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03-10-2016portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte/Conteúdos… · 5. (PT) - Correio da Manhã, 01/10/2016, Mais doentes vão ter acesso gratuito à vacina da gripe

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Revista de Imprensa03-10-2016

1. (PT) - Jornal de Notícias, 01/10/2016, Santo António é centro universitário 1

2. (PT) - Jornal de Notícias, 01/10/2016, Novo centro de saúde põe fim a espera de 20 anos 2

3. (PT) - Público, 01/10/2016, Ministro da Saúde diz que SNS estará «arrumado» no final da legislatura -Entrevista a Adalberto Campos Fernandes

3

4. (PT) - Jornal de Notícias, 02/10/2016, Cerca de 1,2 milhões de vacinas contra a gripe já estão disponíveisgratuitamente

7

5. (PT) - Correio da Manhã, 01/10/2016, Mais doentes vão ter acesso gratuito à vacina da gripe 8

6. (PT) - Jornal de Notícias, 01/10/2016, Vacina contra a gripe alargada a mais grupos vulneráveis 9

7. (PT) - Correio da Manhã, 02/10/2016, Controlo da despesa 10

8. (PT) - Público, 02/10/2016, Despesas extra dos hospitais só em caso de “necessidade urgente” 11

9. (PT) - Jornal de Notícias, 02/10/2016, Hospitais têm de pedir autorização para gastar 12

10. (PT) - Jornal de Notícias, 03/10/2016, BE contra teto de despesas no SNS 13

11. (PT) - Correio da Manhã, 01/10/2016, Médicos recebem mais 1100EUR 14

12. (PT) - Correio da Manhã, 01/10/2016, "Manter controlo muito apertado da diabetes" 15

13. (PT) - Correio da Manhã, 02/10/2016, Suspensa greve dos técnicos 16

14. (PT) - Diário do Minho, 02/10/2016, Sobrelotação nas urgências deve-se a falha no sistema nacional desaúde

17

15. (PT) - Correio da Manhã, 02/10/2016, Remoção de amianto e eficiência energética ganham 100 milhões 19

16. (PT) - Correio do Minho, 03/10/2016, Amigos do Hospital de Braga precisam-se! 20

17. (PT) - Jornal de Notícias, 01/10/2016, Fundação lança prémio para melhorar cuidados às crianças comcancro

21

18. (PT) - Correio da Manhã, 03/10/2016, Eleições com data 22

19. (PT) - Jornal de Notícias, 01/10/2016, Líder do Norte avança para bastonário 23

20. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2016, Cinco bastonários assinam carta contra a eutanásia 24

21. (PT) - Expresso, 01/10/2016, Eutanásia discutida na AR a seguir ao Orçamento do Estado 25

22. (PT) - i, 03/10/2016, Casos de tosse convulsa regressam aos níveis dos anos 60 27

23. (PT) - Público, 03/10/2016, “Nem todas as pensões mínimas correspondem a baixos rendimentos” -entrevista a António Costa

32

24. (PT) - Jornal de Notícias, 03/10/2016, Hospital foi condenado por assédio moral a uma médica 38

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25. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2016, Pâncreas artificial promete revolucionar a vida de diabéticos 40

26. (PT) - Jornal de Notícias, 03/10/2016, 63 funcionários exigem 1,2 milhões à Santa Casa 41

27. (PT) - Jornal de Notícias, 03/10/2016, Obras do novo hospital em risco de parar 42

28. (PT) - Diário de Notícias, 01/10/2016, "Como saberemos se nos vão tratar ou despachar?" 43

29. (PT) - Expresso, 01/10/2016, Ensaios clínicos: oportunidades de melhoria 46

30. (PT) - Público, 01/10/2016, Portugueses estão a viver até aos 80,41 anos em média 47

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A1

Tiragem: 72675

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 8

Cores: Cor

Área: 15,66 x 29,78 cm²

Corte: 1 de 1ID: 66307579 01-10-2016

1 1( ►spilall Mudança trará maior capacidade de atração dè investimento e investigação

Homenagem a Sollari Allegro, no Hospital de Santo António, contou com a presença do ministro da Saúde, Campos Femandes

Santo António é centro universitário Helena Norte e Sara Dias Oliveira [email protected]

► Criado há nove anos, o Centro Hospitalar do Porto (CHP). ancora-do no Hospital de Santo António. vai tornar-se num centro universi-tário, com maior capacidade de atração de investimento e investi-gação. O anúncio foi feito pelo mi-nistro da Saúde durante a homena-gem a Sollari Allegro, que ontem se

' despediu da casa que é sua há 25 anos e se transformou numa refe-rência na saúde em Portugal.

A data da homenagem foi esco-lhida com o pretexto de coincidir com o 9.° aniversário da criação do CHP, mas a cerimónia de homena-gem acabou por ser também uma despedida. Foi o próprio Sollari Allegro que anunciou a reforma, já a partir de hoje. "Este será prova-velmente o último discurso que vos dirigirei", começou por dizer.

O mote estava dado para uma re-flexão de fim de ciclo, de uma obra, de uma vida que se confunde com a do hospital onde trabalha há 25 anos e que dirige desde 2002 (com uma pausa de dois anos por razões de saúde). Obreiro de algumas das mais significativas mudanças do Santo António, Sollari Allegro re-cordou vários episódios marcantes - como a criação do CHP, a longa luta para erguer o Centro Materno -

Médicos Ministro garante que incentivos avançam

• O ministro da Saúde afirmou ontem que o Governo tem "aberto caminho" para uma nova abordagem de incentivos, que dá aos médicos a possibi-lidade de encararem o seu fu-turo profissional fora dos grandes centros. Adalberto Campos Fernandes confirma-va, assim, a noticia, avançada ontem pelo JN, de que o Gover-no pretende pagar mais mil euros mensais aos médicos que optem por trabalhar no in-terior e zonas carenciadas de especialistas. "0 procedimento legislativo foi aprovado na generalidade no Conselho de Ministros temáti-co para a saúde e, agora, há trabalho a fazer com as orga-nizações sindicais'", disse o ministro, à margem da home-nagem a Sollari Allegro. O go-vernante considerou que esta alteração pode transformar de "forma significativa" a rede pública de saúde e que, "pela primeira vez", o Governo enca-ra de frente a necessidade de proteger o interior e de dignifi-car a profissão médica.

Infantil do Norte e depois para lhe dar o nome de Albino Aroso -, fez algumas críticas ao poder político, deixou conselhos para o futuro e não esqueceu quem sempre o acompanhou.

Adalberto Campos Fernandes salientou que a criação do Centro Hospitalar Universitário do Porto dará maior capacidade de atração de investimento, projetos de inves-tigação, ensaios clínicos e profis-sionais altamente qualificados. "Através [da mudança] do nome. nós traduzimos aquilo que é o cen-tro hospitalar na realidade", subli-nhou o ministro.

Para Sousa Pereira, diretor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), a transfórma-ção do CHP num centro hospitalar universitário é o reconhecimento da qualidade do ensino, da assistên-cia, e da investigação de uma enti-dade de referência. "É o culminar de um trabalho e de investimentos que foram feitos e que visaram a sua diferenciação técnico-científica e elevada qualidade de ensino", refe-re, ao IN. "É um salto qualitativo", que permite avançar em novas di-reções no futuro, nomeadamente ao nível de projetos de investigação. parcerias e ensaios clínicos. "Tam-bém é importante para a população que entra num hospital que tem ní-vel universitário." • Página 1

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Tiragem: 72675

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 24

Cores: Cor

Área: 10,73 x 29,98 cm²

Corte: 1 de 1ID: 66307719 01-10-2016

Ministro Adalberto Campos Fernandes em Vilar de Andorinho, na primeira pedra

Novo centro de saúde põe fim a espera de 20 anos GAIA Vilar de Andorinho, em Gaia, vai ter um centro de saúde cons-truído de raiz em 2018. A garantia foi deixada ontem pelo ministro da Saúde. Adalberto Campos Fernan-des, na cerimónia do lançamento da primeira pedra do empreendi-mento orçado em 1,5 milhões de euros e que é comparticipado em mais de 1,2 milhões de euros por fundos europeus.

O terreno foi cedido pela Autar-quia e os trabalhos estão em mar-cha. O equipamento será enrique-cido com serviços de apoio à Ur-gência (SASU). "É a concretização de uma aspiração antiga, de cerca de duas décadas". destacou Eduar-do Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Gaia.

O ministro prometeu "visitar a obra a meio" e comparecer na con-clusão da unidade, cuja abertura apontou para os "primeiros meses de 2018". Também disse que o equipamento - lembrou outra aposta do género para a Madalena - se insere na estratégia de "re-construir o Serviço Nacional de Saúde e devolvê-lo àqueles que mais precisam", numa política de

proximidade. Vilar de Andorinho tem 30 mil habitantes, dos quais metade reside em Vila d'Este.

'Boas noticias" para o hospital Manuel Monteiro, ex-presidente da Junta de Freguesia e agora verea-dor com o pelouro da Saúde. subli-nhou que o fecho do processo e os trabalhos no terreno significam que "está a ser feita história".

Nesta altura, alguns serviços es-tão instalados provisoriamente na !unta, em condições consideradas "exíguas", e outros estão dispersos por várias freguesias, obrigando a constantes deslocações. Em 2018, será criada uma "nova centralida-de", reforçou Manuel Monteiro.

Nos terrenos cedidos pelo Muni-cípio será edificado outro equipa-mento, para "tratar maleitas e alo-jar doentes" a serem seguidos pela Associação Nacional de Esclerose Múltipla. O projeto ainda está na Câmara para ser aprovado.

À margem da cerimónia, Adal-berto Campos Fernandes prometeu que, este mês, "surgirão boas noti-cias relativas à segunda fase do hospital de Gaia". MIGUEL AMOR»,

disseram •

Áda, Quem recorria à Urgên- 111. cia do hospital por causa

de uma gripe, à noite, passará a vir aqui. É uma conquista" Serafim Ferreira Presidente da Junta de Freguesia

(,•—„ Para os idosos da fregue- siaIMF é uma boa noticia.

após tanta espera. A mim, has tara atravessara rua" Maria Helena Pereira Reformada

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Tiragem: 32078

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 16

Cores: Cor

Área: 25,70 x 30,37 cm²

Corte: 1 de 4ID: 66307049 01-10-2016

O ministro da Saúde, Adalberto

Campos Fernandes, diz que

herdou uma dívida de 1,3 a

1,4 mil milhões de euros e

está convencido de que a vai

conseguir manter mais ou

menos neste nível, apesar de só

a reposição das remunerações

dos cerca de 120 mil profi ssionais

do SNS já ter agravado a factura

em mais de 100 milhões este

ano. Não está preocupado com

o aumento dos pagamentos

em atraso e pede à oposição

que espere até ao fi nal do ano

para falar das contas. Mas

reconhece que será necessária

toda a legislatura para ter o

Serviço Nacional de Saúde (SNS)

“arrumado”.

O primeiro-ministro disse que

um orçamento rectifi cativo

não seria nenhum drama e

o bastonário da Ordem dos

Médicos reclamou um reforço

de mais de mil milhões de

euros. Os pagamentos em

atraso estão a aumentar (só

à indústria farmacêutica

cresceram 38 milhões de

euros, de Julho para Agosto),

mas diz que não será

necessário um orçamento

rectifi cativo. Como é que isto

se vai resolver?

Vai-se resolver com sentido de

responsabilidade. Os factos

falam por si. O governo anterior,

no início do ano de 2015, tinha

fi xado como meta orçamental

terminar o exercício com menos

30 milhões de euros. Os dados

provisórios que serviram para

que elaborássemos o orçamento

deste ano apontavam para -259

[milhões de euros]. Os números

defi nitivos confi rmados pelo INE

apresentaram afi nal um saldo de

-372. Estamos a falar, portanto, de

um desvio superior a 12 vezes. A

existência de um défi ce superior

agrava aquilo que chamamos as

condições de partida. A dívida

nasce sempre do défi ce. Não há

dívida sem défi ce.

Mas, afi nal, qual é o montante

da dívida que encontrou

quando chegou ao Governo?

Vamos arrumar a questão do

défi ce que gera dívida. Houve

em 2015, no primeiro semestre,

injecções extraordinárias de

capital que fi zeram entrar no

sistema cerca de 365 milhões de

euros. Nós não fi zemos nenhuma

injecção extraordinária desse

montante e portanto a oposição

está a comparar ciclos de dívida

diferentes. O que importa é, no

fi nal do ano, respondermos a

esta questão: vai ou não o actual

Governo fechar o ano com um

volume de dívida e com um prazo

médio de cumprimento igual,

pior ou melhor?

Não especifi cou o valor da

dívida herdada. O anterior

ministro disse logo à partida

que encontrou uma dívida

de mais de 3 mil milhões de

euros.

Ninguém discute que o

SNS acumulou ao longo

de muitos anos, por via do

subfi nanciamento, inefi ciência,

má organização, défi ces que

geraram dívidas que não vieram

apenas do governo do PS.

Basta, aliás, ver a sucessão de

orçamentos rectifi cativos que

foram feitos por governos do

PSD e do CDS. Há um problema

de subfi nanciamento crónico

do SNS que recorrentemente se

traduz na acumulação de dívida

a fornecedores e cujo pico se terá

feito sentir em 2011. Razão pela

qual, com o apoio da assistência

externa, foi possível fazer uma

regularização extraordinária. No

ano passado, o saldo [dívida] era

superior a 1300 a 1400 milhões de

euros e aquilo que procuramos

é que seja mantido, que não seja

agravado. Estamos, neste mês

de Setembro, a fazer um grande

volume de pagamentos e até

fi nal do ano continuaremos a

prosseguir o objectivo de fechar

o ano com o não agravamento do

stock de dívida. Estamos a falar

de um contexto em que repomos

rendimento e aumentamos em

cerca de 3800 o número de

profi ssionais, abrimos novos

serviços e novas valências.

Mas os profi ssionais parecem

estar muito zangados. Os

médicos ameaçam fazer greve,

os enfermeiros têm uma nova

greve marcada para Outubro,

os técnicos de diagnóstico

também.

Todos sabemos há muitos anos

que [o fi nanciamento] está

aquém do que seria necessário

para dar cobertura universal,

geral, e um acesso que seja

equitativo. Ou seja, fazer cumprir

o artigo 64º da Constituição tem

um preço e esse preço não está

defi nitivamente estabelecido

nem consensualizado na

sociedade portuguesa. Sabemos

que para realizar a Constituição

na sua plenitude os recursos

que temos são insufi cientes.

Mas temos feito milagres com

esses recursos. A [recente]

classifi cação de Portugal no 22º

lugar no contexto de 188 países

é a maior demonstração de que

temos sido efi cientes, racionais,

conseguimos construir um

sistema de protecção social que

é custo-efectivo. Claro que nos

falta dinheiro. Mas também não

estamos ainda infelizmente no

que chamaríamos os óptimos de

Adalberto Campos Fernandes O ministro da Saúde pede tempo para concretizar as medidas que idealizou. “Há um trabalho enorme para fazer que se faz numa legislatura”, diz

Serviço Nacional de Saúde só vai estar“arrumado” no fi nal da legislatura

“Todos os estudos internacionais e nacionais consideram que aquilo que é má despesa (fraude e inefi ciência) pode ascender a 10, 12, 14%. Não temos uma quantifi cação objectiva fi na”

EntrevistaAlexandra Campoe Sónia Sapage

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Tiragem: 32078

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 17

Cores: Cor

Área: 25,70 x 30,43 cm²

Corte: 2 de 4ID: 66307049 01-10-2016

efi ciência. Temos desperdício,

problemas de organização

interna, redundâncias de

serviços.

Já há resultados concretos do

combate ao desperdício e à

fraude?

Todos os dias há resultados,

[por exemplo] quando evitamos

gastar o que sabemos que

gastaríamos se não tivéssemos

sistemas de vigilância e de

detecção de comportamentos

incorrectos. Hoje temos um

portal do SNS, um instrumento

único de transparência. Mas a

prestação dos cuidados de saúde

é muito dependente do dinheiro

público. Mesmo os acordos com

“Se eu conseguir poupar um dia de demora média nos hospitais, posso dizer ao ministro das Finanças que não preciso de mais orçamento”

“Estamos a repor remunerações a mais de 122 mil profi ssionais. Este é talvez o maior investimento”

entidades convencionadas,

os medicamentos e as PPP´s

[parceiras público-privadas]

dependem do dinheiro que

vem dos impostos. Há uma

dependência enorme do dinheiro

público. [Neste contexto], é

evidente que pode haver riscos

de inefi ciência ou até de má

utilização de recursos.

Nas Grandes Opções do Plano

para o próximo ano, na

rubrica do combate à fraude,

surge o valor de 200 milhões

de euros no horizonte até

2020. É isto que está a pensar

poupar?

Não estou certo do número

de que está a falar, mas todos

os estudos internacionais e

nacionais consideram que aquilo

que é uma má despesa (fraude e

inefi ciência) pode ser 10, 12, 14%.

Não temos uma quantifi cação

objectiva fi na. Dou-lhe exemplos:

se reduzíssemos a demora média

inapropriada dos hospitais

portugueses iríamos ter ganhos

de efi ciência muito grandes. Dir-

se-á então: por que não melhora

[este indicador] rapidamente?

A resposta é complexa. Nalguns

casos é por má organização dos

hospitais, mas também porque

pode haver difi culdades na

colocação dos doentes na rede de

cuidados continuados, problemas

sociais e pobreza que fazem

muitas vezes com que famílias

peçam aos hospitais para que o

doente fi que mais algum tempo.

E também admito que nalguns

hospitais os recursos não sejam

sufi cientes. Há um trabalho

enorme para fazer que se faz

numa legislatura.

Lembro-me de um objectivo

que defi niu e que passava

por diminuir em 225 mil os

episódios de urgência este ano.

No entanto as urgências até

estão a aumentar.

O que dissemos no início do

ano era que entendíamos que

devíamos fi xar como objectivo

uma redução de 3,7%, uma

meta até pouco ambiciosa, para

reorientar os doentes, sobretudo

os menos urgentes, para cuidados

de proximidade. Naturalmente, o

primeiro semestre não decorreu

como nós gostaríamos. Há uma

grande atracção pelo serviço

de urgência que não resulta

apenas de não haver cuidados

de proximidade, porque, se

formos ver como se comportam

as urgências no sector

Surpreendeu algumas pessoas

quando disse, na terça-feira no

Parlamento, que a ADSE passa

a ser um instituto público. Isso

não é um regresso ao passado,

uma cedência aos sindicatos?

Não. Primeiro não é um regresso

ao passado porque a ADSE

nunca foi um instituto público.

Segundo, porque um instituto

de gestão participada é um

modelo inovador que permite

que quem paga e quem desconta

possa ter uma palavra a dizer

sobre o seu próprio destino.

Aliás, uma das recomendações

muito pertinentes do Tribunal

de Contas é que, sendo os

quotizados, os benefi ciários, os

responsáveis pelo fi nanciamento

da ADSE, eles devem ter uma

palavra a dizer sobre como se

desenvolve a ADSE: dar-lhe

mais autonomia, que permita

que introduza mecanismos de

auto-regulação, de gestão da

utilização, de luta contra a fraude,

de melhor efi ciência dos seus

procedimentos; decidir se vai ter

ou não vai ter mais benefi ciários,

incluindo, como tem sido dito, os

contratos individuais de trabalho

da função pública...

Do ponto de vista do utilizador,

o que é que se pretende que

mude?

A ADSE tem de ser capaz

de dar mais garantias aos

benefi ciários que descontam

do seu vencimento para ter a

“ADSE precisa de um choque de rigor na gestão”

certeza de que o dinheiro é bem

gasto. E a culpa de ele ser bem

gasto ou mal gasto não é, na

esmagadora maioria dos casos,

dos benefi ciários. A ADSE precisa

de um choque de rigor na gestão.

Mas a ADSE já tem excedentes.

Não, não tem. Não temos ainda

os números fechados, mas essa

ideia dos excedentes é outro

mito. A ADSE está envelhecida,

está com uma idade média

[benefi ciários] de 48 anos. Ora,

num sistema como a ADSE, que é

mutual, em que uma população

de 1,2 milhões desconta, gera um

fundo que depois é revertido em

benefícios, quanto mais o risco

clínico das pessoas aumenta

pela idade mais os encargos

sobem. Portanto, uma forma

de dar sustentabilidade à ADSE

é rejuvenescê-la, deixar entrar

gente jovem.

Por isso acha que deve

ser aberta aos contratos

individuais de trabalho?

Sim, claro! E os sindicatos

desejam isso. Creio que faz

sentido porque signifi ca trazer

gente que é saudável, que

utiliza pouco, mas que está a

comparticipar.

E os fi lhos e cônjuges?

É uma matéria que, depois de

ser constituída a nova entidade,

depois de arrumado o modelo de

governação, deve ser analisada

internamente e proposto à tutela

aquela que for a sua opção.

FOTOS: NUNO FERREIRA SANTOS

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País: Portugal

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 18

Cores: Cor

Área: 25,70 x 26,73 cm²

Corte: 3 de 4ID: 66307049 01-10-2016privado, nalguns casos crescem

mais ainda do que no sector

público. Mas só neste segundo

semestre é que teremos os cerca

de 300 médicos de família [que

foram recentemente contratados]

em plenitude de constituição de

listas [de utentes]. Isso só estará

terminado no fi nal do ano.

Qual será o impacto dessa

medida?

Estes médicos vão dar resposta a

mais 500 mil pessoas. [Por isso]

pôr o foco sobre as difi culdades,

quando entre Janeiro e Agosto

de 2015 terão saído cerca de

320 médicos [aposentados] e

este ano esse número baixou

para metade...Temos também

sinais concretos de médicos

que estavam fora do SNS e que

se propõem regressar. Temos

uma trajectória que é muito

positiva para o fi m da legislatura.

Caberá apenas ao Governo criar

condições de atractividade para

que esses médicos voltem a gostar

de trabalhar no SNS.

Os médicos que trabalham

no SNS reclamam a

reposição do valor das horas

extraordinárias, como foi

prometido. Quando é que isso

vai acontecer?

Estamos a preparar o Orçamento

de Estado. O que faz mal ao

país é ter actores políticos que

perdem a visão de conjunto.

Estamos a estudar as condições

objectivas que permitam que

os médicos possam fazer o

trabalho extraordinário que é

necessário dentro do SNS e para

reduzir até ao fi nal da legislatura

a dependência do trabalho

de empresas de prestação de

serviços ao mínimo. Este trajecto

é um trajecto de legislatura.

Esta semana no Parlamento

disse que só a reposição de

salários representa mais de

100 milhões de euros. Como é

que é possível fazer mais com

o mesmo dinheiro?

Estamos a repor remunerações a

mais de 122 mil profi ssionais. Este

é talvez o maior investimento que

estamos a concretizar nos últimos

anos, o investimento nas pessoas.

Um investimento não apenas na

remuneração, mas também no

recrutamento: mais mil médicos,

mais 1600 enfermeiros.

Quando fala em 3800 novos

profi ssionais está a somar a

este número o dos médicos

internos?

Sim. No conjunto, temos um

rácio muito bom de médicos por

100 mil habitantes, em termos

europeus. Mas há um problema.

Há um efeito de bossa de camelo

invertida. Há muita gente a

entrar, à volta dos 30 anos,

mas temos uma concentração

enorme de médicos acima dos

55, 60 anos. A obrigação do

Governo é olhar para o detalhe

da demografi a médica. E há

especialidades em que vão sair

30% dos efectivos daqui a três,

quatro, cinco anos.

Quais são as especialidades em

que se corre esse risco?

Medicina interna, anestesia,

ortopedia, ginecologia e

obstetrícia. Mas a esmagadora

maioria das 40 e tal

especialidades não tem falta de

recursos. Estamos convictos de

que, no fi nal desta legislatura,

no ano em que se completam

40 anos do SNS, Portugal terá

um SNS arrumado. Arrumado

no bom sentido do termo. Com

condições de olhar para o futuro,

com estabilidade, focando-

se a partir daí na qualidade

do trabalho e estabilizando as

relações que têm sido muito

instáveis entre público e privado.

Quanto dinheiro seria

necessário para concretizar

tudo aquilo que planeou fazer?

Depende do sucesso das

medidas. Isto é um sistema

de vasos comunicantes. Se eu

poupar um dia de demora média

nos hospitais, posso dizer ao

ministro das Finanças que não

preciso de mais orçamento.

Estou a caricaturar, mas, se

conseguir que a quota de

genéricos aumente 10%, vou

buscar mais umas dezenas de

milhões de euros. Se conseguir

uma utilização racional do

medicamento, se conseguir

que não haja polimedicação e

sobremedicação em Portugal —

muitas vezes devida à falta de

tempo que os médicos têm para

dialogar com os doentes —, vou

buscar mais umas dezenas de

milhões de euros. Antes de ir

bater à porta do ministro das

Finanças, devia estar uma semana

[a enumerar] os remédios.

E quais são esses remédios?

Um estudo apresentado no tempo

do Governo anterior dizia que,

se os hospitais funcionassem,

como eu disse então, com alguma

ironia, em condições ideais

de temperatura e humidade,

podíamos poupar 800 milhões de

euros. Ora 800 milhões de euros

davam-me para a legislatura toda.

“Não dissemos que íamos dar um dentista a todos os portugueses”

Dentistas nos centros de saúde“Face à escassez de recursos, temos prioridades. Não havendo dinheiro para todos, na saúde oral, as prioridades serão provavelmente os idosos, diabéticos, seropositivos, [as pessoas] com carência económica extrema. Temos que interiorizar que fazer política de saúde com um carácter que respeite a equidade significa: os recursos que tenho são estes, então quem vou proteger? Nós não dissemos que íamos dar um dentista a todos os portugueses. Estamos a procurar qualificar os centros de saúde, dar mais respostas, e vamos à velocidade que pudermos, com os recursos que temos.”Serviços de saúde privados“O sector privado não pode ter uma atitude de estar à espera que o SNS funcione mal para ter sucesso e não pode ter uma atitude predatória. Vejo com bons olhos aquilo que tem sido transmitido por alguns responsáveis desses grupos privados que estão a investir num corpo profissional dedicado, com carreiras próprias, com investigação, com

ensino e em que efectivamente haja dois tipos de realidade: o SNS com o seu caminho, com os seus profissionais e com as suas carreiras, e o sector privado com as suas opções, com o seu caminho autónomo e não sempre à espera de fazer sucesso à custa da desgraça do sector público.”Parcerias Público-Privadas“Ainda não recebi o estudo. O que eu vou fazer é o que está no programa de Governo”.Novos cursos de medicina“Para haver um curso de medicina ou para haver uma nova faculdade, há entidades que têm de se pronunciar, nomeadamente a Agência do Ensino Superior, e são matérias muito complexas. Não é por haver um anúncio que amanhã surgirá uma faculdade de medicina. Há toda uma tramitação, uma avaliação de critérios, técnica e científica, e é prematuro estar a falar sobre isso.”Hospitais entregues a misericórdias“Santo Tirso e São João da Madeira são casos que estão muito bem resolvidos, em

cooperação muito estreita com as autarquias. Quanto a outros, estamos à espera que o grupo de trabalho nos habilite com uma decisão. Tal como nas PPP’s, não vale a pena criar ficções onde a ficção não existe.”Gastos com as 35 horas (que num semestre se estimava atingirem 19 milhões de euros)“Estão dentro do orçamento. Creio que estamos muito confortáveis. Aliás, na saúde, os dois primeiros meses de aplicação, Julho e Agosto, dão sinais de que estamos dentro da meta [2,8, milhões de euros por mês] e não está a haver nenhum desvio. Influência dos partidos da geringonça no ministério“Temos uma relação institucional e parlamentar impecável. Isto significa o seguinte: os compromissos que levaram à constituição da maioria governativa são para cumprir e, ou já foram cumpridos, ou estão a sê-lo. Depois, há matérias que não estão inscritas no compromisso e sobre os quais o PS, o Governo e os partidos que apoiam a maioria política têm posições diferentes”.

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Tiragem: 32078

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 20,92 x 16,24 cm²

Corte: 4 de 4ID: 66307049 01-10-2016

ENTREVISTAMINISTRO DA SAÚDE DIZ QUE SNS ESTARÁ “ARRUMADO” NO FINAL DA LEGISLATURAPortugal, 16 a 18

NUNO FERREIRA SANTOS

Adalberto Campos Fernandes diz ainda que a “ADSE precisa de um choque de rigor na gestão”

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A7

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 16

Cores: Cor

Área: 9,95 x 8,18 cm²

Corte: 1 de 1ID: 66315699 02-10-2016

Cerca de 1,2 milhões de vacinas contra a gripe já estão disponíveis gratuitamente

11, Cerca de 1,2 milhões de doses de vacina contra a gripe estão disponíveis desde ontem, gratuita-mente, no Serviço Nacio-nal de Saúde, a juntar às que podem ser compradas nas farmácias. Segundo a Direção-geral da Saúde (DGS), a vacinação contra a gripe vai continuar a ser gratuita para pessoas a partir dos 65 anos e para internados em instituições. Este ano, as vacinas são igualmente gra-tuitas para os doentes a aguardar transplante, sob quimioterapia, com trissomia 21, fibrose quistica, doença neuromuscular e com dé-fice de alfa-1 antitripsina. As vacinas gratuitas para aqueles grupos não requerem receita médica nem pagamento de taxa moderadora.

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Pág: 21

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Corte: 1 de 1ID: 66308126 01-10-2016SAÚDE

Doentes oncológicos vão ter vacina da gripe gratuita nos centros de saúde

Mais doentes vão ter acesso gratuito à vacina da gripe I3 Doentes à espera de trans-plante, em tratamento de qui-mioterapia ou que sofram de trissomia 21, fibrose quística, défice de alfa-1 ou doença neu-romuscular têm, a partir de hoje, acesso gratuito à vacina da gripe. A exemplo de anos ante-riores à vacina é gratuito para pessoas com idade igual ou su-perior a 65 anos. Para alargar o

acesso a mais grupos de risco, a Direção-Geral da Saúde anun-ciou a compra de "1,2 milhões de vacinas, num investimento de 3 milhões de euros". Já Graça Freitas, subdiretora geral, sub-linhou o sucesso da vacinação nos lares, que é na ordem dos 94 por cento. Um valor muito aci-ma dos 61% dos idosos vacina-dos em Portugal. *IS.

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A9

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 8

Cores: Cor

Área: 10,37 x 29,73 cm²

Corte: 1 de 1ID: 66307550 01-10-2016

Vacina contra a gripe alargada a mais grupos vulneráveis sAci DF Além dos idosos com mais de 65 anos, de alguns doentes cró-nicos e transplantados, também os que aguardam por transplante, es-tão a fazer quimioterapia, têm tris-somia 21. fibrose quística, doença neuromuscular e défice de alfa-1 an-titripsina poderão ser vacinados gratuitamente contra a gripe, a par-tir de segunda-feira. A Direção-Ge-ral de Saúde (DGS) anunciou ontem o alargamento da gratuitidade a mais doentes vulneráveis e a aquisi-ção de 1,2 milhões de vacinas, por cerca de três milhões de euros. "Mais vacinas por menos dinheiro", frisou o diretor-geral Francisco George.

A vacina vai continuar gratuita para os idosos, doentes crónicos, profissionais de saúde do serviço público e residentes em instituições como lares, centros de acolhimento ou docentes integrados na rede de cuidados continuados.

A mensagem é simples: com o in-verno às portas, mais vale prevenir. Graça Freitas insiste, por isso, que "não há contraindicações para a va-cina da gripe - um jovem adulto. sem complicações, por exemplo pode fazer a vacina por indicação do médico assistente". No caso do utente comprar a vacina numa far-mácia. o custo será de 3.80 euros, "pois é comparticipada a 37%".

Gripe pode causar problemas O maior entrave à prevenção. ex-plica Graça Freitas, é o facto de "a maioria das pessoas não terem medo da gripe". "Não é obrigatório. por isso, depende do incentivo". Mas a gripe, alerta Francisco Geor-ge. "pode descompensar", espe-cialmente doentes crónicos e com problemas cardíacos. No ano pas-sado, 61% dos idosos vacinaram-se. A percentagem não é a ideal e qual-quer subida será positiva, insiste a

subdiretora-geral, adiantando que nos lares entre 93 a 97% dos uten-tes são vacinados. A partir de se-gunda-feira os utentes podem agen-ciar a vacinação nos centros de saú-de. As receitas são válidas até 31 de dezembro. A DGS está disponível para aprovar mais locais de vacina-ção com instituições privadas. Na rede pública, como a gripe não se espalha de forma uniforme por todo o país, a decisão de alargamento do horário de serviços será regional.

Em termos de conselhos, Graça Freitas recomenda especial atenção à hidratação. São frequentes os ca-sos de desidratação durante o inver-no por as pessoas não terem sede e deixarem de beber água, alerta. ALEXANDRA INÁCIO

Verão Balanço divulgado nas próximas semanas

O verão foi quente e seco. No mês de julho, houve 372 mor-tes acima do esperado, o que levou Graça Freitas a admitir que poderiam estar relaciona-das com as vagas de calor que se registaram nesse mês. A DGS ainda não concluiu o ba-lanço até 30 de setembro, mas ontem a subdiretora-geral ma-nifestou a expectativa de o ba-lanço ser positivo. A natureza ajudou: foi compensando noi-tes mais frescas, após dias quentes, por exemplo, pelo que tecnicamente não se chega-ram a registar ondas de calor. Depois, justificou, as pessoas já adquiriram novos hábitos, como andarem sempre com garrafa de água. Ou seja, pre-vinem desidratações. O relató-rio deve ser divulgado nas pró-ximas semanas.

Idosos acima acima de 65 anos e todos os residentes em lares têm direito a vacina Página 9

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Tiragem: 141289

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 20

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Área: 4,91 x 4,49 cm²

Corte: 1 de 1ID: 66315859 02-10-2016

HOSPITAIS

CONTROLO DA DESPESA O secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, admitiu que o despacho que obriga os hospitais a pedirem o aval do Governo para des-pesas de investimento pode atrasar procedimentos e pre-judicar os doentes.

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Pág: 15

Cores: Preto e Branco

Área: 25,70 x 13,74 cm²

Corte: 1 de 1ID: 66315328 02-10-2016

Despesas extra dos hospitais só em caso de “necessidade urgente”

Secretário de Estado da Saúde quer evitar “surpresas desagradáveis” com despacho que condiciona gastos a autorização superior. Mas admite excepções à regra para “desbloquear necessidades urgentes”

SaúdeCatarina Gomes

O Ministério da Saúde quer evitar

“surpresas desagradáveis” nas con-

tas dos hospitais até fi nal do ano e

emitiu um despacho que impede que

estes façam investimentos sem auto-

rização central, mas o secretário de

Estado da Saúde, Manuel Delgado,

admite “desbloquear necessidades

urgentes”.

Quando o fi nal do ano se apro-

xima, é prática corrente os conse-

lhos de administração dos hospitais

aumentarem o investimento em

equipamentos e reforço de stocks

de medicamentos com receio de

começarem o ano sem orçamentos

aprovados, diz o secretário de Estado

da Saúde ao PÚBLICO. Resultado?

A despesa costuma disparar no úl-

timo trimestre do ano. O objectivo

do despacho do governante, com da-

ta de 28 de Setembro, é evitar “que

aconteçam surpresas desagradáveis”

que venham a “estragar as contas do

Ministério da Saúde”.

O despacho de Manuel Delgado foi

assinado dois dias depois de se tor-

nar público que o Serviço Nacional

de Saúde fechou as contas de 2015

com um défi ce acumulado de 372

milhões de euros, mais 112 milhões

do que o previsto inicialmente. Se-

gundo o documento, antes de assu-

mirem qualquer compromisso de

metade desta verba, explica.

“Estamos com o fi nanciamento do

ministério muito apertado. O despa-

cho é uma chamada de atenção.” Vi-

gora até ao fi nal do ano, dando lugar,

a partir de Janeiro, à reposição da

situação anterior à sua emissão.

O governante diz, no entanto, que

o seu gabinete está em contacto com

as administrações dos hospitais e que

o despacho vai ser posto em prática

com “maleabilidade”. Por exemplo,

se houver um equipamento que pre-

cise de conserto e não houver outra

opção para dar resposta aos doentes,

“serão desbloqueadas necessidades

urgentes dos hospitais”.

O presidente da Associação Por-

tuguesa dos Administradores Hos-

pitalares, Alexandre Lourenço, diz

que este é mais um despacho com

o objectivo de controlar a despesa e

que é “de duvidosa efi cácia”. “Não

é viável que exista capacidade a ní-

vel central para avaliar situações de

extrema urgência”, diz, embora elo-

giando “o bom senso” da tutela ao

dizer que o despacho é meramente

“orientador”.

Para Alexandre Lourenço, esta “é

uma medida que dá conta da des-

confi ança na gestão dos hospitais”,

convidando a que, de uma vez por

todas, esta classe “seja profi ssionali-

zada e despartidarizada” e que não

haja nomeações políticas de pessoas

“incapazes” para gerir as unidades

de forma profi ssional.

investimento os hospitais terão de

submetê-lo à autorização do minis-

tério, o que signifi ca, por exemplo, a

compra de novos equipamentos ou

a sua reparação, ou a reposição dos

medicamentos além dos “stocks de

segurança”.

Manuel Delgado explicou ao PÚ-

BLICO que, no ano passado, a despe-

sa dos hospitais até Setembro cresceu

8% e que no último trimestre os ní-

veis de crescimento subiram para 11%

ao mês. “O objectivo é evitar aumen-

tos inexplicáveis e abruptos”, para

“não estragar as contas da saúde”.

O orçamento global do Ministério da

Saúde é de nove mil milhões de euros

e os 40 hospitais e centros hospitala-

res na sua alçada absorvem cerca de

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 10

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Área: 5,27 x 29,76 cm²

Corte: 1 de 1ID: 66315670 02-10-2016

Hospitais têm de pedir autorização para gastar

O Ministério da Saúde esclareceu ontem que o despacho que obriga os hospitais a controlar a despesa, com a obrigatoriedade de pedir autorização para qualquer investimento, visa somente evitar derrapagens orçamentais até ao fi-nal do ano. Admitindo que estas autorizações implicam uma buro-cracia que pode atrasar alguns pro-cedimentos, a tutela assegurou, contudo, que tudo fará para que os doentes não saiam prejudicados.

Em causa está o despacho assi-nado pelo secretário de Estado da Saúde Manuel Delgado, datado de 28 de setembro, que determina que, antes de assumirem qualquer compromisso. os hospitais devem submeter à autorização da tutela todos os investimentos, incluindo os de reposição, o que significa, por exemplo, que no caso da avaria de um equipamento, os hospitais te-rão de pedir autorização para subs-tituir o equipamento.

É ainda determinado que "as compras de inventários devem res-peitar os stocks de segurança, mas não devem exceder a média men-sal dos custos em que a entidade incorreu no período de janeiro a agosto". O objetivo Imperioso" deste despacho é "garantir o cum-primento dos objetivos que foram comprometidos no Orçamento do Estado de 2016", sendo necessário que cada entidade controle custos.

Em declarações à Lusa, Manuel Delgado explicou que o que o Exe-cutivo pretende "saber se os inves-timentos se justificam quando ul-trapassam o previsto no contrato programa" e evitar aceleramentos e derrapagens da despesa no final do ano, como aconteceu anterior-mente. "Queremos pedir aos hos-pitais que mantenham os níveis de despesa em linha, com a média mensal até agosto. Não queremos que a despesa dispare, tornando o orçamento do Ministério da Saúde altamente deficitário, como acon-teceu no ano passado, em qüe o previsto era 30 milhões de euros e tivemos um défice superior a 250 milhões de euros", afirmou. • Página 12

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Tiragem: 72675

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 10

Cores: Cor

Área: 21,29 x 18,59 cm²

Corte: 1 de 1ID: 66323333 03-10-2016

Despacho do Ministério liderado por Campos Fernandes foi feito há seis dias

Crítica Ordem para hospitais apertarem cinto leva bloquistas a questionar Governo

BE contra teto de despesas no SNS Num ofionci Ropio [email protected]

► O Bloco de Esquerda (BE) con-frontou o Ministério da Saúde com a ordem dada aos hospitais para que controlem as despesas e não ultrapassem a média mensal dos gastos entre janeiro e agosto. O de-putado Moisés Ferreira questionou o Governo se pretende manter um despacho que pode provocar uma demora na aquisição de bens e ser-viços nas instituições, prejudican-do o atendimento dos doentes. O bloquista avisa, ainda, que tentar controlar o défice assim - com o congelamento de despesas no Ser-viço Nacional de Saúde (SNS) - não é a receita correta.

Cjnco dias depois do despacho assinado pelo secretário de Estado da Saúde Manuel Delgado, o BE de-fende, numa pergunta enviada à tu-tela, que "a suborçamentação não se combate com a centralização de decisão para realização de despe-sa; nem o reforço da resposta se fará com processos que burocrati-zam a aquisição de medicamento, materiais e equipamentos".

No texto, a que o IN teve acesso, Moisés Ferreira reconhece que a "capacidade de resposta' do SNS

reduziu-se durante o Governo PSD/CDS e que a estratégia não pode passar agora por 'condicionar o funcionamento do SNS. subalter-nizando-o ao défice".

Corte nas rendas dos privados "Foram dados passos muito impor-tantes e positivos no SNS, em 2016. Não compreendemos o receio de um gasto elevado, já que nada faz antever que as unidades de saúde vão incorrer em despesas desne-cessárias'. explicou ontem ao IN, defendendo que a contenção deve fazer-se no lado das parceiras pú-blico-privadas da saúde, que "con-somem 450 milhões por ano".

Segundo Moisés Ferreira, daque-le montante que rumou aos priva-dos, em 2015, 400 milhões de eu-ros foram para a exames comple-mentares e de diagnóstico mais co-mum - à exceção da hemodiálise.

Também, ontem, na Madalena, na ilha do Pico, no arranque da campanha eleitoral para as regio-nais dos Açores, a líder do BE. Ca-tarina Martins, garanpu que "nin-guém compreenderia que, neste momento. em Portugal o controlo do défice fosse feito à conta do es-trangulamento dos hospitais".

O despacho ordena que as insti-tuições necessitarão de autorização central para todos os gastos - até para reparação ou substituição de equipamentos. A Lusa, o secretário de Estado da Saúde alegou que o objetivo é impedir que a "despesa dispare tornando o orçamento do Ministério da Saúde altamente defi-citário como aconteceu no ano pas-sado". "O previsto era 30 milhões de euros e tivemos um défice superior a 250 milhões de euros". disse, a propósito da norma que vai vigorar até ao final do ano. •

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Tiragem: 141289

País: Portugal

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 20

Cores: Cor

Área: 15,48 x 6,94 cm²

Corte: 1 de 1ID: 66308121 01-10-2016

SAÚDE

Médicos recebem mais 1100 Os médicos especialistas vão

receber mais 40 por cento do ordenado como incentivo para irem trabalhar para zonas onde há carência de profissionais. São cerca de 1100 euros a mais, segundo a proposta incluída no Programa Nacional para a Coe-são Territorial, o que totaliza cerca de 3500 euros. "Quere-

mos acabar com a dependência das empresas de prestação de trabalho médico", afirmou on-tem o ministro da Saúde, Adal-berto Campos Fernandes, re-forçando que as medidas estão a ser negociadas. Para José Ma-nuel Silva, bastonário dos Mé-dicos, falta esclarecer as condi - ções dos incentivos. •MJ.B. Ministro Adalberto C. Fernandes

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Tiragem: 141289

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Âmbito: Informação Geral

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Área: 10,48 x 13,84 cm²

Corte: 1 de 1ID: 66308607 01-10-2016

DISCURSO DIRETO

florindo Esperancinha, oftalmologista aponta riscos da principal causa de cegueira

"MANTER CONTROLO MUITO APERTADO DA DIABETES"

cm - Um estudo liderado pelo inves- tigador Marco Du- tra estima que há 160 mil diabéticos que sofrem de reti- nopatia. Acontece, que uma grande parte destes doentes desconhece sofrer da principal causa de ce- gueira. Florindo Esperancinha - Realmente, há necessidade de realizar uma grande cam- panha mediática capaz de informar os doentes. - Surgem diabéticos no seu consultório com retinopatia em estado muito avançado? - Por vezes pode aparecer um ou outro com retinopatia já muito avançada. Mas o

mais frequente é diabéticos que des-conhecem sofrer de retinopatia. - É possível ao dia-bélico tomar cuida-dos para que a reti-

nopatia não se desenvolva? -É possível o doente manter um controlo muito apertado da diabetes. Uma vez dia-gnosticada a retinopatia, os oftalmologistas podem tra-tá-la e evitar a propagação, com o recurso a substâncias por via de injeções e laser. - Verificada a cegueira, esta é irreversível? - Se o grau de visão for zero é impossível recuperar. Se for 5% ou 10% a intervenção pode recuperar. • IS.

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Tiragem: 141289

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 20

Cores: Cor

Área: 5,53 x 6,56 cm²

Corte: 1 de 1ID: 66315846 02-10-2016

SAÚDE

Suspensa greve dos técnicos B O Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Te rapêuticas suspendeu a greve marcada para entre 3 e 7 de ou - tubro, depois de o Governo ter assumido "o compromisso es-crito" de satisfazer as exigên-cias numa reunião dia 12. • B.E.

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A17

Tiragem: 8500

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

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Cores: Preto e Branco

Área: 25,88 x 26,60 cm²

Corte: 1 de 2ID: 66315167 02-10-2016

Médicos de várias especialidades estão desde ontem reunidos na Escola de Ciências da Saúde para tentar melhorar a atuação nos serviços de urgência.

Carla esteves

A sobrelotação do

serviços de urgên-

cias hospitalares

por doentes que

não são considerados ur-

gentes, é o reflexo de di-

versos problemas no sis-

tema nacional de saúde.

Esta foi uma das ideias

ontem defendidas no âm-

bito do II Congresso Na-

cional de Urgência, que

juntou na Escola de Ciên-

cias da Saúde da Universi-

dade do Minho (UMinho)

médicos especialistas de

todo o país, comprome-

tidos em encontrar solu-

ções para os serviços de

urgência nacionais.

De acordo com a Or-

ganização para a Coope-

ração e Desenvolvimen-

to Económico Portugal é

o país com mais atendi-

mentos nos serviços de

saúde per capita, tendo si-

do atendidos na urgência

hospitalar mais de 70 em

cada 100 portugueses en-

tre 2001 e 2011. O padrão

não se alterou em 2015,

com cerca de sete milhões

de idas ao serviço de ur-

gência, num país com 10

milhões de habitantes.

José Mariz, responsá-

vel pela organização do

Congresso, defende, con-

tudo, que a "culpa" não

As urgências foram tema de debate para médicos de várias especialidades

Sobrelotação dos serviços de urgência deve-se a falha no sistema nacional de saúde

Internistas podem retirar das urgências cerca de 60% de doentes indevidos

Argumentando que o recurso ao serviço de urgên-

cia continua a ser o escape para muitos problemas

do sisetma nacional de saúde, os especialistas reu-

nidos neste congresso defendem que uma das so-

luções passa por centrar o médico especialista em

Medicina Interna como coordenador das equipas de

atuação que vão para além do doente agudo.

O médico agirtia identificando as situações cró-

nicas passíveis de tratamento em consulta aberta,

hospital de dia e internamentos domiciliários, evi-

tando a sobrelotação dos sistemas.

«Doentes crónicos complexos não podem estar

só ligados ao médico de família, mas necessitam de

uma ligação efetiva ao hospital e muitos vão preci-

sar da especialidade de medicina interna, de trata-

mentos ativos, de internamento e o centro de saú-

de não pode dar essa resposta. E claro que, depois

se veem obrigados a recorrer à urgência», defen-

deu José Mariz.

Para os especialistas em Medicina Interna, caso

haja vontade política seria possível reduzir signi-

ficativamente a afluência à urgência, retirando en-

tre 40 a 60% dos doentes indevidos, e passando as-

sim de sete a três milhões de idas anuais ao serviço

de urgência.

Apesar das muitas polémicas, os médicos consi-

deram que as urgências têm globalmente um nú-

mero de profissionais suficientes, mas é insuficien-

te a quantidade de médicos diferenciados, uma vez

que as urgências têm atualmente na linha da frente

muitos indiferenciados, que não conseguiram colo-

cação ou especialidade, a quem falta uma visão in-

tegrada da saúde.

An

tón

io S

ilva

é dos doentes «que ape-

nas recorrem ao servi-

ço de urgência, quando

não conseguem encon-

trar solução para os seus

problemas nos centros

de saúde».

«Um dos grandes pro-

blemas das urgências é a

sobrelotação de doentes

que não são considerados

urgentes, daí resultando

uma desadequação do ti-

po de cuidados na urgên-

cia. Resolver problemas

crónicos num sítio que é

para resolver problemas

agudos traz problemas

para os profissionais, pa-

ra a instituição e risco

para o doente», argumen-

tou.

O médico do Hospi-

tal de Braga defende que

se trata, por isso, de «um

problema a montante,

porque os utentes com

determinados proble-

mas sentem que a úni-

ca porta que lhes poderá

resolver o problema é a

urgência, o que revela

«uma falha do sistema».

O médico apontou

exemplos como os doen-

tes de DPOC (Doença Pul-

munar Obstrutiva Cró-

nica) ou insuficiência

cardíaca que se vêm for-

çados a recorrer às urgên-

cias em situações limite

por não encontrarem a

solução para o seu pro-

blema nos cuidados pri-

mários de saúde.

Diálogo com os centros de saúdeJosé Mariz identifica ain-

da como outro dos pro-

blemas a falta de comu-

nicação entre hospitais

e os cuidados primários,

nomeadamente a «falta

de diálogo entre hospi-

tais e centros de saúde».

«Nós precisamos de

dialogar com os cuida-

dos primários e temos de

ter esses doentes cróni-

cos referenciados. Eles

não podem estar só liga-

dos ao médico de famí-

lia, e muitas vezes nem

sequer têm médico ou

quando têm o tratamen-

to das suas doenças não

passa pela sua competên-

cia», defendeu.

Para o especialista a

solução terá, por isso, de

passar por uma boa rela-

ção com os centros de saú-

de, os cuidados integrados

e a centralização do inter-

nista como coordenador

das equipas de urgência.

O objetivo é promover

o diálogo entre serviços,

de maneira a tratar es-

tes doentes complexos,

evitando que sobrecar-

reguem mais o serviço

de urgências.

II Congresso Nacional de Urgências

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Tiragem: 8500

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 9,44 x 3,76 cm²

Corte: 2 de 2ID: 66315167 02-10-2016

braga P.06

SOBRELOTAÇÃONAS URGÊNCIAS DEVE-SE A FALHANO SISTEMA NACIONALDE SAÚDE

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A19

Tiragem: 141289

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 29

Cores: Cor

Área: 15,60 x 6,56 cm²

Corte: 1 de 1ID: 66315979 02-10-2016

e

EDIFÍCIOS PÚBLICOS

Remoção de amianto e eficiência energética ganham 100 milhões G O Governo abriu ontem o primeiro de dois concursos para melhorar a eficiência energéti-ca nos edifícios do Estado. Os-candidatos vencedores podem receber até 5 milhões de euros para financiar -até 95% das obras. Ou seja, o Estado só terá de pagar cinco éuros por cada

100 de investimento. O restan - 'te virá de fundos comunitários.

O Serviço Nacional de Saúde e e a "substituição de materiais com amianto" são prioritários.

O concurso vai distribuir 50 milhões de euros. No início de 2017 arranca um novo processo com mais 50 milhões. • Amianto tem gerado protestos

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A20

Tiragem: 8000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 35

Cores: Cor

Área: 25,00 x 20,44 cm²

Corte: 1 de 1ID: 66325018 03-10-2016

Ideias FELISBELA LOPES Docente do Departamento de Ciências da Comunicação da Universidadedo Minho

OHospital de Braga criou, há dias,a Liga de Amigos da respetivaunidade hospital. É uma exce-

lente notícia. Porque significa que há gen-te mobilizada para apoiar gratuitamenteos cuidados de saúde e porque os respon-sáveis por esta estrutura deram aberturasuficiente para que tal iniciativa ganhassecorpo.

São vários os propósitos desta Liga.Apoiar os profissionais no trabalho depromoção da saúde e ajudar os paciente esua família a adoptar hábitos de vida sau-dável são um dos vetores estruturantes deum trabalho necessariamente de médio elongo prazo. Criar uma plataforma deações de mecenato, beneficência e volun-tariado dirigida aos utentes do Hospitalpoderá ser mais rápido, mas não menoscomplexo. Mas também não é para a sim-plicidade de tarefas que uma Liga assim écriada. É para agir onde há mais carência,mais lacunas...

Constituindo-me como sócia fundadora,estou duplamente feliz. Sinto uma enor-me satisfação enquanto investigadora queencontra na comunicação e no jornalismoda saúde um dos seus campos de trabalhoe que diariamente constata o atraso que onosso país regista no que diz respeito à li-teracia em saúde, sem que haja iniciati-va/medidas em contraciclo. Com esta be-nemérita iniciativa, faz-se esse contra-ciclo e isso merece o nosso aplauso.

O envolvimento dos cidadãos na pre-

venção da doença e na promoção da saú-de é vital para um país mais saudável,com uma melhor utilização dos serviçosde saúde e, consequentemente, com gas-tos mais moderados a esse nível.

Não somos ainda esse país de cidadãoscomprometidos ativamente com a suaprópria saúde. Parece paradoxal. Todosvalorizamos muito a saúde, mas cuida-mos tão pouco para tornar isso uma reali-dade no dia-a-dia. Precisamos de redesque promovam essa literacia ainda em ní-

veis tão baixos em Portugal... Cruzandoliteraturas de várias geografias, sobressaiinvariavelmente algo que parece ser uni-versal: o facto de as pessoas querem eprecisarem de informação sobre a saúde,especialmente quando elas ou alguém dasua família estão doentes.

Embora uma informação regular, perti-nente e efetiva não se substitua aos servi-ços de saúde de qualidade, os respetivosutentes precisam disso para avaliar bemtodas as opções para a prevenção ou trata-

mento de doenças. E que caminho longoos serviços públicos de saúde têm de per-correr aqui.

Estou também feliz como utente doHospital de Braga. Uma utente de longadata, uma utente frequente, mais comoacompanhante do que como doente. E énas horas que aí deixo que vou observan-do quem aí trabalha.

Quem chega aqui doente espera umatendimento rápido, eficaz e que tambémnos devolva algum conforto na dor físicae na compreensível inquietude dos nossosestados de alma. Quem aí trabalha verga-se na vida de todos os dias a um trabalhoexigente, desgastante e, muitas vezes,pouco compreendido e reconhecido. Qua-se que me apetece dizer que é duro estarde cada um dos lados da barricada. Possodizer que é duro chegar a um hospitaldoente e sentir medo de ali estar. Mastambém devo reconhecer a dureza no tra-balho dos mais de dois mil colaboradoresque esse casa tem.

Não deve ser de barricadas que aqui fa-lamos. Falamos de um hospital. De umacasa que cuida de quem está doente e quequer proteger quem é saudável. É de pon-tes que devemos falar. É para as pontesque uma Liga como esta existe. Para pon-tes solidárias na dor, na dificuldade, nasolidão...

Acredito que há muito trabalho pelafrente. Porque há margens que certamenteterão outra vitalidade na ligação entre si.

Amigos do Hospital de Braga precisam-se!

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A21

Tiragem: 72675

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 10

Cores: Cor

Área: 5,03 x 21,53 cm²

Corte: 1 de 1ID: 66307591 01-10-2016

Fundação lança prémio para melhorar cuidados às crianças com cancro SAÚDE O primeiro prémio nacional na área da oncologia pediátrica está lançado e tem 15 mil euros para o projeto que mais contribua para me-lhorar os cuidados prestados às crianças com cancro. As candidatu-ras estão abertas até ao fim deste mês para estudos científicos, proje-tos de investigação, formação, outras iniciativas com impacto psicossocial.

O 1.° Prémio da Fundação Rui Osório, instituição que apoia crian-ças com doença oncológica e seus familiares, com mecenato da Funda-ção Millennium BCP, está aberto a qualquer pessoa, grupo ou entidade sem fins lucrativos. Tem, porém, al-gumas exigências: os projetos candi-datos têm de ser realizados em Por-tugal e se forem estudos internacio-nais devem enVolver crianças portu-guesas.

A iniciativa é inédita e alarga o âmbito de atuação da fundação. "O prémio pretende, de alguma forma, contribuir para a inovaçãife para es-timular projetos que contribuam para o bem-estar das crianças com cancro", refere ao IN Cristina Potier. diretora-geral da fundação. "Abri-mos as portas para uma série de pro-jetos que possam estar guardados nas gavetas", acrescenta.

O vencedor será conhecido em fevereiro de 2017, no 3.° Seminário de Oncologia Pediátrica, que terá lu-gar na Gulbenitian. O cirurgião' pe-diátrico António Gentil Martins, a di-retora da Unidade de Psicologia do IPO de Lisboa, Maria Jesus Moura, e a diretora-geral da Associação Acre-ditar. Margarida Cruz, entre outros nomes, estão no júri que apreciará as candidaturas. •

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A22

Tiragem: 141289

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 20

Cores: Cor

Área: 4,61 x 5,65 cm²

Corte: 1 de 1ID: 66323882 03-10-2016

ORDEM DOS MÉDICOS ELEIÇÕES COM DATA As eleições para a Ordem dos Médicos estão marcadas para 19 de janeiro do próxi-mo ano. Até ao momento, existèm dois candidatos a bastonário: Alvaro Beleza; ex-número dois de Seguro no PS, e Miguel Guimarães, atual presidente do Conse-lho Regional do Norte da Ordem dos Médicos.

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A23

Tiragem: 72675

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 9

Cores: Cor

Área: 20,51 x 13,59 cm²

Corte: 1 de 1ID: 66307582 01-10-2016

Ordem dos Médicos Miguel Guimarães apresenta candidatura depois de amanhã no Porto

Líder do Norte avança para bastonário

Miguel Guimarães no Hospital da Feira, em 2015, onde denunciou várias falhas

Inas Schrecic [email protected]

► Miguel Guimarães, atual presi-dente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, vai candi-datar-se a bastonário. A apresenta-ção da candidatura está agendada para segunda-feira na Faculdade de Medicina da Universidade do Por-to (FMUP), onde se fez médico e onde deu os primeiros passos no movimento associativo.

Miguel Guimarães é o segundo médico a formalizar a candidatura a bastonário da Ordem dos Médi-cos (OM), cujas eleições estão mar-cadas para 19 de janeiro. O cargo é atualmente ocupado por José Ma-nuel Silva, que já anunciou que não vai recandidatar-se.

Nas últimas semanas, também Alvaro Beleza, ex-dirigente do PS, anunciou que será candidato a bas-tonário, mas ainda não formalizou a candidatura.

Contactado pelo 1N, Miguel Gui-marães não quis antecipar os tra-ços gerais da sua candidatura, re-servando a informação para segun-da-feira, a partir das 18 horas, na Aula Magna da FMUP. O dirigente da Ordem dos Médicos do Norte soltou apenas a deixa de que se candidata para "ser bastonário de todos os médicos".

Uma afirmação que pretenderá distanciar-se da posição de Álvaro Beleza que, recentemente, em en-trevista ao Jornal 1, afirmou que "nunca seria bastonário para de-fender os médicos", mas para a Or-dem ser o garante da qualidade dos serviços de saúde.

Especialista em Urologia, Miguel Guimarães trabalha no Hospital de S. João, no Porto, e no Hospital Pri-vado da Trofa. A ligação à Ordem dos Médicos já tem vários anos. Foi membro da direção do Colégio de Especialidade de Urologia da OM e, em 2008, assumiu a vice-presidên-cia do Conselho Regional do Norte da OM. Desde 2011 que é líder da secção Norte e, como tal, membro do Conselho Nacional Executivo, que é liderado pelo bastonário.

Nos últimos seis anos, Miguel Guimarães tem tido um papel in-terventivo na defesa do Serviço Na-cional de Saúde. Por várias vezes, denunciou a falta de médicos em hospitais da região e apontou o dedo ao anterior Ministério da Saú-de pela falta de planeamento ao ni-vel dos recursos humanos. Preocu-pado com o desemprego e com a emigração dos jovens médicos, tem sido também crítico das contrata-ções à hora nos hospitais e, mais re-centemente, dos problemas infor-máticos no SNS. •

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A24

Tiragem: 26929

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 26

Cores: Cor

Área: 10,71 x 30,00 cm²

Corte: 1 de 1ID: 66315633 02-10-2016

Cinco bastonários assinam carta contra a eutanásia Manifesto. Profissionais que assumiram lide-rança da Ordem dos Médicos nos últimos anos alertam a classe para "negação da profissão"

VALENTINA MARCELINO

O bastonário da Ordem dos Médi-cos, José Manuel Silva, e os seus an-tecessoresAntónio Gentil Martins, Carlos Soares Ribeiro, Germano Sousa e Pedro Nunes subscrevem uma declaração contra a prática da eutanásia e alertam a classe para a "negação da profissão" que a mor-te assistida significa.

O manifesto surge numa altura em que o Bloco de Esquerda se pre-para para avançar como projeto de lei para a legalização da eutanásia elevara discussão no plenário uma petição subscrita por personalida-des de várias áreas políticas, entre as quais António-PedroVasconce-los, Aldina Duarte, Sampaio da Nó-voa, Miguel Esteves Cardoso, Pau-la Teixeira da Cruz.

"Considerando as anunciadas tentativas de legaliza- ção da eutanásia, os

sistido, por médico ou qualquer outra pessoa", porém não deixam de condenar a distanásia, "tera-pêutica através da qual se prolon-ga a vida de um doente "sem espe-rança de recuperação".

Eutanásia, suicídio assistido e distanásia representam, no seu entender, "violações graves e ina-ceitáveis da ética médica" e "o mé-dico que as pratique nega o essen-cial da sua profissão, tornando-se causa de maior insegurança nos doentes e gerador de mortes evitá-veis". Para estes médicos, "em ne-nhuma circunstância e sob ne-nhum pretexto, é legítimo a socie-dade procurar induzir os médicos a violar o seu Código Deontológi-co e o seu compromisso com a vi-da e com os que sofrem".

O movimento da sociedade civil contra a despenalização da euta-násia tem estado em crescendo.

Conforme o DN noti- ciou neste sábado, a

sucessivos bastoná-rios da Ordem 'dos Médicos, seriamente preocupados pelas consequências éticas, deontológicas e so-ciais de uma eventual aprovação pelo Parla-mento dessa forma de infligir a morte en-tenderam redigir a presente declaração dirigida aos médicos e a todos os portugue-ses, alertando-os con-tra tal posição", sa-lienta Germano de

José Manuel Silva, atual bastonário,

é um dos subscritores

petição contra a lega-lização da eutanásia lançada pela Federa-ção Portuguesa pela Vida conta, nesta al-tura, com dez mil as-sinaturas, segundo números da organi-zação. Este número supera a petição con-trária, que chegou a São Bento com 8427 assinaturas.

Com a designação Toda a Vida tem Di-gnidade, esta petição tem mobilizado os

Sousa, que foi basto- nário da Ordem dos Médicos entre 1999 a 2005.

Na declaração a que o DN teve acesso, os cinco profissionais di-zem que assumem esta posição de força "na sequência do primeiro caso de eutanásia infantil na Bélgi-ca". "Eutanásia é a morte intencio-nalmente provocada por um pro-fissional de saúde. Não é mais do que tirar a vida, seja qual for a ra-zão e a idade", mas "não é eutaná-sia", sublinham, "a aplicação de medicação ministrada com a in-tenção de diminuir o sofrimento do doente terminal, mesmo que contribua indiretamente para lhe abreviar a vida (mecanismo de du-plo efeito). Estão também contra o "suicídio farmacologicarnente as-

movimentos católi-cos, com a prdpria Igreja a assumir o seu apoio. As paróquias são li-vres de "tomar as suas iniciativas. A Igreja apoia, naturalmente, a luta contra a legislação da eutanásia", disse ao DN o porta-voz da Confe-rência Episcopal, padre Manuel Barbosa.

José Maria Duque, um dos pro-motores da petição, vê com nor-malidade que as igrejas sejam lo-cais privilegiados para a recolha de assinaturas. "Tendencialmente re-colhemos mais nas áreas onde há mais católicos, como temos mais apoio na zona norte do que na zona sul. Não temos nenhum es-tudo sobre isso, mas os católicos são mais empenhados [nestas ma-tériasr, declarou ao DN.

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A25

Tiragem: 94925

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 26

Cores: Cor

Área: 28,20 x 42,69 cm²

Corte: 1 de 2ID: 66306967 01-10-2016

O primeiro menor a recorrer à eutanásia na Bélgica

Não se lhe conhece o nome nem a doença que há anos o afligia, mas sabe-se o sexo e a idade: rapaz, 17 anos, quase 18. Entrou para as estatísticas como o primeiro menor belga a pedir para ser eutanasiado. Pediu e conseguiu. Há cerca de dez dias, o médico que lhe aplicou a sedação informou a Comissão Federal de Controlo e Avaliação da Eutanásia. A Bélgica é o único país onde, desde 2014, os menores podem recorrer à eutanásia, se cumpridas algumas condições prévias: o menor tem de estar consciente e de ser capaz de formular por escrito, “de forma refletida e repetida”, o pedido para lhe abreviarem a vida, tem de sofrer de uma doença incurável e insuportável e, além do médico que o acompanha, uma segunda opinião deve ser obtida e são consultados psicólogos. Finalmente, os pais têm de

concordar. Aos menores belgas não é possível recorrer à eutanásia em consequência de sofrimentos psicológicos, nem pode ser feita uma declaração antecipada. Na Holanda, a eutanásia só está ao alcance de crianças com mais de 12 anos. Patrick Rosingnol, belga e enfermeiro-chefe de uma equipa de cuidados paliativos na região de Bruxelas, disse ao Expresso que casos como o deste rapaz são “excecionais porque as crianças não pedem outra coisa que não seja viver”. O enfermeiro sublinha que “na Bélgica, os menores doentes são muito apoiados por equipas especializadas e este jovem esteve sempre acompanhado na reflexão que culminou na decisão de morrer”. Desde 2002, quando a lei sobre a eutanásia foi aprovada pelo Parlamento belga e até 2015, mais de 12.726 pessoas foram eutanasiadas.

SEIS PERGUNTAS A

Lucília NunesVice-presidente da Comissão Nacional para a Ética das Ciências da Vida

P Deixar morrer é o mesmo que matar? R Não é. Eutanásia é matar e

colocar tudo ao mesmo nível é chocante para mim.

P Mas sublinha muito no seu novo livro (“E quando eu não puder decidir?”) o poder da de-cisão individual R Decidir sobre si não é apenas

decidir que se quer morrer.

P É mais fácil aceitar a sedação profunda do que a eutanásia? R Sim. Sou defensora da

autonomia, mas também que é preciso dar condições às pessoas para decidirem. É uma questão de boas práticas. Em janeiro, os franceses fizeram essa opção.

P Em França legalizou-se o direito à sedação profunda com suspensão terapêutica. Essa opção pode-nos servir de exemplo? R Sim. Do ponto de vista ético,

não há diferença significativa entre não iniciar uma intervenção ou suspender uma intervenção que se tornou fútil. Mas, do ponto de vista profissional, é mais difícil interromper do que não iniciar. Porque o interromper pode ser compreendido como uma desistência. Mas estas opções têm de ser contextualizadas culturalmente e tenho dúvidas se as nossas decisões são fruto do desenvolvimento identitário ou da vontade de fazer como os outros. E os outros são os que têm e se eles têm porque não podemos ter?

P Tendo em consideração a identidade dos portugueses, considera que seria aceitável o que aconteceu na Bélgica em que um jovem foi eutanasiado? R Tudo o que falamos foi sempre

tendo em conta um adulto que pode decidir sobre si. Os adolescentes levantam outras questões. Em Portugal temos um enquadramento muito equilibrado sobre crianças e adolescentes, que devem ser ouvidas, mas atribuir capacidade decisória a pessoas cujos estudos científicos dizem que ainda estão em processo de maturação... Devemos defender as crianças, os adolescentes, os idosos, os deficientes, as pessoas em coma. Temos uma responsabilidade compassiva para com aqueles que não podem exercer os seus direitos.

P Mas não poderá ser uma for-ma de defender a sua liberdade de decisão? R A noção de uma sociedade

que assume como valor de desenvolvimento proteger quem não se pode defender e depois atribuir a responsabilidade de decidir, acredito que não faz parte da nossa cultura, do nosso enquadramento jurídico nem da nossa maneira de estar. Em 2014, na altura da votação na Bélgica, recordo-me de ter pensado que aquilo era o oposto do que nos tínhamos comprometido a fazer. Por isto tudo, não estou a ver esta opção em Portugal.

Christiana Martins

e Liliana Coelho

Dentro de dias estará conclu-ído o relatório elaborado pelo deputado José Manuel Pureza, do Bloco de Esquerda, sobre a petição a favor da legalização da eutanásia em Portugal. Com mais de quatro mil assinatu-ras, a subscrição “Em Defesa da Despenalização da Morte Assistida” conquistou o direito a ser discutida em plenário na Assembleia da República e, na sequência, um partido pode-rá tomar a iniciativa de pro-duzir uma proposta de lei. O Bloco já se mostrou disponível, mas antes o relatório terá de ser apresentado à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garan-tias. A discussão em plenário só deverá acontecer depois da aprovação do Orçamento do Estado. “Não acredito que seja discutido antes porque há um conjunto de petições em fila de espera para serem agendadas”, explica José Manuel Pureza.

O documento não será me-ramente formal, referindo se a petição cumpre ou não todos os requisitos processuais necessá-rios, será complexo e político e visa refletir as opiniões dos vários especialistas em Saúde e Direito ouvidos no âmbito do grupo de trabalho criado na Assembleia para discutir a eutanásia. “Impõe-se levar esta reflexão para o relatório”, defende o deputado do Bloco de Esquerda. Questionado so-bre se a legalização da morte assistida poderá obrigar à uma alteração da Constituição, José Manuel Pureza, fala a título pessoal, mas é claro: “O artigo 24º sobre a inviolabilidade do direito à vida refere-se à pena de morte e não significa que uma pessoa não possa dispor da própria vida. Só uma inter-pretação muito rígida imporia a visão de que é necessária uma alteração constitucional.”

Enquanto a despenalização da morte assistida não chega ao plenário parlamentar, várias iniciativas que visam discutir o tema acontecem pelo país. A deputada socialista Maria Antónia Almeida Santos disse ao Expresso que em outubro a moção por ela subscrita sobre morte assistida será debatida pela Comissão Nacional do PS. “A discussão, quer queiramos quer não, será obrigatória e já está a fazer o seu caminho na sociedade portuguesa, embora com muitas cautelas”.

Ontem, em Coimbra, um debate promovido pelo movi-mento cívico Direito a Morrer com Dignidade, reuniu, entre outros, os socialistas António Arnaut, ex-ministro dos Assun-tos Sociais, Saúde e Segurança Social, e Elza Pais, ex-secretá-ria de Estado para a Igualdade, e ainda João Semedo, médico e ex-deputado do Bloco de Es-querda e o próprio José Manuel Pureza para defender a despe-nalização da morte assistida.

Em Lisboa, na quinta-feira, no âmbito da iniciativa “Dia C — ciclo de conversas sobre ética nas ciências da vida”, de-bateu-se o conceito de morte negociada (acordo envolvendo indivíduos, famílias e pessoal médico sobre as decisões a to-mar quanto à manutenção dos sistemas de suporte de vida de

Eutanásia discutida na ARa seguir ao Orçamento do EstadoRelatório sobre petição a favor da morte assistida discutido nos próximos dias. Na sociedade, o debate avança

doentes em estados terminais). À frente do debate, esteve Lu-cília Nunes, vice-presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNE-CV) e autora também do livro “E quando eu não puder deci-dir?”, lançado esta semana.

“Temos de desmontar a ideia de que morrer com dignidade só tem a ver com a eutanásia. Há mais opções e temos de elu-

cidar as pessoas sobre as várias alternativas. Além do mais, o facto de a vontade das pessoas ser tido em conta, nem sempre significa que vão querer con-cretizar esta expressão de von-tade. É preciso seriedade para discutir o assunto”, explicou ao Expresso Lucília Nunes, subli-nhando que “o livro não reflete uma posição do CNECV”. “O ensaio é meu”, afirma.

Quando questionada se os portugueses estão preparados para decidir sobre a eutanásia, Lucília Nunes responde que “essa é a questão menos difí-cil”. “Estamos prontos para de-cidir, mas depende do que que-remos. As pessoas têm muita informação e tenho todo o res-peito pelos doentes terminais que pedem a legalização, mas a minha vivência é que as pessoas

A petição que defende a legalização da eutanásia conseguiu reunir mais de oito mil assinaturas. Bastavam quatro mil para ser discutida na Assembleia da República FOTO GETTY

desesperam por uma resposta que tenha em conta a sua sin-gularidade.” Enfermeira com 34 anos de profissão, garante que nunca lhe pediram para eutanasiar alguém: “Muitos recusaram a terapêutica, mas pedidos de eutanásia, nunca.”

Portugal longe da Bélgica

A discussão sobre a eutanásia voltou a subir de tom quando há dez dias o primeiro menor morreu, por morte assistida, na Bélgica (ver caixa). Noticiada em todo o mundo, a questão é polémica mesmo entre os belgas. Ao Expresso, Christi-ne Fonteyne, pediatra belga especializada em cuidados pa-liativos infantis, disse nunca ter recebido um pedido idêntico ao do jovem de 17 anos, mas fez questão de garantir que, se e quando uma criança lhe pedir para ser eutanasiada, “a intervenção não será contrá-ria à ética profissional”. E não se esquece de um jovem com graves problemas cardíacos que, ainda antes da aprovação do alargamento da eutanásia a menores, lhe pediu que paras-se com toda a terapêutica: “Se pudesse, teria pedido para ser eutanasiado e tinha maturida-de para o fazer, depois de um longo sofrimento.”

Fonteyne diz que, embora a legislação belga para menores seja mais restritiva do que para adultos, esta ainda é “incom-pleta”. Explica que é “muito difícil avaliar a capacidade de discernimento das crianças” e, por isso defende a criação de equipas multidisciplinares, envolvendo pediatras com ex-periência no acompanhamen-to de menores em fim de vida, pedopsiquiatras e enfermeiros que “deveriam ocupar-se das famílias e dos menores antes e depois da morte”. Apesar das cautelas sobre a aceitação de um pedido de eutanásia, a mé-dica alerta que “os cuidados pa-liativos não respondem a todo o sofrimento”.

Em Portugal as preocupações são outras. Quando se fala de crianças “a eutanásia não é o mais urgente. Antes temos de desenvolver os cuidados paliati-vos infantis, onde há muito por fazer”, afirma Ana Lacerda, pediatra do Instituto Português de Oncologia. Como ajudar as famílias a ultrapassar situações que classifica de “conspiração do silêncio”, quando doentes adolescentes e as famílias pre-ferem negar a gravidade da si-tuação e não discutir o assunto?

“Precisamos agir em nome do melhor interesse da criança e, com base na experiência de ou-tros países, inclusive a Bélgica, Portugal tem a oportunidade de fazer bem desde o início, mas o que existe é resultado da inici-ativa dos profissionais, falta--nos a orientação estratégica do Estado.” Defensora de opções como a sedação terapêutica para aliviar os sintomas, Ana Lacerda diz que não consegui-ria realizar um procedimento de eutanásia. Joana Mendes concorda. Enfermeira de Ne-onatologia no Hospital de São Francisco Xavier e doutorada em Bioética, é uma estudiosa do assunto. Não tem dúvidas de que “a eutanásia só ajuda a morrer, mas antes é preciso aju-dar famílias e crianças a viver”.

[email protected] Página 25

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Tiragem: 94925

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 40

Cores: Preto e Branco

Área: 4,54 x 3,27 cm²

Corte: 2 de 2ID: 66306967 01-10-2016Eutanásia chega à AR O relatório do deputado José Ma-nuel Pureza, do Bloco de Es-querda, sobre a petição a favor da legalização da eutanásia em Portugal será entregue à Co-missão de Assuntos Constitu-cionais nos próximos dias. P26

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Há cada vez mais bebés com tosse c aos hospitais. Os casos identificados da doença neste momento nos valores dos anos 6

1EX n./8 Ala na MÁS

.7z 1 /470 Soiisa

AOS A SESSE

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Zoom 1/ Saúde

Em 2015, a tosse convulsa causou a morte de dois recém-nascidos.

Este ano já houve um caso fatal

.>"

Casos aumentam. 287 bebés com tosse

convulsa desde o início do ano

Casos notificados até agosto são quase o dobro de todo o ano passado. Vacina que DGS

vai incluir no Programa Nacional de Vacinação tem estado esgotada

MARTA F. REIS marta.reis(Oonline.pt

Há cada vez mais crianças com tosse con-vulsa a chegar aos hospitais. Até agosto foram notificadas à Direção-Geral da Saú-de 420 casos da doença, 90% dos quais em crianças com menos de 15 anos e a grande maioria em bebés com menos de um ano de idade - 287 casos. Os dados divulgados no portal de transparência do Serviço Nacional de Saúde revelam que, até agosto, o número de casos já era qua-se o dobro de todo o ano passado. Em 2015 foram notificados 239 casos de tos-se convulsa, 170 dos quais em crianças até um ano de idade.

Graça Freitas, subdiretora-geral da Saú-de. garante que a evolução da infeção cau-sada pela bactéria Bordetella permssis - e que se caracteriza por episódios de tosse cavernosa, repetida e com um ruído de estertor - está a ser acompanhada de per-to pela Direção-Geral da Saúde (DGS). O aumento dos casos começou a verificar-se em 2012 e a responsável admite que o facto de ter sido criado, entretanto, um novo sistema de declaração de doenças infecciosas - o SINAVE (Sistema Nacio-nal de Vigilância Epidemiológica) - pode-rá estar a contribuir para mais notifica-ções do que no passado. Ainda assim, este sistema já existia em 2015 e a responsá-vel diz que o aumento dos casos este ano não deve ser desvalorizado, tendo já leva-do a DGS a reforçar a monitorização. Até

ao momento, revela Graça Freitas, a maio-ria tem tido uma evolução clínica favorá-vel, mas já houve um bebé que não sobre-viveu às complicações da doença, que incluem quadros de pneumonia, colapso pulmonar e fragilidade geral. No ano pas-sado, a tosse convulsa causou a morte a dois recém-nascidos.

CRIANÇAS ATÉ DOIS MESES MAIS VULNE-RÁVEIS Segundo os dados divulgados no portal do SNS, a região Norte regista o maior número de casos, seguida das regiões Centro e Lisboa e Vale do Tejo. Já a análise da DGS revela que a maioria dos casos acontecem nos primeiros dois meses de vida. Uma vez que a vacinação contra a tosse convulsa só pode ser feita a partir desta idade com a vacina DTP -dada em três doses e que protege, além da tosse convulsa, da difteria e do tétano -, o acompanhamento da doença levou a DGS a emitir em julho uma norma que recomenda a todas as grávidas fazerem uma nova vacina, que permite passar alguma imunidade aos recém-nascidos.

A responsável explica que, uma vez que não é seguro dar a vacina mais cedo às crianças - por exemplo, logo à nascen-ça, como se faz com a vacina da hepati-te B a solução encontrada a nível inter-nacional para responder ao aumento dos casos de tosse convulsa, que se verifica também noutros países, tem sido reco-mendar a vacinação das grávidas na últi-ma fase da gestação, de forma a trans- Página 29

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mitirem anticorpos aos filhos através da placenta. "Seguimos a intervenção imple-mentada no Reino Unido, o país que tem maior tradição na vacinação. Alguma proteção até aos dois meses será melhor do que nada", diz a responsável.

Já a partir do próximo ano, a vacina que a DGS recomenda que seja tomada até às 36 semanas de gravidez estará incluída no Programa Nacional de Vaci-nação, passando a ser distribuída gra-tuitamente nos centros de saúde. Graça Freitas adianta que a adesão por parte das grávidas e dos obstetras tem sido boa, mas a inclusão no Programa Nacio-nal de Vacinação é essencial Neste momen-to há, porém, dificuldades no mercado e o produto tem estado esgotado, aguar-dando-se reposição de stock, lamenta a

Vacina para grávidas vai ser incluída

em 2017 no Programa

Nacional de Vacinação

Graça Freitas diz que adultos com tosse

devem evitar beijos e festas

a recém-nascidos

responsável. Apesar de existirem duas vacinas destinadas à inoculação de adul-tos, apenas uma está disponível em Por-tugal. O site do Infarmed confirma que a vacina Boostrix, que custa 19,55 euros, está neste momento "temporariamente indisponível".

CUIDADO COM AS FESTAS Aos BEBÉS Além da vacina, que a DGS espera que, no futu-ro, venha a mitigar o problema, Graça Frei-tas diz que o aumento dos casos deve levar as famílias a ter ainda mais cuidado com a exposição das crianças, em particular dos recém-nascidos, a pessoas com sinto-mas de constipação e com tosse. "É preci-so ter a consciência de que somos nós, adultos, que passamos a bactéria às crian-ças. Como estamos quase todos vacina-dos, uma tosse que, por vezes, se diz até ser tosse de fumador pode, na realidade, ser um quadro ligeiro de tosse convulsa. Se as crianças apanharem a bactéria, pode ter maior repercussão nelas."

Trocar beijinhos por festas no alto na cabeça e ter uma boa higiene das mãos. como recomendam as regras de preven-ção de todas as doenças contagiosas, é uma das mensagens da subdiretora-geral da. Saúde. A especialista diz que, com os avan-ços da medicina, é possível dar uma maior resposta a estes casos do que no passado, mas alerta que, nas situações mais graves, a doença é séria e pode motivar grandes períodos de internamento, com sofrimen-to para as crianças e famílias.

Especialistas tentam perceber regresso da doença

Em Portugal não havia tantos casos desde os anos 60

Na última análise sobre doenças preve-níveis por vacinas, com dados para 2012, o Centro Europeu de Prevenção e Con-trolo de Doenças alertou para que a taxa de notificação da tosse convulsa nos paí-ses europeus aumentou mais de duas vezes face a anos anteriores. Já nos últi-mos meses, a ~se? nos stocks de vaci-nas em diferentes países agravou a preo-cupação. Se o alerta é internacional, em Portugal. a doença não tinha tanta expres-são desde os anos 60, quando o apare-cimento da vacina tríplice contra a dif-teria, tétano e tosse convulsa (DTP) -das primeiras introduzidas em 1965 no Programa Nacional de Vacinação - levou a uma redução acentuada dos casos. No pico da epidemia, nos anos 50, os regis-tos da DGS apontam para quase 5 mil casos anuais, e nos últimos 50 anos, mes-mo em surtos pontuais nas décadas de 70 e 80, até agora nunca tinham supe-rado as quatro centenas.

Graça Freitas adianta que há duas hipóteses em cima da mesa para expli-car o regresso da doença, mas os epi-demiologistas ainda estão à procura de uma resposta. Uma das suspeitas pren-de-se com a vacina. A primeira versão da DTP era feita a partir da bactéria completa, uma vacina do tipo celular "que revelou grande eficácia, mas pro-vocava reações adversas graves nos recém-nascidos, como convulsões", lem-bra Graça Freitas. Na última década, a maioria dos países adotou uma nova vacina acelular, feita apenas com frag-mentos da bactéria Bordetella pertussis, mais segura para as crianças, mas que poderá estar a conferir menos imuni-dade. Em Portugal, a mudança deu-se em 2006. O facto de as taxas de cober-tura vacinai nunca terem sido tão ele-vadas, na casa dos 98%, e mesmo assim haver mais casos entre os mais jovens, o que facilita o contágio dentro das famí-lias, contribui para essa tese. A evolu-ção da bactéria é a outra hipótese em estudo. "Pode estar a sofrer mutações para escapar ao nosso sistema imuni-tário." A história mostra uma bactéria particularmente resistente. Ao contrá-rio do sarampo ou da rubéola, que as vacinas permitiram erradicar no país, mesmo nos melhores anos houve sem-pre alguns casos de tosse convulsa.

O que precisa de saber O que é a tosse convulsa • E uma infeção contagiosa

provocada pela bríctéria Bordetelia pertussis.

• Nos casos mais graves, pode ser fatal. As complicações incluem pneumonia, colapso pulmonar, tonturas, encefalopatia e perda de peso, um quadro de fragilidade geral que é particularmente perigoso para as crianças mais pequenas.

Sintomas • Tosse persistente e intensa

com som agudo semelhante a pieira durante a inspiração.

• Pode ser seguida de vómitos. • Alteração da cor do rosto

durante os ataques de tosse.

O que fazer • Mediante sintomas, contactar

a Saúde 24 (808 24 24 24) ou o pediatra.

• O tratamento pode incluir medicação com antibiótico.

• Quando os casos surgem antes dos seis meses, as crianças são internadas.

Como prevenir • Grávidas devem fazer o

reforço da vacina para transmitir imunidade aos filhos entre as 20 e as 36 semanas de gestação, Idealmente às 32 semanas. Cumprir os prazos é essencial, pois resultam da melhor janela de oportunidade para o corpo produzir anticorpos e passá-los ao bebé através da placenta Esta vacina de dose • reduzida deve ser repetida em todas as gravidezes.

• Os pais devem cumprir o calendário le vacinação das crianças. As doses da vacina combinada contra a tosse convulsa, o tétano e a difteria são para ser dadas aos dois, quatro e seis meses.

• Nunca tossir para cima de crianças nem dar beijos ou festas sem lavar as mãos quando se está doente. Alguns pediatras recomendam mesmo aos adultos o uso de máscara no cuidado aos recém--nascidos, por exemplo, quando as mães estão a amamentar e estão com sintomas de constipação.

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Casos de tosse convulsa regressam aos níveis dos anos 60 H PÃGS. 16-19

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ENTREVISTA

Mais impostos indirectos? “O país tem de fazer escolhas”

Oprimeiro-ministro

recebeu o PÚBLICO na

residência ofi cial, a dias

da entrega do Orçamento

para 2017 — e ainda

sem ter fechadas as

negociações com o Bloco e o PCP.

O Orçamento está em fase de

preparação fi nal. Sem dinheiro

e com Bruxelas a condicionar

a política orçamental, como

vai manter o país contente e as

sondagens a subir?

A minha preocupação é cumprir

o programa do Governo e o

programa está devidamente

faseado. Tem a fase da urgência,

de reparar heranças inadiáveis

de reposição de vencimentos, de

criar condições para investimento,

de pôr os fundos comunitários no

terreno, de repor a normalidade

no sistema educativo e no

O Orçamento de 2017 vai aumentar novos impostos indirectos e também o polémico escalão para o IMI. Função pública só terá novos aumentos em 2018. IRS sem mudança de escalões

David Dinis e São José Almeida Texto Daniel Rocha Fotografia

sistema de saúde, para termos

uma sociedade a funcionar

normalmente. Por outro lado,

queremos executar aquilo que é

a grande ambição para a próxima

década, que consta em linhas

gerais da Agenda para a Década

que apresentei há dois anos, mas

também no Programa Nacional

de Reformas que foi aprovado em

Abril e que foi, aliás, largamente

saudado pela UE.

Há uma coisa em que tenho de

insistir, em que eu insisto pelo

menos há dois anos. Nós temos

esta obsessão de andar a ver o que

é que sobe e o que é que desce,

mês a mês, trimestre a trimestre,

mas se nos dermos ao cuidado de

olhar para as séries longas, aquilo

que verifi camos é que temos um

problema estrutural que remonta

ao ano 2000 e que nos tem feito

alternar entre períodos de recessão

e de crescimento medíocre.

Isto signifi ca que a economia

portuguesa não absorveu o

triplo choque competitivo que o

euro, o alargamento ao Leste e

a globalização representaram. E

que só com políticas de médio e

longo prazo daremos um salto,

resolveremos os bloqueios

estruturais que nos têm mantido

nesta estagnação. Temos de vencer

os desafi os do imediato, mas

sobretudo não podemos distrair-

nos daquilo que têm de ser os

objectivos para a próxima década.

Falando em problemas

estruturais: há grupos de

trabalho formados com o BE,

um dos quais está a avaliar

a dívida pública. Ficou já

excluída a reestruturação?

Esse grupo de trabalho não

concluiu ainda os seus trabalhos. É

conhecido o nosso entendimento:

esse é um tema que terá sempre

um tratamento no quadro

europeu, se e quando a Europa o

tratar.

É verdade que os funcionários

públicos não vão ter

valorização salarial em 2017?

Concluímos agora, no mês de

Outubro, a reposição integral dos

salários. Signifi ca que em 2017 os

funcionários públicos ganharão

durante 14 meses o que ganharam

só durante três meses deste ano.

É sabido que o nível de infl ação

está baixo e que em 2018 temos

previsto retomar as actualizações,

bem como encarar as questões de

fundo relativamente às carreiras.

Vão subir os impostos

indirectos?

O principal imposto indirecto

— o IVA — não só não aumentou

como a mudança que houve foi

no sentido de o reduzir, no caso

pontual da restauração. Há outros

impostos indirectos que já tiveram

actualização. É provável que no

próximo ano haja também outra

tributação indirecta.

Nos mesmos impostos que

aumentaram no ano passado?

Não sei. Pode haver outra

tributação indirecta. O país tem de

fazer escolhas. Queremos baixar

a tributação sobre o trabalho ou

não queremos? Queremos tributar

mais o investimento ou tributar

menos o investimento? É verdade

que a tributação sobre o consumo

tem um impacto regressivo, mas

também depende de que tipo

de imposto estamos a falar. Se

estivermos a falar do IVA, falamos

de um imposto que difi cilmente

deixa de ser pago por toda a gente,

independentemente de qual seja

a sua categoria de rendimento. Há

outros impostos especiais sobre

o consumo que dependem de

escolhas individuais: produtos de

luxo, tabaco, álcool. Não estou a

fazer qualquer moral fi scal, mas

dependem da escolha.

E sobre o imobiliário?

Haverá, sim, uma alteração

relativamente à tributação do

património imobiliário de luxo, em

termos que serão precisados.

Vai incluir uma tributação de

acções e investimentos (como

pede o PCP)?

Não vejo que seja oportuno, num

momento em que é necessário

fazer um esforço grande para

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António Costa é favorável a

que se regulem as pensões

mínimas atribuídas pela

Segurança Social. Em

entrevista ao PÚBLICO, o

primeiro-ministro defende

que se tem “generalizado a ideia,

que não é correcta, de que todas as

pensões mínimas correspondem a

baixos rendimentos”. E não se coloca

contra quem defende que este tipo de

pensões deve ser sujeito a condição

de recursos, ou seja, limitar a sua

atribuição consoante o rendimento

dos pensionistas.

Esta é uma posição “pessoal” de

António Costa, mas que o primeiro-

ministro admite não ter ainda refl exo

no Orçamento do Estado para 2017.

“Neste momento, não está na agen-

da”, diz. “Nós não podemos fazer

mudanças estruturais no sistema de

Segurança Social de um momento

para o outro, têm de ser feitas com

tempo, com serenidade, para que

não tenham efeitos indesejados.”

O que está na agenda negocial do

Governo com o PCP e o BE é o au-

mento das pensões (não só as míni-

mas). E com propostas diferentes.

Ontem, PCP e BE colocaram pres-

são no Governo. Primeiro, Jerónimo

de Sousa, em entrevista ao DN/TSF

insistiu que o partido está a lutar por

um aumento “geral, extraordinário”

de dez euros em todas as pensões,

uma vez que, defendeu, é preci-

so “valorizar pensões, reformas de

600, 800 euros”.

Poucas horas depois, o BE não se

fi cou atrás, mas a proposta dos blo-

quistas centra-se apenas nas mais

baixas: “Achamos do ponto de vista

das pensões até aos 600 e poucos eu-

ros que precisam de ter um aumen-

to real. E dez euros parece-nos um

valor adequado”, afi rmou Catarina

Martins.

Qual a diferença? O que este Go-

verno já fez foi uma actualização de

todas as pensões inferiores a 628 eu-

ros, tendo como base a infl ação regis-

tada em Novembro do ano anterior, o

que valeu uma actualização de 0,4%,

criar condições de capitalização

das nossas empresas — condição

essencial para poder haver um

reforço do investimento.

O complemento salarial anual

vai avançar em 2017?

Foi uma medida que não constou

do programa do Governo, não

houve acordo entre os partidos

que apoiam o Governo para

que essa medida pudesse ser

adoptada. Portanto, em 2017 não

irá ser.

Tenciona devolver o enorme

aumento de impostos de 2013?

O programa do Governo falava

em mexer nos escalões do IRS.

O que vai acontecer?

Temos toda uma legislatura ainda

pela frente, vamos para o segundo

Orçamento desta legislatura,

portanto não creio que vamos

esgotar neste segundo ano de

governação a execução integral do

programa para quatro anos.

Costa lança debate sobre limites às pensões mínimas

Não vejo que seja oportuno taxar acções e investimentos [como propõe o PCP]

cerca de dois euros. Mas os partidos

querem um aumento “real” depois

de anos de congelamento e não uma

actualização. Se o PCP fala em todas

as pensões, o BE refere-se apenas a

este universo, abaixo dos 628 euros.

Nenhum dos partidos, contudo, faz

referência ao facto de este aumen-

to benefi ciar também quem recebe

pensões mínimas.

A questão coloca-se uma vez que

um aumento geral abrange também

estes pensionistas, que, segundo o

único estudo conhecido, com cerca

de dez anos, não são necessariamen-

te pobres. Carlos Farinha Rodrigues

e Miguel Gouveia asseguravam que

apenas 31,25% dos benefi ciários des-

tas pensões eram considerados po-

bres. Farinha Rodrigues deu, aliás,

uma entrevista na semana passada

ao DN, onde referia que um aumento

como pedem PCP e BE não ajudaria

a reduzir as desigualdades entre os

idosos: “Não se me afi gura que esse

aumento [defendido por PCP e BE]

vá reduzir a pobreza dos idosos.”

Debate causou dissaboresNa resposta ao PÚBLICO, António

Costa refere que a introdução de con-

dição de recursos nestas pensões não

está no programa do Governo, mas

manteve-se uma frase, que deixou

dúvidas logo em campanha eleitoral

e que lhe causou difi culdades no se-

gundo debate pré-eleitoral, em que

esteve frente a frente com Passos Coe-

lho: “Reavaliar e reforçar a coerência

do modelo de aplicação da condição

de recursos nas prestações sociais de

natureza não contributiva.” Quais?

Costa não disse. Garantiu apenas que

não seria nas pensões mínimas, que

seriam, aliás, “actualizadas”.

A frase já vinha de trás, constava

do programa que Mário Centeno

fez para o PS e permitiria uma

poupança de 1020 milhões em

quatro anos, mas o partido

nunca explicou como con-

seguiria essa poupança sem

incluir as pensões míni-

mas. D.D./S.J.A./L.V.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

O que são as pensões mínimas?São designadas por “pensões mínimas” as pensões mínimas estatutárias de velhice e invalidez (que estabelecem mínimos tendo em conta os anos de descontos. Nos últimos anos foram apenas actualizadas para quem tem menos de 15 anos), pensões sociais (do regime não contributivo) e rurais (do antigo regime rural). Há actualmente 1,194 milhões de beneficiários destas pensões, que variam entre um mínimo de 202,34 euros e um máximo de 380,56 euros. À excepção das sociais (as mais baixas), as restantes pensões são de direito automático, tendo apenas como condição o tempo de descontos e a idade, sem ter qualquer condição de recursos.

O que é a condição de recursos?É um conjunto de condições que as pessoas que querem ter acesso a determinada prestação social têm de reunir. Estas condições têm como base o rendimento da pessoa em causa e do agregado familiar (desde rendimentos de trabalho, de património ou rendimentos provenientes de outras prestações). Actualmente, estão sujeitas a condição de recursos algumas prestações como o Rendimento Social de Inserção, o Complemento Solidário para Idosos, o abono de família e outras prestações de apoio à deficiência e dependê[email protected]

[email protected]

Leia na edição de amanhã a segunda parte da entrevista a António Costa

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ENTREVISTA

Aumento de capital da

Caixa pode vir só em 2017.

Veículo para o malparado

avança este ano, mesmo

que tenha resistência dos

banqueiros.

O veículo malparado da banca

vai mesmo avançar?

Essa minha afi rmação perdeu

bastante originalidade, porque, do

Fundo Monetário Internacional

às recomendações específi cas da

Comissão Europeia, todos têm

sublinhado aquilo que hoje é

uma evidência, que foi escondida

deliberadamente entre a troika

e o anterior Governo, que é o

elevadíssimo nível de crédito

malparado acumulado no sistema.

Não foi propriamente

escondido, estava nos

relatórios.

Foi escondido para simular a

famosa saída limpa e que, aliás,

já se traduziu na resolução de

dois bancos — e em vários outros

episódios que me escuso agora

de relembrar. Temos vindo a

trabalhar muito intensamente

com o Banco de Portugal para

termos uma solução sistémica.

Relativamente à Caixa Geral de

Depósitos, o Estado assumiu no

programa de recapitalização a

resolução desse problema, mas

era bom que pudéssemos ter uma

solução sistémica compatível com

as regras da concorrência.

Não percebi se vai acontecer

ou não.

Vai.

Os bancos resistiram à sua

proposta.

Sim, pois. Sabe? Há coisas que,

quando têm de ser, têm mesmo de

ser. E a Comissão Europeia tem,

aliás, um calendário exigente,

fi xando-nos Outubro para esse

objectivo. Não sei se conseguiremos

cumprir exactamente esse

calendário, mas não tenho dúvidas

nenhumas de que o país tem de

“O único banco que será sempre português é a CGD”

entrar em 2017 com o sistema

fi nanceiro estabilizado, com boas

condições de poder fi nanciar a

economia. Há um grande trabalho

que tem sido feito por parte do

sector bancário nesse sentido,

do Estado em relação à Caixa,

do sector privado também. Hoje

temos várias instituições que têm

ultrapassadas as suas situações

de confl itos accionistas, com

capacidade de atrair investimento

directo estrangeiro que vai

reforçar as suas condições de

capitalização. Olhando para a

angústia que muitos tivemos

aqui há uns meses, hoje estou

convencido de que — enfi m, não

queria ser irritantemente optimista

— chegaremos ao fi nal deste ano

com o nosso sistema fi nanceiro

tendo ultrapassado os caminhos

de incerteza que o perturbaram no

passado.

A CGD terá a primeira fase de

recapitalização já este ano?

Não necessariamente. Temos

estado a trabalhar com a

administração da Caixa. Será feita

à medida das necessidades do

esforço de capitalização.

Quanto à auditoria à gestão

da CGD, que foi determinada

pelo Governo e que o novo

presidente da Caixa disse esta

semana que não tinha recebido

solicitação, será feita quando?

A administração da Caixa fará essa

auditoria.

Relativamente ao Novo Banco,

a venda é para avançar mesmo?

Sobre esse tema, neste momento,

não quero fazer comentários.

O senhor governador do Banco

de Portugal já anunciou que

brevemente apresentará ao

Governo o quadro de soluções

que tem a propor relativamente

a esse processo que tem sido

conduzido directamente pelo

Banco de Portugal. Portanto, não

vou antecipar-me.

Mas gostaria que fosse

vendido?

Não vou antecipar-me àquilo que

serão as propostas que o senhor

governador venha a apresentar

e que têm vindo, presumo, a

resultar do processo negocial que

decorre na sequência do concurso

que o Banco de Portugal abriu.

Na última semana conhecemos

um documento do Governo que

muda as regras do Fundo de

Resolução...

... é um comunicado que vem

esclarecer que o período de

amortização, por parte do Fundo

de Resolução, do empréstimo

do Estado será devidamente

distendido — e não será isso que

contribuirá para que não haja

aquele objectivo de estabilização

que temos.

Gostaria que o Novo Banco

fi casse como um banco

português?

O único banco que sabemos que

será português sempre é a CGD

e, por isso, a quisemos 100%

pública. Nesta era da globalização

tenho mesmo difi culdade em

perceber o que signifi ca essa sua

pergunta.

Creio que a percebeu. Quando

é que há uma solução para os

ditos “lesados” do BES?

A matriz de solução está

encontrada, depende da

consolidação fi nal da auditoria

que a Deloitte fez, porque

é fundamental apurar uma

condição essencial: em que

medida a solução de resolução [do

banco] era mais negativa do que a

solução alternativa de liquidação,

porque isso é um dos parâmetros

delimitadores.

Julgo já haver um documento.

Sim, a Deloitte já o apresentou,

mas tem estado a ser discutido no

âmbito do Fundo de Resolução e a

ser sujeita a testes.

Tem um calendário?

O meu calendário era que

ontem já estivesse resolvido,

mas infelizmente nem sempre

o calendário depende da nossa

vontade, pois depende de

condicionantes de terceiros.

Temos vindo a trabalhar muito

proximamente com a associação

dos lesados do BES, num quadro

de grande confi ança, de respeito

mútuo e de esforço conjunto para

responder a soluções. A matriz

da solução está encontrada, falta

agora consolidar os pressupostos

fi nanceiros que permitem dar

execução a essa solução. E isso

é muito importante, também,

para estabilizar o nosso sistema

fi nanceiro. Não é só estabilizar

os balanços dos bancos, é

estabilizar a confi ança de todos

aqueles que investiram nos

produtos bancários, a confi ança

que têm de ter nos produtos que

a banca coloca no mercado. D.D. e S.J.A.

Veículo para o malparado da banca vai avançar. Há coisas que, quando têm de ser, têm mesmo de ser

Recapitalização da Caixa este ano? Não necessariamente

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Tiragem: 33068

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 5

Cores: Cor

Área: 25,70 x 12,04 cm²

Corte: 4 de 6ID: 66323711 03-10-2016

A economia portuguesa

deverá crescer pouco mais

de 1% este ano, admite o

primeiro-ministro, António

Costa, em entrevista ao

PÚBLICO.

“Tudo converge para termos um

crescimento acima de 1%, mas esse

nível de crescimento só demonstra

que temos de prosseguir a reposição

de rendimentos e a criação de con-

dições para poder haver investimen-

to”, sublinha o líder do Governo.

Mas o crescimento será pouco aci-

Economia deverá crescer pouco acima de 1% este ano

O que vai permitir às nossas empresas serem mais produtivas é terem mais pessoal mais qualificado

ma de 1%? “Sim. Não creio que possa

ser muito acima disso”, admite An-

tónio Costa.

O Orçamento do Estado para 2016

tem por base uma previsão de cres-

cimento de 1,8%, uma estimativa

que o próprio Governo já tinha re-

visto para 1,4% em Julho no relatório

que enviou à Comissão Europeia,

com os argumentos para travar as

sanções por procedimento por dé-

fi ce excessivo.

Na altura, acontecimentos como o

“Brexit” ou a contracção económica

em Angola e no Brasil, parceiros im-

portantes de Portugal, foram os ar-

gumentos para justifi car a revisão.

Em relação ao modelo de desen-

volvimento para o país, o primeiro-

ministro advoga que é preciso ganhar

competitividade pelo valor e não pe-

los custos. E garante que é ilusória

a ideia de que o país vai recuperar

competitividade e as empresas pro-

dutividade à custa de baixos salários

e da fragilização de direitos e à custa

do Estado social.

“Para ganharmos competitivida-

de na economia e produtividade nas

empresas, temos de ter uma estraté-

gia”, sublinha António Costa, apon-

tando como exemplo o que se passa

em sectores como o calçado, o têxtil

ou o agro-alimentar.

Estes sectores “investiram na for-

mação profi ssional, na inovação, na

modernização tecnológica, no de-

sign, na marca própria, no mercado

externo. Ganharam competitivida-

de pelo valor e não sobretudo pelos

custos”, explica, reconhecendo que

tem de se ter atenção aos custos, mas

lembrando que Portugal não pode

voltar-se a “enganar no caminho”,

porque “enganarmo-nos no caminho

é fazermo-nos regredir muito signifi -

cativamente”.

“Aquilo que vai permitir às nossas

empresas serem mais produtivas é te-

rem mais pessoal mais qualifi cado”,

sublinha, adiantando que “dinamizar

a contratação colectiva, aumentar o

salário mínimo nacional e devolver a

dignidade ao trabalho” são condições

essenciais “para termos empresas de

melhor qualidade”. D.D. e S.J.A.

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Tiragem: 33068

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 6

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Corte: 5 de 6ID: 66323711 03-10-2016

ENTREVISTA

“Há um excesso de mitos que prejudica a imagem do país”

Foi feita “uma leitura

simplifi cada das

estatísticas que importa ser

desmontada, porque tem

um efeito pernicioso” para

o país e para a motivação

dos empresários, diz Costa.

Sente-se cómodo com a

oposição de Passos Coelho? Ou

tem medo de que as contas não

batam certo no fi m de 2016 e

que ele tenha razão?

Quanto aos resultados da

execução de 2016, estamos

tranquilos, seguros.

Mas como se sente com a

oposição de Passos Coelho?

Acho que é uma oposição perdida

em si própria, porque a única

coisa que tem para prometer

ao país é o anúncio de uma

desgraça que, felizmente, nunca

acontece. É uma oposição que

desiste de ser uma alternativa

relativamente ao futuro. Tenho

pena. Registo que o CDS, com

a mudança de liderança, tem

procurado libertar-se do lastro

do seu passado e procurar ter os

olhos de alguma forma postos

no seu futuro — nem sempre

com sucesso. Infelizmente, o

PSD está a prosseguir um debate

com dois anos de atraso e a pôr

sistematicamente as fi chas em

tudo aquilo que é contra o país.

Felizmente para o país, todas

estas previsões têm vindo a ser

desmentidas. O investimento

aumentou, o desemprego baixou,

as exportações têm vindo a subir,

a execução orçamental tem vindo

a subir...

... não vale a pena repetir.

Ouça! Tenho de repetir! Porque há

um excesso de mitos que foram

construídos através de uma leitura

simplifi cada das estatísticas que

importa ser desmontada, porque

tem um efeito pernicioso. Não é

para o Governo. Tem um efeito

pernicioso para a imagem do

país no exterior. Tem um efeito

pernicioso na motivação dos

empresários, que estão a fazer

um enorme esforço para investir

e depois ouvem dizer que, afi nal,

não está a haver investimento.

Para os empresários que fazem

um enorme esforço para

exportar e depois ouvem dizer

que as exportações não estão a

aumentar. E nós, de facto, temos

de puxar pelo país para a frente,

e isso implica motivar o país com

base na realidade e não com base

nas fantasias e nos mitos

que foram construídos

de uma trajectória

económica que não é a

que está a acontecer.

A verdade é que a

economia não está

David Dinis e São José Almeida

A economia está a recuperar, ainda que lentamente, anota o primeiro-ministro

propriamente em aceleração, o

investimento...

Não. Está enganado. Está a ver!

Se me deixar completar a

pergunta...

É que estivemos em desaceleração

da economia no segundo

semestre de 2015, mas ao longo

de 2016 temos vindo a retomar

um processo de aceleração

da economia. Ao ritmo que

desejávamos? Ainda não. Ao

ritmo que necessitamos? Ainda

não. Mas invertemos o ciclo da

desaceleração, esse inverteu-se.

Vou completar a pergunta.

Certo.

O investimento público está a

cair...

... lembro-me, aliás, dos seus

artigos censurando o modelo

económico proposto pelo

Governo, que era retomar o

investimento público.

O investimento público está a

cair, é um facto. O consumo das

famílias não está a ser aquilo

Oposição criou “mitos” que põem em causa a imagem externa de Portugal. Costa acusa Passos de ser “uma oposição perdida”

que se espera. Os impostos

indirectos também foram

aumentados. O Governo tem

apoiado a banca, pública e

privada. A pergunta tinha

que ver exactamente com os

tais “mitos”: sente que isto

seja a imagem do Governo de

esquerda que esperava há um

ano?

A realidade desmente a fantasia

que alguns sectores da sociedade

alimentaram sobre o que ia

acontecer neste país com esta

solução.

Acha que havia uma

perspectiva errada?

Foi criada uma expectativa errada.

O que é que podemos verifi car?

Primeiro, que a desaceleração

do investimento da segunda

metade de 2015 foi invertida ao

longo de 2016. Hoje sabemos

que o investimento empresarial

aumentou 7,7% no primeiro

semestre.

Baixou o investimento público.

É verdade. Estranho seria que,

numa transição de quadros

comunitários tão desastrosa como

aquela que foi conduzida pelo

Governo anterior, não tivesse

havido uma enorme queda na

continuidade do investimento

público. Quanto à procura

interna, o contrafactual só

demonstra que se não tivéssemos

feito a reposição de rendimentos

que fi zemos, a procura interna

ainda teria evoluído menos bem.

O que podemos dizer ao fi m deste

ano? É que, numa conjuntura de

arrefecimento geral da economia,

em particular da economia

europeia, temos vindo a fazer

uma inversão da trajectória

do crescimento, sustentada na

criação de emprego, no aumento

das exportações, nalguma

recuperação da procura interna.

Simultaneamente, temos tido uma

execução orçamental que muitos

consideravam absolutamente

impossível com as opções de

política que tínhamos feito no

programa eleitoral e no programa

do Governo.

O PSD está a prosseguir um debate com dois anos de atraso e a pôr as fichas em tudo o que é contra o paísAntónio CostaPrimeiro-ministro

Leia a entrevista de António Costa e veja os vídeos emwww.publico.pt

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Tiragem: 33068

País: Portugal

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Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

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“Nem todas as pensões mínimas correspondem a baixos rendimentos”

Entrevista António Costa

Primeiro-ministro defende limite às pensões mínimas, mas não em 2017 • “Só a CGD será sempre portuguesa” • Solução para o malparado até ao fi m do ano • PIB cresce pouco mais que 1% • Novo aumento em impostos indirectos • Destaque, 2 a 6

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A38

Tiragem: 72675

País: Portugal

Period.: Diária

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Conflito no hospital Iniciou-se em 2013, com o não pagamento de urgência extra

Recurso para a Relação A sentença do Tribunal de Traba-lho do Porto foi alvo de recurso por parte do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa para a Rela-ção do Porto. A instituição argu-menta que a prova produzida no julgamento não suporta as con-clusões da juiza.

Sanção de 50 euros por dia de atraso O Tribunal de primeira instáncia im-pós ao Centro Hospitalar o paga-mento de 50 euros por cada dia de atraso no cumprimento da senten-ça, a título de "sanção compulsó-ria". Porém, a sanção só se aplica quando (e se) a sentença se tornar definitiva, após decisão do recurso.

Penallel Tribunal obriga Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa a pagar 15 mil euros de indemização por impor horário discriminatório

Hospital condenado por assédio moral a médica Nua• MINael Mala nunommmn.pt

► O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa foi condenado no Tribunal do Trabalho do Porto por práticas qualificadas como "assédio moral". Em causa estava a imposição, a uma médica, de um horário discri-minatório e criação de um ambien-te que poderia levar à sua autode-missão. O hospital tem de pagar uma indemnização de 15 mil euros e atribuir à queixosa um horário igual ao dos colegas. O caso envol-ve a anterior Administração do Hospital de Penafiel, substituída em agosto.

Tudo começou em agosto de 2013. quando a médica Eduarda Moreira Pinto, especialista em neo-natologia vinculada por contrato individual de 30 horas de trabalho semanal, detetou que não lhe ti-nham sido pagas várias urgências "extra" efetuadas entre maio e ju-lho daquele ano. Em diálogo com um responsável do hospital. ficou combinado que esses períodos iriam ser compensados, não em di-nheiro, mas com dispensa de tem - pos de trabalho. Só que um dos pe-ríodos de urgência não chegou a ser compensado. Nem foi pago em dinheiro.

Por esse facto, a médica recla-mou e comunicou ao seu superior hierárquico que não voltaria a fazer urgências à noite ou ao fim de se-mana. Porém, de imediato, foi es-calada para um serviço de urgên-cia noturna "extra". tendo Eduarda Pinto retorquido que não estaria disponível. No serviço. foi-lhe as-sinalada uma falta "a vermelho". Mais tarde. voltou a ser escalada para urgência extra e voltou a ma-nifestar indisponibilidade.

Em face da posição da clínica, a hierarquia tomou várias medidas que o tribunal veio agora a censu-rar: ameaçou que iria "anular" o contrato por 30 horas de trabalho semanal, pressionando a funcioná-ria a vincular-se a um novo contra-to, mas de 40 horas; e atribuiu-lhe unilateralmente um horário de ur-gências "mais penoso", em compa-ração com colegas mais novos e mesmo em relação a um médico responsável do hospital. Este não

Sentença dá como provada perturbação que poderia levar clinica a demitir-se

fazia noites há sete anos, há dois anos não fazia urgências e cumpria um horário de 24 horas semanais.

A defesa do Centro Hospitalar do Tamega e Sousa negou que a médi-ca fosse tratada de forma desigual relativamente aos colegas, mas a juíza do Tribunal do Trabalho do Porto acabou por condenar a Insti-tuição por assédio moral.

A sentença, datada do final do mês de julho, dá como provado que o hospital pretendia "perturbar e quebrar a estabilidade emocional" da médica, "levando-a a pôr fim à relação laborai' e concluiu que a funcionária foi discriminada "de forma explicita, menosprezando-a face aos demais trabalhadores, de-signadamente assinalando-lhe uma falta a vermelho - o que nun-ca antes fez - 'falta' mais do que pré-anunciada pela Autora, o que desde logo revela, por parte da Ré, um interesse em criar a situação de ausência, designadamente não atendendo às razões invocadas e não a substituindo".

Acrescenta a juíza que o hospi-tal ignorou as "comunicações escri-tas" da clínica. "distinguindo-a no tratamento, para menos, relativa-mente aos demais colegas, permi-tindo e alimentando um ambiente de comentários e Incidências". •

Prestação de serviços torna-se contrato de trabalho CONTRATO A médica especialista em neonatologia entrou no Hospital de Penafiel no ano de 2004, ao abrigo de um contrato de prestação de serviços que durou até ao ano de 2010, data em que celebrou um contrato individual de trabalho. No processo que intentou no Tribunal do Trabalho do Porto. pe-diu para a instituição ser condenada a reconhecer que o trabalho naqueles

seis anos foi prestado em regime de "subordinação". pelo que os seus di-reitos de antiguidade no hospital de-veriam reportar-se até 2004, em vez de a partir de 2010. A juíza deu-lhe ra-zão.

Os serviços começaram a ser pres-tados pela médica no final de setem-bro de 2004. mediante o valor de 28 euros por hora. O local de trabalho era

a unidade de cuidados intensivos neo-natais do Hospital Padre Américo. Em agosto de 2010. as partes decidiram celebrar contrato individual de traba-lho, por 40 horas semanais, mas em novembro de 2010 reduziram o horá-rio para 30 horas por semana, com proporcional redução de valores de salário. O contrato prevê prestação de 24 horas de trabalho em serviço de ur-

géncia e seis horas em neonatologia. Para dar razão à queixosa. o Tribu-

nal do trabalho concluiu que o conteú-do das funções enquanto prestadora de serviços era idêntico ao das funções exercidas a partir de 2010. quando foi celebrado contrato de trabalho, cum-prindo o horário que lhe era fixado e sendo substituída por trabalhadores do hospital.•

Antiguidade da médica passa a contar desde 2004

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Tiragem: 72675

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

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Tâmega e Sousa Hospital foi cenado por assédio moral a uma médica Página 18

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A40

Tiragem: 26929

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 21

Cores: Preto e Branco

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Corte: 1 de 1ID: 66315623 02-10-2016

O drama pessoal que levou a uma corrida contra o tempo

INOVAÇÃO A corrida para criar um pâncreas artHicial e melhorara vida a milhões de doentes com diabetes tipo 1-só nos EUA serio cerca de 1,3 milhões-está longe de ter apenas um competidor. Apesar de a Medtronic's levar vantagem, a equipa de Ed Mariano, engenheiro

biomédico da Universidade de Boston, desenvolveu também um pâncreas biónico totalmente autónomo, ainda isespera de aprovação. A inspiração de Mariano foi o caso do próprio filho (na foto), hoje com 16 anos, diagnosticado com diabetes tipo 1 aos 11 meses.

Sensor de glicose

Local de infusão

Transmissor dos níveis de glicose para a bomba

Bomba de insulina

Como funciona a nova bomba

Pâncreas artificial promete revolucionar a vida de diabéticos Saúde. Estados Unidos aprovaram uma tecnologia inovadora para tratar a diabetes tipo 1 que praticamente não precisa da intervenção do doente. Especialistas portugueses lembram que muitos diabéticos esperam por bombas de insulina

JOANA CAPUCHO

É conhecido como "pâncreaiartifi-cial híbrido" e pode revolucionar a vida de milhões de diabéticos em todo o mundo. O Medtronic's Mini-Med 670G, um dispositivo que mo-nitoriza automaticamente a glicose e fornece doses apropriadas de in-sulina, foi aprovado nesta semana pela Food and DrugAdministration (órgão que controla os alimentos e medicamentos nos EUA) para a po-pulação com mais de 14 anos que sofra de diabetes tipo 1. Trata-se de um "aperfeiçoamento" da bomba infusora de insulina, já disponível em Portugal, mas que ainda só che-ga a 2% dos doentes.

"Este é o primeiro tipo de tecno-logia que proporciona às pessoas com diabetes tipo 1 maior liberda-de para viverem as suas vidas sem terem de forma consistente e ma-nual de monitorizar os seus níveis de glicose basais e administrar insu-lina", destacou Jeffrey Shuren, dire-tor do Centro para Dispositivos e Saúde Radiológica da FDA.

Este sistema foi desenvolvido para ajudar a controlar a doença, com menos intervenção do doente. Para isso, mede os níveis de glicose a cada cinco minutos, administran-do automaticamente a insulina. "O pâncreas artificial é uma bomba di-fusora mais sofisticada, que tem a possibilidade de automatizar gran-de parte da administração de insu-lina, sem intervenção do doente. Por um lado, liberta o doente de uma série de constrangimentos e, por outro, controla melhora diabe-tes tipo 1", explicou ao DN Francisco Carrilho, presidente da direção da Sociedade Portuguesa de Endocri-nologia, Diabetes e Metabolismo.

De acordo com o também diretor do serviço de endocrinologia e dia-betes do Centro Hospitalar e Uni-versitário de Coimbra, estamos a falar de um sistema híbrido, que ainda "não é completamente auto-mático. "É um avanço muito impor-tante no tratamento da diabetes, mas ainda não permite uma total automatização na administração da insulina". Durante a noite, esclarece o especialista, o dispositivo é com-pletamente automático, mas, du-rante o dia, o doente tem de intro-duzir algumas variáveis, relaciona-dascom os alimentos que ingere, para que "a máquina calcule a

NÚMEROS DA DOENÇA

1 > milhão de doentes Há cerca de um milhão de diabéticos no país, muitos por diagnosticar. Segundo os últimos dados disponíveis, a doença matou 4275 portugueses em 2014.

50 000 >diabeticostipol Diabetes de tipo 1 atinge mais crianças e adolescentes, que precisam, em média, de quatro injeções por dia de insulina. •

quantidade de insulina a injetar". Esta inovação terapêutica con-

siste num pequeno aparelho que tem um sensor para medir os níveis de glicose, uma bomba de insulina e um cateter através do qual é admi-nistrada. Para a aprovação do dis-positivo, a FDA avaliou os resultados de um ensaio clínico com o híbrido Medtronic's MiniMed 670G que contou com 123 participantes com diabetes tipo 1. Este mostrou que o aparelho é seguro para indivíduos com mais de 14 anos que sofrem da doença. A Medtronic, empresa res-ponsável pelo seu desenvolvimen-to, procura agora perceber qual a eficácia e segurança em crianças mais novas. Para a endocrinologista Isabel do Carmo, as vantagens des-te dispositivo "são enormes". A es-pecialista fala mesmo numa "revo-lução no tratamento da diabetes". Com a utilização desta tecnologia, "o doente não tem de se preocupar com quase nada". A desvantagem, indica, poderá ser "o preço".

Caminho a fazer para chegar cá Em Portugal, é estimado que exis-tam um milhão de diabéticos, dos quais 50 mil têm diabetes tipo 1, pa-tologia que geralmente atinge crian-ças e adolescentes. "É uma doença que requer muita intervenção do doente, tanto a fazer o tratamento como na avaliação do tratamento. Em média, são necessárias quatro injeções de insulina por dia", adian-tou ao DN Francisco Carrilho. Para ajudara resolver o problema, foram introduzidas as bombas difusoras de insulina. "Mas só 2,3% dos portu-gueses tem acesso à mesma, en-quanto a média lá fora é de 20% a 30%", lamenta o endocrinologista, acrescentando que existem "cente-nas de pessoas em lista de espera".

A prioridade em Portugal, diz o presidente da SPEDM, "é aumentar o número de doentes com acesso a bombas difusoras de insulina". Uma preocupação partilhada por Isabel do Carmo. Lembrando que o Esta-do gasta, em média, 450 milhões de euros por ano para trataras compli-cações relacionadas a diabetes, Francisco Carrilho alerta que "tudo o que sejam tratamentos para me-lhorar o controlo da diabetes vem reduzir complicações". Após a apro-vação do pâncreas artificial híbrido nos EUA, o passo seguinte deverá ser a aprovação pela Agência Euro-peia de Medicamentos.

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A41

Tiragem: 72675

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 20

Cores: Cor

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HOSPITAL DA

PRELADA

UTENTES Parque

%cação

Administras/a

Internamento

Vistes"

Clussa Prnrads

Consulta Externa

FORNECEDORES . 4.-

111

Fundonários da Prelada exigem em tribunal parte do salário

~oder quer quem sa premiada • O provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, António Tavares, que está em funçbes há seis anos, disse ao 1N que tem "muitas dúvidas jurídicas relativamente a este assunto e, como tal, o melhor será", adiantou, "deixar a justiça pronunciar-se com a Santa Casa a acatar a decisão que vier a ser " pronunciada". Sobre este assunto, o 1N também tentou ou-vir os advogados que representam os funcio-nários mas tal não foi possível em tempo útil

Alexandra Panda justIcapjnopt

► Um grupo de 63 funcionários do Hospital da Prelada reclama cerca de 1.2 milhões de euros à Santa Casa da Misericórdia do Porto, pro-prietária daquela unidade hospita-lar. Alegam que lhes foi subtraído indevidamente parte do salário du-rante cerca de 11 anos.

Garantem aqueles funcionários terem sido contratado na base de que o salário e progressão na car-reira seria equiparado aos funcio-nários públicos e que tal não foi respeitado desde 1991. O caso co-meça a ser julgado no Tribunal de Trabalho do Porto, no próximo mês.

Atraídos por melhores ordenados O Hospital da Prelada, gerido pela Santa Casa da Misericórdia do Por-to, abriu ao público em outubro de 1988 e teve de contratar profissio-nais para prestar os serviços aos utentes.

De acordo com a petição inicial dos queixosos, a Administração precisava de recrutar profissionais e por isso atraiu-os com uma remu-neração mensal correspondente ao que aufeririam na Função Pública. mais um acréscimo de 20%.

Também alegam aqueles fun-

cionários que lhes foi garantida a mesma progressão na carreira que teriam enquanto funcionários do Estado.

Mas, ainda de acordo com o gru-po de funcionários queixosos, o compromisso começou a ser des-respeitado a partir de 1991/1992, quando deveriam ter passado ao segundo escalão de remuneração da Função Pública.

Quatro anos depois, em 1996, deveriam ter passado ao terceiro

Queixosos são, na sua maioria, atediares de ação médica

escalão, o que deveria traduzie-se num aumento de salário.

Os funcionários, na sua esmaga-dora maioria auxiliares de ação médica, garantem ainda que deve-riam ter subido novamente de es-calão em finais de 1999. quando o Governo reformulou as carreira da-quela categoria profissional na Função Pública.

No processo. o primeiro signatá-rio, Joaquim Silva, explica ter entra-

do em outubro de 1988 ao serviço do Hospital da Prelada.

Aquele auxiliar de ação médica vinha de outro hospital, público, que deixou para ir para o da Prela-da onde viria a ganhar mais 20%, tal como acordado. Garante que se ti-vesse ficado na Função Pública, te-ria ganho mais dinheiro e reclama 17 791 euros a título de diferença sa-larial de novembro de 1991 até maio de 2012. Também exige o paga-mento de 5218 euros relativos aos juros vencidos.

Tudo somado, cada um dos 63 auxiliares de ação médica. portei-ros, costureiras e maqueiros recla-mam um total de 1190 426 euros.

Outros processos Este não é o primeiro processo que enfrenta a Santa Casa da Misericór-dia. Já enfermeiros e técnicos de diagnósticos tinham intentado um processo no Tribunal de Trabalho. Ganharam a questão e a Santa Casa foi condenada a pagar as diferen-ças salariais.

As partes já tentaram entender--se para evitar um julgamento, mas criaram-se dificuldades relativa-mente a vários pormenores que le-varam os funcionários e a Santa Casa a extremar posições.

O inicio do julgamento já foi adiado várias vezes. •

Porto Reclamam diferença salarial de 20% que lhes ofereceram quando há 11 anos

ingressaram no Hospital da Prelada. Provedor diz ter "dúvidas jurídicas"

63 funcionários exigem 1,2 milhões à Santa Casa

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A42

Tiragem: 72675

País: Portugal

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Trabalhos no Hospital Compabcão começaram há quatro meses

istaneaqiente

camas estão previstas na unidade de internamento do novo hospital, cuja pri-meira pedra foi lançada a 5 de junho.

não é nova, tendo sucedido o mes-mo problema com outras obras da Fundação, dando o exemplo do Templo Ecuménico e o Hotel Par-que Serra da Lousã. "Não fosse a persistência da ADFP fundamenta-da nos pareceres da Comissão de Coordenação e de Desenvolvimen-to da Região Centro e a obra do Templo ainda estaria parada". cri-tica.

Contactado pelo IN. o presiden-te da Câmara Municipal de Miran-da do Corvo, Miguel Baptista, afir-ma "não querer comentar polémi-

cas político-partidárias". •

João Pedro Campos locais@in pt

►As obras do Hospital Compaixão. em Miranda do Corvo. iniciadas em junho. estão em risco de parar. A Fundação Assistência. Desenvolvi-mento e Formação Profissional (ADFP), responsável pelo projeto, responsabiliza a Câmara Municipal pelos atrasos devido à falta de li-cenças e dá um prazo de 10 dias para que a situação seja resolvida.

Segundo a Fundação, está em causa a emissão de licenças por parte da Autarquia, por não saber que taxas aplicar. "De acordo com o reguiamentó de taxas, as institui-ções particulares de solidariedade socialtèm direito a uma isenção de taxas de 75%, mesmo que para

obras que não criem postos de tra-balho. O regulamento camarário de apoio ao investidor permite que in-vestimentos que criem postos de trabalho tenham isenção total de taxas, critério que a Câmara tem se-guido. Como o hospital vai criar de-zenas de postos de trabalho, seria legitimo que a Câmara concedesse isenção de taxas como tem feito pe-rante outros investidores", aponta o presidente da Fundação ADFP, Jaime Ramos, lamentando que, em vez de tomar esta atitude, a Câma-ra decidiu pedir há meses um pa-recer jurídico aos colaboradores da autarquia".

Problemas em outras obras Para o presidente do Conselho de Administração da ADFP, a situação

Miranda do Corvo Falta de licenças da Câmara

Obras do novo hospital em risco de parar

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Tiragem: 26929

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 2

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O caso que trouxe o tema para a agenda pública mundial

DN+

Morte assistida

LUTA Foi um dos casos que mais catapultaram a eutanásia para a agenda pública mundial Durante anos, Ramón Sampedro- tetraplégico desde os 25 anos - lutou pelo direito a morrer. Preso à cama, o antigo marinheiro defendeu na justiça que, em face da incapacidadefísica de se suicidar, de-

veria poder ser ajudado por um terceiro, sem que este flcassea contas com a justiça. Ramón Sampedro não conseguiu os seus intentos - a prática da outanásia continua a ser ilegal em Espanha. Mas acabou por morrer, em 1998, ajudado por amiga, que não foi condenada por falta de provas.

Petição contra a eutanásia tem dez mil assinaturas Manifesto. Federação Portuguesa pelaVida tem em curso uma contrapetição à proposta de legalização da morte assistida que está no Parlamento. Campanha tem passado pelas igrejas

SUSETE FRANCISCO

A petição contra a legalização da eutanásia lançada pela Federação Portuguesa pela Vida conta, nesta altura, com dez mil assinaturas, se-gundo números da organização. A recolha de subscrições vai conti-nuar até que haja algum desenvol-vimento no Parlamento-onde já está em análise uma petição em sentido contrário, que "solicita a despenalilação da morte assistida".

Esta última deu entrada no Par-lamento em abril . Um mês depois foi lançada a petição "Toda a vida tem dignidade", que, desde então, tem mobilizado as instituições as-sociadas à Federação Portuguesa pela Vida, bem como movimentos católicos. A própria Igreja está "de acordo" com a petição e, se "não há uma orientação geral para a reco-

lha de assinaturas", as paróquias são livres de "tomar as suas inicia-tivas", diz ao DN o porta-voz da Conferência Episcopal, padre Ma-nuel Barbosa. "A Igreja apoia, natu-ralmente, a luta contra a legislação da eutanásia", acrescenta.

Um apoio que tem tradução concreta. Na semana passada, por exemplo, estavam disponíveis numa igreja de Lisboa (no Largo do Rato) panfletos contra a eutanásia, apelando à assinatura da petição (ver texto na página ao lado).

José Maria Duque, um dos pro-motores da petição, vê com nor-malidade que as igrejas sejam lo-cais privilegiados para a recolha de assinaturas. "Tendencialmente re-colhemos mais nas áreas onde há mais católicos, como ternos mais apoio na zona Norte do que na zona Sul. Não temos nenhum estu-do sobre isso, mas os católicos são

mais empenhados [nestas maté-rias)", diz ao DN.

Segundo o responsável da Fede-ração Portuguesa pelaVida, a peti-ção"Toda a vida tem dignidade" re-colheu até agora cerca de duas mil assinaturas onlinee oito mil em pa-pel e continuará esse trabalho até que algum passo concreto seja dado na Assembleia da República. "Temos várias pessoas e associa-ções a movimentar-separa reco-lher assinaturas, alargámos o pra-zo lque estava estipulado até 30 de setembro], não temos pressa", diz ao DN. O objetivo é suplantar, pelo maior número possível, a petição em defesa da legalização da morte assistida que está no Parlamento e que chegou a São Bento com 8427 assinaturas. "Há um movimento na sociedade civil a que não faz sentido pôr fim, até porque há muita falta de esclarecimento so-

OS PRECURSORES

BÉLGICA > Descriminalizada em 2002, a eutanásia é admitida a pacien-tes em "sofrimento físico e/ou psíquico constante, insuportá-vel e sem alívio possível". Desde 2014 as crianças com uma doença incurável e "capacidade de discernimento" também podem optar pela eutanásia.

HOLANDA > Permite, desde 2002, a eu-tanásia a doentes incuráveis e em sofrimento (e a pedido do paciente), condição que tem de ser atestada por mais que um médico. A Holanda também permite a eutanásia a menores de 12 anos, em condições muito estritas.

bre este assunto e a recolha de assi-naturas é também um momento de esclarecimento", refere José Ma-ria Duque.

Eutanásia na AR pela primeira vez A petição em defesa da morte as-sistida (que pode ser eutanásia, em que o fármaco letal é administrado por um terceiro; ou suicídio medi-camente assistido, em que é o pró-prio doente a tomá-lo) tem como subscritores nomes como João Se-medo, António-Pedro Vasconcelos, Aldina Duarte, Sampaio da Nóvoa, Miguel Esteves Cardoso, PaulaTei-xeira da Cruz, entre outros. A peti-ção levou à constituição de um grupo de trabalho parlamentar que ouviu personalidades e organiza-ções ligadas à saúde e ao direito. Jo-sé Manuel Pureza, autor do relató-rio sobre a petição, está agora a ul-timar o documento, que deverá ser entregue nesta primeira quinzena de outubro, após o que a petição poderá ser agendada para discus-são em plenário. Acontece que vem aí a discussão do Orçamento do Es-tado, que preencherá em exclusivo os trabalhos parlamentares até fi-nal de novembro, sendo certo que, como admite José Manuel Pureza, há nesta altura "bastantes petições em fila de espera". Ou seja, a dis-cussão ficará provavelmente reme-tida para 2017.

Certo é que a Assembleia da Re-pública prepara-se para votar pela primeira vez a morte assistida. O BE e o PAN já prometeram avançar com projetos de lei. E se os bloquis-tas "ponderam a hipótese" - nas palavras de José Manuel Pureza-de colar uma iniciativa legislativa ao debate da petição (que, por si, não tem qualquer efeito legal), o PAN já tem essa decisão fechada. "O nosso projeto será discutido em plenário com a petição" é a respos-ta oficial do partido, que está "em fase de preparação do projeto".

Já no PS, tudo está em aberto. No último congresso do partido, um grupo de deputados apresentou uma moção em defesa da despe-nalização da eutanásia. Maria An-tónia Almeida Santos, uma das subscritoras, diz ao DN que o do-cumento deverá ser discutido - e votado - numa próxima reunião dos socialistas. "O tema está a fazer o seu caminho dentro do partido", diz a deputada.

Nos dois poios opostos, a peti-ção que já está no Parlamento de-fende a "despenalização e regula-mentação da morte assistida" como uma forma de "em resposta a um pedido do próprio-informa-do, consciente e reiterado-anteci-par ou abreviar a morte de doentes em grande sofrimento e sem espe-rança de cura". A petição contrária defende que a "eutanásia é sempre um homicídio apoiado pelo Esta-do ou um suicídio assistido pelo Estado" e que a este "não cabe criar o direito de alguém ser morto por outrem".

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País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Cores: Preto e Branco

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"Como saberemos se nos vão tratar ou despachar?" DEBATE "Afinal... se a lei a favor da eutanásia for aprovada, qual de nós se sentirá seguro num hospital? Como saberemos se nos vão tratar ou despachar?"

A pergunta está num documen-to de três páginas que estava dis-ponível na Igreja do Largo do Rato, na semana passada, e que visava a recolha de assinaturas para a peti-ção "Toda a vida tem dignidade", que recusa a legalização da euta-násia em Portugal. O documento é assinado pelo Movimento deVo-luntariado Vida Mais, de Aveiro, que, não integrando o grupo de or-ganizações associadas da Federa-ção Portuguesa pelaVida, se juntou à recolha de assinaturas.

José Maria Duque, da Federação Portuguesa pela Vida, diz que a questão, posta nestes termos, é "talvez expressa de uma maneira um bocadinho bruta", mas adverte que "temos de nos preocupar com as consequências desta lei". "Não temos nenhuma desconfiança em relação aos médicos", refere aque-le que é um dos promotores da pe-tição, mas para acrescentar que, nos países que legalizaram a euta-násia, há um enorme sentimento de insegurança. "Recebemos notí-cias de idosos que saem do país com medo do que lhes possa acon-tecer nos hospitais públicos. Isto acontece. Não podemos deixar de falar sobre isso", argumenta.

O advogado defende que abrir as portas a esta prática "abre uma brecha na defesa da dignidade da vida humana" que pode ser parti-cularmente grave no caso dos mais velhos. "Todos sabemos a praga que é, em Portugal, o abandono dos idosos. Não digo que seja uma desconfiança sobre os médicos, mas uma família que é capaz de despejar um velhinho no hospital, quem é que nos garante que não irá pressioná-lo para pedir a euta-násia?"

"Na Holanda e na Bélgica tem-se verificado que as pessoas mais doentes e idosas estão mais fragili-zadas face à lei'; conclui o advoga-do, não deixando também de su-blinhar que "estamos a falar de mi-lhares de pessoas" que trabalham na saúde: "Como em todas as pro-fissões, há excelentes profissionais e haverá alguns menos profissio-nais."

"Eutanásia é matar" O documento assinado pelo Movi-mento de Voluntariado Vida Mais—que, contactado pelo DN, se escu-sou a fazer qualquer declaração—consiste em três páginas que citam declarações do Papa Francisco, daAssociação dos Juristas Católi-cos, da Associação dos Médicos Católicos ou da nota pastoral do Conselho Permanente da Confe-

rência Episcopal Portuguesa, ter-minando com a citação transcrita atrás.

Sobre o facto de o documento estar disponível numa igreja, o por-ta-voz da Conferência Episcopal, padre Manuel Barbosa, diz desco-nhecer o caso em concreto, subli-nhando que este tipo de decisões cabe aos responsáveis das igrejas.

E, referindo que os argumentos usados no âmbito da recolha de as-sinaturas para a petição são da res-ponsabilidade da entidade que promoveu o documento, é taxati-vo: "A forma de colocar a questão, o argumentário, cabe ao próprio movimento. Mas o princípio é o mesmo: eutanásia é matar uma pessoa."

'for ett lado, José Manuel Silva, bistonário da Ordem dos Médicos, diz apenas que "a questão não se põe'; "essa preocupação nunca es-tará em cailla".

Já JoItn S4nedo, membro da di-reção doto tnento cívico Direi-to a Moríer 4m Dignidade, que lançou a nedção em defesa da despenaliz,àçãõtla morte assisti-

,

da, refere que este risco "não exis-te". "É um fantasma lançado pelos adversários da morte assistida para tentar assustar as pessoas e manipular a sua opinião." "Há uma condição básica e absoluta-mente indispensável para que a eutanásia seja realizada: a vonta-de, a decisão do próprio", subli-nha.

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País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

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PETIÇÃO CONTRA EUTANÁSIA

"Como

saberemos se nos vão tratar ou despachar?" DP& PÁGS. 2 E 3

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terminadas unidades de saúde know-how técnico na prestação de cuidados de saú-de de elevada qualidade aos doentes com determinadas patologias. O cruzamento da rede destes Centros com as Redes de Referência Hospitalares é fundamental, prevendo-se que o seu crescimento no futuro se revele sinónimo de diferenci-ação científica e tecnológica, bem como seja responsável pelo desenvolvimento de fortes indicadores e outcomes em saúde muito sólidos.

Neste sentido, espera-se que as auto-ridades competentes e a sociedade, em geral, reúnam esforços a fim de acom-panhar a competitividade e eficiência de outros países, permitindo a introdução de medidas que visam promover a inves-tigação clínica. Será fundamental que as direções dos centros de investigação tenham uma liderança assertiva e visão estratégica. No entanto, para que tal seja possível, é necessário dotá-los de maior autonomia, quer para contratar pessoal quer para instituir modelos organizativos que suportem a importância da investiga-ção clínica.

Os centros mais adiantados na promo-ção e dinamização de ensaios clínicos em Portugal conseguem, já hoje, competir com os seus congéneres internacionais na atração dos melhores ensaios, apoiando a sua realização, zelando pelo cumprimen-to e execução dos protocolos adjacentes e envolvendo o maior número possível de profissionais em todo o processo. São cen-

tros com regulamentos e procedimentos próprios, que dispõem de infraestruturas próprias e de uma estrutura de recursos humanos permanente. Estas unidades de referência têm mostrado que é possível um crescimento gradual do número de ensaios clínicos e de doentes recrutados, destacando-se também a redução do tem-po de implementação, traduzindo-se em ganhos em competitividade. Espera-se que as unidades de investigação clínica em Portugal prossigam, nos próximos anos, numa trajetória de crescimento sustentado, reforçando a participação em ensaios clínicos de fases I e II.

Contudo, não será meramente a figu-ra jurídica à volta da qual se organiza a atividade de investigação a definir o seu sucesso, mas antes a reunião de fatores críticos como liderança, autonomia, ac-countability, recursos e capacidades de base, experiência acumulada, ampla rede de parceiros, acesso a participantes/doen-tes, acesso a recursos complementares de investigação, gestão de projetos, captura de financiamento, etc.

Por fim, perante o exigente e compe-titivo ambiente internacional, torna-se urgente identificar e aplicar um conjunto de medidas que permitam reverter vários aspetos deste cenário e melhorar deci-sivamente as condições de realização de ensaios clínicos no nosso país. O Health Cluster Portugal (HCP), juntamente com os seus Associados e outros parceiros, tem vindo a trabalhar neste sentido.

Vice-presidente, vogal do Health Cluster Portugal e administrador do IPO Porto

Ensaios clínicos: oportunidades de melhoria

É indiscutível a importância da in-vestigação clínica e dos ensaios clínicos para o sector da Saúde em Portugal, destacando-se três

áreas de forte impacto: investigação e desenvolvimento, o acesso dos doentes às tecnologias de saúde, e os efeitos econó-micos associados. Em Portugal, o cenário é assimétrico, com alguns centros especi-almente adiantados e outros em início de processo. Nesta aposta de avanço tecno-lógico, económico e social, Portugal não pode perder competitividade, sob pena de comprometer alguns aspetos essen-ciais, tais como a melhoria dos cuidados assistenciais, a modernização da orgâni-ca das instituições, o desenvolvimento de novas metodologias de investigação, o acesso precoce a medicamentos inova-dores, e a criação de valor e de emprego qualificado, entre outros.

A “medicina personalizada e a quan-tidade de real world data existente e inexplorada do ponto de vista científico/clínico são drivers da reestruturação dos hospitais portugueses para melhorarem as suas capacidades na gestão da investi-gação clínica.

A criação recente dos Centros de Refe-rência é um marco de gestão muito im-portante, que permite reconhecer a de-

Manuel Sobrinho Simões, Maria João Queiroz e Francisco Rocha Gonçalves

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Pág: 19

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Apesar da crise, e dos refl exos que es-

ta possa ter tido em termos de acesso

aos cuidados de saúde, os portugue-

ses estão a viver mais tempo: a espe-

rança de vida à nascença aumentou

para os 80,41 anos, no triénio 2013-

2015, segundo os dados divulgados

ontem pelo Instituto Nacional de Es-

tatística (INE).

Entre 2008 e 2010, o número mé-

dio de anos que cada um poderia vi-

ver era de 79,29 anos. Além dos ga-

nhos na esperança média de vida,

Portugueses estão a viver até aos 80,41 anos em média

encurtou-se, nestes anos de forte

crise económica e social, a diferen-

ça entre homens e mulheres. No pe-

ríodo agora em análise, os homens

podem contar com uma esperança

média de vida à nascença de 77,36

anos, enquanto entre as mulheres

esse valor sobe para os 83,23 anos.

É uma diferença de 5,87 anos. Em

2008-2010, porém, essa diferença

chegava aos 6,02 anos.

“Havia um [desfasamento na es-

perança de vida entre homens e

mulheres] que se vinha mantendo

constante e que se estreitou agora. Is-

so signifi ca que estamos a conseguir

controlar algumas causas de morte

no sexo masculino”, interpreta Maria

Filomena Mendes, presidente da So-

ciedade Portuguesa de Demografi a.

“Na detecção precoce de alguns

problemas de saúde, nos cuidados

na alimentação e na gestão pessoal

da saúde, as mulheres tendem a ter

DemografiaNatália Faria

A esperança média de vida em Portugal aumentou. As mulheres tendem a viver mais tempo, mas o intervalo está a encurtar-se

região. No centro, esse valor é de

80,8 anos para o total da popula-

ção; no Cávado, Coimbra e Leiria, a

esperança média de vida para am-

bos os géneros atinge valores acima

dos 81 anos. Os Açores e a Madeira

são, por outro lado, as regiões que

apresentam uma menor esperança

de vida à nascença, sempre abaixo

dos 78 anos. E são também aque-

las onde o intervalo entre homens

e mulheres é maior, o que poderá

explicar-se pelo “acesso à saúde um

bocadinho diferenciado”, entre ho-

mens e mulheres.

Seja como for, e apesar de as mu-

lheres na Madeira poderem contar

viver em média mais 7,54 anos do

que os homens, estas diferenças re-

gionais e entre géneros têm vindo

a esbater-se, ou seja, “o país está a

caminhar para a harmonização des-

tes valores”, segundo assevera Maria

Filomena Mendes.

maiores cuidados, o que poderá aju-

dar a perceber que vivam mais anos.

Mas actualmente os homens tendem

também a adoptar alguns desses com-

portamentos e penso que, e falando

em termos muito genéricos, é por aí

que estamos a conseguir reduzir as

principais causas de morte ligadas a

problemas relacionados com o siste-

ma circulatório, os enfartes de mio-

córdio, os acidentes vasculares ce-

rebrais”, admite ainda a demógrafa.

Para o estreitamento do intervalo

entre homens e mulheres, no que à

esperança de vida diz respeito, terão

ainda contribuído outros factores.

“Tradicionalmente, os homens ti-

nham uma maior exposição ao risco

de acidentes rodoviários, profi ssões

de maior risco e hábitos de consumo

de álcool e tabaco. Hoje, as mulheres

também estão expostas a isto tudo.”

Curiosamente, a esperança de vi-

da à nascença difere de região para

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