportunidade”, conta Flávio Marcelo Amaral, da equipe do Yahoo! Brasil, onde é gerente re-gional de operações para a América Latina.

Na mesma época, também en-trou em cena Tim Berners-Lee, o pai da world wide web, que permi-tiu o desenvolvimento da internet como a conhecemos hoje, e Steve

Wozniak, que em 1976 se uniu a Steve Jobs e Ronald Wayne para criar a Apple. Mais tarde, foi a vez do Yahoo!, de Jerry Yang e David Filo, do Google, de Larry Page e Sergey Brin, da Amazon, e de mui-tas outras empresas. “Elas foram formadas por nerds, com conheci-mentos avançados de informática, com ideias brilhantes na cabeça e muita vontade de trabalhar”, ana-lisa Flávio.

do bunker pArA o mundoApesar das ideias revolucionárias, faltava a muitos desses nerds uma dose de carisma ou o tal jeitinho para lidar com o mundo fora do

foi também usada para designar outros jovens com o mesmo perfil. Nascia, assim, a gíria para o cara esquisitão, tímido e aficionado por conhecimento.

A partir daí, a jornada dos nerds não foi fácil. Para ser alvo de chacota e desse temido apelido, bastava o sujeito ser tímido, usar óculos e ter alguma paixão por te-mas que podiam variar de aviões da Segunda Guerra à história dos samurais, passando por RPGs, vi-deogames ou ficção científica. Os nerds eram ridicularizados na esco-la e ainda satirizados pelo cinema e

a TV, em filmes como A Vingança dos Nerds, De Volta para o Futuro e Weird Science. Resultado: eles se isolaram em seus laboratórios, salas de aula ou empresas de garagem. E foi aí que a revolução começou.

Sem alarde e em pequenos gru-pos, os nerds impulsionaram avan-ços que estão hoje influenciando o comportamento de milhões de pessoas no mundo inteiro. Já ou-viu falar em Bill Gates? Pois é, ele veio dessa safra de nerds. Era um programador visionário que, nos anos 70, se uniu a Paul Allen para criar a Microsoft. “Com a criação do computador pessoal (PC), eles tiveram a visão de que o software e

eles eram os párias da escola. desajeitados, tímidos e vidrados em conhecimento

acabaram conduzindo uma revolução sem precedentes no modo como vivemos e nos comunicamos

hoje. Agora, estão se preparando para o próximo passo: transformar completamente a sua empresa.

por michelle veronese

chamar alGuém de nerd Já Foi xinGamento.

e isso não Faz tanto tempo assim

laboratório. “Por causa disso, eles sempre apareceram pouco en-quanto alguém com mais capaci-dades sociais, algum empresário, marqueteiro, é quem efetivamente tornava a tecnologia ou produto conhecidos”, observa Fábio Akita, consultor da Gonow Tecnologia, em São Paulo, e programador es-pecializado em desenvolvimento de software e gestão de projetos. O exemplo clássico, segundo ele, está na história da Apple, com Steven Wozniak assumindo o papel do nerd que implementou o micro-computador caseiro e Steve Jobs como o não-nerd que criou o mer-cado para esse produto.

Mas isso mudaria nos anos 90, quando os nerds finalmente conquistaram seu lugar ao sol. O clima, aliás, era favorável. No início daquela década, os computadores pessoais invadiam casas e escri-tórios, a internet vivia um cresci-mento explosivo, palavras como Windows e e-mails entravam para o nosso vocabulário, pages, pdas e celulares então se popularizavam. E ainda havia um certo finlandês chamado Linus Torvalds, que in-ventara um sistema operacional livre que logo revolucionaria várias áreas computação, de servidores a telefonia móvel. Quem dominasse essas ferramentas saía na frente. Foi assim que o cara mais esquisito da turma virou o centro das atenções. Afinal, ninguém melhor do que um nerd para navegar no admirá-vel mundo novo da tecnologia.

Jovens antes ridicularizados agora conquistavam espaço no mercado e a admiração dos colegas. Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, a rede de relacionamen-tos que conecta 500 milhões de pessoas no mundo inteiro, repre-senta bem essa transformação. De

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Hoje, o site gera receita por meio de anúncios e da loja virtual, onde são comercializados itens como ca-misetas e canecas.

“Essa percepção de que é possí-vel empreender e inclusive ganhar dinheiro com aquilo que se faz por prazer ainda é nova aqui no Brasil e os nerds estão dando os primei-ros passos nesse caminho”, avalia Marco Gomes, que está um pouco mais à frente do que seus colegas. Em 2007, ele largou a faculdade de computação na UNB, em Brasília, e partiu para São Paulo para abrir sua empresa, a boo-box, especiali-zada em tecnologia de publicidade para mídias sociais. A mudança valeu a pena. “A empresa cresceu, atraiu investidores, entre eles a In-tel, e hoje conta com uma equi-pe de 30 pessoas”, conta Marco. Atualmente, a boo-box exibe, a cada mês, mais de 600 milhões de anúncios com ofertas de produtos e campanhas publicitárias em mais de 16 mil sites, blogs, aplicativos e perfis em redes sociais.

profissionAl do conHecimento, o novo líderSer nerd, hoje, abre portas. Profis-sionais com esse perfil começam a ser disputados a peso de ouro por algumas empresas. Nos Estados Unidos, salários da área de tecno-logia são os mais altos, perdendo apenas para os do mercado finan-ceiro. Também não faltam anún-cios, no exterior, onde, em meio a uma série de requisitos, aparece a tal palavra mágica: nerd. Essa tur-ma, agora, está percebendo que tem na mão um importante trun-fo, quase um superpoder digno dos heróis dos quadrinhos: a capa-cidade de transformar as empresas

rapaz tímido e inseguro, hoje posa de tênis e camiseta na sede de sua empresa, avaliada em 50 bilhões de dólares. Em 2010, foi eleito pela revista Time uma das personalidades mais importantes do mundo, título já dado a Gan-dhi, à rainha da Inglaterra e a Ba-rack Obama.

nerd empreendedorAlvo de zombaria? Claro que não! Vergonha do apelido? Nem um pouco. Os nerds de hoje assumem sem medo o velho rótulo e têm or-gulho dele. “Eu sou nerd de cartei-rinha”, afirma Carlos Brando, que começou sua carreira de programa-dor muito cedo, aos 14 anos. “Nes-sa época, eu brincava com braços mecânicos e uma linguagem cha-mada Assembly. Tudo não passava de um passatempo. Com o tempo, essa brincadeira ficou mais séria e eu me envolvi cada vez mais com programação de computadores. Tive o privilégio de aprender uma dúzia de linguagens de programa-ção diferentes e trabalhar com a maior parte delas”, relata.

O que Carlos fez com todo esse conhecimento? Seguiu o exemplo de nerds famosos e decidiu empre-ender. “Criei um site, o Nome do Jogo, para falar sobre o que mais gosto, que é programação. E co-fundei uma empresa especializada em desenvolvimento de aplicati-vos sociais para plataformas como Orkut e Facebook”, conta Carlos, que espera revolucionar esse mer-cado com uma novidade por en-quanto mantida em segredo.

O espírito nerd empreendedor também contagiou Alexandre Ot-toni e Deive Pazos. Fãs de ficção científica, fantasia, quadrinhos, RPG e games, eles reuniram seu conhecimento em um site que satiriza o universo nerd. O Jovem Nerd foi lançado em 2002, ten-do como destaque os podcasts bem-humorados, e hoje virou negócio sério: recebe um milhão de visitantes por mês e, em 2009, abocanhou o prêmio MTV Vídeo Music Brasil de melhor site do ano.

sem alarde e em peQuenos Grupos, alGuns desses Gênios impulsionaram avanços tecnolóGicos Que estão hoJe inFluenciando o comportamento de milhões de pessoas

capa Nerds

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à sua imagem e semelhança.“Vemos isso mais fortemente

no específico nicho de startups de tecnologia dos Estados Unidos (em outros lugares do mundo ain-da são exceção). Nascem empre-sas como Google, Facebook, que uma vez dirigidas por nerds, criam ambientes onde outros nerds se sentem confortáveis em trabalhar e serem criativos”, analisa Fábio Akita. O resultado, segundo ele, pode ser visto no dia-a-dia dessas organizações: locais de trabalho sem burocracias desnecessárias, com horários mais flexíveis, que estimulam o desenvolvimento de projetos pessoais e onde a grava-ta e terno dão lugar ao tênis e à camiseta.

Quem vislumbrou essa trans-formação foi um dos grandes teóricos da Administração, Peter Drucker. Em 1959, no livro Land-marks of Tomorrow, ele já mencio-nava a emergência dos chamados “trabalhadores de conhecimento”,

do conhecimento, junto com a Administração. E ele explica o porquê: “O conhecimento espe-cializado, por si, não gera desem-penho. É necessária a contribui-ção de muitos outros especialistas. E isso exige que o especialista te-nha acesso a uma organização”.

Nesse cenário previsto por Drucker e testemunhado nos dias de hoje, as organizações passam a lidar com inúmeros desafios. Um deles é reconhecer que o trabalha-dor do conhecimento, quer seja líder ou empregado, é quem, no fim das contas, detém o conheci-mento e sua aplicação. Logo, “as organizações precisam dele muito mais do que ele precisa delas”, se-gundo Drucker.

Outro desafio é na hora de definir os postos de comando. Vale apostar no chefe carismático e com habilidades interpessoais, mas sem tanto conhecimento téc-nico, ou no capitão com conheci-mento aprofundado sobre a área,

que sucediam os operários das indústrias e que representavam a transição do trabalho manual para o de conhecimento. “No final do século 20, esses profissionais so-marão 1/3 ou mais da força de trabalho nos EUA, isto é, uma percentagem tão grande quando a dos operários, exceto em tempos de guerra”, previu o autor.

Para Drucker, o profissional do conhecimento é alguém que teve acesso ao conhecimento for-mal, que se especializou numa área e sabe como aplicar, da ma-neira mais eficaz, aquilo que aprendeu. Esse grupo não obriga-toriamente será a maioria em uma sociedade, mas, segundo ele, irá moldá-la. “Podem não ser a classe dominante, mas serão a classe que lidera”, afirmou.

A emergência do profissional do conhecimento, ainda segundo Drucker, estaria moldando as or-ganizações. Essas, por sua vez, tor-nariam-se essenciais na sociedade

mas que ainda tropeça no quesi-to comunicação? “Com os nerds ocupando cargos de CEO de em-presas, eles se tornaram o motor de inovação dessas companhias. Os funcionários se inspiram neles para também criarem e deixarem a empresa com um eterno ar ino-vador”, defende Flávio Amaral.

A transformação já começou. E, para os administradores, não adianta barrar o avanço do conhe-cimento nem dos profissionais que o dominam. Sendo assim, talvez, o conselho mais sensato seja: una-se a eles, siga seu exem-plo. “Os nerds buscam, acima de tudo, conhecimento e querem trabalhar naquilo que gostam. O objetivo de todo profissional deveria ser esse, não importa em qual área”, aconselha Fábio Aki-ta. Lembre-se disso (e lembre sua equipe) na próxima vez em que digitar www, navegar na Wiki-pedia ou olhar para a imagem de uma maçã mordida.

culturA NerdAlém de influenciar a economia, o jeito nerd de ser também contagiou a cultura e há alguns anos vem ajudando a ditar o que consumimos. A prova está no crescimento contínuo da indústria de games, na popula-rização dos mangás e HQs, na venda de ac-tion figures (bonecos articulados que repre-sentam personagens de filmes, quadrinhos ou games) e na crescente audiência de séries de TV, como The Big Bang Theory, que re-trata o cotidiano de quatro jovens nerds do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Ban-das de rock, como Weezer e Wilco, fazem questão de se afirmarem nerds e o até jeito de se vestir dessa turma, com camisetas en-graçadas e ar despojado, virou moda.

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gAlerIA dA fAMAnem todos os nerds vivem cercados de computadores e são aficionados por tecnologia. eles também podem ser encontrados em outras áreas, como política, finanças e entretenimento.

geOrge lucAs e steveN sPIelBerg

capa Nerds

Nos anos 70, eles eram cineastas ansiosos por experimentar no-vas técnicas e efeitos especiais na tela grande. Fizeram isso em seus primeiros filmes, como Tubarão (1975, de Spilberg) e Star Wars (1977, de Lucas), e desde então vêm contribuindo para a evolução da indústria do cinema. George Lucas comanda a ILM, empresa de efeitos especiais, e Spielberg é sócio da Dre-amWorks.

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BArAck OBAMA

HIdeO kOjIMA

BeN BerNANke

AleX kIPMAN

Um misto de C3PO e Spock, o presidente norte-americano expressou toda a sua nerdice em 2008, quando saudou o ator Leonard Nimoy, de Star Trek, com o famoso cumprimento vul-cano. Obama é leitor de quadrinhos, gosta de tecnologia, mas, como todo nerd, escolheu uma área para se aprofundar mais -- no caso, a política.

O designer de jogos e roteirista é uma das figuras mais admiradas na indústria dos games, que movimenta 60 bilhões de dólares por ano e há alguns anos superou a do cinema em faturamento. Ele atua no time da Nintendo, criadora do console Wii e uma das gigantes da área, e criou alguns dos mais famosos e rentáveis personagens dos games, como Donkey Kong, Mario e Link.

Ele é o nerd mais poderoso do planeta, segundo a revista Time, que o elegeu Homem do Ano em 2009. Professor na Univer-sidade de Princeton, Bernanke se especializou em economia e colocou seu conhecimento à prova em 2006, quando assumiu a presidência do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos. Sua primeira missão, que lhe rendeu aplausos, foi tirar do buraco a maior economia mundial.

Esse curitibano apaixonado por games realizou o sonho de mui-tos nerds: trabalhou na Nasa e, depois, na Microsoft. Ali, Alex criou o Kinect, o badaladíssimo acessório para consoles que dis-pensa o tradicional controle e capta os movimentos do jogador, permitindo que ele jogue com o próprio corpo. Sim, o cara rein-ventou a roda, ou melhor, o joystick.

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tendência PulseIrA dO equIlíBrIO

uando um dos meus amigos mais céticos apa-receu com

uma dessas pulseiras no braço pensei que ele a tinha ganho de presente. Quando ele me fez abrir os braços para mostrar o poder do acessório, percebi que algo sério havia acontecido: o pode-roso artefato havia desmagnetizado parte do seu cérebro, senão todo. Tal qual um cartão de crédito em cima de uma bateria de celular.

Algumas pesqui-sas (sérias e bem ela-boradas) mostraram que pessoas corriam mais rápido depois de tomar água com açúcar acreditando ser um isotônico, re-solviam mais testes de matemática ao ingerir um chazinho e até sentiam menos dores com remédios feitos de farinha e açúcar. O efeito placebo – como este fenômeno é conhecido – é real e já foi comprovado cientificamente em diversas ocasiões.

Normalmente, o poder de melhorar a saúde, a performance ou a inteligência está dentro da própria pessoa, como os estu-dos citados acima sugerem. No primeiro caso a pessoa se recu-pera só pelo fato de acreditar que está tomando um remédio de verdade, ou fazendo um tratamento efetivo. Nos outros, isso só se faz treinando ou estudando.

Alguns precisam, porém, de um objeto, um amuleto, um símbolo que magicamente faça emergir sua força interior, de

o vERdAdEIRo podER dA pUlsEIRA POwer BAlANce

normalmente, o poder de melhorar a saúde, a Performance ou a inteligência está dentro da própria pessoa

Q onde ele achava que nada sairia. Ou ainda, ter algo para culpar, caso tudo dê errado. Não tenho nada contra isso, já que algumas vezes realmente funciona, conforme atestado. Mas é como a famosa pílula para matar a sede, do trapalhão Didi Mocó: você a toma junto com dois litros d’água e a sua sede acaba! O efeito é realmente arrebatador. Mas para que a pílula, então, se a água faz todo o serviço?

Ocorre que sempre que alguém quer comprar algo de que não precisa, haverá quem queira lhe vender. Por isso as pulseiras fizeram tan-to sucesso e venderam mais de 150 mil unidades somen-te no Brasil.

notíciAs polêmicAsToda essa discussão veio à tona recentemente quando o pró-prio fabricante divulgou in-formações sobre a falta de evi-dências científicas de que seu

produto realmente funciona. O problema é que os anúncios das pulseiras diziam que ela melhora sua força, equilíbrio e flexibilidade. Só que este tipo de alegação envolve a saúde da pessoa e, neste caso, deve ser sustentada cientificamente, por meio de um experimento. Ex-perimento este que a empresa confessou não ter feito.

A mídia, no entanto, re-

plicou a matéria dizendo que as pulseiras não funcionavam e que PowerBalance era uma fraude. A empresa virou mo-tivo de chacota. Dias depois, noutro comunicado oficial, ela tratou de pôr panos quen-tes, onde afirma não ter alega-do que os produtos da marca não funcionam.

Certo novamente. Mas ne-nhuma empresa vai fazer um produto destes e colocar na propaganda: “talvez funcione, não temos certeza, não temos como provar”.

transformado em sensação mundial, o acessório promete força e equilíbrio. mas será mesmo que funciona?por rodolfo Araújo*

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que tAl MudAr A fOrMA dO teste?sE você quisEr fazEr um tEstE dE vErdadE,

prEcisará usar os mEsmos pEsos E mEdidas nas duas situaçõEs. sugiro o sEguintE procEdimEnto, quE você podE fazEr com sEus amigos na acadEmia:

1Pegue uMA dAquelAs PulseIrAs cOlOrIdAs de BOrrAcHA, de APOIO A AlguMA cAusA, que fIzerAM sucessO

ANOs Atrás (cOMO A dO cIclIstA lANce ArMstrONg e suA fuNdAçãO de cOMBAte AO câNcer) e uMA POwerBAlANce.2fAçA O teste POwerBAlANce cOM

uMA PessOA, AcresceNtANdO duAs vArIAções: vOcê vAI cOBrIr seus OlHOs

cOM uMA veNdA, PArA que ele NãO sAIBA se está usANdO A PulseIrA verdAdeIrA Ou A OutrA; e eM vez de PeNdurAr-se Nele, vOcê lHe dArá uM PesO PArA segurAr POr 30 seguNdOs.

3fAçA O teste três vezes, duAs cOM uMA PulseIrA e uMA cOM OutrA, MAs NãO dIgA quAl vOcê rePetIrá.

4 eM cAdA uM dOs testes, PerguNte à PessOA quAl PulseIrA elA AcHA que está usANdO. vejA quANtOs AcertOs

vOcê cONsegue.

*rodolfo araújo é autor do blog www.naopossoevitar.com.br e ceO da consultoria de

treinamento www.pharmacoaching.com.br e não usa powerbalance.

A ciênciA, A modA e A crençAO imediato sucesso do aces-sório pode ser atribuído a di-versos fatores, dentre eles a lei do menor esforço (“é só colo-car essa pulseira que você vai ficar mais forte, sem precisar malhar”) e a necessidade de aceitação social (quando uma moda pega é difícil resistir e ser do contra). Além disso, diversos depoimentos de ce-lebridades mostravam como suas vidas e carreiras melhora-ram depois que começaram a usar o produto e nos fazendo querer ter o mesmo sucesso de Shaquille O’Neal e, bem... Rubens Barrichello.

Estes apelos foram tão for-tes que convenceram inclusive o meu amigo a comprar e usar uma dessas pulseiras. E se ele, que está acima de média, tem uma, no restante da popu-lação o adereço espalhou-se de forma viral.

Vendeu-se como bilhete premiado. Comprou-se feito garrafada milagrosa. Até que o fabricante tirou o seu da reta, ao assumir que não havia com-provação científica sobre os efeitos do seu produto. O que acontece agora? 150 mil pes-soas vão pedir seu dinheiro de volta? Duvido muito. Afinal, quem comprou a pulseira fez o seu teste particular. E passou.

A MágIcA dA PulseIrAo quE ocorrE, Então, durantE o famoso tEstE prático da pulsEira poWErbalancE?

muito simplEs: ao mEnos uma das duas pEssoas quEr muito quE o tEstE funcionE, Então, mEsmo quE involuntariamEntE, Ela dará uma roubadinha para isso acontEcEr. a pEssoa pEdE quE você abra os braços, como uma cruz, E faz força para abaixar um dElEs. normalmEntE Ela consEguE isso sEm muito Esforço, pois você não Estava EspErando quE Ela JogassE todo o sEu pEso sobrE você.dEpois Ela coloca a pulsEira Em você E rEpEtE o gEsto. podE sEr imprEssão minha, mas dEsconfio quE a pulsEira EnfraquEcE a pEssoa, pois Ela faz muito mEnos força na sEgunda tEntativa E, para a satisfação dE ambos, diz quE você ficou mais fortE com o acEssório. pronto, a mágica Está fEita.o tEstE do Equilíbrio é muito parEcido. é quasE igual ao antErior, mas dEssa vEz você fica sobrE um pé só. sEm a pulsEira a pEssoa vai tEntar tE dErrubar com a força dE um hipopótamo. com a pulsEira, Ela fará toda a força dE um bEiJa-flor.

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artigo APreseNtAçãO

Fãs de Bill Gates, tenham calma! Eu expli-co. O problema, como sempre, não é a ferramenta, mas o uso que se faz dela. A maior parte das pessoas utiliza o Power-Point como uma bengala em suas apre-

sentações. As razões podem ser diversas: insegurança, medo, despreparo, vontade de surpreender a plateia com os “efeitos especiais”, deslumbre com o pro-grama, e por aí vai. A bronca é que, sem o bendito PowerPoint, adiós apresentação.

O modo mais comum de tortura é rechear os sli-des com texto. O apresentador, com medo de não lembrar o que veio falar, entope os slides com um mi-lhão de frases. Para completar, ignora o público à sua frente e lê o que está escrito no telão. Pobre plateia.

Utilizar o clipart do Windows é um dos clichês. Sempre em busca do caminho mais fácil, o tortu-rador não pensa duas vezes antes de inserir aquelas imagens batidas em sua apresentação.

Outra estratégia torturante é o uso de bullet-time, aquele efeito irritante que faz as frases deslizarem na tela. A cada tópico lido pelo palestrante, uma nova frase faz sua entrada triunfante da esquerda para a direita (ou de baixo para cima, ou rodopiando, ou piscando...). Os mais empolgados ainda utilizam o pacote de sons do aplicativo:

*leandro vieira é um arrependido ex-torturador de power point

cOMO tOrturAr pEssoAs UsANdo o

criado para facilitar a vida de milhões de pessoas necessitadas de um suporte para as suas apresentações acadêmicas, comerciais e corporativas, o powerpoint acabou se tornando um verdadeiro instrumento de torturapor leandro vieira*

“As vendAs do primeiro semestre de 2010 superArAm em 6% As

do mesmo período do Ano pAssAdo”. poW! (barulho de disparo de revólver)

“em contrApArtidA, fomos obrigAdos A reduZir nossA mArgem

de lucro em 3,29%” scrinnncHHHH! (carro freando)

“dessA formA, pArA A nossA empresA decolAr, minHA

propostA é de expAndirmos nossA AtuAção pArA o estAdo viZinHo” clAp! clAp! clAp! (som de aplausos. do programa, é claro.)

fAle A verdAde: você Já viu esse filme Antes, não viu?Sons, imagens, vídeos e outros recursos multimídia, podem en-riquecer - e muito - uma apre-sentação. Mas o seu uso deve ser, apenas, para apoiar a mensa-gem do apresentador - e nunca para o apresentador se apoiar em seu uso.

Não quero bancar o sabichão. Eu mesmo já fui um exímio torturador com o PowerPoint. Minhas apresentações seguiam o mesmo roteiro que acabei de descrever. Fui melhorando com o tempo, à medida que me sentia mais seguro para passar minha mensagem, comecei a abrir mão do copy+paste de texto nos sli-des, e passei a utilizar uma abor-dagem mais clean, muito mais simples e harmoniosa.

Ao mesmo tempo em que pode servir como um terrí-vel instrumento de tortura, o

PowerPoint pode ser a ferra-menta ideal para ajudá-lo a fa-zer uma apresentação fantástica e memorável.

Observe como Seth Godin, Chris Anderson, Steve Jobs e outros mestres jedis na arte de encantar plateias utilizam sli-dewares como o PowerPoint, Keynote ou similares. Cada um tem seu estilo e personalidade na hora de contar histórias. O que suas apresentações têm em comum é, justamente, a utiliza-ção de slides simples, pouquíssi-mo texto, imagens marcantes e design de impacto.

Em se tratando de apresenta-ções, menos é mais. Acredite.

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em nossas terras.O Facebook possui mais

de 500 milhões de usuários no mundo, mas no Brasil ainda não alcançou os 10 milhões de usu-ários. O microblogging Twitter também cresce acelerado, mas,

de certa forma, encontra algu-ma resistência de boa parte dos internautas brasileiros. Uma das grandes diferenças entre essas re-des sociais é que o Orkut ainda cumpre o papel como uma rede social conversacional, ou seja, Facebook e o Twitter são mais informacionais.

em rede Orkut

Você sa-bia? Orkut Büyükkokten, engenheiro de software tur-

co do Google, que criou a rede social com maior nú-mero de usuários no Bra-sil e na Índia, ainda está vivo. Por sinal, o site de relacionamento que leva o seu nome permanece com grande penetração nas classes C e D e nos novos entrantes da inter-net brasileira. Ao todo, mais de 52 milhões de brasileiros possuem uma conta no site.

Mas, então, por que dizem que essa rede social está “morrendo”? Calma, eu explico! Como houve uma grande migração dos usuá-rios, principalmente das clas-ses A/B, para o Facebook e Twitter, muitos acharam que o Orkut perderia seu posto de liderança como rede social com maior número de usuá-rios no país, o que ainda não aconteceu.

Os pontos mais impor-tantes para se entender a pene-tração do Orkut no Brasil é de que há uma identificação cultu-ral devido ao fato de os brasilei-ros serem mais sociáveis, amigá-veis, e comunicáveis que o resto do mundo. Apesar disso, nem o próprio Orkut consegue explicar por que o site fez tanto sucesso

*andré telles O publicitário foi o primeiro brasileiro a publicar um livro sobre social media marketing, em 2005,

intitulado “Orkut.com”, pela editora . recentemente lançou “a revolução das mídias sociais” pela mesma editora.

o rkut MoRREU?Há alguns anos, não tinha para ninguém! ter uma conta no orkut era quase obrigatório. só que novas redes chegaram e o abalo do “gigante do relacionamento” foi inevitável por André telles*

o facebook Possui mais de 500 milhões de usuários no mundo, mas no Brasil ainda não alcançou os 10 milhões de usuários.

Em agosto de 2010, o Orkut atingiu 36 milhões de visitan-tes únicos, segundo pesquisa da comScore. Podemos dizer que o usuário brasileiro adora con-versar e essa rede social, pelo seu pionerismo, continua viva e com

força na internet brasileira.Certamente o Orkut perdeu muito tráfego, as comunida-des da rede estão abandona-das em relação à frequente utilização de anos atrás, mas os usuários ainda têm uma imensa coleção de fotos em seus álbuns e mantêm con-tato por meio de scraps com seus amigos colecionados em anos de uso, o que impede um “orkutcídio coletivo”.

outrAs fAces do orkutPara quem informa, sobretu-do para jornalistas, o Orkut pode ter um papel crucial na construção de notícias e pautas. É o chamado crowd-sourcing, que vem cada vez ganhando mais espaço, pois os jornalistas começam a buscar informações sobre determinados assuntos em

sua própria rede de contatos ou até mesmo em fóruns nas comunidades.

No caso do Marketing, além do pessoal, em que as próprias pessoas passam a valorizar seus potenciais em seus perfis, as em-presas já perceberam a importân-cia de manter uma conta dentro

das redes sociais. Nesses sites, as empresas podem ter contato di-reto com os consumidores. Esse relacionamento e a conversação funcionam como um novo e di-ferenciado atendimento de SAC.

O Orkut ganhou também novos espaços para anúncios e vem sendo utilizado como uma mídia social poderosa para di-versos públicos. O social com-merce sempre teve muita força no Orkut e as micro e pequenas empresas continuam utilizando táticas guerrilheiras para anun-ciar e vender seus produtos que, muitas vezes, são procurados pelo próprio consumidor antes da compra. O índice de usuá-rios que pesquisam com inten-ção de compras já ultrapassa um terço do total.

É importante saber que o Orkut tem sim sua função. Ele continua sendo umas das maio-res redes de relacionamento e conversações aqui no Brasil, mesmo com o crescimento cons-tante do Twitter e do Facebook (que já mistura informação com relacionamento ao mesmo tem-po). Por isso mesmo, é difícil que ele caia tão rápido. Mas isso, só o tempo dirá.

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fora do quadrado dIfereNte

quantacrIAtIvIdAde

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máquina que enche o copo por baixo, pen drive pilha, dentes iluminados. veja alguns produtos que estão bem fora do quadrado por Fábio Bandeira de Mello

e Haendel Dantas*

máquina que enche o copo por baixo Você já imaginou um aparelho que enche copos a partir do fundo, em vez de colocar o líquido por cima? Então, nem precisa imaginar, pois ele existe. A empresa GrinOn Industrie criou a máquina Bottoms UP Beer que, segundo ela, “reduz o desperdício da bebida, econ-omiza tempo e melhora a eficiência operacional”. O sistema funciona usando um copo especial permitindo que o líquido entre por baixo.

Por incrível que pareça, a ideia de encher através do fundo do copo não é exatamente nova, mas a Bot-tom-sUP Beer fez um sistema em que sua torneira é a mais rápida do mundo. Elaborado para bares e botecos, o sistema de distribuição para encher cerveja chega a ser nove vezes mais rápido do que as torneiras de cerveja tradicional. Isso equivale ao barman encher 44 copos em apenas um minuto. Ficou interessado na engenho-ca? É só conferir o vídeo em www.bit.ly/admmaquina

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2A nova moda no Japão: dentes iluminadosDente de ouro? Com pedrinhas de diamante? Que nada... A novidade que pretende em-placar no sorriso dos japonses são os dentes coloridos. Tudo surgiu quando dois estilistas, ao criarem uma campanha public-itária para uma loja de roupas, exibiram luzes nos dentes das pessoas como acessório de

moda. Esse acessório contém uma iluminação brilhante de LED que é afixado aos dentes em diferentes modelos.

Apesar de ainda não estar sendo oficialmente comerci-al-izado, a procura pelo produto é grande no país e já existe até oficinas mostrando como construir seu próprio sorriso colorido. Será que essa moda pega no Brasil?

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canudos que dão

sabor ao leite

Se você ou seus filhos gostam de beber leite, talvez gostem ainda mais quando conhecerem esses canudos. Trata-se do Milk Magic Straws (Canudos mágicos para leite).Disponível em chocolate, morango, creme com biscoito e baunilha, a novi-dade é muito simples: basta beber um gole do leite através do “canudo mági-co” e aproveitar um desses sabores. Calma! Não há nada tão mágico assim. O canudo contém bolinhas que se dissolvem lentamente quando alguém suga o leite. Só que a praticidade pode ser uma boa solução para pessoas com deficiência de cálcio ou de crianças que precis-am mais vitamina D no organismo.

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veja outras curio-sidades no www.comunicadores.info e no badalado @comunicadores

pen drive pilhaEquipamentos que têm mais de uma funcionalidade costumam facilitar a vida de todos. E foi através

desse pensamento que o designer Wonchul Hwang resolveu criar o USB AA, unindo um pen drive e uma pilha num único aparelho. Com o design das tradi-cionais pilhas alcalinas do tipo AA (aquelas utilizada nas câmeras,

brinquedos e etc.), a invenção de Hwang possui uma porta USB retrátil que lhe permite recarregar a bateria no seu computador via USB, enquanto você descarrega seus arquivos – afinal, o aparelho funciona também como um pen drive. Por enquanto, o novo equipamento é apenas um protótipo e não há pre-visão de quando estará disponível para o consumidor.

enchendo sacos de areia com facilidadeMesmo com todos os avanços em nano-tecnologia, veículos elétricos e acessórios ultramodernos, equipamentos simples também podem evoluir para facilitar a vida das pessoas. O arquiteto Matt Piner criou o útil GoBagger, um equipamento para encher sacos de areia. É, sacos de areia! Se geralmente era preciso contar com duas pessoas - uma delas segurando a bolsa aberta e a outra colocando a areia dentro com uma pá - as coisas parecem estar mais fáceis. Basta colocar o saco na parte de trás do equipamento e mãos à obra!

De acordo com o pessoal da GoBagger, cerca de 85 sacos podem ser preenchidos por hora por duas pessoas com pá e saco. No entanto, as mesmas duas pessoas com duas GoBaggers pode-riam encher 480 sacos na mesma quantidade de tempo. É, parece que os dias da união de pá e saco estão contados.

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entretenimento curIOsIdAdes, HuMOr e dIcIONárIO

Abstinência tecnológicaFicar sem TV, sem computador e sem celular pode provocar, em alguns usuários, efeitos semelhantes àqueles causados pela abstinência prolongada de drogas. A conclusão é do estudo apelidado de ‘Unplugged’, conduzido por pesquisadores do International Center for Media and Public Agenda, da Universidade de Maryland, e da Salzburg Global Seminar, dos Estados Unidos. Os participantes tiveram que ficar 24 horas isolados, sem utilizar nenhum aparelho de mídia, enquanto anotavam o que sentiam. Desfecho: a televisão foi o dispositivo mais fácil de abandonar e o celular, o mais difícil; a maioria dos participantes teve sinto-mas físicos e psicológicos similares aos de pacientes que enfrentam dietas ou abstinência de drogas.

para que real se tem o capivariCapivari: esse é o nome da moeda que

circula no município fluminense de Silva Jardim e conta com

aproximadamente 22 mil habitantes. O novo sistema monetário,

adotado em novem-bro, é pioneiro no estado do Rio de Janeiro e está

dando uma chacoalha-da no comércio local:

comerciantes afir-mam que a cli-entela aumentou

em até 60%, graças ao Capivari. A moeda é fi-

nanciada pela prefeitura e garante descontos de até 20% nos produtos. Comerciantes garantem: não há con-sulta ao SPC nem ao Serasa, o crédito é aprovado pelos vizinhos e pela fama do ‘bom pagador’.

consumo recorde de caféQuantas xícaras de cafezinho expresso você toma durante os intervalos no tra-balho? Se você mantém esse hábito, provavelmente você é um dos muitos brasileiros que con-somem, em média, 4,81 kg de café por ano, o equivalente a 81 litros. A estatística, calculada pela Associação Bra-sileira da Indústria de Café (Abic), representa um recorde intocado há 45 anos, quando a média de consumo anual do “néctar negro” chegou à casa dos 4,72 kg. Apesar de ser um número alto, os países que mais bebem café no mundo são os imbatíveis nórdicos (Finlândia, Dina-marca, Noruega), onde cada cidadão consome aproximadamente 13kg. A diferença é que lá os termômetros mar-cam -20ºC no inverno

o quilo perdeu pesoMuita gente não sabe, mas o quilo-grama padrão é a única unidade de base no Sistema Internacional de Uni-dades que ainda é definida por um objeto físico: um cilindro feito de liga de platina e irídio, mais bem guardado do que dinheiro em banco, nos cofres do Escritório Internacional de Pesos e Medidas, França. O objeto de 118 anos, porém, perdeu 50 microgramas (o ‘peso’ de uma impressão digital), o que não é suficiente para você descon-fiar da honestidade do açougueiro, mas é um fator que pode representar um in-conveniente para as normas e padrões estabelecidos mundialmente. Cientis-tas já estão conduzindo experimentos para se chegar a uma nova definição de quilograma... uma que não perca peso.

crianças descontroladas, adultos problemáticosSe o seu filho é hiperativo, se irrita facilmente, não termina as tarefas de casa, em suma, não sabe se controlar, cuidado: ele também pode dar tra-balho quando crescer. Tal afirmação pode ser feita com base nos estudos de Pesquisadores da Universidade Duke, da Carolina do Norte (EUA). Durante 30 anos, mais de mil crianças tiveram seu comportamento monitorado dos 3 aos 32 anos de idade. Características como incapacidade para controlar a raiva, falta de perseverança para alca-nçar objetivos, dificuldades para ter-minar tarefas e hiperatividade levam a problemas na vida adulta que vão des-de problemas respiratórios a obesidade, drogas e doenças venéreas. Tais adultos terão dificuldade até para administrar as próprias finanças, conclui a pesquisa.

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HuMOr

AçÕes pArA um mundo melHor

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Algumas empresas tornam o seu negócio sustentável, outras fazem da sustentabilidade o seu negócio. Veja como pessoas comuns, estudantes, empresários e universidades realizam ações e empreendimen-tos com finalidades sociais e/ou ambientais de maneira simples, criativa e construtiva.

se correr, o Bixo verde pega...

Um trote ecológico que acompanhará o universi-tário durante toda a sua vida acadêmica. Em síntese, é assim que pode ser defini-do o projeto Bixo Verde, vencedor da última edição do Desafio Santander de Suste-ntabilidade. Os integrantes do grupo são a orientadora Vera Carolina Cambréa e

as alunas Thamires Bellota Benevides, Ingrid Fregonez e Andréa Fajardo Ramos, todas da Universidade Metodista de São Paulo.

Segundo a integrante, In-grid Fregonez, “o objetivo do projeto é promover o espírito da sustentabilidade nos estu-dantes desde o início da vida universitária”. O Bixo Verde também visa a transformar os estudantes participantes em agentes multiplicadores atu-antes e líderes dos processos

sustentáveis.Durante todas as fases, o

aluno recebe certificados e se integra com outros partici-pantes através do Website do Bixo Verde (ainda em con-strução) e com a comunidade através dos projetos que eles mesmos desenvolveram. Toda essa movimentação forma um profissional diferencia-do, engajado e proativo, que entende e vivencia a Suste-ntabilidade. O projeto deve começar ainda em 2011.

+ Business Intelligence - Conjunto de softwares que ajudam em decisões es-tratégicas;+ CIO (Chief Information Officer) - Responsável pelo planejamento e estratégia por trás da tecnologia.+ Coaching - Aconselhamen-tos feitos por um consultor de carreira que acompanha e se envolve no desenvolvi-

Certa vez, o dono de uma grande empresa resolve testar o carácter de um de seus empre-gados e resolve colocar quin-hentos reais a mais no salário dele. Passaram-se duas semanas e nada do empregado falar algo e devolver o dinheiro. Nisso, o empresário resolver fazer o oposto. Ao invés de colocar os quinhentos reais, iria tirar esse valor do próximo salário dele.

Dito e feito. Chegando no-vamente o dia do pagamento, o empresário depositou quin-hentos reais a menos. No dia

seguinte o empregado entra rapidamente no escritório do empresário e fala:

- Olha aqui doutor, fui ao banco ontem receber o meu salário e estava faltando quin-hentos reais, o que aconteceu?

E o empresário responde:- Ahã, seu malandro! No pa-

gamento anterior eu coloquei quinhentos reais a mais no teu salario e você não falou nada, e agora, o que me diz?

O empregado responde:- Olha, um erro eu tolero,

mas dois não!

descomplicando:mento contínuo do profis-sional.+ Headhunter - Caça-talentos do mundo corporativo.+ Networking – Construção de uma rede de relacionamentos.

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entretenimento leIturA, cINeMA

fotos: divulgação

trABAlHe 4 HOrAs poR sEMANA estANteconfirA nossAs indicAçÕes de livros pArA este mês

“100 grANdes líderes”de brian mooneyo. O livro revela detalhes de alguns dos mais renomados e notórios líderes. examina a habilidade e o talento para a liderança de cada um e analisa os efeitos que a vida deles tiveram na história.Editora madras. 416 págs. r$ 49,90

“BOM cHefe, MAu cHefe ”de robert sutton.a partir de pesquisas e exemplos de casos reais, o livro avalia os tipos de chefes que os profissionais podem se tornar. Editora: bookman. 256 págs. r$ 49,00

“NãO ArrIsque tudO”de stephen spinelli e anthony iaquinto. a obra é destinada às pessoas que pretendem abrir um negócio ou desejam ampliá-lo. ele traz dicas de como se preparar nas adversidades e a simplificar nas tomadas de decisão. Editora: saraiva. 168 págs. r$ 34,90

Trabalhe 4 horas Por semana”, de TimoThy Ferriss, ensina Passo a Passo como consTruir um esTilo de vida que valoriza o TemPo livre

*leo Kuba empreende, palestra, escreve e apresenta um video podcast, não necessariamente nesta ordem.

ver e-mails uma vez por semana? tirar mini-aposentadorias três vezes ao ano? delegar tarefas para assistentes virtuais? Aprenda como com tim ferriss leo kuba*

Cansado de suas longas jornadas de trabalho e da insustentabilidade de seu negócio sem a sua presença, Ti-mothy Ferriss, um empreendedor americano dono de uma empresa de

suplementos alimentares, começou a experimentar novas e mais eficientes formas de trabalhar. O mo-delo funcionou e Ferriss lançou o livro “Trabalhe 4 Horas por Semana”, contando suas experiências. Rapidamente, seu livro tornou-se número 1 na lis-ta do The New York Times e lá permaneceu por um bom tempo.

Na verdade, o título do livro é apenas uma pe-gadinha. Apesar de soar como bravata, o conteúdo é muito bom pois questiona diversos paradigmas que temos em relação às nossas vidas, principal-mente a profissional. O autor propõe um novo modelo, cuja metodologia envolve definição dos objetivos de vida, gestão de produtividade, auto-mação de tarefas ordinárias e, finalmente, liberdade para poder trabalhar menos e dedicar mais tempo para outras atividades.

A base para essa tão sonhada liberdade é a cria-ção de negócios com alto nível de automatização e terceirização, que possam funcionar sem a presença de seu dono. Além disso, Ferriss propõe dieta de informação e diversas técnicas cujo principal obje-tivo é aumentar a eficiência de todos os processos para liberar o maior tempo possível. Para ele, ter tempo é um dos principais ativos nesta era em que vivemos.

Apesar de muitas técnicas não serem aplicáveis para o dia a dia da maioria das pessoas, o livro faz um bom papel de questionar o modelo de trabalho tradicional, em que trabalhamos por décadas para, depois, alcançar a aposenta-doria, muitas vezes já sem saúde e energia para aproveitá-la. Na última parte do livro, Ferriss dá uma série de dicas de viagens e fala sobre suas experiências após sua bem-sucedida mudança no estilo de vida. Caso você consiga sucesso seguindo as sugestões do livro, as dicas de viagens podem ser úteis.

O autor escreve de forma bem-humorada e a leitura é agradável. Depois do sucesso da obra, Ferriss vendeu sua empresa de su-

plementos alimentares, tornou-se referência de produtividade para os profissionais do Vale do Silício (EUA), e investiu em di-versas startups pontocom como, por exemplo, o Twitter.

Trabalhe 4 Horas por Sema-na é um livro que mostra como a era digital permite uma nova forma de se lidar com o traba-lho e o excesso de informação dos diversos meios que nos im-pactam no dia-a-dia. A leitura é recomendada desde que não se leve tudo ao pé da letra. Com um bom senso crítico, todos po-dem extrair algo de útil e prático para suas vidas.

Para quem já leu e gostou do livro, recomendo também o ótimo blog do autor, no ende-reço www.fourhourworkweek.com/blog, repleto de artigos e pesquisa que complementam o “estilo Tim Ferriss de ser”, com boas reflexões para workaholics de plantão.

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um domingo qualquer” mostra a importância do técnico para a liderança, criatividade e o trabalho em equipe

House, interpretado por Hugh laurie, mistura brilhantismo e antipatia como chefe do departamento de medicina diagnóstica

suas metas, são os líderes que pagam o pato!

No filme em questão uma pas-sagem chama a atenção. Al Pacino, mais uma vez magistral em sua representação, no papel do coach Tony D’Amato, faz uma preleção no vestiário para seus atletas que definirá o destino de uma partida decisiva. No chamado “Discurso das polegadas”, Tony sentencia que “ou nos curamos como equipe ou vamos nos desintegrar”.

No esporte, nas empresas e na vida, muitas vezes não são o prepa-ro, a estratégia ou as táticas que fa-zem a diferença. Porque é comum

“House” é uma série de in-vestigação médica, em que o “vilão” é a doença e o “herói” é um médico polêmico, irre-verente, neurótico e antissocial que não confia em ninguém, inclusive nele mesmo, muito menos em seus pacientes. Esse médico é o Dr. Gregory House, que dá preferência aos casos de pacientes que apresentem esta-do crítico, diagnósticos difíceis, casos terminais, fazendo-nos entender que adora, mesmo in-conscientemente, ser desafiado. Até parece alguns líderes corpo-rativos quando são chamados a “salvarem” empresas à beira da morte. Mas o problema é o seu jeito amargo, mal-humorado e de não saber lidar com as pes-soas. Quem estaria disposto a trabalhar para um chefe assim? Quem trabalha para um chefe

O mundo dos es-portes sempre guarda ampla sinergia com o universo cor-

porativo. O maior exemplo está na relação que podemos fazer entre o treinador, ou coach, e os líderes empresariais. Quando um time de futebol não vai bem, o técnico é de-mitido e não todo o elenco. Se em uma sala de aula o rendimento da maioria dos alunos em uma disci-plina é insatisfatório, o professor é modificado. Quando cai o número de fiéis em uma igreja, o pastor é substituído. Se a empresa não atinge

UM doMINGo quAlquer “um domingo qualquer” foi dirigido por oliver stone em 1999. o roteiro contempla os bastidores do futebol americano, uma febre no país de tio sam comparável ao nosso futebol, transitando pela vida de jogadores, donos de equipes e suas relações políticas, a mídia e o marketing. por tom coelho*

* tom coelho é educador, conferencista, escritor com artigos publicados em 15 países e um apaixonado pela sétima arte

*adams auni - administrador, arquiteto e palestrante. está sempre atento nas lições que os filmes e séries de Tv podem deixar

assim?Pode-se tentar conversar

com o chefe sobre as atitudes dele para alterar o ambiente, ficar calado e aguentar todas as patadas do manda-chuva, ou até mesmo pedir demissão. Essa decisão cabe a cada profissio-nal, mas no caso da série de TV, parece que o jeito “turrão” do doutor ajuda no resultado final.

Apesar de o Dr. House ser um especialista no que faz, ele depende de sua equipe para um resultado positivo. Logo o mérito dele é conseguir, por incrível que pareça, estimular os médicos de sua equipe a ter também ideias criativas e obter os melhores resultados entre as probabilidades. Todos os que estão com o Dr. House o fa-zem pelos próprios princípios que o motivam: trabalhar com

o melhor e ter o desafio de se superar. Deci-dir, mesmo in-fringindo re-gras e sair dos padrões. Aliás, grandes inven-ções ocorrem quando os gênios infrin-gem regras. É característica de líder correr riscos e é inegável que House é um líder.

Mesmo sendo um método difícil e estressante, criticado por muitos, percebe-se que nin-guém é obrigado a ficar. Ficam somente os que se comprome-tem com os resultados. Não que o “modelo House de lide-rança”, seja o melhor, o mais certo, mas, no caso da série,

esse é o método que obtém resultados. Caberá cada profissional, assim como na série e na vida real, escolher trabalhar com o seu Dr. House ou não. Ele também, da mesma forma, escolhe quem ele quer na sua equipe e aprende a cor-rer riscos.

A POlêMIcA lIderANçA dO dR. hoUsEpor Adams Auni*

que todos estejam adequadamente preparados. É provável que to-dos tenham estratégias similares e apenas nuances de táticas dife-renciadas. Afinal, coisas e pessoas estão cada vez mais semelhantes e “comoditizadas”. O que realmente faz a diferença são a emoção, o en-tusiasmo e a vontade de fazer acon-tecer. Vencer não é tudo na vida. Querer vencer, é.

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artigo MArketINg dIgItAl

O mercado de internet no Brasil já ultrapassa 80 milhões de pessoas, o equivalente à população inteira da Alemanha ou duas vezes a da Argentina. E, pelas expectativas da

nossa economia, tudo leva a crer que esse número irá aumentar ainda mais este ano. Independentemente do porte ou área de atuação da sua empresa, ser bem sucedido nesse mercado requer cada vez mais conhe-cimento sobre marketing digital. Ou seja, escolher a ferramenta mais apropriada às finalidades envolvi-das, que podem ser vendas, propaganda ou relaciona-mento com clientes.

Para auxiliar nesta questão, seguem abaixo seis ferramentas essenciais de marketing digital e suas vantagens. Elas podem ser usadas juntas ou indivi-dualmente, dependendo dos seus objetivos e verbas, mas é fundamental que façam parte de um plane-jamento prévio envolvendo também público-alvo e expectativa de resultados.

*silvio tanabe é consultor de marketing digital da magoweb e autor do blog clínica marketing digital

sEIs foRMAs de gerAr e TURbINAR NEGócIos NA INterNetconheça as principais ferramentas de marketing digital para explorar o mercado de internet no brasil, que já ultrapassa 80 milhões de pessoas por silvio tanabe*

1 sIte cOM “usABIlIdAde”:

usabilidadE significa facilidadE dE uso. quanto maior a usabilidadE Em um WEbsitE, maior a rapidEz do usuário Em aprEndEr a utilizá-lo E a Encontrar o quE procura. isso aumEnta a satisfação das pEssoas quE visitam o sitE E as chancEs dE um contato EfEtivo.

2 OtIMIzAçãO/seO:é uma sériE dE técnicas

para Estruturar as principais informaçõEs sobrE a sua EmprEsa, produtos ou sErviços contidos no sitE dE forma quE sEJam facilmEntE localizadas pElos buscadorEs. a basE dEsta organização são as palavras-chavE, frasEs E títulos dos contEúdos do sitE, quE dEvEm sEr EspEcíficas, constantEmEntE atualizadas E Estar dirEtamEntE rElacionadas ao nEgócio.

3 lINks PAtrOcINAdOs:

são os novos classificados da intErnEt, Em quE você podE vincular os sEus anúncios para aparEcEr ao lado dos principais rEsultados dE pEsquisas nos sitEs dE busca. por ExEmplo, sE você possui uma loJa dE câmEras fotográficas, sEu anúncio vai aparEcEr ao lado dos rEsultados dE pEsquisas dE assuntos rElacionados à fotografia. além dE vincular a ofErta do sEu produto ao público intErEssado, outras vantagEns é quE você podE gErEnciar a campanha por mEio dE vários rEcursos E só paga pElos anúncios quE forEm clicados.

4 PrOgrAMA de AfIlIAdOs:

é uma modalidadE quE vEm crEscEndo no brasil E vincula o anúncio dirEtamEntE ao contEúdo. utilizando o mEsmo

ExEmplo da fotografia, sEu anúncio vai aparEcEr associado a um sitE, blog ou rEportagEm sobrE o assunto. Já ExistEm várias EmprEsas ofErEcEndo EssE tipo dE publicidadE E a mais conhEcida é o adsEnsE, do googlE.

5 redes sOcIAIs:rEdEs sociais como

orKut, facEbooK E myspacE, assim como as mídias sociais (tWittEr, flicKr E slidEsharE) são a grandE sEnsação do momEnto. não há como contEstar sua importância como canais dE comunicação dirEta EntrE a EmprEsa E sEus cliEntEs. mas antEs é prEciso EntEndEr como funcionam, como sEu público-alvo intEragE E, com basE nEstas informaçõEs, dEfinir a mElhor Estratégia..

6 e-MAIl MArketINg:

um E-mail marKEting podE tEr difErEntEs propósitos: transmitir informaçõEs rElEvantEs para o rEcEptor (caso das nEWslEttErs), ofErEcEr uma promoção, dEstacar os difErEnciais dE sEus produtos E sErviços ou sEr uma fErramEnta dE rElacionamEnto. o rEtorno nEssE invEstimEnto vai dEpEndEr da dEfinição dEssE foco E da qualidadE do mailing no qual é dirEcionado.

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