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04-Indústria de Modelos Abr 08

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Materia sobre a criação de PPRA

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Page 1: 04-Indústria de Modelos Abr 08

ABRIL / 200870 REVISTA PROTEÇÃO

DIA A DIA

Indústria de modelosO PPRA ainda não é tratado com a devida importância

Creio que não exista uma roda de pro-fissionais de SST, um evento onde este-jam lá profissionais de nossa área oumesmo um grupo virtual onde, de vezem quando, não surja o assunto PPRA(Programa de Prevenção de Riscos Am-bientais). Penso que as pessoas achamchique ou mesmo imaginam que falar doPPRA atribua um certo ar de importân-cia. A grande verdade é que, duranteanos e anos, nossa área sobreviveu semesse programa e que, embora ele tenhasim uma grande importância, na verda-de acabou ficando meio perdido. Primei-ro, por ter se tornado, para muitos, nãomais do que um grande negócio e, paraoutros, – também tão nocivos quanto osprimeiros – uma forma de expressar to-dos e tantos conhecimentos, sobrandoapenas no meio disso o PPRA que, de fa-to, tenha utilidade para seus usuários. Cáentre nós, deveria ser esta a realidade.

Parece desnecessário dizer, mas o Pro-grama tem uma norma específica sobreseu formato, finalidades e coisas do gê-nero. Parece mas não é, pois, ao longodo tempo, isso foi virando algo como re-ceita da vovó - um coloca uma pitada amais disso, um pouco mais daquilo e, aofinal, temos hoje uma grande confusão.Em razão disso, surgem problemas emais problemas e debates e mais deba-tes. Parte disso se deve à falta de umaformação melhor em escolas onde nãosão ensinados modelos, ou receitas davovó, mas sim, onde seja feito de formamais profunda o estudo da NR-9 e suainterpretação. Isso, com certeza, evita-ria a indústria dos modelos - que muitoscriticam, mas que pouco ou nada fazempara corrigir suas causas. Aliás, algunsaté agravam a situação impondo seusmodelos que, muitas vezes, são ruins einconsistentes, negando-se, de forma an-tiética, a receberem trabalhos que cum-

pram a NR-9.Com um bom dicionário

e um pouco de interesse -

que não seja comercial ou corporativo -podemos começar a decifrar o mistério doPPRA. Como todos sabem, o primeiro Pquer dizer Programa e programa quer di-zer, na prática, um conjunto de ações per-manentes estabelecidas para atingir de-terminados objetivos. Com certeza, pou-ca gente entende isso e menos ainda sãoaqueles que entendem que quem redigiua NR-9 sabia o que estava fazendo quan-do deixou em aberto a possibilidade dequalquer pessoa elaborar o PPRA. A ati-vidade de planejamento é algo mais am-plo do que a atividade da prevenção emsi. Então, fica claro que um PPRA não po-de e nem deve ser outra coisa do que adefinição de uma tímida gestão para a SST- definindo, organizando e formalizandoas práticas através das quais o assuntopassa a ser cuidado dentro de uma deter-minada organização. Aqui surge uma novaexpressão, não exclusiva do PPRA: o taldocumento-base.

REFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIADocumento-base é aquele que serve

como referência formal para abertura,início e continuidade de um processo. Po-pularmente falando, diríamos: regras dojogo. Um documento-base de um PPRAnada mais é do que o conjunto de infor-mações de como os assuntos da preven-ção serão cuidados naquelas organiza-ções, levando em conta as situações, asresponsabilidades, os prazos, etc. A par-tir da elaboração do documento-base -que é único para cada organização e, porisso, boa parte dos PPRAs que vemos poraí cheios de informações técnicas e semgestão são inconsistentes em relação à NR9 - já que não definem com clareza e exa-tidão, conforme a realidade local, a gestãopara o assunto. Um documento-base ade-quado define as terminologias adotadaspara a gestão de SST, já que nem todos osenvolvidos na gestão têm esses conheci-mentos, porém, possuem responsabilida-des. Eles definem responsabilidades deforma real e quando são complexas devemimplicar em treinamento dos gestores -definem metodologia técnica de forma agarantir que a execução seja aderente às

Cosmo Palásio de Moraes Jr. -Técnico de Segurança doTrabalho e coordenador do e-group [email protected]

www.cpsol.com.br

Cosmo Palásio

normas e conceitos técnicos que validamo processo e em alguns momentos defi-nem a freqüência das práticas para asse-gurar a continuidade do processo parao qual o programa está sendo elaborado.De tudo isso, ao final, surgirá um cro-nograma de ações do Programa, cujocumprimento garantirá o andamento dagestão ali prevista. Por fim, e de formaresumida, até porque não temos muitoespaço, deve ficar claro que o PPRA de-verá ter, pelo menos, um gestor indi-cado - que não é o profissional de Segu-rança e Medicina do Trabalho - até por-que estes não possuem, dentro da es-trutura das organizações, posição e pe-so para garantir a gestão e ao mesmotempo não respondem pela gestão dasdemais funções da administração. Porfim, deve ser informado a todos, espe-cialmente à CIPA, para que possam co-nhecer suas responsabilidades em rela-ção ao assunto.

PRÁTICASPRÁTICASPRÁTICASPRÁTICASPRÁTICASTendo o documento-base elaborado,

vamos agora às práticas, que já, nestemomento, serão realizadas ou contrata-das dentro e a partir dos critérios queestão definidos no documento. Vejambem a importância do documento-basecomo elo de ligação entre a legislação ea técnica com as organizações. É impor-tante dizer que, para que os resultadosdas avaliações tenham valor legal, devemser emitidos através de laudos, o quenão pode ser feito por profissionais denível técnico. E aqui está o ponto de tan-tos conflitos que entendo ser desneces-sário e mais do que desagradável. Muitosprofissionais de nível técnico insistemem desconhecer a legislação e, por isso,acabam tendo problemas. Na forma cor-reta, os laudos serão anexos do PPRA.Por essa razão, está claro na NR-9 quequalquer pessoa capaz pode elaborar oPPRA mas, em momento algum, ela dizisso em relação aos laudos. No próximomês daremos seqüência a este tema. Atélá. Esperamos ter contribuído para au-mentar o assunto das rodinhas de pro-fissionais.